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Analaura Ramos Maria Eugenia Cardoso Profª Orientadora: Mylene Lavado

Gestação nos extremos de idade

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Analaura Ramos

Maria Eugenia Cardoso

Profª Orientadora: Mylene Lavado

Introdução A gravidez e o parto nos extremos da vida reprodutiva

Mitos

Diferenças culturais

Recomendação versus inconveniência biológica.

Avanços da medicina

Progressos sociais, nutricionais e educacionais

Gestações mais seguras.

Idade materna

Paridade Influência Mãe / Feto

Classe social

Introdução Mulheres nos extremos de idade têm resultados menos

favoráveis quando comparadas as adultas jovens (20-35 anos)

Morte materna: 2x >35 anos 5x >40 anos 4x entre 10-16 anos

Via de parto: taxa de cesáreas crescente proporcionalmente a idade <20 anos 17,7% 20-29 anos 27,4% 30-34 anos 37,4% >34 anos 47,5%

A gestante adolescente Adolescência é o período entre os 10-19 anos no qual

ocorrem profundas mudanças.

16 milhões de adolescentes de 15 à 19 anos dão a luz anualmente

11% de todos os nascimentos

95% desses em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento

No Brasil 7,3% das jovens 15-17 anos e 21,2% daquelas 18-19 anos tem pelo menos 1 filho

No Vale do Itajaí 15,71% dos NV são de mães adolescentes

Fatores de Risco para Ocorrência de Gestação na Adolescência

A Evolução da Gestação na Gestante Adolescente Maior incidência de primeira consulta após as 12 semanas

(46,4 versus 26,3%)

Maior incidência de menos de quatro consultas pré natais (8,1 versus 3,1%)

Menos distocia (21,5 versus 35,1%)

Menos cesarianas (10,6 versus 20,7%)

Menor necessidade de indução do trabalho de parto (16,5 versus 26,5%)

<16 anos Mais RN de baixo peso (12 versus 7,4%)

Mais partos IG 34-37s (10,8 versus 4,2%).

A Evolução da Gestação na Gestante Adolescente

• Complicações no puerpério

• Menor número de cesáreas e partos instrumentados

• Desproporção céfalo-pélvica

• Sofrimento fetal agudo intra-parto

Anemia materna

DHEG

Placenta Prévia

Infecção urinária

Fator biológico X social na ocorrência de complicações

“Association Of Young MaternalAge With Adverse Reproductive

Outcomes”

Gestantes adolescentes x adultas jovens:

Solteiras, não brancas, menor nível educacional, pouco cuidado pré natal, pobreza.

Estudo feito em Utah, EUA

Materiais e métodos: 170.699 RN brancos primogênitos de mães 20-24 anos (53%), ≤17 anos (9%) e 18-19 anos (17%)

“Association Of Young MaternalAge With Adverse ReproductiveOutcomes”

“Association Of Young Maternal Age With Adverse Reproductive Outcomes” Incidência de RN baixo peso, pré termo e PIG continua

elevada nas adolescentes sem influência de fatores sociodemográficos

Fatores adversos da gestação na adolescência são resultado da associação de fatores intrínsecos da idade e de fatores sociodemográficos

Idade ginecológica precoce

Gestação antes do término do desenvolvimento

Fator Psicossocial

Opção não deliberada

União precipitada do

casal

Dificuldade de conciliar estudos

Falta de apoio dos familiares

Dependência financeira

Falta de preparo

emocional

Menor adesão ao pré natal

Maior índice de

complicações

Menor tempo de

amamentação

A gestação tardia

Council of the International Federation of Gynecologyand Obstetrics , 1958 define como aquela gestaçãoacima dos 35. Ainda hoje é a resolução do MS.

Alto risco por maior risco obstétrico?

Indicar de risco X fator de risco

Indicador mais forte quando em nulíparas

RiscosSenescência ovariana

Frequência aumentada de doenças crônicas

HAS

DM

Risco ao neonato

Epidemiologia

IBGE, última década:

30-34 anos > 2,4%

35-39 anos passou de 6,7-8%

Acima de 40 anos passou de 1,9-2,3%

Até 24 anos queda de 5%

Nº de partos em gestantes com mais de 35 anos passou de 7,95%-9,55%

Atualmente nos EUA, uma em cada cinco gravidezes se dá em mulheres com mais de 35 anos

Controle de

natalidade

Reprodução

assistida

Casamento adiado

Divórcios +

Novas uniões

Educação

Carreira

Avanços na saúde

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

propabilidadede engravidar

risco de aborto fertilização comrsultados

acima de 35anos

acima de 40anos

Idade materna Trissomia do 21Todas as

anomalias cromossômicas

20 anos 1/1734 1/526

35 anos 1/386 1/192

45 anos 1/31 1/21

Risco de anomalias cromossômicas por nascidos vivos X idade materna

Complicações

Jolly et al, 2000; fizeram uma das maiores revisões daliteratura (385.120 gestantes) comparando grupos de18-34 anos, 35-40 anos e mulheres com mais de 40 anose observaram maiores taxas complicações maternasem pacientes com mais de 35 anos.

Complicações

Os dados apresentados no estudo “efeitos da idadematerna sobre os resultados perinatais” de Azevedo etal, reconhecem a gestação nos extremos da vidareprodutiva como associada a uma maior freqüência deresultados perinatais adversos, notadamente

o parto pré-termo

o baixo peso ao nascimento.

A despeito dos resultados perinatais observados,

a idade materna não se mostrou associada a piores resultadosobstétricos,

maiores percentuais de partos normais foram observados entre asadolescentes e naquelas com idade superior a 35 anos.

Complicações Para Andrade et al, no artigo “Resultados perinatais em

gavidas com mais de 35 anos: estudo controlado”: A via de parto mais utilizada para essas pacientes foi a cesárea, tanto

no grupo de 35 a 39 anos (438/792; 55,3%), quanto nas gestantescom mais de 40 anos (153/236;64,8%).

A taxa de prematuridade (39/236; 16,5%), o baixo peso ao nascer(37/236; 15,7%)e a restrição de crescimento fetal (38/236; 16,1%)foram mais altas entre as gestantes tardias, com mais de 40 anos,com diferença significante em relação aos demais grupos.

Quanto à ocorrência de óbito fetal, foi constatado nas gestantes de40 anos incidência cinco vezes maior quando comparado aos outrosgrupos (diferença estatisticamente significante).

Complicações

Segundo Santos et al, 2009 no estudo “Impacto da idadematerna sobre os resultados perinatais e via de parto” nogrupo de gestantes com idade avançada houve

maior freqüência de diabetes,

pré-eclâmpsia,

ruptura prematura das membranas,

índice de Apgar no quinto minuto menor que sete

maior frequência de parto operatório cesáreo.

E o pré-natal?

Apesar de considerada com de alto risco, a gestação tardia não conta com um pré-natal direcionado.

O American College of Obstetricians and Gynecologistsrecomenda o oferecimento do aconselhamento genético com especialista e a análise do cariótipo fetal.

Considerar a taxa de complicações intra-parto neste grupo de gestantes o que torna imprescindível uma monitorização atenta do trabalho de parto.

E o pré-natal?

Por ser mais comum a existência de doençaspreexistentes acima de 35 anos, como a hipertensão e odiabetes, o acompanhamento adequado e escolha domelhor medicamento a ser usado nas pacientes comessas patologias, iniciados antes da concepção econtinuados durante a gestação podem reduzir osriscos associados a essas doenças

Outros considerações

Pontos favoráveis para a primiparidade acima de 35anos são descritas na literatura, como:

Maiores taxas de amamentação,

Estabilidade emocional e financeira

Experiência de vida, quando comparadas a primíparajovem.

Outras considerações

Cada vez mais tem-se evidenciado gestações tardias ealguns estudos não mostraram diferençassignificativas na frequência de complicações entregestantes jovens e aquelas com gestação tardia, eexistem dúvidas se uma mulher com mais de 35 anos,gozando de boa saúde, sem história de infertilidade,não fumante e com características sociodemográficasfavoráveis apresenta risco gestacional mais elevado.

Gestação nos extremos de idade, vale a pena? Preconiza-se a necessidade de serviços específicos para

atendimento de grávidas adolescentes, comcaracterísticas multidisciplinares e interdisciplinares,envolvimento familiar e institucional no programa,facilitação dos acessos e a incorporação deprofissionais motivados e engajados em todos osaspectos que envolvem a gravidez na adolescência eprincipalmente a atenção pós-parto.

Gestação nos extremos de idade, vale a pena?

Para as mulheres com mais de 35 anos, é estabelecido que estas constituem um grupo de risco determinado, o qual demanda cuidados especializados, igualmente multiprofissionais na perspectiva das complicações peculiares associadas à idade, e há uma tendência de incremento em todos os extratos sociais.

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