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Licitação Municipal
Como Evitar Falhas
Apontadas pelo TCE
Dia 18 - das 9h às 12h
Estudo de caso: Licitações Suspensas pelo TCE/PR
(parte 01)
Dia 18 - das 13h30 às 17h30
Estudo de caso: Licitações Suspensas pelo TCE/PR
(parte 02)
Dia 19 - das 9h às 12h
Estudo de caso: Licitações Suspensas pelo TCE/PR
(parte 03)
Nome:
A Unipública
Conceituada Escola de Gestão Municipal do sul do país, especializada em capacitação e treinamento de agentes
públicos atuantes em áreas técnicas e administrativas de prefeituras, câmaras e órgãos da administração indireta, como fundos,
consórcios, institutos, fundações e empresas estatais nos municípios.
Os Cursos
Com diversos formatos de cursos técnicos presenciais e à distância (e-learning/online), a escola investe na qualidade
e seriedade, garantindo aos alunos:
- Temas e assuntos relevantes e atualizados ao poder público
- Professores especializados e atuantes na área (Prática)
- Certificados de Participação digitalizado
- Material complementar de apoio (leis, jurisprudências, etc)
- Tira-dúvidas durante realização do curso
- Controle biométrico de presença (impressão digital)
- Atendimento personalizado e simpático
- Rigor no cumprimento de horários e programações
- Fotografias individuais digitalizadas
- Apostilas e material de apoio
- Coffee Breaks em todos os períodos
-Acesso ao AVA (Ambiente Virtual do Aluno)para impressão de certificado, grade do curso, currículo completo dos
professores, apostila digitalizada, material complementar de apoio de acordo com os temas propostos nos cursos, chat
entre alunos e contato com a escola.
Público Alvo
- Servidores e agentes públicos (secretários, diretores, contadores, advogados, controladores internos, assessores,
atuantes na área de licitação, recursos humanos, tributação, saúde, assistência social e demais departamentos) .
- Autoridades Públicas, Vereança e Prefeitos (a)
Localização
Nossa sede está localizada em local privilegiado da capital do Paraná, próximo ao Calçadão da XV, na Rua Des.
Clotário Portugal nº 39, com estrutura própria apropriada para realização de vários cursos simultaneamente.
Feedback
Todos os cursos passam por uma avaliação criteriosa pelos próprios alunos, alcançando índice médio de satisfação
9,3 no ano de 2014, graças ao respeito e responsabilidade empregada ao trabalho.
Transparência
Embora não possua natureza jurídica pública, a Unipública aplica o princípio da transparência de seus atos mantendo
em sua página eletrônica um espaço específico para esse fim, onde disponibiliza além de fotos, depoimentos, notas de
avaliação dos alunos e todas as certidões de caráter fiscal, técnica e jurídica.
Qualidade
Tendo como principal objetivo contribuir com o aperfeiçoamento e avanço dos serviços públicos, a Unipública
investe no preparo de sua equipe de colaboradores e com rigoroso critério, define seu corpo docente.
Missão
Preparar os servidores e agentes, repassando-lhes informações e ensinamentos gerais e específicos sobre suas
respectivas áreas de atuação e contribuir com:
a) a promoção da eficiência e eficácia dos serviços públicos
b) o combate às irregularidades técnicas, evitando prejuízos e responsabilizações tanto para a população quanto para
os agentes públicos
c) o progresso da gestão pública enfatizando o respeito ao cidadão
Visão
Ser a melhor referência do segmento, sempre atuando com credibilidade e seriedade proporcionando satisfação aos
seus alunos, cidadãos e entidades públicas.
Valores
Reputação ilibada
Seriedade na atuação
Respeito aos alunos e à equipe de trabalho
Qualidade de seus produtos
Modernização tecnológica de metodologia de ensino
Garantia de aprendizagem
Ética profissional
SEJA BEM VINDO, BOM CURSO!
Telefone (41) 3323-3131 / Whats (41) 8852-8898
www.unipublicabrasil.com.br
Programação:
Dia 18 - das 9h às 12h
Estudo de caso: Licitações Suspensas pelo TCE/PR (parte 01)
1 Coleta de Lixo (proc. 26094/16)
2 Material escolar (proc. 41450/16)
3 Aditivo contratual (proc. 38441/11)
4 Atestado de capacidade técnica (proc. 850625/15)
5 Capital social e garantia da proposta (proc. 651509/15)
6 Abertura das propostas (proc. 1139706/14)
7 cronograma financeiro e planilha orçamentária (proc. 311174/14)
8 Falhas no edital (proc. 1045744/14)
9 Contratação de agência de comunicação (proc. 838888/13 e 913719/14)
Dia 18 - das 13h30 às 17h30
Estudo de caso: Licitações Suspensas pelo TCE/PR (parte 02)
1 Projeto básico (proc. 887408/14)
2 Amostras (proc. 306995/14)
3 Serviços de iluminação pública (proc. 301918/13)
4 Indícios de direcionamento (proc. 420000/13)
5 Seguro de vida para servidores (proc. nº 156302/13)
6 Preço máximo muito baixo (proc. 243116/13)
7 Restrição de competição (proc. 12700/13 - acórdãos 300/2013 e 873/13)
8 Limpeza e conservação (acórdão 4142/12)
9 Compra de veículos (proc. 470305/12)
Dia 19 - das 9h às 12h
Estudo de caso: Licitações Suspensas pelo TCE/PR (parte 03)
1 Medicamentos (proc. 603921/11)
2 Contratação de assessoria (acórdão 3419/13)
3 Modalidade licitatória (processo 778/11)
4 Bens de informática (processo 410976/09)
5 Cartão combustível (processo 375631/09)
6 Merenda escolar (processo 364443/09)
7 Serviços de informática (processo 339538/09)
8 Aterro sanitário (processo 308489/09)
Professor:
Clayson do Nascimento Andrade: Assessor Jurídico do Tribunal de Justiça-PR - Palestrante - Especialista em Direito
Administrativo
Sumário
ESTUDO DE CASO: LICITAÇÕES SUSPENSAS PELO TCE/PR (PARTE 01) .............................. 1
ESTUDO DE CASO: LICITAÇÕES SUSPENSAS PELO TCE/PR (PARTE 02) .............................. 9
ESTUDO DE CASO: LICITAÇÕES SUSPENSAS PELO TCE/PR (PARTE 03) ............................ 17
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Curso: Licitação Municipal Como Evitar Falhas Apontadas pelo TCE – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR
ESTUDO DE CASO: LICITAÇÕES SUSPENSAS
PELO TCE/PR (PARTE 01)
Clayson do Nascimento Andrade
COLETA DE LIXO
PROCESSO N.º: 26094/16, 28/04/2016
ACÓRDÃO Nº 285/16 - Tribunal Pleno
Representação da lei 8666/93. Concorrência pública n.º 48/2015 – sermali. Município de São José dos Pinhais.
Medida cautelar concedida. Não fracionamento do objeto que em tese contraria o previsto no art. 23, §1º da lei 8666/93.
Em que pese a discricionariedade, a vedação da participação de empresas em consórcios deve ser justificada pela
administração. Vedação expressa para concessão pelo CREA de certidão de acervo técnico - CAT para pessoa jurídica.
Não exigência de certidão de acervo técnico do profissional responsável. Comprovação de experiência anterior em
parcelas não relevantes e de valor não significativo em contrariedade ao art. 30, §1º, I da lei 8666/93. Impossibilidade de
exigência de apresentação de licenças de operação na fase de habilitação.
(...)
a) Do não fracionamento do objeto, em razão das especificidades dos serviços descritos no edital:
Quanto a este item, ao que parece pela leitura do edital, foram aglutinados num mesmo objeto diversos serviços
que poderiam ser realizados por empresas separadamente, o que, em tese poderia trazer economia para administração e
ampliar a competitividade, princípios basilares que devem reger o procedimento licitatório.
A art. 23, §1º da Lei 8666/93 é expresso nesse sentido quando diz que “as obras, serviços e compras efetuadas
pela Administração serão divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e economicamente viáveis(...)”,
sendo portanto uma regra de observância obrigatória pela administração.
Assim, a representação merece ser recebida neste ponto.
b) proibição de participação de empresas reunidas em consórcio:
Neste ponto entendo que permitir ou não a participação das empresas em consórcios está na esfera da
discricionariedade da administração, o que, em princípio, afastaria o controle do ato sob exame, entretanto, a
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Curso: Licitação Municipal Como Evitar Falhas Apontadas pelo TCE – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR
discricionariedade encontra seus limites nos motivos que embasam a opção adotada pelo administrador, em cotejo com
o que prevê legislação e os princípios que norteiam as licitações, tais como o da ampla concorrência.
Assim, em razão da complexidade e diversidade de serviços aglutinados no objeto é possível se abstrair, numa
análise precária, que a proibição da participação de empresas em consórcio implicaria numa restrição do número de
empresas aptas a prestar os serviços de forma concomitante.
Assim, para uma análise mais perfunctória e possibilidade de análise dos motivos que levaram à administração
a adoção desta vedação, também merece ser recebida neste ponto a Representação.
c) Exigência de atestados de capacidade técnico operacional certificados pela entidade profissional e
acompanhados de certidão de acervo técnico – CAT:
Ao que parece, da leitura do subitem 3.8.4 do edital e da legislação atinente à matéria, tal exigência se mostra
indevida, pois há vedação expressa ao fornecimento de Certidão de Acervo Técnico - CAT para pessoa jurídica,
conforme art. 55 da Resolução n. 1.025/2009 do Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura - CONFEA.
Assim, recebo a representação quanto a este item.
d) não exigência de apresentação de CAT pelo profissional:
O item sob análise guarda relação com o item anterior, entretanto neste ponto, a administração está deixando de
exigir aquilo que legalmente tem o condão de comprovar a qualificação técnico profissional da pessoa física que se
responsabilizará pela execução do serviço, tal procedimento tem, em tese, o potencial de trazer prejuízo à administração,
em razão da possibilidade de contratação de profissional não hábil a execução do objeto.
Recebo a representação neste ponto.
e) indevida exigência de comprovação de qualificação técnica de parcelas que poderão ser subcontratadas:
Não vislumbro exigência ilegal neste ponto, a administração exige dos licitantes a comprovação de qualificação
técnica, sendo a subcontratação uma faculdade do licitante vencedor, ou seja, o mesmo poderá executar diretamente o
serviço, razão pela qual deverá demonstrar estar apto a realizá-lo.
Não recebo a representação neste ponto.
f) comprovação de experiência anterior em parcelas não relevantes e de valor não significativo:
Neste ponto aparentemente há afronta ao previsto no art. 30, §1º, I da Lei 8666/93 quanto às exigências de
experiência anterior, que somente podem ser exigidas sobre aquelas parcelas de maior relevância e valor significativo da
licitação.
Recebo a representação neste ponto.
g) impossibilidade de exigência de apresentação de licenças de operação na fase de habilitação e inexistência de
licença de operação para coleta e transporte de resíduos sólidos urbanos:
Ao que parece tal exigência afronta a previsão legal contida no artigo 30 da Lei 8666/93 que estabelece os
documentos exigíveis para a habilitação do licitante, não se permitindo à administração a extrapolação do ali previsto
sob pena de restrição à competitividade.
Recebo a representação quanto a este ponto.
h) impossibilidade de fixação de distância máxima para a localização da operação de transbordo;
A exigência de distância máxima para transbordo é afeta à economicidade, uma vez que o preço a ser pago será
composto por variantes como o consumo de combustível e a rodagem dos veículos, ambos intimamente ligados à
quilometragem percorrida, razão pela qual não vislumbro exigência desarrazoada por parte da administração, antes o
cumprimento do princípio da economicidade.
Não recebo neste ponto.
i) apresentação de compromisso de terceiros:
O § 6º do art. 30 da Lei 8666/93, ao tratar das exigências mínimas relativas aos equipamentos, se limita a vedar
que se exija do interessado a propriedade e a localização prévia dos equipamentos. Em tese, o edital não feriu o
dispositivo porque se limitou a exigir declaração de que os equipamentos - de terceiros - necessários à execução do
objeto estarão disponíveis quando necessário.
Não recebo neste ponto.
(...) Diante do exposto, defiro o pleito de medida cautelar para suspender o processo licitatório objeto da
Concorrência Pública n.º 48/2015 - SERMALI, no estado em que se encontra.
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Curso: Licitação Municipal Como Evitar Falhas Apontadas pelo TCE – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR
MATERIAL ESCOLAR
PROCESSO N.º: 41450/16
ACÓRDÃO N.º 1803/16 - Tribunal Pleno
REPRESENTAÇÃO DA LEI 8666/93. MUNICÍPIO DE PINHAIS. PREGÃO PRESENCIAL N.º 130/2015. LEI
COMPLEMENTAR N.º 123/2006. DESCUMPRIMENTO. DEFERIMENTO DE CAUTELAR. SUSPENSÃO DA
LICITAÇÃO. FRACIONAMENTO DO OBJETO E POSSIBILIDADE DO SOMATÓRIO DE ATESTADOS DE
CAPACIDADE TÉCNICA. REGRA.
A Lei Complementar n.º 123/2006 estabeleceu regra de observância compulsória pela qual em certames para aquisição
de bens de natureza divisível, cota de até 25% (vinte e cinco por cento) do objeto para a contratação de microempresas e
empresas de pequeno porte. A regra, para que não haja restrição indevida a competitividade é o fracionamento do objeto
e a possibilidade do somatório de atestados de capacidade técnica, salvo se devidamente justificado pela Administração.
(...)
LC 123/06
Art. 48. Para o cumprimento do disposto no art. 47 desta Lei Complementar, a administração pública: (...) III - deverá
estabelecer, em certames para aquisição de bens de natureza divisível, cota de até 25% (vinte e cinco por cento) do
objeto para a contratação de microempresas e empresas de pequeno porte. (grifei)
O estabelecimento da cota de 25% (vinte e cinco por cento) para a contratação de microempresas e empresas de
pequeno porte é de observância compulsória quando o objeto for divisível, como é o caso de “kits escolares” que podem
ser adquiridos de forma fracionada;
Ainda, em razão da possibilidade do fracionamento do objeto, a regra prevista na Lei de Licitações é a obrigatoriedade
da Administração dividir o objeto pretendido em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e economicamente
viáveis, conforme teor do § 1º do art. 23 da Lei n.º 8.666/93 (...)
... a regra é a possibilidade do somatório dos atestados de capacidade técnica, o que pode ser afastado pela
Administração somente em casos excepcionais, quando a complexidade decorrente da dimensão quantitativa do objeto
assim exigirem, não parece ser o caso do objeto em questão, pois se trata da aquisição de kits escolares que, em tese,
podem ser fornecidos separadamente por mais de uma empresa em quantidades menores do que a exigida no edital;
(...)
Diante do exposto, defiro o pleito de medida cautelar para suspender o processo licitatório objeto do edital de
Pregão Presencial n.º 130/2015, no estado em que se encontra.
ADITIVO CONTRATUAL
PROCESSO N.º: 38441/11, 10/12/2015
ACÓRDÃO N.º 6141/15 - Tribunal Pleno
Ementa: Representação da Lei n.º 8.666/93 – Termo de retificação de contrato que atribui à avença vigência retroativa –
Impossibilidade – Contratação levada a efeito antes da formalização da dispensa de licitação e do contrato – Violação ao
artigo 26 da Lei n.º 8.666/93 – Procedência – Aplicação de multa administrativa ao gestor à época.
(...) Com relação à retificação contratual realizada para permitir o pagamento de valores cobrados pela Emparlimp em
relação a período anterior à formalização da contratação (Contrato n.º 148/2008, firmado em 28 de abril de 2008),
destaco que essa disposição contratual introduzida representa ofensa à legislação, uma vez que não há autorização legal
para a formalização de contratos com efeitos retroativos.
Isso porque a realização de despesas deve observar as fases respectivas, devendo haver autorização legislativa,
licitação ou procedimento de dispensa ou inexigibilidade, em conformidade com as previsões da Lei n.º 8.666/93,
formalização do contrato (ressalvadas as exceções previstas em lei), empenho, liquidação da despesa e pagamento.
Desse modo, somente é possível autorizar a execução de serviços caso tenham sido observadas as primeiras
fases, quais sejam: autorização legislativa, procedimento licitatório ou de dispensa/inexigibilidade e formalização da
contratação, sendo vedada, assim, a execução de serviços sem a realização dessas etapas.
Em consequência, é também vedada a formalização de contratos com efeitos retroativos, visto que o contrato
deve existir antes de se autorizar a prestação dos serviços.
Por conseguinte, ocorreu no caso em análise ofensa à Lei n.º 8.666/93, pois mesmo nas hipóteses de dispensa de
licitação por emergência ou calamidade pública (art. 24, IV) faz-se necessária prévia formalização do procedimento de
dispensa, a fim de que seja demonstrada a presença dos requisitos aptos a ensejá-la, conferindo-se a publicidade
necessária, nos termos do artigo 26, caput e parágrafo único, incisos I, II e III, do aludido diploma legal:
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Curso: Licitação Municipal Como Evitar Falhas Apontadas pelo TCE – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR
Art. 24. É dispensável a licitação:
(...) IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação
que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens,
públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e
para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias
consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos
respectivos contratos;
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de
inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo único
do art. 8o desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação
na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos. (Redação dada pela Lei n.º
11.107, de 2005) Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste artigo,
será instruído, no que couber, com os seguintes elementos:
I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, quando for o caso;
II - razão da escolha do fornecedor ou executante;
III - justificativa do preço.
IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão alocados.
Assim, a caracterização da situação emergencial invocada (art. 26, I) bem como a razão da escolha do
fornecedor ou executante (II) e a justificativa do preço (III) obrigatoriamente deveriam ter sido expostas e comprovadas
documentalmente nos autos do procedimento antes da efetiva concretização da contratação, contrariamente ao que
ocorreu na prática, pois a contratação informal, porém, real, ocorreu muito antes da conclusão do procedimento de
dispensa.
(...) Por todo o exposto, VOTO: - pelo conhecimento e pela procedência da Representação em face do Sr. XXXXX, CPF
n.º XXXXX, pela realização de contratação em afronta ao artigo 26, caput e parágrafo único, incisos I, II e III, da Lei n.º
8.666/93, nos termos da fundamentação, para o fim de aplicar-lhe a multa administrativa prevista no artigo 87, IV, “d”,
da Lei Complementar Estadual n.º 113/2005, no valor de R$ 1.450,98 ...
ATESTADO DE CAPACIDADE TÉCNICA
PROCESSO N.º: 850625/15, 18/02/2016
ACÓRDÃO N.º 566/16, 18/02/2016
Tribunal Pleno Representação da lei 8.666/93. Copel Distribuição S.A. Pregão DIS SGD 150538. Serviços de leituras de
medidores, compreendendo a impressão simultânea das faturas de energia elétrica. Exigência de Atestado de
Capacidade Técnica comprovando a execução dos serviços privativamente a empresas de energia elétrica. Liminar
Deferida. Concordância da Representada aos fatos postos em discussão no bojo da Instrução. Violação ao art. 30, inciso
II, §§3º e 5º da lei de licitações ao primeiro lance de vista. Procedência com Expedição de Recomendação. Sem multas
ou ressarcimentos.
(...)
Exigência de apresentação de: (...) Atestado(s) de Capacidade Técnica, em nome da empresa, comprovando já ter
executado (ou estar executando) serviço de objeto pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com
o objeto da presente licitação,fornecido(s) por pessoa(s) jurídica(s) de direito público ou privado que prestem serviço
público de fornecimento de energia elétrica;
(...)
Considerando que Representada reconhece espontaneamente o vício do procedimento, qual seja, exigência de
atestado de capacidade técnica exclusivamente de entidades que trabalham na medição do fornecimento de energia
elétrica, concebo, sem maiores delongas, procedente a Representação ratificando os fundamentos da liminar, por
expressa violação ao art. 30, inciso II, §§3º e 5º da lei de licitações.
Motivo: Os serviços de leitura e emissão de fatura de energia elétrica são similares e compatíveis àqueles
realizados na leitura e emissão de faturas correlacionadas a saneamento básico (água e esgoto), circunstância que impõe,
por não apresentarem distinção substancial, razoabilidade e ponderação, na exigência dos certificados.
Assim, visando a maior participação de competidores, DETERMINO à COPEL DISTRIBUIÇÃO S.A. e seus
gestores, que façam a republicação do edital com a devida correção, vale dizer, com exclusão da cláusula de
exclusividade de atestados de capacidade técnica oriundos privativamente de provedores de energia elétrica.
CAPITAL SOCIAL E GARANTIA DA PROPOSTA
PROCESSO N.º: 651509/15
ACÓRDÃO N.º 1162/16 - Tribunal Pleno, 17/03/2016
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Curso: Licitação Municipal Como Evitar Falhas Apontadas pelo TCE – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR
SANEPAR. Concorrência 119/2015. Prestação de serviços de manutenção de redes e ramais de agua e esgoto sanitário,
execução de ampliação de redes de agua e esgoto, recomposição de pavimentos, passeio e rua, melhorias operacionais
de água e esgoto sanitário e desenvolvimento operacional. Revogação do Edital pela entidade. Perda de Objeto.
Prejudicada a Análise de Mérito. Arquivamento.
Trata-se de Representação com pedido de liminar instaurada aos 19/08/2015, em virtude de petição de TECDATA
SERVIÇOS LTDA. em face de SANEPAR haja vista a existência de possíveis vícios na Concorrência 119/20151 ,
quais sejam:
(a) exigência de demonstração de capital social mínimo (Capítulo VI, subitem 11.4) cumulada com apresentação de
garantia de manutenção da proposta de preços (Capítulo III, item 2);
(b) exigência de capital social integralizado até a data prevista para a abertura da licitação (Capítulo VI, subitem 11.4);
(c) exigência de garantia prestada na forma de seguro-garantia, acompanhada de Certidão de Regularidade Operacional
junto à SUSEP e carta fiança, acompanhada da autorização de funcionamento emitida pelo Banco Central do Brasil
(Capítulo III, subitens 2.2 e 2.3);
(d) exigência de atestados técnicos em quantitativos iguais ou superiores a 100% das parcelas de maior relevância
(subitem 10.3 – quadro A);
(e) exigência de atestados de capacidade técnica relativos a serviços de baixa relevância e valor pouco significativo do
objeto da licitação;
(f) exigência de atestados técnicos com detalhes específicos;
(g) atestados de qualificação técnica operacional e profissional incompatíveis entre si;
(h) exigência de visto junto ao CREA-PR (Capítulo VI, subitens 10.2 e 10.3).
Recebimento da Representação no evento 08, com liminar deferida para “suspender o processo licitatório 119/2015, no
estado em que se encontra ”.
(...) Conforme dado posto ao evento 69, a SANEPAR revogou o certame, por razoes de interesse público, conforme
súmula 473 STF, abaixo reproduzida:
Súmula 473 do STF: “A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais,
porque deles não se originam direitos, ou revoga-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos, e, ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial ”.
Tal conduta, indiscutivelmente, gerou o desfazimento da Concorrência 119/2015, e, consequentemente, a perda do
objeto em lide.
Com efeito, prejudicada está a análise da REPRESENTAÇÃO, circunstancia que impõe o arquivamento dos autos, sem
resolução de mérito.
ABERTURA DAS PROPOSTAS
PROCESSO N.º: 1139706/14
ACÓRDÃO N.º 565/16 - Tribunal Pleno, 18/02/2016
AGEPAR. Concorrência 01/2014. Gerenciamento dos contratos em regime de concessão regulados pela Agência.
Revogação do Edital pela Administração. Perda de Objeto. Prejudicada a Análise de Mérito. Arquivamento.
Existência de potenciais vícios na elaboração e condução da Concorrência 01/2014 , quais sejam:
a) Ilegalidade da abertura da proposta de preços simultaneamente à proposta técnica, com aferição desta em momento
posterior;
b) Subjetividade e ausência de motivação do julgamento técnico, com ofensa ao princípio do julgamento objetivo;
c) Ilegalidade da pontuação em experiência anterior, por se tratar de questão relativa à habilitação técnica, agravada pela
restritividade do Edital, notadamente quanto às cláusulas 17.3.1.4, A5, A6 e B2, e 4.1, que pontuam experiências não
condizentes com o objeto do certame.
Recebimento da Representação no evento 08, com tutela liminar deferida, pois (i) “não é permitido abrir os
envelopes e julgar as propostas técnica e de preço conjuntamente”; (b) a diferença entre os critérios de julgamento é
tênue, gerando praticável subjetivismo; (c) as pontuações correlacionadas a experiências anteriores podem restringir a
competição do certame.
... a autarquia estadual revogou o certame via publicação D.O. 9621, de 22 de janeiro de 2016, fato gerador à incidência
da súmula 473, abaixo reproduzida:
Súmula 473 do STF: “A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais,
porque deles não se originam direitos, ou revoga-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos, e, ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.”
Tal conduta, indiscutivelmente, gerou o desfeito da Concorrência 01/2014, e, consequentemente, a perda do objeto em
lide.
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Curso: Licitação Municipal Como Evitar Falhas Apontadas pelo TCE – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR
CRONOGRAMA FINANCEIRO E PLANILHA ORÇAMENTÁRIA
PROCESSO N.°: 311174/14
ACÓRDÃO N.° 7417/14 – PRIMEIRA CÂMARA, 25/11/2014
EMENTA
1) Recurso de Agravo em face de Medida Cautelar expedida em sede de Comunicação de Irregularidade. Fiscalização
de obras de pavimentação asfáltica no Município de Fazenda Rio Grande. Concorrência Pública n.° 1/2014 anulada pelo
próprio Município em razão de irregularidades apontadas pela Diretoria de Fiscalização de Obras Públicas.
2) Abertura de novo processo licitatório. Concorrência Pública n.° 3/2014. Mesmo objeto. Repetição de irregularidades
detectadas na concorrência anterior.
(...)
Na verdade, as principais irregularidades detectadas no certame anterior persistem no Edital de Concorrência Pública n.°
3/2014, conforme enumerado a seguir:
1) indefinição do objeto, com possível ofensa ao Art. 6º, Inciso IX, e ao Art. 7º, § 4º, da Lei 8.666/93; ao Art. 4º, Inciso
XXIV da Lei Estadual 15.608/07;
2) obrigatoriedade de visita técnica em dia e horário único e entrega das propostas antes da data de abertura dos
envelopes, em aparente ofensa ao Art. 3º, § 1º, Inciso I, e ao Art. 7º, §5º, da Lei Federal n.° 8.666/93;
3) inconsistência apresentada nos cronogramas de desembolso, com possível ofensa ao Art. 6º, Inciso IX, ao Art. 7º, §
4º, e ao Art. 40, Inciso XIV da Lei Federal n.° 8.666/93; bem com ofensa ao Art. 4º, Inciso XXIV da Lei Estadual
15.608/07;
4) não observância de critérios objetivos para a aceitabilidade das propostas, em possível confronto com o Artigo 3º e o
Art. 40, §2º, Inciso II, da Lei 8.666/93; bem com os Itens 8.1 a 8.4 do Edital;
5) cláusulas conflitantes na minuta do contrato, em desacordo com o Art. 3º, § 1º e Inciso I, da Lei 8.666/93;
6) Projeto Básico Incompleto, em confronto com o Art. 6º, Incisos IX e X, Art. 7º, § 1º, § 2º, Incisos I e II, e § 4º, e com
o Artigo 47 da Lei Federal n.° 8.666/93; bem como com o Art. 4º, Inciso XXIV da Lei Estadual 15.608/07;
7) superdimensionamento de quantitativos, em aparente confronto com o Art. 6º, Inciso IX, alínea "f", e com o Art. 7º,
§4º, da Lei Federal n.° 8.666/93;
8) previsão genérica de execução de serviços, em desacordo com o Art. 6º, Inciso IX, alíneas "b" e "f", e com o Art. 7º,
§4º, da Lei Federal n.° 8.666/93;
9) incompatibilidade entre projetos e orçamentos, o que evidencia contrariedade ao disposto no Art. 6º, Incisos IX e X,
no Art. 7º, § 1º, § 2º, Inc. I e II, § 4º, e no Art. 47 da Lei 8.666/93; bem como no Art. 4º, Inciso XXIV da Lei Estadual
15.608/07.
FALHAS NO EDITAL
PROCESSO N.º: 1045744/14
ACÓRDÃO Nº 2337/15 - Tribunal Pleno, 21/05/2015
EMENTA: Comunicação de Irregularidade. Pelo encerramento.
(...)
Antes mesmo de oportunizado prazo para complementação da instrução, a municipalidade disponibilizou
acesso às cópias da Mensagem de Lei n.º 73/2014, do Projeto e da respectiva Lei n.º 9.836/2014, da Lei n.º 9.947/2014,
do Aviso de Revogação da Concorrência n.º 003/15, com prova de publicação e de inclusão de informações no Mural de
Licitações, da Nota de Revogação, do Parecer de Arquivamento da Diretoria de Licitações. Na mesma ocasião,
protocolou justificativas no seguinte sentido:
A Prefeitura de Maringá cancelou o edital de contratação de parceria públicoprivada (PPP) para a coleta,
tratamento e destinação do lixo, em virtude da Lei que aprovou a Lei da PPP do lixo, em agosto de 2014, ocorreu
irregularmente. De acordo com a legislação municipal vigente e do próprio regimento interno da Câmara Municipal, a
Lei precisaria de um quórum qualificado de 2/3 dos membros da Câmara (10 vereadores) nas duas votações realizadas,
quórum este que não foi alcançado na primeira votação, onde obteve apenas 9 votos. Em decorrência destes fatos, a
Administração Pública decidiu pela sanção da Lei da Câmara para revogar a autorização da PPP, que seria o melhor
caminho para evitar a insegurança jurídica da concorrência e a redução de interessados a participarem do certame
licitatório.
CONTRATAÇÃO DE AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO
PROCESSO Nº: 838888/13
ACÓRDÃO Nº 6865/14 - Tribunal Pleno, 06/11/2014 Representação da Lei nº 8.666/1993 – Concorrência – Contratação de agências de propaganda para a prestação
de serviços de publicidade para atendimento dos órgãos e entidades da administração direta e indireta do Município. I.
Correção do edital quanto aos seguintes pontos: (a) grau de endividamento máximo; (b) possibilidade de comprovação
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Curso: Licitação Municipal Como Evitar Falhas Apontadas pelo TCE – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR
de inscrição no Simples Nacional como prova da condição de microempresa ou empresa de pequeno porte; (c) exigência
de vínculo empregatício entre a empresa licitante e determinados profissionais; e (d) exigência de experiência de
determinados profissionais da licitante – Perda do objeto – Arquivamento. II. Possibilidade da participação de
microempresas e empresas de pequeno porte no certame – Posicionamento expresso e fundamentado do Município –
Ausência de limitação legal quanto à participação de microempresas e empresas de pequeno porte em licitações cujo
valor ultrapasse a renda bruta anual prevista na Lei Complementar nº 123/2006 – Improcedência.
Conforme consta dos autos, o presente expediente foi recebido em virtude de supostas irregularidades no edital
da Concorrência nº 005/2013, promovida pelo Município de Curitiba por meio da Secretaria Municipal da Comunicação
Social, quais sejam:
a) Grau de endividamento máximo (60% ou 0,6) fixado sem justificativa e em percentual menor que o usual;
b) Possibilidade de comprovação de inscrição no Simples Nacional como prova da condição de microempresa ou
empresa de pequeno porte, uma vez que a Lei Complementar nº 123/20067 vedaria a adesão ao referido regime pelas
empresas cujos serviços prestados decorram do exercício de atividade intelectual, a exemplo das agências de
publicidade;
c) Incompatibilidade entre o valor máximo da licitação (R$ 20.000.000,00 – vinte milhões de reais) e a possibilidade de
participação de microempresas e empresas de pequeno porte, diante da limitação de faturamento anual estabelecida na
Lei Complementar nº 123/2006 a estas empresas;
e d) Exigência de vínculo empregatício entre a empresa licitante e determinados profissionais.
Após a determinação de suspensão cautelar do certame (Despacho nº 1801/13, peça 06), o Município de
Curitiba efetuou alterações no edital, em especial quanto às exigências correspondentes ao grau de endividamento e à
possibilidade de comprovação de inscrição no Simples Nacional como prova da condição de microempresa ou empresa
de pequeno porte (itens “a” e “b” acima citados), republicando o instrumento convocatório na data de 04 de fevereiro de
2014 (peças 27 e 31).
Não obstante, constatei que a municipalidade não apresentou qualquer manifestação acerca da possibilidade da
participação de microempresas e empresas de pequeno porte na licitação – apenas excluiu o item 7.5.1 do edital que
dispunha acerca “das condições exclusivas para a habilitação de empresas de pequeno porte” (peça 11, fl. 20) –, bem
como incluiu outras disposições a respeito da experiência de profissionais da licitante (item 9.1 , “c”, e anexo I, do edital
republicado), o que poderia caracterizar afronta ao artigo 30 11, §1º, inciso I, e §5º, da Lei nº 8.666/93. Assim,
determinei nova suspensão do certame até o julgamento de mérito da Representação (Despacho nº 250/14, peça 32).
Posteriormente, a municipalidade efetuou novas alterações no instrumento convocatório, em relação aos itens
“a”, “b” e “d” acima apontados, bem como às demais exigências quanto à experiência dos profissionais da proponente,
sanando as irregularidades. Assim, a Representação perdeu seu objeto nestes pontos, merecendo arquivamento.
PROCESSO Nº: 913719/14
ACÓRDÃO Nº 7337/14 - Tribunal Pleno, 20/11/2014
Representação da Lei nº 8.666/93. Indícios de ilegalidades. Suspensão cautelar da licitação pelo Tribunal.
Documentação juntada aos autos pelos representados. Ausência de prejuízo decorrente dos fatos aduzidos na inicial.
Perigo inverso na demora. Revogação da cautelar.
Por meio do Despacho nº 1655/14 (peça 4), recebi a representação e, cautelarmente, determinei a imediata
suspensão da licitação, pelos fundamentos expostos na ocasião. Na ocasião, registrei que, caso já tivesse sido firmado o
contrato decorrente da Concorrência nº 008/2013, desde logo o Diretor Presidente da SERCOMTEL tomasse as
providências para suspender os seus efeitos. Constata-se, pelos documentos trazidos pela sociedade representada
juntamente com sua defesa (peças 73 a 97), que ao tempo da prolação da medida de urgência, 14/10/2014, o contrato
entre a SERCOMTEL e a Engenho Propaganda SS Ltda. já havia sido firmado (peça 84, p. 135 e seguintes), sendo o
ajuste datado de 03/10/2014.
(...)
Um primeiro fundamento para a concessão da medida de urgência foi a omissão do edital ao deixar de exigir,
para comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitantes, os documentos previstos no inciso I do artigo 31
da Lei nº 8.666/93, ou seja,
“balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei,
que comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a sua substituição por balancetes ou balanços provisórios,
podendo ser atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 3 (três) meses da data de apresentação da
proposta;”.
(...)
Um segundo ponto que motivou a prolação da liminar foi a participação, no certame, da empresa Giacometti Londrina
Agência de Publicidade Ltda. ME., representada na Concorrência nº 008/2013 pelo advogado Fabio Cesar Teixeira
(OAB/PR 37.041), ocupante do cargo de provimento efetivo de Procurador do Município de Londrina, maior acionista
8
Curso: Licitação Municipal Como Evitar Falhas Apontadas pelo TCE – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR
da SERCOMTEL, o que caracteriza possível infração aos já mencionados princípios da impessoalidade, moralidade e
isonomia e, ainda, ao comando do artigo 9º, inciso III, da Lei de Licitações, que estabelece:
“Art. 9º Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução de obra ou serviço e do
fornecimento de bens a eles necessários:
III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável pela licitação.”
A propósito do primeiro ponto, acima mencionado, há um fato novo que, embora não tenha sido aduzido no
recurso de agravo interposto pela SERCOMTEL (peças 30 a 39), é de grande relevância para a adequada deliberação a
respeito da verossimilhança do alegado na inicial e, por conseguinte, para a avaliação acerca da manutenção ou
revogação da medida de urgência em vigor.
Como se observa da cópia dos autos do processo licitatório, apresentada pela SERCOMTEL juntamente com
sua defesa (peças 73 a 97), a Engenho Propaganda SS Ltda. apresentou na Concorrência nº 008/2013 balanço
patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, sendo que tal documentação está acostada à peça 84,
p. 29 a 36 dos presentes autos de representação e compõe as páginas 1802 a 1809 dos autos da licitação. Assim, resta
enfraquecido o argumento, aduzido na inicial, de que a não exigência, no edital, dos documentos previstos no inciso I do
artigo 31 da Lei nº 8.666/93, relativos à comprovação da qualificação econômico-financeira, teria se dado com o fito de
beneficiar a agência Engenho.
Uma breve análise do processo licitatório confirma, ainda, informações constantes do recurso de agravo, no
sentido de que a minuta do instrumento convocatório foi aprovada em 27/11/2013 pelo assessor jurídico Christian
Almeida Momenté, não por Bruno Galoppini Felix (peça 75, p. 25), muito embora este último tenha, posteriormente, em
13/01/2014, efetivamente emitido o parecer favorável à não exigência do balanço patrimonial e demonstrações
contábeis dos licitantes. Há de se levar em conta, ainda, que o parecer emitido por Bruno foi devidamente calcado em
doutrina e jurisprudência acerca do tema versado (peça 2, p. 121 a 124).
Analisando-se, à luz da nova documentação trazida aos autos pelos representados, o segundo ponto que ensejou
a medida de urgência, respeitante à participação da Giacometti Londrina Agência de Publicidade Ltda. ME na
concorrência, nota-se que a referida empresa foi declarada inabilitada, já que sequer apresentou os documentos
referentes a esta fase da disputa (ata à peça 84, p. 68 e 69).
Nota-se, portanto, que a participação da empresa representada no certame pelo Sr. Fabio Cesar Teixeira,
ocupante do cargo efetivo de procurador do Município de Londrina, não trouxe, em princípio, qualquer prejuízo aos
demais licitantes ou ao interesse público.
Ademais, interessante acrescentar que a SERCOMTEL noticia, em seu recurso de agravo, que o Município de
Londrina tomou providências a respeito da conduta possivelmente ilegal do aludido procurador, comunicando o fato
inclusive ao Ministério Público do Estado do Paraná, que o apura por meio do Procedimento Preparatório MPPR-
0078.14.003166-3, instaurado, segundo a sociedade representada, em 02/10/2014.
(...)
Face ao exposto, no exercício do juízo de retratação (artigo 75, §2º, da Lei Orgânica),revogo a medida
cautelar suspensiva da Concorrência nº 008/2013 e do contrato dela decorrente.
9
Curso: Licitação Municipal Como Evitar Falhas Apontadas pelo TCE – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR
ESTUDO DE CASO: LICITAÇÕES SUSPENSAS
PELO TCE/PR (PARTE 02)
Clayson do Nascimento Andrade
PROJETO BÁSICO
PROCESSO Nº: 887408/14
ACÓRDÃO Nº 2156/15 - Tribunal Pleno
EMENTA: Representação. Lei 8.666/1993. Comprovação do cancelamento do processo licitatório. Anulação do Edital
pela própria Municipalidade. Interesse Público. Perda de Objeto. Prejudicada a Análise de Mérito. Arquivamento
... aponta a existência de irregularidades no tocante ao edital de concorrência pública 002/2014, para prestação dos
serviços de Coleta, Transporte e Tratamento de Resíduos Domiciliares e Comerciais; de Resíduos Recicláveis e
Operação e Manutenção do Aterro Sanitário3 no município de JAGUARIAÍVA. As razões da irresignação:
(i) Ausência de Projeto Básico para os serviços concernentes ao Aterro Municipal;
(ii) Ausência de Licença Prévia – L.P. Ambiental e suas condicionantes;
(iii) Impossibilidade de exigência do certificado ISO na fase de habilitação primária, com caráter eliminatório e não
classificatório;
(iv) “Plano Técnico Operacional” em contradição aos ditames da lei 8.666/93, especificamente, artigos 304 ,§8º e
465 do dispositivo;
Pede, inclusive, medida cautelar para a suspensão imediata do certame junto a Municipalidade.
(...)
ACÓRDÃO Nº 6140/14 - Tribunal Pleno Representação Lei nº 8.666/93 – Concorrência Pública – Coleta de
resíduos urbanos domiciliares, recicláveis e manutenção de aterro sanitário – 2 (duas) empresas representantes – Pedido
de suspensão cautelar do certame – Exigência certificado ISO e licença operação ambiental (LAO) na fase de
habilitação – Exigência de Plano Técnico Operacional – Suposta não observância de Política Nacional de Resíduos
Sólidos pelo Município - Ausência de Projeto Básico – Plausibilidade das alegações – Perigo da demora – Pelo
recebimento da Representação – Pela concessão de medida cautelar – Suspensão do certame até julgamento final do expediente.
Aos 27/11/2014 (evento 32), o Município de JAGUARIAÍVA, Prefeito Municipal JOSE SLOBODA e
Presidente da Comissão de Licitação ÉLIO ZUB JÚNIOR informam que o certame foi cancelado, para que sejam
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Curso: Licitação Municipal Como Evitar Falhas Apontadas pelo TCE – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR
efetuados estudos apropriados sobre o objeto da licitação (resíduos domiciliares e comerciais da área urbana de
Jaguariaíva).
AMOSTRAS
PROCESSO Nº: 306995/14
ACÓRDÃO Nº 2510/14 - Tribunal Pleno, 17/04/2014
Representação da Lei nº 8.666/93 com pedido cautelar. Pregão eletrônico. Piso para quadra esportiva. Indícios de
ilegalidades. Restrição à competitividade. Limitação temporal aos atestados de capacidade técnica. Ausência de
regramento da fase de apresentação e análise de amostras. Concessão de medida cautelar. Suspensão da licitação.
AUSÊNCIA DE CRITÉRIOS E DE PUBLICIDADE PARA O JULGAMENTO DAS AMOSTRAS
Por fim, a empresa requerente aponta a ausência de critério para o julgamento das amostras e da publicidade de
tais atos.
Com efeito, observo que o edital não contém nenhuma disciplina acerca da apresentação e análise das amostras,
embora estas sejam mencionadas em três de seus itens:
“6.1. A Empresa vencedora deverá encaminhar em até 03 (três) dias úteis a documentação referente a habilitação e
demais anexos, juntamente com a Proposta de Preços escrita e amostras do material conforme descritivo do anexo I,
com os valores oferecidos após a etapa de lances, em 01 (uma) via, rubricada em todas as folhas e a última assinada pelo
Representante Legal da Empresa citado nos documentos de habilitação, em linguagem concisa, sem emendas, rasuras ou
entrelinhas.”
7.5. Após definido o vencedor, conforme mencionado no item 6.1 do presente edital, deverão ser enviadas amostras dos
itens licitados, para análise e avaliação por parte da Comissão Técnica definida pela Portaria n° 051/2014.
7.6. Em caso de não aprovação das amostras analisadas, o primeiro classificado será considerado inabilitado e será
convocado o seguinte para nova avaliação.”
Dessa forma, também o presente ponto merece integrar o objeto da representação.
SERVIÇOS DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA
PROCESSO Nº: 301918/13
ACÓRDÃO Nº 3614/13 - Tribunal Pleno, 12/09/2013
Recurso de agravo em representação da Lei nº 8.666/93, face à concessão de cautelar suspensiva de contrato.
Competência dos tribunais de contas. Indícios de ilegalidades. Substituição de parecer jurídico nos autos do processo de
renovação contratual. Subcontratação sem anuência. Renovação contratual após revogação de licitação em curso.
Não comprovação da vantagem na renovação. Serviços sem natureza continuada. Abrangência da sanção de
suspensão do direito de participar de licitações e contratos. Desconto linear. Ausência de previsão de quantitativos. Não
provimento do agravo. Manutenção da cautelar.
(...)
O Município alega que os serviços que integram o objeto do contrato “foram classificados como sendo de
natureza contínua, segundo critérios e avaliações levadas a cabo pela área técnica competente” (peça 3, p. 16) e se
enquadram como tal de acordo com a definição dada pela Instrução Normativa nº 02/08 da Secretaria de Logística e
Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SLTI/MPOG), em seu anexo I, item I,
verbis:
“SERVIÇOS CONTINUADOS são aqueles cuja interrupção possa comprometer a continuidade das atividades
da Administração e cuja necessidade de contratação deva estender-se por mais de um exercício financeiro e
continuamente”
Desse modo, estariam abrangidos pela possibilidade de renovação contratual prevista no artigo 57, inciso II, da
Lei nº 8.666/93.
Observo, entretanto, que não constam dos autos da representação ou do agravo as considerações da área técnica
competente, que, segundo o Município, teria definido a integralidade dos serviços em questão como contínuos. Aliás, se
tais considerações existissem e constassem dos autos do procedimento de renovação contratual, possivelmente a
Diretora do Departamento de Licitações e Contratos do Município teria feito referência a elas no opinativo que consta à
p. 147 da peça 3 dos autos da representação, por meio do qual sustentou justamente a opinião contrária, ou seja, de que
os serviços de ampliação da rede de iluminação pública não se caracterizavam como contínuos e, portanto, não
poderiam ser objeto de renovação.
Além disso, na linha adotada pela aludida servidora municipal, é mister dissociar, para fins de renovação
contratual, os serviços de manutenção da rede de iluminação pública dos trabalhos de ampliação e melhoria desta:
aparentemente aqueles primeiros efetivamente têm caráter contínuo e sua interrupção tem o potencial de causar maiores
prejuízos à população do município, ao contrário dos segundos, em relação aos quais a renovação poderia ser ponderada
com maior cautela, consoante orientação da advogada parecerista.
(...)
11
Curso: Licitação Municipal Como Evitar Falhas Apontadas pelo TCE – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR
... a suposta vantagem na renovação não foi quantificada. Ou seja, não foi indicada, no respectivo procedimento, a
porcentagem que deixou de ser acrescida à planilha de preços praticada até então e, consequentemente, o valor
economizado (ou que se estima economizar, em 12 meses) em razão da abdicação, pelo contratado, do reajuste anual.
Ademais, embora já houvesse uma licitação em curso, não consta do procedimento de renovação a comparação
entre os orçamentos colhidos na fase interna da CONCORRÊNCIA PÚBLICA Nº 030/2012 e os preços praticados até
então, demonstrando a vantagem destes últimos.
[...] Por fim, é importante lembrar que a análise da vantagem na renovação deve abranger também o aspecto da
adequação do contrato às necessidades da Administração, ao tempo da renovação.
Como exposto pela empresa representante, o objeto da CONCORRÊNCIA PÚBLICA Nº 030/2012 não é de
todo idêntico ao da CONCORRÊNCIA PÚBLICA Nº 012/2010, que resultou no CONTRATO Nº 382/2010. Isso indica
que esta avença pode não estar integralmente adequada às atuais necessidades do MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DOS
PINHAIS. (peça 5, p. 9 e 10)‟
INDÍCIOS DE DIRECIONAMENTO
PROCESSO Nº: 420000/13
ACÓRDÃO Nº 3641/15 - Tribunal Pleno, 06/08/2015
EMENTA: Representação. Lei 8.666/1993. Revogação do Edital pela entidade – DETRAN/PR. Interesse Público. Perda
de Objeto. Prejudicada a Análise de Mérito. Arquivamento.
Impugnação ao Pregão 25/2012 do DETRAN/PR para aquisição e distribuição de 925.000 livros didáticos-alunos e
21.370 livros didáticos-professores (Educação no Transito) aos alunos e mestres do 6º ao 9º ano das escolas estaduais
paranaenses (biênio 2013-2014), no valor de 21 milhões de reais.
(...) o Departamento de Trânsito do Estado do Paraná – DETRAN/PR, pós-impugnações ao edital e pós-suspensão
determinada por esta Egrégia Corte, entendeu, por bem, revogar dito certame, por razões de interesse público.
Tal conduta, indiscutivelmente, gerou a abolição do ato administrativo (Pregão 25/2013), e, consequentemente,
a perda do objeto em lide, visto que, inexistem, agora, eventuais prejuízos ao Estado e, sobretudo, aos licitantes.
Com efeito, e conclusivamente, prejudicada está a presente REPRESENTAÇÃO, o que impõe o arquivamento
dos autos, inclusive do apenso 81194-7/13.
Contudo, em razão do interesse público evidenciado no feito, penso serem válidos os seguintes esclarecimentos
àqueles que atuaram, quer diretamente, quer indiretamente, no processo. São eles:
I) A aquisição de bens sob a modalidade pregão deve acontecer somente e tão somente àqueles que se caracterizam no
qualitativo comum, com padrões de desempenho e qualidades objetivamente perceptíveis no certame;
II) A definição precisa e suficiente do objeto licitado constitui regra indispensável da competição, até mesmo como
pressuposto do postulado de igualdade entre os licitantes, do qual é subsidiário o princípio da publicidade, que envolve o
conhecimento, pelos concorrentes potenciais das condições básicas da licitação, constituindo, na hipótese particular da
licitação para compra, a quantidade demandada em uma das especificações mínimas e essenciais à definição do objeto
do pregão;
III) Considerando a existência de diversidade de objetos (aquisição de livros, confecção de programas informáticos e
apoio pedagógico a professores) induvidoso que o p. da competitividade inserto na Lei 8.666/93, impõe a licitação por
lotes;
IV) Havendo no certame discricionariedade quanto à análise do material, predominantemente intelectual, deve-se optar
pelo tipo melhor técnica e preço;
V) É mandatório que a Comissão de Avaliação das Amostras tenha conhecimento sobre a matéria em questão e, bem
assim, que seja composta por servidores efetivos, tudo a evitar favorecimentos e represálias; VI) “Ainda que a natureza
opinativa do parecer jurídico afaste, em regra, a responsabilidade de seu emitente, essa subsiste, caso se demonstre culpa
ou erro grosseiro.”.
Seguro de vida para servidores
PROCESSO Nº: 156302/13, 28/03/2013
ACÓRDÃO Nº 745/13 - Tribunal Pleno Representação da Lei nº 8.666/93. Indícios de ilegalidades. Realização de
chamamento público em detrimento da devida licitação. Adoção de procedimento híbrido. Não indicação de modalidade
licitatória típica. Ausência de constituição de comissão de licitação. Inobservância de prazo de publicidade. Exigência
não prevista em lei, quanto à habilitação. Critério de desempate que não observa integralmente o contido na Lei de
Licitações. Dúvida quanto à divisão do objeto. Não publicação oportuna do julgamento dos recursos da fase de
habilitação. Recebimento da representação e concessão de cautelar suspensiva do procedimento, visto que preenchidos
os requisitos.
(...) Em um primeiro contato com o instrumento convocatório, não me parece que seja cabível na hipótese dos autos
a realização do credenciamento, em substituição a processo licitatório.
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Curso: Licitação Municipal Como Evitar Falhas Apontadas pelo TCE – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR
Como se depreende especialmente dos itens 2 e 9 do edital, a Administração pretende selecionar apenas uma
seguradora para firmar o termo de exclusividade – que ao que parece, justamente por se destinar a um único contratado,
tem esse nome.
A empresa representante aponta, ainda, outras supostas ilegalidades no procedimento ora analisado, as quais
evidenciariam inclusive que o procedimento adotado pela IMAP foi híbrido, não se enquadrando nem totalmente como
credenciamento, nem como processo licitatório.
(...)
3. Ausência de definição de modalidade e tipo de licitação.
O instrumento convocatório realmente não prevê expressamente a modalidade adotada.
Quanto ao critério de julgamento, entretanto, está previsto no item 7.1, o qual estabelece que “a ordem
classificatória obedecerá ao critério de menor taxa de seguros proporcionada aos servidores que aderirem à apólice”
(peça 2, p. 35).
(...)
5. Ausência de constituição de comissão de licitação.
Para análise da suposta irregularidade, faz-se necessária a apresentação pela Administração da cópia integral
dos autos do processo licitatório, razão pela qual entendo prudente, neste momento, o recebimento da representação
quanto a este item.
6. Desrespeito ao prazo mínimo de 30 dias entre a publicação e o recebimento das propostas.
Com efeito, o aviso de licitação foi publicado em 01/03/2013 e a designou a data de 13/03/2013 para a entrega
dos documentos de habilitação e propostas, havendo possível infração ao artigo 21, §2º, II, “a”, da Lei nº 8.666/93.6
Recebo a representação neste particular.
7. Exigência ilegal para fins de habilitação (item 4.1.5, “e”), nos seguintes termos: “Declaração da proponente elaborada
em papel timbrado e subscrita por seu representante legal, de que não há atraso em pagamento de sinistros de seguro de
vida, superior a 30 (trinta) dias (conforme disposto na Circular SUSEP nº 302/2005, Art. 72, Parágrafo 1º) em todo o
território de atuação da proponente” (peça 2, p. 32).
A exigência não parece ter respaldo nos artigos 28 a 31 da Lei de Licitações, razão pela qual recebo a
representação neste ponto.
8. Critério ilícito de desempate (sorteio).
Com efeito, a Lei nº 8.666/93 prevê no artigo 3º, §2º, outras hipóteses de desempate que não o sorteio: “§ 2º Em
igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços: I
- (Revogado pela Lei nº 12.349, de 2010) II - produzidos no País; III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País.
(Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)”
Recebo a representação neste ponto.
9. Critério de julgamento não é claro: objeto da licitação abrange duas apólices de seguro já existentes e o edital não
esclarece se elas estão sendo licitadas em conjunto ou separadamente.
Realmente, não está claro se o objeto licitado está dividido (já que faz referência a duas apólices) ou é único, razão pela
qual a representação deve ser recebida neste ponto.
10. A decisão dos recursos interpostos do resultado da fase de habilitação não foi publicada.
Para análise da suposta irregularidade, faz-se necessária a apresentação pela Administração da cópia integral
dos autos do processo licitatório. Recebo a representação neste ponto.
(...)
Em razão de todo o exposto, decido:
3.1. RECEBER o presente pedido como representação da Lei nº 8.666/93, nos termos da fundamentação, com base no
inciso IV do artigo 125 da Lei Complementar Estadual nº 113/2005 (Lei Orgânica) e no inciso III do artigo 24, inciso I
do artigo 27, §3º do artigo 276, todos do Regimento Interno.
3.2. SUSPENDER cautelarmente o credenciamento em questão, até decisão definitiva do Plenário deste Tribunal, tudo
com fundamento no inciso IV do artigo 125 e no inciso IV do §2º do artigo 53 da Lei Orgânica, bem como no inciso III
do artigo 24, no inciso VII do artigo 32, no §1º do artigo 282 e no inciso V do artigo 401 do Regimento Interno.
13
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PREÇO MÁXIMO MUITO BAIXO
PROCESSO Nº: 243116/13
ACÓRDÃO Nº 1101/13 - Tribunal Pleno
REPRESENTAÇÃO DA LEI Nº 8.666/93. PEDIDO DE CAUTELAR SUSPENSIVA DO CERTAME.
CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA OSTENSIVA. PREÇOS MÁXIMOS POSSIVELMENTE
INEXEQUÍVEIS. PRESENÇA DO FUMUS BONI IURIS E DO PERICULUN IN MORA. PELA CONCESSÃO DE
MEDIDA E SUSPENSÃO DO CERTAME.
(...) em juízo cautelar observo que há indícios de irregularidades na aplicação da legislação regente das licitações e dos
contratos administrativos, no respectivo Edital de Concorrência Pública nº 1381/2012, promovido pela SANEPAR, por
possível ofensa ao art. 48, I, da Lei Federal nº 8.666/93.
O Requerente, como descrito acima, sustenta que os preços máximos previstos pela Administração para a
contratação de serviços de vigilância ostensiva, pelo prazo de 730 dias, sequer cobririam os custos com pessoal.
A comprovação do alegado pelo Requerente pode ser verificada, ao menos em juízo sumário (fumus boni iuris),
pela demonstração constante das planilhas de fls. 4 e 5 da representação, peça 2, as quais clarificam que os preços
máximos fixados pela Administração, de fato, não cobririam sequer a despesa com pessoal necessária à execução dos
serviços.
(...) “Proposta inexequível é decorrente de preços manifestamente superiores ou inferiores àqueles efetivamente
praticados no mercado ou que não venham a ter demonstrada a viabilidade.” Por tais razões, recebo a presente
representação e defiro o pedido liminar nos termos do voto.
(...) determino a suspensão cautelar da licitação promovida pela SANEPAR por meio do Edital de Concorrência Pública
nº 1381/2012, no estado em que se encontra, até decisão definitiva do Plenário deste Tribunal...
RESTRIÇÃO DE COMPETIÇÃO
PROCESSO Nº: 12700/13
ACÓRDÃO Nº 4352/13 - Tribunal Pleno
Representação da Lei nº 8.666/93. Exigência de laudos e certificações, juntamente com a proposta de preços. Possível
restrição à competitividade. Recebimento da Representação e concessão de cautelar suspensiva do procedimento
licitatório, visto que preenchidos os requisitos. Posterior revogação da cautelar, ante aos argumentos apresentados em
defesa. Procedência sem aplicação de sanção. Recomendação para que a exigência de laudos e certificações seja
realizada apenas do licitante vencedor.
“... esta 6ª Inspetoria mantém o entendimento de que a exigência contida no Edital de Pregão Presencial nº 01/2012 é
excessiva e possui caráter restritivo à competitividade e à isonomia do certame. Ou seja: os laudos e certificações, assim
como as amostras, deveriam ser exigidos apenas do licitante classificado provisoriamente em primeiro lugar,
assegurando-lhe prazo suficiente para obtê-los e apresentá-los, garantido assim a participação de todas as empresas
interessadas em igualdade de condições.
Quanto ao momento da exigência de atestado de conformidade de marca e de laudo técnico e quanto à
necessidade de concessão de prazo adequado para a sua apresentação, pertinente ao objeto que será licitado, assim
entende o Tribunal de Contas da União (Acórdão nº 2706-50/08-P, Processo nº 021.148/2008- 7):
REPRESENTAÇÃO. POSSÍVEIS IRREGULARIDADES EM PREGÃO ELETRÔNICO PROMOVIDO PELO 1º
CENTRO INTEGRADO DE DEFESA AÉREA E CONTROLE DE TRÁFEGO AÉREO. AQUISIÇÃO DE
MOBILIÁRIO. PROCEDÊNCIA PARCIAL. DETERMINAÇÃO (...)
13. Remanesce injustificada, portanto, apenas a exigüidade do prazo fixado para a apresentação, juntamente com a
proposta de preço, de laudo técnico emitido por laboratório de reconhecida idoneidade, certificado pelo INMETRO,
bem como para a apresentação de certificado de conformidade de marca, junto à ABNT.
14. Vale destacar que a exigência, por si só, das certificações supracitadas não se encontra sob questionamento, uma vez
que visaram comprovar a procedência e a qualidade dos materiais oferecidos pelas empresas licitantes e, em última
instância, o atendimento ao interesse da Administração.
15. Contudo, é inegável o fato de que a exigüidade do prazo para a apresentação dos referidos certificados restringe o
acesso de potenciais interessados ao certame, tendo em vista que, por se tratar de itens bastante específicos, não
necessariamente integrarão a linha de produção padronizada da maior parte dos possíveis fornecedores. Desse modo, a
isonomia entre os licitantes poderia restar violada caso não fosse concedido um prazo razoável e suficiente à obtenção
dos certificados e laudos exigidos, pois privilegiaria aqueles licitantes já detentores desses documentos.
16. In casu, o primeiro edital foi divulgado em 18/7/2008, com data de abertura marcada para 28/7/2008. Após
alterações, foi publicado novo edital em 8/8/2008 e a data de abertura do certame foi transferida para 20/8/2008.
Observa-se que o prazo para a obtenção dos certificados, que deveriam integrar as propostas de preços, foi bastante
exíguo (oito dias úteis), sendo que, segundo a representante, o tempo estimado para a obtenção desses documentos seria
de 60 (sessenta) a 90 (noventa) dias.
14
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17. Assim, a fim de atender às necessidades do órgão sem que haja comprometimento da competitividade da licitação,
cabe determinar ao CINDACTA I que estipule um prazo razoável para que os interessados em participar do certame
providenciem o certificado de conformidade de marca e o laudo técnico, conforme exigência contida no edital.
(...)
BENJAMIN ZYMLER
Relator
9.4. determinar ao 1º Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo - CINDACTA I/Comando da
Aeronáutica que conceda prazo adequado para que os interessados em participar do Pregão Eletrônico nº
009/CINDACTA I/2008 providenciem certificado de conformidade de marca, emitido pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT), e laudo técnico, emitido por laboratório certificado pelo Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO), conforme exigência contida no edital de licitação;
Considerando os argumentos acima expostos, concluo pela irregularidade da exigência realizada pela representada de
apresentação de laudos e certificados de cumprimento de normas juntamente com a proposta.
Por outro lado, embora esteja configurada irregularidade, entendo que os argumentos trazidos pelos
representantes da ADAPAR em sede de defesa devem ser considerados, pois evidenciam a boa-fé dos responsáveis pela
representada.
Como bem expôs a 6ª ICE, a ADAPAR é uma organização com pouco tempo de existência8 e relatou muitas
dificuldades atinentes à falta de pessoal administrativo em seu quadro9 . Além disso, a Comissão Permanente de
Licitação da ADAPAR possuía pouca experiência, vez que somente havia realizado dois convites antes do procedimento
em análise. Por essa razão a Comissão se utilizou de minuta de edital elaborada por outro órgão, qual seja, o
Departamento de Administração de Material da Secretaria de Estado de Administração e da Previdência –
DEAM/SEAP, relativo ao Pregão Presencial nº 086/2011, (protocolo nº 11.132.648-7), também para a aquisição de
mobiliário, sendo que o instrumento convocatório contém as mesmas exigências no que tange à apresentação de laudos
e certificações de ergonomia juntamente com a proposta de preços (conforme peça nº 16, fls. 08 e 09).
Nos termos expostos pela 6ª ICE, “tal situação, somada ao argumento de que não houve qualquer impugnação
ao mencionado Edital do DEAM/SEAP, torna patente a ausência de intenção lesiva ao interesse público e aos princípios
da licitação, caracterizando, portanto, a boa-fé dos agentes da ADAPAR”.
... recomendo à ADAPAR, na pessoa de seu representante legal, que, nas próximas licitações:
a) passe a exigir laudos e certificações apenas quando devidamente justificada a sua necessidade no procedimento
licitatório e que esses sejam exigidos somente do licitante vencedor, com prazo suficiente para a sua obtenção;
b) observe o que determina o artigo 40, § 1º, da Lei Federal nº 8.666/03.
LIMPEZA E CONSERVAÇÃO
PROCESSO Nº: 813300/12
ACÓRDÃO Nº 4142/12 - Tribunal Pleno, 19/12/2012
Representação da Lei nº 8.666/93. Pedido de cautelar suspensiva do certame. Irregularidades na proposta de empresa
vencedora: valor dos insumos inferior ao definido em edital; não previsão de adicional de risco; alteração material da
proposta no curso da licitação. Recebimento da representação e concessão da cautelar, visto que preenchidos os
requisitos
(...)
3. “não observância dos valores limites de insumos constantes nos itens 6.9.6.1” (peça 2, p. 9).
O item 6.9.6.1 do anexo I do edital (peça 2, p. 47) prevê os valores de uniformes, equipamentos (inclusive de
proteção individual) e materiais de limpeza a serem considerados pelos proponentes em suas planilhas de custo, a título
de insumos, por posto de trabalho.
Ao contrário do item 6.9.6, que o precede, o item mencionado (6.9.6.1) não estabelece a possibilidade de
variação de 30% (trinta por cento) para os valores fixados no edital.
(...) a empresa requerente, a PROGRESSO CONSTRUÇÕES E SERVIÇOS LTDA. aplicou sobre os custos a que se
refere o item 6.9.6.1 o desconto de 30% (trinta por cento), não previsto no edital.5 Entendo existir neste ponto indício de
ilegalidade. O edital previu de modo fixo o valor dos insumos por posto de trabalho. Ao apresentar proposta contendo
desconto de 30% sobre tais valores, a empresa vencedora, me parece, se valeu de vantagem não contemplada na lei
interna da licitação para superar seus concorrentes. Caso a Administração entendesse que tal desconto poderia ser
ofertado, deveria então ter oportunamente alterado o edital, republicando-o e reabrindo o prazo para formulação das
propostas. Do contrário, corre-se o risco de infração os princípios da vinculação ao instrumento convocatório e da
isonomia.
(...)
4. “não observância do valor mínimo para o adicional de risco constante na Cláusula Décima Primeira, da CCT Siemaco 2012/2013, para os serviços prestados junto a presídios, delegacias e estabelecimentos correcionais” (peça 2, p. 16)
(...)
15
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Apesar da regra contida na convenção coletiva, a representante alega que a empresa vencedora do certame não
incluiu o valor do adicional de risco nos custos referentes aos postos de copeiro e de serventes que exercerão suas
atividades junto aos locais ali mencionados.
Nesse sentido, a requerente apresenta uma tabela indicando 35 (trinta e cinco) locais em que os serviços serão
prestados pela contratada, nos quais o adicional é devido, mas deixou de ser previsto pela PROGRESSO
CONSTRUÇÕES E SERVIÇOS LTDA., em suas planilhas de custos (peça 2, p. 17 e 18).
Neste caso, além da infração à convenção coletiva e ao princípio da isonomia, vislumbra-se também a
possibilidade de eventual dano ao erário, haja vista que o não pagamento de verbas trabalhistas por parte do contratado
poderá gerar a obrigação de a Administração fazê-lo, por força da responsabilização subsidiária (conforme Súmula nº
331 do TST).
(...)
5. “impossibilidade de alteração do valor final apresentado na proposta para cada posto de serviço” (peça 2, p. 20)
O item 12.5 do edital estabelece o seguinte:
“12.5. No julgamento da habilitação e da proposta, o Pregoeiro poderá promover o saneamento de falhas e a correção
dos vícios de caráter formal e não essenciais, bem como promover diligências destinadas a esclarecer ou a
complementar a instrução do processo, nos estritos termos do art. 85, §2° e §3°, I e II, da Lei Estadual n° 15.608/07.”
(peça 2, p. 34, grifei)
A empresa representante alega que o pregoeiro do certame conferiu à PROGRESSO CONSTRUÇÕES E
SERVIÇOS LTDA. a oportunidade de modificar a planilha que apresentara inicialmente, sendo que a mesma chance
não foi dada às demais licitantes.
Valendo-se da oportunidade, a empresa vencedora alterou o valor que havia sido apresentado para cada posto
de trabalho, conforme tabela demonstrativa elaborada pela representante à peça 2, p. 20 a 22.
Ocorre que o teor do item 12.5 não me parece destinado a possibilitar a alteração material da proposta. Nesse
sentido, o referido item fala no “saneamento de falhas e a correção de vícios de caráter formal e não essenciais”.
A alteração a que procedeu a PROGRESSO CONSTRUÇÕES E SERVIÇOS LTDA., contudo, não parece tão
somente formal, visto que, segundo alega a requerente, houve alteração dos custos inicialmente previstos.
Além disso, a requerente afirma que, mesmo após as modificações efetuadas na proposta da empresa vencedora,
suas planilhas de custos continuaram com os mesmos erros apontados nos itens anteriores desta representação.
Com efeito, uma rápida verificação das planilhas acostadas às p. 344 e seguintes da peça 2 revela que o
adicional de risco, por exemplo, não foi previsto mesmo na proposta já alterada.
COMPRA DE VEÍCULOS
PROCESSO Nº: 470305/12
ACÓRDÃO Nº 2093/12 - Tribunal Pleno
Representação da Lei nº 8.666/93. Cautelar suspensiva do certame. Compra de veículos. Ausência de preços unitários.
Divergência interna do edital quanto ao valor máximo da contratação. Exigência de equipamento (GPS) cuja
funcionalidade é atendida por outros solicitados no edital. Risco de incompatibilidade.
(...)
1. Ausência de preços unitários.
As especificações técnicas dos veículos objeto do certame constam do anexo I do instrumento convocatório.
O objeto está dividido em 11 (onze) lotes, cada um deles com um único item, em quantidades variáveis. Cada
item corresponde a um veículo, com especificação diferenciada em relação aos demais.
O edital fixa os preços máximos por item, ou seja, por veículo. Esse preço inclui todos os acessórios e
equipamentos exigidos.
Entretanto, o instrumento convocatório, tal qual elaborado, não exige que o proponente discrimine,
separadamente, os valores do veículo (básico, com seus componentes de fábrica) e de cada um dos chamados opcionais
(ar condicionado, direção hidráulica etc.) e acessórios, bem como das adaptações, que, embora variáveis, estão previstas
para todos os veículos.
São exemplos dessas adaptações os sistemas de sinalização visual e sonoro, rádios transceptores móveis,
rastreadores GPS, tomadas, protetores de tanque, faróis de busca e gravadores veiculares.
Considerando que todos esses elementos – opcionais, acessórios, adaptações e todos os outros equipamentos
que não integram as características de fábrica dos veículos, seja qual for o nome que a eles se dê – não fazem parte da
composição original do veículo, seus valores unitários devem ser devidamente discriminados, nos termos do que dispõe
o art. 69, inciso III, alínea “b”, da Lei Estadual nº 15.608/07:
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Curso: Licitação Municipal Como Evitar Falhas Apontadas pelo TCE – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR
“Art. 69. O edital divide-se em três partes, devendo constar:
[...] III - na terceira, dos anexos:
[...] b) o orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários, compatíveis com os de mercado;”
Não tendo o edital feito essa especificação, entendo ser este um primeiro motivo para o recebimento da
representação, até porque a infração legal neste caso acarreta falta de transparência nas propostas, pela impossibilidade
de se conhecer precisamente os elementos que compõem o preço final ofertado pelo proponente. Eventual sobrepreço
em algum desses elementos, por conseguinte, não poderia ser detectado pela Administração.
2. Divergência interna do edital quanto ao preço máximo das contratações.
Segundo item 3.1 do edital, o valor máximo da licitação é de R$137.584.160,00 (cento e trinta e sete milhões,
quinhentos e oitenta e quatro mil, cento e sessenta reais).
A multiplicação dos valores unitários (por veículo) pelas quantidades de veículos previstas no anexo I do edital,
entretanto, resulta em valor diverso: R$136.576.160,00 (cento e trinta e seis milhões, quinhentos e setenta e seis mil,
cento e sessenta reais).
3. Exigência de que os veículos tenham rastreador GPS, sendo que o rádio transceptor móvel, também exigido, já
contempla a funcionalidade GPS integrada.
As características do rádio transceptor móvel estão descritas no anexo I do edital. Segundo consta, o
equipamento deve possuir “Funcionalidade GPS integrada ao equipamento permitindo o rastreio e localização de
indivíduos e veículos” e “receptor de GPS integrado, com no mínimo 12 canais, possibilitando a consulta daposição
atual no visor do equipamento e envio das coordenadas geográficas através da rede de radiocomunicação”.
Esses dois itens, rádio e GPS, são exigidos para todos os veículos. Existe o risco, portanto, de que se esteja
exigindo um equipamento desnecessário (cuja função já é cumprida por outro) e, dessa forma, onerando-se
injustificadamente a contratação.
Além disso, acrescente-se que para os veículos de alguns lotes (6, 8, 10 e 11) o edital prevê a necessidade de
terminal de dados móvel, o qual também tem funcionalidade GPS. Nos termos da descrição contida no edital, o terminal
deverá ter “Receptor GPS de alta sensibilidade (pelo menos -160 dB), com suporte a A-GPS”. Ainda com mais razão
nesses casos, a exigência do rastreador GPS em separado carece de justificativa técnica.
4. Inexistência, no edital, de dispositivo que garanta a compatibilidade dos novos equipamentos com os atualmente
utilizados.
Apenas como exemplo, cite-se que integram o objeto do certame equipamentos como o rádio transceptor
móvel, que deverá possibilitar a comunicação com os equipamentos de rádio já existentes.
(...)
Em razão de todo o exposto, decido:
3.1. RECEBER o presente pedido como representação da Lei nº 8.666/93, nos termos da fundamentação, com base no
inciso IV do art. 125 da Lei Complementar Estadual nº 113/2005 (Lei Orgânica) e no inciso III do art. 24, inciso I do art.
27, §3º do art. 276, todos do Regimento Interno;
3.2. SUSPENDER cautelarmente a licitação em questão, no estado em que se encontra, até decisão definitiva do
Plenário deste Tribunal, tudo com fundamento no inciso IV do art. 125 e no inciso IV do §2º do art. 53 da Lei Orgânica,
bem como no inciso III do art. 24, no inciso VII do art. 32, no §1º do art. 282 e no inciso V do art. 401 do Regimento
Interno
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ESTUDO DE CASO: LICITAÇÕES SUSPENSAS
PELO TCE/PR (PARTE 03)
Clayson do Nascimento Andrade
MEDICAMENTOS
PROCESSO Nº: 603921/11
ACÓRDÃO Nº 1056/12 - Tribunal Pleno, 12/04/2012
Representação da Lei nº 8.666/93. Pedido de cautelar. Impedimento de participação no certame em razão de
suspensão do direito de participar de licitação e contratar com a Administração municipal. Sanção suspensa
judicialmente. Exclusão indevida do certame. Pelo recebimento da Representação e concessão da cautelar suspensiva do
registro de preços.
Os argumentos da Administração municipal não parecem aptos a afastar o indício da irregularidade apontada
pelo representante.
A decisão da Administração que julgou recurso administrativo interposto pela COMERCIAL CIRÚRGICA
RIOCLARENSE LTDA. (então licitante) revela que ainda no curso do processo licitatório a Administração municipal
estava ciente da decisão liminar do TJ/PR que expressamente suspendera a sanção aplicada pelo Município de Cascavel
à referida empresa e, portanto, afastara o óbice que existia à sua participação no certame promovido pelo Município de
São José dos Pinhais.
Nesse sentido, transcrevo mais uma vez, em razão da relevância para o deslinde da questão, a resposta da
Administração ao recurso interposto pela empresa licitante:
“a Administração encontra óbice para contratar empresas impedidas de licitar que figuram no cadastro do TCE/PR, em
face da Instrução Normativa 37/09-TCE/PR. Desta forma em que pese a decisão judicial proferida de suspensão
imposta, somente após a exclusão da empresa no cadastro do TCE/PR, esta Administração poderá contratar a
recorrente.” (p. 27, peça 2, grifei)
Conclui-se que o Município deliberadamente deixou de observar o disposto na decisão judicial, sob o
argumento de que a empresa figurava no Cadastro de Fornecedores Impedidos de Licitar e Contratar disponível no site
deste Tribunal.
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Ocorre que, tendo a empresa interessada demonstrado a suspensão judicial da sanção, a Administração não
poderia se apegar a formalismos como fez, contrapondo que o nome da empresa constava ainda do cadastro e impedindo
a sua participação na disputa.
O cadastro compõe-se de um registro das sanções. Ele as declara. Não as constitui, nem desconstitui. O registro,
portanto, está vinculado a um ato da Administração que aplica a penalidade. Estando suspensos os efeitos de tal ato, não
cabe continuar privando a empresa do exercício do seu direito.
Resultado:
ACÓRDÃO Nº 5347/13 - Tribunal Pleno Representação da Lei nº 8.666/1993 – Decisão da Administração Pública que
impediu empresa de participar de procedimento licitatório – Irregularidade – Empresa constante no Cadastro de
fornecedores impedidos de licitar e contratar deste Tribunal – Suspensão da sanção por meio de decisão judicial liminar
– Descumprimento de medida cautelar proferida pelo Tribunal Pleno deste Tribunal – Procedência com aplicação de
multas administrativas. I - Conhecer da presente Representação, para no mérito dar-lhe PROCEDÊNCIA com aplicação da multa prevista no
artigo 87, inciso IV, alínea “g”, da Lei Complementar Estadual nº 113/2005, individualmente, ao Sr. IVAN
RODRIGUES (CPF nº 224.510.218-53), à Sra. MIRIAM CAMARGO TABORDA (CPF nº 811.458.379-72) e à Sra.
PATRÍCIA GALANTE STRADIOTTO VIEIRA (CPF nº 006.512.039-61), no valor de R$ 1.382,28 (um mil, trezentos
e oitenta e dois reais e vinte e oito centavos) cada, em virtude da ilegalidade da decisão que impediu a empresa
Comercial Cirúrgica Rioclarense Ltda. de participar do Pregão Eletrônico nº 163/2011;
II - Condenar o Sr. IVAN RODRIGUES (CPF nº 224.510.218-53) ao pagamento da multa administrativa prevista no
artigo 87, inciso III, alínea “f”, da Lei Complementar Estadual nº 113/2005, no valor de R$ 691,13 (seiscentos e noventa
e um reais e treze centavos), pelo descumprimento da medida cautelar proferida no Acórdão nº 1056/12 – Tribunal
Pleno.
CONTRATAÇÃO DE ASSESSORIA
PROCESSO Nº: 30734/11
ACÓRDÃO Nº 3419/13 - Tribunal Plen, 29/08/2013
Representação da Lei nº 8.666/93 – Contratação escritório advocacia – Licitação – Recuperação de ISS decorrente de
arrendamento mercantil – Execução de serviço simples – Não caracterização da especialidade – Pela procedência parcial
(...) a parte representante aduziu que a pretensão de contratação de serviços de advocacia por parte do Município para
realizar cobrança de ISS é irregular, pois o ordenamento jurídico vigente dispõe que tal atividade é de competência do
Município. Logo, o objeto da licitação nº 19/2010 consistiria em verdadeira terceirização de atividade-fim do Poder
Público. Em vista da correlação destas alegações, passo a julgá-las em conjunto.
(...)
A partir da análise do edital depreende-se, que além de contratar serviços de assessoria para as questões
técnicas-administrativas, o Município tem por escopo contratar assessoria jurídica para os processos administrativos
fiscais e para a representação judicial do Município.
Ocorre que a terceirização do serviço de assessoria jurídica nos processos administrativos fiscais e do serviço de
execução dos débitos fiscais, ambos relativos ao ISS incidente sobre operações de arrendamento mercantil, não é
passível de terceirização, pelas razões que doravante passo a expor.
Ab initio, destaco que a Administração Pública pode contratar serviços advocatícios de particulares sempre que
estes configurarem serviços técnicos profissionais especializados. Logo, cumpre trazer o conceito doutrinário de
“serviço técnico especializado”, haja vista que o artigo 13 da Lei nº 8.666/93 não faz tal conceituação. Segundo escólio
de Hely Lopes Meirelles, serviços técnicos profissionais especializados são aqueles “prestados por quem, além da
habilitação técnica e profissional – exigida para os serviços técnicos profissionais em geral -, aprofundou-se nos estudos,
no exercício da profissão, na pesquisa científica, ou através de cursos de pós-graduação ou estágios de
aperfeiçoamento”.
(...)
Destarte, sendo incontroverso que a atividade que se pretendia contratar configura serviço técnico profissional,
cumpre esmiuçar se tal serviço é realmente especializado, a ponto de justificar a contratação de profissionais com
conhecimentos técnicos profissionais especiais.
A razão de um Município contar com uma Procuradoria está fundada justamente na necessidade de apoio,
orientação e respaldo jurídico à municipalidade. Dentre diversas outras atividades, os Procuradores do Município tem
por atribuição a propositura de ações judiciais e administrativas em nome do Município e do interesse público, do que se
extrai, por corolário lógico, que grande parte da atuação dos Procuradores do Município concentra-se em matérias de
Direito Público, tais como direito constitucional, administrativo, previdenciário, tributário e financeiro.
No caso específico do Município de Araucária, a própria Lei Orgânica prevê que o exercício das atividades de
consultoria do Executivo, a execução da dívida ativa e a representação da municipalidade em juízo competem à
Procuradoria do Município, nos termos do artigo 129 : Art. 12 - É da competência da Procuradoria Geral do Município a representação em juízo e a defesa judicial e
extrajudicial dos interesses do Município, em qualquer foro ou instância e outras atividades jurídicas delegadas pelo
Prefeito; o assessoramento às unidades do Município em assuntos de natureza jurídica; a preparação de contratos,
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convênios e acordos, nos quais o Município seja parte; a inscrição e cobrança da dívida ativa judicial; o exercício das
atividades concernentes ao sistema de assessoramento jurídico e a emissão de pareceres sobre questões que lhe forem
submetidas; a execução orçamentária de sua área e outras atividades correlatas.
Diante destas considerações, não é possível afirmar que a assessoria jurídica a processos administrativos fiscais
e ao ajuizamento de execuções fiscais e de outras medidas judiciais destinadas à cobrança de ISS oriundo de
arrendamento mercantil demande conhecimento técnico cujo grau de especialização ultrapasse àquele esperado de
qualquer Procurador do Município, já que tais profissionais têm como uma de suas principais funções justamente a
execução da dívida ativa.
(...)
A singeleza da matéria é nítida e comprova que a licitação é despicienda, pois o serviço licitado pode ser
tranquilamente realizado pela Secretaria de Finanças e pela Procuradoria do Município. Para tanto, além da aludida
Secretaria, o Município de Araucária, no ano de 2010, contava com 5 (cinco) Procuradores do Município (cargo em
comissão) e 5 (cinco) Advogados (cargo efetivo) em seus quadros funcionais, além do Procurador-Geral e do
Subprocurador-Geral.
Se acaso a licitação derivasse de contingencial volume de serviço e/ou escassez de servidores, o caminho
escorreito a se seguir seria a nomeação de candidatos aprovados no último concurso público, ou a realização de novo
certame, na hipótese de vencimento do prazo daquele.
(...)
Por fim, ressalto que a contratação almejada está fustigada, também, pelo Prejulgado nº 6 desta Corte. Com
escopo de corroborar o afirmado, transcrevo trecho do aludido Prejulgado:
CONSULTORIAS CONTÁBEIS E JURÍDICAS: POSSÍVEIS PARA QUESTÕES QUE EXIJAM NOTÓRIA
ESPECIALIZAÇÃO, EM QUE RESTE DEMONSTRADA A SINGULARIDADE DO OBJETO OU AINDA, QUE SE
TRATE DE DEMANDA DE ALTA COMPLEXIDADE, CASOS EM QUE PODERÁ HAVER CONTRATAÇÃO
DIRETA, MEDIANTE UM PROCEDIMENTO SIMPLIFICADO E DESDE QUE SEJA PARA OBJETO
ESPECÍFICO E QUE TENHA PRAZO DETERMINADO COMPATÍVEL COM O OBJETO, NÃO PODENDO SER
ACEITAS PARA AS FINALIDADES DE ACOMPANHAMENTO DA GESTÃO.
Como se infere do trecho supra, a jurisprudência consolidada desta Corte prevê regras específicas para
contratação de consultorias contábeis e jurídicas, as quais não se vislumbram no caso em espécie.
Quanto à alegação de descumprimento do Acórdão nº 1718/200815 desta Corte, em razão da não nomeação de
advogados aprovados em concurso público realizado recentemente pelo Município, verifico, inicialmente, que a
contratação de alguns dos aprovados não é prova que suficientemente afaste uma possível caracterização de burla à
regra constitucional que determina a realização de concursos públicos.
Pressupõe-se que se o Município necessita de advogados para executar exatamente as mesmas funções da
Procuradoria do Município, deveria ter admitido mais candidatos aprovados ou realizado um novo concurso público,
mas jamais optado pela abertura de edital para a contratação de sociedade de advogados.
(...)
ACORDAM OS MEMBROS DO TRIBUNAL PLENO do TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO PARANÁ,
nos termos do voto do Relator, Corregedor-Geral IVAN LELIS BONILHA, por unanimidade, em:
Conhecer da presente Representação para, no mérito, dar-lhe PROCEDÊNCIA PARCIAL, no sentido de
confirmar a cautelar anteriormente exarada, determinando a sustação definitiva do Processo Licitatório nº 6267/2010,
Concorrência Pública, Edital nº 19/2010, nos termos do artigo 85, inciso VIII, da Lei Complementar Estadual nº
113/2005.
Determinar, também, a aplicação da multa prevista no artigo 87, inciso IV, alínea “g”, da Lei Complementar
Estadual nº 113/2005, ao Presidente da Comissão de Licitação de Compras e Serviços do Município de Araucária à
época, Sr. XXXXX, no valor de R$ 1.382,28 (mil trezentos e oitenta e dois reais e vinte oito centavos), uma vez que é o
signatário do edital nº 019/2010, relativo ao processo licitatório nº 6267/2010, maculado por diversas irregularidades,
nos termos da fundamentação.
MODALIDADE LICITATÓRIA
1)- MANDADO DE SEGURANÇA DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO TRIBUNAL. ATO COATOR
IMPUTADO AO SECRETÁRIO DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO E PREVIDÊNCIA. LICITAÇÃO. PREGÃO
PRESENCIAL."QUARTEIRIZAÇÃO". GERENCIAMENTO DE FROTA DE VEÍCULOS PÚBLICOS COM
GESTÃO COMPARTILHADA ENTRE A ADMINISTRAÇÃO E A EMPRESA CONTRATADA. PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS DE RECADASTRAMENTO, AVALIAÇÃO DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO, MANUTENÇÃO
PREVENTIVA E CORRETIVA NA FROTA DE VEÍCULOS DO GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ.
EXTENSO ÂMBITO GEOGRÁFICO PARA A DISPONIBILIZAÇÃO DO SERVIÇO. FROTA NUMEROSA (15.500
VEÍCULOS). SERVIÇO NÃO COMUM. NECESSIDADE DE PARAMETRIZAÇÃO CUSTOMIZADA. SOLUÇÃO
NÃO PADRONIZADA, NEM DISPONÍVEL A QUALQUER TEMPO NUM MERCADO PRÓPRIO. PARTICIPAÇÃO DE UMA SÓ EMPRESA NO CERTAME QUE REFLETE A COMPLEXIDADE DO OBJETO.
DESCABIMENTO DA UTILIZAÇÃO DO PREGÃO NA ESPÉCIE. ELEIÇÃO ERRÔNEA DA MODALIDADE
LICITATÓRIA. MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. AUSÊNCIA DE DISCRICIONARIEDADE ABSOLUTA DO
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ADMINISTRADOR EM SE TRATANDO DA ESCOLHA DA MODALIDADE LICITATÓRIA CABÍVEL.
INCIDÊNCIA DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE.
"O pregão somente é cabível quando a contratação versar sobre um objeto comum... o objeto comum é aquele
disponível no mercado a qualquer tempo, cuja configuração e características são padronizadas pela própria atividade
empresarial." (JUSTEN FILHO, Marçal. In Curso de Direito Administrativo, 5ª ed., São Paulo: Saraiva, 2010,
p.445/446).
2)- LICITAÇÃO DE GRANDE VULTO. PREVISÃO EDITALÍCIA DE PRORROGAÇÃO CONTRATUAL.VALOR
ESTIMADO DA CONTRATAÇÃO QUE ULTRAPASSA O LIMITE PREVISTO NO ART. 83 DA LEI ESTADUAL
Nº 15.608/07. EXIGÊNCIA DE AUDIÊNCIA PÚBLICA PRÉVIA À REALIZAÇÃO DA LICITAÇÃO.
INOBSERVÂNCIA DESTE REQUISITO LEGAL PELA ADMINISTRAÇÃO.
"Sempre que o valor estimado para uma licitação ou para um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas for
superior a 100 (cem) vezes o limite previsto no art. 23, inc. I, alínea "c" da Lei Federal 8.666/93, o processo licitatório
será iniciado obrigatoriamente com uma audiência pública concedida pela autoridade responsável com antecedência
mínima de 15 (quinze) dias úteis da data prevista para a publicação do edital, e divulgada com a antecedência mínima de
10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios previstos para a publicidade da licitação, à qual terão acesso e
direito a todas as informações pertinentes e a se manifestar todos os interessados." "... ausência ou invalidade da
audiência acarreta nulidade do procedimento licitatório." (JUSTEN FILHO, MARÇAL. Op. cit. p. 532).
3)- AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO DA DEMANDA CONTRATUAL NO EDITAL LICITATÓRIO. IMPREVISÃO
DE QUANTIDADES DE BENS E SERVIÇOS. VEDAÇÃO EXPRESSA DA LEI CONTRA ESTA OMISSÃO NO
INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO. ART. 14, INC. II E ART. 70, INC. V, AMBOS DA LEI ESTADUAL Nº
15.608/07. OFENSA À ISONOMIA E ECONOMICIDADE.
O edital é genérico, não quantifica, nem estabelece procedimentos objetivos, deixando, assim, um sem número
de possibilidades em aberto para que os serviços de manutenção possam ser prestados sem qualquer limitação
quantitativa.
4)- ELEIÇÃO DE CRITÉRIO DE JULGAMENTO INCOMPATÍVEL COM A MODALIDADE
"PREGÃO".ESCOLHA DO VENCEDOR PELA APRESENTAÇÃO DE "MELHOR ÍNDICE". SUBMISSÃO DAS
PROPOSTAS À FÓRMULA COMPLEXA, COM APLICAÇÃO DE ÍNDICE LINEAR AOS DIVERSOS
ELEMENTOS QUE SÃO SOPESADOS NO CÁLCULO DO PREÇO DE CONTRATAÇÃO. POSSIBILIDADE DE
MANIPULAÇÃO NEFASTA DOS PREÇOS EFETIVOS POR MEIO DO JOGO DE PLANILHAS.
O critério de julgamento adotado não permite identificar que se tenha obtido o menor preço, pois a adoção de
fórmula conjugando diversos elementos distintos, com a disputa por aplicação linear de índice que posteriormente será
revisto para readequação da proposta, impede a certeza da obtenção do menor preço efetivo.
5)- LICITAÇÃO ANULADA DE OFÍCIO. PERDA SUPERVENIENTE DO INTERESSE DE AGIR.SUCUMBÊNCIA
DO ESTADO DO PARANÁ PELO PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE. PROCESSO DE MANDADO DE
SEGURANÇA EXTINTO, SEM JULGAMENTO DO MÉRITO, COM BASE NO ART. 267, INC. IV DO CPC.
(TJPR - 5ª C.Cível em Composição Integral - MS - 1174706-7 - Curitiba - Rel.: Rogério Ribas - Unânime - - J.
04.11.2014)
BENS DE INFORMÁTICA
PROCESSO: 410976/09 - TC
Trata-se de pedido formulado por G&P Projetos e Sistemas Ltda., pessoa jurídica de direito privado,
pretendendo que esta Corte fiscalize licitação modalidade Concorrência Pública – Tipo Técnica e Preço (SLS/DCSE nº.
162579/2009) promovido pela Companhia Paranaense de Energia – COPEL e suas subsidiárias para a contratação de
objeto apresentado sob dois lotes assim descritos:
“LOTE 01: O objeto do lote 01 corresponde ao fornecimento de duas soluções, sendo uma informatizada de Sistema de
Gestão de Consumidores para o setor Elétrico (CIS Energia), e uma solução informatizada de Sistema de Gestão de
Consumidores para o setor de Telecomunicações (CIS Telecomunicações, conforme especificado no Anexo I –
Especificação Técnica, contemplando: - o fornecimento do licenciamento de uso não exclusivo e em caráter permanente
de software de gestão de consumidores para o setor elétrico e de software de gestão de consumidores para o setor de
telecomunicações; - a execução do serviço de implantação das soluções; - o fornecimento e instalação dos sistemas de
gestão de consumidores, equipamentos (hardware), softwares básico e complementares, que compõem as soluções; - a
execução do serviço de operação assistida pós-implantação para cada uma das soluções; - execução do serviço de
manutenção e suporte técnico do objeto contratado;
LOTE 02: O objeto do lote 02 corresponde ao fornecimento de uma solução informatizada e Sistema Integrado de
Gestão Empresarial (ERP) para os Setores Elétrico e de Telecomunicações, conforme especificado no Anexo I –
Especificação Técnica, contemplando: - o fornecimento do licenciamento de uso não-exclusivo e em caráter permanente
de software integrado de gestão empresarial para os setores elétrico e de telecomunicações; - a execução do serviço de implantação da solução; o fornecimento e instalação do sistema integrado de gestão empresarial, equipamentos
(hardware), softwares básico e complementares, que compõem a solução; - a execução do serviço de operação assistida
pós-implantação; - a execução do serviço de manutenção e suporte técnico do objeto contratado.” (fl. 65).
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A sessão de recebimento e abertura dos envelopes contendo as propostas técnicas está marcada para o dia de
03/09/2009 às 14 (catorze) horas. O pedido de abertura de representação e concessão de medida cautelar foi realizado às
09:44 (nove horas e quarenta e quatro minutos) do dia 03/09/2009.
A inicial tem 62 (sessenta e duas laudas) nas quais se encontram transcritas diversas considerações acerca de
supostas irregularidades quanto à pontuação técnica das proponentes de sorte que, por economia processual e em razão
da urgência do pedido, faço remissão às considerações lançadas na exordial para poder passar à admissibilidade,
fundamentação e disposição.
É o breve relatório.
Passo à admissibilidade.
Presentes os requisitos de admissibilidade (possibilidade jurídica do pedido, interesse, demais condições do
Regimento Interno, etc.).
No entanto, ausente documentação constitutiva da requerente e procuração outorgada à subscritora da exordial,
fatos que não impedem a adoção de medidas urgentes, mas devem ser sanados em 15 (quinze) dias sob pena de
prejudicar a configuração da legitimidade.
Ultrapassada a verificação dos requisitos para a admissibilidade do feito, analiso a concessão da medida
cautelar pleiteada.
É de amplo conhecimento que a concessão de medida cautelar depende da conjugação da probabilidade da
existência do direito (fumus boni iuris) e da existência de risco objetivo à eficácia do processo principal em razão do
decurso de tempo sem a atuação por quem de direito (periculum in mora).
No presente caso, ao menos em sede de cognição sumária, inclino-me pela existência de ambos os requisitos.
O primeiro se consubstancia na exigência escrita nos itens 9.4 e seus subitens do instrumento convocatório, os
quais aparentemente afrontam o disposto no artigo 30, §1º, I e §5º da Lei Federal 8.666/93, haja vista que restringe a
mera participação somente às empresas que tenham atuado no ramo de energia elétrica e/ou telecomunicações.
No que diz respeito aos critérios de pontuação entendo, a princípio, que não se justifica pontuar
exclusivamente a experiência dos profissionais e das empresas que tenham atuado nesses ramos. Os critérios de
pontuação referentes à capacitação dos profissionais da contratada soam aparentemente restritivos, eis que simplesmente
ignoram o know-how adquirido em outros segmentos empresariais.
O segundo se consubstancia na proximidade da ocorrência da sessão de abertura das propostas técnicas,
momento até o qual certamente não terá findado este movimento fiscalizatório de representação.
Em razão de todo o exposto, RECEBO o presente expediente como Representação e DEFIRO A MEDIDA
CAUTELAR REQUERIDA pela representante, DETERMINANDO A IMEDIATA SUSPENSÃO da Concorrência em
comento após o recebimento dos envelopes, até ulterior deliberação desta Corte, restando obstada somente a abertura
dos envelopes. Cientifique-se o presidente da Comissão de Licitação, independentemente de ofício, para imediato
cumprimento da deliberação aqui exposta. Após, retornem para outras deliberações. Publique-se. GCG, em 3 de
setembro de 2009. Conselheiro Caio Marcio Nogueira Soares. Corregedor – Geral.
CARTÃO COMBUSTÍVEL
ACÓRDÃO nº 2213/10 – Pleno
PROCESSO N.°: 375631/09
EMENTA: REPRESENTAÇÃO DA LEI 8.666/93 - PEDIDO DE SUSPENSÃO DO CERTAME E DE EXCLUSÃO
DE ESTIPULAÇÃO EDITALÍCIA – PERDA DO OBJETO – ARQUIVAMENTO.
Trata-se de representação prevista na Lei Federal nº 8.666/93, que versa sobre licitações e contratos
administrativos, formulada por Trivale Administração Ltda., pretendendo que esta Corte fiscalize e intervenha no
procedimento licitatório referente ao Pregão Presencial nº 1227/2009, cujo objeto era a “contratação de serviços para a
implantação e operação de sistema informatizado e integrado com a utilização de cartão magnético ou eletrônico, para
gerenciamento do abastecimento de combustíveis (álcool hidratado, gasolina e diesel) e serviços de reposição do nível
de óleo do motor da frota de veículos automotores, equipamentos automotivos e equipamentos acoplados da
SANEPAR” (fl. 15), em virtude de supostas irregularidades relativas a não aceitação de proposta que apresente taxa de
administração negativa ou igual a zero por cento, que, segundo a requerente, já seria amplamente aceita pelos Tribunais
de Contas e pelo Poder Judiciário.
Aduz que a Lei Federal 8.666/93, em seu artigo 44, § 3º, veda a apresentação de propostas com preço global
irrisório ou de valor zero, não sendo irregular a exigência de apresentação de propostas com taxa de administração de
valor zero ou negativo, uma vez que a taxa de administração apenas compõe o preço global. Afirma, ainda, que o
Tribunal de Contas da União já decidiu nesse sentido.
Informa também que no dia 14 de agosto de 2009 protocolou, perante a SANEPAR, pedido de impugnação ao
edital, porém, o órgão representado não havia se manifestado até então. Diante do exposto, argumenta que o item impugnado - 10.3.1 - contraria a Lei 8.666/93 e a jurisprudência atual,
razão pela qual requer que esta Corte de Contas extirpe do edital a proibição mencionada, bem como requer a concessão
de medida cautelar para a suspensão da licitação.
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Curso: Licitação Municipal Como Evitar Falhas Apontadas pelo TCE – 18 e 19 de Maio de 2016 /Curitiba-PR
Presentes os requisitos de admissibilidade, a representação foi recebida. Considerando a presença do fumus
boni iuris, evidenciado pelo amparo jurisprudencial apresentado pelo requerente, e do periculum in mora, traduzido na
potencial ofensa ao princípio da legalidade e à seleção de proposta mais vantajosa, a medida cautelar foi deferida,
determinando-se a suspensão do procedimento licitatório (despacho de fls. 88-90).
(...)
Em razão dos esclarecimentos preliminares prestados pela representada, em especial a possibilidade de
propostas com taxa de até 0,00001%, ou seja, muito próxima a zero, e, como ponderou a representada, em virtude de o
Tribunal de Contas da União não ser absolutamente favorável à taxa zero ou negativa - vez que tal órgão somente
compreende que referida taxa não contraria em tese a Lei de Licitações, apontando o julgado pela necessidade de ser
realizado um estudo para a aplicação da mesma quando o objeto da licitação for a contratação de serviços de
cesta/alimentação e/ou auxílio alimentação, bem como que devem ser previstas outras cautelas para evitar que a
contratação seja frustrada, inexistindo tal estudo no caso concreto, sendo que o objeto da licitação em tela é diverso
(operação de sistema de cartão combustível) -, revoguei a medida cautelar conferida, autorizando o prosseguimento do
Pregão Presencial nº 1227/2009.
...
A possibilidade de taxas de administração negativas nas licitações
Fonte: Jus Navigandi - Evandro Beck Souza, Advogado em Curitiba (PR) - 06.2008
Existem serviços no mercado em que a remuneração do prestador é feita por meio de taxa de administração,
cobrada sobre o valor do serviço intermediado.
Desse modo atuam as administradoras de vale-refeição, vale-alimentação, vale-combustível e cartão
combustível. Nesses casos, a empresa cobra uma taxa ou comissão sobre o valor total das operações intermediadas.
Os exemplos citados são considerados serviços comuns, logo são licitados na modalidade pregão, a qual
permite a redução dos preços na fase de lances.
Ocorre que, em certas circunstâncias, as taxas de administração propostas podem ter valor nulo ou, até mesmo,
negativo. Considerando que o art. 44, §3º, da lei n.º 8.666/93 não admite propostas com preço irrisório ou de valor zero,
poderia o pregoeiro aceitar uma oferta de taxa de administração nula ou negativa?
A resposta à indagação é positiva. A proposta da administradora poderia ser aceita em razão da forma como
esse serviço é executado. Isso porque a renda dos particulares prestadores de tal serviço decorre de três principais
fontes: da contratante, de aplicações financeiras e dos estabelecimentos credenciados. Esse é o entendimento do
Tribunal de Contas da União - TCU, expresso na decisão 38/1996 - plenário:
2- deixar assente que, no que pertine às licitações destinadas ao fornecimento de vales-refeição/alimentação, a admissão
de ofertas de taxas negativas ou de valor zero, por parte da Administração Pública, não implica em violação ao disposto
no art. 44, § 3º , da Lei nº 8.666/93, por não estar caracterizado, a priori, que essas propostas sejam inexeqüíveis,
devendo ser averiguada a compatibilidade da taxa oferecida em cada caso concreto, a partir de critérios objetivos
previamente fixados no edital;
O voto do relator teve por motivo o seguinte raciocínio:
7. Isso porque, conforme foi apurado na inspeção em apreço, a remuneração das empresas desse ramo não se restringe à
taxa de administração cobrada ou aos rendimentos eventualmente obtidos no mercado financeiro. Fica assente neste
trabalho que a remuneração dessas empresas advém também das taxas de serviços cobradas dos estabelecimentos
conveniados ( as quais variam de 1 a 8%), das sobras de caixa que são aplicadas no mercado financeiro e das diferenças
em número de dias existentes entre as operações que realiza como emissão de tíquetes, utilização desse pelo usuário,
pagamento dos tíquetes pelo cliente, reembolso à rede de credenciados ( varia de 7 a 16 dias).
Dessa maneira, a empresa pode receber um percentual sobre o montante de transações intermediadas. Assim, se
ela recebe R$100.000,00 para a emissão de vales-refeição e a taxa de administração praticada é de 10%, a
administradora receberá um total de R$110.000,00 do contratante.
Outro meio da empresa obter remuneração são as aplicações no mercado financeiro do montante recebido do
contratante para emissão dos vales. Tal atividade é chamada de operação de crédito antecipado. Nela, a administradora
recebe do contratante o valor para emissão dos vales e o aplica no mercado financeiro. Isso é possível porque existe um
intervalo entre a data em que a administradora é paga e a data em que o valor é repassado para os estabelecimentos
credenciados. Nesse interstício, as aplicações do valor recebido geram renda para a empresa.
Por fim, ainda há a possibilidade da administradora cobrar, pelo credenciamento, uma mensalidade para mantê-
lo ou um desconto sobre cada vale recebido.
Aceitar vales é vantajoso para o empresário, porque o recebimento de tais atrai consumidores. Por isso, os
estabelecimentos optam por pagar pelo credenciamento.
Portanto, ainda que a taxa de administração oferecida no certame seja nula ou negativa, a empresa tem como
executar o contrato e o seu preço não pode ser considerado inexeqüível. Caso a taxa seja negativa, o contratante receberá um desconto sobre o valor dos vales. Então, se forem emitidos
R$10.000,00 em vales e a taxa de administração for de -1%, quem contrata a administradora terá de pagar a ela somente
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R$9.900,00. Os outros R$100,00 serão obtidos das aplicações no mercado financeiro ou dos estabelecimentos
credenciados.
Contudo, é importante que o pregoeiro se atenha para a exeqüibilidade das taxas baixas. Como recomenda o
TCU em sua decisão, o ideal é que o edital contenha forma objetiva de aferição da possibilidade de execução da
proposta.
Uma forma de se estabelecer um critério de exeqüibilidade da proposta é através de consulta às taxas praticadas
no mercado e no âmbito da própria Administração em outros órgãos e entidades.
Tendo em vista o exposto, são admissíveis taxas de administração nulas ou negativas nas licitações, desde que o
valor seja exeqüível, conforme entendimento firmado pelo Tribunal de Contas da União na decisão 38/1996 -plenário.
MERENDA ESCOLAR
PROCESSO: 364443/09 – TC, 10/08/2009
“contratação de empresa para o fornecimento de matéria-prima (gêneros alimentícios) e fornecimento de refeições
preparo, cocção distribuição, higienização e transporte das refeições, bem como disponibilizar instalações,
equipamentos, utensílios, matéria-prima mão-de-obra especializada, transporte necessário e higienização de
equipamentos e utensílios) para as escolas da rede municipal de ensino, conforme especificações contidas no ANEXO II
– Especificações/Planilha de Preços que é parte integrante deste edital”
Primeiramente, em análise ao quesito guerreado no item 8.0, subitem 8.1.9 - letra “f” que exige “Licença
Sanitária atualizada da frota de veículos utilizados nas entregas;”, entendo estar dúbio, vez que, aparentemente destoa do
que rege a Portaria CVS n.° 01 de 22/01/2007 (ANVISA). Entretanto, a própria representante deixou de explicitar
adequadamente qual seria a aplicabilidade da referida Portaria em relação à licitação municipal, o que impede, neste
momento, a caracterização de fumus boni iuris e, consequentemente, a concessão da liminar. Não obstante, deve o
Município de São José dos Pinhais se manifestar quanto à aparente irregularidade.
Por sua vez, a exigência de possuir em seu quadro permanente, Técnico de Segurança no Trabalho, detentor de
certificado de formação técnica e registro no Ministério do Trabalho, extrapola a exigência de qualificação técnico-
profissional, restando configurado o vício editalício por determinar a comprovação de vínculo empregatício entre o
responsável técnico e a proponente (fls. 19).
Neste passo, cito o Prof. Marçal Justen Filho, in Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos,
12ª edição, 2008, pp. 425, o qual sustenta, com muita propriedade e clareza:
“Não se pode conceber que as empresas sejam obrigadas a contratar, sob vínculo empregatício, alguns profissionais
apenas para participar da licitação. A interpretação ampliativa e rigorosa da exigência de vínculo trabalhista se configura
como uma modalidade de distorção: o fundamental, para a Administração Pública, é que o profissional esteja em
condições de efetivamente desempenhar os seus trabalhos por ocasião da execução do futuro contrato. (...) „Devem
constituir tão somente garantia mínima suficiente para que o futuro contratado demonstre previamente, capacidade para
cumprir as obrigações contratuais.”
Consta ainda, o Acórdão n.° 2297/2005 do Tribunal de Contas da União que aborda o caso em tela:
„14. As exigências de qualificação técnica, sejam elas de caráter técnico profissional ou técnico operacional, portanto,
não devem ser desarrazoadas a ponto de comprometer a natureza de competição que deve permear os processos
licitatórios realizados pela Administração Pública. Devem constituir tão somente garantia mínima suficiente para que o
futuro contratado demonstre, previamente, capacidade para cumprir as obrigações contratuais.
15. Nesse sentido, entendo que seria suficiente, segundo alega a representante, a comprovação da existência de um
contrato de prestação de serviços, sem vínculo trabalhista e regido pela legislação civil comum.
16. Esse posicionamento encontra guarida no entendimento segundo o qual a Constituição Federal somente autoriza
exigências que configurem um mínimo de segurança. Portanto, não há de se admitir exigências que vão além disso com
base no argumento de que a segurança da Administração restaria ampliada, na medida em que o máximo de segurança
corresponderia, inequivocamente, ao máximo da restrição. E essa não é a solução proclamada pela Carta Magna.
17. Desse modo, os fatos noticiados pela representante refletem, ao meu ver, a prática de ato contrário aos princípios
norteadores e ao caráter competitivo dos procedimentos licitatórios.”
Tais apontamentos conferem o embasamento necessário para a concessão de medida cautelar inaudita altera
pars visando à suspensão do certame.
SERVIÇOS DE INFORMÁTICA
ACÓRDÃO nº 990/10 – Pleno, 25/10/2010
Concorrência Pública nº 027/2009, tipo técnica e preço, promovida pelo Município de Toledo, a qual tem por
objeto obter propostas para o “fornecimento de licenciamento de programas de informática, implantação, conversão de
dados, suporte técnico operacional, treinamento e atualizações de versão que garantam as alterações legais, corretivas,
evolutivas e as que vierem ser exigidas pela legislação, nos softwares contratados, para utilização no Executivo
Municipal, Administração Direta, Fundos Municipais e Autarquias, nas áreas: Contabilidade Pública, Controle
Patrimonial, Licitações e Compras, Protocolo, Controle de Recursos Humanos e Folha de Pagamento, Tributação e
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Divida Ativa, Alvará e Habite-se de Construção, Controle Interno, Nota Fiscal Eletrônica, Sistema de Informações ao
Gestor” (fl. 30), sendo o valor máximo global estabelecido para a licitação o de R$ 768.000,00
A requerente apontou a existência das seguintes irregularidades no instrumento convocatório:
a) exigência, para fins de habilitação, de atestados fornecidos exclusivamente por pessoas jurídicas de direito público
(item 3.4.3.1), o que contraria o § 1º do artigo 30 e o inciso I do §1º do artigo 3º da Lei 8.666/93;
b) inexistência de critério adequado para a correta verificação da capacidade técnica dos licitantes, posto que o item
3.4.3.1 não exige que os licitantes demonstrem experiência anterior, restando contrariada a determinação constante do
inciso II do artigo 30 da Lei 8.666/93;
c) exigência de atestados de capacidade técnica fornecidos por municípios paranaenses (itens 2.1, 2.2, 2.3 e 2.4 do anexo
04 do Edital), em flagrante contradição com o disposto no § 5º, inciso II do artigo 30 e inciso I do § 1º do artigo 3º da
Lei 8.666/93;
d) atribuição de pontos para os atestados de capacidade técnica (item 2.4 – anexo 04) em discordância com o tipo da
licitação, eis que os mesmos servem à habilitação jurídica das proponentes e não para pontuação na fase técnica,
configurando, portanto, condição descabida para o específico objeto do contrato;
e) existência de critérios subjetivos para a demonstração do sistema (itens 11.6, 11.7, 11.19), as quais afrontariam o
princípio da isonomia (§ 1º do artigo 44 da Lei 8.666/93);
f) exigência de comprovação de existência de vínculo empregatício ou contrato de prestação de serviços entre a
proponente e o profissional por meio de cópia da carteira de trabalho, com o mínimo de 06 (seis) meses, em contradição
com o disposto no inciso II do artigo 30 da Lei 8.666/93;
g) diversidade de prazos para entrega e implantação do software (item 6.4 com previsão de 10 dias e item 5 do anexo 03
com previsões de 60 e 30 dias) e contradição da fixação de pontos para atestados de capacidade emitidos por pessoas
jurídicas de direito privado (item 2.4 do anexo 04) em razão da disposição do item 3.4.3.1, equívocos que geram
insegurança para as licitantes e dificultam a elaboração das propostas de preços;
Razões para suspensão da licitação
Com efeito, exigir atestados de capacidade técnica emitidos exclusivamente por pessoas jurídicas de direito
público afigura-se disposição absurdamente restritiva do potencial universo de participantes, ao arrepio do que consta no
§ 1º do artigo 30 da Lei 8.666/93.
É fato notório, e até mesmo lógico, ser a esfera privada detentora do maior segmento de mercado de tais
sistemas licitados, circunstância que torna muito mais provável existirem licitantes em posse de atestados emitidos por
pessoas jurídicas de direito privado do que licitantes em posse de atestados emitidos por pessoas jurídicas de direito
público.
De forma semelhante, o estabelecimento de pontuação técnica para quantidades de municípios paranaenses
(itens 2.1, 2.2 e 2.3 do anexo 04 do edital) e a disposição de comprovação de existência de vínculo empregatício ou
contrato de prestação de serviços entre a proponente e o profissional por meio de cópia da carteira de trabalho, com o
mínimo de 06 (seis) meses, traduzem-se em indevidos obstáculos à consecução da proposta mais vantajosa, em afronta
ao princípio da igualdade (§1º do artigo 44 da Lei 8.666/93) e ao disposto no inciso II do artigo 30 e inciso I do §1º do
mesmo artigo da Lei 8.666/93.
Não se mostram, ademais, exigências razoáveis e proporcionais porque estipulam condições extremas para
simples participação na concorrência enquanto a mens legis indica que a Administração somente deve incluir condições
de participação que tenham por intuito resguardar a possibilidade de execução do objeto.
Nesse ínterim, há que se ressaltar que a provável execução do objeto não seria diminuída se as proponentes
apresentassem atestados emitidos por Municípios de outros Estados, pois o local da prestação do serviço em nada influi
para um bom desempenho dos sistemas.
De igual sorte, a atribuição de pontos para os atestados técnicos, as divergências de prazos para entrega e
implantação dos sistemas e a contradição de se pontuar atestados de pessoas jurídicas de direito privado são disposições
a macular o certame. Atribuir pontos para atestados técnicos configura verdadeira “mistura” da fase de habilitação com
a fase técnica da licitação do tipo técnica e preço, dando-se preferência não para a qualidade do software, mas para a
quantidade de contratos já realizados pela proponente, o que tem potencial capacidade de afetar a escolha da proposta
mais vantajosa ao interesse público, especialmente em razão do tipo de licitação.
Estabelecer prazos distintos para entrega e implantação dos softwares não permitem a correta elaboração das
propostas, gerando insegurança e potencial desistência de participantes, haja vista que eventual descumprimento de
prazos acarreta sanções ao contratado.
Por fim, atribuir pontos para atestados técnicos emitidos por pessoas jurídicas de direito privado também é
condição descabida, seja porque, a exemplo do que já exposto, configura “mistura” de fases na licitação técnica e preço,
seja porque gera incoerência com a postura anteriormente estabelecida de exigir atestados emitidos por pessoas jurídicas
de direito público.
Apenas para completar o raciocínio, afasto as descrições das alíneas “b” e “e” como fundamentos para a concessão do provimento cautelar. Entendo que a exigência de atestado quanto à satisfatória utilização do software, nos
moldes da essência do modelo estabelecido no anexo 11 (posto que o modelo em si é equivocado por exigir que o
atestado seja emitido em papel timbrado de pessoa jurídica de direito público) atende ao disposto no inciso II do artigo
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30 da Lei 8.666/93, sendo que a valoração técnica de cada empresa se dará na fase subsequente, qual seja, a análise da
proposta técnica.
Da mesma forma, não vislumbro ofensa à igualdade entre os participantes no que tange às disposições dos itens
11.6, 11.7 e 11.19 do edital, posto que o §3º do artigo 43 da Lei 8.666/93 confere tal discricionariedade à Comissão ou
autoridade superior.
Por fim, completando a análise, vislumbro o periculum in mora no risco de se iniciar procedimento eivado por
irregularidades antes que este movimento fiscalizatório alcance seu término, considerando, para tanto, que o
recebimento e a abertura das propostas está marcada para a data de amanhã às 08h30min. Em razão de todo o exposto,
RECEBO o presente expediente como Representação da Lei 8.666/93 e DEFIRO medida cautelar SUSPENDENDO o
prosseguimento da Concorrência Pública nº. 027/2009 promovida pelo Município de Toledo, com fulcro no artigo 53,
caput da Lei Orgânica desta Corte c/c artigos 24, III, 400, caput e 282, §1º do Regimento Interno, até ulterior
deliberação. Ressalto a possibilidade do Município rever de ofício as irregularidades que dão margem a tal suspensão,
postura que, se devidamente comprovada a esta Corte, acarretará a revogação desta providência acautelatória e
certamente virá ao encontro do interesse público envolvido.
ATERRO SANITÁRIO
ACÓRDÃO nº 1057/09 – Pleno, 05/11/2009
Edital
9.0 – DOCUMENTAÇÃO REFERENTE À QUALIFICAÇÃO TÉCNICA
9.2 Prova de capacidade técnica, mediante a apresentação de Atestado (s) de desempenho anterior (es) devidamente
registrado (s) no CREA, compatíveis em quantidades e prazos com esta licitação, fornecido (s) por entidade pública ou
privada, em nome da empresa e do Responsável Técnico da empresa, pertencente ao quadro efetivo da mesma, que
comprove (m) ter o mesmo executado serviços de: Implantação de aterro sanitário com execução de, terraplenagem,
drenagem, impermeabilização (manta de geomembrana), sistema de tratamento de efluentes e monitoramento de águas
subterrâneas e a operação do aterro; devidamente licenciado junto ao órgão ambiental estadual, acompanhado do Acervo
Técnico Profissional; em quantidades superiores a 1.200 ton./mês em um único contrato e por período de no mínimo 12
meses. (grifei)
Da cláusula do edital exposta, exaure-se que o responsável técnico da empresa deveria comprovar ter executado,
anteriormente, serviços semelhantes ao constante do objeto do certame, manipulando, no mínimo, 1.200 (mil e
duzentas) toneladas de resíduos sólidos por mês. Como já atentei, tal quantitativo mínimo afronta o disposto no Art. 30,
§ 1º, I, da Lei 8.666/93, que traz impeditivo à fixação de quantificação mínima no que tange à capacidade técnica
profissional.
(...)
... entendo ser procedente a representação no que tange a este ponto, determinando que o Município de Apucarana altere
a cláusula 9.2 do edital para excluir a exigência de quantitativo mínimo atinente à capacitação técnica profissional, por
ofensa à Lei 8.666/93.
Edital
“9.0 DOCUMENTAÇÃO REFERENTE À QUALIFICAÇÃO TÉCNICA
9.6 A Licitante deverá apresentar o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) e o PCMSO (Programa
Controle Médico e Saúde Ocupacional) conforme Portaria 3214 de 08/06/1978 do Ministério do Trabalho.
9.7 A licitante deverá comprovar o seu registro no Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do
Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego.
9.8 A licitante deverá comprovar possuir em seu quadro permanente profissional de nível superior, com formação em
gestão ambiental, a comprovação deverá ser através de cópia autenticada da ficha de registro de empregado com o
respectivo carimbo do Ministério do Trabalho ou no caso de sócio da empresa, através de contrato social e última
alteração.
9.9 Certificado de Registro no Cadastro Técnico Federal em Atividades Potencialmente Poluidoras e Instrumentos de
Defesa Ambiental expedido pelo IBAMA.
9.10 Certidão Negativa de Débitos Ambientais, expedida pelo órgão ambiental estadual da sede da empresa.”
Verifico que a documentação arrolada nos itens 9.6, 9.7, 9.8 não é pertinente à fase de habilitação, carecendo de
razão a empresa representante apenas no que tange aos itens 9.9 e 9.10.
Quanto à primeira cláusula citada, constato que a Portaria nº 3214/78 do Ministério do Trabalho não faz
referência à exigência de apresentação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais e do Programa Controle
Médico e Saúde Ocupacional na fase de habilitação do certame. Aliás, isto não poderia ocorrer, vez que a Portaria
remete à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), como se exaure do Art. 1º: O Ministro de Estado do Trabalho, no uso de suas atribuições legais, considerando o disposto no art. 200, da
consolidação das Leis do Trabalho, com redação dada pela Lei n.º 6.514, de 22 de dezembro de 1977, resolve: Art. 1º
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Aprovar as Normas Regulamentadoras - NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas
à Segurança e Medicina do Trabalho:
Como se sabe, o capítulo da CLT referido pela portaria consigna normas relativas à segurança no trabalho,
pertinentes apenas ao momento póscontratual. Assim, a documentação exposta no item 9.6 do instrumento convocatório
só poderia ser exigida no momento da contratação, não na fase de habilitação, sob pena de macular a competitividade da
Concorrência Pública nº 003/2009 do Município de Apucarana.
Situação semelhante sucede quanto ao item 9.7 do edital. Digase a propósito que o registro referido neste item é
previsto na portaria supracitada a qual, contudo, não se refere em nenhum momento à exigência de apresentação do
documento na fase de habilitação do certame, apenas obrigando a empresa a manter o registro na sede dos Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. Assim, de modo semelhante à documentação
prevista no item 9.6, apenas se poderia exigir a apresentação de tal documento no momento da contratação
administrativa.
Prosseguindo, a documentação arrolada no item 9.8 também não pode ser exigida na fase de habilitação.
Isto porque este item impõe a comprovação material do vínculo em relação ao pessoal técnico especializado,
afrontando o disposto no Art. 30, § 6º do Estatuto das Licitações, litteris:
“Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:
§ 6º As exigências mínimas relativas a instalações de canteiros, máquinas, equipamentos e pessoal técnico
especializado, considerados essenciais para o cumprimento do objeto da licitação, serão atendidas mediante a
apresentação de relação explícita e da declaração formal da sua disponibilidade, sob as penas cabíveis, vedada as
exigências de propriedade e de localização prévia. (grifei)
Ora, ao exigir a apresentação de cópia da ficha de registro do empregado, com o carimbo do Ministério do
Trabalho, ou no caso de sócio da empresa, cópia do contrato social e de sua última alteração, o item impugnado traz
requisitos de natureza material para comprovação da capacidade técnica, enquanto o dispositivo citado da Lei 8666/93
pugna que só pode ser exigida a disponibilidade formal durante o certame.
Assim, afiguro que o item 9.8 traz o imperativo de que as proponentes apresentem uma documentação que só
precisaria ser apresentada após a contratação, eivando-o de irregularidade. Ante o exposto, determino a exclusão dos
itens 9.6, 9.7 e 9.8 do instrumento convocatório.
Ante o exposto, determino a exclusão dos itens 9.6, 9.7 e 9.8 do instrumento convocatório.
(...)o item 9.9 do instrumento convocatório em comento estaria regularmente exposto na fase de habilitação,
enquadrando-se na hipótese do Art. 30, IV da Lei 8.666/93:
Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a: IV - prova de atendimento de requisitos previstos
em lei especial, quando for o caso.
“2.0 OBJETO 2.1 A presente licitação tem como objeto a seleção de proposta, visando à contratação de empresa
especializada em engenharia sanitária, para a execução dos Serviços de Operação do Aterro Sanitário deste Município,
de acordo com o disposto neste edital e conforme as especificações dos itens a seguir, Anexo I. 2.1.1 Serviços de
operação diária de aproximadamente 2.300 ton./mês de resíduos domiciliares, sólidos e compactáveis; 2.1.2
Readequação, construção de nova célula de operação do aterro sanitário no Município.”
Ora, não há dúvida de que o serviço licitado pode ter o condão de gerar profundos impactos ambientais, motivo
pelo qual a documentação exposta no item 9.10, ao meu ver, parece necessária para contratação do serviço, apesar de
não constar no rol do Estatuto das Licitações e nem de leis especiais.
Entendo, deste modo, ser a Certidão Negativa de Débito Ambiental documento necessário à realização do
objeto do certame
Parabéns por estudar!
Agora você faz parte da classe capacitada, que contribui para o progresso nos
serviços públicos, obrigado por escolher a Unipública!
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ANOTAÇÕES:
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EM CASO DE EMERGÊNCIA
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Se preferir, escreva seu nome: ______________________Cidade:___________________
Por favor, registre sua sincera opinião quanto à escola, queremos fazer ainda melhor!
1º Qual sua avaliação em relação à qualidade e seriedade da escola
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2º Qual sua avaliação em relação ao valor de investimento deste curso
( ) 50 ( ) 70 ( ) 80 ( ) 90 ( ) 100
3º Qual sua avaliação em relação às acomodações e atendimento da escola
( ) 50 ( ) 70 ( ) 80 ( ) 90 ( ) 100
4º Qual sua avaliação para aula do professor Clayson do Nascimento Andrade?
( ) 50 ( ) 70 ( ) 80 ( ) 90 ( ) 100
5º Qual sua avaliação geral para este curso:
( ) 50 ( ) 70 ( ) 80 ( ) 90 ( ) 100
6º Por favor, deixe sua sugestões, crítica ou elogio à escola e/ou Professores:
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7º Quais outros temas podemos lhe atender? Toda semana avaliamos esta demanda e
viabilizamos os próximos cursos:
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Muito Obrigado! Com certeza vamos levar em consideração sua opinião, faremos nosso melhor sempre!
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