View
214
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
CÂMARA MUNICIPAL DE MARMELEIRO.
LEI ORGÂNICA
DE
MARMELEIRO
Município de Marmeleiro.
Edição da Lei Orgânica Municipal Promulgada em 05 de Abril de 1990.
PRESIDENTE: Irineu Baggio
RELATOR GERAL: José Ivanir Pilatti
PRESIDENTE DA COMISSÃO GERAL: Ademir Flach
DEMAIS MEMBROS:
Vereador Assis de Souza Lirio
Vereador Danilo Pavan
Vereador Ismael Carneiro Neto
Vereador Neri Pereira Gomes
Vereador Onório Savegnago
Vereador Wilson José Castelli
PREFEITO MUNICIPAL: Osvaldo Agostini
VICE PREFEITO: Mario Junges
CÂMARA MUNICIPAL DE MARMELEIRO
EMENDA N º 01/2001
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO
DE
MARMELEIRO
3 ª Edição da Lei Orgânica Municipal
Promulgada em
17 de Dezembro de 2001.
Câmara Municipal de Marmeleiro.
Presidente: Rosalino Flores
Vice Presidente: Alécio Bottega
Primeiro Secretário: Seno Staats
Segundo Secretário: Clóvis José Dapont
Demais vereadores:
Vereador Lécio Luis Barbacovi
Vereador Irineu Ribelato
Vereador Ademir Flach
Vereador Luis Carlos Giovanella
Vereador Ivo Zanella
Vereador Amilto de Oliveira Lima
Vereador Altair Gabriel
PREFEITO MUNICIPAL: Juvenal Ghettino
VICE PREFEITO: Rodrigo Baggio
EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 01. (17 de Dezembro de 2001)
Presidente: Seno Staats
Vice Presidente: Ademir Flach
1º Relator: Clovis José Dapont
2º Relator: Alécio Bottega
3º Relator: Ivo Zanella
DEMAIS MEMBROS:
Vereador Rosalino Flores
Vereador Lécio Luis Barbacovi
Vereador Irineu Ribelatto
Vereador Luis Carlos Giovanella
Vereador Amilto de Oliveira Lima
Vereador Altair Gabriel
P R E Â M B U L O
A Constituição de mil novecentos e oitenta e oito determina que os municípios
sejam regidos por Leis Orgânicas, votadas e promulgadas pelas Câmaras Municipais,
atendidos os princípios e preceitos que estabeleceu, bem como os princípios inseridos
na Constituição do Estado.
Aos vinte e oito dias de outubro de 1989, instalou-se a ASSEMBLÉIA
MUNICIPAL CONSTITUINTE de Marmeleiro. Formaram-se as comissões e partiu-se
em busca da mobilização da sociedade em torno da concretização da tarefa
constitucional.
A grandeza dos trabalhos das comissões temáticas está no encontro permanente,
que motivaram com os Reais Detentores do Poder Constituinte, buscando as
informações que subordinaram essa tarefa, que culminou com o texto do primeiro
anteprojeto da Lei Orgânica de Marmeleiro, apresentado pelo seu relator, que após
analisado e votado pela comissão geral, foi entregue à Presidência da Constituinte
COMISSÃO GERAL
Ademir Flach – Presidente da Comissão Geral
Neri Pereira Gomes – Relator
Danilo Pavan
Assis de Souza Lirio
Wilson José Castelli
Ismael Carneiro Neto
Onório Savenhago
ASSEMBLÉIA MUNICIPAL CONSTITUINTE
Irineu Baggio – Presidente
José Ivanir Pilatti – Relator
Ademir Flach
Ismael Carneiro Neto
Wilson José Castelli
Onório Savenhago
Neri Pereira Gomes
Assis de Souza Lirio
Danilo Pavan
COMISSÕES TEMÁTICAS
Educação, Cultura e Esportes: Danilo Pavan e Neri Pereira Gomes
Desenvolvimento Rural e Meio-Ambiente: Assis de Souza Lírio, Onório
Savenhago e Wilson José Castelli
Assistência Social: Ademir Flach e José Ivanir Pilatti
Saneamento e Saúde: Irineu Baggio e Ismael Carneiro Neto
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE MARMELEIRO – PR
Preâmbulo...................................................................................................................... 05
TÍTULO I
Da Organização do Município.........................................................................................08
Capítulo I - Das Disposições Preliminares.................................................................... 08
Capítulo II - Das Competências do Município............................................................ 09
Seção I – Das Competências Privativas............................................................. 09
Seção II – Das Competências Comuns................................................................10
Seção III – Das Competências Suplementares....................................................10
TITULO II
Da Organização dos Poderes...........................................................................................11
Capitulo I – Do Poder Legislativo..................................................................................11
Seção I – Das Disposições Gerais........................................................................11
Seção II – Das Atribuições da Câmara Municipal...............................................11
Seção III- Dos Vereadores...................................................................................12
Seção IV - Da Instalação da Legislatura..............................................................13
Seção V - Da Mesa da Câmara............................................................................13
Seção VI - Das Comissões. ..............................................................................14
Seção VII - Das Sessões da Câmara....................................................................15
Seção VIII - Da Convocação Extraordinária da Câmara.....................................16
Seção IX - Das Deliberações...............................................................................16
Seção X - Da Fixação dos Subsídios dos Agentes Políticos...............................17
Seção XI - Do Processo Legislativo....................................................................17
Subseção I – Disposição Geral.................................................................17
Subseção II - Da Emenda a Lei Orgânica................................................18
Subseção III - Das Leis ...........................................................................18
Subseção IV - Das Resoluções e dos Decretos Legislativos...................19
Seção XII – Da Soberania Popular......................................................................19
Seção XIII - Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentaria...................20
Capitulo II - Do Poder Executivo.................................................................................21
Seção I – Do Prefeito e do Vice Prefeito.............................................................21
Seção II - Das Atribuições do Prefeito...............................................................22
Seção III - Do Julgamento do Prefeito................................................................23
Seção IV - Dos Atos Municipais.........................................................................25
TITULO II - Da Administração Pública........................................................................26
Capítulo I – Das Disposições Gerais..............................................................................26
Capitulo II - Dos Servidores Públicos ...........................................................................29
Capitulo III - Dos Bens Municipais...............................................................................30
TITULO III – Da Administração Tributária, Financeira e Orçamentária.....................31
Capítulo I - Dos Tributos Municipais ...........................................................................31
Capítulo II - Da Receita e da Despesa..........................................................................32
Capítulo III - Dos Orçamentos Municipais..................................................................33
Capítulo IV - Do Controle Interno ................................................................................35
Capítulo V – Do Planejamento Municipal.....................................................................36
TITULO IV – Da Ordem Econômica e Social...............................................................36
Capítulo I – Dos Princípios Gerais da Ordem Econômica.............................................36
Capítulo II - Da Política Urbana..................................................................................37
Capítulo III - Da Política de Saúde................................................................................37
Capítulo IV - Da Política Agropecuária.........................................................................39
Capítulo V - Da Política Educacional...........................................................................40
Capítulo VI - Da Política da Cultura. ..................................................................41
Capítulo VII - Da Política Desportiva...........................................................................42
Capítulo VIII – Da Política de Assistência Social........................................................42
Capítulo IX - Da Política Econômica............................................................................42
Capítulo X – Da Política Habitacional..........................................................................43
Capítulo XI - Da Política do Desenvolvimento Rural e do Meio Ambiente ..............43
Capítulo XII - Da Família, da Mulher, da Criança e do Idoso. ..............................44
TÍTULO V - Das Disposições Finais e Transitórias.....................................................44
Emenda Constitucional de Revisão ...............................................................................46
PROPOSTA DE EMENDA À LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE MARMELEIRO
Nº 1/2001
A CÂMARA MUNICIPAL DE MARMELEIRO, Estado do
Paraná, aprovou e a sua Mesa Diretora promulga a seguinte Emenda à Lei Orgânica do
Município:
Art. 1º - A Lei Orgânica do Município de Marmeleiro passa a
vigorar com a seguinte redação:
"Os vereadores da Câmara Municipal de Marmeleiro Pr, representantes do povo deste
Município na plenitude do Estado Democrático, seguindo os princípios da Carta Magna da
Nação e da Constituição Estadual do Paraná, PROMULGAM, sob a proteção de Deus, a
seguinte Lei Orgânica”.
TÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES.
Art. 1º - O Município de Marmeleiro, unidade do Estado do Paraná, criado
aos 25 de julho de 1960 pela Lei Estadual nº 4245, que festeja sua emancipação política no dia
25 de novembro desde 1961, é personalidade jurídica de direito público interno e autonomia
política, financeira e administrativa asseguradas pela Constituição Federal, pela Constituição do
Estado do Paraná e por esta Lei Orgânica.
§ 1º - O Município poderá ser dividido em distritos, na forma da lei estadual.
§ 2º - A criação, a organização e a supressão de distritos, efetivadas por lei
municipal, dependerá de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações diretamente
interessadas.
§ 3º - Os distritos serão geridos por um administrador distrital, com a
cooperação de entidade representativa da comunidade local.
Art. 2º - O Município de Marmeleiro objetiva, na sua área territorial e de
competência, o seu desenvolvimento com a construção de uma comunidade livre, justa e
solidária, fundamentada na autonomia, na cidadania, na dignidade da pessoa humana, nos
valores sociais do trabalho, na livre iniciativa e no pluralismo político, exercendo o seu poder
por decisão dos munícipes, por seus representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Lei
Orgânica, da Constituição Estadual e da Constituição Federal.
Parágrafo único – A ação municipal desenvolve-se em todo o território, sem
privilégios de distritos ou bairros, reduzindo desigualdades regionais e sociais, promovendo o
bem estar de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, religião, idade e quaisquer
outras formas de discriminação.
Art. 3º - São poderes do Município, independentes e harmônicos entre si, o
Legislativo e o Executivo.
Art. 4º - A defesa dos interesses do Município fica assegurada por meio de
associações ou convênios com outros Municípios ou entidades locais.
Art. 5º - São símbolos do Municipio de Marmeleiro, além dos Nacionais e
Estaduais, a Bandeira Municipal, o Hino Municipal e o Escudo Municipal.
CAPÍTULO II
DAS COMPETÊNCIAS DO MUNICÍPIO.
SEÇÃO I
DAS COMPETÊNCIAS PRIVATIVAS
Art. 6º - Ao Município compete prover a tudo quanto respeite ao seu peculiar
interesse e ao bem estar de sua população cabendo-lhe privativamente, entre outras, as seguintes
atribuições:
I – legislar sobre assuntos de interesse local;
II – suplementar a Legislação Federal e Estadual no que couber;
III – instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar
suas rendas, prestando contas e publicando balancetes nos prazos fixados em lei;
IV – dispor sobre a administração, alienação e utilização de seus bens;
V – adquirir bens, inclusive através de desapropriação, por necessidade ou
utilidade pública ou por interesse social;
VI – organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, os serviços públicos de interesse local;
VII – criar, organizar e suprimir distritos, observada a Legislação Estadual e
Federal;
VIII – organizar o quadro e estabelecer o Regime Jurídico único de seus
funcionários, conforme o estabelecido na Constituição Federal;
IX – dispor sobre o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e o
Orçamento Anual;
X – aceitar legados e doações;
XI – promover o planejamento integrado;
XII – promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante
planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
XIII – elaborar o Plano Diretor;
XIV – regulamentar a utilização dos logradouros públicos e especialmente,
no perímetro urbano:
a) - determinar o itinerário e os pontos de paradas dos veículos de transporte
coletivo.
b) - dispor sobre locais de estacionamento de veículos, incluindo táxis;
c) - fixar a tarifa dos transportes coletivos municipais, táxis e moto táxis;
d) - sinalizar as vias públicas e estradas municipais, bem como regulamentar
e fiscalizar sua utilização;
XV – dispor sobre o destino do lixo, bem como sua remoção;
XVI – conceder licença para abertura e funcionamento de estabelecimentos
comerciais, industriais e similares; regulamentar o comércio ambulante; revogar licenças dos
que se tornarem prejudiciais à saúde, à higiene, e ao bem estar, à recreação e ao sossego
público; promover o fechamento dos que funcionarem sem licença ou depois da revogação
desta;
XVII – fixar o horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais,
industriais e similares;
XVIII – promover sobre o abastecimento de água, serviços de esgoto
sanitário, galerias de águas pluviais e fornecimento de iluminação pública;
XIX – dispor sobre a construção de mercados públicos e feiras – livres;
XX – prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,
serviços de atendimento à saúde da população;
XXI – regulamentar espetáculos e divertimentos públicos;
XXII – dispor sobre o serviço funerário, cemitérios e sua fiscalização;
XXIII – dispor sobre a poluição urbana em todas as suas formas;
XXIV – promover a proteção do patrimônio histórico cultural local,
observada a ação fiscalizadora Federal e Estadual.
SEÇÃO II
DAS COMPETÊNCIAS COMUNS
Art. 7º - É competência do Município de Marmeleiro, em conjunto com a
União e o Estado do Paraná:
I – zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas
e conservar o patrimônio público;
II – cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas
portadoras de deficiências;
III – proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico,
artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV – impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e
de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
V – proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;
VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em quaisquer de suas
formas;
VII – preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII – fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento
alimentar;
IX – promover programas de construção de moradias e a melhoria das
condições habitacionais e de saneamento básico;
X – registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e
exploração de recursos hídricos e minerais em seu território;
XI – estabelecer e implantar política de educação para a segurança do
trânsito;
XII – realizar:
a) - serviços de assistência social, com a participação da população;
b) - atividades de defesa civil.
XIII – combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização,
promovendo a integração social dos setores desfavorecidos.
Parágrafo único - As metas relacionadas nos incisos do caput deste artigo
constituirão prioridade permanente do planejamento municipal.
SEÇÃO III
DAS COMPETÊNCIAS SUPLEMENTARES
Art. 8º - Compete ainda, ao Município, suplementar a Legislação Federal e a
Estadual, visando ao exercício de sua autonomia e à consecução do interesse local,
especialmente sobre:
I – promoção do ordenamento territorial, mediante planejamento e controle
do uso, do parcelamento e da ocupação do solo, a par de outras limitações urbanísticas gerais;
II – sistema municipal de educação;
III – licitação e contratação, em todas as modalidades, para a administração
pública direta, indireta e fundacional;
IV – defesa e preservação do meio ambiente e conservação do solo;
V – combate a todas as formas de poluição ambiental;
VI – uso e armazenamento de agrotóxicos;
VII – defesa do consumidor;
VIII – proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e
paisagístico;
IX – seguridade social.
TÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
CAPÍTULO I
DO PODER LEGISLATIVO
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 9º – A Câmara é constituída de vereadores eleitos na forma estabelecida
em lei, em número ímpar, fixado de acordo com o Tribunal Regional Eleitoral.
SEÇÃO II
DAS ATRIBUIÇÕES DA CÂMARA MUNICIPAL
Art. 10 – Cabe à Câmara, com sanção do Prefeito, dispor sobre as matérias
de competência do Município, especialmente as definidas nos artigos 6º, 7º e 8º desta Lei
Orgânica.
Art. 11 – É da competência exclusiva da Câmara Municipal:
I – eleger sua mesa de forma regimental;
II – elaborar o regimento interno;
III – organizar os seus serviços administrativos;
IV – dar posse ao Prefeito e ao Vice-Prefeito e aos Vereadores eleitos,
conhecer sua renúncia e afastá-los definitivamente do cargo;
V – conceder licença ao Prefeito, Vice-Prefeito e aos Vereadores para
afastamento do cargo;
VI – autorizar o Prefeito, por necessidade do serviço público, a ausentar-se
do Município por mais de quinze dias.
VII – fixar, por lei, os subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito, dos
Vereadores, Presidente da Câmara Municipal e dos Diretores de Departamentos;
VIII – criar comissões de inquérito, sobre determinado fato que se inclua na
competência municipal, sempre que o requerer, pelo menos um terço de seus membros;
IX– requerer informações ao Prefeito sobre fato relacionado com matéria
legislativa em trâmite ou sujeita a fiscalização da Câmara;
X – convocar os responsáveis de cada órgãos do Executivo para prestar
informações sobre matéria de sua competência;
XI – deliberar, mediante resolução ou decreto legislativo, conforme for o
caso sobre matéria de sua competência privativa sobre assuntos de sua economia interna e nos
demais casos de sua competência privativa;
XII – julgar o Prefeito, o Vice-Prefeito e os Vereadores, nos casos previstos
nesta Lei Orgânica ou em lei específica;
XIII – tomar e julgar as contas do Prefeito, no prazo de noventa (90) dias
após o recebimento do Parecer Prévio do Tribunal de Contas do Estado;
XIV – remeter ao Ministério Público no prazo de (10) dez dias, para os
devidos fins, as contas rejeitadas;
XV – autorizar ou referendar consórcios com outros Municípios e convênios
celebrados pelo Prefeito com entidades públicas ou particulares, cujos encargos não estejam
previstos no orçamento;
XVI – dispor sobre a organização administrativa da Câmara;
XVII – deliberar sobre vetos;
XVIII – solicitar a intervenção estadual nos casos previstos em lei.
SEÇÃO III
DOS VEREADORES
Art. 12 – Os vereadores são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos
no exercício, no mandato e na circunscrição do Município.
Art. 13 – O vereador não poderá:
I – desde a expedição de seu diploma:
a) - firmar ou manter contrato com instituição de direito público, autarquia,
sociedade de economia mista ou concessionária de serviços públicos do Município, salvo
quando o contrato obedecer as cláusulas uniformes:
b) – aceitar cargo, função ou emprego remunerado nas entidades referidas na
alínea anterior:
II – desde a sua posse:
a) - ser proprietário ou diretor de empresa que goze de favor decorrente de
contrato celebrado com o Município ou nela exercer função remunerada:
b) - ocupar cargo, função ou emprego de que seja demissível “ad nutum”,
nas entidades referidas nas alíneas “a” do inciso I .
Art. 14 – Perderá o mandato o vereador:
I – que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
II – que se utilizar do mandato para a prática de atos de corrupção ou de
improbidade administrativa;
III – que fixar residência fora do Município;
IV – que proceder de modo incompatível com a dignidade da Câmara ou
faltar com o decoro na sua conduta pública, ou atentar contra as instituições vigentes;
V – que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa anual, à terça parte
das sessões ordinárias da Câmara, salvo por motivo de doença comprovada, licença ou omissão
autorizada pela Câmara; ou deixar de comparecer, a cinco (5) sessões extraordinárias
convocadas pelo Prefeito no período legislativo ordinário;
VI – que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
VII - quando o decretar a Justiça Eleitoral, os casos previstos na Constituição
Federal;
VIII - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado;
IX – que deixar de tomar posse, sem motivo justificado, perante a Câmara,
dentro do prazo estabelecido.
Parágrafo único – Os vereadores, no exercício do mandato, terão ainda todas
as proibições e incompatibilidades previstas na Constituição Federal, para os membros do
Congresso Nacional e na Constituição Estadual, para os membros da Assembléia Legislativa.
Art. 15 – Extingue-se o mandato, e assim será declarado pelo Presidente da
Câmara, na forma do seu Regimento Interno, quando ocorrer falecimento, renúncia por escrito
e nos casos previstos nos incisos III, V, VI, VII e IX do artigo anterior.
Art. 16 – A Câmara cassará o mandato dos vereadores que infringirem o
disposto nos incisos I, II, IV e VIII do artigo 14, obedecido o processo estabelecido no
Regimento Interno e nesta Lei Orgânica.
Art. 17 – Não perderá o mandado o vereador:
I – investido no cargo de Diretor de Departamento;
II – licenciado pela Câmara por motivo de doença ou para tratar, sem
remuneração, de interesses particulares, desde que neste caso, o afastamento não ultrapasse a
cento e vinte (120) dias.
§ 1º – O suplente será convocado nos casos de vaga, licença ou de
investidura do titular em função, previstas neste artigo.
§ 2º – Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para
preenchê-la, se faltarem mais de quinze (15) meses para o término do mandato.
§ 3º – Na hipótese do inciso I, o vereador poderá optar pela remuneração do
mandato.
SEÇÃO IV
DA INSTALAÇÃO DA LEGISLATURA
Art. 18 – Na sessão de instalação de cada legislatura, em primeiro de janeiro
ano subseqüente da eleição municipal, independente de número, sob a presidência do vereador
mais idoso dentre os presentes, os vereadores prestarão compromisso e tomarão posse.
§ 1º - O presidente prestará o seguinte compromisso:
“Prometo cumprir a Constituição Federal, a Constituição do Estado, a
Lei Orgânica Municipal, observar as demais leis, desempenhar com lealdade o mandato
que me foi confiado e trabalhar pelo progresso do Município e bem estar de seu povo,
exercendo com patriotismo, as funções de meu cargo”.
§ 2º - Em seguida, o secretário designado para esse fim fará a chamada de
cada vereador que declarará: “ASSIM O PROMETO”.
§ 3º – O vereador que não tomar posse na sessão prevista neste artigo,
deverá fazê-lo até quinze (15) dias depois da primeira sessão ordinária da legislatura, sob pena
de ser considerado renunciante, salvo motivo de doença comprovada.
§ 4º - Descumprido o previsto no parágrafo anterior será convocado o
respectivo suplente para que, no prazo de 15 (quinze) dias tome posse nos termos previstos
neste artigo.
§ 5º - No ato da posse, os vereadores deverão desincompatibilizar-se e fazer
a apresentação de declaração de seus bens, o que se repetirá anualmente, de acordo com o Art.
13 da Lei Complementar nº 8,429 de 2 de junho de 1992, as quais ficarão arquivadas na
Secretaria da Câmara Municipal.
SEÇÃO V
DA MESA DA CÂMARA
Art. 19 – Imediatamente depois da posse, os vereadores reunir-se-ão sob a
presidência do vereador mais idoso dentre os presentes e, havendo maioria absoluta dos
membros da Câmara, elegerão a mesa, por escrutínio secreto e a maioria simples de votos,
considerando-se automaticamente empossados, nas suas funções os eleitos.
§ 1º – Em caso de empate no escrutínio entre dois ou mais vereadores para o
mesmo cargo considerar-se-á eleito o vereador mais idoso.
§ 2º – Não havendo número legal, o vereador que tiver assumido a direção
dos trabalhos permanecerá na presidência e convocará sessões diárias, até que seja eleita a mesa.
Art. 20 – A eleição para a renovação da mesa realizar-se-á sempre na
última sessão ordinária de cada sessão legislativa, empossando-se os eleitos em 1º de janeiro,
sendo transferida para o primeiro dia útil subsequente, quando recaírem em sábados, domingos
ou feriados.
Art. 21 – A mesa será composta de um Presidente, um Vice-Presidente, um
Primeiro Secretário e um Segundo Secretário.
Art. 22 – O mandato da mesa será de um ano, não permitida a reeleição para
o mesmo cargo.
Art. 23 – Compete à mesa, dentre outras atribuições:
I – enviar ao Prefeito, até 01 de março as contas do exercício anterior;
II – elaborar e encaminhar, até 31 de agosto de cada ano, a proposta
orçamentária da Câmara, a ser incluída na proposta orçamentária do Município;
III – propor ao Plenário projetos de resolução que criem ou extingam cargos
dos seus serviços e projetos de lei que fixem os respectivos vencimentos;
IV – elaborar o orçamento analítico da Câmara.
Art. 24 – Compete ao Presidente da Câmara, entre outras atribuições:
I – representar a Câmara em juízo ou fora dele;
II – dirigir, executar e disciplinar os trabalhos legislativos e administração da
Câmara;
III – interpretar e fazer cumprir o regimento interno;
IV – promulgar as resoluções e os decretos legislativos, bem como as leis
com sanção tácita ou cujo veto tenha sido rejeitado pelo plenário e não promulgadas pelo
Prefeito;
V – fazer publicar os atos da mesa, bem como as resoluções, os decretos, nos
casos previstos em lei;
VI – declarar vago o cargo de Prefeito, Vice-Prefeito, e vereadores, em casos
previstos em lei.
VII – aplicar as sanções cabíveis ao servidor da Câmara omisso ou remisso
na prestação de contas de dinheiro público sujeito a sua guarda;
VIII – apresentar ao Plenário até o dia vinte (20) de cada mês o balancete
relativo aos recursos recebidos, e as despesas realizadas no mês anterior;
IX – representar sobre inconstitucionalidade de lei o ato Municipal;
X – encaminhar pedido de intervenção no Município, nos casos previstos
pela constituição do Estado;
XI – manter a ordem no recinto da Câmara, podendo solicitar a força
necessária para esse fim;
XII – convocar sessões extraordinárias quando houver matéria de interesse
público e urgente a deliberar;
XIII – nomear, exonerar, aposentar, promover e conceder licença aos
servidores da Câmara, na forma da lei.
Art. 25 - O fato de estar o Presidente substituindo o Prefeito não impede
que, na época determinada, se proceda a eleição para o cargo na renovação da mesa, cabendo ao
presidente eleito prosseguir na substituição do Prefeito.
SEÇÃO VI
DAS COMISSÕES
Art. 26 – A Câmara Municipal terá comissões permanentes e temporárias,
constituídas na forma e com as atribuições previstas no regimento interno ou no ato de que
resultar sua criação.
Parágrafo Único - Às comissões, em razão da matéria de sua competência,
cabe:
I – discutir e votar proposições que dispensar, na forma do regimento interno
da Câmara, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de, no mínimo, um terço dos
vereadores;
II – realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil, nos
termos desta Lei Orgânica;
III – convocar diretores de órgão da administração indireta e fundacional,
para prestarem informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições;
IV – receber petições, reclamações ou queixas de qualquer pessoa contra
atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas municipais;
V – solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
VI – apreciar programas de obras, planos municipais de desenvolvimento e
sobre eles emitir parecer.
Art. 27 - Na composição das Comissões, quer permanentes quer
temporárias, assegurar-se-á tanto quanto possível a representação proporcional dos partidos que
participem da Câmara.
Art. 28 - Cada comissão poderá realizar audiência pública com entidades da
sociedade civil, nos termos do inciso II do Parágrafo Único do Artigo 26, para:
I – instruir matéria legislativa em tramitação;
II – tratar de assuntos de interesse público relevante, pertinentes a sua área
de atuação, mediante proposta de qualquer de seus membros ou a pedido de entidade
interessada.
§ 1° - Aprovada a audiência pública, a comissão selecionará, para serem
ouvidos, as autoridades, as pessoas interessadas e representantes das entidades participantes.
§ 2° - Na hipótese de haver defensores e opositores relativamente à matéria
objeto de exame, a comissão possibilitará a audiência das diversas correntes de opinião.
Art. 29 - As Comissões Parlamentares de Inquérito, que terão poderes de
investigação próprios, além de outros previstos no Regimento Interno da Casa, serão criadas a
requerimento de um terço dos Vereadores, mediante deliberação do Plenário, para a apuração
de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao
Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
§ 1º - No exercício de suas atribuições, poderão as Comissões Parlamentares
de Inquérito realizar as diligências que reputarem necessárias, convocar Diretores de
Departamentos, Assessores e servidores municipais, tomar o depoimento de quaisquer
autoridades municipais, ouvir os indiciados, inquirir testemunhas sob compromisso, requisitar
de repartições públicas e dos órgãos da administração indireta informações e documentos, e
transportar-se aos lugares onde se fizer mister sua presença.
§ 2º - Os prazos para atendimento das providências previstas no parágrafo
anterior serão fixados pela Comissão.
§ 3º - Se as medidas previstas no § 2º deste artigo não puderem ser
cumpridas, as Comissões Parlamentares de Inquérito poderão requerê-las através do Poder
Judiciário.
§ 4º - As conclusões das Comissões Parlamentares de Inquérito independem
de deliberação do Plenário.
Art. 30 – Na última sessão ordinária de cada período legislativo, o
Presidente da Câmara publicará a escala dos membros da mesa e seus substitutos que
responderão pelo expediente do poder legislativo durante o recesso seguinte.
SEÇÃO VII
DAS SESSÕES DA CÂMARA
Art. 31 – A Câmara Municipal reunir-se-á em sessões ordinárias, anualmente
e independente de convocação, de quinze (15) de fevereiro a trinta (30) de junho e de 1º de
agosto a quinze de dezembro.
Parágrafo Único – Serão realizadas, no mínimo, trinta sessões ordinárias
anuais, em dia e hora a serem fixados no regimento interno.
Art. 32 – As sessões da Câmara deverão ser realizadas em recinto destinado
ao seu funcionamento, considerando-se nulas as que se realizarem fora dele,
§ 1º - Comprovada a impossibilidade de acesso àquele recinto, ou outra
causa que impeça a sua utilização, poderão ser realizadas sessões em local diverso, por decisão
tomada por maioria absoluta dos membros da Câmara.
§ 2º - As sessões solenes poderão ser realizadas fora do recinto da Câmara.
Art. 33 – As sessões serão públicas, salvo deliberação em contrário, tomada
pela maioria absoluta de seus membros, quando ocorrer motivo relevante.
Art. 34 – As sessões poderão ser abertas com a presença de, no mínimo, um
terço dos membros da Câmara.
Parágrafo Único – A convocação de sessão extraordinária no período
ordinário far-se-á por simples comunicação do Presidente inserida na ata, ficando
automaticamente cientificados todos os vereadores presentes à sessão, sendo os vereadores
ausentes cientificados mediante citação pessoal.
Art. 35 – As sessões extraordinárias não serão remuneradas.
SEÇÃO VIII
DA CONVOCAÇÃO EXTRAORDINÁRIA DA CÂMARA
Art. 36 – A convocação extraordinária da Câmara, no período de recesso,
dar-se-á:
I – pelo Presidente, em caso de estado de calamidade pública, situação de
emergência ou intervenção estadual;
II – pelo Prefeito, quando a entender necessária;
III – pela maioria absoluta dos vereadores.
§ 1º - Durante a sessão legislativa extraordinária será apreciada somente a
matéria que motivou a convocação.
§ 2º - Salvo quando convocada pelo Prefeito, no recesso, a falta de
comparecimento às sessões do período extraordinário será computada para fins de extinção do
mandato.
§ 3º - Não sendo feita em sessão, a comunicação de convocação
extraordinária da Câmara será feita pessoalmente ao vereador, mediante recibo.
SEÇÃO IX
DAS DELIBERAÇÕES
Art. 37 – Salvo as exceções previstas nesta Lei Orgânica, as deliberações
serão tomadas pela maioria de votos, presente a maioria absoluta de vereadores.
Art. 38 – Dependerão do voto favorável da maioria absoluta dos membros da
Câmara as seguintes matérias:
I - Leis Complementares;
II – Código Tributário;
III – Código de obras, edificações e posturas;
IV – Estatuto dos funcionários;
V – Criação de cargos no serviço da Câmara;
VI – Plano de desenvolvimento;
VII – Normas relativas ao zoneamento;
VIII – Plano Diretor;
IX - Rejeição de veto;
X - Deliberação sobre a perda de mandato de Vereador.
Parágrafo Único – Entende-se por maioria absoluta o primeiro número
inteiro acima da metade do total de membros da Câmara.
Art. 39 – Dependerão de voto favorável de dois terços dos membros da
Câmara, além de outros casos previstos nesta lei, as deliberações sobre:
I – rejeição de parecer prévio do Tribunal de Contas sobre as contas que o
Prefeito deve prestar anualmente;
II – alteração do nome do Município ou do Distrito;
III – proposta à Assembléia para transferência da sede do Município;
IV – a cassação do mandato do Prefeito, na forma e nos casos previstos
nesta Lei Orgânica e em lei específica.
Art. 40 – O processo de votação será determinado pelo regimento interno.
I – na eleição da mesa;
II – nas deliberações sobre as contas do Prefeito;
III – nas deliberações sobre a perda do mandato de vereadores, Vice Prefeito
e Prefeito;
IV – na apreciação do veto.
Art. 41 – Salvo disposição expressa desta Lei Orgânica, os turnos de
deliberação serão definidos no Regimento Interno.
SEÇÃO X
DA FIXAÇÃO DOS SUBSÍDIOS DOS AGENTES POLÍTICOS
Art. 42 – Os subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito, dos Vereadores e dos
Diretores de Departamentos serão fixados pela Câmara Municipal, em cada legislatura para a
subsequente, até 60 (sessenta) dias antes das eleições municipais, observados os critérios
previstos na Constituição Federal.
Art. 43 - Os subsídios de que trata o artigo anterior serão fixados em parcela
única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de
representação ou outra espécie remuneratória.
§ 1º- O Presidente da Câmara poderá receber subsídio em valor superior ao
estabelecido para os Vereadores em decorrência do exercício da Chefia do Poder Legislativo,
observado o disposto no artigo anterior, observados os limites constitucionais.
§ 2º - Os Diretores de Departamentos terão direito às férias e ao décimo
terceiro salário.
Art. 44 - O Prefeito Municipal terá direito a um mês de licença remunerada,
anualmente.
SEÇÃO XI
DO PROCESSO LEGISLATIVO
SUBSEÇÃO I
DISPOSIÇÃO GERAL
Art. 45 – O processo legislativo compreende a elaboração de:
I – emendas à Lei Orgânica;
II – leis complementares;
III – leis ordinárias;
IV – resoluções.
V – decretos legislativos.
Parágrafo único - Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação,
alteração e consolidação das leis.
SUBSEÇÃO II
DA EMENDA À LEI ORGÂNICA
Art.46 - A Lei Orgânica poderá ser emendada mediante proposta:
I – de um terço, no mínimo, dos vereadores;
II – do prefeito municipal;
III – de cinco por cento do eleitorado do Município.
§ 1° - A Lei Orgânica não poderá ser emendada na vigência de intervenção
estadual, de estado de defesa ou de estado de sítio.
§ 2° - A proposta será discutida e votada pela Câmara em dois turnos, com
interstício mínimo de dez dias, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, dois terços dos
votos dos vereadores.
§ 3° - A emenda à Lei Orgânica será promulgada pela Mesa da Câmara com
o respectivo número de ordem.
§ 4° - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por
prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
SUBSEÇÃO III
DAS LEIS
Art. 47 - A iniciativa das leis complementares e ordinárias caberá a qualquer
vereador ou comissão da Câmara, ao prefeito municipal e aos cidadãos.
§ 1° - São de iniciativa privativa do prefeito municipal as leis que disponham
sobre:
I – criação, organização e alteração da guarda municipal;
II – criação de cargos, funções ou empregos públicos municipais ou aumento
de sua remuneração;
III – servidores públicos municipais, seu regime jurídico e provimento de
cargos;
IV – criação, estruturação e atribuições das secretariais e órgãos da
administração pública;
V – plano plurianual, lei de diretrizes orçamentárias e orçamento anual.
§ 2º - São de iniciativa exclusiva da Câmara Municipal as leis concernentes à
fixação, alteração e revisão dos subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito, dos Vereadores e dos
Diretores de departamentos e as que disponham sobre a remuneração dos seus servidores
§ 3° - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara de
projeto de lei de interesse do Município, da cidade, de bairros ou de distritos, através da
manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado do Município.
Art. 48 - Não será admitido aumento da despesa prevista nos projetos de
iniciativa exclusiva do prefeito, ressalvado o disposto nos §§ 3° e 4° do artigo 97 desta Lei
Orgânica.
Art. 49 - O prefeito municipal poderá solicitar urgência para apreciação de
projetos de sua iniciativa.
§ 1° - Se, no caso do caput deste artigo, a Câmara não se manifestar em até
trinta dias sobre a proposição, será esta incluída na ordem do dia, sobrestando-se a deliberação
quanto aos demais assuntos, para que ultime a votação.
§ 2° - O prazo fixado no parágrafo anterior não corre nos períodos de recesso
legislativo nem se aplica aos projetos de códigos e de leis complementares.
Art. 50 - A Câmara, concluída a votação, enviará, no prazo máximo de cinco
dias úteis, o projeto de lei aprovado ao prefeito municipal que, aquiescendo, o sancionará.
§ 1° - Se o prefeito considerar o projeto, no todo ou em parte,
inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de
quinze dias úteis, contados do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao
presidente da Câmara, os motivos do veto.
§ 2° - O veto parcial abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de
inciso ou de alínea.
§ 3° - Decorrido o prazo de quinze dias úteis, o silêncio do prefeito
importará em sanção.
§ 4° - O veto será apreciado dentro de trinta dias a contar de seu recebimento
pela Câmara, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos vereadores.
§ 5° - Se o veto não for mantido, será o projeto enviado para promulgação ao
prefeito municipal.
§ 6° - Esgotado sem deliberação no prazo estabelecido no § 4° deste artigo, o
veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até
sua votação final.
§ 7° - Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo
prefeito municipal, nos casos dos §§ 3° e 5° deste artigo, o presidente da Câmara a promulgará
e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao vice-presidente fazê-lo.
Art. 51 - A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá
constituir novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta de dois terços dos
vereadores.
Art. 52 - Constituem matéria de lei complementar:
I – Código tributário Municipal;
II – Código de obras ou edificações;
III – Código de posturas;
IV – Código de zoneamento;
V – Código de parcelamento de solo;
VI – Plano diretor;
VII – Regime jurídico dos servidores;
VIII – Plano de carreira dos servidores municipais;
IX – Estatuto do magistério público municipal;
Parágrafo Único - As leis complementares serão aprovadas por maioria
absoluta.
SUBSEÇÃO IV
DAS RESOLUÇÕES E DOS DECRETOS LEGISLATIVOS
Art. 53 - As matérias de competência exclusiva da Câmara, definidas nesta
Lei Orgânica, constituem objeto de resolução ou de decreto legislativo, conforme o caso, nos
termos do regimento interno
SEÇÃO XII
DA SOBERANIA POPULAR
Art. 54 - A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo
voto direto e secreto, com igual valor para todos, e, nos termos da lei complementar, mediante:
I – plebiscito;
II – referendo;
III – iniciativa popular, nos termos do § 3° do artigo 47 desta Lei Orgânica.
Art. 55 - O plebiscito é a manifestação do eleitorado municipal sobre fato
específico, decisão política, programa ou obra.
§ 1° - O plebiscito será convocado pela Câmara Municipal, através de
resolução, deliberando sobre requerimento apresentado:
I – por cinco por cento do eleitorado do Município;
II – pelo prefeito municipal;
III – pela terça parte, no mínimo, dos vereadores.
§ 2° - Independe de requerimento a convocação do plebiscito previsto no §
2° do artigo 1° desta Lei Orgânica.
§ 3° - É permitido circunscrever o plebiscito à área ou população
diretamente interessada na decisão a ser tomada, o que deve constar do ato de sua convocação.
Art. 56 - O referendo é a manifestação do eleitorado sobre lei municipal ou
parte dela.
Parágrafo único - A realização de referendo será autorizada pela Câmara, por
resolução, atendendo requerimento encaminhado nos termos do inciso I do § 1° do artigo
anterior.
Art. 57 - Aplicam-se à realização de plebiscito ou de referendo as normas
constantes neste artigo e em lei complementar.
§ 1° - Considera-se definitiva a decisão que obtenha a maioria dos votos,
tendo comparecido, pelo menos, a metade mais um dos eleitores do Município, ressalvado o
disposto no § 3° do artigo 55 desta Lei Orgânica.
§ 2° - O Município deverá alocar recursos financeiros necessários à
realização de plebiscito ou referendo.
§ 4° - A Câmara organizará, solicitando a cooperação da Justiça Eleitoral, a
votação para a efetivação de um dos instrumentos de manifestação da soberania popular,
indicados neste artigo.
Art. 58 - A Câmara fará tramitar o projeto de lei de iniciativa popular, nos
termos do inciso III do caput do artigo 54 desta Lei Orgânica, de acordo com sua normas
regimentais, incluindo:
I – audiência pública em que sejam ouvidos representantes dos signatários,
podendo ser realizada perante comissão;
II – prazo para deliberação regimentalmente previsto;
III – votação conclusiva pela aprovação, com ou sem emendas ou
substitutivo, ou pela rejeição.
SEÇÃO XIII
DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA.
Art. 59 - A fiscalização contábil, financeira e orçamentária, operacional e
patrimonial do Município e das entidades da administração direta, indireta e fundacional, quanto
à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será
exercida pela Câmara Municipal, mediante controle externo, e pelo controle interno de cada
Poder, na forma da lei.
§ 1° - Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, ou entidade pública
que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos ou pelos
quais o Município responda, ou que, em nome deste, assuma obrigações de natureza pecuniária.
§ 2° - O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio
do Tribunal de Contas do Estado.
§ 3° - O parecer prévio, emitido pelo Tribunal de Contas sobre as contas que
o Município deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos
vereadores.
§ 4° - Recebido o parecer prévio a que se refere o parágrafo anterior, a
Câmara, no prazo máximo de noventa dias, julgará as contas do Município.
§ 5° - Os Poderes Legislativo e Executivo manterão, de forma integrada,
sistema de controle interno, observado o disposto no artigo 101 desta Lei Orgânica.
Art. 60 - A Câmara Municipal e suas comissões técnicas ou de inquérito
poderão solicitar ao Tribunal de Contas do Estado a realização de inspeções e auditorias de
natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades
administrativas dos Poderes Legislativo e Executivo, bem como nas entidades da administração
indireta e fundacional.
Art. 61 - A comissão permanente a que se refere o § 1° do artigo 98 desta
Lei Orgânica, diante de indícios de despesas não autorizadas, poderá solicitar à autoridade
governamental responsável que, no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários.
§ 1° - Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes,
a comissão solicitará ao Tribunal de Contas do Estado pronunciamento conclusivo sobre a
matéria.
§ 2° - Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a comissão, se julgar que o
gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública do Município, proporá à
Câmara a sua sustação.
Art. 62 - As contas do Município ficarão, durante sessenta dias, anualmente,
à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhe a
legitimidade, nos termos da lei.
Parágrafo único - As contas estarão à disposição dos contribuintes, no
mesmo período, em locais de fácil acesso ao público, na Câmara e na Prefeitura do Município.
CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO
SEÇÃO I
DO PREFEITO E DO VICE-PREFEITO
Art. 63 – O Prefeito e o Vice-Prefeito, no dia 1º de janeiro do ano
subseqüente ao da eleição, tomarão posse em sessão solene da Câmara Municipal.
§ 1º - O Prefeito prestará o seguinte compromisso:
“Prometo defender e cumprir a Constituição Federal, a Constituição
do Estado, a Lei Orgânica Municipal, observar as leis, promover o bem geral deste
Município de Marmeleiro e desempenhar com lealdade e patriotismo as funções do meu
cargo”.
§ 2º - Decorridos dez dias da data fixada para a posse do Prefeito ou o Vice-
Prefeito, salvo por motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.
§ 3º - No ato da posse, o Prefeito deverá desincompatibilizar-se de seus
cargos e funções.
Parágrafo único - Na mesma ocasião e ao término do mandato, fará
declaração pública de seus bens, a qual será transcrita em livro próprio.
§ 4º - A eleição do Prefeito implicará na do candidato a Vice-Prefeito com
ele registrado.
Art. 64 – Substituirá o Prefeito em caso de impedimento, e suceder-lhe-á no
de vaga, o Vice-Prefeito Municipal.
§ 1º - Em caso de impedimento do Vice-Prefeito, ou vacância do seu cargo,
serão chamados ao exercício da Prefeitura o Presidente da Câmara e, em sua ausência, o Vice-
Presidente.
§ 2º - Vagando os cargos de Prefeito e Vice-Prefeito, far-se-á eleição no
prazo de noventa dias depois de aberta a última vaga.
§ 3º - Ocorrendo vacância nos últimos dois anos de mandato, a eleição para
ambos os cargos será feita em trinta dias depois de aberta a última vaga, pela Câmara
Municipal.
§ 4º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o mandato de
seus antecessores.
Art. 65 - O Prefeito deverá residir no município.
§ 1º - Sempre que tiver que ausentar-se do território do Município ou afastar-
se do cargo, por mais de quinze dias consecutivos, o Prefeito passará o exercício do cargo a seu
substituto legal.
§ 2º - O Prefeito não poderá ausentar-se do Município ou afastar-se do seu
cargo, por mais de quinze dias consecutivos, sem licença da Câmara, sob pena de incorrer na
perda do mandato.
Art. 66 – O Prefeito, regularmente licenciado, terá direito a receber o
subsídio, quando:
I – impossibilitado do exercício do cargo, por motivo de doença
devidamente comprovada;
II – a serviço ou missão de representação do Município;
III - estiver no gozo de licença anual remunerada.
SEÇÃO II
DAS ATRIBUIÇÕES DO PREFEITO
Art. 67 – Compete ao Prefeito:
I – sancionar, promulgar e publicar as leis, expedir decretos, portarias,
regulamentos e outros atos, determinando sua publicação no prazo de quinze dias;
II – vetar, no todo ou em parte, os projetos de lei;
III – representar o Município em Juízo ou fora dele;
IV – ordenar ou autorizar as despesas e pagamentos na conformidade do
orçamento e dos créditos abertos legalmente;
V – Abrir créditos extraordinários nos casos de calamidade pública “ad
referendum” da Câmara;
VI – celebrar convênios com a União e Estados, Municípios ou entidades
particulares, “ad referendum” ou com autorização prévia da Câmara, quando comprometem
verba não prevista no orçamento;
VII – impor multas estipuladas nos contratos bem como as que forem
devidas ao Município e expedir ordens necessárias a sua cobrança;
VIII – alienar bens patrimoniais do Município, mediante autorização prévia e
expressa da Câmara;
IX – declarar a utilidade pública de bens imóveis, para fins de
desapropriação, decretá-las e instituir servidões administrativas;
X – fixar as tarifas dos serviços públicos concedidos e permitidos e aqueles
explorados pelo Município, de acordo com os critérios gerais estabelecidos em lei local ou em
convênios;
XI – fazer aferir, pelos padrões legais, os pesos, medidas e balanças em uso
nos estabelecimentos comerciais e similares, quando para isso o Município houver firmado
convênio, na forma da lei;
XII – prover os Cargos Públicos;
XIII – convocar extraordinariamente a Câmara;
XIV – dar publicidade, de modo regular, aos atos da administração, inclusive
balancetes mensais e balanço anual;
XV – apresentar anualmente à Câmara, no inicio do primeiro período de
sessões ordinárias, relatórios sobre a situação do Município, suas finanças e seus serviços,
sugerindo as medidas que julgar convenientes;
XVI – enviar à câmara, até o último dia útil de cada mês, o balancete relativo
a receita e despesas do mês anterior, para conhecimento;
XVII – encaminhar ao Tribunal de Contas:
a) até 31 de março de cada ano, as contas e o balanço geral do Município,
juntamente com as contas da Câmara;
b) dentro de dez dias, contados da respectiva publicação, o teor dos atos que
alterem o orçamento municipal, provenientes de abertura de créditos adicionais e operações de
crédito;
c) até o prazo de dez dias, contados da data de sua respectiva publicação, as
cópias das leis, decretos, instruções e portarias de natureza financeira e tributária municipal;
d) até o último dia útil do mês seguinte o balancete financeiro municipal, no
qual se deverá demonstrar, discriminadamente, a receita e a despesa orçamentária do período,
bem com os recebimentos e os pagamentos de natureza extra-orçamentária nele efetuados,
conjugados com os saldos em caixa e em bancos, provindos do mês anterior e com as
transferidas para o mês seguinte.
XVIII – prestar à Câmara, dentro de trinta dias, a contar da data da
solicitação, as informações pedidas;
XIX – resolver, dentro de trinta dias, sobre os requerimentos, reclamações
ou representações que lhe forem dirigidos;
XX – oficializar, observadas as normas urbanísticas aplicáveis, os prédios,
vias e logradouros públicos, dando-lhes denominação;
XXI – solicitar o auxílio das autoridades policiais do Estado para garantia de
cumprimento de seus atos;
XXII – permitir ou autorizar a execução de serviços públicos e o uso de bens
públicos por terceiros, respeitando o disposto na legislação pertinente;
XXIII – promover a transcrição no Registro de Imóveis, das áreas doadas ao
Município em processo de loteamento;
XXIV – aplicar sanções administrativas a servidor da Prefeitura omisso ou
remisso na prestação de contas do dinheiro públicos sujeitos a sua guarda;
XXV – superintender a arrecadação dos tributos, preços e outras rendas, bem
como a guarda e aplicação da receita dentro das disponibilidades ou dos créditos votados pela
Câmara;
XXVI – argüir a inconstitucionalidade de atos da Câmara;
XXVII – dispor sobre a estruturação e a organização dos serviços
municipais, observadas as normas legais pertinentes
XXVIII – praticar quaisquer atos de interesse do Município que não estejam
reservados explicita ou implicitamente à competência da Câmara;
Art. 68 - O Prefeito poderá delegar por decreto, a seus auxiliares, funções
administrativas que não sejam de sua competência exclusiva, sendo, porém, indelegáveis as
atribuições a que se referem os incisos I, II, V, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVIII, XXI, XXV,
XXVII do artigo anterior.
SEÇÃO III
DO JULGAMENTO DO PREFEITO
Art. 69 – O Prefeito será processado e julgado:
I - pelo Tribunal de Justiça do Estado, nos crimes comuns e de
responsabilidade, nos termos da Legislação Federal;
II - pela Câmara Municipal, nas infrações político-administrativas.
§ 1º - São infrações político-administrativas do Prefeito, sujeitas ao
julgamento pela Câmara Municipal e sancionadas com a cassação do mandato:
I - impedir o funcionamento regular da Câmara;
II - impedir o exame de documentos que devam constar dos arquivos da
Prefeitura Municipal, bem como a verificação de obras e serviços municipais, por comissão da
Câmara, regularmente constituída;
III - desatender, sem motivo justificado, as convocações ou os pedidos de
informações da Câmara;
IV - retardar a publicação ou deixar de publicar as leis e atos sujeitos a essa
formalidade;
V - deixar de apresentar à Câmara, no devido tempo e em forma regular, a
Proposta Orçamentária, o Plano Plurianual e o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias;
VI - descumprir o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e o
Orçamento Anual;
VII - praticar, contra expressa disposição de lei, ato de sua competência ou
omitir-se na sua prática;
VIII - omitir-se ou negligenciar na defesa de bens, rendas, direitos ou
interesses do Município;
IX - ausentar-se do Município por tempo superior ao permitido nesta Lei
Orgânica ou afastar-se do cargo sem autorização da Câmara Municipal;
X - proceder de modo incompatível com a dignidade e decoro do cargo;
XI – deixar de fazer o repasse, no prazo legal, dos recursos mensais da
Câmara, ou repassá-los a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária.
§ 2º - O processo de cassação do mandato do Prefeito pela Câmara, por
infrações definidas nos incisos do parágrafo anterior, obedecerá ao seguinte rito:
I - a denúncia escrita da infração poderá ser feita por Vereador, partido
político ou qualquer eleitor, com a exposição dos fatos e a indicação das provas;
II - de posse da denúncia, o Presidente da Câmara, na primeira sessão
ordinária ou em sessão extraordinária especialmente convocada, determinará sua leitura e
consultará a Câmara sobre o seu recebimento, por voto da maioria simples;
III - decidido o recebimento, na mesma sessão, será constituída Comissão
Processante, composta por cinco Vereadores, sorteados entre os desimpedidos e observada a
proporcionalidade partidária;
IV - instalada a Comissão Processante, no prazo máximo de cinco dias
contados do recebimento da denúncia, serão eleitos o Presidente e o Relator;
V – recebendo o processo, o Presidente da Comissão notificará o
denunciado, com a remessa de cópia da denúncia e documentos que a instruírem, para que, no
prazo de dez dias, apresente defesa prévia, por escrito, indique as provas que pretender produzir
a arrole testemunhas, até o máximo de dez, podendo a notificação ser feita por edital publicado
no órgão oficial do Município;
VI - decorrido o prazo de defesa, a Comissão Processante emitirá parecer
dentro de cinco dias, opinando pelo prosseguimento ou arquivamento da denúncia, devendo a
decisão, no caso do arquivamento, ser submetida ao Plenário, que prevalecerá mediante a
aprovação da maioria absoluta dos membros da Câmara;
VII - se a Comissão ou o Plenário decidirem pelo prosseguimento, o
Presidente designará, desde logo, o início da instrução, e determinará os atos, diligências e
audiências que se fizerem necessários para o depoimento do denunciado e inquirição das
testemunhas;
VIII - o denunciado deverá ser intimado de todos os atos do processo
pessoalmente, ou na pessoa de seu procurador, com antecedência, pelo menos, de vinte e quatro
horas, sendo-lhe permitido assistir às diligências e audiências, bem como formular perguntas e
reperguntas às testemunhas e requerer o que for de interesse da defesa;
IX - concluída a instrução, será aberta vista do processo ao denunciado, para
razões escritas, no prazo de 5 (cinco) dias e após, a Comissão Processante emitirá parecer final,
pela procedência ou improcedência da acusação, e solicitará ao Presidente da Câmara a
convocação de sessão para julgamento. Na sessão de julgamento, o processo será lido
integralmente, salvo decisão em contrário da Câmara e do Prefeito e, a seguir, os Vereadores
que o desejarem, poderão manifestar-se verbalmente, pelo tempo máximo de quinze minutos
cada um e, ao final, o denunciado, ou seu procurador, terá o prazo máximo de duas horas para
produzir sua defesa oral;
X - concluída a defesa, proceder-se-á a tantas votações quantas forem as
infrações articuladas na denúncia, em votação nominal, considerando-se afastado
definitivamente do cargo o denunciado que for declarado, pelo voto de dois terços pelo menos
dos membros da Câmara, incurso em qualquer das infrações especificadas na denúncia;
XI - concluído o julgamento, o Presidente da Câmara proclamará
imediatamente o resultado e fará lavrar ata que consigne a votação sobre cada infração;
XII - sendo o resultado condenatório, na mesma sessão o Plenário votará em
turno único e sem discussão, projeto de resolução oficializando a perda de mandato do
denunciado;
XIII - se o resultado da votação for absolutório, o presidente determinará o
arquivamento do processo;
XIV - o processo a que se refere este artigo, deverá estar concluído em 180
(cento e oitenta) dias, contados da data em que se efetivar a notificação do acusado, sendo o
processo arquivado, se esgotado o prazo, sem prejuízo de nova denúncia ainda que sobre os
mesmos fatos.
§ 3º - Se o denunciante for Vereador, ficará impedido de votar e de integrar a
Comissão Processante, podendo, todavia, praticar todos os atos de acusação.
§ 4º - Se o denunciante for o Presidente da Câmara, passará a Presidência
dos atos ao seu substituto legal, aplicando-se o disposto no parágrafo anterior.
Art. 70 – Aplicam-se ao Prefeito, no que couber, as incompatibilidades
previstas na Constituição Federal, quanto ao Presidente da República, na Constituição do
Estado, quanto ao Governador, bem como os previstos nesta lei quanto aos vereadores.
SEÇÃO IV
DOS ATOS MUNICIPAIS
Art. 71 – A publicação das leis e dos atos municipais far-se-á em órgão
oficial ou, não havendo, em órgão de imprensa local.
§ 1º - A publicação dos atos normativos, através da imprensa, poderá ser
resumida.
§ 2º - A escolha do órgão da imprensa particular para a divulgação dos atos
Municipais será feita por meio de licitação em que se levarão em conta além de preços as
circunstâncias de periodicidade, tiragem e distribuição.
Art. 72 – A Prefeitura e a Câmara são obrigadas a fornecer a qualquer
interessado, no prazo máximo de quinze dias, certidões de atos, contratos e decisões, sob pena
de responsabilidade de autoridade ou servidor que retardar a sua expedição.
Art. 73 – A formalização dos atos administrativos da competência do
Prefeito far-se-á:
I – Mediante decreto, numerado, em ordem cronológica, quando se tratar de:
a) regulamentação de lei;
b) criação ou extinção de gratificações, quando autorizadas em lei;
c) abertura de crédito especial e suplementar;
d) declaração de utilidade pública ou de interesse social para efeito de
desapropriação ou servidão administrativa;
e) criação, alteração e extinção de órgãos da Prefeitura, quando autorizadas
em lei;
f) definição da competência dos órgãos e das atribuições dos servidores da
prefeitura não privativas de lei;
g) aprovação de regulamentos e regimentos dos órgãos da administração
direta;
h) aprovação dos estatutos dos órgãos da administração descentralizada;
i) fixação e alteração dos preços dos serviços prestados pelo Município e
aprovação dos preços dos serviços concedidos ou autorizados;
j) permissão para exploração de serviços e para uso de bens municipais;
k) aprovação de planos de trabalhos dos órgãos da administração direta;
l) criação, extinção, declaração ou modificação de direitos dos
administrados, não privativos da lei;
m) medidas executórias do plano diretor;
n) estabelecimento de normas de efeitos externos, não privativas de lei;
II - mediante portaria, quando se tratar de:
a) lotação e relotação nos quadros de pessoal;
b) provimento e vacância de cargos públicos e demais atos de efeito
individual relativos aos servidores municipais;
c) criação de comissões e designações de seus membros;
d) instituição e dissolução de grupos de trabalho;
e) autorização para contratação de servidores por prazo determinado e
dispensa;
f) abertura de sindicâncias e processos administrativos e aplicação de
penalidades;
g) outros atos que, por sua natureza ou finalidade, não sejam objeto de lei ou
decreto.
Parágrafo único – Poderão ser delegados os atos constantes do item II deste
artigo.
TÍTULO II
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 74 – A administração pública direta, indireta, de qualquer dos Poderes
do Município obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte:
I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que
preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;
II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia
em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e complexidade
do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
III – o prazo de validade do concurso público será de até dois anos,
prorrogável uma vez por igual período;
IV – durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele
aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade
sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;
V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores
ocupantes de cargo efetivo e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de
carreira, nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às
atribuições de direção, chefia e assessoramento;
VI - é garantido ao servidor público o direito à livre associação sindical;
VII – o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em
lei específica;
VIII – a lei reservará percentual de cargos e empregos públicos para as
pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
IX – a lei estabelecerá os casos de contratação, por tempo determinado, para
atender necessidade temporária de excepcional interesse público, cumpridos os seguintes
critérios:
a) realização de teste seletivo, ressalvados os casos de calamidade pública;
b) contrato improrrogável, com prazo máximo de um ano, vedada a
recontratação.
X – a remuneração dos servidores públicos e os subsídios de que trata o
artigo 42 desta Lei Orgânica, somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica,
observada a iniciativa privativa, em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na
mesma data e sem distinção de índices;
XI – a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e
empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos detentores de mandato
eletivo e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou
não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o
subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal;
XII – os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo não poderão ser
superiores aos pagos pelo Poder Executivo;
XIII – é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies
remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público;
XIV – os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão
computados nem acumulados, para fins de concessão de acréscimos ulteriores;
XV – o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos em empregos
públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos artigos
39, § 4º, e artigos 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I da Constituição Federal;
XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto,
quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso
XI:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou científico;
c) a de dois cargos privativos de médico;
XVII – a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange
autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e sociedades
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público;
XVIII – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação;
XIX – depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de
subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de
qualquer delas em empresa privada;
XX – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,
compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure
igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de
pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente
permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do
cumprimento das obrigações;
XXI – além dos requisitos mencionados no inciso anterior, o órgão licitante
deverá, nos processos licitatórios, estabelecer:
a) preço máximo das obras, serviços e compras a serem contratados;
b) preço mínimo das alienações.
XXII – as obras, serviços, compras e alienações contratados de forma
parcelada, com o fim de burlar a obrigatoriedade do processo de licitação pública serão
considerados atos fraudulentos, passíveis de anulação, por eles respondendo os autores, civil,
administrativa e criminalmente, na forma da lei.
§ 1° - A publicidade de atos, programas, obras, serviços e campanhas de
órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não
podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
autoridades ou de servidores públicos.
§ 2° - Semestralmente, a administração pública direta, indireta ou
fundacional, de qualquer dos Poderes do Município, publicará, em seu órgão oficial, relatório
das despesas com a propaganda e publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas,
especificando-se os nomes dos veículos de comunicação e as respectivas quantias a eles pagas.
§ 3° - A não observância do disposto nos incisos II, III, IV, IX e XXII do
caput deste artigo implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável nos termos
da lei.
§ 4° - A lei disciplinará as formas de participação do usuário na
administração pública direta e indireta, regulando especialmente:
I – as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral,
asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica,
externa e interna, da qualidade dos serviços;
II – o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre
atos de governo;
III – a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo
de cargo, emprego ou função na administração pública.
§ 5° - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos
direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao
erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
§ 6° - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado,
prestadoras de serviços públicos, responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou
culpa.
§ 7° - A sonegação e o fornecimento incompleto, incorreto ou a demora, por
mais de trinta dias na prestação de informações públicas importam em responsabilidade punível
na forma da lei.
§ 8º - A empresa pública e a sociedade de economia mista sujeitam-se ao
regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis,
comerciais, trabalhistas e tributários;
§ 9º - A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo
ou emprego da administração direta e indireta, que possibilite o acesso a informações
privilegiadas.
§ 10 - A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e
entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato a ser firmado
entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de
desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
I – o prazo de duração do contrato;
II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações
e responsabilidade dos dirigentes;
III – a remuneração do pessoal.
§ 11 - O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades
de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos do Município para pagamento
de despesas de pessoal ou de custeio em geral
§ 12 – É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria com
a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na
forma desta Lei Orgânica e da Constituição Federal, os cargos eletivos e os cargos em comissão
declarados em lei de livre nomeação e exoneração.
CAPÍTULO II
DOS SERVIDORES PÚBLICOS
Art. 75 – O Município instituirá conselho de política de administração e
remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes.
§ 1º - A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do
sistema remuneratório observará:
I – a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos
componentes de cada carreira;
II – os requisitos para a investidura;
III – as peculiaridades dos cargos.
§ 2º - A política de administração de pessoal observará, ainda, os seguintes
requisitos:
I – valorização e dignificação da função dos servidores públicos
II profissionalização e aperfeiçoamento do servidor público;
III - constituição de quadro dirigente mediante formação e aperfeiçoamento
de administradores, em consonância com critérios profissionais e éticos, especialmente
estabelecidos;
IV - sistema de méritos objetivamente apurados para ingresso no serviço e
desenvolvimento na carreira;
V – tratamento uniforme aos servidores públicos, no que se refere à revisão
geral de suas remunerações.
§ 3º - O detentor de mandato eletivo e os Diretores de Departamentos serão
remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de
qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie
remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no artigo 37, X e XI da Constituição
Federal.
§ 4º - A lei poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor
remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no inciso XI do
artigo 37 da Constituição Federal.
§ 5º - Os Poderes Executivo e Legislativo publicarão anualmente os valores
do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos.
§ 6º - A lei disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes
da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no
desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento,
modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de
adicional ou prêmio de produtividade.
Art. 76 - Ao servidor público em exercício de mandato eletivo, aplicam-se
as disposições do Artigo 38 da Constituição Federal.
Art. 77 – É vedada a participação de servidores no produto da arrecadação
dos tributos e multas.
Art. 78 – É vedada a cessão de servidores públicos da administração direta
ou indireta do Município, a empresas ou entidades públicas ou privadas, salvo a órgãos do
mesmo poder, comprovada a necessidade, ou para o exercício de função de confiança, nos
termos da lei.
Art. 79 - O regime de previdência dos servidores públicos e os benefícios
dele decorrentes serão definidos em lei, observadas as normas constitucionais e legais
aplicáveis.
Art. 80 – São estáveis, após três anos de efetivo exercício, os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.
§ 1º - Lei disporá sobre a forma e critérios do concurso para a admissão de
servidores municipais.
§ 2º - O servidor público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - mediante processo administrativo em que se lhe assegure ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na
forma da lei complementar federal, assegurada ampla defesa.
§ 3º – Extinto o cargo ou declarado desnecessário, o servidor estável ficará
em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até o seu
reaproveitamento adequado em outro cargo.
§ 4º - Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será
ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem
direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com
remuneração proporcional ao tempo de serviço.
§ 5º - Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a
avaliação especial de desempenho, por comissão especial instituída para essa finalidade.
Art. 81 – É livre a associação profissional ou sindical do servidor público
municipal na forma da lei federal, observando o seguinte:
I – Haverá uma só associação para os servidores da administração direta, das
autarquias e das fundações, todas do regime estabelecido.
II – Nenhum servidor é obrigado a filiar-se ou manter-se filiado a
associação.
Art. 82 – É assegurada a participação dos servidores públicos municipais por
eleição nos colegiados da administração pública em que seus interesses profissionais ou
previdenciários sejam de discussão e deliberação.
CAPÍTULO III
DOS BENS MUNICIPAIS
Art. 83 – Constituem bens do Município todas as coisas móveis e imóveis,
direitos e ações que a qualquer título, lhe pertençam.
Art. 84 – Cabe ao Prefeito a administração dos bens municipais, respeitada a
competência da Câmara quanto àqueles utilizados em seus serviços.
Art. 85 - A alienação de bens municipais, subordinada a existência de
interesse público devidamente justificado, será sempre precedida de avaliação e obedecerá às
seguintes normas:
I – Quando imóveis, dependerá de autorização legislativa e licitação,
dispensada esta nos seguintes casos:
a) doação, devendo constar obrigatoriamente do contrato, os encargos do
donatário, o prazo de seu cumprimento e a cláusula de retrocessão, sob pena de nulidade do ato;
b) permuta.
II – Quando móveis, dependerá de autorização legislativa e de licitação,
dispensada esta nos seguintes casos:
a) doação, que será permitida exclusivamente para fins de interesse social,
devidamente fundamentado;
b) permuta.
III – As ações serão vendidas em bolsa de valores, dependendo de
autorização legislativa; se as ações não tiverem cotação em bolsa, serão alienadas através de
concorrência ou leilão.
§ 1º O Município, preferentemente à venda ou doação dos seus bens
imóveis, outorgará concessão de direito real de uso, mediante prévia autorização legislativa e
concorrência. A concorrência poderá ser dispensada por lei, quando o uso se destinar a
concessionária de serviços públicos, a entidades assistenciais, ou quando houver relevante
interesse público devidamente justificado.
§ 2º A venda, garantida a preferência aos proprietários de imóveis lindeiros,
de áreas urbanas remanescentes e inaproveitáveis, resultantes da obra pública, dependerá de
prévia avaliação e autorização legislativa. As área resultantes de modificações de alinhamento,
poderão ser alienadas, atendidas as mesmas formalidades.
Art. 86 – A aquisição de bens imóveis por compra ou permuta, dependerá de
prévia avaliação realizada por comissão especial designada pelo Prefeito Municipal e autorizada
por lei.
Art. 87 – O uso de bens municipais por terceiros, poderá ser feito mediante
concessão, permissão ou autorização, conforme o caso e o interesse público o exigir.
§ 1º - A concessão administrativa de bens públicos especiais e dominiais
dependerá de lei e concorrência, e far-se-á mediante contrato, sob pena de nulidade do ato. A
concorrência poderá ser dispensada, mediante lei, quando o uso se destinar a concessionária de
serviços públicos, a entidades assistenciais, ou quando houver interesse público, devidamente
justificado.
§ 2º - A concessão administrativa de bens públicos de uso comum, somente
poderá ser outorgada para finalidades escolares, de assistência social ou turística, mediante
autorização legislativa.
§ 3º - A permissão, que poderá incidir sobre qualquer bem público, será feita
a titulo precário, por Lei.
§ 4º - A autorização, que poderá incidir sobre qualquer bem público, será
feita por portaria, para atividades ou usos específicos e transitórios, pelo prazo máximo de 60
dias.
§ 5º - A Prestação de serviços com máquinas do setor rodoviário, fora do
Município só será executado mediante autorização legislativa.
TÍTULO III
DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
CAPÍTULO I
DOS TRIBUTOS MUNICIPAIS
Art. 88 – O município poderá instituir os seguintes tributos:
I – os impostos previstos na Constituição Federal;
II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia, ou pela utilização
efetiva ou potencial de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou
postos à sua disposição;
III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
§ 1º - Os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a
capacidade econômica do contribuinte, facultada à administração tributária, especialmente para
conferir efetividade a esse objetivo, identificar, respeitando os direitos individuais e nos termos
da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
§ 2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria dos impostos.
Art. 89 – A contribuição de melhoria será cobrada dos proprietários de
imóveis beneficiados por obras públicas Municipais.
Art. 90 – São isentos do pagamento do imposto predial e territorial urbano,
as pessoas, de qualquer idade, que sejam portadoras de deficiência física e cuja renda mensal
não exceda a dois salários mínimos, e tenham apenas um imóvel registrado em seu nome.
Parágrafo único – Aplica-se aos aposentados o disposto no “caput” deste
artigo.
Art. 91 - É vedado ao Município:
I – exigir ou aumentar tributo sem que a lei o estabeleça;
II – instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em
situação equivalente;
III – cobrar tributos:
a) - em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei
que os houver instituído ou aumentado;
b) - no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou.
IV – utilizar tributo com efeito de confisco;
V – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviço federal ou estadual;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de
assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
VI - conceder qualquer anistia, remissão ou isenção que envolva matéria
tributária, sem que a lei municipal as autorize;
VII – exigir pagamento de taxas que atentem contra:
a) - o direito de petição aos Poderes Legislativo e Executivo municipais em
defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) - a obtenção de certidões, em repartições públicas, para defesa de direitos
e esclarecimento de situações de interesse pessoal.
VIII – estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer
natureza, em razão de sua procedência ou destino.
§ 1° - A lei a que se refere o inciso VI, in fine, do caput deste artigo, deverá
ser aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal.
§ 2° - A concessão de isenção ou anistia não gera direito adquirido e será
revogada ao se comprovar que o beneficiário:
I – não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições exigidas; ou
II – deixou de cumprir os requisitos para sua concessão.
Art. 92 - O município estabelecerá tratamento tributário favorecido para as
empresas brasileiras de capital nacional de pequeno porte, localizadas em sua área territorial.
Art. 93 - O Município dotará sua administração tributária de recursos
humanos e materiais necessários, a fim de que se possam cumprir suas competências,
objetivando estabelecer:
I – levantamento atualizado dos contribuintes e das atividades econômicas
locais;
II – lançamento e fiscalização tributários;
III – inscrição de inadimplentes em dívida ativa e sua cobrança.
Parágrafo único - Sempre que ocorrer termo de inscrição de inadimplente em
dívida ativa, dele se dará publicidade.
CAPÍTULO II
DA RECEITA E DA DESPESA
Art. 94 - A receita do Município constituir-se-á de:
I – arrecadação dos tributos municipais;
II – participação em tributos da União e do Estado do Paraná, consoante
determina a Constituição Federal;
III – recursos resultantes do Fundo de Participação dos Municípios;
IV – utilização de seus bens, serviços e atividades;
V – outros ingressos.
Parágrafo único - A fixação dos preços públicos, oriundos da utilização de
bens, serviços e atividades municipais, será procedida por decreto, com base em critérios
estabelecidos em lei.
Art. 95 - A despesa pública atenderá os princípios constitucionais sobre a
matéria e as normas do direito financeiro.
§ 1° - Nenhuma despesa será ordenada ou satisfeita sem que exista recurso
disponível e crédito votado pela Câmara, salvo a que ocorrer por conta de crédito extraordinário,
nos termos do § 3° do artigo 99 desta Lei Orgânica.
§ 2° - Nenhuma lei que crie ou aumente despesa será executada sem que nela
conste a indicação do recurso para atendimento do correspondente encargo.
Art. 96 - A despesa com pessoal ativo e inativo do Município não poderá
exceder os limites estabelecidos em lei complementar federal.
§ 1º - A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a
criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a
admissão ou contratação de pessoa, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração
direita ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser
feitas:
I – se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às
projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;
II – se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias,
ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista;
§ 2º - Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo,
durante o prazo fixado na lei complementar federal, o Município adotará as seguintes
providências:
I – redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em
comissão e funções de confiança;
II – exoneração dos servidores não estáveis.
§ 3º - Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem
suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar federal, o
servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado especifique a
atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal.
§ 4º - O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a
indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço.
§ 5º - O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será
considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou
assemelhadas pelo prazo de quatro anos.
CAPÍTULO III
DOS ORÇAMENTOS MUNICIPAIS
Art. 97 - Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I – o Plano Plurianual;
II – as Diretrizes Orçamentárias;
III – os Orçamentos Anuais.
§ 1° - O Plano Plurianual compreenderá:
I - diretrizes, objetivos e metas da administração municipal, de forma
setorizada, para execução plurianual;
II – investimentos e gastos com a execução de programas de duração
continuada.
§ 2° - A Lei de Diretrizes orçamentárias compreenderá:
I – as metas e prioridades da administração municipal, incluindo as despesas
de capital para o exercício financeiro subseqüente;
II – normas para a elaboração da Lei Orçamentária Anual;
III – alterações na Legislação Tributária;
IV – autorização para a concessão de qualquer vantagem ou aumento de
remuneração, a criação de cargos ou alteração da estrutura de carreiras, bem como a admissão
de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta e indireta,
inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público.
§ 3° - A Lei Orçamentária Anual compreenderá:
I – o orçamento fiscal referente aos Poderes Legislativo e Executivo
municipais, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público municipal;
II – o orçamento de investimentos das empresas em que o Município, direta
ou indiretamente, detenha maioria de capital social com direito a voto.
§ 4° - Os planos e programas municipais serão elaborados em consonância
com o Plano Plurianual e apreciados pela Câmara Municipal.
§ 5° - Os orçamentos previstos nos incisos I e II do § 3° deste artigo,
compatibilizados com o Plano Plurianual, terão entre suas funções a de reduzir, no Município,
desigualdades setorizadas.
§ 6° - A Lei Orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão
da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de
créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação da
receita, nos termos da lei.
§ 7° - O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de
cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária.
§ 8° - Integrando o planejamento municipal, as leis indicadas nos incisos do
caput deste artigo contarão, na sua elaboração, com a cooperação das associações
representativas da comunidade.
Art. 98 - Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes
orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pela Câmara
Municipal, na forma de seu regimento interno.
§ 1° - Caberá a uma comissão permanente da Câmara:
I – examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre
as contas prestadas anualmente pelo prefeito municipal;
II – examinar e emitir parecer sobre os planos e programas municipais e
exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo das demais comissões
da Câmara.
§ 2° - As emendas serão apresentadas na comissão a que se refere o
parágrafo anterior e apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário da Câmara.
§ 3° - As emendas ao Projeto de Lei do Orçamento Anual ou aos projetos
que o modifiquem, somente podem ser aprovadas caso:
I – sejam compatíveis com o Plano Plurianual e com a Lei de Diretrizes
Orçamentárias;
II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de
anulação da despesa, excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferência para autarquias e fundações instituídas ou mantidas pelo
Poder Público municipal.
III – sejam relacionadas com:
a) a correção de erros ou omissões;
b) os dispositivos do texto de projeto de lei.
§ 4°- As emendas ao Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias não poderão
ser aprovadas quando incompatíveis com o Plano Plurianual.
§ 5° - O Prefeito Municipal poderá enviar mensagem à Câmara para propor
alteração nos Projetos de Lei a que se refere este artigo, enquanto não iniciada a votação, na
Comissão, da parte cuja alteração é proposta.
§ 6°- Os Projetos de Lei do Plano Plurianual, das Diretrizes Orçamentárias e
do Orçamento Anual serão enviados pelo Prefeito Municipal à Câmara, nos termos de Lei
Complementar.
§ 7° - Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não
contrariar o disposto neste capítulo, as demais normas relativas ao processo legislativo.
§ 8° - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do
Projeto de Lei Orçamentária Anual, ficarem sem despesas correspondentes, poderão ser
utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e
específica autorização legislativa.
Art. 99 - São vedados:
I – o início de programas ou projetos não incluídos na Lei Orçamentária
Anual;
II – a realização de despesas ou assunção de obrigações diretas que excedam
os créditos orçamentários ou adicionais;
III – a realização de operações de créditos que excedam o montante das
despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais,
com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo, por maioria absoluta;
IV – a vinculação de receita de impostos a órgãos ou fundos especiais,
ressalvadas as que se destinem à manutenção e desenvolvimento do ensino, como determinado
pelo Artigo 212 da Constituição Federal e à prestação de garantia às operações de crédito por
antecipação da receita;
V – a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização
legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes;
VI – a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma
categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização
legislativa;
VII – a concessão ou utilização de crédito ilimitados;
VIII – a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos do
orçamento fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas,
fundações e fundos especiais;
IX – a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização
legislativa.
§ 1° - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício
financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a
inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.
§ 2° - Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício
financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos
quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão
incorporados ao orçamento do exercício financeiro subseqüente.
§ 3° - A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para
atender despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de calamidade pública,
mediante ato do Executivo, ad referendum do Legislativo municipal.
Art. 100 - Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias,
compreendidos os créditos suplementares e especiais, destinados ao Poder Legislativo
municipal, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, na forma da lei complementar a que
se refere o § 9° do Artigo 165 da Constituição Federal.
CAPÍTULO IV
DO CONTROLE INTERNO
Art. 101 – Os Poderes Executivo e Legislativo manterão, de forma
integrada, um sistema de controle interno, apoiado nas informações contábeis, com objetivos de:
I – Avaliar o cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual e a
execução dos programas do Governo Municipal;
II – Comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e à
eficiência da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nas entidades da Administração
Municipal, bem como da aplicação de recursos públicos municipais por entidades de direito
privado;
III – Exercer o controle dos empréstimos e dos financiamentos, avais e
garantias, bem como dos direitos e haveres do Município.
Art. 102 – São sujeitos a tomada ou a prestação de contas os agentes da
administração municipal responsáveis por bens e valores pertencentes ou confiados à Fazenda
Pública Municipal.
§ 1º - O tesoureiro do Município, ou servidor que exerça a função, fica
obrigado a apresentação do boletim diário de tesouraria, que será afixado em local próprio, na
sede da Prefeitura Municipal.
§ 2º - Os demais agentes municipais apresentarão as suas respectivas
prestações de contas até o dia 15 do mês subseqüente àquele em que o valor tenha sido recebido.
CAPITULO V
DO PLANEJAMENTO MUNICIPAL
Art. 103 – O planejamento municipal será acompanhado por um Conselho
Municipal de Desenvolvimento, formado por representantes do Executivo, do Legislativo, e
com a cooperação das associações representativas.
Parágrafo único – O Conselho Municipal referido no “caput” deste Artigo,
será instituído por lei, até 60 dias após a promulgação desta Lei Orgânica.
Art. 104 – O Município poderá constituir a Guarda Municipal, através de lei,
mediante projeto de iniciativa do Poder Executivo, regulamentando o efetivo e a destinação,
entre outras atribuições.
TÍTULO IV
DA ORDEM ECONÔMICA E SOCIAL
CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ORDEM ECONÔMICA
Art. 105 – A organização da atividade econômica, fundada na valorização do
trabalho humano, na livre iniciativa e na proteção do meio ambiente, tem por objetivo assegurar
existência digna a todos, conforme os mandamentos da justiça social e com base nos princípios
estabelecidos na Constituição Federal.
Art. 106 – Na aquisição de bens e serviços, o Poder Público Municipal, dará
tratamento preferencial, nos termos da lei, a empresa brasileira de capital nacional.
Art. 107 – As micro empresas e as empresas de pequeno porte assim
diferenciados, visando ao incentivo de sua criação, preservação e desenvolvimento, serão
beneficiadas, através da eliminação, redução ou simplificação de suas obrigações
administrativas, tributárias e creditícias, por meio da lei.
Art. 108 – O Município, em ação integrada com a União, o Estado e a
sociedade, promoverá a defesa dos direitos sociais do consumidor, através de sua
conscientização, fazendo a prevenção e responsabilizando a quem de direito, pelos danos a ele
causados, democratizando a fruição de bens e serviços essenciais.
Art. 109 – A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de
associativismo.
CAPÍTULO II
DA POLÍTICA URBANA
Art. 110 – A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder
Público Municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei federal, tem por objetivo ordenar o
pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem estar de todos.
§ 1º - O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, é um instrumento
básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º - A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às
exigências fundamentais de ordenação da cidade, expressas no Plano Diretor.
§ 3º - As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e
justa indenização em dinheiro ou permuta.
§ 4º - É facultado ao Poder Público Municipal, mediante lei específica para
área, incluída no Plano Diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano
não edificado, sub-utilizado ou não utilizado, que promova o seu adequado aproveitamento,
sucessivamente:
I – Parcelamento ou edificação compulsória;
II – Impostos sobre a propriedade predial e territorial urbana, progressivos
no tempo;
III – Desapropriação, com pagamento mediante títulos da dívida pública,
autorizados previamente pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em
parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
§ 5º - O disposto no parágrafo anterior só será aplicado a áreas de terras
incluídas no plano diretor da cidade, como destinadas a :
I – construção de conjuntos habitacionais para residências populares;
II- implantação de vias urbanas e logradouros públicos;
III – edificação de hospitais, escolas, postos de saúde, creches ou outras
construções de relevante interesse social.
Art. 111 – A política municipal de desenvolvimento urbano visa assegurar,
dentre outros objetivos:
I – a urbanização, a regularização de loteamentos de áreas fundiárias e
urbanas;
II – a cooperação das associações representativas no planejamento urbano
municipal;
III – o estímulo à preservação de áreas periféricas de produção agrícola e
pecuária:
IV - a garantia da preservação, da proteção e da recuperação do meio
ambiente;
V – a criação e manutenção de parques de especial interesse urbanístico,
social, ambiental, turístico e de utilização pública;
VI – a utilização racional do território e dos recursos naturais, mediante
controle da implantação e do funcionamento de atividades industriais, comerciais, residenciais
e viárias.
CAPÍTULO III
DA POLÍTICA DE SAÚDE
Art. 112 – A saúde é direito de todos os munícipes e dever do Poder Público,
assegurado mediante políticas sociais e econômicas que visem a eliminação do risco de doenças
e outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação.
Art. 113 – Para atingir os objetivos estabelecidos no artigo anterior, o
Município promoverá, por todos os meios a seu alcance:
I – condições dignas de trabalho, saneamento, moradia, alimentação,
educação, transporte e lazer;
II – respeito ao meio ambiente e controle da poluição ambiental;
III – acesso universal e igualitário de todos os habitantes do município às
ações e serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde, sem qualquer discriminação.
Art. 114 – As ações de saúde são de relevância pública, devendo sua
execução ser feita preferencialmente através de serviços públicos e, complementarmente,
através de serviços de terceiros.
Parágrafo único – É competência do município, no âmbito do Sistema Único
de Saúde:
I – planejar, organizar, gerir, controlar e avaliar as ações e os serviços de
saúde:
II – planejar, programar e organizar a rede regionalizada e hierarquizada do
Sistema Único Descentralizado de Saúde, em articulação com a sua direção estadual.
III – gerir, executar, controlar e avaliar as ações referentes às condições e aos
ambientes de trabalho, aos problemas de saúde e a eles relacionados;
IV – executar serviços de:
a) vigilância epidemiológica;
b) vigilância sanitária;
c) alimentação e nutrição;
V - planejar e executar a política de saneamento urbano e rural, em
articulação com o Estado e a União;
VI – executar política de insumos e equipamentos para a saúde;
VII – promover ações referentes à assistência integral, à saúde da mulher,
em todas as fases de sua vida;
VIII – fiscalizar as agressões ao meio ambiente, que tenham repercussão
sobre a saúde humana e atuar, junto aos órgãos estaduais e federais competentes, para controlá-
las;
IX – formar consórcios intermunicipais de saúde;
X – gerir laboratórios públicos de saúde;
XI – avaliar e controlar a execução de convênios e contratos celebrados pelo
Município com entidades privadas prestadoras de serviços de saúde;
XII – autorizar a instalação de serviços privados de saúde e fiscalizar o
funcionamento.
Art. 115 – As ações e os serviços de saúde realizados no Município,
integram uma rede regional e hierarquizada, constituindo o Sistema Único de Saúde no âmbito
do município, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I – comando único, exercido pela Secretaria e Conselho Municipal de Saúde,
formado por entidades e comunidades organizadas ou equivalente;
II – integridade na prestação das ações de saúde;
III – organização de distritos sanitários com alocação de recursos técnicos e
práticos de saúde adequadas à realidade epidemiológica do local;
IV – direito de indivíduos obter informações e esclarecimentos sobre
assuntos pertinentes à promoção, proteção, recuperação e prevenção da sua saúde e da
coletividade.
Parágrafo único – Os limites do distrito sanitário referidos no inciso III,
constarão do Plano Diretor de Saúde e serão fixados segundo os seguintes critérios:
I – áreas geográficas de abrangência;
II – a descrição de clientela;
III – resolutividade de serviços à disposição da população.
Art. 116 – O prefeito convocará periodicamente o Conselho Municipal de
Saúde para avaliar a situação do município, com ampla participação da sociedade, e fixar as
diretrizes gerais da política de saúde do município.
Art. 117 – As instituições privadas poderão participar de forma
complementar do Sistema Único de Saúde, mediante contrato de direito público ou convênio,
tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
Art. 118 – O Sistema Único de Saúde, no âmbito do Município, será
financiado com recursos do Orçamento Municipal, do Estado, da União e da Seguridade Social,
além de outras fontes.
§ 1º - Os recursos destinados às ações e aos serviços de saúde no município,
constituirão o Fundo Municipal de Saúde, conforme dispuser a lei.
§ 2º - O montante das despesas de saúde não poderão ser inferior ao que
determina a emenda constitucional nº 29/2000 ou legislação federal que a substitua.
§ 3º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou
subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.
Art. 119 – O Município orientará um centro de informação e orientação
referente ao uso adequado de plantas e ervas medicinais no Município, respeitadas as normas de
saúde pública.
Parágrafo único – A capacitação do pessoal na área da medicina natural será
facilitada pelo município, através do Departamento de Assistência Social, em colaboração com
o Conselho Municipal Comunitário em Saúde e Bem Estar Social.
CAPÍTULO IV
DA POLÍTICA AGROPECUÁRIA
Art. 120 – O Poder Público Municipal assegurará a orientação técnica da
produção agropecuária, o estímulo à organização rural, os conhecimentos sobre a racionalização
do uso e preservação de recursos naturais, prioritariamente aos pequenos e médios agricultores
rurais, cooparticipando com os Governos Estadual e Federal na manutenção dos serviços de
assistência técnica e extensão rural oficial, no município.
Art. 121 – O Município promoverá o desenvolvimento do meio rural,
observando as suas potencialidades econômicas, sociais e dos recursos naturais, mediante
elaboração de um plano de desenvolvimento rural, contando com a participação do Conselho
Municipal de Desenvolvimento Agropecuário, formado pelas organizações atuantes no meio
rural, entidades representativas dos produtores e trabalhadores rurais, setores de
comercialização, armazenamento e de transporte, líderes de comunidades, profissionais técnicos
dos vários organismos, iniciativa privada e dos Governos Estadual e Federal.
Art. 122 – Para execução dos objetivos na área agropecuária, o Município
deverá dispor de recursos do orçamento, que serão destinados ao departamento agropecuário.
Art. 123 – O Conselho Municipal de Desenvolvimento Agropecuário,
deverá subsidiar as decisões do Executivo e Legislativo, referentes ao planejamento e alocação
de recursos referentes à política agropecuária, assim como apoiar a Prefeitura na execução da
mesma.
Art. 124 – Para execução da política agropecuária, o Município terá como
meta as seguintes tarefas:
I – orientar sobre técnicas de recuperação, de preservação e utilização dos
recursos naturais e meio ambiente;
II – desenvolver junto à população rural, processos educativos, visando
ampliar a compreensão dos aspectos estruturais da economia agropecuária;
III – estimular a geração e adaptação de tecnologias de produção e criação
agropecuária móvel, prioritariamente aos pequenos e médios produtores rurais;
IV – viabilizar postos de venda direto do produtor aos consumidores;
V – apoiar e estimular com infra-estrutura básica necessária para criação de
associações de pequenos produtores rurais;
VI – criar e manter à disposição da população, um posto de pesagem e
classificação de produtos agropecuários;
VII – viabilizar programas de habitação rural;
VIII – combate à formiga;
XIX – estabelecer regras para a distância das cercas das estradas vicinais;
XX – ampliação e manutenção da rede viária rural para atendimento ao
transporte urbano e à produção;
XXI – conservação e sistematização do solos;
XXII – fomento à produção agropecuária e à organização do abastecimento
alimentar;
XXIII – a assistência técnica e a extensão rural;
XXIV – a irrigação e drenagem;
XXV – a fiscalização sanitária e uso do solo;
XI – o beneficiamento e a industrialização de produtos agropecuários;
XII – incentivo ao turismo rural.
Art. 125 – O Conselho Municipal de Desenvolvimento Agropecuário, fixará
normas que regularizem:
I – plantio de árvores próximo a fontes de água, margens de córregos e
divisas;
II – culturas invasoras em áreas lindeiras;
III – sistema integrado de curvas de nível;
IV – construção de açudes.
CAPÍTULO V
DA POLÍTICA EDUCACIONAL
Art. 126 – O Município promoverá a educação Pré-escolar e o Ensino
Fundamental, com a colaboração da sociedade e a cooperação técnica e financeira da União e do
Estado, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e
sua qualificação para o trabalho.
Parágrafo único – O ensino ministrado nas escolas municipais será gratuito.
Art. 127 – O poder público municipal assegurará, na promoção da educação
Pré-escolar e do ensino fundamental, a observância dos seguintes princípios:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola, vedada
qualquer forma de discriminação e segregação;
II – garantia de Ensino Fundamental obrigatório e gratuito, na rede escolar
municipal, inclusive para os que a ela não tiverem acesso na idade própria;
III – garantia de padrão de qualidade em toda a rede municipal;
IV – gestão democrática do ensino na forma da lei.
V – pluralismo de idéias e de concepção pedagógica e religiosa;
VI – garantia de prioridade de ampliação no ensino público municipal dos
recursos orçamentários do Município, na forma estabelecida pelas Constituições Federal e
Estadual;
VII – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência
física e mental na rede escolar municipal;
VIII – atendimento ao educando no ensino fundamental, através de
programas suplementares de material didático escolar, transporte escolar, alimentação e
assistência à saúde;
IX – apoio e incentivo ao ensino noturno regular, adequando-o às condições
do educando;
X – inclusão ao currículo escolar de conteúdos específicos referentes a
agropecuária e ecologia;
XI – a liberdade de ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o
saber, dentro e fora da escola.
Parágrafo único – O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder
Público ou sua oferta irregular, importa responsabilização da autoridade competente.
Art. 128 – O Município promoverá, anualmente, o recenseamento da
população escolar e fará a chamada dos educandos.
Art. 129 – O Município zelará, por todos os meios ao seu alcance, pela
permanência do educando na escola.
Art. 130 – O calendário escolar municipal será flexível e adequado às
peculiaridades climáticas e as condições sociais e econômicas dos alunos.
Art. 131 – O Município aplicará, anualmente, nunca menos que 25 % da
receita resultante de impostos e das transferências recebidas do Estado e da União na
manutenção e no desenvolvimento do ensino.
Parágrafo único – A inobservância no disposto neste artigo, importa em
crime de responsabilidade da autoridade competente.
Art. 132 – O Poder Executivo submeterá à aprovação da Câmara Municipal,
no prazo de 60 dias, contados da vigência desta lei, Projeto de Lei estruturando o sistema
municipal de ensino, que conterá, obrigatoriamente, a organização administrativa e técnico-
pedagógica do órgão municipal de educação, bem como os Projetos de Lei Complementares que
instituam e assegurem:
I – Plano de Carreira do Magistério Municipal;
II – Estatuto do Magistério Municipal;
III – Organização da gestão democrática do ensino público municipal;
IV – Conselho Municipal de Educação;
V – Plano Plurianual de Educação.
§ 1º - O Plano de Carreira do Magistério Municipal terá promoção
horizontal e vertical, mediante critérios justos de aferição do tempo de serviço efetivamente
trabalhado na educação, avaliação do desempenho, bem como do aperfeiçoamento profissional.
§ 2º - O Município estabelecerá, na forma da lei, garantias e condições
técnicas adequadas ao exercício do Magistério.
Art. 133 – Será assegurada em lei, a participação efetiva e proporcional de
todos os segmentos sociais envolvidos, diretamente ou indiretamente, no processo educacional
do Município, no Conselho Municipal de Educação.
Parágrafo único– A composição do Conselho Municipal da Educação não
será inferior a 7 e nem superior a 11 membros efetivos.
Art. 134 – O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes
condições:
I – cumprimento das normas da educação Federal, Estadual e Municipal;
II – autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público competente.
Art. 135 – A escolha dos diretores nas escolas municipais, será feita através
de voto direto, como dispuser a lei.
CAPÍTULO VI
DA POLÍTICA DA CULTURA
Art. 136 – Cabe ao Município, no exercício de sua competência:
I – apoiar as manifestações da cultura local;
II – proteger, por todos os meios ao seu alcance, obras, objetos, documentos
e imóveis tombados pelo Município em razão de suas características históricas, artísticas,
culturais e paisagísticas.
Art. 137 – Para a execução da política cultural o Município manterá recursos
humanos, materiais e financeiros, que atendam às manifestações artístico-culturais, promovendo
pesquisas, preservação, veiculação e ampliação de seus acervos.
CAPÍTULO VII
DA POLÍTICA DESPORTIVA
Art. 138 – O Município fomentará as práticas desportivas, especialmente nas
escolas a ele pertencentes.
Parágrafo único – O Município dará estímulo à construção, manutenção e
aproveitamento de instalações e equipamentos desportivos e destinação de áreas para atividades
desportivas de urbanização pública, habitacionais e nas construções escolares.
Art. 139 – É vedado ao Município a subvenção de entidades desportivas
profissionais.
Art. 140 – O Município incentivará o lazer, como forma de promoção social.
Art. 141 – É facultada a iniciativa privada, pessoa física ou jurídica o
desconto de 10%(dez por cento) do total a ser pago como imposto sobre serviço de quaisquer
natureza, como forma de incentivo a prática de esporte.
§ 1º - Poderão gozar deste benefício pessoas físicas ou jurídicas, associações,
grupos de pessoas, entidades públicas ou privadas, desde que, devidamente cadastradas junto ao
órgão do município que responda pelo esporte.
§ 2º - O valor repassado a quem de direito, através de recibo comprobatório
deverá ser descontado na guia própria de recolhimento de tributo.
CAPÍTULO VIII
DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
Art. 142 – A ação do Município no campo da Assistência Social objetivará
promover:
I – a integração do indivíduo ao mercado de trabalho e ao meio social;
II – o amparo à velhice e à criança abandonada;
III – a integração das comunidades carentes.
Art. 143 – Na formulação e desenvolvimento dos programas de assistência
social, o Município buscará a participação das associações representativas da comunidade.
Art. 144 – O Poder Público providenciará creches em número, capacidade e
qualidade adequadas ao pleno desenvolvimento da criança e à parcela da população que irá
atender.
§ 1º - O atendimento às crianças nas creches será entregue a pessoas com
capacitação específica comprovada.
§ 2º - O número de funcionários nas creches obedecerá a padrões técnicos já
definidos internacionalmente.
Art. 145 – Toda a empresa que tiver duzentos ou mais funcionários, será
obrigada a manter creche para atendimento à criança de 0 a 6 anos de idade, filhos de seus
funcionários.
Art. 146 – A Ação Social do Município dará especial atenção e apoio à
orientação e encaminhamento aos idosos e deficientes físicos para obtenção de seus direitos de
recebimento do salário mínimo mensal, previstos na Constituição Federal.
CAPÍTULO IX
DA POLÍTICA ECONÔMICA
Art. 147 – O Município promoverá o seu desenvolvimento econômico,
agindo de modo que as atividades econômicas realizadas em seu território contribuam para
elevar o nível de vida e o bem-estar da população local, bem como para valorizar o trabalho
humano.
Parágrafo único– Para a consecução do objetivo mencionado neste artigo, o
Município atuará de forma exclusiva ou em articulação com a União ou com o Estado.
Art. 148 – É de responsabilidade do Município, no campo de sua
competência, a realização de investimentos para formar e manter a infra-estrutura básica capaz
de atrair, apoiar ou incentivar o desenvolvimento de atividades produtivas, seja diretamente ou
mediante delegação ao setor privado para esse fim.
Parágrafo Único – A atuação do Município dar-se-á, inclusive, no meio
rural, para fixação de contingentes populacionais, possibilitando-lhes acesso aos meios de
produção e geração de renda e estabelecendo a necessária infra-estrutura destinada a viabilizar
este propósito.
Art. 149 – Como principais instrumentos para o fomento da produção na
zona rural, o Município utilizará a assistência técnica, a extensão rural, o armazenamento, o
transporte, o associativismo e a divulgação das oportunidades de crédito e de incentivos fiscais.
Art. 150 – O Município poderá consorciar-se com outras municipalidades
com vistas ao desenvolvimento de atividades econômicas de interesse comum, bem como
integrar-se a programas de desenvolvimento regional a cargo de outras esferas de Governo.
Art. 151 – Os portadores de deficiência física e de limitação sensorial, assim
como as pessoas idosas, terão prioridades para exercer o comércio eventual ou ambulante no
Município.
CAPÍTULO X
DA POLITICA HABITACIONAL
Art. 152 – A política habitacional do Município, integrada à da União e do
Estado, objetivará a solução da carência habitacional, de acordo com os seguintes princípios e
critérios:
I – oferta de áreas urbanas;
II – incentivo e estímulo à formação do cooperativismo ou associativismo
popular de habitação;
III – atendimento prioritário à família carente;
IV – formação de programas orçamentários próprios e específicos à
implantação da política habitacional.
CAPÍTULO XI
DA POLÍTICA DO DESENVOLVIMENTO RURAL E DO MEIO AMBIENTE
Art. 153 – O Município deverá atuar no sentido de assegurar a todos os
cidadãos o direito ao meio ambiente ecologicamente saudável e equilibrado, bem de uso comum
do povo e essencial à qualidade de vida, impondo à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações, garantindo a proteção de ecossistema e o uso
racional dos recursos ambientais.
Parágrafo único – Para assegurar efetividade a esse direito, o Município
deverá articular-se com os órgãos estaduais, regionais e federais competentes e ainda, quando
for o caso, com outros Municípios, objetivando a solução de problemas comuns relativos à
proteção ambiental.
Art. 154 – O Município deverá atuar mediante planejamento, controle e
fiscalização das atividades públicas ou privadas, causadoras efetivas ou potenciais de alterações
significativas no meio ambiente, sujeitando-se a sanções penais ou administrativas.
Art. 155 – As empresas concessionárias ou permissionárias de serviços
públicos deverão atender rigorosamente aos dispositivos de proteção ambiental em vigor, sob
pena de não ser renovada a concessão ou permissão pelo Município.
Art. 156 – O Município assegurará a participação das entidades
representativas da comunidade no planejamento e na fiscalização e proteção ambiental,
garantindo o amplo acesso dos interessados às informações sobre as fontes de poluição e
degradação ambiental ao seu dispor.
Art. 157 – O desenvolvimento e implemento tecnológicos na agricultura não
poderão prescindir da sustentação do equilíbrio ecológico, através da administração dos recursos
naturais renováveis.
Parágrafo Único – Não poderão ser usados córregos ou rios para a lavagem
de implementos agrícolas, ou ainda, abastecê-los diretamente para usar com defensivos
agrícolas, ficando os infratores sujeitos às penas da lei.
CAPÍTULO XII
DA FAMÍLIA, DA MULHER, DA CRIANÇA E DO IDOSO
Art. 158 – A família, base da sociedade, tem especial proteção do Município,
na forma da Constituição Estadual e Federal.
Art. 159 – O Município manterá programas destinados à assistência e
promoção integral da família, incluindo:
I – assistência social às famílias de baixa renda;
II – serviços de proteção e orientação, bem como recebimento e
encaminhamento de denúncias referentes à violência nas relações familiares.
Art. 160 – Cabe ao Município garantir a auto regulação da fertilidade, como
livre decisão do casal, do homem ou da mulher, tanto para exercer a procriação como para evitá-
la, provendo os meios educacionais, científicos e assistenciais, para assegurá-la, vedada
qualquer forma coercitiva ou de indução por parte de instituições públicas ou privadas.
Art. 161 – O Município apoiará a criação do Conselho Municipal da
Condição Feminina, que terá como função:
I – promover e zelar pelos direitos da mulher, propondo estudos, projetos,
programas e iniciativas que visem eliminar a discriminação contra a mulher em todos os
aspectos.
II – propugnar pela dignidade da mulher, promovendo-a como cidadã, em
todos os aspectos da vida econômica, social, cultural e política;
III – integrar a mulher ao mercado de trabalho em condições de igualdade ao
homem;
IV – impedir os poderes públicos de veicular propaganda que resulte em
prática discriminatória à mulher.
V – a lei assegurará à servidora gestante mudança de função nos casos em
que for recomendado, sem prejuízo de seus vencimentos ou salários e demais vantagens do
cargo ou função.
Art. 162 – A sociedade e o Município têm o dever de amparar as pessoas
idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade pessoal e bem
estar.
Art. 163 – O Município incentivará as entidades particulares sem fins
lucrativos, atuantes na política do bem estar social e das crianças, da pessoa portadora de
deficiência física e do idoso, devidamente registradas em órgão competente, subvencionando-as
com auxilio financeiro e amparo técnico.
Art. 164 – É garantida a gratuidade nos transportes coletivos aos maiores de
65 anos de idade e às pessoas portadoras de deficiência física, comprovadamente carentes de
recursos financeiros.
TÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 165 – O subsídio do Prefeito Municipal não poderá ser inferior à
remuneração paga a servidor do Município, na data de sua fixação.
Art. 166 – Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias destinadas
à Câmara Municipal, inclusive os créditos suplementares e especiais, ser-lhe-ão entregues até o
dia 20 de cada mês, na forma que dispuser a Lei Complementar a que se refere o artigo 165, §
9º da Constituição Federal.
Parágrafo Único – Até que seja editada a Lei Complementar referida neste
artigo, os recursos da Câmara Municipal ser-lhe-ão entregues:
I – até o dia 20 de cada mês, os destinados ao custeio da Câmara;
II – os destinados às despesas de capital, na forma definida pelo Presidente
da Câmara Municipal.
Art. 167 – O Município publicará anualmente, no mês de março, a relação
completa dos servidores lotados por órgãos ou entidades da administração pública direta,
indireta e funcional, em cada um de seus poderes, indicando cargo ou função e o local de seu
exercício, para fins de recenseamento e controle.
Art. 168 – O Município mandará imprimir esta Lei Orgânica para
distribuição nas escolas e entidades representativas da comunidade, gratuitamente, de modo que
se faça a mais ampla divulgação do seu conteúdo.
Art. 169 – Todas as leis complementares que tiverem que ser elaboradas para
dar suporte a esta Lei Orgânica, deverão ser elaboradas e aprovadas no prazo de um ano após a
publicação da presente lei.
Art. 170 – São considerados feriados municipais:
I – o aniversário de Emancipação Política do Município de Marmeleiro-PR,
dia 25 de Novembro;
II – festividade da Padroeira do Município de Marmeleiro PR, Santa Rita de
Cássia, dia 22 de Maio;
Art. 171 – Será considerado feriado municipal facultativo, o Dia
Internacional da Mulher, dia 8 de Março.
Art. 172 – Esta Lei Orgânica, aprovada pela Câmara Municipal, será por ela
promulgada e entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em
contrário.
Sala das sessões em 28 de novembro de 2001.
SENO STAATS CLÓVIS JOSÉ DAPONT
Presidente 1º Relator
ADEMIR FLACH ALÉCIO BOTTEGA
Vice Presidente 2º Relator
IVO ZANELLA
3º Relator
Emenda Constitucional de Revisão n º 01/2001.
A Mesa da Câmara de Vereadores de Marmeleiro Pr, nos termos do artigo
48, inciso I da Lei Orgânica Municipal promulgada em 05 de abril de 1990 teceu algumas
alterações nesta Lei Orgânica, sendo que a mesma poderá ser novamente emendada baseada no
artigo 46 incisos I, II e III e §§ 1º, 2º, 3º e 4º desta Lei Orgânica.
Art. 2º - Esta Emenda à Lei Orgânica entra em vigor na data de sua
publicação.
Sala de Sessões em 17 de Dezembro de 2001.
ROSALINO FLORES
PRESIDENTE
A MESA DA CÂMARA DE VEREADORES DE MARMELEIRO – PR.
ROSALINO FLORES ALÉCIO BOTTEGA
PRESIDENTE VICE PRESIDENTE
SENO STAATS CLOVIS JOSÉ DAPONT
1 º SECRETÁRIO 2 º SECRETÁRIO
LECIO LUIS BARBACOVI IRINEU RIBELATO
VEREADOR VEREADOR
ADEMIR FLACH LUIS CARLOS GIOVANELLA
VEREADOR VEREADOR
IVO ZANELLA AMILTO DE OLIVEIRA LIMA
VEREADOR VEREADOR
ALTAIR GABRIEL
VEREADOR
PROJETO DE EMENDAS DA LEI ORGÂNICA Nº 005 de 2007
EMENTA: Altera Artigos nºs 9, 11, 17, 20, 26, 29, 35, 42, 43, 47, 75, 86 e 87 da Lei Orgânica Municipal.
Autores: José Ivanir Pilatti, Luis Carlos Giovanella, Ari Vicente Muller, Amilto de Oliveira Lima, Alcindo Neriques Dias, Vilson Hartiwig, Deomir Pavan, Carlos Antonio Carniel e Pedro Pastoriza. A Câmara Municipal de Vereadores de Marmeleiro, nos termos artigo 46 § 3º Sanciona as Emendas ao texto da Lei Orgânica Municipal. Art. 1º - O art. 9º da Lei Orgânica Municipal passará a vigorar com a seguinte redação: “Art. 9º - A Câmara é constituída de vereadores eleitos na forma estabelecida em lei, em número impar, fixado de acordo com o Tribunal Regional Eleitoral”. Art. 2º - Ficam suprimidos os incisos I, II, III, IV e V, e o parágrafo único do artigo 9. Art. 3º - O inciso VII do art. 11 da Lei Orgânica Municipal passará a vigorar com a seguinte redação: “Art. 11..........” “VII – fixar, por lê, os subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito, dos Vereadores, Presidente da Câmara Municipal e dos Diretores de Departamento;” Art. 4º - O inciso I do art. 17 da Lei Orgânica Municipal passará a vigorar com a seguinte redação:
“ Art. 17...................................” “ I – Investido no cargo de Diretor de Departamento;”
Art. 5º - O art. 20 da Lei Orgânica Municipal passará a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 20 – A eleição para a renovação da mesa realizar-se-á sempre na última sessão ordinária de cada sessão legislativa, empossando-se os eleitos em 1º de janeiro, sendo transferida para o primeiro dia útil subsequente, quando recaírem em sábados, domingos ou feriados.” Art. 6º - O inciso III do parágrafo único do art. 26 da Lei Orgânica Municipal passará a vigorar com a seguinte redação:
“ Art. 26..................................” “ III – convocar diretores de departamentos e assessores municipais e diretores de órgãos da administração indireta e fundacional, para prestarem informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições; “ Art. 7º - O § 1º do art. 29 da Lei Orgânica Municipal passa a vigorar com a seguinte redação:
“ Art. 29...................................” “ § 1º - No exercício de suas atribuições, poderão as Comissões Parlamentares de Inquérito realizar as diligências que reputarem necessárias, convocar Diretores de Departamentos, Assessores e servidores municipais, tomar o depoimento de quaisquer autoridades municipais, ouvir os indiciados, inquirir testemunhas sob compromisso, requisitar de repartições públicas e dos órgãos da administração indireta informações e documentos, e transportar-se aos lugares onde se fizer mister sua presença.”
Art. 8º - O art. 35 da Lei Orgânica Municipal passará a vigorar com a seguinte redação: “Art. 35 – As sessões extraordinárias não serão remuneradas.”
Art. 9º - O art. 42 da Lei Orgânica Municipal passará a vigorar com a seguinte redação:
“ Art. 42 - Os subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito, dos Vereadores e
dos Diretores de Departamentos serão fixados pela Câmara Municipal, em cada legislatura para a subseqüente, até 60 (sessenta) dias antes das eleições municipais, observados os critérios previstos na Constituição Federal.” Art. 10º - O § 2º do art. 43 da Lei Orgânica Municipal passará a vigorar com a seguinte redação:
“ Art. 43.....................................” “§ 2º - Os Diretores de Departamentos terão direito às férias e ao décimo
terceiro salário.” Art. 11º - O § 2º do art. 47 da Lei Orgânica Municipal passará a vigorar com a seguinte redação:
“ Art. 47...............................”
“ § 2º - São de iniciativa exclusiva da Câmara Municipal as leis concernentes à fixação, alteração e revisão dos subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito, dos Vereadores, do Presidente da Câmara Municipal e dos Diretores de Departamentos e as que disponham sobre a remuneração dos seus servidores.” Art. 12º - O § 3º do art. 75 da Lei Orgânica Municipal passará a vigorar com a seguinte redação:
“ Art. 75...................................” “§ 3º - O detentor de mandato eletivo e os Diretores de Departamentos
serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no artigo 37, X e XI da Constituição Federal.” Art. 13º - O art. 86 da Lei Orgânica Municipal passará a vigorar com a seguinte redação: “Art. 86 – A aquisição de bens imóveis por compra ou permuta, dependerá de prévia avaliação realizada por comissão especial designada pelo Prefeito Municipal e autorizada por Lei.” Art. 14º - O § 3º do art. 87 da Lei Orgânica Municipal passará a vigorar com a seguinte redação: “Art. 87 ...........” “§ 1º - .... § 2º - ... § 3º - A permissão, que poderá incindir sobre qualquer bem público, será feita a titulo precário, por Lei.”
Art. 15º – Esta Emenda a Lei Orgânica Municipal entra em vigor na data de sua publicação. Marmeleiro, 18 de dezembro de 2007.
_______________________ AMILTO DE OLIVEIRA LIMA
PRESIDENTE
Recommended