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PLANO DE AÇÃO NACIONAL
PARA O
USO SUSTENTÁVEL
DOS PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS
- ESTABELECIMENTO E IMPLEMENTAÇÃO –
(VOLUME I)
PLANO DE AÇÃO NACIONAL
PARA O
USO SUSTENTÁVEL
DOS PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS
ESTABELECIMENTO E IMPLEMENTAÇÂO (VOLUME I)
Lisboa
2013
Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária
Plano de Ação Nacional – Estabelecimento e Implementação
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SUMÁRIO EXECUTIVO
A Comissão Europeia, na sua Comunicação “A PAC no Horizonte 2020” ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao
Comité Económico e Social e ao Comité das Regiões 1 identifica três desafios centrais a que a Política Agrícola Comum
deve responder: segurança alimentar; ambiente e alterações climáticas; equilíbrio territorial. Neste âmbito propõe uma
resposta comum dirigida aos três objetivos, nomeadamente, uma produção alimentar viável, a gestão sustentável dos
recursos naturais, a mitigação e adaptação às alterações climáticas e um desenvolvimento territorial equilibrado.
Transpondo os grandes desafios da Comissão Europeia para medidas concretas de execução a garantir pelos Estados
Membros, a adoção e implementação da Diretiva nº 2009/128/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de
outubro, que estabelece um quadro de ação a nível comunitário para uma utilização sustentável de pesticidas, vem, na
matéria relativa à utilização de produtos fitofarmacêuticos, dar um contributo importante.
A Diretiva nº 2009/128/CE constitui, no âmbito da legislação comunitária relativa a produtos fitofarmacêuticos, e não
obstante outra legislação igualmente importante, em particular, relativa à colocação de produtos fitofarmacêuticos no
mercado2 e à recolha de dados estatísticos sobre produtos fitofarmacêuticos3, uma inovação, dado que, pela primeira
vez, se aplica à utilização de produtos fitofarmacêuticos visando, também, a proteção da saúde humana e do ambiente
contra os riscos eventualmente associados à sua utilização.
Para operacionalizar a aplicação da Diretiva nº 2009/128/CE foi publicada a 11 de abril, a Lei n.º 26/2013, que regula as
actividades de distribuição, venda e aplicação de produtos fitofarmacêuticos para uso profissional e de adjuvantes de
produtos fitofarmacêuticos e define os procedimentos de monitorização à utilização dos produtos fitofarmacêuticos, e que
constitui, juntamente com o Decreto-Lei n.º 86/2010, de 15 de junho, que estabelece o regime de inspecção obrigatória
dos equipamentos de aplicação de produtos fitofarmacêuticos autorizados para uso profissional, a transposição para o
ordenamento jurídico interno, daquele diploma comunitário. Em particular, no artigo 51º da Lei, está prevista a elaboração
de Planos de Ação Nacionais que visem a redução dos riscos e dos efeitos da utilização de produtos fitofarmacêuticos
na saúde humana e no ambiente e, ainda, a promoção do desenvolvimento da Proteção Integrada e de abordagens ou
técnicas alternativas com vista à redução da dependência do uso de produtos fitofarmacêuticos.
Em Portugal, a elaboração do Plano de Ação Nacional para o uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos foi
mandatada por sua Exª, a Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, através do
Despacho nº 13879/2012, de 25 outubro, criando um Grupo de Trabalho constituído por representantes dos serviços da
1 COM(2010) 672 final de 18.11.2010
2 Regulamento (CE) nº 1107/2009 do Parlamento Europeu e do Conselho de 21 de outubro de 2009, relativo à colocação dos produtos fitofarmacêuticos no mercado e que revoga as Diretivas 79/117/CEE e 91/414/CEE do Conselho
3 Regulamento (CE) nº 1185/2009 do Parlamento europeu e do Conselho de 25 de novembro 2009, relativo às estatísticas sobre pesticidas
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administração direta e indireta do Estado, entidades privadas e do setor agrícola e da indústria de proteção de plantas,
bem como figuras de reconhecido mérito na área da proteção das plantas. A lista das entidades representadas nesse
Grupo de Trabalho consta do Anexo IV.
Assim, o Plano de Ação Nacional que se apresenta, na observância das orientações comunitárias, foi elaborado em
colaboração com vários representantes do setor público e do setor privado sem os quais não teria sido possível alcançar
os objetivos pretendidos. Para além destes aspetos, deve ser salientado que a implementação deste Plano apenas será
efetiva com a cooperação e colaboração empenhada de todos aqueles que estão envolvidos no fabrico, armazenamento,
venda e utilização de produtos fitofarmacêuticos, bem como dos responsáveis pela gestão dos efeitos e do risco
associado ao uso de produtos fitofarmacêuticos.
O presente documento está dividido em dois Volumes (I e II), sendo que no presente volume (Volume I), se apresenta o
Plano de Ação Nacional, na sua componente de desenvolvimento e implementação visando os objetivos da Diretiva nº
2009/128/CE, plasmados na Lei n.º 26/2013 de 11 de abril e, no Volume II, é feito um enquadramento da situação atual
no que respeita à comercialização e utilização dos produtos fitofarmacêuticos e, ainda, uma apresentação do
enquadramento legislativo em diferentes domínios com implicações na área do uso sustentável dos produtos
fitofarmacêuticos.
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Plano de Ação Nacional – Estabelecimento e Implementação
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ÍNDICE
SUMÁRIO EXECUTIVO ............................................................................................................................... 3
ÍNDICE ......................................................................................................................................................... 5
1. Introdução ................................................................................................................................................ 7
2. Implementação do Plano de Ação Nacional para o Uso Sustentável de Produtos Fitofarmacêuticos ..... 9
2.1. Eixo Transversal I - Investigação, Inovação e Transferência Tecnológica.......................................... 11
2.2. Eixo Transversal II - Formação, Sensibilização e Informação ............................................................ 13
2.2.1. Formação e habilitação profissional relativa ao uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos ..... 13
2.2.2. Sensibilização dos utilizadores de produtos fitofarmacêuticos ........................................................ 15
2.2.3. Informação a todas as categorias de utilizadores de produtos fitofarmacêuticos ............................ 15
2.3. Eixo Estratégico 1: Proteção da Saúde Humana ................................................................................ 18
2.3.1. Proteção dos consumidores ............................................................................................................. 19
2.3.2. Proteção dos utilizadores profissionais ............................................................................................ 22
2.3.3.Proteção dos utilizadores não profissionais ...................................................................................... 26
2.3.4. Proteção de terceiros, incluindo grupos vulneráveis ........................................................................ 28
2.4. Eixo Estratégico 2: Proteção do Ambiente .......................................................................................... 33
2.4.1.Proteção dos recursos hídricos ......................................................................................................... 34
2.4.2.Proteção dos habitats e da biodiversidade ....................................................................................... 44
2.5. Eixo Estratégico 3: Promoção de Sistemas de Produção Agrícola e Florestal Sustentável ............... 48
2.5.1. Adoção dos princípios gerais da proteção integrada ....................................................................... 48
2.5.2. Promoção da adoção de modos de produção com baixa utilização de meios de luta química ...... 53
2.5.3. Disponibilização de meios de proteção para a competitividade da produção agrícola e florestal .... 55
2.5.4. Promoção da comercialização e utilização responsáveis de produtos fitofarmacêuticos ................ 58
3. Implementação de ações de monitorização e vigilância do cumprimento dos objetivos estabelecidos no Plano de Ação Nacional ........................................................................................................................ 62
Anexo I – Fichas de Medida ....................................................................................................................... 73
Anexo II - Equipa Técnica .........................................................................................................................112
Anexo III - Representantes das diversas entidades do Grupo de Trabalho para a elaboração do Plano de Ação Nacional para o Uso Sustentável de Produtos Fitofarmacêuticos ....................................113
Anexo IV – Entidades participantes do Grupo de Trabalho para a elaboração do Plano de Ação Nacional para o Uso Sustentável dos Produtos Fitofarmacêuticos ...........................................................116
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Anexo V - Entidades competentes ............................................................................................................117
Anexo VI: Glossário ..................................................................................................................................119
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1. Introdução
O presente documento representa o primeiro de dois volumes, sendo que no presente Volume I se apresenta a proposta
de Plano de Ação Nacional na sua componente operacional, sendo o mesmo suportado por uma extensiva
caracterização da situação atual no contexto da comercialização e utilização de produtos fitofarmacêuticos, bem como é
também realizado o levantamento do enquadramento legislativo, nas suas várias vertentes nomeadamente, de proteção
da saúde humana, ambiente e modos de proteção e produção sustentáveis, que são apresentados no Volume II deste
Plano de Ação.
Para efeitos do Plano de Ação Nacional e da estratégia para o uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos, estes
produtos serão definidos como os pesticidas utilizados para proteger os vegetais ou os produtos vegetais contra todos os
organismos nocivos, nomeadamente, pragas, doenças e infestantes, bem como influenciar os processos vitais das
plantas e conservar os produtos vegetais, nos termos definidos pelo Regulamento (CE) nº 1107/2009 do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 21 de outubro, relativo à colocação de produtos fitofarmacêuticos no mercado.
Na proposta de enquadramento do Plano de Ação Nacional que se apresenta, são seguidas as áreas e objetivos da Lei
n.º 26/2013, que regula as actividades de distribuição, venda e aplicação de produtos fitofarmacêuticos para uso
profissional e de adjuvantes de produtos fitofarmacêuticos e define os procedimentos de monitorização à utilização dos
produtos fitofarmacêuticos, e que constitui, juntamente com o Decreto-Lei n.º 86/2010, de 15 de junho, relativo ao regime
de inspecção obrigatória dos equipamentos de aplicação de produtos fitofarmacêuticos autorizados para uso profissional,
a transposição para o ordenamento jurídico interno, da Diretiva 2009/128/CE. Estes objectivos são enquadrados na
perspetiva mais ampla de uma estratégia nacional para o uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos que não
comprometa a competitividade da agricultura nacional.
Este Plano de Ação Nacional visa atingir níveis elevados de proteção humana e ambiental contra potenciais riscos
associados aos produtos fitofarmacêuticos, mantendo a viabilidade económica da produção agrícola e um eficaz controlo
dos inimigos das culturas.
Uma efetiva consecução dos objetivos traçados no âmbito deste PAN depende do envolvimento e co-responsabilização
de todos os parceiros para uma eficaz implementação e acompanhamento das ações e medidas a desenvolver, para
além do envolvimento de todos os utilizadores profissionais de produtos fitofarmacêuticos. É pressuposto a atuação dos
utilizadores profissionais assegurar a observação de um mínimo de exigências, sem a qual é comprometido o sucesso
das ações a implementar.
Reconhece-se, ainda, que uma efetiva promoção de uma agricultura viável, uso sustentável de produtos
fitofarmacêuticos e uma adequada proteção da saúde humana e do ambiente, terá de passar, necessariamente, pelo
investimento e reforço da aplicação do quadro legal existente e promoção da aplicação eficaz das normas e orientações
produzidas pelos serviços competentes, nomeadamente, as autoridades ambientais, autoridade fitossanitária nacional,
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os serviços agrícolas e ambientais regionais ou locais e estruturas de apoio às explorações já existentes ou a criar para
esse efeito. De uma forma sintética, a proteção da saúde humana e do ambiente, deverá passar pela particular atenção
aos seguintes aspetos estruturais, que são igualmente horizontais a todas as medidas a implementar no quadro deste
PAN:
• cumprimento estrito da legislação em vigor em matéria de segurança humana, ambiental e relativa ao uso
sustentável de produtos fitofarmacêuticos;
• fomento do recurso e implementação de boas práticas agrícolas e ambientais antes, durante e após a aplicação
de produtos fitofarmacêuticos, complementado por um adequado acompanhamento, sensibilização e formação
dos utilizadores profissionais para o seu cumprimento;
• promoção da investigação, inovação e transferência tecnológica com vista a incentivar a incorporação do
conhecimento nas práticas e técnicas utilizadas na proteção fitossanitária e produção agrícola;
• fomento, ao nível da administração central e regional, do aconselhamento responsável para a utilização de
produtos fitofarmacêuticos de menor nocividade para os organismos não visados e a promoção do
desenvolvimento e aplicação de alternativas aos produtos fitofarmacêuticos;
• fomento da divulgação e acessibilidade dos utilizadores de produtos fitofarmacêuticos no que respeita às
normas, orientações e procedimentos a implementar para a correta utilização de produtos fitofarmacêuticos;
• adequada fiscalização, monitorização e vigilância das práticas agrícolas e fitossanitárias, com incorporação de
medidas corretoras e disciplinadoras de más práticas.
O Plano de Ação Nacional procura, pois, atender às preocupações e objetivos previstos no quadro legal em vigor,
constituindo-se como um conjunto de objetivos e medidas concretas de operacionalização daquele quadro legislativo e
cuja implementação e monitorização no terreno deve ser assegurada nos termos e condições definidas e acordadas com
todos os parceiros.
Importa, no presente Volume I, proceder à apresentação dos objetivos quantitativos, indicadores, metas, medidas e
calendarização de ações previstas, com vista à redução do risco e do impacte do uso dos produtos fitofarmacêuticos na
saúde humana e no ambiente e, ainda, de promoção ao desenvolvimento da Proteção Integrada e de abordagens ou
técnicas alternativas com vista à redução da dependência do uso de produtos fitofarmacêuticos.
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2. Implementação do Plano de Ação Nacional para o Uso Sustentável de Produtos Fitofarmacêuticos
A Diretiva (CE) nº 2009/128/CE do Parlamento Europeu e do Conselho de 21 de outubro, estabelece, em linhas gerais,
várias linhas de ação sobre as quais os Estados Membros devem atuar com vista a dar cumprimento aos seus objetivos
de promoção e reforço da proteção da saúde humana e do ambiente e, ainda, de fomento do recurso a técnicas e meios
alternativos, incluindo a proteção integrada, nomeadamente, ao nível da formação e sensibilização dos utilizadores, a
venda responsável, a utilização segura dos equipamentos de aplicação, aplicações aéreas, redução dos riscos
associados ao uso de produtos fitofarmacêuticos, o manuseamento e armazenamento de produtos fitofarmacêuticos e
gestão dos seus resíduos. Das linhas de ação descritas, destaca-se, pelo seu carácter transversal a área de Formação e
Sensibilização pois que é fundamentalmente da promoção da aquisição de competências e conhecimentos relativos ao
risco e efeitos dos produtos fitofarmacêuticos que podem ser melhoradas as práticas associadas ao seu uso em
segurança.
Para além dos aspetos relativos à formação é, também, de realçar a importância do contributo da Investigação e
aplicação do conhecimento científico e tecnológico adquirido na melhoria dos meios e instrumentos disponíveis aos
utilizadores profissionais, incluindo meios complementares ou alternativos à utilização de produtos fitofarmacêuticos.
Assim, pelo seu carácter transversal a todas as ações a desenvolver no âmbito deste Plano, são estabelecidos dois eixos
transversais:
ET1 – Investigação, Inovação e Transferência Tecnológica;
ET2 – Formação, Sensibilização e Informação.
Em linha com os grandes objetivos previstos na Lei n.º 26/2013, e visando implementar no quadro do presente Plano de
Ação Nacional uma política de redução dos riscos associados ao uso dos produtos fitofarmacêuticos, foram
estabelecidos três eixos estratégicos (EE):
EE1 - Proteção da Saúde Humana;
EE2 – Proteção do Ambiente;
EE3 – Promoção de Sistemas de Produção Agrícola e Florestal Sustentável
Tendo sido definidos os Eixos em que este Plano se enquadra, é necessário desenvolver a estrutura de organização
para a sua implementação. Assim, consideraram-se primeiramente os Eixos Transversais acima definidos pois que
contêm objetivos e medidas concretas que serão comuns aos Eixos Estratégicos e apresentam-se nessa sequência, os
Eixos Estratégicos acima elencados. Por questões inerentes à própria natureza dos temas tratados em cada um dos
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Eixos a organização dos mesmos é variável, sendo que, no caso dos Eixos transversais se optou por uma apresentação
simplificada e organizada em função dos objetivos identificados e, relativamente aos Eixos Estratégicos, estes foram
desenvolvidos em temas, ou Áreas de Intervenção identificadas como prioritárias, nas quais se identificam Linhas de
Ação, concretizadas em Objetivos quantificáveis, medidas, metas e indicadores adequados. Em particular, no que
concerne às medidas constantes deste Plano, são as mesmas organizadas em Fichas de Medida, as quais se encontram
organizadas no Anexo I deste documento.
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2.1. Eixo Transversal I - Investigação, Inovação e Transferência Tecnológica
No contexto deste Eixo Transversal, e procurando ir de encontro à necessidade de incentivar o desenvolvimento e a
introdução da proteção integrada e de abordagens ou técnicas alternativas a fim de reduzir a dependência da utilização
dos produtos fitofarmacêuticos, devem ser promovidos programas e ações de investigação e transferência de
conhecimentos destinados a determinar os impactes da utilização dos produtos fitofarmacêuticos na saúde humana e no
ambiente e a apoiar o processo de tomada de decisão dos utilizadores profissionais, na sua escolha dos meios
disponíveis com vista ao cumprimento dos princípios subjacentes à prática da Proteção Integrada.
Este Eixo é apresentado com uma estrutura diferente dos Eixos Estratégicos, face à sua própria natureza, como Eixo
Transversal. Assim, no âmbito deste Eixo, identificou-se um único objetivo, tendo-se elencado, para este objetivo,
medidas e indicadores relevantes, que se encontram no quadro seguinte:
Quadro 2.1.1.: Objetivo, indicadores e medidas no âmbito da Investigação, Inovação e Transferência Tecnológica
Objetivo Indicador Entidade responsável indicador
Medidas
Promover a investigação, inovação e transferência tecnológica para incentivar o desenvolvimento e a prática da proteção integrada bem como modos de produção sustentável
% de culturas maiores com Guias Técnicos definidos / revistos para a PI;
DGAV/INIAV I.P. M1: Reunir informação técnico-científica disponível relativa às componentes da proteção integrada nos diversos sistemas culturais do país, impactes do uso dos produtos fitofarmacêuticos na saúde e ambiente e indicadores passíveis de uniformização, bem como outra informação decorrente do uso dos produtos fitofarmacêuticos.
M2: Apoiar a incorporação do conhecimento existente nos Guias Técnicos de modos de produção sustentável e identificar lacunas de conhecimento para orientação de futura investigação.
M3: Fomentar redes operacionais proponentes de investigação e inovação temática prioritária
M4: Fomentar redes operacionais proponentes de atividades de demonstração no âmbito da proteção integrada e do uso sustentável dos produtos fitofarmacêuticos
Nº de culturas com guias técnicos para a PI;
Nº de grupos de trabalho criados;
Nº de plataformas criadas / acessíveis;
Nº de acessos às plataformas temáticas relativas à PI, impactos dos PF na saúde e ambiente e indicadores do seu uso sustentável;
Nº de documentos técnicos e técnico-científicos incorporados nas plataformas temáticas.
Nº de projetos de I&DT iniciados no período vigente do PAN
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Relativamente ao presente Eixo Transversal, e descritos os indicadores e medidas a implementar para cumprimento do
objetivo traçado, é apresentado em anexo a este documento, (Anexo I) o conjunto de fichas de medidas e respetivas
ações a desenvolver dentro de cada medida, elencando-se, igualmente, as entidades coordenadoras e executoras das
diferentes ações.
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2.2. Eixo Transversal II - Formação, Sensibilização e Informação
O Eixo Transversal II dá cumprimento às disposições constantes dos artigos 24ºº e 48º da Lei nº 26/2013 através do
aperfeiçoamento do sistema de formação existente, da disponibilização da informação necessária a todos os utilizadores
de produtos fitofarmacêuticos e da sua sensibilização para os potenciais riscos e efeitos para a saúde humana e o
ambiente, da sua utilização. Assim, pretende-se capacitar os utilizadores profissionais e não profissionais para uma
tomada de decisão responsável e informada sobre a aplicação de produtos fitofarmacêuticos.
No âmbito deste Eixo Transversal, identificaram-se três áreas concretas, que, no seu conjunto, concorrem para a
aquisição de competências profissionais por todos quantos manuseiam e aplicam produtos fitofarmacêuticos, incluindo
os utilizadores não profissionais, e que traduzem três Linhas de Ação, nomeadamente, a formação, a sensibilização e a
informação.
2.2.1. Formação e habilitação profissional relativa ao uso sustentável de produtos
fitofarmacêuticos
Sem uma adequada formação dos utilizadores profissionais de produtos fitofarmacêuticos, nos seus diferentes contextos
profissionais, não é possível garantir que são salvaguardados os princípios de segurança para a saúde ou para o
ambiente, e são minimizados os riscos e efeitos potenciais da sua utilização. Tal como se refere no Vol. II, existe já um
sistema de formação e certificação profissional implementado a nível nacional, o qual terá que ser permanentemente
atualizado e adaptado às exigências e disposições constantes da legislação produzida, transpondo a Diretiva
2009/128/CE. Assim, apresenta-se no Quadro 2.2.1.1, um conjunto de medidas para alcançar este objetivo. As medidas
apresentadas visam atualizar os cursos já existentes e criar novas formas de aquisição de competências, implementar
um sistema que permita garantir a qualidade da formação, promover a continuidade das diversas formas de
financiamento e identificar em tempo útil as necessidades de formação, envolvendo as entidades interessadas.
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Quadro 2.2.1.1.: Objetivo, Indicadores e medidas no âmbito da Formação e Habilitação profissional relativa ao uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos
Objetivo Indicadores Entidade Responsável
indicador
Medidas
Habilitar o universo dos utilizadores profissionais até 26 Nov. 2015
Conteúdos programáticos das ações de formação obrigatória atualizados (S/N)
DGAV
M5: Definir e/ou manter atualizados, os referenciais de formação nas áreas do uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos e fomentar a realização de ações de formação
M6: Definir e criar bolsa de formadores e critérios de avaliação da qualidade da formação
M7: Promover o financiamento das ações de formação obrigatória previstas na Lei nº 26/2013
M8: Promover a comunicação entre as entidades formadoras privadas, as organizações de agricultores e a administração, com a finalidade de identificar necessidades de formação
M9: Promover a formação das entidades de controlo previstas na Lei nº 26/2013
M10: Fomentar a realização de ações de formação em “b-learning”
Nº de ações de formação realizadas/ano
Nº de formandos habilitados/ano
Nº de certificados emitidos nas diferentes ações de formação/ano
Execução e avaliação das provas de conhecimentos definidas (S/N)
Nº de provas de conhecimento realizadas/ano
Nº de utilizadores profissionais habilitados por prova de conhecimentos/ano
Conteúdos programáticos das acões de formação para entidades de controlo definidos (S/N)
Nº de operadores aéreos agrícolas formados/ano
Nº de formadores inscritos na bolsa durante a vigência do PAN
Proposta de financiamento negociada e entregue superiormente (S/N)
Nº entidades aderentes à rede de comunicação
Nº de pedidos de formação entrados na plataforma criada
Nº de ações de formação para entidades de controlo/ano
Conteúdos programáticos das ações de formação em “b-learning” definidos (S/N)
Nº de ações em “b-learning” realizadas/ano
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2.2.2. Sensibilização dos utilizadores de produtos fitofarmacêuticos
Para além das ações de formação a implementar e a prosseguir no território nacional, considera-se que as ações de
sensibilização podem constituir uma fonte adicional de transmissão de conhecimentos e de troca de experiências, pela
maior proximidade aos utilizadores. Estas ações de sensibilização deverão ser levadas a cabo pela autoridade
competente, em colaboração com as DRAP, no caso dos utilizadores profissionais e, das autarquias, no caso dos
utilizadores não profissionais. É, também, necessário garantir que o público em geral, ao adquirir produtos
fitofarmacêuticos de uso não profissional, seja informado do seu direito a ser esclarecido sobre as matérias pertinentes
relativas aos riscos e segurança no manuseamento e aplicação desses produtos, disponíveis em estabelecimentos de
venda não necessariamente destinados à comercialização de produtos de uso profissional. São descritos no Quadro
2.2.2.1. os objetivos, indicadores e medidas estabelecidas no âmbito desta Linha de Ação.
Quadro 2.2.2.1.: Objetivo, Indicadores e medidas no âmbito da sensibilização dos utilizadores de produtos fitofarmacêuticos
Objetivo Indicadores Entidade responsável indicador
Medidas
Aumentar a perceção dos utilizadores de produtos fitofarmacêuticos sobre os riscos e efeitos da utilização de produtos fitofarmacêuticos
Nº de protocolos celebrados com autarquias
DGAV M11: Promover a divulgação de boas práticas no manuseamento, armazenamento e aplicação de produtos fitofarmacêuticos pelos utilizadores não profissionais
Nº de estabelecimentos contactados
Nº de ações de sensibilização para utilizadores não profissionais realizadas
DGAV M12 – Realizar e promover ações de sensibilização dos utilizadores profissionais para o cumprimento das medidas adequadas de redução do risco na aplicação de produtos fitofarmacêuticos e a adoção dos princípios da PI Nº de ações de
sensibilização para utilizadores profissionais realizadas
2.2.3. Informação a todas as categorias de utilizadores de produtos fitofarmacêuticos
Em complemento e como apoio à formação e sensibilização, é fundamental elaborar, atualizar e divulgar informação
destinada a utilizadores profissionais e não profissionais. Essa informação abrange as diversas áreas ligadas ao uso
sustentável de produtos fitofarmacêuticos, com particular enfoque no apoio aos utilizadores profissionais no que respeita
à adoção dos princípios gerais da proteção integrada e, pode ser veiculada de diversas formas, desde o sítio institucional
até a ações dirigidas aos formadores e ações de divulgação previstas na Lei nº 26/2013, de 11 de abril e do presente
Plano de Ação Nacional. De igual forma, é importante realizar inquéritos a diversos níveis que permitam à autoridade
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competente monitorizar as práticas agrícolas e a sua evolução, avaliando assim o impacte das ações realizadas neste
Eixo e o nível de capacitação dos utilizadores para o cumprimento da nova legislação. São descritos no Quadro 2.2.3.1.
os objetivos, indicadores e medidas estabelecidas no âmbito desta Linha de Ação.
Quadro 2.2.3.1.: Objetivo, Indicadores e medidas no âmbito da Informação a todas as categorias de utilizadores de produtos fitofarmacêuticos
Objetivo Indicadores Entidade responsável indicador
Medidas
Informar o universo dos utilizadores de produtos fitofarmacêuticos sobre as matérias ligadas ao uso sustentável e à adoção dos princípios gerais da Proteção Integrada
Código de conduta nos circuitos de distribuição e venda de PF atualizado (S/N)
DGAV
M13: Promover a divulgação de boas práticas no manuseamento, armazenamento e aplicação de produtos fitofarmacêuticos pelos utilizadores profissionais
M14: Recolher informação sobre a utilização de produtos fitofarmacêuticos
Código de conduta na aplicação de PF publicado e divulgado (S/N)
% de utilizadores do sítio de Internet na área dos produtos fitofarmacêuticos satisfeitos (inquérito)
Nº de temas com FAQ divulgadas
Nº de workshops para formadores realizados
Nº de ações de divulgação da legislação realizadas
Nº de plataformas de comunicação ativas
Nº de ações ligadas a projetos de entidades privadas realizadas
Nº de circulares de Avisos emitidas
N.º de documentos técnicos elaborados
Manual técnico para a elaboração dos Planos de Aplicação Aérea elaborado e divulgado (S/N)
Nº de culturas com documentos técnicos relativos à PI atualizados /ano
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Objetivo Indicadores Entidade responsável indicador
Medidas
Nº de culturas com Guias técnicos relativos à PRODI e MPB atualizados
Nº de inquéritos respondidos nos estabelecimentos de venda
Nº de inquéritos respondidos nas ações de formação
Nº de inquéritos respondidos nas explorações agrícolas
Relativamente ao presente Eixo Transversal, e descritos os indicadores e medidas a implementar para cumprimento dos
objetivos traçados, é apresentado em anexo a este documento, (Anexo I) o conjunto de fichas de medidas e respetivas
ações a desenvolver dentro de cada medida, elencando-se, igualmente, as entidades coordenadoras e executoras das
diferentes ações.
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2.3. Eixo Estratégico 1: Proteção da Saúde Humana
É reconhecido que a utilização de produtos fitofarmacêuticos acarreta riscos para a saúde humana, animais e ambiente,
face à inerente perigosidade destes produtos. Relativamente à saúde humana o risco coloca-se:
a) ao nível do utilizador profissional, seja como aplicador; seja como profissional que desempenhe funções no
armazenamento, distribuição, venda ou manuseamento de produtos fitofarmacêuticos, pelos riscos decorrentes da
manipulação e exposição permanentes resultantes da atividade profissional;
b) ao nível dos trabalhadores agrícolas e das pessoas estranhas ao tratamento que possam estar expostas ao
próprio tratamento, por exemplo pelo arrastamento de caldas pulverizadas, por contacto com resíduos de
pesticidas em culturas ou locais anteriormente tratados ou por acidentes decorrentes da manipulação de produtos
fitofarmacêuticos por pessoas sem a devida formação ou por crianças;
c) ao nível do consumidor, pela possibilidade de ingestão de produtos agrícolas com resíduos de pesticidas,
decorrentes do tratamento das culturas e/ou dos produtos agrícolas armazenados. Sendo os produtos agrícolas
bens transacionáveis, é necessário cumprir com um “standard” de qualidade mínima que garanta a segurança dos
produtos agrícolas, como também a livre circulação dos produtos agrícolas no mercado comunitário. Esse
“standard” são os Limites Máximos de Resíduos (LMR) que são estabelecidos de modo harmonizado para toda a
União Europeia, sendo o seu cumprimento uma das principais prioridades de controlo a nível europeu.
No âmbito da utilização de produtos fitofarmacêuticos, a proteção da saúde humana traduz-se em diversas
componentes, as quais são identificadas como Áreas de Intervenção, no contexto das quais foram identificadas Linhas
de Ação e objetivos quantitativos a alcançar:
• proteção do consumidor dos produtos agrícolas tratados, garantindo o respeito, por parte dos utilizadores
profissionais, das práticas agrícolas autorizadas e fomentando a utilização de meios de proteção alternativos;
• proteção do utilizador profissional, através da sua formação profissional e da minimização da sua exposição
durante o manuseamento e a aplicação de produtos fitofarmacêuticos;
• proteção do utilizador não profissional, através da sua sensibilização para os riscos eventuais na utilização
de produtos fitofarmacêuticos em ambiente doméstico ou em pequenas hortas familiares;
• proteção de terceiros, incluindo grupos vulneráveis eventualmente expostos à aplicação de produtos
fitofarmacêuticos, através da obrigatoriedade de informação e da regulamentação da aplicação em zonas
específicas frequentadas por populações especialmente vulneráveis.
Pretende-se por esta via categorizar as diferentes formas como o Homem entra em contacto com os produtos
fitofarmacêuticos, de modo a definir Linhas de Ação específicas para cada tipo de exposição.
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19
O universo dos consumidores de produtos agrícolas deve ser protegido, tanto quanto possível, da exposição aos
produtos fitofarmacêuticos e seus resíduos nos alimentos consumidos. Os utilizadores profissionais, sejam os
aplicadores, sejam aqueles que manipulam os produtos fitofarmacêuticos durante a distribuição e venda, são um grupo
de risco do ponto de vista da saúde ocupacional, que deve ser acautelado com medidas próprias. Os utilizadores não
profissionais, nomeadamente os aplicadores que, no âmbito de atividades de lazer e/ou produção de produtos agrícolas
para auto consumo, entrem em contacto e apliquem produtos fitofarmacêuticos, devem igualmente ser acautelados
especificamente, independentemente de só lhes ser permitido o acesso a um conjunto reduzido de produtos
fitofarmacêuticos. Finalmente, deve ser acautelada a proteção de terceiros - aqueles que nada têm a ver com
tratamentos efetuados, mas que por via direta ou indireta possam ser por eles afetados. Neste grupo deve ser tido em
conta a existência de grupos vulneráveis específicos.
2.3.1. Proteção dos consumidores
Sendo uma área fundamental, no que respeita à segurança alimentar dos consumidores de alimentos tratados com
produtos fitofarmacêuticos, será muito relevante para uma política de redução do risco de utilização destes mesmos
produtos, implementar um eficaz sistema de monitorização nesta área, quer no que respeita às infrações ao LMR, quer
nas condições de comercialização, nomeadamente no que respeita à venda responsável, e utilização de produtos
fitofarmacêuticos.
As Linhas de Ação escolhidas para esta Área de Intervenção são as seguintes:
• Redução dos níveis e riscos da utilização de produtos fitofarmacêuticos nos alimentos;
• Reforço das boas práticas na venda e aplicação de produtos fitofarmacêuticos.
A proteção dos consumidores de produtos agrícolas deve ser obtida pelo estrito cumprimento das condições de utilização
autorizadas, levando a que os níveis e risco de exposição nos alimentos sejam aceitáveis. Tal é obtido com o aumento
da formação e do domínio das técnicas de aplicação, e do uso correto dos produtos fitofarmacêuticos por parte dos
aplicadores.
2.3.1.1. Redução dos níveis e riscos da utilização de produtos fitofarmacêuticos nos alimentos
A implementação desta Linha de Ação passa por assegurar que os produtos fitofarmacêuticos são aplicados de acordo
com as condições de utilização autorizadas, devendo assegurar-se que a tomada de decisão é efetuada com base em
formação específica neste âmbito, sendo a aplicação destes produtos realizada de modo a garantir a redução do risco
para os consumidores.
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20
Para isso é pretendida a certificação de todos os aplicadores profissionais, de modo a assegurar as competências
necessárias e suficientes ao correto desempenho da profissão. Pretende-se, ainda, diminuir o número de incidentes
ocorridos por via alimentar, bem como aumentar o grau de confiança no sistema existente de controlo de resíduos nos
produtos vegetais e géneros alimentícios. No Quadro 2.3.1.1.1 abaixo, são indicados os Objetivos, metas, indicadores e
medidas relevantes no domínio da presente Linha de Ação.
Para efeitos da presente Linha de Ação e objetivos definidos nesse contexto, acolhe-se a definição de pesticida, para
efeitos de controlo, como sendo equivalente à definição de Resíduo, constante do Regulamento (CE) nº 1107/2009,
incluindo, portanto, na pesquisa de pesticidas, a pesquisa de substâncias ativas, os respetivos metabolitos e produtos
resultantes da sua degradação ou reação, passíveis de controlo, resultantes da utilização de produtos fitofarmacêuticos.
Quadro 2.3.1.1.1: Objetivos, metas, indicadores e medidas no âmbito da redução dos níveis e riscos da utilização de produtos fitofarmacêuticos nos alimentos
Objetivo Indicador Meta Entidade responsável indicador
Medidas
Reforçar o controlo de resíduos de pesticidas nos alimentos
Nº de pesticidas pesquisados
Acréscimo anual de 5% face a 2013
DGAV
M15. Monitorizar e fiscalizar alimentos de origem vegetal e animal
Nº total de amostras analisadas
Acréscimo anual de 5% face à média 2011-2013
Nº total de diferentes alimentos para consumo humano analisados
Acréscimo anual de 5% face a 2013
Diminuir o nº de incidentes por via alimentar
Nº de incumprimentos ao LMR com risco para o consumidor
0 (zero) DGAV M15. Monitorizar e fiscalizar alimentos de origem vegetal e animal
M5 Definir e/ou manter atualizados, os referenciais de formação nas áreas do uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos e fomentar a realização de ações de formação
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2.3.1.2. Reforço das boas práticas na venda e aplicação de produtos fitofarmacêuticos
Esta Linha de Ação visa enquadrar a proteção do consumidor, pela definição de objetivos (Quadro 2.3.1.2.1.) que
garantam que os produtos são usados de acordo com as condições de aplicação aprovadas. A correta aplicação de
produtos fitofarmacêuticos pode ser incentivada pela formação dos aplicadores, pelo aconselhamento adequado no ato
de venda e pela monitorização e fiscalização da aplicação pelos utilizadores profissionais. Esta última, pretende englobar
a aplicação na exploração agrícola ou florestal por empresas de aplicação terrestre e aérea, por via dos registos
obrigatórios na exploração.
No ato de venda aos utilizadores profissionais devem ser fornecidas informações adequadas no que diz respeito à
utilização de produtos fitofarmacêuticos e às instruções de risco e de segurança em matéria de saúde humana, de modo
a permitir a gestão dos riscos dos produtos em causa.
Quadro 2.3.1.2.1: Objetivos, metas, indicadores e medidas no âmbito do reforço das boas práticas na venda e aplicação de produtos fitofarmacêuticos
Objetivo Indicador Meta Entidade responsável indicador
Medidas
Fomentar a venda responsável
Nº de estabelecimentos de distribuição e venda inspecionados
Acréscimo anual de 5% face à média de 2011-2013
ASAE M16. Divulgação atempada e pormenorizada das utilizações autorizadas M17. Monitorização e fiscalização da distribuição, venda e armazenamento de produtos fitofarmacêuticos M5: Definir e/ou manter atualizados, os referenciais de formação nas áreas do uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos e fomentar a realização de ações de formação
% de autos levantados Diminuição anual de 5% face à média de 2011-2013
Nº de estabelecimentos de distribuição e venda sujeitos a ações de acompanhamento
Acréscimo anual de 5% face à média de 2011-2013
DGAV
% de não conformidades observadas nas acções de acompanhamento a estabelecimentos de distribuição e venda
Diminuição anual de 5% face à média de 2011-2013
Fomentar a correta aplicação de produtos fitofarmacêuticos
Nº de incumprimentos de LMR
Diminuição anual de 5% face à média de 2011-2013
DGAV M15. Monitorizar e fiscalizar alimentos de origem vegetal e animal M18: Monitorização e fiscalização da aplicação terrestre de produtos fitofarmacêuticos M22: Monitorização e fiscalização da aplicação aérea de produtos fitofarmacêuticos
Nº de explorações inspecionadas no âmbito da condicionalidade
Taxa de controlo da condicionalidade
IFAP
Nº de explorações inspecionadas extra-condicionalidade
100 em 2014 e um acréscimo anual de 5%
DGAV
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Objetivo Indicador Meta Entidade responsável indicador
Medidas
% de incumprimentos das condições de utilização de PFautorizadas
Diminuição anual de 5% face à média de 2011-2013
IFAP - DGAV M5: Definir e/ou manter atualizados, os referenciais de formação nas áreas do uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos e fomentar a realização de ações de formação
2.3.2. Proteção dos utilizadores profissionais
A proteção dos utilizadores profissionais configura em primeira linha uma questão de segurança e saúde no trabalho, no
tocante aos profissionais que manuseiam, utilizam e aplicam produtos fitofarmacêuticos. Este grupo de profissionais não
só abarca os aplicadores profissionais, mas igualmente os profissionais na armazenagem, distribuição, venda de
produtos fitofarmacêuticos, bem como todo e qualquer profissional que os manuseie nas operações que se seguem à
venda e antecedem a aplicação. Os riscos não incluem somente o risco de intoxicação aguda, derivada de um contacto
acidental pontual, mas igualmente o risco crónico e sub-crónico, decorrente da exposição potencial prolongada devido à
atividade profissional normal.
As Linhas de Ação escolhidas para esta Área de Intervenção são as seguintes:
• Proteção dos utilizadores profissionais nos circuitos comerciais e no armazenamento;
• Redução da exposição dos aplicadores;
• Limitação de uso de determinadas categorias de produtos fitofarmacêuticos.
Pretende-se atuar através da promoção e reforço de competências dos utilizadores de modo a assegurar que, na
totalidade do ciclo de vida do produto fitofarmacêutico, os profissionais envolvidos possuam as competências
necessárias para a sua própria segurança no bom desempenho da sua atividade, seja na manipulação, seja na venda e
aconselhamento, seja na aplicação. Realça-se como objetivo a promoção do uso do Equipamento de Proteção Individual
(EPI), não só na visão simplificada do “uso do fato de proteção”, como também no uso do equipamento de proteção
individual, prescrito como mínimo em cada rótulo, de modo a afiançar uma utilização segura dos produtos
fitofarmacêuticos. Por outro lado, há que reforçar a limitação do uso de determinadas categorias de produtos
fitofarmacêuticos a grupos de aplicadores profissionais com formação específica: alguns produtos, seja pela
especificidade da técnica de aplicação, seja pelo risco acrescido do seu manuseamento, requerem um grau de
especialização, que não deve ser exigido à totalidade do universo de aplicadores profissionais.
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2.3.2.1. Proteção dos utilizadores profissionais nos circuitos comerciais e no armazenamento
A proteção dos utilizadores profissionais que exercem a sua atividade nos circuitos comerciais dos produtos
fitofarmacêuticos e daqueles que os adquirem, passa por reforçar competências no âmbito do manuseio, da venda de
produtos fitofarmacêuticos e do aconselhamento de outros profissionais na respetiva utilização, bem como garantir a
segurança das instalações de armazenamento e venda, tendo em conta a perigosidade dos produtos em causa.
Descrevem-se no quadro abaixo, os objetivos, metas, indicadores e medidas, definidos no âmbito da presente Linha de
Ação.
Quadro 2.3.2.1.1. Objetivos, metas, indicadores e medidas no âmbito da proteção dos utilizadores profissionais nos circuitos comerciais e no armazenamento
Objetivo Indicador Meta Entidade responsável indicador
Medidas
Promover as boas práticas de manuseamento dos produtos fitofarmacêuticos e a adequação das instalações (distribuição, venda, armazenamento)
Nº de estabelecimentos de distribuição e venda sujeitos a ações de acompanhamento
Acréscimo anual de 5% face à média de 2011-2013
DGAV M17: Monitorização e fiscalização da distribuição, venda e armazenamento de produtos fitofarmacêuticos
M19:. Autorização de exercício de atividade
M5: Definir e/ou manter atualizados, os referenciais de formação nas áreas do uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos e fomentar a realização de ações de formação
% de não conformidades observadas nas acções de acompanhamento a estabelecimentos de distribuição e venda
Diminuição anual de 5% face à média de 2011-2013
DGAV
N.º de estabelecimentos de distribuição e venda inspecionados
Acréscimo anual de 5% face à média de 2011-2013
ASAE
% de incumprimentos na distribuição e venda
Diminuição anual de 5% face à média de 2011-2013
ASAE
Nº de explorações inspecionadas no âmbito da condicionalidade
Taxa de controlo da condicionalidade
IFAP
Nº de explorações inspecionadas extra-condicionalidade
100 em 2014 e um acréscimo anual de 5%
DGAV
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Objetivo Indicador Meta Entidade responsável indicador
Medidas
% de incumprimentos no armazenamento na exploração agrícola
Diminuição anual de 5% face à média de 2011-2013
IFAP - DGAV
2.3.2.2. Redução da exposição dos aplicadores
Os aplicadores estão expostos aos produtos que aplicam. Assim, considera-se fundamental, para além da aquisição de
competências na área da formação, fomentar o uso de Equipamentos de Proteção Individual e assegurar que as
condições de utilização autorizadas são cumpridas, assegurando assim a proteção do operador. Considera-se, ainda,
que o correto funcionamento do material de aplicação é uma questão relevante neste âmbito. Descrevem-se no quadro
abaixo, os objetivos, metas, indicadores e medidas, definidos no âmbito da presente Linha de Ação.
Quadro 2.3.2.2.1. Objetivos, metas, indicadores e medidas no âmbito da redução da exposição dos aplicadores
Objetivo Indicador Meta Entidade responsável indicador
Medidas
Fomentar a correta aplicação de produtos fitofarmacêuticos
% de conformidade do equipamento de aplicação
Acréscimo anual de 5% face a 2016
CIPP - DGAV M16:. Divulgação atempada e pormenorizada das utilizações autorizadas
M18. Monitorização e fiscalização da aplicação terrestre de produtos fitofarmacêuticos
M20:. Inspeção de equipamentos de aplicação de produtos fitofarmacêuticos
M22: Monitorização e fiscalização da aplicação aérea de produtos fitofarmacêuticos
M5: Definir e/ou manter atualizados, os referenciais de formação nas áreas do uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos e fomentar a realização de ações de formação
Nº de explorações inspecionadas no âmbito da condicionalidade
Taxa de controlo da condicionalidade
IFAP
Nº de explorações inspecionadas extra-condicionalidade
100 em 2014 e um acréscimo anual de 5%
DGAV
% de incumprimentos das condições de utilização de PF autorizadas
Diminuição anual de 5% face à média de 2011-2013
IFAP - DGAV
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Objetivo Indicador Meta Entidade responsável indicador
Medidas
Fomentar o uso de EPI adequado
N.º de inquéritos respondidos
Acréscimo anual de 5% face a 2014
DGAV M21: Fomentar o uso de EPI
M5: Definir e/ou manter atualizados, os referenciais de formação nas áreas do uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos e fomentar a realização de ações de formação
% de aplicadores que usam EPI
Acréscimo anual de 5% face a 2014
DGAV
% de aplicadores que usam EPI de acordo com o rótulo
Acréscimo anual de 5% face a 2014
DGAV
2.3.2.3. Limitação de uso de determinadas categorias de produtos fitofarmacêuticos
Nesta Linha de Ação foi definido como objetivo, a inviabilização do uso dos produtos fitofarmacêuticos de aplicação
especializada por quem não detêm a devida formação, através de uma adequada certificação e monitorização da
utilização de produtos de utilização especializada, quer ao nível dos circuitos comerciais, quer ao nível do seu uso.
Quadro 2.3.2.3.1. Objetivos, metas, indicadores e medidas no âmbito da limitação de uso de determinadas categorias de produtos
fitofarmacêuticos por utilizadores profissionais
Objetivo Indicador Meta Entidade responsável indicador
Medidas
Inviabilizar o uso de produtos fitofarmacêuticos de aplicação especializada por quem não detém a devida habilitação
Quantidade (Kg) de produtos de aplicação especializada, que no registo de venda não possuem registo do n.º de aplicador especializado
0 (zero) Kg no final da vigência do plano
ASAE M17: Monitorização e fiscalização da distribuição, venda e armazenamento de produtos fitofarmacêuticos
M18. Monitorização e fiscalização da aplicação terrestre de produtos fitofarmacêuticos
M5. Definir e/ou manter atualizados, os referenciais de formação nas áreas do uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos e fomentar a realização de ações de formação
Quantidade (Kg) de produtos de aplicação especializada encontrados em armazéns de aplicadores, sem a devida habilitação
0 (zero) Kg no final da vigência do plano
DGAV
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Objetivo Indicador Meta Entidade responsável indicador
Medidas
Quantidade (Kg) de produtos aplicados por aplicadores sem a devida habilitação
0 (zero) Kg no final da vigência do plano
DGAV
2.3.3.Proteção dos utilizadores não profissionais
A proteção dos utilizadores não profissionais configura uma questão de segurança e saúde no manuseamento e
aplicação de produtos fitofarmacêuticos, num âmbito não profissional, ou seja, aplicação pelo público em geral em
ambiente doméstico, ou em hortas e jardins familiares. Não é possível impor certificações obrigatórias, dado o universo
abrangido ser demasiado grande. Os riscos não incluem somente o risco de intoxicação aguda derivado de um contacto
acidental pontual, mas, igualmente, o risco derivado da exposição crónica e sub-crónica, no caso de utilizadores
amadores intensivos.
As Linhas de Ação definidas para esta Área de Intervenção são as seguintes:
• Limitação de uso de determinadas categorias de produtos fitofarmacêuticos
• Sensibilização para riscos associados ao uso
A principal medida de proteção dos utilizadores não profissionais é a restrição do seu acesso a uma categoria limitada de
produtos fitofarmacêuticos. São, ainda, previstas Linhas de Ação de sensibilização destes utilizadores para os riscos
associados ao uso e de promoção de boas práticas genéricas na utilização de produtos fitofarmacêuticos. Por outro lado,
é pretendido que nos locais de venda desta categoria de produtos, estes utilizadores sejam convenientemente
aconselhados, tal como previsto na legislação em vigor.
2.3.3.1. Limitação de uso de determinadas categorias de produtos fitofarmacêuticos
Nesta Linha de Ação foi definido como objetivo (Quadro 2.3.3.1.1) a inviabilização do uso de produtos fitofarmacêuticos
de uso profissional por quem não detém a devida formação e, portanto, não está habilitado a manipular e utilizar estes
produtos.
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27
Quadro 2.3.3.1.1. Objetivo, meta, indicador e medida estabelecida no âmbito da limitação de uso de determinadas categorias de produtos fitofarmacêuticos por utilizadores não profissionais
Objetivo Indicador Meta Entidade responsável indicador
Medidas
Inviabilizar o uso de produtos fitofarmacêuticos de utilização profissional por quem não detém a devida habilitação
Quantidade (Kg) de produtos de uso profissional, que no registo de venda não possuem registo do n.º de aplicador profissional (a medir a partir de 2016)
0 (zero) Kg no final da vigência do plano
ASAE M17. Monitorização e fiscalização da distribuição, venda e armazenamento de produtos fitofarmacêuticos
2.3.3.2. Sensibilização para riscos associados ao uso de produtos fitofarmacêuticos
São objetivos identificados no contexto desta Linha de Ação, o aumento da perceção dos utilizadores não profissionais
para o risco associado ao uso de produtos fitofarmacêuticos e a melhoria do aconselhamento no ato da venda de
produtos não profissionais. Pretende-se a melhoria da compreensão do público em geral para as indicações constantes
no rótulo dos produtos fitofarmacêuticos de uso não profissional. Descrevem-se no Quadro 2.3.3.2.1, os objetivos, metas,
indicadores e medidas, definidos no âmbito da presente Linha de Ação.
Quadro 2.3.3.2.1. Objetivos, metas, indicadores e medidas no âmbito da sensibilização para riscos associados ao uso de produtos fitofarmacêuticos por utilizadores não profissionais
Objetivo Indicador Meta Entidade responsável indicador
Medidas
Aumentar perceção dos utilizadores não profissionais para o risco associado ao uso de produtos fitofarmacêuticos
N.º de ações de sensibilização para utilizadores não profissionais efetuadas
5 por ano DGAV M11: Promover a divulgação de boas práticas no manuseamento, armazenamento e aplicação de produtos fitofarmacêuticos pelos utilizadores não profissionais
N.º de protocolos celebrados com autarquias
25 por ano DGAV
N.º de estabelecimentos de venda de PF exclusivamente destinados ao uso não profissional contactados
100 até ao final da vigência do plano
DGAV
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Objetivo Indicador Meta Entidade responsável indicador
Medidas
Melhorar o aconselhamento no ato da venda de produtos de uso não profissional
N.º de estabelecimentos de venda de PF exclusivamente destinados ao uso não profissional inspecionados (DL 101/2009)
Acréscimo anual de 5% face à média de 2011-2013
ASAE M11: Promover a divulgação de boas práticas no manuseamento, armazenamento e aplicação de produtos fitofarmacêuticos pelos utilizadores não profissionais
M17: Monitorização e fiscalização da distribuição, venda e armazenamento de produtos fitofarmacêuticos
% de infrações aos requisitos para a venda no âmbito do DL101/2009
Diminuição anual de 5% face à média de 2011-2013
ASAE
N.º de estabelecimentos de venda de PF exclusivamente destinados ao uso não profissional contactados
100 até ao final da vigência do plano
DGAV
2.3.4. Proteção de terceiros, incluindo grupos vulneráveis
As Linhas de Ação definidas para esta Área de Intervenção são as seguintes:
• Regulação da aplicação aérea e da aplicação terrestre em zonas urbanas, de lazer e em vias de comunicação;
• Regulação da aplicação terrestre em áreas agrícolas e florestais;
• Redução de intoxicações.
A proteção de terceiros na aplicação de produtos fitofarmacêuticos passa por proteger um universo alargado de pessoas
alheias aos tratamentos efetuados, mas que podem ser diretamente afetados: trabalhadores agrícolas, que
potencialmente podem contactar com resíduos depositados nas culturas, decorrentes da aplicação de produtos
fitofarmacêuticos; pessoas que se encontram na proximidade dos tratamentos, em locais adjacentes, que podem ser
sujeitos à deriva da pulverização ou das poeiras da aplicação; pessoas que podem manipular inadvertidamente, produtos
fitofarmacêuticos e sem qualquer conhecimento do risco inerente.
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29
2.3.4.1. Regulação da aplicação aérea e da aplicação terrestre em zonas urbanas, de lazer e em vias de
comunicação
Relativamente à presente Linha de Ação pretende-se reduzir o risco para terceiros devido a situações de aplicação de
produtos fitofarmacêuticos, que se encontram legisladas em específico. Pretende-se não só assegurar o cumprimento da
legislação particular relativa à aplicação aérea e à aplicação em zonas urbanas, de lazer e vias de comunicação, bem
como reduzir os riscos inerentes àqueles tipos de utilização. Descrevem-se no quadro abaixo, os objetivos, metas,
indicadores e medidas, definidos no âmbito da presente Linha de Ação.
Quadro 2.3.4.1.1. Objetivos, metas, indicadores e medidas no âmbito da regulação da aplicação aérea e da aplicação terrestre em zonas urbanas, de lazer e em vias de comunicação
Objetivo Indicador Meta Entidade responsável indicador
Medidas
Reduzir riscos de exposição à aplicação aérea
Nº de inspeções à aplicação aérea
Acréscimo anual de 5% face a 2014
DGAV
INAC
M22: Monitorização e fiscalização da aplicação aérea de produtos fitofarmacêuticos
M23: Certificação de prestadores de serviços de aplicação aérea
M24: Autorização dos planos de aplicação aérea
M5: Definir e/ou manter atualizados, os referenciais de formação nas áreas do uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos e fomentar a realização de ações de formação
% de infrações na aplicação aérea
Diminuição anual de 5% face a 2014
DGAV
INAC
Reduzir riscos de exposição à aplicação em zonas urbanas, de lazer e vias de comunicação
N.º de inspeções à aplicação em zonas urbanas, de lazer e vias de comunicação
Acréscimo anual de 5% face a 2014
DGAV
M18: Monitorização e fiscalização da aplicação terrestre de produtos fitofarmacêuticos
M19: Autorização de exercício de atividade
M5: Definir e/ou manter atualizados, os referenciais de formação nas áreas do uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos e fomentar a realização de ações de formação
% de infrações verificadas á aplicação em zonas urbanas, de lazer e vias de comunicação
Diminuição anual de 5% face a 2014
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2.3.4.2. Regulação da aplicação terrestre em áreas agrícolas e florestais
Nesta Linha de Ação pretende-se reduzir os riscos para trabalhadores e terceiros, decorrentes da aplicação terrestre de
produtos fitofarmacêuticos no espaço agrícola e florestal, seja por material e técnicas de aplicação, seja pela escolha
criteriosa dos produtos utilizados. Descrevem-se no quadro abaixo, os objetivos, metas, indicadores e medidas, definidos
no âmbito da presente Linha de Ação.
Quadro 2.3.4.2.1. Objetivos, metas, indicadores e medidas no âmbito da regulação da aplicação terrestre em áreas agrícolas e florestais
Objetivo Indicador Meta Entidade responsável indicador
Medidas
Reduzir riscos em parcelas adjacentes
% de equipamentos inspecionados com bicos anti-deriva
Acréscimo anual de 5% face a 2014
DGAV M20: Inspeção de equipamentos de aplicação de produtos fitofarmacêuticos
M25:Fomento de medidas de mitigação de risco
M5: Definir e/ou manter atualizados, os referenciais de formação nas áreas do uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos e fomentar a realização de ações de formação
Fomentar a opção por PF de menor toxicidade
Rácio de produtos comercializados T+/Total, T/Total (t.)
--
DGAV M5: Definir e/ou manter atualizados, os referenciais de formação nas áreas do uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos e fomentar a realização de ações de formação
2.3.4.3. Redução de intoxicações com produtos fitofarmacêuticos
Os objetivos nesta Linha de Ação passam por evitar que terceiros, que coabitem com utilizadores profissionais,
nomeadamente crianças, estejam expostos a potenciais riscos por manipulação fortuita de produtos, cuja perigosidade
desconheçam. Deve ser assegurado que o armazenamento de produtos fitofarmacêuticos (no circuito comercial ou no
armazém do utilizador profissional) se encontra em espaço vedado a pessoas estranhas, sem qualquer conhecimento
dos riscos implícitos do manuseamento destes produtos. Descrevem-se no quadro abaixo, os objetivos, metas,
indicadores e medidas, definidos no âmbito da presente Linha de Ação.
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31
Quadro 2.3.4.3.1. Objetivos, metas, indicadores e medidas no âmbito da redução de intoxicações com produtos fitofarmacêuticos
Objetivo Indicador Meta Entidade responsável indicador
Medidas
Reduzir o nº de intoxicações
Nº de incidentes em adultos Diminuição anual de 25% face à média 2011-2013
INEM/CIAV M17: Monitorização e fiscalização da distribuição, venda e armazenamento de produtos fitofarmacêuticos
M26: Obtenção de estatísticas relativas a incidentes com produtos fitofarmacêuticos
M5: Definir e/ou manter atualizados, os referenciais de formação nas áreas do uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos e fomentar a realização de ações de formação
Nº de incidentes em crianças
Diminuição anual de 25% face à média 2011-2013
INEM/CIAV
Nº de estabelecimentos de distribuição e venda sujeitos a ações de acompanhamento
Acréscimo anual de 5% face à média de 2011-2013
DGAV
% de não conformidades observadas nas acções de acompanhamento a estabelecimentos de distribuição e venda
Diminuição anual de 5% face à média de 2011-2013
DGAV
N.º de estabelecimentos de distribuição e venda inspecionados
Acréscimo anual de 5% face à média de 2011-2013
ASAE
% de incumprimentos na distribuição e venda
Diminuição anual de 5% face à média de 2011-2013
ASAE
Nº de explorações inspecionadas no âmbito da condicionalidade
Taxa de controlo da condicionalidade
IFAP
Nº de explorações inspecionadas extra-condicionalidade
100 em 2014 e um acréscimo anual de 5%
DGAV
% de incumprimentos no armazenamento de PF na exploração agrícola
Diminuição anual de 5% face à média de 2011-2013
IFAP - DGAV
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32
Relativamente ao presente Eixo Estratégico, e descritos os indicadores e medidas a implementar para cumprimento dos
objetivos traçados, é apresentado em anexo a este documento, (Anexo I) o conjunto de fichas de medidas e respetivas
ações a desenvolver dentro de cada medida, elencando-se, igualmente, as entidades coordenadoras e executoras das
diferentes ações.
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33
2.4. Eixo Estratégico 2: Proteção do Ambiente
A paisagem agrícola surge como o resultado visível das atividades das comunidades agrícolas, adaptadas às limitações
físicas do ambiente natural. Varia com a topografia, o sistema agrícola adotado e a intensidade do sistema produtivo.
A maioria dos sistemas agrícolas apresenta-se como uma miríade de elementos cultivados/incultos, separados por
elementos de paisagem, incluindo as bordaduras dos campos, cursos de água, caminhos, etc., constituindo estes
elementos um mosaico diversificado na paisagem rural.
A crescente procura de alimentos em quantidade e qualidade tem, contudo, colocado grande pressão sobre o setor
produtivo, em particular, no incremento da produção agrícola, muitas vezes em detrimento da paisagem natural, com
redução ou eliminação progressiva dos elementos de paisagem, como sejam bordaduras naturais, zonas riparianas e
zonas de refúgio.
A utilização de produtos fitofarmacêuticos, neste contexto, pode ter efeitos negativos sobre o ambiente, sendo o meio
aquático particularmente sensível, sobretudo no que respeita à eventual contaminação das águas de superfície e das
águas subterrâneas. Igualmente dever-se-ão ter em conta os possíveis efeitos sobre a biodiversidade, em particular
sobre os organismos não visados, nomeadamente organismos auxiliares e abelhas.
No âmbito do presente Eixo Estratégico e, no quadro da utilização de produtos fitofarmacêuticos, a proteção do ambiente
e a garantia da sua sustentabilidade passa pela atuação ao nível de duas Áreas de Intervenção fundamentais a
desenvolver e no contexto das quais foram identificadas Linhas de Ação e objetivos quantitativos a alcançar:
• proteção dos recursos hídricos, da contaminação pontual e difusa com produtos fitofarmacêuticos e os seus
resíduos, pelo reforço das boas práticas associadas ao armazenamento, manipulação, aplicação e gestão dos
resíduos destes produtos, ao nível das explorações agrícolas e florestais, zonas urbanas, áreas de lazer e vias
de comunicação. É, também, de salientar a necessidade de serem capacitadas as estruturas de apoio e
aconselhamento ao utilizador profissional, complementadas por ações de acompanhamento e fiscalização do
cumprimento dos normativos já existentes;
• proteção da biodiversidade, pelo fomento de infraestruturas ecológicas junto das explorações que constituam
repositório de espécies auxiliares no controlo fitossanitário, mas, também, pelo reforço na implementação dos
normativos já existentes bem como no acompanhamento da correta adoção das medidas de mitigação do risco
definidas pelas autoridades competentes. Neste domínio, merece também particular destaque a componente
social e económica do impacto da manutenção ou fomento de espécies úteis em particular, organismos
polinizadores, na produtividade das culturas.
Pretende-se com a implementação de objetivos e medidas no contexto deste eixo estratégico, fomentar,
essencialmente, a adoção, a título permanente, de práticas que permitam garantir o bom estado/potencial
ecológico, e o bom estado químico das massas de água superficiais e subterrâneas, bem como a incorporação
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nas práticas agrícolas comuns, de padrões comportamentais tendentes à conservação da natureza, incluindo dos
recursos hídricos e manutenção a níveis satisfatórios da biodiversidade dos ecossistemas naturais e rurais
associados. Estes objetivos passam fundamentalmente pelo reforço da consciencialização de que o ambiente
natural e a sua preservação podem contribuir positivamente para a atividade agrícola, para além de constituir um
bem social e paisagístico a preservar.
Para a concretização dos objetivos do PAN, e definidas as Áreas de Intervenção, torna-se necessário referir os objetivos
quantitativos a estabelecer e as Linhas de Ação nas quais serão desenvolvidas medidas, para cumprimento desses
objetivos.
2.4.1.Proteção dos recursos hídricos
2.4.1.1. Aplicação e reforço das medidas de mitigação do risco de contaminação de massas de água e
proteção das captações de água destinada a consumo humano
Como já referido, a imposição de medidas de mitigação do risco decorre do processo normal de autorização de produtos
fitofarmacêuticos, previsto na legislação em vigor, relativa à colocação no mercado de produtos fitofarmacêuticos,
nomeadamente, o Regulamento (CE) nº 1107/2009 de 21 de Outubro, e a sua implementação traduz-se na observação
estrita das condições estabelecidas na rotulagem desses produtos e ou nas informações oficiais emanadas pelo serviço
oficial competente.
Mesmo considerando que a autorização para comercialização de um determinado produto fitofarmacêutico significa o
cumprimento de um grande conjunto de exigências, não se pode esquecer que estes podem representar riscos para o
ser humano e para o ambiente, pelo que o estrito cumprimento das condições de utilização constantes dos rótulos deve
contribuir para minimização desses efeitos. Contudo, existem diversas medidas igualmente emanadas pelos serviços
oficiais que concorrem para a redução do risco associado ao uso de produtos fitofarmacêuticos.
A Lei n.º 26/2013 vem reforçar, assim, a necessidade de adoção de medidas que reduzam os riscos decorrentes da
utilização destes produtos, nomeadamente no que respeita à proteção dos recursos hídricos. Em particular, devem ser
respeitadas as disposições constantes deste diploma e, ainda, orientações e condições estabelecidas nos códigos de
conduta sobre o uso seguro dos produtos fitofarmacêuticos que sejam publicados pela DGAV. Acresce que, antecedendo
a sua utilização deve proceder-se à seleção do produto mais adequado, com o mínimo de efeitos secundários para a
saúde humana, os organismos não visados e o ambiente entre os produtos autorizados para resolver um problema
fitossanitário, numa situação determinada e tendo em consideração as condições locais.
Neste contexto, e para além da observância das condições estabelecidas nos rótulos, e das questões relativas à
sensibilização, formação e aconselhamento dos utilizadores, existem outras ações relevantes, nomeadamente as
seguintes: selecionar criteriosamente os produtos fitofarmacêuticos a utilizar, armazenar os pesticidas de forma
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adequada, preparar as caldas de forma correta e em locais adequados, proceder à inspeção e calibração do
equipamento de aplicação, utilizar preferencialmente equipamento de aplicação com características de arrastamento
reduzido, estabelecer zonas tampão e evitar a contaminação direta das captações de água, proceder a uma correta
eliminação das embalagens de pesticidas e dos restos de calda; sensibilização, formação e aconselhamento dos
agricultores, e produtores florestais, aplicadores de pesticidas e técnicos agrícolas.
No que respeita à seleção dos produtos fitofarmacêuticos, deve ser dada preferência aos produtos que,
cumulativamente, cumpram as seguintes características: não estejam classificados como perigosos para o meio aquático
(nos termos da Directiva 1999/45/CE), nem como substâncias prioritárias (no âmbito da Directiva 2000/60/CE), e sejam
de baixo risco (na aceção do Regulamento CE n.º 1107/2009). Importa, também, referir que a utilização dos produtos
fitofarmacêuticos deverá estar integrada em sistemas de proteção integrada.
Não sendo atualmente efetuada, de forma sistemática, a verificação, ao nível das explorações agrícolas e florestais e nas
empresas de aplicação terrestre, das condições de segurança a observar na preparação e aplicação destes produtos,
não é possível determinar o grau de cumprimento das condições estabelecidas nos rótulos, sendo que as condições de
segurança a observar pelos utilizadores profissionais se encontram previstas na Lei nº26/2013. Há, portanto, que
desenvolver, primeiramente, medidas que permitam acompanhar, no terreno, a implementação das precauções de
utilização estabelecidas, e, em simultâneo, promover o investimento nas ações de formação e sensibilização para a
consciencialização da importância do estrito cumprimento dessas mesmas medidas, ação esta, vista como de maior
impacte junto dos utilizadores profissionais.
Entre essas medidas, contam-se as destinadas a prevenir o uso de produtos fitofarmacêuticos ao longo das massas de
água (leitos e margens, de acordo com as definições legais), exceto nas condições estritamente autorizadas, devendo as
operações de desmatação e limpeza de vegetação ser efetuadas preferencialmente por meios manuais e/ou mecânicos.
Apenas em casos comprovadamente necessários se deverá recorrer ao uso de produtos fitofarmacêuticos, ao longo das
massas de água, e nesse caso privilegiando os produtos menos perigosos (que não contenham substâncias prioritárias e
que não estejam classificados como perigosos para organismos aquáticos). A aplicação de produtos fitofarmacêuticos
em culturas semeadas ou plantadas nas margens ou mesmo em leitos ou outras utilizações destes produtos que possam
contaminar massas de água superficiais como é o caso do arroz, deve ser objeto de especiais cuidados, no que respeita
ao tipo de produtos, épocas de aplicação e quantidades a aplicar, devendo também ser dada preferência a produtos que
não contenham substâncias prioritárias ou perigosas para organismos aquáticos. A aplicação de produtos
fitofarmacêuticos nos sistemas de rega carece, também, de cuidados especiais, no sentido de evitar a contaminação das
massas de água, designadamente a contaminação direta através da própria captação de água.
Importa, ainda, esclarecer no âmbito deste PAN, o que se entende por massas de água, sendo que se adota, para esse
efeito, a definição constante da Lei da Água (Lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro, alterada pelo Decreto-Lei n.º 130/2012,
de 22 de junho): “massa de águas superficiais é uma massa distinta e significativa de águas superficiais,
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designadamente uma albufeira, um ribeiro, rio ou canal, um troço de ribeiro, rio ou canal, águas de transição ou uma
faixa de águas costeiras. Massa de água subterrânea é um meio de águas subterrâneas delimitado que faz parte de um
ou mais aquíferos”.
No que diz respeito à proteção de captações de água para abastecimento público há que respeitar as exigências que
constam nos normativos legais e nos instrumentos de planeamento. Existem condicionalismos a cumprir nos perímetros
de proteção tanto de captações de água superficial como de captações de água subterrânea. Para proteção das
albufeiras é necessário respeitar as disposições legislativas (nomeadamente as do Decreto-Lei n.º 107/2009, de 15 de
maio) e as que constam nos planos de gestão das albufeiras (PGA), quando existam. Estas medidas devem ser
validadas no terreno e, mais uma vez, deverá ser reforçada a consciencialização para a necessidade de cumprimento do
normativo nacional e dos instrumentos de planeamento (Planos de Gestão de Região Hidrográfica – PGRH e PGA) nesta
matéria. Além disso, e nos termos da lei, as entidades gestoras dos sistemas de abastecimento público são obrigadas a
controlar um conjunto de pesticidas, definidos pela DGAV, até 31 de junho de cada ano, dando uma garantia adicional da
qualidade da água.
No caso de captações para consumo privado ou próprio (conforme definição constante da alínea b) do nº 1 do artigo 7.º
do Decreto-Lei nº 306/2007 de 27 de agosto), nomeadamente de furos e poços em propriedades agrícolas, não se
aplicam as normas de qualidade da água destinada ao consumo humano nem existem sistemas de tratamento de água
adequados á remoção destes poluentes, deixando estes utilizadores particularmente expostos, em caso de
contaminação das águas. Devem, portanto, ser sensibilizados para a necessidade de adotar medidas de precaução em
zonas de protecção das captações de água, semelhantes às que estão previstas para o abastecimento público, de forma
a salvaguardar a sua saúde e a dos seus familiares. Acresce que as captações de água para consumo privado estão
sujeitas ao regime de utilização dos recursos hídricos (estabelecido pelo Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de 31 de maio, na
sua atual redação), pelo que os próprios títulos de utilização existentes poderão definir medidas de proteção. Importa,
também, realçar que o Decreto-Lei n.º 208/2008, de 28 de outubro, define como norma de qualidade para as águas
subterrâneas a concentração de 0,1µg/L por substância ativa e de 0,5µg/L para a soma total de substâncias ativas de
pesticidas (incluindo os respetivos metabolitos e produtos de degradação e reação). O Decreto-Lei n.º 103/2010, de 24
de setembro, estabelece normas de qualidade ambiental para as águas superficiais, incluindo para vários pesticidas.
Também as práticas usuais, incorrectas, de formulação de caldas e de lavagens de equipamentos, muitas vezes com
descarga dos restos no solo ou na água, ou junto a captações de água (nomeadamente, furos, poços) de onde pode
provir a água de abastecimento próprio e que são, também, a origem da água usada nas diluições e nas lavagens deve
ser fortemente combatida.
Embora os dados disponíveis relativos à monitorização da qualidade das águas destinadas a consumo humano,
fornecidos pela autoridade competente, não sejam preocupantes, pois que, até à data, nenhum dos casos de excedência
dos valores paramétricos resultou em risco identificado para o consumidor, apontam, contudo, para a necessidade de
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serem, numa primeira abordagem, localizadas as origens de contaminação e ser feito um levantamento das práticas
implementadas junto dos agricultores, de modo a compreender se efetivamente os problemas de contaminação resultam
de uma prática autorizada ou, pelo contrário, do seu incumprimento que, em todo o caso, importa corrigir, junto de quem
manuseia, aplica e faz a gestão de resíduos de produtos fitofarmacêuticos.
Descrevem-se no Quadro 2.4.1.1.1, os objetivos, metas, indicadores e medidas, definidos no âmbito da presente Linha
de Ação. No que diz respeito ao objetivo relativo à redução dos níveis de contaminação de águas superficiais e
subterrâneas, o mesmo é estabelecido tendo em vista a necessária articulação dos objetivos definidos na Diretiva nº
2009/128/CE, transpostos para a Lei n.º 26/2013 e a Diretiva nº 2000/60/CE de 23 de outubro, que estabelece um quadro
de ação comunitária no domínio da política da água, transposta para a ordem jurídica nacional pela Lei n.º 58/2005, de
29 de Dezembro, ou Lei da Água, e pelo Decreto-Lei nº 77/2006, de 30 de Março. Neste contexto, e para o objectivo
definido, o cumprimento do mesmo deve assegurar que é garantido o bom estado/potencial ecológico e o bom estado
químico das massas de água superficiais, e o bom estado, quantitativo e químico, das massas de água subterrâneas, até
2015 (sem prejuízo das prorrogações e derrogações previstas), tal como especificado no artigo 4.º da Diretiva Quadro da
Água e nos artigo 45.º e seguintes da Lei da Água.
Assim, e no que respeita especificamente à proteção das águas superficiais e subterrâneas de contaminações com
produtos fitofarmacêuticos, é necessário garantir que este tipo de contaminação não compromete o bom estado das
massas de água superficiais e o bom estado químico das massas de água subterrâneas.
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Quadro 2.4.1.1.1. Objetivos, metas, indicadores e medidas no âmbito da aplicação e reforço das medidas de mitigação do risco de contaminação de massas e água e das captações de água destinada a consumo humano
Objetivo Indicador Meta Entidade Responsável indicador
Medidas
Reduzir os níveis de contaminação de águas superficiais e subterrâneas
Taxa de incumprimentos das NQA para as águas superficiais e das NQ para as águas subterrâneas
As previstas na Lei da Água e vertidas nos Planos de Gestão de Região Hidrográfica
APA/DGAV M5: Definir e/ou manter atualizados os referenciais de formação nas áreas do uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos;
M9: Promover a formação das entidades de Controlo previstas na Lei nº 26/2013;
M13: Promover a divulgação de Boas Práticas no manuseamento e aplicação de produtos fitofarmacêuticos pelos utilizadores profissionais;
M17. Monitorização e fiscalização da distribuição, venda e armazenamento de produtos fitofarmacêuticos
M18: Monitorização e fiscalização da aplicação terrestre de produtos fitofarmacêuticos
M27: Reforço das Boas Práticas na aplicação de produtos fitofarmacêuticos
M28: Implementar sistema de autorização, registo e monitorização de aplicações aéreas.
Taxa de presença de bicos anti-deriva em pulverizadores inspecionados
Acréscimo anual de 5% face a 2015
DGAV
Taxa de comercialização de PF perigosos para o ambiente aquático
--
Taxa de comercialização de PF contendo substâncias prioritárias
--
Taxa de incumprimentos aos valores paramétricos para pesticidas nas águas de consumo humano
A prevista na legislação aplicável
ERSAR/DGAV
Nº de explorações inspecionadas no âmbito da condicionalidade
Taxa de controlo da condicionalidade
IFAP
Nº de explorações inspecionadas extra-condicionalidade
100 em 2014 e um acréscimo anual de 5%
DGAV
% de incumprimentos das condições de utilização de produtos PF
decréscimo anual de 5% face à média de 2011-2013
IFAP/DGAV
Taxa de incumprimento às condições de segurança na aplicação de PF
decréscimo anual de 5% face a 2015
DGAV/DRAP
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Objetivo Indicador Meta Entidade Responsável indicador
Medidas
Melhorar as condições de armazenamento de produtos fitofarmacêuticos nas explorações agrícolas e florestais
% de incumprimentos no armazenamento de PF na exploração agrícola
decréscimo anual de 5% face à média de 2011-2013
IFAP/DGAV
Taxa de incumprimento das condições de segurança na aplicação de PF
decréscimo anual de 5% face a 2015
DGAV/DRAP M9: Promover a formação das entidades de controlo previstas na Lei nº 26/2013;
M13: Promover a divulgação de boas práticas no manuseamento e armazenamento de produtos fitofarmacêuticos na exploração agrícola e florestal e empresas de aplicação terrestre
M18. Monitorização e fiscalização da aplicação terrestre de produtos fitofarmacêuticos
Nº de explorações inspecionadas no âmbito da condicionalidade
Taxa de controlo da condicionalidade
IFAP
Nº de explorações inspecionadas extra-condicionalidade
100 em 2014 e um acréscimo anual de 5%
DGAV
Melhorar as condições de armazenamento de produtos fitofarmacêuticos nos circuitos comerciais
Taxa de incumprimentos ao correto armazenamento de PF no circuito comercial
decréscimo anual de 5% face à média de 2011 a 2013
ASAE
2.4.1.2. Implementação de Sistemas de gestão dos resíduos relativos a produtos fitofarmacêuticos
Ao nível da exploração agrícola ou florestal, e das entidades que prestam serviços de aplicação terrestre, devem ser
implementadas, com caráter permanente, medidas que possam contribuir para a redução da contaminação ambiental,
em particular, medidas tendentes à gestão adequada e eliminação em condições ambientalmente corretas, dos resíduos
de produtos fitofarmacêuticos, das suas embalagens e dos excedentes de caldas de aplicação e seus resíduos,
incluindo, também, boas práticas na manutenção e limpeza dos equipamentos de aplicação.
Embora a correta gestão de resíduos de embalagens de produtos fitofarmacêuticos, esteja devidamente implementada
no terreno e os dados disponíveis apontem para uma tendência positiva do setor, a qual se antecipa poder ainda vir a
incrementar, face às recentes medidas implementadas pela entidade gestora de resíduos de embalagens destes
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produtos, não está, ainda, implementada, uma estratégia nacional relativa à gestão de produtos obsoletos4, os quais, são
ainda, e mediante a capacidade instalada na exploração agrícola e florestal, guardados pelo agricultor ou produtor
florestal. Devem ser, portanto, implementadas, com urgência, medidas de caráter nacional com vista a uma adequada
gestão destes resíduos, os quais, se não forem recolhidos em segurança e destinados à valorização ou eliminação
adequadas, constituem uma potencial fonte de contaminação pontual dos recursos e um risco acrescido para a
segurança humana e ambiental.
Também a gestão de restos de caldas e das águas contaminadas de lavagem de equipamentos de aplicação de
produtos fitofarmacêuticos nas explorações agrícolas ou florestais deve ser incrementada. De forma a ultrapassarem-se
os constrangimentos técnicos e económicos que possam ter um efeito dissuasor na aquisição de sistemas individuais de
tratamento destes resíduos e águas residuais, poderão ser criadas unidades de prestação desse serviço, modalidade
que eventualmente melhor poderá responder às necessidades dos utilizadores. Descrevem-se no quadro abaixo, os
objetivos, metas, indicadores e medidas, definidos no âmbito da presente Linha de Ação.
4 Produto Obsoleto ou resíduo de excedentes de produtos fitofarmacêuticos: produto fitofarmacêutico inutilizável, contido em embalagens já abertas que existam armazenadas no utilizador final, bem como os produtos fitofarmacêuticos cuja autorização de venda e prazo para esgotamento de existências tenha já expirado (c.f. D.L. 187/2006 de 19 de Setembro)
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Quadro 2.4.1.2.1. Objetivos, metas, indicadores e medidas no âmbito da implementação de sistemas de gestão dos resíduos relativos a produtos fitofarmacêuticos
Objetivo Indicador Meta Entidade responsável Indicador
Medidas
Incrementar a recolha de resíduos de embalagens vazias de produtos fitofarmacêuticos
Quantidade de resíduos de embalagens de PF recolhidos/ano (t.)
-- APA
M5: Definir e/ou manter atualizados os referenciais de formação nas áreas do uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos;
M9: Promover a formação das entidades de controlo previstas na Lei nº 26/2013;
M13: Promover a divulgação de boas práticas no manuseamento, armazenamento e aplicação de produtos fitofarmacêuticos pelos utilizadores profissionais;
M29: Reforço do sistema de recolha e gestão dos resíduos relativos a embalagens de produtos fitofarmacêuticos
Nº de centros de receção de embalagens de PF vazias
-- DGAV
Quantidade de embalagens de PF colocadas no mercado/ano (t.)
-- APA
Taxa de recolha de resíduos de embalagens de PF usadas
A definir nas licenças/autorizações a emitir às entidades gestoras de resíduos de embalagens
APA
Taxa de reciclagem/valorização de resíduos de embalagens de PF
A definir nas licenças/autorizações a emitir às entidades gestoras de resíduos de embalagens
APA
Implementar recolha de embalagens de sementes tratadas com produtos fitofarmacêuticos
Quantidade de embalagens de sementes colocadas no mercado (t.)
-- APA/DGAV M5: Definir e/ou manter atualizados os referenciais de formação nas áreas do uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos;
M9: Promover a formação das entidades de controlo previstas na Lei nº 26/2013;
M13: Promover a divulgação de boas práticas no manuseamento, armazenamento e aplicação de produtos fitofarmacêuticos pelos utilizadores profissionais
M29: Reforço do sistema de recolha e gestão dos resíduos relativos a embalagens de produtos
Taxa de adesão das empresas a um sistema de gestão de embalagens de sementes
100% adesão das empresas durante a vigência do PAN
APA
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Objetivo Indicador Meta Entidade responsável Indicador
Medidas
fitofarmacêuticos
Implementar sistemas de tratamento de efluentes provenientes da preparação de caldas e limpeza de equipamentos
Nº de sistemas gestão de efluentes certificados
Certificação dos sistemas durante a vigência do PAN
DGAV M5: Definir e/ou manter atualizados os referenciais de formação nas áreas do uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos;
M9: Promover a formação das entidades de controlo previstas na Lei nº 26/2013;
M13: Promover a divulgação de boas práticas no manuseamento, armazenamento e aplicação de produtos fitofarmacêuticos pelos utilizadores profissionais
M30: promover as boas práticas na gestão de resíduos relativos a produtos fitofarmacêuticos
Nº de explorações aderentes a sistemas de gestão de efluentes certificados
-- DGAV
Implementar sistemas de recolha e gestão de resíduos de produtos fitofarmacêuticos (obsoletos)
Quantidade de resíduos de PF obsoletos recolhidos (t.)
Taxa de recolha de resíduos de obsoletos de 100% até final da vigência do PAN
APA M31: promover a correta gestão e eliminação de resíduos de produtos fitofarmacêuticos obsoletos
M30: promover as boas práticas na gestão de resíduos relativos a produtos fitofarmacêuticos
Criar sistema de recolha e gestão de obsoletos durante a vigência do PAN
APA
2.4.1.3. Fomento da utilização e manutenção correta dos equipamentos de aplicação
Uma adequada proteção dos recursos naturais, do impacte provocado por pesticidas, passa necessariamente pela
redução da exposição destes a resíduos resultantes da sua aplicação, a qual é, também, garantida por uma utilização de
equipamentos de aplicação em boas condições de funcionamento. A publicação do Decreto-Lei n.º 86/2010 e as
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disposições nele constantes relativas à obrigatoriedade de inspeção periódica dos equipamentos de aplicação de
produtos fitofarmacêuticos em uso e equipamentos novos vem dar resposta a esta preocupação, sendo que uma
componente importante deste processo é, primeiramente, a capacitação nacional em estruturas de inspeção, e a sua
implementação generalizada, com capacidade técnica para promover a utilização destes equipamentos em boas
condições e retirar de uso, os aparelhos que não obedecem aos requisitos de segurança existentes. Contudo, e
complementarmente ao quadro inspetivo, há, igualmente, que promover a manutenção e calibração corretas dos
equipamentos de modo a garantir uma maior eficácia nos tratamentos fitossanitários e, portanto, uma aplicação
ambientalmente segura de produtos fitofarmacêuticos.
Assim, apresentam-se no quadro seguinte os vários objetivos que se pretendem atingir bem como as várias medidas a
implementar no quadro dos objetivos estabelecidos.
Quadro 2.4.1.3.1. Objetivos, metas, indicadores e medidas no âmbito do fomento da utilização e manutenção correta dos equipamentos de aplicação
Objetivo Indicador Meta Entidade responsável indicador
Medidas
Garantir a implementação da inspeção obrigatória a equipamentos de aplicação de produtos fitofarmacêuticos
Taxa de equipamentos de aplicação de PF inspecionados
100% equipamentos em uso inspecionados em 2016
DGAV
M5: Definir e/ou manter atualizados os referenciais de formação nas áreas do uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos
M32. Implementação do sistema de inspeção de equipamentos de aplicação de produtos fitofarmacêuticos
Taxa de aprovação de equipamentos de aplicação de PF inspecionados
Acréscimo anual da taxa de aprovação de equipamentos de 5% face a 2012 até final da vigência do PAN
DGAV
Nº de inspetores de equipamentos de aplicação de PF certificados
-- DGAV
Nº de CIPP licenciados -- DGAV
Nº de CIPP/região NUTsII
--
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Objetivo Indicador Meta Entidade responsável indicador
Medidas
Nº de inspeções a equipamentos de aplicação de PF novos
--
Taxa de equipamentos de aplicação de PF novos adquiridos após 15 de outubro 2010 inspeccionados
100% equipamentos novos inspecionados até 5 anos após data de aquisição
Nº equipamentos de aplicação de PF novos colocados no mercado
-- DGAV
2.4.2.Proteção dos habitats e da biodiversidade
2.4.2.1. Promoção da proteção de organismos não visados
É ao nível do processo de autorização que é feita a categorização dos produtos fitofarmacêuticos, em função da sua
perigosidade intrínseca para o ambiente, em termos gerais, e ambiente aquático, em particular, na observância dos
critérios comunitários de classificação de substâncias e preparações perigosas. Sendo, a grande maioria dos produtos
fitofarmacêuticos perigosos, são-lhes inerentes riscos na sua utilização, os quais podem ser mitigados através da
observação de medidas de gestão apropriadas e adequadas a cada produto e ao seu uso. Cabe, portanto, ao utilizador
profissional, fazer a escolha consciente e informada, do produto fitofarmacêutico que se apresente de menor
perigosidade para os organismos não visados. É, principalmente, pela via da formação e sensibilização do utilizador
profissional, e também não profissional, que se poderá alcançar este objetivo.
Para além da questão relativa à escolha do produto fitofarmacêutico, e ponderada a sua necessária utilização, tendo em
conta os demais meios ao dispor para resolver o problema fitossanitário, outros aspetos complementares podem ainda
ser considerados, que constituem uma mais-valia na preservação do ambiente natural envolvente. Apresentam-se no
quadro seguinte os vários objetivos que se pretendem atingir bem como as várias medidas a implementar no quadro dos
objetivos estabelecidos para a presente Linha de Ação.
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Quadro 2.4.2.1.1. Objetivo, metas, indicadores e medidas no âmbito da promoção da proteção dos organismos não visados com a aplicação de produtos fitofarmacêuticos
Objetivo Indicador Meta Entidade responsável
Medidas
Promover a utilização de produtos fitofarmacêuticos não perigosos para organismos não visados
Taxa de presença de bicos anti-deriva em pulverizadores inspecionados
Acréscimo anual de 5% face a 2015 na presença de bicos anti-deriva
DGAV M5: Definir e/ou manter atualizados os referenciais de formação nas áreas do uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos
M32. Implementação do sistema de inspeção de equipamentos de aplicação de produtos fitofarmacêuticos
M9: Promover a formação das entidades de controlo previstas na Lei nº 26/2013
M13: Promover a divulgação de boas práticas no manuseamento, armazenamento e aplicação de produtos fitofarmacêuticos pelos utilizadores profissionais
M27: reforço das boas práticas na aplicação de produtos fitofarmacêuticos
M42: Fomentar o registo oficial de espécies auxiliares
M18. Monitorização e fiscalização da aplicação terrestre de produtos fitofarmacêuticos
M22. Monitorização e fiscalização da aplicação aérea de produtos fitofarmacêuticos
Taxa de comercialização
de PF Perigosos
para o Ambiente
Aquático
DGAV
Nº de espécies auxiliares registadas (cumulativo)
100% das espécies até 2018
DGAV
Taxa de comercialização
de PF Perigosos
para aves e fauna
-- DGAV
2.4.2.2. Promoção da Proteção da Biodiversidade
A manutenção da biodiversidade ou a sua promoção vai para além da proteção dos organismos não visados com a
aplicação dos produtos fitofarmacêuticos. A Biodiversidade é definida, de acordo com o Reg. (CE) nº 1107/2009, como a
“variabilidade entre os organismos vivos de todas as origens, incluindo nomeadamente, os ecossistemas terrestres e
marinhos e outros ecossistemas aquáticos, e os complexos ecológicos dos quais fazem parte; pode compreender a
variedade interespecífica e intra-específica bem como a variedade dos ecossistemas”. No contexto dos sistemas
agrícolas e florestais pretende-se compatibilizar, através de uma gestão proativa, as atividades produtivas com a
manutenção de níveis elevados de qualidade dos serviços prestados pelos ecossistemas. Este equilíbrio, propiciador da
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sustentabilidade, conduzirá à criação de condições ecológicas favoráveis à manutenção dos valores da conservação da
natureza e da biodiversidade e também das espécies úteis no âmbito da proteção fitossanitária. Efetivamente, uma
adequada gestão das zonas de bordadura das áreas de cultivo pode contribuir significativamente para manter um
repositório de organismos benéficos, incluindo auxiliares, com vista a colmatar possíveis efeitos adversos ao nível das
suas populações, no interior da parcela tratada, derivados da exposição direta ao produto fitofarmacêutico, quando
aplicado. Um dos serviços prestados pelos sistemas agrícolas e florestais de maior relevância é a polinização. Estima-se
que cerca de dois terços das culturas agrícolas cultivadas para consumo humano dependem deste serviço, sendo que
tem impactos diretos na sustentabilidade da produção de alimentos.
Recentes incidentes na Europa com abelhas, causados por produtos fitofarmacêuticos vieram demonstrar a necessidade
de ser este assunto seriamente debatido e serem implementadas ou reforçadas as medidas de proteção destes
organismos não visados contra os efeitos adversos potenciais dos produtos fitofarmacêuticos.
A par desta situação, o declínio dos polinizadores afeta diretamente a biodiversidade das plantas silvestres e da vida que
suportam. A diversa gama de polinizadores com preferências de flores diferentes e com diferentes atividades sazonais e
ao longo do dia é essencial para a flora dos ecossistemas. O combate ao declínio dos polinizadores não pode ser
centrado nas abelhas melíferas, que também dependem de diferentes componentes do ecossistema, sendo cada vez
mais urgente reforçar a conservação dos polinizadores em geral. Apresentam-se no quadro seguinte os vários objetivos
que se pretendem atingir bem como as medidas a implementar no quadro dos objetivos estabelecidos para a presente
Linha de Ação.
Quadro 2.4.2.2.1. Objetivos, metas, indicadores e medidas no âmbito da promoção da proteção da biodiversidade
Objetivo Indicador Meta Entidade responsável indicador
Medidas
Promover a adoção de práticas agrícolas e florestais de proteção da biodiversidade
Nº de explorações aderentes a práticas de gestão sustentável
A construir durante a vigência do PAN e no âmbito da Política Agrícola Comum
ICNF/DGAV M5: Definir e/ou manter atualizados os referenciais de formação nas áreas do uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos
M33: Promoção de práticas de gestão sustentável da biodiversidade (na exploração agrícola e florestal e nas zonas urbanas, de lazer e vias de comunicação)
Promover a proteção dos polinizadores e o seu desenvolvimento
Nº de PF perigosos para abelhas/nº total de PF colocados no mercado
-- DGAV M5: Definir e/ou manter atualizados os referenciais de formação nas áreas do uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos
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Objetivo Indicador Meta Entidade responsável indicador
Medidas
Nº de incidentes conhecidos com PF sobre abelhas
A estabelecer durante a vigência do PAN
FNAP/DGAV M33: Promoção de práticas de gestão sustentável da biodiversidade (na exploração agrícola e florestal e nas zonas urbanas, de lazer e vias de comunicação)
M9: Promover a formação das entidades de controlo previstas na Lei nº 26/2013
M13: Promover a divulgação de boas práticas no manuseamento, armazenamento e aplicação de produtos fitofarmacêuticos pelos utilizadores profissionais
M27: reforço das boas práticas na aplicação de produtos fitofarmacêuticos
M34: Monitorização dos efeitos e riscos de produtos fitofarmacêuticos sobre abelhas
Resíduos de pesticidas detetados no mel
De acordo com o PNCR
DGAV
Taxa de utilização de semeadores com defletores
100% dos semeadores equipados com deflectores até final do PAN
DGAV/DRAP
Relativamente ao presente Eixo Estratégico e descritos os objetivos, metas, indicadores e medidas a implementar para
cumprimento dos objetivos traçados, é apresentado em anexo a este documento (Anexo I), o conjunto de fichas de
medidas e respetivas ações a desenvolver dentro de cada medida, elencando-se, igualmente, as entidades
coordenadoras e executoras das diferentes ações.
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2.5. Eixo Estratégico 3: Promoção de Sistemas de Produção Agrícola e Florestal Sustentável
Com o objetivo de promover uma agricultura com elevados padrões de consumo, mantendo a qualidade e a quantidade
de alimentos produzidos, assim como uma intervenção que minimize os impactes negativos nos ecossistemas florestais,
incentivando mecanismos naturais de luta contra os agentes bióticos nocivos, deve ser incentivado o desenvolvimento e
a utilização de abordagens alternativas para controlo dos inimigos das culturas e das espécies florestais e reduzir a
dependência dos produtos fitofarmacêuticos.
Neste sentido, pretende-se promover a aplicação por todos os utilizadores profissionais dos princípios gerais e de
orientações específicas para as diferentes culturas e espécies florestais em matéria de proteção integrada.
Com efeito, a proteção integrada procura combater os inimigos das culturas e espécies florestais de forma económica,
eficaz e com menores impactes para o Homem e o ambiente. Com o objetivo de manter as populações dos inimigos das
culturas e espécies florestais a níveis que não causem prejuízos, recorre-se à utilização racional, equilibrada e integrada
de todos os meios de luta disponíveis (genéticos, culturais, biológicos e biotécnicos), recorrendo à luta química apenas
quando não existe outra alternativa disponível.
No âmbito deste Eixo Estratégico foi ainda considerado, o combate a aplicações ilegais de produtos fitofarmacêuticos
tendo presente que, inerente à autorização destes produtos, está o princípio da precaução: não é permitida a utilização
de nenhum produto fitofarmacêutico para o qual não tenha sido demonstrada segurança na sua utilização e
consequentemente, que não tenha sido autorizado. Qualquer produto que não tenha sido objeto de um processo de
autorização, evita este procedimento de verificação, sendo um produto ilegal. Pelo desconhecimento absoluto que o uso
de um produto ilegal acarreta, a sua utilização é interdita.
Assim, são definidas as seguintes Áreas de Intervenção:
• Adoção dos princípios gerais da proteção integrada;
• Promoção da adoção de modos de produção com baixa utilização dos meios de luta química;
• Disponibilização de meios de proteção para a competitividade da produção agrícola e florestal;
• Promoção da comercialização e utilização responsáveis de produtos fitofarmacêuticos.
2.5.1. Adoção dos princípios gerais da proteção integrada
No âmbito desta Área de Intervenção, e de acordo com o disposto na Lei n.º 26/2013, devem ser estabelecidas as
condições necessárias para a adoção dos princípios gerais da proteção integrada e os incentivos adequados para a
aplicação das orientações específicas nas diversas culturas neste domínio, devendo ser efetuada a monitorização da
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implementação da proteção integrada, de modo a garantir a aplicação dos seus princípios gerais por todos os
utilizadores profissionais a partir de 01 de janeiro de 2014. Neste sentido, foram definidas as seguintes Linhas de Ação:
• Disponibilização aos utilizadores profissionais de informação e instrumentos de apoio à tomada de decisão;
• Sensibilização e aconselhamento dos utilizadores profissionais em matéria de proteção integrada;
• Monitorização da implementação da proteção integrada.
2.5.1.1. Disponibilização aos utilizadores profissionais de informação e instrumentos de apoio à tomada
de decisão
De modo a garantir a implementação e aplicação dos princípios gerais elencados no anexo II da Lei n.º 26/2013, devem
ser disponibilizadas, aos utilizadores profissionais, para as principais culturas/inimigo (s), normas técnicas com a
seguinte informação:
• bioecologia dos inimigos;
• medidas preventivas e ou de controlo dos inimigos;
• descrição das metodologias de estimativa do risco, Nível Económico de Ataque (NEA) e fatores de nocividade;
• modelos de previsão matemáticos validados pelas Estações de Avisos/Organizações de agricultores e
produtores florestais a nível regional;
• meios de luta alternativos disponíveis;
• informação sobre o perfil dos produtos fitofarmacêuticos autorizados tendo em consideração o espectro de ação,
condições de utilização, os efeitos secundários para o Homem, organismos não visados e ambiente e as
estratégias de gestão da resistência, quando aplicável;
• cadernos de campo.
Desta forma, descrevem-se, no Quadro 2.5.1.1.1. objetivos, metas, indicadores e medidas a implementar no quadro do
presente Plano, com vista a alcançar uma adequada aplicação dos princípios gerais de Proteção Integrada previstos.
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Quadro 2.5.1.1.1. Objetivos, metas, indicadores e medidas no âmbito da disponibilização aos utilizadores profissionais de informação e instrumentos de apoio à tomada de decisão
Objetivo Indicador Meta Entidade responsável indicador
Medidas
Fomentar a disponibilização de informação e instrumentos de decisão aos utilizadores profissionais no âmbito da proteção integrada
% de culturas maiores com guias técnicos definidos/revistos para a PI
50 % de culturas maiores revistas até ao final da vigência do PAN
DGAV M35: Disponibilizar informação técnica a todos os utilizadores profissionais
M36: Divulgação pelo SNAA da informação e instrumentos de decisão
M37: Divulgação pelo SAA da informação e instrumentos de decisão
M3: Fomentar redes operacionais proponentes de Investigação e inovação temática prioritária
N.º de culturas com guias técnicos definidos/revistos para a PI
2 culturas ou grupos de culturas revistas por ano
DGAV
Média do nº de culturas x inimigos acompanhadas pelas Estações de Avisos
Acréscimo médio anual de 5% face à média 2011-2013
DGAV e DRAP
N.º de agricultores aderentes ao SNAA
Acréscimo médio anual de 5% face à média 2011-2013
DGAV e DRAP
N.º de agricultores aderentes ao SAA
-- GPP, DGADR e Organizações de agricultores
Criar um sistema de gestão da informação relativo aos produtos fitofarmacêuticos autorizados
Data de disponibilização do sistema de gestão de informação relativo a PF autorizados
Até ao final de 2014 DGAV M16: Divulgação atempada e pormenorizada das utilizações autorizadas
% de utilizadores satisfeitos com a informação na área dos produtos fitofarmacêuticos
50% dos utilizadores satisfeitos até ao final do PAN
DGAV
2.5.1.2. Sensibilização e aconselhamento dos utilizadores profissionais em matéria de proteção
integrada
A sensibilização e o aconselhamento dos utilizadores profissionais em matéria de proteção integrada passa por
diferentes vertentes, nomeadamente através de ações de sensibilização e de aconselhamento prestadas por técnicos
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com formação específica e reconhecidos para a prática da proteção integrada, pelo aconselhamento do Serviço Nacional
de Avisos agrícolas (SNAA) e do Serviço de Aconselhamento Agrícola (SAA).
O apoio técnico à prática da proteção integrada compete aos técnicos reconhecidos para o efeito no âmbito do disposto
no Decreto–Lei n.º 256/2009, de 24 de setembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 37/2013, de 13 de março, os quais
prestam o serviço individualmente ou através de uma entidade em que estejam integrados.
O reconhecimento de técnicos em proteção integrada, reflete a necessidade de existência de formação específica
imprescindível para a aquisição de competências de técnicos e agricultores.
Este apoio técnico embora sem caráter obrigatório, permite que os utilizadores profissionais apliquem os princípios gerais
e específicos inerentes a este método de proteção.
Neste âmbito, o Serviço Nacional de Avisos Agrícolas (SNAA), do MAMAOT, tem um papel relevante, devendo, no
aconselhamento prestado ao utilizador profissional, fornecer informação técnica específica de modo a fundamentar a
seleção dos meios de luta e, no âmbito da luta química, suportar a escolha sustentada dos produtos com menor risco em
matéria de saúde humana e ambiente.
Não se pode deixar de salientar o papel relevante do Sistema de Aconselhamento Agrícola (SAA) que decorre da
aplicação do artigo 12.º do Regulamento (CE) n.º 73/2009, de 19 de janeiro. O SAA tem como objetivo a realização de
serviços de aconselhamento agrícola, visando fundamentalmente consciencializar e apoiar os agricultores no
cumprimento das normas de uma agricultura sustentável.
Quadro 2.5.1.2.1. Objetivos, metas, indicadores e medidas no âmbito da Sensibilização e Aconselhamento dos utilizadores profissionais em matéria de proteção integrada
Objetivo Indicador Meta Entidade responsável indicador
Medidas
Promover a sensibilização e aconselhamento no âmbito da proteção integrada
N.º de ações de sensibilização efetuadas por região (NUT II)
Pelo menos 2 por região e por ano
DGAV M38: Fomentar o apoio técnico no âmbito da proteção integrada
M36: Divulgação pelo SNAA da informação e instrumentos de decisão
M3: Fomentar redes operacionais proponentes de atividades de demonstração no âmbito da proteção integrada e do uso sustentável dos produtos fitofarmacêuticos
M5: Definir e/ou manter atualizados, os referenciais de formação nas áreas do uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos e fomentar a
Nº de técnicos reconhecidos para prestar assistência técnica em PI
-- DGADR
Média do nº de culturas x inimigos acompanhadas pelas Estações de Avisos
Acréscimo médio anual de 5% face à média 2011-2013
DGAV/DRAP
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Objetivo Indicador Meta Entidade responsável indicador
Medidas
N.º de agricultores aderentes ao SNAA
Acréscimo médio anual de 5% face à média 2011-2013
DGAV/DRAP realização de ações de formação
M12: Realizar e promover ações de sensibilização dos utilizadores profissionais para o cumprimento das medidas adequadas de redução do risco na aplicação de produtos fitofarmacêuticos e a adoção dos princípios da PI
2.5.1.3. Monitorização da implementação da proteção integrada
Com vista a avaliar os progressos realizados na redução dos riscos e dos efeitos negativos da utilização de produtos
fitofarmacêuticos na saúde humana e no ambiente, devem ser implementados planos de monitorização que permitam,
com base numa amostragem de utilizadores profissionais e critérios previamente definidos, aferir os progressos
efetuados no âmbito da implementação dos princípios gerais de proteção integrada. Neste contexto, apresenta-se no
quadro seguinte as medidas, os indicadores e as metas que se estabeleceram para garantir a adoção e correta aplicação
dos princípios gerais de proteção integrada.
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Quadro 2.5.1.3.1. Objetivos, metas, indicadores e medidas no âmbito da Monitorização da implementação da proteção integrada
Objetivo Indicador Meta Entidade responsável indicador
Medidas
Garantir a adoção e correta aplicação dos princípios gerais de proteção integrada
Nº de técnicos reconhecidos para prestar assistência técnica em PI
-- DGADR M38: Fomentar o apoio técnico no âmbito da PI
M18: Monitorização e fiscalização da aplicação terrestre de produtos fitofarmacêuticos
M22: Monitorização e fiscalização da aplicação aérea de produtos fitofarmacêuticos
M5: Definir e/ou manter atualizados, os referenciais de formação nas áreas do uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos e fomentar a realização de ações de formação
M12: Realizar e promover ações de sensibilização dos utilizadores profissionais para o cumprimento das medidas adequadas de redução do risco na aplicação de produtos fitofarmacêuticos e a adoção dos princípios da PI
Taxa de utilizadores profissionais que recebem acompanhamento técnico no âmbito da PI
-- DGAV/DRAP
Nº de explorações inspecionadas no âmbito da condicionalidade
Taxa de controlo da condicionalidade
IFAP
Nº de explorações inspecionadas extra-condicionalidade
100 em 2014 e um acréscimo anual de 5%
DGAV
% de incumprimentos à aplicação dos princípios gerais da PI
Diminuição anual de 5% relativamente a 2014
IFAP - DGAV
2.5.2. Promoção da adoção de modos de produção com baixa utilização de meios de luta
química
Tendo em vista reduzir ou minimizar os riscos para a saúde humana e o ambiente pretende-se promover a redução do
uso dos produtos fitofarmacêuticos a níveis considerados aceitáveis do ponto de vista económico e ecológico, não só
através da proteção integrada, mas também, da adoção de modos de produção sustentáveis, nomeadamente a
agricultura biológica e a produção integrada. Neste sentido, foi definida a Linha de Ação relativa à sensibilização e
aconselhamento dos utilizadores profissionais em matéria de agricultura biológica e produção integrada.
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2.5.2.1. Sensibilização e aconselhamento dos utilizadores profissionais em matéria de agricultura
biológica e produção integrada
A sensibilização e o aconselhamento dos utilizadores profissionais em matéria de agricultura biológica e produção
integrada passa por diferentes vertentes, nomeadamente através de ações de sensibilização e de aconselhamento
prestadas por técnicos com formação específica e reconhecidos para a prática destes modos de produção.
O apoio técnico à prática do modo de produção biológico e de produção integrada compete aos técnicos reconhecidos
para o efeito no âmbito do disposto no Decreto–Lei n.º 256/2009, de 24 de setembro, alterado pelo Decreto-Lei 37/2013,
de 13 de março, os quais prestam o serviço individualmente ou através de uma entidade em que estejam integrados.
Para o efeito, deve ser incentivado o reconhecimento dos técnicos que prestam assistência técnica aos utilizadores
profissionais nestes modos de produção sustentável, bem como promover a aquisição de competências específicas.
As normas técnicas com as orientações técnicas necessárias à implementação destes modos de produção devem ser
disponibilizadas e amplamente divulgadas. A divulgação poderá, ainda, ser promovida através da instalação de campos
de demonstração/quintas modelo.
Quadro 2.5.2.1.1. Objetivos, metas, indicadores e medidas no âmbito da Promoção da adoção de modos de produção com baixa utilização de meios de luta química
Objetivo Indicador Meta Entidade responsável indicador
Medidas
Incentivar a divulgação do modo de produção biológico e do modo de produção integrada
Nº de técnicos reconhecidos no âmbito do MPI e MPB
-- DGADR M39: Fomentar o apoio técnico no âmbito do modo de produção biológico e do modo de produção integrada
M40: Disponibilizar normas técnicas de PRODI e MPB
M2: Apoiar a incorporação do conhecimento existente nos Guias Técnicos de modos de produção sustentável e identificar lacunas de conhecimento para orientação de futura investigação.
M12 – Realizar e promover ações de sensibilização dos utilizadores profissionais para o cumprimento das medidas adequadas de redução do risco na aplicação de produtos fitofarmacêuticos e a adoção dos princípios da PI
M13: Promover a divulgação de boas práticas no manuseamento,
% de culturas maiores com guias técnicos definidos/revistos para PRODI e MPB
15% de culturas maiores até ao final da vigência do PAN
Nº de culturas com Guias técnicos relativos à PRODI e MPB atualizados
1 (uma) cultura ou grupos de culturas por ano
Nº de quintas de demonstração de MPI e MPB
Pelo menos uma quinta de demonstração por região
DGADR
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Objetivo Indicador Meta Entidade responsável indicador
Medidas
armazenamento e aplicação de produtos fitofarmacêuticos pelos utilizadores profissionais
2.5.3. Disponibilização de meios de proteção para a competitividade da produção agrícola e
florestal
Tendo em vista assegurar a viabilidade de uma produção agrícola e florestal sustentável, foram escolhidas para esta
Área de Intervenção as seguintes Linhas de Ação:
• Assegurar meios suficientes de proteção tendo em vista a igualdade concorrencial;
• Reforçar a comunicação entre autoridades, produção, indústria e distribuição.
2.5.3.1. Assegurar meios suficientes de proteção tendo em vista a igualdade concorrencial
A geografia física e humana de Portugal, fortemente modulada através dos séculos pelo homem, encerra uma enorme
variabilidade de condições favoráveis ao cultivo/exploração de inúmeras culturas agrícolas e espécies florestais,
proporcionando, também, a existência de um elevado número de problemas fitossanitários associados, que exigem uma
estratégia de proteção das culturas e da floresta, com recurso intensivo aos vários meios de luta disponíveis, em
particular, da luta química. Neste sentido, os produtos fitofarmacêuticos deverão ser em número e diversidade química
suficientes para uma correta prevenção de fenómenos de resistência dos inimigos das culturas e espécies florestais.
Contudo, é necessário ter presente que soluções para os problemas fitossanitários existentes e futuros passam, não só,
pela maior disponibilidade de substâncias ativas, mas, também, pelo investimento do setor industrial de proteção de
plantas na extensão de uso de produtos já autorizados para essas finalidades.
Para este efeito, foram implementadas medidas, a nível nacional, promotoras da autorização de produtos, em particular
para culturas de menor expressão económica em Portugal (usos menores) e deu-se início, em 2009, ao procedimento de
Reconhecimento Mútuo das autorizações de venda concedidas a produtos fitofarmacêuticos com base em substâncias
ativas aprovadas na União Europeia e que já tinham sido autorizadas em países do Sul da Europa.
A fim de eliminar, tanto quanto possível, os obstáculos ao comércio de produtos fitofarmacêuticos decorrentes da
existência de diferentes níveis de proteção nos Estados-Membros, o Regulamento (CE) n.º 1107/2002, de 21 de outubro,
estabeleceu regras harmonizadas para a colocação no mercado de produtos fitofarmacêuticos, incluindo regras relativas
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ao reconhecimento mútuo das autorizações e ao comércio paralelo, com o objetivo de incrementar a livre circulação de
tais produtos e garantir a igualdade concorrencial no acesso aos produtos fitofarmacêuticos em todos Estados-Membros.
Procura-se, assim, contribuir para um acesso mais rápido e em simultâneo dos utilizadores profissionais aos novos
produtos fitofarmacêuticos, reduzindo estrangulamentos de competitividade, evitar o comércio ilegal e harmonizar
procedimentos de decisão, sem prejuízo de, em casos pontuais e perfeitamente justificados, poderem ser tomadas
decisões diferentes, no âmbito do princípio da subsidiariedade. Para além destes aspetos, procura-se favorecer um
acesso mais justo e equilibrado das empresas de produtos fitofarmacêuticos ao mercado através da regulamentação da
proteção de dados, e do comércio paralelo.
O reconhecimento mútuo favorece uma maior disponibilidade dos produtos fitofarmacêuticos, uma vez que as
autorizações concedidas por um Estado-Membro deverão ser aceites pelos outros Estados-Membros sempre que as
suas condições agrícolas, fitossanitárias e ambientais (incluindo climáticas) sejam comparáveis. Neste contexto, são
elencados no Quadro 2.5.3.1.1., objetivos, metas, medidas e indicadores passíveis de implementar com vista a promover
um mercado de produtos fitofarmacêuticos mais harmonizado.
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Quadro 2.5.3.1.1. Objetivos, metas, indicadores e medidas no âmbito da proteção das culturas tendo em vista a Igualdade concorrencial
Objetivo Indicador Meta Entidade responsável indicador
Medidas
Reduzir o número de finalidades não cobertas e/ou deficientemente cobertas
Nº de finalidades que se consideram não cobertas e/ou deficientemente cobertas
/Nº total de finalidades não cobertas
5% de decréscimo médio anual relativamente à média de 2011/2013
DGAV
M41: Fomentar a disponibilidade de novas soluções
Fomentar a disponibilização de meios de proteção alternativos sustentáveis (biológicos, físicos, biotécnicos e outros não químicos)
Nº de espécies auxiliares registadas (cumulativo)
100% das espécies registadas até 2018
DGAV M42: Fomentar o registo oficial de espécies auxiliares
A definir em função do próximo período de programação
-- DGAV e GPP
M43:Fomentar o uso de práticas e técnicas alternativas
Nº de soluções alternativas disponíveis (cumulativo)
-- DGAV
Fomentar a igualdade concorrencial no acesso aos meios de proteção
Nº de produtos e finalidades autorizadas com base na figura do RM (cumulativo)
-- DGAV M41: Fomentar a disponibilidade de novas soluções
Nº de produtos autorizados com base na figura do comércio paralelo (cumulativo)
-- DGAV
2.5.3.2. Reforçar a comunicação entre administração, produção, indústria e distribuição
Para debater a situação fitossanitária do País e encontrar soluções para os inimigos chave ou inimigos emergentes que
causam prejuízos nos ecossistemas agroflorestais é necessário estabelecer plataformas de comunicação e entendimento
entre as autoridades, a indústria e a produção. Nesse sentido, é necessário definir medidas concretas a desenvolver com
vista a garantir esses objetivos.
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Quadro 2.5.3.2.1. Objetivos, metas, indicadores e medidas no âmbito do Reforço da comunicação entre administração, produção, indústria e distribuição
Objetivo Indicador Meta Entidade responsável indicador
Medidas
Promover plataformas de comunicação entre administração, produção, indústria e distribuição
N.º de plataformas criadas ou acessíveis
1 plataforma DGAV M44: Adaptar e gerir plataformas de comunicação
N.º de acessos a plataformas de comunicação
Acréscimo anual de 10% relativo a nº acessos em 2014--
N.º de documentos técnicos incorporados em plataforma
Pelo menos 50 documentos por ano
Criar um sistema de gestão de informação relativa aos produtos fitofarmacêuticos autorizados
Data de disponibilização do sistema de gestão de informação relativo a PF
Até ao final de 2014
DGAV
M16: Divulgação atempada e pormenorizada das utilizações autorizadas
% de utilizadores satisfeitos com a informação na área dos produtos fitofarmacêuticos
50% dos utilizadores satisfeitos até ao final do plano
2.5.4. Promoção da comercialização e utilização responsáveis de produtos fitofarmacêuticos
As boas práticas na distribuição, venda e aplicação de produtos fitofarmacêuticos, são o garante da segurança e saúde
dos utilizadores profissionais, seja pela auto imposição voluntária de boas práticas, seja pelo aconselhamento desta a
outros profissionais, ou pela fiscalização e controlo das mesmas.
Nesta Área de Intervenção pretende-se não só inviabilizar o mercado de produtos ilegais, através do seu impedimento
em todo o circuito comercial, desde a entrada nas fronteiras nacionais, bem como assegurar que a rotulagem dos
produtos nos circuitos comerciais está de acordo com as autorizações em vigor. Assim, foram estabelecidas para esta
Área de Intervenção as seguintes Linhas de Ação:
• Reforçar o controlo do circuito de comercialização de produtos fitofarmacêuticos;
• Reforçar o controlo da utilização de produtos fitofarmacêuticos.
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5.2.4.1. Reforçar o controlo do circuito de comercialização de produtos fitofarmacêuticos
O sucesso de qualquer sistema regulatório que seja implementado pode e deve ser aferido através de uma adequada
monitorização e controlo, que, em última instância, permitam validar a eficácia do cumprimento das disposições legais
impostas. Este modelo é, naturalmente, aplicável à colocação de produtos fitofarmacêuticos no mercado. Importa, no
terreno, e mais concretamente, no âmbito desta Linha de Ação, avaliar se os produtos comercializados se encontram em
conformidade com as condições estabelecidas pela autoridade competente, com vista a assegurar que os mesmos são
manuseados e utilizados com a devida segurança. Descrevem-se, assim, no quadro seguinte, objetivos concretos e
respetivas medidas com vista ao seu cumprimento, com vista ao reforço das ações de controlo nos circuitos comerciais e
de distribuição de produtos fitofarmacêuticos.
Quadro 2.5.4.1.1. Objetivos, metas, indicadores e medidas no âmbito do Reforço do controlo do circuito de comercialização de produtos fitofarmacêuticos
Objetivo Indicador Meta Entidade responsável indicador
Medidas
Combater a importação, distribuição e venda de produtos fitofarmacêuticos ilegais
% de incumprimentos devido à distribuição e venda de produtos fitofarmacêuticos ilegais
5% de decréscimo médio anual dos incumprimentos
ASAE M17: Monitorização e fiscalização da distribuição, venda e armazenamento de produtos fitofarmacêuticos
Nº de autos/Nº de estabelecimentos inspecionados
--
Nº de estabelecimentos inspecionados
Pelo menos 50 estabelecimentos inspecionados/ ano
Nº de autos/Nº de veículos inspecionados que transportam produtos fitofarmacêuticos
--
Autoridades Policiais competentes
M45:Reforçar a fiscalização ao transporte de produtos fitofarmacêuticos
Nº de ações de formação para entidades de controlo/ano
Pelo menos 1 por ano
DGAV M9: Promover a formação das entidades de controlo previstas na Lei nº 26/2013
Combater a distribuição e venda de produtos fitofarmacêuticos por entidades não licenciadas
N.º de denúncias efetuadas
-- ASAE M46: -Reforçar a fiscalização da distribuição e dos estabelecimentos de venda não licenciados
Nº de autos relativos à venda de PF/Nº de entidades não licenciadas
Decréscimo anual de 5% face à média de 2011 a 2013
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Objetivo Indicador Meta Entidade responsável indicador
Medidas
inspecionadas
Nº de entidades não licenciadas inspecionadas
Acréscimo anual de 5% face à média de 2011 a 2013
Assegurar que a rotulagem dos produtos autorizados está conforme com as autorizações concedidas
% de embalagens detetadas com rótulos ilegais
0 (zero) no final da vigência do PAN
DGAV M47: Fiscalização e monitorização da rotulagem, embalagens e respetivas formulações
Nº de embalagens inspecionadas/ano
5% das embalagens dos produtos autorizados
DGAV
Nº de amostras não conformes com a autorização concedida/Nº de amostras analisadas no âmbito do controlo da DGAV
0 (zero) no final da vigência do PAN
DGAV
Nº de amostras analisadas no âmbito do controlo da DGAV
5% dos produtos autorizados
DGAV
5.2.4.2. Reforçar o controlo da utilização de produtos fitofarmacêuticos
Em linha com o referido no ponto anterior, e complementarmente ao controlo e monitorização das atividades comerciais
relativas a produtos fitofarmacêuticos, importa estender essas atividades ao sector de utilizadores de produtos
fitofarmacêuticos São, portanto, apresentados no Quadro seguinte, objetivos concretos e respetivas medidas com vista
ao seu cumprimento, perspetivando o reforço das ações de controlo dos produtos fitofarmacêuticos ao nível dos
utilizadores profissionais.
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Quadro 2.5.4.2.1. Objetivos, metas, indicadores e medidas no âmbito do Reforço do controlo da utilização de produtos fitofarmacêuticos
Objetivo Indicador Meta Entidade responsável indicador
Medidas
Combater a utilização de produtos ilegais
% de embalagens de produtos ilegais recolhidas pelos sistemas de gestão
2% de decréscimo anual relativamente ao valor de 2010
Sistemas de Gestão
M17: Monitorização e fiscalização da distribuição, venda e armazenamento de produtos fitofarmacêuticos
M18: Monitorização e fiscalização da aplicação terrestre de produtos fitofarmacêuticos
M22: Monitorização e fiscalização da aplicação aérea de produtos fitofarmacêuticos
Nº de explorações inspecionadas no âmbito da condicionalidade
Taxa de controlo da condicionalidade
IFAP
Nº de explorações inspecionadas extra-condicionalidade
100 em 2014 e um acréscimo anual de 5%
DGAV
% de incumprimentos relativos à utilização de PF não homologados
Diminuição anual de 5% face à média de 2011-2013
IFAP/DGAV
Combater a utilização de produtos autorizados para finalidades não autorizadas
Nº de explorações inspecionadas no âmbito da condicionalidade
Taxa de controlo da condicionalidade
IFAP M17: Monitorização e fiscalização da distribuição, venda e armazenamento de produtos fitofarmacêuticos
M18 Monitorização e fiscalização da aplicação terrestre de produtos fitofarmacêuticos
M22: Monitorização e fiscalização da aplicação aérea de produtos fitofarmacêuticos
Nº de explorações inspecionadas extra-condicionalidade
100 em 2014 e um acréscimo anual de 5%
DGAV
% de incumprimentos das condições de utilização autorizadas
Diminuição anual de 5% face à média de 2011-2013
IFAP/DGAV
% de infrações aos LMR por utilização para finalidades não autorizadas
Diminuição anual de 3% face à média de 2011-2013
DGAV
Relativamente ao presente Eixo Estratégico e descritos os objetivos, metas, indicadores e medidas a implementar para
cumprimento dos objetivos traçados, é apresentado em anexo a este documento (Anexo I), o conjunto de medidas e
respetivas ações a desenvolver dentro de cada medida, elencando-se, igualmente, as entidades coordenadoras e
executoras das diferentes ações.
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3. Implementação de ações de monitorização e vigilância do cumprimento dos objetivos estabelecidos no Plano de Ação Nacional
A Lei n.º 26/2013, no seu artigo 50º, prevê que sejam estabelecidos indicadores para aferir o impacte das medidas
estabelecidas com vista à redução do risco associado ao uso de produtos fitofarmacêuticos.
No PAN, foram estabelecidos vários indicadores em função do tipo de objetivo a alcançar, alguns dos quais já utilizados
no domínio da utilização de produtos fitofarmacêuticos, outros, no entanto, são definidos pela primeira vez.
Os indicadores propostos são essencialmente descritivos sendo, portanto, fáceis de implementar e de interpretar,
permitindo, mesmo assim, uma leitura simples da realidade que se pretende aferir. Abaixo, encontram-se listados os
vários indicadores estabelecidos neste PAN, os quais se encontram categorizados, em função da sua tipologia e, ainda,
associados às várias medidas estabelecidas no âmbito deste Plano.
Medida Tipo de Indicador
Nº Indicador
M1, M2 Social 1 Nº de Grupos de trabalho criados;
M1 Social 2 Nº de plataformas criadas / acessíveis;
M1 Social
3 Nº de acessos às plataformas temáticas relativas à PI, impactos dos PF na saúde e ambiente e indicadores do seu uso sustentável
M1 Social 4 Nº de documentos técnicos e técnico-científicos incorporados nas plataformas temáticas.
M3, M4 Social 5 Nº de projetos de I&DT iniciados no período vigente do PAN
M5, M6, M7 Social 6 Conteúdos programáticos das ações de formação obrigatória atualizados (S/N)
M5, M6, M7 Social 7 Nº de ações de formação realizadas/ano
M5, M6, M7 Social 8 Nº de formandos habilitados/ano
M5, M6, M7 Social 9 Nº de certificados emitidos nas diferentes ações de formação/ano
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Medida Tipo de Indicador
Nº Indicador
M5, M6, M7 Social 10 Execução e avaliação das provas de conhecimentos definidas (S/N)
M5 Social 11 Nº de provas de conhecimento realizadas/ano
M5 Social 12 Nº de utilizadores profissionais habilitados por prova de conhecimentos/ano
M9 Social 13 Conteúdos programáticos das acões de formação para entidades de controlo definidos (S/N)
M5 Social 14 Conteúdos programáticos da ação de formação para operadores aéreos agrícolas definidos (S/N)
M5 Social 15 Nº de operadores aéreos agrícolas formados/ano
M6 Social 16 Nº de formadores inscritos na bolsa durante a vigência do PAN
M7 Económico 17 Proposta de financiamento negociada e entregue superiormente (S/N)
M8 Social 18 Nº de entidades aderentes à rede de comunicação
M8 Social 19 Nº de pedidos de formação entrados na plataforma criada
M9 Social 20 Nº de ações de formação para entidades de controlo/ano
M10 Social 21 Conteúdos programáticos das ações de formação em b-learning definidos (S/N)
M10 Social 22 Nº de ações em “b-learning” realizadas/ano
M11 Económico 23 Nº de protocolos celebrados com autarquias
M11 Social 24 Nº de estabelecimentos contactados
M12 Social 25 Nº de ações de sensibilização, para utilizadores não profissionais realizadas
M12 Social 26 Nº de ações de sensibilização para utilizadores profissionais realizadas
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Medida Tipo de Indicador
Nº Indicador
M13 Social 27 Código de Conduta nos circuitos de distribuição e venda de PF actualizado (S/N)
M13 Social 28 Código de conduta na aplicação de PF publicado e divulgado (S/N)
M13 Social 29 % de utilizadores do sítio de Internet na área dos produtos fitofarmacêuticos satisfeitos (inquérito)
M13 Social 30 Nº de temas com FAQ divulgadas
M13 Social 31 Nº workshops para formadores realizados
M13 Social 32 Nº de ações de divulgação da legislação realizadas
M13 Social 33 Nº de plataformas de comunicação ativas
M13 Social 34 Nº de ações ligadas a projetos de entidades privadas realizadas
M13 Social 35 Nº de circulares de Avisos emitidas
M13 Social 36 N.º de documentos técnicos elaborados
M13 Social 37 Manual técnico para a elaboração dos Planos de Aplicação Aérea elaborado e divulgado (S/N)
M13 Social 38 Nº de culturas com documentos técnicos relativos à PI atualizados /ano
M13 Social 39 Nº de culturas com Guias técnicos relativos à PRODI e MPB atualizados durante a vigência do PAN
M14 Social 40 Nº de inquéritos respondidos nos estabelecimentos de venda
M14 Social 41 Nº de inquéritos respondidos nas ações de formação
M14 Social 42 Nº de inquéritos respondidos nas explorações agrícolas
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Medida Tipo de Indicador
Nº Indicador
M15 Social 43 Nº de pesticidas pesquisados
M15 Social 44 Nº total de amostras analisadas
M15 Social 45 Nº total de diferentes alimentos para consumo humano, analisados
M15 Social 46 Nº de incumprimentos ao LMR com risco para o consumidor
M17 Social 47 Nº de estabelecimentos de distribuição e venda inspecionados
M17 Social 48 % de autos levantados
M17, M19 Social 49 Nº de estabelecimentos de distribuição e venda sujeitos a ações de acompanhamento
M17 Social 50 % de não conformidades observadas nas acções de acompanhamento a estabelecimentos de distribuição e venda
M15 Social 51 Nº de incumprimentos de LMR
M17, M18 Social 52 Nº de explorações inspecionadas no âmbito da condicionalidade
M17, M18 Social 53 Nº de explorações inspecionadas extra-condicionalidade
M18 Social 54 % de incumprimentos relativos à utilização de PF não homologados
M15, M18 Social 55 % de incumprimentos das condições de utilização de produtos fitofarmacêuticos autorizadas
M17 Social 56 % de incumprimentos na distribuição e venda
M17 Ambiental 57 % de incumprimentos no armazenamento de PF na exploração agrícola
M18, M20 Ambiental 58 % de conformidade do equipamento de aplicação
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Medida Tipo de Indicador
Nº Indicador
M21 Social 59 N.º de inquéritos respondidos
M21 Social 60 % de aplicadores que usam EPI
M21 Social 61 % de aplicadores que usam EPI de acordo com o rótulo
M17, M18 Social 62 Quantidade (Kg) de produtos de aplicação especializada, que no registo de venda não possuem registo do n.º de aplicador especializado
M18 Social 63 Quantidade (Kg) de produtos de aplicação especializada encontrados em armazéns de aplicadores, sem a devida habilitação
M18 Social 64 Quantidade (Kg) de produtos aplicados por aplicadores sem a devida habilitação (registos de aplicação)
M17 Social 65 Quantidade (Kg) de produtos de uso profissional, que no registo de venda não possuem registo do n.º de aplicador profissional (a medir a partir de 2016)
M11 Social 66 N.º de ações de sensibilização para utilizadores não profissionais efetuadas
M11 Social 67 N.º de estabelecimentos de venda de produtos fitofarmacêuticos exclusivamente destinados ao uso não profissional contactados
M11, M17 Social 68 N.º de estabelecimentos de venda de produtos fitofarmacêuticos exclusivamente destinados ao uso não profissional inspecionados (DL 101/2009)
M11, M17 Social 69 % de infrações aos requisitos para a venda no âmbito do DL101/2009
M22 Social 70 Nº de inspeções à aplicação aérea
M22 Social 71 % de infrações na aplicação aérea
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Medida Tipo de Indicador
Nº Indicador
M18 Social 72 N.º de inspeções à aplicação em zonas urbanas, de lazer e vias de comunicação
M18 Social 73 % de infrações verificadas á aplicação em zonas urbanas, de lazer e vias de comunicação
M20, M25 Ambiental 74 % de equipamentos inspecionados com bicos anti-deriva
M14, M18, M22 Ambiental 75 Rácio de produtos utilizados T+/Total, T/Total (quantidade)
M17, M26 Social 76 nº de incidentes em adultos
M17, M26 Social 77 nº de incidentes em crianças
M13, M27 Ambiental 78 Taxa de incumprimentos das NQA para as águas superficiais e das NQ para as águas subterrâneas
M20, M27, M32 Ambiental 79 Taxa de presença de bicos anti-deriva em pulverizadores inspecionados
M18 M27, Ambiental 80 Taxa de comercialização de PF Perigosos para o Ambiente Aquático
M18, M27 Ambiental 81 Taxa de comercialização de produtos contendo substâncias prioritárias
M13, M27 Ambiental 82 Taxa incumprimentos aos valores paramétricos para pesticidas nas águas de consumo humano
M13, M18, M27, Ambiental 83 Taxa de incumprimento das condições de segurança na aplicação de produtos fitofarmacêuticos
M13, M18, M27, Ambiental 84 Taxa de incumprimentos ao correto armazenamento de produtos fitofarmacêuticos no circuito comercial
M17, M18, M29 Ambiental 85 Quantidade de resíduos de embalagens de PF recolhidos/ano (t.)
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Medida Tipo de Indicador
Nº Indicador
M29 Social 86 Nº centros de receção de embalagens de PF vazias
M29 Social 87 Quantidade de embalagens de PF colocadas no mercado/ano (t.)
M29 Ambiental 88 Taxa de recolha de resíduos de embalagens de PF usadas
M29 Ambiental 89 Taxa de reciclagem/valorização de resíduos de embalagens de PF
M29 Social 90 Quantidade de embalagens de sementes colocadas no mercado (ton.)
M29 Social 91 Taxa de adesão das empresas a um sistema de gestão de embalagens de sementes
M13, M30 Social 92 Nº de sistemas gestão de efluentes certificados
M13, M30 Ambiental 93 Nº de explorações aderentes a sistemas de gestão de efluentes certificados
M30, M31 Ambiental 94 Quantidade de resíduos de PF obsoletos recolhidos (ton.)
M32 Social 95 Taxa de equipamentos de aplicação de PF inspecionados
M32 Social 96 Taxa de aprovação de equipamentos de aplicação de PF inspecionados
M32 Social 97 Nº inspetores de equipamentos de aplicação de PF certificados
M32 Social 98 Nº CIPP licenciados
M32 Social 99 Nº CIPP/região NUTsII
M32 Social 100 Nº inspeções a equipamentos de aplicação de PF novos
M32 Social 101 Taxa de equipamentos de aplicação de PF novos, adquiridos após 15 de outubro 2010,
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Medida Tipo de Indicador
Nº Indicador
inspecionados
M32 Social 102 Nº equipamentos de aplicação de PF novos colocados no mercado
M42, Ambiental 103 Nº de espécies auxiliares registadas (cumulativo)
M13 M18, M27 Ambiental 104 Taxa de utilização de PF Perigosos para aves e fauna
M13, M18, M27 Ambiental 105 Quantidade (Kg) utilizada de PF Perigosos para aves e fauna / Quantidade total de PF usados x 100
M33 Social 106 Nº de explorações aderentes a práticas de gestão sustentável
M33, M34 Ambiental 107 Nº de PF perigosos para abelhas/nº total de PF colocados no mercado
M33, M34 Ambiental 108 Nº incidentes conhecidos com PF sobre abelhas
M15, M33, M34 Social 109 Resíduos de pesticidas detetados no mel
M33, M34 Ambiental 110 Taxa de utilização de semeadores com deflectores
M2, M13, M35 Social 111 % de culturas maiores com Guias Técnicos definidos / revistos para a PI
M2, M13, M35 Social 112 N.º de culturas com guias técnicos definidas/revistas para a PI
M35, M36, M37 Social 113 Média do nº de culturas x inimigos acompanhadas pelas Estações de Avisos
M35, M36, M37 Social 114 N.º de agricultores aderentes ao SNAA
M35, M36, M37 Social 115 N.º de agricultores aderentes ao SAA
M16 Social 116 Data de disponibilização do sistema de gestão de informação relativo a PF autorizados
M16 Social 117 % de utilizadores satisfeitos com a informação
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Medida Tipo de Indicador
Nº Indicador
na área dos produtos fitofarmacêuticos
M9, M13, M38 Social 118 N.º de ações de sensibilização efetuadas por região (NUT II)
M38 Social 119 Nº de técnicos reconhecidos para prestar assistência técnica em PI
M38 Social 120 Taxa de utilizadores profissionais que recebem acompanhamento técnico no âmbito da PI
M12, M18, Social 121 % de incumprimentos à aplicação dos princípios gerais da PI
M13, M39, M40 Social 122 Nº de técnicos reconhecidos no âmbito do MPI e MPB
M13, M39, M40 Social 123 % de culturas maiores com guias técnicos definidos/revistos para PRODI e MPB
M39, M40, M43 Social 124 Nº de quintas de demonstração de MPI e MPB
M41 Social 125 Nº de finalidades que se consideram não cobertas e/ou deficientemente cobertas/Nº total de finalidades não cobertas
M43 Social 126 Nº de soluções alternativas disponíveis (cumulativo)
M41 Social 127 Nº de produtos e finalidades autorizadas com base na figura do RM (cumulativo)
M41 Social 128 Nº de produtos autorizados com base na figura do comércio paralelo (cumulativo)
M44 Social 129 N.º de plataformas criadas ou acessíveis
M44 Social 130 N.º de acessos a plataformas de comunicação
M44 Social 131 N.º de documentos técnicos incorporados em plataforma
M17, M45 Social 132 % de incumprimentos devido à distribuição e venda de produtos fitofarmacêuticos ilegais
M17, M45 Social 133 Nº de autos/Nº de estabelecimentos inspecionados
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Medida Tipo de Indicador
Nº Indicador
M17, M45 Social 134 Nº de estabelecimentos inspecionados
M17, M45 Social 135 Nº de autos/Nº de veículos inspecionados que transportam produtos fitofarmacêuticos
M17, M47 Económico 136 % de embalagens detetadas com rótulos ilegais
M17, M46 Social 137 N.º de denúncias efetuadas
M17, M46 Social 138 Nº de autos relativos à venda de PF/Nº de entidades não licenciadas inspecionadas
M17, M46 Social 139 Nº de entidades não licenciadas inspecionadas
M17, M47 Social 140 % de embalagens detetadas com rótulos ilegais
M47 Social 141 Nº de embalagens inspeccionadas/ano
M47 Social 142 Nº de amostras não conformes com a autorização concedida/Nº de amostras analisadas no âmbito do controlo da DGAV
M47 Social 143 Nº de amostras analisadas no âmbito do controlo da DGAV
M17, M18 Social 144 % de embalagens de produtos ilegais recolhidas pelos sistemas de gestão
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ANEXOS
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Anexo I – Fichas de Medida
M1 – Reunir informação técnico-científica disponível relativa às componentes da proteção integrada nos diversos sistemas culturais do país, impactos do uso dos produtos fitofarmacêuticos na saúde e ambiente e indicadores passíveis de uniformização, bem como outra informação decorrente do uso dos produtos fitofarmacêuticos.
Descrição Pretende-se reforçar a comunicação entre os agentes detentores de informação técnico-científica relevante, através de plataformas temáticas em proteção integrada, bem como outra informação de caráter pontual, a fim de conhecer o estado atual do conhecimento em Portugal.
Coordenação INIAV, I.P. e DGAV
Execução Calendarização Entidades executoras
Reforçar a comunicação entre os agentes através de plataformas temáticas em PI, impactos dos PFF na saúde e ambiente e indicadores do seu uso sustentável.
Até final 2015 Organismos do Sistema Científico e Tecnológico Nacional, DGAV, DGADR, DRAP, GPP, ICNF, Organizações de agricultores e produtores florestais, Centros Operativos e Tecnológicos
Criar um grupo de acompanhamento no âmbito do nº 4 do artº 48 da Lei nº 26/2013.
Até final 2014 DGAV (que coordena), DRAP, Organizações de agricultores e produtores florestais, Organismos do sistema científico e tecnológico nacional, INIAV, I.P., DGS, APA, ICNF, INEM, ANIPLA e outras por adesão voluntária.
74
M2 – Apoiar a incorporação do conhecimento existente nos Guias Técnicos de modos de produção sustentável e identificar lacunas de conhecimento para orientação de futura investigação.
Descrição
Pretende-se apoiar a incorporação de conhecimento já disponível, mas ainda não considerado nos Guias Técnicos de modos de produção sustentável já existentes ou noutros que venham a ser criados e, simultaneamente, identificar novas áreas de investigação.
Coordenação INIAV, I.P.
Execução Calendarização Entidades executoras
Criar grupos por temas em redor das componentes da PI: Estimativa do risco e tomada de decisão e meios de proteção alternativos à luta química.
Até final 2015 Organismos do Sistema Científico e Tecnológico Nacional, DRAP, DGADR, DGAV, GPP, ICNF, Organizações de agricultores e produtores florestais, Centros Operativos e Tecnológicos.
75
M3 – Fomentar redes operacionais proponentes de Investigação e inovação temática prioritária
Descrição
Pretende-se fomentar a criação de redes operacionais cujos elementos se possam constituir em parcerias para apresentação de projetos de I&DT às fontes de financiamento disponíveis.
Coordenação INIAV, I.P.
Execução Calendarização Entidades executoras
Identificar temas prioritários de investigação e transferência tecnológica para propostas de projetos de I&DT.
Durante a vigência do PAN Organismos do Sistema Científico e Tecnológico Nacional, Organismos europeus de investigação,
Organizações de agricultores e produtores florestais, DGAV, DRAP, GPP, ICNF, Centros Operativos e Tecnológicos.
Estabelecer contactos com Grupos de Investigação do Sistema Científico e Tecnológico Nacional e outros grupos europeus, nomeadamente da “Europa mediterrânica”, bem como empresas e Associações da produção, no sentido de organizar propostas de investigação e inovação a apresentar para financiamento nacional e europeu.
Durante a vigência do PAN, de acordo com as disponibilidades de financiamento
Organismos do Sistema Científico e Tecnológico Nacional, Organismos europeus de investigação,
Organizações de agricultores e produtores florestais, DGAV, DRAP, GPP, Centros Operativos e Tecnológicos.
Sensibilizar os órgãos de decisão das medidas de política de financiamento da investigação, nomeadamente o estabelecimento de contratos programa e a participação nacional nas atividades europeias previstas no Horizonte 2020.
Durante 2013 Organismos do Sistema Científico e Tecnológico Nacional, Organismos europeus de investigação,
Organizações de agricultores e produtores florestais, DGAV, GPP, Centros Operativos e Tecnológicos.
76
M4 – Fomentar redes operacionais proponentes de atividades de demonstração no âmbito da protecção integrada e do uso sustentável dos produtos fitofarmacêuticos
Descrição
Pretende-se criar redes operacionais cujos elementos, em articulação com as ações a desenvolver no âmbito do Eixo Transversal 2 – Formação, Sensibilização e Informação, participem em ações de demonstração relacionadas com a proteção integrada e o uso sustentável dos produtos fitofarmacêuticos e se constituam em parcerias para apresentação de propostas de ação às fontes de financiamento disponíveis.
Coordenação DGAV, DGADR
Execução Calendarização Entidades executoras
Identificação de temas prioritários para demonstração e transferência tecnológica, designadamente:
(1) Componentes da Proteção Integrada: medidas indiretas de proteção, estimativa do risco, regras de decisão e meios de protecção; (2) Uso de modelos de previsão de risco de ataque de inimigos das culturas; (3) Meios de protecção alternativos aos produtos fitofarmacêuticos em especial culturais, biológicos e biotécnicos; (4) Melhores práticas no armazenamento e aplicação dos produtos fitofarmacêuticos ao nível da exploração; (5) Mais-valias económicas e ambientais da protecção integrada e do uso sustentável dos produtos fitofarmacêuticos
Durante a vigência do PAN Organismos do Sistema Científico e Tecnológico Nacional, Organizações de agricultores e produtores florestais, DRAP, ICNF, Centros Operativos e Tecnológicos
77
M5 - Definir e/ou manter atualizados, os referenciais de formação nas áreas do uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos e fomentar a realização de ações de formação
Descrição
Pretende-se criar as condições necessárias para a realização das ações de formação obrigatórias no âmbito da Lei nº 26/2013 e promover essa mesma realização
Coordenação DGAV
Execução Calendarização Entidades executoras
Manter atualizados os conteúdos programáticos das ações de formação e atualização em DCAPF e DCPF, em conformidade com Anexo IV da Lei nº 26/2013
Durante a vigência do PAN
DRAP, DGADR, INIAV, Entidades formadoras certificadas, Instituições do Ensino Superior
Manter atualizados os conteúdos programáticos das ações de formação e atualização em APF em conformidade com Anexo IV da Lei nº 26/2013
Durante a vigência do PAN
DRAP, DGADR, INIAV, Entidades formadoras certificadas
Manter atualizados os conteúdos programáticos das ações de formação em Inspeção de equipamentos de aplicação
Durante a vigência do PAN DRAP, DGADR, INIAV, Entidades formadoras certificadas
Definir requisitos e conteúdos programáticos de ações de formação para operadores aéreos agrícolas em conformidade com Anexo IV da Lei nº 26/2013 e requisitos do INAC
Durante a vigência do PAN DGAV, INAC
Criar conteúdos programáticos das ações de formação para ASAE, DRAP, Autoridades Policiais competentes
Até final 2013 DGAV
Definir os requisitos, condições de realização e de avaliação para a prova de conhecimentos prevista na Lei nº 26/2013
Até final 2014 DGAV, DRAP
78
M5 - Definir e/ou manter atualizados, os referenciais de formação nas áreas do uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos e fomentar a realização de ações de formação
Manter atualizados os referenciais de formação para técnicos e agricultores, relativos a PI, PRODI, MPB
Durante a vigência do PAN DGADR, DGAV, DRAP, INIAV I.P.
Manter atualizados os conteúdos programáticos das ações de formação para aplicadores especializados
Durante a vigência do PAN DGAV
Agilizar o processo de habilitação dos utilizadores profissionais
Durante a vigência do PAN DGAV, DGADR, DRAP
Definir critérios de renovação da habilitação para todos os utilizadores profissionais
Até final de 2014 DGAV, DRAP
Promover a atualização, a nível dos CIPP dos inspetores habilitados
Durante a vigência do PAN DGAV, DRAP, CIPP
Promover a habilitação, renovação da habilitação e certificação dos operadores aéreos agrícolas
Durante a vigência do PAN INAC, DGAV
79
M6 - Definir e criar bolsa de formadores e critérios de avaliação da qualidade da formação
Descrição
Pretende-se pôr à disposição das entidades formadoras certificadas formadores que cumpram os requisitos necessários e criar critérios para avaliar a qualidade da formação ministrada
Coordenação DGAV
Execução Calendarização Entidades executoras
Identificar disponibilidades e distribuição de formadores a nível regional
Até final 2014 DGAV, DRAP, Entidades formadoras certificadas
Definir requisitos para inscrição na bolsa e sua renovação
Até final 2014 DGAV, DRAP
Proceder à inscrição dos formadores na bolsa
Durante a vigência do PAN DGAV, DRAP
Definir requisitos para avaliação da qualidade da formação
Durante a vigência do PAN DGAV, DRAP
M7 - Promover o financiamento das ações de formação obrigatória previstas na Lei n.º 26/2013 de 11 de abril
Descrição
Pretende-se elaborar proposta para assegurar a continuidade do financiamento à formação obrigatória prevista na Lei nº 26/2013
Coordenação DGAV, DGADR
Execução Calendarização Entidades executoras
Proceder ao levantamento de medidas de apoio e incentivo financeiro à formação
Durante a vigência do PAN DGAV, GPP, DRAP
Elaborar proposta de financiamento das ações
Durante a vigência do PAN DGAV, GPP, DRAP
80
M8 - Promover a comunicação entre as entidades formadoras privadas, as organizações de agricultores e produtores florestais e a administração, com a finalidade de identificar necessidades de formação
Descrição Pretende-se assegurar a informação atempada de todas as entidades envolvidas sobre as questões relativas à formação na área do uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos, bem como identificar as necessidades de formação de forma expedita
Coordenação DGAV
Execução Calendarização Entidades executoras
Estabelecer rede de comunicação inter e intra institucional e com outras entidades relativa a necessidades em ações de formação no domínio do uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos
Até final de 2014 DGAV, DRAP, DGADR, Organizações de agricultores e produtores florestais, Entidades formadoras certificadas, Instituições do Ensino Superior
Criar plataforma de inscrições para efeitos de formação
Até final de 2014 DGAV, DRAP
81
M9 - Promover a formação das entidades de controlo previstas na Lei n.º 26/2013
Descrição
Pretende-se fomentar a aquisição de competências das entidades de controlo no que respeita aos produtos fitofarmacêuticos, contribuindo para uma maior eficácia e eficiência da sua atuação
Coordenação DGAV
Execução Calendarização Entidades executoras
Promover ações de formação a inspetores da ASAE
Durante a vigência do PAN DGAV, ASAE
Promover ações de formação à APA, DRAP e Autoridades Policiais competentes
Durante a vigência do PAN DGAV, APA, DRAP, Autoridades Policiais
Estabelecer protocolo de formação com GNR no âmbito do comércio e distribuição de PF
Durante a vigência do PAN DGAV, GNR
M10 - Fomentar a realização de ações de formação em “b learning”
Descrição
Pretende-se criar condições para fomentar a realização de ações de formação não-presencial, tendo em conta a agenda profissional dos formandos
Coordenação DGAV
Execução Calendarização Entidades executoras
Definir conteúdos das ações de formação
Até final de 2014 DGADR, DRAP, INIAV, Entidades formadoras certificadas, Instituições do Ensino Superior
Criar plataforma eletrónica Durante a vigência do PAN DGAV, DRAP
82
M11 - Promover a divulgação de boas práticas no manuseamento, armazenamento e aplicação de produtos fitofarmacêuticos pelos utilizadores não profissionais
Descrição
Pretende-se promover a sensibilização e aumentar a perceção dos utilizadores não profissionais no que respeita ao uso seguro de produtos fitofarmacêuticos
Coordenação DGAV
Execução Calendarização Entidades executoras
Disponibilizar aos estabelecimentos de venda de produtos de uso não profissional folhetos sobre o direito do público à informação.
Até final de 2014 DGAV DRAP, APED, GROQUIFAR
Estabelecer protocolos com Autarquias para sensibilização dos utilizadores não profissionais
Durante a vigência do PAN DRAP, Autarquias
83
M12 - Realizar e promover ações de sensibilização dos utilizadores profissionais para o cumprimento das medidas adequadas de redução do risco na aplicação de produtos fitofarmacêuticos e a adoção dos princípios da PI
Descrição
Pretende-se promover a sensibilização e aumentar a perceção dos utilizadores profissionais no que respeita às disposições da Lei n.º 26/2013 relativamente à aplicação de produtos fitofarmacêuticos em diversas áreas
Coordenação DGAV
Execução Calendarização Entidades executoras
Estabelecer parcerias com as DRAP, organizações de agricultores, e produtores florestais e indústria para a realização de ações de sensibilização para as medidas de redução do risco na aplicação nas explorações agrícolas e florestais
Durante a vigência do PAN DGAV, DRAP, Organizações de agricultores e produtores florestais, ANIPLA
Estabelecer protocolos com Autarquias para sensibilização dos prestadores de serviços de aplicação terrestre em zonas urbanas, zonas de lazer e vias de comunicação
Durante a vigência do PAN DGAV, DRAP, Autarquias
Estabelecer parcerias com as DRAP, organizações de agricultores, INAC para a realização de ações de sensibilização sobre aplicação aérea
Durante a vigência do PAN DGAV, DRAP, INAC, Organizações de agricultores e produtores florestais
Estabelecer parcerias com as DRAP, organizações de agricultores e indústria para a realização de ações de sensibilização relativas à adoção dos princípios da PI
Durante a vigência do PAN DGAV, DRAP, ANIPLA, Organizações de agricultores e produtores florestais
Realizar ações de sensibilização para a existência de sistemas de recolha e gestão de resíduos de embalagens de produtos fitofarmacêuticos
Durante a vigência do PAN VALORFITO/SIGERU
84
M13 - Promover a divulgação de boas práticas no manuseamento, armazenamento e aplicação de produtos fitofarmacêuticos pelos utilizadores profissionais
Descrição
Pretende-se promover a informação dos utilizadores profissionais através de orientações e divulgação relativa a boas práticas nos circuitos comerciais e na aplicação de produtos fitofarmacêuticos
Coordenação DGAV
Execução Calendarização Entidades executoras
Atualizar e divulgar o Código de Conduta nos circuitos de distribuição e venda de produtos fitofarmacêuticos
Até final de 2014 DGAV
Publicar e divulgar o Código de Conduta na aplicação de produtos fitofarmacêuticos
Até final de 2014 DGAV, ICNF
Prosseguir com projetos (“Cultivar a Segurança”, Família Prudêncio”)
Durante a vigência do PAN ANIPLA, VALORFITO
Promover publicação oficial de “newsletters”, folhetos, relatórios e estatísticas relativas à comercialização e ao uso de produtos fitofarmacêuticos;
Durante a vigência do PAN DGAV, DRAP
Divulgar o Guia de Procedimentos para o reconhecimento dos Centros IPP
Durante a vigência do PAN DGAV
Divulgar manual técnico para elaboração de Planos de Aplicação Aérea;
Até Janeiro 2014 DGAV
Atualizar e divulgar documentos de informação técnica para adoção dos princípios gerais da PI
Durante a vigência do PAN DGAV, DRAP, INIAV, ICNF, ANIPLA, Organizações de agricultores e produtores florestais, Instituições de Ensino superior
Promover a atualização e disponibilização de Guias técnicos relativos a PRODI e MPB
Durante a vigência do PAN
DGADR, DGAV
85
M13 - Promover a divulgação de boas práticas no manuseamento, armazenamento e aplicação de produtos fitofarmacêuticos pelos utilizadores profissionais
Divulgar a informação existente sobre meios de proteção alternativos aos meios químicos
Durante a vigência do PAN DGAV, DRAP, INIAV, ANIPLA, Organizações de agricultores e produtores florestais, Instituições de Ensino superior
Divulgar as plataformas de comunicação ativas e promover a sua utilização
Durante a vigência do PAN DGAV
Assegurar a divulgação das autorizações, cancelamentos e alterações das autorizações concedidas a produtos fitofarmacêuticos
Durante a vigência do PAN DGAV
Elaborar e divulgar manuais de procedimentos para a inspeção e controlo de PF
Durante a vigência do PAN Autoridades de controlo
Estabelecer e manter FAQ nos sítios oficiais de divulgação
Durante a vigência do PAN DGAV, DRAP
Realizar Workshops para formadores na área do uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos
Durante a vigência do PAN DGAV, DGADR, Entidades formadoras certificadas
Realizar ações de divulgação da Lei nº 26/2013 e do Plano de Ação, nas suas diversas vertentes
Durante a vigência do PAN DGAV, DRAP, INIAV, IFAP, ANIPLA, Organizações de agricultores, e produtores florestais, Instituições de Ensino superior
86
M14 - Recolher informação sobre a utilização de produtos fitofarmacêuticos
Descrição Pretende-se obter dados para fazer uma avaliação das práticas agrícolas seguidas, do cumprimento das medidas de mitigação de risco e do grau de adoção dos princípios gerais da PI
Coordenação DGAV
Execução Calendarização Entidades executoras
Realizar inquéritos nos estabelecimentos de venda de produtos de uso profissional e nas ações de formação, com vista a avaliar as práticas agrícolas mais comuns
Durante a vigência do PAN DGAV, DRAP, GROQUIFAR, Entidades formadoras certificadas
Realizar inquéritos de recolha de informação aos agricultores sobre aplicação efetiva de medidas de mitigação do risco
Durante a vigência do PAN DGAV, DRAP
Realizar inquéritos de recolha de informação aos agricultores sobre a aplicação dos princípios gerais da PI
Durante a vigência do PAN DGAV, DRAP
87
M15: Monitorizar e fiscalizar alimentos de origem vegetal e animal
Descrição
Pretende-se reforçar as ações de monitorização e fiscalização dos alimentos de origem vegetal e animal que entram no circuito comercial.
Coordenação DGAV
Execução Calendarização Entidades executoras
Estabelecer o nº de amostras de origem vegetal e animal do plano oficial de controlo de resíduos de pesticidas
Até final do 4.º trimestre do ano anterior
DGAV
Estabelecer o nº alimentos de origem vegetal e animal, amostrados no âmbito do plano oficial de controlo de resíduos de pesticidas
Até final do 4.º trimestre do ano anterior
DGAV
Estabelecer o nº de pesticidas pesquisados em alimentos de origem vegetal e animal amostrados no âmbito do plano oficial de controlo de resíduos de pesticidas
Até final do 4.º trimestre do ano anterior
DGAV
Executar o plano oficial de controlo de resíduos de pesticidas
Durante a vigência do plano ASAE, Rede de Laboratórios de Resíduos de Pesticidas
Elaboração de relatório anual
Até final de 2.º trimestre do ano seguinte
DGAV, Rede de Laboratórios de Resíduos de Pesticidas
88
M16: Divulgação atempada e pormenorizada das utilizações autorizadas
Descrição
Pretende-se assegurar o pleno e atempado conhecimento, por parte dos utilizadores profissionais e público em geral, de todos os produtos fitofarmacêuticos e respetivas utilizações autorizadas.
Coordenação DGAV
Execução Calendarização Entidades executoras
Criação de um sistema tecnológico de informação e comunicação para divulgação das autorizações concedidas, alteradas e retiradas
Até final de 2014 DGAV
Realização de inquéritos de satisfação dos utilizadores da informação sobre produtos fitofarmacêuticos
Bienal a partir de 2015 DGAV
89
M17. Monitorização e fiscalização da distribuição, venda e armazenamento de produtos fitofarmacêuticos
Descrição
Pretende-se reforçar as ações de monitorização e fiscalização dos produtos fitofarmacêuticos nos circuitos comerciais e nas instalações de armazenamento de suporte à aplicação.
Coordenação DGAV
Execução Calendarização Entidades executoras
Realização de ações de fiscalização da atividade económica relacionada com a distribuição e venda de produtos fitofarmacêuticos
Durante a vigência do plano ASAE
Elaboração de relatório anual de fiscalização e comunicação à DGAV
Até final de 1.º trimestre do ano seguinte
ASAE
Realização de ações de acompanhamento junto das empresas distribuidoras e estabelecimentos de venda autorizados
Durante a vigência do plano DGAV, DRAP
Elaboração de relatório anual
Até final de 1.º trimestre do ano seguinte
DGAV, DRAP
Fiscalização e controlo de instalações na exploração agrícola ou florestal
Durante a vigência do plano DRAP
Elaboração de relatório anual de fiscalização e comunicação à DGAV
Até final de 1.º trimestre do ano seguinte
DRAP, IFAP
90
M18. Monitorização e fiscalização da aplicação terrestre de produtos fitofarmacêuticos
Descrição
Pretende-se reforçar as ações de monitorização e fiscalização da aplicação terrestre de produtos fitofarmacêuticos
Coordenação DGAV
Execução Calendarização Entidades executoras
Fiscalização da aplicação de produtos fitofarmacêuticos nas explorações agrícolas/ florestais
Durante a vigência do plano DRAP
Elaboração de relatório anual e comunicação à DGAV
Até final de 1.º trimestre do ano seguinte
IFAP, DRAP
Fiscalização da aplicação de produtos fitofarmacêuticos em zonas urbanas, zonas de lazer e em vias de comunicação
Durante a vigência do plano DRAP, Autoridades Policiais competentes
Realização de ações de acompanhamento junto dos prestadores de serviços de aplicação
Durante a vigência do plano DGAV, DRAP
Monitorização da aplicação de produtos fitofarmacêuticos nas explorações agrícolas e florestais
Durante a vigência do plano DGAV, DRAP
91
M19. Autorização de exercício de atividade
Descrição
Pretende-se assegurar o funcionamento do sistema de autorização de empresas de distribuição, estabelecimentos de venda e prestadores de serviços de aplicação terrestre
DGAV Coordenação
Execução Calendarização Entidades executoras
Visitas de aconselhamento e vistoria em processo de autorização
Durante a vigência do plano DRAP
Autorização de exercício de atividade de distribuição e venda
Prazos legais DGAV, DRAP
Autorização de exercício de atividade de aplicação terrestre
Prazos legais DGAV, DRAP
92
M20. Inspeção de equipamentos de aplicação de produtos fitofarmacêuticos
Descrição
Pretende-se assegurar a implementação e funcionamento do sistema de inspeção de equipamentos de aplicação de produtos fitofarmacêuticos.
Coordenação DGAV
Execução Calendarização Entidades executoras
Criação de base de dados para registo do equipamento de aplicação inspecionado
Até final de 2014 DGAV
Licenciamento dos CIPP Durante a vigência do plano DGAV
Atualização de requisitos para o manual de inspeção do CIPP
Durante a vigência do plano DGAV
Inspeção dos equipamentos de aplicação
Durante a vigência do plano CIPP
Fiscalização do equipamento de aplicação de inspeção obrigatória
Durante a vigência do plano DRAP, Autoridades Policiais competentes
Verificar a existência de bicos anti-deriva durante a inspeção dos equipamentos de aplicação terreste
Durante a vigência do plano CIPP
Envio de relatório anual sobre a % de bicos anti-deriva verificada à DGAV
Até ao final do 1º trimestre do ano seguinte
CIPP
93
M21. Fomentar o uso de EPI
Descrição Pretende-se estimular o uso e consequente procura de equipamento de proteção individual (EPI) no mercado
Coordenação DGAV
Execução Calendarização Entidades executoras
Ações de sensibilização para a necessidade do uso de EPI
Durante a vigência do plano DGAV, DRAP, Organizações de agricultores e de produtores florestais, ANIPLA
Inquéritos sobre o uso do EPI Durante a vigência do plano Detentores de autorização de atividade de distribuição e venda (locais de venda), detentores de autorização de atividade de venda, DGAV
M22. Monitorização e fiscalização da aplicação aérea de produtos fitofarmacêuticos
Descrição
Pretende-se reforçar as ações de monitorização e fiscalização da aplicação aérea de produtos fitofarmacêuticos
DGAV Coordenação
Execução Calendarização Entidades executoras
Fiscalização da aplicação aérea de produtos fitofarmacêuticos nas explorações agrícolas e florestais
Durante a vigência do plano INAC, DRAP, Autoridades Policiais competentes
Elaboração de relatório anual e comunicação à DGAV
Até final de 1.º trimestre do ano seguinte
INAC, DRAP
Monitorização da aplicação aérea de produtos fitofarmacêuticos nas explorações agrícolas e florestais
Durante a vigência do plano INAC, DGAV, DRAP
94
M23. Certificação de prestadores de serviços de aplicação aérea
Descrição
Pretende-se assegurar o funcionamento do sistema de autorização de empresas prestadoras de serviços de aplicação aérea de produtos fitofarmacêuticos
Coordenação INAC
Execução Calendarização Entidades executoras
Certificação para aplicações aéreas Durante a vigência do plano INAC
M24. Autorização dos planos de aplicação aérea
Descrição
Pretende-se assegurar o funcionamento do sistema de autorização dos planos de aplicação aérea
Coordenação DGAV
Execução Calendarização Entidades executoras
Autorização dos planos de aplicação aérea
Durante a vigência do plano DGAV, DRAP, APA, ICNF
Definição anual das culturas, locais e requisitos especiais no âmbito da aplicação aérea
Durante a vigência do plano DGAV, DRAP
95
M25. Fomento de medidas de mitigação do risco
Descrição
Pretende-se estimular o uso de técnicas de minimização da deriva da pulverização ou das poeiras
Coordenação DGAV
Execução Calendarização Entidades executoras
Sensibilização para uso de técnicas de minimização da deriva da pulverização ou das poeiras
Durante a vigência do plano DGAV
M26. Obtenção de estatísticas relativas a incidentes com produtos fitofarmacêuticos
Descrição
Pretende-se a obtenção anual do n.º de incidentes registados com produtos fitofarmacêuticos
Coordenação INEM/CIAV
Execução Calendarização Entidades executoras
Registo das ocorrências Durante a vigência do plano INEM/CIAV
Elaboração de relatório anual e comunicação à DGAV
Até final de 1.º trimestre do ano seguinte
INEM/CIAV
96
M27: reforço das Boas práticas na aplicação de Produtos fitofarmacêuticos
Descrição Pretende-se com esta medida, assegurar que são efetivamente implementadas as ações tendentes à salvaguarda dos recursos hídricos quando da utilização dos produtos fitofarmacêuticos
Coordenação DGAV
Execução Calendarização Entidades executoras
Incorporação nos códigos de conduta, ações de sensibilização e aconselhamento de medidas e práticas de mitigação do risco (precaução ou frase de segurança) na utilização de produtos fitofarmacêuticos e proteção das massas de água
1 janeiro 2014 DGAV, entidades formadoras, DGADR
Estabelecer parcerias com quintas modelo e associações de agricultores de promoção e divulgação de boas práticas
Durante a vigência do PAN ANIPLA, INIAV, Ensino Superior, DGAV, DRAP
97
M28: Implementar sistema de autorização e registo de aplicações aéreas.
Descrição
Pretende-se assegurar a aplicação do quadro legal relativo a aplicações aéreas, criando as estruturas e orientações para o funcionamento do sistema de autorização dos planos de aplicação aérea
Coordenação DGAV
Execução Calendarização Entidades executoras
Levantamento e Sistematização da informação relativa às áreas, culturas e produtos fitofarmacêuticos usados na aplicação aérea
1 janeiro 2014 DGAV, DRAP, INAC, ICNF
Definição das culturas, locais e requisitos especiais no âmbito da aplicação aérea
1 janeiro 2014 DGAV, DRAP, CAP, CONFAGRI
Elaboração de orientações técnicas relativas ao Plano de Aplicação Aérea
1 janeiro 2014
DGAV, DRAP, APA, ICNF, (outras)
Definição dos pontos de contactos e estabelecer rede regional e central para a notificação da aplicação aérea e autorização do PAA (estabelecimento de rede oficial de controlo de aplicações aéreas)
1 janeiro 2014 DGAV, DRAP APA, ICNF, (outras)
98
M29: Reforço do sistema de recolha e gestão dos resíduos relativos a embalagens de produtos fitofarmacêuticos
Descrição
Pretende-se com esta medida, incrementar os níveis atuais de tratamento e recolha de embalagens vazias de produtos fitofarmacêuticos, de modo a diminuir o seu impacte potencial sobre o ambiente em geral e na contaminação dos recursos hídricos em particular,
Coordenação DGAV
Execução Calendarização Entidades executoras
Publicação e divulgação no código de conduta para a aplicação de produtos fitofarmacêuticos de boas práticas para a gestão dos resíduos de embalagens
1 janeiro 2014 DGAV, DRAP, DGADR
Revisão do quadro legal relativo à gestão de resíduos de embalagens (D.L. 187/2006) com vista a enquadrar as embalagens primárias de sementes.
durante a vigência do PAN DGAV, APA
Incorporação da recolha de embalagens de sementes tratadas na gestão de resíduos de embalagens
1 janeiro 2014 APA
Ampliar o nº de centros de receção de resíduos de embalagens
durante a vigência do PAN Sistemas de gestão de resíduos licenciados
99
M30: promover as boas práticas na gestão de resíduos relativos a produtos fitofarmacêuticos
Descrição
Pretende-se que sejam adotadas pelos utilizadores profissionais, práticas corretas de gestão dos resíduos e efluentes provenientes da preparação de caldas e limpeza de equipamentos de modo a garantir uma maior proteção do ambiente e dos recursos naturais
Coordenação DGAV
Execução Calendarização Entidades executoras
Preparação de normativo para a certificação de sistemas de recolha e gestão de efluentes
durante a vigência do PAN DGAV, ANIPLA, APA
Propor medidas de discriminação positiva no âmbito do próximo QCA
durante a vigência do PAN GPP, DGAV
Incluir no código de conduta, orientações relativas à correta preparação da calda e limpeza dos equipamentos
1 janeiro 2014 DGAV
M31: Promover a correta gestão e eliminação de resíduos de produtos fitofarmacêuticos obsoletos
Descrição
Pretende-se que seja operacionalizada a recolha sistemática de resíduos de produtos fitofarmacêuticos obsoletos
Coordenação DGAV
Execução Calendarização Entidades executoras
Realizar campanha de levantamento de existências de resíduos de produtos fitofarmacêuticos obsoletos ao nível dos utilizadores
durante a vigência do PAN DRAP, DGAV
Elaboração de proposta para a eliminação de resíduos de PF obsoletos
durante a vigência do PAN ANIPLA, GROQUIFAR, CAP, CNA, CONFAGRI, AJAP, DGAV, APA
100
M32: Implementação do sistema de inspeção de equipamentos de aplicação de produtos fitofarmacêuticos
Descrição Pretende-se assegurar a implementação efetiva do sistema de inspeção de equipamentos de aplicação de produtos fitofarmacêuticos e garantir a eficaz inspeção dos equipamentos providenciando para que os requisitos necessários sejam cumpridos.
Coordenação DGAV
Execução Calendarização Entidades executoras
Publicação dos diplomas legais (Taxas e selo) complementares para a Inspeção de equipamentos
Até final de 2013 DGAV/MAMAOT
Criação de base de dados para registo do equipamento de aplicação inspecionado
2º semestre 2013 DGAV
Licenciamento dos CIPP Durante a vigência do PAN DGAV
Identificação/recenseamento do universo dos equipamentos de aplicação a inspecionar (novos e em uso)
Durante a vigência do PAN DGAV, DRAP, INE
Divulgar Manual de reconhecimento dos centros de inspeção dos equipamentos de aplicação
Durante a vigência do PAN DGAV
Definição de requisitos para o manual de inspeção
Durante a vigência do PAN DGAV
Fiscalização do equipamento de aplicação de inspeção obrigatória
Durante a vigência do PAN DRAP, Autoridades Policiais competentes
101
M33: Promoção de práticas de gestão sustentável da biodiversidade (na exploração agrícola e florestal e nas zonas urbanas, de lazer e vias de comunicação)
Descrição Pretende-se fomentar a sensibilização para a adoção pelos utilizadores profissionais, de práticas promotoras da proteção de organismos úteis em particular e da biodiversidade em geral, que constituam, também uma mais valia para a atividade agrícola e florestal
Coordenação DGAV
Execução Calendarização Entidades executoras
Enquadramento nacional de informação relativa a indicadores de biodiversidade na exploração agrícola e florestal
Durante a vigência do PAN Ensino Superior, ANIPLA, ICNF, INIAV I.P.
Adoção de critérios de qualidade da semente tratada com PF
Durante a vigência do PAN ANSEME, ANPROMIS, ANIPLA, GROQUIFAR, DGAV
Promoção de ações de fiscalização de equipamentos de sementeira no que se refere ao uso de defletores
Durante a vigência do PAN DRAP
102
M34: Monitorização dos efeitos e riscos de produtos fitofarmacêuticos sobre abelhas
Descrição
Pretende-se incrementar o conhecimento relativo aos efeitos de produtos fitofarmacêuticos para polinizadores e operacionalizar a comunicação dos riscos relativos a produtos fitofarmacêuticos sobre abelhas em conformidade com normativo legal
Coordenação DGAV
Execução Calendarização Entidades executoras
Propor a integração no Plano Nacional de Sanidade Apícola, de medidas para a monitorização dos efeitos dos PF nas abelhas,
Durante a vigência do PAN DGAV, FNAP
Promover a comunicação dos riscos dos produtos fitofarmacêuticos para abelhas e outros polinizadores
Durante a vigência do PAN DGAV, DRAP, INIAV, FNAP
103
M35: Disponibilizar informação técnica a todos os utilizadores profissionais
Descrição
Disponibilizar informação técnica aos utilizadores profissionais para garantir o cumprimento dos princípios da proteção integrada
Coordenação DGAV
Execução Calendarização Entidades executoras
Criação de grupos de trabalho por cultura ou grupos de culturas para a elaboração dos Guias Técnicos
Durante a vigência do PAN DGAV, DRAP, DGADR, CAP; CONFAGRI, CNA; AJAP; ANIPLA; INIAV; Entidades do ensino superior, ICNF
Recolher e compilar toda a informação disponível sobre a proteção das culturas
Durante a vigência do PAN DGAV, DRAP, DGADR, CAP; CONFAGRI, CNA; AJAP; ANIPLA; INIAV; Entidades do ensino superior, ICNF
Divulgação da informação disponível sobre a proteção das culturas
Durante a vigência do PAN DGAV, DRAP, DGADR, CAP; CONFAGRI, CNA; AJAP; ANIPLA; INIAV; Entidades do ensino superior, ICNF
Organização e disponibilização da informação atualmente existente sobre meios de luta alternativos
Durante a vigência do PAN DGAV, DRAP, DGADR, CAP; CONFAGRI, CNA; AJAP; ANIPLA; INIAV; Entidades do ensino superior, ICNF
104
M36: Divulgação pelo SNAA da informação e instrumentos de decisão
Descrição
Aumentar a percentagem do território agrícola coberto pela informação do SNAA
Coordenação DGAV/DRAP
Execução Calendarização Entidades executoras
Identificação das entidades públicas e privadas que atualmente divulgam informação de apoio à tomada de decisão
Até final de 2014 DGAV, Organizações de agricultores e DRAP
Estabelecimento de critérios para a adesão das entidades privadas ao SNAA
Até final de 2014 DGAV e DRAP
Integração das entidades privadas no SNAA
Durante a vigência do PAN DGAV e DRAP
Garantia de que as Estações de Avisos emitem informação de acordo com os princípios da proteção integrada
Durante a vigência do PAN DGAV e DRAP
105
M37: Divulgação pelo SAA da informação e instrumentos de decisão
Descrição
Aumentar a percentagem do território agrícola coberto pela informação do SAA
Coordenação Confederações de agricultores
Execução Calendarização Entidades executoras
Identificação das organizações de agricultores que atualmente divulgam informação de apoio à tomada de decisão
Até final de 2014 CAP, CNA; CONFAGRI; AJAP
M38: Fomentar o apoio técnico no âmbito da proteção integrada
Descrição
Proporcionar aos utilizadores profissionais o conhecimento técnico necessário para uma tomada de decisão responsável
Coordenação DGAV/DGADR
Execução Calendarização Entidades executoras
Reconhecimento dos técnicos para prestar assistência técnica em PI
Durante a vigência do PAN DGADR
Divulgação dos técnicos reconhecidos para prestar assistência técnica em PI
Durante a vigência do PAN DGADR
Realização de ações de sensibilização no âmbito da PI
Durante a vigência do PAN DGAV, DGADR, ANIPLA, Organizações de agricultores, DRAP, Centros Operativos
106
M39: Fomentar o apoio técnico no âmbito do modo de produção biológico e do modo de produção integrada
Descrição
Proporcionar aos utilizadores profissionais o conhecimento técnico necessário para uma tomada de decisão responsável
Coordenação DGADR
Execução Calendarização Entidades executoras
Reconhecimento dos técnicos para prestar assistência técnica em PRODI e MPB
Durante a vigência do PAN DGADR
Divulgação dos técnicos reconhecidos para prestar assistência técnica em PRODI e MPB
Durante a vigência do PAN DGADR
Realização de ações de sensibilização no âmbito da PI
Durante a vigência do PAN DGAV, DGADR, ANIPLA, Organizações de agricultores, DRAP, Centros Operativos
107
M40: Disponibilizar normas técnicas de PRODI e MPB
Descrição
Disponibilizar informação técnica para garantir o cumprimento dos referenciais de produção
Coordenação DGADR
Execução Calendarização Entidades executoras
Criação de grupos de trabalho por cultura ou grupos de cultura para a elaboração das normas técnicas
Durante a vigência do PAN DGAV, DRAP, DGADR, CAP; CONFAGRI, CNA; AJAP; ANIPLA; INIAV; Entidades do ensino superior
Recolher e compilar toda a informação disponível sobre os sistemas de produção das culturas
Durante a vigência do PAN DGAV, DRAP, DGADR, CAP; CONFAGRI, CNA; AJAP; ANIPLA; INIAV; Entidades do ensino superior
Divulgação da informação disponível sobre MPI e MPB
Durante a vigência do PAN DGAV, DRAP, DGADR, CAP; CONFAGRI, CNA; AJAP; ANIPLA; INIAV; Entidades do ensino superior
Estabelecimento de campos de demonstração
Durante a vigência do PAN DGAV, DRAP, DGADR, CAP; CONFAGRI, CNA; AJAP; ANIPLA; INIAV; Entidades do ensino superior
108
M41: Fomentar a disponibilidade de novas soluções
Descrição Assegurar meios suficientes de proteção das culturas tendo em vista garantir a igualdade concorrencial
Coordenação DGAV
Execução Calendarização Entidades executoras
Realizar pedidos de uso menor para as finalidades a descoberto
Durante a vigência do PAN DRAP e Organizações de agricultores e produtores florestais
Fomentar os pedidos de reconhecimento mútuo
Durante a vigência do PAN Indústria de produtos fitofarmacêuticos
Fomentar os pedidos de autorização de venda para as finalidades de interesse nacional
Durante a vigência do PAN DGAV e Indústria de produtos fitofarmacêuticos
M42 - Implementar o registo de espécies auxiliares
Descrição Criar condições para a utilização sustentável de espécies auxiliares
Coordenação DGAV
Execução Calendarização Entidades executoras
Definição do enquadramento legal Até final de 2014 ICNF, DGAV, INIAV, DRAP e Organizações de agricultores
Implementação do sistema de registo
Até final de 2015 ICNF, DGAV, INIAV
109
M43: Fomentar o uso de práticas e técnicas alternativas
Descrição
Reduzir a dependência dos meios de luta química, através de todas as técnicas e práticas a utilizar na gestão da exploração agrícola e florestal que, de modo direto ou indireto, para tal contribuam
Coordenação DGAV
Execução Calendarização Entidades executoras
Identificação das entidades que divulgam informação técnica
Durante a vigência do PAN DGAV, DGADR, Organizações de agricultores e produtores florestais, DRAP
Disponibilização de informação técnica
Durante a vigência do PAN DGAV, DGADR, Entidades de ensino superior, Ensino Profissional agrícola, Organizações de agricultores e produtores florestais, INIAV e DRAP
Estabelecimento e ou manutenção de parcelas de demonstração para promover a divulgação de boas práticas no âmbito da PI
Durante a vigência do PAN Entidades de ensino superior, Ensino Profissional agrícola, Centros Operativos, INIAV, Organizações de agricultores e DRAP
110
M44 - Adaptar e gerir plataformas de comunicação
Descrição
Estabelecer uma interface de comunicação com o objetivo de fomentar a comunicação entre os intervenientes
Coordenação DGAV
Execução Calendarização Entidades executoras
Identificação das plataformas existentes e das suas valências
Durante a vigência do PAN Todas as entidades que tiverem plataformas no âmbito da proteção integrada
Dinamização das plataformas Durante a vigência do PAN Todas as entidades que tiverem plataformas no âmbito da proteção integrada
M45: Reforçar a fiscalização ao transporte de produtos fitofarmacêuticos
Descrição
Pretende-se reforçar as ações de controlo e fiscalização à entrada e circulação de produtos fitofarmacêuticos ilegais em todo o território nacional
Coordenação Autoridades Policiais competentes
Execução Calendarização Entidades executoras
Realização de ações coordenadas de controlo e fiscalização ao transporte de produtos fitofarmacêuticos ilegais com carácter sistemático
Durante a vigência do PAN Autoridades Policiais competentes
111
M46: Reforçar a fiscalização da distribuição e dos estabelecimentos de venda não licenciados
Descrição
Pretende-se reforçar as ações de controlo e fiscalização da distribuição e dos estabelecimentos de venda não licenciados em todo o território nacional
Coordenação ASAE
Execução Calendarização Entidades executoras
Realização de ações coordenadas de controlo e fiscalização da distribuição e venda em estabelecimentos não licenciados
Durante a vigência do PAN ASAE e Autoridades Policiais competentes
M47: Fiscalização e monitorização da rotulagem, embalagens e respetivas formulações
Descrição
Pretende-se reforçar as ações de fiscalização dos produtos fitofarmacêuticos que se encontram no mercado
Coordenação DGAV
Execução Calendarização Entidades executoras
Definir o plano de controlo Anual DGAV
Executar o plano e elaborar o respetivo relatório
Anual DGAV
112
Anexo II - Equipa Técnica
Este Plano de Ação Nacional foi elaborado no âmbito da implementação da Diretiva 2009/128/CE, complementando
a Lei n.º 26/2013, que transpõe para o direito interno a referida Diretiva. Para a sua elaboração foi nomeado, pelo
Despacho nº 13879/2012, de 25 de outubro, um Grupo de Trabalho constituído por diversas entidades públicas e
privadas envolvidas e entidades em nome individual de reconhecido mérito na área da Proteção das Culturas
(Anexo IV).
Equipa Técnica de coordenação e moderação das diversas áreas, no Plano de Ação Nacional para o Uso
Sustentável de Produtos Fitofarmacêuticos:
Coordenação técnica do projeto Flávia Alfarroba
Apoio executivo Alice Leitão
Equipas setoriais
Eixo Transversal 1 - Investigação, Inovação e Transferência Tecnológica
Moderação Fátima Calouro
António Mexia
Joana Godinho
Maria do Céu Godinho
Eixo Transversal 2 – Formação, Sensibilização e Informação
Moderação Alice Leitão
Ana Bárbara Oliveira
Paula Mourão
Ricardo Gomes
Eixo Estratégico 1 – Proteção da saúde humana
Moderação Helena Ponte
Bento Carvalho
Paula Mourão
Eixo Estratégico 2 – Proteção do ambiente
Moderação Ana Bárbara Oliveira
Eixo Estratégico 3 – Promoção de Sistemas de Produção Agrícola e Florestal Sustentável
Moderação Miriam Cavaco
Felisbela Mendes
113
Anexo III - Representantes das diversas entidades do Grupo de Trabalho para a elaboração do Plano de Ação Nacional para o Uso Sustentável de Produtos Fitofarmacêuticos
Entidade Representante
DGAV Flávia Alfarroba
Helena Ponte
Miriam Cavaco
Ana Bárbara Oliveira
Alice Leitão
Bento Carvalho
Felisbela Mendes
Paula Mourão
GPP Ana Antunes
Lara Coelho
DGADR Margarida Âmbar
Nicolau Galhardo
DGRM Edgar Afonso
DRAP Norte Maria Manuel Mesquita
Teotónio Castro
Miguel Rebelo
Ilda Ramadas
DRAP Centro Helena Cortez
Vanda Batista
DRAPLVT Ana Arsénio
Rui Mendonça
DRAP Alentejo Isabel Mota
114
DRAP Algarve José Entrudo Fernandes
Celestino Soares
IFAP, I.P. Laura Gonçalves
Maria João Rosa
Maria José Chora
Lurdes Nascimento
Sofia Moniz
ICNF, I.P. Gioconda Silva
APA, I.P. Jorge Garcia
INIAV, I.P. Fátima Calouro
INE, I.P. Sofia Duarte
ASAE Lubélia Silva
INAC, I.P. Carlos Gomes
Renato Miranda
DGS Cesaltina Ramos
INEM, I.P. Fátima Rato
DRADR Açores Carlos Santos
João Gouveia
Adriano Mota
DRADR Madeira Paulo Santos
Paula Jardim
CAP Jorge Azevedo
CNA João Filipe
Cláudia Filipe
Vanda Silva
CONFAGRI David Jorge
AJAP Nelson Figueira
115
Valentina Carvalho
CNJ António Gadanho
Carlos Franco
FNAASPPI José Dinis Assunção
FNAP Joana Godinho
ANIPLA Mónica Teixeira
Paulo Lourenço
João Barreto
Josué Clemente
Paulo Cruz
GROQUIFAR Miguel Reis
Catarina Carvalho
Representantes em nome individual
António Mexia
Maria do Céu Godinho
116
Anexo IV – Entidades participantes do Grupo de Trabalho para a elaboração do Plano de Ação Nacional para o Uso Sustentável dos Produtos Fitofarmacêuticos
Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), que presidiu e coordenou
Gabinete de Planeamento e Políticas (GPP)
Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR)
Direção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM)
Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAP Norte)
Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAP Centro)
Direção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo (DRAPLVT)
Direção Regional de Agricultura e Pescas do Alentejo (DRAP Alentejo)
Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve (DRAP Algarve)
Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas, I.P. (IFAP)
Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, I.P. (ICNF)
Agência Portuguesa do Ambiente, I.P. (APA)
Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I.P. (INIAV)
Instituto Nacional de Estatística, I.P. (INE)
Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE)
Instituto Nacional de Aviação Civil, I.P. (INAC)
Direção Geral de Saúde (DGS)
Instituto Nacional de Emergência Médica, I.P. (INEM)
Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DRADR-Região Autónoma dos Açores)
Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DRADR Região Autónoma da Madeira)
Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP)
Confederação Nacional de Agricultura (CNA)
Confederação das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal, C. C. R. L (CONFAGRI)
Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP)
Confederação Nacional dos Jovens Agricultores e do Desenvolvimento Rural (CNJ)
Federação Nacional das Associações de Agricultura Sustentável, de Proteção Integrada e Produção Integrada (FNAASPPI)
Federação Nacional dos Apicultores de Portugal (FNAP)
Associação Nacional da Indústria para a Proteção das Plantas (ANIPLA)
Associação de Grossistas de Produtos Químicos e Farmacêuticos (GROQUIFAR)
Professor Doutor António Maria Marques Mexia
Mestre Maria do Céu Costa Godinho.
117
Anexo V - Entidades competentes
Entidades Coordenadoras no âmbito do PAN
Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV)
Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR)
Gabinete de Planeamento e Políticas (GPP)
Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I.P. (INIAV- I.P.)
Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC)
Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) / Centro de Informação Antivenenos (CIAV)
Direções Regionais de Agricultura e Pescas (DRAP)
Entidades executoras no âmbito do PAN
Direção-Geral de Veterinária (DGAV)
Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR)
Gabinete de Planeamento e Políticas (GPP)
Agência Portuguesa do Ambiente, I.P. (APA)
Associação Nacional dos Produtores e Comerciantes de Sementes (ANSEME)
Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo (ANPROMIS)
Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED)
Associação Nacional da Industria para a Proteção das Plantas (ANIPLA)
Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP)
Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE)
Associação de Grossistas de Produtos Químicos e Farmacêuticos (GROQUIFAR)
Centros de Inspeção Periódica obrigatória de equipamentos de aplicação de Produtos fitofarmacêuticos (CIPP)
Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP)
Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal, CCRL (CONFAGRI)
Confederação Nacional dos Agricultores (CNA)
Entidade Reguladora de Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR)
Federação Nacional das Associações de Agricultura Sustentável, de Proteção Integrada e Produção Integrada (FNAASPPI)
Federação Nacional dos Apicultores de Portugal (FNAP)
Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas, I.P. (IFAP)
118
Instituto Nacional de Estatística (INE)
Inspeção Regional das Atividades Económicas dos Açores (IRAE Açores)
Inspeção Regional das Atividades Económicas da Madeira (IRAE Madeira)
Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC)
Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, I.P. (ICNF)
Direções Regionais de Agricultura e Pescas (DRAP)
Direção-Geral de Saúde (DGS)
Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) / Centro de Informação Antivenenos (CIAV)
Guarda Nacional Republicana (GNR)/Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA)
119
Anexo VI: Glossário
AESA, EFSA – Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar
APA, I.P. – Agência Portuguesa do Ambiente
APF – Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos (Curso)
CIPP – Centro de Inspeção Periódica obrigatória de equipamentos de aplicação de Produtos fitofarmacêuticos
DCAPF – Distribuição, Comercialização e Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos (Curso)
DCPF- Distribuição e Comercialização de Produtos Fitofarmacêuticos (Curso)
EPI – Equipamento de Proteção Individual
ERSAR – Entidade Reguladora de Sistemas de Águas e Resíduos
FAQ – “Frequently Asked Questions” (Questões colocadas frequentemente)
LMR – Limite Máximo de Resíduos
MPB – Modo de Produção Biológico
NEA – Nível Económico de Ataque
NQ – Norma de Qualidade
NQA – Norma de Qualidade Ambiental
PAC – Política Agrícola Comum
PAN – Plano de Ação Nacional
PF - Produto Fitofarmacêutico
PI – Proteção Integrada
PNCR – Plano Nacional de Controlo de Resíduos
PRODI – Produção Integrada
RA – Região Autónoma (Madeira e Açores)
RM – Reconhecimento Mútuo
S/N – Sim/Não
SAA – Serviço de Aconselhamento Agrícola
SNAA – Serviço Nacional de Avisos Agrícolas
VALORFITO/SIGERU – Sistema Integrado de Gestão de Embalagens e Resíduos em Agricultura, Lda.
120
Lisboa 2013
PLANO DE AÇÃO NACIONAL
PARA O
USO SUSTENTÁVEL
DOS PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS
- CONTEXTO NACIONAL DA UTILIZAÇÃO DE PRODUTOS
FITOFARMACÊUTICOS -
(VOLUME II)
PLANO DE AÇÃO NACIONAL
PARA O
USO SUSTENTÁVEL
DOS PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS
CONTEXTO NACIONAL DA UTILIZAÇÂO DE PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS
(VOLUME II)
Lisboa
2013
3
ÍNDICE
I. Introdução ............................................................................................................................ 4
II. Utilização de Produtos Fitofarmacêuticos no Contexto Agroflorestal Nacional .................... 6
2.1. Caracterização social .......................................................................................................... 6
2.2.Evolução da superfície agrícola utilizada (SAU) e tipologia das explorações ...................... 7
2.3.Autorização de produtos fitofarmacêuticos em Portugal ...................................................... 7
2.4.Evolução das vendas de produtos fitofarmacêuticos ........................................................... 8
III. Contexto Nacional do Uso de Produtos Fitofarmacêuticos ................................................ 13
3.1.Enquadramento legal ......................................................................................................... 13
3.2. Situação atual ................................................................................................................... 27
3.2.1. Segurança na aplicação de produtos fitofarmacêuticos ............................................. 27
3.2.2. Formação, venda de produtos fitofarmacêuticos, informação e sensibilização .......... 29
3.2.3. Inspeção dos equipamentos de aplicação em utilização ............................................ 34
3.2.4. Aplicação aérea de produtos fitofarmacêuticos .......................................................... 35
3.2.5. Riscos/acidentes/incidentes ambientais com produtos fitofarmacêuticos .................. 35
3.2.6. Medidas específicas de proteção do ambiente aquático e da água destinada ao consumo humano ............................................................................................................ 37
3.2.7. Manuseamento e armazenamento de produtos fitofarmacêuticos e gestão dos resíduos de embalagens e dos excedentes de produtos fitofarmacêuticos .................. 41
3.2.8.Modos de proteção e produção sustentáveis .............................................................. 43
IV. Glossário ............................................................................................................................ 48
Direção-Geral de Alimentação e Veterinária
Plano de Ação Nacional – Contexto Nacional da Utilização de Produtos Fitofarmacêuticos
4
I. Introdução
A colocação no mercado e comercialização de produtos fitofarmacêuticos no espaço europeu está fortemente
regulamentada e constituiu-se como um quadro de regras harmonizadas com vista à garantia de um elevado nível de
proteção da saúde humana e animal e do ambiente, preservando simultaneamente a competitividade da agricultura da
Comunidade, princípios estes adotados desde 1991, no âmbito da publicação da Diretiva 91/414/CEE, relativa à
colocação no mercado de produtos fitofarmacêuticos.
O uso de produtos fitofarmacêuticos pode promover benefícios significativos para a sociedade através do aumento da
disponibilidade de géneros alimentícios de boa qualidade, a preços razoáveis. No entanto, os produtos fitofarmacêuticos
podem, pela sua natureza, ser prejudiciais aos organismos vivos, havendo riscos associados à sua utilização. É
importante que esses riscos sejam avaliados com precisão e sejam definidas as medidas adequadas para os minimizar.
Recentemente foi publicada legislação comunitária inovadora no que respeita a produtos fitofarmacêuticos, constituindo o
que é vulgarmente conhecido pelo “pacote pesticidas”. Assim, a par da Diretiva nº 2009/128/CE, foi publicado o
Regulamento (CE) nº 1107/2009 relativo à colocação no mercado de produtos fitofarmacêuticos, que veio reforçar o nível
de exigência no que respeita à proteção da saúde humana e animal e do ambiente e melhorar o funcionamento do
mercado interno através da harmonização das normas de colocação no mercado dos produtos fitofarmacêuticos,
aplicando como base das suas disposições o reforço pelo princípio da precaução, a fim de garantir que as substâncias
ativas ou os produtos colocados no mercado não afetem negativamente a saúde humana ou animal ou o ambiente.
Com o objetivo da produção de dados estatísticos que permitam aos Estados Membros e à Comunidade no seu
conjunto, monitorizar a situação em cada momento e a sua progressão, foi também publicado em 2009, o Regulamento
(CE) n.º 1185/2009 relativo às estatísticas sobre produtos fitofarmacêuticos.
No que respeita em particular à Diretiva nº 2009/128/CE que estabelece a obrigatoriedade dos Estados Membros (EM)
apresentarem à Comissão Europeia os seus Planos de Ação Nacionais relativos ao uso sustentável de produtos
fitofarmacêuticos, podemos identificar diversas áreas em relação às quais são estabelecidas obrigações, tendo cada EM
alguma liberdade para as implementar, de acordo com a realidade nacional e no âmbito do princípio da subsidiariedade.
Tendo sempre como finalidade a proteção da saúde humana e do ambiente, a Diretiva abrange as condições de venda
de produtos fitofarmacêuticos, o bom funcionamento dos equipamentos de aplicação, a aplicação aérea, medidas
específicas de proteção dos recursos hídricos, aplicação em zonas específicas, manuseamento, armazenamento e
tratamento dos resíduos de embalagens e de excedentes e a extensão a todos os utilizadores profissionais da adoção
dos princípios da proteção integrada (PI). Transversalmente a todas estas áreas, é dado especial enfoque à formação
dos utilizadores profissionais e informação e sensibilização do público em geral. Não obstante o contexto geral da
Diretiva, e o enquadramento legal que proporciona, foi recentemente publicada a Lei n.º 26/2013 de 11 de abril, que
regula as actividades de distribuição, venda e aplicação de produtos fitofarmacêuticos para uso profissional e de
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Plano de Ação Nacional – Contexto Nacional da Utilização de Produtos Fitofarmacêuticos
5
adjuvantes de produtos fitofarmacêuticos e define os procedimentos de monitorização à utilização dos produtos
fitofarmacêuticos, e que, juntamente com o Decreto-Lei nº 86/2010 de 15 de julho, procede à transposição da Diretiva
2009/128/CE, constituindo, assim, o novo quadro legal relativo ao qual deve obedecer a comercialização e utilização de
produtos fitofarmacêuticos.
No presente volume (Volume II), pretende-se efetuar o enquadramento da situação atual no que respeita à utilização de
produtos fitofarmacêuticos face à realidade da agricultura nacional, bem como referenciar legislação relevante para
diversas áreas relacionadas com o uso sustentável e sumarizar a atividade realizada num período anterior à publicação
da Diretiva. Esta abordagem permitiu perspetivar a necessidade de atuação, a qual é refletida na estratégia desenvolvida
no Volume I.
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Plano de Ação Nacional – Contexto Nacional da Utilização de Produtos Fitofarmacêuticos
6
II. Utilização de Produtos Fitofarmacêuticos no Contexto Agroflorestal Nacional
2.1. Caracterização social
De acordo com os resultados do Recenseamento Agrícola (INE, 2009), a população agrícola familiar, formada pelo
produtor agrícola e pelos membros do seu agregado doméstico, quer tenham trabalhado ou não na exploração, é
constituída por 793 mil indivíduos, representando cerca de 7% da população residente em Portugal.
A população rural envelheceu consideravelmente de 1999 para 2009, passando a média de idades dos 46 para os 52
anos. O número de indivíduos com idade igual ou superior a 65 anos, representava, em 2009, 1/3 da população em
causa, mais 9 % que em 1999.
O nível de instrução da população agrícola familiar é muito deficitário, uma vez que 40% dos indivíduos apenas
frequentaram o 1º ciclo e 22% não possuem qualquer nível de instrução. Apesar destes indicadores, registaram-se
melhorias significativas nos dez anos em estudo, pois a taxa de analfabetismo baixou 7 % e a frequência do ensino
secundário e superior aumentou 3%.
Analisando apenas os produtores agrícolas, estes continuavam a ser maioritariamente homens, embora as mulheres já
representem cerca de 1/3, mais 8 % que em 1999. A média de idades dos produtores agrícolas ronda os 63 anos, mais
11 anos do que a da população agrícola em geral. A análise da estrutura etária dos produtores agrícolas revela que
apenas 2% têm menos de 35 anos e quase metade (48%) ultrapassam os 65 anos.
O nível de instrução do produtor é baixo, existindo 22% de indivíduos sem qualquer nível de instrução, sendo que a
maioria somente possui o 1º ciclo. Em contrapartida, só 8% dos produtores agrícolas completaram o ensino secundário
ou pós secundário e destes apenas metade concluíram o ensino superior. Nos produtores com menos de 35 anos,
praticamente não existe analfabetismo e mais de 1/3 completaram o ensino secundário ou superior. Em contrapartida,
nos produtores com mais de 65 anos, o analfabetismo é ainda uma realidade muito presente. Fazendo um perfil tipo do
produtor agrícola português, este caracteriza-se por ser homem, ter 63 anos, tendo apenas completado o 1º ciclo do
ensino básico, ter formação agrícola exclusivamente prática e trabalhar nas atividades agrícolas da exploração cerca de
22 horas por semana.
Como se pode concluir desta caracterização sumária da população agrícola em Portugal, o envelhecimento da mesma e
o baixo nível de instrução aliado à pouca ou nenhuma formação específica, tornam extremamente necessária uma
intensa sensibilização e formação para ser possível atingir os objetivos da Lei n.º 26/2013..
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Plano de Ação Nacional – Contexto Nacional da Utilização de Produtos Fitofarmacêuticos
7
2.2.Evolução da superfície agrícola utilizada (SAU) e tipologia das explorações
De acordo com as Estatísticas Agrícolas (INE, 2010), em 2009 a Superfície Agrícola Utilizada (SAU) representava uma
área de 3 668 145 ha, num total de 303 867 explorações. Os valores comparativos de 1999 eram respetivamente de 3
863 094 ha e 412 612 explorações. Foram as pequenas explorações as que mais cessaram a sua atividade. Com efeito,
o desaparecimento das pequenas explorações com menos de 1 hectare de SAU atingiu os 41%, baixando para os 24%
nas unidades produtivas entre 1 a 5 hectares de SAU. Em contrapartida, o número de explorações com mais de 100
hectares de SAU registou um aumento na ordem de 6%. Os maiores abandonos da SAU ocorreram nas regiões do
Centro do país (Beira Litoral, Beira Interior e Ribatejo e Oeste) e no Algarve. A heterogeneidade da agricultura nacional é
demonstrada pela grande variabilidade da dimensão das explorações, evidenciada pelo facto de um reduzido número de
explorações de grande dimensão (266), com mais de 1 000 hectares, a explorar em 12% da SAU.
No que respeita a agricultura em modo de produção biológico, em 2009, a área abrangida era de 157 168 ha para 1 637
produtores, enquanto a produção animal em modo de produção biológico era praticada por 662 produtores.
De acordo com o Recenseamento Agrícola (INE, 2009), o Valor de Produção Padrão Total (VPPT) nacional ultrapassa os
4,6 mil milhões de euros por ano, contribuindo o Alentejo e o Ribatejo e Oeste com metade deste valor. As regiões do
Continente que menor participação têm na formação do VPPT nacional são o Algarve (3%) e a Beira Interior (6%). A
análise das explorações segundo a dimensão económica (DE) revela que as unidades produtivas de grande dimensão
(mais de 100 000 euros de VPPT), embora representem apenas 3% do universo das explorações agrícolas, originam
anualmente mais de metade do VPPT agrícola nacional, apresentando um VPPT médio por exploração de 304 mil euros,
20 vezes superior ao valor médio nacional que ronda os 15,2 mil euros por exploração. A grande assimetria da
agricultura nacional é, mais uma vez, demonstrada pelo facto de mais de 3/4 das explorações serem muito pequenas,
gerando, em média, somente 2,5 mil euros por exploração e contribuindo com apenas 13% para o VPPT agrícola
nacional.
É neste panorama de grandes assimetrias que é necessário encontrar soluções que tenham em conta as diferentes
realidades da agricultura nacional, contribuindo para a sua sustentabilidade.
2.3.Autorização de produtos fitofarmacêuticos em Portugal
Na data de 31 de dezembro de 2012, encontravam-se titulados com autorização de venda, 907 produtos
fitofarmacêuticos, com base em 248 substâncias ativas, distribuídas como evidenciado na figura seguinte:
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Plano de Ação Nacional – Contexto Nacional da Utilização de Produtos Fitofarmacêuticos
8
Fig. 2.3.1 - Distribuição de produtos fitofarmacêuticos por função (DGAV, 2013).
Da análise da figura, facilmente se constatará que os maiores volumes de produtos fitofarmacêuticos no mercado
nacional pertencem ao grupo dos fungicidas, seguidos de herbicidas e inseticidas, representando os restantes produtos,
no total, não mais de 15% do total de produtos fitofarmacêuticos comercializados em Portugal.
2.4.Evolução das vendas de produtos fitofarmacêuticos
De momento, as vendas de produtos fitofarmacêuticos, a nível nacional, constituem o indicador que nos dá uma
estimativa da utilização desses mesmos produtos. Ao abrigo do art.º 26º, do Decreto-Lei n.º 94/98, de 15 de abril, os
dados referentes a vendas de produtos fitofarmacêuticos devem ser comunicados anualmente à autoridade competente
nacional no âmbito da proteção das plantas, a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), pelas entidades
responsáveis pela sua colocação no mercado. O apuramento dos resultados é objeto de publicação anual pela DGAV.
Os dados sobre vendas referem-se a dados fornecidos por empresas ou suas representadas até 31 de maio de 2012, e
são trabalhados, por substância ativa (s.a.), e por grupo químico, agrupados segundo a sua função.
De acordo com a publicação referente aos dados de 2011, no final desse ano estavam titulados com autorização de
venda em Portugal 872 produtos fitofarmacêuticos (excluindo os que se encontravam em esgotamento de existências),
com base em 222 substâncias ativas.
Apresenta-se, no Quadro seguinte, o volume de vendas de produtos fitofarmacêuticos em 2011, por função.
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9
Quadro 2.4.1 – Vendas de produtos fitofarmacêuticos em 2011 (Kg s.a.) (DGAV, 2012).
Quantidade
(Kg de sa) Fungicidas
9 968 444
Inorgânicos 7 412 771 Cúpricos Enxofre
715 662 6 697 109
Benzimidazóis 16 584 Diazói, imazidois e triazóis 38 871 Carbamatos e Ditiocarbamatos 1 683 964 Morfolinas 17 233 Outros 799 032 Herbicidas
1 995 271
Fenoxi-fitohormonas 48 972 Triazinas e triazinonas 190 919 Amidas a amilidas 160 192 Carbamatos e biscarbamatos 2 706 Dinitroalaninas 31 267 Derivados da ureia, uracilos e sulfonilureias 34 209 Outros 1 527 007 Inseticidas e acaricidas
334 400
Piretróides 7 327 Carbamatos e oximacarbamatos 12 352 Organofosforados 301 782 Produtos de origem biológica e botânica 2 063 Outros 10 967 Reguladores de crescimento das plantas
3 868
Moluscicidas Outros produtos fitofarmacêuticos
10 317 1 690 163
Óleo mineral 542 247 Fumigantes de solo 1 316 413 Rodenticidas 6 314 Todos os restantes produtos fitofarmacêuticos 21 104
TOTAL* 14 002 464
* Acerto de decimais devido a soma de acertos nas parcelas.
Os fungicidas representam cerca de 71% dos produtos fitofarmacêuticos vendidos. O enxofre, representando 90% do
volume de vendas de fungicidas inorgânicos contribuiu com 67% da totalidade de fungicidas e representou 48% do total
das vendas de produtos fitofarmacêuticos.
Os herbicidas representaram cerca de 14% das vendas de produtos fitofarmacêuticos. A venda de inseticidas/acaricidas
representou 2% do total de vendas de produtos fitofarmacêuticos. Os produtos dos grupos dos nematodicidas e
fumigantes do solo contabilizaram 8% do total de vendas. Os restantes grupos de produtos fitofarmacêuticos apresentam
valores de vendas sem expressão no valor total em causa.
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10
Apresentam-se gráficos da evolução, relativa a cinco anos (2007-2011), no que respeita ao total das vendas e aos
principais grupos (Figs. 2.4.1. a 2.4.5.).
Fig.2.4.1 – Evolução do total das vendas de produtos fitofarmacêuticos (DGAV, 2012).
Fig.2.4.2. – Evolução das vendas de fungicidas (DGAV, 2012).
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11
Fig.2.4.3. – Evolução das vendas de enxofre (DGAV, 2012).
Fig.2.4.4. – Evolução das vendas de herbicidas (DGAV, 2012).
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12
Fig.2.4.5. – Evolução das vendas de inseticidas e acaricidas (DGAV, 2012).
De acordo com as Estatísticas Agrícolas (INE, 2011), o ratio vendas de produtos fitofarmacêuticos/superfície agrícola
utilizada, foi em 2008, 2009, 2010 de 4.6, 3.8 e 3.8 , respetivamente. Se às vendas totais for subtraído o valor do enxofre,
este ratio apresenta valores de 1.9, 2.0, 1.9, respetivamente.
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III. Contexto Nacional do Uso de Produtos Fitofarmacêuticos
3.1.Enquadramento legal
Portugal, pela sua situação geográfica e condições climáticas favoráveis, apresenta uma variabilidade agronómica
significativa, no que diz respeito a culturas praticadas, proporcionando, também, a existência de um elevado número de
problemas fitossanitários associados, que exigem, por seu turno, uma estratégia de proteção das culturas com recurso
intensivo aos vários meios de luta disponíveis, em particular, a utilização de produtos fitofarmacêuticos, que deverão ser
em número e diversidade química (diferentes modos de ação) suficiente para uma correta prevenção de fenómenos de
resistência dos inimigos das culturas.
Neste contexto, o recurso a produtos fitofarmacêuticos como fator de produção assume uma importância significativa,
sendo-lhes apontada uma quota-parte importante do rendimento obtido na produção, variável consoante a cultura em
causa e a intensidade de utilização de produtos fitofarmacêuticos na proteção fitossanitária, dependente, por sua vez, no
número, tipo e severidade de efeitos causados pelos diversos inimigos das culturas.
A Diretiva nº 2009/128/CE prevê a articulação com a Diretiva Quadro da Água (Diretiva 2000/60/CE do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 23 de Outubro, que estabelece um quadro de ação comunitária no domínio da política da
água), devendo por isso este plano de ação ter em consideração as disposições e a filosofia daquela Diretiva
nomeadamente no que respeita à proteção dos recursos hídricos,
Identifica-se, sumariamente, a legislação nacional e comunitária cuja aplicação no território nacional tem repercussões
diretas ou indiretas na comercialização e utilização de produtos fitofarmacêuticos.
a) Colocação no mercado de produtos fitofarmacêuticos
• Decreto-Lei nº 94/98 de 15 de abril, que enuncia as normas técnicas de execução do Decreto-Lei nº 284/94, de
11 de novembro, que transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva 91/414/CEE, do Conselho, de 25 de julho,
relativa à colocação no mercado de produtos fitofarmacêuticos, e estabelece o regime de homologação,
autorização, lançamento no mercado, utilização, controlo e fiscalização de produtos fitofarmacêuticos.
Este diploma estabelece um procedimento harmonizado e uniforme, entre Estados Membros, para a homologação de
produtos fitofarmacêuticos, assente em princípios de precaução e prevenção dos riscos e efeitos destes produtos na
saúde humana e no ambiente. Introduz, pela primeira vez, um sistema harmonizado e uniforme para a avaliação
comunitária de substâncias ativas com vista à sua aprovação a nível comunitário e respetiva inclusão no Anexo I da
Diretiva 91/414/CEE, pela aplicação de exigências de dados e informações relativas à substância ativa e produto
fitofarmacêutico previstas, respetivamente no seu Anexo II e Anexo III e, ainda, Princípios Uniformes de avaliação e
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decisão, previstos no Anexo VI daquele diploma, a serem aplicados na autorização dos produtos fitofarmacêuticos,
procedimento este, nacional e respeitando o principio de subsidiariedade entre Estados membros.
A implementação da Diretiva 91/414/CEE a nível comunitário e nacional, previa a revisão à luz de determinadas
exigências, em matéria de propriedades físicas e químicas, métodos de análise, toxicologia e saúde dos consumidores,
ecotoxicologia e ambiente, coerentes com o progresso técnico científico então verificado, de cerca de 1000 substâncias
ativas e culminou com a retirada do mercado comunitário de mais de 600 substâncias ativas, reduzindo-se, assim,
significativamente, o número de substâncias passíveis de utilizar em produtos fitofarmacêuticos.
A par da revisão comunitária das substâncias, novas substâncias que, entretanto, são introduzidas no mercado, são
também avaliadas segundo os mesmos princípios.
Para além das disposições previstas nos Anexos II, III e VI da Diretiva, nos seus Anexos IV e V estão previstas
indicações relativas a riscos identificados na avaliação das características intrínsecas da substância e do seu produto
fitofarmacêutico e a medidas de segurança a tomar de modo a reduzir ao mínimo o risco associado à utilização do
produto fitofarmacêutico em causa, que os Estados Membros adotam após avaliação daquele produto nas suas várias
componentes, tendo ainda em conta a prática agrícola associada àquele produto. Estas indicações são de aposição
obrigatória no rótulo das embalagens e do cumprimento das mesmas está o utilizador daquele produto obrigado.
Este diploma foi, entretanto, revogado pelo Regulamento (CE) nº 1107/2009, aplicando-se transitoriamente, contudo,
algumas disposições particulares previstas naquele diploma.
• Regulamento (CE) nº 1107/2009 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de outubro, relativo à
colocação dos produtos fitofarmacêuticos no mercado e que revoga as Diretivas 79/117/CEE e 91/414/CEE do
Conselho.
Esta legislação comunitária, de aplicação direta nos Estados Membros (EM), constitui o enquadramento legal atual para
a autorização de produtos fitofarmacêuticos no território português, cujos objetivos, assentes no reforço do princípio de
precaução, pretendem garantir um elevado nível de proteção da saúde humana e do ambiente, preservando
simultaneamente, a competitividade da agricultura.
Esta legislação revê e atualiza a legislação anterior, nomeadamente a Diretiva 91/414/CEE, mantendo o procedimento
comunitário harmonizado para aprovação das substâncias ativas em que intervêm os Estados Membros, a Comissão
Europeia (COM) e a Autoridade para a Segurança Alimentar (EFSA). A avaliação de substâncias pressupõe a sua
apreciação a nível comunitário e a autorização nacional do produto fitofarmacêutico, estando o espaço europeu dividido
em três zonas, o que pressupõe a apresentação zonal de um pedido de autorização de colocação no mercado de um
produto fitofarmacêutico e partilha de trabalho entre EM com vista à autorização desse produto a nível nacional.
Compreende, entre outros aspetos, a avaliação do seu destino e comportamento nos diversos compartimentos
ambientais, solo, águas subterrâneas e superficiais, ar e efeitos sobre organismos não visados com a sua utilização,
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nomeadamente plantas, aves e outros vertebrados terrestres, organismos aquáticos incluindo peixes, invertebrados,
algas e plantas superiores, artrópodes úteis incluindo abelhas e outros polinizadores, macro e microorganismos do solo
e, ainda, o possível impacto no tratamento de águas residuais.
Do conteúdo de uma autorização constam condições e restrições relativas ao produto fitofarmacêutico que pretendem
assegurar uma utilização segura do mesmo, incluindo a sua classificação, a categoria de utilizador a que se destina e
indicações de segurança que devem ser observadas no manuseamento e aplicação do produto e no manuseamento dos
seus resíduos de embalagem.
Este diploma incorpora, ainda, aspetos de particular importância que também concorrem para os objetivos delineados na
Diretiva nº 128/2009/CE, nomeadamente, a obrigatoriedade de registo de todas as atividades profissionais relacionadas
com a colocação no mercado, comercialização e distribuição e, ainda, a aplicação de produtos fitofarmacêuticos,
dedicando, igualmente, particular atenção ao uso correto de produtos fitofarmacêuticos.
b) Comercialização, distribuição e utilização de produtos fitofarmacêuticos
• Decreto-Lei nº 173/2005, de 21 de outubro, que regula as atividades de distribuição, venda, prestação de
serviços de aplicação de produtos fitofarmacêuticos e a sua aplicação pelos utilizadores finais.
Este diploma veio criar um primeiro quadro nacional disciplinador das atividades comerciais de distribuição e venda de
produtos fitofarmacêuticos com vista à redução do risco e dos impactes destes produtos na saúde humana e no
ambiente, procurando, desde logo, ir de encontro aos objetivos traçados na estratégia temática relativa ao uso
sustentado dos produtos fitofarmacêuticos elaborada pela Comissão Europeia. Através deste quadro legal, foram
definidos os fundamentos de uma venda responsável de produtos fitofarmacêuticos, através da criação da figura do
técnico responsável pelas atividades de distribuição e venda ao qual é exigida formação adequada às suas funções, o
mesmo se aplicando ao operador de venda, cujas funções estão relacionadas com venda e manipulação dos produtos
fitofarmacêuticos. Este diploma contribuiu, também, para a promoção de boas praticas no armazenamento de produtos
fitofarmacêuticos, criando medidas disciplinadoras para o exercício de atividades de distribuição e venda de produtos
fitofarmacêuticos, para a instalação de locais de armazenamento ou distribuição de produtos e, ainda, no licenciamento
de postos de venda destes produtos, obedecendo, ainda, à legislação em vigor relativa a higiene e segurança no
trabalho e de proteção contra riscos de incêndios.
Foi, ainda, através deste quadro legal, criado um regime sancionatório para a comercialização e utilização indevida de
produtos fitofarmacêuticos restringindo a sua aplicação apenas a utilizadores profissionais que demonstrem competência
técnica e estejam munidos dos respetivos certificados.
• Lei n.º 26/2013 , que regula as atividades de distribuição, venda e aplicação de produtos fitofarmacêuticos para
uso profissional e de adjuvantes de produtos fitofarmacêuticos e define os procedimentos de monitorização à
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utilização dos produtos fitofarmacêuticos, transpondo a Diretiva n.º 2009/128/CE, do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 21 de outubro, que estabelece um quadro de ação a nível comunitário para uma utilização
sustentável dos pesticidas e revogando a Lei n.º 10/93, de 6 de abril, e o Decreto-Lei n.º 173/2005, de 21 de
outubro.
Este diploma vem atualizar e reforçar as disposições anteriormente estabelecidas no D.L. n.º 173/2005, revogando-o.
Constitui, contudo, uma adaptação às novas orientações comunitárias estabelecidas no quadro da Diretiva 2009/128, a
qual assenta na utilização sustentável dos pesticidas através da redução dos riscos e efeitos da sua utilização na saúde
humana e no ambiente, promovendo o recurso à proteção integrada ou a técnicas alternativas, tais como as alternativas
não químicas aos pesticidas. São, portanto, desenvolvidos neste diploma, os aspectos relativos à segurança na
comercialização, no armazenamento e na utilização de produtos fitofarmacêuticos e a monitorização dos registos
relativos a essas atividades; são reguladas as aplicações aéreas, obedecendo, todavia ao princípio geral de proibição; e
é também regulada a aplicação de produtos fitofarmacêuticos em espaços urbanos, áreas de lazer e vias de
comunicação.
• Decreto-Lei nº 101/2009, de 11 de maio, que regula o uso não profissional de produtos fitofarmacêuticos em
ambiente doméstico, estabelecendo condições para a sua autorização, venda e aplicação.
Este diploma destina-se a enquadrar a autorização, venda e utilização de produtos fitofarmacêuticos em ambiente
doméstico e por utilizadores não profissionais, sendo que estes produtos podem ser adquiridos, manuseados e aplicados
pelo público em geral na proteção fitossanitária a nível doméstico, quer no interior das suas habitações quer nos terrenos
circundantes ou próximos. Deriva, naturalmente, deste enquadramento que ao público em geral é restringido o acesso a
certas categorias de produtos, nomeadamente os produtos considerados de elevada toxicidade para o homem ou que
representem uma perigosidade particular para a saúde humana em resultado da exposição ao produto durante o seu
manuseamento ou aplicação. A estes produtos é, contudo, permitida a sua comercialização em espaços comerciais,
ainda que em espaços não destinados exclusivamente à venda de produtos fitofarmacêuticos, devendo, contudo, estar
separados dos restantes bens de consumo. Os estabelecimentos de venda devem, ainda, e para estes produtos,
assegurar que estão disponíveis ou podem ser fornecidas informações tendo em vista o seu manuseamento e utilização
em segurança, quando da sua aquisição pelo público em geral.
É, também, neste diploma vedada a aplicação por utilizadores não profissionais, de produtos fitofarmacêuticos
autorizados para uso por agricultores e outros aplicadores profissionais.
• Decreto-Lei nº 86/2010, de 15 de julho, que estabelece o regime de inspeção obrigatória dos equipamentos de
aplicação de produtos fitofarmacêuticos autorizados para uso profissional.
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A publicação do Decreto-Lei nº 86/2010 estabeleceu o regime de inspeção obrigatória dos equipamentos de aplicação
terrestre de produtos fitofarmacêuticos autorizados para uso profissional e transpôs para o ordenamento jurídico interno a
Diretiva 128/2009/CE no respeitante ao seu artigo 8º.Em particular, visa assegurar que todos os equipamentos de
aplicação de produtos fitofarmacêuticos devam ser inspecionados regularmente prevendo, contudo, a isenção de
inspeção dos equipamentos de aplicação manual e dos equipamentos que não se destinam a pulverização de produtos
fitofarmacêuticos sem descurar a necessidade de uma verificação, calibração e manutenção periódica dos aparelhos de
modo a assegurar o seu correto funcionamento.
São, ainda neste âmbito, criados Centros de Inspeção Periódica obrigatória dos equipamentos de aplicação de produtos
fitofarmacêuticos (Centros IPP), devidamente licenciados, e está prevista a habilitação de técnicos com formação
adequada para a inspeção dos equipamentos e acessórios essenciais para o seu correto funcionamento.
• Decreto-Lei nº 187/2006 de 19 de setembro, que estabelece as condições e procedimentos de segurança no
âmbito dos sistemas de gestão de resíduos de embalagens e de resíduos de excedentes de produtos
fitofarmacêuticos.
Ao abrigo do Decreto-Lei n.º 187/2006 é estabelecido o enquadramento legal para a gestão de resíduos de embalagens
e de resíduos de excedentes de produtos fitofarmacêuticos ao nível da exploração agrícola e são definidos
procedimentos para o seu acondicionamento e recolha, quer na exploração, quer no local de receção, respeitando
princípios de segurança ambiental, vindo, portanto, complementar e alterar as disposições estabelecidas no artigo 19.º
do Decreto-Lei n.º 173/2005. O diploma regulamenta o funcionamento dos sistemas de gestão (individual ou coletivo)
daqueles resíduos, remetendo o seu licenciamento/autorização para a Portaria n.º 29-B/98, de 15 de janeiro, assentes na
co-responsabilização dos vários intervenientes, desde as empresas detentoras de autorização de venda ou de
importação paralela de produtos fitofarmacêuticos aos utilizadores finais. São, ainda, definidos os procedimentos de
segurança a que devem obedecer as instalações utilizadas para a receção, recolha, armazenamento temporário e
encaminhamento de resíduos de embalagens e de resíduos de excedentes de produtos fitofarmacêuticos. De acordo
com estes procedimentos, o agricultor na sua exploração, procede, conforme indicação no rótulo do respetivo produto, a
operações tendentes à minimização do nível de resíduos na embalagem, incluindo a tripla lavagem e eventual
inutilização da embalagem vazia, dependendo do tipo material e capacidade da embalagem; ao seu acondicionamento
em sacos de recolha e envio posterior para centros de receção autorizados, em datas pré estabelecidas, os quais
encaminham esses resíduos, no âmbito do sistema de gestão e valorização de resíduos de produtos fitofarmacêuticos,
para futura valorização energética ou eliminação. Encontra-se, igualmente, prevista a criação de centros de receção,
vinculados aos sistemas de gestão licenciados, que se constituem como locais destinados à receção dos resíduos de
embalagens ou de excedentes de produtos fitofarmacêuticos e que, no seu conjunto, tenderão a formar uma rede
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nacional organizada segundo critérios de proximidade, suscetíveis de incentivar o encaminhamento daqueles resíduos
para os sistemas de gestão.
• Portaria nº 758/2007 de 3 de julho, que remete para a empresa detentora da autorização de venda ou de
autorização de importação paralela do produto fitofarmacêutico, a responsabilidade pela recolha e gestão dos
resíduos de embalagem de produtos fitofarmacêuticos com capacidade ou peso iguais ou superiores a 250 l ou
250 kg.
Esta portaria veio definir a quem compete a responsabilidade pela recolha dos resíduos de embalagens com capacidade
ou peso iguais ou superiores a 250 l ou 250 kg, referidos na alínea b) do nº 1 do artigo 5.º do Decreto-Lei nº 187/2006 de
19 de setembro, atribuindo-a à empresa detentora da autorização de venda ou à empresa detentora de autorização de
importação paralela, até que se verifique o licenciamento de entidades gestoras de resíduos de embalagens de produtos
fitofarmacêuticos para a capacidade ou peso acima referidos.
• Decreto–Lei n.º 147/2008, de 29 de julho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 245/2009, de 22 de setembro, pelo
Decreto-Lei n.º 29-A/2011, de 1 de março e pelo Decreto-Lei n.º 60/2012, de 14 de março, que estabelece o
regime jurídico da responsabilidade por danos ambientais e transpõe para a ordem jurídica nacional a Diretiva
n.º 2004/35/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de Abril de 2004, que aprovou, com base no
princípio do poluidor-pagador, o regime relativo à responsabilidade ambiental aplicável à prevenção e reparação
dos danos ambientais, com a alteração que lhe foi introduzida pela Diretiva n.º 2006/21/CE, do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 15 de março de 2006, relativa à gestão de resíduos da indústria extrativa e pela
Diretiva 2009/31/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de Abril, relativa ao armazenamento
geológico de dióxido de carbono.
Este decreto-lei aplica-se aos danos ambientais, bem como às ameaças iminentes desses danos, causadas por qualquer
atividade ocupacional desenvolvida no âmbito de uma atividade económica, mesmo se causados por uma situação de
contaminação de caráter difuso. O operador que causar dano ambiental ou uma ameaça iminente de dano ambiental
está obrigado a adotar de imediato as medidas necessárias e adequadas à prevenção e reparação desses danos ou
ameaças. Entre as atividades ocupacionais abrangidas por esta legislação, consta a utilização de produtos
fitofarmacêuticos (alínea c) do n.º 7 do Anexo III).
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c) Classificação, embalagem e rotulagem de produtos fitofarmacêuticos
• Decreto-Lei nº 82/2003, de 23 de abril, aprova o Regulamento para a classificação, embalagem Rotulagem e
Fichas de dados de Segurança de Preparações Perigosas.
Na classificação, embalagem e rotulagem de produtos fitofarmacêuticos, importa referir a aplicação do D.L. 82/2003,
relativo à classificação, embalagem e rotulagem de preparações perigosas, que transpõe a Diretiva 1999/45/CE, do
Parlamento Europeu e e do Conselho, de 31 de maio. Este diploma, na sua última redação, dada pelo D.L. 63/2008 de 2
de abril, e o qual será, de forma faseada, revogado pelo Regulamento (CE) nº 1272/2008 do Parlamento Europeu e e do
Conselho, de 16 de dezembro, prevê a obrigatoriedade da classificação, embalagem e rotulagem das preparações
perigosas prévia à sua colocação no mercado, aplicando-se, portanto, a produtos fitofarmacêuticos e complementando a
legislação relativa à colocação destes produtos no mercado.
Na observância deste Regulamento e complementado por este, é também aplicado o Regulamento (EU) nº 547/2009 de
8 de junho que implementa o Regulamento (EU) nº 1107/2009 no que diz respeito a exigências de rotulagem para
produtos fitofarmacêuticos, em particular.
d) Estabelecimento de Limites Máximos de Resíduos (LMR) e seu controlo
• Regulamento (CE) n.º 178/2002, de 28 de janeiro, que determina os princípios e normas gerais da legislação
alimentar, cria a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos e estabelece os procedimentos em
matéria de segurança dos géneros alimentícios.
• Regulamento (CE) n.º 882/2004, de 29 de abril, relativo aos controlos oficiais realizados para assegurar a
verificação da legislação relativa aos alimentos para animais e aos géneros alimentícios e das normas relativas à
saúde e bem-estar dos animais.
• Regulamento (CE) n.º 396/2005, de 23 de fevereiro, relativo aos limites máximos de resíduos de produtos
fitofarmacêuticos no interior e à superfície dos géneros alimentícios e dos alimentos para animais, de origem
vegetal ou animal, e que altera a Diretiva 91/414/CEE do Conselho.
• Regulamento (CE) n.º 669/2009, de 24 de julho, que dá execução ao Regulamento (CE) n.º 882/2004, no que
respeita aos controlos oficiais reforçados na importação de certos alimentos para animais e géneros alimentícios
de origem não animal e que altera a Decisão 2006/504/CE
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• Regulamento (UE) n.º 1277/2011, de 08 de dezembro, que substitui o anexo I do Regulamento 669/2009, que
dá execução ao Regulamento (CE) n.º 882/2004, no que respeita aos controlos oficiais reforçados na importação
de certos alimentos para animais e géneros alimentícios de origem não animal.
• Decreto-Lei n.º 144/2003, de 02 de julho (revogado, exceto artigos 10.º e 11.º), que estabelece o regime dos
limites máximos de resíduos de produtos fitofarmacêuticos permitidos nos produtos agrícolas de origem vegetal
destinados à alimentação humana ou, ainda que ocasionalmente, à alimentação animal, a seguir designados por
produtos agrícolas, bem como nos mesmos produtos agrícolas secados ou transformados, ou ainda depois de
incorporados em alimentos compostos, na medida em que possam conter resíduos de produtos
fitofarmacêuticos.
• Decreto-Lei n.º 39/2009, de 10 de fevereiro, que assegura a execução e garante o cumprimento, na ordem
jurídica interna, das obrigações decorrentes do Regulamento (CE) n.º 396/2005.
Em particular, o Regulamento (CE) n.º 396/2005 cria o regime de estabelecimento de Limites Máximos de Resíduos
(LMR) de produtos fitofarmacêuticos em géneros alimentícios e alimentos para animais harmonizados a nível europeu e
institui os procedimentos para o seu controlo. Trata-se da ferramenta legal base para a definição dos LMR que
constituem uma referência que, não sendo ultrapassada, atesta a segurança alimentar e permite a livre circulação no
mercado europeu de produtos vegetais tratados com produtos fitofarmacêuticos. O estabelecimento dos LMR, não tem
somente uma componente de segurança alimentar, mas tem, igualmente, uma função de controlo da utilização de
produtos fitofarmacêuticos nas culturas.
O Regulamento (CE) nº 396/2005 estabelece, ainda, a obrigatoriedade de os Estados-Membros definirem os seus
programas nacionais plurianuais de controlo de resíduos de pesticidas em produtos de origem vegetal e de apresentarem
os respetivos resultados à Comissão Europeia, à Autoridade Europeia da Segurança Alimentar e aos outros Estados-
Membros.
O principal objetivo é o da avaliação da exposição dos consumidores nacionais e europeus aos resíduos de pesticidas
nos produtos agrícolas de origem vegetal destinados à alimentação humana, através da seleção apropriada dos mesmos
e dos pesticidas, segundo um plano de amostragem representativa e exequível atendendo às capacidades instaladas
nos laboratórios de análise de resíduos de pesticidas. Adicionalmente, procura garantir o cumprimento por parte dos
operadores da cadeia alimentar da legislação nacional e comunitária relativa aos resíduos de pesticidas em produtos
agrícolas de origem vegetal, destinados à alimentação humana.
Em complemento à anterior legislação é de referir, ainda:
• Decreto-Lei n.º 53/2008, de 25 de março, que transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º
2006/125/CE, da Comissão, de 05 de dezembro, e estabelece o regime jurídico aplicável aos géneros
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alimentícios para utilização nutricional especial que satisfaçam os requisitos específicos relativos aos lactentes e
crianças de pouca idade saudáveis e destinados a lactentes em fase de desmame e a crianças de pouca idade
em suplemento das suas dietas e ou adaptação progressiva à alimentação normal.
• Decreto-Lei n.º 217/2008, de 11 de novembro, que transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva
n.º 2006/141/CE, da Comissão, de 22 de dezembro, na parte relativa às fórmulas para latentes e fórmulas de
transição, estabelece o respetivo regime jurídico e revoga os Decretos-Leis n.º 220/99, de 16 de junho,
286/2000, de 10 de novembro, e 138/2004, de 5 de junho.
Os Decretos-Lei n.º 53/2008 e 217/2008 estabelecem um limite transversal de resíduos de cada pesticida em específico
de 0,01mg/kg de produto pronto para consumo ou reconstituído de acordo com as instruções do fabricante,
respetivamente para os alimentos à base de cereais e os alimentos para bebés e para fórmulas para lactentes e fórmulas
de transição, estipulando contudo exceções a este limite. Determinam ainda a proibição do uso de alguns pesticidas nos
produtos agrícolas destinados àquelas fórmulas, estipulando a redução do referido limite para 0,003mg/kg.
É produzido um relatório anual relativo à execução do programa de controlo, sendo a coordenação deste da
responsabilidade da DGAV.
e) Conservação da biodiversidade
• Decreto-Lei nº 140/99, republicado pelo Decreto-Lei nº 49/2005, que transpõe para o direito interno a Diretiva
nº 79/409/CEE, relativa à conservação das aves selvagens e a Diretiva nº 92/43/CEE, relativa à preservação
dos habitats naturais e da fauna e flora selvagens.
• Decreto-Lei nº 142/2008, que estabelece o regime jurídico da conservação da natureza e da biodiversidade.
f) Qualidade ambiental no domínio da política da água
• Lei n.º 58/2005 de 29 de dezembro, que aprova a Lei da Água, transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva
n-º 2000/60/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho de 23 de outubro e estabelece as bases e o quadro
institucional para a gestão sustentável das águas, tendo sido alterada pelo Decreto-Lei nº 245/2009, de 22 de
Setembro e pelo Dectreto-Lei nº 130/2012, de 22 de junho. Tendo como finalidade conservar e melhorar o
ambiente aquático, este diploma estabelece o enquadramento para a gestão das águas superficiais e
subterrâneas, com vista a evitar a continuação da sua degradação e, proteger e melhorar o estado dos
ecossistemas aquáticos, terrestres e zonas húmidas, promover uma utilização sustentada da água, baseada
numa protecção a longo prazo dos recursos hídricos disponíveis; obter uma proteção reforçada e um
melhoramento do ambiente aquático através de medidas de redução ou eliminação das descargas, emissões e
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perdas de substâncias prioritárias, assegurar a redução gradual da poluição das águas subterrâneas e evitar o
agravamento da sua poluição.
A Lei da Água (tendo por base a Diretiva Quadro da Água) visa, assim, proteger as massas de água superficiais e as
massas de água subterrâneas e fixa 2015 como o ano em que devem ser atingidos os objetivos ambientais, através da
adoção de medidas definidas em normativos legislativos e em instrumentos de planeamento (Planos de Gestão de
Região Hidrográfica – PGRH, Plano Nacional da Água – PNA, entre outros).
Neste contexto, deve ser garantido o bom estado/potencial ecológico e o bom estado químico das massas de água
superficiais, e o bom estado, quantitativo e químico, das massas de água subterrâneas, até 2015 (sem prejuízo das
prorrogações e derrogações previstas).
No que diz respeito a pesticidas, as medidas previstas nesta legislação passam pela limitação ou mesmo interdição de
aplicação de produtos fitofarmacêuticos ou do seu armazenamento e, bem assim, da deposição dos seus resíduos em
zonas particularmente sensíveis. No caso de captações de água destinada a consumo humano, estabelece a
necessidade de delimitação de zonas de proteção dessas captações (designadamente da poluição causada por produtos
fitofarmacêuticos). Relativamente às substâncias prioritárias, que representam um risco significativo para o ambiente
aquático a sua emissão ou descarga deverá ser reduzida, ou mesmo eliminada, no caso das substâncias prioritárias
perigosas. Deverá também reduzir-se a poluição causada por outras substâncias perigosas suscetíveis de impedir que
sejam alcançados os objetivos para as massas de água superficiais.
A definição dos objetivos ambientais implica, igualmente, a existência de programas de monitorização da qualidade das
águas.
• Decreto-Lei n.º 77/2006 de 30 março, complementa a transposição da Diretiva n.º 2000/60/CE, do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 23 de outubro, que estabelece um quadro de ação comunitária no domínio da
política da água, em desenvolvimento do regime fixado na Lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro.
Neste diploma são definidas as normas técnicas para a caracterização e monitorização do estado qualitativo e
quantitativo das águas subterrâneas e superficiais, estabelecendo, igualmente, critérios para a definição de valores limite
de emissão e normas de qualidade ambiental para os principais poluentes, bem como a lista de substâncias prioritárias e
substâncias perigosas prioritárias, (revogada pelo Decreto-Lei nº 103/2010 de 24 de Setembro), sujeitas a redução ou
eliminação da sua emissão.
• Decreto-Lei n.º 226-A/2007 de 31 maio, com a sua redação atual, que estabelece o regime da utilização dos
recursos hídricos.
• Decreto-Lei n.º 208/2008 de 28 outubro, estabelece o regime de proteção das águas subterrâneas contra a
poluição e deterioração, transpondo para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 2006/118/CE, do Parlamento
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Europeu e do Conselho, de 12 de Dezembro. Este diploma fixa a Norma de Qualidade (NQ) para as águas
subterrâneas para pesticidas (incluindo os respetivos metabolitos e produtos de degradação e reação) em
0,1μg/l por substância ativa e em 0,5μg/l para a soma total de substâncias ativas detectadas. , Decreto-Lei n.º
107/2009 de 15 de maio, que aprova o regime de proteção das albufeiras de águas públicas de serviço público
e das lagoas ou lagos de águas públicas. Contempla também disposições que condicionam a utilização e o
armazenamento de pesticidas e a gestão de resíduos.
• Portaria n.º 1284/2009 de 19 outubro, estabelece o conteúdo dos planos de gestão de bacia hidrográfica.
• Decreto-Lei n.º 103/2010 de 24 setembro, que transpõe a Diretiva nº 2008/105/CE, do Parlamento Europeu e
do Conselho, de 16 de dezembro, e parcialmente a Diretiva nº 2009/90/CE, da Comissão, de 31 de julho, e
estabelece Normas de Qualidade Ambiental (NQA) relativas ao estado químico das massas de água superficiais
para 33 substâncias prioritárias e para outros 8 poluentes. No que diz respeito a produtos fitofarmacêuticos,
encontram-se listadas, como substâncias prioritárias, o alacloro, atrazina, clorfenvinfos, clorpirifos, diurão,
endossulfão, hexaclorobenzeno, hexaclorociclohexano (sendo o lindano o isómero γ do hexaclorociclohexano),
isoproturão, simazina e trifluralina.. Não estão, presentemente, autorizados produtos fitofarmacêuticos em
Portugal, contendo qualquer das substâncias perigosas prioritárias listadas. Foram incluídas no grupo dos
outros poluentes, o DDT (total e p-p’-DDT) e, relativamente aos ciclodienos, a aldrina, dieldrina, endrina e
isodrina. A lista de substâncias prioritárias foi recentemente revista a nível Comunitário, pela Diretiva
2013/39/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de agosto de 2013, que altera as Diretivas
2000/60/CE e 2008/105/CE no que respeita às substâncias prioritárias no domínio da política da água. Este
Decreto-Lei foi alterado pelo Decreto-Lei n.º 83/2011 de 20 de junho.
g) Qualidade da água destinada ao consumo humano
• Decreto-Lei n.º 382/1999 de 22 de setembro, estabelece as normas e critérios para a delimitação de
perímetros de proteção de captações de águas subterrâneas destinadas ao abastecimento público. Este
diploma determina expressamente que, na zona de proteção imediata, é interdita qualquer instalação ou
atividade (com exceção de atividades relativas à própria captação) e que, na zona de proteção intermédia,
podem ser interditas ou condicionadas algumas atividades, designadamente a aplicação de pesticidas móveis e
persistentes na água ou que possam formar substâncias tóxicas, persistentes ou bioacumuláveis. É
complementado pela Portaria n.º 702/2009 de 6 de julho que estabelece os termos da delimitação dos
perímetros de proteção das captações destinadas ao abastecimento público de água para consumo humano,
bem como os respetivos condicionamentos.
• Decreto-Lei n.º 306/2007 de 27 de agosto, estabelece o regime da qualidade da água destinada ao consumo
humano e procede à revisão do Decreto-Lei n.º 243/2001 de 05 de setembro.
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Esta legislação transpõe para o ordenamento jurídico interno a Diretiva 98/83/CE, de 03 de novembro. Ao abrigo desta
legislação, as entidades gestoras devem controlar os pesticidas cuja presença seja provável numa determinada zona de
abastecimento, tendo em conta a localização das suas origens de água, cabendo à Autoridade Fitossanitária Nacional, a
definição, para cada ano, dos pesticidas a pesquisar pelas entidades gestoras no ano seguinte, pressupondo também a
isenção de pesquisa de pesticidas em determinadas zonas de abastecimento mediante análise das práticas agrícolas
predominantes em cada região agrária, indicadores relativos à utilização de pesticidas na área de influência da captação
e ainda ao tipo e localização geográfica da captação.
h) Modos de proteção e produção sustentáveis
• Regulamento (CE) nº 1698/2005, de 20 de setembro, que estabelece as regras gerais do apoio ao
desenvolvimento rural sustentável que tem como objetivo designadamente, a melhoria do ambiente e da
paisagem rural.
• Regulamento (CE) nº 834/2007, de 28 de junho, relativo à produção biológica e à rotulagem, dos produtos
biológicos e que revoga o Regulamento (CEE) nº 2092/91.
• Regulamento (CE) nº 889/2008, de 05 de setembro, que estabelece normas de execução do Regulamento
(CE) nº 834/2007, relativo à produção biológica e à rotulagem dos produtos biológicos, no que respeita à
produção biológica, à rotulagem ao controlo;
• Decreto-Lei nº 256/2009, de 24 de setembro, alterado pelo Decreto-Lei nº 37/2013, de 13 de
março, estabelece os princípios e orientações para a prática da proteção e produção integradas, bem
como o regime de normas técnicas aplicáveis à proteção integrada, produção integrada e modo de
produção biológico, e cria um regime de reconhecimento de técnicos em proteção integrada, produção
integrada e modo de produção biológico, no âmbito da produção agrícola primária.
.i) Segurança e saúde no trabalho
• Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro, relativa ao regime jurídico da promoção e prevenção da segurança e
saúde no trabalho, que regula alguns aspetos sobre a proteção dos trabalhadores contra os riscos de exposição
a agentes químicos.
• Decreto-Lei n.º 254/2007, de 12 Julho, estabelece o regime de prevenção de acidentes graves que envolvam
substâncias perigosas e de limitação das suas consequências para o homem e o ambiente, transpondo para a
ordem jurídica interna a Diretiva n.º 2003/105/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de Dezembro,
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que altera a Diretiva n.º 96/82/CE, do Conselho, de 9 de Dezembro, relativa ao controlo dos perigos associados a
acidentes graves que envolvam substâncias perigosas.
• Decreto-Lei nº 24/2012, de 06 de fevereiro, que consolida as prescrições mínimas em matéria de proteção dos
trabalhadores contra os riscos para a segurança e a saúde devido à exposição a agentes químicos no trabalho e
transpõe para a ordem interna a Diretiva n.º 2009/161/UE, da Comissão, de 17 de dezembro de 2009, que
estabelece uma terceira lista de 581 valores limite de exposição profissional indicativos para a aplicação da
Diretiva n.º 98/24/CE, do Conselho, de 7 de abril de 1998, e altera a Diretiva n.º 2000/39/CE, de 8 de junho de
2000.
A legislação sobre a proteção dos trabalhadores contra os riscos de exposição a agentes químicos decorre
essencialmente da transposição de diretivas comunitárias e encontrava-se dispersa por vários diplomas. O Decreto-Lei
n.º 24/2012 simplifica e consolida num só decreto-lei os diplomas que transpuseram as anteriores diretivas, exceto a Lei
n.º 102/2009, de 10 de setembro, relativa ao regime jurídico da promoção da segurança e saúde no trabalho, que regula
alguns aspetos sobre a proteção dos trabalhadores contra os riscos de exposição a agentes químicos.
A Lei n.º 102/2009 regulamenta o regime jurídico da promoção e prevenção da segurança e da saúde no trabalho, de
acordo com o previsto no artigo 284.º do Código do Trabalho, no que respeita à prevenção, bem como a:
a) proteção de trabalhadora grávida, puérpera ou lactante em caso de atividades suscetíveis de apresentar risco
específico de exposição a agentes, processos ou condições de trabalho, de acordo com o previsto no n.º 6 do
artigo 62.º do Código do Trabalho;
b) proteção de menor em caso de trabalhos que, pela sua natureza ou pelas condições em que são prestados,
sejam prejudiciais ao seu desenvolvimento físico, psíquico e moral, de acordo com o previsto no n.º 6 do artigo
72.º do Código do Trabalho.
Transpõe ainda para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 89/391/CEE, do Conselho, de 12 de junho, relativa à
aplicação de medidas destinadas a promover a melhoria da segurança e da saúde dos trabalhadores no trabalho,
alterada pela Diretiva n.º 2007/30/CE, do Conselho, de 20 de junho e complementa, ainda, a transposição das seguintes
diretivas comunitárias:
a) Diretiva n.º 91/383/CEE, do Conselho, de 25 de junho, que completa a aplicação de medidas tendentes a
promover a melhoria da segurança e da saúde dos trabalhadores que têm uma relação de trabalho a termo ou
uma relação de trabalho temporária;
b) Diretiva n.º 92/85/CEE, do Conselho, de 19 de outubro, relativa à implementação de medidas destinadas a
promover a melhoria da segurança e da saúde das trabalhadoras grávidas, puérperas ou lactantes no trabalho;
c) Diretiva n.º 94/33/CE, do Conselho, de 22 de junho, relativa à proteção dos jovens no trabalho;
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d) No que respeita à proteção do património genético, as diretivas contendo prescrições mínimas de segurança e
de saúde no trabalho contra os agentes químicos, físicos e biológicos, designadamente a Diretiva n.º
90/394/CEE, do Conselho, de 28 de junho, relativa à proteção dos trabalhadores contra os riscos ligados à
exposição a agentes cancerígenos durante o trabalho, alterada pelas Diretivas n.os 97/42/CE, do Conselho, de
27 de junho, e 1999/38/CE, do Conselho, de 29 de abril, a Diretiva n.º 90/679/CEE, do Conselho, de 26 de
novembro, relativa à proteção dos trabalhadores contra os riscos ligados à exposição a agentes biológicos
durante o trabalho, alterada pela Diretiva n.º 93/88/CEE, do Conselho, de 12 de outubro, e a Diretiva n.º
98/24/CE, do Conselho, de 7 de abril, relativa à proteção da segurança e da saúde dos trabalhadores contra os
riscos ligados à exposição a agentes químicos no trabalho.
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3.2. Situação atual
Em resultado da aplicação dos vários normativos legais, com implicações diretas ou indiretas na comercialização e
utilização de produtos fitofarmacêuticos, procede-se a uma breve descrição da situação nacional atual, para os domínios
considerados relevantes no quadro da Diretiva nº 2009/128/CE e no presente Plano de Ação Nacional.
3.2.1. Segurança na aplicação de produtos fitofarmacêuticos
• Controlo de resíduos de pesticidas
O programa Oficial de Controlo de Resíduos de Pesticidas em Produtos de Origem Vegetal é executado em cada ano,
tendo como base de elaboração os Regulamentos de Execução referentes ao Programa Comunitário Coordenado
Plurianual de Controlo de Resíduos de Pesticidas, destinado a assegurar o cumprimento dos limites máximos de
resíduos (LMR) e a avaliar a exposição do consumidor aos resíduos de pesticidas em produtos agrícolas de origem
vegetal destinados à alimentação humana.
São ainda considerados e adicionados ao plano, numa perspetiva nacional, os binómios produto agrícola de origem
vegetal/pesticida, que por razões de infrações repetidas em anos anteriores, devem ser alvo de vigilância.
Este plano interliga-se com o plano de controlo à importação, consubstanciado na definição das prioridades e
consequente seleção da amostra de controlo (Regulamento de Execução (UE) nº 1277/2011, de 8 de dezembro da
Comissão), com o plano de controlo dos géneros alimentícios destinados a uma alimentação especial (alimentos à base
de cereais destinados a bebés e alimentos destinados a lactentes e crianças jovens (Decreto-Lei nº 53/2008 de 25 de
março) e a fórmulas para lactentes e fórmulas de transição (Decreto-Lei n.º 217/2008 de 11 de novembro), no que se
refere a resíduos de pesticidas em produtos agrícolas de origem vegetal destinados à alimentação humana. O presente
plano complementa, ainda, o plano nacional de colheita de amostras de géneros alimentícios, no que respeita à pesquisa
de pesticidas.
Quadro 3.2.1 - Resultados do Controlo Oficial de Resíduos de Pesticidas em Produtos de Origem Vegetal – 2007 a 2011 (DGAV, 2012).
Ano Nº de amostras Nº de produtos analisados Nº de pesticidas pesquisados % infrações
2007 711 8*+17** 147 7.6 2008 758 8*+19** 146 6.5 2009 969 8*+18** 165 2.9 2010 752 8*+19** 230 2.9 2011 865 9*+19** 250 2.3
Obs: * Programa coordenado europeu; ** Programa nacional, incluindo Continente e Regiões Autónomas
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• Proteção dos utilizadores profissionais - Utilização de Equipamento de Proteção Individual (EPI)
Constitui parte integrante do processo de autorização de um produto fitofarmacêutico, a estimativa da exposição
potencial do operador agrícola que manuseia o produto, (incluindo a preparação das caldas de pulverização, quando
aplicável) e que posteriormente o aplica e, ainda, dos trabalhadores agrícolas e pessoas estranhas ao tratamento, que
possam vir a entrar em contacto com o produto durante ou após a sua aplicação. Na base do perfil toxicológico desse
produto é possível estimar o risco associado à sua utilização, o qual será minimizado através da utilização de
Equipamento de Proteção Individual (EPI) adequado. O EPI deve, portanto, ser utilizado, por norma, para minimizar a
exposição do operador de produtos fitofarmacêuticos na sua atividade de proteção das plantas, assim como dos
restantes trabalhadores agrícolas. Do EPI mínimo recomendado consistem luvas, botas de borracha e fato completo
adequado. Na fase de preparação da calda, o operador deve utilizar sempre a viseira e a máscara para pós, no caso de
mistura de pós.
Estima-se que a utilização de EPI nas condições agrícolas nacionais se resume, genericamente, ao recurso a botas de
borracha e luvas, na preparação da calda e aplicação do produto, sendo a viseira também utilizada, mas com frequência
bastante menor. Todavia, o fato de proteção individual completo não é utilizado numa base regular, motivado,
essencialmente, pelas condições climáticas (temperaturas elevadas durante uma boa parte do ano) e o desconforto que
a utilização de um fato completo causa nessas circunstâncias.
Contudo, a proteção do operador não se faz exclusivamente com recurso a EPI, mas utilizando técnicas de aplicação
que reduzem significativamente o risco potencial derivado da exposição ao produto. Quando a cultura instalada e a área
cultivada o permitem, são utilizados, por exemplo, os tratores cabinados que, para além de reduzirem significativamente
o potencial de exposição, substituem eficazmente o fato de proteção individual, a máscara e os óculos.
Informação recolhida pela Associação Nacional da Industria para a Proteção de Plantas (ANIPLA), indica que ao nível da
Europa, apenas Portugal e Alemanha possuem com normas específicas para a produção de fatos de proteção para a
aplicação de produtos fitofarmacêuticos (NP 4462 e DIN 32871). Com base na norma nacional, NP 4462:2007, foram
fabricados e comercializados em Portugal cerca de 1.000 fatos.
Estes fatos de proteção foram também certificados com base na Norma EN 13034:2005 (tipo 6) noutros países
europeus, de onde a ANIPLA e as suas empresas associadas importaram algumas centenas de exemplares.
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3.2.2. Formação, venda de produtos fitofarmacêuticos, informação e sensibilização
• Formação dos utilizadores profissionais
A formação na área da redução do risco na utilização de produtos fitofarmacêuticos, com base em conteúdos definidos
oficialmente, iniciou-se em Portugal com a publicação do Despacho 5848/2002, de 15 de março, que define conteúdos
programáticos e requisitos para formandos e formadores, relativos aos cursos de Distribuição, Comercialização e
Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos (DCAPF), Distribuição e Comercialização de Produtos Fitofarmacêuticos
(DCPF) e Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos (APF), destinados a técnicos, operadores de venda e aplicadores,
respetivamente.
Atualmente, os cursos de DCPF e APF, com conteúdos revistos à luz dos temas do Anexo I da Diretiva 128/2009/CE,
estão integrados no Catálogo Nacional de Qualificações. Os conteúdos programáticos do curso de DCAPF foram
igualmente atualizados.
Nesta área, devemos ainda considerar os cursos de Aplicação Especializada de Produtos Fitofarmacêuticos e de
Inspeção de Equipamentos de Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos, cujos conteúdos programáticos e exigências
relativas a requisitos de formadores e formandos se encontram já definidos oficialmente.
O sistema de homologação oficial das ações de formação relativas aos cursos referidos passa pela certificação das
empresas formadoras e aprovação das ações propostas. Após a realização da ação de formação, os certificados são
oficialmente homologados.
Sendo a obrigatoriedade de formação uma questão essencial a considerar, no âmbito da implementação das exigências
da Diretiva nº 2009/128/CE, tem sido feito um esforço para conseguir soluções de financiamento em cada período de
programação relativo ao apoio comunitário.
Apresentam-se os dados de ações realizadas e formandos abrangidos, referentes a 2011 e 2012.
Quadro 3.2.2 – Ações de formação realizadas e formandos abrangidos – 2011 e 2012 (DGADR, 2012).
Tipo de curso Ano Nº de ações realizadas Nº de formandos abrangidos
DCAPF 2011 17 300 2012 42 630
DCAPF (atualização) 2011 13 260 2012 13 195
DCPF 2011 12 182 2012 10 149
APF 2011 383 4680
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2012 285 4841
• Informação e sensibilização dos utilizadores de produtos fitofarmacêuticos
Nesta área, a Indústria fitofarmacêutica tem realizado inúmeras ações de sensibilização com vista à segurança na
aplicação de produtos fitofarmacêuticos. Para além das ações realizadas pelas empresas individualmente, a ANIPLA, no
âmbito do projeto “Cultivar a Segurança”, em desenvolvimento desde 2006, tem realizado ações de sensibilização em
colaboração com as DRAP e Escolas Agrárias, através de protocolos estabelecidos para a criação de quintas modelo,
que reúnem todas as condições necessárias ao armazenamento e aplicação de produtos fitofarmacêuticos numa
exploração agrícola.
A sensibilização referida, essencialmente prática, engloba conteúdos programáticos definidos no curso APF – Aplicação
de Produtos Fitofarmacêuticos e pode ser aproveitado para valorização dos aplicadores profissionais de produtos
fitofarmacêuticos. Entre 2007 e 2012 a ANIPLA realizou 32 ações de sensibilização junto de 900 agricultores e técnicos
nas 5 quintas-modelo existentes em Portugal Continental.
• Venda responsável, licenciamento de atividade e acreditação de técnicos
O Decreto-Lei n.º 173/2005 define as medidas regulamentares e disciplinadoras a aplicar às atividades comerciais de
distribuição e venda e à aplicação de produtos fitofarmacêuticos, tendo como finalidade a redução do risco e dos
impactes na saúde e no ambiente.
Este diploma vem exigir o cumprimento das Boas Práticas Fitossanitárias tendo em conta a utilização correta e adequada
dos produtos fitofarmacêuticos, enquadrando-se a sua aplicação no âmbito da luta química aconselhada, proteção ou
produção integradas.
Esta legislação vem exigir que os locais de armazenamento e venda de produtos fitofarmacêuticos devam dispor de
condições que garantam a boa conservação dos produtos fitofarmacêuticos e a defesa da saúde pública e a proteção do
ambiente, nomeadamente um técnico responsável acreditado, operadores com formação adequada e instalações
respeitando requisitos de segurança.
Um dos requisitos exigidos aos estabelecimentos comerciais de produtos fitofarmacêuticos para obtenção da autorização
de exercício de atividade é o da existência de um técnico responsável acreditado que se responsabilize entre outros, pelo
cumprimento da legislação em vigor.
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Com a entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 173/2005, deu-se início à acreditação dos técnicos responsáveis, existindo
em dezembro de 2012, 1691 técnicos acreditados. No Quadro 3.2..3 apresenta-se a distribuição do número de técnicos
acreditados pelos diferentes distritos do país.
Quadro 3.2.3 – Distribuição do número de técnicos acreditados por distrito por ano (DGAV, 2013).
DistritosRA 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Total
Aveiro 1 31 17 12 2 4 6 1 75
Beja 3 36 10 6 4 5 10 4 78
Braga 2 42 22 10 3 4 2 3 88
Bragança 0 26 16 7 0 2 4 4 59
Castelo Branco 3 11 12 6 4 3 2 2 43
Coimbra 3 47 30 7 7 5 2 4 105
Évora 1 40 12 3 2 5 4 3 70
Faro 2 23 10 12 13 15 9 8 92
Guarda 1 21 12 7 1 1 0 4 47
RA Açores 0 3 34 22 4 3 1 8 75
RA Madeira 0 7 1 3 6 0 1 0 18
Leiria 3 50 15 7 4 1 4 2 86
Lisboa 4 101 31 16 19 8 13 13 205
Portalegre 0 16 2 6 1 2 3 0 30
Porto 4 48 20 9 6 5 14 9 115
Santarém 3 79 30 26 3 6 13 9 169
Setúbal 0 35 6 6 4 4 6 8 69
Viana do Castelo 0 31 18 3 5 4 2 5 68
Vila Real 3 40 24 6 4 8 7 4 96
Viseu 2 55 19 7 3 1 9 6 102
ESPANHA 1 1 2
TOTAL 35 742 341 181 95 86 113 98 1691
De acordo com a evolução do processo de acreditação é possível observar que o distrito com mais técnicos acreditados
é o de Lisboa, seguindo-se o de Santarém e Porto. Com menor número de técnicos responsáveis acreditados temos a
Ilha da Madeira o que é justificável pela sua dimensão, seguida dos distritos do interior do país, Portalegre e Castelo
Branco. Como um balanço global da situação atual apresenta-se a Fig. 3.2.1 que ilustra a evolução das acreditações dos
técnicos responsáveis ao longo dos anos.
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Fig. 3.2.1 – Técnicos Acreditados em número absoluto e acumulado por ano (DGAV, 2013).
Observa-se que o ano onde as acreditações tiveram um maior significado foi o de 2006, seguindo-se um decréscimo nos
anos seguintes e até 2010, apresentando uma ligeira subida em 2011 e 2012.
Para se fazer uma análise por DRAP e RA, procedeu-se ao agrupamento dos respetivos distritos por regiões
administrativas (Fig. 3.2.2).
Fig. 3.2.2 - Técnicos responsáveis acreditados por Direção Regional de Agricultura e Pescas (DRAP) / Região Autónoma
(RA), em 31 dezembro2012 (DGAV, 2013).
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Apesar de, no Quadro 3.2.1 os distritos com maior número de técnicos acreditados, Lisboa e Santarém pertencerem à
área da DRAPLVT, verifica-se na Fig. 3.2.2. que, os valores mais representativos são os pertencentes à DRAPC, com
438 técnicos responsáveis acreditados.
Continuam a verificar-se, na Região Autónoma da Madeira (RAM), os valores menos significativos, com cerca de 18
técnicos acreditados, pelos motivos acima referidos.
No que respeita às Autorizações de Exercício de Atividade de Distribuição (D), Venda (V), Distribuição e Venda (DV) e
Aplicação Terrestre (AT), importa analisar a evolução das autorizações concedidas, à data de 31 de Dezembro de 2012
(Fig. 3.2.3).
Fig. 3.2.3 – Número de autorizações de exercício de atividade (DGAV, 2013).
Pode-se concluir que existem cerca de 1285 empresas autorizadas para distribuição e venda de produtos
fitofarmacêuticos, até ao momento. A grande adesão aos licenciamentos verificou-se no ano de 2008, com elevada
preponderância para as casas comerciais que apenas vendem produtos fitofarmacêuticos.
De destacar, também, o número diminuto de licenciamentos de empresas de prestação de serviços de aplicação
terrestre (AT) de produtos fitofarmacêuticos, talvez devido ao facto de ainda não estar regulamentada a legislação
relativa à aplicação de produtos fitofarmacêuticos em zonas urbanas, em vias de comunicação e em zonas de lazer,
incluindo jardins, áreas em que a maior parte da atividade daquelas empresas se desenvolve.
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• Código de conduta para a comercialização e distribuição de produtos fitofarmacêuticos
O Código de Conduta para a Distribuição e Venda de Produtos Fitofarmacêuticos, foi publicado em 2010 e elaborado em
conformidade com o previsto no artigo 20.º, do Decreto-Lei n.º 173/2005,de 21 Outubro, como um conjunto de orientações
ou normas de conduta a observar, por parte de todos os agentes, públicos ou privados, associados ou de alguma maneira
envolvidos no manuseamento, em especial, dos produtos fitofarmacêuticos com venda autorizada para uso profissional,
durante qualquer atividade de armazenamento ou comercialização desses produtos.
Este código de conduta deve ser utilizado no contexto da legislação vigente relativa à colocação no mercado de produtos
fitofarmacêuticos e legislação complementar e pretende servir de referencial para a boa prática no armazenamento,
distribuição e venda de produtos fitofarmacêuticos, divulgando as orientações técnicas emanadas da DGAV, como
autoridade competente nesta matéria.
3.2.3. Inspeção dos equipamentos de aplicação em utilização
Para a assegurar a implementação nacional de disposições que permitissem enquadrar a inspeção dos equipamentos de
aplicação de produtos fitofarmacêuticos, bem como a sua manutenção em boas condições, foi publicado o Decreto-Lei
n.º 86/2010, que estipula, em conformidade com o previsto na Diretiva nº 2009/128/CE, que até 26 de novembro de 2016
todos os equipamentos em uso tenham sido inspecionados pelo menos uma vez, não podendo, a partir daquela data, ser
utilizados equipamentos que não tenham sido inspecionados, salvo as exceções previstas, como os equipamentos de
aplicação manual. A inspeção deve ser realizada de 5 em 5 anos até 31 de dezembro de 2019 e, a partir dessa data, de
3 em 3 anos.
São, igualmente mantidas neste diploma, as exigências relativas à inspeção de equipamentos de pulverização acoplados
em comboios ou aeronaves e à inspeção dos pulverizadores com barra de pulverização com largura superior a 3 m,
incluindo pulverizadores com barra acoplados a semeadores, sendo a inspeção destes equipamentos obrigatória.
As regras para execução dos aspetos técnicos relativos ao cumprimento das exigências do D.L. em referência, podem
ser encontradas no ”Guia de requisitos e procedimentos para o reconhecimento dos Centros de Inspeção de
Equipamentos de Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos – Centros IPP”, o qual estabelece os requisitos a que devem
obedecer os Centros IPP e está publicado no sítio de Internet da DGAV.
Estima-se que em Portugal operem mais de 56.000 equipamentos de pulverização de produtos fitofarmacêuticos, em
mais de 48.000 explorações (INE, RGA, 1999). Não existem publicados dados mais recentes, ainda que a tendência do
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parque de máquinas das explorações tenha sido descendente de 1999 para 2009, com exceção dos tratores que
revelaram um aumento (INE, RGA, 2009).
Até à entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 86/2010, existiam no mercado quatro entidades privadas que, num regime
voluntário, providenciavam inspeções periódicas aos equipamentos de aplicação dos agricultores seus associados e
estima-se que tenham sido inspecionados neste regime 3392 equipamentos de aplicação de produtos fitofarmacêuticos.
3.2.4. Aplicação aérea de produtos fitofarmacêuticos
A aplicação de produtos fitofarmacêuticos por via aérea em Portugal é prática comum, em culturas de grande extensão,
como sejam cereais, milho, arroz e algumas culturas hortícolas, como o tomate. Para este efeito, são devidamente
avaliados, no decurso do processo de autorização de produtos fitofarmacêuticos e a sua colocação no mercado, os
aspetos inerentes a esta técnica de aplicação, nomeadamente, é realizada uma estimativa da exposição potencial dos
vários compartimentos ambientais, incluindo cursos de água, com recurso a modelos simples de exposição,
harmonizados a nível comunitário e é, em conformidade com a exposição estimada, realizada a avaliação do risco
inerente à exposição ao produto para os diferentes organismos não visados com a sua aplicação. Em conformidade com
os resultados da avaliação do risco realizada, só será autorizada a aplicação aérea de um produto fitofarmacêutico, se a
mesma não comporta risco inaceitável, tendo em conta a utilização proposta para o produto fitofarmacêutico em causa.
De acordo com a legislação aplicável às aplicações aéreas, que se encontrou em vigor até à publicação da Lei n.º
26/2013, designadamente, a Lei n.º 10/93 de 06 de abril, a atividade de prestação de serviços de aplicação de produtos
fitofarmacêuticos por meios aéreos era notificada previamente à sua ocorrência, às direcções regionais de agricultura e
às administrações regionais de saúde da área onde se previa a aplicação, sendo os proprietários dos terrenos situados
nas áreas abrangidas pela operação, avisados por edital, afixado com, pelo menos, oito dias de antecedência. Com a
publicação da Lei n.º 26/2013, que revoga aquele diploma, e proíbe, como princípio geral, a aplicação aérea de produtos
fitofarmacêuticos, salvo em casos limitados, a autorização dos operadores aéreos depende da sua certificação e
habilitação específica, sendo que qualquer aplicação deve ser objecto de autorização prévia pela DGAV, no âmbito de
um Plano de Aplicações Aéreas de produtos fitofarmacêuticos.
3.2.5. Riscos/acidentes/incidentes ambientais com produtos fitofarmacêuticos
Os produtos fitofarmacêuticos pela sua natureza e, caso manipulados sem a devida precaução, podem originar
intoxicações graves ou efeitos adversos indesejados na saúde humana e no ambiente.
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A presença indesejada de produtos fitofarmacêuticos no ambiente, nomeadamente, nos recursos hídricos pode ter
origem por contaminação pontual ou direta, nas operações que envolvem a preparação de caldas, enchimento dos
depósitos dos pulverizadores ou lavagem destes após o tratamento, uma vez que estas operações são, por norma,
realizadas num local específico da exploração agrícola, nos derrames acidentais no armazenamento, na eliminação
incorreta das embalagens e restos de caldas ou, derivado da sua deposição sobre o solo, onde também pode afetar
diretamente, por contato, os micro e macro-organismos do solo, e, ainda, a manutenção da fertilidade.
Pode ter origem, também, por contaminação difusa, durante a aplicação dos produtos fitofarmacêuticos em resultado do
arrastamento das caldas de pulverização por utilização indevida ou incorreta dos produtos , bem como pelo arrastamento
dos seus resíduos que permanecem no solo, por escorrimento superficial para as águas superficiais, ou por lixiviação
para as águas subterrâneas..
Com vista a minimizar as contaminações pontuais (incluindo as contaminações diretas) e difusas dos recursos hídricos e
de outros componentes ambientais como sejam os solos, deve ser incentivado o uso de produtos com substâncias ativas
de baixo risco, não contendo substâncias ativas classificadas como prioritárias nem classificadas como perigosas para
organismos aquáticos e, devem ser implementadas ou reforçadas as práticas e técnicas, incluindo infraestruturas
conducentes a uma boa gestão das atividades envolvendo os produtos fitofarmacêuticos, incluindo os seus resíduos e os
resíduos de embalagens que os contiveram. Tais práticas, técnicas ou infraestruturas deverão incluir, nomeadamente, a
criação de áreas dedicadas à preparação da calda, enchimento dos depósitos de pulverização e limpeza dos
equipamentos; otimização dos equipamentos e dispositivos/técnicas de pulverização com vista à redução de excedentes
de calda e à sua limpeza imediatamente após a utilização e, ainda, sistemas de tratamento de eventuais resíduos de
caldas com vista à sua degradação e remoção para gestão adequada.
Existem atualmente, recomendações e procedimentos estabelecidos no âmbito do projeto TOPPS – “Train the
Operators to Prevent Pollution from Point Sources”, com vista à melhor gestão das contaminações derivadas das
operações de enchimento, limpeza e aplicação de produtos fitofarmacêuticos, estando ainda, por generalizar, a nível
nacional, o recurso a sistemas de gestão de resíduos de excedentes de calda ou de águas de lavagem do equipamento
de aplicação. Há, contudo, exemplos de sistemas já instalados no terreno, e com resultados positivos, como os sistemas
de tratamento biológico “biobed” ou “biofilter”, concretamente o PHYTOBAC®, ou sistemas de tratamento físico, como o
HELIOSEC®. É, portanto, a este nível, que importará progredir com vista à generalização destas práticas, tendo, contudo
que ser primeiramente assegurada a publicação do quadro legal necessário para a sua implementação efetiva.
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3.2.6. Medidas específicas de proteção do ambiente aquático e da água destinada ao consumo humano
• Medidas de mitigação do risco
No quadro da avaliação de produtos fitofarmacêuticos com vista à sua autorização e colocação no mercado são
estabelecidas medidas tendentes à redução do risco associado à manipulação e aplicação dos produtos, de modo a
salvaguardar a saúde humana durante o seu manuseamento, à preparação da calda de pulverização e à sua aplicação e
salvaguardar que, de acordo com a prática agrícola preconizada, os resíduos do produto, da substância ativa ou dos
seus produtos de degradação não põem em risco a saúde do consumidor. Para além destes aspetos, importa assegurar
que os resíduos que persistem no ambiente não causam efeitos nefastos nos organismos não visados.
Neste contexto, em função do grau de risco associado ao uso do produto, são definidas medidas de mitigação. de modo
a reduzir a níveis aceitáveis a exposição do produto e, portanto, a incidência de efeitos adversos esperados da utilização
desse produto. Das possíveis medidas de redução do risco preconizadas e impostas para o uso seguro de produtos
fitofarmacêuticos, com vista à proteção do ambiente, salienta-se o estabelecimento de “zonas tampão”, definidas para
proteção do meio aquático, reconhecidas como sendo a medida de mitigação mais importante no processo de
autorização de um produto.
Desde a década de 90 tem sido utilizada a expressão “zona tampão” com referência a uma zona ou faixa de terreno
destinada à proteção de uma área que se reconhece suscetível à ação de fatores externos, que pode ser aquática,
terrestre ou de transição, como as zonas ripárias, sapais, pântanos, e outras. Este conceito, associado a produtos
fitofarmacêuticos refere-se ao estabelecimento de faixas de terreno junto a cursos de água, destinadas à proteção de
organismos aquáticos não visados ou, eventualmente, à proteção do recurso hídrico como recurso a salvaguardar pela
sua biodiversidade ou importância paisagística ou como origem de água destinada a consumo humano, sendo também
utilizada a expressão “zona de proteção” para estes últimos casos.
Há vários fatores condicionantes da eficácia de uma zona tampão e da sua largura, dos quais se destacam, entre outros,
o declive do terreno, a precipitação, o tipo de solo e a sua permeabilidade e o tipo de coberto vegetal. Contudo, é
também necessário ter presente que a largura da faixa de proteção depende do recurso que se pretende proteger, sendo
referidas distâncias aos cursos de água tão diversas como 10m para estabilização de margens de rios ou 100m para
proteção de organismos não visados.
As primeiras zonas tampão associadas ao uso de produtos fitofarmacêuticos foram definidas em função do perfil
ecotoxicológico daqueles produtos, sendo que estas distâncias eram estabelecidas com base no princípio de precaução
não tendo um suporte técnico-científico de base. Contudo, reconhecendo a grande variabilidade entre as áreas
consideradas suscetíveis, a evolução das técnicas e equipamentos de aplicação, e o progresso na utilização de
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metodologia de estimativa da exposição e avaliação do risco, foram sendo adotadas zonas tampão em função dessas
condicionantes.
Em 2004, o Grupo de Trabalho FOCUS “Landscape and Mitigation Factors in Ecological Risk Assessment”, criado com o
apoio da Comissão Europeia, realizou um levantamento exaustivo das medidas de mitigação do risco preconizadas por
vários Estados Membros no processo de autorização de produtos fitofarmacêuticos, tendo concluído que a principal
medida utilizada é a implementação da zona tampão, a qual pode ser associada a outras medidas e técnicas de
aplicação que envolvam redução da exposição dos cursos de água.
Para além da zona tampão, está, progressivamente a ser recomendada em Portugal, a utilização de dispositivos de
redução do arrastamento da calda (bicos anti deriva) os quais, já amplamente disponíveis no mercado, podem, segundo
a bibliografia disponível, permitir uma redução de 50 a 95% do arrastamento do pulverizado.
Desde os anos 80 que são estabelecidas medidas de mitigação do risco em Portugal, tendo as medidas, evoluído em
número e grau, com a progressão do conhecimento técnico e científico suportado por um enquadramento legal
apropriado.
No que respeita aos produtos titulados em Portugal que apresentam a limitação de utilização do produto para a prática
agrícola autorizada, mediante a observação obrigatória de uma zona de segurança para a proteção de organismos
aquáticos, a referida zona de segurança, ou zona tampão, varia como mínimo, entre 5 m, particularmente em culturas
baixas, e 40 m em culturas altas ou arbóreas.
Reconhece-se, no entanto que, particularmente, em áreas em que as parcelas agrícolas são maioritariamente de
pequena dimensão, seja difícil o cumprimento das medidas de mitigação do risco recomendadas.
Todavia, para além do estabelecimento de zonas tampão e das questões relativas à sensibilização, formação e
aconselhamento dos utilizadores, e no contexto de sistemas de proteção integrada, existem outras ações relevantes,
nomeadamente as seguintes: selecionar criteriosamente os produtos fitofarmacêuticos a utilizar, cumprir as condições
estabelecidas nos rótulos, armazenar os pesticidas de forma adequada, preparar as caldas de forma correta e em locais
adequados, proceder à inspeção e calibração do equipamento de aplicação, utilizar preferencialmente equipamento de
aplicação com características de arrastamento reduzido, proceder a uma correta eliminação das embalagens de
pesticidas e dos restos de calda; sensibilização, formação e aconselhamento dos agricultores, aplicadores de pesticidas
e técnicos agrícolas.
• Qualidade da água destinada ao consumo humano
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A informação da qualidade da água para consumo humano, é da competência da Entidade Reguladora dos Serviços de
Águas e Resíduos, ERSAR (www.ersar.pt). Esta entidade, divulga, anualmente, os resultados do controlo efetuado às
águas destinadas ao consumo humano, estando disponíveis os resultados do controlo realizado em 2010.
Da análise dos dados publicados (ERSAR; 2010), é possível concluir que tem vindo a registar-se uma melhoria do
controlo da qualidade da água para consumo humano, não só em termos do cumprimento da frequência regulamentar de
amostragem, muito próximo dos 100% e praticamente 98% de cumprimento dos valores paramétricos, mas também,
que, nos últimos anos a água de boa qualidade tem vindo a crescer de uma forma contínua, sendo que este indicador
regista, atualmente os 98% da água controlada.
Segundo a ERSAR, as melhorias verificadas na qualidade da água são amplificadas por um melhor controlo, traduzido
num crescente rigor no acompanhamento da implementação da legislação pelos diferentes atores no processo (ERSAR,
entidades gestoras, autoridades de saúde e laboratórios), numa crescente melhoria da fiabilidade dos resultados
analíticos e na realização da quase totalidade das análises impostas pela legislação e, ainda, em melhorias técnicas ao
nível da captação da água e da análise dos parâmetros regulamentares, o qual se mantém acima de 97% dos
parâmetros a pesquisar, incluindo produtos fitofarmacêuticos.
Um total de 28 pesticidas incluindo metabolitos e compostos de degradação são analisados pelas entidades gestoras de
água. Os pesticidas controlados são, habitualmente, 2,4-D, alacloro, atrazina e desetilatrazina, amitrole, bentazona,
captana, cimoxanil, clorpirifos, clortolurão, dimetoato, diurão, MCPA, metalaxil, metribuzina, molinato, propanil, S-
metolacloro, tebuconazol, terbutilazina e desetiltarbutilazina, triclopir, ditiocarbamatos e propilenotioureia (metabolito do
propinebe). Dados disponíveis relativos ao período 2009 a 2010 , evidenciaram, para 2009, e de um universo de 224
amostras, infrações aos valores paramétricos estabelecidos para ditiocarbamatos, a níveis de 0,6 a 2,0 µg/L em 6
amostras colhidas (valor paramétrico de 0,5 µg/L para pesticidas totais) e apenas uma amostra apresentava níveis de
terbutilazina de 0,11 µg/L (valor paramétrico de 0,1 µg/L). Para 2010, de um total de 184 amostras, infrações aos valores
paramétricos foram detetadas em 4 amostras contendo terbutilazina e desetilterbutilazina, com níveis de 0,13 e 0,28
µg/L, respetivamente e linurão (1 amostra) ao nível de 0,19 µg/L.
O maior número de incumprimentos regista-se na região norte do País.
• Implementação de infraestruturas ecológicas e manutenção da biodiversidade
A paisagem agrícola, tal como a conhecemos na atualidade, tem sido moldada pela intervenção do homem em
consequência das suas atividades de produção agrícola ou pecuária, as quais apresentam uma variabilidade geográfica
significativa, condicionada pelas condições climáticas, orografia, disponibilidade e características dos recursos naturais.
Como consequência, vai-se criando um mosaico paisagístico, compartimentado por estruturas naturais ou artificiais como
sejam sebes, muros e galerias ripícolas, os quais garantem a continuidade entre os diferentes elementos da paisagem,
assegurando a manutenção de espaços/habitats com valor de conservação biológico ou paisagístico (vegetação e/ou
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meio lacustre), que constituem importantes ecossistemas de alimentação, reprodução e refúgio para várias espécies de
fauna residentes e migradoras. É por isso, de primordial importância o fomento e proteção destes elementos da
paisagem para que eventuais impactes negativos da utilização de produtos fitofarmacêuticos sejam minimizados e que
as populações de organismos afetadas possam, em tempo oportuno, repor os seus níveis naturais.
Neste sentido, as zonas tampão para proteção de outros organismos não visados, como sejam artrópodes úteis e plantas
suscetíveis também constituem medidas atualmente preconizadas no decurso da autorização de produtos, sempre que
tecnicamente justificado.
• Práticas agrícolas e ambientais
A atividade agrícola depende, entre outros fatores, do uso e exploração dos recursos naturais, nomeadamente, solo,
água e ar, o que pode ter efeitos negativos sobre os mesmos, sendo a escolha dos sistemas de produção e das práticas
agrícolas associadas, crucial para evitar a sua degradação.
Neste âmbito, encontram-se definidas medidas de aplicação voluntária pelos agricultores, respeitantes à conservação do
solo e da água, as quais foram elaboradas em 1999 pelo Ministério da Agricultura, na forma de Manual para a
Conservação do Solo e da Água.
• Código de conduta para a aplicação de produtos fitofarmacêuticos
O Código de Conduta para a Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos, adiante designado por "Código de Conduta", foi
elaborado pela DGAV em conformidade com o previsto no artigo 20.º do Decreto-Lei n.º 173/2005, de 21 deoutubro e na
Diretiva 2009/128/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de outubro que estabelece um quadro de ação a
nível comunitário para uma utilização sustentável dos produtos fitofarmacêuticos e encontra-se em fase de publicação.
Este Código engloba um conjunto de orientações ou normas de conduta a observar, por parte de todos os agentes,
públicos ou privados, associados ou de alguma maneira envolvidos no manuseamento e aplicação de produtos
fitofarmacêuticos, com o objetivo de garantir a defesa da saúde pública, a proteção do ambiente e a prevenção de
acidentes.
O Código de Conduta deve ser utilizado no contexto da legislação vigente relativa à colocação no mercado de produtos
fitofarmacêuticos e legislação complementar e pretende servir de referencial com a aplicação dos princípios de Boa
Prática Fitossanitária e da Proteção Integrada.
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3.2.7. Manuseamento e armazenamento de produtos fitofarmacêuticos e gestão dos resíduos de
embalagens e dos excedentes de produtos fitofarmacêuticos
• Gestão de resíduos de embalagens e excedentes de produtos fitofarmacêuticos
Dados oficiais relativos à gestão de resíduos de embalagens de produtos fitofarmacêuticos provêem da única entidade
licenciada, para esse efeito, a entidade gestora SIGERU, tendo esta criado o VALORFITO, Sistema Integrado de Gestão
de Embalagens e Resíduos em Agricultura, Lda.
A SIGERU foi licenciada para exercer a atividade de gestão de resíduos de embalagens de produtos fitofarmacêuticos
provenientes do fluxo não urbano, nomeadamente do setor agrícola, enquanto entidade gestora do sistema integrado,
regulado pelo Decreto – Lei n.º 366 -A/97, de 20 de dezembro, na sua atual redação, e pela Portaria n.º 29 -B/98, de 15
de janeiro.
São da responsabilidade da SIGERU os resíduos de embalagens primárias de produtos fitofarmacêuticos com uma
capacidade inferior a 250 litros, consideradas como resíduos perigosos pela Lista Europeia de Resíduos (Portaria n.º
209/2004, de 3 de março).
Estão excluídas do âmbito deste sistema integrado as embalagens secundárias e terciárias de produtos fitofarmacêuticos
e as restantes embalagens de produtos agrícolas, como sejam as embalagens de adubos e fertilizantes.
No âmbito deste sistema integrado, os produtores de produtos fitofarmacêuticos devem pagar à entidade gestora uma
contribuição (ECOVALOR), em função das quantidades de embalagens (peso) colocadas no mercado, de modo a
financiarem os custos de gestão associados aos resíduos dessas embalagens.
Os resíduos das embalagens são recolhidos em centros de receção, distribuídos geograficamente por regiões agrícolas
de acordo com os termos da licença. Neste momento, e salvo para a Região Autónoma da Madeira, região onde o
VALORFITO ainda não está implementado, o número de centros de receção implantados é superior ao requerido na
licença da SIGERU. No final de 2012,o número total de pontos de retoma ativos era de 682.
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Fig. 3.2.4 – Nº de centros de receção ativos no final de 2012 e mínimos por Região Agrária estabelecidos na licença emitida
em 2006 (SIGERU/VALORFITO)
Mais de 95% do peso total das embalagens rececionadas nos Centros de Receção são embalagens de capacidade igual
ou superior a um litro. Estes são dados recolhidos pela VALORFITO (Murta, 2010) através de inquéritos realizados no
ano de 2010 envolvendo 1500 pessoas que se dirigiram aos pontos de venda para comprar produtos e / ou entregar
resíduos de embalagens.
Na figura abaixo e com base nas informações apresentadas pela VALORFITO nos seus relatórios anuais de atividade,
apresentam-se os quantitativos de embalagens declaradas e de resíduos de embalagens geridos por esta entidade
gestora.
Desde a criação do sistema, em 2006, a quantidade de resíduos recolhida duplicou de 2006 para 2007 e aumentou 50%
de 2007 para 2008, tendo reduzido de 2008 para 2009 em 19%. Em 2010 houve um aumento de 10% relativamente a
2009 e, em 2011, um aumento de 5% em relação a 2010, que corresponde a uma taxa de recolha de 28% (VALORFITO,
António Lopes Dias, com. pessoal). Os dados relativos a 2012 apontam para uma quebra das embalagens declaradas de
-6,2% face a 2011. A Entidade Gestora estima, contudo, que o VALORFITO deve crescer 3,0% para mais de 240 ton
geridas, aumentando a taxa de recolha para cerca de 31%. Verifica-se, também, que as quantidades de embalagens
declaradas colocadas no mercado se mantêm sensivelmente constantes ao longo dos anos, havendo apenas um pico no
ano de 2007. A totalidade destes resíduos foi encaminhada para reciclagem.
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Fig.3.2.5– Quantitativos de embalagens declaradas e de resíduos de embalagens geridos pelo sistema gestor licenciado,
entre os anos de 2006 e de 2011 (SIGERU/VALORFITO).
• Armazenamento de produtos fitofarmacêuticos nas explorações agrícolas
O armazenamento correto de produtos fitofarmacêuticos e uma adequada gestão de existências, contribui para a
redução do risco de acidentes com estes produtos bem como para diminuir os quantitativos de resíduos de produtos
obsoletos na exploração que representam um potencial de contaminação ambiental elevado. Desde a implementação do
Decreto-Lei n.º 173/2005, que criou a base legal e o enquadramento técnico para a gestão adequada dos produtos
fitofarmacêuticos ao nível da exploração agrícola, foram elaboradas orientações voluntárias, sob a forma de orientações
técnicas para o correto armazenamento de produtos fitofarmacêuticos na exploração.
Ainda, e no âmbito das medidas de caráter obrigatório a observar, enquadradas pelo regime de controlo da
condicionalidade, o indicador relativo ao armazenamento de produtos fitofarmacêuticos na exploração é de
acompanhamento obrigatório e sujeito ao regime de penalização caso não seja cumprido.
Desta forma, em geral, tem vindo a verificar-se uma evolução positiva ao nível da perceção e ações por parte dos
agricultores, com vista ao armazenamento adequado dos produtos na exploração.
Os números disponíveis no IFAP sobre este assunto, apontam para uma taxa de incumprimento, neste indicador, de
1.06% em 2009, 0.29% em 2010 e 0.43% em 2011.
3.2.8.Modos de proteção e produção sustentáveis
A evolução da prática da proteção integrada, produção integrada e modo de produção biológico em Portugal,
contrariamente ao que sucedeu noutros países na Europa, procedeu-se de um modo lento durante a década de oitenta e
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início dos anos noventa, sendo que em 1994, ano de implementação do Regulamento (CEE) nº 2078/92, de 30 de junho,
existiam apenas três organizações de agricultores (AAPIM1, APAS2 e AVAPI3) a aconselhar os agricultores no exercício
da proteção integrada. As referidas organizações abrangiam uma área de cerca de 300 hectares de proteção integrada
da cultura de pomóideas.
O grande incentivo para o arranque da proteção integrada, produção integrada e modo de produção biológico, a nível
nacional, foi dado pela implementação das medidas dos grupos I e IV, daquele regulamento. As medidas do grupo I
tinham por objetivo promover a diminuição dos efeitos poluentes da agricultura, atribuindo ajudas aos agricultores que
pretendiam exercer aquelas práticas e, as medidas do grupo IV permitiam desenvolver campos de demonstração e
realizar ações de formação específica, no âmbito deste modo de proteção.
Com a aprovação do Regulamento (CEE) nº 2078/92 – Medidas Agroambientais, tornou-se necessário estabelecer
normas para o exercício da proteção e produção integradas em Portugal.
Neste contexto, elaborou-se um quadro legislativo do qual fez parte o Decreto-Lei n.º 180/95, de 26 de julho, e a
legislação complementar, que mais tarde foi consolidada com a legislação relativa à acreditação de técnicos para o modo
de produção biológico e deu origem ao Decreto-Lei n.º 256/2009, de 24 de setembro, atualmente alterado pelo Decreto-
Lei nº 37/2013, de 13 de março.
Conforme previsto na legislação referida anteriormente, foram elaborados documentos para apoio ao exercício da
proteção integrada e produção integrada, nomeadamente:
• listas de produtos fitofarmacêuticos aconselhados em proteção integrada;
• listas de níveis económicos de ataque a referenciar em proteção integrada;
• cadernos de campo a utilizar em proteção e produção integradas;
• planos de fertilização e práticas culturais para várias culturas.
Até 2007, de acordo com a legislação em vigor, os agricultores para poderem praticar proteção integrada e produção
integrada deveriam ser membros de uma organização de agricultores reconhecida para esse efeito, e frequentar uma
ação de formação neste âmbito, no primeiro ano de adesão. A organização de agricultores tinha a responsabilidade de
contratar técnicos acreditados, para prestar assistência técnica aos seus associados ao longo de todo o ciclo cultural.
No final de 2007 encontravam-se reconhecidas 150 organizações de agricultores, que empregavam cerca de 550
técnicos acreditados para prestar assistência técnica em proteção integrada e ou produção integrada, de várias culturas
1 Associação de Agricultores para Produção Integrada de Frutos de Montanha.
2 Associação dos Produtores Agrícolas de Sobrena.
3 Associação para a Valorização Agrícola em Produção Integrada.
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(Quadro 3.2.6). A cultura da vinha registava uma maior adesão de agricultores, 44,5% em proteção integrada e 39,7%
em produção integrada, o que parece dever-se à expressão e importância desta cultura em Portugal.
Quadro 3.2.4. – Culturas em proteção integrada (PI) e produção integrada (PRODI), em 2007.
Cultura PI PRODI Abacate � �
Actinídea --- � Arroz, milho e cereais outono/inverno � �
Citrinos � � Figueira e frutos secos � ----
Hortícolas � � Oleaginosas � ----
Oliveira � � Pastagens e forragens --- �
Pomóideas � � Prunóideas � �
Sorgo --- � Vinha � �
Verifica-se que em 2005, ano em que ainda se registaram novas candidaturas, as 150 organizações de agricultores
reconhecidas, prestavam assistência técnica a uma área total de cerca de 300 000ha, sendo que cerca de 208 000ha
estavam envolvidos na proteção integrada e 88 000ha em produção integrada (Fig. 3.2.6).
Por se ter verificado uma adesão exponencial dos agricultores à prática da proteção integrada, a sua implementação foi
considerada por muitos especialistas, como um caso de sucesso.
Fig. 3.2.6 – Evolução anual da área em proteção e em produção integradas, de1995 a 2005.
A aprovação do Regulamento (CE) n.º 1698/2005, do Conselho, de 20 de setembro, relativo ao apoio ao
desenvolvimento rural pelo FEADER e a adoção das orientações estratégicas comunitárias definidas pela Decisão n.º
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2006/144/CE, de 20 de fevereiro, vieram enquadrar a programação nacional do desenvolvimento rural para o período
2007 a 2013.
Com base nas orientações estratégicas comunitárias, Portugal preparou o seu Plano Estratégico Nacional (PEN) para
a agricultura e o desenvolvimento rural, cuja finalidade foi “promover a competitividade do setor agroflorestal e dos
territórios rurais de forma sustentável”.
Para a implementação do PEN, estabeleceram-se novas regras, tendo-se verificado um decréscimo considerável do
número de agentes (Organizações de Agricultores, técnicos e agricultores) envolvidos na prática da proteção e produção
integradas das culturas. Esta situação parece dever-se por um lado, ao facto da prática da proteção integrada ter deixado
de ser apoiada financeiramente e, por outro lado, ter deixado de ser exigido aos agricultores a adesão às organizações
reconhecidas, tendo os agricultores a possibilidade de praticarem a produção integrada (a única apoiada
financeiramente) com ou sem apoio técnico, o que conduziu à sua desmotivação, por lhes ser difícil cumprir as
exigências deste modo de produção.
Atualmente, das 150 organizações de agricultores que existiam em 2007, apenas permanecem no terreno cerca de 10%,
essencialmente nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo e Centro do País, prestando assistência técnica aos agricultores
em produção integrada das culturas de hortícolas, pomóideas, prunóideas e vinha.
De acordo com dados do IFAP, com base nas candidaturas ao PRODER – Medidas Agro-Ambientais – Alteração dos
Modos de Produção Agrícola, as áreas candidatas à Medida PRODI – Modo de Produção Integrada foram as seguintes,
de 2008 a 2012 (unidade mil ha):
Quadro 3.2.5 – Áreas candidatas à Medida PRODI – Modo de Produção Integrada
2008 2009 2010 2011 2012
104,4 221,3 310,2 363,3 362,1
O reconhecimento dos técnicos para o exercício de funções de assistência técnica em Proteção Integrada, Produção
Integrada e Modo de Produção Biológico continuou a ser realizado pela DGADR, existindo, a nível oficial, uma base de
dados de técnicos a quem foram reconhecidas competências para o exercício de apoio técnico, ainda que facultativo,
nestas matérias. Essa base de dados é divulgada no sítio de Internet da DGADR, existindo neste momento cerca de 200
técnicos reconhecidos para exercer funções de apoio técnico em Proteção Integrada e Produção Integrada (área vegetal)
e 130 reconhecidos para o Modo de Produção Biológico.
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IV. Glossário
AESA, EFSA – Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar
APA – Agência Portuguesa do Ambiente, I.P.
ASAE - Autoridade de Segurança Alimentar e Económica
CIPP – Centro de Inspeção Periódica obrigatória de equipamentos de aplicação de Produtos fitofarmacêuticos
DGADR - Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural
DGAV - Direção-Geral de Alimentação e Veterinária
DGS – Direção-Geral de Saúde
DRAP – Direções Regionais de Agricultura e Pescas
EPI – Equipamento de Proteção Individual
ERSAR – Entidade Reguladora de Sistemas de Águas e Resíduos
FAQ – “Frequently Asked Questions” (Questões colocadas frequentemente)
FNAP – Federação Nacional dos Apicultores de Portugal
GPP - Gabinete de Planeamento e Políticas
IFAP – Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas, I.P.
INAC – Instituto Nacional de Aviação Civil, I.P.
INE – Instituto Nacional de Estatística, I.P.
INIAV – Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I.P.
LMR – Limite Máximo de Resíduos
MPB – Modo de Produção Biológico
NEA – Nível Económico de Ataque
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NQ – Norma de Qualidade
NQA – Norma de Qualidade Ambiental
PAC – Política Agrícola Comum
PAN – Plano de Ação Nacional
PF - Produto Fitofarmacêutico
PI – Proteção Integrada
PNCR – Plano Nacional de Controlo de Resíduos
PRODI – Produção Integrada
RA – Região Autónoma (Madeira e Açores)
RM – Reconhecimento Mútuo
S/N – Sim/Não
SAA – Serviço de Aconselhamento Agrícola
SNAA – Sistema Nacional de Serviços Agrícolas
VALORFITO/SIGERU – Sistema Integrado de Gestão de Embalagens e Resíduos em Agricultura, Lda.
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