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7485
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91
89
94
Avaliação do Desempenho dos Participantes no Programa Nacional de Avaliação Externa da
Qualidade em Morfologia Parasitária – 20 anos de experiência
O Programa Nacional de Avaliação Externa da Qualidade (PNAEQ), inserido no Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, em Lisboa, tem
implementado entre outros, o programa de Morfologia parasitária desde 1995. Neste programa são enviadas amostras de sangue e de fezes para identificação de parasitas e conta com o apoio
de um grupo de trabalho cuja principal atividade é a seleção de amostras, a análise de resultados e elaboração de relatórios técnico-científicos promovendo a formação bem como a melhoria
contínua do desempenho dos participantes.
Neste estudo retrospetivo pretendemos avaliar, o desempenho dos participantes no período de 1995 a 2015, relativamente à deteção e identificação de parasitas, em amostras de fezes e
sangue.
Cláudia Júlio1, Helena Correia2, Teresa Baptista Fernandes3, Ana Cardoso2,
Cristina Brito2, Quirina Santos Costa4, Ana Faria2
(1) Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge;(2) Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, Departamento de Epidemiologia, Unidade de Avaliação Externa da Qualidade;(3) Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, Serviço de Patologia Clínica, Laboratório de Microbiologia Clínica e Biologia Molecular;(4) Faculdade de Farmácia de Lisboa, Universidade de Lisboa
Introdução e Objetivo
MétodosAs amostras, contendo protozoários e helmintas, foram distribuídas aos participantes em 3 ensaios anuais, sendo cada ensaio constituído, pelo menos, por uma amostra de fezes e uma de
sangue. As respostas dos participantes sobre a identificação de parasitas foram alvo de análise estatística qualitativa, tendo em conta o parasita presente na amostra. Os resultados sãoenviados aos participantes sob a forma de relatório e incluem os comentários do grupo de trabalho com carater formativo.
Resultados
60
92
85
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8179
86
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91 93
8279
83
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92
76
68
0
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50
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90
100
1996/97 1998/99 2000/01 2002/03 2004/05 2007/08 2009/10 2011/12 2013/14
Ancylostomidae Ascaris lumbricoides Diphyllobothrium latum Enterobius vermicularis Fasciola hepatica
Taenia sp Paragonimus westermani limite superior limite inferior
Gráfico 1: Percentagem de resultados corretos para identificação de protozoários em amostras de fezes Gráfico 2: Percentagem de resultados corretos para identificação de helmintas em amostras de fezes
Nas amostras de fezes poliparasitadas (gráfico 3)
contendo espécimes frequentes, por ex., A. lumbricoides
e G. duodenalis verifica-se um elevado desempenho dos
participantes (84%), contudo quando presente três ou
mais protozoários, a percentagem de resultados corretos
diminui o que revela um aumento no grau de dificuldade.
A identificação de tripomastigotas de T. brucei em
esfregaços sanguíneos e de promastigotas de Leishmania
sp. de cultura (gráfico 4) revelam melhor desempenho
dos participantes (acima de 80%). A identificação de
espécies de microfilárias apresentou valores baixos (entre
24 e 74%) e valores inferiores (entre 5 e 10%) quando
presente mais do que uma espécie (dados não
representados graficamente).
95
91 9290 91
2
81
93 9396 96
9096
50
98
90
18
68
34
43 43
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
100,0
1996/97 1998/99 2000/01 2002/03 2004/05 2006/07 2008/09 2010/11 2012 2014 2015
Cryptosporidium sp Isospora belli Giardia duodenalis Entamoeba coli
Pseudolimax/Iodamoeba butschlii Microsporidia Limite superior Limite inferior
Gráfico 4: Percentagem de resultados corretos nas amostras de sangue
78
41
67
912
8
2
56
84
71
3618
3
7
Gráfico 3: Percentagem de resultados corretos nas amostras de fezes poliparasitadas
O gráfico 5 representa a percentagem de identificação das várias espécies de
Plasmodium. Verificando-se uma percentagem de resultados (92%) dentro do
intervalo e acima deste. A identificação de P. falciparum em esfregaços de sangue
apresentou bons resultados confirmado pela identificação do parasita em 10 das 11
amostras enviadas (acima dos 60%) e destas, 6 acima do limite superior (80%). No
entanto, os resultados da identificação de infeções mistas (P. ovale e P. malariae)
apresentaram valores entre 2 e 14% revelando igualmente um elevado grau de
dificuldade (dados não representados graficamente).
Foram considerados aceitáveis todos os resultados incluídos no intervalo entre os 60% e os 80%. Para as amostras de fezes, a percentagem de resultados dentro do
intervalo ou acima deste é de 71% para a correta identificação de protozoários e de 95% para helmitas, gráfico 1 e 2 respetivamente.
75
94
79 80
97
83
35
89
65
88
94
84
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82
73 73
79
72
50
62
72 7170
7775
60
0
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20
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40
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90
100
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2015
Plasmodium falciparum Plasmodium malariae Plasmodium ovale Plasmodium vivax Limite superior Limite inferior
Observa-se uma variação no desempenho dos participantes desde o início do programa, sendo mais fácil a identificação dos parasitas incluídos nas
amostras de fezes do que em amostras sanguíneas.Consideramos que o grande investimento na formação dos laboratórios participantes por parte do programa, tem revelado ser uma mais-valia para o
presente e futuro.
No futuro, o PNAEQ irá apostar no envio de amostras de fezes e sangue contendo mais do que um espécime contribuindo para a melhoria do desempenho
dos participantes.
Gráfico 5: Percentagem de resultados corretos para a identificação de espécies de Plasmodium em amostras sanguíneas
Conclusões