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Introdução
O Profuncionario é um curso profissional de nível médio que busca habilitar tecnicamente os
profissionais não docentes da educação escolar básica. Dividido em seis módulos pedagógicos,
seguidos de três módulos técnicos comuns às quatro habilitações (gestão escolar, multimeios didáticos,
alimentação escolar, meio ambiente e manutenção de infra-estrutura escolar) e por fim, sete
específicos a cada habilitação.
Este segundo módulo, bem como o livro, convida nos convida a se perguntar sobre o homem
(i.e: os gêneros humanos, feminino e masculino) o pensamento e a cultura com o intuito de despertar o
significado sociocultural do existir humano, e induzir o (re) pensar sobre a vida e profissão nos alunos
deste curso.
O presente documento foi elaborado com o intuito de organizar e relatar as atividades do
módulo III – Homem, pensamento e cultura: abordagem filosófica e antropológica, do Eixo
Pedagógico do curso Profuncionário – Técnico em Secretaria Escolar.
1
Relatório aula 08/10/2011
Neste dia de curso tivemos uma palestra com a professora Dr. Maria Rita, da Unicentro –
Irati, sobre a qual segue em anexo a síntese do assunto explanado.
Voltando do intervalo tivemos um momento de comemoração do dia do professor com
homenagens a nossa tutora Marli da Silva.
Seguindo com a aula foi nos passada a seguinte tarefa:
01. Entrevista com o diretor, pedagogo, professor ou funcionários com mais tempo naquela
Escola quais as transformação nas áreas:
-Estrutura;
-número de alunos;
-modalidade de ensino;
-número de funcionários;
-tecnologia;
-e outras.
02. Entrevista com três profissionais de diferentes setores sobre o significado de seu trabalho
para educação.
03. Entrevistas com uma turma sobre seu momento de lazer em se tratando de cultura:
- O que gostam de assistir?
- O que aquele programa lhe proporciona ou lhe ajuda?
- Após faça um gráfico das respostas e um comentário pessoal sobre este assunto.
2
Relatório aula 22/10/2011
Hoje iniciamos com a oração. Em seguida houve a entrega dos Memoriais referentes ao
Módulo II, e suas fichas PPS.
Como primeiro assunto referente ao conteúdo, falamos sobre as formas de comunicação, que
são:
- Linguagem Oral;
- Linguagem Corporal;
- Escrita;
- Desenhos;
- Símbolos;
Seguindo com a aula fomos divididos em grupos, onde cada grupo é responsável por
desenvolver uma demonstração de um tipo de linguagem.
Após discutimos sobre diálogo, comunicação e educação.
Novamente fomos divididos em grupos com a missão de fazer uma apresentação sobre os
tipos de comunicação entre rádio, internet e televisão.
3
Relatório aula 29/10/2011
Neste sábado, após a oração a professora falou sobre o que se seguira na aula de hoje,
explicando sobre o filme a ser assistido depois do intervalo.
Iniciamos com a leitura do texto 2, na página 31.
Em seguida estudamos o texto trazido pela professora com a definição de cultura, raça, etnia,
etnicidade, etnocentrismo, o qual discutimos. Segue as definições:
Cultura:
1. Acervo intelectual e espiritual;
2. Conjunto de fenômenos materiais e ideológicos que caracterizam um grupo étnico, uma nação,
uma civilização etc.;
3. Conjuntinho estruturas sociais, religiosas, etc. e de manifestações intelectuais, artísticas, etc., que
caracterizam uma sociedade;
4. Conjunto de sinais característicos do comportamento de uma camada social (linguagem, gestos,
vestimenta, etc.) que diferenciam de outra.
Raça:
1. Subdivisão da espécie humana em amarelos, pretos, brancos, conforme o critério aparente da cor –
categoria de classificação biológica e de hierarquização de diversos grupos humanos
cientificamente aberrantes e cujo emprego está no fundamento de diversos racismos e suas
praticas;
2. Subdivisão de uma espécie animal, cujos caracteres diferenciais se perpetuam por herança;
3. Conjunto de pessoas que se diferenciam por sua especificidade sociocultural, que se reflete
basicamente na língua, religião e costumes, grupo étnico;
4. Conjunto de ascendentes e descendentes de uma família.
Etnia:
1. Pertencentes ou características de pessoas ou de um (grupo étnico) compartilhado de uma cultura
comum e distinta, religião, língua, ou algo parecido;
2. Referindo-se à origem, classificação, características, etc., de tais grupos;
3. Ser membro de um grupo étnico, que é parte de uma minoria dentro de uma sociedade maior: de
etnia chinesa em São Francisco ESA;
4. Pertencentes a, ou uma característica dos membros de certo grupo;
5. Sendo parte ou que resultam ou participam das tradições culturais, raciais, religiosos ou
lingüísticos de um povo ou país: danças étnicas. (Certos grupos da África como os Zulus, etc.).
Etnicidade – É o conjunto de características comuns a um grupo de pessoas, que as diferenciem de
outro grupo. Normalmente essas características incluem a língua, a cultura e também a noção de uma
4
origem comum. Segundo Riesman, [1] etnicidade é a autoconsciência da especificidade cultural e
social de grupo particular, ou seja, o fato de se pertencer a um grupo culturalmente ligado.
Etnocentrismo – É um conceito antropológico, que ocorre quando um determinado indivíduo ou
grupo de pessoas, que têm os mesmos hábitos e caráter social, discrimina outro, julgando-se melhor,
seja pela sua condição social, pelos diferentes hábitos ou manias, ou até mesmo por uma diferente
forma de se vestir. Essa avaliação é, por definição, preconceituosa, feita a partir de um ponto de vista
específico. Basicamente, encontramos em tal posicionamento um grupo étnico considerar-se como
superior a outro. Do ponto de vista intelectual, etnocentrismo é a dificuldade, de pensar a diferença, de
ver o mundo com os olhos dos outros. O fato de que o ser humano vê o mundo através de sua cultura
tem como conseqüência a propensão em considerar o seu modo de vida como o mais correto e o mais
natural. Tal tendência, denominada etnocentrismo, é responsável em seus casos extremos pela
ocorrência de numerosos conflitos sociais. A tendência do ser humano nas sociedades é de repudiar ou
negar tudo que lhe é diferente ou não está de acordo com suas tendências, costumes e hábitos. Na
civilização grega, o bárbaro, era o que transgredida, toda a lei e costumes da espoca; este termo é,
portanto, etimologicamente semelhante ao selvagem na sociedade ocidental. O costume de discriminar
os que são diferentes, porque pertencem a outro grupo, pode ser encontrado dentro de uma sociedade.
Agressões verbais, e até físicas, praticadas contra os estranhos que se arriscam em determinados
bairros periféricos de nossas grandes cidades é um dos exemplos. Incluem-se aqui as pessoas que
observam as outras culturas em função de sua própria cultura, tomando-a como padrão para valorizar e
hierarquizar as restantes.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Formular uma frase em libras e apresentar
5
Relatório aula 05/11/2011
Nesta aula, terminamos de assistir o filme: “Narradores de Javé”, discutindo em seguida, com
embasamento no filme, os meios de comunicação, que foi tema da aula passada, como segue a seguir.
Dificuldade na linguagem e comunicação:
-Saber o que se quer transmitir;
-Organizar as idéias;
-Ser acessível na comunicação, adaptando o contexto;
-Ter objetivos;
-Ter compromisso com a história;
-Saber ouvir;
-Saber interpretar;
-Acreditar no que fala, escreve e em suas ações.
Ainda antes do intervalo, foi nos dada a seguinte tarefa:
Questões:
01. Como você acha que foi a comunicação entre os narradores de Javé?
02. Faça uma análise do filme (meia lauda).
Em seguida fizemos a apresentação das frases que criamos em libras.
Seguindo com a aula, discutimos o que o trabalho significa para nós. Como sempre, foi muito
produtiva e enriquecedora a nossa troca de experiências.
Continuamos fazendo uma leitura da página 57, que fala sobre o trabalho manual e trabalho
intelectual. Como complementação, assistimos o vídeo sobre conceito de trabalho, que no inicio tinha
a intenção de torturar. Após, o vídeo “O sentido do trabalho”.
6
Considerações Finais Sobre as Aulas Presenciais
Os novos pontos de vista, e as novas formas de apresentar o conteúdo, como na palestra que a
Professora Maria Rita nos proporcionou, dão um animo a mais tanto na vida pessoal como
profissional, nos dão esperança e motivação.
A didática utilizada pela Professora Marli no dia vinte e dois outubro nos mostrou, além do
conteúdo a ser repassado, que as maneiras de abordagem e o empenho na realização do trabalho fazem
toda a diferença quanto à qualidade da educação, deixando-nos um grande exemplo.
Com certeza, a companhia de nossos colegas e amigos do Profuncionário irá causar saudades,
mas a “reciclagem” de nossos velhos pensamentos também nos fará muita falta.
7
Relatório da Prática Profissional Supervisionada
O presente relatório tem por objetivo descrever as atividades realizadas durante a Prática
Profissional Supervisionada, Módulo III – Homem, pensamento e cultura: abordagem filosófica e
antropológica, do Eixo Pedagógico do curso Profuncionário – Técnico em Secretaria Escolar,
solicitado pela professora, tutora Marli Lima da Silva, como requisito parcial para a obtenção de nota
do referido curso.
As práticas solicitadas totalizaram dezesseis horas, sendo oito realizadas no estabelecimento
de lotação, ou seja, na Escola Estadual Miguel Desanoski, no período em que atuo e oito horas em
outro estabelecimento, sendo escolhido o Colégio Estadual Dr. Afonso Alves de Camargo, em horário
diferenciado das atividades profissionais desenvolvidas.
As Práticas Profissionais Supervisionadas do Módulo III foram realizadas entre os dias onze
de outubro e nove de novembro do corrente ano, conforme descrito na Ficha de Registro da Prática
Profissional Supervisionada, seguindo calendário e cronograma dos módulos estabelecidos pela
Coordenação Executiva do Profuncionário em conjunto com a Secretaria de Estado da Educação –
SEED.
As atividades aqui referenciadas contemplaram entrevistas com colegas de trabalho,
entrevistas com alunos e comentários sobre tais entrevistas. Como segunda atividade, fomos
incumbidos de responder as questões sobre o filme “Narradores de Javé”.
Segue os relatórios das atividades desenvolvidas em cada dia de estágio separadas por dia e
estabelecimento.
8
Estágio11/10 /2011 – Escola Estadual Miguel Desanoski
Nesta tarde de estágio, entrevistei o colega com mais tempo de serviço na escola para
verificar as mudanças ocorridas durante o tempo o qual ele é funcionário da escola.
Entrevistei também, mais três pessoas de diferentes setores, tudo isto referente a tarefa que
nos foi dada na aula do dia oito de outubro.
Com o material recolhido, organizei-o e digitei.
9
Estágio 14/10/2011 – Escola Estadual Miguel Desanoski
A fim de terminar a tarefa do dia oito de outubro, fiz a pesquisa com a turma da oitava série
desta escola. Eles me fizeram muitas perguntas sobre o porquê desta pesquisa, quando contei que
passava os sábados estudando para melhor atende-los ficaram todos “cheios” e comovidos por se tratar
de um sábado. Gostaram, e pediram para que expusesse o gráfico das respostas no mural da escola.
Neste dia ainda, organizei suas respostas, digitei-as e fiz o gráfico.
Iniciei também o resumo do Módulo III.
10
Estágio18/10/2011 – Colégio Dr. Afonso Alves de Camargo
Nesta dia, fiz a pesquisa com a turma da oitava série do Colégio Estadual Dr. Afonso Alvez
de Camargo. Os alunos também, como na outra escola, se mostraram curiosos em saber o porquê
queria saber do que eles gostam. Prontamente expliquei a situação.
Organizei as respostas, digitei, fiz o gráfico.
Continuei então, o resumo do Módulo III.
11
Estágio 09/11/2011 - Colégio Dr. Afonso Alves de Camargo
Aproveitando que nesta escola tenho acesso à internet, pesquisei um pouco o filme
“Narradores de Javé” para melhor responder as questões propostas na aula do dia cinco de novembro,
as quais consegui terminar ainda neste dia de estágio.
Sobrando um pouco de tempo, continuei o resumo do Módulo III.
12
Considerações Finais da Prática Profissional Supervisionada
Nos estágios desse módulo tivemos a oportunidade de sabermos outros pontos de vistas
dentro dos estabelecimentos onde trabalhamos através de entrevistas realizadas com nossos colegas de
trabalho sobre a educação.
Muito interessante também, foi o relato com o funcionário com mais tempo de serviço no
estabelecimento, principalmente porque no meu caso o funcionário começou a trabalhar no ano em que
nasci, e a partir de seu relato pude perceber como foi difícil o inicio da escola em questão e como ela
conseguiu, com esforço mútuo, evoluir e tanto na estrutura quanto na questão ensino-aprendizagem,
apesar de que como constatado, ao que se apresentou, embora destine-se maiores esforços com relação
a educação social, ao que tudo indica regredimos em alguns pontos.
Gostei muito da oportunidade de trabalhar com as turmas e investigar suas preferências,
dando imensa vontade de fazer um trabalho para melhor orientá-los uma vez que foi identificada certa
carência no sentido de absorver o conhecimento da informação que lhes é oportunizada através dos
meios de comunicação.
13
Anexos – Atividades desenvolvidas
14
Palestra com a Profª Maria Rita
Para falar um pouco sobre História da Educação, foi convidada a professora Maria Rita, da
Unicentro – Irati. A partir de sua explanação, pode-se perceber que a história da educação não pode ser
estudada sem estar relacionada a um contexto. Em 1500, Portugal era uma potência e a relação
estado/igreja era una e a noção de mundo era gerenciada pela Igreja Católica. Nesta época Lutero
inicia sua reforma, rompendo dogmas políticos, econômicos e culturais. Como reação, a Igreja lança o
Concílio de Trento, e tem inicio a Inquisição, queima de livros e a volta das atividades da Companhia
de Jesus, que tem o objetivo de reafirmar os princípios do cristianismo e evangelizar as civilizações
recém descobertas. Desta forma, o inicio das atividades educacionais em nosso país tiveram seus
primeiros registros a partir da ação dos Jesuítas, que chegam ao Brasil em 1549 com a missão de
aportuguesar e catequizar, pois eram funcionários do estado português. Os índios tinham cultura
própria e para se enquadrarem nos moldes de Portugal e da Igreja Católica foram domesticados pelos
jesuítas, que também mantinham os colonos na linha. A educação formal não era a missão dos jesuítas
e sua catequese se divide em educar os europeus e seus descendentes que aqui se instalaram, pela
atividade de um Conselheiro responsável em orientar os senhores de engenho, educar de seus filhos e
confessor para as mulheres; com os índios começam a trabalhar primeiramente com as crianças,
através de atividades lúdicas como festas, música e colares e noções básicas do idioma português,
fazendo com que perdessem seus valores naturais e rompendo as relações familiares indígenas. Os
índios adultos são dominados através da exploração do medo e da visão do inferno. A catequese
indígena ocorreu agregando aldeias em missões, onde eram reproduzidos o modo de vida do mundo
cristão civilizado e os índios aprendiam técnicas de produção animal e vegetal, cujo comercio dos
produtos fomentava o enriquecimento da Companhia de Jesus.
A educação formal jesuítica no Brasil colonial, no período de 1549 – 1759, é restrita à elite e
começa pelo ensino secundário, onde se divide em Humanidades (com ênfase em Latim e Grego) e
Filosofia (com ênfase na leitura dos trabalhos de São Tomás de Aquino, Santo Agostinho, Cícero e
Sêneca). A metodologia de ensino adotada era a da repetição e decoreba. A emulação (no sentida de
competição) era através da argumentação (para formar um aluno crítico temos que aprender a ser
crítico). O ensino secundário dava também acesso a um curso superior na formação de padres.
Concomitante ao declínio de Portugal como potência econômica (pois acumulou capital ao
invés de investir em tecnologia e produção de bens industrializados) surge no resto da Europa o
Iluminismo, que abre as portas para as mudanças sociais e econômicas. D. José I nomeia como
primeiro ministro o Marquês de Pombal, um déspota esclarecido que percebe a situação de atraso de
Portugal e desenvolve uma reforma administrativa com o intuito de inserir Portugal no capitalismo
emergente. Reformula o Colégio dos Nobres e a Universidade de Coimbra. Expulsa os jesuítas, pois
15
percebe o imenso poder econômico da Companhia de Jesus. A formação de súditos que colaborem
com a construção de um Estado produtivo e competitivo é o que marca este momento histórico na
Europa. No Brasil, não havia necessidade de reforma, e desta forma o Marques de Pombal apenas
expulsa ou extermina os jesuítas e a educação formal passa a ser responsabilidade da ordem dos
Franciscanos e outras ordens religiosas que mantém basicamente a mesma metodologia e ideologia dos
soldados da Companhia de Jesus.
16
Entrevista com funcionário a mais tempo na Escola
01. Entrevista com o diretor, pedagogo, professor ou funcionários com mais tempo naquela
Escola quais as transformação nas áreas:
-Estrutura;
Em 1985 tinham apenas 7 salas de aula, uma biblioteca e 1 secretaria. Hoje, são 10 salas de
aula, uma de informática, uma secretaria, biblioteca, sala apoio sala da direção, sala da equipe
pedagógica. Havia duas canchas descobertas. Hoje 1 delas é coberta e temos ainda uma quadra de
areia. Onde hoje é o pavilhão coberto era uma área aberta. A cozinha foi mudada de lugar, ampliada e
feita em alvenaria. Não existiam os vestiários. Neste tempo também foi construída a Gruta.
-número de alunos;
Desde 1985 já funcionava nos três turnos, com mais ou menos 420 alunos.
-modalidade de ensino;
De 1985 até 2010 funcionava no estabelecimento somente o Ensino Fundamental. Neste ano
passou a oferecer EJA com Ensino Médio.
-número de funcionários;
Em 1985 havia somente um funcionário para secretaria, 3 para serviços gerais e mais ou
menos 23 professores. Um diretor e uma secretária que era professora.
-e outras.
O fato mais marcante que mudou durante estes anos é que os alunos eram bem mais
educados, e a maioria vinha do interior. Não existiam verbas provindas nem do Governo Estadual nem
do Governo Federal, os recursos eram arrecadados apenas com a APMF, através de bailes e festas etc.
No início era dada a oportunidade, a quem quisesse contribuir mensalmente com a escola.
17
Entrevista com educador
02. Entrevista com três profissionais de diferentes setores sobre o significado de seu trabalho
para educação.
Professor
Sem o trabalho do professor não há educação. Enquanto trabalhador da educação é no
professor que se concentra todas as atenções. Dele partem e nele terminam todo um processo que
envolve várias relações que são confundidas com a sua ação em sala de aula. O professor não forma
cidadãos, ele não doutrina ninguém. Pelo seu trabalho, busca-se estimular os alunos a construir uma
cidadania a partir da transformação da realidade. Se essa é uma meta do seu trabalho, as dificuldades
encontradas no processo impedem a realização. E diante disso, o “ser professor” passa a ser uma
incógnita e nosso trabalho um simples ato de ensinar-ensinar. O trabalho do professor está diretamente
relacionado com a concepção de educação. É essa relação que permite conceituar a ação docente, pois
as práticas do professor revelam a educação pensada para a formação do sujeito. Ou seja, é a educação
que dá significado ao nosso trabalho.
18
Entrevista com educador
02. Entrevista com três profissionais de diferentes setores sobre o significado de seu trabalho
para educação.
Agente Educacional II
Mesmo que não seja diretamente, assim como o do professor, meu trabalho é de grande
importância para a educação. Durante muito tempo os funcionários de escola eram tidos como meros
auxiliares, realizavam um serviço de apoio aos professores e à direção da escola, isso era facilmente
identificável na remuneração defasada. Hoje, tem-se uma nova visão, em que todos os segmentos da
escola são responsáveis pela educação, todos são educadores e responsáveis pelo objetivo maior da
escola que é de educar. Portanto, mesmo sem intenção estamos educando, pelas nossas atitudes, ao
expormos idéias, opiniões, sugestões referentes a questões da escola, ao participarmos de órgãos
colegiados como Conselho Escolar, APMF, pela forma como desempenhamos nosso trabalho, pela
nossa organização e responsabilidade. A educação acontece por meio das influências que as práticas
escolares têm sobre cada um de nós, fazendo com que as pessoas se transformem e eduquem umas às
outras.
19
Entrevista com educador
02. Entrevista com três profissionais de diferentes setores sobre o significado de seu trabalho
para educação.
Agente de Execução
Ingressei no funcionalismo publico em 2006 através de um concurso de nível médio para a
cargo de Agente de Execução, com a função de responsável pelo laboratório de ciências de colégios
estaduais. Esta função envolve as atividades de manutenção, organização, limpeza de materiais bem
como a interação com professores das disciplinas relacionadas, ou seja, química, física e biologia, na
elaboração de aulas práticas e experimentos, bem como auxiliar do docente durante a execução da
aula. Desta forma, considero o objetivo de meu trabalho como funcionário de escola pública altamente
relacionado à educação.
20
Entrevistas com a 8ª série da E E Miguel Desanoski
03. Entrevistas com uma turma sobre seu momento de lazer em se tratando de cultura:
- O que gostam de assistir?
- O que aquele programa lhe proporciona ou lhe ajuda?
- Após faça um gráfico das respostas e um comentário pessoal sobre este assunto.
PerguntasO que você gosta de assistir? O que este programa lhe proporciona ou lhe ajuda?
Alunos
Aluno 1 Pânico na TV Diversão e alegria
Aluno 2 Pânico na TV Alegria, diversão e as paniquetes
Aluno 3 Pânico na TV Diversão
Aluno 4 Pânico na TV Diversão
Aluno 5 Pânico na TV Alegria
Aluno 6 Pânico na TV Risos e alegria
Aluno 7 Pânico na TV Diversão
Aluno 8 Pânico na TV Diversão
Aluno 9 Chaves Diversão
Aluno 10 Chaves Traz diversão
Aluno 11 Chaves É divertido
Aluno 12 Chaves Traz divertimento
Aluno 13 Todo mundo odeia o Cris Diversão e que não se deve chingar as pessoas pelas diferenças
Aluno 14 Todo mundo odeia o Cris Diversão, porque ele é o único negro do colégio e é muito educado
Aluno 15 Todo mundo odeia o Cris Diversão
Aluno 16 Todo mundo odeia o Cris A não ser racista
Aluno 17 O Melhor do Brasil Diversão
Aluno 18 O Melhor do Brasil Animação
Aluno 19 O Melhor do Brasil Diversão
Aluno 20 Novela Rebelde Entretenimento
Aluno 21 Novela Rebelde Entretenimento
Aluno 22 Novela Rebelde Diversão
Aluno 23 Filmes Ajuda a descobrir o que eu não sei coisas novas
Aluno 24 Filmes Ajuda a descobrir coisas novas e educativas
Aluno 25 Jornal Traz informações sobre o mundo
Aluno 26 Jornal Traz noticias sobre esporte e sobre o mundo
Aluno 27 Pica-Pau Diversão
Aluno 28 Pica-Pau Diversão
Aluno 29 Quase Anjos Amizade, amor, e um mundo diferente
21
Aluno 30 CSI Fala sobre investigações criminais
Gráfico das preferências da 8ª série da E E Miguel Desanoski
27%
13%
13%
10%
10%
7%
7%
7%
3%3%
E E Miguel Desanoski
Pânico na TVChavesTodo mundo odeia o CrisO Melhor do BrasilNovela RebeldeFilmesJornalPica PauQuase AnjosCSI
Infelizmente as respostas da segunda pergunta mostram claramente que o único intuito de
assistir TV é o entretenimento e a diversão, em raros caos se levando em consideração se os programas
são positivos ou negativos para sua formação. E, mesmo que os programas preferidos ofereçam algum
tipo de pensamento crítico, esses pontos positivos não conseguem ser absorvidos por nossas crianças.
Em uma comparação com o gráfico e as respostas, na minha opinião, apenas 3% dos
entrevistados selecionam seus programas de acordo com o que pode lhe acrescentar enquanto cidadão.
22
Entrevistas com a 8ª série do C E Dr. Afonso Alves de Camargo
03. Entrevistas com uma turma sobre seu momento de lazer em se tratando de cultura:
- O que gostam de assistir?
- O que aquele programa lhe proporciona ou lhe ajuda?
- Após faça um gráfico das respostas e um comentário pessoal sobre este assunto.
PerguntasO que você gosta de assistir? O que este programa lhe proporciona ou lhe ajuda?
Alunos
Aluno 1 Novelas Alegrias, lazer, suspense
Aluno 2 Novelas Risos, alguns ensinamentos para vida
Aluno 3 Novelas Alegrias e visão sobre o mundo de hoje
Aluno 4 Novelas Suspense
Aluno 5 Filmes Diversão e conhecimento de várias coisas
Aluno 6 Filmes Traz alegria e entretenimento
Aluno 7 Filmes Legal divertido
Aluno 8 Jornais esportivos Informações
Aluno 9 Jornais esportivos Informações
Aluno 10Jornais esportivos (Jogo
Aberto)Informação sobre times e jogadores
Aluno 11 Futebol Alegria, entretenimento
Aluno 12 Futebol Alegria, diversão, informação sobre futebol
Aluno 13 Pânico na TV Diversão e entretenimento
Aluno 14 Pânico Coisas engraçadas, humor
Aluno 15 Chaves Alegria emoção
Aluno 16 Chaves Alegrias, tristezas, conhecimentos
Aluno 17 Clips de música Depende alguns alegrias outros tristeza, alguns são educativos
Aluno 18 Hoje em dia Aprender pratos novos
23
Gráfico das preferências da 8ª série do C E Dr. Afonso Alves de Camargo
22%
17%
17%
11%
11%
11%
6%
6%
C E Dr. Afonso Alves de Camargo
NovelasFilmesJornais EsportivosFutebolPânico na TVChavesClips de MusicasHoje em dia
Nos alunos residentes na cidade percebe-se, por seus depoimentos, que estes já procuram a
programação a ser assistida com um objetivo. Mas, apesar de números diferentes, a programação
preferida de ambas as escolas é a mesma, deixando bem delineado o gosto dos adolescentes.
24
Questões sobre o filme “Narradores de Javé”
01. Como você acha que foi a comunicação entre os narradores de Javé?
Como o filme é uma narrativa, acontece primeiramente a comunicação através da oralidade.
Após, contando a história do carteiro que escrevia para manter seu emprego, aparece então a
comunicação escrita, bem como no fato de que esta mesma pessoa passará a escrever um livro sobre os
acontecimentos da cidade.
Já no fim do filme, quando os construtores gravam cenas de moradores indignados com a
construção da barragem, aparece então a comunicação audiovisual, com os pequenos filmes feitos.
02. Faça uma análise do filme (meia lauda).
O filme “Narradores de Javé” mostra sobre tudo, a importância da comunicação, em suas
várias formas, na construção da história de um povo, e da sociedade em geral, fato este, que como
estudamos no curso Profuncionário, foi o que impulsionou a decisão da necessidade da construção da
educação enquanto escola, identificando a precisão do repasse da cultura, dos conhecimentos já
adquiridos, sociais e científicos por uma civilização.
Deixa claro também, que se faz fundamental a absorção dos conhecimentos oferecidos através
da comunicação, informação, cultura para que possamos de certa forma “sobreviver” e meio a um
mundo com muitas transformações, garantindo nossos direitos e sabendo cumprir nossos deveres para
que tenhamos uma convivência melhor com todo o meio, com capacidade de adaptar-nos as nossas
novas possíveis realidades.
25
Resumo do Módulo III
HOMEM, PENSAMENTO E CULTURA: ABORDAGEM FILOSÓFICA E
ANTROPOLÓGICA
Neste livro, o autor convida o leitor a se perguntar sobre o homem (i.e: os gêneros humanos,
feminino e masculino) o pensamento e a cultura com o intuito de despertar o significado sociocultural
do existir humano, e induzir o (re) pensar sobre a vida e profissão nos alunos deste curso.
Unidade 1: Devir humano
Neste capitulo, o tornar-se humano e profissional como construção sociocultural é introduzido
pela analise inicial do conceito de devi, que é a mudança, a transformação de estado considerado em si
mesmo. Pode-se dizer que esta é uma característica fundamentalmente humana.
A seguir são introduzidos e analisados os conceitos que se seguem:
1- A natureza no humano: o que há de natural no humano é a transformação, a mudança, o
tornar-se diferente do que já foi. Cada um de nós muda ao longo da vida, a espécie humana muda ao
longo da história e o conceito de humano também é mutável, bem como o pensamento. No devir
humano a natureza se faz na humanidade e em cada um de nós.
2- O humano na natureza: cultura e práticas culturais. O que significa cultura? Um conceito
apresentado é o de que a cultura é a presença do humano na natureza, isto é, as transformações que
homens e mulheres produzem na natureza e em si mesmos ao construírem o mundo humano. Através
da cultura o ser humano se diferencia de outros seres e os grupos humanos se diferenciam entre si.
Pensamento: Cultura é uma coleção de ferramentas, que adquirimos nas relações
socioambientais e que nos capacitam a interpretar o que vemos e sentimos. É através da cultura que
transformamos, de forma única, o pensamento em verbo e o verbo em ação.
3- Cultura e culturas: Etnocentrismo: o eu, ou meu povo, no centro de tudo. A única resposta
correta é a minha e o diferente não é considerado. Posturas adotadas pelos déspotas, pelos
preconceituosos e imperialistas. Diversidade cultural: diz respeito às diversas culturas específicas de
grupos sociais determinados que se diferencie na construção da humanidade.
4- O humano no humano: cultura e educação. As culturas se transformam através das praticas
26
socioculturais. Endoculturação: processo pelo qual o ser humano entra em uma cultura e aprendem a
ser e a viver.
5- Escola, cultura e cidadania: A escola é uma instituição educativa que tem a finalidade de
transmitir às novas gerações os elementos culturais específicos necessários à participação na vida sócio
cultural, conforme a divisão de trabalho, do poder e do saber. É um espaço onde o ser humano produz,
transmite e cria cultura, com o intuito de formar cidadãos críticos e politicamente atuantes.
Unidade 2: Linguagem, práticas culturais e educação.
Nesta unidade, se entende que a linguagem é uma prática que faz parte da vida do ser humano
em sociedade.
É através dos símbolos que o homem dá significado ao seu mundo, às coisas que estão ao seu
redor e ao seu pensamento. É também através da linguagem que a cultura vai passando de geração em
geração.
Símbolos e signos são, portanto, representações utilizadas pelo homem para organizar seu
pensamento, definir valores para as coisas, pessoas, expressar suas idéias, enfim, comunicar-se.
Isso não significa dizer que tudo o que é falado seja compreendido pelo outro. Daí a
importância de tornar a comunicação acessível. Eu não falo ou escrevo para mim, mas para o outro
entender o que penso e a linguagem pode favorecer este entendimento ou torná-lo obscuro e de difícil
acesso.
Existem varias formas de se comunicar: a fala, a escrita, a linguagem de sinais, os desenhos,
os sinais de transito, a comunicação digital, mas para que realmente aconteça a comunicação, é preciso
um compartilhamento de uma mesma linguagem. Através do dialogo compartilhamos uma linguagem,
porém isso não quer dizer que se deva aceitar ou concordar toda a informação recebida, mas sim filtrá-
la através das ferramentas oferecidas pelas praticas culturais adquiridas através da educação.
Unidade 3: Trabalho: práticas culturais e educação.
Conceito de trabalho: Origem da palavra: tripalium – do latim, instrumento agrícola formado
por três paus pontiagudos, usados para bater cereal. Prática de transformação da natureza seja pela
força física ou com o intelecto. Seu significado etimológico está relacionado à dor e sofrimento, que é
a forma como a civilização ocidental começou a pensá-lo. Os antigos gregos relacionavam trabalho à
escravidão. Os romanos ao castigo. A vida ideal era a contemplativa e a busca da espiritualidade seu
maior objetivo. A partir do Renascimento na Europa, o trabalho é visto como forma de criação e
transformação da natureza. Para o autor, trabalho é a palavra que significa a atividade humana, ou sua
pratica cultural, que transforma a realidade e passa a construir o mundo, seja de forma material ou
simbólica.
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Unidade 4: Valores, práticas culturais e educação.
Conceito de valor: Dar valor é dar importância ou não as coisas, as ações ou acontecimentos,
ou seja, é o mesmo que valorar ou atribuir valor a alguma coisa, pessoa, idéia, ou ação. Desta forma,
quando valoramos não ficamos neutros, os valores resultam de juízos que são elaborados conforme a
relação que estabelecem com o mundo.
Valoração estética: Diz respeito à afetividade e sensibilidade, à percepção e ao sentimento
das pessoas em relação às coisas, pessoas, idéias. São formas pelas quais o homem se expressa: fala,
escrita, gestos, desenho, mímica, artesanato... o homem transforma sentimentos em signos para dizer
aos outros como se sente e como sente as coisas, as pessoas, os acontecimentos e a vida social. É de
acordo com os valores estéticos, orientados pela cultura, que damos nosso parecer sobre os
antagonismos da vida neste mundo.
Valoração ética: O ser humano é educado nas relações sociais. Para manter essas relações é
necessária a compreensão da expectativa do outro. Os padrões de comportamento social seguem regras
formalizadas pela Moral. Quando o individuo possui a liberdade de participar da construção da regra
(como exemplo o PPP) tem-se autonomia para realizá-las e alterá-las (as regras).
Valoração política: É a visão sobre o ser humano identificada como cidadão, como indivíduo
que compartilha um território e vive nele de forma organizada sob leis e regras que o protege e garante
direitos sociais, independentemente da diversidade dos valores culturais adotados. Como cidadãos
temos direitos garantidos por lei, porém temos a responsabilidade de preservar o patrimônio público.
Na escola somos co-responsáveis, pois compartilhamos ideais de políticas educacionais elaboradas
para atender todos os educandos sem qualquer distinção ou exclusão. Desta forma, a valorização das
políticas públicas em geral, se dão com a participação, cidadania e igualdade de direitos.
Unidade 5:
O ser humano recebe influencia de diversos valores: econômicos, éticos, estéticos e políticos,
estando diretamente ligados e presentes na escola, que tem com principal função a formação de
cidadãos. Porem, muitas vezes, exite uma cultura que acaba direcionando a escola valorada como
mercadoria (baseada apenas em índices e tratando os educadores como prestadores de serviço barato).
A significação e valoração é um projeto de vida social que se espera alcançar. Para isso se
fazem escolhas, tomam-se decisões com base em valores que julgamos relevantes.
A LDB enfatiza a valorização do trabalho e da cidadania de maneira articulada na escola. As
competências exigidas são técnicas, cognitivas, reflexivas e inventivas, dentro de um pensamento de
sociedade contemporânea e global.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SILVA, Maria Abádia da. Educadores e educandos: tempos históricos. Brasília: Universidade
de Brasília, Centro de Educação a Distância, 2005. 106p.
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