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O Diabo como tentador

Aula 06 Textos básicos: Gn 3.1-5; Lc 4.1-13

De onde surgiu a ideia de um Diabo de pele vermelha, carregando um tridente? As raízes dessa caricatura grotesca de Satanás vêm da Idade Média. Era um esporte popular da época medieval zombar do Diabo, descrevendo-o em termos ridículos.

Havia um método nesta loucura. A igreja medieval acreditava na realidade de Satanás. Ela estava consciente de que Satanás era um anjo caído que sofreu de uma overdose de orgulho.

Resistir a Satanás, aquela criatura orgulhosa, mas caída, requer um combate feroz. O combate era focado no ponto mais vulnerável de Satanás, seu orgulho. A teoria era esta: Ataque Satanás no seu ponto de fraqueza e ele fugirá de vocês.

Qual a melhor maneira de atacar o orgulho de Satanás do que mostrá-lo como um bobo da corte, de casco fendido e em um terno vermelho? Estas imagens tolas de Satanás eram caricaturas intencionais. Infelizmente, as gerações posteriores responderam a estas caricaturas como se elas fossem verdadeiras.

A visão bíblica de Satanás é muito mais sofisticada do que a caricatura. As imagens bíblicas incluem a de um “anjo de luz” (2 Coríntios 11.14). A imagem de um “anjo de luz” indica a capacidade inteligente de Satanás manifestar-se sob a aparência do bem.

Satanás é sutil. Ele é sedutor. A serpente no jardim foi descrita como “astuta” (Gênesis 3.1). Satanás não surge como um tolo. Ele é uma falsificação sedutora. Ele é um orador eloquente. Sua aparência é deslumbrante. O príncipe das trevas veste um manto de luz.

A segunda imagem que temos de Satanás é a de um leão que ruge e está à procura de quem irá devorar (1 Pedro 5.8). Notem que a mesma figura usada por Cristo, o leão, é usada por Satanás, o protótipo do Anticristo. O anti-leão devora. O Leão de Judá redime.

Com ambas as alusões ao leão, encontramos como símbolo a força, embora com Satanás seja uma força do mal e demoníaca. Sua força não se compara com a de Cristo, mas certamente é uma força superior às nossas. Ele não é mais forte que Cristo, mas é mais forte que nós.

Existem dois caminhos que Satanás frequentemente nos engana. De um lado, ele nos faz subestimar a sua força. De outro lado, há momentos que nos faz superestimar a sua força. Em qualquer caso, ele nos engana e pode nos fazer tropeçar.

De um lado estão os que não acreditam que ele exista, ou se ele existe, é uma mera “força” impessoal maligna, uma espécie de mal coletivo que encontra sua origem no pecado da sociedade.

Do outro lado há aqueles que têm uma preocupante fixação, um foco de atenção quase ocultista sobre ele, e desviam seus olhares de Cristo.

Em qualquer caminho, Satanás conquista algum espaço. Se ele conseguir convencer as pessoas que ele não existe, ele pode trabalhar seus enganos sem ser detectado e sem resistência. Se ele levar as pessoas a ficarem preocupadas com ele, pode atraí-las para o ocultismo.

Pedro subestimava Satanás. Quando Jesus avisou Pedro sobre sua iminente traição, Pedro protestou, dizendo: “Senhor, estou pronto para ir contigo para a prisão e para a morte” (Lucas 22.33). Pedro estava muito confiante. Ele subestimou a força do adversário.

Momentos antes, Jesus o alertou sobre a força de Satanás, mas Pedro rejeitou esse aviso. Jesus disse: “Simão, Simão! Satanás pediu vocês para peneirá-los como trigo” (Lucas 22.31). Os protestos de Pedro rapidamente viraram massa nas mãos de Satanás. Foi tão fácil para Satanás seduzir Pedro como é fácil separar o trigo numa peneira.

Ainda assim, o poder de Satanás sobre nós é limitado. Ele pode ser mais forte do que nós, mas temos um campeão que pode e, de fato, nos defende. As Escrituras declaram: “Maior é aquele que está em vocês do que aquele que está no mundo” (1 João 4.4).

Tiago acrescenta essas palavras: “Portanto, submetam-se a Deus. Resistam ao Diabo, e ele fugirá de vocês” (Tiago 4.7). Quando resistimos ao rugido do leão no poder do Espírito Santo, ele foge com o rabo entre as pernas.

Satanás peneirou Pedro, mas sua vitória foi temporária. Com o aviso, Jesus também trouxe a consolação: “Mas eu orei por você, para que sua fé não desfaleça. E quando você se converter, fortaleça seus irmãos” (Lucas 22.32). Jesus predisse tanto a queda, quanto a restauração de Pedro.

Subestimar Satanás é sofrer o orgulho que precede a destruição. Superestimá-lo é dar a ele mais honra e respeito que ele merece.

Satanás é uma criatura. Ele é finito e limitado. Ele é subordinado a Deus. O Cristianismo nunca aceita um princípio dualista de poderes opostos e iguais. Satanás é mais forte que os homens, mas não é páreo para Deus.

Ele não tem atributos divinos. Seu conhecimento pode exceder o nosso, mas ele não é onisciente. Sua força pode ser maior do que a nossa, mas não é onipotente. Ele pode ter uma esfera de influência mais ampla do que a nossa, mas ele não é onipresente.

Satanás não pode estar em mais de um lugar ao mesmo tempo. Ele é uma criatura limitada, como todos os anjos bons ou maus, pelo espaço e pelo tempo.

A Obra de Satanás como tentador é vista claramente na tentação a Adão e Eva . Em Gn 3.1 Satanás agiu como se estivesse surpreso com a severidade da ordem de Deus.

Diante da resposta de Eva em Gn 3.2,3, Satanás faz um ataque direto à credibilidade de Deus (Gn 3.4,5). Ele não apenas acusa Deus de mentir, mas diz que ele mente porque tem ciúme.

Satanás sugere que Adão e Eva têm direito à árvore e Deus os está privando desse direito. Suas regras são injustas.

Isso acontece todos os dias. Cada vez que pecamos, pecamos porque queremos fazer o que queremos, em vez de fazer o que Deus quer que façamos.

Quando Jesus foi tentado, ele não estava no paraíso, mas no deserto( Lc 4.1-13). Estava sozinho e com fome. Apesar dessas diferenças em relação à tentação de Adão e Eva, havia uma grande e importante semelhança.

A manobra de Satanás funcionou bem com Adão e Eva. Ele usou a mesma técnica com Jesus. Quando Satanás desafiou Jesus a transformar pedras em pães na primeira tentação, Jesus respondeu citando a Bíblia: Ele respondeu: "Está escrito: Não só de pão viverá o homem" (Lc 4.4).

A resposta de Jesus não só incluía uma citação da Bíblia, mas é como se Jesus dissesse a Satanás: "Eu não preciso comer pão para saber que sou o Filho de Deus. Meu Pai o declarou. Eu vivo de cada palavra que procede de sua boca“ ( Lc 3.21,22).

Quando a primeira tentação falhou, Satanás passou para outra (Lc 4.5-8). Essa tentação focaliza a missão de Jesus. Jesus recebera a promessa de ser rei e de ter toda a autoridade e glória atribuída a quem é o Rei dos reis. Mas primeiro Ele precisava cumprir a missão de Servo Sofredor de Israel. Seu reino seria alcançado através da humilhação, sofrimento e morte.

Agora Satanás lhe oferecia o reino sem a necessidade de pagar o preço da humilhação. Eis o prêmio de pura glória sem o sofrimento. Jesus só teria de dar ao príncipe maligno deste mundo um momento de adoração.

Novamente, Jesus respondeu à tentação com a citação das Escrituras (Lc 4.8). Jesus submeter-se a Satanás seria violar a Palavra de Deus. Em vez de quebrar os mandamentos, Jesus optou pelo caminho do sofrimento e humilhação.

Na terceira tentação, o próprio Satanás apela às Escrituras. Ele busca torcer a Palavra de Deus como ferramenta para seus próprios vis propósitos (Lc 4.9-12). Satanás apela à Escritura e sugere que Jesus prove que as Escrituras são verdadeiras, colocando-as sob teste.

É quando Jesus repreende Satanás por colocar Escritura contra Escritura. Em Mt 4.11 temos: "Com isto, o deixou o diabo, e eis que vieram anjos e o serviram“. Satanás acabara de tentar a Jesus para provar que anjos viriam cuidar dele numa crise. Nenhum anjo esteve visível durante a tentação. Contudo, uma vez vencida a tentação, os anjos se manifestaram e assistiram às suas necessidades.

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