PESQUISA SOBRE QUALIDADE DE VIDA NAS COMUNIDADES PACIFICADAS

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Pesquisa publicada no jornal Extra, sobre as melhorias nas comunidades após implantação das UPPs.

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PESQUISA

Qualidade de vida nas Comunidades Pacificadas

OBJETIVO DA PESQUISA: 

Identificar o que os moradores entendem como prioritário e importante para a melhoria da qualidade de vida nas comunidades pacificadas.

 LOCAIS DE REALIZAÇÃO DA PESQUISA:

Equipes de alunos visitaram 8 comunidades pacificadas, sendo:

• Complexo do Alemão; • Comunidade do Borel;• Comunidade da Cidade de Deus;• Comunidade dos Macacos;• Comunidade da Rocinha;• Comunidade do São Carlos;• Comunidade do Tabajara;• Comunidade do Turano.

DATA E HORÁRIOS DE REALIZAÇÃO:

As pesquisas foram realizadas entre os dias 25 e 27 de maio de 2012, nos períodos da manhã e da tarde.

 TOTAL DE RESPONDENTES: 

Foram entrevistados um total de 964 moradores das comunidades pacificadas.

INSTRUMENTO DE PESQUISA: 

Questionário contendo 5 questões fechadas.

51%

49%

SEXO DOS ENTREVISTADOS

HOMENSMULHERES

SEXO DOS ENTREVISTADOS

As equipes tiveram o cuidado de entrevistar, em igual número, homens e mulheres.

O objetivo foi obter uma percepção comparativa dos dois gêneros. Como eles percebem a pacificação e seus efeitos na comunidade onde vivem.

13%

12%

12%

12%

12%

13%

12%

13%

QUANTIDADE DE ENTREVISTAS POR COMUNIDADE

ALEMÃOBORELCIDADE DE DEUSMACACOSROCINHASÃO CARLOSTABAJARATURANO

QUANTIDADE DE ENTREVISTAS POR COMUNIDADE

Assim como nos gêneros, houve o cuidado de equilibrar o número de respondentes por comunidade.

Desta forma todas participaram com 12% ou 13% das respostas. Uma média de, aproximadamente, 120 entrevistas para cada comunidade (sendo 60 para cada gênero).

Um ponto a ser destacado é que foram entrevistadas pessoas que nasceram e cresceram nas comunidades ocupadas pelo crime organizado: sem leis e sem ordem oficial, assim como, pessoas que viveram esta realidade num espaço bem curto de tempo (mudaram-se para a comunidade). Todos quiseram opinar se a entrada do Estado, de forma mais incisiva, contribui ou não para algum tipo de melhoria na comunidade.

27%

29%20%

24%

FAIXA ETÁRIA DOS ENTREVISTADOS

DE 20 A 30 ANOSDE 31 A 40 ANOSDE 41 A 50 ANOSMAIS DE 51 ANOS

FAIXA ETÁRIA DOS ENTREVISTADOS

A distribuição de respondentes por faixa etária também seguiu a orientação de equilíbrio. Uma amostra desequilibrada iria interferir no resultado.

O objetivo foi possibilitar reduzir as diferenças.

Desta forma, as respostas ficaram bem distribuídas possibilitando, também, uma comparação sobre a forma de pensar de cada grupo de acordo com a faixa etária.

18%

10%5% 4%

22%

15%

3%

11%

2%

10%

O QUE O GOVERNO PODERIA FAZER PARA MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA NA SUA COMUNIDADE ?

MELHORIAS QUE AS COMUNIDADES ESPERAM COM A PACIFICAÇÃO

Entre as opções apresentadas a “Melhoria do atendimento nos postos de saúde” foi o destaque: 22% dos moradores das comunidades pacificadas entendem que o governo poderia investir nesta condição.

Foram sinais relatados: ausência de médicos nos postos, serviços como medicação e receituário, muitas vezes, realizados pelos profissionais de enfermagem, falta de medicamentos, entre outras.

18% da população cobra uma “Coleta de lixo e varrição mais regular”. Com a ocupação da comunidade pelo crime organizado, estes serviços não existiam e, agora, representam uma necessidade, pois, os moradores não querem ver os espaços como depósitos de lixo sem nenhum critério de descarte.

Serviços essenciais como “Água, luz e esgoto” também foram lembrados. Representam 15% do clamor dos entrevistados. Este tipo de serviço, também, era problema para os moradores que entendiam estar expostos a riscos de vida pela incidência elevada de instalações clandestinas (apesar de reclamarem dos valores das taxas e da existência, ainda, de esgotos a céu aberto).

MELHORIAS QUE AS COMUNIDADES ESPERAM COM A PACIFICAÇÃO

A “Instalação de creches” e “Melhorias do ensino nas escolas públicas” ocuparam uma prioridade mediana na prioridade desta população: 10% e 11% dos respondentes, respectivamente. Se por um lado estes números mostram que existe uma preocupação com o futuro das crianças, por outro, uma parcela ainda não consegue enxergar a educação como uma oportunidade de mudar a realidade.

“Manter a ordem pública” recebeu 10% da atenção dos entrevistados. Bailes e festas com som alto até a madrugada, estacionamento irregular, descarte de lixo em locais inadequados etc. são preocupações desta parcela de moradores.

“A pavimentação de ruas”, o “Alargamentos de vielas e becos”, e a “Proibição de novas construções” nas comunidades são temas considerados menos importantes pelos respondentes. A cultura enraizada não impede o olhar de novos horizontes e reduz a importância de tais condições.

Moradores reclamam da “Falta de área de lazer” e “Espaços de convivência” aparecem em grande parte da respostas, apesar de não fazer parte da pesquisa.

GRÁFICOS COMPARATIVOS PRIORIDADES ENTRE

AS COMUNIDADES

10%

4%2%

5%

28%

13%

2%

20%

2%

14%

AS PRIORIDADES DO COMPLEXO DO ALEMÃO

15%

9%

4%

6%

16%

10%

7%

9%

5%

19%

AS PRIORIDADES DA COMUNIDADE DO BOREL

22%

9%

3%1%

23%

19%

3%

9%

1%

10%

AS PRIORIDADES DA COMUNIDADE DA CIDADE DE DEUS

29%

0%2% 1%

27%

24%

0%2%

0%

15%

AS PRIORIDADES DA COMUNIDADE DO MORRO DOS MACACOS

17% 16%

0%2%

25%

17%

4%

14%

2% 3%

AS PRIORIDADES DA COMUNIDADE DA ROCINHA

20%

6% 5% 5%

20%

18%

4%

14%

2%

6%

AS PRIORIDADES DA COMUNIDADE DE SÃO CARLOS

16%

7%

16%

11%

27%

12%

2%4%

0%

5%

AS PRIORIDADES DA COMUNIDADE DO TABAJARA

25%23%

14%

2%

10%

14%

1% 2%0%

9%

AS PRIORIDADES DA COMUNIDADE DO TURANO

COMPARATIVO ENTRE COMUNIDADES: o que consideram mais importante

“Melhorar o atendimento do postos de saúde” aparece como prioridade para 5 comunidades (Alemão: 28%, Cidade de Deus: 23%, Rocinha: 25%, São Carlos: 20% e Tabajara: 27%).

“Melhorar a coleta de lixo e varrição” para 2 comunidades (Cidade de Deus: 23% e Turano: 25%).

No Borel, a “Ordem pública” é prioridade para 19% dos respondentes.

Estes índices sinalizam problemas que as comunidades enfrentam na atualidade e que por razões como: falta de investimento, recursos ou qualificação de pessoal, além de baixo espírito de cidadania, desrespeito aos direitos do próximo, educação básica, entre outros, que precisam ser tratados para dar mais qualidade de vida ao ambiente e alavancar novos hábitos e atitudes.

COMPARATIVO ENTRE COMUNIDADES: o que consideram menos importante

“Proibir novas construções nos locais” este item não foi elencado por 4 comunidades (Cidade de Deus, Rocinha, Tabajara e Turano). E para 2 outras aparece com 2% das respostas (Alemão e São Carlos)

“Pavimentação da rua ” e “Alargamento de becos e vielas” também não foram considerados como importante peles moradores. Assim como “Instalação de creche” e “Melhorar o prédio da escola pública” .

Este resultado indica que investimentos de curto prazo estão na pauta dos moradores. No entanto, os investimentos que trariam melhorias a longo prazo, ficam para depois. É o eterno conflito: “dar o peixe ou ensinar a pescar”.

86%

14%

VOCÊ TEM ORGULHO EM SER MORADOR DE UMA COMUNIDADE PACIFICADA ?

SIMNÃO

ORGULHO DE MORAR NUMA COMUNIDADE PACIFICADA

Cidadania é algo que vale mais que ouro.

86% dos entrevistados têm orgulho de morar numa comunidade pacificada e não pretendem se mudar (criaram raízes).

No entanto, existe uma parcela de 14% “insatisfeita” com a vida na comunidade, mesmo após a pacificação. Indicam que quase nada mudou e que, apenas, as armas, saíram de circulação. Os relatos indicam, também, que moram ali, por falta de opção.

OBSERVAÇÕES RELATADAS NAS ABORDAGENS mas que precisam ser investigadas para confirmar veracidade.

• Aproximadamente 20% dos respondentes aparentaram medo de responder a pesquisa;

• Existem problemas graves de saneamento básico, iluminação, educação, saúde, transporte e até mesmo segurança pública;

• Moradores reclamam dos altos preços de serviços como energia elétrica;

• Segundo uma parcela da população, o tráfico continua, porém, de forma “discreta”;

• Alguns relataram existir violência por parte dos policiais das UPP's. São abordados de forma agressiva durante as “diligências”;

• Foi sinalizado um sentimento de insegurança na Rocinha e no Turano;• Todas as comunidades gostariam de ser mais ouvidas pelos órgãos

públicos (existe o sentimento de abandono e desamparo. Ou, talvez, carência);

• Faltam área de lazer no Borel e cursos profissionalizantes;• Falta transporte público dentro das comunidades;• Existe grande necessidade da construção de creches e escolas para

PNE's;• Existe um forte pedido para a criação de cooperativas para cursos

profissionalizantes em todas as comunidades.• Comerciantes reclamam que, após a pacificação, as vendas

reduziram. Moradores ampliaram suas opções de fornecedores.

FIM

facebook.com/epmkt

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