Malária - CIEVS Palmas · • Ordem: Eucoccidiida • Família: Plasmodiidae • Gênero:...

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Malária

Profa. Dra. Irene SoaresDisciplina Parasitologia Clínica, FCF/USP

1°semestre/2005

Taxonomia

• Filo: Apicomplexa• Classe: Sporozoea• Ordem: Eucoccidiida• Família: Plasmodiidae• Gênero: Plasmodium• Espécies: > 100 espécies• No homem: P. falciparum

P. vivaxP. malariaeP. ovale

No hospedeirovertebrado:

EsporozoítaTrofozoítaEsquizonteMerozoítaGametócitos(microgametócitoe macrogametócito)

Biologia do parasita

No hospedeiroinvertebrado:

Microgameta/macrogametaZigoto *Oocineto *Oocisto *Esporozoíta

Formas evolutivas

* Estágios diplóides

Ocorre pela inoculaçãodas formas esporozoítasde Plasmodium durantea picada da fêmea do mosquito do gênero Anopheles

Transmissão

No Brasil, o inseto vetor é conhecido como: pernilongo, mosquitoprego e carapanã

Anopheles

Manchas pretas na asa

Formas infectivas:esporozoítas

Formas hepáticas sedesenvolvem nas células do

fígado

Biologia do parasita

Estágios invasivos de Plasmodium

oocineto (móvel)• Células epiteliais do

estômago do mosquito

esporozoíta (móvel)• Glândula salivar do

mosquito• hepatócitos

merozoíta (imóvel)• Eritrócitos/reticulócitos

Formas sangüíneas (dentro das hemácias)

trophozoites schizonts gametocytes

P.falciparum

P.vivax

P.malariae

P.ovale

Trofozoítas Esquizontes Gametócito

No homem:

Reproduçãoassexuada

↓Esquizogonia: tecidual e eritrocítica

No mosquito:

Reproduçãosexuada e assexuada

OocinetoOocisto

Zigoto

Esquizontes

Gametas

Merozoítas

Gametócitos

Esporozoítas

Trofozoítas

Proteínas de esporozoítas envolvidas nainvasão de hepatócitos

Circumsporozoite Protein (CS)

Trombospondin-related adhesive protein (TRAP)

Antígeno DuffyDBPP. vivaxP. knowlesi

Glicoforinas(ácido siálico)

EBA-175P. falciparum *

Receptor no hospedeiro

Ligante no merozoíta

Receptores/ligantes para invasão do eritrócito/reticulócito pelo merozoíta

* Pf pode usar diferentes ligantes/receptores para invasãodo eritrócito

+--Duffy negativo *+++Duffy positivo

P. falciparumP. knowlesiP. vivaxCélula vermelha

Especificidade da invasão

* Indivíduos Duffy negativos são completamente refratáriosa infecção por P. vivax

Patogenia e Sintomatologia

Período de incubação

Varia de acordo com a espécie de Plasmodium(em média 15 dias)

Acesso malárico (paroxismo)1) calafrios e tremores, temperatura em elevação 2) febre alta, sensação de calor e cefaléia intensa3) queda da temperatura, sudorese

Os acessos maláricos se repetem com intervalosdiferentes, de acordo com a espécie do plasmódio:

P. falciparum - com intervalos de 36 a 48 horas (terçã maligna)

P. vivax - acessos em dias alternados, 48 em 48 horas (terçã benigna);

P. malariae - os acessos se repetem a cada 72 horas (febre quartã);

Patogenia e Sintomatologia

Patogenia e Sintomatologia

Malária grave por P. falciparum � ocorre emadultos não imunes, crianças e gestantes

• Sequestro dos eritrócitos parasitados: adesão ao endotéliovascular (citoaderência)

• Formação de rosetas: eritrócitos infectados c/ eritrócitosnão infectados

• Hiper-parasitemia: (>2-5% das hemácias parasitadas, +++ou presença de esquizontes)

• Malária cerebral, insuficiência renal, edema pulmonar agudo,anemia grave, icterícia acentuada, hipertermia, vômitos

Patogenia e Sintomatologia

Recaídas

Ocorre nas infecções por P. vivax e P. ovale → formashipnozoítas no fígado (permanecem em estado de latênciapor períodos que variam de 1 mês a 1-2 anos)

Recrudescências

Parasitemia reaparece (acompanhada de sintomatologia), após um período de “cura aparente” → resposta inadequadaao tratamento (sobrevivência de formas eritrocíticas)

Comparação entre as malárias humanas

---+Malária grave

ReticulócitosEritrócitos maduros

ReticulócitosTodas asidades

Tipo de eritrócito que

infecta

-

P. falciparum

+-+Hipnozoítas(Recaídas)

P. ovaleP. malariaeP. vivax

Resposta imune

Mecanismos de eliminação do parasita

• Estágios extracelulares � anticorpos

• Esquizontes hepáticos � linfócitos T CD4 e CD8 (altaeficiência)

• Estágios sangüíneos � anticorpos e linfócitos T CD4

Tratamento

Principais drogas antimaláricas

Esquizonticidas sangüíneos

Quinina, mefloquina, halofantrina, cloroquina, amodiaquina� digestão de produtos da hemoglobina

Derivados de artemisina � metabolismo das proteínas

Tetraciclina, doxiciclina e clindamicina � síntese de proteínas

Esquizonticidas teciduais ou hipnozoiticidas

Primaquina � inibe a respiração mitocondrial do parasita* também é gametocitocida

TratamentoEsquema recomendado no Brasil:

P. vivax – cloroquina (para as formas sangüíneas)e primaquina (para as formas hepáticas)

P. falciparum:

Malária não grave – associação quinina/doxiciclinaou quinina/tetraciclina

Em casos graves - artesunato/mefloquina ouquinina/clindamicina

Resistência à Cloroquina na maioria dos isoladosde P. falciparum

Estratégiasde

vacinação

Bloqueio datransmissão

Bloqueio dainfecção

Redução da morbidade/ mortalidade

Epidemiologia da malária no mundo

> 300 milhões de casos por ano

> 1 milhão de mortes por ano200 crianças por hora (P. falciparum)

A malária é endêmica em 101 países

• No Brasil, ocorrem anualmente 300 a 500 milcasos por ano

• P. vivax é a espécie prevalente no Brasil(aproximadamente 80% dos casos)

• A grande maioria dos casos ocorre na Amazônia (>99%)

• Estados com maior número de casos de malária: Pará e Amazonas.

Epidemiologia da malária no Brasil

Anos19

7019

7519

8019

8519

9019

9520

00

No c

asos

x 1

000

600

200

100

300

500

400

700

Malária no Brasil (1970-2001)

Fonte: FUNASA – Ministério da Saúde

Diagnóstico laboratorial

Fino Espesso (gota espessa)

Coloração de Giemsa

Fixação Coloração de Giemsa (esfregaço desemoglobinizado)

Preparo do esfregaço

Diagnóstico microscópico:

Punção digital

Coleta do material

Gota espessa

Esfregaçosanguíneo

Diagnóstico laboratorial

Diagnóstico microscópico:

� Gota espessa

exame de 100 campos microscópicosmétodo semi-quantitativo → “cruzes”

+ = 1 parasita/campo++ = 2-20 parasitas/campo+++ = 21-200 parasitas/campo++++ = mais de 200 parasitas/campo

Similares a P. vivax, porém menores e

menos numerosos, grânulos de Schuffner

ausentes

Pequenos, merozoítas grandes

(6-12), pigmento grosseiro

Pequeno, compacto, frequente, forma de

banda, pigmento grosseiro

Compacto, 2 anéis por célula vermelha

do sangue, raro

Tamanho normal ou menores do que o

normal

P. malariae

Forma crescente, núcleo único

Raros em sangue periférico, merozoítas

pequenos (8-16)

Tamanho moderado, normalmente

compacto, pigmento granular

Pequeno e delicado, freqüente 2 grânulos

na cromatina, frequente 2 ou mais

anéis por célula vermelha do sangue

Tamanho normal,granulações de

Maurer e pigmento malárico

P. falciparum

Similares a P. vivax, porém menores

Esféricos, compactos, núcleo único, pigmento

difuso e grosseiro

Gametócitos

Menores do queP. vivax, 6-12

merozoítas, pigmento mais escuro do que

P. vivax

Grandes, merozoítas grandes (12-24)

Esquizonte maduro

Pequeno, não amebóide, pigmento

grosseiro

Aumentado, amebóide, pigmento

visto em bastões finos

Trofozoíta

Compacto, 2 anéis por célula vermelha

do sangue, raro

Pouco aumentado, 1 ou 2 grânulos na

cromatina, podem ser 2 anéis por célula

vermelha

Estágio de anel (trofozoíta jovem)

Aumentadas, podem ser ovais com fímbria, presença de grânulos

de Schuffner

Aumentadas, presença de grânulos de

Schuffner

Células vermelhas infectadas

P. ovaleP. vivaxEstágio

Características morfológicas dos parasitas em esfregaços sanguíneos

P. falciparum

Estágio de anel(trofozoítas jovens)

Trofozoítasmaduros

(raros no sangue periférico)

P. falciparum

Esquizontes(raros no sangue periférico)

Gametócitos

P. vivax

Estágio de anel(trofozoítas jovens)

Trofozoítasmaduros

P. vivax

Esquizontes

Gametócitos

P. malariae

Estágio de anel(trofozoítas jovens)

Trofozoítasmaduros

P. malariae

Esquizontes

Gametócitos

P. ovale

Estágio de anel(trofozoítas jovens)

Trofozoítasmaduros

P. ovale

Esquizontes

Gametócitos

« Plaquetas

« Linfócitos/monócitos

« Granulócitos

« Hemácias

Diagnóstico microscópico:

Quantitative Buffy Coat (QBC) Test

Laranja de acridina

Cora DNA e RNA Hemáciasparasitadas

Diagnóstico microscópico: QBC

Diagnóstico laboratorial

• Testes rápidos de detecção de antígenos:(imunocromatográficos):ParaSight-F (PfHRP2), ICT Malaria (PfHRP2),ICT Malaria Pf/Pv (pLDH), OpitMAL (pLDH), Malar-Check Pf

• Testes para detecção de anticorpos:Imunofluorescência indiretaELISA

• PCR

ParaSight F (Becton & Dickinson)

PfHRP2 (Proteína 2 rica em histidina)

Fase sólida: anticorpomonoclonal anti-PfHRP2ou PfHRP2 (controle +)

Conjugado: anticorpopoliclonal anti-PfHRP2marcado com rodamina

ICT Malaria P.f. (ICT Diagnostics)

Anticorpo marcadocom ouro coloidal

ICT Malaria P.f./P.v.

• Detecta a presença de PfHRPII e de um antígenogênero-específico pan-malárico presente em todasas 4 espécies de Plasmodium humanos

• Não é capaz de diferenciar entre infecções causadaspor P. vivax/P. malariae/P. ovale

• Detecta isoformas da enzima lactato desidrogenase (pLDH)

• Uma isoforma é específica para P. falciparum e a outra ocorrenas 4 espécies de plasmódios humanos

OptiMAL® Rapid Malaria Test

Diagnóstico por Imunofluorescência

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Diagnóstico por PCR

Toxoplasmose

Taxonomia

• Filo: Apicomplexa• Classe: Sporozoa• Ordem: Eucoccidia• Família: Sarcocystidae• Gênero: Toxoplasma• Espécie: Toxoplasma gondii

• Forma livre ou trofozoíta

• Encontrado na fase aguda da infecção

• Forma de arco (toxon=arco)

• Forma móvel, de multiplicaçãorápida (tachis=rápido)

Biologia do parasita

Formas infectantes: taquizoítas

A. ExtracellularB. Intracelular (cultura)C. Intracelular (M.E.)

• Encontrado na fase crônicada infecção (tecido muscular)

• Forma de multiplicação lenta (brady=lento) dentro do cisto

Biologia do parasita

Formas infectantes: bradizoítas

A e B - Cistos teciduais(cérebro de camundongo)

C - Cisto com 6 bradizoítas (cultura de células)

• Forma de resistência(meio ambiente)

• Após esporulação o oocistocontem 2 esporocistos com4 esporozoítas cada

Biologia do parasita

Formas infectantes: oocistos

Oocistoimaturo

Oocistomaduro

Felídeos (hospedeiros definitivos):

Formas do ciclo sexuado → células do epitélio intestinal

Formas do ciclo assexuado → em outro locais do hospedeiro

Forma de resistência → no meio exterior junto com as fezes

Ciclo biológico

Homem e outros animais (hospedeiros intermediários):

Vários tecidos e células (exceto hemácias) → trofozoítasdentro do vacúolo parasitóforo ou nas circulaçõessanguínea/linfática

Líquidos orgânicos (saliva, leite, esperma, líquido peritoneal)

Ciclo biológico

• Ingestão de oocistos maduros (contendo esporozoítas) eliminados pelas fezes de gatos ou de outros felídeos

• Ingestão de cistos (contendo bradizoítas) presentes em carnecrua ou mal cozida (porco, carneiro)

• Ingestão de leite cru (não pasteurizado) contendo taquizoítas

• Transplante de orgãos ou transfusão sanguínea → taquizoítas

• Transmissão placentária → taquizoítas

• Inoculação acidental de taquizoítas

Transmissão

Ciclo biológicoCiclo biológicoHOSPEDEIRO DEFINITIVOHOSPEDEIRO DEFINITIVO Oocistos não

esporuladosnas fezes

Oocistos nãoesporuladosnas fezes

OocistosesporuladosOocistosesporulados

Ingestão de oocistosIngestão de oocistos

Ingestão de cistos contendobradizoítas nos tecidos dos hosp.

intermediários

Ingestão de cistos contendobradizoítas nos tecidos dos hosp.

intermediários

HOSPEDEIROS INTERMEDIÁRIOSHOSPEDEIROS INTERMEDIÁRIOS

Contaminação deágua e alimentosContaminação deágua e alimentos

Ingestão de cistosjunto com alimentoscontaminados

Ingestão de cistosjunto com alimentoscontaminados

Infecção do fetoInfecção do feto

Taquizoítas transmitidosatravés da placentaTaquizoítas transmitidosatravés da placenta

Ingestão deoocistosIngestão deoocistos

Diagnóstico Parasitológico

• Detecção do parasita em lavado broncoalveolarou biópsia de linfonodos

• Isolamento do parasita por inoculação emcamundongos: 6 a 10 dias � pesquisa de taquizoítas(líquido peritoneal, cisto no cérebro ou outros orgãos)

• Cultura em fibroblastos

• PCR

Taquizoítas coletados de líquido peritoneal de camundongo inoculado com T. gondii

(Giemsa)

T. gondii(Cisto contendo bradizoítas – tecido cerebral, HE)

T. gondii (fezes de gato)

Oocistoesporulado

Oocistonão esporulado

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