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odisseia em revista
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Edição de - Outubro de 2011—Nº 04
www.cpodisseia.com/odisseiaemrevista
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Direção Geral
Marcelo Lambert
marcelo_lambert@yahoo.com.br
Redação
Raquel Lambert
quellambert@yahoo.com.br
Editorial
Professora Audrey Maceá
audreymacea@uol.com.br
Criação e Diagramador
Leandro Zermiani
leandro@leandrozermiani.com
Web Design
Leandro Zermiani
leandro@leandrozermiani.com
Colaboradores nesta edição
Audrey Maceá
Flavio Augusto Camilo
Jonatan Tostes
Marici Harumi Bando
Otávio Pires
Samuel Candido de Oliveira
Thiago Abramson
Vanilson Fickert
Marketing e Circulação
Leandro Zermiani
leandro@leandrozermiani.com
Alexandre Abramson
alexandreabramson@cpodisseia.com
Central de atendimento
mkt@cpodisseia.com
Equipe
Editorial - 03
Matemática - 06
Turismo - 08
Nossa Capa - 29
Engenharia de Alimentos - 38
Propaganda e vida cotidiana - 40
Filosofia - 42
Sumário
Psicologia - 44
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Caro leitor
A Nesta edição resolvi dar destaque a uma importante passagem de nossa
história, a qual muitos preferem esquecer, A DITADURA MILITAR.
Nossa literatura sofreu com a repressão.
Muitos artistas, muitos autores tiveram que exilar-se, pois a repressão go-
vernista não permitia que se propagasse o saber; a mente humana de difundida
passou a ser considerada a principal inimiga dos ideais ditatoriais.
Por isso, muitas de nossas obras fugiram do conhecimento popular, perde-
ram-se através dos tempos, ou até mesmo não eram compreendidas como deve-
riam.
A partir de agora, perpassarei por esse período na tentativa de traduzir o i-
maginário dessas pessoas, seus sofrimentos e a luta por um Brasil melhor.
A DITADURA não é simplesmente uma página virada de nossa história, a
DITADURA é a marca “ferina” de uma sociedade que aspirava a esperança, a
perspectivas de um país melhor.
Um grande abraço a todos e até a próxima revista!
Prof.ª Audrey Macéa
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CENTRO DE PESQUISAS ODISSEIA
Nossa missão é a democratização do conhecimento e a luta constante
pela emancipação humanas, através da contínua busca de respostas e
construções de questionamentos que levará a humanidade a um equilí-
brio mental, físico e espiritual.
Visite nosso site:
w w w. c p o d i s s e i a . c o m
Conheça nossos projetos
C14 Antáres
5
Civilização Maia História e Pensamento
Adquira o livro do Professor Marcelo Lambert pelo site:
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OS NÚMEROS NO CAOS E NA ORDEM
Uma dualidade que rege o universo desde o seu primórdio.
Profº. Flavio Augusto Camilo
Em nossos dias , vivemos uma espécie de turbulência, as informações ca-
minham a velocidades inimagináveis. O matemático e filósofo Euclides denomi-
nava de dimensão ZERO, ou seja, algo que não podemos mensurar. As informa-
ções armazenadas no “nada”, exemplo disso são as “clouds”: nuvens que arma-
zenam uma infinidade de dados numéricos, imagens, sons, dizeres e não dizeres
estamos tendo a oportunidade de experimentar a realidade de George Orwell em
seu “1984”, onde a figura do grande irmão a nos vigiar a todo o momento com
seus olhos de Google Earth, ou na parafernália eletrônica e televisiva de Ray
Bradbury em seu “Fahrenheit 451”, a temperatura em que o papel é consumido
restando apenas cinzas, onde para fazer um homem deixar de ser homem, nas
palavras de Ray Bradbury ”Não é preciso queimar livros para destruir uma cul-
tura. Basta convencer as pessoas a deixar de ler".
Deparamo-nos com as televisões interativas em que o destino das persona-
gens poderá não caber aos seus autores, o final de Dom Quixote pode não ser o
mesmo idealizado por Cervantes, ou mesmo Capitu teria desvendado o mistério
que a cerca, até mesmo um corretor ortográfico do Word, tirar a maestreza de
Saramago em seus textos sem fim, e onde é o fim, se não um começo com ou-
tros olhos, outros números.
A Matemática nos apresenta as cavernas de Platão, quando falamos que a
ordem é o caos, como isso pode ser lógico, a Matemática se alimenta da lógica,
como em um objeto finito podemos conter algo infinito, para Benoit Mandel-
brot, matemático e visionário isto é possível, quando citamos a Teoria dos Frac-
tais, onde a ousadia é dizer que a matemática pode criar uma arte cujas formas
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e cores só podem ser concebidas com os olhos de Van Gogh, cores que desafi-
am as telas de Leds e os telões 3D cujas possibilidades já foram a muito tempo
descritas pelos fractais que Mandelbrot desvendou em suas equações matemá-
ticas , espirais hipnotizantes que estão nas formas naturais do óleo ao tentar em
uma luta insana se misturar a água e nesta impossibilidade deixando rastros de
cores e formas.
Nosso planeta em sua macro e micro relação com o universo também faz
parte de uma desenho fractal que se reproduz de forma “ repetida “ na organi-
zação microscópica da mais ínfima estrutura molecular de nosso corpo, o pla-
neta Terra não é uma esfera perfeita, é disforme pela ação dos campos gravita-
cionais, está mais para o caos do cupinzeiro do que a perfeição das colméias,
que matemática é esta que me faz escrever linhas que se interceptam, se comple-
tam e se anulam.
www.cpodisseia.com
No Canal Odisseia!!!
Professor Flavio Augusto Camilo
Mestre em Ensino de Ciências e Matemática
fcamilo@ig.com.br
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Turismo
Olá Caroneiros
Estou reaproveitando um texto já
apresentado no blog mas foi uma via-
gem muito interessante. Tudo começou
quando, à dois anos, fui informado que
participaria de um evento em Tel Aviv
– Israel. Isso foi um presente na minha
opinião pois ainda não havia viajado a
trabalho ao exterior ainda mais para um
lugar tão diferente.
Imediatamente, milhares de ima-
gens construídas ao longo da minha
formação vieram à tona: filmes bíblicos
de Moisés, José, David e Golias, Abra-
hão ou do Novo Testamento com os
passos de Jesus em Belém, no Mar da
Galiléia, Cafarnaum, no deserto e Jeru-
salém, a cidade que de tão sagrada in-
corpora as três maiores religiões do
mundo – cristianismo, judaísmo e isla-
mismo. Imagens mais recentes e não
tão agradáveis também vieram à lem-
brança: Intifada, Mísseis Scud caindo
em Tel Aviv, carros e homens bomba,
represálias no sul do Líbano e na Faixa
de Gaza e mais um muro para dividira
humanidade.
Preparei-me para um local, onde a se-
gurança era prioridade (o que de certa
forma estava correto) e de maneira os-
tensiva, uma sociedade com medo e
desconfiada.
Muro em Jerusalém
Seriam apenas 3 dias sendo: o final do dia da chegada, o dia do even-to, um dia livre e a manhã do dia de partida. Para um país menor do que Sergipe talvez fosse suficiente.
Completo engano para um lugar com uma bagagem histórica tão grande e fascinante, cuja importância é reco-nhecida logo no início dos livros da es-cola.
Dia da partida - após uma sabati-nada de perguntas feitas por um agen-te israelense, no aeroporto de São Pau-lo, chegamos ao check in e quatorze horas de vôo contornando a África e evitando o espaço aéreo dos países is-lâmicos até chegar a Espanha e ao Mar Mediterrâneo rumo a costa de Israel.
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EL AL Companhia aérea israelense
Pouso perfeito no Aeroporto Inter-
nacional Ben Gurion, seguido de 3 ho-
ras na imigração – como disse, segu-
rança é prioridade – finalmente estamos
em Israel. Irritados pela demora na li-
beração, a primeira impressão é de nun-
ca mais querer voltar.
Cansado e ainda faltava passar pela
segurança
Um taxista russo nos leva até Tel
Aviv mostrando alguns pontos do cami-
nho, em especial uma igreja de origem
russa. Percebo que unidos pela religião
os israelenses são uma sociedade multi-
cultural. Dispersos após as destruições
promovidas pelos romanos ainda no sé-
culo I – a Diáspora – os judeus se espa-
lharam por diversas partes do Oriente
Médio, Norte da Africa e principalmen-
te Europa. Depois imigraram também
para as novas colônias na América. Is-
rael é formada desta mistura de judeus
provenientes de vários lugares.
Instalado no Hotel e com o sol se
pondo às 8 da noite saio pra conhecer
os arredores. Caminhando pela orla
limpa e urbanizada com vários bares e
restaurantes simpáticos vou em direção
a Jaffa (ou Yafo ou Joppe), cidade anti-
ga com as típicas características que i-
maginamos no Oriente Médio – ruas e
ruelas estreitas, com edifícios antigos
onde, andando sem rumo, pode-se des-
cobrir a essência da cidade.
Ruela em Jaffa
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Torre do Relógio – símbolo de Jaffa
Igreja de São Pedro em Jaffa
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Prédios antigos reaproveitados – uma casa noturna
Pequenos bares e restaurantes ocupam os prédios além de galerias de arte
e o comércio (fechados à noite). Igrejas e Mosteiros cristãos ao lado de mes-
quitas indicam que Jaffa foi umas das encruzilhadas históricas – judeus, egíp-
cios, romanos, árabes, cruzados, otomanos, ingleses deixaram suas marcas.
Ruínas egípcias em Jaffa
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Uma boa cerveja e uma refeição saborosa começam a mudar a má impres-
são da chegada no aeroporto. Caminhando, já no começo da madrugada, pelas
ruas de Jaffa e Tel Aviv estranhamos a falta de policiamento. Contrariando as
expectativas, nada de policiamento ostensivo, tudo era muito tranquilo.
Bar em Jaffa
Na manhã seguinte, o sol brilha num céu azul e Tel Aviv se mostra final-
mente. Moderna, a primeira cidade judaica fundada após séculos da Diáspora
Tel Aviv completou em 2009 seu centenário e eu estiva lá. Uma jovem cidade
que aparenta estar meio deslocada na região como uma capital européia – cos-
mopolita, pujante, moderna, multicultural, sem preconceitos,– Tel Aviv é uma
cidade burguesa fundada numa área deserta com inspiração em Berlim, Varsó-
via, Viena ou Paris diferente das colônias agrícolas dos judeus socialistas cria-
das na região anteriormente.
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Vista de Jaffa a partir de Tel Aviv
Com a ascensão do Nazismo na Alemanha, emigraram para Tel Aviv gran-
de parte dos artistas modernos da Alemanha em especial o grupo da Bauhaus
que implantaram sua visão moderna na jovem cidade. Suas avenidas e boule-
vares com os cafés são belíssimos e finalmente vejo alguns policiais – forte-
mente armados, mas nada de tanques nas ruas como imaginava.
Boulevard em Tel Aviv
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Sinalização sempre em três idiomas (hebraico, árabe e inglês)
Prédios modernos próximos a orla
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Rua da área central
No final do dia outra surpresa - vários árabes na orla fazendo um piqueni-
que com churrasqueira e tudo, tomando banho de mar. Ao lado famílias judai-
cas realizam as mesmas atividades e todos aproveitam o sol, antes dele sumir
no mar como um novo espetáculo. Em meu imaginário, o contato desses dois
grupos seria raro, pois acreditava que os israelenses segregavam áreas para ára-
bes. Claro, não estava nas regiões de conflito como a Faixa de Gaza ou a fron-
teira com o Líbano onde mísseis lançados pelos extremistas causam estragos
materiais e servem de justificativa para os atos violentos dos israelenses. Extre-
mismos de ambos os lados que impedem qualquer processo de paz consistente.
Mas essa visão na orla de Tel Aviv reacendeu a esperança de que a coexis-
tência é possível e a intransigência religiosa um mal que deve ser combatido.
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Churrasco a beira mar
A praia cheia
Trabalho realizado, temos um dia livre. Pegamos uma excursão para Ma-
sada e o Mar Morto, atravessando parte do deserto de Neguev. No início algu-
mas plantações aproveitam todo os espaços e depois algumas árvores e vegeta-
ção rasteira, que sobrevivem com o mínimo de água. Para chegar ao destino,
contornamos Jerusalém em sua parte nova e avistamos a cidade antiga: suas
muralhas e a cúpula dourada da “Mesquita da Rocha”.
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Jerusalém vista da estrada
Caminho para Mar Morto antes do deserto de Neguev
Após Jerusalém, a paisagem modifica-se completamente. As poucas árvo-
res são substituídas pelo deserto árido. Beduínos, camelos e cabras são os úni-
cos seres vivos que vemos no caminho. Uma natureza bruta e árida, mas de um
efeito impactante. De repente, vemos ao longe um aglomerado urbano. Trata-se
de Jericó, considerada a cidade mais antiga que sempre esteve habitada.
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Cabras e camelos no deserto
Nômades
Reparei que continuava a descida, noto a indicação do nível do mar acen-
tuada, ou seja, a partir deste ponto estamos abaixo de qualquer dos oceanos do
planeta e continuo descendo. As montanhas desérticas com seu clima seco e
quente preservaram em suas cavernas um dos mais importantes achados arque-
ológicos – os Pergaminhos do Mar Morto em Qumran no final da década de
40.
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Cavernas no deserto
Nível do mar e continuamos descendo
Um pouco mais a frente todos do ônibus surpresos com o cenário, obser-
vamos que chega Masada, uma montanha em forma de mesa onde o Rei Hero-
des construiu um Palácio Fortaleza para se refugiar em caso de guerra. Uma o-
bra de engenharia construída a mais de 400 metros de altura com um sistema
de captação de água em gigantescas cisternas, além de áreas para provisões.
Com a Revolta Judaica as legiões romanas avançaram sobre a província rebel-
de e destruíram Jerusalém e Masada foi o último bastião de resistência judaica.
Foram 2 anos para vencer as defesas da fortaleza e os habitantes ao ver a im-
possibilidade de resistir mais preferiram o suicido. Masada – Patrimônio da
Humanidade da UNESCO - é hoje um dos sítios arqueológicos mais visitados,
verdadeiro símbolo da resistência do povo judeu.
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Vista de Masada
Maquete de como era o Palácio Fortaleza
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Vista do alto de Masada
Vista do alto de Masada
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Impressionado pela grandiosidade da paisagem e da história de Masada
nos encaminhamos para Ein Gedi, um oásis citado na Bíblia, hoje, um Parque
Nacional e um dos locais de acesso ao Mar Morto. Ponto mais baixo do planeta
e com uma concentração de sal tão grande que impede a vida, o Mar Morto
proporciona uma das mais estranhas sensações ao boiar em suas águas que im-
pedem que você afunde.
Vista do Mar Morto
Ponto mais baixo do planeta
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Boiando no Mar Morto
Cansado, retorno a Tel Aviv para minha última noite em Israel. Então com
um amigo brasileiro, definimos que visitaríamos Jerusalém, pois a distância era
apenas de 60 Km e seria trágico após tantas emoções não chegar na cidade
mais sagrada da Terra. Resolvemos pegar um táxi em pleno Shabath e irmos
pra Jerusalém pra “sentir” um pouco desta santa, sagrada e disputada cidade.
Temos pouco mais de 2 horas, mas apostamos que valeria a pena a via-
gem. E estávamos certos. O taxista judeu nos leva direto as muralhas de Jeru-
salém e no acesso do portão Shaar-ha-Ashpot ou Dung Gate para o Muro das
Lamentações ou Western Wall.
Uma das entradas para Jerusalém Antiga
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Muralha de Jerusalém
Mercado na parte árabe de Jerusalém
Local mais sagrado pelo povo judeu o Muro das Lamentações proporciona
uma impressão indescritível de fervor religioso e vivenciar a mais pura tradi-
ção. Cidade santa de cristão (15 mil), muçulmanos (225 mil) e judeus (460
mil), Jerusalém ainda sofre pela incapacidade de tolerância dos seres humanos.
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Muro das Lamentações
Ao mesmo tempo que presencio a construção do muro, que dividirá a cida-
de da parte pertencente a Cisjordânia, verifico que na cidade antiga com seus
bairros judeu; muçulmano; cristão e armênio, a convivência é possível.
Na parte árabe, vi várias crianças judias ortodoxas caminhando sozinhas,
na direção do acesso ao Muro das Lamentações, provando assim que basta boa
vontade e respeito ao próximo para uma coexistência em paz.
O retorno passa a ser um lampejo de emoções que prefiro manter como
fonte de inspiração para novas descobertas.
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BOX
Na segunda edição da revista falei sobre a cidade de São Luiz do Paratinga
e da força de vontade de seu povo em reerguer a cidade após as enchentes.
Dentre as imagens estava a da Capela das Mercês em ruínas e depois a restau-
ração. No último dia 23 de setembro estive novamente na cidade e para minha
grata surpresa a Capela havia sido reinaugurada a população (a reinauguração
oficial seria dois dias depois com a presença de autoridades do Ministério da
Cultura, IPHAN entre outros). Mas o importante foi a recuperação de um sím-
bolo desse povo festeiro e batalhador.
27
Imagem de Nossa Senhora das Mercês restaurada
Vanilson Fickert
vfickert@yahoo.com.br
28
Expedição Odisseia no Mundo Maia
w w w. m u n d o m a i a . c o m . b r
Expedição Odisseia no Mundo Inca
w w w. m u n d o i n c a . c o m . b r
29
Nossa Capa
A vida parou, o céu escureceu. Trovoadas e tormentas eram constantes...
Assim defino a Ditadura Militar, uma época que está registrada em nossa histó-
ria, mas que muitos preferem esquecer.
Em 1º de abril de 1964, ocorreu o início de uma marcante página de nossa
história. Entrou em vigor o Regime Militar, que durou vinte e um anos. Um pe-
ríodo regido por dois pólos: de um lado o Governo, e do outro a Oposição. Em-
bora marcado por torturas, censuras, terrorismos, guerrilhas e repressões, não
houve desistência de ideais de luta a favor da Liberdade de Expressão e o Di-
reito de ir e vir.
REGIME MILITAR
Foi instaurado pelo golpe de 1964, onde Ravieri Mazzelli assume a presi-
dência de Jango, o qual permaneceu no poder até 15 de abril de 1964. O mesmo
não acontecia na prática, pois o General Arthur da Costa e Silva, valendo-se do
seu poder e de sua autoridade, destacava-se dentre os ministros militares do go-
verno de então, gerando um período cheio de autoritarismo, supressões dos di-
reitos constitucionais, perseguições políticas, prisões torturas dos opositores ao
regime, e censura prévia dos meios de comunicação.
A homologação do Ato Institucional nº1, de 9 de abril de 1964, transfere o
poder aos militares, suspendendo, assim, os direitos políticos de centenas de
pessoas, o que causa a cassação de mandatos, modifica a composição do Con-
gresso, imita, enfim os parlamentares, em resumo, a usurpação da democracia
manchada pelo “verde oliva”.
Farda e medalhas, honra sem honra, consistência a quem não merece respei-
to. A força das armas contra a própria inteligência. O desrespeito à capacidade
do homem de viver em sociedade.
Foram decretados dezesseis Atos Institucionais, no período de 1964 a 1978,
transformando, indiscutivelmente, a Constituição de 1946 em uma verdadeira
“colcha de retalhos”.
Atos Institucionais, são portanto, mecanismos adotados pelos militares para
legalizações políticas não previstas e muitas vezes até mesmo contrárias à Cons-
tituição vigente.
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JUNTA MILITAR
Integrada pelos Ministros da mari-
nha (Augusto Rademacker), do Exérci-
to (Lyra Tavares) e da Aeronáutica
(Márcio de Souza e Melo), os quais go-
vernaram por dois meses (de 31 de a-
gosto de 1969 até 30 de outubro do
mesmo ano). É decretado, entre outras
medidas, o AI-4, instituindo a prisão
perpétua e a pena de morte em casos de
“guerra revolucionária e subversiva”.
É reaberto o Congresso após dez meses
de recesso, oportunidade em que Emí-
lio Garrastazu Médici foi eleito pelos
parlamentares para a presidência.
GOVERNO COSTA E SILVA
Marechal Arthur Costa e Silva go-
vernou de 15 de março de 1967 até 31
de agosto de 1969, quando foi afastado
por motivo de saúde. Logo no início de
seu governo, os protestos fizeram-se
frequentes em todo País, ao mesmo
tempo em que se
fortaleciam o au-
toritarismo e a re-
pressão. Foi cria-
da a Fundação
Nacional do Índio
(FUNAI) e o Mo-
vimento Brasilei-
ro de Alfabetiza-
ção (MOBRAL).
As constantes
manifestações de
rua nas principais
cidades do País,
eram organizadas
pr incipalmente
pelos estudantes. Em 1968 ocorreu a
passeata dos “Cem Mil”, devido à mor-
te de um discente secundarista, Edson
Luís, diante de um confronto entre poli-
ciais e estudantes, o que acarretou na
revolta de grupos estudantis, da Igreja e
da sociedade civil. Esta foi considerada
a maior mobilização do período contra
o regime militar.
O Congresso decreta o AI-5, em 13
de dezembro de 1968, sendo que, preci-
samente em 17 de abril de 1968, ses-
senta e oito municípios, incluindo todas
as capitais, forma transformados em á-
reas de segurança nacional, e seus pre-
feitos eram nomeados pelo Presidente
da República.
O AI-5 foi considerado o mais au-
toritário de todos, reforçava os poderes
do regime, concedendo ao Exército o
direito de estabilidade do Poder Judici-
ário, e suspendia a aplicação de habeas
-corpus em casos de crimes políticos e
cerceamento dos direitos individuais.
31
Até quando?
Há uma pergunta nova na cidade e no país: -“Até quando?”
Podíamos lembrar que a pergunta não é tão nova assim: quem estudou la-
tim – e mesmo quem nunca estudou nada – talvez conheça aquela célebre im-
precação de Cícero. Mas além de imprecações e de Cícero há a pergunta, que
não chega a ser uma imprecação, mas uma queixa, uma amargura funda no co-
ração de um povo que não sabe odiar e não entende o ódio. Até quando?
Esposas de militares presos vieram me procurar. Centenas de cartas venho
recebendo contendo a mesma indagação: até quando? Os oficiais da aeronáuti-
ca, detidos em um dos navios-prisão já foram interrogados. Antes mesmo de se-
rem interrogados foram julgados e punidos: perderam seus direitos políticos e
foram reformados. A aberração jurídica já foi perpetrada. A violentação moral
já foi consumida. Pergunto: o que esperam perpetrar ainda, o que pretendem
violentar, ainda?
Os interrogatórios – ao que consta – são os mais estúpidos possíveis. Per-
guntam coisas absurdas e que nada têm a ver com a formação de uma possível
culpa. Aliás, é a lei do lobo desta argüição: “foi você, se não foi você, foi o seu
pai, e sendo ou não sendo você ou seu pai, eu sou o lobo e tenho o direito de co-
mer o que me apetece – haja ou não motivos para isso. a minha fome e a minha
força são motivos bastantes. E basta”. Não me lembro mais como a fábula co-
meça em grego, mas em latim a fábula tem um belo intróito: “AD RIVUM EUN-
DEM LUPUS ET AGNUS VENERANT”.
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Sabe-se que lobos de hoje foram ovelhas há tempos. Homens que um dia se
revoltaram, levados por ideal interesse ou simples tara – estão hoje na posição
de lobos. E são inclementes. O general taurino, que preside a comissão geral de
investigações, já deu ordens para que os presos recebessem visitas. Mas em São
Paulo, um tal Veloso diz que quem manda ali é ele, e os presos continuam sem
visitas. A quartelada – é óbvio – já conseguiu fazer o que nenhum inimigo exter-
no ou interno do Brasil conseguiu fazer em quatro séculos: desmembrou o país,
violou a nossa unidade. Já não há um Brasil do Marechal Castelo Branco. Há
os Brasis dos Velosos, dos Borges, dos Guedes. Como na velha China, cada Ge-
neral ou Coronel cria e mantém seu próprio mandarinato. E já não é a lei do lo-
bo: é a lei do cão que impera. Cada qual faz o que bem entende. Em Belo Hori-
zonte, apesar da meridiana afirmação do Marechal Castelo Branco de que o co-
mando revolucionário era ela – e somente ele – os militares continuam interro-
gando padres e freiras. Onde estamos? (é outra frase de Cícero, por sinal).
Voltemos aos presos, que já foram punidos, sumariamente, através das re-
formas forçosas, dos direitos cassados. Presos que continuam sendo punidos co-
mo se fossem criminosos de alta periculosidade: estão longe das famílias, dos
amigos. Em algumas, dos amigos, em algumas prisões – não em todas – a situa-
ção é anormal: promovem humilhações diárias. Oficiais do exército, ao chega-
rem a um navio-prisão, foram obrigados a ficar nus, diante de soldados arma-
dos. Para que? Para contentar as “mães de família” que foram à “marcha com
Deus pela família”?
Caberia aqui outra imprecação de Cícero, mas paremos por hoje. Faço co-
ro com o militares e milhares de esposas, filhos, mães e amigos de prisioneiros
que já desesperaram de entender o que está se passando. Só o ódio, só a estupi-
dez justificaria o prolongamento de uma situação assim. E é justamente esse ó-
dio e essa estupidez que nos recusamos a aceitar. Por isso vale a pena a mesma
pergunta, embora com outro sentido – até quando?
Carlos Heitor Cony (19/05/1964)
33
SOBRE CHICO (BUARQUE)
No início de 1970 Chico volta ao Brasil (depois de exilado) em meio a um
estardalhaço (organizado por instruções de Vinícius de Moraes), o qual incluiria
um programa especial para a Rede Globo de televisão, show Sucata, e o lança-
mento do LP Chico Buarque Vol. 4.
Mas, o Brasil encontrado pelo compositor, não era aquele descrito nas car-
tas de André Midani. A tortura e desaparecimento de pessoas contrárias ao regi-
me de Médici eram constantes. O ufanismo do ditador (“Ninguém segura este
país”) aderia aos carros (“Brasil, ame-o ou deixe-os, quando não ame-o ou mor-
ra”), e algumas canções populares (“Ninguém segura a juventude do Brasil”),
tudo isso no mesmo ano em que a seleção canarinho conquistaria o tricampeona-
to mundial. Chico fez “Com os nervos mesmo”, “Apesar de você”, e enviou pa-
ra a censura certo de que não passaria, mas passou. O compacto com
“Desalento” e “Apesar de você” atingia a marca de cem mil cópias quando um
jornal insinuou que a música era uma homenagem ao Presidente Médice. A gra-
vadora foi invadida, as cópias destruídas.
Num interrogatório quiseram saber de Chico quem era o VOCÊ. “É uma
mulher muito mandona, muito autoritária, respondeu.
34
Apesar De Você
Chico Buarque
Amanhã vai ser outro dia
Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não
A minha gente hoje anda
Falando de lado e olhando pro chão
Viu?
Você que inventou esse Estado
Inventou de inventar
Toda escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia
Eu pergunto a você onde vai se escon-
der
Da enorme euforia?
Como vai proibir
Quando o galo insistir em cantar?
Água nova brotando
E a gente se amando sem parar
Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros. Juro!
Todo esse amor reprimido
Esse grito contido
Esse samba no escuro
Você que inventou a tristeza
Ora tenha a fineza
De "desinventar”
Você vai pagar, e é dobrado
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia
Ainda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria
Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença
E eu vou morrer de rir
E esse dia há de vir
Antes do que você pensa
Apesar de você
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia
Como vai se explicar
Vendo o céu clarear, de repente
Impunemente?
Como vai abafar
Nosso coro a cantar
Na sua frente
Apesar de você
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia
Você vai se dar mal, etc. e tal
La, laiá, la laiá, la laiá
35
MEDO
Mediante a este turbilhão de acontecimentos no período do regime militar
no Brasil, a população encontrava-se acuada. Receava-se em dizer qualquer
coisa que fosse a favor da oposição, pois tinham a certeza de que ao cair a noi-
te receberiam alguma “visita”, mais precisamente de militares.
Torturas, opressões, censuras... era assim que o povo vivia, ou melhor, so-
brevivia.
Tudo era ouvido e observado, menciona-se que os olhos dos militares esta-
vam por todas as partes da cidade, e qualquer deslize, o DOPS seria o destino,
independentemente da classe social, credo, sexo. A soberania dos ditadores rei-
nava sobre o Brasil, e a indignação de uma nação pela obrigatoriedade do cum-
primento das leis impostas pelos Atos Institucionais, que na verdade, eram
“Atos Inconstitucionais”, revela a época mais sangrenta do país.
Congresso Internacional do Medo
Provisoriamente não cantaremos o amor,
Que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os braços,
Não cantaremos o ódio porque esse não existe,
Existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
O medo grande dos heróis, dos mares, dos desertos,
O medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
Cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
Cantaremos o medo da morte o medo de depois da morte,
Depois morreremos de medo
E sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.
Carlos Drummond de Andrade
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Audrey Macéa
Professora de Gramática e Literatura
e-mail: audreymacea@uol.com.br
Enfim, triste é saber que nossa história foi marcada por um período tão e-
negrecido, tão retrógrado. Mas, mais triste ainda é afirmar que a Ditadura Mili-
tar seja apenas uma página virada, ignorada e não divulgada. Por quê? Vergo-
nha?
Temos de ter orgulho de uma nação que foi às ruas lutar pelos seus Direi-
tos, de uma nação que não se amedrontou diante ao terror. A essa, o meu mais
profundo agradecimento e reconhecimento.
Àqueles que desapareceram ou perderam suas vidas defendendo seus ide-
ais, às Marias, às Clarices, que NUNCA perderam a esperança de um reencon-
tro, e de um apertado abraço que não regressou, minha admiração por terem ti-
do CORAGEM em enfrentar seus oponentes.
Calo-me diante ao descaso e ao desprezo a essa passagem. Grito em favor
da Liberdade de Expressão e escrevo, para que se torne de conhecimento da
nova geração que “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”!
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Com apresentação do Professor
Marcelo Lambert, sempre com
muitas novidades com uma
programação diversificada!
Aos domingos, às 17h.
Acompanhem a programação em
nosso site
www.cpodisseia.com
no Canal Odisseia.
Confira as entrevistas visitando o Arquivo do Programa Conexão Odisseia
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Engenharia de Al imentos
Olá amigos,
Atendendo a pedidos, hoje falarei
sobre a rotulagem em alimentos. É um
tema bastante amplo, mas procurarei
colocar alguns pontos importantes que
possam auxiliá-los no momento de uma
compra.
A rotulagem no Brasil deve seguir
as regulamentações da Anvisa – Agên-
cia Nacional de Vigilância Sanitária,
que estabelece informações obrigató-
rias e padronizadas que um rótulo deve
conter de forma a garantir a qualidade
do produto e orientar adequadamente o
consumidor na compra.
Segundo a Anvisa, “Rótulo é toda
inscrição, legenda e imagem ou toda
matéria descritiva ou gráfica que esteja
escrita, impressa, estampada, gravada
ou colada sobre a embalagem do ali-
mento”. A Anvisa determina que todo
rótulo contenha as seguintes informa-
ções obrigatórias:
Lista de ingredientes: deve estar
declarado em ordem decrescente de
quantidade, ou seja, o consumidor po-
derá verificar que o primeiro ingredien-
te declarado é utilizado em maior quan-
tidade e o último, em menor quantida-
de.
Prazo de validade: Prazo limite pa-
ra o consumo do produto. As indústrias
estabelecem este prazo através de a-
companhamento e análise do produto
ao longo da vida de prateleira. Assim, a
partir da sua fabricação, analisa-se o
produto em uma frequência pré-
determinada e avalia-se até quando o
produto mantém as suas propriedades
sensoriais (sabor e textura principal-
mente) inalteradas, assim como aquelas
relacionadas à segurança do alimento.
Número de lote: é importante para
a indústria rastrear os lotes das matérias
-primas utilizadas, bem como os equi-
pamentos utilizados e até o operador
responsável por uma produção. Desta
forma, se ocorrer algum problema, é
possível investigar a sua causa e tam-
bém recolher produto já distribuído ao
supermercado através deste número.
Origem: é a declaração do nome do
fabricante e do local de fabricação. Im-
portante para o consumidor saber a pro-
cedência e entrar em contato com a em-
presa para tirar dúvidas sobre o produ-
to.
Conteúdo líquido: é a quantidade
total de produto contida na embalagem.
Informações nutricionais: Informa
a composição nutricional do alimento
em relação ao seu valor energético e
conteúdo de proteínas, gorduras, car-
boidratos, fibra alimentar, vitaminas e
minerais. É uma importante ferramenta
para o consumidor conhecer as proprie-
dades nutricionais do produto e fazer
escolhas conscientes. Bebidas alcoóli-
cas, especiarias, águas para consumo
humano, vinagre, sal, café, chás, ali-
mentos preparados para restaurantes
para pronto consumo, frutas vegetais e
carnes in natura, refrigerados e conge-
lados, e produtos com embalagens me-
nores ou iguais a 100cm2 estão isentos
da obrigatoriedade destas informações.
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A rotulagem é uma forma de comunicação direta entre a industria fabricante
do produto e o consumidor. A legislação busca de uma maneira geral utilizar a
rotulagem como instrumento de melhoraria da qualidade e da segurança alimen-
tar do produto e de orientação ao consumidor para escolhas conscientes e saudá-
veis.
É importante que a legislação responda rapidamente aos avanços de pesqui-
sas científicas do setor e que trabalhe no sentido de promover a reeducação ali-
mentar da população brasileira, auxiliando no combate a deficiências nutricio-
nais, redução de índices de obesidade, entre outros problemas de saúde da popu-
lação.
A industria, além de cumprir adequadamente aos
requisitos da legislação, procura também utilizar a ro-
tulagem como ferramenta de publicidade e de diferen-
ciação de seu produto, buscando criar uma identidade
com o consumidor e a fidelização de sua marca.
Por isso, fiquem atentos ao conteúdo informativo
dos rótulos. Muitas informações sobre a empresa e o
produto estão disponíveis para conhecimento e utiliza-
ção como benefício à sua saúde.
Um grande abraço a todos e um ótimo mês!
Marici Harumi Bando
Engenheira de Alimentos
maricih@hotmail.com
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Propaganda e Cotidiano
Já citei em artigos anteriores o
grande pensador dos meios de comuni-
cação de massa, Marshall Mcluhan. As
teorias formuladas por ele foram funda-
mentais para a compreensão da mídia
e a importância que os veículos de co-
municação de massa exercem na vida
das pessoas. Muita coisa mudou desde
a década de 40 e muito do que ele es-
creveu se tornou realidade. Fico tentan-
do imaginar sobre o que ele próprio
descreveria as suas principais teorias,
vamos tentar este exercício?
A Aldeia Global
Quando criei este conceito muitas
pessoas não entenderam a totalidade do
que eu estava querendo dizer. Os com-
putadores pessoais ainda eram um so-
nho distante. Afirmei que o tempo e o
espaço para a troca de informações dei-
xariam de existir. As barreiras entre as
pessoas seriam quebradas, com o avan-
ço das tecnologias de informação e co-
municação o mundo estaria mais próxi-
mo. O mundo todo se comunicaria co-
mo uma aldeia. Hoje vocês chamam is-
to de internet.
O meio é a mensagem
Aqui nos deparamos com talvez a
mais controversa das minhas teorias. O
meio não é simplesmente o condutor
das mensagens. Não pode ser encarado
como uma simples via para a veicula-
ção de mensagens. O meio é a própria
mensagem. Este artigo, por exemplo,
seu impacto, sua elaboração principal-
mente sua mensagem seria completa-
mente diferente se fosse impresso.
Qual a mensagem que internet nos en-
via constantemente? Os meios de co-
municação são o reflexo da sociedade.
A internet é um meio dinâmico, imedi-
atista, frio. Como está nossa sociedade
hoje? Cada um de nós é um veiculo de
comunicação.
41
O obra de Marshall Mcluhan é sem dúvida uma das mais influentes da his-
tória, pois como já dissemos em artigos anteriores os meios de comunicação são
comuns à todos e os conceitos desenvolvidos pela comunicação como ciência
transformam ainda mais a realidade das pessoas. Este grande pensador, enge-
nheiro, psicólogo foi antes de tudo um grande filósofo, exerceu arte de pensar a
comunicação com um fenômeno inseparável, mutável, dinâmico, influente e de-
terminante na relação entre as pessoas. Morreu em 1980 e nos deixou livros que
auxiliaram na compreensão da alma humana, pois cada ser humano é um meio e
uma mensagem é isso que torna o processo comunicacional tão complexo e ao
mesmo tempo tão natural. Em 2011 completamos 100 anos do seu nascimento.
Mcluhan foi um homem do seu tempo, um homem que soube ler o presente e
projetar o futuro.
Otávio Pires
42
Filosof ia
O QUE DE FATO É A
NORMALIDADE?
Quando nosso modo de ser se dife-
rencia do comum, muitas vezes somos
chamados de anormais, loucos. Depen-
dendo do contexto em que isso ocorra,
poderá provocar dúvidas em nós: sou
normal? Estou enlouquecendo? É nor-
mal pensar assim? É normal viver as-
sim?Você já se fez alguma dessas per-
guntas na vida? Antes de qualquer res-
posta é preciso avaliar: o que significa
ser "normal"?
No Dicionário de Filosofia (2003),
Abbagnano define normal como
"aquilo que está em conformidade com
a norma"; "aquilo que está em confor-
midade com um hábito ou com um cos-
tume ou com uma média aproximada
ou matemática ou com o equilíbrio físi-
co ou psíquico".
Desta definição poderíamos con-
cluir que o normal é uma média do co-
mum, ou de uma maioria. Assim sendo,
se não reproduzirmos os hábitos ou
costumes de nossa sociedade, seremos
anormais? Quantas vezes hábitos, cos-
tumes, regras, leis de uma sociedade
foram modificados? Historicamente há
muitos exemplos: o papel da mulher na
sociedade, a escravidão, os valores mo-
rais, as relações de trabalho, as formas
de organização das sociedades… Numa
mesma cultura são verificadas modifi-
cações no tempo, e num mesmo tempo
é possível perceber claramente diferen-
ças culturais regionais.
Se você já viajou para outro país,
ou mesmo para regiões diferentes de
nosso país, deve ter observado hábitos,
costumes diferentes. As pessoas daque-
la região, por possuírem hábitos dife-
rentes dos seus, são anormais? Você é
anormal? Qual a norma à qual devere-
mos estar em conformidade?
Diferentes grupos criam diferentes
regras, constituem seus hábitos. Discor-
dar dos hábitos de seu grupo e desejar
construir uma forma diferente de orga-
nizar sua vida permite considerar que
você é anormal? Questionar os costu-
mes de sua sociedade significa ser a-
normal? Concluir isso implicaria em
reproduzir costumes, em estagnação,
imobilidade, ausência de construção.
As normas seriam consideradas e
reconhecidas como absolutas e invariá-
veis.
Se somos responsáveis pelo mundo
que construímos, assim como pelas for-
mas de existência que criamos, necessi-
tamos avaliar constantemente nossa
própria construção. Por isso, nossas ati-
vidades, nossos valores, nossas leis,
nossas normas modificam-se de tempos
em tempos, a fim de acompanhar as
mudanças originadas nesta construção.
Da mesma forma, o que considera-
mos normal também varia.
43
Professor Thiago Abramson
thiagoabram@hotmail.com
Mas no cotidiano, normal é considera-
do aquele que se submete à pressão das
normas, que age como se espera;
"anormal" é quem foge às regras, quem
busca saídas criativas. E quando um
comportamento, tido como normal, não
é aceitável para a pessoa? E quando
construímos socialmente uma norma de
comportamento que traz malefícios? E
quando seguir a regra implica em aban-
donar os sonhos que dão sentido à exis-
tência? O que fazer?Busquemos um e-
quilíbrio. Se considerarmos normal a-
quilo que está em conformidade com o
equilíbrio, precisaremos, inicialmente,
esclarecer o conceito de equilíbrio. Se
equilíbrio for uma medida absoluta, nos
encontraremos novamente diante da
impossibilidade de estabelecer um pa-
drão de normalidade; se for um equilí-
brio subjetivo, então como traçar uma
medida? Como avaliar se algo é normal
ou não?
As idéias e comportamentos de uma
pessoa podem estar fora da medida
convencionada socialmente e essa ser a
sua medida, trazendo-lhe equilíbrio. I-
déias e comportamentos podem estar
fora da medida convencionada e isso
ser impedimento para a vida. Em filo-
sofia clínica, a diferença entre normal e
anormal está na forma como essas idéi-
as ou comportamentos afetam a vida do
*partilhante e seu contexto. O objetivo
é auxiliar a pessoa a encontrar a própria
medida de equilíbrio. Uma medida que
não é absoluta, mas acompanha o mo-
vimento da existência.
44
Psicologia
Crianças e adultos mimados
Caro leitor sinto muito prazer em
poder escrever mais um artigo para re-
vista Odisséia e assim chegar até você.
Neste artigo desejo trabalhar com a
idéia do mimo, na criança, no adulto e
do que chamei de mimo reverso. Quero
refletir sobre o que este tipo de relação
pode gerar em cada indivíduo e por fim
apontar alternativas para vencer esta
maneira de se relacionar com o outro.
O conceito que tenho de mimado,
neste artigo, é o indivíduo que deseja
que as suas vontades sejam satisfeitas
exatamente como idealizou. Vejam que
disse vontades e não necessidades.
Suponhamos que uma criança de-
seja um helicóptero de controle remoto
e por alguma razão os pais não pude-
ram dar no momento, certamente irá fa-
zer um pequeno ou grande escândalo,
dependerá de como está sendo educa-
do. Posteriormente ele ganha um avião
de controle remoto, normalmente a ale-
gria invade o coração da criança e os
seus olhos brilharão como nunca, já a
criança mimada, olhará, talvez brinque
um pouco, mas não estará satisfeita,
pois seu anseio não foi cumprido na
hora desejada e em sua plenitude, ga-
nhou um avião e não um helicóptero. O
adulto mimado agirá da mesma forma,
a promoção não veio na hora idealiza-
da, o carro não é exatamente aquele
que queria, ou o emprego não foi o pla-
nejado, isto só pra exemplificar.
Há casos extremos onde o presente
ou a conquista, por não ser exatamente
como planejado ou idealizado será des-
prezado ou não terá o valor que mere-
ce, seja um brinquedo para uma criança
ou uma conquista para o adulto.
Há indivíduos com hábito recla-
mar, queixam-se da vida, que as coisas
não dão certo e por mais que façam ou
se esforcem no fim algo vai dar errado
e o que foi construído será perdido, in-
felizmente há crianças com este tipo de
atitude frente à vida. É isto que chamo
de mimo reverso, o indivíduo que es-
conde o desejo de não poder ter suces-
so em suas empreitadas. O adulto ou a
criança que articula e produz situações
para não levar a bom termo sua obra,
desejo ou conquista, tem tanta certeza
que tudo em algum momento ruirá,
perderá ou será tomado que só se senti-
rá tranqüilo e satisfeito quando isto o-
correr, seu prazer está na frustração, no
desalento e na tristeza do declínio.
Podem alguns leitores pensar, “Não, is-
to não é possível, como alguém pode
ter coragem de fazer isto consigo?”.
Digo, com muito pesar, isto é mais
comum que possam imaginar, existe al-
go pior nesta situação, estes adultos e
crianças não percebem, mas vão tecen-
do vagarosamente armadilhas e ciladas
para sí mesmos, para que a decadência
e a derrocada ocorram de fato.
Vamos refletir: o que o mimo e o
mimo reverso podem gerar no indiví-
duo e nas relações.
45
O mimo seja ele reverso ou não
gera muitas dificuldades para que o in-
divíduo cresça e assuma suas potencia-
lidades e suas dificuldades, pois nor-
malmente este se acostumou a ser ser-
vido, dificilmente serve, costuma não
ser generoso e normalmente suas rela-
ções são de troca, onde ele ganha e o
outro deve perder. São relações opres-
sivas e impositivas gerando sempre
desconforto naquele que se relaciona
com o mimado, ou seja, é um tipo de
relação “escravagista” e infantil.
Surge a grande questão: como que-
brar este mecanismo de atuação – mi-
mo seja reverso ou não?
A saída é simples e complexa ao
mesmo tempo, o 1º passo é: ter consci-
ência que atua como um indivíduo mi-
mado, certamente este é o mais difícil,
posteriormente identificar os momentos
que atua desta forma e por fim estabe-
lecer maneiras e posturas para evitar e
paulatinamente eliminar este tipo de a-
tuação.
Nas crianças os pais são figuras
fundamentais para reversão deste pro-
cesso, pois são eles (pais) que possibili-
tam o mimo e reforçam, desta forma
são eles que precisam mudar a postura,
e assim os filhos também mudarão.
Encontramos muitas desculpas pa-
ra justificar a atitude que reforça o mi-
mo: falta de tempo com os filhos devi-
do ao trabalho, desejo que cresçam li-
vres, não repetir os erros de meus pais
e tantas outras. No mimo reverso a me-
lhor maneira de eliminar esta atitude da
criança é reforçar os aspectos positivos
com elogio e a reflexão conjunta bus-
cando a razão de algo não ter dado cer-
to.
Quanto ao mimo reverso os passos
são os mesmos, reconhecer que sou mi-
mado de maneira reversa, perceber os
momentos que começo a estabelecer
ações e pensamentos para não dar certo
e mudar meus padrões mentais, para
que minha postura frente à vida tam-
bém mude.
Em todos os casos a batalha é mui-
to grande, pois mudar um mecanismo
de atuação leva tempo e é necessário
muita paciência e empenho.
Meu Objetivo com este artigo foi
estimulá-lo a refletir sobre sua atuação
no mundo, rever e repensar sua postura
com o outro, seja na família, com ami-
gos ou filhos e principalmente consigo.
Encerro dizendo, o mimado esta-
belece um tipo de relação infantil e es-
cravagista, como já mencionei, isto só
acontece porque há pessoas que atuam
como serviçais, o que também não é
um tipo de relação saudável.
Reflita em sua atuação no mundo,
sejamos livres do mimo e dos mima-
dos, esta é uma das formas de nos ex-
pressarmos livremente no mundo.
Samuel Candido de Oliveira
Psicólogo e Teólogo
samuelpsicologia@yahoo.com.br
46
Visite o site do Professor Marcelo Lambert
www.marcelolambert.com e assista a entrevista apresentada no
dia 4 de outubro no Programa do Jô!!!
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Convite
48
Olá pessoal! Nosso mundo precisa de criticas para que possa evoluir, quan-
do criticamos demonstramos que estamos aptos para seguir um caminho melhor,
para construir!
Vamos transformar!
Sociedade
Política
Economia
Criação: Jonatan Tostes
Contato: jonatancarneiro@yahoo.com.br
Blog: http://ocandelabrodojhon.blogspot.com/
49
Odisseia em Revista abre espaço para
você anunciar seu produto, comércio,
micro-empresa ou empresa. Enfim, para
todos que desejarem registrar sua mar-
ca em nossa revista ou site.
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(11) 6645-2846 / (11) 9676-5933
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Edição número 4 - Outubro de 2011
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