55
 Aula 00 Curso: Lei Orgânica p/ TCDF - Técnico e Analista (todos os cargos) Professor: Erick Alves 00000000000 - DEMO

Lei Orgânica Do TCDF

Embed Size (px)

DESCRIPTION

A Lei Orgânica Do TCDF

Citation preview

  • Aula 00

    Curso: Lei Orgnica p/ TCDF - Tcnico e Analista (todos os cargos)

    Professor: Erick Alves

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 53

    Ol pessoal!

    com grande satisfao que recebi o convite do Estratgia Concursos para ministrar este curso sobre a Lei Orgnica do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) especialmente formatado para o concurso dos cargos de Analista de Administrao Pblica (nvel superior) e de Tcnico de Administrao Pblica (nvel mdio).

    Em 10/12/2013 foi publicado Edital de concurso pblico, organizado

    pelo Cespe/UnB, para preenchimento de 28 vagas do cargo Analista de Administrao Pblica, nas especialidades Arquivologia, Biblioteconomia, Psicologia, Microinformtica e Infraestrutura de TI, Oramento, Gesto Financeira e Controle, Organizaes, Servios Tcnicos e Administrativos e Sistemas de TI, com remunerao inicial de

    R$ 12.400,00!

    Para o cargo de Tcnico de Administrao Pblica, foram abertas

    12 vagas com remunerao de R$ 7.400,00!

    Portanto, essa uma excelente oportunidade para aqueles que desejam ocupar um timo cargo, com um timo salrio, e ainda viver na capital do pas. Motivao no falta para estar bem preparado no dia prova! E R PRPHQWR GH LQLFLDU D SUHSDUDomR p RQWHP SRLV Dconcorrncia certamente ser muito acirrada.

    Para auxili-lo (a) nessa jornada, procurarei elaborar um material de qualidade, totalmente direcionado para o concurso, de modo a facilitar seus estudos.

    Mas antes, vou me apresentar. Meu nome Erick Alves, Auditor Federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da Unio (TCU), formado pela Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), onde obtive o 1 lugar no curso de formao de oficiais de Intendncia do Exrcito Brasileiro, turma de 2003. Em 2007, aps intenso estudo, prestei concurso para o ento cargo de Analista de Controle Externo (ACE), hoje Auditor Federal de Controle Externo (AUFC), no qual logrei xito, sendo o 6 colocado para Braslia-DF. Desde ento, trabalho na atividade fim do TCU, o controle externo, instruindo prestaes de contas e realizando fiscalizaes, ou seja, atuando diuturnamente no controle da Administrao Pblica. Devo dizer que um trabalho muito gratificante. Alm disso, venho colaborando com o Estratgia Concursos na disciplina

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 53

    Controle Externo para o TCU e para os demais tribunais de contas, sempre com tima avaliao dos alunos. com essa experincia que espero ajud-lo (a) a alcanar a to sonhada aprovao.

    Nosso curso ser de teoria e exerccios comentados. Meu objetivo aqui prepar-lo (a) de forma ampla para resolver questes sobre a Lei Orgnica do TCDF (LO/TCDF), tendo como parmetro o Edital do concurso que est na praa, organizado pelo Cespe/UnB.

    Para melhor compreender os dispositivos da LO/TCDF previstos no Edital, tambm veremos alguns tpicos da Lei Orgnica do Distrito Federal e do Regimento Interno do TCDF.

    Quanto aos exerccios comentados, daremos nfase s questes dos ltimos concursos para Tribunais de Contas promovidos pelo Cespe, dentre eles os concursos para o TCU, cujo nvel de exigncia altssimo. Para complementar o estudo, tambm veremos questes de outras bancas. Sempre que possvel, adaptarei os enunciados e/ou os comentrios realidade e legislao do TCDF, ajustando os gabaritos quando necessrio. Dessa forma, espero lhe proporcionar uma preparao de alto nvel, mas sem extrapolar os limites do Edital, a fim de que voc possa encarar a prova com tranquilidade.

    A metodologia das aulas contempla, em cada tpico, a exposio da teoria seguida da resoluo e comentrio de questes sobre o assunto. Nos comentrios, pode haver explicaes novas. Assim, teoria e questes se complementam. Ao final de cada aula ser apresentado um Resumo do contedo, na forma de esquemas, bem como as questes que foram comentadas seguidas do gabarito, para facilitar a reviso da matria.

    Caso reste alguma dvida que no tenha sido esclarecida na aula, no hesite em post-la no frum. O mesmo vale para crticas ou sugestes. A possibilidade de interao com o professor um dos diferenciais desse tipo de curso em PDF, portanto, no deixe de utilizar essa importante ferramenta!

    Dito isso, ressalto as caractersticas principais de nosso curso:

    Contedo terico completo e atualizado, elaborado com base no Edital publicado em 10/12/2013, apresentado de forma clara, objetiva e com exemplos;

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 53

    Estudo da legislao distrital Lei Orgnica do DF, Lei Orgnica e Regimento Interno do TCDF;

    Grande variedade de questes do Cespe resolvidas e comentadas, com foco na realidade e legislao do TCDF;

    Resumo de todas as aulas, apresentado na forma de esquemas;

    Contato direto com o professor via frum ou e-mail para retirada de dvidas.

    Viu s? Ser um curso bastante completo e dinmico, voltado tanto para os iniciantes que nunca tiveram contato com a matria e necessitam de uma preparao rpida e objetiva para o prximo concurso, como para os concurseiros experientes que desejam revisar os temas e adaptar ou atualizar o conhecimento para a realidade do TCDF.

    A disciplina Lei Orgnica do TCDF consta nos Conhecimentos Bsicos previstos no Edital para todas as reas dos cargos de Analista e Tcnico. O contedo programtico exigido, para ambos os cargos, o seguinte:

    1) Natureza, competncia e jurisdio;

    2) Composio;

    3) Plenrio e Cmaras;

    4) Presidente, Vice-Presidente, Conselheiros, Auditores e Ministrio Pblico;

    5) Servios Auxiliares do TCDF.

    Minha proposta abordar esses assuntos de acordo com a seguinte programao de aulas, a qual seguirei com a maior fidelidade possvel:

    Aula 00

    (demonstrativa)

    J disponvel

    Conceitos bsicos

    Aula 01 16/12 LO/TCDF: Natureza e jurisdio do TCDF

    Aula 02 18/12 LO/TCDF: Competncias do TCDF.

    Aula 03 20/12 LO/TCDF: Composio, Plenrio e Cmaras, Presidente, Vice-Presidente, Conselheiros, Auditores e Ministrio Pblico, Servios Auxiliares do TCDF.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 53

    Para um melhor acompanhamento do curso, recomendo que voc imprima a Lei Orgnica do TCDF Lei Complementar n 1/1994 (LO/TCDF). Ela pode ser encontrada na pgina do Sistema Integrado de Normas Jurdicas do DF: www.sinj.df.gov.br.

    A legislao do DF e a federal so altamente correlacionadas, de modo que, sempre que cabvel, tratarei das duas conjuntamente. Espero que isso facilite a assimilao, principalmente daqueles que j vm estudando para o TCU.

    Alm dessas normas, o Cespe tambm vem cobrando conhecimentos da jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal. Ao longo do curso, veremos vrias decises importantes afetas nossa disciplina.

    Enfim, espero que voc aproveite o curso, tire suas dvidas, estude bastante e, na hora da prova, resolva as questes com confiana. Desse modo, todo o esforo empregado nessa fase preparatria ser recompensado com a alegria que vem junto da aprovao, a qual espero compartilhar com voc!

    Sem mais delongas...aos estudos!

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 53

    AULA 00 (demonstrativa)

    Bom, na Aula 00, que alm de aula demonstrativa tambm a primeira do curso, nosso objetivo ser percorrer os conceitos doutrinrios e constitucionais que fornecem a base para um estudo eficaz da Lei Orgnica do TCDF.

    Para tanto, seguiremos o seguinte sumrio:

    SUMRIO

    Aspectos gerais do controle ...................................................................................................................................... 6

    Conceito ........................................................................................................................................................................... 6

    Classificaes do controle.......................................................................................................................................... 9

    Quanto ao posicionamento do rgo controlador ...................................................................................... 9

    Quanto ao momento do controle ....................................................................................................................... 9

    Quanto natureza do controle ........................................................................................................................ 11

    Controle administrativo ..................................................................................................................................... 13

    Controle judicial ..................................................................................................................................................... 14

    Controle social ........................................................................................................................................................ 16

    Controle externo e interno no Brasil ................................................................................................................ 20

    Controle Externo ........................................................................................................................................................ 22

    Controle parlamentar .......................................................................................................................................... 28

    Controle tcnico ..................................................................................................................................................... 31

    Controle exercido em conjunto pelo Legislativo e pelos TCs .............................................................. 33

    Controle Interno ......................................................................................................................................................... 37

    Controle dos recursos estaduais e municipais ............................................................................................... 40

    RESUMO DA AULA ..................................................................................................................................................... 47

    Questes comentadas na Aula .............................................................................................................................. 49

    Gabarito ............................................................................................................................................................................. 53

    Vamos ento?

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 53

    ASPECTOS GERAIS DO CONTROLE

    CONCEITO

    Controle a fiscalizao exercida sobre as atividades de pessoas, rgos, departamentos, sistemas etc., para que tais atividades no se desviem dos padres e das normas preestabelecidas, e para que alcancem os resultados desejados.

    O controle uma das funes administrativas clssicas: planejar, coordenar, supervisionar, executar e controlar. De acordo com a teoria da administrao, um sistema de controle eficaz garante que as atividades sejam realizadas de maneira satisfatria, na direo dos objetivos da empresa. Alm do mais, nas grandes corporaes modernas de capital pulverizado, ou seja, que possuem muitos acionistas, os verdadeiros donos geralmente esto afastados da administrao do negcio. Diretores executivos so contratados para administrar a empresa com o compromisso de dirigi-la para satisfazer os interesses dos proprietrios do capital. Nesse contexto, uma estrutura de controle possui a finalidade de assegurar que a administrao da companhia esteja seguindo as diretrizes estabelecidas pelos proprietrios, alm de coibir atitudes oportunistas dos executivos que satisfaam seus prprios interesses em detrimento da organizao.

    De forma semelhante, os recursos financeiros e patrimoniais utilizados pelo Estado no pertencem ao Presidente da Repblica nem aos Governadores, Prefeitos, Deputados e demais agentes pblicos, mas sim ao povo, que recolhe tributos. com esses recursos que o Estado disponibiliza servios sociedade, adquirindo materiais para o funcionamento das reparties, firmando contratos, realizando obras, remunerando seus servidores, etc.

    Mas virtualmente impossvel que o povo, por si mesmo, consiga administrar os recursos que disponibiliza ao Estado. Por isso, delega essa tarefa a intermedirios legalmente habilitados, os gestores pblicos, que tm o dever de administrar os recursos em nome e em favor do povo, obedecendo s normas aplicveis. Paralelamente, de forma semelhante ao que ocorre nas empresas privadas, existe toda uma estrutura de controle atuando para assegurar que os governantes e demais responsveis por bens e valores pblicos desempenhem suas tarefas com correo, em consonncia com o ordenamento jurdico e com princpios como os da

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 53

    moralidade, publicidade, impessoalidade e supremacia do interesse pblico.

    Hely Lopes Meirelles, em uma definio abrangente, porm concisa, OHFLRQDTXHFRQWUROHHPWHPDGH$GPLQLVWUDomR3~EOLFDpDIDFXOGDGHGHvigilncia, orientao e correo que um poder, rgo ou autoridade exerce sobre a conduta funciRQDOGRRXWUR

    Os termos chaves dessa definio representam os principais atributos do controle da gesto pblica, que podem ser compreendidos da seguinte forma:

    Vigilncia: fiscalizao e acompanhamento da gesto, com base nas normas aplicveis.

    Orientao: atuao pedaggica, preventiva, com vistas ao aperfeioamento das prticas de gesto e inibio de condutas lesivas aos cofres pblicos.

    Correo: assegurar o cumprimento da lei e a recomposio do patrimnio lesado.

    Poder: como corolrio do Estado Democrtico de Direito, a CF instituiu um sistema de freios e contrapesos no qual os Poderes se vigiam mutuamente, cada um fiscalizando e inibindo eventuais excessos do outro (controle externo).

    rgo: cada instituio pblica possui em sua estrutura um rgo com atribuio de fiscalizar a prpria instituio (controle interno).

    Autoridade: autotutela da administrao, que pode anular ou revogar seus prprios atos.

    Em nosso dia-a-dia, muito comum nos depararmos com notcias sobre obras superfaturadas, fraudes em licitaes, e outras tantas falcatruas que tm em comum o fato de envolverem a malversao de recursos pblicos. Veja algumas manchetes recentes:

    TCDF encontra irregularidades e suspende licitao de obras no Sol

    Nascente (correiobraziliense.com.br, em 03/09/2013)

    TCDF detecta prejuzo de R$ 72 milhes em obras do Estdio Nacional de

    Braslia (agenciabrasil.ebc.com.br, em 01/03/2013)

    TCU manda suspender supersalrios do Senado (veja.abril.com.br, em

    25/9/2013)

    TCU comprova que ferrovia Norte/Sul, alm de "superfaturada", foi "mal

    feita" (portalct.com.br, em 22/4/2013)

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 53

    Tais notcias somente vm tona porque alguma ao de controle foi realizada sobre a conduta do mau gestor, possibilitando a identificao da irregularidade.

    Ao toparmos com manchetes dessa natureza, podemos perceber que o controle da Administrao Pblica pode ser feito de diversas formas e por diferentes agentes. Nos exemplos acima, assim como em diversas situaes semelhantes, coube aos Tribunais de Contas essa atribuio. Nos dois primeiros casos, a ao de controle foi empreendida pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), em defesa do patrimnio do Distrito Federal; nos demais, o controle foi realizado pelo Tribunal de Contas da Unio (TCU), a quem cabe zelar pela correta gesto dos recursos da Unio. Com efeito, veremos que os Tribunais de Contas (incluindo o da Unio, o do Distrito Federal, bem como todos os outros Estaduais e Municipais) so os rgos tcnicos diretamente envolvidos no controle externo da Administrao Pblica, em auxlio ao Poder Legislativo, fiscalizando os respectivos rgos e agentes jurisdicionados que realizam a arrecadao e a aplicao dos recursos municipais, estaduais, distritais e federais.

    Mas vale lembrar que a Administrao tambm se sujeita ao controle judicial, realizado pelo Poder Judicirio, ao controle social, realizado pelos cidados, alm de exercer, ela mesma, o controle sobre os prprios atos, como veremos com mais detalhes adiante.

    Quando falamos em controle da gesto pblica, estamos nos referindo fiscalizao de qualquer ato administrativo que envolva receitas e despesas pblicas, como a compra de bens, admisso de pessoal, arrecadao de impostos, etc. Assim, essa modalidade de controle mais perceptvel sobre as atividades realizadas pelo Poder Executivo, cujas funes tpicas so as funes administrativas. Mas o controle da gesto pblica tambm alcana o Poder Legislativo e o Poder Judicirio, bem como o Ministrio Pblico e o prprio Tribunal de Contas.

    Contudo, o controle de que estamos falando no alcana as funes tpicas dos demais Poderes (Legislativo = legislar; Judicirio = julgar) e rgos autnomos (MP = fiscal da lei; TC = controle externo), mas apenas suas funes administrativas. Por exemplo: o TCDF no tem competncia para fiscalizar se o processo legislativo que resultou na edio de determinada lei foi corretamente seguido pela Cmara Legislativa do Distrito Federal; tambm no pode dizer se o Tribunal de Justia decidiu ou no de forma adequada em determinada ao penal.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 53

    Mas, por outro lado, poder sim fiscalizar as licitaes, as admisses de pessoal e todos os demais atos que resultem receita ou despesa realizados tanto pela Cmara Legislativa como pelo Tribunal de Justia.

    A partir dessas consideraes conceituais, vamos avanar apresentando algumas classificaes doutrinrias e legais que se aplicam ao controle da gesto pblica.

    CLASSIFICAES DO CONTROLE

    QUANTO AO POSICIONAMENTO DO RGO CONTROLADOR

    Quando o controle exercido por um ente que no integra a mesma estrutura organizacional do rgo fiscalizado dito controle externo.

    Por exemplo: quando o Congresso Nacional julga as contas prestadas pelo Presidente da Repblica, ou quando um juiz anula um ato do Poder Executivo, temos exemplos de controle externo, pois, nestes casos, um Poder exerce controle sobre os atos de outro Poder. No primeiro caso, o Legislativo e, no segundo caso, o Judicirio exercem controle sobre o Executivo. Todavia, veremos que, na terminologia adotada pela Constituio Federal, apenas o controle exercido pelo Legislativo sobre a Administrao Pblica, com o auxlio tcnico dos Tribunais de Contas, recebe a denominao de controle externo (CF, art. 70 a 75).

    Por outro lado, quando o controle exercido por rgo especializado, porm pertencente mesma estrutura da unidade controlada, dito controle interno. A Controladoria-Geral da Unio (CGU), por exemplo, um rgo que exerce controle interno, pois se vincula diretamente ao Presidente da Repblica (o titular da CGU um Ministro de Estado), e possui atribuies especficas de controle dos rgos e entidades administrativas pertencentes ao Poder Executivo Federal.

    QUANTO AO MOMENTO DO CONTROLE

    Controle prvio (a priori): exercido antes da conduta administrativa se efetivar. Possui carter preventivo, orientador, e visa evitar a ocorrncia de irregularidades. Exemplos de controle prvio exercido pelos Tribunais de Contas:

    (i) apreciao prvia da documentao dos processos de desestatizao1;

    1 Lei 9.491/1997, art. 18, VIII.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 53

    (ii) assinatura de determinaes aos gestores pblicos, de modo a prevenir que irregularidades se repitam;

    (iii) decretao de medidas cautelares no controle sobre editais de licitao.

    O ordenamento jurdico atual no mais prev a necessidade de

    homologao prvia pelo Tribunal de Contas como condicionante

    para a eficcia de atos administrativos. Isso estava previsto no

    perodo entre as constituies federais de 1946 e 1967, mas no existe mais.

    Naquele perodo, todos os atos da administrao, inclusive licitaes e respectivos

    contratos para compras, obras e servios, deveriam passar pelo crivo prvio do Tribunal de

    Contas para que pudessem produzir efeitos, num verdadeiro excesso de burocracia.

    J hoje em dia, a regra no mais essa, visto que gestores pblicos firmam contratos e

    executam despesas sem precisar de qualquer anuncia prvia do Tribunal de Contas.

    Porm, em algumas situaes especficas, por expressa disposio legal, ainda se realiza o

    controle prvio ? ? ? ?necessrio validade do ato, como o caso das concesses de servios pblicos na esfera federal, cujo Edital deve ser enviado ao TCU para

    aprovao antes de ser publicado.

    Controle concomitante (pari passu): efetuado no momento em que a conduta administrativa est sendo praticada. Tambm possui carter preventivo, pois permite coibir irregularidades tempestivamente. Exemplos de controle concomitante exercido pelos Tribunais de Contas:

    (i) acompanhamento da arrecadao da receita;

    (ii) realizao de auditorias sobre atos ou contratos administrativos que ainda esto sendo consumados, como uma obra ainda no finalizada.

    Controle posterior (a posteriori): efetuado aps o ato administrativo ter sido praticado. Possui carter corretivo e, eventualmente, sancionador. a forma mais utilizada de controle externo. Exemplos de controle posterior exercido pelos Tribunais de Contas:

    (i) julgamento das contas dos administradores pblicos;

    (ii) emisso de parecer prvio sobre as contas do prestadas pelo Chefe do Poder Executivo;

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 53

    (iii) realizao de auditorias para fiscalizar a regularidade de atos administrativos j consumados ou os resultados alcanados por programas de governo.

    Vale registrar que os Tribunais de Contas possuem competncias que lhes so prprias, e que podem ser enquadradas em qualquer dos trs momentos do controle. Embora suas tarefas mais conhecidas e tradicionais sejam de controle posterior (julgamento das contas e realizao de auditorias), o controle da administrao pblica tem evoludo para priorizar aes de controle prvio ou concomitante, a partir de critrios de materialidade, relevncia e risco. Dessa forma, espera-se que as Cortes de Contas alcancem maior efetividade.

    QUANTO NATUREZA DO CONTROLE

    Tradicionalmente, o controle da gesto pblica, quanto natureza, ou seja, considerando o seu foco, pode ser de:

    Legalidade: verifica se a conduta do gestor guarda consonncia com as normas aplicveis, de qualquer espcie - leis, regimentos, resolues, portarias etc.

    Ex: no controle da legalidade de uma construo de rodovia, pode ser

    verificado se a contratao da empreiteira responsvel pela obra foi realizada em

    conformidade com a Lei de Licitaes.

    Legitimidade: verifica se o ato atende ao interesse pblico, impessoalidade e moralidade.

    Ex: no controle de legitimidade, pode ser verificado se a construo da

    rodovia atende s necessidades da populao. Caso, por exemplo, j existirem

    outras vias de acesso que atendam satisfatoriamente a demanda do local, ao

    contrrio de outras localidades mais necessitadas, o investimento poderia no

    ser considerado legtimo, mesmo se realizado de acordo com a Lei de Licitaes.

    Economicidade: analisa a relao custo/benefcio da despesa pblica, isto , se o gasto foi realizado com minimizao dos custos e sem comprometimento dos padres de qualidade.

    Ex: no controle de economicidade, pode ser verificado se os materiais e

    servios necessrios construo da rodovia foram adquiridos e contratados a

    preos de mercado e se atenderam s necessidades da obra com qualidade.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 53

    Alm desses aspectos, com a utilizao de tcnicas mais modernas de fiscalizao, o controle passou a ter tambm como foco:

    Eficincia: analisa os meios utilizados em relao aos resultados obtidos pela Administrao, com critrios de custo, prazo e qualidade. De certa forma, se confunde com o conceito de economicidade.

    Ex: no controle de eficincia, pode ser verificado se os recursos dispendidos

    na obra foram otimizados, ou seja, se a rodovia foi construda com qualidade,

    em tempo razovel e a custo de mercado.

    Eficcia: verifica se as metas estabelecidas foram alcanadas, ou seja, se os bens e servios foram providos.

    Ex: no controle de eficcia, pode ser verificado se o cronograma

    estabelecido para a obra foi cumprido, se todas as intervenes previstas foram

    realizadas, ou mesmo, se a rodovia foi realmente construda.

    Efetividade: analisa se os objetivos da ao administrativa foram atingidos, em termos de impactos sobre a populao-alvo.

    Ex: no controle de efetividade, pode ser verificado se a rodovia, aps

    construda, realmente melhorou a vida da populao, suprindo as carncias que

    motivaram a realizao da obra.

    Sintetizando, o controle avalia a legalidade, economicidade e a eficincia da aquisio e aplicao dos recursos, assim como a legitimidade, eficcia e a efetividade dos resultados alcanados, conforme esquema a seguir:

    Fonte: Manual de Auditoria Operacional do TCU.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 53

    CONTROLE ADMINISTRATIVO

    Segundo a Professora Di Pietro, controle administrativo pRSRGHUde fiscalizao que a Administrao Pblica (em sentido amplo2) exerce sobre sua prpria atuao, sob os aspectos de legalidade e mrito, por iniciativa prpria ou mediante provocao (VVH WLSR GH FRQWUROHexecutado de forma contnua pelos prprios dirigentes e servidores do poder pblico, deriva do poder de autotutela da Administrao, expresso na Smula 473 do STF:

    ?anular seus prprios atos, quando eivados de vcios que os tornem ilegais, porque deles no se originam direitos; ou revog-los, por motivo de

    convenincia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em

    todos os casos, a apreciao judicial ? ?

    Portanto, anulao refere-se a controle de legalidade: anulam-se atos ilegais; por sua vez, revogao refere-se a controle de mrito: revogam-se atos inconvenientes ou inoportunos, assim classificados segundo critrios discricionrios da Administrao. Vale destacar que, em qualquer caso, sempre h a possibilidade de apreciao do ato pelo Poder Judicirio.

    Os controles internos administrativos so inerentes s atividades de uma organizao, constituindo etapas de seus processos de trabalho, em todos os nveis, desde a alta direo at os escales operacionais. Como exemplos de controles internos administrativos, pode-se citar: sistema de autorizao e aprovao de transaes, segregao de tarefas, controles fsicos sobre os bens e informaes, controle da chefia sobre os atos de seus subordinados (controle hierrquico), instaurao de processos disciplinares, interposio de recursos administrativos etc.

    Superviso Ministerial

    A superviso ministerial, na esfera federal, uma das formas pelas quais o controle administrativo se manifesta, nos termos do Decreto-Lei 200/1967, que dispe sobre a organizao da Administrao Pblica Federal.

    De acordo com a mencionada norma, o Ministro de Estado responsvel, perante o Presidente da Repblica, pela superviso dos rgos da Administrao Federal, direta e indireta, enquadrados em sua 2

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 53

    rea de competncia. Assim, por exemplo, o Ministro de Estado da Fazenda responsvel pela superviso da Receita Federal e da Secretaria do Tesouro Nacional, rgos vinculados ao Ministrio de sua competncia.

    A superviso ministerial deve ser exercida mediante a orientao, coordenao e controle das atividades dos rgos subordinados ou vinculados ao Ministrio, com o objetivo de assegurar o cumprimento das leis, promover a execuo dos programas de Governo, fiscalizar a aplicao dos recursos pblicos, promover a prestao de contas, dentre outras aes que assegurem a atuao correta e eficiente da Administrao.

    Especial ateno deve ser dada s peculiaridades da superviso exercida pela Administrao Direta, por intermdio dos Ministros de Estado, sobre as entidades da Administrao Indireta. Tal superviso, tambm conhecida como tutela - e no autotutela - no significa subordinao hierrquica, mas to-somente vinculao para fins de controle. Essa vinculao geralmente se d com relao ao Ministrio cujas atividades se relacionam com a da pessoa jurdica da Administrao Indireta. Por exemplo, o Banco do Brasil sociedade de economia mista e a Caixa Econmica Federal empresa pblica , que atuam na rea financeira, vinculam-se ao Ministrio da Fazenda; j a Petrobrs, sociedade de economia mista que atua na rea de energia, vincula-se ao Ministrio de Minas e Energia. O controle sobre as entidades da Administrao Indireta (tutela) ocorre para garantir a observncia da legalidade e o cumprimento das suas finalidades institucionais. Todavia, s pode ser exercido nos limites estabelecidos em lei, sob pena de ofender a autonomia administrativa, operacional e financeira dessas entidades descentralizadas.

    CONTROLE JUDICIAL

    O controle judicial ou jurisdicional aquele exercido pelos rgos do Poder Judicirio sobre os atos administrativos do Poder Executivo, do Legislativo e do prprio Judicirio, quando realiza atividades administrativas. Esse controle ocorre em ateno ao disposto no art. 5, XXXV, da CF: DOHLQmRH[FOXLUiGDDSUHFLDomRGR3RGHU-XGLFLiULROHVmRRXDPHDoDDGLUHLWR

    Na lio de Hely Lopes Meirelles:

    1R QRVVR VLVWema de jurisdio judicial nica, consagrado pelo preceito constitucional de que no se pode excluir da apreciao do Poder Judicirio

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 53

    qualquer leso ou ameaa a direito, individual ou coletivo (art. 5o, XXXV), a

    Justia ordinria tem a faculdade de julgar todo ato de administrao

    SUDWLFDGRSRUDJHQWHGHTXDOTXHUGRVyUJmRVRX3RGHUHVGR(VWDGR Assim, aquele que se sinta lesado em seus direitos em razo de ato

    praticado pela Administrao poder buscar socorro junto ao Judicirio. Tal possibilidade caracteriza uma instncia de controle sobre a gesto da coisa pblica, proveniente do sistema de freios e contrapesos presente em nosso ordenamento jurdico.

    Diferentemente do controle externo realizado pelo Poder Legislativo com o auxlio dos Tribunais de Contas (sobre o qual falaremos daqui a pouco), o controle judicial deve ser necessariamente provocado, ou seja, o Judicirio no age de ofcio, por iniciativa prpria. Ao contrrio, para ser exercido, necessria a provocao do interessado ou do legitimado, mediante a propositura da ao judicial cabvel, que pode ser, por exemplo, um mandado de segurana, um mandado de injuno, uma ao popular, uma ao civil pblica entre outros. Em verdade, todo pronunciamento do Poder Judicirio sobre um ato da Administrao, em qualquer espcie de ao, ser controle judicial.

    Outra peculiaridade que o Judicirio exerce apenas controle a posteriori. Ademais, em regra, restringe-se ao controle de legalidade, no se pronunciando sobre a convenincia e oportunidade do ato em exame, ou seja, sobre o mrito administrativo. Os elementos que perfazem o mrito do ato administrativo (motivo e objeto) somente podero ser objeto de anlise pelo Poder Judicirio nos casos em que contrariarem princpios legais (como moralidade, imparcialidade e eficincia) ou que forem desproporcionais ou no pautados em critrios previstos em lei. Por exemplo, conforme ensina a Professora Di Pietro, a ausncia ou falsidade do motivo, isto , dos fatos que precedem a elaborao do ato, caracteriza ilegalidade, suscetvel de invalidao pelo Poder Judicirio, no constituindo invaso do mrito administrativo.

    Mediante o exerccio do controle judicial dos atos administrativos pode-se decretar a sua anulao, nos casos em que existe ilegalidade ou ilegitimidade, mas nunca a sua revogao, que faculdade privativa da prpria Administrao.

    No demais lembrar que, considerando o conceito que leva em conta a posio do controlador em relao ao controlado, o Judicirio realiza controle externo sobre a Administrao Pblica. Porm, segundo a Constituio Federal, controle externo diz respeito apenas fiscalizao

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 53

    exercida pelo Poder Legislativo, com o auxlio dos Tribunais de Contas, sobre os atos administrativos do poder pblico.

    CONTROLE SOCIAL

    O controle social exercido pelo cidado diretamente ou pela sociedade civil organizada. O ordenamento jurdico brasileiro, a comear pela Constituio Federal, estabelece diversas formas de controle social, que pode ser exercido tanto no momento da formulao como na fase de execuo das polticas pblicas. A seguir, alguns exemplos de aes de controle acessveis a qualquer cidado:

    - denunciar irregularidades aos rgos de controle externo (CF, art. 74, 2);

    - propor ao popular que vise anular ato lesivo ao patrimnio pblico e moralidade administrativa (CF, art. 5, LXXIII);

    - examinar e questionar a legitimidade das contas de todas as esferas de governo, as quais ficaro disposio de qualquer contribuinte no respectivo Poder Legislativo e no rgo tcnico responsvel por sua elaborao (CF, art. 31, 3; LRF, art. 49);

    - conhecer e acompanhar, em tempo real, em meios eletrnicos de acesso pblico, informaes pormenorizadas sobre a execuo oramentria e financeira (LC 131/2009);

    - enviar denncias sobre ilegalidades, irregularidades ou abusos praticados por agentes pblicos sob a jurisdio do TCDF (RI/TCDF, art. 195).

    1. (TCU ACE 2004 Cespe) Tendo em conta o momento no qual a atividade de controle se realiza, o controle externo, analogamente ao que ocorre com o controle de constitucionalidade, pode ser classificado em prvio (a priori) ou posterior (a posteriori). Comentrio: As classificaes do controle quanto ao momento da sua realizao em relao ao ato controlado so: controle prvio (a priori), controle posterior (a posteriori), e ainda controle concomitante (pari passu). Gabarito: Certo

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 53

    2. (TCU ACE 2006 ESAF) Desenvolva um texto argumentando sobre o seguinte tema: Prvio, concomitante ou a posteriori: como caracterizar o controle exercido pelo TCU? Comentrio: Uma boa resposta para esta questo discursiva poderia iniciar, logo de cara, afirmando que as diversas competncias do TCU permitem enquadrar o controle exercido pela Corte de Contas nas trs classificaes de controle apresentadas. Em seguida, a afirmao deveria ser justificada com exemplos, como os apresentados acima. Para concluir, poderia ser dito que, embora a maior parte do controle exercido pelo Tribunal seja posterior, sua atuao tem evoludo no sentido de priorizar as aes de controle prvio e concomitante, com o objetivo de, cada vez mais, se antecipar s ms prticas de gesto e evitar ou minimizar os danos ao patrimnio pblico. Lembrando que essa resposta vale tanto para o TCU quanto para os demais Tribunais de Contas existentes no Brasil (estaduais e municipais, incluindo o TCDF).

    3. (SEBRAE Analista Tcnico II 2010 Cespe) No exerccio do controle externo, o Congresso Nacional, com o auxlio do Tribunal de Contas da Unio, analisa a legalidade, mas no a legitimidade, dos atos administrativos da Unio e das entidades da administrao direta e indireta. Comentrio: O quesito est errado, pois o art. 70, caput, da Constituio Federal dispe que controle externo da Unio e das entidades da administrao direta e indireta ser exercido quanto legalidade e legitimidade, assim quanto economicidade, aplicao das subvenes e renncia de receitas. Pelo princpio de simetria expresso no art. 75 da CF (que veremos adiante), o mesmo deve ocorrer nas demais esferas de governo. De fato, o que ocorre no DF, haja vista o art. 77 da LO/DF, que reproduz o art. 70 da CF, de modo que o gabarito tambm se aplica realidade distrital. Gabarito: Errado

    4. (TCE/ES ACE 2012 Cespe) Uma das funes precpuas do Poder Judicirio realizar o controle de mrito dos atos administrativos do Poder Executivo que contribuem para o melhor interesse da sociedade.

    Comentrio: O quesito est errado, uma vez que o controle judicial, ao contrrio do que diz a assertiva, caracteriza-se por no realizar controle de mrito dos atos administrativos, restringindo-se ao controle de legalidade.

    Gabarito: Errado

    5. (TCE/TO ACE 2008 Cespe) Um sistema de controle externo se diferencia de um sistema de controle interno na administrao pblica, pois

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 53

    a) o primeiro se situa em uma instncia fora do mbito do respectivo Poder. b) correspondem, respectivamente, auditoria externa e interna. c) o primeiro tem funo coercitiva e o segundo, orientadora. d) o primeiro tem carter punitivo, e o segundo consultivo. e) o funcionamento do primeiro deriva de um processo autorizativo, e o

    segundo institucional. Comentrio: Quanto ao posicionamento do rgo controlador em relao

    ao controlado, o controle pode ser externo ou interno. O Controle externo exercido por um ente no que integra a mesma estrutura organizacional do rgo fiscalizado enquanto que o controle interno exercido por ente que tambm integra essa estrutura. Portanto, FRUUHWDDDOWHUQDWLYDD

    Gabarito: aOWHUQDWLYDD 6. (TCDF Procurador 2012 Cespe) O controle administrativo um controle de legalidade e de mrito, exercido exclusivamente pelo Poder Executivo sobre suas prprias condutas.

    Comentrio: A primeira parte da assertiva (O controle administrativo um controle de legalidade e de mrito...) est correta. Lembre-se de que o controle administrativo deriva do poder de autotutela, pelo qual a Administrao pode anular atos ilegais (controle de legalidade) ou revogar atos inconvenientes/inoportunos (controle de mrito).

    Todavia, o restante da frase macula o quesito, pois o controle administrativo no exercido exclusivamente pelo Poder Executivo, mas pela Administrao Pblica em sentido amplo, compreendendo, portanto, a administrao direta e indireta de todos os Poderes e esferas de governo. Assim, por exemplo, o STF, integrante do Poder Judicirio, pode anular uma licitao promovida pelo prprio rgo para adquirir material de expediente, caso constate alguma ilegalidade no procedimento. Nesse exemplo, perceba que o STF est atuando como Administrao Pblica, ou seja, exercendo funes administrativas, ainda que no faa parte do Poder Executivo.

    Gabarito: Errado

    7. (TCDF ACE 2012 Cespe) Caso no seja empregado o mnimo de recursos destinados a sade e educao no DF, poder ocorrer o controle judicial de ofcio com vistas a garantir mediante medida cautelar a ocorrncia dos atos administrativos necessrios para o direcionamento dessa parcela do oramento.

    Comentrio: Como vimos, o controle judicial deve ser necessariamente provocado, ou seja, no existe controle judicial de ofcio, da o erro do quesito.

    Gabarito: Errado

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 53

    8. (TJRO Tcnico Judicirio 2012 Cespe) O abuso de poder conduta comissiva, que afronta, dentre outros, o princpio da legalidade e o da moralidade, e se sujeita, portanto, ao controle judicial, que se sobrepe ao controle administrativo.

    Comentrio: O item est errado. No h predominncia entre as formas de controle. Tanto o controle judicial como o administrativo, o parlamentar ou o exercido pelos Tribunais de Contas derivam do sistema de freios e contrapesos que rege a Administrao Pblica, o qual assegura a harmonia entre os Poderes.

    Gabarito: Errado

    9. (TCDF Procurador 2012 Cespe) Constitui exteriorizao do princpio da auWRWXWHOD D V~PXOD GR 67) TXH HQXQFLD TXH $ DGPLQLVWUDomR SRGH DQXODU VHXVprprios atos, quando eivados dos vcios que os tornam ilegais, porque deles no se originam direitos; ou revoga-los, por motivo de convenincia e oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciao MXGLFLDO

    Comentrio: A questo est correta, pois constitui a transcrio da Smula 473 do STF.

    Gabarito: Certo

    10. (INPI Analista 2013 Cespe) O controle administrativo, que consiste no acompanhamento e fiscalizao do ato administrativo por parte da prpria estrutura organizacional, configura-se como controle de natureza interna, privativo do Poder Executivo.

    Comentrio: O item est errado. A Professora Maria Sylvia Di Pietro define o controle da Administrao da seguinte forma:

    O poder de fiscalizao e correo que sobre ela exercem os rgos dos Poderes Judicirio, Legislativo e Executivo, com o objetivo de garantir a conformidade de sua atuao com os princpios que lhe so impostos pelo ordenamento jurdico. Temos ento, controle administrativo, judicial e legislativo como

    espcies do gnero controle da Administrao. O controle administrativo o poder de fiscalizao e correo que o Estado-administrador efetua sobre sua prpria atuao, nos aspectos de legalidade e mrito, seja por iniciativa prpria ou por provocao. A funo administrativa est presente em todos os Poderes do Estado. Embora o Poder Executivo a exera tipicamente, os demais Poderes, de forma atpica, tambm administram. Isso se d, por exemplo, quando realizam concurso pblico ou quando adquirem bens e servios. Dessa forma, o controle administrativo exercido no mbito de todos os Poderes, no s no Executivo. Os Poderes Judicirio e Legislativo exercem controle administrativo quando do desempenho da sua funo

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 53

    atpica de administrar. Gabarito: Errado

    Compreendidas as principais caractersticas da atividade de controle, passemos ento a estudar as peculiaridades dos sistemas de controle externo e interno na administrao pblica brasileira. Vamos l!

    CONTROLE EXTERNO E INTERNO NO BRASIL

    Os arts. 70 a 74 da Constituio Federal apresentam as principais regras orientadoras do exerccio do controle da Administrao Pblica brasileira, sem prejuzo da existncia de disposies referentes a essa atividade em outras partes da prpria Constituio, ou em outros dispositivos legais. Esses artigos tratam, essencialmente, do controle da gesto dos recursos federais, vale dizer, daqueles provenientes do oramento da Unio. Porm, o art. 75 da CF assim dispe:

    Art. 75. As normas estabelecidas nesta Seo [art. 70 a 75] aplicam-se, no que couber, organizao, composio e fiscalizao dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municpios.

    Assim, por fora desse princpio de simetria, os sistemas de controle nos Estados, Distrito Federal e Municpios, previstos nas respectivas Constituies e Leis Orgnicas, devem seguir, no que couber, as disposies relativas Unio previstas na Carta da Repblica.

    Veja bem: QR TXH FRXEHU, ou seja, podem ocorrer alteraes nas normas locais, levando-se em considerao as especificidades de cada regio, desde que no sejam incompatveis com o modelo estabelecido para a esfera federal.

    Portanto, importantssimo que voc conhea esses artigos da CF, mesmo que seu estudo, por ora, esteja focado no concurso para o TCDF. Isso facilita o aprendizado, considerando a simetria de normas entre as esferas.

    Leitura obrigatria: CF, art. 70 a 75; LO/DF, art. 77 a 86

    CF, arts. 70 a 74

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 53

    Alis, registre-se que o fator que distingue a competncia federal, estadual ou municipal a origem oramentria primria dos recursos controlados. Dessa forma, se originalmente os recursos estavam previstos no oramento da Unio, quem os estiver gerindo estar sob a jurisdio do TCU, no importa se administrador federal, estadual, municipal, internacional, pblico ou privado; da mesma forma, se os recursos fiscalizados so provenientes do oramento do Distrito Federal, a competncia para fiscaliz-los do TCDF, no importando a natureza e a procedncia do administrador. O mesmo raciocnio se aplica aos demais Estados e Municpios.

    Bom, nesta aula inaugural vamos ver o que o art. 70, caput, da Carta da Repblica nos dize sobre os sistemas de controle da Administrao Pblica no Brasil:

    Art. 70. A fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial da Unio e das entidades da administrao direta e indireta, quanto legalidade, legitimidade, economicidade, aplicao das subvenes e renncia de receitas, ser exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

    Em ateno ao princpio da simetria, o Distrito Federal reproduziu e adaptou tais disposies em sua Lei Orgnica (arts. 77 e 78), apenas trocandR8QLmRSRU'LVWULWR)HGHUDO&RQJUHVVR1DFLRQDOSRU&kPDUD/HJLVODWLYD9HMDPRV

    Art. 77. A fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial do Distrito Federal e das entidades da administrao direta, indireta e das fundaes institudas ou mantidas pelo Poder Pblico, quanto legalidade, legitimidade, economicidade, aplicao de subvenes e renncia de receitas, ser exercida pela Cmara Legislativa, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

    Assim, v-se que a fiscalizao da Unio, vale dizer, da Administrao Pblica federal, e, similarmente, da Administrao Pblica do Distrito Federal, ser exercida mediante os seguintes sistemas de controle:

    9 Sistema de controle externo 9 Sistema de controle interno

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 53

    Em seguida, vamos estudar as principais caractersticas desses dois sistemas de controle da Administrao Pblica: controle externo e controle interno.

    CONTROLE EXTERNO

    Como vimos, controle externo, em sentido amplo, toda fiscalizao exercida por um ente que no integra a estrutura na qual o fiscalizado est inserido.

    Todavia, a Constituio Federal restringiu essa definio no mbito do controle da gesto pblica brasileira, atribuindo a titularidade do controle externo ao Poder Legislativo, representado pelo Congresso Nacional na esfera federal e pelas Assembleias Legislativas e Cmaras Municipais nas demais esferas, assim como pela Cmara Legislativa no Distrito Federal.

    A Carta Magna deixa isso assente em seu art. 70, caput ($fiscalizao... ser exercida pelo Congresso Nacional, mediante

    controle externo) e tambm no art. 71, caput:

    Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, ser exercido com o auxlio do Tribunal de Contas da Unio, ao qual compete (...)

    ...dispositivo tambm presente na Lei Orgnica do Distrito Federal:

    Art. 78. O controle externo, a cargo da Cmara Legislativa, ser exercido com auxlio do Tribunal de Contas do Distrito Federal, ao qual compete (...)

    Portanto, segundo a Constituio Federal e a Lei Orgnica do DF, somente o controle exercido pelo Poder Legislativo sobre a Administrao Pblica recebe a denominao de controle externo. Na esfera federal, o titular do controle externo o Congresso Nacional; no mbito do Distrito Federal, o titular a Cmara Legislativa.

    Assim, por exemplo, a atuao do Judicirio sobre os atos dos demais Poderes no se enquadra na definio de controle externo presente em nosso ordenamento jurdico. Muito menos controle externo, na definio constitucional, a fiscalizao exercida pela administrao direta sobre as entidades da administrao indireta, embora ambos os casos representem exemplos de controle externo se apenas for considerado a posio do rgo controlador em relao ao controlado.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 53

    Segundo a CF, o titular do controle externo o Poder Legislativo. Portanto, na esfera federal o titular o Congresso Nacional; na estadual, a Assembleia Legislativa; na municipal, as respectivas Cmaras Municipais; e no Distrito Federal, a Cmara Legislativa.

    A fim de possibilitar o exerccio do controle externo, a Carta Magna conferiu ao TCU a misso de auxiliar o Congresso, mediante a definio de competncias prprias e privativas para a Corte de Contas (CF, art. 71). Da mesma forma, o controle externo no Distrito Federal realizado pela Cmara Legislativa com o auxlio do TCDF, o qual possui as mesmas competncias prprias e privativas atribudas pela Constituio Federal ao TCU, adaptadas ao Distrito Federal por meio de sua Lei Orgnica (LO/DF, art. 78).

    Cuidado com R WHUPR DX[LOLDU, que pode levar a interpretaes errneas. O Tribunal de Contas no subordinado ao Poder Legislativo! No exerccio do controle externo, a Constituio reservou aos Tribunais de Contas atividades de cunho tcnico, como a realizao de auditorias e o exame e julgamento da gesto dos administradores pblicos. O Congresso Nacional e a Cmara Legislativa, assim como as Assembleias Legislativas e Cmaras Municipais, embora titulares do controle externo nas respectivas esferas de governo, no podem exercer nenhuma das atribuies conferidas exclusivamente s Cortes de Contas. No campo do controle externo, cabe ao Parlamento atividades de cunho poltico, tambm previstas na Constituio, sem qualquer relao administrativa, hierrquica ou mesmo de coordenao com o Tribunal de Contas. Ademais, o rol de competncias das Cortes de Contas to amplo que torna o exerccio do controle externo mais ligado a elas que aos prprios rgos legislativos

    Os Tribunais de Contas, portanto, seguindo o modelo expresso na CF, so rgos administrativos que auxiliam tecnicamente o Poder Legislativo no controle externo da gesto pblica, sem, porm lhes serem subordinados ou pertencerem sua estrutura. Devem ser dotados, inclusive, de independncia administrativa e oramentria.

    Pelo que dissemos, pode-se perceber que, no mbito federal os sujeitos ativos do controle externo, isto , os rgos que exercem as aes de controle, so: o Congresso Nacional, na qualidade de titular do controle; e o TCU, com competncias prprias e privativas para auxiliar o Congresso, mas sem lhe ser subordinado. E, por simetria, no mbito do

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 53

    Distrito Federal, so: a Cmara Legislativa, titular do controle; e o TCDF, rgo tcnico que atua em auxlio CL, sem subordinao.

    Por sua vez, os sujeitos passivos do controle externo, isto , os agentes que sofrem as aes de controle, so todos que, de alguma maneira, administrem recursos pblicos no importa se pessoa fsica ou jurdica, pblica ou privada, da administrao direta ou da indireta, do Poder Legislativo ou do Judicirio. A condio para que se assuma o dever de prestar contas ao controle externo a gesto de recursos pblicos, conforme disposto no art. 70, pargrafo nico da CF e, similarmente, no art. 77, pargrafo nico da LO/DF:

    Art. 77 (...) Pargrafo nico. Prestar contas qualquer pessoa fsica ou jurdica, pblica

    ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores pblicos ou pelos quais o Distrito Federal responda, ou quem, em nome deste, assuma obrigaes de natureza pecuniria.

    Como foi dito, o objeto do controle da gesto pblica so os atos e contratos administrativos que envolvam receitas e despesas pblicas. Ao controle externo compete examinar se tais atividades foram praticadas em conformidade com a lei e os princpios da administrao pblica, ou, ainda, se atenderam aos objetivos dos planos e programas de governo.

    Embora o controle externo recaia sobre as atividades administrativas de todos os Poderes, no caso do Distrito Federal, temos uma situao sui generis: o Poder Judicirio e o Ministrio Pblico do DF no esto sob a jurisdio do TCDF, mas sim do TCU! Isso porque, como vimos anteriormente, o fator que define a competncia do Tribunal de Contas a origem oramentria dos recursos administrados. E, segundo o art. 21, XIII da CF:

    Art. 21. Compete Unio:

    (...) XIII - organizar e manter o Poder Judicirio, o Ministrio Pblico do

    Distrito Federal e dos Territrios e a Defensoria Pblica dos Territrios;

    Assim, v-se que o Poder Judicirio e o Ministrio Pblico do DF so mantidos com recursos da Unio, da a competncia do TCU para fiscaliz-los.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 53

    O Poder Judicirio e o Ministrio Pblico do DF no esto sob a jurisdio do TCDF, mas sim do TCU.

    Esquematizando

    Sujeitos do controle externo

    Ativo: Poder Legislativo (titular) e Tribunal de Contas (rgo tcnico, sem subordinao).

    Passivos: Administradores das unidades de todos os Poderes constitudos, incluindo: administrao direta, autarquias, fundaes, empresas estatais, sociedades de economia mista, agncias reguladoras, organizaes sociais, concessionrias de servio pblico etc.

    Entidades privadas e pessoas fsicas que, de alguma forma, administrem recursos pblicos.

    Objetos do controle externo

    Licitaes, contratos, pessoal, obras, patrimnio, sistemas, concesses de aposentadoria, penses, reforma, admisses de pessoal, arrecadao e renncia de receita, dvida, convnios, privatizaes, concesses de servio, programas, polticas de governo.

    11. (TCU ACE 2004 Cespe) Considerando controle externo como aquele realizado por rgo no-pertencente estrutura do produtor do ato a ser controlado, correto afirmar que, no Brasil, o TCU no o nico componente do poder pblico encarregado daquela modalidade de controle.

    Comentrio: Como a questo no faz meno Constituio ou ao ordenamento jurdico brasileiro, mas apenas considera o conceito de controle externo quanto ao posicionamento do rgo controlador, ento correto afirmar que existem outros rgos do poder pblico que realizam controle externo no Brasil, como por exemplo, o controle que os rgos do Judicirio efetuam sobre os atos dos demais Poderes. Todavia, lembre-se que apenas o controle exercido sobre a Administrao Pblica pelo Poder Legislativo com o auxlio dos Tribunais de Contas, em todas as esferas de governo, recebe da Constituio e de outras normas legais a denominao de controle externo.

    Gabarito: Certo

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 53

    12. (TCE/RN Assessor Tcnico de Controle e Administrao 2009 Cespe) Com referncia ao controle externo e ao Poder Legislativo do estado e dos municpios, julgue o item a seguir. Entre os vrios critrios adotados para classificar as modalidades de controle, destaca-se o que o distingue entre interno e externo, dependendo de o rgo que o exera integrar ou no a prpria estrutura em que se insere o rgo controlado. Nesse sentido, o controle externo exercido por um poder sobre o outro, ou pela administrao direta sobre a indireta.

    Comentrio: Tambm aqui o Cespe considera apenas o conceito de controle quanto ao posicionamento do rgo controlador e no a definio constitucional de controle externo. Nesse caso, percebe-se que o entendimento da banca que o controle exercido pela administrao direta sobre a indireta constitui modalidade de controle externo, da mesma forma que o controle exercido por um poder sobre o outro.

    Gabarito: Certo

    13. (TCU AUFC 2011 Cespe) O controle externo da administrao pblica funo concorrente dos Poderes Judicirio e Legislativo. Na esfera federal, esse controle exercido privativamente pelo Senado Federal, auxiliado pelo TCU.

    Comentrio: O quesito est errado, pois o controle externo da Administrao Pblica, nos termos da Constituio Federal, exercido pelo Congresso Nacional, ou seja, pelo Poder Legislativo, com o auxlio do TCU (CF, art. 70 e 71, caput), e no privativamente pelo Senado Federal.

    Pelo princpio da simetria, no Distrito Federal o controle externo exercido pela Cmara Legislativa, com o auxlio do TCDF.

    Gabarito: Errado

    14. (TCU TCE 2007 Cespe, adaptada) O TCDF deve auxiliar a Cmara Legislativa no exerccio do controle externo e da fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial do Distrito Federal e das entidades da administrao direta e indireta.

    Comentrio: A assertiva est de acordo com o art. 77, caput da LO/DF, que estabelece a abrangncia do controle externo no DF fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial do Distrito Federal e das entidades da administrao direta e indireta em conjunto com o art. 78, caput, que dispe que o controle externo ser exercido pela Cmara Legislativa com o auxlio do TCDF.

    Gabarito: Certo

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 53

    15. (TCU AUFC 2010 Cespe) Considerando as normas constitucionais relativas a controle externo, julgue o item a seguir: o Supremo Tribunal Federal no se sujeita a controle externo exercido pelo Congresso Nacional. Comentrio: Pelo que vimos, os rgos administrativos de todos os poderes constitudos incluindo, portanto, o Judicirio no qual est inserido o STF so sujeitos passivos do controle externo, cujo sujeito ativo, no mbito federal, o Congresso Nacional, auxiliado pelo TCU (CF, art. 70 e 71). Mas lembre-se: somente as funes administrativas, ou seja, as que envolvem receitas e despesas de recursos pblicos, tais como aquisio de bens, contratao de servios, admisso de pessoal etc., esto sujeitas ao controle externo. Assim, uma deciso do STF tomada no exerccio de suas atribuies tpicas, como no julgamento de uma ADIN, no se sujeita ao controle externo do Congresso ou do TCU.

    Gabarito: Errado

    16. (TCE/AC ACE 2009 Cespe, adaptada) A aplicao das subvenes e as renncias de receitas esto entre os atos sujeitos fiscalizao do controle externo.

    Comentrio: O item est perfeito, conforme o art. 70, caput da Constituio Federal, reproduzido, com as devidas adaptaes, no art. 77, caput da LO/DF:

    Art. 70. A fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial da Unio e das entidades da administrao direta e indireta, quanto legalidade, legitimidade, economicidade, aplicao das subvenes e renncia de receitas, ser exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

    Veremos mais sobre esse dispositivo na nossa Aula 01! Gabarito: Certo

    Como j foi adiantado, no mbito do controle externo existem atribuies que so de carter poltico e, por isso, exclusivas do Poder Legislativo (controle parlamentar); outras, por sua vez, possuem carter tcnico, e so exclusivas do Tribunal de Contas (controle tcnico). Alm dessas, existem ainda algumas tarefas exercidas em conjunto pelo Poder Legislativo e pelo Tribunal de Contas. Vamos estud-las, ento!

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 53

    CONTROLE PARLAMENTAR

    Existem algumas atribuies relacionadas ao controle externo que so exercidas diretamente pelo Poder Legislativo, o chamado controle parlamentar ou controle poltico. O controle parlamentar direto ou poltico, a exemplo do controle judicial, decorre da estrutura de diviso de poderes, ou sistema de freios e contrapesos, para restringir e limitar o poder dos governantes. Assim, o Legislativo o responsvel por aprovar as polticas pblicas, bem como as regras para a arrecadao de receitas e a programao oramentria da execuo das despesas, as quais devem ser seguidas e executadas majoritariamente pelo Poder Executivo, mas tambm pelos responsveis pelas unidades administrativas dos demais Poderes, obedecendo aos princpios da legalidade, legitimidade e economicidade. Buscando o equilbrio entre os Poderes, a Constituio definiu que a prestao de contas deve ser feita ao mesmo Poder que definiu as regras, o Legislativo, que o titular de controle externo.

    Dentre as atribuies do controle parlamentar, o art. 49 da CF enumera que da competncia exclusiva do Congresso Nacional:

    IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da Repblica e apreciar os relatrios sobre a execuo dos planos de governo;

    X fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, includos os da administrao indireta;

    Ateno para o inciso IX: quem julga as contas prestadas pelo Presidente da Repblica o Congresso Nacional. O TCU as aprecia mediante parecer prvio (CF, art. 71, I). Estudaremos isso com mais detalhes na nossa Aula 02.

    Na hiptese de no apresentao das contas ao Congresso Nacional, no prazo de 60 dias aps a abertura da sesso legislativa, competncia privativa da Cmara dos Deputados, proceder tomada de contas do Presidente da Repblica (CF, art. 51, II), sendo esse mais um exemplo de controle parlamentar.

    Quanto ao inciso X do art. 49, acerca do controle dos atos do Poder Executivo, uma das formas de efetiv-lo consiste na prerrogativa que as Casas do Congresso Nacional e suas comisses possuem de convocar autoridades para prestarem, pessoalmente, informaes sobre assunto previamente determinado (CF, art. 50, caput).

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 53

    Outra atribuio de controle do Poder Legislativo refere-se competncia do Senado Federal para processar e julgar as seguintes autoridades nos crimes de responsabilidade: o Presidente e o Vice-Presidente da Repblica, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exrcito e da Aeronutica, nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; os Ministros do STF; os membros do Conselho Nacional de Justia e do Conselho Nacional do Ministrio Pblico; o Procurador-Geral da Repblica e o Advogado-Geral da Unio (CF, art. 52).

    Ao se falar das competncias do Legislativo relacionadas ao controle externo, no se pode olvidar da prerrogativa que o Congresso Nacional possui de escolher dois teros (=6) dos Ministros do TCU (CF, art. 73, 2, II). O tero restante (=3), cujos nomes so indicados pelo Presidente da Repblica (CF, art. 73, 2), devero ser aprovados previamente pelo Senado Federal, por voto secreto e arguio pblica (CF, art. 52, III). Voltaremos a tratar sobre esse assunto nas prximas aulas, quando estudarmos a organizao do TCDF.

    Uma conhecida e importante ferramenta utilizada pelo Poder Legislativo no controle da Administrao Pblica a instaurao das Comisses Parlamentares de Inqurito (CPI). As CPI possuem poderes de investigao prprios de autoridades judiciais para apurao de fato determinado e por prazo certo. Suas concluses, se for o caso, sero encaminhadas ao Ministrio Pblico para que promova a responsabilizao civil ou criminal dos infratores (CF, art. 58, 3).

    Cabe destacar ainda as atribuies da Comisso Mista de Planos, Oramentos Pblicos e Fiscalizao (CMO), que examina e emite parecer sobre as contas do Presidente da Repblica e sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos na Constituio, assim como exerce o acompanhamento e a fiscalizao oramentria, sem prejuzo da atuao das demais comisses do Congresso Nacional e de suas Casas (CF, art. 166, 1).

    Prerrogativas semelhantes s do Congresso Nacional tambm se aplicam ao controle parlamentar exercido pela Cmara Legislativa do Distrito Federal. Vejamos o que dispe o art. 60 da LO/DF:

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 53

    Art. 60. Compete, privativamente, Cmara Legislativa do Distrito Federal:

    (...) XIII proceder tomada de contas do Governador, quando no apresentadas

    nos prazos estabelecidos;

    XIV convocar Secretrios de Estado do Distrito Federal, dirigentes e servidores da administrao direta e indireta do Distrito Federal a prestar pessoalmente informaes sobre assuntos previamente determinados, importando crime de responsabilidade a ausncia sem justificativa adequada ou o no atendimento no prazo de trinta dias, bem como a prestao de informaes falsas, nos termos da legislao pertinente;

    XV julgar anualmente as contas prestadas pelo Governador e apreciar os relatrios sobre a execuo dos planos do governo;

    XVI fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, includos os da administrao indireta;

    (...) XXIX apreciar e julgar, anualmente, as contas do Tribunal de Contas do

    Distrito Federal;

    (...) 1 Em sua funo fiscalizadora, a Cmara Legislativa observar, no que

    couber, o disposto nos arts. 70 a 75 da Constituio Federal.

    Assim, v-se que, no exerccio do controle externo, compete privativamente Cmara Legislativa do DF fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, o que pode ser feito mediante a convocao dos Secretrios de Estado para prestar informaes. Tambm cabe Cmara Legislativa o julgamento das contas anuais prestadas pelo Governador, assim como a atribuio de proceder tomada de contas caso o Chefe do Executivo no as apresente no prazo estabelecido. Sobre essas contas, o TCDF apenas elabora relatrio analtico e emite parecer prvio (LO/DF, art. 78, I).

    Um ponto interessante que a Cmara Legislativa do DF tambm julga as contas anuais do TCDF. Isso mesmo: diferentemente do plano federal, em que as contas do TCU so julgadas pelo prprio TCU, no Distrito Federal a Cmara Legislativa quem julga as contas do TCDF. Tal questo, que aparentemente afronta o princpio de simetria entre as esferas, j foi enfrentada pelo STF, o qual considerou improcedente a

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 53

    ADIn 1.175-8/DF que contestava a constitucionalidade do art. 60, XXIX, assim como do art. 81 da LO/DF, que tambm versa sobre o julgamento das contas do TCDF pela Cmara Legislativa. Portanto, preste ateno!

    No plano federal, as contas do TCU so julgadas pelo prprio TCU. Porm, no mbito do Distrito Federal, as contas do TCDF so julgadas pela Cmara Legislativa.

    Posicionamento semelhante do Supremo pode ser encontrado na ADIn 2.597/PA e na ADIn 687/PA. Assim, pode-se dizer que, conforme entendimento do STF, a norma da Constituio do Estado que outorga competncia Assembleia Legislativa para o julgamento das contas da respectiva Corte de Contas no desrespeita a Constituio Federal.

    CONTROLE TCNICO

    Vimos que, segundo o modelo estabelecido pela Constituio Federal, o Poder Legislativo o titular do controle externo que deve ser exercido sobre a Administrao Pblica. Mas, para que esse controle seja efetivo, a Constituio tambm estabeleceu que o Parlamento deve contar com o auxlio tcnico indispensvel do Tribunal de Contas, que, mediante sua ao fiscalizadora, o chamado controle tcnico, de carter contbil-financeiro, busca garantir que a Administrao arrecade, gaste e administre os recursos pblicos dentro dos limites da lei e do interesse geral.

    As principais competncias do TCU relacionadas ao controle externo esto expressas nos incisos do art. 71 da Constituio da Repblica. Tais competncias so prprias e privativas do TCU, o que denota sua independncia em relao ao Congresso. Vejamos algumas delas.

    Apreciar, mediante parecer prvio, as contas prestadas pelo Presidente da Repblica;

    Julgar as contas dos responsveis por recursos pblicos e dos causadores de prejuzo ao errio;

    Apreciar, para fins de registro, a legalidade de atos admisso de pessoal e de concesso de aposentadorias, reformas e penses;

    Realizar, por iniciativa prpria, inspees e auditorias de natureza contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial nas unidades administrativas dos Poderes;

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 53

    Fiscalizar a aplicao de recursos repassados da Unio a Estado, ao Distrito Federal ou a Municpio;

    Aplicar sanes em caso de irregularidade das contas ou de ilegalidade da despesa.

    Seguindo o modelo federal, as competncias do TCDF esto dispostas no art. 78 da Lei Orgnica do DF, e reproduzidas no art. 1 da LO/TCDF, sendo bastante similares s do TCU. Tanto no caso do TCU como do TCDF, tais atribuies podem ser divididas em dois grandes grupos: exame das prestaes de contas e atividades de fiscalizao.

    Exame das prestaes de contas

    O exame das prestaes de contas envolve a apreciao, mediante parecer prvio, das contas prestadas anualmente pelo Chefe do Poder Executivo (CF, art. 71, I; LO/DF, art. 78, I), bem como o exame e julgamento das contas dos administradores e demais responsveis por dinheiros, bens e valores pblicos (CF, art. 71, II; LO/DF, art. 78, II).

    As contas prestadas pelo Chefe do Poder Executivo (Presidente da Repblica, Governador ou Prefeito, conforme o caso) constituem as chamadas contas de governo, as quais apresentam os resultados gerais do exerccio financeiro-oramentrio, originados dos atos de governo ou atos polticos, sendo submetidas a julgamento poltico do Poder Legislativo, aps parecer prvio do Tribunal de Contas.

    J as contas dos administradores e demais responsveis por gerir recursos pblicos so conhecidas por contas de gesto, e refletem os resultados especficos da administrao financeira, posta em prtica mediante atos administrativos de gesto oramentria, financeira, patrimonial e operacional, durante um determinado exerccio.

    As contas de gesto se submetem ao exame e julgamento tcnico do Tribunal de Contas. No julgamento, a Corte decidir se a gesto do responsvel foi regular, regular com ressalvas ou irregular. Se for o caso, poder tambm exigir o ressarcimento do dbito e aplicar as sanes cabveis (a mais comum a multa). As autoridades administrativas somente se exoneraro de suas responsabilidades aps o julgamento do Tribunal que se converta em aprovao das respectivas prestaes de contas.

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 53

    Alm das contas ordinrias anuais, existem as tomadas de contas especiais, apresentadas eventualmente, isto , sempre que for identificado dano aos cofres pblicos (real ou potencial).

    Atividades de fiscalizao

    Enquanto no exame das contas o Tribunal atua de maneira reativa, aguardando a apresentao da documentao pertinente pelos gestores para, ento, avali-la e decidir sobre seu mrito, nas atividades de fiscalizao o Tribunal de Contas vai a campo atrs das informaes, onde estiverem disponveis, mediante a atuao dos seus tcnicos.

    As atividades de fiscalizao podem originar-se da iniciativa do prprio Tribunal, ou por solicitao do Poder Legislativo. Alm disso, podem ser resultado de representaes e denncias apresentadas pelas pessoas legitimadas.

    As atividades de fiscalizao do TCU so exercidas por meio dos seguintes instrumentos de controle ou instrumentos de fiscalizao: auditorias, inspees, levantamentos, acompanhamentos e monitoramentos (RI/TCU, art. 238 a 243). No mbito do TCDF, s so realizadas auditorias e inspees (RI/TCDF, art. 120 e 121). Veremos mais sobre esses instrumentos em aula especfica de nosso curso.

    CONTROLE EXERCIDO EM CONJUNTO PELO LEGISLATIVO E PELOS TCS

    Alm das atividades de controle externo que so de competncia prpria do Poder Legislativo e do Tribunal de Contas, existem outras que eles desempenham em conjunto. Dentre estas, pode-se dar destaque sustao de despesas no autorizadas (CF, art. 72) e sustao de contratos (CF, art. 71, X e 1 e 2).

    No caso da sustao de despesas no autorizadas, a atuao conjunta se d entre o TCU, a comisso mista de deputados e senadores prevista no art. 166, 1 da CF (Comisso Mista de Planos, Oramentos Pblicos e Fiscalizao - CMO) e o prprio Congresso Nacional. No mbito do Distrito Federal o procedimento idntico, com o TCDF, a Cmara Legislativa e a comisso competente (congnere da CMO) atuando conjunto, conforme disposto no art. 79 da LO/DF.

    Na sustao de contratos, o procedimento efetuado, primariamente, pelo Congresso Nacional e, em caso de inrcia deste, pelo TCU. Da mesma forma ocorre no Distrito Federal, em que a sustao de contratos compete Cmara Legislativa, cabendo ao TCDF decidir a

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 53

    respeito apenas se a Cmara ou o Poder Executivo no adotarem as medidas cabveis no prazo de 90 dias corridos, conforme disposto no art. 78, 1 e 2 da LO/DF.

    17. (TCE/ES ACE 2012 Cespe, adaptada) O TCDF caracteriza-se por atuar no controle externo e tem o poder de julgar as contas no que se refere a aspectos como legalidade, eficcia, efetividade e economicidade.

    Comentrio: O quesito est correto. A competncia para os tribunais de contas julgarem as contas dos administradores pblicos est prevista no art. 71, II da CF, reproduzida, com as devidas adaptaes, no art. 78, II da LO/DF. Quanto aos aspectos nos quais o controle externo pode atuar, a CF destaca no caput do art. 70 os seguintes: legalidade, legitimidade, economicidade, aplicao das subvenes e renncia de receitas. No obstante, os aspectos de eficincia, eficcia e efetividade tambm podem direcionar as fiscalizaes realizadas pelos tribunais de contas, na busca do aprimoramento da Administrao Pblica. Tais atributos so considerados desdobramentos daqueles previstos no caput do art. 70 da CF (LO/DF, art. 77, caput).

    Gabarito: Certo

    18. (TCE/ES ACE 2012 Cespe) Compete exclusivamente Cmara dos Deputados suspender os atos dos Poderes Executivos federal, estadual e municipal caso estes tenham exorbitado os limites do poder regulamentar das leis expedidas pelos respectivos rgos legislativos.

    Comentrio: A questo trata do controle parlamentar/poltico exercido sobre a Administrao Pblica diretamente pelos rgos do Poder Legislativo. A competncia para sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegao legislativa do Congresso Nacional e no da Cmara dos Deputados isoladamente, nos termos do art. 49, V da CF. Ademais, o Congresso Nacional, quando for o caso, somente pode sustar os atos do Poder Executivo federal, jamais do estadual, municipal ou distrital. Nessas esferas, a competncia das Assembleias Legislativas, das Cmaras Municipais ou da Cmara Legislativa no caso do DF. Portanto, o quesito est incorreto.

    Gabarito: Errada

    19. (TCDF Procurador 2012 Cespe) A competncia do Senado Federal para fixar, por proposta do presidente da Repblica, limites globais para o montante da

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 53

    dvida consolidada do DF, uma das hipteses de controle poltico exercido pelo Poder Legislativo.

    Comentrio: Tal competncia do Senado est prevista no art. 52, VI da CF e constitui mais um exemplo de controle poltico exercido pelo Poder Legislativo. Ao fixar limites globais para o montante da dvida consolidada, o Legislativo impe uma restrio atuao do Poder Executivo, tpico instrumento do sistema de freios e contrapesos do nosso ordenamento jurdico. Em uma etapa posterior, o prprio Legislativo, com o auxlio do Tribunal de Contas, ir fiscalizar o cumprimento dos limites impostos. Alm disso, outras instncias de controle tambm podero atuar nessa fiscalizao, a exemplo dos controles administrativo, judicial e social.

    Gabarito: Certo

    20. (TJRO Tcnico Judicirio 2012 Cespe) A convocao pelo Poder Legislativo de autoridades pblicas para prestar informaes sobre assunto determinado no constitui hiptese de controle parlamentar poltico sobre a administrao pblica.

    Comentrio: O quesito est errado, visto que a convocao pelo Poder Legislativo de autoridades pblicas para prestar informaes sobre assunto determinado constitui sim hiptese de controle parlamentar poltico sobre a administrao pblica, prevista no art. 50 da CF:

    Art. 50. A Cmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comisses, podero convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de rgos diretamente subordinados Presidncia da Repblica para prestarem, pessoalmente, informaes sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausncia sem justificao adequada. A Cmara Legislativa possui a mesma prerrogativa no mbito do DF

    (LO/DF, art. 60, XIV), podendo convocar Secretrios de Estado, dirigentes e servidores da administrao direta e indireta do Distrito Federal.

    Gabarito: Errado

    21. (TCU AUFC 2009 Cespe) No exame das contas prestadas anualmente pelo presidente da Repblica, o TCU, ao verificar irregularidades graves, poder impor sanes ao chefe do Poder Executivo, sem prejuzo da apreciao dessas mesmas contas pelo Congresso Nacional.

    Comentrio: A atribuio do TCU no exame das contas prestadas pelo Presidente da Repblica, consoante o art. 71, I da CF, emitir parecer prvio. Qualquer omisso ou falha que seja detectada pelo TCU dever ser comunicada ao Congresso Nacional, que, julgando conveniente, solicitar os esclarecimentos necessrios ao Chefe do Executivo. Portanto, no h que se

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 53

    falar na imposio de sanes por parte do TCU, nesse caso. O mesmo vale para o TCDF em relao s contas prestadas pelo Governador do DF.

    Gabarito: Errado

    22. (TCU ACE 2008 Cespe) Com relao aos conceitos e legislao aplicveis ao controle externo e s instituies fiscalizadoras, julgue o item a seguir: No mbito federal, o parecer sobre as contas do TCU de responsabilidade da Comisso Mista de Planos, Oramentos Pblicos e Fiscalizao, do Congresso Nacional.

    Comentrio: A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)3, dispe: Art. 56. (...) 2 O parecer sobre as contas dos Tribunais de Contas ser proferido no prazo previsto no art. 57 pela comisso mista permanente referida no 1o do art. 166 da Constituio ou equivalente das Casas Legislativas estaduais e municipais.

    A comisso mista permanente a que o dispositivo se refere a Comisso Mista de Planos, Oramentos Pblicos e Fiscalizao (CMO), do Congresso Nacional, da a correo do quesito. Vale atentar para a parte final do dispositivo: RXHTXLYDOHQWHGDV&DVDV/HJLVODWLYDVHVWDGXDLVHPXQLFLSDLV Ou seja, nas demais esferas de governo, incluindo o DF, tambm h uma comisso legislativa que emite parecer sobre as contas do respectivo Tribunal de Contas.

    Gabarito: Certo

    23. (TCE/AC ACE 2009 Cespe, adaptada) As prerrogativas da Cmara Legislativa do Distrito Federal incluem, como um dos aspectos do controle que ela exerce,

    a) a indicao para sustar atos normativos que exorbitem os limites da delegao legislativa.

    b) o convite para que autoridades prestem informaes acerca de assunto previamente determinado.

    c) requerer ao TCDF que proceda tomada de contas do governador, quando ele no as prestar.

    d) a fiscalizao e o controle dos atos dos rgos e entidades do Poder Executivo, excluindo o das empresas estatais com personalidade jurdica de direito privado.

    e) ter ingerncia na escolha de todos os conselheiros do TCDF, seja escolhendo-os diretamente, seja aprovando a sua indicao.

    3 Lei Complementar 101/2000 (LRF): http://www6.senado.gov.br/sicon/index.jsp

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 53

    Comentrio: O quesito versa sobre o controle parlamentar exercido pela Cmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) sobre os atos da Administrao Pblica. Vamos analisar cada alternativa luz da Lei Orgnica do DF (LO/DF):

    (a) Errada, pois compete privativamente CLDF sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar (LO/DF, art. 60, VI), e no apenas indicar quais atos devem ser sustados para que outro rgo o faa, como faz entender a alternativa;

    (b) Errada, pois compete privativamente CLDF convocar (carter compulsrio), e no apenas convidar (carter facultativo) autoridades a prestar informaes acerca de assunto previamente determinado (LO/DF, art. 60, XIV);

    (c) Errada, pois a prpria CLDF que deve proceder tomada de contas do governador quando ele no as prestar nos prazos estabelecidos, e no o TCDF (LO/DF, art. 60, XIII);

    (d) Errada, HP IXQomR GD SDODYUD H[FOXLQGR YLVWR TXH compete CLDF fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, includos os da administrao indireta, na qual se inserem as empresas estatais com personalidade jurdica de direito privado;

    (e) Certa, pois a Cmara Legislativa do DF escolhe diretamente quatro entre os sete membros do TCDF, bem como aprova, aps arguio em sesso pblica, a escolha dos outros trs, que so indicados pelo Governador (LO/DF, art. 82, 2).

    Gabarito: aOWHUQDWLYDH

    CONTROLE INTERNO

    Como vimos, controle interno aquele exercido por rgo que esteja dentro da estrutura do ente controlado e que tenha sido criado para essa finalidade. Geralmente, subordina-se diretamente autoridade administrativa mxima do ente, a qual dispe, dessa forma, de um mecanismo de avaliao para as aes desempenhadas fora da esfera de suas atribuies privativas. Da mesma forma que o controle externo a cargo dos Tribunais de Contas, o controle interno tambm um controle tcnico.

    A Constituio Federal dispe que os Poderes Legislativo, Executivo e Judicirio mantero um sistema de controle interno (CF, art. 74), de forma integrada, cujas principais atribuies, na letra da lei, so:

    00000000000

    00000000000 - DEMO

  • Lei Orgnica do TCDF p/ Analista e Tcnico

    Teoria e exerccios comentados

    Prof. Erick Alves Aula 00

    Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 53

    I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execuo dos programas de governo e dos oramentos da Unio;

    II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto eficcia e eficincia, da gesto oramentria, financeira e patrimonial nos rgos e entidades da administrao federal, bem como da aplicao de recursos pblicos por entidades de direito privado;

    III - exercer o controle das operaes de crdito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da Unio;

    IV - apoiar o controle externo no exerccio de sua misso institucional.

    Assim, as atribuies do sistema de controle interno podem ser resumidas em:

    (i) apoiar o controle externo, criando condies indispensveis sua eficcia; e

    (ii) servir como rgo de assessoramento da autoridade administrativa, visando assegurar a legalidade, a eficincia e a eficcia da gesto.

    O art. 80 da Lei Orgnica do DF tambm prev a manuteno de um sistema de controle interno no mbito do DF. A diferena em relao ao plano federal que, no DF, o sistema de controle interno dever ser mantido, de forma integrada, pelos Poderes Legislativo e Executivo, uma vez que o Judicirio distrital, como vimos, sustentado pela Unio.

    O controle interno apoia o controle externo por meio da realizao de auditorias nas contas dos responsveis do rgo ou entidade a que esteja vinculado, emitindo relatrio, certificado de auditoria e parecer para subsidiar o exame e julgamento a cargo do Tribunal de Contas. Alm disso, os rgos integrantes do sistema de controle interno devero alertar formalmente a autoridade administrativa competente para que instaure tomada de contas especial, sempre que tiverem conhecimento de qualquer das ocorrncias que demandem esse procedimento.

    Os responsveis pelo controle interno tambm tm o dever de comunicar ao T