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PARANÁ GOVERNO DO ESTADO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
Ficha para Catálogo
Professor PDE/2010
Título A INFLUÊNCIA DA MODERNIZAÇÃO AGRÍCOLA
NO MUNICÍPIO DE SARANDI- PR E AS NOVAS
ALTERNATIVAS ECONÔMICAS MUNICIPAIS A
PARTIR DO ANO DE 2005 ATÉ 2010
Autor Aparecida Fernandes Lima
Escola de Atuação Colégio Estadual Jardim Panorama Ensino
Fundamental e Médio
Município da Escola Sarandi
Núcleo Regional de Educação Maringá
Orientador Adélia Aparecida de Souza Haracenko
Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Maringá
Área do Conhecimento/Disciplina Geografia
Público Alvo: Professores/Alunos
Localização: Colégio Estadual Jardim Panorama, de Ensino
Fundamental e Médio, situado na Rua Euclides da
Cunha, nº 530, Jardim Panorama.
Resumo: A modernização da agricultura no Brasil, no Estado do
Paraná e no município de Sarandi - Pr, ocorreu com a
entrada do capitalismo no espaço rural, em decorrência
dos novos meios de produção, ou seja, tecnologia,
provocando sérios problemas ao pequeno agricultor,
como por exemplo: a expulsão do homem do campo,
ocorrendo êxodo rural e a substituição de culturas;
aceleramento do crescimento das cidades e a
concentração das grandes propriedades no campo,
principalmente no Norte do Estado do Paraná. Nessa
Unidade Didática - Pedagógica, procuraremos mostrar a
influência que a modernização da agricultura trouxe para
o agricultor, e as novas alternativas econômicas em
Sarandi, visando contribuir um pouco com o material
produzido para proporcionarmos melhores condições de
aprendizagem e recursos bibliográficos aos professores
de Geografia e alunos, visto que no caso do município
em estudo não se encontram facilmente materiais
organizados em livros didáticos. Este é um trabalho que
se caracteriza como uma pesquisa social, aplicada, e
tem como objetivo mostrar as novas alternativas
econômicas que o município encontrou para que o
pequeno agricultor permanecesse no meio rural. A
pesquisa foi baseada através de dados bibliográficos e
pesquisa de campo com a realização de entrevista a
moradores antigos e órgãos municipais. Os resultados
serão aplicados aos professores e aos alunos do
Colégio Estadual Jardim Panorama, na cidade de
Sarandi-Pr, no ano de 2011. Esperamos, com este
trabalho contribuir para a produção de material didático-
pedagógico para poder facilitar a aprendizagem do
aluno.
Palavras-chave: Modernização da agricultura; novas alternativas
econômicas; agricultor; tecnologia.
Apresentação da Unidade Didática – Pedagógica
Neste documento apresentamos a Unidade Didática – Pedagógica, contendo o
resultado do trabalho que realizamos através de estudos bibliográficos e da busca de
dados sobre a temática que envolve a modernização agrícola e sua influência no
município de Sarandi. Portanto, para entendermos a temática abordada e para
apresentar esta unidade pedagógica fizemos uso de leituras bibliográficas e pesquisa
de campo tendo como finalidade verificar In loco, quais são as alternativas econômicas
que o pequeno agricultor conseguiu encontrar para permanecer no meio rural até a
atualidade.
Este estudo foi realizado durante o período de desenvolvimento do PDE
(Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná – PDE turma 2010).
Essa Unidade Didática visa contribuir com o professor de Geografia, buscando
entender um pouco mais sobre: A Influência da Modernização Agrícola no Município de
Sarandi - PR e as Novas Alternativas Econômicas Municipais a Partir do Ano de 2005
até 2010.
A Unidade se justifica, num primeiro momento por trazer uma grande
contribuição para nosso aperfeiçoamento profissional, enquanto professora preocupada
com a qualidade da educação e do conhecimento que proporcionados aos nossos
alunos. Num segundo momento, por proporcionar-nos condições para aprofundarmos
nossos estudos em nossa formação através do Programa de do PDE, no qual
acreditamos ser uma oportunidade do professor poder melhorar suas qualificações em
termos de conhecimentos científicos, bem como, através das possibilidades de
aplicações de estudos, leituras e pesquisas que faremos no decorrer do terceiro
período do programa do PDE.
Assim, pretendemos entender o processo de modernização da agricultura
brasileira a partir de 1970, para a partir daí, buscar o enfoque para o Estado do Paraná
(Norte/Noroeste), no qual está inserido o município de Sarandi. Este estudo no
município será realizado para entender a modernização da agricultura ocorrida a partir
de década de 1970, e a partir do resultado desta modernização, procurar compreender
as novas alternativas econômicas encontradas pelos pequenos agricultores deste
município a partir do ano de 2005 e 2010.
Desta maneira, esperando contribuir um pouco com essa temática e com a
possibilidade de diminuir o problema da falta de material sobre o assunto para o
professor de geografia, pesquisamos - tanto em nível de Brasil, quanto em nível de
Paraná envolvendo o município de Sarandi, que é o próprio local de morada de nossos
alunos - para deixar a este público um material de apoio para o conhecimento do
assunto abordado neste trabalho.
Esse material de apoio será de suma importância aos nossos alunos, tendo em
vista que eles “não têm conhecimento” do porque ocorreu a modernização da
agricultura em seu município e também quais foram às consequências deixadas tanto
para o meio rural, como para o meio urbano envolvendo a cidade de Sarandi.
Na visão do senso comum fica fácil afirmar de forma geral que percebemos
muitas dificuldades, quando se trata de saber sobre as atividades econômicas que o
trabalhador rural encontrou para permanecer no espaço rural de Sarandi, entretanto é
necessário o ato de pesquisar para saber o que realmente aconteceu nesta fração
territorial do estado do Paraná.
Nossa intenção é que, uma vez, estando de posse desse conhecimento e da
importância que ele representa, iremos repassá-lo durante a implementação do projeto
pedagógico para o nosso aluno, que é o nosso público principal, com o qual este
conhecimento deve ser socializado.
A Unidade Didática – pedagógica, tem como objetivos:
a) Entender o processo de modernização e organização do espaço geográfico do
Brasil, Paraná e Sarandi, a partir de 1970;
d) Descrever o processo de modernização da agricultura no espaço geográfico de
Sarandi, as novas alternativas econômicas;
c) Realizar entrevistas com os antigos moradores, e principalmente daqueles que
conseguiram se manter no campo;
b) Mostrar para os alunos as novas alternativas econômicas - encontradas pelos
agricultores - que constam no espaço agrícola de Sarandi;
e) Aplicar o resultado aos alunos , através de textos, leituras, pesquisas e palestras,
f) Elaborar juntamente com os alunos atividades para serem usadas posteriormente
por professores.
Para finalizar o nosso trabalho, esperamos contribuir através do estudo da
modernização agrícola no município de Sarandi, para as reflexões que envolvem a
questão agrária no Estado do Paraná e para o Ensino desse conteúdo tanto para os
professores, quanto para os alunos do ensino fundamental e médio deste estado.
A Nossa Unidade Didática – Pedagógica, está composta de cinco itens. No
primeiro item, trata-se da modernização da agricultura no Brasil, fazendo um breve
relato bibliográfico de como aconteceu à modernização no Brasil a partir dos anos 1970
e os problemas sociais decorrente desse processo. Neste item, pretendemos trabalhar
8 horas aulas, neste tempo contribuiremos para que o aluno possa se conscientizar dos
problemas que surgiram, em decorrência da modernização da agricultura. A avaliação
será realizada através de atividades propostas.
O segundo item aborda a modernização da agricultura no Estado do Paraná,
tratando de compreender como o Paraná foi colonizado e organizado com as novas
formas de culturas. Para o desenvolvimento deste tema com os alunos, temos uma
previsão de 8 horas aulas., incluindo as atividades para uma melhor compreensão do
tema.
No terceiro item abordamos o município de Sarandi no seu contexto Histórico
Regional. Este item está direcionado para o conhecimento da colonização e ocupação
do município, por parte do aluno obtendo atividades para que os alunos consigam uma
aprendizagem eficaz. Esse conteúdo será trabalhado em 4 horas aulas.
No quarto item, demonstramos as consequências da modernização no município
de Sarandi, no qual o pequeno produtor teve que sair do campo, para as cidades,
ocorrendo assim o desemprego, subemprego, a formação de favelas etc. Para o
desenvolvimento deste tema estamos prevendo para 4 horas aulas, com as atividades
propostas..
Finalizando no quinto item, iremos trabalhar as novas alternativas econômicas
no município de Sarandi, encontradas pelos agricultores a partir do ano de 2005 a
2010. Apresentarmos também, neste item, alguns dos tipos de culturas cultivadas pelos
agricultores que fazem parte dessas novas alternativas por eles encontradas. Cabe
ressaltar que essas culturas foram “encontradas” através de visitas que realizamos na
EMATER do Município e de visitas nos sítios dos pequenos agricultores.
Destacamos que pretendemos trabalhar em conjunto com os alunos esse último
conteúdo distribuído em 8 horas aulas, no qual inclui as atividades propostas.
Cabe ainda ressaltar que ao final de cada item contém atividades para os
alunos, com o objetivo de avaliar se realmente o entendimento e a aprendizagem.
1 - A INFLUÊNCIA DA MODERNIZAÇÃO AGRÍCOLA NO MUNICÍPIO DE SARANDI-
PR E AS NOVAS ALTERNATIVAS ECONÔMICAS MUNICIPAIS A PARTIR DO ANO
DE 2005 ATÉ 2010
1.1 - A Modernização Agrícola no Brasil a partir de 1970
Neste item da Unidade Didática, pretendemos abordar a discussão que envolve a
temática dessa pesquisa - A modernização da agricultura, tanto em nível nacional, do
Estado do Paraná e suas consequências no município de Sarandi e quais foram às
novas alternativas econômicas que o município encontrou para manter os pequenos
agricultores no meio rural entre os anos de 2005 a 2010, com a finalidade de
compreender o espaço geográfico rural do município.
Segundo Moro (1980), são vários os estudiosos que deram sua contribuição a
respeito do objeto da Geografia, porém foi na metade do século XX, na Geografia
Contemporânea, que a Geografia se afirmou como estudo da organização do espaço.
Ainda afirma Moro (1980), que a organização do espaço se dá pelas combinações e
interações, e conexões, das localizações que se processam de forma dinâmica no
quadro de uma unidade espacial, entre os diversos elementos que a constituem, ou
seja, os diversos elementos que através da sociedade e da natureza se processam.
Para isso, busca-se na Geografia, como ciência voltada para ação humana e
física. Portanto, a Geografia preocupada com o espaço, mas também de como a
sociedade age nesse espaço, passa ao aluno sua contribuição e importância ao
planejamento regional e os surgimentos de problemas, principalmente na questão da
organização do espaço. A organização do espaço rural é um dos estudos de extrema
importância para a sociedade na Geografia, pois este espaço vem sofrendo várias
transformações principalmente a partir de 1970, com o avanço da industrialização da
agricultura. A este respeito (MORO, 1980, p. 36) esclarece, que:
No processo de organização do espaço e por extensão do espaço agrícola em particular, o grupo humano que ocupa deve ter consciência de ser o depositário e o responsável por um patrimônio que deverá utilizar para atender e garantir, da melhor maneira possível, sua reprodução e desenvolvimento como sociedade, sem esquecer-se de sua responsabilidade de conservá-lo e prepará-lo, de modo a garantir a sobrevivência futura, bem como, a reprodução e desenvolvimento do grupo.
Através desse esclarecimento, notamos que a sociedade não organizou o
espaço rural de modo a garantir suas necessidades, para produzir para sua
sobrevivência, nem tão pouco ficou preocupada com o grupo, pois como veremos
adiante, no qual a produção capitalista surge no espaço rural e muda toda sua
dinâmica de produção, ocorrendo assim à mudança na forma da produção da
agricultura, visto que esta era de subsistência e foi dando lugar a agricultura comercial.
Na qual houve uma mudança da classe de poder, que estava concentrada no meio
rural.
A esse respeito relata também Oliveira (2001), a Geografia científica no Brasil
nasceu sob a crise mundial do modo de produção capitalista, iniciando com a Segunda
Guerra Mundial, e foi nesse período que teve início a transformação das classes de
poder que estavam ligados ao meio rural. Segundo ele, “nasceu também, no que toca
às particularidades econômicas do país, num período em que o bloco no poder
alterava-se, e as classes dominantes, de origem agrária perdiam sua posição
hegemônica” (OLIVEIRA, 2001, p.80).
Assim, o capitalismo avançou de modo geral para todo o território brasileiro,
durante a guerra mundial e a guerra fria, e a exploração do trabalho na agricultura
brasileira aconteceu primeiro nas cidades, mas ainda segundo o autor , as lutas
agrárias acontecem nas cidades.
Para que possamos entender melhor a questão da modernização da agricultura
no Brasil, iremos abordar o conceito desse termo “modernização”, por ser de grande
importância para nosso entendimento a esse respeito. Segundo Cegalla (2005, p. 29),
a palavra modernização, etimologicamente podem ser: Mudança ou adaptação com o
intuito de tornar moderno; adaptar aos usos e necessidades; atualizar. Reforçando o
sentido da palavra para a economia, ainda de acordo com o autor a palavra na
concepção econômica pode ser:
(...) a palavra pode significar transformação, mudança de rumos, alteração na forma de produzir e trabalhar, pois no caso brasileiro a modernização da agricultura representou uma guinada, em todos os sentidos na forma de produzir, de consumir e de tratar o meio ambiente, cada vez mais recursos a ser explorado e comercializado. Aumentou a produção, a qualquer custo não respeitando nada (CEGALLA, 2005, p. 58).
Basicamente foi essa mudança dos meios de produção da agricultura que
aconteceu no Brasil, direcionando uma nova etapa do país como exportador de
matéria-prima, utilizando as máquinas modernas e as novas formas de agricultura.
Segundo Spier (2010, p.37), a modernização da agricultura “o processo de
mecanização e tecnificação da agricultura, em que o objetivo principal é o lucro para
acumulação de capital pelos grandes empresários, pelos grandes proprietários de
terras e para boa parte da classe dominante”.
Concordamos com o autor que o principal objetivo dos novos meios de produção
era aumentar o lucro, através do capitalismo no campo. Ainda, a respeito da
modernização da agricultura que ocorreu no Brasil a partir de 1970, pelos interesses do
capital, com isso os trabalhadores com usos de meios antigos, como a enxada, foram
sendo deixando de lado, e sendo incorporado de novas técnicas, como afirma Serra
(1991, p. 125), “a modernização é basicamente a mudança na base técnica da
produção agrícola, a substituição das técnicas agrícolas tradicionais por técnicas
modernas: o burro pelo trator, o estrume pelo adubo químico, a enxada pelo arado”.
Neste sentido demais autores também afirmam que:
O modelo de desenvolvimento atotado no Brasil, macroestruturalmente pode ser classificado em “agroexportador”, que corresponde aproximadamente ao período colonial até o início do século xx; o “nacional-desenvolvimentista”, inaugurado em 1930 e que se seguiu até 1980; e o “neoliberal” que se iniciou da década de 1990, chegando até os dias atuais, quando se intensificou no campo uma agricultura de negócio, o agronegócio (FABRINI1 2007, p. 57 apud SPIER, 2010, p. 29).
De acordo com esse novo modelo adotado, ou seja, nacional-desenvolvimentista,
iniciado desde 1930 acelerando também o processo de industrialização e de
urbanização do Brasil, é que teve início a modernização da agricultura brasileira,
ocorrendo vários transtornos no país.
Segundo ainda Spier (2010, p.38-39), esses transtornos já começaram no início
da do processo da modernização da agricultura, ocorreu o declínio da economia rural
tradicional, o endividamento de muitos agricultores, a deterioração dos preços
agrícolas, a concentração da propriedade da terra, e a legislação trabalhista
inadequada, dentre outros fatores, levou milhares de agricultores na busca de novos
espaços para viver, tanto na expansão de fronteiras agrícolas, como para as cidades,
principalmente para as regiões metropolitanas.
Além da exclusão rural resultam grandes problemas sociais, como o desemprego
urbano e a marginalização dos agricultores-favelas aumentaram e as cidades não
oferece suporte ao aumento populacional, por falta de infraestrutura, tornando-se
insustentáveis em muitos aspectos.
Ainda de acordo com Spier (2010, p. 38), como grande parte do território agrícola
do Brasil foi sendo incorporado ao processo de utilizações de novas técnicas acabam
por se agravar mais ainda, com novas formas econômicas. A produção dessa nova
forma de plantio é destinada ao mercado que controla a comercialização, e orientando
o agricultor a se especializar em um determinado produto, que por consequência
ocorrem “as relações capitalistas com os proprietários dos meios de produção (terras,
máquinas, tecnologia etc.) e com as pessoas que trabalham diretamente, como: os
assalariados rurais, peões, diaristas etc.”.
As consequências para o pequeno agricultor em decorrência da modernização
da agricultura foram sem dúvida muito grave para o pequeno agricultor, mudou o modo
de produção e pelo outro lado também o meio ambiente foi sendo alterado, como
ressalta Spier, (2010):
Esse processo de modernização da agricultura, conhecido como comercial, ou “moderna” e de “mercado”, foi um contraponto à agricultura que até então era praticada no Brasil. A transformação foi de tal forma, tão radical, que mudou o relacionamento sócio ambiental no território e, em muitas regiões, casou danos gravíssimos no meio ambiente e a saúde dos próprios agricultores (SPIER, 2010, p. 37).
Os capitalistas não pensaram nem um pouco os riscos dessa modernização,
tanto para o agricultor, bem como para o meio ambiente. Por outro lado, o processo de
modernização no Brasil foi uma forma de transformação e recriação da produção para
que o controle dos grandes grupos possa assegurar a hegemonia sobre a produção
rural e o poder de decisão sobre as atividades humanas, controlando o que se deve
plantar, que se destaca a agropecuária e a agroindústria. Surge assim, a agro-indústria.
Segundo Campos (2004, p. 17), foram as multinacionais ligadas à venda de
produtos agrícolas que tiveram um papel importante no processo de técnificação da
1.- FABRINI, João Edmilson. O Campesinato Frente à Expansão do Agronegócio e do Agrocombustível. In Saque, M . A.; Santos, Roseli Alves dos. Geografia Agrária,Território e Desenvolvimento.(Orgs).. 1. Ed. SP: Expressão popular, 2010.
agricultura brasileira, onde elas serviram como exportadoras de alimentos ou
processadora para o mercado interno, fornecedora de agrotóxico, maquinaria,
fertilizantes e contribuindo na pesquisa de melhoramento genético entre outros
serviços.
Para Spier (2010, p. 39), a forma de modernização da agricultura brasileira foi
fundamentada na Revolução Verde, ou seja, pacote tecnológico, comprado dos
Estados Unidos, iniciada na Europa e nos Estados Unidos nas décadas de 1950 e
1960, transformando o modo de plantar, iludindo o agricultor com propagandas, usando
até a igreja e o rádio para que acontecesse o processo da modernização da agricultura,
e assim foi gerando graves consequências, tanto para o agricultor, quanto para o meio
ambiente, provocando assim, a substituição de culturas o êxodo rural.
A modernização da agricultura fez com que a vida do pequeno agricultor se
transformasse, ou seja, saindo do meio rural para o meio urbano como mostra o
quadro I.
Quadro I - A Evolução da População–Rural e Urbana no Brasil entre os anos de 1940 a 2010 ANO 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010
POP.
RURA
L
69% 64% 55% 44% 33% 24% 19% 16%
POP.
URBA
NA
32% 36% 45% 56% 67% 76% 81% 84%
Fonte: IBGE, 1986, 1990,1993, 1997, 2000 e 2010. Org. Lima (2010).
Observando o quadro I acima, nota-se o grande crescimento da zona urbana e o
declínio da zona rural, que a população entre 1940 e 1970 sofreu um grande
deslocamento para as cidades, e por consequência o esvaziamento do meio rural.
De acordo com Boeira (2003, p.27), a modernização agrícola da região ocorre
quando se tem: um quadro nacional com consequente reordenação da política de
investimentos do Governo Federal e se dá, basicamente, pela substituição da cultura
do café pela cultura de oleaginosas combinadas com o trigo, do que decorre toda uma
série de mudanças sócio- econômicas e físico-espaciais”.
(...) um quadro de profundas alterações tanto na estrutura produtiva nacional com consequente reordenação da política de investimentos do Governo Federal e se dá basicamente, pela substituição da cultura do café pela cultura de oleaginosas combinadas com o trigo, do que decorre toda de uma série de mudança sócio-econômicas.
Concordando com Boeira, o Brasil passa para uma nova etapa de produção no
campo, a produção de café, economia principal da época chega a grande quantidade e
o governo Federal interfere , veja como relata Moro (1991), o Brasil exportou entre o
final da década de cinquenta e início da de sessenta, mais ou menos 50% de sua
produção, estimulando novos produtores em consequência foi que em 1960, o Brasil
acumulou um estoque de pouco mais de 54 milhões de sacas”, abatendo assim uma
crise no mercado de exportação brasileira, fez com houvesse a erradicação dos
cafezais. Assim explica ( MORO, 1991, p. 67 ):
Sentimos a necessidade de adequar a produção de café à política na fixação dos seguintes programas específicos: -programa de erradicarão de cafeeiros anti-econômicos; -fixação de preços internos capazes de afastar os cafeicultores marginais; -diversificação de culturas nas áreas liberadas pelo café etc.
Foi o que aconteceu com o Brasil, houve uma grande mudança no campo,
devido às novas tecnologias, e o investimento econômico por parte do Governo Federal
oferecendo aos agricultores uma série de subsídios oficiais.
Por outro lado, o crédito e os preços do café foram mantidos a níveis baixos para
reduzir os gastos na compra da safra, forçando assim, a erradicação dos cafezais e
uma nova economia baseada nas culturas de soja e trigo. Observe a foto 1 abaixo com
a plantação de trigo no sul do Brasil.
Foto 01 – plantação de trigo, principalmente na região sul do Brasil. Org: LIMA, 2010.
Um dos tipos de culturas que a modernização trouxe para o Brasil, o trigo, pela
foto acima notamos que acabou a divisão de lotes, ficando um espaço homogêneo.
Concluirmos que a modernização da agricultura no Brasil, ocorreu com a entrada
do capitalismo no campo, no qual os agricultores “foram” obrigados a usarem novas
tecnologias implantadas pelo governo, através de pacotes vindos dos Estados Unidos,
que ficou conhecido como “Revolução Verde”, e que os agricultores foram sendo
obrigados a usar as novas tecnologias ou sair do espaço rural.
1 – Leiam o texto do autor Oliveira ( 2001 ), e responda: sobre que condições o Brasil
se encontrava na época que se iniciou a modernização da agricultura?
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2 – Elabore um conceito de modernização.
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3 – Procure explicar baseado no texto, quais foram as razões do porque ocorreu a
modernização no Brasil.
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4 – Segundo Fabrini citado por Spier ( 2010 p.57. ) , “ O modelo adotado no Brasil,
macroestruturalmente pode ser classificado em “agroexportador”, que corresponde
aproximadamente ao período colonial até o início de século xx, o “nacional-
Leiam o texto
acima e
resolvam as
atividades.
Resolver as atividades sobre: A
modernização agrícola no Brasil a
partir do ano de 1970
desenvolvimentista”, inaugurado em 1930 e que seguiu até 1980, chegando aos dias
atuais..., Procure em um dicionário o significado dessas palavras e depois confira com
a explicação do seu professor.
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5 – A Modernização da agricultura brasileira foi fundamentada na “Revolução Verde”,
faça uma pesquisa sobre o que foi essa Revolução Verde.
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6 - Faça uma análise do quadro I – A evolução da população rural e urbana no Brasil
entre 1940/2010.
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7 – Elabore uma cruzadinha com a palavra chave: Modernização.
M
O
D
E
R
N
I
Z
A
Ç
Â
O
8 – Comente sobre as consequências da modernização para os pequenos agricultores
e também para o meio ambiente.
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9 - Observe a figura abaixo e faça um breve texto, tendo claro, ligação com
modernização a agricultura brasileira.
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10 – Veja a foto 01, acima e escreva um comentário sobre a paisagem que está
representada nela.
Para onde
iremos???
Para as
cidades!!!
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Abrindo caminhos... Ocupando terras
“Recordo-me de que viajávamos de automóvel e que frequentemente o nosso
convidado pedia para que parássemos junto a uma lavoura de algodão, cujo aspecto
naquele ano era excepcionalmente promissor. Descia e examinava os arbustos
carregados, media os galhos e contava as maçãs em cada pé. Depois se voltava para
nós, entusiasmado e comentava: ‘este é um ideal que vocês, brasileiros atingiram e
que para nós, agricultores no Sudão, não passa de um sonho’. ”.
Fonte: CMNP ( 1975)
1.2 - A Modernização da Agricultura no Estado do Paraná
No Estado do Paraná, o processo da modernização da agricultura durante a
década de 1970 e em menor ritmo, entre 1980 e 1985, como Moro (1991, p.83), essa
substituição de culturas, ou seja, do café pela cultura de soja e trigo foi forma regional,
característica “do norte-paranaense”.
A ocupação do Estado do Paraná, principalmente no Norte Novo, área de estudo
do nosso trabalho foi colonizado pela Companhia de Terras do Norte do Paraná, em
1973. Em função da cultura do café que de acordo com (CANCIAN, 1981, p.13). A
ocupação do Norte do Paraná foi uma extensão da marcha para oeste “dos paulistas
que adentraram o Paraná quando suas terras já estavam se tornando escassas ou
supervalorizadas pelo desenvolvimento da agricultura comercial com base na produção
de café”, mas também se cultiva arroz, batata, milho, mandioca, cana-de-açúcar, feijão,
algodão etc.
Segundo ainda Cancian (1981), não se pode falar que no norte do Paraná
houvesse uma monocultura cafeicultura, embora houvesse uma concentração desse
produto. “Plantava o que tivesse mercado disponível” (CANCIAN, 1981, p.66).
Além desses tipos de cultura também o solo era ocupado por pastagens,
(CANCIAN, 1981, p. 122) ressalta que ”(...) a forma monocultural entremeada de
pastagens abrangia uma vasta área, representada pelos municípios de Mandaguari,
Marialva, São Carlos do Ivaí”.
Pode se dizer que o solo do Norte Novo do Paraná, além do cultivo do café, foi
ocupado por outros tipos de culturas e também de pastagens.
De acordo com Boeira (2003), essas terras do norte do Paraná foram adquiridas
do Governo do Estado do Paraná, de colonizadores e posseiros, num total de 546,078
alqueires paulistas. Ainda conforme este autor, essa região abrange uma superfície de
aproximadamente 100 mil quilômetros quadrados, divididos em três áreas, segundo a
época de colonização; o Norte Velho, que se estende do rio Itararé até a margem
direita do rio Tibagi; o Norte Novo, que vai até o rio Ivaí, e tem limite, a este, a linha
traçada entre as cidades de Terra Rica e Terra Boa; e o Norte Novíssimo que se
estende dessa linha até o curso do rio Paraná, ultrapassando o rio Ivaí e vai até as
margens direitas do rio Piquiri. Observa essa divisão regional abaixo, na qual mostra
as regiões do Estado do Paraná, colonizadas pela companhia Melhoramentos do Norte
do Paraná, veja a figura 02, abaixo.
Figura 02- Norte do Estado do Paraná, colonizada pela CMNP. FONTE: IBGE,1970.
Essa região foi colonizada pela Companhia de Terras Norte do Paraná,
inicialmente por capital inglês. Fundada em 1927, por um inglês (Lord Lowat), e mais
tarde vendida às paulistas. A companhia percebeu logo que poderia ganhar muito,
primeiro pela facilidade em adquirir as terras do Governo do Estado, e também pela
qualidade dos solos, terra roxa, própria para a cultura do café.
Em relação ao planejamento dos lotes, a companhia dividiu assim, como afirma
(MORO, 1980, p. 24) que: “cerca de aproximadamente dois terços da área territorial do
Norte Novo do Paraná, que a loteou predominantemente em pequenas propriedades,
com tamanho médio de 10, 15 ou 20 alqueires”.
Veja que todos os lotes tinham um divisor de água, e o tamanho que favoreceu a
aquisição pelo pequeno produtor, observando a figura 03, como formato dos lotes era
atraente.
Figura 03: Modelo de Divisão dos Lotes feito pela CMNP. Fonte: CMNP (1975, p. 122)
Faria (2007, 2007, p. 64), a “área verde escuro representa terras adquiridas pela
CMNP e as áreas de cor amarela representam as reservas florestais, hortos e fazendas
da própria companhia” (FARIA 2007, p.64).
O modelo adotado pela Companhia favoreceu aos pequenos produtores, pois
também o pagamento pelos lotes era facilitado, assim diz o diretor da Companhia
(BARROS, 1975 p. 124):
(...) consequência mais importante da obra realizada pela Companhia se traduz na oportunidade que ofereceu sem posses de adquirem pequenos lotes agrícolas, cujas dimensões e modalidades de pagamento eram sempre amoldado ao desejo dos compradores
Dando possibilidades aos pequenos a companhia atraiu muitos para o norte do
Paraná, e por sequência o norte Novo foi crescendo, e a companhia planejou também
as cidades, ou seja, elas obedeciam a um plano urbanístico previamente estabelecido.
A esse respeito à Companhia (1975) traz o seguinte:
Todas as cidades obedecem a um plano urbanístico previamente estabelecido. As praças e as ruas são abertas aproveitando mais
possível as características do relevo. Os núcleos básicos da colonização foram estabelecidos progressivamente, distanciados cerca de 100 quilômetros uns dos outros, na seguinte ordem: Londrina, Maringá, Cianorte e Umuarama. Por esses núcleos principais, fundaram-se de 15 em 15 quilômetros, pequenos patrimônios, cidades bem menores cuja finalidade é de servir como centro de abastecimento para a numerosa população rural (COMPANHIA, 1975, p.125).
Foi tudo muito bem organizado e planejado pela companhia, tanto os lotes, as
cidades e o traçado rodoviário, a esse respeito Moro, (1980) ressalta também o
seguinte:
O traçado rodoviário do Paraná do Norte, em particular do Norte Novo foi realizado pela Cia, de terras Norte do Paraná, foi concebido de forma a facilitar as relações entre os sítios e as comunidades urbanas, entre os campos e as casas comerciais e as estações ferroviárias, contribuindo sobremaneira para o funcionamento da economia toda ela orientada para uma economia de mercado (MORO, 1980, p. 24).
Em decorrência de seu grande planejamento muito bem organizado, não tinha
como dar errado sua forma de colonização e principalmente a sua venda e ocupação
que a Companhia organizou.
Conforme, (CANCIAN, 1981, p.50), são três fases que influenciaram o avanço
das lavouras cafeeiras no Paraná:
A primeira, no Norte Velho, desde a divisa com São Paulo até o rio Tibagi, a
partir do século XX, culminando com a crise de 1929:
Em seguida no Norte Novo, do rio Tibagi, passando por Londrina, até as
margens do rio Ivaí, a partir de 1930 de forma lenta até o final da Segunda Guerra
Mundial, acelerando posteriormente;
Por último, do rio Ivaí ao rio Piquiri, no Norte Novíssimo e desde o rio Iguaçu, no
extremo oeste paranaense, entre 1940 e 1960, quando se encerra o expansionismo da
cafeicultura paranaense.
Dessa forma foi ocupado o norte do estado do Paraná, até Cianorte o qual está
no Norte Novíssimo com o domínio da cultura comercial, voltada para o café.
Baseado nesta estrutura fundiária, as áreas cultivadas não exigiam um grande
quantidade de capital, e além de tudo muitos casos o trabalho era realizado pela
própria família. O norte paranaense foi de fato atração para a expansão da cafeicultura,
por apresentar situações que proporcionasse sua ocupação: como afirma (MORO,
1980, p.64).
A situação máxima favorável à cafeicultura paranaense configurou-se durante os anos que se seguiram logo após a Segunda Guerra Mundial. Esta situação foi o resultado da manifestação de diversos fatores, que combinados proporcionaram uma conjuntura francamente favorável à cultura do café, com destaque particular para os bons preços do mercado externo, até o início da década de 60, quando configura novamente o problema da superprodução, desiquilibrando a relação entre a oferta e a procura, culminando por levar o governo brasileiro a formular os vigorosos planos de erradicações dos cafeeiros anti-econômicos, que seriam colocados em ação através do GERCA. .conjuntura favorável a expansão da cafeicultura, em particular para o Norte do Paraná, e neste para o Norte Novo, começaram a manifestar-se antes mesmo do término da Segunda Guerra.
A situação da cultura do café do Brasil estava ameaçada em relação ao mercado
externo, visto que ele não queria mais comprar o café brasileiro, assim o Norte do
Paraná foi o local de atração para o café como explica Moro (1980, p.74), O norte do
Paraná só chegou á uma grande produção com a nova fase de preços do café que
estava aumentando e ganhou impulso durante a década de 1960, conseguindo ganhar
da produção paulista, essa superprodução paranaense já por volta de 1960, já
permanecia uma nova ameaça o que levou o governo intervir, através de programas de
racionalização da agricultura por meio do IBC/GERCA “O Norte do Paraná chegou a
produzir próximo de um terço da produção mundial”.
Mas infelizmente a cultura cafeeira acaba por entrar em decadência, segundo
Moro (1981, p.81), foram vários fatores que contribuíram para a substituição da cultura
do café, principalmente em Maringá e sua microrregião, também passou por esses
processos:
Política oficial de preços desestimulando aos cafeicultores, que combinados
interviram, criando uma conjuntura favorável à substituição da monocultura comercial
do café, e em segundo plano de outras atividades produtivas, pela cultura mecanizada
da soja e trigo, que lentamente começou a esboçar em 1968;
Idades dos cafeeiros – por volta de 1970, razoável parte das lavouras de café do
Norte do Paraná precisava ser renovada, pois muitos datavam das décadas de trinta e
quarenta;
Elevado custo de manutenção dos insumos empregados nas lavouras;
Endividamento progressivo dos cafezais – com a crise a crise do mercado
cafeeiro, os cafeicultores recorriam a sucessivos empréstimos financeiros, para fazer
frente a os custos de manutenção de suas lavouras, desse modo, gradativamente,
ficavam endividados financeiramente;
As geadas de 1969, 1972 e 1975;
A ferrugem – por volta dos últimos anos da década de sessenta e primeiros da
de setenta, a “ferrugem” – mal que atacava os cafeeiros – encontrou nas lavouras de
café mal cuidadas campo propício para sua propagação, contribuindo para agravar o
custo de manutenção e a produtividades das lavouras;
A estrutura fundiária – na realidade o Norte do Paraná, em particular, a maior
parte do território do Norte Novo, foi loteado, em predominantemente, em pequenas e
médias propriedades, de 5, 10 e 15 alqueires;
As geadas foram só um fator, entre os demais responsáveis pela queda da
produção de café e sua erradicação de grande quantidade de cafezais.
A respeito destes fatores Serra (1991), afirma que outras causas também que
causou o fim da monocultura cafeeira paranaense:
Como causas secundárias, os técnicos apontam as atrações exercidas sobre os pequenos proprietários pelos lucros das cadernetas de poupança; o conforto das cidades; o estudo dos filhos, a pressão dos capitalistas urbanos, interessados em investir em terras; a pressão dos grandes proprietários rurais; interessados em ampliar os limites de suas propriedades; o pagamento de dívidas bancárias, adquirir áreas maiores nas novas frentes pioneiras, onde normalmente a terra mais barata (SERRA, 1991, p.190).
Todos esses fatores e outros mais contribuíram para a desarticulação da
economia da economia agrícola, voltada ao plantio do café, e a pequena propriedade
familiar. E acaba assim um ciclo econômico e surgindo outro, baseado nas culturas de
soja e trigo, exigindo dos agricultores de maior capital e aumento de seus espaços
agrícolas com a incorporação de pequenas propriedades. Ocorre assim a
modernização da agricultura no meio rural. A soja foi tomando lugar do cultivo de café,
em todo o Estado do Paraná, a foto 04 abaixo mostra a cultura da soja no norte novo
do Estado.
Foto 04 - Plantação de soja no Norte Novo do Paraná. Org. LIMA, 2010.
A cultura da soja e trigo foi se espalhando por todo o Norte do Paraná e com isso
os maquinários modernos, insumos, fertilizantes, ocorrendo assim a migração dos
pequenos produtores para cidades, pelo fato de não obter capital para investir na
tecnologia, ocorrendo também a concentração da terra e o surgimento de grandes
propriedades no Norte do Paraná, “dessa maneira o café foi aos poucos cedendo lugar
para a soja e o trigo (MORO, 1980, p.96).”
A modernização da agricultura forma um complexo, entre a agricultura, indústria
comércio e Estado, a agricultura passa a produzir para a indústria e acaba por deixar
de lado os produtos básicos para a sustentação da população, ou seja, a economia de
subsistência dá lugar à economia de mercado. Maior parte dos municípios da região
Norte do Paraná foram crescendo muito, em decorrência da decadência do café e da
mecanização da agricultura no campo, tornando assim, maior que o espaço ocupado
pelo rural, ou seja, as cidades foram crescendo cada vez mais, principalmente os
grandes centros urbanos.
1- Leia o texto, reflete e responda: segundo Moro ( 1991 ), a modernização da
agricultura foi uma característica regional do norte paranaense: Explique essa
colocação do Professor Moro.
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2._ Escreva com suas palavras , o que coloca Boeira ( 2003 ), sobre as terras do Norte
do Paraná e sua colonização.
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3 – Observe a figura 02 no texto sobre o norte do estado do Paraná– e responda as
questões abaixo:
a) O que está representado nesta figura?
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b)-Que região está localizada sua cidade?
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Quais são as regiões do Estado do Paraná colonizados pela companhia
Melhoramentos do Norte do Paraná?
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4 – O modelo de divisão de lotes realizados pela CMP, como mostra a figura 03,
beneficiava a ocupação da região. Leia esse trecho, observe a figura e responda: Por
que o modelo organizado pela CMP, atraiam a ocupação dessa região, o que eles
fizeram de diferentes?
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5 – Segundo Moro ( 1981 ), foram vários os fatores que contribuíram para a
substituição da cultura do café, principalmente em Maringá e sua microrregião.
Exemplifique estes fatores que contribuíram para esta substituição:
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6 – Serra ( 1991 ), cita as causas secundárias da substituição de culturas na região do
Norte do Paraná, descreva-as.
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7 – Descreva a figura 04 ( plantação da cultura de soja no norte do Paraná), baseando
também no texto a modernização da agricultura no Paraná.
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8 – Pergunte para seus avós ou algum morador mais antigo de sua cidade, se ele
presenciou as mudanças de culturas no Norte do Paraná? Também peça para ele
explicar como eram realizada os tipos de culturas, junto com o café.
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9 – Procure uma foto antiga da cultura do café no Norte do Paraná ou de maquinários
antigos utilizados na lavoura cafeeira, podendo recorrer também a internet ou a
moradores antigos e traga, para que possamos realizar um debate e posteriormente
colocar em um mural, para que os demais alunos do colégio possam estar visitando.
10 – Pesquise também sobre as influências das mídias da época sobre do porquê
modernizar a agricultura.
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1.3 – O Município de Sarandi no Contexto Histórico Regional
Primeiramente iremos abordar o significado da palavra Sarandi, que segundo
Azevedo (2007). A palavra Sarandi, que tem sentidos diferentes como, por exemplo:
No Rio Grande do Sul, “sarandi” significa pássaro, flor silvestre.
No Brasil Central, “saranda ou sarandi” é uma dança regional, folclórica, com
vários pares no salão ou terreiro e, dentre eles, um cavalheiro sem par (dama) com
um chapéu na cabeça e que procura colocar o chapéu em outro cavalheiro e toma-lhe
a dama. Coletiva, forró caboclo em Goiás, região do Mato Grosso e norte/nordeste de
Minas Gerais.
No norte do Paraná, “sarandi” é uma árvore de porte pequeno, com ramos
fibrosos e muito resistentes, inclusive utilizados na produção de cestos, cadeiras e
ornamentos caseiros, bem como para enfeixamento de tetos (cobertura) de casas dos
pioneiros. Trata-se realmente de uma planta nativa muito útil à vida. Acredita-se que
“sarandi”, nome indígena, deriva da língua tupi-guarani. Significa “sarã” ou terra
maninha, terra fraca. Significa, também, o nome de uma planta (arbusto) da família
das euforbiáceas, que pode atingir até dois metros e meio de altura, existente nos
estados do Sul, sempre às margens dos rios, em terras fracas que não servem para a
produção agrícola.
De acordo com O Histórico do município de Sarandi (1997), sua história inicia
em 1935, Sarandi pertenceu primeiro, ao município de Londrina, depois Mandaguari e,
finalmente a Marialva, até se tornar município fundado em maio de 1947, pela, pela
Companhia Melhoramentos Norte do Paraná. Com a lei Estadual nº 790, de 14 de
novembro de 1951, Sarandi tornou-se Distrito Administrativo de Marialva, em 05 de
maio de 1966,através da Lei Estadual 5.311/66, Sarandi foi elevado a Distrito
Judiciário.
Em 14 de outubro de 1981 pela lei nº 7.502, foi elevado a município, sendo eleito
o primeiro Prefeito em 15/11/82 o Sr. Júlio Bifon e para Vice o Sr. Hélio Gremes
Pereira.
O município está inserido na região noroeste ou como ficou chamado de Norte
Novo do Paraná, a uma latitude sul de 23° graus e Longitude oeste 51º graus, sendo
sua área total de 113.350km (11.335 ha), conforme o modo de colonização limita-se
com Maringá e Marialva e está inserido no Norte Novo de Maringá, como se pode
observar a figura 05, abaixo.
Figura 06 - Norte Novo de Maringá. Fonte: CMNP (1975, p. 123).
Observando a figura acima podemos notar a grande área que pertencia o
chamado Norte novo, na qual várias cidades faziam parte, e também que a
Companhia organizou umas muito próximas das outras.
Essa forma de planejar, tudo muito bem organizado, contribuiu muito para o
crescimento acelerado do município de Sarandi. “Foram muitas famílias, que iniciaram
a derrubada definitiva das matas, devastando a vegetação rasteira e os cipós que se
entrelaçavam” (AZEVEDO, 2007, p. 6).
Cabe salientar também que sob predominância de clima subtropical,
mesotérmico, verão quente e inverno com geadas pouco frequentes, com tendência a
concentrar as chuvas nos meses de verão, com uma precipitação média anual de
1.564,15 m., favoreceram muito o cultivo do café no Município em estudo.
Mas, ainda de acordo com o Histórico (1997), no município de Sarandi ocorre
predominância de solos oriundos do basalto, que deu origem a solos com altos teores
de argila. São solos de alta potencialidade agrícola, possuindo elevada equilibrada
reserva de nutrientes para as plantas. O relevo muito favorável a mecanização e a
vegetação nativa era constituída tipicamente por florestas tropicais, e possui uma
altitude de 555 metros acima do nível do mar.
Destacamos ainda que sua colonização se deu através da companhia
Melhoramento Norte do Paraná que planejou nos mínimos detalhes à vendas dos lotes.
Em decorrência dessa organização foram chegando à Sarandi muitos imigrantes,
vindos de vários estados brasileiros, principalmente São Paulo e Minas Gerais. Com
etnias predominantes de espanhóis, portugueses e italianos atraídos pela fama da
qualidade dos solos do Norte do Paraná e as excelentes produções obtidas nas
lavouras, principalmente as do café Também, ainda de acordo com Azevedo (2007),
coloca que também chegaram pessoas de outros estados, como por exemplo do
nordeste, além de estrangeiros, como italianos, alemães, portugueses, espanhóis,
russos, japoneses, húngaros.
Para possibilitar essa migração para Sarandi a Companhia Melhoramento (1975),
iniciou a derrubada de florestas, a construção de estradas, embora precárias, e pontes
sobre os pequenos rios.
Segundo (AZEVEDO, 2007, p.3) As estradas não ofereciam segurança, por
causa da composição do solo de toda região; as estradas de chão tornavam-se
intransitáveis devido ao barro grudento. Tudo isso não impediu que milhares de
pessoas viessem para cá de “jardineira”, caminhão, carroça. Alguns, que migraram de
outras regiões do Paraná e consequentemente para Sarandi, muitas vezes, chegavam
a cavalo ou até mesmo a pé.
A Companhia Melhoramentos do Norte do Paraná começou a melhorar os meios
de transportes, a via de acesso de comunicação, e para que isso acontecesse tornou-
se sócia da Ferrovia São Paulo-Paraná; a estrada de ferro, que em 1934 chegava a
Londrina, em 1954 passou por Sarandi. O trem era puxado por locomotiva a vapor.
Para facilitar e possibilitar a migração das pessoas de outras regiões, a Companhia
iniciou a derrubada de florestas, a construção de estradas, embora precárias, e pontes
sobre os pequenos rios.
A construção de estradas, embora precárias, e pontes sobre os pequenos rios.
Conforme, ainda, Azevedo (2007), as famílias traziam o que possuíam e algumas
compravam terras a preços razoáveis e ainda pagavam a prazo e instalavam-se em
regiões nas quais era possível comercializar produtos da propriedade (milho, feijão,
arroz, legumes, porco, galinha, leite, queijo etc.). Outras vinham para trabalhar e
empregavam-se na derrubada das matas, na construção da ferrovia, no plantio e
colheita da lavoura de café etc.
Os pequenos agricultores contavam com o trabalho de toda a família na lavoura
de café; além disso, produziam quase tudo na própria terra. Assim, o dinheiro da safra
de café era utilizado também para ampliar a propriedade.
Com essa facilidade o município de Sarandi foi crescendo cada dia mais, pois
tinha outros fatores que contribuíram para o rápido crescimento como os proprietários
que contratavam serviços de famílias para a derrubada de matas e plantio de mudas de
café, até que a lavoura estivesse produzindo, processo que durava em torno de seis
anos.
Em alguns casos, o contratado recebia um pedaço de terra ao final do contrato,
que era feito verbalmente, sendo, porém poucos os casos de descumprimento. Aos
poucos, as matas foram cedendo lugar às plantações de café e de pequenas culturas
de subsistência.
O município de Sarandi era em 1997, era plenamente rural, como mostra a
figura 06, sendo seu espaço urbano muito pequeno.
Figura 06 - O Município de Sarandi, 1997. Fonte: EMATER, 2005.
A figura do município de Sarandi em 1957, mostra que a zona rural era de
68.350 km ( 6.825 ha ). Portanto sendo maior que a área urbana que era de 36.900 km
( 3.690 ha ), isso devido a cultura de café mas também pela pastagens e outros tipos
de culturas.
O café foi sem dúvida alguma a causa do grande crescimento do município de
Sarandi. Mas como aconteceu em todo o Norte paranaense, em Sarandi também
ocorreu que os fatores climáticos, como as geadas e a seca em 1963, associadas a
instabilidades de preços, contribuíram muito para a desmotivação dos produtores em
continuarem investindo na cafeicultura, principalmente com a geada de 1975, como
consta no Histórico do Município (1997), as lavouras de café foram sendo substituídas
pelas culturas de soja, trigo e milho, ou seja, a modernização da agricultura se deu
também no município de Sarandi, pelos mesmos fatores que aconteceram em todo o
Paraná e Brasil, provocando assim a mecanização agrícola e o êxodo rural. E as novas
lavouras tomam contam do município como a da soja e trigo. Batalioti ( 2004 ), ressalta
que “as lavouras temporárias cultivadas no município, a soja e o trigo destacam-se”.
1 – Veja a figura abaixo a localização do seu município e responda:
Figura 2 – região de Maringá-PR
a)-Quais são as cidades vizinhas do seu município?
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b)- Dê a latitude e longitude da área representada na figura:
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2 – Vamos refazer o do contorno do mapa de Sarandi destacando o espaço rural e o espaço urbano, conforme figura 3.
Figura3- área do município de Sarandi. 3 - Veja a figura 06 – O Norte Novo de Maringá e responda:
a) Escreva os pontos mais importantes desta figura.
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4 – Como esta relatado no histórico de Sarandi ( 1997 ), sua história inicia em 1935.
Faça um Breve relato sobre essa história.
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5 – A figura 06 – O município de Sarandi em 1997, que a área rural era predominante,
e que a área urbana era pequena. Nos dias atuais percebemos a inversão destes
dados. Como você explica isso?
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6 - O município cresceu muito por causa da cultura do café mas de acordo o texto
abaixo da figura 06 , quais foram os fatores que propiciaram a decadência do café?
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7- Cite as novas culturas que surgiram , após o ciclo do café no seu município:
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Um pouco da história do bairro Chácaras Aeroporto
“O bairro Chácaras Aeroporto era uma fazenda, vendida para uma loteadora, que a dividiu em
chácaras.
O bairro ganhou o apelido, conhecido até hoje, de “Vale Azul”, por causa do rio Pingüim, que na
ocasião era um pequeno córrego limpinho na divisa de Sarandi com Maringá.
Esse Vale foi aumentando cada vez mais e formou uma grande represa. Muitas pessoas vinham
para nadar, pescar, passear de lancha e de bote.
Com o passar do tempo, a represa encheu-se de lama e lixo, que descia principalmente do
próprio bairro, nas enxurradas.
Foi proibido o uso da represa como lazer, pois estavam morrendo muitas pessoas afogadas,
chegando ao número de 31 mortes.
A represa não suportava mais tanta água e, nos dias de chuva forte, começou a estourar.
Aconteceu isso por três vezes; então resolveram abrir a represa de vez.
Hoje, o bairro Chácaras Aeroporto está todo cascalhado. Lá, encontram-se ainda muitas árvores
frutíferas, ornamentais, várias chácaras de lazer. Há também algumas fontes de emprego, como:
barracão de carvão, dois barracões de sacaria, fábrica de amortecedores, posto de saúde, canil e uma
escola municipal.”
Texto elaborado pelos alunos Escola Rural Municipal Dr. Luiz Gabriel Sampaio.
Fonte: Azevedo. Irinelza, A ( 2007)
1.4 - Consequências da Modernização Agrícola no Município de Sarandi
Com o declínio da cafeicultura, como aconteceu com todo o norte do Paraná, em
Sarandi os pequenos agricultores foram expulsos da terra por várias razões a,
principalmente as geadas e seca em 1963, geadas em 1969, 1975 e 1981, associado a
instabilidades de preços, em muito contribuíram para a desmotivação dos produtores
em continuarem investindo na cafeicultura. Com a ocorrência da grande geada de 1975
chamada de geada negra, a esse respeito ressalta Serra (1991), que “ as lavouras de
café foram sendo substituídas pelas culturas anuais, principalmente soja , trigo e milho,
iniciando um novo ciclo na região, o da mecanização agrícola.”
Após a geada de 1975 o café foi sendo substituído por outras culturas como
ressalta Batalioto (2004): “Gradualmente, no campo, foi ocorrendo a nova configuração
mais moderna, produtiva, competitiva e com maior lucratividade. Porém, atrelado a
todos esses benefícios vieram os impactos” (BATALIOTI, p.110, 2004 ).
Assim, a cidade foi crescendo e tomando lugar do meio rural e a partir de 2000,
de acordo com IBGE, Sarandi tinha uma população aproximadamente de 71.422
habitantes, e 2010 uma população 87.503 habitantes apresentando assim, um dos
maiores crescimentos demográficos do Estado do Paraná.
Mas em decorrência do declínio da cafeicultura e a modernização do espaço
agrícola foi ocorrendo o êxodo rural, como também em todo o Norte paranaense, e
assim a modernização chegou ao município com novos maquinários e outros tipos de
culturas também, principalmente a soja e trigo e a pastagem, ou seja, a criação de
gado, alterando assim o modo de produção no campo, ou seja, o capitalismo avança.
Os pequenos produtores são expulsos, pela falta de capital para investir nas novas
lavouras, mais modernas.
Além das geadas já citadas outros problemas acabaram como entraves que
levaram muitos agricultores para a cidade, como: alto custo de produção; falta de
tecnologia para transformar e aproveitar os produtos existentes; tecnologia avançada,
diminuindo assim a necessidade de um número grande de mão-de-obra.
Por outro lado, em pequenas propriedades os agricultores ainda contam com
maquinários antigos. Não conseguindo acompanhar a tecnologia, dependem de
maquinários de terceiros para preparar o solo, plantar, aplicar defensivos agrícolas e
colher. Assim os pequenos agricultores acabaram vendendo suas terras para outros
grandes proprietários, gerando assim o desemprego, o subemprego, o boia-fria, a
miséria e a fome de muitos que tiveram que vender sua propriedade, por não conseguir
acompanhar a modernização na agricultura..
1 – Fazer uma análise das consequências da modernização da agricultura no município
de Sarandi – PR.
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2 – Fazer um pesquisa sobre a “geada negra” de 1975.
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1.5- As Novas Alternativas econômicas no Município de Sarandi, a partir de 2005
a 2010.
Após a geada de 1975, o café foi sendo substituído por outras culturas como a
soja e o trigo e o campo, foi ocorrendo à nova configuração mais moderna, produtiva,
competitiva e com maior lucratividade. No qual afastou o pequeno produtor
expulsando-os para as cidades, porém em Sarandi o espaço rural diminuiu em
decorrência do crescimento do espaço da cidade, objetivando reverter tal processo,
surgem algumas alternativas para o pequeno agricultor no município de Sarandi, com a
ajuda de técnicos da EMATER (2005), novas formas de produção para manter o
pequeno produtor ao campo.
Uma nova forma de plantação de café que surgiu no estado do Paraná e em
Sarandi, (a plantação é chamada de adensado ou superadensado, porque os pés são
plantados próximo uns dos outros para que a geada não prejudicasse, e não cresce
muito, são baixo), veja a foto 07, a abaixo:
Foto 07 - Plantação de café, chamado adensado (nova forma de cultivo).
Org: LIMA, 2010.
O cultivo do café, agora de outra forma, como mostra figura acima foi o que
começou a ser cultivado no norte do Paraná em Sarandi, além das novas formas de
plantio, soja e trigo foram as que predominaram até nos dias atuais, mudando assim a
paisagem do meio agrícola brasileiro e paranaense de forma geral.
Porém na área rural de Sarandi, aconteceram às novas formas de culturas,
como a soja, trigo e milho. Porém as pastagens terminaram antes de 2005.
Analisando os dados da Emater (2005), o município de Sarandi, havia uma
grande variedade de culturas desenvolvidas no meio rural, algumas temporárias e
outras permanentes. As permanentes produzem durante vários anos. Dentre as
culturas temporárias em Sarandi, as principais são: a soja, o trigo, o milho, o arroz e o
feijão. Quanto às permanentes, temos a uva, o abacate, a banana, o caqui, a cana-de-
açúcar, o café e outras.
Segundo ainda dados da EMATER (2005), a viticultura começou a crescer
consideravelmente a cada ano. Desde a chegada de algumas famílias interessadas no
cultivo da uva muito contribuiu para o crescimento do município.
A pecuária, também foi uma atividade econômica desenvolvida no município,
mas que por problemas de que os animais invadem a cidade foi sendo deixado de lado.
Existem, ainda, outras atividades desenvolvidas no município, porém não muito
expressivas no sentido econômico, pois a maioria é realizada para aumentar um pouco
a renda familiar .Essas culturas são chamadas pelo povo de temporárias e
permanentes, pois, de acordo com a EMATER (2005), as culturas produzidas
temporárias são as que consta no quadro-II e III abaixo:
Quadro II - Culturas temporárias/quantidade produzida em 2005.
Produto
Quantidade produzida
/ toneladas
Arroz 20
Aveia 720
Cana-de-açúcar 4.860
Feijão 14
Mandioca 300
Milho 2.820
Soja 15.400
Trigo 6.210
Girassol 11
Fonte: IBGE: 2005. Org: LIMA, 2010
Ainda de acordo com a EMATER (2010), as culturas permanentes de maior
produção, como mostra no quadro acima são: a soja e o trigo. Temos também a cana-
de-açúcar, o milho, aveia, mandioca, arroz, feijão e girassol e a culturas de frutas como
mostra o quadro III, abaixo: com as seguintes frutas, a uva se destaca, depois vem o
caqui, a tangerina o abacate a banana e a goiaba, sendo que o café ainda tem uma
razoável produção entre as culturas temporárias, em 2005.
Quadro III - Culturas permanentes / quantidade produzida em 2005.
Produto
Quantidade produzida /
toneladas
Abacate 72
Banana 23
Café 49
Caqui 320
Goiaba 10
Tangerina 150
Uva 2 520
Fonte: IBGE, 2005. Org. LIMA, 2010.
Além dos produtos do quadro III. Que são as culturas permanentes, outros tipos
de culturas também, foram surgindo, como relata o Sr. Anversa (2010), foram
aparecendo novas alternativas econômicas no município de Sarandi, como a
horticultura, alface, repolho cebolinha, e também a fruticultura como a uva, maracujá,
além das plantações de milho-safrinha, canola, soja e trigo, sendo que a soja e trigo
representam 60% da produção total e o restante 40%, distribuídos em 369
estabelecimentos rurais INCRA, 2010, e representa 10.323 hectares, IBGE, 2010, com
150 agricultores familiares e 60 agricultores empresariais. Observa o quadro IV abaixo
às novas alternativas econômicas , os números de produtores, as áreas plantadas , a
produção em toneladas e o valor bruto da safra.
Quadro IV- Novas Alternativas de Culturas no município de Sarandi.
Culturas N°
Produtores
Área Ha Produção Valor de prod.
Bruta
Soja 160 6.350 19.685 ton 10.850.000,00
Trigo 70 3.500 8.750 ton 3.500.000,00
Milho 120 2.400 11.100 ton 2.412.000,00
Café 35 65 125 ton 500.000,00
Uva 59 94 2.313 ton 3.470.000,00
Alface 8 78 2.730.ton 3.510.000,00
Aves
postura
1 75.000 cb. 1.608.000 dz. 2.000.000,00
Aves de
corte
5 119.000
cb.
2.000 ton. 3.132.600.00
Diversas
culturas
Pequenas
áreas
3.000.000,00
Total bruto 34.424.600,00
Fonte: EMATER, 2010. Org. LIMA 2010.
Como mostra o quadro IV, no município de Sarandi, em 2010, milho, uva, aves
de corte, alface, formando assim um cinturão verde, para atender as necessidades da
cidade, e de Maringá, que é considerada uma metrópole, e Sarandi passa a fazer um
papel rural de servir sua metrópole, com hortifrutigranjeiros. O milho safrinha segundo
seu Anversa (2010) vem se apresentando atualmente como uma alternativa para o
inverno. Veja a foto 08, a plantação do milho.
Foto- 08, plantação de milho safrinha. Org. LIMA, 2010.
A cultura de fruticulturas vem se destacando, em virtude de estar próximo a grandes
centros consumidores e, além disso, dentro do cinturão verde de Maringá, propiciou a
fruticultura, a opção de diversificação das pequenas propriedades, como destaca a
viticultura que vem crescendo em média 20% ao ano. Atualmente a área cultivada com
a uva é de 90,0 ha que são explorados em 70 propriedades, produzindo duas safras
por ano, representando 21,95% do valor bruto da produção, a maioria são uvas de
mesa, das variedades Itália, Rubi e Benitaka e em menores quantidades as Kioho e
Niágara. Veja a plantação da uva Itália na foto 09, abaixo, no qual a EMATER –
Sarandi, dá assistência.
Figura 09 - Plantação de uva Itália. FONTE: EMATER de Sarandi, 2010.
Outra alternativa econômica que vem se destacando é a olericultura , pela
possibilidade de grandes ganhos em pequenos espaços, além dos produtores
tradicionais, vem surgindo grandes números de pequenos produtores, tentando
conquistar um espaço, pois a tecnologia utilizada por eles estão diretamente
relacionadas aos recursos que cada um dispõe. Sendo o município o maior produtor de
alface da região de Maringá, com uma área constante de 30 ha, permitindo, no entanto,
uma rotatividade de até cinco safras na mesma área. Observe na foto 09 que plantação
maravilhosa de alface em Sarandi.
Foto- 09: Plantação de alface, no município de Sarandi. Org: LIMA 2010.
Para finalizarmos as novas alternativas econômicas que encontramos no
município de Sarandi, nos anos de 2005 até 2010, veja ainda a foto 10, mostrando um
tipo de cultura de uva.
A mais recente alternativa econômica no município, que vem se destacando
atualmente no município é a avicultura de corte, com a finalidade de abastecer as
indústrias em Maringá, observa a foto10, no qual está representando a granja de
frangos no município.
Foto 10 - Criação de frango de corte. Org: LIMA 2010.
Podemos notar que no decorrer dos anos, o pequeno agricultor do município de
Sarandi foi encontrando novas atividades econômicas, para permanecer no meio rural,
apesar das dificuldades financeiras e do crescimento do espaço urbano. Além disso, o
município se encontra localizado vizinho de um grande centro urbano que é Maringá.
Portanto o município de Sarandi, através dos pequenos agricultores e recebendo
incentivos e colaboração da EMATER, foi substituindo o pequeno espaço rural que
sobrou para plantação de novos tipos de culturas, no qual vem se destacando o cultivo
de frutas e a horticultura, com crescimento para a cultura da alface e repolho.
.A pequena horta com produção de espécies variadas está presente em um
grande número de pequenas propriedades, comercializadas via feira do produtor,
proporcionando a permanência destes produtores no meio rural.
Podemos dizer que Sarandi possui um “cinturão verde”, que está ligado a suas
cidades vizinhas, Maringá e Marialva.
1 – Leiam o texto sobre as Novas alternativas econômicas no munícipio de Sarandi, a
partir de 2005 a 2010 e respondam as atividades abaixo:
a) Escreva as novas alternativas econômicas do município:
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a)-Faça uma comparação entre os quadros :II, II e IV., referente ao texto acima:
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c)- Peça ajuda aos pais. Faça um breve relato das mudanças que ocorreram neste
espaço a partir da decadência da cultura cafeeira até os dias atuas.
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d)- As mudanças foram boas ou ruins? Descreva-as:
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2 – Muito Bem !!! Elaborem perguntas, faça de conta que agora você é
um jornalista.
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Sugestão para o professor:
a) A respeito do espaço, discutir em primeiro lugar com o aluno o seu espaço de
vivência, a sala de aula, para depois discutir a respeito do espaço rural.
b) Fazer debates com os alunos sobre o conceito de modernização, antes de começar
a trabalhar a modernização da agricultura no Brasil, fazer com que o aluno faça ou
fala sobre fotos antigas de alguma coisa e as modernas.
c) Segundo Moro (1980), o que são os elementos que se processam na natureza?
Explicar como isto ocorre.
d) Trazer para o aluno um texto sobre a revolução verde.
e) Trabalhar com o aluno a questão do capitalismo e socialismo.
f) Questionar com o aluno, como acontece o desemprego, subemprego e as favelas,
se possível trazer para a sala de aula figuras sobre esse tema.
g) Mostrar para o aluno o porquê das divisões ou regionalizações do Estado do Paraná.
h) Explicar a questão da Companhia Melhoramentos do Norte do Paraná.
i) Pedir ao aluno para pesquisar, sobre de qual estado brasileirol vieram os seus pais
ou vizinhos para o município de Sarandi.
j) Fazer com o aluno uma pesquisa de campo, visitando o espaço rural de Sarandi.
Trabalhar sobre o êxodo rural.
REFERÊNCIAS:
ANVERSA, Idanir, Antonio. (Entrevista concedida em 15 de Outubro de 2010). 2010.
AZEVEDO, Irinelza A. de Oliveira. Queiroz, Shirley Cordeiro de. Rodrigues, Izabel Cristina. Sarandi: dia- a- dia de um povo que constrói sua história, Sarandi, 2007. Caderno datilografado.
BATALIOTI, Telma. Cianorte: ocupação pioneira, modernização da agricultura e impactos sócio-espaciais. Dissertação de Mestrado, apresentada ao Departamento de Geografia- UEM. Maringá, 2004.
BOEIRA, José Jair. Espaço urbano de uma metrópole regional de porte médio: Maringá. Dissertação de mestrado apresentado ao Departamento de Geografia. UEM, Maringá-PR, 2003.
BORGES, William Antônio. A periferia decorrente da mobilidade centrada no trabalho: A questão no aglomerado urbano de Maringá. Dissertação apresentada ao programa de Pós – Graduação (Mestrado), UEM, Maringá-PR, 2004. CAMPOS, Margarida Cássia. Territorialização da Agricultura – Orgânica no Paraná: Preservando o meio ambiente e produzindo alimentos sadios. Dissertação de Mestrado apresentada ao programa de Pós-Graduação da UEL. Londrina-PR, 2004.
CANCIAM, Nadir Aparecida. Cafeicultura Paranaense, Curitiba, Grafipar, 1981.
COMPANHIA MELHORAMENTOS NORTE DO PARANÁ. Colonização e desenvolvimento do Norte do Paraná. São Paulo. Editora Ave Maria 1975/1976.
DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA, Governo do Paraná, Secretária de Estado da Educação do Paraná, Departamento de Educação Básica. 2008.
EMATER – Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural, Órgão vinculado à Secretária de Estado da Agricultura e do Abastecimento. Sarandi-2005 e 2010.
FARIA, Maria do Carmo Carvalho. Transformações históricas e dinâmica atual da paisagem na bacia hidrográfica do Ribeirão Biguaçu – Apucarana- PR. Dissertação de Mestrado apresentada ao Departamento de Geografia. Maringá. UEM 2007.
HISTÓRICO de Sarandi, O Crescimento do município de Sarandi: Secretária da educação, 2007. Datilografada
IBGE, Instituto de Geografia e Estatística, 1986, 1990, 1993 e 1997. Censo Demográfico, 2000 e 2010.
MORO, Dalton Áureo. Substituição de culturas e transformações na organização do espaço rural do município de Maringá. Dissertação de Mestrado apresentada ao Departamento de Geografia da USP. São Paulo, 1980. _________________, Substituição de culturas, modernização agrícola e organização do espaço rural, no Norte do Paraná. Tese de Doutorado apresentada a Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 1991.
OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. A agricultura camponesa no Brasil. 4 ed. – São Paulo. Contexto, 2001.
SERRA, Elpídeo. Processos de ocupação e a luta pela posso da terra agrícola no Paraná. Tese de Doutorado apresentada a Universidade Estadual paulista- UNESP, Rio Claro, 1991.
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