Métodos de Modelagem Numéricadca.ufcg.edu.br/mna/MNA_modulo_02.pdf · 2019. 10. 9. ·...

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Universidade Federal de Campina Grande

Centro de Tecnologia e Recursos Naturais

Unidade Acadêmica de Ciências Atmosféricas

Graduação e Pós-Graduação em Meteorologia

Disciplina:

Métodos de Modelagem Numérica

Enilson Palmeira Cavalcanti

enilson.cavalcanti@ufcg.edu.br

Tipos de modelos

Modelo de ponto de grade

Modelo espectral

Modelo de elementos finitos

Modelos de ponto de grade e espectral e elementos finitos são baseados

nas mesmas equações primitivas. Entretanto, cada tipo formula e resolve

as equações de forma diferente.

Diferentes fontes de erro são associados a cada tipo de modelo.

Modelo de ponto de grade

Representa os dados de forma discreta em pontos fixos de uma

grade ou malha.

Modelo de ponto de grade

Estrutura de GRADES ou Malhas segundo ARAKAWA e LAMB (1977)

– u e v são as componentes do vento e h uma variável termodinâmica

qualquer.

Modelo de ponto de grade

Características

1) Os dados são representados em pontos de grade.

2) Resolução é função do espaçamento da grade.

3) Todos os cálculos são efetuados para os pontos de grade por

diferenças finitas.

4) Diferenças finitas induz erros de truncamento.

5) O erro de truncamento é função do espaçamento da grade e

do time-step.

Modelo de ponto de grade

Diferenças finitas

( , , )i j nf f x y tConsidere a variável: ,

t

x yf

, ,

t t

x x x y x yf f f (Para frente)

,

t

x x yf ,

t

x yf

, ,

t t

x x y x x yf f f ,

t

x x yf ,

t

x yf

(Para trás)

1 1, ,2 2

t t

x x x y x x yf f f

1 ,2

t

x x yf

1 ,

2

t

x x yf

(Centrada)

, ,

t t

x x x y x x yf f f

,

t

x yf

,

t

x x yf ,

t

x x yf

(Centrada)

,

t

x yf

x

x

x

2 x

Modelo de ponto de grade

Diferenças finitas

xf2 ( )x xf f 3 2( ) [ ( )]x x xf f f

1 1 2( ) [ ( )]k k k k

x x xf f f

...

...

...

Avaliação de derivadas em x

, ,

t t

x x y x yxf fff

x x x

, ,

t t

x y x x yxf fff

x x x

, ,

2

t t

x x y x x yxf fff

x x x

1 1, ,2 2

t t

x x y x x yx

f fff

x x x

Modelo de ponto de grade

Diferenças finitas em y

, ,

t t

y x y y x yf f ff

y y y

, ,

t t

y x y x y yf f ff

y y y

, ,

2

t t

y x y y x y yf f ff

y y y

1 1, ,2 2

t t

x y y x y yyf fff

y y y

, ,

t t t

x y x ytf fff

t t t

, ,

t t t

x y x ytf fff

t t t

, ,

2

t t t t

x y x ytf fff

t t t

1 12 2

, ,

t t t t

x y x ytf fff

t t t

Diferenças finitas em t

Modelo de ponto de grade

Análise do erro

2 32 3

, , 2 3

1 1 1( ) ( ) ... ( )

2! 3! !

nt t n

x x y x y n

f f f ff f x x x x

x x x n x

, ,

t t

x x y x yf ff

x x

22

2

1( )

2!

fErro x

x

2 32 3

, , 2 3

1 1 1( ) ( ) ... ( )

2! 3! !

nt t n

x x y x y n

f f f ff f x x x x

x x x n x

22

2

1( )

2!

fErro x

x

, ,

t t

x y x x yf ff

x x

Utilizando diferença finita para frete ou para trás observa-se o mesmo erro.

Modelo de ponto de grade

Análise do erro (centrada)

2 32 3

, , 2 3

1 1 1( ) ( ) ... ( )

2! 3! !

nt t n

x x y x y n

f f f ff f x x x x

x x x n x

2 32 3

, , 2 3

1 1 1( ) ( ) ... ( )

2! 3! !

nt t n

x x y x y n

f f f ff f x x x x

x x x n x

33

3

2( )

3!

fErro x

x

, ,

2

t t

x x y x x yf ff

x x

Subtraindo a segunda da primeira equação, tem-se:

3 ( 1)3 ( 1)

, , 3

2 12 ( ) ... ( )

3! ( 1)!

nt t n

x x y x x y n

f f ff f x x x

x x n x

Modelo de ponto de grade

Ex. Cálculo da advecção de temperatura

. T

T TA V T u v

x y

r

, , , ,

, ,2 2

t t t t

x x y x x y x y y x y yt t

T x y x y

T T T TA u v

x y

Portanto, utilizando diferença finita centrada, tem-se

1, 1, , 1 , 1

, ,2 2

n n n n

i j i j i j i jn n

T i j i j

T T T TA u v

x y

Modelo espectral

Usa funções contínuas em forma de ondas, os dados são representados

através de harmônicos de Fourier. No modelo espectral a variação espacial da variável meteorológica é

representada por um número finito de harmônicos com diferentes

comprimentos de onda.

Na integração numérica os componentes lineares são obtidos pelo método

espectral. No entanto, tem-se processos físicos, advecção vertical e alguns

termos dinâmicos obtidos em ponto de grade por diferenças finitas. Neste

sentido, o modelo espectral é na verdade uma combinação de técnicas

espectrais e de ponto de grade.

Modelo espectral

Na integração numérica os componentes lineares são obtidos pelo método

espectral. No entanto, tem-se processos físicos, advecção vertical e alguns

termos dinâmicos que são obtidos em ponto de grade por diferenças

finitas. Neste sentido, o modelo espectral é na verdade uma combinação

de técnicas espectrais e de ponto de grade.

Modelo espectral

Características

1) Os dados são representados por funções tipo onda (harmônicos).

2) A resolução é função do número de onda (harmônico) usado no

modelo.

3) A resolução do modelo é limitada pelo máximo número de ondas.

4) Os termos lineares das equações podem ser calculadas sem

introduzir erro computacional.

5) É usado grade para calcular termos não lineares e outros

processos físicos.

6) Ocorrem transformações entre espectral e ponto de grade.

7) As equações podem ser integradas com grande “time step” e por

longo período.

8) Originalmente projetado para domínio global.

Modelo espectral

Formulação dos harmônicos de Fourier

fangularfase

fangularfrequênciaw

frequênciaf

amplitudeA

períodop

média

fase

2

2

p

1

,...,T,,) p/ t(wtAμX(t)

θ)πf(tAμX(t)

321cos

2cos

Modelo espectral

βsenwtwtα)senwt senwt A()(wtA coscoscoscos

,...,T,,/ tβsenwt pwtαμX(t) 321cos

cos ,

cos

cos 222222

senarctag

sentag

A)sen(Aβα

Asen

cos

Generalizando para N=T/2

Nj

j

jjjj

N

j

jjj

tsenwtwtX

,...,T,, p/ t)t(wAμX(t)

1

1

T1,2,3,...,p/ t )cos()(

321cos

Modelo espectral

Os coeficientes são obtidos por:

j

T

t

j NjtwtXT 1

1,...,3,2,1p/ cos)(2

T

t

j NjtwtXT 1

p/ cos)(1

j

T

t

j NjtsenwtXT 1

1,...,3,2,1p/ )(2

T

t

j NjtsenwtXT 1

,0p/ 0 )(1

Modelo espectral

NjT

jw j ,...,3,2,1p/

2

2

,1 1T

wj

2

,T

NwNj N

Onda mais lenta

Onda mais rápida

(frequência Nyquist)

Coordenada Vertical

Tipos de Coordenadas

Cartesiana ( , , , )f f x y z t

Isobárica ( , , , )f f x y p t

Isentrópica ( , , , )f f x y t

Sigma ( , , , )f f x y t

Coordenada Vertical

Tipos de Coordenadas

(a) (b)

(c) (d)

Esquema ilustrando as coordenadas: a) cartesiana, b) isobárica, c)

isentrópica e d) sigma, como vistas em um sistema de coordenas

cartesianas.

Coordenada Vertical

Coordenadas sigma - exemplo

s

p

p

( )

( )

s

T s

p p

p p

( )

( )

T s

T s

z z z

z z

( )

( )

T

s T

Sup.

Topo

Sup.

Topo

1

0 1

0

1

0

0

zT

Coordenada Vertical

Coordenadas ETA

A coordenada ETA foi criada em 1980 para reduzir o erro no cálculo da força

do gradiente de pressão em modelos que usam coordenadas sigma.

[ ( ) ]/[ ( 0) ]r s T r Tp z p p z p Em que, pT é a pressão no topo do modelo; pr(z=0) é a pressão ao nível

médio do mar 1013 hPa e pr(zs) é a pressão atmosférica para o nível zs.

Coordenada Vertical

Híbrido – (sigma x isentrópico)

isentrópico

sigma

híbrido

Coordenada Vertical

Equações em coordenadas sigma?

Resolução horizontal

Ponto de grade Espectral

A resolução horizontal do

modelo é definida em termos

do espaçamento da grade

(Ex.: 100 km, 10 km).

A resolução horizontal do

modelo é definida em termos

do número de ondas (Ex.: T80,

T60, T120).

O que é alta ou baixa resolução?

Resolução horizontal

0 60 120 180 240 300 360

Maior Onda Menor Onda

0 1,5 3 4,5 6 7,5

TN Resolução

N360 ondaMenor

N onda de Número

360 ondaMaior

o

o

oo 4,580360 ondaMenor

T80 Modelo

:Exemplo

Resolução horizontal

Equivalência com ponto de grade

x

x 3

3

1x

3N

360Δ

o

x

kmx oo

10095,0126 x 3

360

T126 Modelo :Exemplo

Resolução Vertical

Em modelos a atmosfera é

dividida em várias camadas.

Os primeiros modelos tinham

entre 5 e 7 camadas,

atualmente os modelos usam

de 30 a 70 camadas na

vertical.

Todo modelo usa uma

estrutura discreta na vertical.

Dada a importância e escala dos processos na Camada Limite Planetária –

CLP os modelos apresentam maior densidade de camadas nos níveis

baixos. Em altitudes mais elevadas estas camadas tornam-se mais

afastadas umas das outras.

Resolução Vertical

A resolução vertical de um modelo deve ser

suficientemente capaz de:

1) incorporar os efeitos de aquecimento e resfriamento

diurno;

2) Incorporar efeitos locais das característica espaciais

da superfície (solo, vegetação, umidade, etc.);

3) Resolver o escoamento e o cisalhamento na CLP;

4) Capturar regimes ageostróficos, como Corrente de

Jato na alta troposfera;

5) Detectar interações entre a estratosfera e troposfera

incluindo múltiplos jatos em altos níveis.

Resolução X Recursos computacionais

Lembrar Critério C.F.L.

Aumento da resolução

(horizontal e vertical)

Aumento do

processamento

+ pontos de grade

+ física e dinâmica

+ tempo de integração

1

x

tc

Condições de contorno

C.C. Lateral

C.C. Topo

C.C. Superfície

Objetiva minimizar a reflexão de informações indesejáveis para dentro do

domínio do modelo. Entretanto, deve-se permitir a entrada de informações de

larga escala.

Condições de contorno lateral

A condição de contorno lateral, ou de fronteira lateral, tem por princípio permitir que

ondas de gravidade e outros fenômenos advectados tenham passagem livre pela

fronteira e, assim, não consentir reflexão para o interior da área de domínio.

Manter na fronteira um gradiente nulo

( 1) ( ) 0n nx

1) Gradiente

2) Radiativo

Supõe-se que estas ondas se movem como a propagação de uma onda linear,

formulada matematicamente por:

( )u t c u x

Condições de contorno lateral

Alguns métodos utilizados se diferenciam, basicamente, pela forma da obtenção de c.

# Orlanski (1976) propõe o cálculo pela expressão abaixo. É calculada no passo de

tempo anterior e no primeiro ponto interior à fronteira.

# Klemp & Lilly (1978) sugerem que se aplique o valor da média vertical segundo

Orlanski, para toda a coluna do domínio.

# Klemp & Wilhelmson (1978) sugerem o uso de um valor típico para a velocidade de

fase da onda de gravidade (10 - 30 m/s). Na prática, qualquer método aplicado como

condição lateral não evita totalmente a reflexão, mas é altamente relevante que a

reflexão seja mínima.

( ) /( )c u t u x

3) Esponja

0( )t u x r

Em que é o coeficiente de relaxação, é o valor desejado de para

o contorno.

0r 0

Condições de contorno lateral

4) Cíclica

O valor da variável dependente para uma borda do domínio do modelo assume de

forma idêntica o mesmo valor da borda oposta.

0( ) ( )Dx x

Em resumo, pode-se observar:

1) É interessante remover o contorno

lateral dando importância a área de

interesse.

2) Que as informações de larga escala

possam influenciar através das bordas.

3) A condição Radiativa possibilita uma

expansão da área útil do modelo.

Área útil

Condições de contorno no topo

O topo do modelo deve ser suficiente para possibilitar a retirada de um camada

deixando apenas uma altura útil (a exemplo do contorno lateral).

Neste contexto é proposto que o topo do modelo alcance, a depender do interesse,

uma das seguintes condições: 1) a base da Estratosfera; 2) a altura da Tropopausa e

3) a altura de uma camada estável.

Parede Rígida

ou

Esponja

Condições de contorno à superfície

# Único contorno que tem significado físico.

# Diferentes gradientes de variáveis dependentes geram circulações de mesoescala.

# Topografia, solo nu, solo vegetado, corpo d’água, etc. geram circulações.

# Mudanças provocadas pelo homem ou animais podem acarretar substanciais

mudanças.

Devido a importância das Condições de Contorno à Superfície, estas devem ser bem representadas num modelo numérico da atmosfera.

Obs.: É comum tratar Terra e Água separadamente

Corpos d’água ( lagos, mares e oceanos)

# Faz-se necessário permitir interações dinâmicas e termodinâmicas entre o ar e a

água (ondas, correstes oceânicas, gradientes de temperatura e salinidade, variações

diurnas no gradiente vertical de temperatura e salinidade, evaporação potencial,

balanço de energia, etc.)

Condições de contorno à superfície

Desafio – acoplamento de Modelos Oceânicos.

Condições de contorno à superfície

# Tipo, balanço hídrico (evaporação real), balanço

de energia.

Solo vegetado

# Tipo de solo, tipo de vegetação, balanço hídrico

(evapotranspiração real) - balanço de energia.

Solo nu Modelo Solo- Vegetação

Refletividade

Fim do Módulo 2

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