Mudanças climáticas e eventos extremos ligados a...

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Mudanças climáticas e Mudanças climáticas e eventos extremos ligados

a recursos hídricos

JOAQUIM GONDIMSUPERINTENDENTE DE USOS MÚLTIPLOS

Brasília, 4 de agosto de 2009

AS INUNDAÇÕES E AS SECAS TÊM CADA VEZ MAIS CHAMADO A ATENÇÃO DA SOCIEDADE, UMA VEZ QUE

CAUSAM IMPACTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS IMPORTANTES

OCORRÊNCIA DE EVENTOS EXTREMOS NO ANO DE 2009:

� Região Amazônica ⇒⇒⇒⇒ enfrentou uma cheia que superou, emalgumas localidades, os máximos históricos registrados.algumas localidades, os máximos históricos registrados.

� Região Nordeste ⇒⇒⇒⇒ registrou grandes enchentes, principalmentenos Estados do Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte.

� Região Sul ⇒⇒⇒⇒ enfrentou uma severa seca, prejudicando aprodução agrícola, o abastecimento de água à população e, atémesmo, a geração de energia nas hidrelétricas da região, emparticular os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

OS RECURSOS HÍDRICOS TAMBÉM SE VÊEM AFETADOS POR OUTROS FATORES DE PRESSÃO:

Divulgação dos impactos das mudanças doclima tem levado, precipitadamente, àconclusão de que a origem e/ou intensificaçãodesses eventos estão unicamente relacionadasa esse fenômeno.

AFETADOS POR OUTROS FATORES DE PRESSÃO:

� o aumento da demanda urbana, agrícola ehidrelétrica;

� a intensificação de certos processos dedeterioração da qualidade da água; e

� o incremento da intervenção humana.

BRASIL

12% dos recursos hídricos superficiais do

Planeta

Disponibilidade de Água no Mundo

AGRESTE DE PERNAMBUCO 819 m³/hab/ano

Brasil33.000 m3/hab/ano

PERNAMBUCO1.320 m³/hab/ano

NORMAIS CLIMATOLÓGICAS

A BACIA HIDROGRÁFICA COMO UNIDADE DE PLANEJAMENTO

OCUPAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA

O DESMATAMENTO DAS BACIAS

OCUPAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA

A MUDANÇA DE USO DOS SOLOS RURAIS

OCUPAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA

A EXPANSÃO DAS ÁREAS URBANAS

Alteração da cobertura vegetalAumento da superfície impermeabilizada

Redução da infiltração no soloAumento do escoamento superficial

Aumento das vazões máximasRedução do escoamento sub-superficial e subterrâneo

Redução da evapotranspiraçãoAumento da temperatura, gerando ilhas de calor

O coeficiente de escoamento de uma área impermeável tem uma pequena perda para superfície devido as reentrâncias

e mesmo evaporação de superfícies quentes

C = 0,95

O coeficiente de escoamento de uma área permeável é baixo. Este valor varia com o

tipo de solo.

0,05 < C < 0,15

Uma propriedade que possui uma superfície totalmente impermeável transfere para a rede pública de drenagem um

volume de escoamento, que é de

0,95 / 0,15 = 6,33 a 0,95 / 0,05 = 19 vezes

superior que uma área equivalente totalmente permeável.

Fonte: Prof. Tucci

OCUPAÇÃO DA PLANÍCIE DE INUNDAÇÃO

INUNDAÇÕES

DESLIZAMENTO DE TERRA

ILHA DE CALOR NA CIDADE DE SÃO PAULO

SAZONALIDADE DAS VAZÕES DE UM RIO

Vazões

Meses

período seco

período úmido

VARIABILIDADE INTERANUAL

AÇUDE ORÓS

RESERVATÓRIO DE SOBRADINHO

Rio São Francisco em Juazeiro

Rio São Francisco

Três Marias Sobradinho

S é r i e d e V a z õ e s - S o b r a d i n h o

BACIA DO RIO SÃO FRANCISCO

ESTACIONARIEDADE

-

1 . 0 0 0

2 . 0 0 0

3 . 0 0 0

4 . 0 0 0

5 . 0 0 0

6 . 0 0 0

1 9 3 0 1 9 4 0 1 9 5 0 1 9 6 0 1 9 7 0 1 9 8 0 1 9 9 0 2 0 0 0

(m3/s)

V a z ã o (m 3 / s ) M é d i a = 2 6 9 8 m 3 / s

Sistema Hidrotérmico de grande porte

Aproveita a diversidade hidrológica em função da

SISTEMA ELÉTRICO BRASILEIRO

hidrológica em função da operação coordenada dos

reservatórios

Grande dependência de onde, quando e quanto chove

Rio Paraná em ItaipuVazões Naturais Médias Anuais

BACIA DO RIO PARANÁ

ESTACIONARIEDADE

Vazões Naturais Médias Anuais

-

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000

(m3/s)

� Alterações no uso do solo como desmatamento, e uso de diferentespráticas agrícolas;

� Construção de reservatórios de diferentes portes a montante nabacia, aumentando a evaporação na bacia;

Séries hidrológicas não-estacionárias

bacia, aumentando a evaporação na bacia;

� Inconsistência nos dados hidrológicos ao longo de muitos anos demedida e/ou alteração no leito do rio na seção de medição;

� Retirada de água para usos consuntivos (irrigação principalmente);

� Mudança climática.

O CICLO HIDROLÓGICO ESTÁ DIRETAMENTE VINCULADO ÀS MUDANÇAS DE TEMPERATURA DA

ATMOSFERA E AO BALANÇO DE RADIAÇÃO

Aquecimento da atmosfera ⇒⇒⇒⇒ mudançasnos padrões da precipitação (aumento daintensidade e da variabilidade daprecipitação) ⇒⇒⇒⇒ alterações naprecipitação) ⇒⇒⇒⇒ alterações nadisponibilidade e distribuição temporalda vazão nos rios.

Em resumo: os eventos hidrológicos críticos, secas e enchentes, poderão tornar-se mais

freqüentes.

• Maior variância maior resiliencia dainfra-estrutura hídrica (reservatórios,canais, estações de bombeamento,etc.)Sistemas complexos e mais onerosos;

IMPLICAÇÕES DA VARIABILIDADE E MUDANÇA CLIMÁTICA NOS RECURSOS HÍDRICOS

Sistemas complexos e mais onerosos;

• Sistemas de abastecimento de água depequenas comunidades e regiõesmetropolitanas atuando no limite dacapacidade;

• Geração hidrelétrica e navegação

impactada em caso de redução da chuva

anual;

IMPLICAÇÕES DA VARIABILIDADE E MUDANÇA CLIMÁTICA NOS RECURSOS HÍDRICOS

anual;

• Produção de alimentos à partir da

irrigação comprometida.

INUNDAÇÕES

AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS TÊM O POTENCIAL DE TRAZER CICLOS

DESTRUTIVOS MAIS DEVASTADORES DO QUE AQUELES OCORRIDOS ATÉ AQUI.

AUMENTO DO RISCO DE DESLIZAMENTO DE TERRA

GERENCIANDO O PROBLEMA NO ÂMBITO BRASILEIRO

O Brasil dispõe de instrumentos jurídico-legais, técnicos e

institucionais para a gestão de recursos hídricos

PLANEJAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS

Longo prazo

Médio prazo

Curto prazo

Médio prazo

Prevenção de Eventos Extremos

O fenômeno do aquecimento global é de longo prazo.

USOS MÚLTIPLOS NAVEGAÇÃO

HIDROELETRICIDADEABASTECIMENTO

HUMANO

CONTROLE DE CHEIAIRRIGAÇÃO

ABASTECIMENTO INDUSTRIAL

RECREAÇÃO E TURISMO PESCA E AQUICULTURA

DISPONIBILIDADEDEMANDAS

POLUIÇÃO

DISPONIBILIDADE DEMANDAS

Evolução Populacional nas Grandes Regiões Metropolitanas

16

18

20

milhões de habitantes

São Paulo

Buenos Aires

Santiago

18 milhões

0

2

4

6

8

10

12

14

16

1960 1970 1980 1990 2000

milhões de habitantes

Bogotá

México

Lima

Caracas

Fonte: Banco Mundial

18 milhões

5 milhões

� inundações;� secas; e� deslizamentos de encostas.

DESASTRES NATURAIS MAIS COMUNS NO BRASIL:

Relacionados à ocorrência de fenômenos climáticos, em especial aos denominados “eventos extremos”

Aprender a conviver com avariabilidade natural do clima,incluindo seus extremos, é oprimeiro passo para adaptar-se

TESE

primeiro passo para adaptar-seàs mudanças climáticas e comum eventual aumento daocorrência de fenômenosextremos.

MEDIDAS ESTRUTURAIS :

O HOMEM MODIFICA O RIO

BARRAGE(SDIQUES

CONTROLE DE INUNDAÇÕES

CA(ALIZAÇÕES

CONTROLE DE INUNDAÇÕES

MEDIDAS NÃO ESTRUTURAIS :

O HOMEM CONVIVE COM O RIO

GESTÃOZONEAMENTO DE ÁREAS DE INUNDAÇÃO

SISTEMA DE ALERTASEGUROS

Aumentos de temperatura decorrentes do aquecimentoglobal, independente do que possa vir a ocorrer com aschuvas, já seriam suficientes para causar maiorevaporação dos lagos, açudes e reservatórios e maiordemanda evaporativa das plantas.

Atenção especial deve ser dada à região doSemiárido brasileiro, que se caracteriza,naturalmente, como de alto potencial paraevaporação da água, em função da enormedisponibilidade de energia solar e altastemperaturas.

Outro impacto importante daspossíveis mudanças no clima,colocado aqui como o aumentoda intensidade e da freqüênciade eventos extremos ⇒⇒⇒⇒ aumentodo potencial erosivo da chuva eda produção e carreamento desedimentos aos rios.sedimentos aos rios.

Imprescindível o uso depráticas de conservação dosolo, definidas de acordocom o tipo de solo e outrosfatores do meio, sejam estesnaturais ou antrópicos.

� a recuperação de séries históricas de variáveis hidrológicasdisponíveis em meio analógico, quando existentes;

� o fortalecimento e aprimoramento do monitoramentohidrometeorológico;

Ações e medidas que poderão compor uma estratégia ou umplano de ação para eventos extremos, em nível federal,estadual e municipal:c

� o apoio ao sistema de ciência e tecnologia para avançar namelhoria da previsibilidade dos modelos climáticos e nodesenvolvimento de modelos hidro-climáticos para grandesbacias;

� o incentivo às práticas de conservação, reúso, reciclagem(pela modificação de processos industriais) e otimização do usoda água, além do uso, em larga escala, de técnicas alternativassustentáveis para controle da drenagem urbana e inclusãodessas nas regulações municipais;

� o fortalecimento e a divulgação da importância do SistemaNacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos paramelhorar a conscientização da população e de setores usuários,no nível da bacia hidrográfica, promovendo o uso eficiente daágua;

� a regulamentação e a fiscalização do uso do solo (tanto

Ações e medidas que poderão compor uma estratégia ou umplano de ação para eventos extremos, em nível federal,estadual e municipal (cont.):

� a regulamentação e a fiscalização do uso do solo (tantoparcelamento, como mapeamento de áreas adequadas parahabitação);

� a promoção do zoneamento e da regulamentação da planíciede inundação de 100 anos, em áreas vulneráveis; a implantaçãode sistemas de alerta para eventos hidrológicos críticos; e

� o incentivo a programas de ações interativas, entre o governoe a comunidade local, para melhorias das condições desegurança de encostas suscetíveis a deslizamentos.

Atlas de Abastecimento Urbano de Água

Objetivo de promover o diagnóstico das condiçõesatuais de oferta de água (quantidade e qualidade), nassedes municipais da sua área de abrangência,permitindo identificar as principais alternativas técnicasde produção de água e de tratamento de esgotos que

AÇÕES DA ANA

de produção de água e de tratamento de esgotos quegarantam o atendimento das demandas paraabastecimento humano, no horizonte de planejamentoaté o ano de 2025.

� Acompanhamento de eventos hidrológicos críticos embacias hidrográficas e sistemas de abastecimentoprioritários do País.

� Monitoramento diário dos reservatórios do SistemaInterligado Nacional – SIN, identificando condições deiminente crise de desabastecimento ou situações de cheia eseca.

AÇÕES DA ANA

seca.

� Programa de Modernização da Rede HidrometeorológicaNacional - garantir a continuidade e a qualidade dasinformações hidrológicas levantadas em campo,minimizando as deficiências de observações, visando àobtenção de dados de melhor qualidade e com menosinterrupções em suas séries hidrológicas, e de medições emlocais de difícil acesso, melhorando, assim, a distribuiçãoespacial das estações, além de diminuir o tempo entre acoleta dos dados e sua disponibilização para os usuários.

Por fim, é de fundamental importância que o

Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos

Hídricos conte com órgãos gestores bem

aparelhados e com corpo técnico qualificado para

enfrentar adequadamente o desafio da gestão dos

recursos hídricos e, em particular, da prevenção

dos eventos hidrológicos críticos.dos eventos hidrológicos críticos.

joaquim@ana.gov.br

(61) 2109-5207

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