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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA
BEATRIZ RIVERA CRUZ
INTERVENÇÃO EDUCATIVA PARA O CONTROLE DA
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA NA COMUNIDADE DE
MORADA DO SOL, PARAGOMINAS.
POLO CASTANHAL / PARÁ
2018
BEATRIZ RIVERA CRUZ
INTERVENÇÃO EDUCATIVA PARA O CONTROLE DA
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA NA COMUNIDADE DE
MORADA DO SOL, PARAGOMINAS.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Saúde da Família, Universidade Federal do Pará, para obtenção do Certificado de Especialista.
Orientador: Professor (a) Valquiria Rodrigues Gomes.
POLO CASTANHAL / PARÁ
2018
BEATRIZ RIVERA CRUZ
INTERVENÇÃO EDUCATIVA PARA O CONTROLE DA
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTEMICA NA COMUNIDADE DE
MORADA DO SOL, PARAGOMINAS.
Banca examinadora
Professor (a). Valquiria Rodrigues Gomes - UFPA
Professor (a) Denise da Silva Pinto - UFPA
Aprovado em Castanhal, em – de ------ 2018
RESUMO
A Hipertensão Arterial Sistêmica é considerada um problema de saúde e apresenta relação com a diminuição da qualidade de vida de importante parcela da população e elevado custo para o sistema de saúde. A atenção básica configura-se como um importante dispositivo de cuidado no que se refere à hipertensão, levando em consideração sua proximidade com as pessoas que habitam o território adscrito. Os fatores de risco associados a doença são a obesidade, sedentarismo, hábitos inadequados de alimentação, baixos níveis de escolaridade e analfabetismo, causando o aumento e manutenção dos casos, além da não adesão ao tratamento. O objetivo deste estudo foi propor uma intervenção educativa no intuito de diminuir o alto índice de hipertensão arterial na comunidade atendida na Estratégia de Saúde da Família Morada do Sol, no município de Paragominas, no estado do Pará, realizado no período de março a junho de 2018. Foi realizado primeiramente, um diagnóstico situacional pelo método da Estimativa Rápida para identificar os vetores de descrição do problema, os nós críticos e as formas de atuação sobre eles a viabilidade política, os recursos necessários e os meios a serem utilizados para que o objetivo pudesse ser alcançado. Foi elaborada a Revisão Integrativa de Literatura através de dados da Biblioteca Virtual em Saúde e Biblioteca Virtual da Universidade Federal de Minas Gerais, além das bases de dados como Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências de Saúde (LILACS), através dos descritores Estratégia Saúde da Família, Hipertensão e Fatores de Risco. O universo foi o 100% dos hipertensos cadastrados, mas a amostra foi composta por 145 pacientes que responderam um questionário a fim de identificar suas necessidades de aprendizagem sobre a doença. Depois de receber um programa educacional, os pacientes responderam a uma segunda pesquisa para confirmar a eficácia da atividade educacional. Verificou-se que 100% dos pacientes hipertensos aumentaram o conhecimento sobre esta doença, o que possibilita que tenham uma melhora na qualidade de vida, assim com evidencia da diminuição das cifras tensionais e suas complicações. Estes resultados foram discutidos e analisados estatisticamente demonstrando a eficácia da intervenção educativa para melhorar a qualidade de vida dos pacientes hipertensos estudados.
Palavras-chave: Estratégia Saúde da Família. Hipertensão. Fatores de risco. Paragominas.
ABSTRACT
Systemic Arterial Hypertension is considered a health problem and is related to the decrease in the quality of life of an important part of the population and a high cost for the health system. Primary care is an important care device in relation to hypertension, taking into account its proximity to people living in the territory. The risk factors associated with the disease are obesity, sedentary lifestyle, inadequate eating habits, low levels of schooling and illiteracy, causing the increase and maintenance of the cases, besides the non adherence to the treatment. The objective of this study was to propose an educational intervention in order to reduce the high rate of arterial hypertension in the community served by the Family Health Strategy Morada do Sol, in the municipality of Paragominas, in the state of Pará, conducted from March to June of 2018. A situational assessment was performed by the Quick Estimate method to identify the vectors describing the problem, the critical nodes and the ways of acting on them the political feasibility, resources needed and the means to be used for the objective could be achieved. The Integrative Review of Literature was elaborated through data from the Virtual Health Library and Virtual Library of the Federal University of Minas Gerais, Scientific Electronic Library Online (SCIELO) and Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences (LILACS). descriptors Family Health Strategy, Hypertension and Risk Factors. Our universe was 100% of hypertensive patients, but the sample consisted of 145 patients who answered a questionnaire in order to identify their learning needs about the disease. After receiving an educational program, patients responded to a second survey to confirm the effectiveness of the educational activity. It was verified that 100% of hypertensive patients increased knowledge about this disease, which allows them to have an improvement in quality of life, as evidenced by the decrease in blood pressure figures and their complications. These results were discussed and analyzed statistically demonstrating the effectiveness of the educational intervention to improve the quality of life of hypertensive patients studied.
Keywords: The family health strategy. Hypertension. Risk factors. Paragominas.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AVC Acidente Vascular Cerebral
AHA Associação Americana do Coração
ESF Estratégia Saúde da Família
FRCV Fator de Risco Cardiovascular
HAS Hipertensão Arterial Sistêmica
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
OMS Organização Mundial da Saúde
PA Pressão Arterial
PAD Pressão Arterial Diastólica
PAS Pressão Arterial Sistólica
PES Programa Estratégia da Saúde
PSF Programa Saúde da Família
SIAB Sistema Informação da Atenção Básica
SBC Sociedade Brasileira de Cardiologia
SUS Sistema Único de Saúde
UBS Unidade Básica de Saúde
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 1 - Distribuição da população na Estratégia de Saúde da Família Morada do
sol, município de Paragominas, estado do Pará por faixa
etária............................................................................................................................ 3
Quadro 2 - Classificação da Pressão Arterial Sistólica e Diastólica em indivíduos
maiores de 18 anos .................................................................................................. 10
Quadro 3 - Classificação de prioridade para os problemas identificados no
diagnóstico da comunidade adscrita à equipe de Saúde Morada do Sol, Estratégia
de Saúde da Família Morada do Sol, município de Paragominas, estado do Pará...16
Quadro 4 - Operações sobre o “nó crítico 1” “Hábitos de vida e estilo de vida
inadequados”, na população sobre responsabilidade da Equipe de Saúde da Família
Morado do sol, município de Paragominas, estado do
Pará............................................................................................................................18
Quadro 5 - Operações sobre o “nó crítico 2” “Nível de informação”, na população
sobre responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Morado do sol, município de
Paragominas, estado do Pará................................................................................... 19
Quadro 6 - Operações sobre o “nó crítico 3” “Processo de trabalho da equipe de
saúde”, na população sobre responsabilidade da Equipe de Saúde da Família
Morado do sol, município de Paragominas, estado do Pará..................................... 20
Quadro 7 - Operações sobre o “nó crítico 4” “Prevenção de complicações”, na
população sobre responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Morado do sol,
município de Paragominas, estado do
Pará............................................................................................................................21
Quadro 8 - Operações sobre o “nó crítico 5” “Adesão ao tratamento”, na população
sobre responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Morado do sol, município de
Paragominas, estado do
Pará............................................................................................................................22
Quadro 9 - Avaliação do conhecimento e cuidados em relação à Hipertensão
Arterial Sistêmica antes da intervenção e posterior a
intervenção.................................................................................................................27
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................1
1.1 Contexto geral da Comunidade Morada do Sol.................................................1
1.2 Contexto da Estratégia de Saúde da Família: Morada do Sol..........................2
2 JUSTIFICATIVA........................................................................................................4
3 OBJETIVOS .............................................................................................................6
3.1 Objetivo Geral.......................................................................................................6
3.2 Objetivos Específicos..........................................................................................6
4 METODOLOGIA ......................................................................................................7
5 REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................................9
5.1 Hipertensão Arterial Sistêmica...........................................................................9
5.2 Classificação e Etiologia da Hipertensão..........................................................9
5.3 Fatores de Risco para Hipertensão Arterial Sistêmica...................................11
5.4 Formas de prevenção e controle da Hipertensão Arterial Sistêmica............13
6 PLANO DE INTERVEÇAO.....................................................................................15
6.1 Identificação dos problemas.............................................................................15
6.2 Descrição do problema......................................................................................17
6.3 Seleção dos “nós críticos”................................................................................17
6.4 Desenho das operações....................................................................................17
7 IMPLEMENTAÇÃO, DESCRIÇÃO E AVALIAÇÃO DA INTERVENÇÃO
....................................................................................................................................23
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................28
REFERÊNCIAS..........................................................................................................30
APÊNDICE A ............................................................................................................32
APÊNDICE B ............................................................................................................33
1
1 INTRODUÇAO
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é considerada um problema de
saúde pública e apresenta relação com a diminuição da qualidade de vida de
importante parcela da população e elevado custo para o sistema de saúde. No
Brasil, a prevalência da hipertensão arterial é aproximadamente entre 10% a 20%,
dentre os quais se destacam os idosos com 65% dos casos confirmados, 7% de
crianças e adolescentes. Registra-se que em torno de 16 a 50% dos hipertensos,
que iniciam o tratamento, desistem da medicação anti-hipertensiva no primeiro ano
(OLIVEIRA et al., 2013).
Segundo pesquisas do Ministério de Saúde e dados da Sociedade Brasileira
de Cardiologia, a hipertensão arterial no Brasil, atinge 32,5% (36 milhões) de
indivíduos adultos, porcentagem que vem aumentando nas diversas faixas etárias
com predominância entre os idosos (60%), contribuindo direta ou indiretamente para
50% das mortes por Doença Cardiovascular (DCV), sendo que em 2013 dos
1.138.670 óbitos, 339.672 (29,8%) foram decorrentes de DCV. Suas complicações
cardiovasculares e renais, juntamente com Diabetes Mellitus, têm impactado
significativamente a produtividade do trabalho e na renda familiar (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016).
Tornou-se uma problemática para a saúde pública mundial, devido sua alta
incidência e associação com as doenças cardiovasculares. Os fatores de risco
associados são obesidade, sedentarismo, tabagismo e dislipidemia (V DIRETRIZ
BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL, 2006).
1.1 Contexto geral da Comunidade Morada do Sol
Morada do sol é uma comunidade que se localiza a 5 km da periferia do
município de Paragominas, limítrofe com Barrio Promissão 3 e 4, criada pelo
programa minha casa, minha vida, fruto da parceria dos poderes municipal e federal
no ano de 2010. Tem ao redor cerca de 6. 357 habitantes aproximadamente.
A comunidade é muito grande e extensa, não tem uma área rural, tem uma
escola pública de ensino fundamental no território, além de várias lojas que facilitam
a obtenção de diferentes produtos de necessidade da população, várias igrejas onde
2
fazem as obras sociais, há algumas ruas com mal estado de conservação, sem
asfalto e a população distante, a estrutura das casas em geral são boas, só algumas
escassas com condições precárias tanto na estrutura como na disposição de
resíduos líquidos e sólidos, na maioria das casas o destino do lixo é coletado.
Há abastecimento de água e destino de fezes e urina pela rede pública, o
consumo de água no domicílio na sua maioria é clorada, embora outras casas
consomem água filtrada e fervida, não tem a presença de muitos animais na rua e
tem bom saneamento ambiental, a população tem uma escolaridade que oscila entre
baixa a média, assim como em relação a economia comporta-se de igual forma, os
trabalhadores dependem do salário mínimo para cobrir suas necessidades básicas.
1.2 Contexto da Estratégia de Saúde da Família: Morada do Sol
A Unidade de Saúde Morada do Sol foi criada no ano de 2011. Possui uma
população cadastrada de 4.357 pessoas e está constituída por 06 micro áreas, que
são: Helena Cortinho, Flamboyant, Alto do Lago, Morada Verde, Morada dos Ventos
e Morada do Sol. Há 05 áreas descobertas, ainda não cadastradas.
É constituída de: 02 enfermeiras, onde funcionam duas estratégias de saúde
da família, (Morada do Sol e Flamboyant), 01 odontólogo, 02 médicos, 02 auxiliares
administrativos (recepção e farmácia), 01 auxiliar de serviços gerais, 01 auxiliar de
dentista, 01 segurança patrimonial, 05 técnicos de enfermagem e 17 Agentes
Comunitários de Saúde (ACS).
Os agendamentos são feitos na recepção pelos ACS, realizados a cada 15
dias, a visita domiciliar acontece na companhia dos ACS, responsáveis pelo
paciente, há atendimento de urgência (pacientes com febre, vômito e diarreia).
Exemplo, o médico deve em um trabalho conjunto com o enfermeiro, realizar e fazer
parte das atividades de educação permanente dos membros da equipe e participar
do gerenciamento dos insumos, também é responsável por cobrir toda a população
cadastrada.
Ao técnico e auxiliar de enfermagem cabe, sob a supervisão do enfermeiro,
realizar procedimentos regulamentados no exercício de sua profissão na unidade de
saúde, o cirurgião-dentista é o profissional de saúde capacitado na área de
odontologia, devendo desenvolver com os demais membros da equipe atividades
3
referentes à saúde bucal, integrando ações de saúde de forma multidisciplinar, o
Auxiliar em Saúde Bucal (ASB) realiza procedimentos regulamentados no exercício
de sua profissão, como limpeza, assepsia, desinfecção e esterilização do
instrumental, dos equipamentos odontológicos e do ambiente de trabalho.
A Unidade de Saúde fica muito pequena porque há 2 estratégias de saúde
em um mesmo espaço e ainda não tem espaço suficiente para médicos e
enfermeiras, só 2 consultórios um para um médico e enfermeira.
As atividades com agendamentos fluem de forma organizada e sem
intercorrências, conseguindo atender todos os programas do ministério da saúde, as
enfermeiras da unidade estão sempre à disposição em orientar sobre todos os
programas e seu funcionamento, se manifesta de uma forma que todos escutamos
os critérios dos demais, independentemente da hierarquia de cada profissional.
É realizada reunião semanal ou quinquenal para fazer um bom
agendamento de consultas e visitas domiciliares, dando prioridade aos programas
mais relevantes e a população mais necessitada, todos tem uma participação única
e integral.
O quadro 1 mostra a distribuição da população na Estratégia de Saúde da
Família Morada do Sol por faixa etária no município de Paragominas.
Quadro 1 - Distribuição da população na Estratégia de Saúde da Família Morada do Sol, município de Paragominas, estado do Pará, por faixa etária.
Faixa etária Masculino Feminino Total
0-1 ano 4 5 9
1-4 anos 71 53 124
5-14 anos 243 273 516
15-19 anos 208 162 370
20-29 anos 259 287 546
30-39 anos 270 297 567
40-49 anos 326 345 671
50-59 anos 319 320 639
60-69 anos 247 290 537
70-79 anos 123 143 266
80 anos e mais 42 70 112
Total 2112 2245 4357 Fonte: Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica Municipal 2018, elaborado pela autora.
4
2 JUSTIFICATIVA
No Brasil, a Hipertensão Arterial e a Diabetes Mellitus são responsáveis pela
primeira causa de mortalidade e de hospitalizações, de amputações de membros
inferiores e representa ainda 62,1% dos diagnósticos primários em pacientes com
insuficiência renal crônica submetidos à diálise. A carga econômica dessas doenças
produz elevados custos para os sistemas de saúde e da previdência social devido à
mortalidade e invalidez precoces, e, sobretudo para a sociedade, famílias e as
pessoas portadoras. A doença cardiovascular representa hoje no Brasil a maior
causa de morte. A HAS é uma condição clínica multifatorial, frequentemente
associada a alterações de órgãos alvo e, por conseguinte, há aumento do risco de
eventos cardiovasculares (PICCINI et al., 2012; BARBOSA et al., 2007).
Essa multiplicidade de consequências coloca a HAS na origem das doenças
cardiovasculares e, portanto, caracteriza-se como uma das causas de maior redução
da qualidade e expectativa de vida dos indivíduos. No Brasil, as doenças
cardiovasculares são responsáveis por 33% dos óbitos com causas conhecidas,
afeta mais de 30 milhões de brasileiros, destes, 36% de homens adultos e 30% das
mulheres, sendo o mais importante para o desenvolvimento de fator de risco de
doença cardiovascular, incluindo AVC e infarto do miocárdio, representando as duas
principais causas de morte no país (FERREIRA et al., 2009).
Devido à elevada incidência de hipertensos na região estudada, ao elevado
número de complicações que aparecem como consequência da mesma, e ao
elevado nível de desconhecimento sobre a doença, assim como complicações e
fatores de risco relacionados, por isso este projeto foi desenvolvido devido seu
impacto social para garantir uma vida de qualidade para as pessoas que a padecem.
Desenvolvendo uma estratégia de intervenção educativa e terapêutica,
pode-se alcançar a prevenção e o controle da hipertensão arterial na população da
Comunidade de Morada do Sol, no município Paragominas, no estado do Pará.
A HAS é uma patologia de alta prevalência em todo mundo e no Brasil,
conceituada por valores elevados e sempre mantidos de pressão arterial. É um dos
principais fatores de risco para outras doenças, como as cardiovasculares, sendo,
portanto, de grande importância para a saúde pública (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CARDIOLOGIA, 2010).
5
Recentemente, tem sido encontrada prevalência de 30% de HAS no Brasil,
considerada em elevação. Geralmente, os fatores de risco diretamente relacionados
à HAS incluem idade, gênero e etnia, excesso de peso e obesidade, ingestão de
álcool e sal, sedentarismo, fatores socioeconômicos e genéticos (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).
A mortalidade por doença cardiovascular aumenta progressivamente com a
elevação da PA, a partir de 115/75 mmHg de forma linear, contínua e independente.
Em 2001, cerca de 7,6 milhões de mortes no mundo foram atribuídas à elevação da
PA, 54% por AVE e 47% por doença isquêmica do coração sendo a maioria em
países de baixo e médio desenvolvimento econômico e mais da metade em
indivíduos entre 45 e 69 anos. No Brasil, as DCV têm sido a principal causa de
morte. Em 2007 ocorreram 308.466 óbitos por doenças do aparelho circulatório.
Entre 1990 e 2006, observou-se uma tendência lenta e constante de redução das
taxas de mortalidade cardiovascular (AVILA et al., 2010).
Justifica-se, portanto a realização deste trabalho, porque se faz urgente para
os profissionais de saúde da família, que lidam diretamente com esta clientela,
compreender melhor os riscos que estes estão correndo, no intuito de realizar um
trabalho mais efetivo de esclarecimento, promoção e prevenção. Além disso, trata-
se de uma forma de colocar em prática um modelo de saúde direcionado aos
objetivos da ESF, um trabalho multi e Interprofissional, centrado na família, nas
comunidades e no usuário, em detrimento do procedimento.
6
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral
Apresentar um projeto de intervenção a fim de diminuir o índice de Hipertensão
Arterial da Comunidade Morada do Sol na Estratégia de Saúde da Família Morada
do Sol, no município de Paragominas, no estado do Pará.
3.2 Objetivos Específicos
- Identificar os fatores de risco que provocam o aumento da pressão arterial
sistêmica na população;
- Aprimorar o nível de conhecimento da população sobre os fatores de risco que
contribuem para o aumento dos índices de hipertensão arterial sistêmica e suas
complicações.
7
4 METODOLOGIA
Para elaboração da proposta do plano de ação e o acompanhamento nas
ações de saúde para a diminuição da HAS na ESF Morada do Sol, município de
Paragominas, no estado do Pará, serão executadas três etapas: diagnóstico
situacional, revisão de literatura e elaboração do plano de intervenção.
Primeiramente, foi executado o diagnóstico situacional, com a colaboração da
equipe de saúde da ESF.
Para a segunda etapa optou-se por uma revisão integrativa que
proporcionará um melhor embasamento para a proposta de intervenção. A revisão
integrativa constitui em seleção e análise de publicações na interpretação crítica
pessoal do autor, sendo um trabalho apropriado para descrever o desenvolvimento
de um determinado tema, sob o ponto de vista contextual ou teórico (ROTHER,
2007).
Também está indicada para a proposição de projetos de intervenção,
baseado em revisão bibliográfica, sem produção de dados primários, o que libera da
submissão a comitês de ética de pesquisa e estabelece relação direta com
processos de trabalho do autor e sua equipe (CORRÊA; VASCONCELOS; SOUZA,
2013).
Serão avaliadas as publicações dos últimos 12 anos, em português, obtidas
através da busca no portal da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), na base de dados
do Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde
(LILACS), na Biblioteca Virtual Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e na
Biblioteca Virtual da Plataforma do Programa AGORA do Núcleo de Educação em
Saúde Coletiva (NESCON). Como descritores foram utilizados Estratégia Saúde da
Família, Hipertensão e Fatores de Risco.
Com a aplicação da metodologia do Planejamento Estratégico em Saúde foi
conformada uma Proposta de Intervenção (CAMPOS; FARIA; SANTOS, 2010). É
muito importante para o êxito de uma intervenção ter segurança da capacitação da
equipe executora, assim como a seleção do grupo que vai participar da mesma
(assessoramento dos facilitadores, disponibilidade e reordenamento dos recursos
básicos da estratégia de intervenção).
8
Realizou-se uma intervenção educativa na ESF Morada do Sol para
aumentar o conhecimento dos pacientes com hipertensão arterial. O universo foi
composto por 624 pacientes diagnosticados com hipertensão arterial e a amostra
esteve composta por 145 pacientes que se encaixaram aos critérios de inclusão.
Aplicamos uma pesquisa para identificar suas necessidades de aprendizagem sobre
a doença. Depois de receber um programa educacional, os pacientes responderam
a uma segunda pesquisa para confirmar a eficácia da atividade educacional, depois
da pesquisa inicial avaliamos o nível de conhecimento.
ETAPAS
1 - Processo de Avaliação Inicial de conhecimento dos pacientes alvos.
2 - Processo de Intervenção Educativa propriamente com aulas educativas sobre o
tema.
3 - Avaliação Final de conhecimentos adquiridos pelos pacientes.
Inicialmente foi necessária a identificação da população com hipertensão
arterial e hábitos alimentares inadequados, presente entre os pacientes cadastrados
como hipertensos na unidade, para, assim, direcionar as ações preventivas.
Os critérios de inclusão
1. Idade superior a 25 anos e menor que 55 anos.
2. Estivesse consciente e cooperativa para atender a coleta de dados em estudo.
3. Oferecer o consentimento informado para participar da pesquisa
Os critérios de exclusão
- Não cumprir alguns dos critérios de inclusão, independentemente das razões.
9
5 REVISÃO DE LITERATURA
5.1 Hipertensão Arterial Sistêmica
A HAS é um grave problema de saúde pública, sendo considerada um dos
principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares e é responsável por
altas taxas de morbidade. O seu controle depende de medidas farmacológicas e não
farmacológicas. As medidas não farmacológicas são indicadas indiscriminadamente
aos hipertensos. Entre essas medidas estão a redução do consumo de álcool, o
controle da obesidade, a dieta equilibrada, a prática regular de atividade física e a
cessação do tabaco. A adesão a esses hábitos de vida favorece a redução dos
níveis pressóricos e contribui para a prevenção de complicações (OLIVEIRA et al.,
2013).
Por ser uma doença assintomática e idiopática, pode haver uma demora no
seu diagnóstico o que pode levar o indivíduo a não aderir de modo contínuo ao
tratamento da HAS (BRASIL, 2006). A avaliação dos níveis tensionais deve ser uma
prática obrigatória e rotineira no atendimento do usuário na atenção primária à
saúde. O profissional de saúde deve estar devidamente treinado e capacitado para
identificar por meio da história de vida do indivíduo e dos seus níveis pressóricos a
possibilidade de este tornar-se um hipertenso (SILVA; COLOSIMO; PIERIN, 2010).
Segundo o Ministério da Saúde a “Hipertensão Arterial é definida como
pressão sistólica maior ou igual a 140 mmHg e uma pressão diastólica maior ou
igual a 90 mmHg em indivíduos que não estão fazendo o uso de medicação anti-
hipertensiva” (BRASIL, 2006, p.05).
5.2 Classificação e Etiologia da Hipertensão
A hipertensão arterial pode ser classificada segundo sua causa de base
(primária ou secundária) e de acordo com os níveis tensionais. A hipertensão
primária ou essencial representa aproximadamente 95% dos casos de hipertensão e
se caracteriza por não possuir etiologia definida, mesmo quando exaustivamente
investigada, possuindo importante componente genético e ambiental. Já a
hipertensão arterial secundária, que corresponde a cerca de 5% dos indivíduos
10
hipertensos, apresenta etiologia definida e possibilidade de cura com tratamento da
doença primária (CORRÊA et al., 2006).
A HAS é uma condição clínica causada por diversos fatores e caracterizada
por níveis elevados e sustentados de Pressão Arterial ─ PA (≥140x 90mmHg)
mantendo alta prevalência e baixas taxas de controle, associando-se, comumente,
às alterações funcionais e/ou estruturais do coração, encéfalo, rins e vasos
sanguíneos. É considerada um dos principais fatores de risco modificáveis e um dos
mais importantes problemas de saúde pública (BRANDÃO et al., 2010).
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2010), a prevalência
da HAS no Brasil, varia entre 22% e 44% para adultos (32% em média), chegando a
mais de 50% para indivíduos com 60 a 69 anos e 75% em indivíduos com mais de
70 anos.
O quadro 2 representa a classificação da pressão arterial de acordo com a
Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Quadro 2 - Classificação da Pressão Arterial Sistólica e Diastólica em indivíduos maiores de 18 anos.
Classificação Pressão sistólica (mmHg) Pressão diastólica (mmHg)
Ótima <120 <80
Normal <130 <85
Limítrofe 130-139 85-89
Estágio 1 140-159 90-99
Estágio 2 160-179 100-109
Estágio 3 ≥180 ≥110
Hipertensão sistólica isolada
≥140 <90
Fonte: Sociedade Brasileira de Hipertensão (2010).
É a chamada hipertensão arterial secundária, por ser mais complexa com
relação ao seu diagnóstico deve ser encaminhada para um profissional especialista.
Dentre as etiologias, podem-se enumerar as seguintes principais causas para a HAS
secundária: doença parenquimatosa renal, insuficiência renal crônica, doenças
endócrinas, insuficiência da aorta, hipertensão gestacional, causas neurológicas,
stress agudo, abuso do uso de álcool, nicotina, drogas imunossupressoras,
sedentarismo e obesidade (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).
11
Existe uma relação direta e linear da PA com a idade, sendo a prevalência
de HAS superior a 60% acima de 65 anos (CESARINO et al., 2008).
A prevalência mundial entre homens e mulheres é equivalente, embora seja
mais elevada nos homens de até 50 anos, invertendo-se a partir da quinta década. E
com relação à cor, a HAS é duas vezes mais prevalente em indivíduos negros. A
grande maioria dos casos de hipertensão que não apresentam uma causa que
possa ser facilmente identificada é conhecida como hipertensão primária ou
essencial que corresponde a 95% dos casos (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIA, 2010).
5.3 Fatores de Risco para a Hipertensão Arterial
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2010), encontram-se entre
os fatores de risco:
Idade: Existe relação direta e linear da PA com a idade. A prevalência de HAS é
superior a 60% para as pessoas com idade superior a 65 anos (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).
Gênero e Etnia: A prevalência global de HAS entre homens e mulheres é
semelhante, embora seja mais elevada nos homens até os 50 anos, invertendo-se a
partir dessa idade. A HAS é duas vezes mais prevalente em indivíduos de cor negra.
Considerando a abordagem simultânea de gênero e cor, relata-se predomínio de
mulheres negras com HAS de até 130% em relação às brancas (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).
Excesso de peso e obesidade: O indicador Índice de Massa Corporal (IMC),
calculado pela fórmula peso em kg/m2 (por exemplo, 72 kg/1,702 = 24,91), é um
bom verificador da situação de peso. Estima-se que 20% a 30% da prevalência da
hipertensão pode ser pela presença de sobrepeso (IMC= 25 a 30) ou excesso de
peso (IMC acima de 30). A meta é alcançar um índice de massa corporal (IMC), para
adultos, inferior a 25 kg/ m2 e circunferência da cintura inferior a 102 cm para
homens e 88 cm para mulheres, embora a diminuição de 5% a 10% do peso
corporal inicial já seja capaz de produzir redução da pressão arterial.
12
Independentemente do valor do IMC, o excesso de gordura abdominal está
frequentemente associado com resistência à insulina e elevação da pressão arterial.
A redução da ingestão calórica e a perda de peso leva à diminuição da pressão
arterial, pela queda insulinêmica, redução da sensibilidade ao sódio e diminuição da
atividade do sistema nervoso autônomo simpático. Todos os hipertensos com
excesso de peso devem ser incluídos em programas de redução de peso (BRASIL,
2006).
Na vida adulta, mesmo entre indivíduos fisicamente ativos, incremento de
2,4 kg/m2 no índice de massa corporal (IMC) acarreta maior risco de desenvolver
hipertensão. A obesidade central também se associa com PA (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).
Ingestão de sal: No Brasil a população apresenta um padrão alimentar rico em sal,
açúcar e gorduras. Ingestão excessiva de sódio tem sido correlacionada com
elevação da PA, bem como, em populações com dieta pobre em sal, como os índios
brasileiros ianomâmi, não foram encontrados casos de HAS. O efeito hipotensor da
restrição de sódio tem sido demonstrado (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIA, 2010).
Ingestão de álcool: A ingestão de álcool por períodos prolongados de tempo pode
aumentar a PA e a mortalidade cardiovascular. No Brasil, o consumo excessivo de
etanol se associa com a ocorrência de HAS de forma independente das
características demográficas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).
Sedentarismo: Atividade física reduz a incidência de HAS, bem como a mortalidade
e o risco de DCV, mesmo em indivíduos pré-hipertensos (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CARDIOLOGIA, 2010).
Fatores socioeconômicos: A influência do nível socioeconômico e a menor
escolaridade têm sido relatadas na ocorrência da HAS, embora essa condição seja
complexa e difícil de ser estabelecida (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIA, 2010).
13
Genética: A contribuição de fatores genéticos para a gênese da HAS está bem
estabelecida na população. Entretanto, até o momento, não se podem determinar
variantes genéticas, utilizáveis para predizer o risco individual de se desenvolver
HAS (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).
Outros fatores de risco cardiovascular:
Em famílias com estilo de vida pouco saudável, os fatores de risco
cardiovascular frequentemente se apresentam de forma agregada, bem como
contribuem a predisposição genética e os fatores ambientais (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).
As mudanças no estilo de vida são recomendadas na prevenção primária da
HAS. Hábitos de vida saudáveis devem ser adotados desde a infância e a
adolescência, respeitando-se as características regionais, culturais, sociais e
econômicas dos indivíduos. As principais recomendações que afetam o estilo de
vida das pessoas, de ordem não medicamentosas para prevenção primária da HAS
são a alimentação saudável, o consumo controlado de sódio e álcool, a ingestão de
potássio, o combate ao sedentarismo e ao tabagismo (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CARDIOLOGIA, 2010).
A implementação de medidas de prevenção para o controle da HAS
representa um desafio para os profissionais da saúde; a prevenção primaria e a
detecção precoce são as formas mais efetivas de evitar doenças (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).
5.4 Formas de prevenção e controle da HAS
José Gomes Temporão, o secretário de atenção à saúde em 2006 lançou a
primeira iniciativa brasileira de ação estruturada de base populacional de larga
escala visando à prevenção primária e secundária das DCV e renal crônica com o
alvo de reduzir as DCV no Brasil e as atribuições deveriam incluir medidas como a
disseminação de informação para a sensibilização da população quanto à adoção de
uma vida de hábitos salutares, e ações políticas que direcionados ao antitabagismo,
nutrição adequada e promoção de saúde com ênfase em educação escolar focando
a prevenção (BRASIL, 2006).
14
A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) sugere nas suas diretrizes para
HAS que as estratégias para implementação das medidas preventivas como
adotando modelo multidimensional e multiprofissional incorporando níveis de ação
que integrem recursos de sociedades científicas, universidades, do setor público,
privado e do terceiro setor. Englobando a redução de fatores de riscos usando a
vigilância epidemiológica, a promoção de saúde em níveis educacionais, de trabalho
e lazer, comunitário, etc. Educando por ‘todas as formas de mídia’. Garantindo o
acesso, redes e equipamentos de saúde com qualidade e eficiência, estimulando
desenvolvimento e implantação de programas promovendo hábitos alimentares
saudáveis, atividade física, também reduzindo o conteúdo de sódio e gorduras
saturadas em alimentos industrializados (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIA, 2011).
Para o setor de saúde, objetivando o enfoque no cuidado contínuo e
promoção de hábitos saudáveis, o acesso facilitado, o encorajamento do diálogo
entre profissionais, usuários, familiares e gestores, promover interface entre setores
educacionais (formar parcerias para avaliação e pesquisa) e de esportes,
estimulando colaboração treinar, capacitar, apoiar e desenvolver profissionais
planejando implementação de programas e aplicar medidas preventivas visando
atendimento mais integral da comunidade na adoção de um estilo de vida ativo
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2011).
15
6 PLANO DE INTERVENÇÃO
6.1 Identificação dos problemas
A seleção do problema é o primeiro passo que tem como objetivo mostrar
aos participantes o resultado da Estimativa Rápida Participativa, apresentando aos
moradores os problemas relacionados às condições e aos recursos fundamentais à
saúde levantados pelos Agentes Comunitários de Saúde e eleger juntamente com
os participantes, os problemas que eles percebiam como mais prevalentes na área
de abrangência.
Para elencar os problemas, foi utilizada a técnica de O brainstorming (em
português "tempestade cerebral") ou tempestade de ideias, mais que uma técnica de
dinâmica de grupo, é uma atividade desenvolvida para explorar a potencialidade
criativa de um indivíduo ou de um grupo - criatividade em equipe - colocando-a a
serviço dos objetivos pré-determinados.
A técnica propõe que o grupo se reúna e utilize a diversidade de
pensamentos e experiências para gerar soluções inovadoras, sugerindo qualquer
pensamento ou ideia que vier a mente a respeito do tema tratado. Com isso, espera-
se reunir o maior número possível de ideias, visões, propostas e possibilidades que
levem a um denominador comum e eficaz para solucionar problemas e entraves que
impedem um projeto de seguir adiante.
Os problemas já mencionados são:
- Alto índice de doenças crônicas não transmissíveis como Hipertensão Arterial e
Diabetes Mellitus;
- Aumento do consumo de drogas em população jovem, o mesmo que a violência.
- Aumento da gravidez na adolescência;
- A unidade de saúde fica muito pequena porque nela há 2 estratégias de saúde e
ainda não tem espaço suficiente para médicos e enfermeiras, só 2 consultórios um
para um médico e enfermeira;
- Temos muitas dificuldades com respeito a quantidade de consultórios que só há 2
um para enfermeira e outro para o médico, outro local é compartilhado com o local
16
de realização de exame preventivo e consulta do médico, então a outra enfermeira,
fica no curativo;
- Dificuldades na organização dos prontuários, que as vezes não se procura o
mesmo devido o paciente ter tido uma mudança e não ter informado ou a mudança
foi de comunidade e não trouxe nenhum dado;
- Há muito agendamento para demanda espontânea, as vezes o paciente se agenda
até duas vezes no mês sem prioridade alguma. Esquecendo a atenção programada
e dizer condição crônica.
- Presença de poluição sonora do ar em toda extensão da área de abrangência
(Quadro 3).
Quadro 3 – Classificação de prioridade para os problemas identificados no diagnóstico da comunidade adscrita à equipe de Saúde Morada do Sol, Estratégia de Saúde da Família Morada do Sol, município de Paragominas, estado do Pará.
Problemas
Importância
Urgência
Capacidade de enfrentamento
Seleção/ Priorização
Alta prevalência de Hipertensão Arterial.
Alta 7 Parcial 1
Alta prevalência de Diabetes Mellitus.
Alta 5 Parcial 2
Aumento do consumo de drogas em população jovem, o mesmo que a violência.
Alta 5 Parcial 2
Aumento da gravidez na adolescência.
Alta 5 Parcial 2
Alto índice de alcoolismo.
Alta 4 Parcial 3
Alto índice de parasitoses.
Alta 5 Fora 5
Alto índice de agendamento por demanda espontânea, devido a população não está toda cadastrada.
Alta 5 Fora 5
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Presença de poluição sonora em toda extensão da área de abrangência.
Alta 4 Fora 6
Fonte: Elaborado pela autora.
6.2 Descrição do problema
Nosso problema de saúde predominante é a hipertensão arterial crônica,
como causa mais frequente de atendimento em nossa ESF, tem um total de 624
pacientes com hipertensão para 18,6% da população adulta. Existem problemas
como os baixos recursos socioeconômicos, baixo nível cultural, elevado número de
famílias disfuncionais por consumo de álcool, o desemprego, maus hábitos
higiênicos e alimentares que ajudam a alta incidência de mobilidade oculta de
hipertensão arterial. Além disso, nossa população adstrita tem dieta inadequada,
não pratica atividade física, dificultando assim o controle dos pacientes.
6.3 Seleção dos “nós críticos”
Os “nós críticos” considerados do problema priorizado pela equipe foram:
1. Hábitos de vida e estilo de vida inadequados.
2. Nível de informação.
3. Processo de trabalho da equipe de saúde.
4. Prevenção de complicações.
5. Adesão ao tratamento.
6.4 Desenho das operações
Foram elaborados quadros onde foram especificados: projeto, resultados
esperados, produtos esperados, recursos necessários, ações estratégicas, controle
dos recursos críticos, responsáveis pelo acompanhamento das operações, prazo,
processo de monitoramento e avaliação das operações. A seguir são apresentados
os quadros 4, 5, 6, 7, e 8 com as operações.
18
A identificação das causas de um problema é fundamental. Fazendo uma
avaliação detalhada, podemos identificar entre as várias causas, quais devem ser
atacadas para impactar o problema principal e assim realmente transformá-lo. Para
realizar essa análise utiliza-se o conceito de nó crítico (CAMPOS; FARIA; SANTOS,
2010).
Quadro 4 - Operações sobre o “nó crítico 1” “Hábitos de vida e estilo de vida inadequados”, na população sobre responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Morado do sol, município de Paragominas, estado do Pará.
Nó crítico 1 - Hábitos de vida e estilo de vida inadequados.
Operação - Modificar hábitos e estilo de vida dos usuários com HAS e população em geral.
Projeto - Mais saúde para modificar hábitos e estilo de vida.
Resultados esperados
- População mais informada sobre riscos cardiovasculares por HAS. Melhor compreensão dos usuários com HAS e ACS sobre a doença, fatores de risco, complicações e tratamento medicamentoso e não medicamentoso.
Produtos esperados
- Avaliação do nível de informação e conhecimento da população sobre HAS e tratamento nutricional. - Programas de educação permanente para os ACS e a comunidade. Maior número de familiares participando e acompanhando o tratamento de usuários com HAS.
Recursos necessários
Estrutural: Organizativa para caminhadas e exercícios. Cognitivo: Informações sobre o tema e divulgação. Financeiro: Necessidade de recursos audiovisuais e folhetos educativos. Político: Articulação intersetorial.
Recursos críticos Estrutural: Organizativa para caminhadas e exercícios. Cognitivo: Informações sobre o tema e divulgação. Financeiro: Necessidade de recursos audiovisuais e folhetos educativos. Político: Articulação intersetorial.
Controle dos recursos críticos
- Ator que controla: Profissionais de saúde da ESF, setor de comunicação social e Secretário de Saúde. - Motivação: Favorável.
Ações Estratégicas
- Reunião coma equipe de saúde.
Prazo - Junho 2018: 3 meses para o início das atividades e até 4 meses para o término.
Responsável (eis) pelo acompanhamento das ações
- Secretário de Saúde, Enfermeira, Técnica de enfermagem e ACS. - Equipe de saúde.
Processo de monitoramento e
- Palestras nos postos de saúde e micro áreas. - Palestras nas atividades de Hiperdia.
19
avaliação das ações
- Programar caminhadas.
Quadro 5 - Operações sobre o “nó crítico 2” “Nível de informação”, na população sobre responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Morado do sol, município de Paragominas, estado do Pará.
Nó crítico 2 - Nível de informação.
Operação - Aumentar o nível de informação da população sobre os riscos cardiovasculares por HAS. - Aumentar o nível de conhecimento dos ACS, dos usuários com HAS sobre a doença, enfatizando a educação nutricional.
Projeto - Saber mais, mais saúde.
Resultados esperados
- População mais informada sobre riscos cardiovasculares. - Melhor compreensão dos usuários com HAS, seus familiares e ACS sobre a doença, fatores de risco, complicações e tratamento. - Incluir o grupo familiar no contexto do tratamento e acompanhamento dos usuários hipertensos.
Produtos esperados
- Avaliação do nível de informação da população de risco. - Avaliação do nível de conhecimento sobre a HAS e o tratamento nutricional. - Programas de educação permanente para os ACS e a comunidade. - Maior número de familiares participando e acompanhando o tratamento de usuários com HAS.
Recursos necessários
Estrutural: Organização da agenda. Programar palestras, rodas de conversa e dinâmica de grupo para explicar o tema aos usuários com HAS e familiares. Ao término das atividades se esclarecerão dúvidas sobre os aspectos tratados e se recolheram sugestões e demandas trazidas pelos participantes para próximos encontros. Cognitivo: Conhecimento sobre estratégias de comunicação. Informações sobre o tema. Financeiro: Aquisição de materiais educativos e recursos audiovisuais. Político: Articulação intersetorial e mobilização social.
Recursos críticos Estrutural: Organizar agendas de médicos, enfermeiros e ACS. Cognitivo: Informações sobre o tema e divulgação. Financeiro: Necessidade de recursos audiovisuais e folhetos educativos. Político: Articulação intersetorial.
Controle dos recursos críticos
- Ator que controla: Secretaria de Educação e profissionais da ESF. - Motivação: Favorável.
20
Ações Estratégicas
- Apresentar projeto.
Prazo - Junho 2018: 3 meses para o início das atividades e até 4 meses para o término.
Responsável (eis) pelo acompanhamento das ações
- Secretaria de Saúde, Enfermeira, Médica, Técnica de enfermagem e ACS. - Equipe de saúde.
Processo de monitoramento e avaliação das ações
- Palestras a grupos de riscos no posto de saúde e atividades de Hiperdia. - Campanhas educativas sobre o tema. - Elevar o nível de informação da população sobre HAS.
Quadro 6 - Operações sobre o “nó crítico 3” “Processo de trabalho da equipe de saúde”, na população sobre responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Morado do sol, município de Paragominas, estado do Pará.
Nó crítico 3 - Processo de trabalho da equipe de saúde.
Operação - Aumentar o trabalho de prevenção e promoção dos pacientes com risco de HAS e com as doenças estabelecidas.
Projeto - Cuidas mais. - Linha de cuidado.
Resultados esperados
- Incorporar ao grupo de hipertensos os pacientes com risco de HAS. - Medir pressão de 100% dos pacientes com risco. - Aumentar o conhecimento sobre os riscos e as complicações de HAS.
Produtos esperados
- Garantir uma melhor identificação por ACS e equipe em geral dos pacientes com fatores de risco de HAS. - Visitar todos os pacientes com risco de HAS. - Aumentar as frequências das atividades com os grupos de HAS. - Elevar a preparação profissional da equipe.
Recursos necessários
Estrutural: Organizar agendas de ACS, médicos e enfermeiros. Cognitivo: Informações sobre o tema e divulgação. Financeiro: Necessidade de recursos audiovisuais e folhetos educativos. Político: Articulação intersetorial e mobilização social.
Recursos críticos Estrutural: Organizar agendas de ACS, médicos e enfermeiros. Cognitivo: Informações sobre o tema e divulgação. Financeiro: Necessidade de recursos audiovisuais e folhetos educativos. Político: Articulação intersetorial e mobilização social.
Controle dos recursos críticos
- Ator que controla: Secretário Municipal de Saúde. - Motivação: Favorável.
21
Ações Estratégicas
- Apresentar projeto.
Prazo - 3 meses para apresentar o projeto até 4 meses para o término.
Responsável (eis) pelo acompanhamento das ações
- Secretário de Saúde e Coordenador da ESF. - Médica Beatriz e equipe de saúde.
Processo de monitoramento e avaliação das ações
- Avaliação do nível de informação da população sobre risco cardiovascular. - Realização de avaliações técnicas por meio de aplicação de um questionário ao grupo e relatórios de presença dos usuários com HAS.
Quadro 7 - Operações sobre o “nó crítico 4” “Prevenção de complicações”, na população sobre responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Morado do sol, município de Paragominas, estado do Pará.
Nó crítico 4 - Prevenção de complicações.
Operação - Aumentar o nível de informação da população sobre os riscos cardiovasculares por HAS. Cuidar melhor e melhorar a estrutura do serviço para o atendimento dos portadores de risco cardiovascular aumentado por HAS. Modificar hábitos e estilo de vida.
Projeto - Saber mais, cuidar melhor e mais saúde.
Resultados esperados
- População mais informada sobre as causas dos riscos cardiovasculares. Garantia de medicamentos e exames previstos nos protocolos para 80% dos hipertensos. Diminuir 20% o de tabagistas e obesos.
Produtos esperados
- Avaliação do nível de informação da população de risco através de campanha educativa. - Capacitação de pessoal, contratação de compra de exames, consultas especializadas e medicamentos.
Recursos necessários
Estrutural: Organizar a agenda. Cognitivo: Conhecimento sobre estratégias de comunicação. Financeiro: Recursos necessários para o equipamento da rede e para custeio (medicamentos, exames e consultas especializadas) e para aquisição de recursos audiovisuais, folhetos educativos, entre outros. Político: Articulação intersetorial (parceria com o setor educação) e mobilização social.
Recursos críticos Estrutural: Organizar agendas de ACS, médicos e enfermeiros. Cognitivo: Informações sobre o tema e divulgação. Financeiro: Necessidade de recursos audiovisuais e folhetos educativos. Político: Articulação intersetorial com a Secretaria de
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Educação.
Controle dos recursos críticos
- Equipe de saúde. - Secretaria de Saúde. - Motivação: Favorável.
Ações Estratégicas
- Apresentar projeto.
Prazo -Junho 2018: 3 meses para o início das atividades. Até 4 meses para o término.
Responsável (eis) pelo acompanhamento das ações
- Secretário de Saúde e Coordenador da ESF. - Médica Beatriz e equipe de saúde.
Processo de monitoramento e avaliação das ações
- Avaliação do nível de informação da população sobre risco cardiovascular. - Equipamento da rede, contratação de compras de exames, consultas especializadas e medicamentos.
Quadro 8 - Operações sobre o “nó crítico 5” “Adesão ao tratamento”, na população sobre responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Morado do sol, município de Paragominas, estado do Pará.
Nó crítico 5 - Adesão ao tratamento.
Operação - Definir pela equipe de trabalho os universos de pessoas com risco cardiovascular por HAS. - Informar a equipe e população sobre o aumento da incidência de HAS.
Projeto - Saber mais.
Resultados esperados
- Maior informação e conhecimento dos pacientes hipertensos. - Incrementar o nível de conhecimento sobre HAS, importância de adesão ao tratamento e o risco cardiovascular. - Maior conhecimento dos pacientes hipertensos.
Produtos esperados
- Avaliação do nível de informação da população de risco cardiovascular. - Cadastrar todos os hipertensos. - Uma maior preparação da equipe de trabalho. - Reduzir em 50% os índices de complicações cardiovasculares por HAS.
Recursos necessários
Estrutural: Organização da agenda. Cognitivo: Conhecimento sobre estratégias de comunicação. Financeiro: Recursos necessários para o equipamento da rede e para custeio (medicamentos, exames e consultas especializadas) e para aquisição de recursos audiovisuais, folhetos educativos, entre outros. Político: Articulação intersetorial (parceria com o setor
23
educação) e mobilização social.
Recursos críticos Estrutural: Organização da agenda. Cognitivo: Conhecimento sobre estratégias de comunicação. Financeiro: Recursos necessários para o equipamento da rede e para custeio (medicamentos, exames e consultas especializadas) e para aquisição de recursos audiovisuais, folhetos educativos, entre outros. Político: Articulação intersetorial com a Secretaria de Educação, decisão de aumentar os recursos para estruturar o serviço.
Controle dos recursos críticos
- Equipe de saúde. - Secretaria de Saúde. - Motivação: Favorável.
Ações Estratégicas
- Apresentar projeto.
Prazo - Apresentar projeto em 3 à 4 meses.
Responsável (eis) pelo acompanhamento das ações
- Secretário de Saúde e Coordenador da ESF. - Médica Beatriz e equipe de saúde.
Processo de monitoramento e avaliação das ações
- Avaliação do nível de informação da população sobre risco cardiovascular.
7 IMPLEMENTAÇÃO, DESCRIÇÃO E AVALIAÇÃO DA INTERVENÇÃO
Para a realização deste projeto de intervenção participaram 145 pacientes
dos 624 portadores de HA. Inicialmente identificou-se o conhecimento sobre
hipertensão arterial e os fatores de risco associados que podiam ser mudados,
contando com a participação de toda a equipe de saúde, os organismos de apoio e a
comunidade, também recebemos o apoio da nutricionista e professor de educação
física que trabalha com este grupo da população.
Foram realizadas reuniões onde se falou de temas como estilo de vida,
alimentação saudável e adesão ao tratamento farmacológico. Além disso, se fizeram
palestras em salas de espera onde se expôs histórias de pacientes que
compensaram sua doença mudando seu estilo de vida. As atividades foram
dinâmicas e demonstrativas, expusemos exemplos e consequências de levar hábitos
dietéticos e costumes inadequados, exemplos de pacientes que têm sofrido
complicações da hipertensão arterial.
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Orientou-se sobre a importância da prevenção e promoção de práticas
alimentares saudáveis, aumentando assim o conhecimento de sua doença e seus
fatores de riscos. Com os intercâmbios nas reuniões detectamos a falta de
conhecimento dos pacientes sobre a doença e os fatores que são as principais
causas de complicações que afetam a qualidade de vida dos pacientes. Foram
realizados distribuição de panfletos informativos e pôster mostrando os fatores de
risco e como modificá-los.
O estudo foi dividido em três fases:
Fase 1
Diagnóstica: Foi feita uma lista com os nomes, sobrenomes e endereços de todos
os pacientes e durante uma visita domiciliar, foram explicadas as características do
estudo. Aos que aceitaram participar prévio consentimento informado (Anexo 1), foi
aplicado um questionário de avaliação de conhecimentos (Anexo 2) para definir o
nível de conhecimento que tenham os pacientes sobre a hipertensão, fatores de
risco e tratamento.
Fase 2
Intervenção Educativa: Para o processo de Intervenção Educativa, a amostra alvo
da intervenção foi de 145 pacientes, dividida em três grupos, sendo dois de 48 e um
de 49 pacientes os quais receberam as atividades educativas com os temas
escolhidos na unidade de saúde, dentre eles:
• Mitos e realidades sobre HAS;
• Fatores de risco da HAS;
• Medidas de autocontrole da HAS.
Com cada grupo foram feitas 5 sessões de trabalho
Sessão 1
Tópico: Apresentação.
- Apresentação do tema alvo das aulas educativas para os pacientes.
- Enquadramento teórico e metodológico da tarefa, criando um clima favorável para
a reflexão e avaliação.
25
- Identificação das expectativas dos membros do grupo com a atividade proposta.
- Explicação de algumas generalidades sobre a hipertensão.
Materiais: lápis, papelão e clipes.
Duração: 1:30 hs.
Sessão 2
Tópico: O que é Hipertensão Arterial? Mitos e realidades.
- Debate sobre generalidades das causas, complicações e consequências da
Hipertensão.
- Reflexão sobre mitos e realidades da HAS.
Materiais: Recursos audiovisuais.
Duração: 2 horas.
Sessão 3
Tópico: Fatores de risco da HAS.
- Reflexão sobre os diferentes fatores de risco segundo o resultado da avaliação
inicial.
- Debate sobre os fatores de risco modificáveis e não modificáveis.
- Promover e educar sobre estilos de vida saudáveis.
Materiais: lápis, folhas, giz e quadro negro.
Duração: 2 horas.
Sessão 4
Tópico: Medidas de autocontrole e cuidado dos pacientes hipertensos.
- Debate com o grupo de pacientes sobre o uso e abuso dos medicamentos e a
responsabilidade pessoal com o cumprimento do seu tratamento para HAS.
- Estimular a responsabilidade dos pacientes com a assistência às consultas,
realização de exames de controle, cumprimento das medidas de autocuidado etc.
- Orientação sobre as reações adversas mais comuns produto dos medicamentos.
- Promover um comportamento responsável.
Materiais: quadro negro, giz, lápis e folhas.
Duração: 2 horas.
26
Sessão 5 (Sessão de encerramento)
- Avaliação no grupo do cumprimento dos objetivos das sessões e projeto em geral.
- Realização do resumo do conteúdo abordado nas aulas sobre a hipertensão.
- Relembrar momentos significativos das sessões referentes às experiências
individuais.
- Identificar os membros do grupo com o conhecimento e as habilidades que podem
se tornar promotores de saúde.
Materiais: quadro negro, giz, folhas e lápis.
Duração: 2 horas.
Fase 3
Avaliação: Depois da intervenção foi novamente aplicado o questionário inicial,
desta vez não foram incluídos os dados gerais, para avaliar só o conhecimento
adquirido através da intervenção.
O nível de conhecimento foi avaliado pelo questionário. Os pacientes
deveriam marcar um X só na opção que consideraram correta em cada questão. Os
valores das questões foram avaliados pelo número de respostas certas. O resultado
da pesquisa foi avaliado da seguinte forma:
- Menor de 33% de respostas certas: avaliação é considerada ruim.
- Entre 33% e 66% de respostas certas: avaliação é considerada regular.
- Maior de 66% de respostas certas: avaliação é considerada boa.
Os dados foram tabulados em uma planilha no computador, onde foram
calculadas as porcentagens das diferentes variáveis e foram analisados
estatisticamente para análise e discussão dos resultados.
Avaliações indiretas obter-se-ão pela redução das complicações dos
pacientes, pela responsabilidade assumida pelos pacientes durante assistência a
consulta, cumprimento de tratamento e mudança do estilo de vida até mais
saudável. Isto não forma parte do presente projeto, só que serão úteis no futuro para
avaliar ao longo prazo os resultados da Intervenção Educativa.
O quadro 9 mostra a avaliação do conhecimento e cuidados em relação à
HAS antes da intervenção e posterior a intervenção.
27
Quadro 9 – Avaliação do conhecimento e cuidados em relação à Hipertensão Arterial Sistêmica antes da intervenção e posterior a intervenção.
Fonte: Elaborado pela autora.
De acordo com a Quadro 9, observou-se que a intervenção teve um
benefício para os pacientes avaliados, melhorou a compreensão de que a
hipertensão arterial é uma doença crônica e que deve ser acompanhada
periodicamente, compreensão de que o uso dos medicamentos deve ser
acompanhado de acordo com a mudança no estilo de vida, importância de seguir os
horários de tomada dos medicamentos, importância de manter o tratamento mesmo
na ausência de sintomas e durante a realização do controle de PA, modificação do
conhecimento de que nem sempre aparecerão sintomas como o descontrole da
pressão visto que a doença pode ser expressa de forma silenciosa.
Melhorou a compreensão de que os hábitos tóxicos ocasionam danos e
aumentam as complicações, assim como o conhecimento de plantas medicinais que
podem ser usadas alternativamente. Destaca-se que após a intervenção diminuíram
os pacientes que procuram a consulta com a doença descontrolada.
Peguntas Antes da Reposta
certa
Intervenção Reposta errada
Após a Reposta
certa
Intervenção Reposta errada
Pegunta 1
84,0% 16,0% 97,0% 3,0%
Pegunta 2
82,0% 18,0% 96,5% 3,5%
Pegunta 3
85,6% 14,0% 98,3% 1,7%
Pegunta 4
87,4% 12,6% 99,0% 1,0%
Pegunta 5
80,7% 19,3% 95,3% 4,7%
Pegunta 6
86,2% 13,8% 98,6% 1,4%
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8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Hipertensão Arterial Sistêmica tornou-se uma problemática para a saúde
pública mundial, devido sua alta incidência e associação com as DCV, independente
dos fatores de risco associados como obesidade, sedentarismo, tabagismo e
dislipidemia.
Sendo um dos principais problemas de saúde pública e, portanto, merece
uma consideração prioritária, por ser uma das principais razões pelas quais as
pessoas procuram consulta médica ou motiva internações. Com uma imagem de
tempestade quieta, a hipertensão avança no mundo e um número crescente de
pessoas que perdem qualidade de vida por essa síndrome que é considerada a
doença crônica mais comum em adultos.
O trabalho permitiu olhar a realidade da área de abrangência da ESF
Morada do sol com relação aos fatores de risco e as complicações da HAS,
constatasse que temos uma boa relação de pacientes hipertensos com
analfabetismo e que moram sozinhos, favorecendo assim ao não cumprimento do
tratamento. Além da maioria dos pacientes terem hábitos alimentares inadequados.
Foi possível perceber o despreparo da equipe em lidar com a questão e a
importância que existe de preparar aos profissionais que a compõem para dar apoio
necessário aos pacientes com esta doença. A estratégia de intervenção proposta é
fundamental na obtenção de uma melhor qualidade de vida da população da área de
abrangência. A implementação deste projeto melhorará adesão ao tratamento dos
pacientes com hipertensão arterial sistêmica, o controle da doença, diminuindo
assim aparição de complicações e mortalidade por causas relacionadas a ela.
A HAS tem grande incidência na área de abrangência da equipe, faz-se
necessário muito empenho da equipe da ESF para mobilizar a comunidade, dando
início a mudança de hábitos e estilo de vida. Para diminuir o índice de agravamento
da hipertensão e os riscos, é necessário levar conhecimento aos pacientes e suas
famílias é de suma importância a articulação de diferentes tipos de estratégias e de
diferentes setores sociais, governamentais e não governamentais para a
implementação das ações conjuntas.
Devemos realizar atividade física sistemática na população para melhoria da
saúde e qualidade de vida ao promover redução do risco cardiovascular, melhorar a
29
adoção de dieta saudável pela população como restrição de sal e consumo de
gorduras.
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APÊNDICE A – CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Consentimento informado
Eu__________________________________________________
Eu manifesto minha concordância com a presente investigação, depois de ter
entendido a explicação do médico sobre as especificidades do estudo a ser
realizado em hipertensão e a seguir as instruções e regularidades da investigação.
................................ ............................
Data Assinatura
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APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO
Pesquisa
Data:
Sexo: Grau de instrução:
Leia cada questão com cuidado antes de responder, você precisa ser o mais
honesto possível. Por favor, assinale o que você pensa ou sabe sobre hipertensão
em cada caso. Muito obrigado pela sua participação.
Pergunta 1 - Uma adequada nutrição é essencial na prevenção e controle da
hipertensão. Qual destas afirmações você acha que são corretas.
a) ____ comer gordura b) ____ não consumir gordura c) ____ comer frutas e
legumes d) ____ coma com muito sal e) ____ comer peixe
Pergunta 2 - A Medicina alternativa é um dos pilares para a manutenção do controle
da hipertensão. Identificar plantas medicinais que você acha que são usados para o
controle da hipertensão.
a) ____Alho b) ____Banana c)____Limão d)____Pepino e) ___Cabelo de milho
f) ___Maracujá
Pergunta 3 - Foram demostrados cientificamente os danos produzidos por hábitos
tóxicos e seu papel no aparecimento e complicações da hipertensão. Apontá-los.
a) ____álcool b) ____drogas c) ____uso de AAS d)____fumar e) ___tome bastante
líquido f) ____o consumo de café
Pergunta 4 - Pressão Arterial elevada pode causar vários sintomas. Identifique o que
você considera ser os sintomas produzidos pela HTA.
a) ___ tonturas b) ___ dor de cabeça c) ___ não dormir bem d) ___ zumbido de
ouvido e) ___ diarreia f) ____dor no peito g) ____visão turva h) ____sede
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Pergunta 5 - Indique os fatores de risco que você sabe que predispõem à
hipertensão
a) ___ Fazer exercícios físicos
b) ___ Estresse
c) ___Comer com bastante sal
d) ___A obesidade
e) ___ Consumir muitas frutas
f) ___ Não comer legumes
g) ___ Não fazer exercício físico
Pergunta 6 - É muito importante saber os medicamentos mais utilizados no
tratamento da hipertensão arterial, mesmo quando o aconselhamento médico é
individualizado com pacientes hipertensos. Dos seguintes medicamentos, quais você
considera para controlar a hipertensão.
a) ___ AAS b) ____Captopril c) ___ Anlodipino d) ___ Ibuprofeno e) ___
Hidroclorotiazida f) ___ Dipirona
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