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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
LUCAS CUNHA DE AZEVEDO
AVALIAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DE DRENAGEM E
MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS EM PLANOS MUNICIPAIS
DE SANEAMENTO BÁSICO
Natal/RN
2016
Lucas Cunha de Azevedo
Avaliação de diagnósticos de drenagem e manejo de águas pluviais em Planos Municipais
de Saneamento Básico
Trabalho de Conclusão de Curso na modalidade
Artigo Científico, submetido ao Departamento de
Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte como parte dos requisitos
necessários para obtenção do Título de Bacharel
em Engenharia Civil.
Orientador: Prof. Dr. Cícero Onofre de Andrade
Neto
Coorientador: Profa. Izabela Cristiane de Lima
Silva
Natal-RN
2016
Catalogação da Publicação na Fonte
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Sistema de Bibliotecas
Biblioteca Central Zila Mamede / Setor de Informação e Referência
Azevedo, Lucas Cunha de.
Avaliação de diagnósticos de drenagem e manejo de águas pluviais em
planos municipais de saneamento básico / Lucas Cunha de Azevedo. -
2016.
20 f. : il.
Artigo científico (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, Centro de Tecnologia, Departamento de Engenharia Civil. Natal,
RN, 2016.
Orientador: Prof. Dr. Cícero Onofre de Andrade Neto.
Coorientadora: Profa. Izabela Cristiane de Lima Silva.
1. Engenharia Civil - TCC. 2. Planejamento municipal - TCC. 3.
Saneamento básico - TCC. 4. Manejo de águas pluviais - TCC. 5. I.
Andrade Neto, Cícero Onofre de. II. Silva, Izabela Cristiane de Lima. III.
Título.
RN/UF/BCZM CDU 624
Lucas Cunha de Azevedo
Avaliação de diagnósticos de drenagem e manejo de águas pluviais em Planos Municipais
de Saneamento Básico
Trabalho de conclusão de curso na modalidade
Artigo Científico, submetido ao Departamento de
Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte como parte dos requisitos
necessários para obtenção do título de Bacharel
em Engenharia Civil.
Aprovado em 24 de novembro de 2016:
___________________________________________________
Prof. Dr. Cícero Onofre de Andrade Neto – Orientador
___________________________________________________
Profa. Izabela Cristiane de Lima Silva – Coorientadora
___________________________________________________
Dra. Juliana Delgado Tinôco – Examinadora externa
___________________________________________________
Eng. Marcel Chacon de Souza – Examinador externo
Natal-RN
2016
RESUMO
Avaliação de diagnósticos de drenagem e manejo de águas pluviais em Planos Municipais
de Saneamento Básico
Tendo em vista as dificuldades ainda encontradas em nível nacional quanto ao
saneamento ambiental, o Governo Federal aprovou a Lei Nº 11.445/2007, que institui uma série
de diretrizes para o setor. Uma das mais notáveis, entre elas, é a introdução da obrigatoriedade
da elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico, instrumento de planejamento que a
partir de janeiro de 2018 será um requisito para o acesso a recursos da União para uso no
saneamento. Sendo constatada a grande demanda ainda existente para a elaboração desses
Planos, este trabalho se propõe a realizar uma avaliação dos diagnósticos técnico-participativos
realizados na área de drenagem e manejo de águas pluviais, um dos quatro pilares do
saneamento básico que, no entanto, ainda não é tratado com a mesma atenção dada às áreas de
abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto e manejo de resíduos sólidos. Foram
selecionados 21 Planos Municipais de municípios de pequeno e médio porte, divididos em sete
estados de três regiões brasileiras, e empreendeu-se uma avaliação baseada em 18 requisitos
estabelecidos pelo Termo de Referência para Elaboração de Planos Municipais de Saneamento
Básico, elaborado pela Funasa (Fundação Nacional de Saúde) em 2012. A partir dos resultados
obtidos, foi possível observar a superficialidade com que o tema ainda é tratado – foca-se
bastante na descrição das estruturas existentes e áreas de alagamento ou inundação, mas
diversos outros critérios não são contemplados. Atesta-se, também, que as diversas deficiências
encontradas pelos diagnósticos estudados muitas vezes refletem na própria qualidade e
aprofundamento de sua abordagem.
Palavras-chave: planejamento municipal; saneamento básico; diagnóstico técnico-
participativo; drenagem; manejo de águas pluviais.
ABSTRACT
Analysis of drainage and rainwater management diagnosis in Municipal Plans for Basic
Sanitation
Having in mind the difficulties that are still faced by Brazilian cities when it comes to
sanitation, the Federal Government approved the Law Nº 11.445/2007, which establishes a
series of guidelines for the sector on a national level. One of the most notable among them is
the introduction of the Municipal Plan for Basic Sanitation, an instrument that, starting from
January 2018, will be a requirement for the use of federal funds for sanitation-related purposes.
Given that there is still a great demand for the development of these Plans, this article intends
to make an analysis of their diagnosis section– specifically its parts related to urban drainage
and rainwater management. This subject is considered one of the four pillars of basic sanitation,
but it still isn’t treated with as much care as the other three elements (water supply, wastewater
and waste management). 21 Plans were selected, from small and medium-sized cities located
in seven different states from three of the country’s regions, and were put through an evaluation
based on 18 criteria established by the Term of Reference for Elaboration of Municipal Plans
for Basic Sanitation, published by Funasa (Fundação Nacional de Saúde, or National
Foundation for Health) in 2012. Judging from the obtained results, it was evident that the theme
is still treated with superficiality – the main focus seems to usually be on describing the existent
draining structures and flood-affected areas, but other important information is often not
provided. It is also possible to attest that many of the common deficiencies diagnosed by these
Plans are themselves an important factor in the quality and depth of their treatment of the
subject.
Key words: municipal planning; sanitation; technical-participative diagnosis; drainage;
rainwater management.
1
1. INTRODUÇÃO
A aprovação da Lei 11.445 (Lei do Saneamento Básico), em 2007, introduziu um novo
cenário na área sanitária no Brasil, atendendo a uma forte demanda gerada pela grande
precariedade do setor em nível nacional. Moraes e Borja (2005) atestam que a inexistência de
uma política de saneamento ambiental para o País, com definição de competências e um
programa consistente de investimentos, seria a principal causa para a deficiência dos serviços
prestados e por sua distribuição desigual (geográfica e socioeconomicamente).
Com o advento da Lei, portanto, tem sido amplamente colocada em evidência a
necessidade dos municípios de elaborarem seus Planos Municipais de Saneamento Básico
(PMSB). Seu Artigo 8º estabelece que a elaboração de tais Planos deve ser feita pelo próprio
titular, ou seja, o município – logo, não é uma responsabilidade delegável a terceiras entidades
como a fiscalização, a regulação e a própria prestação dos serviços, outros elementos
integrantes da Gestão do Saneamento Básico (BRASIL, 2007).
É este caráter indelegável da elaboração dos Planos que frequentemente acarreta uma
série de dificuldades ao avanço dos municípios neste contexto. Segundo Barreira (2014), alguns
dos problemas mais comuns enfrentados são:
Baixa capacidade institucional e de planejamento de ações dos estados e
municípios;
Frequente transição entre mandatos eletivos, ou seja, constante alteração de
prioridades de gestão;
Falta de estrutura técnico-administrativa gerencial, forte e eficaz;
Carência de participação de instâncias colegiadas e movimentos sociais;
Constante expectativa de prorrogação de prazos – a data limite definida
inicialmente pelo Decreto nº 7217 (BRASIL, 2010) era o fim de 2013. Após dois
adiamentos, este prazo foi estendido em 4 anos.
Tendência a considerar o PMSB como um documento supérfluo;
Planos elaborados em nível puramente descritivo.
A Lei determina, no entanto, que “a existência do plano de saneamento básico,
elaborado pelo titular dos serviços, será condição para o acesso a recursos orçamentários da
União ou a recursos de financiamentos geridos ou administrados por órgão ou entidade da
Administração Pública federal, quando destinados a serviços de saneamento básico” (BRASIL,
2
2010). É evidente, portanto, que o desenvolvimento da qualidade sanitária dos municípios está
diretamente atrelado à elaboração do PMSB.
Tendo em vista este cenário e a evidente relevância do assunto atualmente, este
trabalho foi concebido com o objetivo de contribuir com a discussão do tema por meio de
análise dos Planos que estão sendo elaborados – mais especificamente, decidiu-se focar em suas
seções de diagnóstico técnico-participativo da área de drenagem e manejo de águas pluviais.
Esta escolha baseia-se na frequente negligência com que o tema é tratado em
comparação com os outros elementos do saneamento básico (água potável, esgotamento
sanitário, resíduos sólidos), como será visto posteriormente – sua importância é comumente
ignorada e as perspectivas adotadas em sua abordagem raramente englobam suficientemente
suas diversas complexidades.
2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar, segundo os requisitos apresentados pelo Termo de Referência da FUNASA,
os diagnósticos realizados em uma amostra de Planos Municipais de Saneamento Básico
brasileiros já existentes, na área de drenagem e manejo de águas pluviais.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Identificar não só as dificuldades encontradas, como também suas causas e seus
reflexos na qualidade dos diagnósticos estudados;
2. Destacar exemplos notáveis entre os Planos estudados e estabelecer comparações
que se mostrem relevantes, sem deixar de considerar as especificidades de cada município.
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 CONTEXTO ATUAL DA DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS
A própria Lei 11.445/2007 estabelece que todo Plano Municipal de Saneamento
Básico deve se apoiar em quatro pilares principais – são eles:
Abastecimento de água;
3
Esgotamento sanitário;
Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos;
Drenagem e manejo de águas pluviais.
Decidiu-se, neste trabalho, focar-se neste último quesito. A Lei o define como “o
conjunto de atividades, infra-estruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas
pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias,
tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas”. (BRASIL, 2007).
Segundo Tucci (2005), sua importância na manutenção da qualidade do meio
ambiente mostra-se de diversas formas, muitas vezes intrinsecamente relacionadas com os
outros três pilares citados. Alguns problemas acarretados por uma má gestão de águas pluviais,
segundo o autor, são:
Aumento da frequência das inundações devidas ao crescente grau de urbanização
das cidades;
Poluição difusa dos mananciais pelos esgotos pluviais ricos em matéria orgânica
e metais, durante os períodos chuvosos;
Transporte de sedimentos aos córregos, contribuindo para o assoreamento;
Contaminação de águas subterrâneas devido a vazamentos no sistema de esgoto
pluvial;
Proliferação de doenças de veiculação hídrica, como leptospirose, malária e
dengue.
Embora seja amplamente conhecida a importância do tema num contexto de gestão
integrada de águas urbanas, a drenagem continua sendo uma área do saneamento
frequentemente negligenciada, fruto de poucos estudos e pesquisas, e na qual os municípios em
geral têm pouca qualificação técnica.
Segundo Tucci (2002, apud SILVEIRA, 2002), a ineficiência pública na gestão de
sistemas de manejo de águas pluviais é a maior causa de problemas recorrentes como o
transporte indesejado de esgoto (que leva à contaminação do próprio escoamento pluvial) e a
construção de canais e condutos em excesso, sem planejamento e de forma custosa, com função
de simplesmente transferir inundações de um local para outro das cidades.
ANDRADE NETO (2011) enfatiza que a pesquisa brasileira na área de drenagem e
manejo de águas pluviais só teve de fato maior destaque a partir do final dos anos 1990, com
4
incentivos do CT-Hidro e o posterior Edital 5 do PROSAB, em 2006, que viabilizou a formação
de uma rede nacional de pesquisa na área.
Realizando um levantamento dos estudos apresentados em congressos da ABES, o
autor constata:
“Há vinte anos o maior interesse no desenvolvimento tecnológico retratado pelos
congressos da ABES era referente ao abastecimento de água, mas a partir de 1997 o
esgotamento sanitário e o tratamento de esgotos surgem como tema de maior interesse e em
2007 o tema resíduos sólidos consolida-se como segundo tema de maior interesse, suplantando
também o abastecimento de água, que então representou apenas 12% dos trabalhos do
Congresso. Ainda está por vir um maior interesse sobre as questões da drenagem e do
manejo de águas pluviais.”
(ANDRADE NETO, 2011)
3.2 TERMO DE REFERÊNCIA PARA ELABORAÇÃO DE PLANOS
MUNICIPAIS DE SANEAMENTO BÁSICO
A FUNASA (Fundação Nacional de Saúde), órgão executivo do Ministério da Saúde
com objetivo de promover a saúde pública e a inclusão social por meio de ações de saneamento
e saúde ambiental, tem-se mostrado um dos principais agentes de incentivo aos municípios na
elaboração de seus Planos Municipais de Saneamento Básico.
A FUNASA tem atuado, principalmente, capacitando e auxiliando a elaboração de
Planos Municipais para municípios com menos de 50.000 habitantes, onde se encontra a maior
parte da demanda atualmente, por meio da realização de convênios com entidades diversas, que
se responsabilizarão pelo suporte e supervisão das equipes de cada município.
O Termo de Referência foi concebido com o objetivo de “municiar os interessados
com informações e orientações, e dessa forma trazer à tona a vivência do planejamento
municipal, buscando a universalização dos serviços, a inclusão social nas cidades e a
sustentabilidade das açoes” (FUNASA, 2012). É tendo isto em mente que são estabelecidas
normas, critérios, procedimentos e requisitos mínimos a serem atendidos no Plano.
O diagnóstico técnico-participativo é apresentado pelo Termo como integrante
essencial nas etapas de elaboração do Plano, e tem como função analisar a situação presente
dos serviços oferecidos e identificar deficiências para que haja uma base orientadora no
planejamento das ações a serem adotadas.
Ele é assim denominado por envolver tanto o âmbito da participação social (pois deve
sempre ser considerada a percepção cotidiana da população em relação à qualidade dos
5
serviços) e o referente às especificidades técnicas das quatro áreas do saneamento básico já
mencionadas.
O Termo apresenta uma listagem de 18 requisitos mínimos para os diagnósticos de
drenagem e manejo de águas pluviais, que abrangem informações sobre legislação, organização
do sistema, problemas encontrados, entre outros. Estes serão apresentados posteriormente.
4. METODOLOGIA
Este estudo utilizou como metodologia uma análise documental a partir de Planos
Municipais de Saneamento Básico disponibilizados online por seus próprios municípios – mais
especificamente, voltou-se a atenção para as seções referentes ao diagnóstico técnico-
participativo de drenagem e manejo de águas pluviais. Para embasamento da análise foi
realizado estudo da legislação e regulamentos, bem como bibliografia com ênfase na temática
de drenagem e manejo de águas pluviais.
Foram selecionados, no total, 21 planos. Visando-se buscar uma amostra a mais
diversificada e representativa possível, foram observados os seguintes critérios:
Diversidade geográfica: procurando-se analisar contextos geográficos variados,
os municípios utilizados distribuem-se por sete estados de três regiões brasileiras
(Nordeste, Sudeste e Sul).
Diversidade de porte: 14 dos municípios estudados têm população inferior a
50.000 habitantes (aqui denominados de municípios “de pequeno porte”, ou
Grupo A), enquanto 7 deles têm população entre 50.000 e 250.000 habitantes
(aqui denominados de municípios “de médio porte”, ou Grupo B). Vale salientar
que muitos destes últimos encontram-se nas zonas metropolitanas das capitais
de seus estados.
A lista dos municípios utilizados está expressa no Quadro 1.
6
Quadro 1 – Lista de municípios cujos Planos Municipais foram selecionados para análise.
Grupo Estado Município População
(IBGE - 2010)
A
RN Serra Negra do Norte 7 770
Baía Formosa* 8 573
CE Aratuba 11 529
Pacujá 5 986
PB Prata 3 854
Juazeirinho 16 776
MG Pedra Bonita 7 015
Santa Bárbara do Tugúrio 4 603
SP Cachoeira Paulista 30 091
Sales Oliveira 11 875
PR Assaí 16 354
Santa Tereza do Oeste 10 548
SP Antônio Carlos 7 906
Gravatal 10 636
B
RN Parnamirim 202 456
CE Pacatuba 72 299
PB Cabedelo** 66 858
MG Sabará 126 219
SP Bragança Paulista 162 435
PR Piraquara 93 207
SP Tubarão 103 674
* - Foi analisado o Plano Setorial de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas.
** - Plano em versão preliminar, mas com diagnóstico completo.
Fonte: Autor.
Foi realizada a avaliação dos diagnósticos de drenagem destes municípios levando-se
em conta os dezoito critérios listados pela Funasa em seu Termo de Referência, apresentados
no item anterior, e elaborou-se um quadro-síntese discriminando quais tópicos eram abordados
por cada município.
Devido à grande abrangência dos requisitos listados, e sendo verificado que muitos
deles não são atendidos mesmo em Planos de maior porte, decidiu-se também utilizá-los para a
avaliação de diagnósticos de municípios com população superior a 50.000 habitantes.
A expectativa com a adoção deste método era que fossem postas em evidência as
deficiências mais comuns da abordagem da drenagem e manejo de águas pluviais no Brasil,
dada a frequente visão do setor como elemento “coadjuvante” do saneamento básico, a falta de
7
organização e domínio técnico em sua gestão e a consequente dificuldade em estabelecer um
bom planejamento no setor.
Para fins de apresentação e discussão dos resultados obtidos, tais critérios foram
divididos em sete diferentes categorias, apresentadas no Quadro 2.
Quadro 2 – Lista de critérios analisados, divididos por categorias.
1. Aspectos
legislativos e de
gestão
a. Verificação da existência de Plano Diretor municipal;
b. Conhecimento da legislação existente sobre parcelamento e uso do solo
urbano e rural
c. Verificação do cumprimento da legislação vigente
d. Identificação do nível de atuação da fiscalização
e. Identificação de órgãos municipais com alguma provável ação em
controle de enchentes e drenagem urbana;
f. Verificação da obrigatoriedade da microdrenagem para implantação de
loteamentos ou abertura de ruas;
2. Organização e
manutenção do
sistema
g. Descrição dos sistemas de macrodrenagem e microdrenagem
h. Descrição dos sistemas de manutenção da rede
i. Verificação da existência de manutenção e limpeza da drenagem natural e
artificial e sua frequência
3. Identificação e
descrição de
deficiências
j. Identificação dos principais tipos de problemas observados na área urbana,
frequência e localização
k. Verificação da relação entre evolução populacional, processo de
urbanização e ocorrência de inundações;
4. Relação com o
sistema de
esgotamento
sanitário
l. Verificação da separação entre os sistemas de drenagem e de esgotamento
sanitário;
m. Verificação da existência de ligações clandestinas de esgoto sanitário no
sistema de drenagem pluvial;
5. Informações sobre
as bacias
contribuintes
n. Identificação e descrição dos principais fundos de vale
o. Análise da capacidade limite com elaboração de croqui georreferenciado
das bacias contribuintes para a microdrenagem
6. Aspectos
financeiros p. Receitas operacionais e despesas de custeio e investimento
7. Outras
informações
q. Apresentação de indicadores operacionais, econômico-financeiros,
administrativos e de qualidade dos serviços prestados
r. Verificação de registros de mortalidade por malária
Fonte: Autor.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foram elaborados dois quadros-síntese para os resultados obtidos: para os 14
municípios de pequeno porte, e para os 7 de médio porte. Ambos são apresentados a seguir.
8
Quadro 3 – Atendimento aos critérios analisados em municípios de pequeno porte (Grupo A)
Categori
a Critério Atende
Atende
parcialmente
Não
atende
Não se
aplica
1
Existência de Plano Diretor Municipal 57% 0% 43% 0%
Legislação sobre parcelamento e uso do
solo 50% 0% 50% 0%
Cumprimento da legislação vigente 21% 0% 79% 0%
Nível de atuação da fiscalização 21% 0% 79% 0%
Identificação de órgãos municipais
responsáveis 71% 7% 21% 0%
Obrigatoriedade da microdrenagem 36% 0% 64% 0%
2
Descrição dos sistemas de macrodrenagem
e microdrenagem 100% 0% 0% 0%
Verificação da existência de manutenção e
sua frequência 50% 0% 50% 0%
Descrição dos sistemas de manutenção da
rede 36% 14% 50% 0%
3
Identificação de problemas, frequência e
localização 71% 14% 14% 0%
Relação entre evolução populacional,
urbanização e inundações 7% 29% 64% 0%
4
Separação entre os sistemas de drenagem e
esgoto 57% 0% 21% 21%
Verificação de ligações clandestinas 57% 0% 29% 14%
5
Identificação e descrição dos principais
fundos de vale 14% 0% 86% 0%
Análise da capacidade limite com croquis
georreferenciados 0% 29% 71% 0%
6 Receitas operacionais e despesas de custeio
e investimento 0% 7% 93% 0%
7 Apresentação de indicadores 0% 0% 100% 0%
Registros de mortalidade por malária 21% 0% 79% 0%
Fonte: Autor.
9
Quadro 4 – Atendimento aos critérios analisados em municípios de médio porte (Grupo B).
Categoria Critério Atende Atende
parcialmente
Não
atende
Não se
aplica
1
Existência de Plano Diretor Municipal 86% 0% 14% 0%
Legislação sobre parcelamento e uso do
solo 86% 0% 14% 0%
Cumprimento da legislação vigente 0% 14% 86% 0%
Nível de atuação da fiscalização 29% 0% 71% 0%
Identificação de órgãos municipais
responsáveis 100% 0% 0% 0%
Obrigatoriedade da microdrenagem 71% 0% 29% 0%
2
Descrição dos sistemas de macrodrenagem
e microdrenagem 100% 0% 0% 0%
Verificação da existência de manutenção e
sua frequência 100% 0% 0% 0%
Descrição dos sistemas de manutenção da
rede 71% 0% 29% 0%
3
Identificação de problemas, frequência e
localização 71% 29% 0% 0%
Relação entre evolução populacional,
urbanização e inundações 57% 14% 0% 0%
4
Separação entre os sistemas de drenagem e
esgoto 71% 0% 29% 0%
Verificação de ligações clandestinas 71% 0% 29% 0%
5
Identificação e descrição dos principais
fundos de vale 57% 0% 43% 0%
Análise da capacidade limite com croquis
georreferenciados 0% 14% 86% 0%
6 Receitas operacionais e despesas de custeio
e investimento 0% 0% 100% 0%
7 Apresentação de indicadores 0% 0% 100% 0%
Registros de mortalidade por malária 0% 0% 100% 0%
Fonte: Autor.
Observando os resultados obtidos, pode-se proceder à sua discussão, separando os
critérios estudados de acordo com os itens determinados na seção anterior.
5.1 ASPECTOS LEGISLATIVOS E DE GESTÃO
A existência (ou inexistência) de Plano Diretor foi verificada em 57% (9) dos
diagnósticos em municípios de pequeno porte e 86% (6) dos municípios de médio porte. Entre
10
este primeiro grupo, no entanto, apenas 4 possuíam de fato um Plano: Baía Formosa (RN),
Santa Tereza do Oeste (PR), Antônio Carlos (SC) e Gravatal (SC).
Convém salientar, no entanto, que 13 destes 14 primeiros municípios têm população
inferior a 20.000 habitantes, e caso não se insiram em algum caso especial (região metropolitana
ou com interesse turístico), não são obrigados a elaborar um Plano Diretor, segundo as normas
estabelecidas pelo Estatuto da Cidade (BRASIL, 2001).
Não foi observada, para nenhum dos 21 municípios, a existência específica de um
Plano Diretor de Drenagem Urbana (PDDU), instrumento importante para estabelecimento de
medidas estruturantes e não-estruturantes para o desenvolvimento do setor no município. No
entanto, os municípios de Sales Oliveira (SP) e Piraquara (PR) contam, respectivamente, com
um Plano de Macrodrenagem e um Plano de Drenagem para a Bacia do Rio Iguaçu na Região
Metropolitana de Curitiba.
50% (7) dos municípios do Grupo A e 86% do Grupo B (6) mencionaram a existência
de alguma legislação existente que se refira ao parcelamento e uso do solo urbano e rural. O
município de Baía Formosa (RN), por exemplo, conta com legislação específica que trata do
percentual mínimo de áreas permeáveis em seu território. A verificação da obrigatoriedade de
implantação de microdrenagem para implantação de novos loteamentos ou abertura de ruas foi
realizada apenas em 5 Planos do primeiro grupo (36%) e 6 do segundo (71%).
11 dos 14 diagnósticos do Grupo A e todos do Grupo B citam os órgãos responsáveis
pela drenagem e controle de enchentes – geralmente Secretarias diversas das prefeituras
(Administração, Obras, Limpeza Pública, etc.) e a Defesa Civil.
Provavelmente devido à própria falta de organização de uma gestão específica para o
setor de drenagem e manejo de águas pluviais, os quesitos referentes a fiscalização e
cumprimento da legislação vigente são os mais negligenciados, sendo observados por poucos
municípios dos grupos A (Juazeirinho, Sales Oliveira e Gravatal) e B (Piraquara e Tubarão).
Todos esses Planos, no entanto, atestam a ineficiência da pouca fiscalização existente.
5.2 CONFIGURAÇÃO E MANUTENÇÃO DO SISTEMA
A descrição dos sistemas de macrodrenagem e microdrenagem dos municípios foi
feita, de uma forma ou de outra, em todos os 21 Planos estudados. O aprofundamento dessa
descrição, no entanto, varia drasticamente de município para município, e, principalmente entre
os de pequeno porte, poucos apresentam “croqui georreferenciado (...), desenhos, fluxogramas,
11
fotografias e planilhas que permitam o entendimento dos sistemas em operação” como
orientado nos critérios apresentados pelo Termo de Referência.
Por exemplo:
O diagnóstico de Serra Negra do Norte (RN) descreve apenas estruturas
implantadas pela prefeitura para resolução de problemas pontuais no sistema
(alagamentos);
O plano de Aratuba (CE) alega a inexistência de um sistema de galerias no
município (o que acaba levando as águas pluviais para a rede de esgoto), mas
não descreve a macrodrenagem natural existente;
O plano de Cachoeira Paulista (SP) não apresenta descrição dos elementos de
microdrenagem encontrados ou croquis referentes à descrição da
macrodrenagem;
O diagnóstico de Assaí (PR) descreve superficialmente a microdrenagem
encontrada, mas não apresenta qualquer tipo de ilustração e não faz
comentários relacionados aos elementos de macrodrenagem;
Os planos de Parnamirim (RN), Pacatuba (CE) e Cabedelo (PB) realizam
descrição dos sistemas de macro e microdrenagem, mas não apresentam
ilustrações de qualquer tipo (croquis, mapas, desenhos, fotos) das estruturas
encontradas.
Tais problemas geralmente se devem à própria falta de informações disponíveis sobre
o setor de drenagem nos municípios – raramente existe qualquer tipo de cadastro ou dados em
geral sobre as estruturas implantadas ou já existentes.
Alguns dos diagnósticos mais completos em relação à descrição dos sistemas foram
os de Juazeirinho (PB) e Sales Oliveira (SP), do Grupo A, e Sabará (MG), do Grupo B, que
contam com croquis de ilustração dos mecanismos de macrodrenagem e fotos para ilustrar os
dispositivos de microdrenagem encontrados.
Apenas 7 dos 14 planos do Grupo A (50%) apresentaram informações sobre a
existência de manutenção e limpeza da drenagem natural e artificial, enquanto este critério foi
contemplado por todos os municípios do Grupo B. No entanto, a descrição desses sistemas é
realizada muitas vezes de forma apenas parcial, sem determinações específicas sobre os
serviços realizados e sua frequência. Apenas 5 dos 7 municípios do Grupo B apresentaram tal
descrição.
12
No geral percebe-se, no entanto, que a manutenção é na grande maioria dos casos
considerada deficitária, e realizada de forma corretiva – ou seja, espera-se que os problemas
ocorram para que sejam resolvidos, sem planejamento de ações preventivas.
5.3 IDENTIFICAÇÃO E DESCRIÇÃO DE DEFICIÊNCIAS
A identificação de problemas observados na área urbana é um dos temas mais
universalmente contemplados nos Planos estudados – dos 21 diagnósticos estudados, apenas 2
(Assaí e Santa Tereza do Oeste, do Grupo A) não contemplaram o critério.
Vários diagnósticos, no entanto, o fizeram apenas de forma parcial – o Plano de
Aratuba (CE), por exemplo, atesta a ocorrência de enchentes, inundações e deslizamentos nos
últimos anos e quantifica a população afetada, mas não especifica em que áreas os problemas
ocorrem com mais frequência. Deficiências similares são encontradas nos Planos de
Parnamirim (RN) e Pacatuba (CE), do Grupo B.
Os problemas mais comumente encontrados são, evidentemente, os alagamentos e
inundações, causados por insuficiência, mau uso ou falta de manutenção dos sistemas de
drenagem, além da ocupação de áreas de risco, resultado de processos desordenados de
urbanização.
Pode-se destacar positivamente o Plano de Baía Formosa (RN), que apresenta
descrição detalhada dos problemas encontrados em cada uma das regiões do município (sede,
vilas, distritos, comunidades), com material fotográfico ilustrando as principais áreas de
alagamento em período seco e de chuva, os problemas com ocupação de encostas e a utilização
inadequada das estruturas de microdrenagem.
Outro caso em particular é o Plano de Cabedelo (PB), onde o diagnóstico é separado
em uma parte participativa e outra técnica. Verifica-se que a maior parte das carências foi de
fato atestada na fase do diagnóstico participativo, a partir de consultas realizadas com a
população nas reuniões programadas e divulgadas pelo município em cada um dos setores de
mobilização, o que comprova a importância do elemento da participação social na elaboração
do Plano Municipal de Saneamento Básico.
A verificação da relação entre evolução populacional, processo de urbanização e
ocorrência de inundações é outro critério negligenciado com frequência – apenas 5 dos
municípios do Grupo A (36%) e 5 do Grupo B (72%) abordaram de alguma forma o tema, mas
a grande maioria de forma superficial: são mencionados os efeitos da urbanização desordenada
no município, mas não são apresentados indicadores de evolução populacional relacionado ao
13
histórico de ocorrência de inundações – mesmo porque tais indicadores, muitas vezes, não
existem.
5.4 RELAÇÃO COM O SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
O critério da verificação da separação entre os sistemas de drenagem e de esgotamento
sanitário foi observado por 13 dos planos estudados (8 do Grupo A, 5 do Grupo B). Para alguns
dos municípios do primeiro grupo (Pacujá – CE, Prata – PB e Santa Tereza do Oeste – PR), no
entanto, o critério não se aplica, por não possuírem sistema de coleta de águas pluviais
subterrâneo e/ou de esgoto.
Os mesmos 13 municípios trataram, também, do tema das ligações clandestinas de
esgoto sanitário na rede pluvial, e em todos eles constatou-se que elas de fato existem – registra-
se, porém, que a fiscalização desses lançamentos é muitas vezes falha e não há cadastro de tais
irregularidades. A constatação de sua existência é geralmente feita pelos maus odores que
surgem nas ocasiões de estiagem.
5.5 INFORMAÇÕES SOBRE AS BACIAS CONTRIBUINTES
Apenas dois dos municípios do Grupo A (14%) e quatro do Grupo B (57%)
apresentaram uma identificação e descrição mais específica dos principais fundos de vale
encontrados no território do município. Destaca-se o Plano de Juazeirinho (PB), que mostra
detalhadamente os pontos de fundo de vale em cada uma de suas regiões, através de croquis
diversos.
A identificação e análise da capacidade limite das bacias de microdrenagem é,
também, um critério raramente observado – apenas 4 municípios do Grupo A e 1 do Grupo B
apresentaram algum estudo sobre o tema, todos de forma parcial (com cálculos imprecisos ou
ausentes, falta de croquis, etc.).
A deficiência dos diagnósticos em relação a esse quesito pode ser parcialmente
explicada pela própria falta de informações em relação aos parâmetros necessários para os
cálculos das vazões máximas, além das dificuldades impostas devido à falta de cadastro dos
sistemas de microdrenagem existentes nos municípios.
5.6 ASPECTOS FINANCEIROS
Observando-se todos os 21 Planos selecionados, é notável que, independentemente do
porte do município, as informações financeiras relacionadas aos sistemas de drenagem e manejo
de águas pluviais são escassas ou mesmo inexistentes. Geralmente não há, na estrutura dos
14
municípios, uma gestão financeira específica para o setor, o que dificulta ou impossibilita a
estimativa de receitas e despesas com custeio e investimentos.
O único município que apresentou alguma espécie de dado financeiro foi o de Santa
Tereza do Oeste, no Paraná, cuja Secretaria de Finanças estimou que o custo anual de seu
sistema de drenagem gira em torno de R$ 90.000,00 (noventa mil reais).
5.7 OUTRAS INFORMAÇÕES
Não foram encontrados dados para indicadores operacionais, econômico-financeiros,
administrativos ou de qualidade dos serviços em nenhum dos diagnósticos estudados, embora
alguns deles proponham, em seus prognósticos, alguns modelos de indicadores a serem
utilizados (caso de Baía Formosa – RN, por exemplo).
Convém salientar que esses dados são mais facilmente obtidos para os outros setores
do saneamento básico porque existe, para eles, uma ampla disponibilidade de bancos de dados
secundários, como o SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento). No entanto,
o Art. 53 da Lei 11.445/2007 estabelece a futura criação do SINISA, que incorporará os dados
do atual SNIS e adicionará as informações e indicadores referentes à drenagem urbana e manejo
de águas pluviais, presentemente não contemplados pelo sistema.
A verificação da ocorrência de mortalidade por malária foi outro aspecto
frequentemente negligenciado pelos diagnósticos estudados, sendo observado apenas por 3 dos
21 Planos (Prata e Juazeirinho, na Paraíba, e Gravatal, em Santa Catarina).
Nenhum dos estados escolhidos, no entanto, se encontra na zona endêmica da doença,
constituída principalmente pela região da Amazônia – pode-se questionar, portanto, a
relevância deste critério num contexto nacional, e se não deveriam ser também contempladas
outras doenças de veiculação hídrica (como leptospirose e dengue).
6. CONCLUSÕES
Apesar da importância da questão da drenagem urbana e manejo de águas pluviais no
contexto atual dos desafios impostos pela crescente urbanização dos municípios e da estreita
relação do tema com todos os outros elementos integrantes de uma política de saneamento
básico, percebe-se, pela análise dos Planos Municipais estudados, que o assunto continua tendo
uma abordagem alarmantemente superficial.
15
Os diagnósticos analisados abrangem desde municípios de 5.000 habitantes até outros
com mais de 200.000; alguns têm menos de uma página, outros mais de cinquenta; e, embora
os municípios de maior porte tenham apresentado estudos mais extensivos e detalhados no
geral, todos os diagnósticos estudados apresentaram algum tipo de deficiência.
Em geral, há uma preocupação principalmente em descrever as estruturas de micro e
macrodrenagem existente (muitas vezes sem atenção à própria drenagem natural) e identificar
áreas problemáticas, mais comumente as regiões sujeitas a alagamentos. Mesmo para esses
tópicos, no entanto, o nível de aprofundamento observado é notavelmente baixo.
Foi observado, enquanto isso, que frequentemente não são apresentadas informações
relacionadas à gestão e legislação dos serviços (principalmente no que diz respeito à
fiscalização e cumprimento das leis existentes), à manutenção dos sistemas existentes e a
caracterizações mais aprofundadas das bacias contribuintes; aspectos financeiros não são
contemplados e não se dispõe de indicadores para avaliação da qualidade do serviço.
Todavia, convém salientar que as dificuldades encontradas para elaboração dos
diagnósticos são numerosas:
Muitas vezes não existe uma gestão adequadamente estruturada nem específica
para o setor nas prefeituras, o que representa obstáculo à operação do sistema,
sua fiscalização e gerenciamento de custos;
Na maioria dos municípios não há cadastro das estruturas de micro e
macrodrenagem existentes, dificultando a descrição detalhada do sistema e a
análise de sua capacidade;
Ainda não foi consolidado um sistema nacional de informações que abranja
dados e indicadores relacionados à drenagem e manejo de águas pluviais.
Logo, pode-se atestar que as deficiências apresentadas pelos Planos Municipais
estudados são muitas vezes reflexo da própria negligência com que o setor de drenagem e
manejo de águas pluviais tem sido historicamente tratado.
Faz-se necessário salientar, no entanto, que não se pode desenvolver uma visão mais
abrangente do tema no contexto dos diagnósticos técnico-participativos sem que ocorra também
um maior envolvimento da própria população nesse processo. A participação social é intrínseca
a toda ação de planejamento, e, como foi atestado, pode exercer um papel chave na identificação
dos problemas de drenagem existentes e estudo de suas possíveis soluções.
16
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