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Projeto de Conclusão de Curso em Design, pela FAAC - UNESP, orientado pelo prof. Dr. Claudio Goya.
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índice
inspirações
inspirações pensamentos
água
água experiências
projeto
projeto tecnologia desenvolvimento
conclusão
agradecimentos
bibliografia
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1820
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222526
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inspirações Tudo começou quando resolvi assistir o filme “TRON, o Le-
gado” novamente. Já tinha simpatizado com a história na primeira vez
que assisti, mas algo me dizia para ver o filme mais uma vez.
Em uma das minhas inúmeras viagens para São Paulo, em
uma noite na qual não tinha compromissos, resolvi procurar por algum
filme na TV e, coincidentemente, estava começando “TRON”. Como
aquela voz interior ainda insistia em me dizer o que fazer, me animei e
me preparei, deitado na cama, para aquela viagem de luzes e música.
Por falar em música, algo que me deixava inquieto nesse filme
era a bela trilha sonora, feita pelos irmãos Daft Punk exclusivamente
para o filme. Além da música, alguns diálogos, que acontecem durante
o filme, foram me abrindo a cabeça e me fazendo entender o porquê
de eu estar assistindo tudo aquilo de novo, além de me fazer entender
porque eu me identificava tanto com aquela história!
Terminado o filme, percebi que dalí eu poderia tirar alguns ele-
mentos para um futuro projeto, quem sabe até para o TCC. Enfim, a
idéia ficou martelando na minha cabeça durante dias.
Foi em um fim de tarde, lendo o relatório do Herisson Redi,
um grande amigo que estudou comigo, juntei tudo e resolvi dar início
ao meu TCC.
Ainda me lembro de ter entrado em estado de euforia, no mo-
mento em que tudo se encaixou na minha cabeça! Resolvi ligar para o
Redi, para conversar sobre aquelas idéias todas, como sempre fazía-
mos quando companheiros de república.
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Contei para ele sobre os diálogos do filme, no qual a protago-
nista fazia citações à Julio Verne e falava sobre abnegação com o seu
Mestre. Contei também como tudo aquilo fazia sentido pra mim, lem-
brando sobre a criação da minha mãe, sempre ensinando a ajudar os
outros quando possível, sem esperar nada em troca. Lembrei também
do meu irmão, que sempre me ajudou a ser uma pessoa melhor com
os outros, por servir de exemplo.
Os diálogos no filme me fizeram lembrar também do meu pai,
com quem sempre conversei sobre tudo e sempre se mostrou aberto a
discutir sobre assuntos de diversas áreas.
Foi assim, ligando idéias, conversas e trechos do relatório dele,
com diálogos dos filmes e das minhas lembranças, que tive duas horas
da conversa super empolgada sobre esse projeto.
Levei a idéia ao meu orientador que, pela proximidade e ca-
rinho, não poderia ser outro além do Goya. Contei para ele sobre a
minha conversa com o Redi, além de explicar essa minha ligação com
o filme, sobre os momentos em que eu buscava ajudar os outros, em
contraposição aos momentos em que ficava sozinho.
Percebi nessa primeira conversa o quanto minha vida se ba-
seava no contraste! Foi dessa percepção que surgiram inspirações
como Caravaggio, em suas pinturas repletas de luzes e sombras, assim
como as animações de Norman Maclaren, sempre com elementos de
repetição. Tudo indicava que o projeto se encaminhava para uma ani-
mação, baseada em luz e sombra, música e contrastes. Por ser uma
animação, reforçava-se o conceito do passageiro, que mostrava como
esses momentos em que eu me sentia bem por ajudar os outros tam-
bém tinham certa duração e certa intensidade.
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O projeto estava encaminhado; pelo menos era o que acháva-
mos. Apesar da percepção de que o projeto estava tomando forma, e
se encaminhava para algo mais real, tanto eu quanto o Goya sentíamos
que aquilo não estava sendo tão verdadeiro. Decidi conversar com ele
novamente, para contar sobre o meu desânimo com o rumo que as
coisas tinham tomado.
Comecei a conversa explicando o porquê da minha infelici-
dade. Disse ao Goya sobre o direcionamento do projeto, que gostaria
de deixá-lo com mais ênfase na questão do ajudar, da benevolência,
ao invés de focar no contraste. Além disso, acabamos por concordar
que não poderia faltar o elemento água, já que ela era tão importante
para mim. Não era difícil lembrar dos momentos em que todos se es-
condiam da chuva, enquanto eu simplesmente ficava parado, olhando
para o céu, de braços abertos e sorrindo. Além disso, a água sem-
pre teve a capacidade de me relaxar em momentos tensos, quando eu
chorava tomando banho, para “lavar a alma”. Lembrando de tudo isso,
surgiu a idéia de fazer uma fonte interativa. O mais engraçado é que,
novamente, as coisas se encaixaram e nenhum dos dois soube explicar
como a ideia surgiu e nem porque chegamos ao assunto. O que sei é
que ambos ficamos mais empolgados com esse novo direcionamento,
além de concordarmos que agora sim, o projeto tinha muito mais de
mim, era autêntico.
Foi uma tarde muito nostálgica, onde relembrávamos momen-
tos felizes do Labsol (Laboratório de Design Solidário), projeto de ex-
tensão do qual fiz parte durante os dois primeiros anos de faculdade, e
conversamos sobre muitas coisas que aconteceram durante os meses
de faculdade. Daí surgiram novas referências, novamente com foco na
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água. Vimos projetos incríveis, como a fonte de Osaka, Japão, onde
uma cortina de água controlada forma desenhos incríveis, de forma que
o expectador se surpreende com a quantidade de formas que podem
ser feitas com tão pouco.
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Uma outra fonte forma caminhos dançantes, como se fossem
“minhocas” de água pulando de buracos no chão, formando um rítmo
quase que hipnotizador. Esta fonte fica localizada no aeroporto de De-
troit, deixando o local com um ar mais divertido e tornando a espera
pelo voo um pouco menos cansativa.
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Outro exemplo, mais lúdico, é a fonte no Centro Pompidou,
em Paris, aonde há a mistura de elementos coloridos e movimenta-
dos mecanicamente. Ainda assim, conversamos sobre a possibilidade
de fazer algo mais interativo, onde as pessoas de fato se molhassem,
como a Millenium Park Fountain, em Chicago, onde elas tomam banho
em uma cascata de água que cai de um bloco central com altura sufi-
ciente para ser comparada a uma cachoeira.
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pensamentos Neste momento, parei para refletir sobre o caminho que havia
percorrido. Foi um momento no qual percebi as mudanças de pen-
samento, além das psicológicas, causadas durante toda a minha jor-
nada na faculdade. Tudo começou a fazer mais sentido.
O processo de passagem pelo contraste, passando pela músi-
ca, pela repetição e terminando na água, me mostrou exatamente o
que eu vivi até então morando fora da minha cidade.
Percebi que, assim que me mudei para Bauru, tudo era muito
novo, foi um turbilhão de experiências, e com elas vieram o incômodo
do desconhecido. Fazendo analogia com o contraste, percebi que, no
começo, tudo era mais intenso, por ser novidade para mim. Nunca tive
que me virar sozinho, pagar contas, ser responsável de tal forma. Com
isso, obviamente tive momentos de muitas alegrias, muita despreocu-
pação, assim como tive momentos em que a coisa apertou e percebi
que estava me tornando um adulto.
Continuando com essa linha de raciocínio, a música e a
repetição entram aqui mostrando que as festas muitas vezes se tor-
naram ilhas de calmaria, num mundo no qual tinha que me tornar
mais responsável.Aqui passei a me entender melhor, a ver que apesar
das responsabilidades, não precisava me tornar uma pessoa depres-
siva, negativa.
Foi também, através da música, que uma pessoa incrível en-
trou na minha vida: a professora Solange Bigal, com quem comecei a
ter aulas no sexto período, na disciplina de Marketing. Sempre com um
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sorriso no rosto, ela nos passava boas energias, através de aulas des-
contraídas e cheias de amor.
Comecei a entender através de nomes citados em aula, como
Espinosa e Nietzsche, a importância de se afetar com o mundo de
forma positiva. Passei a entender melhor esses conceitos após assistir
uma palestra do Dr. André Martins, gravada na CPFL Cultural, onde ele
explica o afeto desta forma:
Partindo desse conceito, a Bigal nos mostrou dois tipos de
afeto: o compositivo, que aumenta a potência de um corpo; e o de-
compositivo, que diminui a potência de um corpo. Ela nos mostrou a
importância de buscar sempre afetos compositivos, evitando assim ex-
periências negativas, que não respeitem as individualidades e o espaço
de cada pessoa.
Graças a ela, passei a ter cada vez menos momentos nega-
tivos, pois comecei a prestar atenção no que me fazia mal, passando,
assim, a evitar ou mudar minha postura em relação àquilo. Passei tam-
bém a prestar mais atenção na natureza, nos animais, pois ambos es-
tavam presentes como exemplos nas aulas, de forma compositiva.
Certa aula, a Bigal passou uma frase do Espinosa, que fez
muito sentido para mim, que diz que para “ser feliz é fácil, basta afetar
e ser afetado por boas coisas”.
“Afeto vem do fato de afetar-se. Então, afeto é o que re-sulta da interação com o ambiente, das relações, da interação com o ambiente. Ou seja: o resultado, falando já dentro de Espinosa, do que nos marca. Nós interagimos com as pessoas, com as coisas e somos marcadas por elas. Afeto é o sentimento que resulta, não de-pois, mas concomitante, na mesma hora, um sentimento que acom-panha essas marcas, essa interação.”
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água A água forma os oceanos, rios e mares, além de fazer parte da
nossa composição celular. Através dela, nosso corpo mantém a tem-
peratura interna, no processo chamado de homeostase.
Esse elemento se mostra totalmente adaptável, quando ob-
servamos sua capacidade de transformação física, conseguindo alterar
entre três estados da matéria: sólido, líquido e gasoso. Além disso,
vemos em cada um desses estados particularidades, apesar de nunca
perder sua essência.
Na filosofia chinesa, o conceito de Yin e Yang são explicados
como princípios fundamentais, opostos entre sí, interagindo para que
o equilíbrio se mantenha. Esse conceito representa a idéia de que o
mundo é composto por esses dois elementos, formando essa união
contraditória, mas harmônica. A água é citada como Yin, como ele-
mento de natureza fria, que escorre. Além disso, os rins (yin e água) são
foco de atenção na medicina taoísta, juntamente com o coração (yang e
fogo), na busca pelo equilíbrio do corpo.
Na astrologia, o elemento água é movido pela paixão. Os
signos da água são tidos como pouco racionais, movidos pelos sen-
timentos, por entenderem o ser humano e suas relações. Acredita-se
também que as marés, influenciadas pela Lua, tem relação direta com
a gestação, com o movimento de líquidos e com a pressão interna do
corpo da gestante.
Presente também nas artes e na música, nomeia obras, ins-
pira artistas e cantores, é utilizada como material de trabalho, seja pura
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ou diluída, como é o caso da técnica da aquarela. Inspiroun também
grandes clássicos do cinema, como o filme “Singin’ in the Rain”, es-
trelado por Gene Kelly, no qual a sequência em que canta e dança na
chuva se tornou mundialmente conhecida.
A água encontra-se ligada a muitos aspectos da vida. Depen-
demos dela diariamente para sobreviver, sendo elemento fundamental
para nossa existência. Cientistas e astrofísicos a buscam no cosmo, pois
acreditam que assim como na Terra, exista a possibilidade, em con-
dições semelhantes à nossa, de vida em outros planetas. Sua própria
composição química é paradoxal. Hidrogênio e oxigênio, dois gases al-
tamente voláteis, reativos e combustíveis se combinam para formar um
dos elementos mais estáveis e inertes da natureza. Em resumo, a água
possui em sua origem a própria essência do Yin-Yiang, tornando natu-
ral que essa essência permeie nossa relação com ela e reflita o conceito
de afeição compositiva e decompositiva.
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experiêcias Talvez não seja tão incompreensível assim essa minha afini-
dade com a água. Temos essa ligação com ela até mesmo antes do
nosso nascimento e buscamos sempre esse retorno ao ventre, o que
nos proporciona uma lembrança, mesmo que inconsciente, de segu-
rança materna, de carinho. No meu caso, esse retorno é ainda mais
intenso, por ter tido a felicidade de ser gêmeo, de ter compartilhado
momentos de cumplicidade incríveis com o meu irmão.
Ainda me lembro de um trauma de infância, já superado há
tempos, onde fui atropelado em um toboágua e quase me afoguei.
Desde então tinha receio de entrar na piscina, demorei bem mais para
aprender a mergulhar do que meu irmão (ele e meu pai não desistiram
até que eu aprendesse!), mas com o tempo fui entendendo o quão posi-
tiva podia ser a minha relação com esse elemento incrível.
Aprendi a nadar, conhecí muitas praias (e a força que uma
onda tem!) e percebí que o que antes era motivo de preocupação, pas-
sou a fazer parte dos momentos felizes. Inconscientemente já estava
praticando o que muito tempo depois se tornou claro, me afetando de
maneira compositiva com a água.
Hoje, já consciente de tudo isso, admiro a chuva, me envolvo
com ela, me encanto com o orvalho e com o desenho que as gotas
fazem no vidro do carro, depois de uma tempestade.
Me tornei uma pessoa mais fluída, me adaptando as situações
e buscando ver o lado positivo em tudo, com uma vontade de ser água,
sentir o mundo como tal, me envolver com tudo e todos.
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projeto Depois de tantas reviravoltas, tantas conversas, acabei deci-
dindo com o Goya que queria fazer uma fonte interativa de água, onde
o uso de sensores de distância controlariam a potência dos jatos.
No início resolvi fazer contato com algumas empresas espe-
cializadas, na esperança de que alguma delas pudesse abraçar o meu
projeto e quem sabe ainda fazer uma parceria. Entretanto, nenhuma
das empresas que fiz contato me responderam demostrando interesse.
Foi quando decidi partir para pesquisa em lojas especializadas em bom-
bas hidráulicas e materiais para piscina.
Entrei em contato com o Michael, engenheiro eletricista e
companheiro de trabalho do meu padrasto, para esclarecer algumas
dúvidas sobre a parte elétrica do projeto. Devido a falta de interesse
das empresas, não sabia como iria controlar os jatos, nem que tipos de
sensores seriam viáveis para tal integração. De forma simples e rápida,
o Michael fez um diagrama que me explicava como eu poderia resolver
essa questão, fazendo com que essa integração desse certo. Segue
abaixo o diagrama:
Bomba de água
|
Inversor de Frequência
|
Controlador Lógico Programável (CLP)
|
Sensor de Distância
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Explicando o diagrama de forma resumida, o Michael me disse
que eu teria que procurar por um conversor de frequência, responsável
por mandar parte da voltagem total de trabalho (no caso, seria de 110V
ou 220V) para a bomba, controlando assim a potência de trabalho da
bomba e, consequentemente, dos jatos de água ligados à ela. O sensor
utilizado também deveria ser compatível com o conversor de frequên-
cia, ou então ligado à um dispositivo lógico programável, para que eu
pudesse atingir meu objetivo. Fui pesquisar o que eram inversores de
frequência e CLP´s (Controladores Lógicos Programáveis). Segundo
definição do sítio da Wikipédia, encontrei as seguintes respostas:
“Os conversores de frequência, também conhecidos como inversores de frequência, são dispositivos eletrônicos que conver-tem a tensão da rede alternada senoidal, em tensão contínua e fi-nalmente convertem esta última, em uma tensão de amplitude e frequência variáveis.”
“Um Controlador lógico programável ou Controlador pro-gramável, conhecido também por suas siglas CLP ou CP e pela sigla de expressão inglesa PLC (Programmable logic controller), é um computador especializado, baseado em um microprocessador que desempenha funções de controle através de softwares desen-volvidos pelo usuário (cada CLP tem seu próprio software)PB - con-trolePE de diversos tipos e níveis de complexidade. Geralmente as famílias de Controladores Lógicos Programáveis são definidas pela capacidade de processamento de um determinado numero de pon-tos de Entradas e/ou Saídas (E/S).”
Aproveitando que eu já estava em campo, pesquisando todas
essas tecnologias, fui ao centro da cidade para cotar preços de inver-
sores de frequência, CLP´s e sensores de distância. Em uma loja espe-
cializada no assunto, um dos funcionários me explicou o funcionamento
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dos inversores e CLP´s, além de me passar a média de preços desses
equipamentos. Refletindo sobre os valores passados, percebi que teria
que mudar o foco do meu projeto, passando assim para um modelo
em escala do meu produto final e utilizando alguma tecnologia mais em
conta. Era hora de conversar mais uma vez com o meu orientador.
Comecei explicando ao Goya o que o Michael me passou sobre
os inversores, CLP´s e sensores. Conversamos sobre os preços e sobre
a possibilidade de fazer um modelo em escala, utilizando uma bomba
de aquário ou algo do tipo. Entramos em acordo e ele me propôs que
procurasse uma tecnologia chamada Arduino, relembrando o Projeto
de Conclusão de Curso do Lucas Odahara, um ex companheiro de
república já formado. Meu orientador encerrou a conversa me deix-
ando com a missão de pesquisar essa tecnologia, além de começar os
esboços do modelo da fonte. Mas o que era esse tal de Arduino?
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tecnologia Pesquisei no sítio do fabricante, para entender melhor o que
era essa tecnologia. Pela definição, Arduino é uma plataforma de pro-
totipagem eletrônica, de hardware e software livres, para a criação
de objetos ou ambientes interativos. A inciativa dos italianos Massimo
Banzi e David Cuartielles permite o desenvolvimento de controle de sis-
temas interativos, de baixo custo e acessível a todos. Essa placa pode
enviar e receber informações de praticamente qualquer outro sistema
eletrônico. Uma característica importante é que todo material, incluindo
software, bibliotecas e hardware é open source, ou seja, pode ser re-
produzido e usado por todos sem a necessidade de pagamento de roy-
alties ou direitos autorais.
Segundo as especificações técnicas do fabricante, o Arduino
trabalha com alimentação de 5V, o que me traria problemas para ligá-lo
à bomba de água que encontrei, com tensão de trabalho de 12V. Con-
tinuei com as pesquisas, quando me deparei com algo que me animou
a continuar: Por se tratar de um hardware open source, descobri no
sítio da Brasil Robotics a existência de placas de “extensões”, chamadas
de Shields, desenvolvidas pelos próprios usuários, para desempenhar
funções específicas, ampliando as possibilidades de uso do Arduino.
Com uma dessas placas chamada “Motor Shield”, vi que era possível
fazer essa interface, uma vez que esse Shield, ligado a uma alimen-
tação externa, não traria problemas de sobrecarga para o Arduino e
permitiria tal integração. Além disso, encontrei um sensor de distância
compatível. Era hora de fazer algumas encomendas!
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desenvolvimento Definidos os componentes necessários para o modelo, fiz a
encomenda das peças pelo sítio da Brasil Robotics. Seguem as ima-
gens, retiradas do próprio site, de cada um dos componentes, assim
como a foto da bomba utilizada, adquirida pelo sítio do Mercado Livre:
Arduino UNO R3
Sensor de distância por sonar
Mini motor shield
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Bomba 12V
Nos dias seguintes, en-
quanto minha encomenda era
enviada, fui atrás de uma bibli-
oteca (conjunto de códigos pré
programados para realizar uma
função específica) que pudesse
facilitar a coleta de valores do
sensor, tornando assim a pro-
gramação mais fácil e rápida.
Neste mesmo período, estudei as sintaxes de programação do soft-
ware, para conseguir programá-lo do jeito que eu queria. No sítio do
fabricante (http://www.arduino.cc/) encontrei com facilidade as expli-
cações de cada uma das sintaxes, o que reduziu drásticamente meu
tempo de trabalho. Esperei pela chegada das peças, montando meu
circuito no mesmo dia em que foram entregues.
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Após alguns testes de programação, os resultados estavam
de acordo com o que eu buscava. Adicionei um cooler, após notar que
o shield esquentava bastante depois de ligado por algum tempo. Segue
abaixo o código, com explicações básicas do que cada linha de pro-
gramação faz:
//Inclui a biblioteca do sensor
#include “Ultrasonic.h”
//Pino 13 recebe o pulso do echo
#define echoPin 13
//Pino 12 envia o pulso para gerar o echo
#define trigPin 12
//iniciando a função e passando os pinos
Ultrasonic ultrasonic(12,13);
void setup()
{
// inicia a porta serial
Serial.begin(9600);
// define o pino 13 como entrada (recebe)
pinMode(echoPin, INPUT);
// define o pino 12 como saida (envia)
pinMode(trigPin, OUTPUT);
}
void loop()
{
//seta o pino 12 com um pulso baixo “LOW” ou desligado ou ainda 0
digitalWrite(trigPin, LOW);
// delay de 2 microssegundos
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delayMicroseconds(2);
//seta o pino 12 com pulso alto “HIGH” ou ligado ou ainda 1
digitalWrite(trigPin, HIGH);
//delay de 10 microssegundos
delayMicroseconds(10);
//seta o pino 12 com pulso baixo novamente
digitalWrite(trigPin, LOW);
// função Ranging, faz a conversão do tempo de
// resposta do echo em centimetros, e armazena
// na variavel distancia
int distancia = (ultrasonic.Ranging(CM));
// Função map converte o intervalo de distância
// em um intervalo de saída para o Shield
int convert = map(distancia, 0, 3585, 0, 255);
// Exibe na no Monitor Serial o valor já convertido
Serial.println(convert);
// Manda para o pino de controle o valor convertido
analogWrite(6, convert);
// Manda sempre o valor 0 para o pino 5
analogWrite(5, 0);
// delay de 10 microssegundos
analogWrite(3, convert);
// Manda para o LED o valor convertido
delayMicroseconds(10);
}
Com o circuito funcionando, era hora de definir a forma final
do meu modelo. De acordo com a conversa anterior com o Goya, fiz
alguns esboços do que seria a fonte, sem me preocupar nesse primeiro
instante com medidas exatas. Já com os esboços em mãos, procurei
novamente meu orientador, para mostrar a idéia principal que eu que-
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ria passar e o circuito já em funcionamento. Mais alguns ajustes e parti
para o processo de modelagem, agora sim me preocupando com a
escala e com as medidas reais. Dada a dificuldade e detalhamento de
parte das peças, procurei o professor Osmar para conversarmos sobre
a possibilidade de usarmos as máquinas de prototipagem rápida da
oficina. A pedido do professor, conversei com o Isaac e com a Alice,
que me ajudaram no processo de adaptação da peça para o “envelope”
da máquina e me explicaram como a máquina trabalhava. Em analogia
com uma impressora comum à jato de tinta, o software “divide” a peça
modelada em camadas, mandando assim o comando para a máquina,
que joga o catalisador em uma fina camada de pó somente nas áreas
rígidas daquela camada, partindo para outra camada, obtendo a peça
inteira no final deste processo. Seguem imagens dos estudos iniciais e
da modelagem:
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Finalizada esta etapa, a peça precisa ser resinada, para que
ganhe resistência, além de torná-la impermeável. Além dessas peças,
precisava de uma peça em acrílico, com aberturas para a água, onde
os fios de nylon com as contas coloridas seriam presos. Mandei um
desenho da peça para a empresa Emporium Acrílicos, especializada
nesse material, e em três dias ficaram prontas para retirada.
Aproveitando a minha estadia na oficina, utilizei o maquinário
para modificar duas caixas de MDF, previamente obtidas, a fim de fazer
o suporte para a parte elétrica e hidráulica. Seguem algumas imagens
do processo:
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Finalizado o suporte, a peça em acrílico e as peças prototipa-
das, terminei o modelo e fiz os testes finais, para checar se tudo estava
funcionando como devia. Seguem imagens do modelo terminado:
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conclusão Ainterdisciplinaridade está presente em muitos (senão todos)
os projetos onde o designer atua. Como consequência, precisamos fre-
quentemente estudar sobre diversas áreas do conhecimento, como foi
o caso da elétrica nesse projeto.
Por ser uma área no qual não tinha muito contato, as etapas
que envolviam elétrica neste projeto se mostraram complicadas, de-
pendendo até, nos momentos em que não tive ajuda, de atitudes onde
arrisquei os componentes elétricos a fim de continuar com o protótipo,
para poder fazer com que tudo funcionasse.
Misturar no mesmo produto a água e a energia elétrica tam-
bém foi uma dificuldade decorrente neste trabalho, mostrando como
precisamos ter cuidado inclusive nos detalhes.
Foi uma aventura, sem dúvidas, no qual cresci e aprendi muito
com os erros e acertos (muitas vezes arriscando tudo), além de ter sido
uma jornada de auto conhecimento. Espero que eu possa continuar a
ajudar os outros, asism como obtive ajuda para que tudo coresse bem.
36
agradecimentos À minha mãe, por me mostrar o caminho da abnegação, da
generosidade e da gratidão sendo um exemplo; por me apoiar no que
gosto e me ensinar a arte dos trabalhos manuais;
Ao meu padrasto, por abraçar este projeto, proporcionando
toda a ajuda que pôde; pelo exemplo de profissional competente, assim
como sua dedicação por mim e pela família;
Ao meu irmão, por ser companheiro, fiel e cúmplice; por me
ensinar através de exemplos, acreditar em mim;
Ao meu pai, por ensinar-me o benefício da dúvida, ser um
companheiro de conversas enriquecedoras; por me mostrar o caminho
do cavalheirismo e me ensinar sobre relacionamentos humanos;
Ao meu padrinho, por mostrar que distância é só uma limi-
tação física; por acreditar em mim, no meu potencial; por ser um exem-
plo de responsabilidade e me ensinar a lutar pelos meus ideais;
Ao Herisson, por me ensinar a buscar sempre o melhor nas
pessoas; pela enorme ajuda com o relatório e por todas as conversas
incríveis que tivemos sobre esse projeto;
À Camila, Giuli, Babi e Pri, por me levantarem em um momen-
to onde me senti desacreditado, prestes a desistir de tudo; por abrirem
mão do que estavam fazendo, para que eu pudesse chorar em seus
ombros e desabafar; por me ouvirem e me chacoalharem quando eu
precisava disso; pelas conversas e ensinamentos; por se mostrarem
mulheres maduras, dispostas a conversarem sobre tudo, mostrando
que existe amizade verdadeira entre homens e mulheres;
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Ao Guizão, pelo companheirismo durante toda a jornada em
Bauru; pelas conversas, por toda ajuda durante minha formação; pelos
projetos que fizemos juntos, além do empenho neles apresentado;
Ao Michael, por esclarecer minhas dúvidas em relação à parte
elétrica do Projeto;
Aos companheiros de república e faculdade Herisson, Mari,
Kuba, Kenji, Dani, Banana, Hugo, Thiago, Daniel, Diego, Donald, Cami-
la, Ariadne, Akira, Alessandra, Danilo, Dewison e Guilherme, por am-
pliarem essa incrível experiência de morar fora de casa; pelas conver-
sas e momentos de cumplicidade;
Aos professores Solange Bigal e Osmar, pela ajuda no projeto,
além dos ensinamentos em aula e fora dela;
Ao Isaac, Alice, Osmar e Chico, pela contribuição e ajuda no
processo de prototipagem rápida;
Ao Goya, meu pai baurulino, por me tratar como um filho; pelo
seu coração enorme e pela insistência; por me mostrar esse mundo
incrível do Design, por ser humano;
Aos companheiros de Labsol, pela experiência enriquecedora,
pela convivência e pela união;
Aos colegas de sala, veteranos e bixos, por tornarem esses
quatro anos os mais incríveis que já vivi;
Somos todos gotas. Separados, carregamos conosco a potên-
cia da chuva. Não deixemos que nossos medos sejam maiores que o
benefício da união, de nos afetarmos e ampliarmos nossa existência
através do amor.
38
bibliografiaBIBLIOGRAFIA:
BIGAL, Solange M. DESIGN DE COMPOSIÇÃO: Um modo de fazer
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ARDUINO BRASIL
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FOUNTAIN AT THE POMPIDOU CENTRE IN PARIS
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LABDUINO
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LABORATÓRIO DE GARAGEM
http://labdegaragem.com/
MERCADO LIVRE
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http://www.youtube.com/watch?v=ke148WJ9G1k
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PALESTRA DR. ANDRÉ MARTINS NO CPFL CULTURAL
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SWIsop3Regular18pt
ColaborateLightRegular11pt
C: 100 M: 100 Y: 100 K: 100
C: 0 M: 0 Y: 0 K: 0
C: 90 M: 45 Y: 50 K: 20
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