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AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO
METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE
PLANO METROPOLITANO DE GESTÃO
INTEGRADA DE RESÍDUOS COM FOCO EM
RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS) E
RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E
VOLUMOSOS (RCCV)
PLANO METROPOLITANO DOS RESÍDUOS DA
CONSTRUÇÃO CIVIL E VOLUMOSOS (RCCV)
ARM_RCCV_03_REL_PLANO_CONSULTA_PUBLICA
Outubro de 2015
Consórcio:
PLANO METROPOLITANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS COM FOCO EM RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE
SAÚDE (RSS) E RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E VOLUMOSOS (RCCV)
VERSÃO PARA CONSULTA PÚBLICA
Consórcio:
APRESENTAÇÃO
Este Relatório Final, chamado Plano de Gestão Integrada de RCCV, conclui o processo de
construção do Projeto intitulado Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos,
com Foco em Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e
Volumosos (RCCV), para a RMBH e CM. Para cada um dos resíduos, RCCV e RSS, foi
redigido um documento específico, elaborado pelo Consórcio formado pelas empresas IDP
Engenharia e Arquitetura Iberia e Ferreira Rocha - Gestão de Projetos Sustentáveis
(Consórcio IDP Ferreira Rocha), sob a coordenação da Agência de Desenvolvimento da
Região Metropolitana de Belo Horizonte (ARMBH) e seu Grupo de Acompanhamento (GA).
A construção do plano foi estruturada em três fases, de acordo com o Termo de Referência,
com a respectiva Estrutura Analítica do Projeto (EAP): Fase 01 - Diagnóstico da situação
atual; Fase 02 - Elaboração de proposta para a gestão e o gerenciamento e Fase 03 -
Preparação para elaboração e implantação das alternativas para gestão e gerenciamento.
Na EAP estão referenciados os produtos, relatórios técnicos, bem como as reuniões
públicas, realizadas com participação de representantes dos Municípios, Grupo de
Acompanhamento, Consultores e outros diversos stakeholders, que subsidiaram o
processo participativo do Plano com contribuições significativas.
No contexto instituído pelas Políticas Nacional e Estadual de Resíduos Sólidos, foi
elaborado e aprovado em 2013 o Plano Metropolitano de Resíduos Sólidos – Região
Metropolitana de Belo Horizonte e Colar Metropolitano (PMRS da RMBH e CM),
abrangendo os 50 municípios que atualmente integram a região. Esse PMRS, compilado
e apoiado tecnicamente pela Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de
Belo Horizonte (Agência RMBH), foi alinhado com a agenda de projetos e ações
estabelecidas no Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado (PDDI), lançado oficialmente
pelo Governo de Minas em setembro de 2011, e buscou potencializar a adoção de soluções
integradas e regionalizadas entre os municípios que compõem a RMBH e o Colar
Metropolitano.
Os levantamentos e avaliações desse PMRS, que contemplou apenas 18 dos 34
municípios integrantes da RMBH (o município de Belo Horizonte não foi incluído),
apresentaram estimativas de valores para a geração dos RCCV, ainda que com
significativo grau de incerteza, sinalizando para a necessidade e urgência de adoção de
uma estratégia para complementação de informações para a elaboração de um Plano
Metropolitano de Gestão integrada, com foco em RCCV, abrangendo todos os 50
municípios da RMBH e Colar Metropolitano.
Segundo o PMRS, essa lacuna foi uma das motivações para o Governo de Minas celebrar
o termo de cooperação financeira junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento –
BID, visando a contratação de consultoria para elaborar essa complementação.
Assim, este Relatório Final do projeto contratado - Plano Metropolitano de Gestão
Integrada de RCCV para a RMBH e CM – sistematiza, em formato de Plano, dados e
resultados registrados em nove relatórios técnicos que apresentam, em detalhes,
hipóteses, propostas e soluções para gestão e gerenciamento regionalizado dos RCCV na
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Pag. iv
região de estudo. A vasta referência bibliográfica consultada está apresentada nos
diferentes produtos desse projeto.
Ressalta-se que esta proposta é a versão inicial (Vo) do Plano para RCCV, a ser submetida
à Consulta Pública. As contribuições a serem incorporadas deverão compor a versão final,
que tem como objetivo complementar o PMRS/ARMBH, já submetido à deliberação
metropolitana, nos termos e trâmites da Lei Complementar Estadual nº 89/2006, que
dispõe sobre a Região Metropolitana de Belo Horizonte
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Pag. v
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO _________________________________________________________ iii
SUMÁRIO _______________________________________________________________ v
LISTA DE FIGURAS _______________________________________________________ vii
LISTA DE QUADROS _____________________________________________________ viii
DEFINIÇÕES ______________________________________________________________ x
ABREVIATURAS _________________________________________________________xxi
1 INTRODUÇÃO _________________________________________________________ 23
2 DIAGNÓSTICO _________________________________________________________ 27
A REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE E COLAR METROPOLITANO ____ 27
ASPECTOS GERAIS __________________________________________________________ 27
LEGISLAÇÃO VIGENTE _______________________________________________________ 34
SITUAÇÃO ATUAL DOS RCCV ____________________________________________ 36
COMPOSIÇÃO _____________________________________________________________ 36
GERAÇÃO _________________________________________________________________ 37
SEGREGAÇÃO ______________________________________________________________ 41
COLETA E TRANSPORTE ______________________________________________________ 42
2.2.4.1 Coleta _______________________________________________________________ 42
2.2.4.2 Transporte____________________________________________________________ 43
CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS ________________________________________ 45
TRANSBORDO, VALORIZAÇÃO E DISPOSIÇÃO FINAL ________________________________ 46
2.2.6.1 Valorização ___________________________________________________________ 46
2.2.6.2 Disposição final ________________________________________________________ 48
ÓRGÃOS RESPONSÁVEIS PELO GERENCIAMENTO DE RCCV ____________________ 57
INICIATIVAS GOVERNAMENTAIS _________________________________________ 57
EDUCAÇÃO, COMUNICAÇÃO E CAPACITAÇÃO ______________________________ 68
3 DIRETRIZES, ESTRATÉGIAS, METAS E INDICADORES PARA A GESTÃO E
GERENCIAMENTO DOS RCCV NA RMBH E CM _________________________________ 70
DIRETRIZES E ESTRATÉGIAS _____________________________________________ 70
METAS _____________________________________________________________ 73
INDICADORES ________________________________________________________ 74
4 SISTEMA PROPOSTO ____________________________________________________ 77
REGIONALIZAÇÃO ____________________________________________________ 77
FLUXO DA GESTÃO E GERENCIAMENTO ___________________________________ 87
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Pag. vi
ETAPAS DA GESTÃO E GERENCIAMENTO ________________________________________ 92
4.2.1.1 Geração e composição dos RCCV __________________________________________ 92
4.2.1.2 Segregação na fonte geradora ____________________________________________ 94
4.2.1.3 Coleta e transporte _____________________________________________________ 95
RASTREABILIDADE DO SISTEMA DE GESTÃO ______________________________________ 98
4.2.2.1 Sistema de documentação para o controle e monitoramento da gestão de resíduos __ 99
4.2.2.2 Sistema informatizado para o controle e monitoramento do gerenciamento dos resíduos
100
4.2.2.3 Sistema SIG utilizado para o monitoramento do transporte ____________________ 100
4.2.2.4 Sistema de coletas online _______________________________________________ 101
QUANTIFICAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DAS INFRAESTRUTURAS ___________________ 101
VIABILIDADE ECONÔMICA _____________________________________________ 106
EDUCAÇÃO, COMUNICAÇÃO E CAPACITAÇÃO _____________________________ 112
CONSÓRCIOS PÚBLICOS _______________________________________________ 114
INSTRUMENTOS ECONÔMICOS _________________________________________ 116
5 OUTROS ASPECTOS DO PLANO ___________________________________________ 117
BANCO DE DADOS ___________________________________________________ 117
BENCHMARKING ____________________________________________________ 117
INICIATIVAS E AÇÕES CONCRETAS _______________________________________ 119
LOGÍSTICA REVERSA __________________________________________________ 122
Logística reversa obrigatória _________________________________________________ 122
Logística reversa não obrigatória______________________________________________ 123
6 MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO ________________________________________ 125
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ________________________________________________ 128
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ___________________________________________ 130
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Tipologias de transporte: Caçambeiros, Carroceiros e Carreteiros. ................ xii
Figura 2 - Municípios da RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte .......................28
Figura 3 – Representação das faixas populacionais da RMBH e CM e da geração de RCCV
(2014) por município da região. .......................................................................................39
Figura 4 - Porcentagem de RCC transportado por caçambeiros, carreteiros e carroceiros
provenientes de reformas e demolições ...........................................................................44
Figura 5 - Porcentagem (reciclada/gerada) em Belo Horizonte e RMBH e Colar
Metropolitano ...................................................................................................................47
Figura 6 - Distribuição dos sistemas de destinação e disposição de RSU e RCCV .........51
Figura 7 - Potencial de recebimento dos RCCV ..............................................................55
Figura 8 - Parâmetros para a regionalização...................................................................78
Figura 9 – Critérios para definição das bacias de captação de resíduos que subsidiaram o
agrupamento proposto. ....................................................................................................81
Figura 10 - Sub-regiões / Bacias de captação de RCCV propostas para a Região
Metropolitana e Colar Metropolitano de Belo Horizonte ...................................................83
Figura 11 – Principais relações entre as etapas do fluxo de Gerenciamento proposto para
os RCCV gerados na RMBH e CM. .................................................................................89
Figura 12 - a. Sacos tipo big bag; b. Contêineres de caixa aberta. ..................................95
Figura 13 - a. Contêiner de caixa fechada; b. Carrinho gaiola usado para acondicionamento
de resíduos volumosos. ...................................................................................................96
Figura 14 - Ferramentas para rastreamento dos resíduos...............................................99
Figura 15 - Mapa que apresenta a proporção das infraestruturas existentes para o
gerenciamento dos RCCV na RMBH e CM .................................................................... 103
Figura 16 - Mapa do sistema proposto para o gerenciamento dos RCCV na RMBH e CM
...................................................................................................................................... 105
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Pag.
viii
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Dados socioeconômicos dos municípios da RMBH e Colar Metropolitano de
Belo Horizonte. ................................................................................................................31
Quadro 2 - Aspectos centrais de normas técnicas brasileiras para o gerenciamento de
RCCV. .............................................................................................................................34
Quadro 3 - Aspectos centrais de algumas normas técnicas brasileiras para reciclagem de
RCC. ................................................................................................................................35
Quadro 4 - Valores de RCC gerados na RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte
por classe de resíduo .......................................................................................................36
Quadro 5 – Materiais presentes na composição dos RCC. .............................................37
Quadro 6 - Geração de RCCV por faixa populacional .....................................................38
Quadro 7 - Composições típicas para os RCC ................................................................41
Quadro 8 - Composição típica dos Resíduos Volumosos (RVOL) ...................................41
Quadro 9 - Estimativa de coleta RCCV por faixa populacional, 2014. .............................42
Quadro 10 - Quantidade gerada menos quantidade coletada de RCCV – RMBH e Colar
Metropolitano de Belo Horizonte ......................................................................................43
Quadro 11 - Estimativa de quantidade de RCC transportado por caçambeiros, carreteiros
e carroceiros provenientes de reformas e demolições .....................................................43
Quadro 12 - Quantidades geradas, mínima e máxima estimadas para BH e RMBH, 2014.
........................................................................................................................................46
Quadro 13 - Disposição de RSU e RCCV – RMBH e Colar metropolitano de Belo Horizonte.
........................................................................................................................................48
Quadro 14 - Potencial de Recebimento de RCCV em municípios da RMBH e Colar
Metropolitano de Belo Horizonte. .....................................................................................52
Quadro 15 - Planos, programas, projetos e ações para RSU e RCCV em Âmbito Federal
........................................................................................................................................58
Quadro 16 - Planos, programas, projetos e ações para RSU e RCCV em Âmbito Estadual
........................................................................................................................................62
Quadro 17 - Planos, programas, projetos e ações para RSU e RCCV em Âmbito Regional
e Municipal ......................................................................................................................66
Quadro 18 - Diretrizes e Estratégias para o Plano de Gestão Integrada dos RCCV na
RMBH e CM.....................................................................................................................70
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Pag. ix
Quadro 19 – Indicadores para os instrumentos de avaliação do PMRCCV. ....................75
Quadro 20 - Dados gerais dos agrupamentos da proposta de regionalização. ................84
Quadro 21– Projeção da geração RCCV para municípios do Agrupamento Norte. .........84
Quadro 22 - Projeção da geração RCCV para municípios do Agrupamento Sul. ............85
Quadro 23 - Projeção da geração RCCV para municípios do Agrupamento Leste. .........85
Quadro 24– Projeção da geração RCCV para municípios do Agrupamento Oeste. ........86
Quadro 25 - Projeção da geração RCCV para municípios do Agrupamento Centro. .......86
Quadro 26 – Comparação entre as infraestruturas propostas para o gerenciamento dos
RCCV gerados na RMBH e CM. ......................................................................................90
Quadro 27 – Materiais presentes na composição dos RCC em porcentagem. ................92
Quadro 28 - Composição dos RCC com base nas referências consultadas. ...................93
Quadro 29- Composição dos RVOL com base nas referências consultadas. ..................93
Quadro 30 - Porcentagem de composição proposta para os materiais que constituem os
RCCV com base na utilização de sete (07) contêineres...................................................94
Quadro 31 - Resumo das Infraestruturas existentes e novas infraestruturas propostas.
...................................................................................................................................... 102
Quadro 32 - Investimento total para a instalação das infraestruturas do sistema proposto.
...................................................................................................................................... 109
Quadro 33 - Prazos de implantação do sistema proposto. ............................................ 110
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Pag. x
DEFINIÇÕES
A seguir, serão apresentadas as definições de alguns termos técnicos utilizados ao longo
do documento.
Acondicionamento
O gerador deve garantir o confinamento dos resíduos após a geração até sua destinação
final, assegurando em todos os casos em que seja possível, as condições para a sua
reutilização e reciclagem.
Agregado reciclado
Material granular proveniente do beneficiamento (trituração) de resíduos de construção
“Classe A” com características técnicas para utilização em obras de edificação,
infraestrutura, recobrimento em aterros sanitários ou outras obras de engenharia, de
acordo com os critérios técnicos e orientações exigidas pela legislação e normas técnicas
vigentes.
Área contaminada
Local onde há contaminação causada pela disposição, regular ou irregular, de quaisquer
substâncias ou resíduos.
Áreas de armazenamento transitório
Área que tenha como atividade fim o armazenamento temporário de resíduos da
construção civil e volumosos em local adequado, de forma controlada e sem risco à saúde
pública e ao meio ambiente, com o intuito de viabilizar sua triagem, reutilização, reciclagem
ou disposição final, conforme a Deliberação Normativa COPAM nº 155/2010.
Áreas de Armazenamento e Transferência de Material Cerâmico (AAT)
Infraestrutura intermediária para armazenamento de material cerâmico oriundo dos resíduos da construção civil que proporciona viabilidade ao gerenciamento adequado de resíduos tipo Cerâmico.
Áreas de disposição final de resíduos
São áreas destinadas à disposição em solo de rejeitos.
Áreas de reciclagem
Área onde ocorre o processo de transformação e valorização de um resíduo para fins de
reaproveitamento conforme a Deliberação Normativa COPAM nº 155/2010.
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Áreas de Triagem e Transbordo – ATT
Estabelecimento privado ou público destinado ao recebimento de resíduos da construção
civil e volumosos, usado para triagem dos resíduos recebidos e posterior remoção para
destinação adequada conforme a Deliberação Normativa COPAM nº 155/2010.
Aterro Controlado
É uma fase intermediária entre o vazadouro a céu aberto (lixão) e o aterro sanitário. Os
resíduos são dispostos em terreno sem impermeabilização, não dispondo de sistemas de
drenagem de percolado ou gases, como exigido para os aterros sanitários. Entretanto, a
operação é bastante similar ao previsto para os aterros sanitários, com espalhamento,
compactação e recobrimento dos resíduos diariamente. A área é cercada sem a presença
de animais e atividades de catação, ao contrário do que normalmente se verifica nos lixões.
Aterro de resíduos Classe A de reserva de material para usos futuros
É a área tecnicamente adequada onde serão empregadas técnicas de destinação de
resíduos da construção civil Classe A no solo, visando a reserva de materiais segregados
de forma a possibilitar seu uso futuro ou futura utilização da área, utilizando princípios de
engenharia para confiná-los ao menor volume possível, sem causar danos à saúde pública
e ao meio ambiente e devidamente licenciado pelo órgão ambiental competente (redação
dada pela Resolução 448/12).
Aterro sanitário
Instalação destinada à disposição sanitária e ambientalmente segura da fração de rejeitos
proveniente dos resíduos sólidos urbanos do âmbito da Administração Municipal, baseados
nos princípios e métodos da engenharia sanitária e ambiental, visando confinar os rejeitos
na menor área possível e reduzi-los ao menor volume permissível, cobrindo-os com uma
camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho, ou a intervalos menores se
necessário, conforme NBR 8419/1992.
Beneficiamento
Processos que tenham por objetivo agregar valor aos resíduos para sua utilização como
matéria-prima ou produto.
Bacia de Captação de Resíduos
A Bacia de Captação de Resíduos é a parcela da área urbana que apresenta condições
homogêneas para o recebimento dos resíduos de construção ou resíduos volumosos nela
gerados, em um único ponto de captação (Ponto de Entrega para Pequenos Volumes).
Estes Pontos podem ser compartilhados para recebimento de outros resíduos com
potencial para a logística reversa ou reciclagem.
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Pag. xii
Capacidade de recebimento
Capacidade máxima de recebimento do empreendimento ou atividade, a qual deverá ser
informada levando-se em conta a capacidade de processamento dos equipamentos e
sistemas instalados. A capacidade de recebimento deverá ser expressa necessariamente
na unidade explicitada no texto descritivo do porte do empreendimento ou atividade,
conforme especificado na Normativa COPAM nº 155.
Caracterização
É uma das etapas do Projeto de Gerenciamento de RCC e consiste na identificação e
quantificação dos resíduos (por classe e tipo), de acordo com o Artigo 9º, da CONAMA
307/2002 e suas revisões.
Carroceiros e Carreteiros
São coletores e transportadores de resíduos para pequenos volumes - 1 m3 ou 2 m3
mediante transporte de tração animal (cavalos, mulas e burros, geralmente). Atualmente,
os carroceiros realizam o transporte inicial dos RCCV desde o local de geração, pequeno
gerador, até o primeiro local de coleta e armazenamento, a Unidade de Recebimento de
Pequenos Volumes ou URPV (ou Ponto Limpo/Ecoponto). Muitas vezes trabalha mediante
demanda específica, a pedido do cidadão.
CDR - Combustível Derivado de Resíduos
Produto da separação e processamento (trituração, peneiramento, etc.) dos resíduos da
construção civil identificados como rejeitos (não recicláveis) que apresentem um Poder
Calorífico Inferior (PCI) de 2000 kcal/kg no mínimo.
Colar Metropolitano
Conjunto de municípios pertencentes ao Colar Metropolitano da Região Metropolitana de
Belo Horizonte, segundo o art. 3°, §1°, da Lei Complementar Estadual n° 124/2012, bem
como eventuais alterações. São eles: Barão de Cocais, Belo Vale, Bom Jesus do Amparo,
Bonfim, Fortuna de Minas, Funilândia, Inhaúma, Itabirito, Itaúna, Moeda, Pará de Minas,
Prudente de Morais, Santa Bárbara, São Gonçalo do Rio Abaixo, São José da Varginha,
Sete Lagoas.
Figura 1 – Tipologias de transporte: Caçambeiros, Carroceiros e Carreteiros.
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Pag.
xiii
Coleta diferenciada
Coleta e transporte externos de resíduos, por grupos e/ou classe de resíduos segregados
no local de geração e por tipo de tratamento ou disposição final ambientalmente adequada.
Coleta e transporte Externo
Atividade que prevê a coleta dos resíduos sólidos por transportador devidamente
registrado, cujos veículos devem contar com as autorizações previstas na legislação
vigente, de âmbito local, estadual e federal, com informações de origem e destino. Os
resíduos perigosos devem sempre ser transportados separadamente por veículos
especiais fechados com licenciamento ambiental e no caso de transporte interestadual,
também com Autorização Ambiental para Transporte de Produtos Perigosos do IBAMA.,
obrigatório desde 10 de junho 2012.
Coleta Interna
Atividade que prevê a coleta dos resíduos sólidos desde o local de geração, no próprio
canteiro de obras, até o armazenamento temporário conforme determina a legislação
vigente e o PMGRCC.
Coleta seletiva
Coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua constituição,
composição ou classes previstas em norma legal.
Coletor
Recipiente fixo ou móvel, de capacidade variável, no qual os resíduos são depositados
para seu armazenamento temporário e posterior transporte.
Coprocessamento
Técnica de destinação final, na qual se utiliza o processamento de resíduos da construção
civil e volumosos como substituto parcial de matéria-prima e/ou de combustível em
processos de fabricação de cimento e/ou similares.
Consórcios municipais
Consiste em um contrato regulamentado pela Lei Federal nº - 11.107, de 6 de abril de 2005,
formado por dois ou mais municípios para a realização de objetivos de interesse comum,
com adesão aprovada por lei municipal.
Consultora contratada
Empresa (ou Consórcio) contratada para a modelagem do Plano Metropolitano de Gestão
Integrada de Resíduos com foco em Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) de Resíduos
da Construção Civil e Volumosos (RCCV).
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xiv
Contratante
Órgão que contrata a elaboração da modelagem do Plano Metropolitano de Gestão
Integrada de Resíduos com foco em Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) de Resíduos
da Construção Civil e Volumosos (RCCV), no caso, a Agência de Desenvolvimento da
Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Controle de Transporte de Resíduos (CTR)
O CTR (ou MTR – Manifesto de Transporte de Resíduos) é um documento emitido pelo
transportador de resíduos que fornece informações sobre gerador, origem, quantidade e
descrição dos resíduos e seu destino, conforme especificações das normas brasileiras
NBR 15.112/2004, NBR 15.113/2004 e NBR 15.114/2004 da ABNT.
Convênio
Arranjo institucional entre entes federativos de caráter associativo para atingir objetivos
comuns.
Depósito clandestino (Bota-fora)
Área de deposição irregular de resíduos, utilizada por transportadores de RCC-RV, que
utilizam áreas sem as licenças ambientais requeridas. Trata-se de atividade clandestina
passível de sanções administrativas, civis e criminais.
Desmonte (demolição seletiva)
Processo utilizado antes da demolição completa de um edifício, por meio do qual se realiza
a extração e segregação de peças ou materiais presentes nos resíduos, de forma que cada
parte possa receber a destinação mais adequada em função das suas características,
sejam resíduos passíveis de reutilização, bem como os perigosos.
Destinação final ambientalmente adequada
Conforme a Lei 12.305/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos,
considera-se destinação ambientalmente adequada de resíduos a reutilização, reciclagem,
compostagem, recuperação e aproveitamento energético ou outras destinações admitidas
pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, entre elas a disposição final,
observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde
pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos.
Disposição final ambientalmente adequada
Distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas
de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos
ambientais adversos, conforme a definição legal presente na Política Nacional de Resíduos
Sólidos.
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Geração
Momento em que se gera um material que, de acordo com a legislação vigente, é
considerado resíduo.
Geradores
São pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, responsáveis por atividades que
gerem resíduos, inclusive RCCV.
Gerenciamento de resíduos sólidos
Conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte,
transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos
e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com o plano municipal
de gestão integrada de resíduos sólidos ou com o plano de gerenciamento de resíduos
sólidos, exigidos na forma da Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 (nova redação dada
pela Resolução 448/12). Estas ações podem ser desenvolvidas pelo poder público ou
delegadas a terceiros.
Gestão de resíduos sólidos
Conjunto de etapas que inclui o planejamento, diretrizes, procedimentos, objetivos e metas,
atribuindo responsabilidades aos geradores, de acordo com a legislação vigente, além das
atividades de supervisão, monitoramento e fiscalização. Trata-se de responsabilidade
pública, indelegável.
Grandes geradores
Pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas que gerem RCCV acima do limite diário
estipulado pelo poder público municipal.
Grupo gestor
Equipe de profissionais da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo
Horizonte (ARMBH) responsáveis pela gestão do projeto.
Lixão
Denominação popular para a disposição final inadequada de resíduos sólidos,
caracterizada pela sua descarga sobre o solo, sem critérios técnicos nem medidas de
proteção ambiental adequadas à saúde pública. É o mesmo que vazadouro ou descarga a
céu aberto.
Logística reversa
Instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de
ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos
sólidos pós consumo ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em
outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada.
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xvi
Manejo de resíduos sólidos
Toda atividade técnica operacional de resíduos sólidos que envolva o manuseio,
acondicionamento, segregação, transporte, armazenamento, transferência, tratamento,
disposição final ou qualquer outro procedimento técnico operacional utilizado desde a
geração até a destinação e disposição final dos mesmos.
Material valorizado
Material segregado e submetido, ou não, a outros processos que agreguem valor, para
serem utilizados como matéria prima.
Minimização
Ação de reduzir ao mínimo possível o volume e periculosidade dos resíduos sólidos,
através de qualquer estratégia preventiva, procedimento, método ou técnica utilizada na
atividade geradora.
Parceria Público-Privada (PPP)
Contrato de prestação de obras ou serviços não inferior a R$ 20 milhões, com duração
mínima de 5 e no máximo 35 anos, firmado entre empresa privada e o governo federal,
estadual ou municipal.
Pequenos geradores
São pessoas físicas que geram pequenas quantidades de RCCV, em geral até 1m³ por dia,
A geração máxima que os caracteriza é definida em âmbito municipal.
Plano de Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil (PGRCC)
Documento baseado nos princípios da não geração de resíduos e na minimização da
geração de resíduos, que aponta e descreve as ações relativas ao seu manejo, para os
grandes geradores, cujos procedimentos são regularizados pela Resolução CONAMA n°
307/2002 e suas revisões, contemplando os aspectos referentes à geração, segregação,
acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, reutilização, reciclagem,
tratamento e disposição final, bem como a proteção à saúde pública e ao meio ambiente.
No caso de atividade ou empreendimento passível de regularização ambiental, o
documento integra o processo de licenciamento ambiental; quando tratar-se de
empreendimentos e atividades não enquadrados na legislação como objeto de
licenciamento ambiental, o documento deverá ser apresentado juntamente com o projeto
do empreendimento para análise pelo órgão competente do poder público municipal, em
conformidade com o Plano Municipal de Gestão de Resíduos da Construção Civil.
Plano Municipal de Gestão de Resíduos da Construção Civil (PMGRCC)
Instrumento de gestão a ser elaborado pelos Municípios e pelo Distrito Federal, em consonância com o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos.
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Planta de Recuperação / Reciclagem (papel, madeira e agregados)
As Plantas de Reciclagem de resíduos da construção civil são reguladas pela NBR 15114
de 2004 - Resíduos sólidos da construção civil – Áreas de reciclagem – Diretrizes para
projeto, implantação e operação. Os resíduos a serem recebidos nas Plantas de
Recuperação/ Reciclagem devem ter procedência e composição conhecidas. Os resíduos
de construção civil das classes D (resíduos perigosos oriundos do processo de construção,
tais como tintas, baterias, amianto, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados
oriundos de demolições, reformas e reparos de instalações industriais e outros) devem ser
encaminhados à destinação adequada específica.
Ponto Limpo – Ponto de Entrega para Pequenos Volumes – Unidade de Recebimento
de Pequenos Volumes de RCCV (URPV)
Equipamento público destinado ao recebimento e triagem de pequenos volumes de
resíduos da construção civil e resíduos volumosos, gerados e entregues pelos munícipes
ou por pequenos transportadores, sem causar danos à saúde pública e nem ao meio
ambiente, observando as especificações da norma brasileira NBR 15.112/2004.
Reaproveitamento
Obtenção de benefício de um material, artigo, elemento ou parte de resíduos sólidos, a
partir de técnicas de reaproveitamento, tais como reciclagem, recuperação ou reutilização.
Reciclagem
Processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve a alteração de suas
propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à transformação em
insumos ou novos produtos, observadas as condições e os padrões estabelecidos pelos
órgãos competentes do Sisnama e, se couber, do SNVS e do Suasa.
Região Metropolitana de Belo Horizonte
Conjunto de 34 municípios pertencentes a Região Metropolitana de Belo Horizonte,
instituída em 1973 pela Lei Complementar nº 14/1973 e, atualmente, regulamentada pelas
leis complementares do Estado de Minas Gerais (Lei Estadual Complementar - LEC n.º
88/2006 e LEC n.º 89/2006). Sao eles: Baldim, Belo Horizonte, Betim, Brumadinho, Caeté,
Capim Branco, Confins, Contagem, Esmeraldas, Florestal, Ibirité, Igarapé, Itaguara,
Itatiaiuçu, Jaboticatubas, Juatuba, Lagoa Santa, Mário Campos, Mateus Leme,
Matozinhos, Nova Lima, Nova União, Pedro Leopoldo, Raposos, Ribeirão das Neves, Rio
Acima, Rio Manso, Sabará, Santa Luzia, São Joaquim de Bicas, São José da Lapa,
Sarzedo, Taquaraçu de Minas e Vespasiano.
Rejeitos
Resíduos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação
por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra
possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada.
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Resíduos biodegradáveis
São restos orgânicos que se decompõem facilmente no ambiente e que podem ser
transformados em compostos orgânicos para acondicionamento de solos.
Resíduos da Construção Civil - RCC
Aqueles provenientes das atividades de construção, reforma, reparo ou demolição de obras
de construção civil, bem como os provenientes da preparação e da escavação de terrenos
para fins de construção civil, conforme especificado na Resolução CONAMA 307/2002 e
na Deliberação Normativa COPAM nº 155/ 2010.
Resíduos inertes
Quaisquer resíduos que, quando amostrados de forma representativa e submetida a um
contato estático ou dinâmico com água destilada ou desionizada, a temperatura ambiente,
conforme teste de solubilização, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a
concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, conforme definições
norma ABNT NBR 10004, executando-se os padrões de aspecto, cor, turbidez e sabor.
Como exemplo destes materiais, podem-se citar rochas, tijolos, vidros e certos plásticos e
borrachas que não são decompostos prontamente (ABNT NBR 1004:2004).
Resíduos não perigosos
São aqueles que não apresentam nenhuma das características que confere periculosidade
aos resíduos.
Resíduos perigosos
São aqueles que, em razão de uma das seguintes características de inflamabilidade,
corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade,
teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à
qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica. Também se
consideram perigosos os envases e embalagens que tenham estado em contato com eles
ou com substâncias ou produtos perigosos (12.305/2010 e ABNT NBR 1004:204).
Resíduos sólidos
Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em
sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a
proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e
líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de
esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnicas ou economicamente
inviáveis quanto a melhor tecnologia disponível.
Resíduos volumosos (RV)
Os Resíduos Volumosos (RV) são os resíduos considerados como os não provenientes de
processos industriais, constituídos basicamente por material volumoso não removido pela
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coleta pública municipal rotineira, como móveis e equipamentos domésticos inutilizados,
grandes embalagens e peças de madeira, podas e assemelhados.
Reutilização
É o processo de reuso de um resíduo, sem transformação do mesmo.
Segregação
Ato de (após a geração) garantir a separação dos resíduos na fonte de sua geração ou
posteriormente, por tipo ou classe previstos em norma.
Transportadores
São pessoas, físicas ou jurídicas, encarregadas da coleta e transporte dos resíduos entre
as fontes geradoras e as áreas de destinação ou disposição final.
Tratamento
É o processo, método ou técnica que permite modificar as características físicas, químicas
ou biológicas do resíduo, a fim de reduzir volume, peso ou periculosidade capaz de causar
danos à saúde e ao ambiente, tornando mais seguras e econômicas as condições de
armazenagem, transporte e disposição final.
Tratamento térmico
É todo e qualquer processo cuja operação seja realizada acima da temperatura mínima de
oitocentos (800) graus Celsius (Segundo a Resolução CONAMA nº 316 de 2002).
Triagem
A triagem de resíduos consiste na operação de separação e limpeza dos diversos resíduos
e/ou componentes dos resíduos de outros materiais indesejáveis, para posterior
acondicionamento e envio à recuperação ou reciclagem.
Usina de Reciclagem de Entulho
São instalações reguladas pela NBR 15114 de 2004 - Resíduos sólidos da construção civil
– Áreas de reciclagem – Diretrizes para projeto, implantação e operação. Somente podem
ser aceitos nessas instalações os resíduos da construção civil classe A. Os resíduos de
construção civil das classes B, C ou D devem ser encaminhados a destinação adequada.
Usina de Triagem e Compostagem
Instalação na qual é realizada a separação manual ou mecanizada da matéria orgânica,
materiais recicláveis, rejeitos e resíduos especiais presentes no resíduo. A parte orgânica
é destinada ao pátio de compostagem, onde é submetida a um processo de conversão
biológica em adubo e o que não pode ser aproveitado deve ser encaminhado à disposição
final ambientalmente adequada como rejeitos.
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Valorização
Operação manual ou mecânica, desenvolvida por gestor autorizado, que permite o máximo
aproveitamento de todos os recursos contidos nos resíduos da construção, com garantia
de aplicação de acordo com as normas e as leis vigentes, e que permite sua reinserção no
ciclo econômico e produtivo dos materiais de segundo uso.
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ABREVIATURAS
AAF AUTORIZAÇÃO AMBIENTAL DE FUNCIONAMENTO
ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS
ABRELPE ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA PUBLICA E RESÍDUOS ESPECIAIS
ARMBH AGÊNCIA DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE
AS ATERRO SANITÁRIO
ATT ÁREAS DE TRIAGEM E TRANSBORDO
CDR COMBUSTIVEL DERIVADO DE RESÍDUOS
CM COLAR METROPOLITANO
CONAMA CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
COPAM CONSELHO DE PROTEÇÃO AMBIENTAL
CTR CONTROLE DE TRANSPORTE DE RESÍDUOS
DN DELIBERAÇÃO NORMATIVA
EAP ESTRUTURA ANALÍTICA DE PROJETO
ERE ESTAÇÕES DE RECICLAGEM DE ENTULHO
FEAM FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE
FIP FUNDAÇÃO ISRAEL PINHEIRO
GA GRUPO DE ACOMPANHAMENTO
IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA
IPEA INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA
LI LICENÇA DE INSTALAÇÃO
LO LICENÇA DE OPERAÇÃO
LP LICENÇA PRÉVIA
NBR NORMA BRASILEIRA
PERS PLANO ESTADUAL DE RESIDUOS SÓLIDOS
PERS POLÍTICA ESTADUAL DE RESIDUOS SOLIDOS (Lei Estadual nº 18.031/2009)
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PGIRS PLANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
PGRCC PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
PMGRCC PLANO MUNICIPAL DE GESTAO DE RESIDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
PMRS PLANO METROPOLITANO DE GESTAO INTEGRADA DE RESÍDUOS
PMSS PROGRAMA DE MODERNIZAÇÃO DO SETOR SANEAMENTO
PNRS POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS
PNSB PESQUISA NACIONAL DE SANEAMENTO BÁSICO
RCC RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
RCCV RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL E VOLUMOSOS
RCD RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E DEMOLIÇÃO
RMBH REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE
RSS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE
RSU RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
RV RESÍDUOS VOLUMOSOS
SEDRU SECRETARIA DE ESTADO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL POLÍTICA URBANA E GESTÃO METROPOLITANA DE MINAS GERAIS
SEGEM SECRETARIA DE ESTADO DE GESTÃO METROPOLITANA
SIAM SISTEMA INTEGRADO DE INFORMAÇÃO AMBIENTAL
SINDUSCON SINDICADO DA CONSTRUÇÃO CIVIL
SINIS
SINIR
SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE SANEAMENTO
SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE A GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
SLU SUPERINTENDÊNCIA DE LIMPEZA URBANA
SNIS SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÃO DE SANEAMENTO
URPV UNIDADES DE RECEBIMENTO DE PEQUENOS VOLUMES
UTC USINA DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM
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1 INTRODUÇÃO
O conteúdo deste relatório tem como referência, prioritariamente, os estudos, análises,
resultados e conclusões das três fases de desenvolvimento do Plano Metropolitano de
Gestão Integrada de Resíduos com foco em Resíduos da Construção Civil e Volumosos
(RCCV). Foram elaborados 9 (nove) produtos, sendo os dois primeiros para o
levantamento e análise da situação atual dos resíduos na região de estudo, um produto de
benchmarking, dois produtos para detalhamento do fluxo dos resíduos, dois produtos de
proposição de regionalização, identificação de critérios para áreas favoráveis e
apresentação do sistema proposto para a gestão e o gerenciamento dos resíduos, um
produto de análise de viabilidade econômica e financeira, e, por fim, um produto que
congrega orientações para a implementação do Plano.
A construção participativa é uma premissa para a elaboração do Plano, inclusive para o
diagnóstico, e a participação de diversos grupos de stakeholders se deu de forma
diferenciada, em distintas instâncias e etapas. Numa ação institucional e técnica,
executada de forma integrada com a ARMBH, as partes interessadas foram contatadas e
sensibilizadas a fim de contribuir com uma ou mais das três seguintes ações: (i)Engajar-se
na construção participativa, tanto por meio de debates técnicos quanto no
compartilhamento de percepções e validação dos resultados parciais; (ii) identificar e
disponibilizar dados secundários; e (iii) informar dados primários.
Para o desenvolvimento do Plano, a ARMBH/SEDRU, além do grupo gestor, criou um
grupo de acompanhamento (GA), composto por profissionais de governo e outras
instituições relacionadas ao tema, além de consultores especializados em gestão e
gerenciamento de resíduos, possibilitando a manutenção de um espaço de diálogo técnico,
com trocas de experiências e busca de consensos sobre as melhores escolhas quanto às
fontes de informações, metodologias e padrões de qualidade. Esse grupo foi também
responsável por analisar, comentar e contribuir para a aprovação de cada um dos produtos
entregues pelo Consórcio IDP Ferreira Rocha.
Para garantir a pluralidade necessária e potencializar a construção participativa, outros
agentes implicados no processo foram também sensibilizados por meio das reuniões
públicas (workshops) fomentando o diálogo com agentes municipais, representantes da
sociedade civil, acadêmicos, associações de classe, empresas prestadoras de serviços
relacionadas à gestão e gerenciamento de resíduos e empreendimentos das áreas de
construção civil.
A etapa de levantamento de dados foi baseada majoritariamente em dados secundários,
inclusive em fontes específicas relacionadas ao tema, nacionais e internacionais,
constantes da bibliografia listada nos 9 (nove) relatórios dos produtos desenvolvidos.
Ressalta-se ainda a utilização de dados e informações decorrentes das contribuições e
informações do grupo gestor, grupo de acompanhamento, e dos participantes dos cinco
workshops nas três fases do projeto de construção do Plano bem como a análise do
extenso marco regulatório, nos níveis federal, estadual e municipal, vigente na região de
estudo.
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Para elaboração deste Relatório Final do Plano de Gestão Integrada dos RCCV da RMBH
e CM foram consideradas três referências básicas:
Relatórios técnicos desenvolvidos pelo Consórcio formado pelas empresas IDP
Engenharia e Arquitetura Iberia e Ferreira Rocha - Gestão de Projetos Sustentáveis
(Consórcio IDP Ferreira Rocha) – Foram desenvolvidos 9 (nove) produtos em forma
de relatórios técnicos, sob a coordenação da Agência de Desenvolvimento da
Região Metropolitana de Belo Horizonte (ARMBH) e seu Grupo de
Acompanhamento (GA), no período de janeiro de 2014 a outubro de 2015. Esses
produtos, a seguir listados, compõem os resultados das três fases do Projeto, a
saber:
o Fase 1 - Diagnóstico da situação atual dos RCCV na RMBH e Colar
Metropolitano de BH.
Produto 01: Geração e fluxo de gestão e gerenciamento dos RCCV.
Produto 02: Levantamento de planos e projetos, executados e em
execução, para gestão e gerenciamento dos RCCV.
o Fase 02: Elaboração de proposta para o manejo, tratamento e disposição
final dos RCCV.
Produto 03 - Benchmarking Referencial Nacional e Internacional de Gestão
e Gerenciamento de RCCV.
Produto 04 - Alternativas de Gestão e Gerenciamento de RCCV
recomendada.
Produto 05 - Alternativas para Transbordo, Tratamento e Disposição Final.
Produto 06 - Áreas Favoráveis para Instalação de Infraestruturas de RCCV.
Produto 07 - Possibilidades de Implantação de Soluções Integradas.
Produto 08 - Sistema de Gerenciamento Proposto.
o Fase 3: Preparação para Elaboração e Implantação das Alternativas para
gestão dos RCCV.
Produto 09 - Preparação para execução da proposta de gestão integrada
de RCCV.
Plano Metropolitano de Resíduos Sólidos da Região Metropolitana de Belo
Horizonte e Colar Metropolitano (PMRS), documento compilado e apoiado pela
Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Agência
RMBH), publicado em 2013. É registrada no PMRS a participação e cooperação
das prefeituras dos 50 municípios, além de outros órgãos, secretarias e programas
do Governo do Estado de Minas Gerais, dentre eles a Secretaria de Estado de Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), a Fundação Estadual do Meio
Ambiente (Feam) e o Centro Mineiro de Referência em Resíduos (CMRR).
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Plano Nacional de Resíduos Sólidos, coordenado e elaborado pelo Ministério do
Meio Ambiente, com apoio do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e
acompanhado pelo Comitê Interministerial criado pelo Decreto n0 7.404/10, que
regulamente a PNRS, com versão preliminar editada em setembro de 2011. O
Plano Nacional foi objeto de discussão em cinco Audiências Públicas Regionais e
consolidação na Audiência Pública Nacional em Brasília. Foi também colocado para
recebimento de contribuições via consulta pública na internet. Em agosto de 2012
foi editada a versão apreciada pelos seguintes conselhos: CONAMA, CNRH,
CONCIDADES e CNS. Essa versão será considerada definitiva quando de sua
publicação em decreto governamental.
Ressalta-se que a falta de referência ao Plano Estadual de Resíduos Sólidos se deve ao
fato de esse documento encontrar-se ainda em fase de contratação da consultoria
especializada para sua elaboração, tendo em vista as dificuldades encontradas nos
processos licitatórios anteriores.
Assim, o presente documento contempla o alinhamento de formato, exigências legais e
informações técnicas dos documentos acima referenciados para elaboração do Plano,
destacando-se que os pontos chave que nortearam a busca de soluções adequadas para
a gestão e gerenciamento dos RCCV foram:
Entender os RCCV como um problema de saúde pública e ambiental relevante.
Configurar um processo em longo prazo e de ação contínua visando habilitar um
mercado viável.
Trabalhar em conjunto com os agentes envolvidos.
Pesquisar para gerar conhecimento e critério técnico.
Desenvolver uma normativa de referência e operações.
Avaliar para poder melhorar continuamente o sistema.
Neste contexto o Relatório Final para o Plano de Gestão Integrada de RCCV da RMBH e
CM apresenta o seguinte conteúdo: diagnóstico consolidado, aspectos legais aplicáveis e
legislação vigente, iniciativas governamentais, diretrizes, estratégias, metas e indicadores
para a gestão e o gerenciamento dos RCCV na área de estudo, proposta de regionalização,
estudo do sistema proposto contemplando as infraestruturas necessárias e a organização
territorial dos municípios, a viabilidade econômica e instrumentos econômicos. São
também apresentados outros aspectos do plano, incluindo sugestões de iniciativas e ações
concretas que devem ser considerados no planejamento das ações estratégicas e
posteriores.
Após aprovação deste documento, pelo Grupo de Acompanhamento e ARMBH está
prevista, para o primeiro trimestre de 2016, sua disponibilização para consulta pública,
discussão e validação pelos agentes envolvidos e sociedade como um todo.
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A versão validada para o Plano Metropolitano de Gestão Integrada de RCCV deverá ser
submetida à aprovação do Conselho Metropolitano para formalizar sua integração ao Plano
Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMRS) publicado em 2013.
É oportuno reforçar que a estratégia de implementação do Plano deve considerar a
apropriação de todo o conteúdo resultante do processo de elaboração, desenvolvido nos
últimos dois anos e registrado nos documentos de referência.
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2 DIAGNÓSTICO
O Diagnóstico descreve a situação atual dos resíduos de construção civil e volumosos na
RMBH e CM, o que inclui identificação e análise sobre a legislação e normas vigentes, os
dados socioeconômicos, os dados referentes à geração desses resíduos e demais etapas
da cadeia de gerenciamento, e ações praticadas ou planejadas de apoio ao gerenciamento.
Essas informações compõem a Fase 01 de elaboração do Plano e o detalhamento está
disponível para consulta em cada um dos Produtos 00, 01 e 02.
A REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE E COLAR METROPOLITANO
Na sequência serão apresentadas, de forma analítica, informações que caracterizam a
RMBH e CM, e uma avaliação da legislação vigente.
ASPECTOS GERAIS
A RMBH e o Colar Metropolitano de Belo Horizonte congregam 50 municípios, conforme
apresentado na Figura 2.
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Figura 2 - Municípios da RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte
Fonte: Fase 01/Produto 01 – Elaborado pelo consorcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
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Esses 50 municípios apresentam diferentes características populacionais, de dinâmicas e
atividades econômicas, de uso e ocupação do solo e de aspectos ambientais, questões
que são extremamente relevantes para a gestão integrada de resíduos na perspectiva
metropolitana. A análise deste conjunto de municípios indica que os problemas e as
demandas são diferenciados e, também, que não podem ser adotadas as mesmas
soluções para todos. Por outro lado, as alternativas podem ser pensadas por região, e não
apenas por município, o que poderá permitir otimização de ações, e soluções regionais.
Do ponto de vista populacional, estão assim divididos:
5 municípios com até 5 mil habitantes;
14 municípios na faixa entre 5 mil e 10 mil habitantes;
11 municípios na faixa entre 10 mil e 30 mil habitantes;
11 municípios na faixa entre 30 mil e 100 mil habitantes;
7 municípios na faixa entre 100 mil e 500 mil habitantes;
1 município na faixa entre 500 mil e 1 milhão de habitantes; e
1 município com mais de 1 milhão de habitantes.
Observa-se que tanto a RMBH quanto o Colar Metropolitano de Belo Horizonte são áreas
bastante populosas e com alta relevância econômica para o Estado de Minas Gerais. Isto
se deve à forte importância do setor de comércio e serviços em Belo Horizonte e Contagem
e, em parte, ao fato de Belo Horizonte ser a capital do Estado, o que a condiciona como
um espaço privilegiado para ofertar serviços de administração pública, bem como
educacionais, hospitalares e culturais. Contagem é beneficiada por isso devido à sua forte
conurbação com a capital. Também merece destaque a pujante indústria extrativa mineral,
especialmente de minério de ferro, que está presente nos municípios de Brumadinho,
Caeté, Nova Lima, São Joaquim de Bicas, Barão de Cocais, Itabirito e São Gonçalo do Rio
Abaixo.
O município de Betim possui um parque industrial bastante diversif icado, porém bastante
relacionado com a atividade automobilística, em função de sediar a FIAT em seu limite
territorial e também dado à presença da indústria petrolífera, representada pela Refinaria
Gabriel Passos (REGAP), da Petrobras. Em Pedro Leopoldo e Vespasiano, destaca-se a
indústria cimenteira e, em Sete Lagoas, que pertence ao Colar Metropolitano, além da
indústria cimenteira, tem relevância as indústrias siderúrgicas (ferro gusa) e
automobilística.
A demografia das regiões analisadas - RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte -
demonstra que a maior parte da população se encontra no meio urbano. Isto configura um
fator relevante para se desenvolver políticas e ações públicas com relação aos sistemas
de gestão e gerenciamento de resíduos sólidos urbanos e especiais, incluindo, os
Resíduos da Construção Civil e Volumosos. Quanto maior a taxa de urbanização, mais
elevada é a demanda por serviços eficientes e de ampla abrangência para a coleta e
disposição adequada de resíduos sólidos.
Quanto ao Produto Interno Bruto (PIB), avaliado entre os anos de 2006 e 2011, pode-se
observar que toda a região encontra-se em crescimento econômico acima da média da
inflação, o que implica que há um crescimento real. Neste cenário, destacam-se dois
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municípios com menos de 10 mil habitantes, Itatiaiuçu e São Gonçalo do Rio Abaixo, que
apresentaram uma média de crescimento populacional da ordem de 51% e 65%,
respectivamente.
Quanto aos setores econômicos de maior impacto na economia, apenas um município,
São José da Varginha, tem sua maior renda advinda da Agropecuária. A Indústria e os
Serviços representam as principais atividades econômicas da região. A esse fator se soma
o fato de a grande maioria dos municípios ser essencialmente de ocupação urbana. Alta
taxa de urbanização e grande presença de indústrias, implicando em grande número de
novas construções, ampliações e reformas em edificações, são fatores relevantes
relacionados à geração de resíduos da construção civil.
Belo Horizonte tem um grande poder de centralidade na região. Os 50 municípios somam
a população de 5.429.969 habitantes, sendo que, destes, 2.375.151 estão na capital, ou
seja, pouco mais da metade da população. Quanto ao PIB, considerando o ano de 2011,
os 50 municípios somam R$146,5 bilhões, e Belo Horizonte sozinha tem quase R$55
bilhões, ou seja, 37,5% do PIB. Se forem somados os três municípios mais populosos, Belo
Horizonte, Contagem e Betim, que são territorialmente contínuos, representam 62% da
população e cerca de 70% do PIB.
Os dados socioeconômicos dos 50 municípios estão apresentados no Quadro 1.
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Quadro 1 - Dados socioeconômicos dos municípios da RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte.
FAIXA POPULACIONAL
MUNICÍPIO POPULAÇÃO PIB 2011
(em mil R$)
ATIVIDADE ECONÔMICA %
AGROPECUÁRIA INDÚSTRIA SERVIÇOS
Até 5 mil
Fortuna de Minas 2.705 27.593 32,03 10,14 57,83
Funilândia 3.855 34.172 27,98 12,17 59,85
Moeda 4.689 37.134 9,49 14,04 76,47
São José da Varginha 4.198 88.769 64,26 4,28 31,74
Taquaraçu de Minas 3.794 43.755 15,93 30,69 53,39
De 5 mil a 10 mil
Baldim 7.913 68.198 24,54 20,24 55,23
Belo Vale 7.536 102.747 24,37 33,98 41,65
Bom Jesus do Amparo 5.491 41.072 22,47 11,95 65,58
Bonfim 6.818 55.185 21,62 13,28 65,10
Capim Branco 8.881 74.857 6,72 29,75 63,54
Confins 5.936 1.540.849 0,14 3,33 96,53
Florestal 6.600 62.334 27,04 11,54 61,42
Inhaúma 5.760 77.545 35,53 17,19 47,28
Itatiaiuçu 9.928 1.441.352 0,99 82,41 16,60
Nova União 5.555 48.286 29,75 10,83 59,42
Prudente de Morais 9.573 80.257 5,75 30,15 64,10
Rio Acima 9.090 142.515 0,29 47,39 52,32
Rio Manso 5.276 45.273 19,44 11,07 69,48
São Gonçalo do Rio Abaixo
9.777 2.798.420 0,50 84,10 15,40
De 10 mil a 30 mil
Barão de Cocais 28.442 997.045 0,95 69,03 30,02
Itaguara 12.372 140.540 14,53 14,13 71,34
Jaboticatubas 17.134 122.265 14,10 12,61 73,29
Juatuba 22.202 821.631 0,58 64,16 35,26
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FAIXA POPULACIONAL
MUNICÍPIO POPULAÇÃO PIB 2011
(em mil R$)
ATIVIDADE ECONÔMICA %
AGROPECUÁRIA INDÚSTRIA SERVIÇOS
Mário Campos 13.192 92.605 16,87 13,98 69,15
Mateus Leme 27.856 439.570 7,03 44,69 48,28
Raposos 15.342 84.098 0,03 14,09 85,88
Santa Bárbara 27.876 371.120 3,50 43,68 52,82
São Joaquim de Bicas 25.537 377.412 1,25 51,11 47,63
São José da Lapa 19.799 363.663 4,45 10,16 85,39
Sarzedo 25.814 505.978 2,27 59,03 38,71
De 30 mil a 100 mil
Brumadinho 33.973 2.051.528 1,08 75,06 23,86
Caeté 40.750 382.568 3,45 30,43 66,12
Esmeraldas 60.271 382.837 11,52 14,58 73,89
Igarapé 34.851 686.759 1,22 58,31 40,48
Itabirito 45.449 2.367.801 0,42 72,65 26,94
Itaúna 85.463 1.695.902 2,47 36,14 61,38
Lagoa Santa 52.520 957.594 0,42 26,22 73,35
Matozinhos 33.955 657.206 1,94 52,51 45,55
Nova Lima 80.998 6.497.444 0 71,30 28,70
Pará de Minas 84.215 1.725.886 6,25 35,39 58,36
Pedro Leopoldo 58.740 1.136.872 1,84 49,40 48,75
De 100 mil a 500 mil
Betim 378.089 28.085.221 0,04 54,16 45,80
Ibirité 158.954 1.363.607 0,61 29,55 69,84
Ribeirão das Neves 296.317 2.170.645 0,12 19,29 80,59
Sabará 126.269 1.478.668 0,24 46,84 52,92
Santa Luzia 202.942 2.133.716 0,34 42,08 57,58
Sete Lagoas 214.152 5.996.592 0,45 50,70 48,85
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FAIXA POPULACIONAL
MUNICÍPIO POPULAÇÃO PIB 2011
(em mil R$)
ATIVIDADE ECONÔMICA %
AGROPECUÁRIA INDÚSTRIA SERVIÇOS
Vespasiano 104.527 1.628.471 0,06 49,70 50,24
De 500 mil a 1 milhão Contagem 603.442 18.912.326 0,01 32,58 67,41
Acima de 1 milhão Belo Horizonte 2.375.151 54.996.326 0 16,92 83,08
Fonte: IBGE 2010, modificado pelos autores.
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LEGISLAÇÃO VIGENTE
Para os aspectos legais, existe ampla gama de instrumentos normativos, a saber: Leis e
Decretos federais, estaduais e municipais; Resoluções CONAMA, Instrução Normativa
IBAMA, Deliberações Normativas COPAM, normativas municipais e Normas Brasileiras
(NBR) da ABNT. Cerca de uma centena de documentos enunciados e consolidados em
quadros e tabelas estão disponíveis no Banco de Dados e Informações/Plano
Metropolitano de RCCV/ARMBH.
Considerando os aspectos legais, que foram exaustivamente tratados desde a Fase 01,
ressaltam-se as leis 11.445/2007 e 12.305/2010, as Resoluções CONAMA 307/2002,
348/2004, 431/2011, 448/2012 e 469/2015 e as seis Normas Brasileiras que regem a
classificação, o gerenciamento e valorização dos RCC: ABNT – NBR 10.004/2004; NBR
15.112/2004; NBR 15.113:2004; NBR 15.114:2004; NBR 15.115:2004; NBR 15.116:2004.
O Quadro 2 e o Quadro 3 apresentam de forma sintética o escopo de cinco normas
técnicas brasileiras específicas para o gerenciamento e a valorização dos resíduos da
construção civil. Estas normas, as Leis Federais 11.107/2005, 11.445/2007 e 12.305/2010,
devem ser adotadas como a diretriz central para as operações essenciais nas novas áreas
de manejo.
Quadro 2 - Aspectos centrais de normas técnicas brasileiras para o gerenciamento de RCCV.
Aspectos centrais das Normas Brasileiras para o gerenciamento de RCCV
ABNT - NBR 15.112:2004
Resíduos da construção civil e resíduos volumosos. Áreas de Transbordo e Triagem. Diretrizes para projeto, implantação e operação.
Diretriz central: triagem obrigatória de todos os resíduos, nas classes A, B, C e D.
Define procedimentos para o gerenciamento na triagem dos resíduos das diversas classes, inclusive quanto à proteção ambiental e controles diversos. Disciplina também os PEVs.
ABNT - NBR 15.113:2004
Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes. Aterros. Diretrizes para projeto, implantação e operação.
Diretriz central: empreendimentos devem permitir a utilização das áreas conformadas ou o uso futuro dos resíduos reservados.
Define procedimentos para o preparo da área e disposição dos resíduos de Classe A, proteção das águas e proteção ambiental, planos de controle e monitoramento.
ABNT - NBR 15.114:2004 Resíduos sólidos da construção civil. Áreas de Reciclagem. Diretrizes para projeto, implantação e operação.
Diretriz central: controle das emissões no processo e de armazenamento dos produtos.
Estabelece procedimentos para o isolamento da área e para o recebimento, triagem e processamento dos resíduos da Classe A.
Fonte: Manual para implantação de sistema de gestão de resíduos de construção civil em consórcios públicos, 2010.
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Ministério do meio ambiente de Brasil.
Quadro 3 - Aspectos centrais de algumas normas técnicas brasileiras para reciclagem de RCC.
Aspectos centrais das Normas Brasileiras para reciclagem de RCCV
ABNT - NBR 15.115:2004 Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil. Execução de camadas de pavimentação. Procedimentos. Diretriz central: permitido o uso em todas as camadas dos pavimentos. Define as características dos agregados e as condições para uso e controle na execução de reforço de subleito, sub-base, base e revestimento primário (com cascalho).
ABNT - NBR 15.116:2004 Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil. Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural. Requisitos. Diretriz central: permite-se o uso em concreto massa e artefatos até 15 MPa. Define condições de produção, requisitos para agregados para uso em pavimentação e em concreto, e o controle do armazenamento do agregado reciclado.
Fonte: Manual para implantação de sistema de gestão de resíduos de construção civil em consórcios públicos, 2010. Ministério do meio ambiente de Brasil.
A destinação dos resíduos operados nestas áreas deverá se dar em conformidade com a
legislação, notadamente as Leis Federais 11.445/2007 e 12.305/2010 e as resoluções
aplicáveis do CONAMA.
A falta de planejamento para o setor não tem permitido a verificação do cumprimento
sistemático da normalização existente. Todavia, os dados levantados e os registros de
denúncias e fiscalização disponíveis indicam várias desconformidades praticadas na
região.
Todo o arcabouço legal indica que o tema ganhou maior repercussão nos últimos anos, e
que as principais diretrizes estão estabelecidas. O Plano Estadual de Resíduos está em
fase de contratação da consultoria especializada para sua elaboração pelo Governo do
Estado de Minas Gerais e, quando em fase de elaboração, serão considerados os ajustes
de alinhamento com este Plano Metropolitano, uma vez que são coordenados por equipes
de governo que atuam em conjunto. Também está sendo elaborado o Plano Municipal de
Gestão Integrada de Resíduos Sólidos para o Município de Belo Horizonte.
Além da legislação existente, inclusive com a previsão de planos de gestão integrada de
resíduos, nas esferas municipal, estadual e nacional, acredita-se que, num processo de
melhoria contínua, ainda há espaço para desenvolvimento de regulamentos que pudessem
contribuir para o alcance das metas propostas.
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SITUAÇÃO ATUAL DOS RCCV
Nesta seção está descrita, de forma sucinta e pragmática, a situação atual dos RCCV na
área de estudo a partir dos resultados levantados na fase de Diagnóstico.
COMPOSIÇÃO
Para efeitos da norma legal vigente, o CONAMA por meio da Resolução 307/2002, alterada
pelas 348/2004, 431/2011, 448/2012 e 469/2015, classificou os RCC nas classes A, B, C
e D da seguinte forma:
Classe A - os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como: de
construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de
infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; de construção,
demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos,
blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto; e de processo
de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos,
meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras;
Classe B - os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos,
papel, papelão, metais, vidros, madeiras, embalagens vazias de tintas imobiliárias
e gesso;
Classe C - os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou
aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou
recuperação;
Classe D - os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como
tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde
oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações
industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham
amianto ou outros produtos nocivos à saúde”.
A geração de RCC estratificada em cinco classes de resíduos e rejeitos (Quadro 4) foi
determinada utilizando os percentuais de distribuição recomendados pelo Ministério de
Meio Ambiente (MMA, 2011). Este tema foi trabalhado no levantamento de dados
primários, mas apenas quatro municípios apresentaram informações. Devido a essa baixa
representatividade, foi feita a opção de manter os dados referenciais do MMA. As
quantidades geradas, considerando os valores de geração mínima e máxima dos RCC da
RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte, em 2010, obtidas como resultado do
diagnóstico deste trabalho, estão registradas no Quadro 4 por classe de resíduo.
Quadro 4 - Valores de RCC gerados na RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte por classe de resíduo
Quantidade de RCC gerada na RMBH e CM
Classe A
(80%)
Classe B
(15%)
Classe C
(2,5%)
Classe D
(0,2%)
Rejeitos
(2,3%)
Mínimo (t/dia) 3.474 651 109 9 100
Máximo (t/dia) 7.841 1.470 245 20 225
Fonte: MMA, 2011, modificado pelos autores. Fase I, P01, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
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O Quadro 5 a seguir resume alguns parâmetros gravimétricos tomados como referência
para se chegar a um valor adequado à realidade brasileira em termos de composição dos
RCCV e para definição do sistema proposto.
Quadro 5 – Materiais presentes na composição dos RCC.
Material Composição dos
RCC em obras brasileiras
Composição dos RCC em obras de alguns municípios brasileiros
São Carlos (SP) Canoas (RS) São José (SC)
Alvenaria e Argamassas
64 8
60 52
Concreto, blocos de concreto, ladrilhos de concreto
5 26
Solo 0,1 9
Pedra 1,2 10
Cimento amianto 0,4 2
Gesso 0 1
Componentes cerâmicos, tijolos
29 33 20 12
Madeira 0,1 7 10
20
Metais 0 2
5 Vidro 0 1
Papel cartão 0,2
Plástico 0 1
Rejeito 0 5 16
TOTAL 100 100 100 100
Fonte: Dados com base nas seguintes referências:
Pinto, Tarcísio de Paula. Metodologia para a gestão diferenciada de resíduos sólidos da construção urbana. São
Paulo, 1999.
José da Costa Marques Neto. Gestão dos Resíduos de Construção e Demolição: Estudo da Situação no Município
de São Carlos (SP), Brasil. Engenharia Civil • UM Número 36. 2010.
Fundação escola de sociologia e política de São Paulo. Plano municipal de gestão de resíduos da construção civil
de Canoas (RS). 2014.
Eco eficiência, soluções ambientais. Plano municipal integrado de gerenciamento de resíduos da construção civil e
da coleta seletiva do município de São José (SC). 2012.
GERAÇÃO
Este item apresenta os valores consolidados para RCCV, por faixa populacional dos
municípios que compõem a RMBH e o Colar Metropolitano de Belo Horizonte.
O agrupamento dos municípios por faixa de população possibilitou uma análise
estratificada, considerando que há no mesmo grupo de porte populacional características
semelhantes que influenciam na geração dos resíduos. Para cada uma dessas faixas, foi
possível extrapolar as análises e identificar valores de mínimo e de máximo para a geração
de RCCV, a partir das referências bibliográficas selecionadas, conforme detalhado no
Produto 01 (ARMBH, 2014).
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Essa estratégia se justifica pelo fato de não existirem dados individuais, para cada
município, levantados de uma mesma fonte, e, qualquer número exato, mesmo a média do
intervalo, pode diminuir o grau de confiabilidade dos dados de geração.
No Quadro 6 e na Figura 3 estão apresentados os resultados dos valores mínimos e
máximos da geração de RCCV por faixa de população na RMBH e Colar Metropolitano de
Belo Horizonte.
Quadro 6 - Geração de RCCV por faixa populacional
Faixa populacional Geração de RCCV (kg/hab/dia) – 2010
Mínimo Máximo
Até 5 mil 0,78 2,67
De 5 a 10 mil 0,78 2,70
De 10 a 30 mil 0,70 3,26
De 30 a 100 mil 0,78 4,24
De 100 a 500 mil 0,54 1,37
De 500 mil a 1 milhão 0,35 1,37
> 1 milhão 0,78 1,37
Média (RMBH e Colar) 0,66 1,81
Fonte: ARMBH, 2014. Fase 01, P01, Consórcio IDP Ferreira Rocha.
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Figura 3 – Representação das faixas populacionais da RMBH e CM e da geração de RCCV (2014) por município da região.
Fonte: Fase 01/Produto 01- Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha 2014.
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Para os próximos 30 anos (considerando anos base 2010, 2020 e 2030), foram elaborados
três cenários, variando a taxa de crescimento da população e taxa de geração de resíduo.
Para a estimativa de geração dos próximos 30 anos, considerando os anos base de 2010,
2020 e 2030, foram desenvolvidos critérios no diagnóstico contemplando três cenários para
a estimativa da geração dos RCCV: uma situação pessimista (Cenário 1), Intermediária
(Cenário 2) e Otimista (Cenário 3).
Neste contexto são apresentados os critérios utilizados para os três cenários.
Cenário 1 - Pessimista
Ano base 2010 – situação atual com população 2010 IBGE e taxa de geração determinada nas
faixas de mínimo e máximo iguais a 0,66 e 1,81 kg/hab.dia.
2020 – População cresce com índice de crescimento do IBGE e taxa de geração de RCCV cresce
em 1,7%, em relação a 2010, valor definido com base na tendência do índice de Crescimento do
Setor. Os resíduos são encaminhados a aterro, seguindo as normas existentes.
2030 – População cresce com índice de crescimento do IBGE e taxa de geração de RCCV cresce
em 1,7%, em relação a 2020, valor definido com base na tendência do índice de Crescimento do
Setor. Os resíduos são encaminhados a aterro, seguindo as normas existentes.
Fonte: Fase 01/ Produto 01, elaborado pelo Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Cenário 2 - Intermediário
Ano base 2010- situação atual com população 2010 IBGE e taxa de geração determinada nas faixas de mínimo e máximo iguais a 0,66 e 1,81 kg/hab.dia.
2020 - População cresce com índice de crescimento do IBGE e taxa de geração de RCCV mantém os valores praticados em 2010: 0,66 e 1,81 kg/hab.dia para o mínimo e máximo gerado, respectivamente. Será ainda incorporada a meta de reciclar 20% de resíduos da Classe A (de acordo com dados do ano base) em decorrência de intervenções do Plano.
2030 - População cresce com índice de crescimento do IBGE e taxa de geração de RCCV mantém os valores praticados em 2010: 0,66 e 1,81 kg/hab.dia para o mínimo e máximo gerado. Será ainda incorporada a metade de reciclar 30% de resíduos da Classe A (de acordo com dados do ano base) em decorrência de intervenções do Plano.
Fonte: Fase 01/ Produto 01, elaborado pelo Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Cenário 3 - Otimista
Ano base 2010 - situação atual com população 2010 IBGE e taxa de geração determinada nas faixas de mínimo e máximo iguais a 0,66 e 1,81 kg/hab.dia.
2020 – População cresce de acordo com índice de crescimento do IBGE e a taxa de geração de resíduos decresce em função das intervenções do Plano. O decréscimo da taxa será considerado igual a 3%. Será ainda incorporada a meta de reciclar 30% dos resíduos Classe A também decorrente das intervenções do Plano.
2030 - População cresce de acordo com índice de crescimento do IBGE e a taxa de redução de resíduos decresce em função das intervenções do Plano. O decréscimo da taxa será considerado igual a 5%. Será ainda incorporada a meta de reciclar 50% dos resíduos Classe A, também decorrente das intervenções do Plano.
Fonte: Fase 01/ Produto 01, elaborado pelo Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Dos 03 cenários previstos, apresentados acima, o Cenário Intermediário - ou Cenário 02 -
foi aquele utilizado para o cálculo e previsão das infraestruturas propostas para o
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gerenciamento dos RCCV e atendimento da demanda futura, próximos 30 anos. Maiores
detalhes sobre este parâmetro podem ser visualizados na Metodologia do Produto 06
RCCV.
SEGREGAÇÃO
Os RCCV devem ser transportados diretamente dos pontos de geração - seja este uma
obra nova, uma reforma particular ou de uma empresa - ou coletados nos postos de
recolhimento de pequenos volumes definidos pelos órgãos municipais.
Os geradores têm obrigação de segregar os resíduos por classe - A, B, C e D - conforme
as resoluções CONAMA nº 307/2002, 431/2011, 448/2012 e 469/2015. As classes A e B
são as frações de concreto, tijolos, telhas, cerâmicas, metal, madeira, vidro, plástico, papel
e papelão que foram gerados na obra. Estes resíduos devem ser acondicionados e
armazenados pelo gerador e encaminhados ao transporte, e, subsequente, à próxima
etapa do gerenciamento, seja esta a reciclagem, a valorização ou, em alguns casos, a
disposição final em aterros adequados para o recebimento destes resíduos. No Quadro 7
e no Quadro 8 estão apresentadas as composições típicas para os RCC e RVOL.
Quadro 7 - Composições típicas para os RCC
Classes Materiais %
Classe A
Concreto 20
Alvenaria e argamassas 40
Solo 20
Classe B* Madeira 10
Papel e papelão, plástico, metais, vidros e gesso 7,0
Classe C Lã de vidro, laminado melamínico (fórmica) 0,5
Classe D Tintas, baterias, amianto e outros 0,2
Rejeitos 2,3
*O Gesso já esteve enquadrado como Classe C, mas hoje, a legislação o classifica como Classe B. (RESOLUÇÃO nº 431, DE 24 DE MAIO DE 2011).
Fonte: Termo de referência técnico do Ministério das Cidades (BRASIL, 2010d) para elaboração do projeto básico e executivo de aterro de resíduos da construção civil e resíduos volumosos.
Quadro 8 - Composição típica dos Resíduos Volumosos (RVOL)
Materiais %
Madeira em peças 50
Podas 25
Metais, plásticos, papel, papelão e vidro 12,5
Rejeitos (tecidos, espumas e outros) 12,5
Fonte: Termo de referência técnico do Ministério das Cidades (BRASIL, 2010d) para elaboração do projeto básico e
executivo de aterro de resíduos da construção civil e resíduos volumosos.
A segregação no local de geração deve ser planejada e diferenciada para cada tipo de
obra em função do seu porte, das restrições de espaço e do objetivo final da segregação
sendo que, alguns tipos de resíduos, podem apresentar uma demanda específica no
mercado local.
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Quanto mais desenvolvido o mercado de subprodutos provenientes dos RCC, maior
poderá ser o interesse dos centros de tratamento pelos resíduos segregados em obra.
Assim, pode ser que haja uma exigência maior por um produto bem segregado e sem
resquícios de contaminação. Uma segregação mal feita inviabiliza toda a cadeia de
gerenciamento do RCC podendo, inclusive, inviabilizar os processos seguintes de
reutilização, valorização, reciclagem e reaproveitamento destes resíduos.
COLETA E TRANSPORTE
Os dados referentes à coleta de RCCV não significam necessariamente que todos os
resíduos gerados vêm sendo coletados e dispostos de forma ambientalmente adequada,
podendo ocorrer transporte e disposição irregular. Dessa forma, verifica-se a
vulnerabilidade de dados de geração de RCCV obtidos unicamente a partir de informações
de coleta.
As informações sobre a coleta e o transporte são importantes para identificar os fluxos
origem/destino, reconhecer os agentes com os quais deverá ser estabelecido um diálogo
e induzir a participação no processo de gerenciamento dos RCCV, garantindo a sua
eficácia. Além disso, estes dados possibilitam a confirmação das quantidades de resíduos
geradas (MMA, 2011).
2.2.4.1 Coleta
O Quadro 9 apresenta os valores mínimo e máximo estimados para a coleta de RCCV
para cada faixa populacional, segundo IPEA (2012), SNIS (2012) e SNIS (2014), seguindo
a metodologia adotada no Diagnóstico (Fase 01/Produto 01, ARMBH, 2014).
Quadro 9 - Estimativa de coleta RCCV por faixa populacional, 2014.
Faixa populacional Estimativa de coleta de RCCV (kg/hab/dia)
Mínimo Máximo
Até 5 mil 0,36 1,06
De 5 a 10 mil 0,06 0,79
De 10 a 30 mil 0,22 0,91
De 30 a 100 mil 0,38 1,05
De 100 a 500 mil 0,32 0,63
De 500 mil a 1 milhão 0,18 0,66
> 1 milhão 0,45 0,85
Média (RMBH e Colar) 0,37 0,80
Fonte: Fase 01, Produto 01, elaborado pelo Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
No Quadro 10 apresenta-se a diferença da quantidade de RCCV gerada e coletada pela
prefeitura e pelos geradores privados, por faixa populacional, considerando valores
mínimos e máximos para geração e coleta.
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Quadro 10 - Quantidade gerada menos quantidade coletada de RCCV – RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte
Identificação Quantidade Gerada
(t/dia) Quantidade Coletada
(t/dia)
Diferença (gerada - coletada)
(t/dia)
Faixa Populacional
Mínima Máxima Mínima Máxima Mínima Máxima
Até 5 mil 15,01 51,41 6,85 8,77 8,16 42,64
De 5 a 10 mil 81,22 281,19 25,8 65,06 55,42 216,13
De 10 a 30 mil 165,65 767,72 48,24 147,35 117,41 620,37
De 30 a 100 mil 476,72 2.591,98 208,74 478,56 267,98 2.113,42
De 100 a 500 mil 793,57 2.029,11 355,99 805,38 437,58 1.223,73
De 500 mil a 1 milhão
208,7 826,63 107,42 396,47 101,28 430,16
> 1 milhão 1.852,62 3.253,63 1.063,29 2.014,70 789,33 1.238,93
Total (t/dia) 3.593,49 9.801,67 1.816,33 3.916,29 - - Fonte: Fase 01/Produto 01 - Elaborado pelo Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Com as estimativas apresentadas para as quantidades totais geradas e coletadas para a
RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte, nas faixas de valores mínimos e máximos
utilizados nos cálculos de geração e coleta, verifica-se que a quantidade total coletada
situa-se no intervalo de 40% a 50% da quantidade total gerada.
Pode-se afirmar, de acordo com os dados levantados e processados, que cerca de 50%
dos RCCV gerados são coletados. Para os restantes 50% dos RCCV gerados não se pode
afirmar que não estejam sendo coletados em parte, uma vez que as informações deixam
a desejar quanto à sistematização do registro de dados e informações.
Entretanto, é possível afirmar que em alguns municípios um percentual dos resíduos
gerados são dispostos de forma inadequada, em “bota-foras” e pontos “viciados”.
O fortalecimento do controle e fiscalização das etapas do fluxo de gerenciamento dos
RCCV fomentaria a sistematização de registro de dados e informações, aprimorando o
conhecimento da quantidade dos RCCV gerados e coletados, bem como sua destinação.
Para o alcance dessa sistematização, mostra-se necessário o desenvolvimento de um
sistema online de gestão de resíduos que permita a coleta e cruzamento de dados, o qual
será abordado posteriormente.
2.2.4.2 Transporte
Para o transporte dos RCCV, não foram identificados dados e informações consistentes
para uma avaliação do cenário desta etapa de gerenciamento. A única informação usada
como referência para este Diagnóstico considera apenas o transporte de resíduos
provenientes de reformas e demolições, tendo como transportadores caçambeiros,
carreteiros e carroceiros, em 17 municípios da RMBH, conforme apresentado no Quadro
11, onde se observa lacunas de preenchimento.
Quadro 11 - Estimativa de quantidade de RCC transportado por caçambeiros, carreteiros e carroceiros
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provenientes de reformas e demolições
Município
Transportados por
caçambeiros (t/mês)
Transportados por carreteiros
(t/mês)
Transportados por
carroceiros (t/mês)
Total (t/mês) transportado
(por município)
Betim - 720 - 720
Brumadinho 106 - - 106
Caeté 355 - 3 358
Contagem 7114 - 4210 11324
Igarapé 691 72 - 763
Itaguara 259 48 - 307
Lagoa Santa 1066 480 - 1546
Mateus Leme 125 - - 125
Nova Lima 590 - - 590
Pedro Leopoldo 230 22 - 252
Ribeirão das Neves 4490 - - 4490
Rio Acima 374 - - 374
Rio Manso 38 - - 38
Sabará 2640 - - 2640
Santa Luzia 7392 - 94 7486
São Joaquim de Bicas 144 - - 144
São José da Lapa 230 - - 230
Total 25.844 1.342 4.307 31.493 Fonte: ARMBH, 2013 (PMRS).
Nos municípios relacionados, os RCC provenientes de reformas e demolição tem o
transporte por caçambeiros como o mais utilizado, representando 82% de RCC
transportados. Em relação aos carroceiros, o total transportado por mês é de,
aproximadamente, 13,7% do total de RCC transportado, sendo que a maior porcentagem
desta parcela é proveniente do município de Contagem. Essas informações são mostradas
na Figura 4. Segundo o Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos (PMRS),
(ARMBH, 2013), a grande participação de Contagem na parcela referente a resíduos
transportados por carroceiros justifica-se pela existência de Unidades de Recebimento de
Pequenos Volumes (URPV´s) instaladas no referido município, para onde os carroceiros
levam os resíduos.
Figura 4 - Porcentagem de RCC transportado por caçambeiros, carreteiros e carroceiros provenientes de reformas e demolições Fonte: ARMBH, 2013.
82,0%
4,3%
13,7%
Porcentagem de RCCV transportado por caçambeiros,carreteiros e
carroceiros
Transportado porcaçambeiros
Transportado porcarreteiros
Transportado porcarroceiros
Fonte: ARMBH,2013
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Para esta etapa do gerenciamento de RCCV, o levantamento de dados e informações para
elaboração do presente Diagnóstico permitiu identificar a inexistência de sistemas de
controle e fiscalização quanto ao transporte dos RCCV, comprometendo o conhecimento
sobre o fluxo dos resíduos e, por consequência, prejudicando o controle sobre o volume a
ser encaminhado para tratamento e destinação.
Contudo, sabendo que cerca de 50% do material gerado é coletado e, consequentemente,
transportado, os percentuais obtidos para a etapa de coleta poderão ser aplicados na etapa
de transporte dos RCCV.
CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS
A inclusão prioritária socioeconômica dos catadores de materiais recicláveis é uma
premissa da PNRS e da Política Estadual de Resíduos Sólidos (PERS), e podem ser
identificadas ações previstas ou realizadas com esse objetivo em diversas iniciativas
governamentais de âmbito municipal, estadual ou federal na RMBH e seu Colar, no
domínio dos RSU.
Especificamente na cadeia de gerenciamento dos RCCV, há poucas experiências
formalizadas para a inserção dos catadores. Um destaque foi a Série Diálogos, promovida
pelo Centro Mineiro de Referência em Resíduos (CMRR), que desenvolveu cursos para
promover encontros com o objetivo de discutir a temática gestão e gerenciamento de
resíduos para a disseminação de informações e discussões sobre os diferentes olhares do
assunto. Dentre os temas abordados estão alguns relacionados à RCCV como, “Resíduos
Recicláveis da Construção e as Associações de Catadores”, “Panorama dos Resíduos da
Construção e Demolição”, e outros temas como “Certificações Ambientais e Gestão de
Resíduos”, “Beneficiamento de Resíduos: um pré-requisito à reciclagem”, “Educação
Ambiental e Coleta Seletiva em Escolas Públicas de Belo Horizonte/MG” e
“Consorciamento entre Municípios para Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos”.
Além disso, houve a realização de curso para gerenciamento de RCCV, visando a potencial
inserção de catadores para a triagem e comercialização desses resíduos nas obras.
Para incentivar a triagem de materiais recicláveis presentes nos RSU, de maneira geral, e
sua reintrodução no processo de produção, foi desenvolvido instrumento econômico
denominado Bolsa Reciclagem, pelo qual o Estado de Minas Gerais remunera as
cooperativas e associações de catadores por tonelada de papel, papelão, plásticos, metais
e vidros, que comprovadamente foram comercializados para as indústrias de reciclagem.
Nada impede que a origem dos materiais coletados seja proveniente do setor da
construção civil. Entretanto, o sistema não diferencia a origem do material coletado, o que
neste momento dificulta afirmar se há resíduos oriundos da construção civil.
Observa-se que a implementação da segregação dos RCCV na fonte pode representar
significativo potencial econômico para os catadores de materiais recicláveis, pela
comercialização e pela Bolsa Reciclagem.
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TRANSBORDO, VALORIZAÇÃO E DISPOSIÇÃO FINAL
Os equipamentos públicos que compõem o sistema de gerenciamento de resíduos da
construção e demolição do município de Belo Horizonte são compostos por 02 (duas)
Estações de Reciclagem de Entulho (ERE), 01 (um) aterro de recebimento de inertes,
localizado fora dos limites do município e 32 (trinta e duas) unidades de recebimento de
pequenos volumes (URPV). As ERE e os aterros atendem os grandes geradores que, por
meio das empresas transportadoras de RCC, descarregam seus resíduos normalmente
acondicionados em caçambas. As URPVs, por sua vez, formam uma rede de
equipamentos públicos para atender aos pequenos geradores, com geração máxima diária
de 1m³ de resíduos, incluindo os pneus (duas unidades por dia/por gerador) e com o
objetivo de minimizar as deposições clandestinas (ARMBH, 2014).
2.2.6.1 Valorização
Apesar do alto potencial de reciclagem dos RCC e da existência de duas estações de
reciclagem em Belo Horizonte, há ainda uma baixa taxa de reciclagem no município. Os
valores apresentados para o período de 1999 a 2011 variaram entre 10% a 32% de RCC
reciclados em relação ao total de RCC recebido e coletado pela prefeitura. De todo o RCC
gerado no município, apenas uma pequena parcela é encaminhada para as infraestruturas
de valorização existentes. Não foram identificados outros sistemas de tratamento nos
demais municípios da RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte.
As plantas de reciclagem podem se diferenciar também em relação ao seu processo
produtivo de acordo com o produto que se deseja obter. No entanto, de uma forma geral,
os principais processos envolvidos na reciclagem de RCC são a britagem, peneiramento e
o manuseio de materiais sólidos. Além destes processos básicos, as plantas de reciclagem
podem conter etapas de separação de componentes considerados como contaminantes
dos agregados reciclados.
O Quadro 12 apresenta as estimativas para quantidades geradas, mínima e máxima, a
quantidade reciclada em Belo Horizonte e os valores da porcentagem reciclada em relação
à quantidade gerada em Belo Horizonte. Considerando a inexistência de dados e
informações sobre sistemas de reciclagem de RCCV na RMBH e Colar Metropolitano de
Belo Horizonte foram adotados para toda a região os valores obtidos para Belo Horizonte.
Sendo assim, para estimar a quantidade gerada dos RCCV em 2012 e 2013 para Belo
Horizonte, RMBH e CM foi mantido o dado de geração de 2010 (ARMBH, 2013) corrigido
com a taxa de crescimento da população, não levando em consideração variações na taxa
de geração.
Quadro 12 - Quantidades geradas, mínima e máxima estimadas para BH e RMBH, 2014.
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Local Ano Quantidade Gerada - (t/ano) Quantidade
Reciclada* - (t/ano)
% de reciclagem em relação à geração
Mín Máx Máx Mín
BH 2012 674.891,85 1.185.386,97 103.252,20 15,3 8,7
2013 678.901,95 1.192.430,35 45.819,60 6,7 3,8
RMBH e CM
2012 1.562.280,22 2.744.005,00 103.252,20 6,6 3,8
2013 1.581.240,12 2.777.306,36 45.819,60 2,9 1,6
* SLU 2012 e 2013
Fonte: Fase 1, Produto 01 – Consórcio IDP Ferreira Rocha.
A Figura 5 apresenta a porcentagem de reciclagem em relação à geração dos RCCV em
Belo Horizonte e na RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte.
Figura 5 - Porcentagem (reciclada/gerada) em Belo Horizonte e RMBH e Colar Metropolitano
Fonte: Fase I, Produto 01, elaborado pelo Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Verifica-se que houve uma redução significativa da reciclagem no ano 2013, o que pode
ser devido a problemas operacionais das ERE´s, ao fechamento da ERE Estoril, em julho
de 2013 e ao fato de a Usina de Reciclagem Pampulha ter funcionado apenas nos dois
primeiros meses de 2013, voltando às atividades em 2014.
Essas unidades apesar de não corresponderem exatamente ao conceito de Área de
Triagem e Transbordo (ATT) operam de maneira semelhante, recebendo resíduos
segregados ou misturados, enviando-os para reutilização ou destinação final. Ressalta-se
que as duas ERE´s em operação só recebem material classe A limpo sendo admitido um
percentual de no máximo 10% de outros materiais (plástico, papel, etc.) misturados à
massa de RCC.
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2.2.6.2 Disposição final
Segundo dados da PNSB (2008), observa-se que:
31% realizam disposição de RCC em vazadouro em conjunto com os demais
resíduos;
44% realizam disposição/utilização de RCC sob controle em aterro convencional
em conjunto com os demais resíduos;
17% realizam disposição de RCC sob controle em pátio ou galpão de estocagem
da prefeitura específico para resíduos especiais;
4% realizam disposição de RCC sob controle em aterro da prefeitura específico
para resíduos especiais; e
4% realizam disposição de RCC sob controle em aterro de terceiros específico para
resíduos especiais.
Os sistemas de disposição final de RSU e a forma de disposição dos RCCV para os 50
(cinquenta) municípios da RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte, de acordo com
informações da Feam e da Fundação Israel Pinheiro (FIP), estão apresentados no Quadro
13.
Quadro 13 - Disposição de RSU e RCCV – RMBH e Colar metropolitano de Belo Horizonte.
Município Sistemas de disposição
final de RSU (2012) Destinação de RCC
FEAM/FIP (2011/2013)
Baldim Lixão Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
Barão de Cocais AS Regularizado sem informação
Belo Horizonte AS Regularizado ERE e Aterro de Inertes terceirizado
Belo Vale UTC Regularizada UTC Regularizada
Betim AS Regularizado Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
Bom Jesus do Amparo Aterro Controlado Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
Bonfim UTC não regularizada Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
Brumadinho AS Regularizado Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
Caeté AS Regularizado sem informação
Capim Branco AS Regularizado Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
Confins AS Regularizado sem informação
Contagem AS Regularizado AS Regularizado
Esmeraldas Lixão sem informação
Florestal UTC Regularizada UTC Regularizada
Fortuna de Minas Lixão Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
Funilândia Aterro Controlado Aterro Controlado
Ibirité AS Regularizado sem informação
Igarapé AS Regularizado sem informação
Inhaúma Lixão Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
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Município Sistemas de disposição
final de RSU (2012) Destinação de RCC
FEAM/FIP (2011/2013)
Itabirito AS Regularizado sem informação
Itaguara AS Regularizado sem informação
Itatiaiuçu Aterro Controlado Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
Itaúna AS+UTC Regularizados sem informação
Jaboticatubas AAF em verificação Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
Juatuba Aterro Controlado Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
Lagoa Santa AS Regularizado sem informação
Mário Campos AS Regularizado sem informação
Mateus Leme Aterro Controlado Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
Matozinhos AS Regularizado AS Regularizado
Moeda AS Regularizado sem informação
Nova Lima AS Regularizado Disposição inadequada
Nova União Lixão Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
Pará de Minas AS Regularizado Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
Pedro Leopoldo AS Regularizado sem informação
Prudente de Morais UTC Regularizada UTC Regularizada
Raposos AS Regularizado sem informação
Ribeirão das Neves Aterro Controlado Aterro Controlado
Rio Acima AS Regularizado sem informação
Rio Manso Aterro Controlado Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
Sabará AS Regularizado AS Regularizado
Santa Bárbara Aterro Controlado Disposição inadequada
Santa Luzia Aterro Controlado Disposição inadequada
São Gonçalo do Rio Abaixo AS Regularizado AS Regularizado
São Joaquim de Bicas AS+UTC Regularizados Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
São José da Lapa AS Regularizado sem informação
São José da Varginha Lixão Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
Sarzedo AS Regularizado sem informação
Sete Lagoas AS Regularizado Disposição inadequada
Taquaraçu de Minas Lixão Usados na manutenção de estradas e
no controle de processos erosivos
Vespasiano AS Regularizado AS Regularizado
AS = aterro sanitário.
Fonte: Fase I, Produto 01, elaborado pelo Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Apresenta-se a seguir a Figura 6 com a distribuição espacial da disposição dos RSU e
RCCV na RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte
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Figura 6 - Distribuição dos sistemas de destinação e disposição de RSU e RCCV
Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014 de acordo com informações da Feam e da Fundação Israel Pinheiro (FIP), 2014.
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Com vistas a identificar o potencial regularizado, ou em processo de regularização junto ao
COPAM, foram levantados pela FEAM dados e informações referentes aos
empreendimentos inseridos na DN COPAM n° 74/2004 constantes do código E-03-09-3 -
Aterro e/ou área de reciclagem de resíduos classe “A” da construção civil, e/ou áreas de
triagem, transbordo e armazenamento transitório de resíduos da construção civil e
volumosos, apresentados no Quadro 14.
Quadro 14 - Potencial de Recebimento de RCCV em municípios da RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte.
Município Tipo de Licença
Empreendimento
Geração Estimada (t/dia)
Potencial de Recebimento
(t/dia)
% do Potencial de Recebimento
(Geração / Pot. de
Recebimento)
Min Máx. Min Máx.
Vespasiano AAF Privado 56,44 143,2 1408 4,01 10,17
Santa Luzia AAF e LO Privado 109,59 278,03 9249,93 1,18 3,01
São José da Lapa
AAF Privado 13,86 64,54 1446,4 0,96 4,46
Pará de Minas
AAF Privado 65,69 357,07 422,4 15,55 84,53
Nova Lima AAF Privado 63,18 343,43 844,8 7,48 40,65
Ribeirão das Neves
AAF Privado/ Público 160,01 405,95 1934,8 8,27 20,98
Sabará AAF e LO Privado 68,19 172,99 3097,6 2,20 5,58
São Gonçalo do Rio Abaixo
AAF Privado 7,63 26,4 230,4 3,31 11,46
Sete Lagoas
AAF Privado/ Público 115,64 293,39 2035,2 5,68 14,42
Itaúna AAF Público 66,66 362,36 243,2 27,41 149
Pedro Leopoldo
AAF Privado 45,82 249,06 486,4 9,42 51,2
Itabirito AAF Privado 35,45 192,7 1344 2,64 14,34
Ibirité AAF Privado 85,84 217,77 204,8 41,91 106,33
Santa Bárbara
AAF Privado 19,51 90,88 256 7,62 35,5
Juatuba AAF Privado 15,54 72,38 204,8 7,59 35,34
Igarapé LP + LI Mineração 27,18 147,77 9020,16 0,30 1,64
São Joaquim de
Bicas LP + LI Mineração 17,88 83,25 2560 0,70 3,25
Barão de Cocais
AAF Público 19,91 92,72 128 15,55 72,44
Brumadinho AAF Público 26,5 144,05 128 20,7 112,54
Matozinhos AAF Público 26,48 143,97 256 10,35 56,24
Total (t/dia) 1046,99 3881,91 35500,89 - -
RMBH e Colar - Total (t/dia) 3692,29 10887,01 35500,89 10,40 30,67
Fonte: SIAM, modificado pelos autores. Fase I, Produto 01, elaborado pelo Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
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Apesar da análise do Quadro 14 indicar que, no cômputo geral, as instalações existentes
apresentam capacidade instalada suficiente para destinação final dos RCCV, há que se
considerar que as limitações decorrentes da falta de informações individualizadas para as
diversas tipologias previstas no código E-03-09-3 da norma legal não permitem concluir ou
afirmar que estas instalações atenderiam a demanda de geração atual e futura da geração
de RCCV na região. O levantamento parcial realizado pela Gerência de Resíduos
Especiais da Feam mostrou que alguns empreendimentos que constam no SIAM com
regularização ambiental para o código E-03-09-3 nunca entraram em operação ou tratam-
se de terrenos que passaram por terraplanagem, sendo classificados nesse código de
atividade por não haver outro código previsto na DN 74/2004.
Assim, esta lacuna foi considerada para a definição do sistema proposto no contexto dos
parâmetros de regionalização, cenários futuros de geração.
Durante o levantamento de dados primários (visitas técnicas) realizado pela equipe do
Consórcio IDP Ferreira Rocha, foi possível constatar, em alguns municípios, divergência
entre as informações do cadastro do Sistema Integrado de Informações Ambientais (SIAM)
e a situação real das instalações com equipamentos efetivamente instalados e ativos, ou
seja, um empreendimento, licenciado para uma atividade, na realidade executava outra.
Também foram constatados empreendimentos com equipamentos instalados ainda que
sem nenhuma autorização formal para o funcionamento, emitida pelo Estado ou município.
Apresenta-se a seguir a Figura 7 com a distribuição espacial do potencial de recebimento
de RCCV na RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte.
Os aterros para RCCV licenciados para as empresas da mineração, usualmente de grande
porte, a priori, não podem ser considerados como alternativa para os resíduos de outra
natureza e de responsabilidade da prefeitura e outros grandes geradores. Pode haver um
acordo entre a mineradora e o município que possibilite este uso, mas essa informação
não está disponível.
Ressalta-se que a ausência de um banco de dados em âmbito municipal e até mesmo
regional ou metropolitano aliada ao fato de que o licenciamento ambiental prevê um único
código (E-03-09-3) para enquadrar infraestruturas diversas para a destinação de RCCV
dificulta uma análise mais detalhada sobre o real potencial de gerenciamento dos RCCV
na RMBH e CM. A revisão do sistema de licenciamento bem como a sistematização dos
dados – inclusive declarados no PGRCCV – para grandes geradores - poderia sanar a falta
de informações específicas sobre cada etapa do gerenciamento dos RCCV na região de
estudo. Estas duas ações, seriam determinantes para a elaboração de um Plano com um
nível maior de confiabilidade já que poderiam indicar, juntas, a geração e composição dos
RCCV, as formas de valorização e reciclagem além das identificadas – caso existam – o
fluxo por volume e classe de resíduos gerados e, ainda, as infraestruturas existentes que
recebem os resíduos gerados.
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Figura 7 - Potencial de
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recebimento dos RCCV Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
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ÓRGÃOS RESPONSÁVEIS PELO GERENCIAMENTO DE RCCV
O poder público municipal tem um papel fundamental no disciplinamento do fluxo dos
resíduos, podendo utilizar e criar instrumentos para regular especialmente a geração de
resíduos, portanto, as soluções para a gestão dos resíduos da construção e demolição nas
cidades visando a integração e atuação dos seguintes agentes:
- poder público/órgão público municipal – responsável por normatizar, orientar,
controlar e fiscalizar a conformidade da execução dos processos de gerenciamento
do PGRCC. Equacionar soluções e adotar medidas para estruturação da rede de
áreas para recebimento, triagem e armazenamento temporário de pequenos
volumes de resíduos de obra civil para posterior destinação às áreas de
beneficiamento;
- gerador – responsável pela observância dos padrões previstos na legislação
específica no que se refere às etapas de gerenciamento dos resíduos, por meio de
adoção de métodos, técnicas, processos de manejo compatíveis com as
destinações existentes e previstas atendendo as normas ambientais vigentes sendo
agente determinante na segregação adequada, que, por sua vez, viabiliza a
eficiência e qualidade ambiental nas demais etapas do gerenciamento.
- transportador – responsável pelo transporte dos RCCV aos locais licenciados
mediante apresentação do comprovante da destinação (CTR ou MTR), cumprindo
e fazendo cumprir as determinações normativas que disciplinam os procedimentos
e operações do processo de gerenciamento de resíduos sólidos e de resíduos de
obra civil em especial.
- receptor – responsável pelas instalações de destinação ou disposição final de
RCCV devidamente licenciadas fazendo cumprir as determinações normativas que
disciplinam os procedimentos e operações do processo.
INICIATIVAS GOVERNAMENTAIS
No Quadro 15, Quadro 16 e Quadro 17 são apresentados os resumos das informações
mais relevantes sobre as iniciativas governamentais identificadas e mapeadas no
Diagnóstico, que estão detalhadas no Produto 02. O Quadro 15 apresenta as informações
em âmbito nacional, o Quadro 16 apresenta as informações em âmbito estadual, e o
Quadro 17 apresenta as informações em âmbito regional e municipal.
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Quadro 15 - Planos, programas, projetos e ações para RSU e RCCV em Âmbito Federal Planos, programas,
projetos e ações Tema /
Referências Informações
Avaliação de aplicabilidade para o Plano Metropolitano
RS
U
Programa 1: Saneamento básico integrado
Gestão e Gerenciamento de RSU Fonte: PLANSAB, 2013
Origem: Plano Nacional de Saneamento Básico - PLANSAB Descrição: Investimento em ações estruturais, visando cobrir o déficit urbano apresentado pelos quatro componentes do saneamento básico. Custos operacionais: Recursos onerosos e não onerosos em valores estimados de R$ 212 bilhões, para investimentos nos próximos 20 anos. Resultados alcançados: N.A. Custos evitados: N.A Investimentos: valores estimados em R$ 212 bilhões, para investimentos nos próximos 20 anos.
O PLANSAB contempla apenas RSU, sem ações específicas de RCCV. No entanto fortalece as reflexões sobre o tema resíduos em geral.
RS
U
Programa 2: Saneamento rural
Saneamento rural Fonte: PLANSAB, 2013
Origem: Plano Nacional de Saneamento Básico - PLANSAB Descrição: Atender, por ações de saneamento básico, a população rural e as comunidades tradicionais, como as indígenas e quilombolas e as reservas extrativistas. Custos operacionais: Principalmente com recursos não onerosos, não se descartando o aporte de recursos onerosos, em valores estimados de R$ 22,7 bilhões, para investimentos nos próximos 20 anos Resultados alcançados: N.A Custos evitados: N.A Investimentos: Valores estimados em R$ 22,7 bilhões, para investimentos nos próximos 20 anos.
O PLANSAB contempla apenas RSU, sem ações específicas de RCCV. No entanto fortalece as reflexões sobre o tema resíduos em geral.
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Quadro 15 - Planos, programas, projetos e ações para RSU e RCCV em Âmbito Federal Planos, programas,
projetos e ações Tema /
Referências Informações
Avaliação de aplicabilidade para o Plano Metropolitano
RS
U
Programa 3: Saneamento estruturante
Saneamento estruturante Fonte: PLANSAB, 2013
Origem: Plano Nacional de Saneamento Básico - PLANSAB Descrição: Apoio à gestão pública dos serviços, visando criar condições de sustentabilidade para o adequado atendimento populacional e financiar medidas estruturantes para o saneamento básico municipal. Custos operacionais: Principalmente com recursos não onerosos, não se descartando o aporte de recursos onerosos, em valores estimados de R$ 65 bilhões, para investimentos nos próximos 20 anos. Resultados alcançados: N.A Custos evitados: N.A Investimentos: Valores estimados em R$ 65 bilhões, para investimentos nos próximos 20 anos.
O PLANSAB contempla apenas RSU, sem ações específicas de RCCV. No entanto fortalece as reflexões sobre o tema resíduos em geral.
RS
U
Programas Resíduos Sólidos Urbanos
Gestão e Gerenciamento de RSU Fonte: PLANSAB, 2013
Origem: Plano Nacional de Saneamento Básico - PLANSAB Descrição: Objetivo de ampliar a área de cobertura e eficiência dos serviços públicos de manejo de resíduos sólidos, com ênfase no encerramento de lixões, na redução, no reaproveitamento e na reciclagem de materiais, por meio da inclusão socioeconômica de catadores. Custos operacionais: N.A. Resultados alcançados: N.A. Custos evitados: N.A. Investimentos: N.A.
O PLANSAB contempla apenas RSU, sem ações específicas de RCCV. No entanto fortalece as reflexões sobre o tema resíduos em geral.
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Quadro 15 - Planos, programas, projetos e ações para RSU e RCCV em Âmbito Federal Planos, programas,
projetos e ações Tema /
Referências Informações
Avaliação de aplicabilidade para o Plano Metropolitano
RE
SÍD
UO
S
Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA)
Educação Ambiental Fonte: Brasil, 2005b.
Origem: Lei Federal no 9.795 de 27 de abril de 1999 que incentiva a elaboração de programas, projetos e planos, de forma participativa e dialógica, na busca da sensibilidade. Descrição: As ações do ProNEA destinam-se a assegurar, no âmbito educativo, a integração equilibrada das múltiplas dimensões da sustentabilidade - ambiental, social, ética, cultural, econômica, espacial e política - ao desenvolvimento do País, resultando em melhor qualidade de vida para toda a população brasileira, por intermédio do envolvimento e participação social na proteção e conservação ambiental e da manutenção dessas condições ao longo prazo (BRASIL, 2005b). Custos operacionais: N.A. Resultados alcançados: N.A. Custos evitados: N.A. Investimentos: N.A.
Avaliar as diretrizes para implantação de Programa de Educação Ambiental para o Plano Metropolitano.
RE
SÍD
UO
S
Sistema Integrado de Bolsas de Resíduos (SIBR)
Resíduos em geral Fonte: CNI, 2014
Origem: Bolsas de Resíduos da Confederação Nacional de Indústrias Descrição: Promover a livre negociação entre indústrias, conciliando ganhos econômicos com ganhos ambientais, através do anúncio de resíduos para compra, venda, troca ou doação. O SIBR reúne as diversas bolsas de resíduos existentes no país em um único sistema virtual, permitindo ao usuário um único cadastramento e a negociação de resíduos em nível nacional. O Estado de Minas Gerais está inscrito no sistema SIBR. Custos operacionais: N.A. Resultados alcançados: N.A. Custos evitados: N.A. Investimentos: N.A.
Aplicável aos RCCV da classe A e B (plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros, passíveis de reciclagem, ou reprocessamento, conforme legislação vigente.
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Quadro 15 - Planos, programas, projetos e ações para RSU e RCCV em Âmbito Federal Planos, programas,
projetos e ações Tema /
Referências Informações
Avaliação de aplicabilidade para o Plano Metropolitano
RC
CV
Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade da Construção Habitacional - PBQP-H
Resíduos da Construção Civil Fonte: PBH
Descrição: Apoio ao esforço brasileiro de modernidade por meio da melhoria da qualidade, da produtividade e redução de custos da construção habitacional, com vistas a aumentar a competitividade no setor”. Custos operacionais: N.A. Resultados alcançados: N.A. Custos evitados: N.A. Investimentos: N.A.
Avaliar as diretrizes para implantação do PBQP-H para o Plano Metropolitano.
N.A: Não avaliado pelos Planos, Programas, Projetos e Ações.
Fonte: Fase I, Produto 02, elaborado pelo Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
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N.A: Não avaliado pelos Planos, Programas, Projetos e Ações.
Fonte: Fase I, Produto 02, elaborado pelo Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Quadro 16 - Planos, programas, projetos e ações para RSU e RCCV em Âmbito Estadual Planos, programas,
projetos e ações Tema / Referências
Informações Avaliação de aplicabilidade para o Plano Metropolitano
RS
U
Programa Minas Sem Lixões
Gestão e Gerenciamento de RSU Fonte: MINAS GERAIS, 2014a
Origem: Descrição: Apoia os municípios na implementação de políticas públicas voltadas para a gestão adequada dos resíduos sólidos urbanos. Custos operacionais: N.A. Resultados alcançados: N.A. Custos evitados: N.A. Investimentos: N.A.
O “Programa Minas Sem Lixões” é voltado para RSU, entretanto também são levantadas as questões sobre RCCV, principalmente relacionadas à destinação e disposição final.
RE
SÍD
UO
S
Programa Estadual de Educação Ambiental
Educação Ambiental Fonte: MINAS GERAIS, 2004.
Origem: Política Nacional de Educação Ambiental, definida pela Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999, e no Decreto no 4.281, de 26 de junho de 2002. Descrição: Servir de referência para debates nos diferentes grupos da sociedade compromissados com a causa ambiental, bem como servir de parâmetro para o estabelecimento das políticas públicas. Custos operacionais: N.A. Resultados alcançados: N.A. Custos evitados: N.A. Investimentos: N.A.
Avaliar as diretrizes para implantação de Programa de Educação Ambiental para o Plano Metropolitano.
RS
U
Programa Ambientação Educação Ambiental Fonte: MINAS GERAIS, 2014b
Origem: Descrição: Programa com objetivo de promover a sensibilização para a mudança de comportamento e a internalização de atitudes ambientais corretas, proporcionando a melhoria contínua do bem estar dos funcionários públicos. Custos operacionais: N.A. Resultados alcançados: N.A.. Custos evitados: N.A. Investimentos: N.A.
Avaliar as diretrizes para implantação de Programa de Educação Ambiental para a rede pública durante a elaboração do Plano Metropolitano.
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RS
U
Plano Estadual de Coleta Seletiva (PECS)
Coleta Seletiva Fonte: MINAS GERAIS, 2011b; 2011c
Origem: Deliberação Normativa COPAM nº 172, de 22 de dezembro de 2011 - Institui o Plano Estadual de Coleta Seletiva de Minas Gerais. Descrição: Estabelecer princípios, diretrizes e estratégias para incentivar e apoiar a implantação ou ampliação dos serviços de coleta seletiva, bem como estabelecer critérios para a definição de prioridades para a definição de prioridades para o apoio do Estado às administrações municipais. Custos operacionais: N.A. Resultados alcançados: N.A. Custos evitados: N.A. Investimentos: N.A.
O Plano Metropolitano em elaboração deve considerar o PECS ao definir a coleta seletiva para os RCCV da classe B (plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros.
RS
U
Centro Mineiro de Referência em Resíduos (CMRR)
Gestão e Gerenciamento de RSU Fonte: MINAS GERAIS, 2014c
Origem: Descrição: Programa que visa fomentar e o apoiar às políticas municipais de coleta seletiva, com inclusão socioprodutiva de catadores. Atua como núcleo irradiador de informações, através de atendimento, cursos e eventos. O CMRR realizou Diagnósticos de Cadeias de Resíduos e Planos de Gerenciamento de Resíduos, com destaque para o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde. Custos operacionais: N.A. Resultados alcançados: N.A. Custos evitados: N.A. Investimentos: N.A
Ao definir a coleta seletiva para os RCCV da classe A e B pode-se buscar o apoio do CMRR. Outra oportunidade é buscar programas de capacitação junto ao CMRR.
RS
Programa Bolsa Reciclagem
Reciclagem Fonte: MINAS GERAIS, 2011d
Origem: Lei Estadual nº 19.823 de 22/11/2011 (Bolsa Reciclagem) Descrição: Conceder incentivos financeiros pelo Estado de Minas Gerais às organizações de catadores de materiais recicláveis com objetivo de incentivo à reintrodução desses materiais no processo produtivo, redução da utilização de recursos naturais e insumos energéticos e inclusão social. Custos operacionais: N.A. Resultados alcançados: N.A.
A bolsa reciclagem é uma forma de incentivo às organizações de catadores de materiais recicláveis. Este programa promove a inserção de agentes de coleta e destinação, como catadores, carroceiros, sucateiros, empresas e instituições recicladoras e outros agentes.
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Custos evitados: N.A. Investimentos: N.A.
RS
U
Plano Preliminar de Regionalização para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos (PRE-RSU)
Gestão e Gerenciamento de RSU Fonte: Minas Gerais, 2010
Descrição: Estudo técnico que visa apresentar os critérios a serem considerados pelos municípios para viabilizar a gestão integrada dos RSU. Consistiu na apresentação dos critérios que devem ser usados para agrupamentos dos municípios para formação de Arranjos Territoriais Ótimos (ATOs), pressuposto técnico para a formação dos consórcios intermunicipais para manejo de resíduos sólidos urbanos, baseado em estudos e análises que apresentaram a atual situação e a caracterização dos municípios mineiros. Custos operacionais: N.A. Resultados alcançados: N.A. Custos evitados: N.A. Investimentos: N.A.
Avaliar a proposta de formação de Arranjos Territoriais Ótimos (ATO´s) para os municípios da RMBH e Colar Metropolitano.
RS
U
Plano de Regionalização para a Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos Urbanos na Bacia do São Francisco
Gestão e Gerenciamento de RSU Fonte: Minas Gerais, 2010
Descrição: Consiste na apresentação dos critérios que devem ser usados para agrupar os municípios na formação de Arranjos Territoriais Ótimos (ATO´s) pressuposto técnico para a formação dos consórcios intermunicipais para manejo de resíduos sólidos urbanos, baseado em estudos e análises que apresentaram a atual situação e a caracterização dos municípios na Bacia do São Francisco. Custos operacionais: N.A. Resultados alcançados: N.A. Custos evitados: N.A. Investimentos: N.A.
Avaliar a proposta de formação de Arranjos Territoriais Ótimos (ATO´s) para os municípios da RMBH e Colar Metropolitano.
RC
CV
Programa Mineiro da
Qualidade e
Produtividade no Habitat
– PMQP-H
Resíduos da Construção Civil Fonte: Minas Gerais, 2003
Descrição: promover o desenvolvimento econômico e
social através da melhoria da qualidade das obras
contratadas pelo Governo de Minas Gerais,
considerando o fortalecimento do mercado mineiro e o
desenvolvimento de novas tecnologias, e dentre os
Avaliar as diretrizes para implantação do PMQP-_H para o Plano Metropolitano.
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projetos e programas figurados não estão presentes
ações relacionadas aos resíduos.
Custos operacionais: N.A. Resultados alcançados: N.A. Custos evitados: N.A. Investimentos: N.A.
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Quadro 17 - Planos, programas, projetos e ações para RSU e RCCV em Âmbito Regional e Municipal Planos, programas,
projetos e ações Tema / Referências Informações
Avaliação de aplicabilidade para o Plano Metropolitano
RS
U
Plano Metropolitano de Resíduos Sólidos - RMBH e Colar Metropolitano
Gestão e Gerenciamento de RSU Fonte: ARMBH, 2013
Descrição: Apresenta diretrizes, programas, projetos, ações e metas para a gestão dos resíduos sólidos na RMBH e Colar Metropolitano, relacionados à gestão integrada, regionalizada e compartilhada. Custos operacionais: N.A. Resultados alcançados: N.A. Custos evitados: N.A. Investimentos: N.A
Avaliar as diretrizes, os programas, os projetos, as ações e as metas definidos no PMRS.
RC
CV
Programa para a Correção das Deposições e Reciclagem de Resíduos da Construção Civil em Belo Horizonte
Gestão e Gerenciamento de RCCV Fonte: Belo Horizonte,
2006
Descrição: Correção dos problemas ambientais urbanos gerados pela deposição indiscriminada e clandestina de resíduos de construção na malha urbana, e funcionamento das Unidades de Recebimento de Pequenos Volumes. Instalação de três Unidades de Reciclagem de Entulho; construção de URPV's; facilitou o descarte, implantou usinas de reciclagem, incorporou os carroceiros como parceiros no programa de coleta de entulhos, disponibilizou o espaço físico para a implantação da fábrica Ecoblocos; e recuperou áreas degradadas Custos operacionais: N.A. Resultados alcançados: N.A. Custos evitados: N.A. Investimentos: N.A
Avaliar as diretrizes do Programa durante a elaboração do Plano Metropolitano
RC
CV
Projeto carroceiros em Belo Horizonte
Gestão e Gerenciamento de RCCV Fonte: Belo Horizonte, 1998
Descrição: Redução da deposição irregular de resíduos sólidos na malha urbana da capital, sendo os carroceiros são considerados parceiros, ao coletar e destinar corretamente os resíduos para URPVs. Custos operacionais: N.A. Resultados alcançados: N.A. Custos evitados: N.A. Investimentos: N.A
Avaliar as diretrizes do Projeto durante a elaboração do Plano Metropolitano
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Quadro 17 - Planos, programas, projetos e ações para RSU e RCCV em Âmbito Regional e Municipal Planos, programas,
projetos e ações Tema / Referências Informações
Avaliação de aplicabilidade para o Plano Metropolitano
Programa Municipal de
Gerenciamento de Resíduos
da Construção Civil e
Resíduos Volumosos – Belo
Horizonte/MG
Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos Fonte: Belo Horizonte, 2012
Descrição:
I- contribuir para a melhoria da limpeza urbana;
II- possibilitar a oferta da infraestrutura adequada para
captação de pequenos volumes de resíduos da
construção civil e resíduos volumosos;
III- fomentar a redução, a reutilização, a reciclagem e a
correta destinação desses resíduos;
IV- promover ações de educação ambiental e de
controle e fiscalização, necessárias ao bom
funcionamento da rede de Unidades de Recebimento
de Pequenos Volumes de Resíduos da Construção
Civil e Resíduos Volumosos – URPVs.
Custos operacionais: N.A. Resultados alcançados: N.A. Custos evitados: N.A. Investimentos: N.A.
Avaliar as diretrizes para implantação de Programa de Educação Ambiental para o Plano Metropolitano.
N.A: Não avaliado pelos Planos, Programas, Projetos e Ações.
Fonte: Fase I, Produto 02, elaborado pelo Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
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EDUCAÇÃO, COMUNICAÇÃO E CAPACITAÇÃO
O Diagnóstico para levantamento de ações relacionadas a educação ambiental,
comunicação e programas de capacitação identificou que há iniciativas isoladas que estão
sendo ou já foram aplicadas na área de estudo. Essas ações, no entanto, são citadas como
necessárias em variados planos e programas de âmbito federal, estadual ou municipal, o
que ressalta a necessidade de sua implementação.
Um exemplo são as atividades desenvolvidas pelo Centro Mineiro de Referência em
Resíduos (CMRR), que é um Programa do Governo do Estado de Minas Gerais,
desenvolvido através da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável (Semad), da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), e do Serviço
Voluntário de Assistência Social (Servas), em parceria com o Sebrae-MG, e atua como
núcleo irradiador de informações, projetos e parcerias com a finalidade de estimular a
reflexão, a ação da cidadania para os desafios da gestão integrada de resíduos e a
articulação entre os setores público, privado e terceiro setor na promoção do consumo
consciente, na reutilização e na reciclagem de resíduos.
Entre as ações desenvolvidas pelo CMRR, destacaram-se o fomento e o apoio às políticas
municipais de coleta seletiva, com inclusão sócio-produtiva de catadores, orientando os
municípios sobre a gestão eficiente dos resíduos no âmbito de suas competências. Dentre
os “Cursos de Gerenciamento de Resíduos” apresentados, estão os Cursos de
Gerenciamento de Resíduos de Construção e Demolição, que tem por objetivo oferecer
aos participantes conhecimentos técnicos de segregação dos resíduos, em conformidade
com as normas e legislações vigentes na área de construção civil. Em 2011, foram
realizadas capacitações de 3 turmas, envolvendo o total de 100 capacitados.
Além da Escola de Gestão em Resíduos, o CMRR tem o setor de Tecnologia e Informação
em Resíduos, que coordena projetos alinhados à política nacional e estadual de resíduos
sólidos, com vistas a auxiliar empresas, instituições, movimentos organizados dos
catadores, municípios, comunidades e meio acadêmico, na busca pela gestão correta de
resíduos e ações de sustentabilidade considerando a redução da geração de resíduos,
bem como a segregação correta, a reutilização, a reciclagem, o tratamento e a disposição
final correta considerando sempre a valorização dos resíduos e a inclusão sócio-produtiva
de associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis.
Dentre os projetos desenvolvidos pelo setor de Tecnologia e Informação do CMRR estão:
Série Diálogos: que promove encontros no CMRR com o objetivo de discutir a
temática gestão de resíduos para a disseminação de informações e discussões
sobre os diferentes olhares do assunto. Dentre os temas abordados estão alguns
relacionados à RCCV como, “Resíduos Recicláveis da Construção e as
Associações de Catadores”, “Panorama dos Resíduos da Construção e
Demolição”, e outros temas como “Certificações Ambientais e Gestão de
Resíduos”, “Beneficiamento de Resíduos: um pré-requisito à reciclagem”,
“Educação Ambiental e Coleta Seletiva em Escolas Públicas de Belo Horizonte/MG”
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e “Consorciamento entre Municípios para Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
Urbanos”;
Destaca-se também um estudo relacionado à RCCV, sendo este “Elaboração de
Estudo de Alternativas Técnicas para Gerenciamento de Resíduos da Construção
Civil, em parceria com a empresa Vale”.
Como forma de pesquisar e disseminar informações, experiências e práticas sobre a
gestão tecnológica e tratamento ambientalmente corretos, o CMRR realizou Diagnósticos
de Cadeias de Resíduos e Planos de gerenciamento de resíduos, com destaque para:
Diagnóstico de Geração de Resíduos de Construção e Demolição;
Plano de Gerenciamento de Resíduos de Construção e Demolição, que teve início
no relatório do Seminário “Incentivos para Agregar Valor aos Recicláveis da
Construção” (FEAM, 2014)
Outro destaque é a cartilha “Alternativas para a destinação final de resíduos da construção
civil” desenvolvida pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas
Gerais (Sinduscon-MG) para apoio ao gerenciamento dos resíduos da construção civil no
canteiro de obras, com indicação de soluções e fornecedores para tratamento e
reciclagem. A terceira edição foi publicada em dezembro de 2014, em Belo Horizonte.
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3 DIRETRIZES, ESTRATÉGIAS, METAS E INDICADORES PARA A GESTÃO E GERENCIAMENTO DOS RCCV NA RMBH E CM
As diretrizes, estratégias e metas propostas para este Plano, levaram em consideração o
documento "Proposta técnica inicial para definição por parte do Governo Estadual das
diretrizes, estratégias e metas que subsidiarão os produtos do plano metropolitano com
foco em RCCV". Essas diretrizes, estratégias e metas foram objeto de discussão no âmbito
do Comitê Gestor e nos workshops realizados durante a elaboração do Plano, cuja
proposta final é apresentada a seguir.
Outras considerações foram ainda incorporadas de forma a incorporar diretrizes,
estratégias e metas previstas no PMRS/ARMBH (2013) bem como as propostas de
otimização do sistema atual de gerenciamento de RCCV, resultantes dos trabalhos
desenvolvidos e apresentados neste documento.
Esta proposta tem como finalidade atingir os objetivos previstos nas legislações municipal,
estadual e federal para os resíduos sólidos, em consonância com os princípios de não
geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento e disposição final ambientalmente
adequada dos RCCV, alinhadas com as considerações finais apresentadas nos relatórios
de referência.
Conforme apresentado no Plano Nacional de Resíduos Sólidos, as diretrizes referem-se
às linhas norteadoras por grandes temas, enquanto as estratégias referem-se a forma ou
aos meios, pelos quais as respectivas ações serão implementadas. Portanto, as Diretrizes
e suas respectivas Estratégias definirão as ações e os programas a serem delineados, e
incluídos nos planejamentos governamentais, com vistas ao atingimento das Metas.
Essas diretrizes, estratégias e metas, consonantes com a PNRS, deverão ser objeto de
discussão mais ampla e continuada com os diversos segmentos da sociedade, com
coordenação da ARMBH, buscando os ajustes necessários, inclusive no cronograma de
implantação, às realidades econômicas, sociais e ambientais da RMBH e CM.
As metas devem ser aferidas por meio de seus respectivos indicadores apontados neste
documento.
DIRETRIZES E ESTRATÉGIAS
O Quadro 18 apresenta as Diretrizes e Estratégias propostas para o Plano.
Quadro 18 - Diretrizes e Estratégias para o Plano de Gestão Integrada dos RCCV na RMBH e CM
Diretrizes para
RCCV Estratégias para RCCV
Diretriz 1:
Articular os diversos
atores implicados na
gestão e no
Estratégia 1
Identificar e mapear, de forma sistematizada, todos os atores
sociais implicados na gestão e no gerenciamento dos RCCV,
tanto públicos quanto privados.
Estratégia 2 Estabelecer instrumento legal que defina as
responsabilidades, pela perspectiva metropolitana, por
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Quadro 18 - Diretrizes e Estratégias para o Plano de Gestão Integrada dos RCCV na RMBH e CM
Diretrizes para
RCCV Estratégias para RCCV
gerenciamento de
RCCV
instituições envolvidas na gestão e o gerenciamento dos
RCCV. (Comitê, Convênio e Consórcio)
Estratégia 3
Fomentar a adesão dos municípios e apoiar ações conjuntas
com grupos de atores responsáveis pelo gerenciamento dos
RCCV.
Diretriz 2:
Capacitação,
Comunicação e
Educação.
Estratégia 1
Implementar ações de informação, comunicação e de
capacitação técnica de atores públicos, privados e da
sociedade civil envolvidos com a gestão e o gerenciamento de
RCCV, de forma contínua, por meio de parcerias com
entidades públicas
Diretriz 3:
Eliminar as áreas
irregulares de
disposição final de
RCCV (“bota-fora”)
em toda RMBH e
Colar Metropolitano
de Belo Horizonte e
promover ações de
Monitoramento e
rastreabilidade
Estratégia 1
Estabelecer uma rede de monitoramento permanente, em
parceria com os municípios, visando coibir o estabelecimento
de novas áreas de “bota-fora” e eliminar áreas irregulares de
disposição final de RCCV.
Estratégia 2
Implantar sistema de rastreabilidade com origem e destino dos RCCV na RMBH e seu Colar, e articular os municípios visando uniformizar os procedimentos de cadastramento e licenciamento dos agentes transportadores de RCC.
Estratégia 3
Identificar e fomentar ações e programas de apoio aos
municípios para promover a erradicação de bota fora e outras
instalações e formas precárias de disposição de RCCV.
Estratégia 4
Estimular a formulação de parcerias, com as respectivas
contrapartidas dos municípios, para ampliação da capacidade
de fiscalização e controle dos órgãos públicos envolvidos com
a gestão de RCCV.
Estratégia 5
Apoiar avaliações técnicas com vistas à análise da
possiblidade de regularização ambiental das áreas de
disposição irregulares atualmente existentes.
Diretriz 3:
Priorizar a criação de
soluções
metropolitanas de
gerenciamento dos
RCCV em toda a
RMBH e Colar
Metropolitano
Estratégia 1
Articular os órgãos municipais, visando uniformizar
procedimentos de cadastro, alvarás e licenciamento de obras
e áreas de manejo de RCCV, com estabelecimento de critérios
básicos pelo governo estadual.
Estratégia 2
Articular os agentes públicos para a elaboração de projetos
visando a implantação, ampliação, recuperação das Áreas de
Triagem e Transbordo, de reciclagem e de reserva adequada
de RCCV.
Estratégia 3 Sensibilizar os atores para o potencial de valor dos RCCV,
quando segregados e/ou tratados adequadamente.
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Quadro 18 - Diretrizes e Estratégias para o Plano de Gestão Integrada dos RCCV na RMBH e CM
Diretrizes para
RCCV Estratégias para RCCV
Diretriz 4:
Estruturação de
banco de dados
referentes a gestão e
gerenciamentos dos
RCCV
Estratégia 1
Elaborar pesquisa padrão para o levantamento e
sistematização de dados quantitativos e qualitativos
relacionados à gestão de RCCV na RMBH e Colar
Metropolitano de Belo Horizonte.
Estratégia 2 Fortalecer as ações de organização das informações e
manutenção do SINIR.
Diretriz 5: Incremento
das atividades de
reutilização e
reciclagem dos RCCV
nos
empreendimentos
públicos e privados na
RMBH e Colar
Metropolitano de Belo
Horizonte
Estratégia 1
Fomentar a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico
destinado à obtenção de tecnologias voltadas à reutilização e
reciclagem de RCCV, e ampla divulgação de conhecimento
nesta área.
Estratégia 2
Articular os órgãos licenciadores municipais, visando a
uniformizar e agilizar os procedimentos referentes ao processo
de licenciamento das unidades de reutilização e reciclagem de
RCCV, com estabelecimento de critérios pelo governo
estadual.
Estratégia 3
Implementar ações de capacitação e difusão tecnológica
visando a incrementar as ações de reutilização e reciclagem
de RCCV.
Estratégia 4
Promover a utilização de incentivos, inclusive fiscais, para o
emprego de tecnologias de reutilização e reciclagem nos
empreendimentos, priorizando as cooperativas e associações
de catadores de materiais recicláveis.
Estratégia 5
Criar mecanismos para priorização da reutilização e a
reciclagem de RCCV nas compras, obras e empreendimentos
públicos e privados estabelecendo o atendimento obrigatório
de um percentual mínimo de utilização de materiais reciclados.
Estratégia 6 Buscar um acordo setorial específico para os resíduos da
construção civil.
Diretriz 6: Fomento a
medidas de redução
da geração de
resíduos e rejeitos de
construção civil em
empreendimentos na
RMBH e Colar
Estratégia 1 Fomentar a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico.
Estratégia 2
Induzir o setor da construção civil e o de infraestrutura a adotar
práticas que melhorem o desempenho socioambiental desde
o projeto até a construção, passando por seleção de materiais,
bem como a minimização da geração, a segregação na fonte
geradora, o reuso, a reciclagem, o tratamento e a destinação
final ambientalmente adequada dos resíduos de construção
civil.
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Quadro 18 - Diretrizes e Estratégias para o Plano de Gestão Integrada dos RCCV na RMBH e CM
Diretrizes para
RCCV Estratégias para RCCV
Metropolitano de Belo
Horizonte
Estratégia 3
Propor instrumentos econômicos para incentivar a redução da
geração de rejeitos, o reaproveitamento e a reciclagem dos
resíduos da construção civil de forma a mitigar os impactos
negativos e majorar os benefícios ambientais, sociais e
econômicos.
Estratégia 4
Definir e apurar os indicadores de gestão e gerenciamento de
RCCV em nível regional e estabelecer metas para a RMBH e
Colar Metropolitano de Belo Horizonte.
Estratégia 5
Estimular a elaboração de legislações municipais que
obriguem os grandes geradores a realizar a segregação, no
canteiro ou em áreas específicas, dos resíduos gerados pela
indústria da construção civil.
Estratégia 6 Estimular e fiscalizar as ações relativas a logística reversa para
os grandes geradores.
METAS
A seguir são apresentadas as metas discutidas nas reuniões públicas. É oportuno reforçar
que as metas numéricas e cronogramas propostos deverão estar alinhados com a inserção
dos Programas e Ações do Governo consonantes com as diretrizes e estratégias para
implementação do Plano.
Meta 1: Integrar os municípios da RMBH e seu Colar no Comitê (até 2016), evoluindo para
a instituição do Convênio com a participação de todos integrantes (até 2017) e constituição
do Consórcio (até 2018). Esta meta deve ter marcos progressivos e intermediários,
considerando a adesão proporcional em cada trimestre do ano, quantificados no indicador
de acompanhamento.
Meta 2: Formular e iniciar a implementação de Sistema de Capacitação para a Gestão e
Gerenciamento de RCCV até julho de 2016, contendo os diversos cursos, carga horária,
materiais, público alvo, cronograma etc.
Meta 3: Desenvolver até 2016 e implantar até 2017 ferramenta de sistema de informação
on-line para rastreabilidade, visando o monitoramento do fluxo dos RCCV no território da
RMBH e Colar Metropolitano.
Meta 4: Eliminar os bota fora em todos os municípios, sendo até 2017 nos municípios
maiores que 100 mil habitantes; até 2018 entre 50 e 100 mil habitantes e até 2019 os
demais. Os municípios deverão elaborar cronograma para a erradicação ao longo do
tempo, com metas intermediárias e progressivas. (*) Para eliminação dos bota-foras é
imprescindível que o sistema de monitoramento online do fluxo de gerenciamento de RCC
esteja em pleno funcionamento.
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Meta 5: Implantar sistema de cadastramento de plano de gerenciamento adequado dos
RCCV na RMBH e Colar Metropolitano para os empreendimentos públicos e privados,
sendo condição para obtenção de licenciamento ambiental, autorização ou alvará
municipal para novos empreendimentos até 2017.
Meta 6: Promover a redução da geração de RCCV em obras públicas e empreendimentos
privados de médio e grande porte, no mínimo de 5% até 2020 e 10% até 2030, tendo como
referência o ano base de 2016.
Meta 7: Promover a reutilização e reciclagem de RCC em todos os municípios, com o
mínimo de 20% de resíduos de Classe A reciclados em 2020, e 30% em 2030, tendo como
referência o ano base de 2016.
Meta 8: Implantar as unidades previstas no Plano conforme cronograma específico.
Meta 9: Atualizar o diagnóstico quantitativo e qualitativo da geração, coleta, destinação e
rever o plano de gestão dos RCCV, a cada quatro anos, a partir de 2018 – em consonância
com a revisão do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS).
Meta 10: Publicar Edital Induzido para pesquisa e desenvolvimento tecnológico voltados
ao aperfeiçoamento das etapas de gerenciamento dos RCCV até 2017.
Meta 11: Elaborar propostas de instrumentos econômicos aplicáveis ao incentivo para a
não geração, redução, reaproveitamento, reciclagem e aproveitamento energético e
desestímulo do aterramento dos RCCV, até 2016.
INDICADORES
A implementação dos indicadores deve estar a cargo de responsáveis definidos para o
fornecimento dos dados e para sua consolidação. O Sistema de Comunicação do Plano
deve estabelecer sistemática de divulgação dos indicadores para que todos os envolvidos
na cadeia de gerenciamento dos RCCV possam acompanhá-los em tempo real. A
disseminação desses indicadores deve estar incluída nos programas de capacitação.
Como instrumentos de avaliação do PMRCCV poderão ser adotados os seguintes
indicadores (I):
I-1 Percentual (%) de município participando do Comitê Convênio e Consórcio em
relação ao total (50).
I-2 Percentual (%) de realização de capacitações sobre o total planejado.
I-3 Percentual (%) de bota fora eliminado em relação ao total existente.
I-4 Percentual (%) de Geradores de RCCV com PGIRCCV cadastrados em relação
ao total de geradores.
I-5 Percentual (%) de redução de geração de RCCV.
I-6 Percentual (%) de reutilização e reciclagem RCCV Classe A.
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I-7 Percentual (%) de implantação das unidades previstas no Plano.
I-8 Percentual (%) de projetos de pesquisa aprovados em relação ao total de
projetos propostos.
I-9 Percentual (%) de instrumentos econômicos viabilizados em relação ao número
total proposto.
I-10 Taxa de geração de RCCV per capita.
O Quadro 19 apresenta para cada um dos indicadores propostos a fórmula de cálculo.
Quadro 19 – Indicadores para os instrumentos de avaliação do PMRCCV.
INDICADOR FÓRMULA DE CÁLCULO
I-1 % de município participando do Comitê Convênio e Consórcio em relação ao total
Contabilizar o nº de municípios que formalizaram participação no Comitê (N1), dividindo por 50 e multiplicando por 100. Posteriormente o nº dos que firmaram o Convênio e finalmente o n° dos participantes do Consórcio, sempre dividindo por 50 e multiplicando por 100. I-1 = N1/50 x100
I-2 % de realização de
capacitações sobre o total
planejado
Contabilizar o nº de capacitações realizadas (Cr), dividindo pelo nº de capacitações planejadas (Ct) para o período anual, multiplicando por 100. I-2 = Cr / Ct x 100
I-3 % de bota fora eliminado em
relação ao total existente
Contabilizar o nº de bota fora eliminados no ano (BFe), dividindo pelo nº de existentes no cadastro (BFc), que deverá ser atualizado anualmente, multiplicando por 100. I-3 = BFe / BFc x 100
I-4 % de Geradores de RCCV com
PGIRCCV cadastrados em
relação ao total de geradores
Contabilizar o nº de Geradores de RCCV com PGIRCCV cadastrados (Gp) dividindo pelo nº de geradores existentes (Gt) no cadastro, que deverá ser atualizado anualmente, multiplicando por 100. I-4 = Gp / Gt x 100
I-5 % de redução de geração de
RCCV
Contabilizar o volume de RCCV gerado no ano (V1), dividindo pela diferença entre o volume gerado no ano anterior (V0) e no ano (V1), multiplicando por 100. I-5 = (V0 – V1)/ V0 x 100
I-6 % de reutilização e reciclagem
RCCV Classe A
Contabilizar o volume de RCCV, Classe A, reutilizado
e reciclado no ano (V1), dividindo pela diferença entre
o volume reutilizado e reciclado no ano anterior (V0) e
no ano (V1), multiplicando por 100. I-6 = (V0 – V1)/ V0
x 100.
I-7 % de implantação das unidades previstas no Plano
Contabilizar o nº de unidades implantadas previstas no Plano (Ti), dividindo pelo nº total de unidades previstas (Tp), multiplicando por 100. I-7 = Ti / Tp x 100
I-8
% de projetos de pesquisa aprovados em relação ao total de projetos propostos
Contabilizar o nº de projetos de pesquisa aprovados (Pa), dividindo pelo nº total de projetos propostos (Pp), multiplicando por 100. I-8 = Pa / Pp x 100
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I-9 % de instrumentos econômicos viabilizados em relação ao número total proposto
Contabilizar o nº de Instrumentos Econômicos viabilizados (IEv), dividindo pelo nº total de Instrumentos Econômicos propostos (IEp), multiplicando por 100. I-9 = IEv / IEp x 100
I-10 Taxa de geração de RCCV per
capita
Contabilizar a geração total de RCCV na região no ano (Gt), dividindo pela população total na região no ano (Pt). I-10 = Gt / Pt
Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2015.
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4 SISTEMA PROPOSTO
O sistema proposto para a gestão e o gerenciamento adequado dos RCCV é resultado da
análise dos resultados do Diagnóstico, as referências e boas práticas de benchmarking, as
tecnologias disponíveis, as metas e diretrizes traçadas, a proposta de regionalização e as
infraestruturas existentes.
REGIONALIZAÇÃO
Os Parâmetros para a Regionalização (Figura 8) são os grupos de dados, informações,
diretrizes e análises que são relevantes para refletir sobre potenciais agrupamentos de
municípios, a fim de fortalecer a gestão integrada de resíduos no território estabelecido.
Dando continuidade às análises realizadas e consolidadas nos produtos anteriores, pode-
se afirmar que a regionalização está diretamente relacionada a três conjuntos de critérios:
Socioeconômicos, Logísticos e Ambientais/Territoriais. Deve-se destacar que, ainda que
não sejam parâmetros da metodologia, há duas referências que sempre devem ser
consideradas: (i) a relação custos e benefícios de gestão e gerenciamento, e (ii) as metas,
diretrizes e estratégias propostas pelo Estado para a gestão dos resíduos de construção
civil.
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Figura 8 - Parâmetros para a regionalização Fonte: Elaboração Própria – Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2015.
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Os parâmetros socioeconômicos incluem a análise de diversos dados, tais como IDH,
IDH-M, renda per capita, dinâmica populacional e econômica, que estão diretamente
relacionados à geração de resíduos. Conforme está descrito no Produto 00, pode-se
observar que tanto a RMBH quanto o Colar Metropolitano de Belo Horizonte são áreas
bastante populosas e com alta relevância econômica para o Estado de Minas Gerais. A
demografia da região é caracterizada pela maior parte da população se encontrar em meio
urbano. Isto configura um fator relevante para o desenvolvimento de políticas e ações
públicas com relação aos sistemas de gestão e gerenciamento de resíduos sólidos urbanos
e especiais, incluindo os Resíduos da Construção Civil e Volumosos e Resíduos dos
Serviços de Saúde, pois, quanto maior a taxa de urbanização, mais elevada é a demanda
por serviços eficientes e de ampla abrangência para a coleta e disposição adequada de
resíduos sólidos. Não cabem práticas inadequadas como a queima do lixo ou a disposição
em lugares impróprios como botas fora e lixões, por se caracterizarem como práticas
ilegais que devem ser erradicadas.
Também é importante frisar que a forte dinâmica econômica de crescimento resulta em
tendência crescente para a geração de resíduos sólidos. A Região Metropolitana de Belo
Horizonte e o Colar Metropolitano congregam uma variedade de características
socioeconômicas e ambientais, cenário que interfere diretamente na definição de
metodologia, nas estratégias para a elaboração e nos resultados do Plano Metropolitano
de Gestão Integrada de Resíduos com foco em Resíduos da Construção Civil e Volumosos
(RCCV).
Os parâmetros ambientais e territoriais estão relacionados às questões restritivas
referentes às diretrizes municipais, normas ambientais e otimização de processos para a
gestão metropolitana que planeja a ocupação do território dos 50 municípios de forma
integrada. O fato de o Plano estar concebido sob a premissa de uma gestão metropolitana,
por um lado, aumenta a complexidade do cenário, mas, por outro, permite a busca de
proposições de soluções integradas que compreendem o território em sua íntegra e
acompanham todo o fluxo de gerenciamento dos resíduos.
As áreas ambientalmente protegidas são inegavelmente variáveis importantes para o
estudo de propostas para a regionalização, particularmente, para os estudos subsequentes
que irão definir as condições para a localização exata das diversas infraestruturas
sugeridas para a gestão e gerenciamento adequados dos RCCV.
Para a análise dos aspectos ambientais mais importantes na RMBH e CM foram utilizadas
as informações de base do Zoneamento Econômico e Ecológico (ZEE) do Estado de Minas
Gerais (2008). Os seguintes temas foram considerados para a área de estudo em questão,
em função da sua interface com a gestão de resíduos:
(i) Unidades de conservação (UC’s);
(ii) Probabilidade de contaminação de aquíferos;
(iii) Mapa de vulnerabilidade dos recursos hídricos;
(iv) Probabilidade de contaminação ambiental pelo uso do solo;
(v) Vulnerabilidade natural.
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A gestão metropolitana deve contemplar as vertentes estratégicas e políticas, que são
fundamentais para a concretização do Plano. Além da articulação política e fomento do
diálogo entre os gestores municipais, função privilegiada da Agência de Desenvolvimento
Metropolitano, é papel fundamental da gestão metropolitana promover a otimização da
gestão integrada dos resíduos, que inclui promover a viabilidade econômica para os
municípios com dinâmica econômica mais frágil e o acesso às infraestruturas necessárias
aos municípios com poucas áreas disponíveis.
Os parâmetros de logística estão relacionados à existência e à qualidade das vias de
acesso e às distâncias entre os municípios e as unidades de infraestrutura necessárias ao
gerenciamento dos RCCV. Esses parâmetros representam uma variável fundamental para
a eficiência do sistema de transporte que se constitui em ponto chave na composição
logística, pois, além de ser responsável pelo deslocamento ou movimentação física, o
transporte representa a maior parte dos custos logísticos no gerenciamento de resíduos.
Esta premissa se aplica também à gestão e ao gerenciamento de RCCV, já que a
quilometragem percorrida pelos veículos e a condição das vias, impactam no fator tempo
despendido e combustível para a realização de determinado percurso, sendo necessária
análise do fator custo/benefício (dos custos logísticos no planejamento).
A RMBH e o Colar Metropolitano ocupam uma área de 14.979,1 Km², sendo as distâncias
aproximadas de norte a sul (177 km) e de leste a oeste (170 km) praticamente a mesma.
É interessante notar que o município de Belo Horizonte ocupa a área central da região de
estudo, sendo localização estratégica para a ligação entre as regiões norte, sul, leste e
oeste. Considerando que Belo Horizonte responde pela maior população e maior geração
de resíduos da Região Metropolitana e Colar Metropolitano, uma regionalização
convencional baseada nos quatro pontos cardeais que facilita a integração de um modelo
compartilhado, tendo a Capital potencial para se integrar às quatro sub-regiões propostas:
norte, sul, leste e oeste.
Além disso, outros parâmetros são balizadores para a regionalização da gestão e
gerenciamento dos RCCV (Figura 9), como o citado conceito de bacias de captação de
resíduos, no nível macro definido pelas características homogêneas das áreas, em termos
de geração, logística e infraestrutura.
No nível micro, em termos de geração, procedimentos e fluxos das diversas frações dos
materiais que compõem os resíduos; em termos de logística, percurso ótimo de até 30 Km
para o deslocamento até as áreas de destinação ou disposição final; e em termos de
infraestrutura, considerar o existente potencial para reaproveitamento, reciclagem,
coprocessamento e disposição final, e as áreas potenciais para novas infraestruturas.
Neste aspecto ressalta-se a recuperação ambiental de pedreiras desativadas, que como
as demais alternativas devem sempre observar os padrões e normas estabelecidos, e
providos das respectivas licenças ambientais.
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Figura 9 – Critérios para definição das bacias de captação de resíduos que subsidiaram o agrupamento proposto.
Fonte: Elaboração própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2015.
Esses dois grupos de critérios – macro e micro – se retroalimentam e subsidiam o
agrupamento proposto. É fundamental que haja uma análise periódica de todos os critérios
para avaliar a possibilidade de alterar a bacia de captação de resíduos e
consequentemente a regionalização, nas diversas revisões do Plano.
Considerados os parâmetros e os critérios, a partir de sua aplicação, este estudo apresenta
proposta para a definição das bacias de captação de resíduos e consequentemente a
regionalização, para subsidiar o modelo de gestão e gerenciamento dos RCCV na RMBH
e CM. Foram definidas quatro áreas, além do município de Belo Horizonte com integração
compartilhada com todas. A proposta é que a capital, pela sua localização centralizada,
sendo geradora exponencialmente maior que os demais municípios e não dispor de áreas
disponíveis para destinação e disposição final suficiente para esses resíduos, possa
compartilhar infraestruturas existentes nas demais regiões, aliás o que já vem ocorrendo.
O mapa seguinte (Figura 10) apresenta a proposta de Bacias de captação de RCCV/
regionalização.
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Figura 10 - Sub-regiões / Bacias de captação de RCCV propostas para a Região Metropolitana e Colar Metropolitano de Belo Horizonte Fonte: Elaboração própria, Consórcio IDP FR, 2015.
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As sub-regiões ou bacias de captação de resíduos são caracterizadas no Quadro 20, a
seguir.
Quadro 20 - Dados gerais dos agrupamentos da proposta de regionalização.
Zona ou Agrupamento Número de
municípios
Município com
maior geração
Pop. Urb.
2040
Geração RCCV
(projeção ano
2040) (t/ano)
01 – Norte 13 Ribeirão das
Neves 1.509.355 1.031.346
02 – Sul 18 Ibirité 1.151.099 786.549
03 – Leste 10 Santa Luzia 638.470 436.268
04 – Oeste 8 Contagem 1.846.919 1.262.006
Belo Horizonte 1 Belo Horizonte 2.837.125 1.938.616
TOTAL 50 7.982.968 5.454.785
*Se utiliza como parâmetro a geração máxima, com o objetivo de utilizar o cenário mais crítico.
Fonte: Fase II, Produto 06, elaborado pelo Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Nos quadros seguintes são apresentados os dados da projeção da geração e RCCV,
por município, para cada agrupamento proposto.
Quadro 21– Projeção da geração RCCV para municípios do Agrupamento Norte.
Município Geração - 2040 (t/ano)
Baldim 4.939,76
Capim Branco 8.621,43
Confins 7.300,11
Funilândia 4.272,60
Jaboticatubas 23.776,89
Lagoa Santa 95.710,04
Matozinhos 33.094,93
Pedro Leopoldo 51.785,21
Prudente de Morais 10.287,02
Ribeirão das Neves 350.236,44
São José da Lapa 31.110,90
Sete Lagoas 227.455,01
Vespasiano 182.756,19
Total. 1.031.346,53
Fonte: Elaboração própria. Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2015.
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Quadro 22 - Projeção da geração RCCV para municípios do Agrupamento Sul.
Município Geração - 2040 (t/ano)
Belo Vale 5.375,09
Bonfim 4.561,73
Brumadinho 48.285,69
Ibirité 185.230,85
Igarapé 65.784,63
Itabirito 53.549,90
Itaguara 11.089,38
Itatiaiuçu 10.744,85
Itaúna 80.276,95
Juatuba 37.715,89
Mário Campos 17.699,15
Mateus Leme 29.232,15
Moeda 3.700,86
Nova Lima 110.183,35
Rio Acima 10.387,78
Rio Manso 5.279,53
São Joaquim de Bicas 48.586,92
Sarzedo 58.864,82
Total. 786.549,52 Fonte: Elaboração própria, Consórcio IDP FR, 2015.
Quadro 23 - Projeção da geração RCCV para municípios do Agrupamento Leste.
Município Geração - 2040 (t/ano)
Barão de Cocais 34.938,76
Bom Jesus do Amparo 5.557,62
Caeté 39.394,88
Nova União 4.070,71
Raposos 12.975,85
Sabará 113.168,33
Santa Bárbara 29.185,44
São Gonçalo do Rio Abaixo 10.304,26
Santa Luzia 183.345,06
Taquaraçu de Minas 3.327,77
Total. 436.268,68 Fonte: Elaboração própria. Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2015.
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Quadro 24– Projeção da geração RCCV para municípios do Agrupamento Oeste.
Município Geração - 2040 (t/ano)
Betim 484.121,52
Contagem 581.791,65
Esmeraldas 86.349,71
Florestal 7.200,05
Fortuna de Minas 2.527,64
Inhaúma 5.364,71
Pará de Minas 88.323,78
São José da Varginha 6.326,94
Total. 1.262.006
Fonte: Elaboração própria, Consórcio IDP FR, 2015.
Quadro 25 - Projeção da geração RCCV para municípios do Agrupamento Centro.
Município Geração - 2040 (t/ano)
Belo Horizonte 1.938.616,11
Total. 1.938.616,11
Fonte: Elaboração própria, Consórcio IDP FR, 2015.
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FLUXO DA GESTÃO E GERENCIAMENTO
O sistema proposto considera as seguintes formas de infraestrutura de destinação como
sugestão para os RCCV gerados na RMBH e CM. Ressalta-se que, diferentemente do
identificado no diagnóstico, pretende-se com este arranjo a valorização e recuperação
dos resíduos com potencial de reciclagem e reinserção no ciclo da construção civil.
Rede de pontos limpos composta por instalações novas e existentes.
Áreas de triagem e transbordo (ATT).
Plantas de recuperação/reciclagem de madeira e papel (inclui papelão).
Unidades de produção de agregados reciclados.
Plantas de trituração de material cerâmico e produção de Combustível Derivado
de Resíduos (CDR).
Plantas de armazenamento e transferência de material cerâmico (na qual não se
realiza a etapa de triagem, porque o material já chega limpo e segregado).
Unidades de Aterramento (Aterro Classe A).
Áreas mistas compostas por várias atividades especificadas nos tópicos
anteriores, já que as diversas funções dessas instalações – triagem, reciclagem
e aterro – podem estar concentradas em um mesmo local, principalmente
quando houver área disponível em abundância.
As áreas destinadas ao processamento de grandes volumes de RCC podem ser
públicas ou privadas. Pelas diretrizes da Lei Nacional de Saneamento Básico (PNSB),
as áreas públicas só poderão operar com resíduos privados caso sejam estabelecidos
preços públicos que recomponham os custos do processo. As possibilidades de
concentração de operações nas mesmas áreas deverão ser analisadas caso a caso,
porém havendo sempre o respeito a esta diretriz da PNSB.
O Quadro 26 apresenta uma comparação detalhada de todas as infraestruturas de
destinação final sugeridas no sistema proposto e que estão representadas no esquema
da Figura 11.
.
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Figura 11 – Principais relações entre as etapas do fluxo de Gerenciamento proposto para os RCCV gerados na RMBH e CM. Fonte: Elaboração Própria. Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2015.
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Quadro 26 – Comparação entre as infraestruturas propostas para o gerenciamento dos RCCV gerados na RMBH e CM.
TIPO DE PLANTA MATERIAIS
TRATADOS
INFRAESTRUTURA DE ORIGEM
MATERIAIS OBTIDOS DESTINO ASPECTOS AMBIENTAIS
Plantas de triagem (seleção, classificação avaliação e separação das frações recuperáveis) e transbordo
RCCV misturado ou segregado
URPV.
Postos de descarga de entulho.
Pontos Limpos.
Obras privadas ou públicas.
Frações recuperáveis dos RCCV.
RCC Classe B.
RCC Classe A e resíduos inertes.
RCC Classes C e D.
Outros resíduos perigosos.
Plantas de armazenamento e transferência de RCCV.
Plantas de reciclagem.
Plantas de produção de agregados reciclados.
Coprocessamento em cimenteiras.
Plantas de produção CDR.
Plantas de recuperação de energia.
Aterro Classe A.
Aterro sanitário.
Ocupação de solo.
Consumo de água e de energia.
Geração de águas residuárias, ruído, poeira e resíduos.
Plantas de armazenamento e transferência de RCCV
RCC Classe A e resíduos inertes.
RCCV.
Segregados em outras Classes
URPV.
Postos de descarga de entulho.
Pontos Limpos.
Obras privadas ou públicas.
Plantas de triagem e transbordo.
RCC Classe A e resíduos inertes.
RCCV segregados em outras Classes.
Plantas de reciclagem.
Plantas de produção de agregados reciclados.
Coprocessamento em cimenteiras.
Plantas de produção CDR.
Plantas de recuperação de energia.
Aterro Classe A.
Aterro sanitário.
Ocupação de solo.
Consumo de água, energia.
Geração de lixiviados, ruído, poeira, e odores.
Plantas de reciclagem
Frações recuperáveis segregadas
URPV.
Postos de descarga de entulho.
Pontos Limpos.
Obras privadas ou públicas.
Plantas de triagem e transbordo.
Plantas de armazenamento e transferência de RCCV.
Subprodutos para venda e utilização como matéria prima alternativa.
Empresa pública e privada
Ocupação de solo.
Consumo de água e energia.
Geração de águas residuárias, ruído, poeira e resíduos.
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Quadro 26 – Comparação entre as infraestruturas propostas para o gerenciamento dos RCCV gerados na RMBH e CM.
TIPO DE PLANTA MATERIAIS
TRATADOS
INFRAESTRUTURA DE ORIGEM
MATERIAIS OBTIDOS DESTINO ASPECTOS AMBIENTAIS
Plantas de produção de agregados reciclados
RCC limpos e segregados
Plantas de triagem e transbordo.
Plantas de armazenamento e transferência.
Obras privadas ou públicas.
Agregados reciclados. Obra privada.
Obra pública.
Ocupação de solo.
Consumo de água e energia.
Geração de águas residuais, ruído, poeira e resíduos.
Plantas de produção de combustível derivado de resíduos (CDR)
Materiais separados com poder calorífico
(Madeira e plásticos)
Plantas de triagem e transbordo.
Combustível derivado de resíduos.
Plantas de recuperação de energia.
Coprocessamento em cimenteiras.
Ocupação de solo.
Consumo de energia,
Geração de ruído, poeira, de Compostos Orgânicos Voláteis e de resíduos.
Plantas de recuperação de energia (incineração e co-processamento)
Materiais segregados com poder calorífico
(Madeira e plásticos)
Plantas de triagem e transbordo.
Plantas de produção de combustível derivado de resíduos (CDR).
Energia.
Escórias e cinzas.
Consumo energético.
Escórias e cinzas ao aterro.
Ocupação de solo.
Consumo de água, energia.
Geração de emissões particuladas, ruído e de resíduos perigosos (escórias e cinzas).
Disposição de resíduos inertes em aterros Classe A
RCC Classe A e resíduos inertes
URPV.
Postos de descarga de entulho.
Pontos Limpos.
Obras privadas ou públicas.
Plantas de triagem e transbordo.
Plantas de armazenamento e transferência de RCCV.
Nenhum material.
Lixiviado.
Gerenciamento adequado dos lixiviados gerados.
Ocupação de solo.
Consumo de água, energia.
Geração de lixiviados, ruído, poeira e odores.
Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2015.
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ETAPAS DA GESTÃO E GERENCIAMENTO
4.2.1.1 Geração e composição dos RCCV
Para o dimensionamento das diferentes infraestruturas de gestão de RCCV propostas, se
tomou em consideração a projeção de geração de resíduos para o ano de 2040 na RMBH e
CM, apresentada por Zona ou Agrupamento no Quadro 20 (item 4.1. Regionalização). Cabe
ressaltar que o valor de geração per capita (1,81 kg.hab/dia) utilizado, pode representar um
superdimensionamento das infraestruturas, no longo prazo, em termos das expectativas e
cenários propostos no P01 (IDP-FR, 2014) no qual se assume a hipótese de que haverá uma
segregação na origem e, a partir de 2030, serão reciclados 30% de resíduos da Classe A (de
acordo com dados do ano base) em decorrência de intervenções do Plano.
Observa-se pelos dados do diagnostico, apresentados neste documento, que o potencial de
aterramento em infraestruturas licenciadas é suficiente para atender a demanda atual e
projetada (2040) de geração de RCCV na RMBH e CM. Entretanto, seguindo as diretrizes da
PNRS este Plano deve contemplar um sistema para a universalização do serviço e mais
especificamente para a minimização, redução e valorização dos RCCV. Sendo assim, face
estas premissas, a vida útil dos Aterros Classe A existente aumentará e, consequentemente,
uma nova política de sustentabilidade na RMBH e CM será estimulada.
No que se refere à composição, o quadro a seguir resume os parâmetros gravimétricos,
tomados como referência para se chegar a um valor adequado à realidade brasileira, por
insuficiência de dados em âmbito regional, para definição do sistema proposto.
Quadro 27 – Materiais presentes na composição dos RCC em porcentagem.
Material
Composição dos RCD em obras
brasileiras típicas (%)
Composição dos RCD no
município de São Carlos/SP
(%)
Composição dos RCD no município de Canoas/RS
(%)
Composição dos RCD no
município de São José/SC (%)
Alvenaria e Argamassas
64 8
60 52
Concreto, blocos de concreto, ladrilhos de concreto
5 26
Solo 0,1 9
Pedra 1,2 10
Cimento amianto 0,4 2
Gesso 0 1
Componentes cerâmicos, tijolos
29 33 20 12
Madeira 0,1 7 10
20 Metais 0 2
5 Vidro 0 1
Papel cartão 0,2
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Material
Composição dos RCD em obras
brasileiras típicas (%)
Composição dos RCD no
município de São Carlos/SP
(%)
Composição dos RCD no município de Canoas/RS
(%)
Composição dos RCD no
município de São José/SC (%)
Plástico 0 1
Rejeito 0 5 16
TOTAL 100 100 100 100
Fonte: Dados com base nas seguintes referências:
Pinto, Tarcísio de Paula. Metodologia para a gestão diferenciada de resíduos sólidos da construção urbana. São Paulo,
1999.
José da Costa Marques Neto. Gestão dos Resíduos de Construção e Demolição: Estudo da Situação no Município de São Carlos (SP), Brasil. Engenharia Civil • UM Número 36. 2010.
Fundação escola de sociologia e política de São Paulo. Plano municipal de gestão de resíduos da construção civil de Canoas (RS). 2014.
Eco eficiência, soluções ambientais. Plano municipal integrado de gerenciamento de resíduos da construção civil e da coleta seletiva do município de São José (SC). 2012.
O resultado intermediário desta análise apresenta uma composição hipotética dos materiais
constituintes dos RCC e dos RVOL o qual está apresentado nos Quadro 28 e Quadro 29
seguintes.
Quadro 28 - Composição dos RCC com base nas referências consultadas.
Material %
Restos de obra (concreto, pedras, solos) 62
Restos de obra (materiais cerâmicos) 20,5
Madeira 10
Metais Valor próximo a zero
Plásticos Valor próximo a zero
Papel e papelão 5
Rejeitos 2,5
Fonte: Fase II, Produto 06, elaborado pelo Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Quadro 29- Composição dos RVOL com base nas referências consultadas.
Material %
Madeira 50
Metais 7,5
Plásticos 3
Papel e papelão 2
Rejeitos 12,5
Rejeitos de poda 25
Total 100
Fonte: Fase II, Produto 06, elaborado pelo Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2014.
Finalmente, a partir das duas hipóteses anteriores, chegou-se a hipótese final quanto à
composição dos RCCV, sendo que a poda foi incluída na composição dos RVOL por
representar um tipo de resíduo que não pode ser tratada em nenhuma das instalações de
RCCV consideradas.
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4.2.1.2 Segregação na fonte geradora
Sugere-se que, para os grandes geradores de RCCV, cujo volume mínimo de geração que o
caracteriza deve ser definido pela autoridade municipal, seja obrigatório habilitar até oito
contêineres para segregação dos resíduos, no local da geração, de forma a viabilizar a coleta
diferenciada e os processos de valorização, reaproveitamento e reciclagem posteriores.
Sugere-se, caso seja viável, a inclusão de um contêiner específico para os rejeitos de poda,
já que o seu destino deveria ser a compostagem de resíduos orgânicos, ou ainda o aterro
sanitário.
Tendo em vista a composição e gravimetrias apresentadas no item anterior, o ideal é que
sejam utilizados contêineres ou outros tipos de recipientes que possibilite a segregação dos
seguintes materiais: concreto, pedra e terra; materiais cerâmicos; materiais ferrosos (alumínio
e metal); restos e aparas de madeira; plásticos de toda natureza; papel e papelão; poda; e
rejeitos.
Além disso, sugere-se também a inclusão de um recipiente para acondicionamento dos
resíduos perigosos que, apesar de não representarem percentual significativo no volume de
RCCV, devem ser destinados adequadamente pelo risco que representam ao meio ambiente
e a sociedade em geral.
Finalmente, após todas as análises anteriores e composição de dados de referência, a
segregação proposta para os RCCV gerados na RMBH e CM está apresentada no Quadro
30 a seguir. Ressalta-se, mais uma vez, que a segregação deve ser feita in loco.
Quadro 30 - Porcentagem de composição proposta para os materiais que constituem os RCCV com base na utilização de sete (07) contêineres.
Contêiner Material %
C1 Restos de obra (concreto, pedra, solos) 57,04
C2 Restos de obra (materiais cerâmicos) 18,86
C3 Madeira 13,20
C4 Metal 0,60
C5 Plástico 0,24
C6 Papel e papelão 4,76
C7 Rejeito 3,30
C8 (opcional) Poda 2,00
C9 Residuos Perigosos --
Total 100
Fonte: Elaboração própria, Consórcio IDP-FR 2015.
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4.2.1.3 Coleta e transporte
Os RCC devem ser coletados, seletivamente, nos pontos de geração, seja uma obra nova,
uma reforma particular ou de uma empresa e, conforme legislação já apresentada, os
geradores têm obrigação de segregar os resíduos por classe A, B, C e D. Para as Classes A
e B, inertes e recicláveis, respectivamente, o acondicionamento e armazenamento dos RCC
devem ser viabilizados pelo gerador até o momento do transporte autorizado.
É recomendada a criação de um sistema de cadastro dos prestadores de serviços, por meio
do qual tanto os pequenos como os grandes geradores de RCC possam verificar o
cumprimento das obrigações legais e ambientais das empresas cadastradas permitindo o
funcionamento adequado do sistema de gerenciamento.
Para obras de grande porte, sugere-se a utilização de equipamento específico para direcionar
o resíduo gerado em um andar mais elevado ao contêiner que, normalmente, localiza-se no
nível do solo. Geralmente, o deslocamento horizontal dos resíduos é realizado em carrinhos-
de-mão; e o deslocamento vertical é realizado em tubos condutores de entulho ou elevadores
de carga. Caso o volume de resíduos seja muito grande, pode ser utilizada uma grua para o
transporte vertical. Já o transporte externo é executado por empresas contratadas pelo
gerador que deve observar sempre se estão devidamente cadastradas e credenciadas para
o serviço de coleta e transporte de RCC.
Tal como já apresentado no item anterior, propõe-se a conteinerização para a segregação no
próprio local de geração e também no local de armazenamento por meio da utilização de
diversos tipos e tamanhos de contêineres, em função do tamanho e localização da obra, da
segregação e tipologia dos materiais que deverão ser coletados, já que as condicionantes da
via pública (existência de espaço para os contêineres na própria obra, largura da rua,
existência de calçada em estado adequado, tamanho de via para os caminhões de coleta
etc.), podem ser determinantes.
Para tal, foram caracterizados e exemplificados os sacos tipo big bag; contêineres de caixa
aberta; e contêineres de caixa fechada apresentados nas figuras a seguir.
a. b.
Figura 12 - a. Sacos tipo big bag; b. Contêineres de caixa aberta. Fonte: RECIMAQ, 2015.
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a. b.
Figura 13 - a. Contêiner de caixa fechada; b. Carrinho gaiola usado para acondicionamento de resíduos volumosos. Fonte: RECIMAQ, 2015.
O saco big bag é uma das soluções mais resistentes para os granulados e estão
confeccionados para serem manejados com gruas ou maquinaria pesada. Isto se deve à
incorporação de alças laterais que permitem um transporte mais simplificado. Tem uma boa
relação custo-benefício em relação ao preço e capacidade de reutilização destacando-se
como principais vantagens: economia e segurança; ocupam pouco espaço quando estão
vazios; podem ser estampados com a informação desejada e necessária (tipo de resíduos
admissíveis), institucional (município), comercial (empresa construtora/ empresa de coleta de
resíduos) etc.; redução da quantidade de resíduos ao finalizar a sua vida útil (mínimo peso da
embalagem por tonelada transportada) e as possibilidades de reciclagem e
recondicionamento.
Quando são geradas pequenas quantidades em obras particulares, se sugere a utilização de
sacos tipo big bag com uma capacidade de 1 m3 aproximadamente e dimensões 99 x 99 x
105 cm (comprimento x largura x altura).
Foram detalhados os modelos de caixa para sistema de tração por correias e de caixa aberta
com porta e tração por gancho. No documento de referência para este item são apresentadas
as principais aplicações bem como suas limitações de uso em determinadas circunstâncias.
São também referendadas as Combinações de Veículos de Carga – CVC e suas respectivas
condições exigidas pela Autorização Especial de Trânsito – AET.
Os RVOL são coletados no ponto de geração (na via pública em um ponto próximo aos
domicílios). A autoridade municipal também pode definir datas e pontos específicos para
realizar esse depósito temporário. Neste caso os volumosos são deixados pelo próprio
cidadão.
A coleta dos RVOL se faz de forma manual. Apenas em ocasiões excepcionais será realizada
com a ajuda de um caminhão provido por gancho ou braço mecânico. Esta atividade será
sempre precedida de campanhas de informação e conscientização.
A coleta de pequenos volumes, por exemplo, em caso de solicitação de um cidadão, poderá
continuar sendo realizada pelos carroceiros ou pelos funcionários do município, se
estabelecido pela Prefeitura. Ainda exemplificando, a coleta de volumes maiores, no caso de
coleta periódica em pontos determinados, poderá ser executada por caminhões com
capacidades diversas de transporte de resíduos.
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Os dois tipos de coleta propostos são:
Coleta municipal de Volumosos: cada município estabelecerá seu sistema de
funcionamento, porém é importante que seja, sempre que possível, compartilhado com
informações de outros municípios, permitindo que cada município escolha o melhor
fluxo para integrar a informação dos volumosos domésticos que, então, deve
gerenciar.
Coleta de Volumosos em empresas/indústrias: Trata-se de um procedimento
puramente privado entre a empresa geradora (indústria) e a empresa transportadora
e gestora. A tarefa da Administração Pública consistirá na criação de um arcabouço
normativo e documental que permita o correto monitoramento do resíduo gerenciado.
A coleta municipal poderá, ainda, organizar um sistema de coleta de resíduos volumosos por
meio de três modalidades complementares:
1. Coleta periódica (semanal) em lugares estabelecidos: os serviços municipais ou os
carroceiros seguem rotinas semanais estabelecidas pelo Município para coletar os
resíduos volumosos depositados pelos cidadãos em áreas pré-estabelecidas
precedidas de campanhas de informação e conscientização cidadã.
2. Sistema de visita prévia ou porta a porta: o cidadão entra em contato com o carroceiro
para que venha coletar os resíduos volumosos.
3. Recepção dos RVOL no URPV: neste caso é o próprio cidadão quem transporta os
resíduos volumosos à URPV. O gerador é o responsável por depositar o RVOL no
contêiner indicado pelo responsável da unidade.
Vale ressaltar que ao poder público municipal compete a regulamentação e a fiscalização dos
processos e etapas do gerenciamento dos resíduos volumosos os quais são de
responsabilidade do gerador.
Durante o processo de elaboração do sistema proposto, foram identificadas algumas das
empresas que atualmente realizam o gerenciamento de resíduos volumosos na RMBH,
quantificadas a seguir por tipo de resíduos: 8 (oito) Empresas de Descarte e Transporte de
Resíduos de Madeira; 11 (onze) Empresas de Descarte e Transporte de Resíduos de Metal;
7 (sete) Empresas de Descarte e Transporte de Resíduos - Bateria e
Pilha/Eletrodomésticos/Informática.
Também nesse caso, o contato com estas empresas será fundamental para identificar o
panorama atual da realidade local quanto às definições das localizações dos centros de
armazenamento, tratamento e disposição final de RVOL. É fundamental a criação de um
sistema de cadastro dos prestadores de serviços, com comprovação das obrigações legais e
ambientais, que possa ser visualizado de uma maneira legível pela população e empresas,
permitindo o funcionamento adequado do sistema de gerenciamento.
Dentre as modalidades de transporte de RCCV na região, foram identificados os carroceiros
e carreteiros que coletam e transportam resíduos de pequenos volumes (até 1 m3 em Belo
Horizonte, 2 m3 em Contagem) mediante transporte de tração animal (cavalos, mulas e burros,
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geralmente). Atualmente, estes carroceiros realizam o transporte inicial dos RCCV desde o
cidadão gerador até o primeiro local de coleta e armazenamento, a Unidade de Recebimento
de Pequenos Volumes ou URPV (no caso de Belo Horizonte), bem como a pedido do cidadão
ou coletando resíduos depositados na via pública.
Propõe-se como alternativa a elaboração de estudos que possam avaliar procedimentos
visando à substituição progressiva dos Carroceiros e Carreteiros por pequenos veículos,
conseguindo assim eliminar progressivamente o transporte por tração animal e conseguir,
consequentemente, uma modernização do serviço de transporte de resíduos. Esta situação
se realizaria considerando sempre a participação desses transportadores nas posteriores
fases de implantação do Plano.
Outra modalidade são os caçambeiros e caminhões que coletam e transportam resíduos
mediante veículos a motor. Atualmente realizam o transporte dos RCCV desde o gerador aos
centros de coleta e armazenamento, autônomos ou empresas de transporte de resíduos.
Sugere-se que o transporte, na medida do possível, seja iniciado nas zonas mais densamente
povoadas, por apresentarem maior geração de RCCV.
São detalhados nos documentos de referência os caminhões com correia; caminhão de
gancho; caminhões de caixa aberta com grua ou braço mecânico; e caminhões de caixa
aberta tipo porter. Além dos veículos, é importante conhecer o formulário utilizado para realizar
o Controle de Transporte de Resíduos - CTR, também incluído no documento, que é um
documento essencial para garantir o correto fluxo dos resíduos desde a sua geração até a
sua disposição final. Na legislação brasileira, sua utilização está definida principalmente nas
NBR 15.112, NBR 15.113 e NBR 15.114, todas do ano 2004 e na Resolução CONAMA
307/202.
RASTREABILIDADE DO SISTEMA DE GESTÃO
A rastreabilidade está também para a etapa de fiscalização e monitoramento como um
instrumento que permite a sua execução com eficiência, assertividade e segurança
institucional. Ressalta-se, no entanto, que a rastreabilidade perpassa todas as etapas da
gestão – Planejamento, Supervisão, e Fiscalização e Monitoramento – pois é através dela que
os dados monitorados retroalimentam o sistema de gestão.
Dessa forma, a rastreabilidade pode ser considerada como instrumento essencial à gestão de
qualidade das etapas do gerenciamento e, por conseguinte, servir também a todo o sistema
de gestão. Os dados e informações adquiridos por meio da rastreabilidade podem ser
utilizados para identificar a origem do problema – ou o infrator - e, assim, permitir a
administração pública a agir pró-ativamente com agilidade sem comprometer a execução
adequada de outras etapas do gerenciamento.
O monitoramento é a possibilidade de encontrar e seguir uma série de dados resultantes das
diferentes etapas da gestão integral dos resíduos da construção e volumosos (RCCV), desde
o momento da sua geração (obra, indústria ou município), coleta, armazenamento, transporte
externo e tratamento ou disposição final. O correto monitoramento permite garantir que o ciclo
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de gestão dos resíduos seja acompanhado, minimizando os possíveis impactos negativos
principalmente para o meio ambiente.
Para a rastreabilidade dos programas a serem incluídos no Plano para Gestão e
Gerenciamento do RCCV foram considerados alguns sistemas de monitoramento
apresentados e detalhados no documento de referência.
A Figura 14 exibe, de forma sintética, as ferramentas para apoio à gestão via rastreamento
de dados e informações.
Figura 14 - Ferramentas para rastreamento dos resíduos Fonte: Apresentação Workshop Final, Elaborado pelo Consorcio IDP Ferreira Rocha, 2015.
4.2.2.1 Sistema de documentação para o controle e monitoramento da gestão de resíduos
O sistema de documentação para o controle e monitoramento da gestão dos resíduos da
construção civil e volumosos é composto por uma sequência adequada de ações com seus
respectivos documentos para preenchimento em cada fase, sendo responsabilidade do
gerador o início do sistema documental.
A título de exemplo, a Prefeitura de Belo Horizonte indica que antes do início de uma obra
deverá ser preenchido o documento denominado - Plano de Gerenciamento de Resíduos da
Construção Civil. Neste documento deverão ser indicadas as características básicas da obra;
materiais e componentes principais utilizados em cada etapa, incluindo a geração estimada
de RCCV por classe (A, B, C e D); iniciativas para a minimização de resíduos; iniciativas para
a reutilização dos resíduos na própria obra ou em outras similares; iniciativas para o
acondicionamento diferenciado e o transporte adequado; identificação dos agentes
envolvidos no transporte, tratamento e disposição final dos RCCV gerados na obra.
A NBR 15.112 indica que para todos os resíduos do tipo RCCV transportados deve existir um
documento CTR (Controle de Transporte de Resíduos) e incluir no mínimo os seguintes
dados: Identificação do transportador; Identificação do gerador/origem; endereços de retirada
e de destino; volume e quantidades transportadas; características do material transportado.
Vários modelos de documentos constantes dos levantamentos realizados poderão contribuir
para a definição dos documentos que irão compor essa etapa de controle e monitoramento
da gestão de resíduos.
Plano de gerenciamento
de resíduos (obra)
Autodeclaraçãoem formulários
eletrônicos (peq. e grandes
geradores)
Rastreamento por código de barras, rádio
ou chip
Sistema de controle
informatizado integrando
todas as etapas
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Em sistemas mais avançados, além dos dados praticados em Belo Horizonte, são também
exigidas informações sobre as rotas.
4.2.2.2 Sistema informatizado para o controle e monitoramento do gerenciamento dos resíduos
Os sistemas de controle são conjuntos de ferramentas de alta eficiência na gestão integral
dos resíduos, e que a cada dia ganham sempre mais importância nos âmbitos de gestão e
produção (industrial, produção etc.). São sistemas informatizados que se caracterizam pelas
tecnologias utilizadas.
Os estudos realizados sinalizaram duas tecnologias para o sistema informatizado, avaliando
suas operacionalidades, restrições e vantagens.
Tecnologia RFID - A sigla RFID se refere àquelas tecnologias que são capazes de identificar
objetos mediante ondas de rádio. Esta tecnologia faz com que seja possível realizar a auto
identificação de um objeto que contém uma emissora de rádio. No seu estado atual de
desenvolvimento, as reduções dos custos e do seu tamanho permitem que estas emissoras
sejam suficientemente pequenas em formato de etiquetas adesivas, podendo ser
incorporadas quase a qualquer objeto. É devido a estes micro emissores (etiquetas) que o
produto pode ser localizado em uma distância variável, desde alguns centímetros até muitos
quilômetros.
Tecnologia de Código de Barras - Consiste em um código compreendido por uma série de
barras e espaços em branco definidos paralelamente. A sequência pode ser interpretada de
forma numérica ou alfanumérica, que deverá ser lida por um escâner óptico laser e
processada em computador.
É o sistema de identificação mais utilizado e preferido para identificar produtos.
O RFID e o código de barras são os dois sistemas informatizados de controle e monitoramento
do gerenciamento mais conhecidos no campo da gestão integral dos resíduos.
No caso do RFID, a sua utilização se está popularizando gradualmente devido às facilidades
que representa para a logística (não é necessário realizar a leitura direta do código,
seguimento à distância etc.). Por outro lado, devido à qualidade dos seus componentes,
economicamente não consegue competir com o sistema de código de barras, sendo este
ainda o mais conhecido e implantado pela sua capacidade de monitoramento e custo.
4.2.2.3 Sistema SIG utilizado para o monitoramento do transporte
O Sistema GIS1, ou SIG como é conhecido no Brasil (Sistemas de Informações Geográficas),
é uma ferramenta versátil que está sendo implantada há vários anos no setor dos veículos de
coleta e transporte. Esta ferramenta permite realizar o controle via satélite de cada um dos
veículos de coleta e transporte em tempo real. Permite calcular os tempos de percurso de
cada um dos caminhões, minuto a minuto, detectar qualquer incidência que surja durante a
1Geographic Information System (GIS) – Sistema de Informação Geográfica.
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rota (engarrafamentos, acidentes etc.) e possibilita, caso seja necessário, enviar outro veículo
para continuar a rota do veículo anterior.
Além do controle da localização do veículo on-line, também permite monitorar dados tais
como, por exemplo, a velocidade do caminhão em zonas urbanas. No caso de que por algum
motivo a velocidade máxima permitida fosse ultrapassada, o sistema dispõe de um alarme
que avisa imediatamente a central onde sempre deverá existir um funcionário que avisará no
mesmo instante via rádio ao motorista do veículo sobre a incidência.
Este sistema permite elaborar de forma digital e instantânea relatórios de controle dos roteiros
que podem ser posteriormente consultados pelos interessados, bem como a otimização dos
mesmos.
4.2.2.4 Sistema de coletas online
O Sistema Eletrônico de Controle de Resíduos Volumosos e da Construção Civil, denominado
Coletas Online, é totalmente acessível pela Internet, possibilitando o acesso e monitoramento
das ações de todos os envolvidos no processo logístico, abrangendo Pequenos e Grandes
Geradores, Construtoras, Transportadoras, Pontos de Entrega Voluntária e Destinos Finais.
Com os dados gerados, o sistema Coletas Online permite a gestão correta dos resíduos,
oferecendo informações relevantes.
Além de uma avaliação passo-a-passo da aplicação do Sistema de Coletas online consta do
documento de referência informações da utilização desse sistema em cerca de 12 municípios
no estado de São Paulo, com uma população total de aproximadamente 3,2 milhões de
habitantes. O Sistema pertence às Prefeituras, ou seja, todos os dados são de propriedade
dessas Prefeituras e o Gestor pode acompanhá-los (meio físico) em tempo real.
QUANTIFICAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DAS INFRAESTRUTURAS
O conjunto de novas instalações necessárias, cujas descrições estão no item Definições está
no início deste documento e de forma detalhada nos produtos da Fase 02, em especial
produtos 04 e 05. Considerando o potencial de geração até 2040, para a região, essas
instalações são:
138 Pontos Limpos que, juntos, compõe a Rede de Pontos Limpos (URPV);
21 Áreas de Triagem e Transbordo de RCCV (ATT);
02 Plantas de armazenamento e transferência de material Cerâmico;
02 Plantas para a recuperação/reciclagem de Papel e Madeira;
01 Planta para a trituração de Material Cerâmico e produção de CDR;
18 Unidades de Produção de Agregado Reciclado;
08 Unidades de Aterramento (Aterros Classe A).
A consolidação das infraestruturas, existentes e propostas, por região determinada no estudo
de regionalização, está apresentada no Quadro 31.
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Quadro 31 - Resumo das Infraestruturas existentes e novas infraestruturas propostas.
ZONA Pontos limpos
Área de Triagem e
Transbordo de RCCV
(ATT)
Área armazenamento e transferência
de Material Cerâmico (AAT)
Unidades de
Produção de
Agregado Reciclado.
Plantas de recuperação/ reciclagem
Aterro classe A
NORTE + 43 + 6 + 1 Mat.
cerâmicos +4
3 Galpões triagem + 1 Madeira/ Papel + 1 cerâmica/ CDR
13 +1
LESTE + 27 + 4 3
+1 4 Galpões triagem + 1 Madeira/ Papel
13
CENTRO
32 +16
2 1
OESTE 37
+20 + 6
+ 1 Mat. cerâmicos
+ 5 3 Galpões triagem + 1 Madeira/ Papel
+ 4
SUL 5
+ 32 + 5 + 8
1 Galpão triagem + 1 Madeira/ Papel
7 +3
TOTAL 74
+138 21
+ 2 Mat.
cerâmicos
5
+18
11 Galpões triagem
+ 4 Madeira /Papel
+ 1 cerâmica/ CDR
34
+8
Obs: As unidades propostas estão representadas precedidas de um símbolo de adição (+). As
existentes estão indicadas sem simbologia, apenas a numeração.
Fonte: Fase 02/Produto 07 - Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2015.
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Figura 15 - Mapa que apresenta a proporção das infraestruturas existentes para o gerenciamento dos RCCV na RMBH e CM Fonte: Fase 02/Produto 06 e 07 - Elaboração Própria, Consórcio IDP – FR, 2015.
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Figura 16 - Mapa do sistema proposto para o gerenciamento dos RCCV na RMBH e CM Fonte: Fase 02/Produto 06 e 07 - Elaboração Própria, Consórcio IDP – FR, 2015.
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VIABILIDADE ECONÔMICA
A análise da viabilidade econômica foi desenvolvida a partir de parâmetros previstos para
investimentos e operação, além de impostos incidentes e depreciação, conforme detalhado
no relatório de referência – Produto 08.
O parâmetro Investimentos foi analisado pelo CAPEX - Capital Expenditure, sigla em inglês
que designa o montante de dinheiro despendido na aquisição ou melhorias de bens de
capital em um negócio, ou seja, os custos de investimento/reinvestimento no
empreendimento.
O parâmetro Custos de Operação foi analisado pelo OPEX - sigla em inglês que se refere
ao custo associado à manutenção dos equipamentos, despendidos em consumo, mão de
obra, e outras despesas para operação do negócio, ou seja, os custos operacionais.
A Receita Potencial se refere às receitas provenientes de duas vertentes: prestação de
serviços e venda de produtos.
Foi elaborada uma Planilha Excel, que compõe o Produto 08, onde são apresentados os
itens que compõem o CAPEX, OPEX e Receita Potencial para cada uma das unidades
propostas, considerando duas ou três capacidades produtivas, com vistas a subsidiar o
estudo de viabilidade.
Essa Planilha em meio digital, é uma ferramenta que permite ao usuário calcular os valores
referenciais, com base nos parâmetros e itens previamente estabelecidos, para a
instalação e operação das infraestruturas. Ressalta-se que esses valores referenciais
podem ser ajustados de acordo com o Plano de Negócios a ser elaborado durante a fase
de implementação do Plano de Gestão e Gerenciamento dos RCCV.
Nesta fase de desenvolvimento do Plano, os valores adotados para a receita da venda de
produtos e serviços foram adequados à garantia de viabilidade econômica com valores
significativos da TIR sinalizando grau de atratividade aceitável. Outras análises, com a
variação de outros itens dos parâmetros considerados, poderão ser utilizadas para simular,
por meio da Planilha disponibilizada, diferentes realidades em fases subsequentes de
implementação do Plano.
O cenário econômico apresentou bons indicativos de taxas internas de retorno para os
investimentos, mas ficou evidente que com um planejamento minucioso dos negócios, a
viabilidade econômica será atrativa.
A legislação e a sensibilidade sobre o tema devem promover a internalização dos custos
decorrentes do adequado gerenciamento de RCCV, contribuindo para a sustentabilidade
das infraestruturas propostas.
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Os incentivos econômicos e procedimentos contratuais para reutilização dos RCCV por
parte do poder público são de grande importância para movimentar os processos de
valorização dos RCCV.
Nos produtos de referência (Fase 2/Produtos 04, 05 e 06) constam as especificações
técnicas e construtivas - cercamento, vias de acesso, balança, guarita, sinalização, área
para disposição dos containers, dentre outros – para todas as instalações propostas.
Destacam-se a seguir outras observações para referidas instalações:
Unidades de Produção de Agregado Reciclado – trata-se da infraestrutura
para valorização/reciclagem de RCC mais difundida no Brasil. A reciclagem de
entulho é considerada uma boa oportunidade de negócios. A RMBH e seu Colar
carecem dessa iniciativa, indicando uma boa oportunidade. Para a viabilidade
dessas plantas, devem ser aprimoradas as etapas de segregação e coleta, além
de incentivos públicos para o uso de agregados nas obras públicas e privadas.
Áreas de Armazenamento e Transferência de Material Cerâmico (AAT) – é
uma infraestrutura intermediária que proporciona viabilidade ao gerenciamento
adequado dos RCCV tipo Cerâmico os quais podem ser utilizados como
substituição de matéria prima, na indústria cimenteira, sendo ainda uma prática
pouco explorada no País e que apresenta boa viabilidade econômica,
principalmente na região em estudo pelo grande número de indústrias de
cimento instaladas. A parceria com o setor cimenteiro no sentido de difundir e
valorizar a utilização desses resíduos como insumo, seria uma ação de grande
valia para ganho de escala e valor de mercado e encaminhamentos adequados
desta parcela dos RCCV.
Para o estabelecimento dessa prática, é de fundamental importância a
segregação in loco do materiais já que esta planta é proposta para o
recebimento exclusivo de materiais cerâmicos sem a necessidade da realização
de triagem.
Áreas de Triagem e Transbordo (ATT) – a ATT apresenta-se como
oportunidade de negócio pelo fato de se tratar de uma tipologia de investimento
ainda pouco explorada na RMBH. Muitas das unidades que se propuseram a
realizar esse serviço nos últimos anos não se mantiveram por vários motivos,
dentre eles, à falta de regularização ambiental, operação e gestão inadequada
e, ainda, pela falta do planejamento e engajamento com a comunidade vizinha.
Confere viabilidade ao gerenciamento adequado dos RCCV por otimizar a
logística do fluxo de pequenos volumes desde o local de geração até a
infraestrutura adequada de destinação ou disposição final.
Unidades de Aterramento (Aterros Classe A) – o aterramento de RCCV como
rejeitos e antes de sua valorização é uma prática que deve ser desestimulada
uma vez que o resíduo classe A apresenta alto valor agregado e potencial de
reutilização, o que movimenta a cadeia produtiva e ainda reduz danos
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ambientais. Para essa atividade, o poder público deveria desenvolver
mecanismos extra fiscalizadores negativos.
Plantas para a recuperação/reciclagem de Madeira – de acordo com estudos
realizados, estas Plantas apresentaram boa relação custo-benefício, inclusive
com a existência de empreendimentos desta natureza operando com sucesso
na RMBH. Além disso, há fornecedores de resíduos e mercado para o produto
conhecido como “cavaco”. Verifica-se, todavia a necessidade de melhorias na
gestão, na operação e obtenção de produtos de maior valor agregado. Maiores
investimentos poderiam ser compensados pela cobrança no recebimento dos
resíduos, o que, atualmente, não ocorre pela maioria das empresas em
atividade. Estas plantas são conjugadas com as plantas de beneficiamento de
resíduos de papel e papelão.
Plantas para a recuperação/reciclagem de Papel e Papelão – Trata-se de
infraestruturas para recebimento, triagem e prensagem destes materiais
recicláveis que, posteriormente, podem ser comercializados e reintroduzidos no
ciclo de produção de novos materiais. A coleta e a triagem de papel e papelão
na RMBH e CM vem sendo realizadas, em grande parte, pelos catadores de
materiais recicláveis e reutilizáveis. Uma oportunidade indicada para o aumento
da produtividade dessas unidades seria fomentar a organização em rede das
associações e cooperativas de catadores, permitindo o ganho em escala. Estas
plantas são conjugadas com as plantas de beneficiamento de madeira.
Pontos Limpos que, juntos, compõem a Rede de Pontos Limpos (URPV) –
infraestruturas sem fins lucrativos uma vez que, normalmente, não há cobrança
do usuário (pequeno gerador) pelo material encaminhado e o objetivo não é
comercializar os resíduos recebidos. Deve ser de responsabilidade do poder
público, por exemplo, aproveitando lotes vagos na área urbana e pontos
viciados de disposição de entulho. As infraestruturas já existentes deverão ser
objeto de avaliação técnica e financeira para atender ao padrão de instalação e
operação definido para a rede de pontos limpos.
É fundamental para facilitar o encaminhamento adequado dos RCC, evitando a
criação de bota-fora.
Ressalta-se a necessidade de investimentos para criação de um bom contexto
socioambiental para a instalação dessas infraestruturas, a fim de fomentar a
aceitação e reconhecimento da comunidade, vital para a promoção da
sustentabilidade no município.
Planta para a trituração de Material Cerâmico e fabricação de CDR - a
utilização de CDR ainda é uma prática pouco usual no País, mas com
viabilidade, devido à geração de RCCV, na RMBH e CM, apresentar
composição com potencial energético. Para o estabelecimento dessa prática é
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de fundamental importância a segregação in loco, notadamente de resíduos de
madeira e de sacaria de cimento. Esta infraestrutura será usada para duas
funções, tanto para a trituração do material cerâmico não segregado, ou seja,
aquele que não pode ser enviado diretamente as AAT – que exigem material
cerâmico limpo – como para a produção de CDR. Nota-se que o prazo para
implantação de cada uma destas atividades (Quadro 33), não é coincidente.
O Quadro 32 apresenta a síntese do investimento necessário para a instalação do sistema
proposto para a gestão e gerenciamento dos RCCV.
Quadro 32 - Investimento total para a instalação das infraestruturas do sistema proposto.
Fonte: Fase II, Produto 08, elaborado pelo Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2015.
Considerando que a implementação do conjunto de instalações deve estar associada a um
calendário de priorização, sugere-se, no Quadro 33 o escalonamento dos prazos de
implantação ao longo dos 30 anos de planejamento.
Unidade Tipo Capacidade Quant. Invest. Unitário
P1 15.000 12 3.455.569,40R$ 41.466.832,85R$
P2 20.000 4 3.697.130,71R$ 14.788.522,84R$
P3 70.000 1 6.201.242,52R$ 6.201.242,52R$
P4 100.000 1 7.633.283,32R$ 7.633.283,32R$
Área de
Armazenamento e
Transferência de
Material Cerâmico
(AAT)
P1 148.000 2 4.004.984,77R$ 8.009.969,55R$ 8.009.969,55R$
P1 17.500 4 1.734.372,39R$ 6.937.489,57R$
P2 35.000 4 2.011.108,63R$ 8.044.434,51R$
P3 70.000 4 2.576.809,01R$ 10.307.236,04R$
P4 190.000 4 4.599.014,51R$ 18.396.058,04R$
P5 240.000 5 5.492.709,74R$ 27.463.548,72R$
P1 10.000 1 2.489.382,52R$ 2.489.382,52R$
P2 30.000 1 2.792.847,33R$ 2.792.847,33R$
P3 70.000 3 3.630.768,31R$ 10.892.304,92R$
P4 525.000 3 5.524.903,58R$ 16.574.710,74R$
P1 14.759 3 3.923.797,96R$ 11.771.393,87R$
P2 18.694 1 4.217.139,16R$ 4.217.139,16R$
P3 25.581 0 4.806.020,14R$ -R$
P4 40.340 0 5.965.192,07R$ -R$
P1 100 46 1.979.065,89R$ 91.037.031,17R$
P2 150 46 3.114.861,39R$ 143.283.624,17R$
P3 300 46 3.928.506,39R$ 180.711.294,17R$
Planta para a trituração
de Material Cerâmico e
produção de CDR
P1 362.800 1 9.871.825,15R$ 9.871.825,15R$ 9.871.825,15R$
Investimento Total (2030)
Área de Triagem e
Transbordo (ATT) R$ 71.148.766,88
32.749.245,51R$
Unidade de
Aterramento
(Aterro Classe A)
622.890.171,16R$ TOTAL 192
Planta para a
recuperação/reciclagem
Madeira e Papel
15.988.533,03R$
Ponto Limpo R$ 415.031.949,50
Unidade de Produção
de Agregado Reciclado70.089.881,53R$
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Quadro 33 - Prazos de implantação do sistema proposto.
Instalações Prazo para implantação (anos)
0-5 5-10 10-15 15-20 20-25 25-30
Pontos Limpos (URPV)
Áreas de Triagem e Transbordo
(ATT)
Áreas de armazenamento e
transferência de Material Cerâmico
(AAT)
Plantas para
Recuperação/Reciclagem de
Madeira
Plantas para
Recuperação/Reciclagem de Papel
Planta para a trituração de Material
Cerâmico*
Planta para a produção de CDR*
Unidade de Produção de Agregado
Reciclado
Unidade de Aterramento (Aterro
Classe A)
* Em conjunto, compõe a Planta para a trituração de Material Cerâmico e fabricação de CDR.
Fonte: Elaboração própria, Consórcio IDP - FR, 2015.
Esse deslocamento temporal permitirá a incorporação de ajustes nas capacidades das
infraestruturas previstas, como resultado das revisões do Plano e do andamento das
etapas de monitoramento e controle. Outra fonte importante de informações, que poderá
calibrar o sistema proposto, é a sistematização dos dados de geração e de composição de
RCCV, que poderá ser alimentado por meio da introdução de processo de rastreabilidade
dos resíduos.
Neste sentido, a universalização da coleta e do destino final deve ser prioridade, portanto,
para absorver esta demanda, é importante que, no primeiro período, haja uma ênfase de
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investimentos para estruturação das Redes de Pontos Limpos (URPV´s) e Aterros Classe
A.
Os prazos de construção da cada infraestrutura, apresentadas a seguir, devem ser
considerados a partir do momento que já se disponha do terreno e de todas as autorizações
necessárias. O período de implementação inclui a preparação dos terrenos, o período de
construção e de instalação de equipamentos necessários ao início de operação. Os prazos
devem ser considerados indicativos, uma vez que podem variar dependendo do terreno
em particular onde a instalação será implementada, as especificidades do projeto etc.
Essa prioridade se reflete na complexidade da Rede de Pontos Limpos (URPV) que,
conforme os estudos elaborados, contará com 190 unidades, sendo 138 novas instalações.
O prazo de construção de cada Ponto Limpo (URPV) é de no máximo 04 meses sendo que
a implantação de toda a Rede de Pontos Limpos está distribuída da seguinte forma, em
três etapas:
Fase 01: 60 novas instalações, no mínimo, uma (01) por município, começando por
aqueles que atualmente não possuem nenhuma instalação.
Fase 02: 40 novas instalações nos municípios de maior geração.
Fase 03: demais 38 instalações nos municípios que sejam detectados uma maior
demanda por este tipo de serviço.
Para as Áreas de Triagem e Transbordo (ATT) o prazo de construção de cada unidade
pode variar de 05 a 07 meses sendo que as etapas de instalação das 21 ATT´s propostas
estão subdivididas em duas fases, a saber:
Fase 01: instalação de 11 ATT´s nos municípios de maior geração.
Fase 02: instalação da outras 10 ATTs nos municípios que demonstrarem uma
maior necessidade e demanda por este tipo de serviço.
Para as quatro Plantas para Recuperação/Reciclagem de Madeira, que compartilharão
a infraestrutura com as quatro Plantas para Recuperação/Reciclagem de Papel,
recomenda-se a implementação em três fases. Na primeira Fase seriam implantadas duas
plantas para Madeira. Na segunda Fase, propõe-se a instalação dos equipamentos para a
reciclagem de papel nas Plantas de Madeira já instaladas na Fase 01, e, ainda, outras duas
novas plantas de Madeira. Na terceira e última Fase, prevê-se a implantação das últimas
duas Plantas de Papel conectadas as duas últimas plantas de Madeira previstas na Fase
02. O prazo de construção de cada unidade é de até 09 meses.
A Planta para trituração de material cerâmico compartilhará a infraestrutura com a
Planta para produção de CDR. O prazo construtivo é de, no máximo, 10 meses e a
implantação está proposta em duas fases: Fase 01 - uma planta de trituração de material
cerâmico e Fase 02 – a implantação da planta de produção de CDR compartilhada com a
planta de trituração de materiais cerâmicos.
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Propõe-se, para as instalações das duas Áreas de armazenamento e transferência de
material cerâmico (AAT), que a sua instalação seja executada concomitantemente à
implantação da Planta de Trituração de Material Cerâmico e Produção de CDR.
Para as Unidades de Produção de Agregado Reciclado, sugere-se a implantação em
duas fases considerando, inclusive, duas unidades móveis. Na primeira delas, prevê-se a
instalação de 05 plantas nos municípios de maior geração e de uma planta móvel para
atendimento da demanda de municípios de menor porte (até 10 mil habitantes). Já na
segunda fase, seriam implantadas as plantas restantes, em municípios de maior geração,
além de uma planta móvel, em município de pequeno porte ou em região afastada das
infraestruturas já existentes. Para a construção de cada unidade estima-se que o prazo
total seja de até 08 meses.
Por fim e, respeitando a hierarquia da priorização do gerenciamento dos resíduos, propõe-
se a instalação das oito Unidades de Aterramento (Aterros Classe A) previstos. em três
fases:
Fase 01: cinco unidades, sendo quatro de pequeno porte situadas mais
distantes da área central da RMBH e CM, e uma de grande porte próxima à
área central.
Fase 02: duas unidades, sendo uma de porte médio e outra de grande porte,
próximas à área central da área de estudo.
Fase 03: uma unidade de grande porte próxima à área central da RMBH e Colar.
Ressalta-se que o período de construção de cada unidade de aterramento pode chegar a
10 meses.
EDUCAÇÃO, COMUNICAÇÃO E CAPACITAÇÃO
A educação ambiental e a capacitação contínua são a base para o desenvolvimento de
ações de prevenção e fiscalização que devem ser desempenhadas em todas as etapas do
gerenciamento dos RCCV e para todos os níveis hierárquicos. O conhecimento sobre todos
os aspectos legais, normativos, peculiares aos RCCV, bem como os riscos envolvidos na
gestão e gerenciamento inadequados devem ser abordados de forma constante nos cursos
de capacitação e, principalmente, no momento da inserção de novos agentes no negócio
e na administração pública. Este conhecimento é crucial não somente para a definição das
ações de prevenção como também para garantir uma excelência nas atividades previstas.
Em todas as fases desenvolvidas neste projeto foi constatada a existência de enorme
carência quanto aos conhecimentos e capacitação dos recursos humanos, principalmente
por parte dos gestores de RCCV, os quais, em muitos casos, não conhecem ou não
entendem os conceitos indicados na legislação de referência.
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De forma bastante pragmática a primeira ação para implantação do Plano devem ser os
programas de treinamento específico para os diferentes agentes e atores que fazem parte
da gestão dos RCCV, que devem incluir programas de sensibilização e inserção dos atores
envolvidos e treinamentos técnicos e operacionais para as diferentes etapas da gestão e
gerenciamento dos RCCV.
Programas de Comunicação deverão, obrigatoriamente, estar alinhados com as ações de
capacitação. As atividades de comunicação devem ter como objetivo informar, sensibilizar
e engajar as partes interessadas, de acordo com as diversas formas de interação que cada
grupo tem com a questão dos resíduos. Pelo fato de a geração de resíduos da construção
civil ser difusa, as atividades de comunicação devem incluir campanhas ao público em
geral. Essas campanhas devem ser planejadas de acordo com o público a ser alcançado,
o território em que estão inseridos e as soluções adotadas. Para sensibilizar o público em
geral, podem ser usadas campanhas de rádio e TV, anúncios e editoriais em jornais e web,
sejam eles pagos ou propagados pelo conteúdo jornalístico, uma vez que se trata de tema
de interesse público. Para públicos mais específicos, como empresários da cadeia de
gerenciamento de RCCV, construtores e operários, podem ser adotadas formas de
comunicação mais direta e detalhada, como elaboração e divulgação de cartilhas, palestras
explicativas, reuniões técnicas, visitas guiadas, entre outras. É fundamental que essas
ações sejam repetidas em intervalos de tempo definidos e que mantenham canais de
diálogo para que haja um envolvimento constante das partes interessadas.
Um programa de inserção dos agentes envolvidos com a gestão e gerenciamento dos
RCCV será desenvolvido em etapas com suporte de um efetivo sistema de comunicação.
Na primeira etapa o Órgão Público fará uma listagem de identificação de todos os agentes
envolvidos na cadeia de gestão e gerenciamento destes resíduos, chegando ao detalhe de
todas as categorias. A partir desta listagem de identificação será gerada uma planilha
caracterizando as responsabilidades e atribuições desempenhadas por esses agentes. O
sistema de comunicação fará uma ampla divulgação dessa planilha estudando a melhor
estratégia para que todos acessem essas informações.
A segunda etapa deverá ser desenvolvida com foco num sistema participativo onde os
agentes irão ser consultados, possivelmente em um procedimento amostral, sobre a
realidade e viabilidade das responsabilidades e atribuições identificadas para sua
categoria. Avaliará ainda as lacunas de conhecimento ou formação que podem ocorrer
durante o cumprimento dessas responsabilidades e atribuições.
A partir dessa etapa será construído o programa de capacitação e formação específicas
para a inserção dos agentes da gestão e gerenciamento dos RCCV, compondo o programa
de educação ambiental do sistema, inclusive com as ações que serão realizadas pelos
agentes privados.
O Programa como um todo terá metas específicas que serão acompanhadas por
indicadores operacionais (em relação às etapas do Programa), bem como por indicadores
de alcance do nível de absorção dos conceitos.
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CONSÓRCIOS PÚBLICOS
A estratégia para alcançar os resultados previstos nas metas e diretrizes envolve ações
macro e micro setoriais, ambas dependentes de um esforço conjunto dos municípios da
RMBH e CM, coordenadas e orientadas pelo Governo Estadual.
Como primeiro passo, sugere-se o mapeamento das intenções de investimentos, por parte
do setor público e privado no que se refere à implantação de novas unidades para o
gerenciamento dos RCCV. Tendo em vista os investimentos atuais e previstos, as
infraestruturas atuais e planejadas para atendimento ao plano, um cronograma de
investimento deve ser consolidado com base nos resultados apresentados no Produto 08.
As ações previstas devem, obrigatoriamente, considerar a clara necessidade de
adequação e capacitação dos recursos humanos que serão alocados nos serviços, em
todas as suas etapas.
Como segundo passo, é desejável conhecer as potenciais fontes de recursos advindos das
taxas ou tarifas cobradas pelos serviços públicos, ou privados, prestados para o
gerenciamento dos RCCV. Esta informação permitirá prever se as cobranças atuais são
suficientes ou se há necessidade de alterações no curto prazo, por um período
determinado – ou não, para que a arrecadação de recursos possa remunerar as ações
imediatas e emergenciais.
Como terceiro passo, seria importante conhecer o número de empresas que atuam no setor
e qual a parcela da prestação dos serviços de gerenciamento de RCCV está sendo
executado por cada uma delas e quantas possuem condições de acesso a financiamento
de longo prazo.
Para consecução desses passos, conforme previsto ao longo deste trabalho, a Gestão dos
RCCV deve se iniciar pela revitalização do Comitê de Resíduos Sólidos da ARMBH,
evoluindo para o Convênio e finalmente para o Consórcio Público. Este caminho está
indicado neste Plano pelo fato de haver a demanda de maior compreensão, por parte dos
envolvidos – tanto poder público quanto iniciativa privada – sobre as responsabilidades, as
normas, e as formas mais adequadas para alcançar os melhores resultados de gestão e
gerenciamento desses resíduos (conforme identificado na etapa de Diagnóstico e nas cinco
reuniões públicas realizadas desde o início do desenvolvimento dos estudos). O Comitê,
que deve ser formado por representantes das prefeituras, das entidades de classe,
representes do setor privado e estudiosos, além do Governo do Estado de Minas Gerais
representado minimamente pela ARMBH, cumprirá a função de debater o tema, esclarecer
as dúvidas e contribuir para a definição das atividades que devem ser adotadas. Como
resultado dessas discussões, deverão ser feitos convênios para a execução das ações
definidas. Com o tempo, o mais indicado é que o Convênio seja substituído por um
Consórcio, que é um instrumento mais estável, para a gestão desses resíduos nos 50
municípios. O Comitê, que cumpre um papel de staff, deve continuar pelo tempo que se
julgar necessário.
Segundo Di Pietro (2008), os consórcios públicos perante a Lei nº. 11.107/2005 podem ser
definidos como “associações formadas por pessoas jurídicas políticas (União, Estados,
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Distrito Federal e Municípios), com personalidade de direito público ou de direito privado,
criadas mediante autorização legislativa, para a gestão associada de serviços públicos”. O
serviço que uma pessoa jurídica pública não pode ou tem dificuldade para executar
isoladamente torna-se possível ou mais eficiente mediante a conjugação de esforços.
Com o avanço do sistema de Convênio para Consórcio, o Sistema de Gestão Metropolitana
para os RCCV poderia ser formado pelos seguintes órgãos e representantes:
1. Órgãos executivos municipais que administram e gerenciam os RCCV.
2. Operadores de veículos de coleta, veículos de transporte, centros de coleta,
estações de transbordo, estações de tratamento, estações de disposição final e
outros locais de disposição final de RCCV.
3. Órgãos de supervisão, fiscalização e controle do Consórcio e dos municípios da
área de estudo.
A Lei nº. 11.107/2005 prevê que, entre os entes consorciados, sejam firmados dois tipos
de contrato: Contrato de Programa e Contrato de Rateio, objeto deste item.
O contrato de programa é o instrumento que define as estratégias, diretrizes e metas a
serem estabelecidas, tendo como base o plano a ser aprovado.
O contrato de rateio é o instrumento mediante o qual os entes consorciados disponibilizarão
recursos aos consórcios públicos aos quais participam. Importante deixar claro que o fato
de um município ser partícipe de um consórcio não o desobriga a prever em sua lei
orçamentária os recursos que serão destinados à gestão do serviço público objeto do
consórcio. Diante disso, é importante alertar para que os Contratos de Rateio sejam
firmados após a votação das leis orçamentárias de cada ente consorciado com exceção
para aqueles cujo objeto esteja contemplado no Plano Plurianual de todas as entidades
participantes, ou seja, custeado por tarifas ou outros preços públicos. A não previsão em
lei orçamentária municipal dos recursos destinados ao Consórcio pode levar a suspensão
e exclusão do município do mesmo.
O Contrato de Rateio é, portanto, vital para a existência e manutenção do Consórcio, ou
agrupamento, à medida que oficializa o compartilhamento de deveres entre todos os entes
consorciados no que se refere, principalmente, ao custo das atividades repartidas e
assegura o repasse das obrigações financeiras de cada um.
Para os contratos de rateio, o uso corrente é que os serviços de transporte, transbordo,
destinação e disposição final sejam cobrados em função do peso dos RCCV (R$/t). Para
os serviços de cunho administrativo (pessoal e material de escritório) e apoio (apontadores
e fiscais) observa-se tanto o critério (R$/t), como o rateio igualitário entre os participantes,
independente do peso.
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INSTRUMENTOS ECONÔMICOS
Os princípios do poluidor/pagador e protetor/recebedor estão previstos na PNRS (Artigo
6º, Inciso II). Nesse sentido, seria muito importante o estabelecimento de instrumentos
econômicos com extrafiscalidades positivas para a recuperação e reciclagem de RCCV e
negativas para o aterramento.
O princípio do poluidor-pagador origina-se no conceito de que atividades potencialmente
poluidoras ou degradadoras do meio ambiente devem pagar pelo risco ou pelo dano
ambiental efetivado. Neste caso, busca-se imputar ao potencial poluidor o custo social,
criando um mecanismo de responsabilidade ambiental abrangente dos possíveis efeitos
da poluição não somente sobre bens e pessoas, mas sobre toda a natureza.
Este princípio não deve ser interpretado como o direito de poluir, pois quem polui está
sujeito às sanções administrativas (multas, embargos etc.); cíveis (obrigação de reparação
do dano); e criminais (multas, reclusão, prestação de serviços etc.). Trata-se de um
princípio de justiça porque busca evitar que repercuta sobre a sociedade a obrigação de
suportar os custos da sustentação do meio ambiente sadio.
O princípio do protetor/recebedor, ao contrário, tem como origem a ideia de que as
atividades que contribuem para a melhoria ambiental, recuperando serviços
ecossistêmicos ou poupando recursos naturais, deveriam ser recompensadas.
Essas extrafiscalidades não possuem fins arrecadatórios, mas a função de induzir ou não
comportamentos, característica essa que gera a união desses dois princípios, visando
única e exclusivamente exercer uma posição de maior proteção ao meio ambiente, que a
Constituição Federal elevou como um direito fundamental em seu artigo 225.
Assim, com base nesses princípios, as autoridades competentes deveriam estabelecer
instrumentos econômicos, financeiros e fiscais para promover a prevenção e redução na
geração dos RCCV.
Neste sentido, conforme recomendado na Estratégia 3, deve-se aplicar o princípio do
protetor/recebedor às atividades que promovem a segregação, reutilização e reciclagem,
além de iniciativas para a utilização de reciclados nas obras públicas e privadas, uma vez
que contribuem para a poupança de recursos naturais e mitigação de emissões de gases
de efeito estufa. Em sentido contrário, deveriam ser estabelecidas extrafiscalidades
negativas para o aterramento de RCCV.
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5 OUTROS ASPECTOS DO PLANO
Neste capítulo estão destacados alguns temas que foram desenvolvidos durante os
estudos para a elaboração deste trabalho que devem ser considerados para a
implementação do Plano.
BANCO DE DADOS
Os estudos e levantamentos realizados para construção do Plano de Gestão Integrada de
RCCV para a RMBH e CM, registrados em dez relatórios técnicos, compõem extensa base
de dados e informações sobre a legislação nas diferentes esferas dos entes federativos
brasileiros, os possíveis formatos de gestão e as possibilidades para os aspectos técnicos
do gerenciamento destes resíduos.
Constam ainda desta Base de Dados as Referências Bibliográficas e as planilhas
específicas para os estudos de Viabilidade Econômica das Infraestruturas das etapas de
gerenciamento dos RCCV.
Dentre as Referências Bibliográficas destacam-se as bases de dados, nacionais e
estaduais, consultadas para avaliar a geração e gerenciamento dos RCCV na RMBH e
Colar Metropolitano de Belo Horizonte: (i) Pesquisa Nacional de Saneamento Básico
(PNSB, 2008); (ii) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2010); (iii)
Fundação Estadual do Meio Ambiente FEAM (MINAS GERAIS) (2011, 2012, 2013); (iv)
Agência da Região Metropolitana de Belo Horizonte (ARMBH) (2010, 2012, 2013); (v)
Sistema Nacional de Informação de Saneamento (SNIS) (ano base 2011 e 2012) (BRASIL,
2012, 2014); (vi) Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)(2012); (vii) Associação
Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE) (2012).
Todo este acervo organizado de conhecimento e informações constitui fonte de consulta
de grande valor para apoiar, principalmente, as ações de gestão para implementação do
Plano. As ações de capacitação devem prever a divulgação dessa Base de Dados,
orientando os agentes envolvidos para a manutenção de um sistema de alimentação
continuada.
BENCHMARKING
Para a elaboração do Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos da
Construção Civil e Volumosos – RCCV da RMBH e Colar Metropolitano foram pesquisadas
experiências internacionais e nacionais de gestão e gerenciamento desses resíduos,
congregando as principais tendências e melhores práticas que poderiam inspirar
alternativas de modelos a serem desenvolvidos. Esses estudos foram apresentados no
Produto 03 – Benchmarking Referencial Nacional e Internacional de Gestão e
Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil e Volumosos e no Resumo Executivo da
Fase 02.
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Benchmarking é um processo de comparação de serviços, práticas e produtos, sendo um
importante instrumento de gestão, que contribui para subsidiar a tomada de decisão para
implantação de novos processos e avaliar a melhoria de desempenho dos já implantados.
O benchmarking consiste em aprender com outras experiências.
Esse tema, extensamente abordado no desenvolvimento das ações da construção do
Plano, pode ser sumariado nas seguintes principais recomendações:
Quanto à caracterização dos RCCV os diferentes planos de gestão e bibliografia
consultada (incluindo a brasileira) apresentam um aspecto em comum quanto ao
agrupamento RCCV em dois grandes grupos: de um lado os resíduos de concreto, ladrilhos
e materiais cerâmicos e, do outro, a madeira, vidros, plásticos, misturas betuminosas,
solos, pedras e outros materiais. Os estudos e artigos consultados indicam que na
composição dos RCCV as maiores frações de resíduos são compostos por ladrilhos,
azulejos, concreto, pedras e brita e, dependendo do país, pela fração madeira, que pode
ter maior ou igual relevância percentual no total dos RCCV gerados.
De acordo com os padrões europeus de geração, podemos observar que a maioria dos
RCCV possui um potencial de valorização, reaproveitamento, reciclagem e reuso. Ainda
com relação à legislação existente é importante ressaltar que existe, no âmbito Europeu,
uma legislação bastante desenvolvida para promover a reutilização dos subprodutos
valorizados, inclusive com a aplicação de instrumentos econômicos que desestimulam o
aterramento, sobretaxando-os.
Quanto às metodologias para a estimativa da geração dos RCCV a mais comum é aquela
que permite projetar a evolução das toneladas de resíduos gerados em um país de forma
paralela à evolução de seu PIB, sendo que este pode ser cruzado, ainda, com outros
parâmetros de estimativa tais como a evolução da população, PIB per capita, o crescimento
do mercado da construção, entre outros. Esta informação permite dimensionar com um
nível maior de certeza e confiança a capacidade de tratamento das plantas e infraestruturas
propostas e planejadas para qualquer região ou país.
Relativamente aos centros de tratamento/valorização de RCCV atualmente em
funcionamento observa-se que é imprescindível conhecer as características dos resíduos
de entrada para garantir a eficiência produtiva do tratamento e o retorno do investimento.
As reformas, ampliações e demolições juntamente com as novas construções são os dois
maiores focos de geração de RCCV.
O subproduto valorizável obtido após o tratamento/valorização apresenta as características
técnicas e mecânicas para sua utilização como agregado ou material granulado em obras,
tal como se mostra em alguns exemplos e, ainda, possui vários outros usos: fabricação de
meio fio, material de preenchimento para terrenos, sub-base granulada para obras lineares,
preenchimento de valas, matéria prima para a construção de blocos para muros de
contenção e utilização em um determinado percentual como agregado para a produção de
concreto.
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No que se refere aos instrumentos econômicos, em alguns países um mecanismo que
merece destaque é a taxa caução provisória cobrada pelas prefeituras, cujo valor é
proporcional ao volume de resíduos que será gerado em uma determinada obra, de
pequeno ou grande porte, que, por sua vez, é previsto pelo gerador na elaboração do plano
de gestão de resíduos da mesma. O valor é creditado à Prefeitura no momento da
solicitação da licença da obra e devolvido na comprovação da destinação adequada dos
resíduos gerados. Este instrumento, juntamente com o imposto sobre a disposição final
dos RCD, foi identificado como o de maior eficácia para promover a reciclagem na origem
e o tratamento/valorização dos RCCV gerados.
Outro instrumento de incentivo econômico utilizado na Catalunha – Espanha é estruturado
na existência de infraestruturas de recebimentos de pequenos volumes, denominadas
pontos limpos (deixalleries). Estes espaços são planejados para o recebimento de
pequenos volumes de resíduos gerados pelos próprios cidadãos. O incentivo se dá
individualmente, ou seja, quanto mais vezes um cidadão utiliza estes espaços há um
desconto na taxa anual de gestão de resíduos paga à prefeitura. Para que este incentivo
seja reproduzido em outros locais, todos os seus parâmetros e aspectos legais envolvidos
devem ser estudados individualmente.
Entre os métodos de financiamento citados, a Associação Público Privada, ou, Parceria
Público Privada, é um instrumento que cada vez mais permite aos entes governamentais
financiar projetos em âmbito público por meio de um convênio com uma empresa privada
assegurando a eficiência do serviço que será prestado. A opção pela PPP para a
construção das infraestruturas, que deve ser avaliada pelo munícipes, pode possibilitar que
o sistema proposto para o gerenciamento dos RCCV seja instalado sem que haja um
grande investimento financeiro do poder público. Os diferentes modelos de PPP
apresentados deverão ser analisados de forma mais detalhada para que possam ser
definidos como uma ferramenta viável para a situação da RMBH e Colar Metropolitano.
INICIATIVAS E AÇÕES CONCRETAS
No contexto do desenvolvimento das três fases que subsidiam o presente Relatório Final
para o Plano de Gestão Integrada de RCCV na RMBH e CM, os estudos desenvolvidos
para a Fase 03/ Produto 09 denominado “Preparação para execução da proposta de gestão
integrada de RSS” deram ênfase especial à identificação e proposição de iniciativas e
ações concretas para os órgãos públicos e privados, de acordo com suas
responsabilidades nas ações de gestão e gerenciamento destes resíduos.
Assim, foram apresentadas as alternativas mais apropriadas às necessidades locais e
regionais para desenvolver a adequada gestão integrada e regionalizada de RCCV com
destaque para iniciativas e ações concretas a serem implementadas nas diferentes áreas
deste processo de gestão.
Apresenta-se a seguir, de forma sucinta, algumas das proposições e considerações
registradas no documento de referência.
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Ações Fiscalizatórias – para essas ações é inicialmente recomendado que as mesmas não
devem ser vistas apenas no sentido punitivo, mas antes de tudo como orientação auxiliar
na correção das desconformidades verificadas.
Para as ações fiscalizatórias é de fundamental importância implementar sistemas de
rastreabilidade ressaltando-se , entretanto, que a rastreabilidade perpassa todas as etapas
da gestão – Planejamento, Supervisão e Fiscalização e Monitoramento – pois é através
dela que os dados monitorados retroalimentam o sistema de gestão.
Os dados e informações adquiridos por meio da rastreabilidade podem ser utilizados para
identificar a origem do problema – ou o infrator - e, assim, permitir a administração pública
a agir pró-ativamente com agilidade sem comprometer a execução adequada de outras
etapas do gerenciamento.
Para a rastreabilidade dos programas a serem incluídos no Plano para Gestão e
Gerenciamento dos RCCV foram considerados alguns sistemas de monitoramento
apresentados e detalhados no documento de referência.
Ações de Educação Ambiental e Capacitação são a base para o desenvolvimento das
ações do Plano que devem ser desempenhadas em todas as etapas do gerenciamento
dos RCCV e para todos os agentes envolvidos na cadeia da gestão e gerenciamento. O
conhecimento sobre todos os aspectos técnicos, legais e normativos, peculiares aos RCCV
deve ser abordado constantemente nos cursos de capacitação.
Todo novo plano precisa de um planejamento para a execução das ações a serem
desenvolvidas. Estas devem ser levadas para discussão junto com a sociedade em
espaços abertos a contribuições e sugestões de modo que as novas condutas sejam
reconhecidas e respeitadas por todos. Sendo assim, deve ser considerado um período
inicial de comunicação permanente para que os novos conceitos sejam assimilados.
Posteriormente, a comunicação deve ser feita de forma contínua para reforçar os conceitos
sobre a gestão dos RCCV.
Esforços devem ser concentrados para comunicação e informação, a todos os geradores,
sobre as possibilidades de disposição e destinação ambientalmente correta dos RCCV.
Ações de Prevenção - a prevenção na produção de resíduos é fundamental para a proteção
da população, recursos naturais e meio ambiente. Prevenir a geração de resíduos, reduzir
o grau de perigo ou minimizar os impactos dos resíduos gerados, tomando decisões sobre
a concepção e fabricação dos produtos, é a forma mais eficiente para evitar os danos ao
meio ambiente causados pela geração e a gestão dos resíduos - "o melhor resíduo é o que
não é gerado”.
Além disso, a prevenção tem consequências positivas no campo econômico tanto para os
produtores, fornecedores de bens e serviços, como para os consumidores e usuários.
Neste sentido, é fundamental o papel das Administrações Públicas, tanto no desempenho
das suas funções de proteção do ambiente, como no papel de dirigir uma economia mais
eficiente, próspera e socialmente inclusiva.
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Para as administrações a prevenção é uma grande oportunidade para integrar políticas de
diferentes campos, tais como: industrial, de investigação, desenvolvimento e inovação,
consumo, gestão de resíduos e educação, permitindo otimizar os investimentos públicos
nesta área.
Destacam-se a seguir algumas das múltiplas atividades de prevenção registradas no
documento de referência:
Definição de uma caução prévia à concessão da licença de obra. Não será
concedida a licença de obras em que o solicitante não credite perante a Prefeitura
o depósito da caução ou outra garantia financeira equivalente que corresponda a
gestão adequada dos resíduos de construção e demolição que serão produzidos
na obra.
Elaboração de regulamentos municipais com estabelecimento de fianças gerais.
Em primeiro lugar as autoridades locais devem dispor de um decreto que
regulamente o gerenciamento do RCCV de forma que no momento da concessão
de licenças de obras sejam estabelecidas as fianças que devem garantir a gestão
adequada dos resíduos gerados.
Exigência dos Planos de Gerenciamento para disciplinar as atividades de
geradores, transportadores e receptores de resíduos, além de estabelecer cadastro
atrelado ao sistema municipal de informações.
Promoção da exigência de determinadas porcentagens na recuperação de frações
nas operações de demolição.
Estabelecimento de determinadas percentagens de recuperação para as frações
mais recicláveis, por exemplo, por meio de descontos nas fianças a estabelecer nas
obras.
Elaboração de um sistema de impostos, taxas ou preços que desencoraje a
disposição em Aterro Classe A.
Criação de uma rede de pontos limpos de iniciativa municipal ampla em toda RMBH
e CM permitindo a coleta dos RCCV de origem doméstica. Nestas instalações
poderia ser realizado o registro de dados, essenciais para o acompanhamento do
Plano de Gestão de RCCV.
Realização de campanhas anuais de limpeza de bota-fora irregular.
Essas e muitas outras ações de prevenção, valorização e disposição controlada estão
detalhadas no documento de referência (Fase II, Produto 09).
Ações de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação - devem ser fomentadas a partir da
sistematização de pontos críticos do processo de gestão e gerenciamento dos RCCV.
Temas como Levantamento de Áreas Degradadas e/ou Cavas Abandonadas na RMBH e
CM; Estudo do aproveitamento de resíduos de cerâmica provenientes dos RCCV como
matéria-prima alternativa em coprocessamento; Estudo de materiais substitutivos na
construção, de menor impacto, ou melhor reciclagem; e muitos outros temas deverão
constituir projetos de parceria com empresas, instituições de apoio à pesquisa e
universidades, nacionais e internacionais.
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Para fortalecimento dos programas de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação deve ser
fomentada a criação de bolsas de estudo para estudantes em projetos de parceria
elaborados com as universidades locais.
LOGÍSTICA REVERSA
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei nº 12.305 / 2010, destaca a
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos e a logística reversa.
Nos termos da PNRS, a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos é
o "conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores,
distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de
limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos
sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana
e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos desta Lei”.
A logística reversa é um dos instrumentos para aplicação da responsabilidade
compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos. A PNRS define a logística reversa como um
"instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de
ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos
sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos
produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada”.
De acordo com Decreto nº 7.404/2010, que regulamentou a PNRS, os sistemas de logística
reversa devem ser implementados e operacionalizados por meio dos seguintes
instrumentos: Regulamento expedido pelo Poder Público; Acordos Setoriais (iniciado pelo
Poder Público ou pelos fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes dos
produtos e embalagens) ou Termos de Compromisso (homologados pelo órgão ambiental
competente).
LOGÍSTICA REVERSA OBRIGATÓRIA
A PNRS no seu artigo 33 estabeleceu a obrigatoriedade para a implementação de Logística
Reversa os seguintes resíduos: (i) agrotóxicos, seus resíduos e embalagens; (ii) pilhas e
baterias; (iii) pneus; (iv) óleos lubrificantes seus resíduos e embalagens; (v) lâmpadas
fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; e (vi) produtos eletroeletrônicos
e seus componentes.
Todavia, para alguns desses resíduos, já havia sistemas implantados antes da PNRS, por
meio de leis e regulamentos específicos, como embalagens de agrotóxicos (Lei 7.802/
1989, e Decreto no 4.074/2002); pneus (CONAMA 258/199, 301/2002 e 416/2009); pilhas
e baterias (CONAMA 257/1999, 401/2008 e 424/2010); e óleos lubrificantes (CONAMA
362/2005 e 450/2012).
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O Decreto nº 7.404/2010 e os Sistemas em Implantação (PNRS)
O Decreto nº 7.404/2010 estabeleceu que a obrigação de sistemas de logística reversa
deveria ser estendida aos produtos comercializados em embalagens plásticas, metálicas ou
de vidro, e aos demais produtos e embalagens, considerando prioritariamente o grau e a
extensão do impacto à saúde pública e ao meio ambiente dos resíduos gerados, quando foram
considerados os medicamentos.
Para dar prosseguimento à implantação de Sistemas de Logística Reversa, esse decreto
criou um Comitê Orientador – CORI, que por sua vez estabeleceu cinco grupos técnicos
temáticos (GTT) incumbidos de discutir as bases de implantação dos sistemas de logística
reversa por meio de Acordos Setoriais para as seguintes cadeias: (i) embalagens plásticas
de óleo lubrificante; (ii) lâmpadas fluorescentes de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;
(iii) eletroeletrônicos e seus componentes; (iv); embalagens em geral; e (v) medicamentos,
sendo os dois últimos acrescentados à lista dos obrigatórios pelo decreto.
O primeiro Acordo Setorial firmado em 19/12/2013 foi para o correto descarte de
embalagens de lubrificantes, já operando em 14 estados, com mais de 330 milhões de
embalagens encaminhadas para reciclagem.
Em 27/11/2014 foi firmado o Acordo Setorial para a implantação de Sistema de Logística
Reversa de abrangência nacional de lâmpadas de descarga em baixa ou alta pressão que
contenham mercúrio, tais como, fluorescentes compactas e tubulares, de luz mista, a vapor
de mercúrio, a vapor de sódio, vapor metálico e lâmpadas de aplicação especial.
O Acordo Setorial para Implantação do Sistema de Logística Reversa de embalagens
compostas de papel e papelão, plástico, alumínio, aço, vidro, ou ainda pela combinação
destes materiais, como as embalagens cartonadas longa vida, foi assinado no dia
25/11/2015.
Ressalta-se que no Brasil cerca de 40% dos resíduos sólidos urbanos são de materiais
que não matéria orgânica. Desses 40%, estima-se que cerca de 70% são embalagens.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente - MMA, as expectativas agora são para os acordos
dos setores de medicamentos, em negociação, e de eletroeletrônicos, cujas propostas
estão em análise.
LOGÍSTICA REVERSA NÃO OBRIGATÓRIA
É importante observar que o conceito de logística reversa já vem sendo praticado por
alguns segmentos, inclusive da construção civil, independente da obrigação legal. São os
casos, por exemplo, de práticas, ainda que isoladas, de resíduos de gesso, tijolos
refratários, cerâmica e sacaria de cimento. Neste contexto é primordial que o Plano
Metropolitano incentive e apoie essas práticas fomentando ações que contribuam para sua
efetivação e disseminação.
A evolução do processo construtivo pode muito contribuir para essas práticas, como a
utilização de peças pré-moldadas, estruturas metálicas e contratos just in time, quando os
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prestadores de serviços se responsabilizam pelas sobras, enviando-as diretamente para a
reutilização ou reciclagem. Além da redução de RCCV, proporcionaria maior facilidade na
segregação, uma vez que os resíduos dos vários prestadores de serviços não se
misturariam nas obras, agregando-lhes maior valor econômico.
A adoção de instrumentos econômicos que incentivem essas práticas pode torná-las ainda
mais competitivas.
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6 MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO
A etapa de Monitoramento de Avaliação do Plano de Gestão Integrada de RCCV da RMBH
e CM deve seguir particularidades próprias referentes à gestão e gerenciamento desses
resíduos, nas fases de implementação e operação, devendo estar, entretanto, ajustada e
alinhada com os procedimentos estabelecidos no Plano Metropolitano que propõe as duas
seguintes linhas:
Disponibilização de banco de dados, inclusive georreferenciados, com sistema de
informações sobre as unidades para gestão e gerenciamento de RCCV; e
Monitoramento, avaliação sistemática e revisão periódica.
Em geral, uma avaliação de política pública, programa ou plano, deve informar se:
o conteúdo traçado foi implementado de maneira adequada a se atingir os objetivos
e as metas pretendidas;
os recursos financeiros investidos foram devidamente aplicados, ou seja, se
contribuíram para o atendimento aos objetivos e ao cumprimento das metas
estabelecidas;
a política, programa ou plano foi capaz de alterar a situação anterior no sentido de
promover impactos positivos na qualidade de vida da população; e
até que ponto a política, programa ou plano implementado contribuiu para a
proximidade ou o afastamento da realidade social desejada.
A definição e implantação de um sistema georreferenciado de informações sobre gestão e
gerenciamento de resíduos constitui um dos requisitos essenciais para o monitoramento e
a avaliação sistemática do Plano, bem como para sua articulação e integração com as
políticas nacional e estadual, devido à necessidade de existência de bancos de dados
consolidados a serem utilizados como suporte à tomada de decisão operacional das ações
empreendidas. Nesse sentido, a Lei Federal nº 11.445/2010, em seu art. 9º inciso VI, prevê
o estabelecimento de sistema de informações sobre os serviços, articulado com o Sistema
Nacional de Informações sobre Saneamento (Snis).
No caso específico, dos RCCV gerados na RMBH e CM, as bases de dados deverão estar
articuladas com as ações do Plano Metropolitano, que por sua vez deverão estar alinhadas
com o Plano Estadual de Resíduos Sólidos quando da sua elaboração e publicação. O
PMRS (2013) inclui os seguintes objetivos:
criar uma base de informações georreferenciada, padronizada, atualizada e
confiável;
possibilitar o conhecimento da realidade metropolitana de forma contínua e
sistemática, capaz de subsidiar o processo de planejamento e gestão, em especial,
a elaboração, revisão e avaliação dos resultados da implementação do Plano;
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fundamentar a proposição, implementação e avaliação das funções públicas de
interesse comum no âmbito metropolitano.
Considerando as estratégias, diretrizes e metas a cumprir, a avaliação do presente Plano
deve contemplar um conjunto de indicadores, procedimentos e mecanismos que permitam
avaliar os resultados das ações implementadas, com vistas a aferir sua eficiência, eficácia
e efetividade.
Este conjunto de indicadores deve contemplar minimamente:
avaliação do arranjo institucional proposto, no que tange à clara definição das
competências para cada nível (local e regional);
sistemas e processos a serem utilizados para o controle e a fiscalização de
implementação e operacionalização do Plano, contemplando os componentes
jurídico-institucional, administrativo, econômico-financeiro, operacional e sócio
ambiental;
avaliação quantitativa, mais relacionada ao desempenho da prestação dos
serviços;
Em relação aos aspectos jurídico-institucionais, a avaliação deve abordar as ações da
instituição, implantação e consolidação dos instrumentos normativos, jurídico-
administrativos e dos mecanismos de gestão, inclusive a regulação e fiscalização da
prestação dos serviços, assegurando o controle social.
Em relação aos aspectos administrativos e operacionais, a avaliação deve contemplar a
execução dos objetivos e metas dos programas e o seu cumprimento, bem como monitorar
o desempenho administrativo dos prestadores de serviços e os resultados quantitativos e
qualitativos da prestação dos serviços. No que se refere aos resultados quantitativos e
qualitativos da prestação de serviço devem ser priorizados os indicadores de atendimento
da demanda efetiva e potencial. O ideal é que as formas de monitoramento, controle e
medição estejam descriminadas no contrato de prestação de serviço.
Nos aspectos econômico-financeiros da prestação dos serviços, são relevantes o
monitoramento e a avaliação dos custos dos serviços, tanto os operacionais como os de
investimentos e de outros elementos essenciais para a sustentabilidade dos mesmos.
Nos aspectos sócio ambientais, a avaliação deve acompanhar a eliminação progressiva de
bota-fora, taxas de redução, segregação, reutilização, reciclagem, as metas apresentadas
e inclusão sócio produtiva de catadores de materiais recicláveis.
O acompanhamento da implementação do Plano, assim como sua avaliação e revisão
deverá ser coordenada pela ARMBH, com representantes dos segmentos atuantes na
gestão integrada dos RCCV nos municípios da RMBH e Colar Metropolitano. A criação
dessa instância de interlocução corrobora o processo participativo, atribuindo, dessa forma,
maior legitimidade e cooperação entre os agentes no esforço de implementação das ações
e eventuais correções de rumo e ajustes.
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Como estabelecido na Lei Federal nº 12.305/2010, a revisão periódica do presente Plano
deve se dar em prazo não superior a 4 anos e anteriormente à elaboração do Plano
Plurianual. Os prestadores de serviços deverão fornecer estudos e informações para
auxiliar na avaliação e revisão do Plano, tanto para alimentar as prefeituras na gestão dos
serviços que ficarão sob responsabilidade local, como o Estado.
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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos Especiais com foco em
Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) e Resíduos de Construção Civil e Volumosos
(RCCV) é o resultado de um estudo amplo e aprofundado sobre a situação atual e as
indicações para a promoção de uma melhor gestão e um melhor gerenciamento desses
resíduos nos 50 municípios que compõem a Região Metropolitana e o Colar Metropolitano
de Belo Horizonte. Mais que apresentar o estudo e os resultados, este documento fortalece
o tema como parte da agenda de governo, o que sinaliza que haverá uma crescente
dedicação à busca de adequações e melhorias nos processos de gestão e gerenciamento
desses resíduos.
Por ser o primeiro estudo integrado e o mais completo realizado até o momento, deve ser
considerado referência para a construção de um aprimoramento constante deste cenário
na região. O Plano deve ser revisado com intervalos máximos de 4 (quatro) anos, com
atualização dos dados de diagnóstico, revisão de normas e leis, inserção – quando
adequado – de novas tecnologias, e, principalmente, considerando os resultados efetivos
de investimentos, novas instalações e formas de gestão.
Destaca-se que este documento tem por objetivo apontar possibilidades, devidamente
embasadas com as normas e leis, elaboradas a partir da situação atual dos resíduos, a fim
de apoiar a tomada de decisões dos gestores municipais e do Estado de Minas Gerais,
representado especialmente pela Agência de Desenvolvimento Metropolitano e a
Fundação Estadual do Meio Ambiente. Também devem ser incentivadas – e, quando
cabível, fiscalizadas – as ações adequadas de todos os agentes que compõem a cadeia
de gestão e gerenciamento dos RCCV. O engajamento de todos os entes perpassa a
divulgação das informações, a fim de produzir uma apropriação do tema, a compreensão
sobre as responsabilidades de cada um e o conhecimento sobre o fluxo do gerenciamento.
Os desafios incluem mudanças significativas nos processos de gestão e gerenciamento
dos RCCV, e se mostram condições sine qua non para que seja possível alcançar as
melhorias almejadas. A primeira questão é a forma de quantificar e qualificar as ações e
os resultados. O diagnóstico indica que o atual sistema de controle de dados é falho para
que haja o conhecimento específico do que é gerado, onde, por quem e em qual
quantidade, o que é fundamental para se estruturar toda a cadeia de gerenciamento,
especialmente a nível municipal. Esta questão está relacionada, inclusive, com a
fragilidade e a falta de integração de banco de dados e ferramentas de controle do Governo
de Estado de Minas Gerais e do Governo Federal. A definição e as melhorias previstas
para os sistemas de controle precisam estar refletidas nas ferramentas de rastreabilidade
do gerenciamento dos resíduos, fortemente indicadas neste Plano, que possibilitam
acompanhar o trajeto e os agentes envolvidos desde a geração até a destinação final.
Outra mudança de comportamento fundamental é a segregação in loco, já obrigatória pelas
normas e legislação em vigor, que é a forma mais eficiente e com menor custo para que
os resíduos sejam encaminhados corretamente de acordo com o tratamento e valorização
adequados.
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Há ainda o desafio de implementar o sistema de gestão proposto. São indicados neste
plano 190 novos empreendimentos e um investimento na ordem de 600 milhões de reais.
A construção desse sistema deve ser planejada e escalonada considerando, minimamente,
a quantidade e a qualidade dos RCCV gerados (ressaltando mais uma vez que o sistema
de controle adequado é fundamental para se obter esta informação), a logística, a criação
de cadeia de negócios de RCCV reciclados e valorizados, e, claro, os instrumentos
econômicos.
Conclui-se que são muitas as tomadas de decisões necessárias para a construção de um
novo cenário referente à gestão e ao gerenciamento dos RCCV. Este fato fortalece a
urgência da indicação deste Plano de constituição de um Comitê, com representantes dos
municípios, dos agentes implicados na cadeia do gerenciamento, das entidades de classe
e órgãos reguladores, e do Governo do Estado de Minas Gerais, para ser um staff de
divulgação, promoção de debates, e busca de soluções. Essa apropriação do
conhecimento e o amadurecimento dos processos são essenciais para que se chegue à
formalização de convênios e, quando possível, a constituição de consórcios públicos que
sustentarão a gestão metropolitana integrada dos RCCV.
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8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Todas as informações contidas neste Plano são compilações dos produtos desenvolvidos
neste contrato/estudo. Para os resíduos de construção civil e volumosos, foram elaborados
os seguintes arquivos:
AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO
HORIZONTE (ARMBH). Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com Foco
em Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos
(RCCV). Produto 00: Planejamento Técnico e Conteúdo Introdutório Referente aos
Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV). Consórcio IDP Ingeniaría y
Arquitectura Iberia e Ferreira Rocha - Gestão de Projetos Sustentáveis (Consórcio IDP
Ferreira Rocha). Maio, 2014.
AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO
HORIZONTE (ARMBH). Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com Foco
em Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos
(RCCV). Produto 01: Tipologia/Atividade, Geração e Custo Referente aos Resíduos de
Construção Civil e Volumosos (RCCV). Consórcio IDP Ingeniaría y Arquitectura Iberia e
Ferreira Rocha - Gestão de Projetos Sustentáveis (Consórcio IDP Ferreira Rocha). Julho,
2014.
AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO
HORIZONTE (ARMBH). Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com Foco
em Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos
(RCCV). Produto 02: Plano, Programas, Projetos Atuais. Consórcio IDP Ingeniaría y
Arquitectura Iberia e Ferreira Rocha - Gestão de Projetos Sustentáveis (Consórcio IDP
Ferreira Rocha). Julho, 2014.
AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO
HORIZONTE (ARMBH). Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com Foco
em Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos
(RCCV). Produto 03: Benchmarking Referencial Nacional e Internacional de Gestão e
Gerenciamento de RCCV. Consórcio IDP Ingeniaría y Arquitectura Iberia e Ferreira Rocha
- Gestão de Projetos Sustentáveis (Consórcio IDP Ferreira Rocha). Outubro, 2015.
AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO
HORIZONTE (ARMBH). Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com Foco
em Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos
(RCCV). Produto 04: Alternativas de Gestão e Gerenciamento de RCCV recomendada.
Consórcio IDP Ingeniaría y Arquitectura Iberia e Ferreira Rocha - Gestão de Projetos
Sustentáveis (Consórcio IDP Ferreira Rocha). Outubro, 2015.
AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO
HORIZONTE (ARMBH). Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com Foco
em Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos
(RCCV). Produto 05: Alternativas para Transbordo, Tratamento e Disposição Final.
CONSÓRCIO IDP INGENIERÍA Y ARQUITECTURA IBERIA, S.L. - ROCHA CONSULTORIA E PROJETOS DE ENGENHARIA, LTDA. Serviços de consultoria para a execução do Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com foco em Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV)
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Consórcio IDP Ingeniaría y Arquitectura Iberia e Ferreira Rocha - Gestão de Projetos
Sustentáveis (Consórcio IDP Ferreira Rocha). Outubro, 2015.
AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO
HORIZONTE (ARMBH). Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com Foco
em Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos
(RCCV). Produto 06: Áreas Favoráveis para Instalação de Infraestruturas de RCCV.
Consórcio IDP Ingeniaría y Arquitectura Iberia e Ferreira Rocha - Gestão de Projetos
Sustentáveis (Consórcio IDP Ferreira Rocha). Outubro, 2015.
AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO
HORIZONTE (ARMBH). Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com Foco
em Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos
(RCCV). Produto 07: Possibilidades de Implantação de Soluções Integradas. Consórcio
IDP Ingeniaría y Arquitectura Iberia e Ferreira Rocha - Gestão de Projetos Sustentáveis
(Consórcio IDP Ferreira Rocha). Outubro, 2015.
AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO
HORIZONTE (ARMBH). Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com Foco
em Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos
(RCCV). Produto 08: Sistema de Gerenciamento Proposto. Consórcio IDP Ingeniaría y
Arquitectura Iberia e Ferreira Rocha - Gestão de Projetos Sustentáveis (Consórcio IDP
Ferreira Rocha). Outubro, 2015.
AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO
HORIZONTE (ARMBH). Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com Foco
em Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos
(RCCV). Produto 09: Preparação para execução da proposta de gestão integrada de
RCCV. Consórcio IDP Ingeniaría y Arquitectura Iberia e Ferreira Rocha - Gestão de
Projetos Sustentáveis (Consórcio IDP Ferreira Rocha). Outubro, 2015.
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