View
214
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
Ministério do Desenvolvimento AgrárioInstituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA
Assessoria de Comunicação SocialTel.: 411-7160 / 411-7139 - Fax: 326-3583
SBN Ed. Palácio do Desenvolvimento - 20º andarCEP: 70057-900 - Brasília / DF - PABX: (61) 411-7474
Ligue grátisDisque Terra e Paz
0800 787000www.mda.gov.brwww.incra.gov.br
m a i o • 2 0 0 1
37
An e xo 18
Série Histórica do Índice de GINI
5
Apresentação................................................................7
Índice de GINI ..........................................................9
Retrospectiva do índice de GINI no Brasil..................11
Um novo cenário fundiário nacional..........................13
Conclusões................................................................17
Anexos ............................................................19 a 37
Í n d i c e
36
An e xo 17
Índice de GINI - Países da Am é r i c a
35
An e xo 16
Índice de GINI - Efeitos da Po rtaria 558/99 e dos PA’s
E
7
ste documento sintetiza o traba-
l h o rea l i z ado pelo Mini stér io do
De s e n volvimento Agrário e pelo In s t i t u t o
Nacional de Colonização e Re f o r m a
Agrária para chegar a índice de Gini que
capte e reflita o impacto decorrente da
inserção do contingente de beneficiários
das ações da reforma agrária, bem como do
esforço de combate à grilagem, em especial
os efeitos da Po rtaria 558/99, que re g u l a-
mentou o recadastramento de pro p r i e -
dades rurais com mais de 10.000 hectare s .
O trabalho realizado sob a coord e-
nação da Assessoria Econômica do MDA
não pretendeu e nem efetivou qualquer
mu-dança nos critérios de apuração do
Gini, visando re s g u a rdar a comparabili-
dade entre os va l o res. In i c i a l m e n t e ,
expurgaram-se 377.068 ha de terras
públicas (federais, estaduais e municipais)
que const a vam incorretamente do cadas-
t ro.
No contexto de combate à grilagem,
e xcluíram-se 47.947.652,1 ha de terras gri-
ladas ou fictícias, que eram utilizadas prin-
cipalmente como garantias bancárias e
para dação em pagamento de dívida públi-
ca. Ob s e rve-se que a exclusão seria maior
ainda, caso fossem consideradas unica-
mente as terras recadastradas que tive r a m
sua documentação verificada e aprova d a
segundo a Po rtaria 558/99.
Finalmente, demonstrou-se, de forma
adequada, o resultado de ações re l a c i o n a d a s
com a reforma agrária e que ainda não ha-
viam sido captados pelos índices de Gi n i
publicados, os quais também desconside-
r a vam a inclusão social de 558.610 famílias
beneficiárias dos diversos programas do
Governo, tais como os de Assentamentos, o
Cédula da Terra e o Banco da Terra, além de
uma efetiva reforma agrária envo l ve n d o
35.329.166 ha.
Como resultado do trabalho, constatou-
se uma queda substantiva no índice de Gi n i
do Brasil, de 0,847 (posição em 31/12/99)
para 0,802 (em 30/09/00), bem como o efe-
t i vo re f l e xo das ações governamentais no
âmbito do desenvolvimento rural, especial-
mente nas regiões No rte e No rd e s t e .
No que concerne à apuração do índice
de Gini nacional, muito ainda será re a -
lizado no decorrer de 2001, como, por
e xemplo, ações que busquem melhor
refletir o valor econômico das pro-
priedades, reduzindo as distorções prove-
nientes das diferenças regionais do Br a s i l .
Essa apuração será também melhorada
pela lei que cria o sistema público de re -
g i s t ro de terras, cujo projeto, aprova d o
pelo Senado com emendas, retornou à
Câmara dos Deputados para nova
análise. Essa lei, trará mais confiabili-
dade à documentação comprobatória da
p ropriedade rural , pois re g u l a m e n t a r á
de forma mais clara e precisa o sistema
de re g i s t ro de terras.
Avanços na forma de apuração do
Gini são, sem dúvida, importantes. No
entanto, o aspecto mais re l e vante para
uma melhor distribuição de terras no
Brasil será a continuação das ações
voltadas para a inserção, na cidadania, dos
e xcluídos do campo – missão primeira do
Ministério do De s e n volvimento Agrário.
Ap re s e n t a ç ã o
Raul Ju n g m a n nMi n i s t ro do De s e n volvimento Agrári o
34
Índice de GINI - Região Su l
UF Índice anterior NCF 2000
PR 0,718 0,706
SC 0,654 0,648
RS 0,734 0,727
Índice anterior: 0,716
NCF 2000: 0,707
Índice anterior: 0,716
NCF 2000: 0,707
An e xo 15
33
Índice de GINI - Região Su d e s t e
UF Índice anterior NCF 2000
MG 0,765 0,754
RJ 0,753 0,742
ES 0,651 0,647
SP 0,775 0,754
Índice anterior: 0,764
NCF 2000: 0,750
Índice anterior: 0,764
NCF 2000: 0,750
An e xo 14
índice de Gini é utilizado para medir o
grau de concentração de um atributo (renda,
terra, etc.) numa distribuição de freqüência.
"Razão de concentração (R)", como foi bati-
zado, ele foi inicialmente adotado como indi-
cador em estudos sobre a desigualdade na dis-
tribuição de rendas.
Analogamente, empregou-se a mesma
metodologia sobre o atributo "terra", estabele-
cendo-se, assim, o mais difundido indicador dos
n í veis de desigualdade na distribuição de terras.
Introduzido no Brasil, o Índice de Gini
foi calculado pela primeira vez, com base no
Censo Agrícola de 1940 do Instituto Brasi-
leiro de Geografia e Estatística - IBGE, para
medir a concentração da posse dos estabele-
cimentos agrícolas no Brasil em cada uma das
unidades federativas.
Aliados ao índice de Gini existem outros
i n d i c a d o res do grau de concentração ou
desigualdade, como o índice de Theil, além
de diversas medidas estatísticas – média,
mediana, valor central entre os extremos,
amplitude, desvios médios, diferença média,
variância e desvio padrão – que devem ser
consideradas para amparar as análises sobre a
distribuição da terra.
No índice de Gini ("R"), que se insere no
intervalo de 0 a 1, quanto maior for a con-
centração, mais próximo o índice estará de 1
(um), valor este que representaria a concen-
tração absoluta.(1)
Ab a i xo é mostrada a re p resentação gráfica
utilizada para a apuração do índice de Gi n i :
O índice de Gini dá uma idéia global da
concentração mas não diz muito sobre o deta-
lhe da distribuição. Ademais, não re p re s e n t a
um resultado incontestável, constante ou
absoluto, visto que, com uma mesma amostra
(ou base de dados), podem-se obter índices
distintos. As variações podem ser decorrentes,
inclusive, do aumento ou redução do número
de extratos em que se aglutinaram as partes de
uma amostra.
Não existe uma fórmula
única, aceitável e aplicável pelos
países membros da ONU -
Organização das Nações Un i d a s ,
para calcular o índice de Gini de
concentração de terras. Assim, há
países que traba-lham com o
princípio do "uso da terra", ou
seja, somente consideram as terras
que tenham vocação e uso agrários, desprez a n-
do aquelas destinadas à mineração, re f l o re s t a-
mento e parques nacionais.
O Canadá, por exemplo, divulga o melhor
índice de Gini nas Américas, mas considera
e xc l u s i vamente terras agrícolas, excluindo áre a s
de re f l o restamento e mineração, entre outras.
Assim, seu banco de dados re p resenta somente
7% do território do país.
Conseqüentemente, quando se observam os
índices de Gini divulgados pela Organização das
Nações Unidas para Alimentação e Agricultura
- FAO/ONU deve-se ter o cuidado de consi-
derar que os resultados comparativos possuem
uma validade re l a t i va, uma vez que não existe
uniformidade de critério.
O índice de Gini
(1)- Matematicamente, o índice de concentraçãoR é o quociente da área compreendida entre a curva que representa a distribuição verificada para o atributo sobanálise e a reta de eqüidistribuição, dividida pela área de triângulo (0,100,100) resultante da própria reta de eqüidistribuição do atributo.
O
932
Índice de GINI - Região No rt e
UF Índice anterior NCF 2000
RO 0,659 0,559
AC 0,878 0,645
AM 0,921 0,783
RR 0,782 0,500
PA 0,900 0,744
AP 0,776 0,613
TO 0,704 0,711
Índice anterior: 0,859
NCF 2000: 0,714
Índice anterior: 0,859
NCF 2000: 0,714
An e xo 13
31
Índice de GINI - Região No rd e s t e
UF Índice anterior NCF 2000
MA 0,777 0,735
PI 0,782 0,751
CE 0,717 0,690
RN 0,769 0,710
PB 0,766 0,751
PE 0,766 0,748
AL 0,798 0,789
SE 0,792 0,770
BA 0,836 0,803
Índice anterior: 0,818
NCF 2000: 0,780
Índice anterior: 0,818
NCF 2000: 0,780
An e xo 12
índice de Gini do Brasil tem sido
calculado tomando como base as
seguintes fontes:
a ) Ca d a s t ro de Im ó veis Rurais do
I N C R A ;
b ) Ca d a s t ro da Receita Federal; e
c ) Censos do IBGE.
Os resultados têm variado, port a n t o ,
segundo a fonte de dados utilizada. O
IBGE destaca-se como a mais antiga,
porém sob a "ótica do uso", adotando
o conceito de estabelecimento agro -
p e c u á r i o. Já o Incra, com o seu primeiro
c a d a s t ro em 1966, enfoca o domínio das
terras através do conceito de imóve l
rural.
O índice de Gini, calculado segundo
dados do Incra, tem utilizado como
p a r â m e t ro o "domínio da terra", ou seja,
não importa a vocação e o uso da terra,
f a zendo parte do banco de dados, por-
tanto, as terras destinadas à mineração e
ao re f l o restamento, assim como parq u e s
nacionais e até mesmo terras indígenas.
Isto porque o re g i s t ro no Si s t e m a
Nacional de Cadastro Rural do In c r a
(SNCR) contempla informações basica-
mente declaratórias, detectando-se al-
guns conflitos conceituais, como o re -
g i s t ro de terras públicas pertencentes à
União, aos Estados e aos Municípios.
É comum, também, a existência, no
SNCR, de re g i s t ro de "terras de papel" e
"terras de grilagem", realidade que se
buscou eliminar com a edição da
Po rtaria 558/99 que obrigou o re c a d a s-
tramento de propriedades rurais com
mais de 10.000 ha.
É interessante ressaltar que, até o
p resente, nenhum indicador divulgado
pelo Governo Br a s i l e i ro pro c u rou captar
e refletir o impacto da inserção do con-
tingente de beneficiários – destacados
como iminentes e não apenas potenciais
– das ações da reforma agrária, como nas
simulações efetuadas neste trabalho do
Ministério do De s e n volvimento Agrário.
Algumas dificuldades ainda persis-
tem para que se possa calcular um índice
que capte esses efeitos. A ausência de
integração entre os sistemas de "cadastro
de imóveis" e de "projetos de assenta-
mento", – SNCR e Sistema de In f o r m a -
ções de Projetos de Reforma Agrária -
SIPRA, re s p e c t i vamente – re p resenta um
dos problemas a serem solucionados no
d e c o r rer de 2001. Atingir estas inte-
gração faz parte das ações prioritárias do
MDA, o que permitirá, inclusive, um
melhor monitoramento dos grandes
i m ó veis rurais, inibindo a grilagem de
terra. É prioridade também o efetivo
g e renciamento dos dois sistemas, o que
dará melhor sustentação às ações gove r-
namentais re a t i vas e pro a t i vas destinadas
ao desenvolvimento agrário.
Ap rovada, lei que cria o sistema
público de re g i s t ro de terras significará
um efetivo avanço no sistema de re g i s t ro
de terras no Brasil, pois re g u l a m e n t a r á ,
de forma mais clara e precisa, a matéria,
eliminando assim oportunidades para a
grilagem de terras. Ao mesmo tempo,
facilitará o trabalho de análise do desen-
volvimento rural brasileiro, incluindo a
aferição de índices de concentração de
t e r r a .
Retrospecto do Índice de GINI
do Brasil
1130
O
An e xo 11
Índice de GINI - Região Ce n t ro - Oe s t e
UF Índice anterior NCF 2000
MS 0,813 0,824
MT 0,808 0,804
GO 0,731 0,728
DF 0,821 0,820
Índice anterior: 0,811
NCF 2000: 0,802
Índice anterior: 0,811
NCF 2000: 0,802
29
An e xo 10
Desde setembro de 2000, o MDA ve m
realizando um grande esforço para calcular
um índice de Gini que reflita a conjugação
de todas as ações que envo l vem a atual
política de reforma agrária do país, aspecto
não demonstrado pelos indicadores até
então calculados e divulgados.
Identificou-se que é necessário demons-
trar de forma adequada os efeitos da
inclusão social dos beneficiários dos dive r-
sos programas do governo: de Assentamen-
tos (PAs), Cédula da Terra e Banco da Te r r a ,
bem como os efeitos da Po rtaria 558/99.
Não se pretendeu e nem se fez qualquer
mudança nos critérios de apuração do Gi n i ,
mantendo-se como parâmetros o "domínio
da terra", os "imóveis de per si", as "classes de
á rea total" e o número de extratos. Ev i t o u - s e ,
desta forma, a manipulação dos dados, para
re s g u a rdar a comparabilidade entre os va l o re s
e medir efetivamente o impacto das ações de
combate a grilagem e de reforma agrária.
Essa orientação foi seguida, embora se
tenha discutido outros argumentos no sen-
tido de se aperfeiçoar a forma de apuração
do índice de Gini do Brasil, mediante a
s u bstituição de "domínio de terra" por "uso
da terra", "imóveis de per si" por "pro p r i e -
tários", "classes de área total" por "classes de
módulo fiscal" e o aumento do número de
extratos. Dessa discussão resultou a confir-
mação da necessidade de re a l i z a r, no decor-
rer de 2001, novos exe rcícios, com distintas
a b o rd a g e n s .
Quanto à Po rtaria 558/99, trabalhou-se
com o cancelamento do re g i s t ro das terras
com mais de 10.000 ha e com o re c a d a s t r a-
mento recebido, inclusive aqueles em data
posterior à determinada pela portaria (com
" c o rte" em 30/09/00). Como critério
definiu-se que não se entraria no mérito da
documentação utilizada para o re c a d a s t r a-
mento, uma vez que ela está sob análise. Fo i
utilizado o Mapa de Controle de Pro c e s s o s
de Fiscalização que contém as atualizações
enviadas pelas Superintendências Re g i o -
nais, até setembro de 2000.
Considerando a posição de recadastra-
mento de 30/09/00, foram exc l u í d o s
47.947.652,1 ha do cálculo de Gini, sendo
mais de 50% (25.215.500,4 há) na região
Norte. Os estados do Pará e Mato Grosso,
t i veram as exclusões mais expre s s i va s :
13.665.089,5 ha e 12.223.541,7 há, re s p e c t i-
vamente. O anexo "De m o n s t r a t i vo das Áreas
Abrangidas pela Portaria 558/99" detalha,
por unidade da federação, as exclusões prove-
nientes do combate à grilagem.
Para a construção do presente banco de
dados foram utilizadas as seguintes fontes:
1 ) Ca d a s t ro de Im ó veis Rurais (arq u i vo )
– Posição de setembro de 2000: apresenta a
distribuição do número e da área total
cadastrada dos imóveis rurais, segundo clas-
ses de área total e categoria dos imóveis por
tamanho e p rodutividade. Vale destacar que o
re f e r i d o arquivo não reflete os imóveis em
p rocesso de fiscalização/desapro p r i a ç ã o.
2 ) Ca d a s t ro de Projetos de Assentamentos
( a rq u i vo )
– Posição de deze m b ro de 2000: apre s e n t a
os Projetos de Assenta-mento, Colonização,
Fundiário, Casulo e do Programa Cédula da
Terra, de origem federal, estadual e munici-
pal, segundo a localização. Estão identifica-
dos o nome do projeto, ano e data de cri-
ação, a fase de desenvolvimento, a área e a
capacidade de assentamento, bem como a
forma de aquisição da área do pro j e t o.
Um Novo CenárioFundiário Nacional
1328
An e xo 9
3 ) Banco da Te r r a – Posição de deze m b ro de
2000: apresenta, em planilha, a relação de
p rojetos beneficiados pelo Banco da Te r r a ,
por unidade da Federação, com a área e o
n ú m e ro de famílias atendidas.
Na construção desse banco de dados,
alguns pressupostos foram estabelecidos,
tais como:
a ) todo projeto tem origem em um
único imóvel ru r a l ;
b ) toda a área do projeto está dividida
em lotes individuais e de mesmo
tamanho (área média por família);
c ) o número de famílias beneficiadas
é obtido pela capacidade pre v i s t a
de assentamentos do Pro j e t o ;
d ) são aceitos todos e quaisquer ta-
manhos de lote;
e ) todo projeto com ano de cri a ç ã o
a n t e rior a 1993 (precedentes ao
recadastramento de imóveis rurais
d e 1992 do Incra) não está cadastra-
d o no SNCR como imóvel rural,
ou seja, os imóveis que foram uti-
lizados para re f o rma agrária em
Projetos de Assentamentos ante-
ri o res a 1993, já não constam no
S N C R ;
f ) todo projeto com forma de aqui-
sição originada em terra pública
está incluído no cenário de acor-
do com o p a rcelamento calculado,
sejam os obtidos por arre c a d a ç ã o ,
d i s c riminação, incorporação, doação,
assentamentos estaduais e muni-
ciais –PCA, com ou sem convênio
com o In c r a ;
g ) todo projeto com forma de aquisi-
ção ori g i n á ria de imóveis part i c u -
l a res, com ano de criação não in-
f e rior a 1993, está incluído de acor-
do com os lotes individuais calcu-
lados e, conseqüentemente, exc l u i
do cenário a área total do projeto
supostamente original que sofreu
a interve n ç ã o . Trata-se das áreas
a d q u i ridas por compra e venda, de-
s a p ro p riação, e programas Cédula
da Terra e Banco daTerra; e,
h ) todo projeto identificado como
forma de aquisição"reconhecimen-
t o "e não Programa Cédula da Te r -
ra, foi tratado como terra pública.
No contexto do Banco Terra, as ações de
reforma agrária que abrangeram 263.131
ha, significaram a exclusão de 177 imóve i s ,
com áreas superiores a 100 ha e inferiores a
100.000 ha, bem como a inclusão de
11.572 imóveis com área máxima indivi-
dual de 500 ha. Mais de 50% das ações de
reforma agrária se concentraram no No r -
deste. Os dois anexos correspondentes ao
Banco da Terra apresentam os detalhes por
estado e classe de áre a .
Quanto às ações de reforma agrária con-
duzidas pelo Incra (Projetos de Assentamen-
to e Cédula da Terra) o trabalho re a l i z a d o
significou a exclusão de 3.083 imóveis (que
s o f reram reforma agrária), bem como a
inclusão de 547.038 imóveis (resultantes da
reforma agrária), com área máxima indivi-
14 27
An e xo 8
dual de 5.000 ha. Das inclusões, cerca de
80% dos imóveis têm área de 10 a 100 ha.
Neste caso específico os hectares corre-
spondentes às inclusões (35.066.095 ha)
são superiores aos hectares corre s p o n-
dentes às exclusões (11.524.676 ha), por
duas razões:
a ) terras públicas foram utilizadas para
re f o rma agrári a .
b ) Os imóveis rurais objeto de re f o rm a
a g r á ria antes do re c a d a s t r a m e n t o
/ Incra de 1992, já teriam sido exc l u -
ídos da base de cálculo, mas, os daí
d e c o r rentes ainda não estavam sendo
c o n s i d e r a d o s .
Também fez parte do trabalho de
c o n s t rução do banco de dados o expurgo
de terras públicas, ação realizada medi-
ante a busca de palavras chaves no
C a d a s t ro de Im ó veis Rurais, como por
e xemplo: instituto, Embrapa, Em a t e r,
Te r r a c a p, prefeitura, etc. Não se pode
afirmar que o expurgo tenha sido total-
mente concluído, sendo necessárias
ações complementares nesse sentido.
A partir da referida pesquisa, expur-
garam-se 940 imóveis que re p re s e n t a m
377.068 ha. No Distrito Federal está o
maior número de imóveis expurgados
(690) e no Ac re exclusão de maior áre a
(111.287 há). A "classe de área" que teve
mais imóveis expurgados foi a de "até 5
ha", com 410 imóveis, ficando a maior
e xclusão de área (140.286 há), na classe
de "mais de 5.000 até 10.000 ha". O
detalhamento correspondente está no
a n e xo "Novo Cenário Fundiário Na c i o -
nal – Terras Públicas Expurgadas".
Como resultado do expurgo de terras
públicas (federais, estaduais e munici-
pais), da exclusão, via Po rtaria 558/99,
de terras griladas e fictícias e da demons-
tração, de forma adequada, dos efeitos
da inclusão social dos beneficiários dos
d i versos programas do Governo, ve r i f i-
cou-se uma substancial queda no índice
de Gini do Brasil, de 0,847 para 0,802.
Mais importante do que a queda do
índice nacional, é o efetivo re f l e xo, nos
índices decorrentes dos trabalhos re a -
lizados, das ações de reforma agrária e de
combate a grilagem nas regiões No rte e
No rdeste. Nestas regiões, o índice de
Gini, decresceu, re s p e c t i vamente, de
0,859 para 0,714 e de 0,818 para 0,780.
Em termos estaduais, as reduções no
índice de Gini que merecem maior
destaque são as verificadas no Amazo n a s
(de 0,921 para 0,783), no Pará (de
0,900 para 0,744) e em Roraima (de
0,782 para 0,500), bem como os aumen-
tos em Tocantins e Mato Grosso do Su l ,
influenciados pelos projetos de assenta-
mentos realizados em terras públicas
e s t a d u a i s .
De ve-se observar que o índice Br a s i l
(0,802) ficou superior ao constatado
para cada uma das reg iõ es do pa ís :
C e n t ro - O e s t e ( 0 , 8 0 2 ) , N o rd e s t e
(0,780), No rte (0,714), Sudeste (0,750)
e Sul (0,707). Isto se deve às distorções
p rovocadas pela diversidade das re a l i-
dades regionais quando comparadas
e n t re si.
Com a continuidade do processo de
reforma agrária prevê-se que, em 2002,
o Brasil apresentará um índice de Gi n i
inferior a 0,80.
1526
An e xo 7
25
An e xo 6
Não se afastando da metodologia de
cálculo do índice de Gini historicamente
aplicada no Brasil , mas apurando-se o
conteúdo do banco de dados corre s p o n-
dente, mediante o expurgo de terras
públicas e de terras não re c a d a s t r a d a s
( d e c o r rentes de grilagens ou simples-
mente inexistentes) e considerando-se os
resultados das ações de reforma agrária,
nas esferas federal, estadual e muni-
cipal, foi possível calcular-se um índice
Gini mais realista para a análise da con-
centração de terras no Brasil, re s g u a r -
dando a comparabil idade entre os va l-
o res e, assim, medir, efetivamente, o
impacto das ações de combate à gri-
lagem e de reforma agrária.
Obviamente, ainda há muito o que se
f a zer no campo teórico para apuração do
índice Gini do Brasil. Pode-se desenvo l ve r
inúmeras bases de cálculo, algumas que se
antecipam como de grande utilidade, a
e xemplo da criação dos extratos com base
em "módulos fiscais" ou módulos de áre a
a p rove i t á vel, como forma de melhor re f l e t i r
o valor econômico das propriedades rurais e
para reduzir as distorções provenientes das
m a rcantes diferenças regionais do Brasil.
No decorrer de 2001, novos exe rc í-
cios com distintas abordagens serão re a -
lizados, inclusive utilizando-se outras
fontes e outros indicadores de forma a
resultar numa análise mais apurada,
dando-se ênfase ao uso da terra.
Na parte prática, o processo de
obtenção de uma maior eficiência e
interação dos sistemas SNCR e Sipra -
do Incra - já está em curso. Assim, aper-
feiçoamentos nos bancos de dados serão
mais facilmente implementados e parc e-
rias poderão ser viabil izadas para
otimizar os dados disponíve i s .
C o n c l u s õ e s
1724
An e xo 5
23
An e xo 4
01) Novo Cenário Fundiário Nacional – Grilagem – Portaria 558/99
02) Novo Cenário Fundiário Nacional – Banco da Terra – Exclusões
03) Novo Cenário Fundiário Nacional – Banco da Terra – Inclusões
04) Novo Cenário Fundiário Nacional – PAs e CTs – Exclusões
05) Novo Cenário Fundiário Nacional – PAs – Inclusões
06) Novo Cenário Fundiário Nacional – CTs – Inclusões
07) Novo Cenário Fundiário Nacional – Terras Públicas - Expurgos
08) Novo Cenário Fundiário Nacional – Efeitos nas Classes em decorrência das Inclusões, Exclusões e Expurgos.
09) Extratos Regionais Anteriores ao Novo Cenário FundiárioNacional (31.12.99)
10) Novo Cenário Fundiário Nacional - Extratos Regionais
11) Índice de Gini – Região Centro – Oeste
12) Índice de Gini – Região Nordeste
13) Índice de Gini – Região Norte
14) Índice de Gini – Região Sudeste
15) Índice de Gini – Região Sul
16) Índice de Gini – Efeitos da Portaria 558/99 e dos PAs
17) Índice de Gini – Países da América
18) Série Histórica do Índice de Gini
An e xo s
1922
An e xo 3
20 21
An e xo 1 An e xo 2
Recommended