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Introduo (p. 15-22) p. 15 ele destaca ... Nosso desejo explcito a produo de um sistema de ideias que seja, ao mesmo tempo, um ponto de partida para a apresentao de um sistema descritivo e de um sistema interpretativo da geografia. p. 16 elecontinua ... Este livro resulta sobretudo de uma antiga insatisfao do autor diante de um certo nmero de questes. A primeira tem que ver com o prprio objeto do trabalho do gegrafo. A essa indagao , com frequncia a resposta busca numa interminvel discusso a respeito do que geografia....Discorrer , ainda que exaustivamente , sobre uma disciplina, no substitui o essencial, que a discusso sobre seu objeto. Na realidade, ocorpusde uma disciplina subordinado ao objeto e no o contrrio. Desse modo, a discusso sobre o espao e no sobre a geografia; e isto supe o domnio do mtodo. Falar em objeto sem falar em mtodo pode ser apenas o anncio de um problema, sem, todavia, enunci-lo. indispensvel uma preocupao ontolgica, um esforo interpretativo de dentro, o que tanto contribui para identificar a natureza do espao, como para encontrar as categorias de estudo que permitam corretamente analis-lo.Essa tarefa supe o encontro de conceitos, tirados darealidade, fertilizados reciprocamente por sua associao obrigatria , e tornados capazes de utilizao sobre a realidade em movimento. Aisso tambm se podechamar a busca de operacionalidade, um esforo constitucional e no adjetivo, fundado num exerccio de anlise da histria.Comentrio Milton Santos visa a produo de um sistema deideias, implicando descrioe interpretao, que paratanto, necessriofocarmos no objeto da geografia, o espao. Para ele o fundamental o objeto, sobreo qual se funda a disciplina. Para discutir espao h de dominar o mtodo. Trata-se de anunciar e enunciar. necessrio uma preocupao ontolgica, um esforo interpretativo que tanto contribua para identificar a natureza do espao como tambm para encontrar as categorias de estudos que permitam analis-lo.Neste ponto de partida de sua anlise, Milton Santos cria uma equivalncia entre mtodo e ontologia.Se realizamosumaconsulta num dicionrio, como o Houaiss (2009 ) , a palavra ontologiatem um significado que no parece ser o meio mais adequado paratratarmos do espao.Para entendermos isto, convm termos uma diferena que Heidegger (2009) estabelece entre ser e existir. Oespao existe, mas ele no o ser. O ser nos remete a uma reflexosobre por que h o ser e no o nada ! Na circunscrio do ser ns temos vrios existentes, incluindoo espao. H o ato de ser, o espao participa enquanto existente, assim como aquele que escreveestas linhas. Mas nem o espao, nem o presente escriba, detm o ato de ser.A impresso que se d que ontologia para Milton Santos muito mais o esforo de se definir o que espao, mas isto no cabe ontologia, est mais adequado ao campo da epistemologia. Uma reflexo do conhecimento humano nos termos em que se coloca e que se sustenta.Ora,quando passamos de uma discusso que no mais se referencia ontologia e sim epistemologia temos uma percepo menos rgida do que possamos refletir sobre o espao.Isto porque a epistemologia encontra-se afeita discusso da cincia e sua implcita alteridade, transitoriedade e reviso.Em resumo, no h sentido de se ter ontologia do que passageiro. O estudo do ser (ontologia) sobre o que . Mas o espao no , no era, passou a ser e pode vir a desaparecer. O ato de ser precede o espao. Ser aquilo que ! O espao existe, participa do ato de ser mas no o prprio ser.[1]Agora, afora este discernimento, h um outro aspecto a serconsiderado quando MiltonSantos fala em ....Na realidade, o corpus de uma disciplina subordinado ao objeto e no o contrrio. Desse modo, a discusso sobre o espao e no sobre a geografia; e isto supe o domnio do mtodo. Falar em objeto sem falar em mtodo pode ser apenas o anncio de um problema, sem, todavia, enunci-lo.(p. 16)A repetio da frase , j indicada anteriormente, encerra um problema, a saber, o corpus de uma disciplina subordinado ao objeto , mas a ... isto supe o domnio do mtodo!Recorrendo novamente ao mesmo dicionrio, mtodo tem relao com procedimentotcnico ou meio de fazer. algo operacional, no algo que se define por si, a rigor, pensamos ns, o que define o mtodo a ser utilizado o prprio objeto que consideramos para estudar , mas no assim que Milton Santos pensa. Ele entende que o mtodo que legitima uma discusso sobre a compreenso doque seja espao.Inclusive, ele opera um jogode verbos que no elucida a questo, ou seja, ele fala ... Falar em objeto sem falar em mtodo pode ser apenas o anncio de um problema, sem, todavia, enunci-lo.(p. 16)Anunciar ... enunciar ... d no mesmo ! Estes dois termos por ele utilizado no so suficientes para indicar a profunda discrepncia que para ele existe de se falar em objeto semfalar em mtodo.Prosseguindo a leitura !O desafio est em separar da realidade total um campo particular, susceptvel de mostrar-se autnomo e que, ao mesmo tempo, permanea integrado nessa realidade total. E aqui enfrentamos um outro problema importante , e que o seguinte : a definio de um objeto para uma disciplina e, por conseguinte, a prpria delimitao e pertinncia dessa disciplina passam pela metadisciplina e no o revs. Construir o objeto de uma disciplina e construir sua metadisciplina so operaes simultneas e conjugadas ...Uma disciplina uma parcela autnoma, mas no independente , do saber geral. assim que se transcendem as realidades truncadas, as verdades parciais, mesmo sem a ambio de filosofar ou de teorizar. (p. 17)O que vem a ser metadisciplina ?Como algo queest alm da disciplina faculta pessoa desenvolver uma dada disciplina ?Milton Santos est diante de um problema e o recurso que utiliza para san-lo encontra-se fora da disciplina que procura promover. factvel ?De certo modo ele segue caminho oposto ao de Richard Hartshorne (1978), estena indagao sobre a natureza da geografia adentra na histria de seu processo . Milton Santos no faz isto,inclusive na pgina 16 ele afirma que a discusso sobre espao e no sobredisciplina.Como possvel encontraro espao, o espao geogrfico , sem estar norteado pela histria da disciplina ?[2]Milton Santos estabelece um dialogo com uma certa ideao do que vem a ser espao para ento chegar ao que geografia, porm, esta ideao est pendente de ummtodo. Masquemdita a trilha (o mtodo) a ser adotada ? No o objeto? Isto nos leva aser norteado pelo reino do arbitrrio caso no seja as caractersticas do objeto que estabelece o mtodo, por exemplo, se vai estudar um lago ser necessrio roupa de mergulho , tendo tais tipos de informaes a serem obtidas .... se o objeto for um deserto ento o mtodo .... mas no por este prisma que Milton Santos entende a escolhado mtodo. toda questo da pertinncia que a se instala. Para que o espao possa aspirar a ser um ente analtico independente, dentro do conjunto das cincias sociais, indispensvel que conceitos e instrumentos de anlise paream dotados de condies de coerncia e de operacionalidade. Assim ao mesmo tempo demonstramos sua indispensabilidade e legitimamos o objeto de estudo. (p. 18)J possvel perceber uma caracterstica que marca todo olivro que aqui analisamos, ou seja, se eu uso a palavraoakae quero lhe impor o significado de casa, ora, as pessoas reagiro porque entendem que a palavra casa encontra-se em seu vocabulrio e a outra,oaka, no!Entendeste ? O quequero dizer , se a palavra no o que ele em termos de designao, e ontologia um termo muito caro filosofia, se Milton a usa para outros fins que ao menos a sua interpretao do que significa ontologia fosse explicita . Ainda, ...metadisciplina... O que para ele ?Mas ele no opera deste modo, se atendo ao significado clssico das palavras, da porque a utilizao de um renomado dicionrio para fazer o presente estudo.Milton usa os termos, ele joga os termos ! A fica difcil a prpria compreenso doque ele escreve. Por exemplo, na passagem imediatamente destacada ele observa Paraque o espao possaaspirar a ser um ente analtico independente...O espao notem condio de aspirar nada , ele no sujeito , por que no adotar....ogegrafo, se pretende ter seu objeto como um ente... Masno assim que ele procede e este procedimento no gratuito!Assim, palavras comoontologia,metadisciplina,espaoaspira....so designaes que constituem a construo de um discurso de difcilescrutnio.Ele definitivamente est trabalhando com uma ideao que o prprio espao , pelo mtodo, se auto referencia.Em seguida, ele observa Nas diversas disciplinas sociais so essas categorias analticas e essesinstrumentos de anlise que constituem a centralidade do mtodo ... (ibidem, p. 18)Comentrio Milton menciona essas categorias analticas .... mas tendo por pargrafo anterior o que j destaquei, ou seja, categorias analticas significando conceitos e instrumentos de anlise. Ora, sempre anoo deque o que defineageografia o objeto que est circunstanciado ao mtodo, assim, o fundamental, o decisivo , o mtodo.. Mas, o que dita o teor do mtodo ?Outro aspecto que chama a ateno a caracterizao da geografia enquanto cincia social .... seria mesmo ? Ele trata isto como umponto pacfico, ora , para quem escreve sobre aNatureza do Espao,conviriaque esta definio da geografia enquanto cincia social fosse tambm ponto de discusso j ao incio do prprio trabalho.Ainda, ...Cada vez que um gegrafo decide trabalhar sem se preocuparpreviamente com o seu objeto, como se para eletudo fossem dados, e se entrega a um exerccio cego semuma explicitao dos procedimentos adotados, sem regras de consistncia. (ibidem, p.18)A questo se a cada trabalho a pessoa previamente houvesse de definir espao, mtodo,... Entendo que cada escolah quem se ocupe com tal tema e boa parte das pessoas vo se assenhoreando de umstablishmentque de quando em quando questionado, criticado e revisto. Enfim, no criticaria uma produo cuja a inteno no foi o de desconhecer o objeto, ele j estavaimplcito,cabesim, criticar quem por ventura perfaz umaideao que corrobora na constituio de uma escola. A rigor,as pessoas afeitasa esta discussoso poucas, o teor da discusso em teladesperta interesse de poucas pessoas. Nem todos tem talento ou apetite para se assenhorear as artimanhasdo processo epistemolgicode sua disciplina e atuar emconsequncia ao que entende seradequado.Parece que a grande falta foi o de no ter adentrado na histria da disciplina e por esta, a partir da epistemologia (estudo da natureza de um dado campo de conhecimento, e no ontologia) , chegar sua contribuio.Ainda, ... Como ponto de partida, propomos que o espao seja definido como um conjunto indissocivel de sistemas de objetos e de sistemas de aes. Atravs desta ambio de sistematizar, imaginamos poder construir um quadro analtico unitrio que permita ultrapassar ambiguidades e tautologias. (ibidem, p. 18)Novamente adentramos no grave problemas das palavras, oque elas designam. Se no tivermos apreo por esta forma de comunicao,esta se torna invivel. Enfim, o que sistema para Milton Santos ? Usualmenteno campoda histria do pensamento geogrfico o sistema, a viso sistmica ,eraconstitutiva da geografia quantitativa (videwww.feth.ggf.br/geoquant.htm)Ademais, sistemade objetos eaes ... uma maneira de verbastante limitadora quantoao teor dadinmica dos processos espaciais, ou seja, objetos e aes ...A rigor, tanta o os objetos quanto as aes so desdobramentos, resultados , que em outro momento torna-me se resultantes.No parece que espao venha a ser s objeto e ao.Naturalmenteque assumindoa dinmica espacialenquanto sistema, o que fica so os objetos e aes. Mas as crticas viso sistmica decorreram justamente de ter umcarter limitador.H toda uma simbologia,uma espiritualidade que norteia os processos sociais sem serem passveis de serem diagnosticados por uma viso sistmica. Porexemplo, a morte ! A pulsoda morte, a reflexo sobre a mesma, o modocomo inquieta, nos deixa paralisado ou em movimento, .... no d para tratar distona base de objetos e aes. A morte ou a ausncia delaforja outros objetos e aes que vo alm do prprio objetos e aes. Outro exemplo, a poesia,esta s existe sno papel ? No existe tambm numa paisagem como ado Riode Janeiro ?Na p.19 Milton Santos observa ... Apartir da noo de espao como umconjunto indissocivel de sistemas de objetos e sistemas de aes podemos reconhecer suas categorias analticas internas. Entre elas, esto a paisagem, a configurao territorial , a diviso territorial do trabalho, o espao produzido ouprodutivo, as rugosidades e as formas-contedo.Da mesma maneira(grifo nosso), e como mesmo ponto de partida, levanta-se a questo dos recortes espaciais, propondo debates de problemas como o da regio e o do lugar; o das redes e dasescalas. Paralelamente, impem-se a realidade do meio com seus diversos contedos em artifcio e a complementaridade entre uma tecnoesfera e uma psicoesfera. E do mesmo passo podemos propor a questo da racionalidade do espao como conceito histrico atual e fruto, ao mesmo tempo, da emergncia dasredes e do processo de globalizao. O contedo geogrfico docotidiano tambm se inclui entre esses conceitos constitutivos e operacionais, prprios realidade do espao geogrfico, junto questo de uma ordem mundiale de uma ordem local.Comentrio espao enquantonoo , noo de umconjunto indissocivel de sistemas , sistemas de objetos e de aes, enseja um reconhecimento das categorias analticas internas. Da noo para as categorias .... o que noo ?Recorrendo novamente aodicionrio Houaiss (2009), este assinala que noo vem a ser conhecimento imediato, intuitivo (como de fato imaginava, ou seja,noopressupe umviso embrionria , momentnea, ) .... agora , ecategoria? Em termos filosficos tem a ver com conceito. Enfim, danooaoconceito. Ainda, esta passagem da noo ao conceito mediada pela noo de conjunto de sistemas de objetos e aes interligados. Bom, estamos diante de um problema,ou descoberta, a saber, se o acesso s categorias so mediadas pela noo de espao enquanto conjunto de sistemas de objetos e aes, logo, a revelao das categorias esta subordinada s aes e aos objetos encontrados; mas, o espao s isto, e a poesia etc. ?Em resumo, a noo de sistema deaes e objetos reduz o campo de acesso dopesquisador s categorias de anlise na geografia.Continuando,entre ascategorias analticas, ns temos, apaisagem, aconfigurao territorial,adiviso territorialdo trabalho,oespao produzido ou produtivo,asrugosidadeseasformas contedo .... faltou alguma coisa ?Ano prefixao do que significapaisageme sua diferena paraconfigurao territoriale desta para oespao produzido (ou produtivo), deste para adiviso territorial do trabalho, por fim, isto tudo diferente derugosidadese asformas-contedo(se fossem iguais no haveria tanta abundancia de termos)....torna o trabalho do pesquisador que utiliza sua linha de pensamento um tantoperdido.Prosseguindo, da mesma maneira (p. 19) ... maneira em relao a qu ? Seriam tambm categorias analticas ? Pressupondo que sim (da mesma maneira) h osrecortes espaciais, que enseja debates relacionados regioelugar,redeseescalas. Ora, da mesma maneira, mas no da mesma maneira, ou seja, paisagem etc. temrelao aocontedo ,recortes (regio etc.) tem relao com mtodo de anlise deste contedo. Esta Da mesma maneira mais confunde do que esclarece.Prosseguindo, no sendo mais Da mesma maneira ,agora temos paralelamente , impem-se Novamente impem-se uma constatao de que no h nada paralelo, ou seja, ele menciona do meio com seus diversos contedos em artifcio e a complementaridade entre umatecnosesfera e uma psicoesfera . Ora, este meio no vem a ser a paisagem, a configurao territorial, a diviso territorial do trabalho, o espao produzido ou produtivo , as rugosidades e as formas- contedo ? Se porque no ficou logo no incio, se no , ento temos uma paisagem, um paralelo e alm do paralelo.A pergunta que estrutura da realidade Milton Santos temem conta para dizer o que est dizendo ? Parece queno h estrutura da realidade para ele, este espao onde pegamos nibus e vamosao cinema. H no Milton Santos ideao do que seja espao. Esta ideao seconfirma quando de um lado ele nos remete ao sistema de objetos e aes para depois falar em complementaridade entre uma tecnoesfera e uma psicoesfera. Ora, sistema de aes e objetos no pressupe psicoesfera!Ao trmino da p. 19 ele acrescenta A coerncia interna da construo terica depende do grau de representatividade dos elementos analticos ante o objeto estudado. Em outras palavras, as categorias de anlise , formando sistema, devem esposar o contedo existencial, isto , devem refletir a prpria ontologia do espao, a partir de estruturas internas a ele. A coerncia externa se d por intermdio das estruturas exteriores consideradas abrangentes e que definem a sociedade e o planeta, tomados como noes comuns a toda a Histria e a todas as disciplinas sociais e sem as quais o entendimento das categorias analticas internas seria impossvel.A coerncia interna da construo terica depende do grau de representatividades dos elementos analticos ante o objeto estudado. Umafrase que no merece nenhum reparo, agora, ele acrescenta ... as categorias de anlise, formando sistema, devem esposar o contedo existencial ,ento se tem um pressuposto, a saber, o contedo existencial um sistema! Ainda, as categorias de anlise (que formam sistema) h de refletir a prpria ontologia do espao, assim .... espao sistema !Mas isto na perspectiva da coerncia interna.J pela coerncia externa, temos, segundo Milton Santos, sua realizao via estruturas exteriores abrangentes que definem a sociedade e o planeta , tomadas como noes comuns a toda Histria e as disciplinas sociais ... coerncia externa via .... como concluso ... a totalidade de tudo que ai est! Mas, o que isto ? Como aferir uma coerncia (no caso externa) em termos to vagos ?Na p. 20 h umproblema, a saber, ele comea escrevendo A centralidade da tcnica rene as categorias internas e externas, permitindo empiricamente assimilar coerncia externa e coerncia interna.Qual o problema ? Em todo o texto em momento algum ele fala em categoria analtica externa. Mas sim categoria analtica interna. O que isto ? Categoria analtica externa ? Ele coloca a tcnica como elemento central, a tcnica reunindo partes para os quais ele no introduz o leitor sobre o seu significado. Como a tcnica pode ser central na reunio de categorias se uma das partes no nos foi previamente apresentada ?Continuando o pargrafo, ele observa A tcnica deve ser vista sob um trplice aspecto : como reveladora da produo histrica da realidade; como inspiradora de um mtodo unitrio (afastando dualismos e ambiguidades) e, finalmente, como garantia daconquista do futuro, desde que no nos deixemos ofuscar pelas tcnicas particulares, e sejamos guiados, em nosso mtodo, pelo fenmeno tcnico visto filosoficamente , isto , como um todo. (p. 20)A elaborao terica do Milton Santos fica cada vez mais complicada. Se antes era o sistema, agora a tcnica ... o que mais nos espera ? O que o centro do centro em seu pensamento ? o sistema ? A tcnica ?Sistema tcnica ? Tcnica sistema ?Ora, se por ventura, esquecermos , mesmo que por um breve momento, a perspectiva do sistema como ele fez ao incio de seu texto , para ento s nos ocuparmos com a tcnica ... Ainda, mesmo seesquecendo que para Milton a tcnica rene duas categorias (sendo que uma delas ele no apresentou previamente) ... cabe ainda indagar a tcnica pode ser tudo isto que ele aponta ? Ou seja, reveladora da produo histrica da realidade (perspectiva perfeitamente factvel), ainda, inspiradora de um mtodo unitrio (afastando dualismos e ambiguidades) ... como inspira ? Como conquista do futuro .... faltou alguma coisa ?A tcnica para ele o qu ?Tcnica inspira mtodo ?Tcnica um desdobramento , uma consecuo, uma resultante, se se quer compreender a tcnica adentre nos pressupostos que a antecederam.Parece que para Milton Santos a ontologia do espao a tcnica no, pelo, para o espao. E a questo dosistema ....Na pgina 20 consta A partir de tais premissas, este livro deseja ser uma contribuio geogrfica produo de uma teoria social crtica, e em sua construo privilegiamos quatro momentos. No primeiro, tentamos trabalhar com as noes fundadoras do ser do espao , susceptveis de ajudar a encontrar sua busca da ontologia: a tcnica , o tempo, a intencionalidade, materializados nos objetos e aes. No segundo momento ....Definitivamente, o pensamento do Milton Santos, ao longo da redao do presente texto em anlise mostra-se plstico, moldvel, ele se amplia , o que gerauma certa incerteza no que ele mesmo quer afirmar, seno, vejamos ele visa alcanar uma teoria social crtica, elaborada em quatro momentos, sendo que o primeiro est apoiado numa ontologia do espao que corresponde a tempo , intencionalidade materializados nos objetos e aes. Ou seja, tudo aquilo que aqui analisamos diz respeito a um nico momento, dentro de mais trs. Ele chega ao trmino de sua introduo, a ocorrer na pgina 22, deixando ao leitor a surpresa de entender que tudo o que fez para entend-lo corresponde a um dos quatros momentos. Em vez das linhas acima destacadas virem logo ao incio da introduo , de modo a tornar a pessoa ciente do projeto que orienta o autor, elas s chegam ao trmino da introduo.O que pensar ?Aprendi com Karl Marx que uma coisa o processo de investigao e outra bem diferente o processo de redao, ou seja, no factvel uma redao ter a mesma dinmica que o processo investigao. Parece que a redao de Milton Santos no seguiu este critrio, ou seja, medida quepensava escrevia de tal modo quea redao acompanhou o processo de evoluo do pensamento.Continuando ...... No segundomomento, retomamos a questo ontolgica , considerando o espao como forma-contedo. No terceiro momento, as noes acima estabelecidas so revisitadas luz do presentehistrico, para aprendermos a constituio atual do espao e surpreendemos a emergncia de conceitos, cujo sistema aberto, e cuja dialtica, nas condies atuais do mundo, repousa na forma hegemnica e nas demais formas de racionalidade. No quarto momento, o reconhecimento de racionalidades concorrentes, em face da racionalidade dominante, revela as novas perspectivas de mtodo e de ao, autorizando mudanas de perspectivas quanto evoluo espacial e social e aconselhando mudanas na epistemologia da geografia e das cincias sociais como um todo.Esses quatros daro as quatro grandes divises, cuja arquitetura prev quinze captulos. (p. 20)Eis o plano do trabalho, agora, se a dedicao sobretudo ao primeiro momento, expressa na redao da introduo, decorre do seu carter estratgico para a exposio , por que Milton Santostrata de forma to ligeira os trs momentos seguintes? Poder-se-ia, ao menos, explicitar de que forma a questo do objeto e ao (primeiro momento) se articulam forma-contedo (segundo momento). Ainda , no quarto momento, racionalidade dominante .... racionalidade concorrente ... (uma espcie de luta de classe dita de outra forma) ... por que isto s aparece ao trmino da introduo ?