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PLANO MUNICIPAL
DE EDUCAÇÃO
MOCOCASÃO PAULO
2013
2013
"... à medida que avançamos para a terra desconhecida do amanhã,
é melhor ter um mapa geral e incompleto,
sujeito a revisões e correções,
do que não ter mapa algum".
Alvim Toffler - As Mudanças do Poder
Maria Edna Gomes Maziero
Prefeita Municipal
Adilson Guisso
Vice-Prefeito de Mococa
Prof. Naider Tadeu Porcel
Diretor Municipal de Educação
Laura Fernanda Rocha Marcelino
Coordenadora Geral do PME
Sandra Galvani
Coordenadora Geral do PME
Elaboração
Dr. Antônio Naufel
Prefeito Municipal
Daniel Tardelli
Vice-Prefeito de Mococa
Vera Elena Maziero Figueiredo
Diretora Municipal de Educação
Comissão Executiva
Plano Municipal de Educação
Ana Flávia Pereira Guiaro
Ana Luisa Machado Rezende de Carvalho
Claudia Helena Spina Altomani
Eliana Galvani
Elizabeth Pasoto Delduco Alonso
Flávia Noronha Cominato
Izaquiel Pafume de Oliveira
Jorge dos Santos Gomes Soares
Kátia Magnani Beloti
Luciana Maia
Luciano Plez de Mello
Maila Andrade Santoni
Márcia Eloísa Campos
Marcos Trepodoro
Maria de Fátima Pereira de Souza
Maria Ondina Niero Naufel
Rosicler Helena de Moraes e Souza
Sílvia Helena Gonçalves Bonaita
Wilson Moreira da Silva
Colaboração
Amanda Franco da Silva
Bendito Celso Tomé
Departamento de Cultura
Departamento de Saúde
Departamento Financeiro
Diretoria de Ensino São João da Boa Vista
Escolas Estaduais
Escolas Municipais
Escolas Particulares
Escolas de Educação Especial
Fátima Regina Belizário Bueno
Luiz Antônio de Barros
Professoras de AEE do município
Sandra Sampaio Moreira Piegas
Waldemar Pavan Neto
Naider Porcel
Capa
Daniel Teodoro de Melo
Formatação
Simone Carla Antoniolli Ribeiro
Agradecimentos
Ana Claudia Pereira de Sisto
Ângela Maria Esteves Serafim Ângelo
Câmara Municipal de Mococa
Equipe da sala de treinamento da Prefeitura Municipal de Mococa
Faculdade de Tecnologia de Mococa
Luiz Antônio Scarparo Maciel
Agradecimento Especial
Clodoaldo José de Almeida Souza
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ................................................................................................... 14
HISTÓRICO DE ELABORAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
MOCOCA ................................................................................................................ 16
1 CONHECENDO MOCOCA .................................................................................. 23
2 A EDUCAÇÃO INFANTIL ..................................................................................... 54
3 ENSINO FUNDAMENTAL ................................................................................... 68
4 ENSINO MÉDIO ................................................................................................... 95
5 EDUCAÇÃO DO CAMPO .................................................................................. 116
6 EDUCAÇÃO ESPECIAL .................................................................................... 133
7 ENSINO SUPERIOR ........................................................................................... 148
8 PROCESSOS DE GESTÃO PÚBLICA EDUCACIONAL ................................... 159
9 POLÍTICA DE VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO ........ 170
10 O FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO MUNICIPAL ........................................ 187
11 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE
EDUCAÇÃO DE MOCOCA ................................................................................... 195
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 198
ANEXOS ............................................................................................................... 202
LISTA DE TABELAS
Tabelas ............................................................................................................ Página
1 Números Instituições de Educação Infantil de Mococa ......................................... 59
2 Taxa de Atendimento Educação Infantil ................................................................ 59
3 Número de matrículas no Ensino Fundamental - 2008 a 2011 ............................. 74
4 Taxas de escolarização no Ensino Fundamental - 2010 ....................................... 75
5 Taxas de Rendimento Escolar – Ensino Fundamental - Anos Iniciais – 2011........76
6 Taxas de Rendimento Escolar – Ensino Fundamental - Anos Finais – 2011........ 76
7 Taxa de distorção idade-série no Ensino Fundamental - 2010 ............................. 78
8 IDESP do Município 2011 ..................................................................................... 80
9 IDESP Rede Municipal Anos Finais ...................................................................... 81
10 Rede Municipal - 5.º ano ..................................................................................... 83
11 Rede Municipal - 9.º ano ..................................................................................... 84
12 Rede Estadual - 5.º ano ...................................................................................... 85
13 Rede Estadual - 9.º ano ...................................................................................... 85
14 Índice Geral do Município - 4.º ano ..................................................................... 86
15 Índice Geral do Município - 9.º ano ..................................................................... 87
16 Matrículas Ensino Médio / Técnico ...................................................................... 98
17 Matrículas Ensino Médio Geral ........................................................................... 99
18 Taxa de aprovação por Dependência Administrativa – 2010 ............................ 104
19 Taxa de reprovação por Dependência Administrativa – 2010 ........................... 104
20 Taxa de abandono por Dependência Administrativa – 2010 ............................. 104
21 Taxa de Rendimento Escolar por série / ano de ensino .................................... 105
22 Taxa de distorção idade-série - 2010 ................................................................ 106
23 Desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM ............................ 107
24 Número de Matrículas Ensino Infantil II e Ensino Fundamental - Anos Iniciais -
Rural ....................................................................................................................... 123
25 Taxa de Rendimento Escolar – 2011 - Ensino Fundamental - Anos Iniciais –
Rural ....................................................................................................................... 124
26 Taxa de distorção Idade - Série 2010 - Ensino Fundamental - Anos Iniciais –
Rural ....................................................................................................................... 124
27 Matrículas Educação Especial .......................................................................... 137
28 Matrículas nas Instituições de Educação Especial - Ano 2012 ......................... 144
29 Investimento em Educação ............................................................................... 191
30 Recursos Humanos e Rede Física .................................................................... 191
31 Demonstrativo do FUNDEB ............................................................................... 192
LISTA DE SIGLAS
AACEPONE - Associação de Resistência Técnica e Pesquisas Especializadas aos
Portadores de Necessidades Especiais
ABA – Applied Behavior Analysis – Análise do Comportamento Aplicada
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
ADCT - Atos das Disposições Constitucionais Transitórias
AEE - Atendimento Educacional Especializado
ANEB - Avaliação Nacional da Educação Básica
ANRESC - Avaliação Nacional do Rendimento Escolar
APAE - Associação de Pais e Amigos do Excepcional
APM - Associação de Pais e Mestres
APRUMO - Associação de Produtores Rurais de Mococa
CAE - Conselho de Alimentação Escolar
CAEs - Conselhos de Alimentação Escolar
CBE - Câmara de Educação Básica
CE - Conselho Escolar
CEB - Conselho Nacional de Educação
CEE - Conselho Estadual de Educação
CEPTID - Centro Especializado Pró-Transtornos Invasivos do Desenvolvimento
CF - Constituição Federal
CIEE - Centro de Integração Empresa e Escola
CME - Conselho Municipal de Educação
CNE - Conselho Nacional de Educação
CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento
DAP - Declaração de Aptidão ao Pronaf
DE - Departamento de Educação
DF - Distrito Federal
ECA - Estatuto da Criança e Adolescente
EE - Escolas Estaduais
EJA - Educação de Jovens e Adultos
EMEB - Escola Municipal de Educação Básica
EMPG (R) - Escola Municipal de Primeiro Grau Rural
ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio
ETES - Escolas Técnicas Estado de São Paulo
FPM - Fundo de participação dos Municípios
FUNDEB - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da Educação
FUNDEF - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Fundamental e
de Valorização dos Profissionais da Educação
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços
IDEB - Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
IDESP - Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo
INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
IPI - Fundo de participação dos Municípios
IPTU - Imposto Predial e Territorial Urbano
IPVA - Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores
IRRF - Imposto sobre a Renda Retido na Fonte dos Servidores Municipais
ISS - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza
ITBI - Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis “inter vivos
ITR - Fundo de participação dos Municípios
LDB - Leis de Diretrizes e Bases
MDE - Manutenção e Desenvolvimento do Ensino
MEC - Ministério da Educação e Cultura
NEE - Necessidades Educacionais Especiais
OMS - Organização Mundial da Saúde
ONU - Organização das Nações Unidas
PAR - Plano de Ações Articuladas
PAR - Plano de Ações Articuladas
PIC - Programa Intensivo de Ciclo
PME - Plano Municipal de Educação
PNAE - Programa Nacional de Alimentação Escolar
PNAE - Programa Nacional de Alimentação Escolar
PNE - Plano Nacional de Educação
PPP - Projeto Político Pedagógico
PROINFO - Programa Nacional de Tecnologia Educacional
PRONAF - Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
PTA - Plano de Trabalho Anual
QSE - Quota Salário Educação
RCNEI - Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil
SAEB - Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica
SARESP - Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo
SE - Secretaria Estadual
SEESP - Secretaria Estadual do Estado de São Paulo
SFCI - Secretaria Federal de Controle Interno
SME - Sistema Municipal de Educação Financiamento
TCU - Tribunal de Contas da União
UCD - Unidades de Cuidados Diários
14
APRESENTAÇÃO
Plano Municipal: Uma identidade para a Educação de Mococa
Se nos perguntassem qual a ação mais importante realizada pelo
Departamento de Educação da Prefeitura Municipal de Mococa na gestão 2009-
2012, certamente poderíamos responder que foi a elaboração do Plano Municipal de
Educação. Desde o início de nossos trabalhos encontramos nos documentos oficiais
do Ministério da Educação a menção à necessidade de que o município tivesse seu
plano. Por outro lado, na realização do nosso trabalho, sentíamos, a todo o
momento, a urgência de se ter um documento que servisse de norte para o
planejamento das ações. A construção do plano tornou-se, desde o principio da
gestão, uma meta a ser alcançada.
A importância do Plano está no fato de que ele estabelece qual educação
queremos ter daqui dez anos e como poderemos alcançá-la. Ele é um importante
instrumento contra a descontinuidade das políticas públicas educacionais, fortalece
a ação planejada dos governos e contribui para que a sociedade exerça melhor o
controle social com relação ao poder público.
A construção deste plano contou com a participação de pessoas dos
diferentes segmentos da sociedade o que possibilitou a discussão do que se
entende como fundamental para que a garantia do direito à educação de qualidade
torne-se uma realidade em nosso município. Essa construção coletiva contribuiu
também para que o plano expressasse as necessidades educacionais concretas de
Mococa, marcando-o com uma identidade própria.
Ao ser aprovado pelo Poder Legislativo, o plano se transformará em Lei, o
que lhe dará poder de ultrapassar diferentes gestões de prefeitos e possibilitará que
os próximos diretores do Departamento de Educação iniciem seu trabalho com um
documento norteador que lhes permitirá definir, com muito mais propriedade, as
metas a serem alcançadas pela educação no município.
Portanto, reafirmamos o quanto a elaboração do Plano Municipal de
Educação representa como realização para o Departamento de Educação na gestão
2009-2012. Gostaríamos de salientar também o trabalho dedicado, a organização e
a competência das diretoras Sandra Galvani e Laura Fernanda de S. Rocha
Marcelino que comandaram todo processo de elaboração e cuja eficiência permitiu
15
que esta meta fosse alcançada até o final de 2012. Destacamos da mesma forma, o
empenho, idealismo e trabalho desinteressado dos membros da comissão e das
subcomissões, sem os quais o plano não se concretizaria. A todas essas pessoas
nosso agradecimento e reconhecimento da sua grande contribuição para a
educação do município.
Nosso agradecimento especial ao professor Clodoaldo Jose de Almeida
Souza , assessor técnico do Ministério da Educação, que acompanhou, do início ao
fim, o processo de elaboração deste documento, disponibilizando,com presteza e
diligência, à Laura e Sandra toda assistência solicitada.
Vera Elena Maziero Figueiredo
Diretora do Departamento de Educação da Prefeitura de Mococa
Mococa, 12 de dezembro de 2012.
16
HISTÓRICO DE ELABORAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
MOCOCA
“Caminhante, não há caminho,
o caminho se faz ao caminhar”
Antônio Machado
Em maio de 2010, o município de Mococa, através do Departamento de
Educação tomou a decisão de elaborar, de forma democrática e com a participação
da sociedade civil, seu Plano Municipal de Educação. Seguia assim as orientações
do Art. 11. da LDB - que dispõe que os Municípios incumbir-se-ão de organizar,
manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino,
integrando-os às políticas e planos educacionais da União e dos Estados - e do Art.
8º do substitutivo ao projeto de lei n.º 8.035/10 para o próximo Plano Nacional de
Educação, que dispõe que Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão
elaborar seus correspondentes planos de educação, ou adequar os planos já
aprovados em lei, em consonância com as diretrizes, metas e estratégias previstas
no PNE, no prazo de um ano contado da publicação deste.
A decisão política de construir um Plano Municipal de Educação significou um
grande avanço para o município de Mococa. A concepção do plano assumida neste
município é condizente com o Documento Norteador para a elaboração do Plano
Municipal de Educação. PME – Brasília: Secretaria da Educação Básica, 2007. Por
se tratar de um plano de Estado e não somente de governo – devendo ser aprovado
pelo poder legislativo, tratando-se, portanto, de lei municipal – o Plano Municipal tem
o poder de ultrapassar diferentes gestões, trazendo a superação de uma prática tão
comum na educação brasileira: a descontinuidade que acontece em cada governo.
Com um plano com força de lei, respeitado por todos os dirigentes municipais,
resgata-se o sentido da continuidade das políticas públicas.
Através de portaria pública nº 061 de 20 de abril 2010 o Departamento de
Educação nomeou dois representantes para compor a Equipe Técnica responsável
pela coordenação da elaboração do PME Mococa. A equipe nomeada iniciou os
trabalhos com intensa pesquisa bibliográfica sobre o tema, buscando em primeiro
lugar, selecionar materiais oficiais publicados pelo Ministério da Educação (MEC).
Posteriormente consultou publicações de outros municípios que já possuíam Planos
17
Municipais, visando de um lado, construir uma concepção norteadora para o
município sobre o documento, e de outro, referências técnicas acerca do processo
de elaboração efetuado por municípios mais experientes no assunto. A principal
bibliografia utilizada pela equipe técnica neste período – e também no decorrer de
todo o processo de elaboração do PME – foi o documento já citado através do qual
foi possível estabelecer o princípio democrático que permeou todo o histórico de
elaboração deste plano.
Seguindo este princípio, em junho de 2010, a Equipe Técnica organizou uma
ampla divulgação para sociedade da decisão de elaborar o PME, através de um
seminário na Câmara Municipal, destinado a variados setores da sociedade, entre
eles, as instituições escolares, o Poder Legislativo, Executivo, representantes de
organizações ligadas à educação, assessores municipais, membros dos conselhos
Municipais de educação e Tutelar, e membros da sociedade civil. No convite para a
divulgação foi utilizada a obra “A roda”, de Milton da Costa, que traz crianças sem
rostos, buscando ilustrar a função do PME como uma via para construção da
identidade da educação do município.
Figura 1
18
Este seminário, que teve a presença maciça dos convidados, foi o disparador
dos trabalhos de elaboração do Plano, apresentando em primeiro lugar, a
concepção, função e abrangência como política pública para orientação da
educação no município, e posteriormente a forma como o processo de elaboração
seria desencadeado. Nesta oportunidade – e também na mídia impressa e digital - a
equipe técnica divulgou carta convite aberta a toda população, para a inscrição de
interessados a compor a Comissão Executiva do PME Mococa, representada por
diferentes setores da sociedade.
Em julho de 2010 foi realizada a eleição dos membros da Comissão
Executiva, nomeada através de portaria pública nº. 097 de 15 julho de 2010. Ao
longo do percurso de trabalho a composição da Comissão sofreu alterações por
motivos relacionados à desistência de alguns membros.
Em agosto de 2010 a Equipe Técnica entrou em contato com MEC buscando
assessoria e capacitação para a elaboração do PME. O Ministério da Educação
atendeu à solicitação com a observação de que seria necessária a participação de
outros municípios, assegurando um foco regional de atuação do Ministério. Para
garantir a assessoria, a Equipe Técnica fez os contatos necessários, mobilizando
treze participações. Além dos municípios, a capacitação foi estendida a todos os
membros da Comissão eleita.
O curso teve a duração de três dias sendo ministrado pelo próprio assessor
de gestão democrática do MEC, Clodoaldo José de Almeida Souza, autor do
Documento Norteador para a elaboração do Plano Municipal de Educação. PME –
Brasília: Secretaria da Educação Básica, 2007, que como já foi citado anteriormente,
foi a principal fonte bibliográfica utilizada durante o processo de elaboração.
Esta capacitação representou um marco introdutório dos estudos da
Comissão Executiva, pois, contextualizou a concepção do plano, sua função como
política pública e a forma de gestão democrática necessária. Também teve a função
de despertar os municípios convidados a iniciar o processo de construção dos seus
planos. Na oportunidade, Mococa destacou-se como município pioneiro tanto na
decisão pela construção do documento como na forma democrática de gestão de
elaboração.
Cabe ressaltar, que a oportunidade também inaugurou uma fundamental – e
única - via de acesso entre a equipe técnica e a supervisão de um especialista no
assunto, na pessoa do Sr. Clodoaldo, que mesmo não tendo sido firmado contrato
19
formal de assessoria, sempre acompanhou o trabalho realizado ao longo do
percurso, oferecendo referências bibliográficas, dispositivos legais, leituras,
devolutivas e revisões a partir dos textos produzidos pela Comissão Executiva,
Além da supervisão direta do trabalho, esta assessoria possibilitou, em
dezembro de 2010, o contato da Equipe Técnica com o Instituto Paulo Freire,
instituição referência de assessoria para o desenvolvimento de políticas públicas no
Brasil. Infelizmente, devido a enorme volume de trabalho desta instituição – e não
por falta de empenho do município de Mococa - o contrato de assessoria sistemática
não ocorreu, mas somente esta oportunidade de contato representou grande aporte
teórico e técnico para a equipe coordenadora de Mococa, recebida em sessão
particular no Instituto por Ângela Antunes e Genuino Bordignon, referências
nacionais no tema de políticas públicas educacionais.
Tanto pela articulação para que este contato ocorresse como pela supervisão
sempre atenta e sistemática, a atenção dispensada à Equipe Técnica por parte do
Sr. Clodoaldo José de Almeida representou o principal norteador do trabalho
realizado em Mococa.
Em abril de 2011 a Equipe Técnica expôs o trabalho realizado junto ao PME
Mococa no Fórum de Desenvolvimento Municipal, um evento que promoveu o
município em todas as suas formas de desenvolvimento. Tratou-se de uma
oportunidade de divulgação do trabalho, da função e da importância do documento a
um público mais abrangente e transcendente aos meios educacionais.
Durante todo o período que envolveu a elaboração do PME, a Comissão
Executiva, trabalhou sistematicamente sob a coordenação da Equipe Técnica
realizando desde o levantamento de diagnóstico numérico de matrículas,
atendimento da população, taxas de evasão e repetência, aproveitamento, rede
física das escolas, dados sobre funcionários e docentes, até a elaboração dos textos
de análise, sempre fundamentada por bibliografias pertinentes.
É preciso deixar claro que, no processo de elaboração do PME muitos
obstáculos apareceram tais como: a falta de dados estatísticos disponíveis e
precisos , a escassez de tempo e limitação de pessoal. Além disso, a construção de
políticas públicas na forma democrática e participativa – que necessariamente
envolve a coordenação de diferentes pontos de vista, aspirações, conhecimentos
prévios, disposição para estudos e muitos outros pontos - requer um conhecimento
técnico e operacional que ainda está em construção, ou seja, necessariamente, o
20
caminho se fez ao caminhar. A comissão e, sobretudo, a equipe técnica, aprendeu
agindo, muitas vezes errando e agindo novamente na tentativa de acertar. É preciso
salientar que não se tratou de uma dificuldade local; a própria bibliografia disponível
sobre PME cita que o panorama nacional vive situações semelhantes.
Em setembro de 2012 as últimas versões preliminares dos textos do PME
Mococa produzidos pela comissão executiva foram divulgados na mídia com o
intuito de oferecer à população os primeiros resultados do trabalho realizado,
convidando a todos à leitura e participação nos debates com a comunidade. Para
operacionalizar os debates a equipe técnica, junto a comissão do PME, organizou
momentos distintos para discutir com os interessados inscritos, os temas: educação
infantil, fundamental e ensino médio. Os debates aconteceram em 17, 18 e 19 de
setembro de 2012 na Câmara Municipal e se pautaram nas dúvidas e sugestões
enviadas anteriormente pela comunidade a partir da leitura dos documentos.
Contaram com a presença de todos aqueles que se interessaram em participar. As
discussões e ideias sugeridas foram analisadas pela Comissão Executiva,
produzindo transformações e melhorias nos textos do PME, conferindo uma vez
mais a legitimidade ao caráter democrático de elaboração do documento.
Ainda em setembro de 2012 a Equipe Técnica e a Comissão Executiva,
realizaram mais dois encontros com o intuito de explicitar uma breve apresentação
do conceito, função e histórico do documento: uma reunião com o Poder Legislativo,
buscando contextualizar os vereadores e convidá-los a estudar o documento e uma
reunião com os candidatos e respectivos vices - e alguns vereadores convidados por
eles - à Prefeitura Municipal de Mococa para a Gestão 2013/2016, firmando um
acordo de parceria futura junto ao PME.
De outubro a dezembro de 2012, o trabalho da Equipe Técnica e Comissão
Executiva, abrangeu a produção e análise dos textos: política de avaliação e
acompanhamento do PME, apresentação, histórico geral e processo de elaboração,
incluindo toda parte de revisão geral do documento e seu aprimoramento,
formatação, impressão e organização para sua divulgação final.
O trabalho sistemático da comissão foi desenvolvido em 38 reuniões
ordinárias, estipuladas em calendário e destinadas a construir o documento. Além
dessas, foram necessárias 08 reuniões extraordinárias com grupos específicos para
ampliar e debater melhor alguns temas que exigiram informações mais condizentes
com a realidade educacional vivenciada por atores diretamente imersos nos
21
contextos educacionais. Os temas foram: educação infantil, ensino fundamental,
ensino médio, educação especial e educação do campo. Outras duas reuniões
extraordinárias foram também realizadas: uma para debater a valorização dos
profissionais da educação – junto ao Sindicato Público Municipal – e uma última que
firmou parceria direta com o Conselho Municipal de Educação como a próxima
instância responsável pela análise e melhoria do documento, antes do envio ao
poder legislativo.
A divulgação final do documento produzido pela Comissão Executiva do PME
Mococa realizada em evento formal na Casa da Cultura Municipal no dia 12 de
dezembro de 2012, teve a participação do assessor técnico do MEC Sr. Clodoaldo,
de representantes das Unidades Escolares do município, do Poder Legislativo e
Executivo vigente e os referentes à gestão 2013/2016, representantes dos
municípios que participaram da capacitação inicial em agosto de 2010 e de outras
instituições que de alguma forma, estão envolvidas com a educação e o
desenvolvimento do município.
O convite para este evento recuperou a ideia do primeiro, trazendo uma
releitura da Obra “A roda” de Milton da Costa, agora, com crianças reais,
transmitindo a ideia de identidade para a educação do município de Mococa.
Figura 2
22
Após a entrega oficial do documento, o Plano Municipal de Educação foi
encaminhado ao Poder Legislativo para análise e aprovação.
Em janeiro de 2013, já em uma nova gestão administrativa, foi retirado da
Câmara de Vereadores para uma análise e parecer do Conselho Municipal de
Educação, o qual foi finalizado e enviado ao Departamento de Educação no início de
outubro. A pedido da Excelentíssima Sra. Prefeita, os membros que formavam a
Comissão Organizadora do Plano foram convocados pelo Diretor de Educação Sr.
Naider para que fossem realizadas as ações necessárias, considerando o parecer
do CME, dando andamento aos trabalhos de finalização do documento e início ao
processo de aprovação junto ao Poder Legislativo. Nesta reunião foi instituída uma
Comissão Provisória do PME, conforme a portaria n.º 207, de 08 de outubro de
2013.
Em novembro de 2013 o Plano Municipal de Educação foi apresentado em
audiência pública a toda comunidade e encaminhado pelo Poder Executivo, na
pessoa da excelentíssima Sra. Prefeita Maria Edna ao Poder Legislativo para
análise e aprovação.
Para a Comissão do PME Mococa o período entre maio de 2010 e dezembro
de 2012 representou uma fonte de aprendizado e conhecimento, trilhando por
caminhos que foram se abrindo conforme o trabalho se realizava, não havendo um
percurso definido anteriormente, mas sim, sempre a certeza de onde era preciso
chegar.
Por ser este um momento inédito na história das políticas públicas
educacionais do município de Mococa, pois se trata do primeiro Plano Municipal de
Educação elaborado democraticamente pela comunidade, temos a certeza de que
este documento é o disparador e não o final de uma promissora história futura na
educação do município de Mococa. Muitos outros atores e autores virão e
colaborarão para seu aperfeiçoamento.
Equipe Técnica do PME Mococa
Outubro 2013
23
1 CONHECENDO MOCOCA
Histórico do Município
Os estudiosos do passado histórico de nosso município dizem que o seu
engatinhar aconteceu a partir de 1839, com a doação de 33 alqueires de terra, para
construir o patrimônio e a criação, em 1841 da Capela Curada de São Sebastião da
Boa Vista: marca da fundação do povoado que, em 1875, transformou-se na cidade
de Mococa.
Uma cruz plantada num pedaço de chão, a Capela em louvor a São
Sebastião, as primeiras casas levantadas, a população aumentando, a fé se
consolidando, a vida começando. Assim nasceu a “cidade encanto”.
Foi um punhado de “entrantes” mineiros, que prepararam a fundação do
povoado, conquistando o sertão, com as primeiras fazendas formadas na região.
Depois veio a riqueza do café, introduzido no município em 1856, proporcionando a
força econômica que alavancou o crescimento da cidade com seus diversos setores
de produção (agricultura, comércio e indústria) em franca ascensão. O apogeu
aconteceu em 1895, quando a grande alta do café produziu em Mococa um delírio
de progresso. Mococa torna-se a cidade-modelo da região com sua estrutura
econômica, política, social e cultural definida em torno da “aristocracia do café”.
Hoje cidade centenária, Mococa cresce, segundo um plano urbanístico bem
projetado: sua malha urbana é regular e agradável com ruas largas, tranquilas, bem
definidas, e grandes áreas com paisagismo harmonicamente construído com muito
verde que engalana os jardins das praças. A praça da Matriz, como é chamada, é a
mais importante e expressiva, com desenho urbano característico e original, cujo
traço diferencial é o requinte da arquitetura de suas construções: predominam os
solares dos fazendeiros, evidenciando a presença da “aristocracia do café”. O coreto
mantém uma tradição, evocando a cidade interiorana das bandas e retretas. A igreja
Matriz de São Sebastião, edificada em 1896, majestosa em suas linhas góticas,
guarda expressivo acervo de arte sacra.
Duas monumentais esculturas em bronze de Bruno Giorgi, o escultor que
encantou o mundo com suas criações plásticas, enriquecem o patrimônio urbano.
Bruno Giorgi nasceu em Mococa.
24
As fazendas típicas de café, que fizeram grandeza econômica da cidade,
povoam o município como lugares-símbolo carregados de história.
Assim é Mococa, o retrato vivo do café com suas lindas praças, suas ruas
tranquilas, a beleza de sua arquitetura e a índole hospitaleira de seu povo, fazendo
dela a “cidade encanto”.
Fonte : Livro: Assim nasceu Mococa, Carlos Alberto Paladin
O Nome "Mococa"
Mococa é palavra indígena que significa "casa de pequeno esteio". Conta a
história de que no ano de 1843 quando o povoado começou a aparecer, havia
inúmeras casa pequenas cobertas de sapé pertencentes a agregados, situadas no
Ribeirão do Meio. Em 1844 veio de Machado caçar no povoado de São Sebastião
da Boa Vista o Capitão Custódio Dias. Ao passar pela povoação Custódio exclamou
aos seus companheiros: "Olhem aí essas mocoquinhas", mostrando as pequenas
casas às margens do Ribeirão. Os companheiros que estavam com Custódio lhe
perguntaram o significado da expressão "mocoquinhas", então ele explicou que na
região onde ele morava havia um bairro denominado Mococas ou Mocoquinhas que
era um conjunto de casas pequenas. Os moradores gostaram da denominação e
passaram a chamar o povoado de "arraial das Mococas".
Gentílico: Mocoquense
Símbolos Municipais
Os símbolos do Município de Mococa estão representados pelo Brasão de
Armas, pela Bandeira Municipal e pelo Hino Municipal. Na interpretação das cores e
formas presentes no Brasão e na Bandeira destacam-se:
25
Brasão de Armas
Escudo:
Redondo português, cortado em
dois quartéis. No primeiro quartel situam-
se, em chefe, cinco escudetes, assim
especificados da sinistra para destra:
a - A cruz latina de ouro em campo azul,
relembra a figura do povoador Diogo
Garcia da Cruz;
b - A folha de figueira, em sinople em
campo de prata, rememorando Gabriel
Garcia de Figueiredo é símbolo da família
Figueiredo no velho armorial português;
c - A capelinha, ao natural, evoca a capela
Primitiva, de São Sebastião da Boa Vista
em torno da qual cresceu Mococa;
d - As palas de goles, em campo de ouro,
provêm do escudo dos limas no velho
armorial português; relembram a figura de
José Cristóvam de Lima, pioneiro do
esbravamento das terras mocoquenses;
e - A estrela de dez pontas, de ouro em
campo azul, atributo do nome Dias,
também do armorial português, rememora
o povoador Custódio José Dias;
O segundo quartel do escudo, ao
natural, reproduz o trabalho do Visconde
de Taunay, datado de 1865, o mais velho
documento iconográfico da história de
Mococa - a vista da fazenda Alegria, que
pertenceu a Diogo Garcia da Cruz, onde
ele se instalou ao chegar a essas
paragens.
Separando os dois quartéis
aparece o renque de casinhas toscas e
primitivas; segundo regras da heráldica
portuguesa, constitui as armas falantes de
Mococa – renque de mocoquinhas ou
casas de pequeno esteio. A faixa azul em
campo de prata evoca o ribeirão do meio,
característica da topografia urbana de
Mococa.
Coroa Mural
Encimando o escudo, a coroa
mural em prata privativa das
municipalidades.
Suportes
Como suportes, dois ramos de café
pintados ao natural à sinistra e à destra
relembram a cultura cafeeira, base da
economia do Município.
Listel
No listel em campo de goles,
inscrevem-se em letras de prata a divisa
da cidade: Terra Mea Paulista Generosa,
que assim se traduz: Terra Minha Paulista
e Generosa.
O Brasão de Armas de Mococa é trabalho do historiador Afonso de Escragnolle Taunay, que
assim pode ser descrito em linguagem heráldica.
26
Bandeira Municipal de Mococa
A Bandeira do Município de
Mococa ficou instituída com o seguinte
descritivo: Oitavada de verde, formando
as oitavas figuras geométricas
trapezoidais, divididas ao centro por uma
cruz pátea de vermelho e vazia de branco,
a qual se sobrepõe um retângulo branco
central, onde é aplicado o Brasão da
cidade, e de onde partem quatro faixas
amarelas dispostas duas a duas em
banda e em barra.
Hino Municipal
I
Cidade Centenária
O teu povo quer te festejar,
Lembrando a tua História,
Para que todos venham te saudar,
Do alto do Cruzeiro,
Se avistavam casinhas singelas,
E se dizia que elas,
As casinhas,
Se chamavam Mocoquinhas
II
Teu nome, então, Mococa
Daí surgiu num brado,
E logo se espalhou
Ao povoado.
Mais gente foi chegando,
e fibra e religião,
Fez-se a Paróquia de São Sebastião
III
Martir-Padroeiro
É de Mococa, o Guarda protetor,
Foi também guerreiro,
E deu à Pátria sua vida e seu amor.
Sob estrelas mil,
Do céu mais lindo deste canto do Brasil,
sta cidade assim surgindo,
Aumentando, progredindo,
A trabalhar, Avante sempre há de brilhar.
A Lei nº.536 de 06 de setembro de 1966 instituiu a Bandeira Municipal de Mococa-SP,
de autoria do heraldista Arcinó e Antonio Peixoto de Faria.
Projeto de Lei nº.101/89 de autoria do Vereador João Batista Rotta, instituiu como
Hino Municipal de Mococa, o Hino Mococa-1º. Centenário; musica e letra de Elvira Dinamarco
Coelho e José Barreto Coelho.
27
Aspectos Gerais sobre o Município de Mococa
População : 66.290 habitantes
Urbana Rural
92,2% - 61.149 7,8% - 5141
Masculina Feminina
49,9% - 33.079 50,1% - 33.211
0 a 5 anos
06 a 14 anos
15 a 24 anos
25 a 39 anos
40 a 59 anos
60 anos ou mais
7,2% 12,9% 16,6% 23,6% 25,9% 13,8%
Taxa de analfabetismo: 5,8%
Fonte: http://www.ibge.com.br/cidades
Média de anos de estudos da população de 15 a 64 anos: 7 anos.
População de 25 anos e mais com menos de 8 anos de estudo 62,6%.
População de 18 a 24 anos com Ensino Médio completo: 31,38%.
Fonte: SEADE (2000)
Densidade demográfica: 77,55 hab/km2
Área : 854,857 Km²
Fonte: http://www.ibge.com.br/cidades
Índice de Desenvolvimento Humano: 0,809
28
Hidrografia - Localizada no vale do Rio Pardo, faz divisa com o Estado de Minas
Gerais. Possui bacias significativas dos Rios Pardo e Canoas.Está situado a
Nordeste do Estado de São Paulo.
Divisas
Norte: com o município de Cássia dos Coqueiros
e Minas Gerais;
Oeste: com os municípios de Tambaú e Casa
Branca pelo Rio Pardo;
Leste: com os municípios de Arceburgo e Monte
Santo pelo Rio Canoas e Rio das Areias;
Sul: com os municípios de São José do Rio
Pardo e Tapiratiba.
Distância da Capital - São Paulo = 266 Km
Conta atualmente com dois Distritos: Distritos de Igaraí e de São Benedito das
Areias.
Altitude: 640 metros em relação ao nível do mar.
Latitude: 21º 27’ 54” sul
Longitude: 47º 00’ 21” oeste
Clima: é temperado (tropical), não estando sujeito a variações de temperatura,
existindo duas estações definitivas: Inverno e Verão.
Relevo - Ondulado.
Vegetação - Capoeira, mato, campo natural, pasto, culturas anuais e permanentes,
mato serrado.
Fonte:www.camaramococa.sp.gov.br
Economia: Existem 2481 unidades de empresas atuantes no município.
(Fonte: IBGE, cadastro Central de Empresa 2008. Rio de Janeiro:IBGE 2010).
29
A agricultura local apresenta um alto grau de concentração fundiária. O setor
industrial do município compreende um bloco formado basicamente por micro e
pequenas empresas, e outro constituído por médias e grandes empresas, esse
último, sendo responsável por quase 68% dos empregos da indústria. O setor de
comércio é suficientemente dinâmico e diversificado para atender não só a demanda
local, mas também diversos municípios vizinhos, funcionando, portanto, como um
pólo comercial na região.
Transportes
Para o transporte público de passageiros, a cidade de Mococa conta com
uma completa frota de ônibus e micro-ônibus terceirizados, com linhas específicas
que abrangem todos os bairros da cidade.
A cidade conta também com uma completa linha de ônibus rodoviários para
viagens nacionais e internacionais.
Uma completa frota de taxista atende a cidade em pontos estratégicos,
facilitando o transporte de passageiros em casos específicos.
Mococa conta também com um aeroporto para pousos e decolagens de
aeronaves de pequeno porte.
A sua infra-estrutura de transporte possibilita acesso à capital do Estado pelas
rodovias SP-330 e SP 340, esta por sua vez duplicada até a divisa do Estado de
Minas Gerais.
Fonte: http://www.mococa.sp.gov.br/transportes
Saúde
O sistema de saúde local tem por missão garantir a integralidade das ações
de saúde prestadas de forma interdisciplinar por meio da abordagem integral e
continua do indivíduo no seu contexto familiar, social e do trabalho, englobando
atividades de promoção, prevenção de riscos, danos e agravos.
Hoje no município vive-se uma retomada da importância da atenção primária
e do reconhecimento de sua capacidade de reorientar o conjunto das ações de
saúde, elegendo a estratégia saúde da família para o alcance dos resultados com
melhoria das condições de saúde e qualidade de vida da população.
A organização da atenção primária conta com nove unidades de saúde
heterogêneas quanto ao modelo com a qual operam e concentração e distribuição
nas seguintes regiões: Distritos de Igaraí e São Benedito, Conjunto Habitacional
30
Gilberto Rosseti, Vila Santa Rosa, Francisco Garófalo, Mocoquinha, Santa Clara,
Nenê Pereira Lima e Unidade Móvel para zona rural. A atenção especializada de
média complexidade conta com um centro de saúde, um posto de pronto
atendimento, um pronto socorro municipal, centro de especialidades odontológicas,
um ambulatório de saúde mental para atendimento a criança a ao adolescente,
CAPS II, CAPS AD, 04 residências terapêuticas. Conta ainda com dois projetos de
promoção da saúde, um de atividade física para hipertensos e diabéticos em áreas
de cobertura de saúde da família e agentes comunitários e outro de prevenção de
violência na Vila Santa Rosa com mulheres, adolescentes e crianças utilizando a
estratégia das oficinas de artesanato e na Mocoquinha com crianças e adolescentes.
Em relação à capacitação de recursos humanos existe um núcleo de educação
permanente, e,em andamento, curso técnico de agente comunitário de saúde
através de convênio da prefeitura com o Centro Paula Souza.
A alta e media complexidades são encaminhadas para AME localizado no
município de Casa Branca pertencente ao colegiado do Rio Pardo.
Em relação à atenção de Urgência e Emergência o município foi contemplado
através do PAC II com a construção de uma UPA Porte I com adesão ao SAMU do
CGR Mantiqueira.
A vigilância em saúde conta com ações da vigilância epidemiológica e
vigilância sanitária.
Na assistência farmacêutica foi implantado um modelo de organização com
estratégia de regulação e melhoria do acesso com qualidade, assegurando uma
assistência técnica e cientificamente fundamentada, com critérios de equidade,
efetividade para suporte das ações de diagnostico, tratamento e prevenção.
O sistema logístico do Departamento de Saúde conta com a implantação do
CADSUS multiplataforma e está em estudo a aquisição de um software para
implantação do prontuário eletrônico; o transporte sanitário atualmente está em
posse do município; em julho de 2009 foi implantada a central de agendamento e
regulação municipal.
A cidade dispõe ainda do Hospital da Santa Casa de Misericórdia que possui
equipamentos modernos, médicos especializados e uma UTI considerada uma das
mais modernas da região.
Total de estabelecimentos de saúde: 66
(Fonte: http://www.ibge.com.br/cidades)
31
Esporte
Mococa conta com completas instalações esportivas, destacando, um estádio
e pelo menos cinco campos de futebol, uma pista de atletismo, cinco ginásios poli-
esportivos, dezenas de quadras, piscinas, academias e quadras de maia e bocha,
chegando a sediar uma edição dos Jogos Regionais no final dos anos 90.
Dentre as equipes esportivas merecem destaque a natação, basquete, futsal,
atletismo e judô.
Fonte: www.novamococa.com.br
Diversão/ Pontos Turísticos
A Cidade de Mococa conta com diversos pontos para diversão e lazer:
Quadras da Cidadania - Espaço campal que conta com parque de diversão,
praça rodeada de bancos, farol, pista de skate e quiosques para reuniões
familiares.
Palco de Shows - Anexo às Quadras da Cidadania, já recebeu cantores
ilustres além de diversos festivais e eventos, culturais, religiosos, etc.
Praça Marechal Deodoro - A tradicional Praça da Matriz é o ponto mais
procurado pelos familiares nas noites de finais de semana. Além de uma
completa linha em petiscos, parque para as crianças e shows culturais
periódicos. A fonte luminosa e a apresentação filarmônica mocoquense dão
um brilho especial à noite mocoquense.
Associação Esportiva Mocoquense (AEM): Foi fundada em 13 de maio de
1934. Seus fundadores foram Major Quintino Pereira, Juarez Quintino e
Francisco José Dias Lima.
O Turismo Rural
É um dos pontos fortes da cidade de Mococa. As fazendas, ao seu redor,
também conservam suas construções do século XIX e inicio do século XX - auge da
cultura do café. Algumas opções:
32
Fazenda Nova: A Fazenda Nova tem uma das mais antigas sedes da
região. Existem trilhas onde são feitos lindos passeios a cavalo. Possui seis amplos
apartamentos mobiliados com móveis da época. A cozinha tem fogão à lenha e o
cardápio segue o tradicional, em comida de fazenda.
Pousada Fazenda Buracão: A fazenda em plena atividade
proporciona ao turista um estreito contato com o campo, sua gente e a rica natureza
em seu entorno. Um interessante fenômeno geológico - o BURACÃO - onde fica a
nascente do Córrego Fundo, afluente do Rio Pardo, pode ser visitado a cavalo, a pé
ou de barco.
Fazenda Prata: Uma fazenda de café e leite. Andar a cavalo, fazer
trilhas a pé, nadar em piscina de água corrente, tirar leite e, principalmente, fazer
amigos. Alimentação caseira, cinco refeições ao dia, oficinas e jogos cooperativos.
Monitores preparados. Uma Igreja de 1906, piscina e churrasqueira, campo de vôlei,
campo de futebol, açudes, matas, trincheira da Revolução de 32, ribeirão que
atravessa a fazenda, pomar, horta, cavalos, gado e muito mais.
Pousada dos Pinheiros: Aconchegante! Acolhedora! Próxima à
cidade, Piscina (adultos e crianças), Churrasqueira, Hospedagem.
Fazenda Contenda de Baixo: A casa tem um belíssimo terraço com
sanca rendada. No interior há lindos móveis e uma grande pia inglesa. Visitas
monitoradas, trilhas em mata fechada, canoagem, rapel, cavalgadas. Restauração
de móveis antigos.
O Mirante e a Cachoeira de Itambé oferecem momentos inesquecíveis em meio à
fauna e flora brasileira.
Fonte: http://www.mococa.sp.gov.br/lazer
Casarões de Mococa
A paisagem da cidade á majestosa, com seus casarões coloniais em estilo
barroco mineiro e neoclássico.
33
Mococa foi cenário de importantes momentos do período colonial e ainda
guarda em sua arquitetura marcas desta época. Diversos casarões espalhados pela
cidade, principalmente na região central, ainda mantêm intactos móveis, utensílios e
diversos detalhes que nos fazem retornar a um passado pouco distante.
Tombados pelo patrimônio histórico mocoquense os casarões são de
fundamental importância ao turismo local. Passar por Mococa e se fotografar em
frente a um destes gigantes faz parte das intenções de qualquer visitante.
Fonte: http://www.mococa.sp.gov.br/lazer
Equipamentos de Cultura Vinculados à Prefeitura Municipal de Mococa
Cultura Material e Imaterial
Casa da Cultura Rogério Cardoso
A Casa da Cultura Rogério Cardoso foi inaugurada em 07 de março de 2010
e recebeu este nome em homenagem ao artista ator mocoquense Rogério Cardoso.
Com o objetivo de coletar, pesquisar, conservar, divulgar e expor artefatos que
representam a história e a cultura do nosso local e do nosso povo, a Casa abriga
hoje os acervos patrimoniais, históricos e artísticos dos três museus da cidade,
sendo eles:
Museu Histórico e Pedagógico “Marques de Três Rios”,
Inaugurado em 05 de abril de 1962. Seu acervo é bastante rico e
diversificado, contemplando várias tipologias museológicas e constitui-se de
fotografias, documentos e objetos que guardam e contam a história de Mococa e
sua gente e de outros tantos lugares, com destaque para coleção de louçaria,
artefatos bélicos da Revolução de 1932 e hemeroteca mocoquense.
Museu de Artes Plásticas “Quirino da Silva”
Inaugurado em 09 de setembro de 1972. Seu acervo se constitui de obras das
mais variadas linguagens das artes visuais – pinturas, esculturas, gravuras,
fotografias, etc., com destaque para o conjunto de esculturas do escultor
mocoquense, e mundialmente conhecido, Bruno Giorgi, e outros artistas como
34
Quirino da Silva, Rafael Galvez, Tarsila do Amaral, Flávio de Carvalho, Walter Levy,
Renina Katz, Glauco Pinto de Moraes, Wega Nery e outros.
Museu de Arte Sacra “Iria Josepha da Silva”
Inaugurado em 11 de outubro de 1986. Seu acervo se constitui de imagens,
paramentos e objetos litúrgicos de valor histórico e artístico, com destaque especial
para as peças de esculturas sacras. Neste momento aguardamos o retorno de parte
do acervo que se encontra sob processo judicial de transferência e posse para
Prefeitura Municipal de Mococa, já em fase conclusiva.
A Casa de Cultura Rogério Cardoso, está organizada de acordo com as
exigências musicológicas da atualidade e se propõe à conservação, divulgação e
produção cultural de todas as formas de expressão.
Oferece:
Exposições de longa duração e temporárias dos artefatos dos acervos dos
museus que abriga, além de outras selecionadas conforme as demandas
recebidas através de propostas externas.
Visitas guiadas com arte-educadores
Oficinas ao público infanto-juvenil e adulto, dentro de um programa
contínuo de aulas que contemplam o desenho, a pintura e xilogravura
Oficinas e cursos programados temporariamente atendendo às
necessidades para a capacitação profissional direcionada para um público
específico e equipe de trabalhadores da própria Casa.
Oficinas e cursos esporádicos em parceria com outras instituições
Abertura dos acervos para pesquisa de estudantes de cursos superiores,
historiadores, pesquisadores, etc. As pesquisas são feitas com
acompanhamento, mediante aprovação da equipe gestora da casa e
assinatura de termo de compromisso para resguardar o direito à informação e
a conservação dos acervos.
Sala multimídia, que atende às necessidades de apresentações de shows
musicais e cênicos de pequeno porte, palestras, seminários e reuniões, além
de eventos voltados à literatura.
35
Teatro Municipal “Pedro Angelo Camin”
O prédio, com forte influencia do estilo neoclássico, foi inaugurado no dia 22
de dezembro de 1925, para abrigar o Cine Theatro Central, por iniciativa dos
comerciantes Francisco Cucci e Francisco Maglioca e do fotógrafo DelphinoBonora
que organizaram a “Empresa Central Cinema Ltda.”. Cinquenta anos de depois, em
1975 , foi adquirido, reformado e adaptado pela Prefeitura de Mococa. Em 05 de
abril de 1981, o prefeito Luiz Gonzaga Amato o inaugura como Teatro Municipal,
oferecendo grande motivação aos grupos de teatro amadores da cidade.
Na primeira metade da década de 1990, passou novamente por reformas e
adaptações e foi reinaugurado em 28 de dezembro de 1994. Agora com o nome de
Teatro Municipal Pedro Ângelo Camin, em homenagem ao músico imigrante italiano,
professor de piano e maestro fundador da centenária Filarmônica Mocoquense.
Grupo de Dança e Expressão do Teatro Municipal “Pedro Ângelo Camin”
O grupo é formado por jovens da cidade, maiores de 14 anos, interessados
em aprofundar, pesquisar e ampliar o conhecimento em dança. Tem como
fundadora, diretora e coreógrafa a professora Vera Lúcia Pereira dos Santos.
O grupo hoje conta com aproximadamente 30 integrantes, entre avançados e
aspirantes. Bailarinos atuantes fazem aulas de jazz, balé clássico e contemporâneo,
além de participarem de oficinas de maquiagem, reciclagem de figurinos e aulas
teóricas. Também produzem espetáculos, se apresentam em Mococa, festivais,
eventos e concursos regional, estadual e nacional.
Como parte dos trabalhos os bailarinos, selecionados, ainda desenvolvem
junto à comunidade, em especial a escolar, projetos que dividem e constroem novas
experiências no amplo universo da dança.
O projeto Educadança, é um exemplo de parceria com as escolas de Ensino
Fundamental do município que vem dando muito certo. Atende crianças com idade
entre 6 e 14 anos, nas Escolas Municipais Carlindo Paroli, no Bairro Dr. Gilberto
Rossetti – COHAB II e Vera Sandoval Meirelles, no Bairro Nenê Pereira Lima. O
trabalho é desenvolvido pelos bailarinos, que são contratados pelo programa de
estagiários – PROE, da Prefeitura de Mococa.
36
Biblioteca Municipal “Dr. Almeida Magalhães”
Criada em setembro de 1944, na administração do Prefeito Dr. Agilberto
Figueiredo Santos, a Biblioteca Municipal funcionava em sala anexa à Prefeitura
Municipal. Foi inaugurada oficialmente no dia 05 de abril de 1962, em prédio próprio,
especialmente projetado e construído para abrigá-la em conjunto com o Museu
Histórico e Pedagógico “Marquês de Três Rios”, a Rua Dr. Munis Barretto, durante a
administração do Prefeito José André de Lima, com um acervo de 2.950 volumes.
O prédio com o tempo não comportou mais o acervo que aumentou
consideravelmente e a Biblioteca Municipal ganhou um novo espaço, mudando-se
para a Praça Major José Pedro, nº 143, em 07 de setembro de 1985, na
administração do Prefeito Padre Demósthenes. Considerada biblioteca modelo da
região tinha nesta época um acervo com 17.000 volumes.
Na madrugada de 30 de junho de 1988, um incêndio provocado por um curto-
circuito destruiu totalmente seu acervo.
Após inúmeras campanhas de arrecadação de livros e a recuperação do
prédio em 14 de novembro de 1990 abriu novamente suas portas ao público.
Hoje seu acervo conta com 22000 mil volumes de livros catalogados, 3000
livros didáticos, um relicário comportando obras raras e uma hemeroteca com
diversos periódicos diários e semanários. Tem ainda 10040 leitores cadastrados
com uma média de 120 frequentadores diários.
Programa Acessa São Paulo
Acessa São Paulo é um programa de inclusão digital do Governo do Estado
de São Paulo, coordenado pela Secretaria de Gestão Pública, com gestão da
Prodesp - Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo -
Diretoria de Serviços ao Cidadão em parceria com o Departamento de Cultura e
Turismo da Prefeitura de Mococa.
Instituído em 16 de agosto de 2002, o Infocentro, como é popularmente
conhecido, oferece para a população de Mococa acesso gratuito à internet,
contribuindo para o desenvolvimento social, cultural, intelectual e econômico dos
cidadãos mocoquenses.
O cadastro é feito através da apresentação de qualquer documento oficial
com numero do RG e foto. Usuários menores de 16 anos só podem se cadastrar na
presença do pai ou mãe, também com RG.
37
Grupo Musical Coração Caipira
O Grupo Musical Coração Caipira foi fundado na década de 1990 e é
coordenado até hoje pela arte educadora e musicista Neusa Calió. Seu objetivo é
trabalhar com pesquisas, resgate e divulgação das tradições musicais do Brasil, em
especial da região de Mococa. O repertório de canções envolve músicas tradicionais
e regionais do folclore brasileiro.
Oferece gratuitamente aulas de sanfona, flauta doce, teclado, canto,
expressão corporal com ritmo e efeitos sonoros.
Palco de Shows e Eventos “Monir Naufel”
Complexo Esportivo “Antonio Carmo Melles” - Praça da Cidadania
O Palco de shows e eventos “Monir Naufel” recebeu este nome por iniciativa
do vereador Ítalo Mazieiro Júnior, com a sanção da Lei 3.590 de sua autoria, de 24
de março de 2006, assinada pelo Prefeito Aparecido Espanha.
Localizado, em amplo espaço junto ao Complexo Esportivo “Antonio Carmo
Melles”, popularmente conhecido por Praça da Cidadania, possibilita e comporta a
realização de shows e eventos de grandes proporções de diferentes áreas, além das
de abrangência cultural.
O espaço já foi palco de espetáculos circenses,de música, dança, cinema,
eventos religiosos, esportivos e políticos.
Para sua utilização, que é uma cessão de espaço público gratuito, os
interessados devem dirigir-se à secretaria do Departamento de Cultura e Turismo de
Prefeitura de Mococa.
Brinquedoteca
Foi inaugurada no final de 2007, com o objetivo de oferecer às crianças de
nossa cidade mais um espaço lúdico e pedagógico a favor de uma infância integrada
e saudável. Seu acervo se constitui basicamente de doações de empresas,
comercio e pessoas físicas.
Projeto Guri
Lançado pela Secretária do Estado da Cultura em 1995, o Projeto Guri, uma
das mais animadoras experiências de arte-educação, com um nível de excelência
38
pedagógica e metodológica capaz de causar admiração de países avançados no
ensino da música, promove o ensino da música como forma de inclusão social de
milhares de crianças e adolescentes, cuja atividade musical implica na criação de
orquestras e corais.
Mococa recebeu o projeto em 2003 com o apoio da Gelita South America, que
doou os instrumentos clássicos.
Hoje funciona com parceria entre o Governo do Estado, responsável pelos
profissionais, e a Prefeitura, responsável pela viabilização do espaço físico.
Tem capacidade para atendimento de 193 crianças e adolescentes com idade
entre 6 a 18 anos, de ambos os sexos.
Oferece aulas de canto coral e instrumentos – violino, viola clássica,
violãocello, contrabaixo acústico, saxofone, flauta transversal, clarinete, trompete,
trombone, percussão – com enfoque teórico e prático.
Instituições Culturais Não Governamentais Relevantes
Cine Mococa
Por iniciativa do Padre Haroldo Ribeiro e com o apoio do Dr. Américo Pereira
Lima, Francisco José Dias Lima, Dr. Helio da Silva Meirelles, Clovis Marques Dias e
Geraldo Costal em 18 de abril de 1959 foi inaugurado o Cine Mococa.
O prédio de linhas arquitetônicas moderna, foi projetado e construído pelo
engenheiro Enio Monte, tem capacidade para 1000 espectadores. Destacamos em
sua decoração interna o conjunto de seis painéis retratando a musica popular
brasileira de autoria do artista e historiador Carlos Alberto Paladini.
Recentemente, em convenio com o Governo Federal, foi reformado e
adaptado às necessidades do público cada vez mais exigente. Tem adequações que
garante a acessibilidade dos portadores de algumas deficiências físicas.
Você sabia?
A primeira sessão de cinema em Mococa aconteceu no dia 21 junho de 1902,
com a apresentação do “Cynematograpo Universal Kaurt”, no Teatro São Sebastião.
Uma das primeiras sessões do Brasil!
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Filarmonica Mocoquense
“Entre as bandas, que se constituíram nas mais expressivas manifestações
musicais de Mococa, avulta a centenária “Corporação Musical Filarmônica
Mocoquense, com um passado histórico de lutas e realizações, que faz dela uma
das mais nobres entidades de cultura e lazer da cidade.” (Paladini,1995)
Foi fundada em 1891, pelo entusiasmo e desejo primeiro de Carmo Taliberti,
Benjamim Moreira Coelho de Magalhães e José Epifânio Ferraz. Logo mais se
juntariam a eles os senhores João Bento Vieira da Silva e José Ferraz de Siqueira. A
idéia prosperou e o compositor e pianista, imigrante italiano Pedro Ângelo Camin
muda-se para Mococa para tornar-se o primeiro maestro de nossa histórica
Filarmônica Mocoquense e dar formação aos nossos primeiros músicos.
A primeira formação da corporação musical foi constituída pelos músicos:
José Epifânio Ferraz, Pio Alves de Oliveira, Francisco Borelli, Paschoal Luiz
Gagliardi, Francisco Caciacaro, Wenceslau de Almeida, Antonio de Mattos, Joaquim
de Lima, Braulino Brandão, Caetano Parco e Pedro Curatitoli. Com a banda
formada e ensaiada a primeira apresentação publica, que percorreu as ruas da
cidade ainda menina, aconteceu na manhã de 25 de março de 1892.
Sua história e seus acordes foram regidos pelos seguintes Maestros: Pedro
Ângelo Camin, Paschoal Luiz Gagliardi, João Balan “Paccione”, Benedito Burroni, e
atualmente Carlos Spina.
Desde sua primeira formação a Filarmônica Mocoquense participa dos
principais eventos festivos e acontecimentos da cidade. Há muitas décadas
religiosamente se apresenta, aos domingos, no coreto da Praça Marechal Deodoro.
Grupo Folclórico Raízes
O Grupo Folclórico Raízes surgiu como resultado do Projeto Arte-Educação
na Trilha do Folclore Mocoquense desenvolvido pelas artes-educadoras Rosa Vaz e
Neusa Calió.
Tem como objetivo a recuperação e a preservação das tradições culturais de
Mococa.
40
Funcionando há quatorze anos, é formado por crianças, jovens e adultos que
se encontram semanalmente para conversas, pesquisas, trocas e ensaios que se
concretizam em diversas apresentações ocorridas durante todo o ano.
Danças como a Catira e a Umbigada, dramatizações de folguedos tradicionais
e coral fazem parte das principais atividades desenvolvidas pelo grupo.
Para participar os interessados devem procurar as coordenadoras do grupo.
Texto escrito pela arte-educadora: Eliana Galvani
Aspectos Educacionais
Mococa apresenta uma ótima estrutura de ensino, com uma excelente
proposta pedagógica, tanto nas redes públicas municipal e estadual como nas
escolas privadas.
Unidades Escolares 2012 - Instituições Municipais
Unidade Escolar Educação Infantil 0 a 3 anos
Educação Infantil 4 e 5 anos
Ensino Fundamental Anos iniciais
Ensino Fundamental Anos finais
Ensino Médio
Ensino Médio/ Técnico
EMEB “Ana Lúcia Pisani”
X
EMEB “Prof. José Barreto Coelho”
X X X x
EMEB “Carlindo Paroli”
X
EMEB “Vera Sandoval Meirelles”
X
EMEB “Prof.ª Maria Helena Scardazzi Converso”
X X
EMEB “Dona Bebé Camargo”
X X
EMEB “Lúcia seixas Pinto”
X
EMEB “Madre Carmem de Jesus Salles”
X
EMEB “Lydia Pereira Lima Taliberti”
X
EMEB “Prof.ª Yvette OlynthoRehder”
X
41
EMEB “ Prof.ª Marta Paione de Figueiredo Bueno”
X
EMEB “Alcebíades Quilice”
X
EMEB “Archibald Rehder”
X X
EMEB “Maria Belomo Zanetti”
X X
EMEB “Prof.º José Manoel Luckesi”
X X
EMEB “Profª Silvia Helena Dias Soares”
X X
EMEB “ Prof.ª Alice Rezende Bernardes”
X
EMEB “Hermelinda Vieira”
X
EMEB “Prof.ª Marietta Lacerda de Figueiredo”
X
EMEB “Prof.ª Guiomar Vasconcelos de Lima”
X
EMEB “Prof.ª Dalva Yasbech Bosco”
X
EMEB “Prof.º Washington Guedes Carneiro”
X
EMEB “Prof.ª Ivone Gonçalves Canesqui”
X
EMEB “Prof.ª Genny Raymundo”
X
Unidades Escolares 2012 - Instituições Estaduais
Unidade Escolar Ensino
Fundamental Anos iniciais
Ensino Fundamental Anos finais
Ensino Médio
Ensino Médio/ Técnico
Ensino Superior
EE “Barão de Monte Santo”
X X
EE “Oscar Villares” X X
EE “Maestro Justino Gomes”
X X X
EE “Benedito Ferraz Bueno”
X X X
EE “Dr. Carlos Lima Dias”
X X X
42
EE “Hilda Silva” X
EE “João Cid Godoy” X X
EE “João de Moura Guimarães”
X X X
EE “Nancy de Rezende Zamarian”
X
EE “Zenaide Pereto Ribeiro Rocha
X X
ETE João Baptista L. Figueredo
X
ETE Francisco Garcia X
FATEC X
Unidades Escolares 2012 - Instituições Particulares
Unidade Escolar
Educação Infantil 0 a 3 anos
Educação Infantil 4 e 5 anos
Ensino Funda- mental Anos
iniciais
Ensino Funda- mental Anos finais
Ensino Médio
Ensino Médio/ Técnico
Ensino Superior
Educação Especial
SESI 157 Centro Educacional
X X
APAE X
Escola Nova
X X X X
Colégio Maria Imaculada
X X X X X
Centro Educacional Castelo
X X X
Fundação Universitária Vida Cristã
X X
X X X X
Colégio Bruno Giorgi
X X
Escola Grifo
X
Escola Recriando
X
43
População em Idade Escolar de 0 a 3 anos
Ano 2008 2009 2010 2011
População 3313 3222 3128 3131
População em Idade Escolar de 4 a 6 anos
Ano 2008 2009 2010 2011
População 2626 2544 2467 2471
População em Idade Escolar de 6 anos
Ano 2008 2009 2010 2011
População 896 869 843 844
População em Idade Escolar de 7 a 10 anos
Ano 2008 2009 2010 2011
População 3847 3742 3640 3644
População em Idade Escolar de 11 a 14 anos
Ano 2008 2009 2010 2011
População 4280 4180 4085 4090
População em Idade Escolar de 15 a 17 anos
Ano 2008 2009 2010 2011
População 3452 3367 3287 3291
População em Idade Escolar de 18 a 19 anos
Ano 2008 2009 2010 2011
População 2313 2268 2220 2222
Fonte: www.seade.gov.br/produtos/imp/index.php?page=tabela
29/10/2011
44
Instituições e Programas Sociais de Mococa
Nome Público alvo Programas Problemas enfrentados
Grupo TUM
Crianças e adolescentes
- Casa do adolescente, espaço de vivência e convivência/Adolescentes de Mococa e Distrito de Igaraí; - Projeto Catavento de Possibilidades/Adolescentes e Crianças em situação ou risco de trabalho e mendicância; -Projeto de Saúde/Adolescentes;; -Projeto Fazendo Cultura com Arte/ Adolescentes, crianças e adultos;
- A falta de convênio com o poder público; - Falta de associados;
Lar Maria Imaculada
Crianças e
adolescentes de 5 a 13 e 11 meses
(sexo feminino) em situação de
vulnerabilidade e sem acesso a
políticas públicas
- Educação Física, Trabalhos Artesanais, Alfabetização, Dança, Assistência Social, Nutrição, Psicologia.
A demora no recebimento da verba do Fundo do CMDCA.
Projeto Ana Lúcia
Crianças
7 A 12 Anos Especificamente Dos Bairros Vila Santa Rosa E
Jardim Primavera
- Informática, Judô, Canto, Artes, Flauta, Banda, Jogos Educativos
- Falta de verba para recursos humanos
Projeto Social Providência Santíssima
Crianças de 7 a 12 anos dos bairros
ao redor da Paróquia Santa
Clara
- Informática, Dança, Música (Violão e flauta), Artes Plásticas, Judô, - Atendimento psicológico e social
-Dificuldade de apoio das famílias - Falta de acompanhamento entre projeto e escola
Obras Sociais Paróquia Santa
Luzia
Gestora dos seguintes programas em convênio com a Prefeitura Municipal através do Departamento de Saúde, Promoção Social, Fundo Municipal da criança e do adolescente: 1- CAPs/AD – Regional 2- CAPS/Saúde Mental 3- CAPs Infantil – Regional 4- Casa de acolhimento de criança e adolescente – Bethânia 5- Residências Terapêuticas (06 casas) 6- Oficinas Terapêuticas (Unidade geração de renda)
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IEPROM (Instituto Educacional
Profissionalizante de Mococa
(Artesanato)
Crianças,
adolescentes e famílias, com
baixa renda, em situação de
vulnerabilidade (4 meses a 22 anos);
-Projeto de Arte e Cultura, Esporte, Educação (Educação Infantil I) - Profissionalização
-Falta de recursos - Ausência da família - Baixo rendimento escolar
Conselho Tutelar
I - Principais motivos de intervenção do conselho tutelar nas famílias
Maus tratos
Agressão psicológica / Física
Problemas sociais
Negligência familiar
Uso de entorpecentes
Evasão escolar
Abuso sexual
Mendicância
Requisição tratamento médico/psicológico-psiquiátrico
Inclusão em programas comunitários ou oficial de auxílio família
Orientação, apoio e acompanhamento temporário
Encaminhamento aos pais ou responsáveis, mediante termo de
responsabilidade
II - Principais motivos de intervenção/ações do Conselho Tutelar a partir da
interação com as escolas
Segmentos Motivos Ações que o Conselho
Tutelar realiza para enfrentar o problema
Educação Infantil Falta de vagas - Educação Infantil 0 a 3 anos
Requisitar vagas junto ao Departamento de Educação.
46
Ensino Fundamental Evasão Escolar Indisciplina
- Orientação, apoio e acompanhamento junto ao adolescente e família. - Palestras preventivas
Ensino Médio Mudança de horário por motivo trabalho
Solicitar a troca de horário junto a escola baseado em documentos.
III - Ações oferecidas pelo Conselho Tutelar
Programas Público alvo
Encaminhamento ao CAPs e CAPi Criança, adolescente e familia
Encaminhamento a Rede Proteção
Palestras Preventivas nas Escolas e Igrejas
IV - Principais problemas gerais vividos pelo Conselho Tutelar
- O não cumprimento das famílias nas medidas aplicadas
- Acompanhamento Medidas Sócio Educativo
- Falta de referência de programas sociais comunitários
- Falta de conhecimento do Estatuto da Criança e Adolescente
Programas Complementares Educacionais
Programa de Alimentação Escolar
Alimentação e Serviço de Nutrição nas Escolas do município
Compreende-se o momento da alimentação escolar como uma atividade
cotidiana que vai além de possibilitar a saciedade alimentar, sendo uma
oportunidade de aprendizagem pessoal e social para os alunos. De um lado, envolve
a realização de escolhas, experimentações de diferentes alimentos, exercício de
47
preferências individuais, conhecimento da saciedade pessoal, e de outro, a vivência
de hábitos culturais socialmente construídos na comunidade em que se vive. Sendo
uma atividade historicamente social, a alimentação é um momento de encontro:
culturalmente nos reunimos para comer e conversar, estar com as pessoas. Assim o
refeitório escolar é um local próprio para a socialização sendo compreendido como
um ambiente educativo na escola.
Neste sentido, o momento da alimentação escolar pode representar uma
oportunidade para o desenvolvimento de intervenções pedagógicas que visem o
aprimoramento das aprendizagens, sendo um espaço rico para vivências cotidianas
relacionadas tanto à rotina escolar como para outras experiências pedagógicas
definidas no currículo.
O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), implantado em 1955,
garante, por meio da transferência de recursos financeiros, a alimentação escolar
dos alunos de toda a educação básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental,
Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos) matriculados em escolas públicas e
filantrópicas.
No tocante aos incisos VI do Art. 2º e III do Art. 3º da Resolução/CD/FNDE Nº
38, de16 de julho de 2009) do PNAE a Alimentação Escolar em Mococa é promovida
pela Prefeitura Municipal, em parceria com o Governo Estadual e Federal, que
repassam verbas específicas a este fim ao município. Atualmente, o valor repassado
pela União a estados e municípios por dia letivo para cada aluno é definido de
acordo com a etapa de ensino. O repasse é feito diretamente aos estados e
municípios, com base no censo escolar realizado no ano anterior ao do
atendimento. Além dos repasses federais e estaduais, a alimentação escolar é
subsidiada por recursos próprios municipais e outros como o Quota Salário
Educação (QSE).
O objetivo é atender as necessidades nutricionais dos alunos durante sua
permanência na escola, contribuindo para o crescimento, o desenvolvimento, a
aprendizagem e o rendimento escolar dos estudantes, bem como promover a
formação de hábitos alimentares saudáveis.
O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) tem caráter
suplementar, como prevê o artigo 208, incisos IV e VII, da Constituição Federal,
quando coloca que o dever do Estado (Esferas Governamentais: União, Estados e
Municípios) com a educação é efetivado mediante a garantia de "atendimento em
48
creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade" (inciso IV) e
"atendimento ao educando no Ensino Fundamental, através de programas
suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à
saúde" (inciso VII).
O programa é acompanhado e fiscalizado diretamente pela sociedade, por
meio dos Conselhos de Alimentação Escolar (CAEs), pelo FNDE, pelo Tribunal de
Contas da União (TCU), pela Secretaria Federal de Controle Interno (SFCI) e pelo
Ministério Público.
No município de Mococa o serviço de alimentação escolar está orientado
pelos princípios e diretrizes do PNAE levando em conta que há na atualidade,
qualidade na alimentação oferecida de forma equânime à todas as crianças, com
respeito à variedade e boa procedência dos produtos utilizados, atenção á itens que
compõem uma alimentação saudável e adequação aos hábitos alimentares que
fazem parte da cultura local.
O Setor de Nutrição Municipal é o órgão competente disponível no município
para orientar a prática de alimentação escolar- incluído a formação para o
desenvolvimento de práticas saudáveis. É perceptível a inserção contínua de
alimentos mais saudáveis para compor os cardápios escolares, estes orientados
pelo setor de nutrição. O setor conta com uma nutricionista responsável por todas as
instituições atendidas no município, sendo suas tarefas acumulativas entre a
coordenação geral das cozinheiras, elaboração dos cardápios, seleção de alimentos,
visitas às escolas até o controle físico e documental do abastecimento de alimentos.
O trabalho de orientação às cozinheiras, coordenados pela nutricionista vem
sendo realizado duas vezes ao ano em forma de cursos e palestras. No percurso de
formação de parte do grupo de cozinheiras destaca-se uma frente significativa de
intervenção no momento de alimentação escolar – derivada de assessoria
contratada pela Prefeitura Municipal de Mococa ministrada pelo Instituto Avisa lá, via
gestores escolares – e capacitação direta para cozinheiras e gestores, realizada
pelo Programa Nutrir - coordenado por empresa privada.
Além das vinte e quatro instituições escolares municipais, o programa de
alimentação é estendido às dez escolas estaduais, às duas Instituições de educação
especial – APAE e Escola Recriando – e ao Centro Instituto Educacional Olga
Raymundo Vieira Guerra, computados no Censo Escolar e, portanto, beneficiários
dos programas federais e estaduais. Outras instituições e projetos também são
49
subsidiados com a alimentação, mesmo não sendo integrantes do Censo Escolar:
Artesanato, Projeto Beija Flor, Projeto Ana Lúcia e o Lar Maria Imaculada.
Conforme determina a legislação a alimentação é oferecida a toda Educação Básica
(infantil, fundamental, médio e Educação de Jovens e Adultos). A adesão dos alunos
à alimentação escolar é cada vez maior, mesmo nas escolas onde existe cantina ou
é permitido o lanche.
As refeições são preparadas em cada escola por Cozinheiras que colocam
toda sua criatividade, esforço e sabedoria em seu dia-a-dia nas escolas. O cardápio
conta atualmente com leite, carne bovina, suína, de peixe e frango, e produtos
hortifrutigranjeiros. Além de outros produtos de excelente qualidade como macarrão,
arroz, feijão, macarrão, bolacha, etc. A qualidade dos alimentos enviados para as
escolas tem o mesmo padrão, independente se é uma escola estadual, municipal ou
conveniada.
O sistema self-service é uma realidade na maioria das escolas incentivando a
autonomia das crianças desde cedo. Também aos poucos estamos conseguindo
adequar os horários de alimentação em cada unidade de acordo com a refeição
oferecida.
Em relação aos cardápios a Resolução/CD/FNDE Nº 38, de16 de julho de
2009 aborda:
No § 3º : Os cardápios deverão ser diferenciados para cada faixa etária dos
estudantes e para os que necessitam de atenção específica, e deverão conter
alimentos variados, seguros, que respeitem a cultura, tradições e hábitos
alimentares saudáveis, contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento dos
alunos e para a melhoria do rendimento escolar.
No § 4º: Os cardápios deverão oferecer, pelo menos, três porções de frutas e
hortaliças por semana (200g/aluno/semana) nas refeições ofertadas.
No § 5º: Os cardápios deverão ser planejados antes do início do exercício
financeiro e apresentados ao Conselho de Alimentação Escolar - CAE para
sugestões acerca de ajustes necessários.
No Art. 16: Recomenda-se que, em média, a alimentação na escola tenha, no
máximo:
a) 10% (dez por cento) da energia total proveniente de açúcar simples
adicionado;
50
b) 15 a 30% (quinze a trinta por cento) da energia total proveniente de
gorduras totais;
c) 10% (dez por cento) da energia total proveniente de gordura saturada;
d) 1% (um por cento) da energia total proveniente de gordura trans;
e) 1g (um grama) de sal.
Desde o inicio deste ano (2012) a prefeitura compra também produtos da
agricultura familiar do município. A agricultura familiar foi fundada por um grupo de
produtores tendo como um dos objetivos justamente vender alimentos para a
alimentação escolar. Atualmente são fornecidos por sete agricultores os seguintes
produtos: mel, repolho, abobrinha, alface, banana orgânica, ovo e mandioca
descascada congelada. É importante salientar que este agricultor precisa possuir a
DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf), que comprova que ele é realmente um
agricultor familiar. Os preços têm como referência a tabela da CONAB (Companhia
Nacional de Abastecimento)
No caso dos produtos da agricultura familiar a compra é feita através de
Chamada Pública, e no dos outros gêneros alimentícios através do Pregão
Eletrônico. Em ambos os casos a venda é aberta a qualquer fornecedor seja ele do
município ou não, desde que este preencha os pré-requisitos necessários solicitados
no processo e desde que seu produto atenda as especificações técnicas solicitadas.
Na Chamada Pública para agricultura familiar o fornecedor local tem preferência.
Toda compra é feita respeitando a legislação vigente.
Alguns fatores que vem colaborando com a diversidade e qualidade dos
produtos utilizados na alimentação escolar, segundo o setor de Nutrição Municipal,
são o aumento do valor per capita da verba, a ampliação da alimentação para toda
Educação Básica e a ampliação de produtos e serviços voltados a esta área
específica. Por outro lado, em consonância com o inciso V (Art. 2º) e IV (Art. 3º) do
PNAE, o município utiliza, desde 2011, parte dos gêneros de hortifrutigranjeiros
produzidos em âmbito local, oriundos da agricultura familiar- fato que tanto contribui
para o abastecimento de alimentos mais frescos ás escolas como gera benefícios à
economia local.
Quanto ao Inciso VII do Art. 2º da Resolução/CD/FNDE Nº 38, de 16 de julho
de 2009do PNAE o Município possui o Conselho de Alimentação Escolar (CAE),
instituído através da Lei nº. 3143, de 21 de dezembro de 2000, como órgão
deliberativo, fiscalizador e de assessoramento e alterado em seu artigo 3.º pela Lei
51
n.º 3946, de 03 de novembro de 2009. As atividades do Conselho são praticamente
restringidas à fiscalização da documentação relacionada à alimentação via
encontros sistemáticos com comissão nomeada - coordenada pelo departamento de
educação municipal - tendo dificuldades técnicas para agir como órgão fiscalizador
junto às instituições escolares e ao setor de distribuição de alimentos.
A portaria interministerial nº1010 de 08/05/2006, que institui as diretrizes para
a promoção de uma alimentação saudável na educação básica dispõe em seu Art.
4º, (define) que os locais de produção e fornecimento devem estar adequados às
boas práticas de serviços de alimentação, conforme definidos nos regulamentos
vigentes, como forma de garantir a segurança sanitária dos alimentos e das
refeições.
Quanto ao exposto no Art. 4º da portaria 1010 / 2006 sobre locais de
alimentação, é necessário realizar um levantamento sobre as situações dos
refeitórios no município de Mococa, estabelecendo um diagnóstico mais preciso que
seja capaz de definir a realidade e suas possíveis necessidades de intervenções.
A Resolução do Conselho Federal de Nutricionistas nº 465/2010 que dispõe
sobre as Atribuições do Nutricionista traz em seus Art. 6º. e 7º. respectivamente,
obrigatoriedade do nutricionista habilitado como Responsável Técnico (RT) e outros
nutricionistas igualmente habilitados para o Quadro Técnico (QT), coordenados pelo
primeiro.
É necessário que a gestão municipal responsável pelo setor de alimentação
escolar se atente para o Art. 10º da referida resolução, que dispõe parâmetros
numéricos de referência, por entidade executora, para a educação básica:
No. De alunos No. de Nutricionistas Carga horária técnica
mínima semanal recomendada
Até 500 1 RT 30 horas
501 a 1000 1 RT + 1 QT 30 horas
1001 a 2500 1 RT + 2 QT 30 horas
2501 a 5000 1 RT + 3 QT 30 horas
Acima de 5000 1 RT + 3 QT + 1 QT a cada fração de 2500
alunos 30 horas
RT: Responsável Técnico / QT: Quadro Técnico
Fonte: Resolução da CFN nº 465/2010
52
Segundo Setor de Nutrição Municipal, algumas intervenções são necessárias:
Adequação no quadro de funcionários principalmente administrativo, pois, a
Seção está sem almoxarife e conta com uma movimentação praticamente diária e
de alto valor.
Adequação na infraestrutura física dos depósitos (armazém e câmara frigorífica)
tanto em relação a tamanho como adequação às leis sanitárias em vigor.
Adequação do veículo para entrega de alimentos às leis sanitárias em vigor
(caminhão refrigerado para entrega de carnes e de uso exclusivo para a entrega de
alimentos).
Veículos para supervisão constante das escolas.
Exames médicos periódicos e capacitação constante dos manipuladores de
alimentos.
Programa de Transporte Escolar
Número de alunos atendidos: aproximadamente 1800 alunos
Número de linhas (rotas) existentes: atualmente 36
Quilometragem/dia: aproximadamente 7.000 quilômetros
A grande extensão do município de Mococa, 854,857 km², exige a
manutenção de 36 rotas de transporte, distribuídas entre 3 concessionárias de
serviços que percorrem diariamente mais de 7.000 km para transportar alunos que
residem na zona rural.
Várias linhas tem mais de 230 km, outras rotas rodam mais de 400 km nos 3
períodos.
Em Mococa estudam crianças que residem nas divisas de municípios
vizinhos, destacando-se as próximas a Cajuru, distantes cerca de 30 km do centro
de nossa cidade.
Em 2011, o dispêndio financeiro da Prefeitura com Transporte Escolar foi de
R$ 4.328.000,00.
Para fazer frente a essas despesas o Município recebeu os repasses do
PNATE, Programa Nacional de Transporte Escolar do Governo Federal, do QSE-
Quota do Salário Educação. Também mantém convênio com o Estado para
transportar 585 alunos da Rede Estadual de Ensino, residentes na zona rural. No
53
total recebeu repasses no montante de R$ 2.956.831,00, sendo que parte dos
recursos oriundos do QSE – Quota Salário Educação, também foram utilizados no
financiamento da Alimentação Escolar .
Observa-se um grande esforço financeiro do Poder Executivo para
atendimento da contrapartida (recursos próprios) exigida para o funcionamento
regular do transporte escolar de alunos da zona rural do Mococa.
A fiscalização das empresas permissionárias demanda um grande esforço e a
natureza dos serviços implicam na avaliação de atitudes comportamentais e de
manutenção dos veículos e das estradas que são demasiadamente trabalhosas e,
por isso, nem sempre acontecem de imediato.
Informações : Luiz Antônio de Barros
Assessor financeiro Departamento de Educação
54
2 A EDUCAÇÃO INFANTIL
Diretrizes
Denomina-se Educação Infantil a primeira etapa da Educação Básica, que se
caracteriza por espaços educacionais não domésticos constituídos por
estabelecimentos educacionais públicos ou privados. Estes estabelecimentos
educam e cuidam de crianças de 0 a 5 anos de idade no período diurno, em jornada
integral ou parcial, regulados e supervisionados por órgão competente do sistema de
ensino e submetidos a controle social. (Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Infantil - MEC, 2010). Conforme assegura a LDB nº 9394/96, a Educação
Infantil tem como objetivo o pleno desenvolvimento das crianças de 0 a 5 anos,
exercendo uma ação pedagógica capaz de contribuir para o seu crescimento físico,
psicológico, intelectual e social, estabelecendo uma ação educativa complementar à
família e constituindo um direito social básico.
A Educação Infantil é um direito de toda criança e uma obrigação do Estado.
A partir da emenda constitucional nº 59 de novembro de 2009, inciso I, do Art. 208,
da Constituição Federal, a obrigatoriedade de ensino passou a vigorar para as
crianças a partir dos 4 anos de idade. Para as crianças de 0 a 3 anos, mesmo sem o
caráter obrigatório, o Poder Público tem o dever de atender sempre que a população
desejar ou necessitar. Neste sentido, é necessário distinguir entre à demanda
manifesta, ou seja, aquela derivada da procura das famílias, e à demanda potencial,
definida pelo número da população de crianças na faixa etária.
A efetiva garantia do ensino infantil é obrigação, prioritariamente, do
município, em co-responsabilidade com as demais esferas de governo - Estadual e
Federal- e por outro lado da família, que é quem deve procurar pelas matrículas.
Quanto às esferas administrativas, a União e os Estados atuam subsidiariamente,
porém necessariamente, em apoio técnico e financeiro aos Municípios, consoante o
art. 30, capítulo VI da Constituição Federal que dispõe que os municípios devem
manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de
educação infantil e de ensino fundamental. Com a inclusão da Educação Infantil no
conjunto da Educação Básica e com sua inserção como segmento integrante dos
demais segmentos de ensino que são subsidiados pelo FUNDEB (Fundo de
manutenção e desenvolvimento da educação básica de valorização dos profissionais
55
da educação) - que está em vigor desde janeiro de 2007, e se estenderá até 2020 –
foi estabelecido um importante compromisso da União com a Educação Infantil, na
medida em que aumentou para esta, em dez vezes, o volume anual dos recursos
federais - fato que está diretamente relacionado com o aumento do grau de
importância que este segmento passa a representar para o desenvolvimento da
sociedade.À medida que a ciência da criança se democratiza e que as políticas
públicas se voltam para pensar e estabelecer legalmente este segmento, a
educação infantil ganha prestígio e interesses de investimentos.
Desde o nascimento – pesquisas revelam que até mesmo durante a
gestação- tudo que se passa na vida de uma criança é capaz de influenciar seu
futuro. Se as crianças tiverem a oportunidade de serem acolhidas, se tiveram
condições de aprender através de estímulos adequados ao seu desenvolvimento
integral, suas chances de se tornar uma pessoa com auto-estima positiva, produtiva
e colaborativa será maior. As ciências que se debruçaram sobre a criança nos
últimos cinquenta anos, investigando como se processa o seu desenvolvimento,
coincidem em afirmar a importância dos primeiros anos de vida para o
desenvolvimento e aprendizagem posteriores. Assim, considera-se, que a educação
infantil terá um papel cada vez maior na formação integral da pessoa, no
desenvolvimento de sua capacidade de aprendizagem e na elevação do nível de
inteligência das pessoas, mesmo porque inteligência não é somente herdada
geneticamente nem somente transmitida pelo ensino, mas construída pela criança, a
partir do nascimento, na interação social mediante a ação sobre os objetos de
conhecimento, as circunstâncias e os fatos. Avaliações variadas, realizadas em
âmbito mundial, indicam os efeitos positivos da ação educacional nos primeiros anos
de vida, em instituições específicas, quer sobre a vida acadêmica posterior, quer
sobre outros aspectos da vida social. Assim, quanto mais exposto às variadas
possibilidades de interação em contextos coletivos de qualidade, mais ampliado será
o universo cultural infantil.
A criança da educação infantil é concebida como um ser único e completo,
mas que ao mesmo tempo está em pleno desenvolvimento e crescimento, porque
assim como possui características próprias que se definem pelo nível de
desenvolvimento atual em que se encontra – constituição física, formas de agir,
pensar e sentir específicos da idade infantil – também está se transformando
permanentemente, tanto física como psicologicamente, o que a torna um ser em
56
desenvolvimento constante. Sendo assim, completa e ao mesmo tempo em
transformação, a criança é capaz de interagir e aprender no meio natural, social e
cultural desde bebê, sendo a família e a escola instâncias sociais que podem
potencializar esta interação.
A existência da possibilidade de acesso e o conhecimento dos benefícios da
freqüência a uma escola de educação infantil de qualidade induzem um número
cada vez maior de famílias a demandar uma vaga para seus filhos. Assim, a própria
oferta se torna motivadora da procura, sempre tendo em vista o cuidado na
qualidade do atendimento, levando em conta que só esta o justifica e produz
resultados positivos. Nesse sentido, pensando no desenvolvimento educacional do
município, cabe-nos focar a demanda potencial na universalização do atendimento
infantil – baseando-nos nos termos das metas nacionais por outro lado estabelecer
metas locais capazes de impulsionar o desenvolvimento municipal. O oferecimento
do tempo de aula atenderá tanto aos dispositivos legais que orientam o tempo de
atendimento para a faixa etária como ao interesse da comunidade local.
Tendo em vista que não basta atender toda a população da faixa- etária, mas,
além disso, primar pela qualidade do atendimento, a adequação da estrutura física
das escolas deve levar em conta os indicadores de qualidade definidos pelo
Ministério da Educação, salvaguardando as especificidades locais. Os Parâmetros
de qualidade para a Educação Infantil e os Parâmetros Básicos de Infraestrutura
para Instituições de Educação Infantil desenvolvidos pelo Ministério em 2008
definem as orientações para construções e/ou reformas nas instituições, levando em
conta as necessidades de saúde, alimentação, proteção, descanso, interação,
conforto, higiene e aconchego das crianças, dentro de uma perspectiva funcional e
estética que leve em conta a adequação aos parâmetros ambientais e aos relativos
ao atendimento dos portadores de necessidades especiais.
Nos subsídios para Credenciamento e Funcionamento de Instituições de
Educação Infantil (Brasil, 1988) a organização dos ambientes é vista como
importante para o desenvolvimento das crianças e adultos que nelas convivem,
sendo o uso que ambos fazem desses espaços uma variável para a qualificação do
trabalho, levando em conta que neste sentido, o espaço físico expressa a prática
pedagógica adotada.
No Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil – RCNEI -(Brasil,
1999), o ambiente físico é expresso como uma variável do serviço educacional
57
prestado, devendo ser arranjado de acordo com as necessidades e as
características dos grupos de criança, levando em conta a cultura da infância e os
diversos projetos e atividades que estão sendo desenvolvidos.
A atenção a adequação das estruturas físicas para o atendimento de
portadores de necessidades especiais está prevista na legislação (Lei 10.098/ 2000),
sendo, portanto, obrigatoriedade dos órgãos públicos que planejam as instalações
escolares. A organização curricular e pedagógica deve, por lei, levar em conta a
acessibilidade de espaços, materiais, objetos, brinquedos e instruções para as
crianças com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas
habilidades/ superdotação.
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil - MEC, 2010,
tem como eixos norteadores a Interação e a brincadeira citando que a proposta
pedagógica para este segmento deve respeitar as especificidades etárias, sem
antecipação de conteúdos que serão trabalhados no ensino fundamental. Apesar do
brincar ser a principal forma de linguagem da criança, sendo sua principal via de
acesso para interagir, explorar o mundo, apropriar-se de diferentes papéis criando e
recriando situações cotidianas diversas e exercitando aspectos da realidade para
compreender e significar o mundo adulto, os currículos da educação infantil,
historicamente, despenderam atenção insuficiente ao brincar como conteúdo de
ensino, portanto, como objeto que demanda planejamento, ação e reflexão, de outro
lado, reproduzindo a escola fundamental, enfatizando a alfabetização e números,
limitando a função da educação infantil como uma etapa potencializadora do brincar.
A intervenção intencional a partir das observações das brincadeiras das crianças, e
o oferecimento de material adequado, assim como um espaço estruturado para
brincar, amplia o enriquecimento da imaginação, criação e organização do
pensamento infantil. As propostas curriculares de educação infantil demandam um
currículo que atente e sustente a função do brincar, tanto teórica como
operacionalmente tornando-se um desafio para as instituições atuais.
Diagnóstico
A Educação Infantil que compreende desde 2006, o atendimento de crianças
na faixa etária de 0 a 5 anos (de acordo com resolução nº, 1.274, de 6 de fevereiro
de 2006), tem apresentado um vertiginoso crescimento em nível mundial derivado
58
dos desafios impostos pelas mudanças nos setores produtivos, que requerem de
forma crescente, o nível de participação das mulheres. Esse fato que se justifica,
não só pelas lutas em prol da emancipação feminina desencadeadas pelas
reivindicações de segmentos organizados da sociedade pelo reconhecimento de sua
cidadania, mas também e, principalmente, pela crescente necessidade de ampliação
da renda familiar, num contexto social marcado pela exclusão e altos índices de
desemprego.
Associam-se a esse redimensionamento do papel social feminino, os avanços
nas produções acadêmicas através da divulgação das mais diversas concepções
acerca da educação nessa faixa de idade, explicitando uma visão de criança como
um cidadão de direitos, com especificidades próprias, decorrentes do nível de
desenvolvimento que a faixa etária compreende. Ainda, somado às novas
abordagens sobre a infância, a ampliação da consciência social que permite
perceber a Educação Infantil como um direito constitutivo de todo ser humano, vem
gerando movimentos significativos em prol da democratização da oferta deste
segmento de ensino. Nessa direção, merece destaque as lutas sociais presentes na
recente história brasileira pela garantia de atendimento institucional dessa faixa
etária, impondo às instâncias governamentais, a tarefa de proporcionar o acesso
infantil com as devidas condições ao atendimento de crianças de 0 a 5 anos.
A Educação Infantil de Mococa assemelha-se com a nacional quanto ao
percurso histórico, quando se analisa o caminho percorrido entre a visão
assistencialista e recreativa dos primeiros tempos até a perspectiva educativa da
atualidade.
Em 2011 Mococa conta com 24 instituições de Educação Infantil, sendo 05
particulares e 19 municipais, entre estas, 02 fundamentais rurais que possuem salas
de Educação Infantil atendendo um total de 2934 alunos, o que corresponde á
43.3% de atendimento de crianças de 0 a 3 anos e 96.86% da população entre 4 e 5
anos(ver tabela 02).
59
Tabela 1 - Números Instituições de Educação Infantil de Mococa
Número de
Instituições
Educação Infantil
Particulares Municipais Total
05*
Urbanas Rurais 24
17 02
Número de alunos
Atendidos em 2011 478 2456 2934
* Incluindo a Instituição privada filantrópica Olga Raymundo Vieira Guerra, conveniada á Prefeitura
Municipal de Mococa
Fontes: SEADE e Educacenso
Tabela 2 - Taxa de Atendimento Educação Infantil
0 a 3 anos 4 e 5 anos
Ano
Esfera 2008 2009 2010 2011 2008* 2009 2010 2011
Municipal
População 3313 3222 3128 3131 2626 1675 1624 1627
Matrículas 648 876 928 1078 2169 1433 1423 1378
Taxa de
atendimento 19.55% 27.13% 29.66% 34.42% 82.59% 85.5% 87.62% 84.69%
Particular
População 3313 3222 3128 3131 2626 1675 1624 1627
Matrículas 264 265 266 280 245 229 222 198
Taxa de
atendimento 7.96% 8.22% 8.5% 8.94% 9.32% 13.67% 13.66% 12.16%
Total
População 3313 3222 3128 3131 2626 1675 1624 1627
Matrículas 912 1141 1194 1358 2414 1662 1645 1576
Taxa de
atendimento 27.5% 35.41% 38.17% 43.37% 91.92% 99.2% 101.29% 96.86%
* População de 4 a 6 anos pois, pré-escola atendia esta faixa etária.
Fonte:http://portal.inep.gov.br/basica-censo-escolar-matricula
http://www.seade.gov.br (população)
Na especificidade do município de Mococa, o atendimento de crianças de 0 a
3 anos no período entre 2008 e 2011 teve um crescimento de 15.87%, sobretudo na
Esfera Municipal. As razões para tal expansão estão relacionadas em primeiro lugar
ao fato do número da população da faixa-etária ter sofrido uma queda de 5.49%
neste período, impactando diretamente no aumento da taxa de atendimento. Com o
número de crianças sendo paulatinamente reduzido no período citado, as matrículas
puderam ter relativa expansão. Mas o fator preponderante que contribuiu para o
crescimento da oferta de matrículas está diretamente relacionado aos investimentos
municipais no segmento referentes á abertura de classes, sobretudo na esfera
60
municipal. Entre 2010 e 2011 foram abertas duas instituições de ensino para esta
faixa-etária, além da abertura de classes de crianças de 3 anos em escolas que
atendiam exclusivamente crianças de 4 e 5 anos, fato que também está diretamente
relacionado com a migração para o ensino fundamental das crianças de seis anos
das referidas escolas.
Embora tenha havido expansão de ofertas de matrícula relacionadas à
abertura de novas salas de aula, a transformação de atendimento de período
integral para atendimento em turnos manhã e tarde foi um fator preponderante nesta
questão. Esta ressalva deve ganhar atenção quando relacionamos a ampliação da
oferta de matrículas de 0 a 3 anos com o crescimento da inserção profissional
feminina, visto que, na maioria dos casos as mães necessitam de uma escola de
período integral para deixar os filhos enquanto trabalham. Sobre a jornada de
atendimento na Educação Infantil, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Infantil, (MEC 2010) referem-se aos turnos parciais, jornada de no mínimo
04 horas e integral, com tempo igual ou superior a 07 horas diárias.
Apesar do crescimento significativo na oferta de matrículas, o atendimento
das crianças de 0 a 3 anos em relação à taxa populacional desta faixa etária
computou 43,3% em 2011, tendo um déficit de atendimento de 56,7% da população
de 0 a 3 anos . Estes números revelam o déficit potencial de atendimento, pois
incluem todas as crianças da faixa etária do município, mesmo aquelas cujas
famílias não se interessam por vagas imediatas. É necessário conhecer o déficit
real, ou seja, aquele representativo da demanda por vagas, que configuram lista de
espera por matrículas nas instituições. estabelecendo normas, procedimentos e
prazos para definição de mecanismos de consulta pública da demanda das famílias
por creches.
No município de Mococa a taxa de atendimento de crianças de 04 e 05 anos
em 2011 corresponde a 96,86% da população, estando com um déficit 3.14% em
relação a universalização e obrigatoriedade de ensino para esta faixa-etária,
expressa na Constituição Federal. O índice de atendimento foi ampliado em 4.94%
entre 2008 e 2011 principalmente com a instituição do ensino fundamental de nove
anos, fato que desencadeou uma migração significativa de crianças do segmento
infantil para o fundamental, abrindo matrículas para atendimento da população
excedente de 04 a 05 anos, que configurava nas listas de espera por vagas nas
unidades escolares. É importante ressaltar que ao contrario do que ocorre no
61
atendimento de crianças de 0 a 3 anos, o déficit de 3.14% das crianças de 04 e 05
anos não está relacionado à falta de vagas para esta faixa etária no município, pois
há vagas disponíveis nas instituições. O fato ocorre por falta de procura das próprias
famílias, o que gera uma questão a ser analisada mais profundamente, buscando
encontrar suas razões e promovendo a busca ativa de crianças em idade
correspondente, em parceria com órgãos públicos de assistência social, saúde e
proteção á infância.
Outro dado relevante, sobretudo na esfera municipal no atendimento de
crianças de 4 e 5 anos, foi a abertura de vagas de crianças de 3 anos nos
estabelecimentos de ensino que atendiam exclusivamente a faixa etária de 4 e 5
anos, fato que também está relacionado com a migração das crianças de 6 anos
para o Ensino Fundamental - e consequente possibilidade de atendimento de
crianças menores, que compreendiam parte da lista de demanda de vagas. É
importante ressaltar, que ampliar o atendimento de crianças menores em instituições
que antes não as atendiam gera uma necessidade de adequação do ambiente e
rotina destas instituições para que inclusão de crianças menores seja
qualitativamente efetiva.
Na esfera municipal diagnosticou-se, sobretudo nos últimos cinco anos, a
presença expressiva de estagiários presentes em salas de aula de crianças de 0 a 3
anos exercendo funções específicas de funcionário público – o professor auxiliar, de
acordo com a da Lei 3948/2009. No dia-dia das escolas, o estagiário assume
funções que vão além de observação e exercício inicial da profissão do professor,
sendo inserido diretamente no campo de trabalho, em substituição a um dos
professores responsável pela classe. Neste sentido, observada sua
indispensabilidade, a função exercida hoje pelo estagiário exige revisão tanto no
sentido das características de um estágio como no sentido de atitude administrativa
frente á contratação de funcionário público específico á função.
A qualidade do atendimento em educação infantil está também relacionada ao
quadro de funcionários que compreendem a equipe de apoio. É importante salientar
a necessária baixa rotatividade quando se quer uma formação educativa e um nível
de participação efetiva deste segmento no interior das instituições escolares, de
acordo com as publicações mais recentes em torno do papel que estes funcionários
exercem no interior das escolas. Na esfera municipal, o quadro de funcionários
efetivos é sempre defasado à necessidade real, o que gera riscos à efetivação da
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qualidade da prestação de serviços. Outra questão que envolve a qualidade de
atendimento e o quadro de funcionários da esfera infantil municipal está relacionada
com a insuficiente condição de supervisão das crianças que residem na zona rural e
que estudam em escolas urbanas. Devido à logística do transporte os alunos
chegam com muita antecedência e saem muito após o horário das aulas, sendo
necessário o destaque de funcionários - quase sempre insuficientes – para esta
função específica. Além disso, há que se levar em conta o tempo que antecede e
precede as aulas, estabelecendo um planejamento para que seja mais bem
organizado, evitando uma simples espera por parte dos alunos. Há que se levar em
conta que a existência de coordenadores pedagógicos, especialistas que exercem
funções de orientação pedagógica nas escolas infantis desde 2009, assim como no
caso dos diretores escolares, necessita de regulamentação, já que não há, no
âmbito municipal legislação vigente que sustente estas funções imprescindíveis para
o funcionamento escolar geral. Até essa data a coordenação pedagógica era
responsabilidade do diretor escolar, que acumulava funções de gestão e
coordenação.
Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, (MEC
2010), o currículo é um conjunto de práticas que buscam articular as experiências e
os saberes das crianças com os conhecimentos do patrimônio cultural, artístico,
ambiental, científico e tecnológico, e modo a promover o desenvolvimento integral
das crianças. Os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (MEC,
2000) são os principais documentos curriculares utilizados na Educação Infantil no
município, focando os Âmbitos Conhecimento de Mundo – representado pelo acesso
aos diferentes aspectos da cultura acumulada – e Formação Pessoal e Social –
abrangendo as experiências que favorecem a construção do sujeito, ou seja, o
desenvolvimento da natureza global e afetiva das crianças, seus esquemas
simbólicos de interação com os outros e com o meio, assim como a relação consigo
mesmas. As especificidades curriculares e as propostas pedagógicas das diferentes
esferas - municipal e particular - são delineadas a partir do trabalho desenvolvido
junto aos projetos de formação de professores e projetos políticos e pedagógicos
desenvolvidos nas escolas, com as particularidades de cada esfera de atendimento.
As particularidades das esferas municipal e privada quanto ao processo de
avaliação no segmento infantil de Mococa estão presentes na maneira como cada
uma utiliza os instrumentos de avaliação. Em linhas gerais, possuem procedimentos
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para acompanhamento do trabalho pedagógico e para avaliação do
desenvolvimento das crianças, sem objetivo de eleição, promoção ou classificação,
garantindo a observação crítica e criativa das atividades, das brincadeiras e
interações das crianças no cotidiano, utilizando múltiplos registros realizados por
adultos e crianças, que possibilitam a organização de documentação específica que
permite às famílias conhecer o trabalho da instituição junto às crianças e os
processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança na Educação Infantil. Em
particular na esfera municipal, estas diretrizes estão presentes no artigo 75 da lei
municipal 3948, normatizando a avaliação no segmento.
Meta Estratégias Ações
Meta 1 Universalizar, até 2014, o atendimento escolar da população de quatro e cinco anos, e ampliar a oferta de educação infantil de forma a atender no mínimo, aos seguintes percentuais da população de até três anos*: 60 % até o quinto ano de vigência deste PNE e 75% dessa população até o último ano.
1- Definir, em regime de colaboração entre a União e Estado, metas de expansão das respectivas redes públicas de educação infantil segundo padrão nacional de qualidade compatível com as peculiaridades locais. 2- Realizar periodicamente levantamento da demanda de Educação Infantil para a população de até três anos, como forma de planejar a oferta e verificar o atendimento da demanda manifesta. 3- Estabelecer normas, procedimentos e prazos para definição de mecanismos de consulta pública da demanda das famílias por classes de 0 a 3 anos 4- Assegurar o atendimento das populações do campo, na educação infantil, por meio do redimensionamento da distribuição territorial da oferta, principalmente a faixa etária de 4 e 5 anos limitando a nucleação de escolas e o deslocamento das crianças, de forma a atender às especificidades dessas comunidades, garantida consulta prévia e informada. 5- Implementar, em caráter complementar, programas de orientação e apoio às famílias, por meio da articulação das áreas da educação, saúde e assistência
1. Realizar campanha de matrícula, nas diferentes mídias, junto á comunidade para garantir a universalização das crianças de 4 e 5 anos e ampliação do atendimento da crianças de 0 a 3 anos 2. Abrir classes para o atendimento de crianças de 0 a 3 anos de acordo com a meta pretendida. 3. Realizar pesquisa junto á comunidade de pais sobre o interesse por período integral ou turnos manhã/ tarde para o atendimento de crianças de 0 a 03 anos. 4. Organizar o período de atendimento (em turnos e integral) das escolas de acordo com o diagnóstico realizado 5. Estabelecer lista geral de inscrição municipal atualizada para o levantamento da demanda por classes de 0 a 3 anos para a população de até três anos, levando em conta a proximidade dos endereços. 6. Estabelecer mecanismos de consulta pública da população da demanda das famílias por classes de 0 a 3 anos 7. Assegurar a preservação e manutenção da estrutura dos núcleos rurais existentes que atendem a educação infantil.
64
social, com foco no desenvolvimento integral das crianças de até três anos de idade. 6- Fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso e da permanência das crianças na educação infantil, em especial dos beneficiários de programas de transferência de renda, em colaboração com as famílias e com órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância. 7- Promover a busca ativa de crianças em idade correspondente à educação infantil, em parceria com órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância, preservando o direito de opção da família em relação às crianças de até três anos.
8. Viabilizar o transporte escolar, através de uma logística eficaz, capaz de assegurar a permanência da criança da zona rural desta faixa etária na escola mais próxima de sua residência. 9. Realizar a fiscalização e manutenção correta dos veículos bem como dos serviços prestados para transporte escolar, quando estes forem terceirizados. 10. Estabelecer parcerias com órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância para o desenvolvimento de projetos para apoio ás instituições escolares no trabalho com orientação às famílias, com vistas ao desenvolvimento e integral do aluno. 11. Criar mecanismos de incentivo á matrícula, monitoramento e controle da frequência das crianças a escola em parceria com órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância.
Meta 2 Oferecer educação em tempo integral para vinte e cinco por cento dos alunos das escolas de educação infantil em 10 anos.
1.Ampliar, progressivamente, a jornada escolar, mediante oferta de ensino infantil público em tempo integral, por meio de atividades de acompanhamento pedagógico e interdisciplinares, de forma que o tempo de permanência de crianças na escola passe a ser igual ou superior a sete horas diárias durante todo o ano letivo, inclusive as escolas do campo considerando-se as peculiaridades locais. 2. Oferecer atividades extracurriculares de incentivo aos estudantes e de estímulo a habilidades. 3. Promover a articulação da escola com diferentes espaços educativos, culturais e esportivos, e equipamentos públicos como centros comunitários, bibliotecas, praças, museus, parques e outros. 4. Aderir aos programas nacionais de ampliação e reestruturação
1. Remanejar a demanda de matrículas para organizar o atendimento integral pretendido. 2. Estabelecer convênios e parcerias com projetos estaduais e federais para o atendimento integral. 3. Realizar um levantamento das possíveis parcerias entre a escola e os espaços educativos – organizações variadas - existentes no município para planejamento das atividades a serem incluídas na matriz curricular das escolas de educação de tempo integral. 4. Elaborar um cronograma de atividades extra-curriculares que contemplem a proposta curricular vigente 5. Prever no orçamento financeiro anual, recursos necessários para que as atividades planejadas sejam desenvolvidas.
65
das escolas públicas, por meio de instalação de quadras poliesportivas, laboratórios, espaços de atividades culturais entre outros.
Meta 3 Manter e aprofundar, em regime de colaboração e respeitadas às normas de acessibilidade, programa de construção e reestruturação de escolas visando à expansão e à melhoria da rede física de escolas de educação infantil Para 50% das escolas nos 5 primeiros anos e 100% para os últimos dez anos deste plano.
1. Preservar as especificidades da educação infantil na organização das redes escolares, garantindo o atendimento da criança de até cinco anos em estabelecimentos que atendam a parâmetros nacionais de qualidade e acessibilidade. 2. Assegurar o estabelecimento de parâmetros para avaliação das estruturas físicas e da situação de acessibilidade das instituições escolares com base em parâmetros nacionais de qualidade 3. Implantar, até o segundo ano de vigência deste PME, avaliação periódica da educação infantil, com base em parâmetros nacionais de qualidade, a fim de aferir a infraestrutura física. 4. Promover avaliações periódicas de acordo com os parâmetros utilizando-as como pontos de referência para ações. 5. Estabelecer normas que regulamentem a participação de membros da comunidade escolar na análise de projetos de construção de novas escolas e/ou vistorias de reformas, construção e ampliação de unidades escolares. 6. A partir da implantação deste plano somente autorizar a construção e funcionamento de escolas de ensino fundamental que atendam os requisitos de infraestrutura definidos.
1. Realizar junto a órgãos competentes e representantes da comunidade educacional o levantamento de orientações necessárias à adequação da rede física (construção, reestruturação) para o atendimento de crianças de 0 a 5 anos, elaborando um planejamento das adequações a serem realizadas conforme parâmetros nacionais de qualidade e acessibilidade, somente autorizando o funcionamento segundo padrões e qualidade estabelecidos. 2. Adequar estrutura física das Instituições escolares infantis conforme planejamento 3. Elaborar e divulgar parâmetros de avaliação 4. Realizar avaliações em parcerias com as instituições escolares para aferir suas necessidades reais de acordo com os parâmetros
Meta 4 No período de 01 ano a partir deste plano definir as diretrizes administrativas para adequação do quadro de funcionários da
1. Revisar/ elaborar políticas de ampliação/ adequação da equipe de profissionais para atender a demanda das instituições escolares. 2. Contratar profissionais habilitados e qualificados, de acordo com a função a ser exercida, em número suficiente,
1. Adequar o quadro de funcionários da equipe de apoio conforme demanda. 2. Adequar a relação número professor/ criança para o atendimento de crianças de 0 a 3 anos conforme legislação.
3. Incentivar e autorizar a
66
educação infantil.
para atuarem no ensino infantil, no diversos espaços/ambientes escolares, visando á qualificação do ensino. 3. Revisar elaborar legislação para adequação á demanda
participação dos professores bem como dos demais profissionais que atuam nas escolas de ensino infantil, em congressos, simpósios, encontros, cursos e outros eventos relacionados à educação. 4. Adequar a legislação municipal existente para que seja atendidas as reais necessidades das Unidades escolares em relação ao número de professores/aluno/área de conhecimento bem como, o número de profissionais do grupo de apoio. 5. Discutir e efetivar meios de aperfeiçoamento e de formação continuada, em serviço, aos profissionais da educação, reservando em sua carga horária, tempo suficiente para estudos, planejamento e avaliação da proposta pedagógica em execução e outras oportunidades de melhoria da prática docente. 6. Estabelecer na Rede Municipal de Ensino uma política pública para casos de substituições de professores. 7. Assegurar que todas as contratações temporárias de docentes, feita a partir da validade deste Plano, estejam rigorosamente dentro das exigências legais 8. Regularizar legislação e adequação do quadro de direção e coordenação escolar conforme, assegurando a presença da coordenação diretamente na escola. 9. Intervir junto á secretaria da saúde municipal e a outros órgãos públicos para a ampliação do número de profissionais como psicólogos, fonoaudiólogos, neurologistas, psiquiatras infantis para o atendimento dos encaminhamentos feitos pelas escolas;
10. Estabelecer parcerias com á secretaria da saúde municipal e outros órgãos públicos que atendem os alunos para a comunicação e acompanhamento dos atendimentos.
67
Meta 5 Garantir, no prazo de três anos a partir da implantação deste plano, a adequação das escolas em funcionamento aos padrões mínimos em conformidade com a legislação, material, equipamentos, espaços para esporte, recreação, biblioteca, informática e equipamentos multimídia, assegurando a melhoria da qualidade de ensino.
1. Promover a adequação dos equipamentos necessários ao funcionamento geral das instituições.
1. Adquirir e/ou recuperar equipamentos necessários para o funcionamento geral das instituições. 2. Prover equipamentos e recursos tecnológicos digitais para a utilização pedagógica no ambiente escolar a todas as escolas da Rede Pública de Ensino. 3. Universalizar o acesso à rede de computadores em banda larga de alta velocidade e aumentar a relação computadores/estudantes nas escolas da rede pública de ensino infantil, promovendo a utilização pedagógica das tecnologias da informação e da comunicação.
Meta 6 No período de dois anos a partir deste plano definir as diretrizes pedagógicas e administrativas em consonância com as orientações do MEC e com assessoria de especialistas da área da educação infantil, com a participação dos professores, diretores e coordenadores para toda a educação infantil.
1. Fortalecer uma concepção de currículo para a educação infantil que potencialize as interações, a brincadeira e a integração dos conteúdos e experiências historicamente construídos. 2. Promover a formação continuada dos profissionais da educação infantil em sua área de atuação.
1. Revisar currículo da Educação infantil levando em conta a potencialização das interações e brincadeiras e integração dos conteúdos e experiências com a participação dos profissionais da educação infantil e assessoria de especialistas em educação infantil. 2. Estabelecer formação continuada dos professores pertinente a potencialização das interações e brincadeiras e integração dos conteúdos e experiências com a participação dos profissionais da educação infantil e assessoria de especialistas. 3. Garantir a todos formação continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações das redes de ensino, inclusive na elaboração do PPP. 4. Promover estudos, debates, simpósios considerando as orientações das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil – MEC 2010 e Publicações Adjacentes 5. Revisar continuamente o currículo da educação infantil.
68
3 ENSINO FUNDAMENTAL
Ensino Fundamental no Brasil
O Ensino fundamental é uma das etapas que compreendem a Educação
Básica. A partir da Lei Federal n.º 11.274, de 06 de fevereiro de 2006, passou a ter
duração de nove anos, sendo obrigatório para todas as crianças com idade entre 06
e 14 anos. A obrigatoriedade da matrícula nessa faixa etária implica na
responsabilidade conjunta: dos pais ou responsáveis pela matrícula dos filhos; do
Estado pela garantia de vagas nas escolas públicas; da sociedade, por fazer valer a
própria obrigatoriedade. A organização do Ensino Fundamental divide-o, na prática,
em dois ciclos. O primeiro que corresponde aos primeiros cinco anos (chamados
anos iniciais do Ensino Fundamental) é desenvolvido, na grande maioria dos casos,
em classes com um único ou dois professores regentes. O segundo ciclo
corresponde aos anos finais, nos quais o trabalho pedagógico é desenvolvido por
uma equipe de professores especialistas em diferentes disciplinas.
Em 2007 o antigo programa de financiamento federal do Ensino Fundamental,
o FUNDEF (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Fundamental e
de Valorização dos Profissionais da Educação) foi substituído pelo FUNDEB - Fundo
de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação que se estenderá até 2020. Com o FUNDEB, toda a
Educação Básica – Ensino Infantil, Fundamental e Médio - passou a ser beneficiada
com recursos federais. A partir de negociação entre os entes federados foi fixado um
fundo com 20% dos impostos vinculados, sendo 60% para pagamento dos
profissionais do magistério da Educação Básica. Os fatores de ponderação para
cálculo do valor aluno-ano por nível, modalidade e tipo de estabelecimento de
ensino determinam os recursos que Estados e Municípios recebem do FUNDEB.
Segundo o INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais),
em 2010, no Ensino Fundamental foram matriculados 31 milhões de alunos, sendo
16,7 milhões nos anos iniciais e 14,2 milhões nos anos finais. A participação das
redes municipais corresponde a 54,6% das matrículas, cabendo às redes estaduais
32,6%, enquanto as escolas privadas atendem 12,7%, restando à rede federal 0,1%
do atendimento nessa etapa de ensino.
69
Mesmo existindo a obrigatoriedade do Ensino Fundamental, o Censo
brasileiro 2010 divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
apontou que o país ainda tem 9,6% da população com 10 ou mais anos analfabeta.
Apesar da queda de quatro pontos percentuais - no Censo de 2000, o índice era de
13,6% - quase 14 milhões de brasileiros ainda não sabem ler nem escrever. Os fatos
revelam uma realidade relativamente distante dos ideais expressos na LDB (Lei de
Diretrizes e Bases), já que em seu artigo 32, o Ensino Fundamental além de
obrigatório e gratuito à toda população, deve garantir o desenvolvimento da
capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da
escrita e do cálculo.
A Constituição Federal Brasileira estabelece a educação como direito de
todos e dever do Estado. Declara como princípios do ensino não só a igualdade de
condições de acesso e permanência, mas a correspondente obrigação de oferta de
educação com um padrão de qualidade. Todos têm o direito a cursar uma escola
que possua condições de funcionamento adequadas e competência educacional, em
termos de equipe de funcionários, materiais, recursos financeiros e projeto político e
pedagógico. Tal projeto deve ser pertinente às diretrizes nacionais, mas também
integrar a realidade e necessidades locais. Por essa razão, a gratuidade e
universalidade do ensino público deve ser entendida não somente como a matrícula
“potencial”– os números de matrículas divulgados - mas como a tradução da
garantia das condições plenas que permitam a todos os alunos a sua frequência
regular – e permanência até conclusão do período escolar.
Levando em conta estas questões a tarefa de universalizar o Ensino
Fundamental não passará somente pelas vias numéricas, mas, sobretudo, pela
análise das condições em que o sistema escolar se sustentará para alcançar com
qualidade, os objetivos educacionais idealizados na legislação vigente.
Ensino Fundamental de 09 Anos
Os indicadores nacionais evidenciaram que das “crianças em idade escolar,
3,6 % ainda não estão matriculadas. Entre aquelas que estão na escola, 21,7%
estão repetindo a mesma série e apenas 51% concluirão o Ensino Fundamental,
fazendo-os em 10,2 anos em média.”* (MEC/INEP/Censo 2002/ MEC – Ensino
Fundamental de Nove Anos – Orientações Gerais). Considerando estes dados o
70
governo federal ampliou o Ensino Fundamental para nove anos, com objetivo de
assegurar o acesso e permanência das crianças na escola, elaborando diretrizes
que promovam com qualidade o processo de ensino dos alunos na faixa etária dos
06 aos 14 anos.
Ao propor esta ampliação o Ministério da Educação buscou cumprir o
dispositivo legal da lei n.º 9.394/96, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e
uma das metas estabelecidas no Plano Nacional de Educação (PNE), na
perspectiva de assegurar às crianças de 06 (seis) anos, que sem distinção de
classe, tenham acesso à escola e sua matrícula garantida.
Em 2011 a população de Mococa de 06 anos era de 844 crianças (Fonte:
www.seade.gov.br). Segundo os dados do censo escolar neste ano foram atendidos
670 alunos na Rede Municipal e 167 na Rede Privada, totalizando um atendimento
de 837 alunos na faixa etária de 6 anos. Observa-se que a Rede Municipal é
responsável por 80% deste atendimento e deste cerca de 47% ou seja, 301 alunos
em classes mantidas nas Unidades de Educação Infantil. A Rede estadual passou a
oferecer o 1.º ano a partir de 2012.
Em função da implantação do Ensino Fundamental de 09 (nove) anos a partir
do ano de 2010, de acordo com a Lei Federal nº 11.274 de 6 de dezembro de 2006,
o Sistema Municipal de Ensino do Município de Mococa teve que ser reestruturado e
regulamentado através da Lei 3.948, de 16 de novembro de 2009.
Considerando o documento Ensino Fundamental de nove anos – Orientações
Gerais (MEC, Brasília, 2004) é questão essencial reorganizar a escola que inclui as
crianças de seis anos no Ensino Fundamental, necessitando para isso, repensar a
sua estrutura, ambientes, espaços de forma que as crianças se sintam inseridas e
acolhidas num ambiente prazeroso e propício à aprendizagem. Assim, há
necessidade de maior investimento quanto aos espaços físicos das escolas que
receberam alunos de seis anos, sobretudo as áreas livres. É necessário assegurar
que a transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental ocorra da forma
mais natural possível, não provocando nas crianças rupturas e impactos negativos
no seu processo de escolarização e não transformando esse novo ano em mais um
ano escolar, com as características e a natureza da antiga primeira série.
Desde 2009 quando a Rede Municipal adotou o Ensino Fundamental de 09
(nove) anos algumas classes foram mantidas em escolas de Educação Infantil,
embora este montante já tenha sofrido uma queda considerável nestes últimos 3
71
anos. Algumas escolas de Ensino Fundamental tiveram que se adequar para
receber as crianças de 06 (seis) anos. Entre os investimentos realizados podemos
destacar a compra de equipamentos e materiais pedagógicos e didáticos adequados
à faixa etária, organização de uma matriz curricular, elaboração de uma rotina como
referência para todas as classes de 06 anos e um grande investimento em
capacitação dos profissionais responsáveis por este segmento.
Apesar dos investimentos é preciso atenção constante quanto a permanência
de alunos de 06 anos em Escolas Fundamentais já que, crianças menores
necessitam de espaços e organização temporal pertinente ao nível de
desenvolvimento em que se encontram. O estabelecimento de carga horária de 04
horas, comum às classes de 06 anos que permaneceram nas escolas de Educação
Infantil precisa ser revisto e adequado a carga horária do Ensino Fundamental, que
corresponde a 5 horas diárias. Espaços como parques, pátios livres, disponibilização
de brinquedos e tempo para brincar são aspectos importantes ao se pensar no
atendimento de crianças menores.
O Ensino Fundamental de Mococa
É numa conjuntura marcada por forte mobilização social e política que o
Ensino Fundamental se inscreve nos próprios dispositivos legais como prioridade
maior da Educação Brasileira, cuja responsabilidade ficou a cargo dos municípios
que poderão oferecê-lo em regime de colaboração com o Estado. Ressalte-se que a
Constituição Federal (CF) de 1988, em seu art. 208, inciso I declara que o “acesso
ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo, e seu não oferecimento
pelo poder público ou sua oferta irregular implica responsabilidade da autoridade
competente”.
No Município de Mococa a vontade política e o compromisso social
contribuíram para o avanço das políticas educacionais, evidenciando-se uma
mudança qualitativa no atendimento das demandas do Ensino Fundamental.
Esta análise tem a comprovação na quase total universalização do acesso,
principalmente nos anos iniciais do Ensino Fundamental, bem como a adoção de
medidas que asseguram a melhoria da qualidade do ensino e a redução das
históricas perdas educacionais de abandono e de reprovação.
72
Em Mococa existem atualmente, 05 Escolas Municipais, 10 Escolas Estaduais
e 04 Escolas Particulares que oferecem o Ensino Fundamental.
A história do Ensino Fundamental Municipal de Mococa coincide com a
nucleação das Escolas do Campo. Em 1992, a Rede Municipal de Ensino contava
apenas com uma escola de Ensino Fundamental, situada na zona rural, denominada
EMPG (R) “Profª Maria Helena Scardazzi Converso onde os alunos eram atendidos
em salas multisseriadas de 1ª a 4ª séries. As demais (05) eram de responsabilidade
do Estado.
A partir de 1996, os 06 núcleos rurais (implantados a partir do Projeto de
Nucleação) passaram a ser de responsabilidade da Prefeitura Municipal de Mococa
embora, fossem vinculadas às Escolas Estaduais do município. Somente a partir de
2000 foram municipalizados.
EEPG (R) “Pedro Cunali” –Numreb Pedro Cunali
EEPG (R) Morro Azul – Maria Leite ……
EEPG (R) Boa Vista – Julieta Lima Dias
EEPG (R) Santa Eustáquia – Dona Bebé Camargo
EEPG (R) Serra – Renato Costa Lima
EMEF (R) “Prof.ª Maria Helena Scardazzi Converso”
Com o objetivo de atender a uma demanda significativa em busca de um
Ensino Fundamental Municipal e o planejamento da Municipalização, através da
portaria de 31/03/99, com base no Decreto nº 39.902/95 e Resolução SE nº 3/95 e
nº 76/95, fundamentada na Deliberação CEE – 1, de 22/03/1999 é autorizado o
funcionamento do Ensino Fundamental, junto à Escola “Professor José Barreto
Coelho”, que até então, oferecia os cursos de Ensino Técnico, Médio. A Prefeitura
Municipal de Mococa ficou responsável pelo estabelecimento do seu Regimento,
Plano de Curso e Plano Escolar adequados às instruções relativas ao cumprimento
da Lei Federal nº 9.394/96 e às normas baixadas pelo Conselho Nacional de
Educação e Conselho Estadual de Educação e à Legislação Estadual pertinente à
rede de Ensino Municipal. No mesmo ano, a EMEB “Prof.ª Maria Helena Scardazzi
Converso” começa atender a alunos dos anos finais do Ensino Fundamental.
73
Através dessa nova organização do Ensino Fundamental, houve necessidade
de ser alterada a Lei Municipal nº 2252/92 (Estatuto do Magistério), permitindo que o
inciso III do artigo 8º e 10º, fosse reestruturado, passando o Professor III a atuar não
somente em escolas de 2º grau (Ensino Médio), como também em escolas do
Ensino Fundamental de 5ª á 8ª séries.
Ainda em 1999 criou-se através do Decreto Municipal nº 3574 a EMEB “Prof.ª.
Vera Sandoval Meirelles’.
Em 2000 EMEB “Prof.º Carlindo Paroli”, escola criada pelo Governo Estadual,
passou a ser integrante da Rede Municipal de Ensino sob o decreto municipal 3.969,
passando a ter atendimento exclusivamente do Ensino Fundamental I e em 2005
criou-se a EMEB “Drª Ana Lúcia Pisani de Souza”.
Em 2010, devido à migração das pessoas da zona rural para a urbana, a
EMEB “Profª Maria Helena Scardazzi Converso”, encerrou as suas atividades nos
anos finais do Ensino Fundamental , permanecendo somente o atendimento dos
anos iniciais.
É importante destacar que a Rede Municipal de Ensino Fundamental foi
crescendo através de uma rede própria com a construção e ampliação de escolas
municipais.
As diretrizes para o Ensino Fundamental da Rede Municipal estão
estabelecidas em conformidade com a Lei n.º 3.948 de 16 de nov. de 2009, que
disciplina a organização do Sistema Municipal de Ensino e de acordo com o artigo
33 o Ensino Fundamental é a etapa da Educação Básica de escolarização
obrigatória, com duração mínima de 9 (nove) anos a partir dos 6 (seis) anos de
idade e tem por objetivo a formação básica do cidadão.
Os anos iniciais do Ensino Fundamental I passaram a ser responsabilidade do
município a partir do ano de 2000, com o processo de municipalização, o qual não
foi completo, pois várias escolas estaduais mantiveram e ainda mantêm salas de
aula que atendem este segmento de ensino.
Neste mesmo período as Escolas Estaduais do Município passaram por
mudanças em relação a oferta do Ensino Fundamental de forma que, algumas
optaram pelo atendimento dos anos iniciais e outras pelos anos finais. Considerando
esta nova organização o atendimento ficou estabelecido:
74
Unidades Escolares – Ensino Fundamental / Anos Iniciais
EE “Prof.ª Hilda Silva”
EE “Prof.ª Nancy de Rezende Zamarian”
Unidades Escolares – Ensino Fundamental / Anos Finais
EE “Barão de Monte Santo”
EE “João Cid Godoy”
EE “Prof.ª Zenaide Pereto Ribeiro Rocha”
EE “Oscar Villares”
Unidades Escolares – Ensino Fundamental anos iniciais e finais
EE “Maestro Justino Gomes”
EE “Dr. Carlos Lima Dias”
EE “Benedito Ferraz Bueno”
EE “João Moura Guimarães“
Tabela 3 - Número de matrículas no Ensino Fundamental - 2008 a 2011
ANO / ESFERA
ANOS INICIAIS 06 a 10 anos
ANOS FINAIS 11 a 14 anos
2008* 2009 2010 2011 2008 2009 2010 2011
Estadual Matrículas 1780 1737 1715 1613 3076 2957 2987 2986
Municipal Matrículas 1824 2414 2300 2211 541 477 408 404
Particular Matrículas 715 733 777 799 731 729 700 726
Total Matrículas 4319 4884 4792 4623 4348 4163 4095 4116
* Estes números não contemplam crianças de 6 anos
Fonte:http://portal.inep.gov.br/basica-censo-escolar-matricula
75
Taxa de Escolarização
A taxa de atendimento refere-se ao percentual da população em idade escolar
que frequenta a escola. A “taxa de escolarização líquida” indica o percentual da
população em determinada faixa etária, que se encontra no nível de ensino
adequado à suai idade.
Tabela 4 - Taxas de escolarização no Ensino Fundamental - 2010
Série/Anos Taxa líquida
Anos iniciais (1.º ao 5.º ano) 99,4%
Anos finais (6.º ao 9.º ano) 83,7%
Ressalta-se que, na faixa etária de 06 a 10 anos, Mococa alcançou 99,4 %,
evidenciando a quase universalização, isto é o déficit chega, a somente 0,6% nos
anos iniciais. No entanto, tal fato, não se constitui objeto de acomodação, muito pelo
contrário, é intenção do poder público zerar este déficit nos próximos anos.
Do montante de matrículas nos anos iniciais, 83% são referentes à Rede
Pública e 17% à Rede Privada. Deste montante de matrículas nos anos iniciais, a
Rede Municipal atende a 48% dos alunos entre 06 e 10 anos . A taxa da Rede
Municipal cresceu 21% entre 2008/2011 fato que, está principalmente relacionado
com a adoção do Ensino Fundamental de nove anos, o que ocasionou aumento da
totalidade de crianças nesta faixa etária, tendo em vista a inclusão das crianças de
seis anos neste segmento.
A Rede Municipal, a quem compete maior responsabilidade por este
segmento educacional, em 2011 atendeu a 2211 alunos (48%), enquanto a Rede
Estadual à 1613 alunos (35%), contribuindo a Rede Particular com 799 alunos
(17%).
Quanto ao atendimento de 11 a 14 anos, que corresponde aos anos finais do
Ensino Fundamental, o município de Mococa apresenta um índice 83,7%. Evidencia-
se um déficit de 16,3% no atendimento nos anos finais deste segmento. A Rede
Pública é responsável por 82,4% das matrículas e a Rede Privada por 17,6%. A
Rede Municipal apresentou uma queda de aproximadamente, 15%,3 na oferta de
matrículas nesta faixa etária após o fechamento dos anos finais do Ensino
Fundamental da EMEB “Prof.ª Maria Helena Scardazzi Converso”, em 2011,
76
totalizando um atendimento de 9,8% na oferta final de matrículas neste segmento. A
Rede Estadual é maior responsável pelo atendimento desta faixa etária, 72,5% das
matrículas.
Na oferta de atendimento da população escolarizável de 06 a 14 anos, no
município de Mococa, as taxas praticamente permaneceram no mesmo patamar no
período de 2008 a 2011.
Rendimento Escolar Ensino Fundamental
Tabela 5 - Taxas de Rendimento Escolar – Ensino Fundamental
Anos Iniciais - 2011
Esfera Aprovação Reprovação Abandono
Estadual 98,8% 1,1% 0,1%
Municipal 94,8% 4,7% 0,5%
Particular 97% 3% 0,0%
Total 96,6% 3,1% 0,3%
Fonte: http://portal.inep.gov.br/indicadores-educacionais
Tabela 6 - Taxas de Rendimento Escolar – Ensino Fundamental
Anos Finais – 2011
Esfera Aprovação Reprovação Abandono
Estadual 93,8% 5,1% 1,1%
Municipal 87,1% 10,4% 2,5%
Particular 97,9% 1,9% 0,2%
Total 93,9% 5,1% 1%
Fonte: http://portal.inep.gov.br/indicadores-educacionais
No que diz respeito ao sucesso escolar, a tabela acima aponta que 96,6% dos
alunos, nos anos iniciais obtiveram sucesso escolar em 2011 e nos anos finais a
taxa é ligeiramente menor, 93,9%. A Rede Municipal possui a menor taxa de
aprovação, tanto nos anos iniciais, 94,8% como nos anos finais, 87,1% revelando
uma necessidade maior de investimento para reverter esta situação. Em
77
contrapartida esses dados revelam que a reprovação, no município de Mococa,
ainda constitui um grave problema, apresentando um índice em torno de 3,1%, nos
anos iniciais e 5,1% nos anos finais.
Observa-se, especificamente na Rede Municipal, que o Ensino Fundamental
exibe uma taxa de insucesso (reprovação e abandono) escolar de 5,2% nos anos
iniciais e 12,9% nos anos finais e em relação a taxa de abandono representa 0,5% e
2,5% respectivamente, o que mostra a necessidade de uma intervenção mais forte
do governo municipal na ampliação dos índices relativos ao sucesso escolar.
Segundo atual assessoria pedagógica do Departamento de Educação (2012)
alguns apontamentos do diagnóstico acima referido, podem estar relacionados com
fatores que contribuem para estes índices de perdas educacionais e que foram
observados no início da atual gestão:
O uso do livro didático como elemento preponderante em substituição ao
currículo já existente e bem fundamentado
Falta de clareza sobre o que devia ser ensinado e aprendido em cada ano;
não havia expectativas de aprendizagem para os anos do Ensino
Fundamental;
Trabalho com a figura de um aluno “ideal” e não real;
Insuficiência de estratégias estabelecidas para alunos que apresentam
dificuldade de aprendizagem no decorrer do ano letivo; a solução sempre é a
repetência (cultura da repetência);
Culpabilização do aluno e de sua família por seu insucesso na escola; a
Instituição não assumia a aprendizagem do aluno como sua responsabilidade;
Sistema de avaliação que privilegia a classificação, a cultura da nota, a
cobrança de conteúdos memorísticos.
A existência de práticas pedagógicas firmadas em metodologias de ensino
tradicionais, predominando a vivência de práticas padronizadas no cotidiano
escolar.
O Departamento de Educação da Prefeitura Municipal de Mococa muito tem
investido para a qualidade do ensino: o Programa Ler e Escrever, a coordenação
pedagógica atuante, a formação continuada dos professores, através de capacitação
78
profissional e da elaboração dos Projetos Políticos Pedagógicos, a aquisição de
material didático, além de concentrar atenção especial na melhoria da infraestrutura,
através de recuperação e/ou ampliação das escolas.
Em outubro de 2012, o município aderiu ao Pacto Nacional para Alfabetização
na Idade Certa do Ministério da Educação cujas ações começarão a ser
desenvolvidas em 2013 e que certamente também contribuirão para a redução dos
índices de insucesso escolar
Distorção Série – Idade
Tabela 7 - Taxa de distorção idade-série no Ensino Fundamental - 2010
Segmento Dependência
Ensino Fundamental Anos iniciais
Ensino Fundamental Anos finais
Estadual 7,8% 20,7%
Municipal 10,9% 20,8%
Particular 4,2% 7,3%
Total 7,6% 16,3%
Fonte: http://portal.inep.gov.br/indicadores-educacionais
Um problema que se constata em Mococa é o da distorção série-idade, que
avalia a idade dos alunos e a série que frequentam em cada nível de ensino. Isto
implica afirmar que existem muitas crianças e adolescentes matriculadas no Ensino
Fundamental com idade acima dos 14 anos principalmente, nos anos finais.
Segundo os dados do censo escolar de 2010, nos anos iniciais do Ensino
Fundamental a maior taxa está na Rede Municipal com 10,9%, seguido da Rede
Estadual com 7,8% e por último a Rede particular com 4,2%. Ao longo do fluxo
escolar, a situação vai se agravando nos anos finais: 20,8% na Rede Municipal,
20,7% na Rede Estadual e 7,3% na Rede Particular.
Para combater estes índices, a Rede Municipal de Ensino, tenta estabelecer
desde 2009, uma correção de fluxo via atividades como a recuperação paralela que
está prevista na lei n.º 3948/2009 que dispõe sobre o Sistema Público Municipal de
Ensino de Mococa e é realizada de forma contínua, ao longo do período letivo,
corrigindo as possíveis distorções para alunos com insuficiência de aproveitamento
79
(Inciso 2º, art. 107). A recuperação paralela ocorre tanto como atividade de contra-
turno como através de um atendimento individualizado via parceria do professor de
classe com outro professor de apoio em horários específicos, dentro da própria sala
de aula. Ambas as propostas buscam oferecer oportunidade para os alunos
recuperarem o aproveitamento escolar, através de atividades adequadas às suas
necessidades.
A reclassificação de alunos, também prevista na lei n.º 3948/2009, baseada
na LDB em vigor, também é um dispositivo para correção de fluxo, pois permite que
os alunos possam ser reclassificados em série/ano mais adiantado mediante
critérios pré-definidos. (art. 123).
Em 2011, foi instituído nas Escolas Fundamentais Municipais (Anos iniciais) o
Programa Intensivo de Ciclo (PIC), com o objetivo de atender de forma mais
especializada crianças com idade escolar defasada através de currículo
diferenciado, buscando melhorar o nível de aproveitamento dos alunos. O programa
funciona como prevenção para evitar a reprovação, e, consequentemente, a
distorção idade série. Esta ação ainda não está disposta na lei n.º 3948/2009.
A problemática da distorção idade-série associada à reprovação, são os
principais fenômenos responsáveis pelo abandono de parcelas significativas de
crianças e adolescentes da escola, aumentando, sobremaneira, a improdutividade
do sistema escolar.
A correção desta problemática em Mococa é fundamental, não apenas como
uma necessidade para a universalização do Ensino Fundamental, mas, sobretudo,
como forma de combater a reprovação e o abandono escolar.
Avaliações Externas
O Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo –
SARESP – é uma avaliação das Escolas Fundamentais, realizada desde 1996 pela
Secretaria da Educação do Estado de São Paulo – SEE/SP. O SARESP que,
juntamente com os dados do fluxo escolar, gera o IDESP (Índice de
Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo) tem como finalidade
produzir informações consistentes, periódicas e comparáveis sobre a situação da
escolaridade básica na rede pública de ensino paulista, visando orientar os gestores
do ensino no monitoramento das políticas voltadas para a melhoria da qualidade
80
educacional. São avaliadas todas as escolas públicas na modalidade de ensino
regular, mediante a aplicação de provas aos alunos do 3º, 5º, 7º e 9º anos do Ensino
Fundamental. Os componentes curriculares avaliados são Língua Portuguesa,
Matemática e Ciências Humanas (História e Geografia), esta somente na Rede
Estadual.
O IDESP é um indicador que avalia a qualidade das escolas de Ensino
Fundamental do Estado de São Paulo. Esse índice é composto por dois critérios: o
desempenho dos alunos nos exames do SARESP (Sistema de Avaliação de
Rendimento do Estado de São Paulo – que mede o que aprenderam) e o fluxo
escolar (em quanto tempo aprenderam).
Tabela 8 - IDESP do Município 2011
Esfera 5.º ano 9.º ano
Estadual 6,47 3,39
Municipal 5,25 2,89
Fonte: http://idesp.edunet.sp.gov.br/boletim_escola2011.asp?ano=2011
Os resultados de 2011 demonstram que as turmas do 5.º ano estão melhores
preparadas do que do 9.º ano dos anos finais do Ensino Fundamental.
A análise dos dados da Rede Municipal permite concluir que o segmento
Fundamental I vem apresentando, ao longo, desses três anos, uma melhora visível,
tendo 3 das 4 escolas superado a meta prevista para o ano. Sem dúvida a adoção
do Programa Ler e Escrever foi uma decisão acertada, assim como o investimento
na formação continuada dos professores. O trabalho realizado em sala de aula pelas
professoras está se mostrando efetivo e trazendo bons resultados. É evidente
também que a atuação das coordenadoras pedagógicas tem sido imprescindível,
uma vez que são elas que dão o apoio e orientação às professoras, garantindo a
efetivação das práticas propostas pelo programa.
Infelizmente não foi possível medir o IDESP das duas escolas da zona rural,
pois o número reduzido de alunos nos 5ºs anos não permitiu a realização da prova.
A única escola municipal que oferece o Ensino Fundamental – anos finais, é a
EMEB-P “Prof.º José Barreto Coelho” e teve os seguintes índices:
81
Tabela 9 – IDESP Rede Municipal Anos Finais
IDESP 2009 META 2010 IDESP 2010 IDESP 2011
Ensino Fundamental anos finais
3,40 3,52 3,13 2,89
Fica claro na análise dos dados que mais atenção precisa ser dada ao Ensino
Fundamental II que está caminhando no sentido contrário ao Fundamental I.
Os dados acima mostram que o Ensino Fundamental – anos finais não só não
atingiu a meta prevista, como baixou o índice dos anos anteriores. É importante
observar que há, nos anos finais, alto índice de repetência o que causa distorção
idade/série . Com esses dados, o Departamento de Educação, a direção da escola e
seus professores deverão buscar estratégias para melhorar o desempenho desse
segmento. Será preciso estudar que ações deverão ser empreendidas para que a
situação se reverta, principalmente no que se refere à correção do fluxo escolar.
É muito importante a participação das escolas do município em avaliações
externas como esta realizada pela Secretaria de Estado da Educação, pois através
da análise dos dados é possível traçar caminhos para atingir as metas previstas.
Além disso, quando os índices são divulgados, os pais de alunos e a sociedade
como um todo podem acompanhar o desempenho das escolas municipais.
Provinha Brasil
Foi implementada pelo MEC em 2008 (Portaria nº10 de 26/04/2007) a
PROVINHA BRASIL, um instrumento de avaliação nacional para os alunos do 2.º
ano do Ensino Fundamental. Os objetivos da avaliação são: medir o nível de
alfabetização dos alunos nos anos iniciais do Ensino Fundamental, oferecer às
redes de ensino um resultado da qualidade da alfabetização, prevenindo o
diagnóstico tardio das dificuldades de aprendizagem e concorrer para melhoria da
qualidade de ensino e redução das desigualdades, em consonância com as metas e
políticas estabelecidas pelas diretrizes da educação nacional. Trata-se de um
instrumento que pode auxiliar as instituições a monitorarem o desenvolvimento da
alfabetização oferecido às escolas públicas brasileiras, não sendo utilizada para
computar índices e sim somente para avaliações internas nas instituições. A
82
aplicação da Provinha Brasil é opcional e fica a critério de cada Secretaria de
Educação.
O município de Mococa realizou avaliação da Provinha Brasil em 2008, 2010
com alunos do 2º ano em Língua Portuguesa e em 2011 em Língua Portuguesa e
Matemática, utilizando os dados levantados como diagnóstico para intervenções e
investimentos.
Prova Brasil
A Prova Brasil e o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica
(SAEB) são avaliações para diagnóstico, em larga escala, desenvolvidas pelo
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep /
MEC). Têm o objetivo de avaliar a qualidade do ensino oferecido pelo sistema
educacional brasileiro a partir de testes padronizados e questionários
socioeconômicos. O Sistema de Avaliação da Educação Básica é composto por
duas avaliações complementares. A primeira, denominada Aneb – Avaliação
Nacional da Educação Básica - abrange de maneira amostral os estudantes das
redes públicas e privadas do país, localizados na área rural e urbana e matriculados
no 5º e 9º anos do Ensino Fundamental. Nesses estratos, os resultados são
apresentados para cada Unidade da Federação, Região e para o Brasil como um
todo. A segunda, denominada Anresc - Avaliação Nacional do Rendimento Escolar,é
aplicada censitariamente a alunos de 5º e 9º anos do Ensino Fundamental público,
nas redes estaduais, municipais e federais, de área rural e urbana, em escolas que
tenham no mínimo 20 alunos matriculados na série avaliada.
A prova recebe o nome de Prova Brasil e oferece resultados por escola,
município, Unidade da Federação e país que também são utilizados no cálculo do
IDEB. As avaliações que compõem o Saeb são realizadas a cada dois anos, através
de testes aplicados no 5º e 9º anos do Ensino Fundamental. Nesses testes os
estudantes respondem a questões de língua portuguesa, com foco em leitura, e
matemática, com foco na resolução de problemas. No questionário socioeconômico,
os estudantes fornecem informações sobre fatores de contexto que podem estar
associados ao desempenho. Professores e diretores das turmas e escolas avaliadas
também respondem a questionários que coletam dados demográficos, perfil
profissional e de condições de trabalho.
83
A partir das informações do Saeb e da Prova Brasil, o MEC e as secretarias
estaduais e municipais de Educação podem definir ações voltadas ao
aprimoramento da qualidade da educação no país e a redução das desigualdades
existentes, promovendo, por exemplo, a correção de distorções e debilidades e
direcionando seus recursos técnicos e financeiros para áreas identificadas como
prioritárias. As médias de desempenho nessas avaliações também subsidiam o
cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), ao lado das
taxas de aprovação nessas esferas.
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) foi criado em 2007
para medir a qualidade de cada escola e de cada rede de ensino. O indicador é
calculado com base no desempenho do estudante em avaliações do INEP (Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) e em taxas de aprovação,
apresentado numa escala de zero a dez. Assim, para que o IDEB de uma escola ou
rede cresça é preciso que o aluno aprenda, não repita o ano e frequente a sala de
aula. O índice é medido a cada dois anos e o objetivo é que o país, a partir do
alcance das metas municipais e estaduais, tenha nota 6.0 em 2022 –
correspondente à qualidade do ensino em países desenvolvidos.
Resultados do IDEB Município de Mococa - 2011
Tabela 10 - Rede Municipal - 5.º ano
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021
Crescimento 6% 8%
IDEB 5.0 5.3 5.7
Meta 5.2 5.5 5.8 6.0 6.3 6.5 6.7
http://www.portalideb.com.br/
IDEB 2011
5.7 = Fluxo X Aprendizado
0.94 6,07
de cada 100 alunos, Nota padronizada de
6 não foram aprovados português e Matemática
84
Nos anos iniciais das Escolas de Ensino Fundamental da Rede Municipal de
Mococa em 2011, os resultados mostraram que o índice alcançado (5,7) foi 4%
acima da meta projetada (5.5). O IDEB dos anos iniciais do Ensino Fundamental da
Rede Municipal cresceu 8% ou seja, 0,4 pontos percentuais em 2011.
Tabela 11 - Rede Municipal - 9.º ano
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021
Crescimento 13% 19%
IDEB 4.8 4.2 5.0
Meta 4.9 5.1 5.4 5.7 6.0 6.2 6.4
http://www.portalideb.com.br
IDEB 2011
5.0 = Fluxo X Aprendizado
0.87 5,70
de cada 100 alunos, Nota padronizada de
d 13 não foram aprovados português e Matemática
Já o resultado dos anos finais não foi o esperado. Em 2009 o índice foi de 4.2,
com meta projetada de 5.1 para 2011. O IDEB de 2011 foi de 5.0, índice abaixo em
2% da meta projetada. Observa-se que esta queda aconteceu não pelo resultado
nas avaliações, mas sim, em virtude do fluxo escolar. Há, nos anos finais, alto índice
de repetência, a cada 100 alunos, 13 são reprovados, causando a distorção
idade/série. Entretanto, O IDEB dos anos finais do Ensino Fundamental da Rede
Municipal cresceu 19% ou seja, 0,8 pontos percentuais em 2011.
Tabela 12 - Rede Estadual - 5.º ano
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021
Crescimento 2% 17% 2%
IDEB 5.1 5.2 6.1 6.0
Meta 5.1 5.4 5.8 6.1 6.3 6.5 6.7 7.0
http://www.portalideb.com.br
85
IDEB 2011
6.0 = Fluxo X Aprendizado
0.99 6,04
de cada 100 alunos, Nota padronizada de
01 não foi aprovado português e Matemática
O IDEB dos anos iniciais das Escolas de Ensino Fundamental da Rede
Estadual de Mococa desde 2005, primeiro ano em que a prova foi realizada vem
progressivamente, sendo elevado, ultrapassando em 2011 em 3% a meta projetada
(5.8), obtendo-se um índice de 6.0.
Tabela 13 - Rede Estadual - 9.º ano
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021
Crescimento 5% 12% 2%
IDEB 4.1 4.3 4.8 4.7
Meta 4.1 4.3 4.5 4.9 5.3 5.5 5.8 6.0
http://www.portalideb.com.br
IDEB 2011
4.7 = Fluxo X Aprendizado
0.94 5,00
de cada 100 alunos, Nota padronizada de
6 não foram aprovados português e Matemática
Observa-se também nos anos finais do Ensino Fundamental da Rede
Estadual um aumento gradativo nos índices alcançados desde 2005, chegando em
2011 a um índice de 4.7, 4% acima da meta projetada (4.5). Mesmo ultrapassando
a meta estabelecida para 2011, O IDEB dos anos finais do Ensino Fundamental da
Rede Estadual caiu 2% ou seja, 0,1 pontos percentuais em 2011.
É preciso salientar que a Progressão Continuada, sistema concebido como
alternativa ao tradicional sistema de séries e na qual a avaliação é feita ao longo do
ciclo I da primeira à quarta séries /1.º ao 5.º anos e outro da quinta à oitava séries
86
/6.º ao 9.º anos e não ao fim do ano letivo tem adesão somente das escolas
estaduais. Esse fator incide diretamente na taxa de aprovação, um dos fatores
utilizados para o cálculo do IDEB. Assim, a taxa de aprovação estadual é maior que
a municipal, que de acordo com lei 3948/2009 prevê a reprovação em uma
organização seriada.
Tabela 14 - Índice Geral do Município - 4.º ano
IDEB 2011
5.8 = Fluxo X Aprendizado
0.96 6.05
de cada 100 alunos, Nota padronizada de
4 não foram aprovados português e Matemática
http://www.portalideb.com.br/
Tabela 15 - Índice Geral do Município - 9.º ano
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021
Crescimento 7% 7% 0%
Ideb 4.1 4.4 4.7 4.7
Meta 4.1 4.2 4.5 4.9 5.3 5.5 5.8 6.0
IDEB 2011
4.7 = Fluxo X Aprendizado
0.93 5,08
de cada 100 alunos, Nota padronizada de
7 não foram aprovados português e Matemática
http://www.portalideb.com.br/
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021
Crescimento 6% 12% 2%
IDEB 4.8 5.1 5.7 5.8
Meta 4.9 5.2 5.6 5.9 6.1 6.3 6.6 6.8
87
Observa-se que, em 2011, o IDEB do município de Mococa, nos anos iniciais
do Ensino Fundamental, ficou 4% acima da meta projetada (que era de 5.6),
alcançando um índice de 5.8 e obtendo um crescimento de 2%, 0.1 pontos
percentuais, enquanto nos anos finais o índice ficou 4% acima da meta projetada
(4.5), alcançando 4.7. Apesar deste índice, o IDEB de 2011 nos anos finais do
Ensino Fundamental não teve crescimento em relação ao de 2009. A análise desses
dados permite concluir que o Ensino Fundamental do nosso município vem
apresentando uma melhora visível na qualidade do ensino ofertado em nossas
escolas. Entretanto, mesmo com os avanços, há ainda muito investimento a ser
feito.
Metas Estratégias Ações
Meta 1 Assegurar a continuidade da universalização do Ensino Fundamental de nove anos para toda população de 6 a 14 anos, considerando o acesso e a permanência na educação escolar oferecida de forma a atender 100% da demanda em até 05 anos a partir do PME, em colaboração com a União, Estado e o Município.
1. Assegurar uma mobilização para matrícula e recenseamento de crianças, adolescentes e jovens e adultos, através da atualização e aperfeiçoamento de censo educacional anual do município. 2. Promover a busca ativa de crianças fora da escola, em parceria com as áreas de assistência social e saúde. 3. Criar mecanismos para o acompanhamento individual de cada estudante do ensino fundamental. 4. Fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso e da permanência na escola por parte dos beneficiários de programas de transferência de renda, bem como das situações de discriminação, preconceitos e violência na escola, visando condições adequadas às instituições para o sucesso escolar dos alunos, em colaboração com as famílias e com órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância, adolescência e juventude. 5. Disponibilização de veículos para transporte dos estudantes do campo, com os objetivos de renovar e padronizar a frota rural de veículos escolares, reduzindo a evasão escolar, procurando reduzir o tempo máximo dos estudantes
1. Estabelecer período de matrícula e divulgá-lo amplamente na mídia. 2. Proceder um mapeamento, por meio do censo educacional, das crianças fora da escola visando localizar demanda e universalizar a oferta de ensino obrigatório em parceria com a Diretoria de Ensino da região de São João da Boa Vista 3. Organizar uma pesquisa entre os diversos setores que atendem a infância e a adolescência para a localização e encaminhamento das crianças para a escola. 4. Informatizar o setor responsável pelo acompanhamento individual de cada estudante 5. Utilizar os dados relacionados ao acompanhamento individual dos alunos para planejamento de ações pertinentes. 6. Estabelecer parcerias permanentes com os diversos setores que atendem a infância e adolescência e juventude. 7. Desenvolver tecnologias pedagógicas que combinem, de maneira articulada, a organização do tempo e das atividades didáticas entre escola e o ambiente
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em deslocamento a partir de suas realidades para as escolas da zona urbana, quando não houver oferta do segmento de ensino.
comunitário. 8. Viabilizar o transporte escolar , através de uma logística eficaz, capaz de amenizar o tempo gasto com o percurso à escola da zona urbana mais próxima de sua residência. 9 Aderir aos programas do Ministério da Educação para aquisição de veículos para o transporte escolar. 10. Realizar a fiscalização e manutenção correta dos veículos bem como dos serviços prestados para transporte escolar, quando estes forem terceirizados.
Meta 2 Oferecer educação em tempo integral às escolas públicas de Ensino Fundamental atingindo 50% no período de 05 anos iniciais e 75% nos 05 anos finais de vigência deste PME, assegurando a efetiva utilização dos espaços para o ensino –aprendizagem.
1. Ampliar, progressivamente, com o apoio da União, a jornada escolar, mediante oferta de Ensino Fundamental público em tempo integral, por meio de atividades de acompanhamento pedagógico e multidisciplinares, inclusive culturais e esportivas, de forma que o tempo de permanência de crianças, adolescentes na escola passe a ser igual ou superior a sete horas diárias durante todo o ano letivo, inclusive nas escolas do campo considerando-se as peculiaridades locais. 2. Oferecer atividades extracurriculares de incentivo aos estudantes e de estímulo a habilidades. 3. Promover a articulação da escola com diferentes espaços educativos, culturais e esportivos, e equipamentos públicos como centros comunitários, bibliotecas, praças, museus, parques e outros. 4. Aderir aos programas nacionais de ampliação e reestruturação das escolas públicas, por meio de instalação de quadras poliesportivas, laboratórios, espaços de atividades culturais entre outros.
1. Realizar um estudo e análise da realidade das Unidades Escolares para que a proposta de implantação da Educação de período integral seja viabilizada. 2. Realizar um levantamento das possíveis parcerias entre a escola e os espaços educativos existentes no município para planejamento das atividades a serem incluídas na matriz curricular das escolas de educação de tempo integral. 3. Elaborar um cronograma de atividades extra-curriculares que contemplem a proposta curricular vigente 4. Prever no orçamento financeiro anual, recursos necessários para que as atividades planejadas sejam desenvolvidas.
Meta 3 Elevar a taxa de alfabetização da população com quinze anos ou
1. Dar continuidade à garantia de acesso gratuito a exames de certificação da conclusão do Ensino Fundamental. 2. Implementar programas de Educação de Jovens e Adultos
1.Abrir salas de aula na quantidade necessária para atender a demanda real da Educação de Jovens e Adultos. 2.Implementar as diretrizes
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mais para 97% no período de 10 anos a partir da vigência deste PME e elevar a escolaridade média da população até 29 anos, de modo a alcançar o mínimo de 09 anos de estudo no quinto ano de vigência deste PME e de 12 anos de estudo até o final deste PME
(EJA) para os segmentos populacionais considerados, que estejam fora da escola e com defasagem de idade série, associada a outras estratégias que garantam a continuidade da escolarização, após a alfabetização inicial. 3. Promover busca ativa de jovens fora da escola pertencentes aos segmentos populacionais considerados, em parceria com as áreas de assistência social, saúde e proteção à juventude. 4. Promover a articulação dos programas da área da educação, de âmbito local e nacional, com os de outras áreas como saúde, trabalho e emprego, assistência social, esporte, cultura, possibilitando a criação de uma rede de apoio integral às famílias, que as ajude a garantir melhores condições para o aprendizado dos estudantes. 5. Garantir políticas de combate à violência na escola e construção de uma cultura de paz e um ambiente escolar dotado de segurança para a comunidade escolar. 6. Promover com parcerias o acompanhamento e monitoramento de acesso à escola, identificar motivos de ausência e baixa frequência, colaborando para a garantia de frequência e apoio à aprendizagem, de maneira a estimular a ampliação do atendimento desses estudantes na rede regular de ensino. 7. Assegurar a oferta gratuita da Educação de Jovens e Adultos a todos os que não tiveram acesso ao ensino fundamental na idade própria. 8. Realizar um diagnóstico dos jovens e adultos a fim de identificar a demanda ativa por vagas na Educação de Jovens e Adultos. 9. Adequar as condições de ensino às reais necessidades dos
curriculares nacionais para Educação de Jovens e adultos 3.Garantir material didático adequado aos alunos da EJA considerando as diretrizes nacionais e propostas pedagógicas locais 4..Adequar legislação para contratação de professores para a EJA visando assegurar a continuidade dos docentes 5.Promover a formação específica e continuada dos professores da educação de jovens e adultos. 6. Promover parcerias com instituições sociais, para levantamento de dados da demanda de EJA. 7. Estabelecer parcerias com empresas do município para políticas de incentivo á matrícula e continuidade do estudo 8. Promover o desenvolvimento de forma sistemática de programas que possibilitem atividades de lazer para os alunos nas escolas e em outros espaços. 9. Dar continuidade ao programa de alimentação escolar em todas as Unidades Escolares 10. 3. Oferecer a todos os alunos, equipamentos materiais indispensáveis ao seu desenvolvimento. 11. Proporcionar uma assessoria aos alunos através de profissionais de várias áreas: psicólogo, fonoaudiólogo, assistente social, psicopedagogo, fisioterapeuta, nutricionista com parcerias com instituições que oferecem estes tipos de serviços.
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alunos. 10. Implementar ações de alfabetização de jovens e adultos com garantia de continuidade da escolarização básica. 11. Promover o acesso ao Ensino Fundamental aos egressos de programas de alfabetização e garantir o acesso a exames de reclassificação e de certificação da aprendizagem. 12. Realizar em regime de colaboração entre os entes federados e organizações da sociedade civil, chamadas públicas regulares para educação de jovens e adultos. 13. Realizar uma avaliação por meio de exames específicos, que permitam aferir o grau de analfabetismo de jovens e adultos matriculados com mais de 15 anos de idade. 14. Executar ações de atendimento ao estudante da Educação de Jovens e Adultos por meio de programas suplementares de transporte, alimentação, saúde, inclusive atendimento oftalmológico e fornecimento gratuito de óculos, em articulação com a área da saúde. 15. Assegurar a oferta de educação de jovens e adultos, às pessoas privadas de liberdade em todos os estabelecimentos penais. 16. Estabelecer mecanismos e incentivos que integrem os segmentos empregadores, públicos e privados, e os sistemas de ensino, para promover a compatibilização da jornada de trabalho dos empregados com a oferta das ações de alfabetização e de educação de jovens e adultos. 17. Estabelecer mecanismos de contratação de professores para a EJA que assegurem a continuidade dos mesmos levando em conta a formação específica e continuada.
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Meta 4 Regularizar progressivamente o fluxo escolar em até 5 anos, viabilizando o término da evasão e da repetência, garantindo efetiva aprendizagem.
1. Institucionalizar programas, desenvolver tecnologias e práticas pedagógicas para correção de fluxo, acompanhamento pedagógico individualizado, recuperação e progressão assegurando a alfabetização e favorecendo a melhoria do fluxo escolar e a aprendizagem dos estudantes, consideradas as diversas abordagens metodológicas e sua efetividade. 2. Disciplinar no âmbito dos sistemas de ensino, a organização flexível do trabalho pedagógico. 3. Desenvolver programa especificamente planejados de recuperação contínua,e paralela aos processos de ensino e de aprendizagem aos alunos com dificuldades garantindo a continuidade das crianças e adolescentes na escola.
1. Assegurar condições de aprendizagem à todos os alunos mediante: providências de acompanhamento ao aluno com rendimento escolar defasado, quando detectadas as necessidades de apoio pedagógico. 2. Adotar práticas como aulas de reforços no turno complementar, de forma a reposicioná-lo no ciclo escolar de maneira compatível com sua idade. 3. Assegurar às crianças em distorção idade-série projetos pedagógicos que viabilizem avanços nos estudos e conclusão do ensino fundamental.
Meta 5 Alfabetizar todas as crianças até 08 anos de idade
1. Promover a estruturação do Ensino Fundamental de nove anos com foco na organização de ciclo de alfabetização com duração de três anos, a fim de garantir a alfabetização plena de todas as crianças, no máximo, até o final do terceiro ano. 2. Articular o ciclo de alfabetização com as estratégias desenvolvidas na educação infantil obrigatória (4 e 5 anos) assegurando a continuidade necessária para evitar a ruptura entre os segmentos. 3. Instituir instrumentos periódicos e específicos para aferir a alfabetização das crianças. 4. Estimular as escolas a criar instrumentos para avaliar e monitorar o desenvolvimento do processo de alfabetização das crianças, implantando medidas pedagógicas para alfabetizar todas as crianças até os 8 anos de idade. 5. Qualificar e valorizar os professores alfabetizadores promovendo e estimulando a formação continuada para alfabetização de crianças, com conhecimento de novas tecnologias educacionais e práticas
1- Revisar e adequar permanentemente a proposta curricular e o material didático apropriado ao ciclo de 06, 07 e 08 anos de idade. 2- Desenvolver projetos institucionais de incentivo à leitura e a escrita, estimulando um ambiente alfabetizador na escola 3- Promover a participação das escolas nas avaliações nacionais utilizando-as como parâmetros para qualificar o trabalho 4- Oferecer formação continuada aos professores alfabetizadores, pertinentes às propostas pedagógicas assumidas. 5- Oferecer material didático adequado aos alunos pertinentes às propostas pedagógicas assumidas.
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pedagógicas inovadoras. 6. Apoiar a alfabetização das pessoas com necessidades educacionais especiais considerando as suas especificidades.
Meta 6 Assegurar condições para a melhoria do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).
1. Promover a qualidade do Ensino Fundamental com a melhoria da aprendizagem assegurando a participação do município em avaliações externas a fim de aumentar os índices alcançados. 2. Orientar as políticas educacionais das redes de ensino de forma a buscar atingir as metas do IDEB. 3. Fixar, acompanhar e divulgar bienalmente os resultados do IDEB das escolas da rede pública de ensino fundamental. 4. Instituir processo contínuo de autoavaliação das escolas de Ensino Fundamental, por meio da constituição de instrumentos de avaliação que orientem as dimensões a serem fortalecidas. 5. Implementar o desenvolvimento de tecnologias educacionais, e de inovação das práticas pedagógicas nas redes de ensino, que assegurem a melhoria da aprendizagem dos alunos. 6. Estabelecer diretrizes pedagógicas para o Ensino Fundamental com expectativas de aprendizagem dos alunos para cada ano respeitada a diversidade local. 7. Assegurar através dos dados da autoavaliação e da avaliação externa, a avaliação do desempenho das escolas de Ensino Fundamental com a participação da comunidade. 8. Contratar profissionais habilitados e qualificados, de acordo com a função a ser exercida, em número suficiente, para atuarem no Ensino Fundamental, nos diversos espaços/ambientes escolares, visando à qualificação do ensino.
1.Implantar e implementar progressivamente um programa de acompanhamento, que possibilite a melhoria do nível de aprendizagem dos alunos, em todas as Redes de Ensino. 2.Avaliar o aluno em todo o seu processo de aprendizagem, e não apenas ao final do ano, considerando suas dificuldades como indicadores para a reorganização do ensino e da aprendizagem. 3.Dar continuidade ao programa de formação dos profissionais de educação, visando sua total competência para atuar junto aos alunos do ensino fundamental. 4. Incentivar e autorizar a participação dos professores bem como dos demais profissionais que atuam nas escolas de Ensino Fundamental, em congressos, simpósios, encontros, cursos e outros eventos relacionados à educação. 5. Participar das avaliações nacionais utilizando-as como parâmetros para adequações curriculares, qualificando o trabalho. 6. Garantir a divulgação e análise dos resultados. 7. Criar mecanismos de acompanhamento para assegurar a utilização das avaliações nacionais nas instituições escolares, a partir da formação dos gestores escolares. 8. Adequar a legislação municipal existente para que seja atendidas as reais necessidades das Unidades Escolares em relação ao número de professores/aluno/área de conhecimento bem como, o número de profissionais do grupo
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de apoio. 9. Discutir e efetivar meios de aperfeiçoamento e de formação continuada, em serviço, aos profissionais da educação, reservando em sua carga horária, tempo suficiente para estudos, planejamento e avaliação da proposta pedagógica em execução e outras oportunidades de melhoria da prática docente. 10. Estabelecer na Rede Municipal de Ensino uma política pública para casos de substituições de professores. 11. Assegurar que todas as contratações temporárias de docentes, feita a partir da validade deste Plano, estejam rigorosamente dentro das exigências legais.
Meta 7 Garantir, no prazo de três anos a partir da implantação deste plano, a adequação das escolas em funcionamento aos padrões mínimos em conformidade com a legislação, inclusive a adaptação dos edifícios escolares para o atendimento dos alunos deficientes ou com necessidades educativas especiais e garantir a infraestrutura e recursos materiais, equipamentos de informática, multimídia e internet, espaços para esporte, recreação, biblioteca, assegurando a melhoria da qualidade de ensino.
1. Aderir aos programas nacionais que oferecem suporte para adequação dos prédios das escolas públicas. 2. Institucionalizar um programa de reestruturação e aquisição de equipamentos voltados à expansão e à melhoria da rede física de escolas públicas, em regime de colaboração. 3. A partir da implantação deste plano somente autorizar a construção e funcionamento de escolas de Ensino Fundamental que atendam os requisitos de infraestrutura definidos. 4. Garantir adequações arquitetônicas nas escolas públicas observado o atendimento às regras de acessibilidade previstas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, com o objetivo de favorecer a igualdade de acesso e as condições de permanência aos alunos com ou sem deficiência. 5.Estabelecer parâmetros para avaliação das estruturas físicas das instituições escolares. 6. Ampliar e adequar os prédios das escolas hoje existentes,
1. Realizar um diagnóstico da rede física (infraestrutura), dos recursos materiais, das escolas públicas baseado nos parâmetros do Ministério da Educação. 2. Construir, ampliar e reformar estabelecimentos de ensino, adequando-os de acordo com um padrão de qualidade de infra-estrutura, conforme legislação vigente principalmente, os que receberam crianças de 6 anos. 3. Prover equipamentos e recursos tecnológicos digitais para a utilização pedagógica no ambiente escolar a todas as escolas da Rede Pública de Ensino 4. Universalizar o acesso à rede de computadores em banda larga de alta velocidade e aumentar a relação computadores/estudantes nas escolas da rede pública de ensino fundamental, promovendo a utilização pedagógica das tecnologias da informação e da comunicação. 5. Realizar as adequações necessárias (reformas, ampliações) nas escolas de Ensino Fundamental para que, no período de dois anos todas as classes de
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possibilitando o uso de novas tecnologias no ensino. 7. Estabelecer normas que regulamentem a participação de membros da comunidade escolar na análise de projetos de construção de novas escolas e/ou vistorias de reformas, construção e ampliação de unidades escolares.
primeiro ano estejam locadas nestas Unidades.
Meta 8 No período de dois (2) anos a partir deste Plano, definir as Diretrizes Pedagógicas e Administrativas em consonância com as orientações do MEC e com a participação de profissionais da educação para todo o Ensino Fundamental.
1. Revisar e implementar o currículo para o Ensino Fundamental, considerando os parâmetros nacionais comuns, respeitando a diversidade local e definindo as expectativas de aprendizagem para todos os anos do Ensino Fundamental de maneira a assegurar a formação básica comum, reconhecendo a especificidade da infância e da adolescência, os novos saberes e os tempos escolares. 2. Garantir os conteúdos da história e cultura afro-brasileira e indígena, nos currículos e ações educacionais, nos termos da Lei n.º 10.639, de janeiro de 2003, e da Lei n.º 11.645, de 10 de março de 2008, bem como o respeito e valorização dos idosos. 3. Assegurar o acompanhamento, supervisão e assessoramento pedagógico a todos os professores do Ensino Fundamental. 4. Estabelecer políticas para a efetivação da coordenação pedagógica no interior das Instituições Escolares bem como, condições materiais e formação continuada para garantir a qualidade no desempenho da função. 5. Garantir políticas de combate à violência na escola, inclusive pelo desenvolvimento de ações destinadas à capacitação de educadores para detecção dos sinais de suas causas, favorecendo a adoção das providências adequadas que promovam a construção de cultura de paz e ambiente escolar dotado de segurança para a comunidade.
1. Garantir à todos formação continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações das redes de ensino, inclusive na elaboração do Projeto Político Pedagógico. 2. Assegurar que todas as Unidades Escolares formalizem e aperfeiçoem a elaboração de seus projetos pedagógicos, de acordo com as diretrizes nacionais e locais de ensino. 3. Incluir nos programas de formação temas específicos, como, História da África, do afro-descendente e Indígena, respeito e valorização dos idosos. 4. Adequar a legislação vigente para garantir a presença efetiva de coordenadores pedagógicos progressivamente, em todas as Unidades escolares. 5. Diagnosticar as condições materiais e os programas de formação específicos para os coordenadores pedagógicos existentes e planejar ações para oferecer melhores condições de trabalho para este profissional.
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4 ENSINO MÉDIO
A identidade do Ensino Médio esteve, ao longo de sua história, retratada por
dois focos: um que privilegia a formação do aluno para o mercado de trabalho e
outro voltado para a continuidade dos estudos.
Com Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9394/1996) o Ensino
Médio ao se configurar como etapa final da Educação Básica, passou a ter uma
identidade própria. Essa nova condição para o Ensino Médio representa um avanço,
pois, ao se admitir que esta seja parte da Educação Básica, abre-se como
perspectiva a introdução de sua compulsoriedade, permitindo com isso a
incorporação de grandes parcelas da população, até então excluídas da
escolarização. Também, teve assegurada a possibilidade de se integrar com a
profissionalização, ao prever que “o Ensino Médio, atendida a formação geral do
educando, poderá prepará-lo para o exercício de profissões técnicas” ( artigo 36).
A legislação passa a compreender que no processo de escolarização a
Educação Básica “tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a
formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios
para progredir no trabalho e em estudos posteriores” (artigo 22), incorporando –
ainda que não cumprindo de imediato – uma nova compreensão sobre as
responsabilidades públicas do estado que reconhece, além do Ensino Fundamental,
a Educação Infantil como a primeira etapa da educação institucionalizada, e o
Ensino Médio, por sua vez, como encerramento do ciclo desta educação
compreendida como básica para a plena formação do cidadão.
O Decreto nº 5154/2004 foi um marco importante na medida em que revogou
a obrigatoriedade da separação entre o Ensino Médio e a Educação Profissional
técnica de nível médio e delegou as formas de articulação entre a Educação
Profissional (integrada, concomitante e subsequente) e o Ensino Médio para a
decisão das redes e instituições escolares, estabelecendo um significado mais
amplo e reconhecendo a necessidade de integração da educação acadêmica e a
educação profissional técnica. Concomitante com esta premissa, as novas Diretrizes
Nacionais Curriculares para o Ensino Médio, estabelecidas através da resolução
CNE/CEB 2/2012 de 30/01/12, no seu artigo 14 que dispõe sobre as formas de
organização, esclarecem que “atendida à formação geral, incluindo a preparação
básica para o trabalho, o ensino médio pode preparar para o exercício de profissões
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técnicas, por integração com a Educação Profissional e Tecnológica” (Inciso VI).
Consequentemente, o Ensino Médio integrado passa a ser uma opção interessante
a ser considerada pelas políticas públicas, entre a diversidade de outras
modalidades que podem ser oferecidas aos estudantes.
As novas Diretrizes Curriculares Nacionais (2012) trazem como finalidades
desta etapa de ensino a consolidação e o aprimoramento dos conhecimentos
adquiridos no Ensino Fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos.
Além disso, a preparação básica para o trabalho e a cidadania, para continuar
aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar a novas condições de ocupação ou
aperfeiçoamento posteriores, o aprimoramento do educando como pessoa humana
incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do
pensamento crítico e por último, a compreensão dos fundamentos científicos
tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática. Assim, a
formação geral e a técnica não mais se excluem.
Apesar dos avanços na legislação sobre o ensino médio, na prática, há muito
por se realizar especialmente no sentido de se alcançar a universalização de um
ensino médio de qualidade.
Verifica-se que matrículas na educação profissional têm crescido 74,9% entre
2002 e 2010, segundo dados oficiais do Censo Escolar. Em 2010, o país tinha1,1
milhão de jovens na educação profissional, enquanto em 2002 eles somavam
652.073. Entretanto, em estudos feitos pelo movimento Todos pela Educação foi
apontado que em 2012, o ensino médio nacional apresenta uma taxa de frequência
menor do que a média. Na faixa de 15 a 17 anos, apenas 83,3%dos jovens estão
inseridos no sistema de ensino, o que representa 1,7 milhão fora da escola. Além
destes há que se contar com a parcela da população maior que 18 anos que não
possui este nível de escolaridade e que representa outro grande desafio às políticas
públicas, quando se entende a elevação da escolaridade da população como via de
desenvolvimento social.
Assim, há dois principais desafios para o Ensino Médio: uma reestruturação
do modelo pedagógico desta etapa da Educação Básica que colabore, na prática,
com a superação do dualismo entre o ensino propedêutico e profissional e a
expansão da oferta de matriculas, que deve atingir a universalização do atendimento
escolar para a população de 15 a 17 anos. A elevação da escolaridade, tanto na
perspectiva da universalização quanto na garantia de sua qualidade, constitui
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condição inequívoca para a melhoria de condições de vida em sua concepção mais
ampla. Por outro lado não basta a ampliação do atendimento, mas a busca pela
qualidade.
A definição da identidade do ensino médio como última etapa da educação
básica precisa ser iniciada mediante um projeto que seja unitário em seus princípios
e objetivos, desenvolva possibilidades formativas que contemplem as múltiplas
necessidades socioculturais e econômicas dos sujeitos que a constituem. Nesse
sentido se posiciona a profissionalização nesta etapa da educação básica, na qual
se considera a contingência de milhares de jovens que necessitam, o mais cedo
possível, buscar um emprego ou atuar em diferentes formas de atividades
econômicas que gerem subsistência. Por outro lado, se a preparação profissional no
ensino médio é uma imposição da realidade não pode representar a única vertente
da política pública para este segmento. O que se persegue não é apenas a
preparação profissional, mas também mudar as condições em que ela se constitui
de modo a se configurar em um modelo que ganhe uma identidade unitária no
sentido de pensar e de compreender as determinações da vida social e produtiva –
na articulação entre trabalho, ciência e cultura, visando formação geral e profissional
concomitantemente.
Por outro lado, e atendendo a outros interesse da demanda para o Ensino
Médio, há que se levar em conta a crescente procura pelo ensino superior –
desencadeada pelo desenvolvimento econômico e social do país e mais
precisamente, no campo educacional, pelas políticas públicas de incentivo a
continuidade dos estudos que alavancam a formação superior – no que o ensino
médio passa a ser via necessária de ingresso. Entretanto, fazendo alusão à sua
concepção como última etapa da Educação Básica e por conseguinte, destacando a
sua função propedêutica em si mesmo - ligada á formação geral e desenvolvimento
integral do estudante- o ensino médio regular não pode ser considerado como mera
passagem ao superior, sendo por si próprio uma etapa com identidade e função
próprias.
As novas diretrizes nacionais para o ensino médio levam em consideração
estes múltiplos interesses e necessidades de formação atendendo a diversidade de
formas de oferta e organização, prevendo flexibilizações de carga horária, horários
de atendimento e modalidades de cursos dando condições operacionais de
funcionamento que sejam compatíveis com uma concepção do ensino médio
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estruturada em consonância com o avanço do conhecimento científico e tecnológico,
fazendo da cultura uma componente da formação geral, articulada com o trabalho
produtivo. Isso pressupõe a vinculação da ciência com a prática, bem como a
superação das dicotomias entre humanismo e tecnologia, e entre a formação teórica
geral e técnica-instrumental.
Visando atender às novas Diretrizes Curriculares Nacionais, aos Parâmetros
Curriculares Nacionais e às Matrizes Curriculares para esse nível de ensino, faz-se
necessário reformular e adequar os currículos praticados nas escolas, incorporando
a esses, iniciativas e agendas temáticas de interesse dos jovens. É necessário
planejar ações que estimulem a participação juvenil nas atividades estudantis e
auxiliem na sua permanência com êxito no sistema escolar.
Em função da melhoria do fluxo escolar no Ensino Fundamental, a tendência
que se vislumbra é de acesso ao Ensino Médio para aqueles que concluíram com
êxito a etapa intermediária da Educação Básica. A pressão de demanda por esse
nível de ensino deve acontecer, também, por parte de parcelas cada vez mais
expressivas da população que, em razão de condicionantes e exigências do
mercado de trabalho, retornam à escola.
O Ensino Médio no Município de Mococa
Tabela 16 - Matrículas Ensino Médio / Técnico
ENSINO MÉDIO ENSINO TÉCNICO
Ano
Esfera
2008 2009 2010 2011 2008* 2009 2010 2011
Estadual Matrículas 2338 2338 2300 2179 1606 1536 1627 1597
Municipal Matrículas 176 151 160 163 181 198 184 151
Particular Matrículas 422 377 407 442 95 81 21 44
Total Matrículas 2936 2780 2867 2784 1882 1815 1832 1792
Fonte:http://portal.inep.gov.br/basica-censo-escolar-matricula
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Tabela 17 - Matrículas Ensino Médio Geral
Ano 2008 2009 2010 2011
Total
População
4280 4180 4085 4090
Matrículas
4818 4595 4699 4576
Taxa de atendimento
112.5% 110% 115% 111.8%
Fonte:http://portal.inep.gov.br/basica-censo-escolar-matricula
http://www.seade.gov.br (população)
No município de Mococa, assim, como mostram as pesquisas nacionais, as
demandas trazidas às escolas do Ensino Médio são desde recém egressos do
Ensino Fundamental até trabalhadores que retornam a ela após período de
afastamento, em busca de qualificação ou simplesmente de certificação de estudos,
exigidos no mercado de trabalho, além da tradicional busca de acesso ao nível
superior, observada principalmente, na esfera particular. Um dos principais desafios
atualmente, para as Escolas de Ensino Médio de Mococa consiste no
estabelecimento de um perfil de seu alunado. Conhecer esta especificidade é uma
necessidade para se buscar o aprimoramento do atendimento a esses estudantes.
O atendimento do Ensino Médio em 2010 no município de Mococa em relação
à população entre 15 e 17 anos teve um percentual bruto de 115%, dos quais 44,8%
são referentes ao Ensino Técnico e 70,1% ao Médio Básico Regular. Entretanto,
alguns fatores interferem diretamente nestes números: taxa de distorção idade-série
que em 2010, representou 20,6%, a dupla matrícula de (estudantes, que cursam o
técnico e o regular simultaneamente) e o atendimento à alunos de outras cidades da
região, nos cursos técnicos. Para se ter a taxa líquida de atendimento seria
necessária uma análise qualitativa destes fatores, mas as escolas que oferecem
este tipo de ensino não possuem dados estatísticos que possibilitem uma análise
mais pontual em relação a dupla matrícula e alunos de outras cidades.
Considerando estes dados (população faixa etária, número de matrículas e
taxa distorção série-idade) e a dificuldade da comissão deste Plano Municipal de
conseguir uma comunicação com as Unidades Escolares representantes deste
segmento, procurou-se chegar a uma taxa aproximada de atendimento, ou seja,
100
90,4%; o que gera para o município um desafio de ampliação na oferta de matrículas
em pelo menos 9,6%, para atingir a universalização do atendimento educacional
para a faixa etária entre 15 e 17 anos.
Observa-se que a Rede Estadual, a quem compete maior responsabilidade
por este segmento educacional, no ano de 2010 , segundo censo escolar, atendeu
cerca de (3927 alunos) 96,1% das matrículas ofertadas, enquanto a Rede Particular
atendeu à 428 alunos ( 10,4%) , a Rede Municipal historicamente, manteve sua
participação relativa na oferta de vagas do Ensino Médio no patamar de 8,4 %,
atendendo 344 alunos.
O Inciso I do Art. 18 da LDB dispõe sobre a abrangência dos sistemas
municipais de ensino e regulamenta a existência de instituições do Ensino
Fundamental, Médio e de Educação Infantil mantidas pelo Poder Público municipal.
O inciso V do Art. 11 da LDB delimita as possibilidades de atuação dos Municípios
em outros níveis de ensino senão o infantil e fundamental - sua área de competência
- pois, permite que ocorra apenas quando estiverem plenamente atendidas as
necessidades dos primeiros, com recursos acima dos percentuais mínimos
vinculados pela Constituição, ou seja, que use para tal fim recursos não
contabilizados nas despesas de manutenção e desenvolvimento do ensino.
No município de Mococa entre 2008 e 2011 as matrículas do Ensino Médio
Técnico cresceram 0.4% enquanto as do ensino médio regular caíram 1%. Observa-
se que o percentual de atendimento praticamente permaneceu no mesmo patamar
neste período, fator este que merece um investimento maior visto que, a
universalização é uma meta a ser atingida.
Apesar do grande investimento feito nas escolas técnicas, por parte do
governo federal e estadual, o maior percentual de oferta de matrículas está nas
escolas estaduais de ensino médio regular, 56,3%, no ano de 2010 e 53,3% em
2011.
O diagnóstico quantitativo definido pelo número de matrículas é o instrumento
que atualmente indica os interesses da população quanto aos cursos de Ensino
Médio, e neste caso revela um mínimo crescimento na busca pelo ensino técnico
profissionalizante.
A demanda e o interesse da população atendida deve seguir a diversidade
disposta nas Diretrizes Curriculares quanto às formas de oferta e organização, tendo
em vista que há interesses diversos por cursos e modalidades diferentes. Entretanto,
101
não há um levantamento educacional qualitativo e geral do Ensino Médio do
município de Mococa, que estabeleça as aspirações da sociedade, funcionando
como um diagnóstico a ser analisado e levado em conta na organização de ações
para um melhor desenvolvimento. São raras as iniciativas de se buscar um
diagnóstico mais preciso sobre características, expectativas e aspirações dos
alunos, que venham embasar decisões relativas à organização e funcionamento do
trabalho.
Com o intuito de buscar mais informações e dados referentes a este
segmento de ensino, uma reunião com representantes das Unidades Escolares
Estaduais e Municipal de Ensino Médio foi realizada juntamente com a equipe
técnica responsável pela elaboração deste Plano Municipal de Educação. Um das
dificuldades encontradas desde o início dos trabalhos foi a articulação entre as
diferentes esferas de ensino, fator este que diminuiu a possibilidade de levantar
subsídios para formulação e implementação de políticas educacionais,
contemplando as especificidades dessa etapa e considerando a realidade do
município.
Muitos dos pontos levantados pelos participantes fazem parte do contexto
nacional da história do Ensino Médio e precisam ser pesquisados, estudados e
analisados de modo a apoiar os administradores de diferentes esferas dos sistemas
educacionais do nosso município. Segundo as informações dos representantes das
Escolas de Ensino Médio Estaduais e Municipal muitos tem sido as dificuldades
encontradas:
A inexistência de uma identidade dessa etapa de ensino. A ausência do perfil
do aluno que frequenta o ensino médio do município de Mococa dificulta a
possibilidade de oferta diversificada de ensino, no sentido de criar ambientes
escolares capazes de acolher os diferentes públicos que vêm demandando este
segmento de ensino e potencializar suas futuras escolhas. É preciso que a
comunidade escolar tome consciência da importância e especificidade desta faixa
etária e do período em que é oferecido o ensino: diurno e noturno. Tendo em conta
estas especificidades, é preciso elaborar projetos voltados ao atendimento de
diferentes expectativas de alunos e dialoguem com interesses e objetivos da
comunidade escolar.
102
A ausência de dados qualitativos sobre o Ensino Médio do Município de Mococa,
que possam contribuir para implementação de políticas educacionais, buscando o
aprimoramento do atendimento e da qualidade do ensino oferecido.
A não articulação entre as diferentes esferas que oferecem o Ensino Médio. Há
uma necessidade de fortalecer os canais de participação, com ações de caráter
mobilizador existentes nas escolas, fazendo-se necessário estabelecer espaços
para debater o Ensino Médio, para a melhoria da qualidade do trabalho pedagógico,
nessa etapa de ensino, principalmente, no ensino médio regular.
A incidência das diretrizes e orientações estabelecidas pelas instâncias gestores
dos sistemas - estadual (regular / técnico) e municipal sobre práticas e condições de
funcionamento das escolas.
A falta de documentos, observações sistemáticas e análises, que possibilitem a
identificação do modo como as escolas estão organizadas para atender o Ensino
Médio, sua infraestrutura, seus equipamentos, seu quadro de pessoal, seu projeto
pedagógico, seus canais de participação entre outros.
A rotatividade dos alunos através de transferência entre escolas de Ensino
Médio regular e técnico.
A formação acadêmica – cujo histórico nacional remonta baixa qualidade.
A dificuldade de formar uma equipe fortalecida e participativa, mediante a
desvalorização do professor, principalmente pelo baixo salário e a rotatividade.
Um maior investimento do governo estadual e federal no Ensino Técnico,
principalmente, em equipamentos e infraestrutura, ampliando a procura pelas
escolas técnicas estaduais (ETEs). Mas, também há muitos recursos para as
Unidades Escolares de Ensino Médio regular principalmente, recursos didáticos e
pedagógicos; o que se precisa é um investimento na formação continuada do
professor que assume uma sala de aula para que possa fazer uso mais adequado
dos materiais e recursos oferecidos.
A maioria dos alunos do Ensino Médio vivem num “isolamento cultural”, fator
este que deve ser considerado pelas escolas, pois ao desempenhar seu importante
papel formativo devem-se constituir para além de um espaço de ensino, em espaço
cultural e social. Assim, o conhecimento dos instrumentos culturais disponibilizados
pelo município é de fundamental importância para o planejamento de atividades de
ampliação do repertório cultural de alunos e profissionais das escolas.
103
A não parceria entre os diferentes setores da sociedade que atendem esta faixa
etária e podem contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços prestados,
como por exemplo: área da saúde, do esporte, promoção social, órgãos de proteção
à criança e adolescente.
A oferta deste segmento de ensino tanto nas esferas estadual, particular e
municipal, o que amplia as oportunidades de escolha dos alunos. Entretanto, caberá
ao município analisar a oferta realizada na esfera municipal, levando-se em conta a
legislação vigente, que orienta as competências de atuação das esferas, tomando
como itens de observância a sua realidade financeira e administrativa e o impacto
educativo que tal atendimento confere ao município, para tomar medidas
necessárias visando à melhor adequação de atendimento a esta etapa de ensino.
Enfim, é preciso cuidar dos processos de desobstrução do fluxo, ampliando
os espaços e as matrículas de ensino médio, mas articulados com um plano de
desenvolvimento local que possibilite a continuidade da formação dos jovens para o
trabalho, a sua entrada mais facilitada nos postos de trabalho ou no Ensino Superior.
Importante também estabelecer vínculos mais diretos das atividades pedagógicas de
ensino médio com as temáticas locais das áreas produtivas, do turismo e meio
ambiente e outros ligados à vocação econômica do município.
Taxa de aprovação e reprovação no Ensino Médio
A taxa de aprovação permite avaliar a produtividade do sistema educacional
em cada nível de ensino sendo um indicador da taxa de sucesso que o sistema
obteve durante o ano.
No município de Mococa, a rede privada obteve o maior índice de aprovação,
98.3%, seguido da rede estadual com 89,2% e por último a rede municipal com 77%
de aprovação. Consequentemente, a taxa de reprovação é maior na dependência
municipal representando 14, 5%, seguido da estadual com 6.9% e por último a
particular, com 1.5%. As prováveis causas das taxas de aprovação e reprovação
estão diretamente relacionadas com motivos intrínsecos à concepção
ensino/aprendizagem/avaliação, prescindindo da inadequação curricular, da
insuficiente formação inicial e/ou continuada dos docentes entre outras questões.
104
Tabela 18 - Taxa de aprovação por Dependência Administrativa – 2010
Segmento Dependência
Ensino Médio
Estadual 89,2%
Municipal 77,9%
Particular 98,3%
Público 87,7%
Total 89,1%
Fonte: http://portal.inep.gov.br/indicadores-educacionais
Tabela 19 - Taxa de reprovação por Dependência Administrativa – 2010
Segmento Dependência
Ensino Médio
Estadual 6,9%
Municipal 14,5%
Particular 1,5%
Público 7,9%
Total 7,0%
Fonte: http://portal.inep.gov.br/indicadores-educacionais
Tabela 20 - Taxa de abandono por Dependência Administrativa – 2010
Segmento Dependência
Ensino Médio
Estadual 3,9%
Municipal 7,6%
Particular 0,2%
Público 4,4%
Total 3,9%
Fonte: http://portal.inep.gov.br/indicadores-educacionais
Quanto á evasão escolar a rede particular tem menor taxa - 0,2%, seguindo a
rede estadual - 3,9% - e por último a rede municipal, com 7,6%. As possíveis
variáveis que incidem sobre estes dados estão relacionadas à organização
curricular, distanciada da realidade e pouco atraente para os jovens, sobretudo,
105
quando se trata do período noturno; tipos e horários de cursos oferecidos; a
qualidade do ensino e ainda a substituição da escola pelo mercado de trabalho.
Somando-se ao abandono (3,9%) os indicadores de reprovação (7,0%), têm-
se um número significativo de estudantes que percorrem o Ensino Médio de maneira
insatisfatória.
Medidas que combatam a evasão devem buscar corresponder às
expectativas dos alunos com diferentes trajetórias escolares, ou seja, alunos que
estão dando continuidade a seus estudos, sem interrupção – mesmo que com
reprovação anterior e outros que estão retornando à escola, que foi por eles
abandonada, em diferentes momentos do processo de escolarização. Condições de
vida e trabalho geram diferentes vínculos com a escola e diferentes interações; é
preciso ter uma organização de trabalho diferenciada para atender o seu público.
Tabela 21 - Taxa de Rendimento Escolar por série / ano de ensino
SÉRIE/ANO Ano
Taxa Aprovação
Taxa Reprovação
Taxa Abandono
Urbana Urbana Urbana
1º ano do EM
2008 81.7% 15.7% 2.6%
2009 88.% 8.7% 3.3%
2010 85.7% 8.6% 5.7%
2º ano do EM
2008 78.4% 16.1% 5.5%
2009 85.2% 9.2% 5.6%
2010 91.2% 6.8% 2.0%
3º ano do EM
2008 83.5% 14.2% 2.3%
2009 88.3% 6.7% 5.0%
2010 91.5% 4.8%
3.7%
Fonte: http://portal.inep.gov.br/indicadores-educacionais
Observa-se que no primeiro ano do Ensino Médio as taxas de reprovação e
abandono são maiores que os anos seguintes. Alguns fatores podem influenciar
estes resultados: alunos egressos do Ensino Fundamental com poucos
106
conhecimentos, organização e forma de funcionamento do Ensino Médio,
organização curricular, as interações escolares entre outros. Estes são dados a ser
considerados ao se pensar na qualidade do Ensino Médio do município de Mococa,
que precisa ser repensado e reformulado.
Tabela 22 - Taxa de distorção idade-série - 2010
Ano/ Dependência
Estadual Municipal Particular Geral
2010 22,4% 27,6% 4,4% 20,6%
Fonte: http://portal.inep.gov.br/indicadores-educacionais
Um problema que se constata em Mococa é o da distorção série-idade, que
avalia a idade dos alunos e a série que frequentam em cada nível de ensino.
Isto implica afirmar que, em 2010, um total de 20,6% dos adolescentes
matriculados no Ensino Médio estavam acima da faixa etária, ou seja,
aproximadamente 940 alunos. A maior taxa estava na Rede Municipal com 27,6%,
seguido da Rede Estadual com 22,4% e por último a Rede particular com 4,4%.
A problemática da distorção idade-série associada à reprovação, são os
principais fenômenos responsáveis pelo abandono de adolescentes da escola,
aumentando, sobremaneira,a improdutividade dos sistemas escolares.
A correção desta problemática em Mococa é fundamental, não apenas como
uma necessidade para a universalização do Ensino Médio, mas, sobretudo, como
forma de combater a reprovação e o abandono escolar.
Avaliações Externas
No Brasil existem dois processos que facultam possibilidades de avaliação
para o Ensino Médio; trata-se do SAEB e do ENEM (nacionais) que se somam ao
SARESP (estadual), fornecendo às escolas, elementos que podem servir de
parâmetros para suas atividades.
Os resultados das avaliações de sistema ou avaliações externas precisariam
desencadear nas escolas reflexões sobre sua situação, procurando localizar e
identificar determinados aspectos que explicassem sua realidade em face desses
107
resultados. Como consequência da discussão do desempenho da unidade escolar,
caberia estabelecimento de metas permitindo alterar ou manter procedimentos e
conteúdos, objetivos e resultados alcançados e esperados. Estas propostas
precisam fazer parte do trabalho pedagógico desenvolvido nas Unidades Escolares
de Ensino Médio.
Tabela 23 - Desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM
Nível Ano Média da prova
objetiva
Média Total (Redação e Prova
Objetiva)
Rede Estadual 2009 502.12 529.92
Rede Municipal 2009 455.32 479.59
Rede Privada 2009 627.96 644.06
A infraestrutura das Unidades Escolares principalmente, as que oferecem
Ensino Médio regular é muito precária em relação à existência de laboratórios de
químicas, biologia, informática. Fator este que interfere na procura pela escola, pois
está diretamente ligada a qualidade de ensino ofertado. Bibliotecas e materiais
didáticos existem, mas é necessária uma maior qualificação em relação ao uso que
se faz dos mesmos.
É de fundamental importância que os dados levantados a partir deste Plano
Municipal de Educação sejam levados em consideração, pois são fortes indicadores
de problemas com a qualidade do ensino médio no município, mostrando
necessidade de medidas para a melhoria na oferta dos serviços prestados.
Metas
Estratégias Ações
Meta 1 Assegurar a articulação e parceria entre as Redes de Ensino no sentido de que no período de 5 anos, a partir da vigência deste PME, seja universalizado o atendimento
1.Promover a busca ativa da população de quinze a dezessete anos fora da escola, em articulação com os serviços de assistência social, saúde e de proteção à adolescência e à juventude. 2.Assegurar uma mobilização para matrícula e recenseamento de adolescentes e jovens e adultos, através da atualização e aperfeiçoamento de censo educacional anual do município.
1.Firmar parceria com o Governo de Estado para a ocupação racional dos estabelecimentos de ensino estaduais e municipal de forma a ampliar o número de vagas no Ensino Médio. 2. Implementar nas Escolas de Ensino Médio cursos integrados de com Educação profissional, firmando parcerias com instituições que atuam neste campo 3. Adotar medidas para ampliar
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escolar para toda a população de quinze a dezessete anos.
3. Disponibilizar veículos para transporte dos estudantes do campo, com os objetivos de renovar e padronizar a frota rural de veículos escolares, reduzindo a evasão escolar, procurando reduzir o tempo máximo dos estudantes em deslocamento a partir de suas realidades. 4. Estimular programas de educação de jovens e adultos para a população urbana e do campo na faixa etária de quinze a dezessete anos, com qualificação social e profissional para jovens que estejam fora da escola e com defasagem idade-série. 5. Redimensionar a oferta de ensino médio nos turnos diurno e noturno, bem como a distribuição territorial das escolas de ensino médio, de forma a atender a toda a demanda, de acordo com as necessidades específicas dos alunos. 6. Estimular a expansão das matrículas gratuitas de ensino médio integrado à educação profissional. 7. Expandir a oferta de estágio na educação profissional técnica de nível médio e do ensino médio regular, preservando-se seu caráter pedagógico integrado ao itinerário formativo do aluno, visando a formação de qualificações próprias da atividade profissional, à contextualização curricular e ao desenvolvimento da juventude. 8. Estruturar e fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso e da permanência dos jovens beneficiários de programas de transferência de renda, no ensino médio, quanto à frequência, ao aproveitamento escolar e à interação com o coletivo, bem como das situações de discriminação, preconceitos e violências; práticas irregulares de trabalho, consumo de drogas, gravidez precoce; em colaboração com as famílias e com órgãos
ofertas no turno diurno para atender à demanda e manter oferta noturno suficiente para garantir o atendimento dos alunos que trabalham. 4. Realizar mapeamento e caracterização da demanda para o Ensino Médio regular, Técnico de nível médio e profissional do município, como subsídio ao planejamento e a implementação de políticas públicas 5. Oportunizar, gratuitamente, a distribuição de vagas de cursos técnicos e qualificação profissional, considerando as vocações produtivas e especificidades do município. 6. Estabelecer período de matrícula e divulgá-lo amplamente na mídia 7. Proceder um mapeamento, em parceria com a Diretoria de Ensino da região de São João da Boa Vista,dos jovens e adultos fora da escola visando localizar demanda e universalizar a oferta do Ensino Médio 8. Informatizar o setor responsável pelo acompanhamento individual de cada estudante 9. Utilizar os dados relacionados ao acompanhamento individual dos alunos para planejamento de ações pertinentes. 10. Viabilizar o transporte escolar , através de uma logística eficaz, capaz de assegurar a permanência do adolescente da zona rural na escola de Ensino Médio mais próxima de sua residência. 11. Aderir aos programas do Ministério da Educação para aquisição de veículos para o transporte escolar. 12. Realizar a fiscalização e manutenção correta dos veículos bem como dos serviços prestados para transporte escolar, quando estes forem terceirizados. 13. Dar continuidade ao programa
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públicos de assistência social, saúde e proteção à adolescência e juventude. 9. Estabelecer ações de cooperação técnica, apoio e parceria entre Município, Estado e organizações não governamentais, compartilhando responsabilidades com a universalização da oferta do Ensino Médio. 10. Garantir políticas de combate à violência na escola e construção de cultura de paz e ambiente escolar dotado de segurança para a comunidade escolar. 11. Garantir a fruição a bens e espaços culturais, de forma regular, bem como a ampliação da prática desportiva, de forma integrada ao currículo escolar.
de alimentação escolar para todos os alunos do Ensino Médio da Rede Pública. 14. Estabelecer parcerias com Empresas para promoção de estágios aos alunos do Ensino profissionalizante. 15. Ampliar oferta de estágios remunerados para alunos do Ensino Médio. 16. Estabelecer parcerias permanentes com os diversos setores que atendem adolescentes. 17. Implantar curso preparatório (pré-vestibular)gratuito na Rede Pública de Ensino, conforme a demanda.
Meta 2 Universalizar, para a população de quinze a dezessete anos, o atendimento escolar aos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, preferencialmente, na rede regular de ensino, garantindo o atendimento educacional especializado em classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou comunitários, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível sua integração nas classes comuns.
1. Garantir a matrícula na escola regular dos adolescentes com necessidades especiais e o atendimento educacional especializado ofertado em salas de recursos multifuncionais da própria escola ou em instituições especializadas. 2. Garantir o atendimento educacional especializado em Instituições de Educação Especializada sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível sua integração nas classes comuns. 3. Desenvolver propostas pedagógicas que combinem, de maneira articulada, a organização do tempo e das atividades didáticas, considerando as especificidades da educação especial. 4. Promover a formação continuada de professores para o atendimento educacional especializado complementar. 5. Estimular a educação inclusiva, promovendo a articulação pedagógica entre o ensino regular e o atendimento educacional especializado, assegurado na Proposta Pedagógica.
1. Utilizar as instâncias democrática, como por exemplo, Conselho Municipal de Educação para regulamentar o atendimento educacional inclusivo de acordo com legislação. 2. Promover estudos debates, simpósios, discussões considerando as orientações nacionais sobre a educação especial na perspectiva da de uma educação inclusiva. 3. Realizar um diagnóstico na Rede de Ensino do município para saber as reais necessidades do atendimento educacional especializado nesta faixa etária 4. Estabelecer atendimento especializado no contra –turno em instituições conveniadas, nas escolas regulares e onde funcionam as salas de recursos. 5. Garantir a manutenção das instituições escolares especializadas e salas de recursos nas escolas da Rede Pública de Educação Básica. 6. Acompanhar e fazer uso adequado dos repasses de verbas para melhor atender os alunos com necessidades de atendimento
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6. Aderir ao programas federais suplementares que promovam a acessibilidade nas escolas públicas para garantir o acesso e permanência na escola dos alunos com deficiência. 7. Adequar as instituições que oferecem atendimento educacional especializado de acordo com legislação sobre educação inclusiva. 8. Ampliar a equipe de profissionais com qualificações variadas para atender à demanda do processo de inclusão. 9. Contabilizar, para fins de recebimento do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB, as matrículas dos estudantes da educação regular da rede pública que recebem atendimento educacional especializado complementar, sem prejuízo do cômputo dessas matrículas na educação básica regular. 10. Garantir a manutenção de instituições escolares especializadas, bem como de classes especiais e salas de recursos nas escolas da rede pública de ensino médio, sempre que se fizer pertinente ou necessário, visando minimizar ou eliminar dificuldades no âmbito pedagógico, a fim de que se possa alcançar o desenvolvimento integral do aluno com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. 11. Solicitar ao Ministério da Educação, salas de recursos multifuncionais se necessário for, para atender toda a demanda do município. 12. Estimular a continuidade da escolarização dos alunos com deficiência na educação de jovens e adultos, observadas suas necessidades e especificidades.
especializado. 7. Elaborar uma política intersetorial com articulação das áreas da saúde, assistência social, Justiça, Direitos Humanos e outras organizações da sociedade civil, priorizando um Ensino Médio de qualidade.
111
Meta 3 Regularizar progressivamente o fluxo escolar em até 5 anos, viabilizando o término da evasão e da repetência, garantindo efetiva aprendizagem.
1. Institucionalizar programas, desenvolver tecnologias e práticas pedagógicas para correção de fluxo garantindo a inclusão dos alunos com defasagem de idade- série , acompanhamento pedagógico individualizado, recuperação, e progressão favorecendo a melhoria do fluxo escolar e a aprendizagem dos estudantes, consideradas as diversas abordagens metodológicas e sua efetividade. 2. Disciplinar no âmbito dos sistemas de ensino, a organização flexível do trabalho pedagógico. 3. Desenvolver programa especificamente planejados de recuperação paralela aos processos de ensino e de aprendizagem aos alunos com dificuldades garantindo a continuidade dos adolescentes na escola. 4. Otimizar as taxas de eficiência do sistema, reduzindo a repetência e a evasão, de forma a diminuir o tempo médio de escolaridade para conclusão desse nível ou que a conclusão deste nível seja feita no tempo correto de escolaridade.
1. Assegurar condições de aprendizagem à todos os alunos mediante: providências de acompanhamento o aluno com rendimento escolar defasado, quando detectadas as necessidades de apoio pedagógico. 2. Adotar práticas como aulas de reforços no turno complementar, de forma a reposicioná-lo no ciclo escolar de maneira compatível com sua idade. 3. Assegurar aos adolescentes em distorção idade-série projetos pedagógicos que viabilizem avanços nos estudos e conclusão do ensino médio.
Meta 4 Oferecer educação em tempo integral para vinte e cinco por cento dos alunos das escolas públicas do ensino médio.
1. Ampliar, progressivamente, a jornada escolar, mediante oferta de ensino médio em tempo integral, por meio de atividades de acompanhamento pedagógico e interdisciplinares, de forma que o tempo de permanência de adolescentes na escola passe a ser igual ou superior a sete horas diárias durante todo o ano letivo, inclusive às escolas do campo considerando-se as peculiaridades locais. 2. Oferecer atividades extracurriculares de incentivo aos estudantes e de estímulo a habilidades. 3. Promover a articulação da escola com diferentes espaços educativos, culturais e esportivos, e equipamentos públicos como centros comunitários, bibliotecas, praças, museus, parques e outros.
1. Realizar um levantamento das possíveis parcerias entre a escola e os espaços educativos existentes no município para planejamento das atividades a serem incluídas na matriz curricular das escolas de educação de tempo integral. 2. Elaborar um cronograma de atividades extracurriculares que contemplem a proposta curricular vigente . 3. Prever no orçamento financeiro anual, recursos necessários para que as atividades planejadas sejam desenvolvidas.
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4. Aderir aos programas nacionais de ampliação e reestruturação das escolas públicas, por meio de instalação de quadras poliesportivas, laboratórios, espaços de atividades culturais entre outros.
Meta 5 Melhorar o aproveitamento dos alunos do Ensino Médio, de forma a atingir níveis satisfatório de desempenho definidos e avaliados pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), pelo Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e pelo Sistema de Avaliação do Estado de São Paulo (SARESP), assegurando que no quinto ano de vigência deste PME, pelo menos setenta por cento dos aluno tenham alcançado nível suficiente de aprendizado em relação às expectativas de aprendizagem de seu ano de estudo e cinquenta por cento, pelo menos, o nível desejável; b) no último ano de vigência deste PME, todos os alunos tenham alcançado nível suficiente de aprendizado em relação às expectativas de aprendizagem de seu ano de estudo e oitenta por cento, pelo menos, o nível
1. Promover a qualidade do ensino médio com a melhoria da aprendizagem assegurando a participação do município em avaliações externas a fim de aumentar em os índices de acordo com as metas estabelecidas. 2. Orientar as políticas educacionais das redes de ensino de forma a atingir os resultados estabelecidos para esta faixa etária. 3. Fixar, acompanhar e divulgar os resultados das avaliações externas das escolas da rede pública de ensino médio. 4. Instituir processo contínuo de autoavaliação das escolas de ensino médio, por meio da constituição de instrumentos de avaliação que orientem as dimensões a serem fortalecidas. 5. Implementar o desenvolvimento de tecnologias educacionais, e de inovação das práticas pedagógicas nas redes de ensino, que assegurem a melhoria da aprendizagem dos alunos. 6. Estabelecer diretrizes pedagógicas para o ensino médio com expectativas de aprendizagem dos alunos para cada ano respeitada a diversidade local. 7. Assegurar através dos dados da autoavaliação e da avaliação externa, a avaliação do desempenho das escolas de Ensino Médio com a participação da comunidade. 8. Contratar profissionais habilitados e qualificados, de acordo com a função a ser exercida, em número suficiente, para atuarem no ensino médio, nos
1. Implantar progressivamente um programa de acompanhamento, que possibilite a melhoria do nível de aprendizagem dos alunos, em todas as Redes de Ensino. 2. Avaliar o aluno em todo o seu processo de aprendizagem, e não apenas ao final do ano, considerando suas dificuldades como indicadores para a reorganização do ensino e da aprendizagem . 3. Dar continuidade ao programa de formação dos profissionais de educação, visando sua total competência para atuar junto aos alunos do ensino médio. 4. Incentivar e autorizar a participação dos professores bem como dos demais profissionais que atuam nas escolas de ensino médio, em congressos, simpósios, encontros, cursos e outros eventos relacionados à educação. 5. Participar das avaliações nacionais utilizando-as como parâmetros para adequações curriculares, qualificando o trabalho 6. Garantir a divulgação e análise dos resultados 7. Criar mecanismos de acompanhamento para assegurar a utilização as avaliações nacionais nas instituições escolares, a partir da formação dos gestores escolares. 8. Adequar a legislação municipal existente para que seja atendidas as reais necessidades das Unidades escolares em relação ao número de professores/aluno/área de conhecimento bem como, o número de profissionais do grupo de apoio.
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desejável. diversos espaços/ambientes escolares, visando á qualificação do ensino. 9. Garantir transporte gratuito para todos os estudantes do ensino médio, moradores da zona rural do município
9. Discutir e efetivar meios de aperfeiçoamento e de formação continuada, em serviço, aos profissionais da educação, reservando em sua carga horária, tempo suficiente para estudos, planejamento e avaliação da proposta pedagógica em execução e outras oportunidades de melhoria da prática docente. 10. Estabelecer na Rede Municipal de Ensino uma política pública para casos de substituições de professores. 11. Assegurar que todas as contratações temporárias de docentes, feita a partir da validade deste Plano, estejam rigorosamente dentro das exigências legais.
8. Elevar a escolaridade média da população de 18 a 29 anos, de modo a alcançar mínimo de 9 anos de estudo no quinto ano de vigência deste PME e de 12 anos de estudo, no último ano para a população do campo.
1. Dar continuidade a garantia de acesso gratuito a exames de certificação da conclusão do ensino médio. 2. Implementar programas de EJA para os segmentos populacionais considerados, que estejam fora da escola e com defasagem de idade série, associada a outras estratégias que garantam a continuidade da escolarização. 3. Promover busca ativa de jovens fora da escola pertencentes aos segmentos populacionais considerados, em parceria com as áreas de assistência social, saúde e proteção à juventude. 4. Promover a articulação dos programas da área da educação, de âmbito local e nacional, com os de outras áreas como saúde, trabalho e emprego, assistência social, esporte, cultura, possibilitando a criação de uma rede de apoio integral às famílias, que as ajude a garantir melhores condições para o aprendizado dos estudantes. 5. Garantir políticas de combate à violência na escola e construção de uma cultura de paz e um ambiente escolar dotado de
1. Abrir salas de aula na quantidade necessária para atender a demanda real da Educação de Jovens e Adultos do Ensino Médio. 2. Implementar as diretrizes curriculares nacionais para Educação de Jovens e adultos – Ensino Médio. 3. Adequar legislação para contratação de professores para a EJA visando assegurar a continuidade dos docentes. 4. Promover a formação específica e continuada dos professores da educação de jovens e adultos. 5. Promover parcerias com instituições sociais, para levantamento de dados da demanda de EJA. 6. Garantir material didático adequado aos alunos da EJA considerando as diretrizes nacionais e propostas pedagógicas locais. 7. Estabelecer parcerias com empresas do município para políticas de incentivo á matrícula e continuidade do estudo.
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segurança para a comunidade escolar. 6. Promover com parcerias o acompanhamento e monitoriamento de acesso à escola, identificar motivos de ausência e baixa frequência, colaborando para a garantia de frequência e apoio à aprendizagem, de maneira a estimular a ampliação do atendimento desses estudantes na rede regular de ensino.
8. Promover o desenvolvimento de forma sistemática de programas que possibilite atividades de lazer para os alunos nas escolas e em outros espaços. 9.Dar continuidade ao programa de alimentação escolar em todas as Unidades Escolares 10. Oferecer a todos os alunos, equipamentos materiais indispensáveis ao seu desenvolvimento. 11. Proporcionar uma assessoria aos alunos através de profissionais de várias áreas: psicólogo, fonoaudiólogo, assistente social, psicopedagogo, fisioterapeuta, nutricionista com parcerias com instituições que oferecem estes tipos de serviços.
Meta 6 Garantir, no prazo de três anos a partir da implantação deste plano, a adequação das escolas em funcionamento aos padrões mínimos em conformidade com a legislação, inclusive a adaptação dos edifícios escolares para o atendimento dos alunos deficientes ou com necessidades educativas especiais e garantir a infraestrutura e recursos materiais, equipamentos de informática, multimídia e internet, espaços para esporte, recreação, biblioteca, assegurando a melhoria da qualidade de ensino.
1. Aderir aos programas nacionais que oferecem suporte para adequação dos prédios das escolas públicas. 2. Institucionalizar um programa de reestruturação e aquisição de equipamentos voltados à expansão e à melhoria da rede física de escolas públicas, em regime de colaboração. 3. A partir da implantação deste plano somente autorizar a construção e funcionamento de escolas de ensino médio que atendam os requisitos de infraestrutura definidos. 4. Garantir adequações arquitetônicas nas escolas públicas observado o atendimento às regras de acessibilidade previstas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, com o objetivo de favorecer a igualdade de acesso e as condições de permanência aos alunos com ou sem deficiência. 5.Estabelecer parâmetros para avaliação das estruturas físicas das instituições escolares . 6. Ampliar e adequar os prédios das escolas hoje existentes, possibilitando o uso de novas
1. Realizar um diagnóstico da rede física (infraestrutura), dos recursos materiais, das escolas públicas baseado nos parâmetros do Ministério da Educação. 2. Construir, ampliar e reformar estabelecimentos de ensino, adequando-os de acordo com um padrão de qualidade de infraestrutura, conforme legislação vigente. 3. Prover equipamentos e recursos tecnológicos digitais para a utilização pedagógica no ambiente escolar a todas as escolas da Rede Pública de Ensino. 4. Adotar medidas para a universalização do uso de novas tecnologias de comunicação e informação no processo de ensino-aprendizagem. 5. Universalizar o acesso à rede de computadores em banda larga de alta velocidade e aumentar a relação computadores/estudantes nas escolas da rede pública de ensino fundamental, promovendo a utilização pedagógica das tecnologias da informação e da comunicação. 6. Suprir as Unidades Escolares com bibliotecas, laboratórios de
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tecnologias no ensino. 7. Estabelecer normas que regulamentem a participação de membros da comunidade escolar na análise de projetos de construção de novas escolas e/ou vistorias de reformas, construção e ampliação de unidades escolares. 8. Universalizar o acesso à rede mundial de computadores em banda larga de alta velocidade e a relação computadores/aluno nas escolas da rede pública de educação médio, promovendo a utilização pedagógica das tecnologias da informação e da comunicação. 9. Implementar, progressivamente, política de gestão da infraestrutura física das Unidades Escolares de Ensino Médio.
química, biologia equipados com materiais necessários, espaços para práticas esportivas, artísticas e culturais.
Meta 7 No período de dois (2) anos a partir deste Plano, definir as Diretrizes Pedagógicas e Administrativas em consonância com as orientações do MEC e com a participação de profissionais da educação para todo o Ensino Me. dio.
1. Revisar e implementar o currículo para o Ensino Médio, considerando os parâmetros nacionais comuns, respeitando a diversidade local e definindo as expectativas de aprendizagem para todos os anos do ensino médio de maneira a assegurar a formação básica comum indispensável para o exercício da cidadania, reconhecendo a especificidade desta faixa etária e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. 2. Assegurar o acompanhamento, supervisão e assessoramento pedagógico a todos os professores do Ensino Médio. 3. Assegurar as condições para que todas as escolas, no exercício de sua autonomia, executem seus projetos político-pedagógicos, com observância das Diretrizes Curriculares para o Ensino Médio, considerando suas necessidades específicas, sua clientela, sua comunidade, seus profissionais e seu entorno. 4. Renovar o Ensino Médio, a fim de incentivar práticas pedagógicas com abordagens interdisciplinares estruturadas pela relação entre teoria e prática; por meio de currículos escolares com conteúdos obrigatórios e eletivos articulados em dimensões
1. Conhecer as especificidades dos alunos que frequentam o Ensino Médio para se buscar o aprimoramento do atendimento a esses estudantes, considerando sua realidade de vida e trabalho. 2. Garantir a todos formação continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações das redes de ensino, inclusive na elaboração do PPP. 3. Estabelecer políticas de formação em serviço para implementação efetiva do currículo. 4. Promover a articulação com instituições acadêmicas, esportivas e culturais.
116
temáticas tais como ciência, trabalho, linguagens, tecnologia, cultura e esporte. 5. Desenvolver formas alternativas de oferta do ensino médio para atender aos filhos de profissionais que se dedicam a atividades de caráter itinerante.
5 EDUCAÇÃO DO CAMPO
O reconhecimento de que as pessoas que vivem no campo têm o direito a
uma educação diferenciada daquela oferecida a quem vive nas cidades é recente e
inovador, e ganhou força a partir da instituição, pelo Conselho Nacional de
Educação, das Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do
Campo (Resolução CNE/CBE n.º1, de 03/04/2002). Esse reconhecimento extrapola
a noção de espaço geográfico, onde Escolas do Campo são aquelas que têm sede
no espaço geográfico classificado pelo IBGE como rural e compreende as
necessidades culturais, os direitos e a formação integral desses indivíduos.
Fonte: Educação do Campo, cadernos SECAD
117
Breve Histórico Sobre a Educação do Campo
No âmbito das políticas públicas para a educação, pensava-se que o
problema a ser resolvido para a educação das populações que vivem fora das
cidades decorria apenas da localização geográfica das escolas e da baixa
densidade populacional nas regiões rurais. Isto implicava, entre outras coisas, a
necessidade de serem percorridas grandes distâncias entre casa e escola e o
atendimento de um número reduzido de alunos, com consequências diretas nos
gastos para a manutenção do então denominado ensino rural.
A suposição de que o conhecimento “universal”, produzido pelo mundo dito
civilizado deveria ser estendido ou imposto a todos, de acordo com a “capacidade”
de cada um, serviu para escamotear o direito a uma educação contextualizada,
promotora do acesso à cidadania e aos bens econômicos e sociais, que respeitasse
os modos de viver, pensar e produzir dos diferentes povos do campo. Ao invés
disso, se ofereceu a uma pequena parcela da população rural, uma educação
instrumental, reduzida ao atendimento de necessidades educacionais elementares e
ao treinamento de mão-de-obra.
Em meados da década de 1960, por ocasião da implantação do modelo
Escola-Fazenda no ensino técnico agropecuário, os currículos oficiais foram
elaborados com enfoque tecnicista para atender ao processo de industrialização em
curso.
No mesmo período, ocorreu um vigoroso movimento de educação popular,
protagonizado por educadores ligados a universidades, movimentos religiosos ou
partidos políticos de orientação de esquerda. Seu propósito era fomentar a
participação política das camadas populares, inclusive do campo, e criar alternativas
pedagógicas identificadas com a cultura e com as necessidades nacionais, em
oposição à importação de ideias pedagógicas alheias a realidade
brasileira(RIBEIRO, 1993:171, in Caderno SECAD 2, 2007).
A partir de meados da década de 1980, as organizações da sociedade civil,
especificamente as ligadas à educação popular, incluíram a educação do campo na
pauta dos temas estratégicos para a redemocratização do país. A ideia era
reivindicar e, simultaneamente construir um modelo de educação sintonizado com as
particularidades culturais, os direitos sociais e as necessidades próprias à vida dos
camponeses.
118
Nesse ambiente político, aliando mobilização e experimentação pedagógica,
passam a atuar juntos vários segmentos da sociedade com o objetivo de estabelecer
um sistema público de ensino para o campo, baseado no paradigma pedagógico da
educação como elemento de pertencimento cultural.
Entre as iniciativas populares de organização da educação do campo estão
as Escolas Famílias Agrícolas (EFAs), as Casas Familiares Rurais (CFRs) e os
Centros Familiares de Formação por Alternância (CEFAs). Essas instituições,
inspiradas em modelos franceses e criadas no Brasil a partir de 1969 no estado do
Espírito Santo, associam aprendizado técnico com o conhecimento crítico do
cotidiano comunitário. A proposta pedagógica, denominada Pedagogia da
Alternância, é operacionalizada a partir da divisão sistemática do tempo e das
atividades didáticas entre a escola e o ambiente familiar.
A partir desse contexto de mobilização social, a Constituição de 1988
consolidou o compromisso do Estado e da sociedade brasileira em promover a
educação para todos, garantindo o direito ao respeito e à adequação da educação
às singularidades culturais e regionais. Em complemento, a atual Lei de Diretrizes e
Bases da Educação nacional (Lei n.º 9394/96) estabelece uma base comum a todas
as regiões do país, a ser complementada pelos sistemas federal, estaduais e
municipais de ensino e determina a adequação da educação e do calendário escolar
às peculiaridades da vida rural e de cada região. “Ela reconhece, em seus artigos 3.,
23, 27 e 61, a diversidade sociocultural e o direito à igualdade e à diferença,
possibilitando a definição de diretrizes operacionais para a educação rural sem, no
entanto, romper com um projeto global de educação para o país. A ideia de mera
adaptação é substituída pela de adequação, o que significa levar em conta, nas
finalidades, nos conteúdos e na metodologia, os processos próprios de aprendizado
do estudante e o que é específico do campo.” (in, Educação do campo: diferenças
mudando paradigmas, Cadernos Secad 2)
Em 1998, foi criada a “Articulação Nacional por uma Educação do Campo,
entidade supra organizacional que passou a promover e gerir as ações conjuntas
pela escolarização dos povos do campo em nível nacional.
A criação, em 2004, no âmbito do Ministério da Educação, da Secretaria de
Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, à qual está vinculada a
Coordenação de Educação do Campo, significa a inclusão na estrutura estatal
federal de uma instância responsável, especificamente, pelo atendimento dessa
119
demanda a partir do reconhecimento de suas necessidades e singularidades e
também é um marco organizacional que demonstra a vontade do Governo Federal
de consolidar a Educação do Campo como política pública permanente.
Fonte: Educação do Campo: diferenças mudando paradigmas, Cadernos SECAD 2, capítulo
Marcos Intitucionais.
Histórico das Escolas da Zona Rural de Mococa
Nossa história tem seu marco principal no ano de 1994, na pessoa da
Diretora de Educação que acreditava que para conceber uma educação de
qualidade para o campo era necessário desconstruir paradigmas, preconceitos e
injustiças, a fim de reverter as desigualdades educacionais, historicamente
construídas, entre o campo e a cidade.
Precisava-se transformar a realidade de sub-educação das escolas rurais do
nosso município e ao mesmo tempo desmistificar a visão urbanocêntrica, onde o
modelo didático-pedagógico utilizado nas escolas da cidade é transferido para as
escolas localizadas nas zonas classificadas como rurais, sem que sejam
consideradas as reais necessidades das populações identificadas com o campo.
A responsabilidade oriunda da vontade política, assumida pela administração
municipal de Mococa da época (fator determinante para que a escola rural de
qualidade começasse a tornar realidade), ao lado da preocupação da Delegacia de
Ensino de Casa Branca em desenvolver ações administrativas e educacionais
integradas aos municípios, possibilitou alterações significativas na educação rural de
Mococa, iniciando o caminho para a escola almejada.
De uma certa forma, esta parceria já existia, pois a Prefeitura Municipal de
Mococa já se responsabilizava pela merenda dos alunos das escolas rurais e pelo
transporte dos alunos de 5.ª série em diante e, também daqueles que, mesmo nas
primeiras séries do então primeiro grau, fugiam da precariedade do ensino rural e
lotavam os ônibus, para a “cidade”. A Prefeitura também já vinha oferecendo cursos
e assistência pedagógica, às professoras da zona rural.
120
Projeto Nucleação
Situação das escolas rurais – 1993
Existiam 24 escolas rurais isoladas e 02 núcleos (um estadual e um
municipal);
Apenas 2 classes de educação infantil;
As escolas isoladas, vinculadas às escolas estaduais urbanas funcionavam
em classes multisseriadas e apenas 3 delas estavam instaladas em prédio
escolar. As outras funcionavam em antigas casas de funcionários das
fazendas, ou em depósitos ou tulhas, espaços inadequados e, na maioria das
vezes, mal conservados;
Não havia material escolar suficiente para alunos e professores;
Professores mostravam-se despreparados e desmotivados com toda essa
carência, agravada pelo isolamento das escolas;
Grande rotatividade no quadro de professores;
Inexistência de um Projeto Pedagógico específico e de coordenação
Pedagógica aos professores;
Alto índice de repetência e evasão escolar;
Desrespeito às especificidades do meio rural;
Desatenção às necessidades de desenvolvimento do aluno;
Inexistência de transporte nas escolas;
Existência de apenas um vice-diretor num dos núcleos: ausência de pessoal
administrativo;
A merenda era fornecida pela Prefeitura, mas seu preparo a comprometia,
pois era preparada por moradores, em casa próximas às escolas. Só havia
merendeiras contratadas nos dois núcleos.
Este quadro precário resultava num ensino de baixa qualidade, com insuficiência
de atividades significativas e culturais, o que levava a altos índices de evasão e
repetência. Ao mesmo tempo, escolas vinham sendo fechadas por determinação
dos diretores das escolas estaduais vinculadoras, diante das dificuldades surgidas
121
(em geral, problemas com condições físicas dos prédios ou com números de
alunos).
Ações Desenvolvidas – Projeto Nucleação
Para que essa estrutura de sub-educação fosse modificada e uma educação
de qualidade para a educação rural fosse conquistada, algumas ações foram
desenvolvidas:
1. Parceria com a Delegacia de Ensino de Casa Branca e com a Secretaria de
Estado da Educação;
2. Criação da Comissão de Educação Rural;
3. Agrupamento das 22 Escolas isoladas em 05 Núcleos Rurais, totalizando 07
Núcleos;
4. Abertura de 07 classes de Educação Infantil nos núcleos, totalizando 09 classes.
EEPG (R) Pedro Cunali
EEPG (R) Morro Azul
EEPG (R) Boa Vista
EEPG (R) Santa Eustáquia
EEPG (R) Fortaleza (Igaraí)
EEPG (R) Serra (Hilda Silva)
EMPG (R) Maria Helena Scardazzi Converso
6. Início das negociações da municipalização das Escolas Rurais;
7. Oferta de material suficiente para o trabalho com alunos;
8. Contratação de cozinheiras através de concurso para todos os núcleos;
9. Equipamento das cozinhas e oferecimento de merenda de qualidade em todos os
núcleos;
10. Organização do transporte: compra de alguns ônibus e contratação de
motoristas;
11. Forte estrutura de assistência pedagógica: atendimento à formação e à ação do
professor/diretor, com cursos e encontros pedagógicos;
12. Contratação de pessoal administrativo pelo Estado, para cada núcleo: vice –
diretor, oficial de escola e servente;
13. Contratação de assessoria especializada da Escola da Vila;
122
14. Contratação de assessoria de áreas – Língua Portuguesa e Matemática e
posteriormente Ciências e História;
15. Trabalho de coordenação pedagógica, através da contratação de duas
coordenadoras pedagógicas;
16. Avaliações, reflexões constantes sobre o trabalho desenvolvido e os resultados
alcançados;
17. Ampliação da carga horária de 4 horas/aulas para 5 horas/relógio (1996);
18. Obrigatoriedade da participação dos professores nas reuniões pedagógicas
semanalmente (1996);
19. Elaboração de cadernos pedagógicos e manual de orientação exclusivos e
especialmente dirigidos às Escolas Rurais de Mococa (1996);
20. Distribuição do material a cada professor e aluno de todos os Núcleos Rurais:
Cadernos pedagógicos nas áreas de Língua Portuguesa e Matemática.
Todas estas ações proporcionaram uma melhoria do ensino nas áreas
curriculares, respeitando à especificidade do meio rural, proporcionando um
atendimento mais próximo da criança, promovendo grandes e fundamentais
modificações no ensino rural do nosso município, fazendo com que o sonho de uma
escola rural de qualidade começasse a se tornar realidade. Mas, afinal o que seria
esta tão sonhada escola rural de qualidade? Nada mais belo e simples do que fazer
uso das palavras da nossa tão querida e inesquecível Professora Vera Sandoval
Meireles, que mais do que ninguém acreditou e lutou por este sonho, aliás ideal...“ o
de ver crianças da zona rural frequentando escolas onde possam buscar e construir
conhecimentos de uma forma significativa, prazerosa e consistente…Escolas que
possibilitem às crianças a construção da autonomia e, portanto, de sua cidadania e
de sua moralidade,e onde a moral e a ética permeiem todas as atividades. Que
permitam a bola no recreio, a amarelinha, a corda, o brincar de casinha; e que,
principalmente, respeitem e admirem as peculiaridades da zona rural, acolhendo os
inúmeros conhecimentos de seus alunos e de seus pais, organizando-os e
ampliando-os com novas e adequadas informações.”
Fonte: Documento : Escolas Rurais, Prefeitura Municipal de Mococa/1995
Como sabemos um dos grandes problemas da Educação Pública é a
continuidade dos projetos e embora, por alguns anos este trabalho não tenha sido
descartado, as escolas rurais passaram a ter uma educação na qual o modelo
123
didático-pedagógico utilizado nas escolas da “cidade” era transferido para as escolas
localizadas nas zonas classificadas como rurais.
Em 2000, todos os núcleos foram municipalizados e a estrutura oferecida às
escolas da Rede de Ensino Municipal foi estendida a eles, inclusive as aulas de
áreas com professores especialistas.
Neste mesmo ano, na EMEB Prof.ª Maria Helena Scardazzi Converso” a
oferta de ensino foi ampliada oferecendo além da Educação Infantil, o Ensino
Fundamental completo (1.ª à 8.ª séries).
Entretanto, a queda na densidade demográfica no meio rural ao longo dos
anos, o forte êxodo para a cidade e a dificuldade de manter a estrutura oferecida,
levou a prefeitura a promover fechamento de alguns núcleos e a usar o transporte
escolar para levar as crianças para estudar em escolas situadas na cidade.
2002 : NUMREB “Renato Costa Lima” – Serra
2002 : NUMREB “Julieta Lima Dias” – Boa Vista
2004 : NUMREB “Pedro Cunali”
2009 : EMEB “Prof.ª Maria Leite Cunha Pereira
2010 – Fechamento do segmento de 5.ª à 8.ª séries da EMEB “Prof.ª Maria
Helena Scardazzi Converso”.
Escolas do Campo Atuais
EMEB “Dona Bebé Camargo”
Fazenda Santa Eustáquia
Ano de Fundação: 1948
Período de funcionamento: Manhã e tarde
Segmento de ensino: Educação Infantil II (4 e 5 anos)
Ensino Fundamental (1.º ao 5.º ano)
EMEB “Prof.ª Maria Helena Scardazzi Converso”
Fazenda Aspase
Ano de fundação: 1955
Período de funcionamento: Manhã
Segmento de ensino: Educação Infantil II (4 e 5 anos)
124
Ensino Fundamental (1.º ao 5.º ano)
Tabela 24 - Número de Matrículas
Ensino Infantil II e Ensino Fundamental - Anos Iniciais – Rural
Esfera 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Municipal 306 320 311 228 193 218
Fonte: site: https://gdaenet.sp.gov.br
Observa-se que em 2010 devido ao fechamento dos anos finais do Ensino
Fundamental da EMEB “Prof.ª Maria Helena Scardazzi Converso”, houve uma queda
de 26% na oferta de matrículas e todos os alunos deste segmento, residentes na
zona rural passaram a ser transportados para escolas localizadas em áreas
urbanas, atendidos pelo transporte escolar público. Entretanto, mesmo com todas as
dificuldades em relação ao êxodo rural, entre 2011 e 2012 houve um aumento de
11,5% na oferta de matrícula nos anos iniciais.
Tabela 25 - Taxa de Rendimento Escolar – 2011
Ensino Fundamental Anos Iniciais – Rural
Série/ano Aprovação Reprovação Abandono
1.º ano 100% 0% 0%
2.° ano 96% 4% 0%
3.º ano 97,1% 2,9% 0%
4.º ano 89,2% 8,1% 2,7%
5.º ano 92,6% 3,7% 3,7%
Total 94,6% 4% 1,4%
Fonte: http://portal.inep.gov.br/indicadores-educacionais
No que diz respeito ao sucesso escolar, a pesquisa aponta que 94,6% dos
alunos obtiveram sucesso escolar em 2011, sendo que no final do primeiro ciclo dos
anos iniciais, ou seja, 3.º ano, esta taxa é de 97,1%. Observa-se que no final deste
período, esta taxa cai para 92,6% de aprovação, 3,7% de reprovação e 1,4% de
125
abandono. Estas taxas revelam uma necessidade maior de investimento nestas
classes dos anos iniciais do Ensino Fundamental (4.º e 5.º anos) das escolas
situadas na zona rural do nosso município.
Tabela 26 - Taxa de distorção Idade-Série 2010
Ensino Fundamental Anos Iniciais – Rural
Ensino Fundamental – anos iniciais
1.º ano 2.º ano 3.º ano 4.º ano 5.º ano Total
1.º ao 5.º anos
8,9% 13,6% 28,9% 42,1% 19,3%
Fonte: http://portal.inep.gov.br/indicadores-educacionais
A taxa de distorção idade-série na zona rural se manifesta elevada nos anos
iniciais, com cerca de 19,3% dos alunos com idade superior à adequada, chegando
à 42,1% no 5.º ano do Ensino Fundamental. Na zona urbana, nos anos iniciais essa
taxa é de 8,3%, considerando a Rede Pública e Privada e no 5.º ano
respectivamente é de 14,5%.
Assim, como nas escolas da zona urbana, o Departamento de Educação,
para combater estes índices, tenta estabelecer desde 2009, uma correção de fluxo
levando em consideração a lei 3948/2009 - que dispõe sobre o Sistema Público
Municipal de Ensino de Mococa. Especificações sobre estas atividades estão citadas
no diagnóstico do Ensino Fundamental do Município.
Os alunos são transportados até os núcleos por ônibus terceirizados. Apesar
da melhora observada na estrutura do transporte escolar, existe ainda a dificuldade
na manutenção das estradas rurais, o que provoca, às vezes a suspensão das
aulas, principalmente em época de chuvas. Outro fator é o tempo gasto da casa até
a escola, que chega a ter duração de uma hora e meia à duas horas, tornando o
percurso cansativo para os alunos.
Desde a municipalização dos núcleos, investimentos na estrutura física das
escolas da zona rural foram realizados e, atualmente, as duas escolas funcionam
em prédios próprios, com salas amplas e arejadas, bibliotecas em funcionamento e
com um rico acervo, cozinhas equipadas necessitando apenas de pequenos
reparos, salas de informática equipadas com computadores adquiridos através do
convênio com o Ministério da Educação, inclusive com acesso a Internet, mas
126
necessitando de um espaço físico mais adequado para instalação do laboratório de
informática.
Na EMEB “Dona Bebé Camargo”, a falta de uma quadra poliesportiva dificulta
a realização das aulas de Educação Física.
Enquanto no Brasil, de maneira geral, as escolas rurais multisseriadas e
unidocentes, a alta rotatividade e a dificuldade de acesso e locomoção são um
desafio às políticas públicas, em Mococa desde o projeto de nucleação não há mais
classes multisseriadas, a rotatividade de professores é quase nula e o acesso às
escolas é facilitado para todos, pois os núcleos foram estabelecidos em lugares
estratégicos e de fácil acesso.
As aulas de Arte, Educação Física, Inglês e Informática são ministradas por
especialistas e o meio ambiente é trabalhado pelo professor da classe, como um
conteúdo na área de Ciências Naturais, destacando aqui, inclusive, o trabalho com a
arborização, a horta e o lixo.
Mococa tem atualmente, 19 professores em escolas na zona rural sendo que
16 são efetivos através de concurso, ou seja, 84%. Segundo números do
Departamento de Educação, todos possuem pós-graduação e dos que ministram
aulas específicas, todos possuem especialização na área que lecionam. O quadro
do grupo de apoio é quase completo nas escolas: cozinheiras, serventes,
secretárias, com formação que varia desde o ensino fundamental incompleto até
ensino superior. Necessário se faz a contratação de bibliotecárias para melhor
desenvolver o trabalho no espaço da biblioteca, visto que atualmente é realizado por
pessoas que estão em disfunção e não possuem formação para tal atividade.
Como uma forma de valorização do profissional que atua na zona rural, a Lei
n.º 2254, de 18 de agosto/1992, no artigo 24, estabelece um abono, não incorporado
ao vencimento, de trinta por cento (30%) a todos os professores e funcionários e
20% às diretoras escolares.
A capacitação dos professores é realizada por uma coordenadora
pedagógica, a qual é responsável pela formação de todos os professores das
escolas da zona rural, juntamente com as diretoras. Os momentos de formação são
remunerados.
O grupo de apoio recebe capacitação esporadicamente, através de cursos
e/ou oficinas oferecidos pelo Departamento de Educação e através da participação
em reuniões pedagógicas coletivas nas escolas.
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Uma das principais dificuldades em relação à educação do campo é a falta de
conhecimento especializado sobre políticas de educação básica para o meio rural.
Metas Estratégias
Ações
Meta 1 Assegurar a continuidade da universalização da Educação Infantil II e do Ensino Fundamental de nove anos para toda população de 4 a 14 anos, considerando o acesso e a permanência na educação escolar oferecida de forma a atender 100% da demanda em até 05 anos a partir do PME, em colaboração com a União, Estado e o Município.
1. Assegurar uma mobilização para matrícula e recenseamento de crianças, adolescentes e jovens e adultos, através da atualização e aperfeiçoamento de censo educacional anual do município. 2. Promover a busca ativa de crianças fora da escola, em parceria com as áreas de assistência social e saúde. 3. Fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso e da permanência na escola por parte dos beneficiários de programas de transferência de renda, identificando motivos de ausência e baixa frequência e garantir, em regime de colaboração, a frequência e o apoio à aprendizagem. 4. Dar continuidade ao atendimento das crianças do campo por meio do redimensionamento da distribuição territorial da oferta, limitando a nucleação de escolas e o deslocamento das crianças, de forma a atender às especificidades das comunidades rurais assegurando a oferta do ensino fundamental, em especial dos anos iniciais para a população do campo. 5. Disponibilização de veículos para transporte dos estudantes do campo, com os objetivos de renovar e padronizar a frota rural de veículos escolares, reduzindo a evasão escolar da educação do campo, procurando reduzir o tempo máximo dos estudantes em deslocamento a partir de suas realidades.
1. Estabelecer período de matrícula e divulgá-lo amplamente na mídia. 2. Proceder um mapeamento, por meio do censo educacional, das crianças fora da escola visando localizar demanda e universalizar a oferta de ensino obrigatório em parceria com a Instituições, organizações ligadas ao setor rural. 3. Organizar uma pesquisa entre os diversos setores que atendem a infância e a adolescência para a localização e encaminhamento das crianças para a escola. 4. Utilizar os dados relacionados ao acompanhamento individual dos alunos para planejamento de ações pertinentes. 5. Estabelecer parcerias permanentes com os diversos setores que atendem a infância e adolescência , inclusive os relacionados ao meio rural. 6. Realizar um levantamento do número de alunos atendidos na zona urbana matriculados nos anos finais do Ensino Fundamental. 7. Ampliar a oferta do Ensino Fundamental nos núcleos rurais existentes, segundo a demanda. 8. Assegurar a preservação e manutenção da estrutura dos núcleos rurais existentes. 9. Viabilizar o transporte escolar , através de uma logística eficaz, capaz de assegurar a permanência da criança da zona rural na escola mais próxima de sua residência. 10. Aderir aos programas do Ministério da Educação para aquisição de veículos para o transporte escolar. 11. Realizar a fiscalização e
128
manutenção correta dos veículos bem como dos serviços prestados para transporte escolar, quando estes forem terceirizados.
Meta 2 Oferecer educação em tempo integral às escolas do campo atingindo 100% no período de 05 anos a partir da vigência deste PME
1. Ampliar, progressivamente, a jornada escolar, mediante oferta de ensino fundamental público em tempo integral, por meio de atividades de acompanhamento pedagógico e interdisciplinares, de forma que o tempo de permanência de crianças, adolescentes na escola passe a ser igual ou superior a sete horas diárias durante todo o ano letivo, inclusive às escolas do campo considerando-se as peculiaridades locais. 2. Oferecer atividades extracurriculares de incentivo aos estudantes e de estímulo a habilidades. 3. Promover a articulação da escola com diferentes espaços educativos, culturais e esportivos, e equipamentos públicos como centros comunitários, bibliotecas, praças, museus, parques e outros. 4. Aderir aos programas nacionais de ampliação e reestruturação das escolas públicas, por meio de instalação de quadras poliesportivas, laboratórios, espaços de atividades culturais entre outros.
1. Realizar um levantamento das possíveis parcerias entre a escola e os espaços educativos existentes no município para planejamento das atividades a serem incluídas na matriz curricular das escolas de educação de tempo integral. 2. Elaborar um cronograma de atividades extracurriculares que contemplem a proposta curricular vigente. 3. Prever no orçamento financeiro anual, recursos necessários para que as atividades planejadas sejam desenvolvidas.
Meta 3 Regularizar progressivamente o fluxo escolar em até 5 anos, viabilizando o término da evasão e da repetência, garantindo efetiva aprendizagem.
1.Institucionalizar programas, desenvolver tecnologias e práticas pedagógicas para correção de fluxo, acompanhamento pedagógico individualizado, recuperação e progressão assegurando a alfabetização e favorecendo a melhoria do fluxo escolar e a aprendizagem dos estudantes, consideradas as diversas abordagens metodológicas e sua efetividade. 2. Disciplinar no âmbito dos sistemas de ensino, a organização flexível do trabalho pedagógico. 3. Desenvolver programa especificamente planejados de recuperação contínua e paralela aos processos de ensino e de aprendizagem para os alunos com dificuldades garantindo a
1. Assegurar condições de aprendizagem à todos os alunos mediante providências de acompanhamento do aluno com rendimento escolar defasado, quando detectadas as necessidades de apoio pedagógico. 2. Adotar práticas como aulas de reforços no turno complementar, de forma a reposicioná-lo no ciclo escolar de maneira compatível com sua idade. 3. Assegurar às crianças em distorção idade-série projetos pedagógicos que viabilizem avanços nos estudos e conclusão do ensino fundamental.
129
continuidade das crianças e adolescentes na escola.
Meta 4 Alfabetizar todas as crianças até 08 anos de idade
1. Promover a estruturação do ensino fundamental de nove anos com foco na organização de ciclo de alfabetização com duração de três anos, a fim de garantir a alfabetização plena de todas as crianças, no máximo, até o final do terceiro ano. 2. Estruturar o ciclo de alfabetização, de forma articulada com estratégias desenvolvidas na educação infantil (4 e 5 anos) obrigatória. 3. Instituir instrumentos periódicos e específicos para aferir a alfabetização das crianças. 4. Estimular as escolas a criar instrumentos para avaliar e monitorar o desenvolvimento do processo de alfabetização das crianças, implantando medidas pedagógicas para alfabetizar todas as crianças até os 8 anos de idade. 5. Qualificar e valorizar os professores alfabetizadores promovendo e estimulando a formação continuada para alfabetização de crianças, com conhecimento de novas tecnologias educacionais e prática pedagógicas inovadoras. 6. Apoiar a alfabetização de crianças do campo com a produção de materiais didáticos específicos. 7. Apoiar a alfabetização das pessoas com necessidades educacionais especiais considerando as suas especificidades.
1- Revisar e adequar permanentemente a proposta curricular e o material didático apropriado ao ciclo de 06, 07 e 08 anos de idade. 2- Desenvolver projetos institucionais de incentivo á leitura e a escrita, estimulando um ambiente alfabetizador na escola. 3- Promover a participação das escolas nas avaliações nacionais utilizando-as como parâmetros para qualificar o trabalho. 4- Oferecer formação continuada aos professores alfabetizadores, pertinentes ás propostas pedagógicas assumidas. 5- Oferecer material didático adequado aos alunos pertinentes às propostas pedagógicas assumidas.
Meta 5 Promover a qualidade do ensino fundamental com a melhoria da aprendizagem de modo a assegurar a melhoria do Índice de Desenvolvimento
1. Orientar as políticas educacionais das redes de ensino de forma a buscar atingir as metas do IDEB. 2. Fixar, acompanhar e divulgar bienalmente os resultados do IDEB das Escolas do Campo. 3. Instituir processo contínuo de autoavaliação das Escolas do Campo por meio da constituição de instrumentos de avaliação que
1. Planejar ações com o objetivo de ampliar o número de alunos nas escolas do campo principalmente, nas séries/anos avaliados a fim de garantir a participação das duas Unidades Escolares nas avaliações externas realizadas pelo município. 2. Implantar e implementar progressivamente um programa de acompanhamento, que possibilite a melhoria do nível de aprendizagem dos alunos, em todas as Redes de
130
da Educação (IDEB)
orientem as dimensões a serem fortalecidas. 4. Implementar o desenvolvimento de tecnologias educacionais, e de inovação das práticas pedagógicas nas Escolas do Campo, que assegurem a melhoria da aprendizagem dos alunos. 5. Estabelecer diretrizes pedagógicas para as Escolas do Campo, com expectativas de aprendizagem dos alunos para cada ano, respeitada a diversidade local. 6. Assegurar, através dos dados da autoavaliação e da avaliação externa, a avaliação do desempenho das Escolas do Campo com a participação da comunidade. 7. Contratar profissionais habilitados e qualificados, de acordo com a função a ser exercida, em número suficiente, para atuarem no ensino fundamental, nos diversos espaços/ambientes escolares, visando a qualificação do ensino. 8. Promover a qualidade do Ensino Fundamental das Escolas do Campo, com a melhoria da aprendizagem assegurando a participação do município em avaliações externas a fim de aumentar os índices de acordo com a meta estabelecida.
Ensino. 3. Avaliar o aluno em todo o seu processo de aprendizagem, e não apenas ao final do ano, considerando suas dificuldades como indicadores para a reorganização do ensino e da aprendizagem. 4. Dar continuidade ao programa de formação dos profissionais de educação, visando sua total competência para atuar junto aos alunos do ensino fundamental. 5. Incentivar e autorizar a participação dos professores, bem como dos demais profissionais que atuam nas escolas de ensino fundamental, em congressos, simpósios, encontros, cursos e outros eventos relacionados à educação do campo. 6. Participar das avaliações nacionais utilizando-as como parâmetros para adequações curriculares, qualificando o trabalho. 7. Garantir a divulgação e análise dos resultados. 8. Criar mecanismos de acompanhamento para assegurar a utilização das avaliações nacionais nas instituições escolares, a partir da formação dos gestores escolares. 9. Adequar a legislação municipal existente, para que sejam atendidas as reais necessidades das Unidades escolares em relação ao número de professores/aluno/área de conhecimento bem como, o número de profissionais do grupo de apoio. 10. Discutir e efetivar meios de aperfeiçoamento e de formação continuada, em serviço, aos profissionais da educação, reservando em sua carga horária, tempo suficiente para estudos, planejamento e avaliação da proposta pedagógica em execução e outras oportunidades de melhoria da prática docente.
131
11. Estabelecer na Rede Municipal de Ensino uma política pública para casos de substituições de professores. 12. Assegurar que todas as contratações temporárias de docentes, feitas a partir da validade deste Plano, estejam rigorosamente dentro das exigências legais.
6. Garantir, no prazo de três anos a partir da implantação deste plano, a adequação das escolas em funcionamento aos padrões mínimos em conformidade com a legislação, inclusive a adaptação dos edifícios escolares para o atendimento dos alunos deficientes ou com necessidades educativas especiais e garantir a infraestrutura e recursos materiais, equipamentos de informática, multimídia e internet, espaços para esporte, recreação, biblioteca, assegurando a melhoria da qualidade de ensino.
1. Aderir aos programas nacionais que oferecem suporte para adequação dos prédios das escolas públicas. 2. Institucionalizar um programa de reestruturação e aquisição de equipamentos voltados à expansão e à melhoria da rede física de escolas públicas, em regime de colaboração. 3. A partir da implantação deste plano somente autorizar a construção e funcionamento de Escolas do Campo que atendam os requisitos de infraestrutura definidos. 4. Garantir adequações arquitetônicas nas Escolas do Campo observado o atendimento às regras de acessibilidade previstas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, com o objetivo de favorecer a igualdade de acesso e as condições de permanência aos alunos com ou sem deficiência. 5. Estabelecer parâmetros para avaliação das estruturas físicas das instituições escolares. 6. Ampliar e adequar os prédios das escolas hoje existentes, possibilitando o uso de novas tecnologias no ensino. 7. Estabelecer normas que regulamentem a participação de membros da comunidade escolar na análise de projetos de construção de novas escolas e/ou vistorias de reformas, construção e ampliação de unidades escolares.
1. Realizar um diagnóstico da rede física (infraestrutura), dos recursos materiais, das escolas públicas baseado nos parâmetros do Ministério da Educação. 2. Construir, ampliar e reformar estabelecimentos de ensino, adequando-os de acordo com um padrão de qualidade de infraestrutura, conforme legislação vigente. 3 . Prover equipamentos e recursos tecnológicos digitais para a utilização pedagógica no ambiente escolar a todas as Escolas do Campo. 4. Universalizar o acesso à rede de computadores em banda larga de alta velocidade e aumentar a relação computadores/estudantes nas Escolas do Campo, promovendo a utilização pedagógica das tecnologias da informação e da comunicação.
132
Meta 6 No período de dois (2) anos a partir deste Plano, definir as Diretrizes Pedagógicas e Administrativas em consonância com as orientações do MEC e com a participação de profissionais da Educação do Campo.
1. Revisar e implementar o currículo para Educação do Campo, considerando os parâmetros nacionais comuns, respeitando a diversidade local e definindo as expectativas de aprendizagem para todos os anos do ensino fundamental de maneira a assegurar a formação básica comum, reconhecendo a especificidade da infância e da adolescência, os novos saberes e os tempos escolares, com vistas ao desenvolvimento de práticas voltadas para uma educação do campo contextualizada. 2. Garantir os conteúdos da história e cultura afro-brasileira e indígena, nos currículos e ações educacionais, nos termos da Lei n.º 10.639, de janeiro de 2003, e da Lei n.º 11.645, de 10 de março de 2008, bem como o respeito e valorização dos idosos. 3. Desenvolver currículos e propostas pedagógicas específicas para as escolas do campo a partir de uma visão articulada ao desenvolvimento sustentável e à preservação da identidade cultural. 4. Assegurar o acompanhamento, supervisão e assessoramento pedagógico a todos os professores das Escolas do Campo. 5. Estabelecer políticas para a efetivação da coordenação pedagógica no interior das Instituições escolares bem com, condições materiais e formação continuada para garantir a qualidade no desempenho da função. 6. Garantir políticas de combate à violência na escola, inclusive pelo desenvolvimento de ações destinadas à capacitação de educadores para detecção dos sinais de suas causas, favorecendo a adoção das providências adequadas que promovam a construção de cultura de paz e ambiente escolar dotado de segurança para a comunidade.
1. Garantir a todos formação continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações das redes de ensino, inclusive na elaboração do Projeto Político Pedagógico. 2. Assegurar que todas as Unidades Escolares do Campo formalizem e aperfeiçoem a elaboração de seus projetos pedagógicos, de acordo com as diretrizes nacionais e locais de ensino. 2. Incluir nos programas de formação temas específicos, como, História da Àfrica, do afrodescendente e Indígena, respeito e valorização dos idosos. 3. Estabelecer políticas de formação em serviço para implementação efetiva do currículo, considerando o educar, o cuidar e o brincar. 4. Adequar a legislação vigente para garantir a presença efetiva de coordenadores pedagógicos progressivamente, em todas as Unidades escolares. 5. Diagnosticar as condições materiais e os programas de formação específicos para os coordenadores pedagógicos existentes e planejar ações para oferecer melhores condições de trabalho para este profissional. 6. Estimular a inclusão de atividades curriculares e considerando os tempos pedagógico diferenciados, a promoção, através da escola, do desenvolvimento sustentável e do acesso aos bens econômicos, sociais e culturais. 7. Considerar as diretrizes operacionais para a Educação Básica da Escolas do Campo (parecer 36/2001, da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, aprovado em 04/12/2001, o qual contempla e reflete um conjunto de preocupações conceituais e estruturais presentes
133
historicamente nas reivindicações dos movimentos sociais e a resolução CNE/CEB 1, 03/04/2002. pedagógicas contextualizadas, adequando os conteúdos às peculiaridades locais.
6 EDUCAÇÃO ESPECIAL
A Educação Especial é uma modalidade que perpassa todos os níveis, etapas
e modalidades de ensino complementando a formação dos alunos.Realiza o
atendimento educacional especializado, disponibiliza os serviços e recursos próprios
desse atendimento e orienta os alunos e seus professores quanto a sua utilização
nas turmas comuns do ensino regular.
Nos últimos anos, O Brasil avançou na elaboração e na implementação de
ações intersetoriais, baseadas na concepção de que a inclusão social das pessoas
com Necessidades Educacionais Especiais (NEE) se dá à medida que as políticas
de educação, saúde, assistência social, transporte, trabalho, cultura, desporto,
dentre outras, articulam-se para atender efetivamente às especificidades deste
público.
A Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva representou um
grande avanço em relação aos movimentos anteriores destinados ao tratamento dos
alunos com NEE quanto ao princípio de uma escola para todos, principalmente em
termos legislativos. Porém, ainda hoje, as escolas públicas encontram dificuldades
pedagógicas e administrativas para promover um ensino de qualidade aos alunos
com NEE.
A transformação da escola em um ambiente educacional inclusivo que
respeite as diferenças dos alunos vem se tornando uma realidade a cada dia mais
desafiadora para os sistemas de ensino brasileiros, pois o direito à educação não se
configura apenas pelo acesso, materializado na matrícula do aluno junto ao
estabelecimento escolar, mas também pela sua participação e aprendizagem ao
longo da vida.
Há de se pensar na construção de uma escola verdadeiramente inclusiva, ou
seja, aquela que oferece aos alunos com NEE as efetivas condições de
aprendizagem no convívio com os demais; uma escola que trabalha
pedagogicamente a heterogeneidade, desenvolvendo as diferentes potencialidades
134
de seus alunos, com ou sem necessidades especiais, mediante uma prática flexível
e diversificada.
A escola inclusiva necessita do apoio dos serviços especializados para
desenvolver um trabalho com melhor qualidade para o aluno com NEE e tornando
emergente mudanças de paradigmas no que se refere à acessibilidade física,
comunicacional e atitudinal, e consequentemente, um melhor preparo do cidadão
para lidar com a diversidade, respeito e valorização das diferenças.
A viabilização de uma Política de atendimento firmada na concepção acima
assumida requer pensar na elaboração e implementação de um currículo capaz de
potencializar as condições de educar nas diferenças, oferecendo diferentes espaços
de viabilização de práticas pedagógicas que atendam eficazmente às peculiaridades
dos alunos com NEE. Um currículo que seja entendido como espaço de produção,
socialização e ressignificação do conhecimento, contribuindo para aprendizagens
significativas geradoras de sucesso escolar.
A política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva (SEESP/MEC, 2007), aprovada em janeiro de 2008, constitui uma grande
força alavancada pela educação brasileira, em favor da inclusão. Ao romper com a
possibilidade de a Educação Especial substituir a escola comum, o documento
sinaliza a abertura de novos horizontes educacionais.
O Atendimento Educacional Especializado (AEE) tem como fundamentação
os documentos legais vigentes, tais como: Constituição Federal, Convenção de
Guatemala (1999), promulgada no Brasil pelo Decreto nº3.956/2001, LDBEN Nº
9394/96 e nas Diretrizes da Educação Especial na Educação Básica (CNE/CBE
2001) e, mais recentemente, na Política Nacional de Educação Especial, na
perspectiva da Educação Inclusiva(SEESP/MEC, 2007), aprovada em janeiro de
2008, que dispõe sobre o atendimento educacional especializado e na Resolução
4/2009, que institui Diretrizes Operacionais para o AEE na Educação Básica,
modalidade Educação Especial.
Pela resolução CNE/CBE 4/09, no seu artigo 2.º, o AEE“ {...} tem como função
complementar ou suplementar a formação do aluno por meio da disponibilização de
serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras para
sua plena participação na sociedade e desenvolvimento de sua aprendizagem”. As
atividades educacionais devem ser realizadas por professor com formação em
Educação Especial, em salas de recursos multifuncionais da unidade escolar ou em
135
outra escola de ensino regular, sempre no turno inverso da escolarização comum,
não sendo substitutivo. Também pode ser efetivado em centro de atendimento
Educacional Especializado ou instituições destinadas a esse fim, conveniadas com
as Secretarias de Educação, ou órgão de competência equivalente, nas diferentes
instâncias. As salas de recursos multifuncionais contemplam materiais didáticos e
pedagógicos, mobiliários e equipamentos específicos para atender às necessidades
especiais do público atendido.
Considera-se como público – alvo do AEE os alunos:
a) Com deficiência: aqueles que têm impedimentos de longo prazo de
natureza física, intelectual, mental ou sensorial;
b) Com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles que
representam um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor,
comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras.
Incluem-se nessa definição alunos com autismo clássico, síndrome de Asperger,
síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância (psicoses e transtornos
invasivos sem outra especificação;
c) Com altas habilidades/superdotação: aqueles que apresentam um
potencial elevado e grande envolvimento com as áreas do conhecimento humano,
isoladas ou combinadas – intelectual, liderança, psicomotora, artes e criatividade.
Segundo dados fornecidos pela ONU aproximadamente 10% da população
do Brasil possui algum tipo de deficiência física, mental ou sensório-motora,
percentual que é ratificado pela Organização Mundial da Saúde – OMS.
Considerando as informações trazidas pelo Censo escolar MEC-INEP 2009, denota-
se um acréscimo no percentual de alunos com NEE, matriculados nas classes
comuns do ensino regular. Em 2002, este número era de 28%, enquanto em 2009
este percentual passou para 60%.
Apesar do aumento significativo de matrículas de alunos com necessidades
especiais na rede regular, derivado do impacto dos avanços na legislação quanto à
educação especial em uma perspectiva inclusiva, o Decreto Nacional no. 7.611 de
17 de novembro de 2011, em linhas gerais, pode significar um retrocesso quanto á
perspectiva inclusiva. Apesar da continuidade da política inclusiva, determinando a
“Oferta de Educação Especial “preferencialmente” na rede regular se ensino” (inciso
VII), em seu Art. 14 o decreto dispõe que “Admitir-se-á, para efeito da distribuição
dos recursos do FUNDEB, o cômputo das matrículas efetivadas na educação
136
especial oferecida por instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem
fins lucrativos, com atuação exclusiva na educação especial, conveniadas com o
Poder Executivo competente”, o que abre a possibilidade dos estudantes com NEE
serem matriculados somente na escola especial. Para a comunidade de estudiosos
da educação especial educacional na perspectiva inclusiva, esta possibilidade na
legislação, em um contexto social ainda marcado pela exclusão das pessoas com
NEE, pode significar um retorno às práticas de exclusão ao ensino regular.
Lembramos que a inclusão por se tratar de um processo que envolve conhecimentos
conceituais, mas sobretudo, procedimentais e atitudinais, necessariamente exigirá o
exercício prático e sistemático a partir da vivência de experiências em situações
educacionais de inclusão, que somente poderão ocorrer, se houver matrículas de
alunos com NEE na rede regular de ensino.
Segundo o censo escolar realizado pelo MEC, em 2001, também se
constatou que são muito precárias as condições oferecidas ao aluno com NEE, na
medida em que se comprova a dificuldade de seu acesso à escola, pela falta de
transporte, de acesso às salas de aula, a escassez de recursos materiais e
pedagógicos adequados, a falta de preparo metodológico dos profissionais nas
diferentes áreas de sua atuação.
Tem-se que cerca de tão somente 12% do total de pessoas portadoras de
dificuldades especiais, no Brasil, conseguem atingir quatro anos de escolarização,
situação que se agrava quando se observa que apenas 2,4% conseguem completar
oito anos de estudo.
Dentre os problemas que mais afetam a Educação Especial podem ser
mencionados, no que se refere à dimensão político–pedagógica: a ausência de uma
proposta curricular adaptada às especificidades das diferentes áreas trabalhadas,
não atendendo, consequentemente, às peculiaridades da clientela; dificuldades
apresentadas pelos professores quanto ao tratamento pedagógico adequado às
diferentes necessidades apresentadas pelos alunos, ou seja, falta de conhecimento
teórico-metodológico e da falta de equipamentos apropriados às diferentes áreas de
atendimento especial; ausência de uma sistemática de acompanhamento dos alunos
por especialistas, registrando-se, inclusive, a ausência de diagnósticos tecnicamente
realizados junto aos alunos, por inexistência de uma equipe técnica especializada,
associada à necessidade de se proceder à organização de critérios, procedimentos
e instrumentos usados na prática pedagógica cotidiana.
137
Outros problemas de infraestrutura e de apoio material também são
encontrados, sendo notória a falta de espaços físicos apropriados e muitos dos
existentes encontrando-se danificados e sem condições de uso, escassez e mesmo
ausência de recursos de apoio psicopedagógico específicos.
Além da problemática acima mencionada, constata-se a carência de recursos
humanos devidamente qualificados, ou seja, docentes capacitados para atuar com
as diferentes especificidades, número reduzido de especialistas nas diferentes
áreas, como psicólogos e fonoaudiólogos.
A Educação Inclusiva, fundamentada em princípios legais dos direitos
humanos, compreende a mudança de concepção pedagógica, de formação docente
e de gestão educacional e, na medida em que se configura em direito, cabe ao
Estado o dever de operacionalizá-lo e assegurá-lo.
A Educação Especial no Município de Mococa
Assim como a Educação Especial no Brasil passou por paradigmas de
exclusão, integração e, atualmente, inclusão, no município de Mococa não foi
diferente. Durante décadas, os alunos com NEE foram atendidos somente nas
entidades conveniadas com a Prefeitura Municipal nas áreas de Deficiência mental,
física, auditiva e visual, Transtornos Globais de desenvolvimento, no caso, a APAE
(Associação de Pais e Amigos do Excepcional).
Para a realização de um levantamento inicial da realidade da Educação
Especial no município foi feita uma reunião extraordinária do Plano Municipal com
diferentes representantes, profissionais inseridos no campo de trabalho com
crianças com necessidades educativas especiais. Esta instância de discussão
representou uma importante oportunidade para reunir esforços entre os diversos
serviços de atendimento deste tipo de ensino no município.
No município de Mococa a prática da Educação Especial Inclusiva assim
como em âmbito nacional, está em processo de tentativa de adequação às diretrizes
legais, apresentando na atualidade um quadro ainda muito distante dos ideais
propostos. A primeira e principal dificuldade apontada está relacionada com a
insuficiente incorporação por parte da sociedade do município – e, sobretudo, da
instituição escolar – da concepção da educação inclusiva como um direito aos
138
alunos com NEE. Apesar do conhecimento do seu aspecto legal - todos sabem que
a inclusão é um direito de todos- a prática ainda revela um desconhecimento teórico
e técnico do atendimento, mas principalmente um despreparo da sociedade em
aceitar qualquer situação diferente do contexto esperado, sendo incapaz ainda de
construir maneiras diferentes para atender a diversidade de forma inclusiva e não
somente inserida no contexto comum. Referimo-nos a uma dificuldade da sociedade
em se voltar com um olhar mais humano e acolhedor às diferentes necessidades
dos alunos com NEE, tentando facilitar e não dificultar sua entrada na educação
regular.
Tabela 27 - Matrículas Educação Especial
EDUCAÇÕ ESPECIAL (Alunos de Escolas especiais, classes especiais e incluídos)
Ano Esfera
2008 2009 2010 2011
Estadual 110 146 151 107
Municipal 45 34 37 36
Privada 292 293 285 260
Total 447 473 473 403
Fonte:http://portal.inep.gov.br/basica-censo-escolar-matricula
As matrículas na Educação Especial encontraram-se relativamente
estabilizadas em Mococa ao longo dos últimos 04 anos. De um total de 447 em
2008, caiu para 403 matrículas em 2011. Observa-se esta pequena diferença em
todas as esferas de ensino. O atendimento aos alunos da Educação Especial divide-
se entre Ensino Infantil (Rede Municipal e Privada), Ensino Fundamental (Rede
Estadual, Municipal e Privada), Ensino Médio (Rede Estadual e Municipal) e
Educação de Jovens e Adultos (Rede Estadual, Municipal e Privada). Os dados
acima evidenciam ser a Rede Privada – sobretudo representada pela Escola APAE-
a que mais vem absorvendo esse tipo de clientela revelando quanto tem sido tímido
o atendimento pelos poderes públicos.
Não há um mapeamento diagnóstico de identificação dos alunos
considerando as suas deficiências, o que pode significar imprecisão no
enquadramento destes alunos no ato da matrícula. Faz se necessário um
139
levantamento da demanda com o objetivo de identificar as necessidades das
Unidades Escolares, caracterizando as necessidades especiais dos alunos para
melhor atendê-los.
Foram elaboradas pela equipe pedagógica do Departamento de Educação e
já aprovadas pelo Conselho Municipal de Educação de Mococa, as Diretrizes para a
Inclusão dos alunos com necessidades especiais nas classes regulares da Rede de
Ensino do município de Mococa. Brevemente este documento preliminar será
legitimado através de uma resolução. O documento foi redigido tendo como base:
Constituição Federal
Lei de Diretrizes e Bases,
Lei municipal n.º 3948 de 2009, que disciplina a organização do Sistema
Municipal de Ensino,
Marcos Políticos-Legais da Educação Especial do MEC,
Resolução n.º 4, de 13 de julho de 2010 do Conselho Nacional de
Educação/Câmara de Educação Básica
Deliberação n.º 68/2007 do Conselho Estadual de Educação.
A tendência atual é que o trabalho da Educação Especial garanta a todos os
alunos com NEE o acesso à escolaridade, removendo barreiras que impedem a
frequência desses alunos às classes comuns do Ensino Regular. Este trabalho é
constituído por um conjunto de recursos educacionais e de estratégias de apoio
colocados à disposição dos alunos com NEE proporcionando-lhes diferentes
alternativas de atendimento, de acordo com as necessidades de cada um. O
Atendimento Educacional Especializado (AEE) é uma forma de garantir que sejam
reconhecidas e atendidas as particularidades de cada aluno com deficiência.
Atualmente, a organização da Educação Especial quanto ao AEE, nas Redes
de Ensino regular, estadual e municipal, desenvolvem suas atividades nas Unidades
Escolares por meio de atendimento em:
- Salas de Recursos: são salas de aula onde o professor especialista
suplementa (no caso de superdotados) e complementa (para os demais alunos) o
atendimento educacional realizado em classes da Rede Regular de Ensino. É um
local dotado de equipamentos e recursos pedagógicos adequados às necessidades
140
educacionais especiais dos alunos. A organização e a administração deste espaço
são de responsabilidade da gestão escolar e o professor que atua neste serviço
educacional deve ter formação para o exercício do magistério de nível básico e
conhecimentos específicos de Educação Especial, adquiridos em cursos de
aperfeiçoamento e de especialização.
- Itinerância: é um serviço de orientação e supervisão pedagógica
desenvolvido por professores especializados, que fazem visitas às escolas para
trabalhar com os alunos com NEE e com os professores de classe comum da Rede
Regular de Ensino.
Na Rede Estadual do Município existem quatro salas de recursos sendo
voltadas, separadamente para o atendimento das necessidades intelectuais e
auditivas. Já a rede Municipal possui três salas de recursos multifuncionais,
atendendo todas as necessidades. Ao todo somam-se sete salas de recursos e uma
sala de atendimento itinerante.
O tipo de atendimento na rede estadual e consequentemente, o tipo de sala
de recurso é definido conforme a demanda inicial das dificuldades registradas no
Censo Escolar, sendo a abertura da sala realizada via autorização do CAPE (Centro
de Apoio Educacional Especializado) que oferece suporte ao processo de inclusão
escolar de alunos com necessidades especiais na rede estadual de ensino e às
ações de Educação Especial no Estado. Na Rede Municipal de Ensino desde 1990
existem professores de educação especial, atuando em salas de aula da rede
regular, atuando com crianças que apresentavam problemas de aprendizagem,
encaminhadas pelos professores. Em 2010, a partir das novas diretrizes nacionais
sobre o AEE a as avaliações levantadas pelo Plano de Ações Articuladas (PAR) -
exercício 2008/2009 - foram instaladas as salas de recurso, qualificando o AEE.
O maior número de atendimentos nas salas de recursos está relacionado com
as Deficiências Intelectuais (DI), tendo um número relativamente reduzido de
atendimentos nas demais deficiências. Quanto ao encaminhamento para as salas de
recursos, uma questão muito apontada pelos profissionais é o grande número de
casos caracterizados por dificuldades de aprendizagem. Em algumas situações o
atendimento é feito, funcionando com um auxílio à instituição e ao aproveitamento
escolar da criança. Esta questão revela uma carência estrutural do município para o
atendimento público dos casos de crianças com dificuldades de aprendizagem tanto
no sentido Institucional, relacionado ao ensino e aprendizagem do ponto de vista da
141
adequação do ensino á necessidade da criança, como no sentido clínico,
relacionado com um atendimento por profissionais qualificados.
Além do AEE presente nas unidades escolares de ensino regular, o município
conta com duas instituições especializadas em educação especial: a APAE
(Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e a AACEPONE (Associação de
Assistência Técnica e Pesquisas especializadas aos Portadores de Necessidades
Especiais) – sendo mantenedora da Escola de Educação Especial Recriando.
Conforme a LDBEN, em seu artigo 60, as instituições especializadas em educação
especial são “Instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação
exclusiva em educação especial”. O Decreto no. 7611 de novembro de 2011 cita que
o AEE poderá ocorrer, além da rede pública de ensino, regular, em “instituições
comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, com atuação
exclusiva na educação especial, conveniadas com o Poder Executivo competente”.
(Art. 9º, Inciso 2º.)
Quanto aos processos de encaminhamentos, ou seja, como a criança chega
a ser investigada para um diagnóstico para provável indicação ao AEE, há no
município formas diferenciadas de ações. A maioria dos casos é encaminhada a
uma equipe multidisciplinar que pode ser composta por pedagogo especializado,
psicólogo, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, assistente social,
neurologista, psiquiatra ou apenas alguns destes especialistas na tentativa de
compor um laudo que ateste as reais deficiências, transtornos globais do
desenvolvimento e com a superdotação/altas habilidades dos alunos, contendo
indicações para atendimentos específicos. Os principais órgãos que oferecem este
tipo de serviço são a APAE, a AACEPONE/Escola de Educação Especial Recriando
e o CAPSI, embora este seja uma assistência ligada ao Departamento de Saúde.
Em alguns casos, na Rede Estadual o encaminhamento é feito pela equipe diretiva
da Instituição Escolar juntamente com o professor especialista responsável pela
Sala de Recursos, sem um laudo clínico. Os profissionais da Educação Especial
citaram que mesmo com uma equipe multidisciplinar, muitos casos são difíceis de
serem atestados claramente, no sentido de construir laudos a cada situação,
contendo orientações específicas direcionadas àquela criança em si. Neste
processo de encaminhamento, o papel da escola regular é fundamental, sendo a
instância que na maioria dos casos, é a primeira a solicitar diagnóstico para criança,
142
tendo a família como apoio, no sentido de reunir informações relacionadas ao
histórico do desenvolvimento da criança.
O registro da indicação das necessidades educativas especiais é realizado
junto à matrícula do aluno que passa a ser considerado aluno de inclusão no Censo
Escolar, o que gera verba específica do governo federal. Recentemente, a
possibilidade da matrícula simultânea – matrícula dupla – na escola regular, no
centro de atendimento especial ou nas salas de recurso e itinerantes – representou
uma conquista no tocante à inclusão na escola regular, já que pôde incluir alunos
nas duas instituições, gerando recursos para ambas. Entretanto, este processo não
está totalmente efetivado no município, fato apontado pelos profissionais como uma
dificuldade das escolas regulares, já que há casos de crianças com idade avançada
que chegam pela primeira vez em busca de AEE e por outro lado, há alunos que
recebem o AEE em Instituições especializadas, mas não estão registrados como tais
no censo escolar. Há neste sentido um falta de clareza quanto a como agir, ou seja,
como organizar a documentação – tanto para incluir o aluno (realizar matrícula)
como para lidar com sua aprendizagem, acompanhamento e avaliação. A referência
utilizada atualmente é a Resolução SE 11, de 31/01/2008, da Rede estadual de
Ensino, que dispõe sobre a educação escolar de alunos com necessidades
educacionais especiais nas escolas e dá providências correlatas, inclusive
apresentando um roteiro descritivo inicial/anual de observação do aluno; modelo de
ficha de acompanhamento diário/bimestral do aluno e o termo de Terminalidade
Específica - uma certificação de estudos correspondente à conclusão de ciclo ou de
determinada série do ensino fundamental, expedida pela unidade escolar, a alunos
com necessidades educacionais especiais, que apresentem comprovada defasagem
idade/série e grave deficiência mental ou deficiência múltipla, incluída a mental, que
não puderam, comprovadamente, atingir os parâmetros curriculares estabelecidos
para o ensino fundamental.
Dentre os problemas que mais afetam a Educação Especial podem ser
mencionados a insuficiência de profissionais para atender toda à demanda;
problemas de comunicação com a instituição escolar no sentido de informações
sobre o andamento do atendimento; dúvidas quanto à própria pertinência de
encaminhamento relacionada aos problemas de aprendizagem, fato que pode
revelar tanto uma dificuldade de adequação do ensino - incluindo aqui toda a
problemática de preconceito, falta de conhecimento específico, receio do novo,
143
ausência de uma proposta curricular adaptada às especificidades das diferentes
áreas trabalhadas; dificuldades dos professores quanto ao tratamento pedagógico
adequado às diferentes necessidades apresentadas pelos alunos; ausência de
diagnósticos tecnicamente realizados junto aos alunos, por inexistência de uma
equipe técnica especializada; - como e/ou uma dificuldade em aprender intrínseca
ao aluno.
A participação da família também, em muitos casos, pode vir a ser um
problema, já que mesmo com insuficiência de atendimento à demanda, há casos
onde a escola luta para conseguir uma vaga e a família simplesmente não
comparece ou apenas inicia, mas abandona o tratamento, sendo necessária, em
algumas situações, intervenção de órgãos protetores à Infância e adolescência para
preservar o direito da criança em ser atendida. A relação da família frente à
dificuldade da criança e a toda tomada de decisão que esta pode significar, é à
semelhança da sociedade como um todo, ainda é muito diversa: há famílias que
ainda preferem superproteger a criança de ambientes mais diversos – como a
escola regular – acreditando que somente a escola especial será mais adequada; há
famílias que apresentam dificuldades para encarar o problema de frente, negando-o
e evitando evidências apontadas geralmente pela escola e há casos de aceitação e
envolvimento, onde a família e as instituições caminham juntas, sendo estes últimos,
os casos onde aparecem os melhores resultados.
Como já citado anteriormente, há no município duas principais Instituições
que prestam atendimento especializado aos alunos portadores de necessidades
educacionais especiais: a APAE e Escola de AACEPONE/Escola de Educação
Especial Recriando.
A APAE de Mococa foi fundada em outubro de 1974, atendendo em 2012,
segundo dados informados pela secretaria da Instituição, 318 alunos, na faixa etária
do nascimento até a 3ª. Idade - integrando ações de educação, saúde, assistência
social, trabalho, esporte e lazer. Dentro da modalidade Educação Especial possui
classes de Ensino Infantil, Fundamental e EJA, totalizando 222 alunos. O AEE é
realizado na Instituição juntamente com equipe multidisciplinar envolvendo
pedagogos especializados, psicopedagogos, educador físico, psicólogos, assistente
social, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional. Oferece ainda trabalho
com atividades de Informática, Dança, Musica e Artes, com o intuito de proporcionar
144
atividades lúdicas pertinentes à deficiência e idade cronológica em salas
denominadas Centro de Artes e Centros de Convivência.
Conta com Programa de Inclusão Profissional realizado com o Centro de
Integração Empresa e Escola (CIEE), em parceria com as Empresas do Município.
A Unidade de Cuidados Diários (UCD) – trabalha com atividades de vida
diária e prática estimulando na medida do possível a independência e autonomia do
Deficiente mental grave e possibilitando a parceria Instituição-Família dando suporte
social. Conta com cuidadores, técnicos de enfermagem, enfermeiro, dentista e
auxiliar de consultório, médicos.
O CEPTID – Centro Especializado Pró-Transtornos Invasivos do
Desenvolvimento começou a funcionar em fevereiro de 2012 com intuito de atender
usuários com diagnóstico de “Transtornos Globais do Desenvolvimento” usando a
terapia ABA como norteadora do trabalho. Conta com Equipe Multiprofissional.
Sendo uma Instituição Filantrópica, é mantida por diferentes áreas:Educação,
Saúde e Assistência Social, no âmbito Federal, Estadual e Municipal, além de
doações e eventos promovidos por Colaboradores e Clubes de Serviço.
Dentro dos problemas enfrentados pela Instituição estão os relacionados à
acessibilidade do deficiente, não possuir Sistema Alternativo de comunicação
adaptado ao Braille, material adaptado para paralisia cerebral e mobilidade reduzida
e espaço físico insuficiente para o desenvolvimento de novos projetos e
atendimentos.
AACEPONE/Escola de Educação Especial Recriando inicialmente
denominada como Projeto Recriando - foi fundada em 2006 por três profissionais da
área da educação e da saúde com o intuito de atender crianças e adolescentes com
necessidades educacionais especiais no contra turno escolar. Mais tarde, após o
período exclusivo de AEE no contra turno escolar, observou-se que alguns alunos
não estavam tendo um bom aproveitamento e havendo ainda aqueles que estavam
fora da escola regular. Surgiu assim a Escola de Educação Especial Recriando, que
passou a atender alunos na modalidade de educação especial, dando-lhes
condições para que desenvolvam todas as suas potencialidades. Em 2012,
segundo dados informados pela secretaria da escola, na modalidade AEE - no
contra turno da escola regular, semanalmente são atendidos 48 alunos - O AEE
compreende apoio psicológico, fonoaudiológico, pedagógico e oficina de arte
promovendo condições de acesso com qualidade, participação e aprendizagem no
145
ensino regular. Na modalidade educação especial a escola atende 45 alunosda
educação infantil ao EJA, somando um total geral de 93 alunos.
A Escola Recriando busca oferecer educação de qualidade com currículos
adaptados e funcionais visando o desenvolvimento integral e inclusão dos alunos
com NEE no meio em que vivem, oferecendo orientação às famílias em relação aos
cuidados, atendimentos específicos e procedimentos necessários para o
favorecimento do pleno desenvolvimento da pessoa com NEE. A escola também
busca articular a cooperação entre as áreas de educação, saúde, assistência social,
equipamentos e transportes urbanos, do trabalho, do lazer, do esporte e da cultura,
do planejamento para promover o educando com necessidades especiais.
Tabela 28 - Matrículas nas Instituições de Educação Especial - Ano 2012
Alunos matriculados exclusivamente nas Instituições de Educação Especial
Alunos de AEE
matriculados na Rede Regular
Modalidades Instituições
de Educação Especial
Escola de Educação Especial Infantil
Escola de Educação Especial
Fundamental
Escola de Educação Especial
EJA
Total
APAE 20 151 51 222 04
Escola de educação especial
Recriando
01 38 06 45 48
Fonte: Secretarias das Instituições de Educação Especial
Apesar do Decreto 7611de novembro de 2012 legitimar o atendimento
exclusivo em escola de Educação Especial e por outro lado haver situações onde a
criança – através laudo clínico – não tem condições de frequentar a rede regular de
ensino, é preciso levar em conta as diretrizes que apontam preferencialmente a
Inclusão no ensino regular, já que a mesma legislação também possibilita dupla
matrícula nos centros de educação especial e na escola regular. No caso do
município de Mococa é preciso observar com atenção o número de atendimentos
exclusivos nas Instituições de Educação especial já que são 222 crianças que
estudam somente na APAE e 45 alunos que exclusivamente estudam na Escola de
Educação Especial Recriando.
146
A criação na Rede Municipal de ensino das salas de recursos e a
reorganização das Instituições de atendimento especializado em Mococa, no
contexto da Educação Inclusiva, entendida como educação de qualidade e eficiência
pedagógica para todos, está trazendo um avanço na escolarização dos alunos com
necessidades educacionais especiais matriculados na rede, pois além de realizar os
atendimentos a esta clientela, a professoras de AEE da Rede Municipal e os
especialistas das Instituições de atendimento especializado, dão apoio à
comunidade escolar, assim como também podem promover formação continuada
por meio de desenvolvimento de cursos na área da Educação Especial Inclusiva.
Em Mococa, há professores que possuem graduação e especialização, porém
isso ainda não tem garantido uma prática inclusiva, embora a oferta na formação
continuada nas diversas áreas da deficiência tenha avançado nos últimos anos
através de programas e Políticas a nível nacional e municipal. A Rede Municipal
atualmente, conta com 03 profissionais na área da Educação Especial, mas
constata-se a carência de recursos humanos devidamente qualificados, ou seja,
docentes capacitados para atuar com as diferentes especificidades bem como,
especialistas nas diferentes áreas, como psicólogos, fonoaudiólogos, assistente
social, entre outros.
“Temos direito a sermos iguais quando a diferença nos inferioriza;
temos o direito a sermos diferentes,
quando a igualdade nos descaracteriza.”
Boaventura de Souza Santos
Meta Estratégia Ação
Meta 1 Universalizar, para a população de 04 a 17 anos, o atendimento escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação preferencialmente, na rede regular de ensino.
1. Garantir a matrícula na escola regular e o atendimento educacional especializado ofertado em salas de recursos multifuncionais da própria escola ou em instituições especializadas no contra-turno, dos alunos com necessidades educacionais especiais. 2. Garantir o atendimento educacional em Instituições Educacionais Especializadas sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível sua integração nas classes comuns.
1. Utilizar as instâncias democrática, como por exemplo, Conselho Municipal de Educação para regulamentar o atendimento educacional inclusivo de acordo com legislação. 2. Promover estudos debates, simpósios, discussões considerando as orientações nacionais sobre a educação especial na perspectiva de uma educação inclusiva. 3. Realizar um diagnóstico na Rede de Ensino do município para saber as reais necessidades do
147
3. Desenvolver propostas pedagógicas que combinem, de maneira articulada, a organização do tempo e das atividades didáticas, considerando as especificidades da educação especial. 4. Estimular a educação inclusiva, promovendo a articulação pedagógica entre o ensino regular e o atendimento educacional especializado, assegurado na Proposta Pedagógica. 5. Promover a formação continuada de professores para o atendimento educacional especializado complementar. 6. Aderir ao programas federais suplementares que promovam a acessibilidade nas escolas públicas para garantir o acesso e permanência na escola dos alunos com deficiência. 7. Adequar as instituições que oferecem atendimento educacional especializado de acordo com legislação sobre educação inclusiva. 8. Ampliar a equipe de profissionais com qualificações variadas para atender à demanda do processo de inclusão. 9. Contabilizar, para fins de recebimento do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB, as matrículas dos estudantes da educação regular da rede pública que recebem atendimento educacional especializado complementar, sem prejuízo do cômputo dessas matrículas na educação básica regular. 10. Garantir a manutenção de instituições escolares especializadas e salas de recursos nas escolas da rede pública sempre que se fizer pertinente ou necessário, visando minimizar ou eliminar dificuldades no âmbito
atendimento educacional especializado através de parcerias entre família escola regular, departamentos de saúde e promoção social 4. Estabelecer atendimento especializado no contra – turno em instituições conveniadas, nas escolas regulares e onde funcionam as salas de recursos. 5. Garantir a manutenção das instituições educacionais especializadas e salas de recursos nas escolas da Rede Pública de Educação Básica. 6. Acompanhar e fazer uso adequado dos repasses de verbas para melhor atender os alunos com necessidades de atendimento especializado. 7. Elaborar uma política intersetorial com articulação das áreas da saúde, assistência social, Justiça, Direitos Humanos e outras organizações da sociedade civil. 8. Estabelecer, em parceria com o Departamento de engenharia da Prefeitura Municipal, critérios e um planejamento para as adequações das Instituições Escolares, em relação a rede física, para o atendimento de crianças portadoras de deficiências, de acordo com as especificações das legislações vigentes. 9. Articular departamentos de saúde e programas adjacentes como centros mutidisciplinares de apoio, pesquisa e assessoria para apoiar o trabalho dos professores. 10. Articular os professores de AEE da rede pública infantil com os professores do ensino regular para apoio no processo qualitativo de inclusão de crianças neste ensino. 11. Articular diferentes setores da educação e da saúde para estabelecer critérios para um diagnóstico clínico e pedagógico – com apoio familiar- para indicação ao AEE
148
pedagógico, a fim de que se possa alcançar o desenvolvimento integral do aluno com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. 11. Solicitar junto ao Ministério da Educação, salas de recursos multifuncionais se necessário for, para atender toda a demanda do município. 12. Estimular a continuidade da escolarização dos alunos com deficiência na educação de jovens e adultos, observadas suas necessidades e especificidades.
12. Realizar uma avaliação de todo o corpo discente das escolas de educação especial do município visando um levantamento de possíveis matrículas na educação regular; 13. A partir da reorganização das matrículas na escola regular de alunos com necessidades especiais, estabelecer novos modelos de AEE, de acordo com a demanda, nas escolas de educação especial 14. Planejar junto às escolas regulares o processo de absorção dos alunos oriundos das escolas de educação especial. 15. Estabelecer salas de recurso para o AEE para a educação infantil 16. Criar mecanismos de monitoramento e controle do acesso e da frequência das crianças com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação a escola em parceria com órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância. 17. Criar / Ampliar equipes de profissionais com qualificações variadas para atender à demanda do processo de inclusão. 18. Desenvolver protocolos para melhor clareza de como organizar a documentação – tanto para incluir o aluno (realizar matrícula) como para o trabalho de AEE e avaliação.
7 ENSINO SUPERIOR
O Ensino Superior pensado como última etapa da educação formal e
considerado fator estratégico ao desenvolvimento socioeconômico dos países, no
Brasil, é referenciado pela LDBEN/96, marco à nossa breve pontuação, que
estabelece como finalidade a este nível de ensino:
149
Art. 43. A educação superior tem por finalidade:
I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do
pensamento reflexivo;
II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção
em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade
brasileira, e colaborar na sua formação contínua;
III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o
desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e,
desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive;
IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber, através do ensino, de
publicações ou de outras formas de comunicação;
V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e
possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão
sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de
cada geração;
VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os
nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer
com esta uma relação de reciprocidade;
VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão
das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e
tecnológica geradas na instituição.
A LDBEN/96, além de estabelecer as finalidades do ensino superior, dá a
possibilidade da promoção de processo de diversificação e ampliação de vagas,
acarretando a maior parcela de ampliação das vagas do ensino superior em
instituições universitárias que não são universidades. Isto se torna possível em
razão da redação de seu artigo 44º que grafa:
Art. 44. A educação superior abrangerá os seguintes cursos e programas:
I - cursos sequenciais por campo de saber, de diferentes níveis de abrangência,
abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos pelas instituições de
150
ensino, desde que tenham concluído o ensino médio ou equivalente.(Redação dada
pela Lei nº 11.632, de 2007).
II - de graduação, abertos a candidatos que tenham concluído o ensino médio ou
equivalente e tenham sido classificados em processo seletivo;
III - de pós-graduação, compreendendo programas de mestrado e doutorado, cursos
de especialização, aperfeiçoamento e outros, abertos a candidatos diplomados em
cursos de graduação e que atendam às exigências das instituições de ensino;
IV - de extensão, abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos em
cada caso pelas instituições de ensino.
Desta forma, a diversificação e possibilidade de flexibilização não se restringiu
a taxonomia das Instituições, mas às próprias configurações nos cursos de
formação, aqui em forma geral, facultando margem à proposição e abertura de
cursos sequenciais e na modalidade EAD por instituições credenciadas junto ao
Ministério da Educação.
Neste sentido, Nunes 2007, já apontava:
“Até a LDB, as IES podiam ser divididas em dois tipos básicos: instituições
universitárias (universidades) e instituições não-universitárias (estabelecimentos
integrados ou isolados, como faculdades, escolas e institutos). O setor privado
predominava entre os últimos, o público entre os primeiros. Com a regulamentação
da nova LDB, surgiu um novo tipo de instituição universitária: os centros
universitários. Posteriormente, houve a classificação dos centros federais de
educação tecnológica (Cefets) no mesmo nível dos centros universitários.” (...) Como
consequência desse quadro, boa parte da expansão recente da educação superior
ocorreu em instituições universitárias que não são universidades. Em 1999, primeiro
ano em que se registrou sua presença, os centros universitários somavam 34
instituições. Em 2005, já havia 114, 192% a mais. No período, as matrículas
passaram de 160.977 a 674.927, um incremento de 319%. No mesmo período, os
centros federais de educação tecnológica tiveram um crescimento de 1.050% no
número de instituições (de 16 a 184) e de 327% nas matrículas (de 19.484 a
83.219). Para efeitos comparativos, as universidades aumentaram seu total em 14%
e suas matrículas em 52%.”1
1 Os dados sobre as curvas de ampliação de vagas no ensino superior, além do aumento do número de IES no
país são disponibilizados em: http://portal.inep.gov.br/web/censo-da-educacao-superior/resumos-tecnicos
151
Sem a pretensão de enveredarmos em investigação dos processos históricos
de constituição do ensino superior no Brasil, isto tanto pela especificidade deste
documento quanto do entendimento da extensão e complexidade do tema, e, que tal
discussão exigiria a elaboração e presentificação do cenário e contexto no qual o
ensino superior surge, o tempo e espaço no qual se insere em confluência aos
âmbitos regional, nacional e mundial, o período pós LDEBEN/96, que registra
também processo de ampliação de vagas no município de Mococa, é marcado pela
crescente privatização e mercantilização do setor, grafando clara perspectiva de
redução do tempo de formação do aluno na educação superior, além da vinculação
estreita à formação de mão de obra ao mercado de trabalho, promovendo também
ampla disputa entre universidades sobre mecanismos de financiamento público à
pesquisa e extensão.
Corroboram esta perspectiva as considerações de Segenreiche e Castanheira
2009, quando pontuam em sua pesquisa sobre a expansão do ensino superior:
O que se pôde observar nos dados apresentados é que a privatização, em
termos de crescimento das IES privadas/particulares, marcou o período 1996 –
2001. Isto se fez sentir mais fortemente no aumento exagerado da oferta de vagas
para a demanda existente, o que gerou uma “bola de neve” de estoque de vagas
ociosas no sistema de educação superior. Mais uma vez o governo acabou por
socorrer, de certa forma, essas instituições, por intermédio do ProUni.
No período de 2001 a 2006, o ritmo de crescimento dessas instituições
diminuiu, porém é ainda significativamente ascendente, como mostram as
estatísticas; destacando-se, no período, a expansão dos centros universitários e de
educação tecnológica. Entretanto, a expansão das instituições particulares,
principalmente universidades e centros universitários, vem trilhando caminhos
alternativos, em termos de tipo de curso oferecido – cursos superiores de tecnologia
– e/ou modalidade de ensino – educação a distância. Nesse ponto, privatização e
diferenciação se complementam, na perspectiva mercadológica que domina a
expansão do ensino superior no Brasil. Uma análise das IES que oferecem cursos
de graduação a distância, disponível nos registros do INEP pode comprovar esta
tendência.
152
Seguem as ponderações indicando certo temor quanto à perspectiva de
encurtamento dos processos formativos no ensino superior, referenciadas inclusive
em informações veiculadas em órgão oficial de governo, a exemplo:
“Alguns especialistas da área educacional apostam que, no futuro próximo, todos os
cursos de graduação terão de um a três anos, no máximo, de forma que o indivíduo
inicie seu processo profissional o quanto antes, mantendo vida estudantil paralela à
vida profissional. (BRASIL, 2008).
Segundo outros especialistas, no entanto, esta tendência de encurtamento (e
consequente aligeiramento) da formação superior e sua vinculação imediatista ao
mercado de trabalho representa um perigo para o sistema de educação superior,
visto por Sguissardi (2004) como o lócus de construção e socialização do
conhecimento e de formação do cidadão crítico.”
Notícia publicada no site do MEC
Neste aspecto convergem as conclusões de pesquisa de Paula 2009, quando
da sua atenção sobre as influências e concepções da formação universitária
brasileira:
“Defende-se a existência de instituições “universitárias” que se ocupem
apenas do ensino profissionalizante, sem preocupação com uma formação integral
do estudante, o que representa um golpe no conceito tradicional de universidade
enquanto instituição que alia ensino e pesquisa de alto nível, dedicando-se à
pluralidade de campos do conhecimento e permitindo uma formação no sentido
amplo do termo; ao lado da defesa dos “escolões” de terceiro grau, assistimos hoje a
defesa e o retorno dos cursos “universitários” aligeirados, de curta duração, tão
questionados e criticados no passado, que ressurgem com uma nova roupagem
(cursos sequenciais, cursos politécnicos, etc). Essas iniciativas têm como intenção
oferecer alternativas mais acessíveis e menos custosas (em termos de tempo,
dinheiro, investimento intelectual) aos “clientes” que procuram o ensino superior.
Além de uma banalização crescente e de uma diluição do sentido da formação
universitária, essas medidas acabam por produzir uma nova divisão no campo
universitário e dos “clientes” que procuram pelo ensino superior: de um lado,
instituições de excelência que aliam ensino e pesquisa de alto nível, mais
153
procuradas pelas elites dominantes, de outro lado, instituições de ensino técnico e
profissionalizante de terceiro grau, mais procuradas pelos estudantes com menor
capital social e cultural.”
e de Nunes 2007, quando pontua:
“Destacamos (...), independentemente da ordem, as seguintes características do
ensino superior brasileiro:
há um crescimento por meio do setor privado;
como consequência desse crescimento, constitui-se uma economia política da
educação superior, bem como surge uma arena política nova, no amplo
campo das lutas de interesses que caracterizam o país;
permanece inalterada a brutal necessidade de expansão do ensino superior;
a acelerada expansão do setor privado, bem como a peculiar política nacional
de incentivo à mercantilização do setor, faz do Brasil um caso desviante no
mundo.”
Deste quadro esboçado a partir da LDBEN/96 como ponto de fuga e
convergência, podemos tocar aspectos da expansão do ensino superior no
município de Mococa, sua atual configuração e possibilidades de desenvolvimento.
Ensino Superior em Mococa
O Município de Mococa não possui nenhuma Instituição de Ensino Superior
sob sua responsabilidade direta, não se constitui como mantenedor a esta
modalidade de ensino.
Em sua história recente, no período compreendido entre 1986 a 2011, houve
a Fundação Municipal de Ensino para a manutenção de faculdades isoladas,
passando ao final deste período, entre 2007 e 2011, por processo de sucessão de
mantenças, sendo sucedida por Fundação Privada Sem fins lucrativos como
mantenedora das faculdades e prestes a extinção.
Seguindo nosso marco referencial, a promulgação da LDBEN/96, o município
de Mococa comportava em 1996, apenas uma instituição de ensino superior
caracterizada como faculdades isoladas, com três cursos autorizados e dois em
efetivo funcionamento, registrando uma oferta aproximada de 200 vagas anuais
154
distribuídas entre os cursos ativos e mantida por Fundação Municipal constituída
para tal fim. Na grande área das Humanidades, possuía turmas em efetivo
funcionamento os cursos de Pedagogia – Licenciatura e Ciências Contábeis –
Bacharelado.
Em 2012, momento de confecção deste documento, o município comporta
além dos dois cursos ativos citados, mais três cursos na mesma instituição que,
como já mencionado passa por fase de finalização de sucessão de mantenças,
cinco cursos de ensino superior em tecnologias de Instituição de Ensino Superior
Tecnológico mantida pelo Governo Estadual e polo de educação a distância
mantendo oito cursos superiores.
A conformação atual já produz as seguintes referências:
Fonte: FAFEM/FUNVIC 2012
155
Fonte: FAFEM/FUNVIC 2012
Fonte: FAFEM/FUNVIC 2012
A criação de novos cursos no município pela IES, então única existente ao
final dos anos 90 e princípio da primeira década de 2000, a inauguração de
Faculdade de Tecnologias em 2005 e a criação de pólo de EAD de meados ao final
156
da mesma década, ratificam e grafam a consonância à expansão do ensino superior
no município em relação às observações sobre a expansão dos cursos e vagas pós
LEDBEN/96.
Centradas em instituições de curso superior sem o “status” de universidades,
com baixos índices de insumos à realização de pesquisa e tímidas atividades de
extensão em razão das condições ao acesso à mecanismos de fomento, a
ampliação das vagas e cursos superiores no município não estabeleceram relação
direta com a ampliação de espaço à pesquisa e desenvolvimento / construção de
novos saberes, vinculando-se diretamente a difusão de conhecimentos já existentes
e capacitação de mão-de-obra especializada a diversos setores econômicos.
Neste sentido, pode-se afirmar que o perfil do ensino superior no município de
Mococa no período compreendido de 1996 a 2012, gravita sob o eixo da formação
de mão-de-obra especializada para o mercado de trabalho, indistintamente às áreas
de conhecimento nas quais os cursos e vagas se distribuem.
Pensando a distinção entre oferta de vagas e matrículas efetivas no ensino
superior no município, a título de referência e princípio à reflexão, o município
possuía, em 2010, 1164 alunos matriculados no ensino superior de acordo com
dados do Censo da Educação Superior divulgados pelo INEP – Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisa Anísio Teixeira, conformando a seguinte distribuição:
Fonte: FAFEM/FUNVIC 2012
157
Se tomarmos como pressuposto à reflexão, a reprodução de dados para o
período de 2012, podemos notar, em comparação direta, um pequeno excedente de
vagas na relação vagas oferecidas anualmente / alunos matriculados no ensino
superior. Este excedente gravitaria em torno de 14% do total de vagas oferecidas e
não utilizadas.
Ainda neste plano de reflexão, ao considerarmos também como pressuposto
a media de duração dos cursos superiores em 03 anos, a curva de vagas
excedentes e não utilizadas se acentua, provocando 4020 vagas disponibilizadas ao
longo do triênio à manutenção do índice de alunos matriculados. Esta variação entre
vagas disponíveis no ensino superior ao longo de sua duração e vagas oferecidas às
turmas ingressantes promove um banco de vagas no município de 345% em razão
dos alunos matriculados.
Cabe ressaltar que os dados do Censo indicam os alunos matriculados nas
IES, enquanto as vagas são ofertadas anualmente a ingresso e constituição de
turmas iniciais, assim um curso com 20 vagas autorizados e com duração de quatro
anos, por exemplo, pode comportar em plena atividade 80 alunos matriculados. Esta
distorção de 345% de vagas disponíveis e não utilizadas considera esta perspectiva.
Mais uma vez distante da discussão sobre a construção de políticas e tomada
de medidas dos Governos Federal e Estadual à redução destas distorções,
principalmente do Governo Federal a exemplo do ProUni, o que cabe à este
documento é sinalizar sobre algumas formas de ações colaborativas entre as IES e
o município, sendo que este não possui nenhum curso superior sob sua
responsabilidade direta e não possui condições de gerência ou mesmo ingerência
nas Instituições presentes, além de sua possibilidade de investimento direto no
ensino superior estar facultada ao pleno atendimento de suas prioridades junto ao
sistema de educação.
Ações Colaborativas
Da Distorção de Vagas - Matrículas:
Pensando a possibilidade de contribuição à diminuição da distorção entre
vagas e matrículas no município, o Poder Público Local pode atuar estruturando
medidas de curto a longo prazo convergentes às políticas de valorização dos
158
quadros funcionais, estabelecendo mecanismos de fomento a formação continuada,
considerando suas necessidades e os perfis dos cursos superiores existentes no
município.
Do Incentivo à Pesquisa e Desenvolvimento:
Aproximação entre o desenvolvimento estratégico do Poder Público Local e
profissionais alocados nos quadros funcionais das IES, através da construção de
parcerias à realização de estudos de relevância à municipalidade e produção de
tecnologias sociais necessárias à melhoria das condições da população.
Das práticas de extensão:
Construção coletiva de calendário anual mínimo de atividades de extensão,
potencializando as ações sócio-educacionais-culturais do município;
Intercâmbio e integração de práticas e logística junto as atividades de
extensão universitária destinadas à comunidade local, otimizando o potencial
de atenção e atendimento a comunidade pelas IES e Poder Publico;
Levantamento de demanda interna e externa à proposição de atividades de
extensão junto as IES;
Levantamento de demanda interna à promoção de atividades de formação
continuada na modalidade de extensão universitária e Lato Sensu à
proposição de desenvolvimento pelas IES;
159
8 PROCESSOS DE GESTÃO PÚBLICA EDUCACIONAL
A gestão democrática é um pressuposto para que se assegure a educação
como direito humano e social.
Entre os principais instrumentos legais que orientam a educação brasileira
estão a Constituição Federal (CF), a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, lei nº9394/96 (LDB) e o Plano Nacional de Educação (PNE) com vigência
até 2010, que originaram outros documentos normativos de âmbito nacional,
estadual e municipal. O projeto de lei instituindo o novo Plano Nacional encontra-se
em discussão no legislativo.
Sobre gestão democrática, a CF dispõe no seu Art. 206, a gestão democrática
(Inciso VI) como um dos princípios da educação brasileira, ao lado de outros
princípios - como a igualdade de condições para o acesso e permanência na escola,
o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas e a garantia de padrão de
qualidade
A LDB repete a CF, quando diz, no Art. 3 que “O ensino será ministrado com
bases nos seguintes princípios da gestão democrática do ensino público, na forma
da lei e da legislação dos sistemas de ensino (Inciso VIII). A LDB também dispõe no
Art.12 que os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do
seu sistema de ensino, terão incumbência de elaborar e executar sua proposta
pedagógica (Inciso I) e no Art. 13 que os docentes incumbir-se-ão de participar da
elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino (Inciso I) e
elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do
estabelecimento de ensino (Inciso II).
Sob o título “Objetivos e prioridades”, o PNE em vigência até 2010, reafirmava
a CF e a LDB.
Com a promulgação da Constituição de 1988, que elevou os municípios a
ente federado de igual dignidade com relação aos Estados e a União e fortalecidos
pela nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de nº. 9.394/96, os
municípios passaram a ter substantivo grau de autonomia, com recursos e
responsabilidades próprias e, portanto, com a liberdade e condições legais de
formular políticas públicas adequadas às peculiaridades locais, integrando-as e
articulando-as às políticas e planos da União e dos Estados. Entre elas, com
destaque, situam-se as políticas de educação.
160
Dentro desta perspectiva o Município de Mococa promulgou sua Lei Orgânica
em 05 de abril de 1990 e destinou o Título V, Capítulo II, para a Educação,
compostas de 21 artigos, (Art. 182 ao Art. 203). Esta Lei no art. 186 prevê que a
gestão do ensino público no Município de Mococa “será exercida de forma
democrática, garantindo a representação de todos os segmentos envolvidos na ação
educativa, na concepção, execução, controle e avaliação dos processos
administrativos e pedagógicos”.
Outro mecanismo que a Lei Orgânica impõe para garantir a gestão
democrática é a organização e funcionamento dos Órgãos Colegiados nas escolas
da Rede Municipal de Educação. Nesta perspectiva, o Município de Mococa vem
desenvolvendo suas atividades com o objetivo de atender a legislação vigente e
garantir a sua população uma educação de qualidade.
O Município de Mococa possui um Sistema Municipal de Educação - SME
legalizado, legitimado pelas ações organizadas e implantadas, as quais possibilitam
ao município determinar, em consonância com as leis vigentes, as políticas para a
educação,definindo assim, as prioridades e necessidades dos seus munícipes. No
entanto, para respaldar estas definições o município conta com os Conselhos
ligados a área da educação, como forma de garantir também, um dos princípios
constitucionais para a educação, a participação.
Sistema Municipal de Ensino (SME)
Define a organização formal e legal do conjunto das ações educacionais do
município. A instituição do Sistema por lei municipal explicita e afirma o espaço da
autonomia do município e as responsabilidades educacionais próprias.
Ao criar o SME o município formaliza e afirma a sua autonomia conferida pela
Constituição de 1988 e pela LDB e fica dotado de liberdade para definir suas
próprias normas, nos limites da lei federal.
Em 13 de dezembro de 1999 foi elaborado o decreto que homologa o Sistema
de Ensino de Mococa, mas, sua aprovação só se deu no ano de 2009 por meio de
um ante projeto de lei, que disciplina a organização do Sistema Municipal de Ensino
de Mococa, encaminhado à Câmara Municipal. Este ante projeto foi aprovado com a
Lei 3948, de 16 de novembro de 2009. Trata-se de um projeto municipal de
161
educação, fundado nas bases e diretrizes nacionais. O município tem como ação
prioritária a Educação Infantil e Ensino Fundamental.
Fonte: Departamento de Educação, Vera Elena Mazieiro Figueiredo, 2011
A efetivação da gestão democrática da educação encontra nos conselhos
espaço privilegiado para estabelecer o contraponto da deliberação singular do
executivo.
Conselho Municipal de Educação (CME)
A autonomia é um dos fundamentos da gestão democrática. Participação e
exercício de cidadania significam exercício de poder. As condições de
funcionamento do conselho indicam o grau de autonomia e sua importância na
gestão do Sistema de Ensino.
O Conselho deve ter autonomia para propor e deliberar sobre questões de
sua esfera de competência legal. Mas, a execução das ações decorrentes de suas
deliberações se situa no âmbito da ação administrativa do Executivo.
Na Gestão Democrática, os conflitos, inerentes à diversidade social, são
fatores construtivos, quando negociados e mediados em vista da finalidade comum
do todo da educação. É no campo da negociação e mediação entre sociedade e
Governo, voltados para os interesses coletivos, com visão do todo, que o Conselho
encontra sua natureza essencial, seu espaço próprio, sua função precípua
O Conselho Municipal de Educação – CME - é de natureza jurídica, órgão
Colegiado, vinculado ao Departamento de Educação e tem por finalidade exercer as
funções normativas, deliberativas, consultivas e avaliativas referentes à educação na
área de competência do Município de Mococa. Foi instituído pela Lei n.º 2.803, de 03
de setembro de 1997 e seu Regimento Interno foi homologado pelo Decreto n.º
3.388, de 20 de abril de 1998. A lei 2.990, de 08 de outubro de 1998 altera a Lei
2.803, de 03 de setembro de 1997 com relação aos membros suplementares que
compõem o Conselho.
A representatividade dos membros do Conselho Municipal de Educação é
feita pelos diversos segmentos educacionais da cidade, contando com os
participantes.
162
Representante da educação infantil
Representante dos professores do ensino fundamental séries iniciais
Representante dos professores do ensino fundamental finais
Representante de especialista (diretor) de ensino séries iniciais
Representante de especialista (diretor) de ensino fundamental séries finais
Representante do ensino médio estadual
Representante do ensino médio técnico profissionalizante estadual
Representante do ensino médio e técnico profissionalizante municipal
Representante do ensino particular
Representante do ensino superior
Representante da comunidade
A duração do mandato dos conselheiros é de 02 (dois) anos, sendo renovado
por um terço dos membros após essa data, para que não se perca a coerência, a
sequência de atuação nas tomadas de decisões.
As reuniões acontecem mensalmente, na sede do Departamento de
Educação. Toda alteração de normas de funcionamento na Rede Municipal de
Ensino é aprovada pelo Conselho Municipal de Educação. Este conselho tem papel
fundamental para garantir a continuidade das políticas educacionais do Projeto
nacional de educação, frente à transitoriedade dos governos.
Conselho Municipal de Alimentação Escolar (CAE)
O Conselho de Alimentação Escolar (CAE) foi instituído através da Lei nº.
3143, de 21 de dezembro de 2000, como órgão deliberativo, fiscalizador e de
assessoramento e alterado em seu artigo 3.º pela Lei n.º 3946, de 03 de novembro
de 2009.
O CAE tem por finalidade:
I – acompanhar a aplicação dos recursos federais transferidos à conta do PNAE –
Programa Nacional de Alimentação Escolar (MEC- FNDE);
II – zelar pela qualidade dos produtos, em todos os níveis, desde a aquisição até a
distribuição, observando sempre as boas práticas higiênicas e sanitárias;
163
III – receber, analisar e remeter ao FNDE, com parecer conclusivo, as prestações de
contas do PNAE encaminhadas pelo Município.
O CAE é composto por 07 membros nomeados por decreto pelo Poder Executivo:
01 representante do Poder Executivo
02 representantes das entidades de trabalhadores da educação e de
discentes
02 representantes de pais de alunos
02 representantes indicados por entidades civis organizadas
Os membros têm mandatos de 04 (quatro) anos, podendo ser reconduzidos de
acordo com a indicação de seus respectivos segmentos. As reuniões deste conselho
acontecem mensalmente.
Conselho do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica
Valorização dos Profissionais Da Educação (FUNDEB)
O Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização do Magistério
foi criado pela lei 2044 de 18/12/1990 e cumpre o papel fundamental de assegurar a
correta e transparente utilização do dinheiro público.
Ele possui a seguinte composição:
02 representantes do poder executivo
02 representantes da sociedade civil organizada
02 representantes diretores de escola
02 representantes professores
02 representantes estudantes
02 representantes de pais de alunos
As reuniões do conselho do FUNDEB acontecem mensalmente e tem como
principal função fiscalizar e controlar as verbas decorrentes deste recurso.
Gestão da Rede Escolar
A Constituição Federal e a LDB preveem, basicamente, duas formas de
concretização da gestão democrática: o projeto político e pedagógico e os conselhos
e colegiados. O primeiro é um processo; os outros são instâncias de representação.
164
Projeto Político e Pedagógico (PPP)
Ao refletirem sobre gestão da educação no município e na escola, Bordignon
e Gracindo (2000, p.154) afirmam que sua construção se traduz, essencialmente,
em “colocar em prática uma concepção política e uma concepção pedagógica que
se realimentam e que se corporificam na sua Proposta Político-Pedagógica.” E
esclarecem: “concepção política, porque é ela que promove a ação transformadora
da sociedade, e concepção pedagógica, porque é ela o substrato da função escolar”.
(Revista Retratos da Escola, Brasília, v.4, n.6, p.72). Veiga (2003) concebe o PPP
como “um meio de engajamento coletivo para integrar ações dispersas, criar
sinergias no sentido de buscar soluções alternativas para diferentes momentos do
trabalho pedagógico-administrativo, desenvolver o sentimento de pertença, mobilizar
os protagonistas para a explicitação de objetivos comuns definindo o norte das
ações a serem desencadeadas, fortalecer a construção de uma coerência comum,
mas indispensável, para que a ação coletiva produza seus efeitos (p. 275). O autor
cita que o processo de construção e efetivação do PPP deve dar-se numa
perspectiva emancipatória e dialógica – resultante de uma constante e inacabada
reflexão que articule a realidade escolar e o contexto social mais amplo – numa luta
da comunidade escolar coletiva em prol da democracia na escola. Esta dimensão
política do PPP é contrária à perspectiva – ainda muito presente na prática - que
entende o processo como uma coleção de atividades geradoras de um produto final
- o próprio PPP, contendo as sistematizações, concepções, fundamentos etc.
compilados em um documento pronto e acabado.
A legitimidade do PPP como processo que implementa e vivencia na pratica
escolar os fundamentos que se pretende, requer e dependerá da participação de
toda a comunidade escolar nas tomadas de decisões, não sendo um documento
pensado e desenvolvido em gabinete pelos especialistas em gestão, que são os
responsáveis em guiar o processo a partir da participação da coletividade. Neste
sentido a figura do gestor ganha a configuração de coordenação e liderança,
devendo por sua vez , estar sustentado por uma política de formação que promova
uma reflexão sobre sua atuação no ambiente escolar, orientando-o teórica e
operacionalmente.
165
Neste contexto inovador e relativamente recente, o Projeto Político
Pedagógico não é ainda, uma realidade consolidada em todas as escolas do nosso
município.
Conselho Escolar (CE)
O Conselho Escolar, previsto na LDB, segundo Aguiar (2009, p.178) é uma
instância colegiada que “possibilita a construção de referências comuns a partir de
óticas diferenciadas sobre o papel da escola e a forma de resolver os problemas de
seu cotidiano”, A autora acrescenta que o Conselho “é a possibilidade de exercitar a
gestão democrática como espaço de decisões coletivas e de responsabilidades
compartilhadas”
A forma de gestão das escolas do município é democrática e participativa.
Assim, as decisões devem ser tomadas em conjunto com a comunidade escolar,
representada pelo Conselho Escolar. O Conselho Escolar tem por natureza as
funções consultivas, deliberativas e fiscalizadoras das questões político-
pedagógicas, administrativas, financeiras, no âmbito da escola.
Embora tenha sido implantado o Conselho Escolar na Rede de Ensino do
município, ainda se constitui um grande desafio para a gestão escolar a sua
utilização como um mecanismo de participação. Neste sentido é necessário oferecer
capacitações com objetivo de fortalecer os conselhos para sua plena atuação nas
escolas.
Na prática, observa-se uma pequena participação da comunidade nos
Conselhos sendo a gestão escolar ainda caracterizada pela centralização.
Associação de pais e mestres (APM)
É uma entidade jurídica de direito privado, criada com a finalidade de
colaborar para o aperfeiçoamento do processo educacional, para a assistência ao
escolar e para a integração escola-comunidade. Atualmente, sua principal função é
atuar, em conjunto com o Conselho de Escola, na gestão da unidade escolar,
participando das decisões relativas à organização e funcionamento escolar nos
aspectos administrativos, pedagógicos e financeiros. Os objetivos da APM são de
166
natureza social e educativa, sem caráter político, racial ou religioso e sem
finalidades lucrativas.
A APM é regulamentada através do Decreto n.º 12.983, de 15 de dezembro
de 1978, alterado pelo Decreto n.º 48, 408, de 06 de Janeiro de 2004, a partir dos
quais foi estabelecido o Estatuto Padrão das Associações de Pais e Mestres,
instrumento este que dispõe sobre as finalidades, atribuições e deveres para seu
funcionamento como instituição.
Todos os membros da comunidade podem participar da APM da escola local
e a duração do mandato pode ser de um a dois anos conforme estabelecido no seu
estatuto.
Todas as Unidades Escolares da Rede de Ensino de Mococa possuem
Associação de Pais e Mestres implementadas e em efetivo exercício.
Grêmio Estudantil (GE)
É uma organização sem fins lucrativos que representa o interesse dos
estudantes e que tem fins cívicos, culturais, educacionais, desportivos e sociais. O
grêmio é o órgão máximo de representação dos estudantes da escola. Ele permite
que os alunos discutam, criem e fortaleçam inúmeras possibilidades de ação tanto
no próprio ambiente escolar como na comunidade. O Grêmio é também um
importante espaço de aprendizagem, cidadania, convivência, responsabilidade e de
luta por direitos.
Um de seus principais objetivos do GE é contribuir para aumentar a
participação dos alunos nas atividades de sua escola, organizando campeonatos,
palestras, projetos e discussões, fazendo com que eles tenham voz ativa e
participem – junto com pais, funcionários, professores, coordenadores e diretores –
da programação e da construção das regras dentro da escola. Enfim, tem como
finalidades:
Congregar e representar os estudantes da escola;
Defender seus direitos e interesse;
Cooperar para melhorar a escola e a qualidade do ensino;
Incentivar e promover atividades educacionais, culturais, cívicas, desportivas e
sociais.
167
Realizar intercâmbio e colaboração de caráter cultural e educacional com
outras instituições de caráter educacional.
Leis que reforçam a existência do Grêmio Estudantil
A existência de grêmios estudantis é assegurada pela legislação federal.
A Lei Nº 7.398, de novembro de 1985
Dispõe sobre a organização de entidades estudantis de 1º e 2º graus e
assegura aos estudantes o direito de se organizar em Grêmios:
Lei Nº 8.069, de 13 de julho de 1990
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no 53º artigo: A criança e o
adolescente tem direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua
pessoa, preparo para exercício da cidadania e qualificação para o trabalho,
assegurando lhes:
- Inciso IV, garante o direito dos estudantes de se organizar e participar de entidades
estudantis.
Lei Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996
Esta lei estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. A partir dela,
estão garantidas a criação de pelo menos duas instituições, a APM e o GE, cabendo
à Direção da Escola criar condições para que os alunos se organizem no Grêmio
Estudantil. A lei determina ainda a participação de alunos no Conselho de Classe e
Série.
Em grande parte das escolas da Rede de Ensino de Mococa, a existência do
grêmio estudantil é meramente formal. Nas Unidades onde existe este colegiado se
faz necessário um acompanhamento no sentido de apoiá-lo, incentivá-lo, mobilizá-lo
e orientá-lo promovendo a asseguridade da participação e autonomia como
princípios básicos da gestão democrática.
168
É necessário que a integração escola-comunidade seja consolidada, para que
a instituição de ensino possa firmar-se como um espaço privilegiado de debates de
questões sociais, que conduzam à conscientização da importância da participação
dos pais, alunos e comunidade, na construção de uma escola de qualidade para
todos.
Metas Estratégias Ações
Meta 1 Garantir a continuidade e aperfeiçoamento, no prazo de dois anos, da gestão democrática da educação
1- Assegurar sistematicamente a continuidade, atividade e aperfeiçoamento dos Conselhos de acompanhamento e controle social do FUNDEB, Conselho de Alimentação escolar, Conselho Municipal de Educação, e outras demais instâncias de acompanhamento de políticas públicas 2- Ampliar programas de apoio e formação aos representantes dos Conselhos de acompanhamento e controle social do FUNDEB, Conselho de Alimentação escolar, Conselho Municipal de Educação, e outras demais instâncias de acompanhamento de políticas públicas.
1- Utilizar o Plano Municipal de educação de Mococa e o Plano de Ações Articuladas (PAR) como fontes principais para as discussões dos conselhos municipais 2- Promover Regime de colaboração com os governos federais e estaduais, adesões em cursos de formação oferecidos pelo MEC e Universidades públicas aos representantes dos Conselhos
Meta 2 Estabelecer, no prazo de um ano a partir da aprovação deste plano, política de descentralização, consolidando a autonomia administrativa jurídica, financeira e pedagógica do Departamento Municipal de Educação.
1- Fortalecer a gestão democrática da educação municipal estabelecendo a descentralização e autonomia do departamento de educação como Secretaria de Educação.
1- Estabelecer levantamento para estimar o impacto financeiro e administrativo para o processo de descentralização do departamento de educação. 2- Encaminhar aos demais departamentos competentes, projeto de reforma administrativa do Departamento de educação de Mococa, com base em um novo organograma, dotando-se de um quadro de pessoal capaz de atender sua atual demanda.
Meta 3 Aperfeiçoar o regime de colaboração entre os sistemas de ensino, particularmente os sistemas municipal e estadual, com vistas a uma ação
1- Incentivar a criação de instâncias sistemáticas de discussões entre os diferentes sistemas de ensino.
1- Incluir na pauta de discussões dos diferentes conselhos – sobretudo do Conselho Municipal de Educação – a coordenação entre os sistemas de ensino.
169
coordenada entre os mesmos, compartilhando responsabilidades, a partir das funções próprias e supletivas e das metas deste PME.
Meta 4 Estabelecer e/ ou dar continuidade à política de descentralização, consolidando a autonomia administrativa e pedagógica das Unidades Educativas, de acordo com a legislação vigente.
1- Fortalecer o princípio de gestão democrática incentivando a descentralização e autonomia administrativa e pedagógica das unidades educativas, aperfeiçoando a legislação que as orientam.
1- Revisar a Resolução DMEM nº 06 (14/12/2009) que dispõe sobre o Regimento Escolar Comum das Escolas Municipais com a participação da comunidade educacional.
Meta 5 Assegurar as condições para que todas as escolas, no exercício de sua autonomia, no período de um ano elaborem seus PPPs, com observância das Diretrizes Curriculares Nacionais e considerando suas necessidades específicas, sua clientela, sua comunidade, seus profissionais e seu entorno.
1. Incentivar e dar condições para que os especialistas em educação coordenem o processo de participação da comunidade escolar na elaboração e acompanhamento e avaliação do PPP, a partir de uma perspectiva democrática que envolve a participação de toda a comunidade escolar. 2- Favorecer o processo de construção e implementação do PPP nas escolas articulando o trabalho da gestão e da coordenação pedagógica;
1- Estabelecer política de formação continuada aos gestores escolares para o processo de desenvolvimento do PPP. 2- Promover Regime de colaboração com os governos federais e estaduais, adesões em cursos de formação oferecidos pelo MEC e Universidades públicas. 3- Assegurar e operacionalizar reuniões sistemáticas com a comunidade escolar para a construção e implementação dos PPP nas escolas.
Meta 6 Garantir, no período de dois anos a democratização da gestão escolar a partir do fortalecimento de órgãos colegiados assegurando a participação de todos os segmentos da Comunidade nas Unidades Educativas
1. Programar políticas que induzam a articulação e a participação da comunidade escolar, no sentido de fomentar a gestão democrática. 2. Promover a efetiva participação dos pais e preparar a comunidade escolar para a autogestão pedagógica e administrativa da escola. 3- Garantir em todas as escolas públicas do município, a existência e funcionamento regular dos
1. Promover Regime de colaboração com os governos federais e estaduais, adesões em cursos de formação oferecidos pelo MEC. 2. Promover acompanhamento e supervisão das ações da escola frente a democratização da gestão
170
conselhos de escola. 4. Fortalecer a APM das escolas no que tange a colaboração no aprimoramento do processo educacional, frente aos PPP das Unidades Escolares. 5- Promover a formação dos representantes dos Conselhos Escolares a fim de fortalecer a atuação deste colegiado, no sentido de melhorar a Educação do Município. 6- Consolidar a formação de Grêmios Estudantis e/ou outras formas de organização estudantil e incentivar a participação da sociedade na gestão da escola.
9 POLÍTICA DE VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
O Plano Municipal de Educação, com base no Plano Nacional, concebe a
melhoria da qualidade do ensino como um dos seus objetivos centrais. Nestes
termos, esta melhoria somente poderá ser alcançada se promovida, ao mesmo
tempo, a valorização do magistério. Sem esta, ficam baldados quaisquer esforços
para alcançar as metas estabelecidas em cada um dos níveis e modalidades do
ensino. Essa valorização só pode ser obtida por meio de uma política global, a qual
implica, simultaneamente, em:
a) formação profissional inicial;
b) condições de trabalho, salário e carreira;
c) formação continuada.
Dentre as políticas educacionais, a formação e o desenvolvimento profissional
dos trabalhadores em educação tem sido uma das mais discutidas e analisadas nas
últimas décadas. Desta forma, é fundamental reconhecer a importância destes
profissionais para a qualidade do ensino público oferecido à população.
Além da formação inicial e continuada, é preciso que a política de valorização
e formação do profissional da educação garanta o acesso a diversos meios e
equipamentos que possibilitem a busca de informações, conteúdos e vivências para
171
a ampliação do conhecimento pessoal (visitas, excursões, encontros, bibliotecas,
computadores, internet).
A política da valorização e formação dos profissionais da educação deverá
envolver, além dos professores, todos os demais profissionais que atuam no
processo educativo.
Embora não se confundam com o professor, consideramos no mesmo
patamar de protagonismo todos os trabalhadores ou profissionais da educação, por
entender que a escola pública, hoje, se revestiu de uma complexidade de funções
educativas que vão além da estrita função docente, da tarefa de ensinar os
conteúdos tradicionais do currículo. Se a merendeira não for valorizada não teremos
educação alimentar. Se o pessoal dos multi-meios didáticos (biblioteca, videoteca,
informática) não for profissionalizado, os alunos não voarão nas asas da moderna
comunicação com o mundo. Se os encarregados da manutenção, higiene e limpeza
forem desconsiderados como educadores e reduzidos a “apoios”, não vão brotar as
relações democráticas entre as pessoas e não vai-se desenvolver e educação
ambiental. Se o supervisor e orientador educacional, o secretário e principalmente o
diretor da escola não constituírem uma equipe identificada com sua proposta
pedagógica e não se imbuírem do papel de “pedagogos do coletivo”, não viveremos
nunca a gestão democrática nem atingiremos a qualidade social da educação. (João
A. Monlevade, in Plano Municipal de Educação - Fazer para acontecer, pág. 187)
O presente documento utilizará o termo “Profissionais da Educação” ao se
referir aos professores, especialistas – coordenadores, gestores, supervisores - e
funcionários de apoio e técnico-administrativos (faxineiros, cozinheiros, porteiros,
bibliotecários, secretários, auxiliares administrativos etc.) que atuam nas instituições
e sistemas de ensino, definindo, desde o princípio, uma nomenclatura geral para
todos aqueles que atuam no interior das escolas, valorizando o grau de importância
de cada papel desempenhado junto á organização escolar. É importante ressaltar
que o termo empregado, tanto na Constituição Federal, como na LDB, não se refere
aos funcionários de apoio e técnico-administrativos, restringindo-se aos professores
e especialistas.
A partir destas considerações, é imprescindível que se tenha um plano de
cargos, carreiras e salários para todos os profissionais, tempo remunerado para
formação e planejamento das atividades, que o tempo de serviço e a formação
sejam reconhecidos e valorizados, que haja um número máximo de alunos por
172
turma, melhores condições de trabalho, mais e melhores recursos didáticos, o que
significa qualidade do ensino e valorização dos profissionais.
O Plano Municipal de Educação (PME) de Mococa abordará os eixos Gestão,
Formação e Carreira para discutir as políticas de valorização dos profissionais em
educação estabelecendo fundamentações comuns a todos os trabalhadores e
também questões específicas a cada categoria de funcionários, de acordo com
legislação vigente.
Gestão
Quanto à Gestão a LDB nº 9394/96 cita que os sistemas de ensino deverão
definir as normas da gestão democrática garantindo nos incisos I e II, a participação
dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola e a
participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou
equivalentes. A compreensão de que as vias da participação efetiva no processo de
elaboração, acompanhamento e avaliação das políticas de gestão é determinante
para a ampliação dos valores democráticos no processo educacional. Igualmente
importante é reconhecer a autonomia da escola como um elemento relevante, o que
necessariamente, requer o reconhecimento da liberdade de ação dos sujeitos
sociais que constroem a educação e a valorização da escola como o lugar original
para construção da Proposta Político-Pedagógica.
Nos modelos de gestão atuais a participação da comunidade escolar, entre
esta, os profissionais da educação que compreendem a equipe escolar, tem
garantido o direito de participar das decisões que estabelecem o projeto político e
pedagógico da escola, agindo como sujeitos do processo, em uma perspectiva de
co-responsabilidade construída coletivamente. Nesta dimensão o Gestor escolar
deixa de ser o único com poder de decisão – como ocorria na concepção de chefia –
e passa a exercer uma atividade de mediação, que dotada do caráter pedagógico e
não gerencial – como comumente preconizam as correntes que interligam educação
e empresa – não apenas partilha, mas necessariamente, oferece condições para a
co-responsabilização da gestão escolar com o coletivo da escola.
Neste sentido, além dos professores conquistarem espaço de participação na
elaboração do PPP da escola e da gestão participativa – já que são chamados a
transpor os limites da sala de aula para serem inseridos em um contexto de co-
173
responsabilização em relação aos rumos gerais da escola - também, os demais
trabalhadores da educação, são convocados a participar. A escola, como qualquer
organização funciona como um organismo vivo: para que a rotina escolar aconteça
de acordo com os objetivos almejados, cada parte precisa executar suas funções
específicas, e antes disso, estar situada em um coletivo comum, este, traduzido no
Projeto Político e Pedagógico da escola. Os professores são responsáveis -
coordenados pelos especialistas – pelo ensino dos conteúdos curriculares, mas
numa perspectiva de gestão participativa, os demais funcionários de apoio geral e
técnico-administrativos – da limpeza, da alimentação, da secretaria, da biblioteca, do
portão etc. – dão o suporte e operacionalização para que a aprendizagem dos
alunos aconteça.
Segundo o documento “Por uma política de valorização dos trabalhadores em
educação: em cena: os funcionários de escola”, desenvolvido pelo Ministério da
Educação em 2004, “esses funcionários outrora identificados por nomenclatura
diversas- serviçais, servidores, auxiliares - e principalmente, por exercerem o papel
de meros cumpridores de tarefas, são chamados agora para uma nova missão, em
face das profundas e radicais transformações porque passam a sociedade e a
escola. Hoje, com a progressiva expansão da escolarização, percebe-se que, mais
do que ser instruída por professores, a população precisa ser educada por
educadores, compreendendo-se que todos os que têm presença permanente no
âmbito escolar, em contato com os estudantes, são educadores, independentes da
função que exerçam” (p.16).
Nesta perspectiva, todos passam a ser educadores no ambiente escolar,
desde que conheçam as estruturas que fundamentam a vida funcional da escola e
se reconheçam como parte dela. A concepção de participação coletiva da equipe
escolar se insere num contexto de valorização profissional à medida que coloca o
funcionário como um sujeito que pode ter a possibilidade de pensar e agir com suas
contribuições para qualificar seu ambiente de trabalho e consequentemente, sua
vida profissional.
Alguns desafios se colocam para o exercício da gestão democrática, exercida
tanto no interior das instituições como por meio dos órgãos responsáveis pela escola
publica, ao necessariamente inserir a equipe de profissionais da educação nas
tomadas de decisões que afetam o dia-dia escolar. É necessário assegurar que
existam formas concretas de operacionalizar a Gestão Democrática, estabelecendo
174
políticas capazes de promover e incentivar a participação de todos os profissionais
da educação.
Concomitantemente senão anteriormente às políticas que operacionalizam a
participação, é preciso assegurar a fundamentação teórica e técnica – inicial e
contínua - que dará sustentação à participação, o que se traduz no eixo de análise
da Formação dos profissionais da educação.
Formação
Segundo o Documento Final “Construindo o Sistema Nacional Articulado de
Educação, desenvolvido a partir da CONAE – Conferência Nacional de Educação,
realizada em 2010 em um amplo processo de mobilização social envolvendo
diferentes setores educacionais do Brasil - “a formação dos/das profissionais da
educação deve ser entendida na perspectiva social e alçada ao nível da política
pública, tratada como direito e superando o estágio das iniciativas individuais para
aperfeiçoamento próprio, com oferta de cursos de graduação,
especialização/aperfeiçoamento e extensão aos/às profissionais da educação (...)
O educador é uma das referências vitais em todo e qualquer projeto
educacional. Cabe a ele, além de participar da elaboração, execução e avaliação do
Projeto Político Pedagógico da escola, a tarefa de implementar esse projeto em sala
de aula. Dessa maneira, elaborar e implantar uma política educacional que seja
construída sem a participação ativa de todos os profissionais da educação, sem
abordar as questões relativas a sua formação, carreira, condições de trabalho, é
insistir num projeto educacional que tem grande possibilidade de não alcançar êxito.
Assim, a elevação do nível de formação dos professores é fator fundamental para a
melhoria do seu desempenho e para o aprofundamento das boas práticas escolares,
com efeitos positivos na aprendizagem dos alunos.
Diante desses dados, e tendo como foco o ensino público, o Município deve
criar oportunidades de formação, de modo a responder à necessidade de
professores do sistema público de Educação Básica. Com a promulgação da LDB,
em 1996, esta necessidade tornou-se um preceito legal, uma vez que está prevista a
graduação superior para todos os professores, incluindo a previsão de que os
sistemas de ensino promovam o aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive
com licenciamento periódico remunerado para esse fim (LDB, Artigo 67, Inc. II).
175
A formação inicial não é suficiente para a qualidade do trabalho do professor.
É preciso permanecer em processo de formação constante, estar bem informado e
atualizado. A articulação entre a formação inicial e a formação continuada deve ser
executada como política pública, “em consonância com as atuais demandas
educacionais e sociais e com as mudanças no campo do conhecimento.”
(Conferência Nacional da Educação Básica – Documento Final, 2008, p. 44). Deve
ser pensada como direito dos profissionais da educação e dever do Estado (p.79);
como direito e dever, a política de formação adquire o status de um meio para a
valorização profissional, devendo ser entendida como investimento tanto para a
qualificação dos serviços prestados quanto à profissionalização dos próprios
funcionários.
No parágrafo 2º do Art. 67 da LDB nº 9394/ 96 são consideradas funções de
magistério as exercidas por professores e especialistas em educação no
desempenho de atividades educativas, quando exercidas em estabelecimento de
educação básica em seus diversos níveis e modalidades, incluídas, além do
exercício da docência, as de direção de unidade escolar e as de coordenação e
assessoramento pedagógico. No caso destes funcionários, segundo o Documento
Final da Conae, a formação e a valorização devem contemplar aspectos estruturais,
superando as soluções emergenciais como cursos de graduação (formação inicial)
com duração reduzida, contratação de profissionais liberais como docentes,
aproveitamento de estudantes de licenciatura como docentes, extinguir as políticas
aligeiradas de formação por parte de “empresas”, por apresentarem conteúdos
desvinculados dos interesses da educação, bem como superar políticas de formação
que têm como diretriz o parâmetro operacional do mercado e visam a um novo
tecnicismo, separando concepção e execução na prática educacional.
Baseado na Lei n.º 8.405/1992 - o Decreto 6.755 de 29 de Janeiro de 2009 –
que institui a Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da
Educação Básica – especificamente tratando dos professores - apresenta os
seguintes princípios (Art. 2º):
I - A formação docente para todas as etapas da educação básica como
compromisso público de Estado, buscando assegurar o direito das crianças, jovens
e adultos à educação de qualidade, construída em bases científicas e técnicas
sólidas;
176
II - A formação dos profissionais do magistério como compromisso com um projeto
social, político e ético que contribua para a consolidação de uma nação soberana,
democrática, justa, inclusiva e que promova a emancipação dos indivíduos e grupos
sociais;
III - A colaboração constante entre os entes federados na consecução dos objetivos
da Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação
Básica, articulada entre o Ministério da Educação, as instituições formadoras e os
sistemas e redes de ensino;
IV - A garantia de padrão de qualidade dos cursos de formação de docentes
ofertados pelas instituições formadoras nas modalidades presencial e à distância;
V - A articulação entre a teoria e a prática no processo de formação docente,
fundada no domínio de conhecimentos científicos e didáticos, contemplando a
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão;
VI - O reconhecimento da escola e demais instituições de educação básica como
espaços necessários à formação inicial dos profissionais do magistério;
VII - A importância do projeto formativo nas instituições de ensino superior que reflita
a especificidade da formação docente, assegurando organicidade ao trabalho das
diferentes unidades que concorrem para essa formação e garantindo sólida base
teórica e interdisciplinar;
VIII - A importância do docente no processo educativo da escola e de sua
valorização profissional, traduzida em políticas permanentes de estímulo à
profissionalização, à jornada única, à progressão na carreira, à formação
continuada, à dedicação exclusiva ao magistério, à melhoria das condições de
remuneração e à garantia de condições dignas de trabalho;
IX - A equidade no acesso à formação inicial e continuada, buscando a redução das
desigualdades sociais e regionais;
X - A articulação entre formação inicial e formação continuada, bem como entre os
diferentes níveis e modalidades de ensino;
XI - A formação continuada entendida como componente essencial da
profissionalização docente, devendo integrar-se ao cotidiano da escola e considerar
os diferentes saberes e a experiência docente; e
XII - A compreensão dos profissionais do magistério como agentes formativos de
cultura e, como tal, da necessidade de seu acesso permanente a informações,
vivência e atualização culturais.
177
Quanto à formação inicial dos professores os incisos IV, V e VII do Decreto
6.755 / 2009 dispõe sobre a necessária qualidade dos cursos de formação docente
no tocante a indissociabilidade entre teoria e prática, a reflexão sobre a
especificidade da formação docente, e a garantia de sólida base teórica e
interdisciplinar. Salienta a importância da extensão universitária no reconhecimento
da escola básica como espaço principal á formação inicial dos professores. Destaca-
se neste sentido a qualidade do papel do estágio de observação como um fator que
deve merecer atenção na medida em que representa um primeiro contato
profissional da formação inicial. Cabe tanto aos cursos de formação docente quanto
às Instituições que contratam professores, estabelecer programa de estágio
supervisionado, em forma de parcerias, abrindo possibilidades para uma formação
inicial de qualidade.
A meta 14 do projeto de lei nº 8038/ 2010 para o plano Nacional de Educação
pretende elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação scricto
sensu, de modo a atingir a titulação anual de sessenta mil mestres e vinte e cinco
mil doutores. Esta meta nacional reflete o interesse do governo na formação
especializada dos docentes, fato que está ligado ao investimento em pesquisa e
desenvolvimento educacional. Já a meta 16 do referido projeto tem como objetivo
formar em nível de pós-graduação cinquenta por cento dos professores da educação
básica, até o último ano de vigência do Plano Nacional, e garantir a todos os
profissionais da educação básica formação continuada em sua área de atuação,
considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de
ensino. É função do município na elaboração de suas políticas educacionais levar
em conta este apontamentos nacionais ao propor metas e estratégias que
promovam e possibilitem esta formação aos profissionais da educação, sobretudo os
docente e especialistas. Neste contexto a formação continuada é considerada como
continuidade da vida acadêmica.
A formação continuada no contexto de trabalho é um direito dos profissionais
da educação e um dever do Estado. Isso exige que na jornada de trabalho desses
educadores seja ampliado o número de horas dedicadas à formação contínua. Para
que a escola torne-se também espaço de formação para os educadores, é preciso
que se defina um plano de formação a partir da realidade vivida e das características
do seu corpo profissional, capaz de responder às necessidades e aspirações
constatadas. Não se pode, portanto, considerar a formação dos profissionais em
178
educação como questão que se resolve apenas do ponto de vista das estatísticas.
Além das particularidades metodológicas que cada nível de ensino possui, há
também a necessidade de formar os professores para participarem da gestão
democrática do sistema e da escola, em todas as suas dimensões. E não se deve
deixar de lembrar, novamente, que a formação inicial e continuada dos profissionais
técnico-pedagógicos, técnico-administrativos, e funcionários de apoio na Educação
Básica, é igualmente decisiva para a boa qualidade da educação
Para efeito de concepção de Educação Continuada este documento utilizará
o conteúdo expresso em Documento Interno desenvolvido pelo Departamento de
Educação de Mococa, que estabelece a formação continuada dos professores da
Rede Municipal de Ensino: “A formação continuada (...) compreende todo o conjunto
de atividades que envolvem os docentes ao longo de sua carreira, realizadas tanto
para aumentar sua competência no ofício quanto para melhorar sua vivência da
profissão. As novas perspectivas defendem que a formação continuada deve
inscrever-se no contexto do trabalho, além dos apoios externos e do
assessoramento que possa ter em determinados momentos. Por isso, requer-se
uma formação que articule as necessidades de desenvolvimento individual e as da
escola como organização, cujos espaços e tempos de formação estejam ligados aos
espaços e tempos de trabalho e cujos lugares de ação possam ser simultaneamente
lugares de aprendizagem.
O desenvolvimento profissional se vê potencializado quando a escola constrói
a capacidade de funcionar como uma comunidade profissional de aprendizagem.
(...) que se estrutura em torno dessas dimensões: valores e visão compartilhados;
responsabilidade coletiva pela melhora da educação oferecida, focalizada na
aprendizagem dos alunos e no melhor saber-fazer dos professores; colaboração e
desprivatizacão da prática individual; aprendizagem profissional em nível individual e
de grupo mediante uma prática reflexiva colegiada; relações de trabalho baseadas
em confiança mútua, respeito e apoio. Como tal, a escola tem a capacidade de
promover e manter a aprendizagem de todos os profissionais na comunidade
escolar com o propósito coletivo de melhorar a aprendizagem dos alunos.”
(Antonio Bolivar, em Profissão: Professor, Revista Pátio Ensino Médio, Dez
2009/Fev 2010, Artmed. A concepção expressa indica a importância do espaço
escolar como a principal via para a formação, pois permite a reflexão sobre as ações
práticas, sendo estas, sempre novas oportunidades para novas reflexões,
179
estabelecendo um círculo contínuo de aprendizagem. Cursos especializados,
palestras, simpósios, congressos devem ser sempre promovidos pelas instâncias
formativas e buscados pelos professores, ganhando significado e sentido no espaço
escolar.
Na perspectiva de que a valorização da carreira do professor é pré-requisito
essencial para que a melhoria da qualidade da Educação, a lei nº 11.738, de julho
de 2008 mais conhecida como “Lei do Piso”, regulamenta o piso salarial profissional
nacional para os profissionais do magistério público da educação básica, sendo
considerada um avanço em política pública educacional, uma vez que instituiu, pela
primeira vez, um vencimento mínimo inicial em todo o território nacional para o
magistério de formação de nível médio, com revisão anual, conforme seu Art. 5º. O
Art. 1º estabelece que o piso salarial profissional nacional é o valor abaixo do qual a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não poderão fixar o
vencimento inicial das Carreiras do magistério público da educação básica, para a
jornada de, no máximo, 40 (quarenta) horas semanais. Embora seja considerada um
avanço - dado a baixa remuneração que permeia a diversidade salarial nacional –
deverá ser entendida como um valor mínimo, como o próprio nome cita, e não um
objetivo a ser alcançado, devendo ser superada continuamente, atendendo às
prerrogativas que vinculam qualificação profissional com qualidade de educação e
desenvolvimento do país.
O § 4o do Art. 1º da lei nº 11.738 regulamenta a composição da jornada de
trabalho, observando o limite máximo de 2/3 (dois terços) da carga horária para o
desempenho das atividades de interação com os alunos, sendo 1/3 dedicado à
formação continuada. Assim como o piso salarial, também é inédita no país
indicação nacional para a remuneração de horas de trabalho pedagógico dedicada a
estudos, planejamento e avaliação do professor, podendo ser entendida como um
avanço significativo na maneira de compreender e articular formação com
remuneração, atrelando à qualidade da educação. A lei não explicita a maneira
como cada instância deverá utilizar a carga horária dispensada ao trabalho
pedagógico fora da sala de aula cabendo às organizações regulamentar a jornada e
estabelecer normas para as horas-atividades, delineadas pelo trabalho da
coordenação pedagógica.
É também função dos órgãos responsáveis pela regulamentação e
coordenação da formação continuada nas instituições educacionais, estabelecer
180
orientações e legislações pertinentes para assegurar a existência de momentos
sistemáticos destinados ao estudo, planejamento e avaliação do professor e dos
especialistas buscando a qualidade do trabalho, o que está ligado à valorização
profissional.
A formação continuada dos especialistas que atuam nas instituições
escolares – gestores, coordenadores, supervisores remonta um histórico nacional
pouco qualitativo caracterizado por uma formação burocratizada, técnica e
descontextualizada das questões pedagógicas. São recentes as concepções de
formação voltadas às especificidades destes profissionais sob uma ótica mais crítica,
reflexiva e promovedora, de forma coletiva e participativa, da vida estrutural e
funcional da escola. Em meio às mudanças do paradigma social geral que hoje
desconsidera práticas voltadas ao autoritarismo e centralização, voltando–se á
concepção interativa de gestão e coordenação – inspiradas em ideias de
participação e responsabilização coletiva - são necessários novos patamares de
formação inicial e continuada para os especialistas. Segundo Lück (Heloisa Lück –
Em aberto, Brasília, v 17, n.º72, fev/jun 2000), “a escola se defronta, muitas vezes,
ainda, com um sistema contraditório em que as forças de tutela ainda se fazem
presentes, ao mesmo tempo em que os espaços de abertura são criados, e a escola
é instigada a assumir ações para as quais ainda não desenvolveu a competência
necessária. Portanto, a escola e seus dirigentes se defrontam com a necessidade de
desenvolver novos conhecimentos, habilidades e atitudes (p.15). Esta demanda
requer atenção aos programas de formação continuada dos especialistas, já que os
novos paradigmas requerem profissionais preparados para um trabalho que seja ao
mesmo tempo sustentado pela relação interativa e criativa entre uma sólida
fundamentação teórica e a prática cotidiana, sempre muita complexa.
Já é esperado que os especialistas conheçam de forma mais ampliada e
geral os conhecimentos que fazem parte do universo dos professores e dos alunos –
já que são objetos da formação continuada e do currículo escolar – mas, além
destes, os especialistas devem lidar com conteúdos particulares à sua
profissionalização, ligados à formação e gestão de pessoas, tanto no nível das
relações interpessoais como no nível teórico-metodológico atual, que aponta
particularmente concepções e procedimentos didáticos relacionados à formação de
professores e outros funcionários da instituição, gestão e coordenação escolar.
181
Programar projetos de formação continuada para os especialistas torna-se um
desafio tanto novo quanto imprescindível para uma escola de qualidade.
Quanto aos funcionários de apoio e técnico-administrativos, segundo o
introdutório do Programa Nacional de Valorização dos Trabalhadores em educação
(MEC), “a dívida social brasileira com os trabalhadores da área educacional,
remonta a meados do século passado, a partir do momento em que a educação
pública passou a se expandir, sem que os recursos suficientes fossem assegurados
(...) sem disporem dos elementos basilares da valorização desses profissionais”. Em
âmbito nacional e local poucos são os elementos que auxiliem um levantamento do
grau de escolaridade destes profissionais, nem tampouco um perfil da formação
escolar exigida no ingresso à profissão, grande parte não possui carreira e programa
de formação com currículo sistemático que lhes ofereça formação inicial e
continuada. Segundo o documento citado, “a história desse segmento é marcada
pela negação do direito a programas de formação que lhes confira uma identidade e
um perfil adequado às funções que exercem. Este quadro comprova a exigência de
uma política consistente de reconhecimento, profissionalização e valorização desses
trabalhadores. É preciso oportunizar- lhes formação integral: habilidades técnicas e
específicas a cada função, estimulando a reflexão sobre a prática e a propor e
operar com as situações do cotidiano escolar. A definição de políticas de valorização
direcionadas aos funcionários de escola é preponderante para a construção e
execução do projeto político e pedagógico da escola e a elevação da qualidade dos
serviços prestados a comunidade escolar.
Em primeiro lugar é importante que a legislação nacional compreenda estes
trabalhadores como parte do quadro dos funcionários da educação, incluindo-os
desde a nomenclatura, aos espaços de direitos e deveres, dentro das questões que
lhes são exigidas no ingresso e durante o trabalho. Todos aqueles que atuam nos
ambientes educacionais merecem assim como os professores, serem valorizados,
por exercerem funções importantes para o bom desenvolvimento do processo
educacional, especialmente no âmbito coletivo. O âmbito municipal deve prever
políticas públicas locais que assegurem a valorização destes profissionais como
educadores do espaço escolar levando em conta política de formação consistente
tanto inicial como continuada.
O Governo Federal vem desenvolvendo ações para estabelecer políticas
direcionadas aos funcionários de escola através da Coordenação Nacional de
182
Valorização dos trabalhadores em Educação: Criação da área Profissional de Apoio
Escolar (2005), Curso Profuncionário (2005) e criação do Decreto 7.415/2010 que
institui a Política Nacional de Formação dos Profissionais da Educação Básica, com
a finalidade de organizar, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, a formação dos profissionais da educação das
redes públicas da educação básica. São princípios da Política Nacional de
Formação dos Profissionais da Educação Básica (Art. 2º):
I - formação dos profissionais da educação básica como compromisso com projeto
social, político e ético que contribua para a consolidação de uma nação soberana,
democrática, justa, inclusiva e que promova a emancipação dos indivíduos e grupos
sociais;
II - colaboração constante entre os entes federados na consecução dos objetivos da
Política Nacional de Formação de Profissionais da Educação Básica, articulada
entre o Ministério da Educação, as instituições formadoras e os sistemas e redes de
ensino;
III - garantia de padrão de qualidade dos cursos de formação de profissionais
ofertados pelas instituições formadoras;
IV - articulação entre teoria e prática no processo de formação, fundada no domínio
de conhecimentos científicos e específicos segundo a natureza da função;
V - reconhecimento da escola e demais instituições de educação básica como
espaços necessários à formação inicial e continuada dos profissionais da educação;
VI - valorização do profissional da educação no processo educativo da escola,
traduzida em políticas permanentes de estímulo à profissionalização, à jornada
única, à progressão na carreira, à formação inicial e continuada, à melhoria das
condições de remuneração e à garantia de condições dignas de trabalho;
VII - equidade no acesso à formação inicial e continuada, buscando a redução das
desigualdades sociais e regionais;
VIII - articulação entre formação inicial e formação continuada, bem como entre os
diferentes níveis e modalidades de ensino;
IX- compreensão dos profissionais da educação como agentes fundamentais do
processo educativo e, como tal, da necessidade de seu acesso permanente a
informações, vivência e atualização profissional, visando a melhoria e qualificação
do ambiente escolar; e
183
X - reconhecimento do trabalho como princípio educativo nas diferentes formas de
interações sociais e na vida.
Como a situação dos funcionários da educação do quadro de apoio e técnico-
administrativos do município assemelha-se com o quadro nacional descrito, cabe à
instância municipal levar em conta as diretrizes nacionais que apontam a valorização
destes funcionários quanto à formação, estabelecendo parcerias com Estado e
União – como, por exemplo, o Curso Profuncionário - e também ações locais para
promover a formação continuada destes profissionais, como cursos no ingresso da
profissão e durante a jornada de trabalho, sistematizando um projeto de formação
para este segmento.
Carreira
O Inciso V do Art. 206 da Constituição Federal cita a valorização dos
profissionais da educação escolar como um dos princípios para o ensino. Garante
por lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de
provas e títulos, aos funcionários das redes públicas.
O Art. 67 da LDB cita que os sistemas de ensino promoverão a valorização
dos profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos
estatutos e dos planos de carreira do magistério público:
I - ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos;
II - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico
remunerado para esse fim;
III - piso salarial profissional;
IV - progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na avaliação do
desempenho;
V - período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de
trabalho;
VI - condições adequadas de trabalho.
A meta 18do projeto de lei nº 8038/ 2010 para o plano Nacional de Educação
busca assegurar, no prazo de dois anos, a existência de planos de carreira para os
(as) profissionais da educação básica e superior pública de todos os sistemas de
ensino e, para o plano de carreira dos profissionais da educação básica pública,
184
tomar como referência o piso salarial nacional profissional, definido em lei federal,
nos termos do art. 206, VIII, da Constituição Federal.
Historicamente os planos de carreira definem e asseguram elementos como a
forma de ingresso por concurso público de provas e títulos - fator imprescindível à
garantia de igualdade e, combate ao paternalismo, clientelismo e nepotismo -
jornadas de trabalho regulamentadas pelas leis trabalhistas e compatíveis com a
remuneração recebida; direitos e deveres assegurados em lei, a garantia de
evolução na carreira conforme o tempo de trabalho e/ou a formação adquirida no
decorrer do tempo, e agora mais recentemente, no caso dos professores, piso
salarial profissional.
A carreira é, assim, fator decisivo do processo de Valorização dos
Trabalhadores, sem a qual fica comprometida a construção de parâmetros de
qualidade na educação. É impossível pensar numa real valorização dos
profissionais, sem as devidas atenções aos planos de cargos, carreira e salários. É
necessário definir no âmbito dos planos nacional, estadual e municipal de educação,
estratégias mais adequadas para de forma articulada entre as esferas
governamentais e administrativas, construir e implantar planos de cargos, carreiras e
salários capazes de valorizar os trabalhadores da educação.
As leis citadas (Constituição Federal, LDB) e a meta acima citada, como já foi
anteriormente exposto, não abrange os funcionários da educação do quadro de
apoio e os técnico-administrativos. Na perspectiva que os compreende como
profissionais da educação é interessante e necessário estabelecer planos de
carreira que os valorize como funcionários da educação, preservando direitos e
deveres gerais e básicos - respeitadas a natureza das funções - já assegurados por
lei, aos professores e especialistas. Cabe a cada instância verificar a existência/
pertinência dos planos de carreira, criando ou adequando- os conforme a legislação.
Metas Estratégias Ações
Meta 1 Garantir no prazo de um ano de vigência deste PNE, política de formação e valorização dos profissionais da educação, assegurando que os
1. Estimular a adesão de todos os profissionais da educação nos cursos ofertados pelas instituições públicas de Ensino médio e de Educação Superior e ou/ Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES. 2. Aderir aos programas de
1. Realizar um diagnóstico das necessidades de formação de profissionais da educação e da capacidade de atendimento, por parte das instituições públicas de ensino médio e superior existente no município e região. 2. Divulgar a adesão do município aos programas de formação
185
todos os funcionários de apoio e técnico-administrativos (faxineiros, cozinheiros, porteiros, bibliotecários, secretários, auxiliares administrativos etc.)possuam formação em nível médio e os professores, especialistas – coordenadores, gestores, supervisores - e específica de nível superior, na área de conhecimento em que atuam, obtida em curso de licenciatura.
formação oferecidos pelo Ministério da Educação bem como, as formas de financiamento estudantil.
oferecidos pelo Ministério da educação e incentivar a participação de todos os profissionais da educação.
Meta 2 Universalizar a formação em nível de pós-graduação latu sensu na sua área de atuação dos professores e especialistas da Educação Básica , até o quinto ano de vigência deste plano e elevar gradualmente o número de professores com pós-graduação stricto sensu(Mestrado e Doutorado) no decorrer o período de vigência deste plano.
1. Favorecimento da construção do conhecimento pelos/as profissionais da educação, valorizando sua vivência investigativa e o aperfeiçoamento da prática educativa, mediante a participação em projetos de pesquisa e extensão. 2. Criar a possibilidade para ofertar bolsas de estudos na pós graduação Scrictu sensu, (Mestrado e Doutorado) para os professores por meio de parceria com o Ministério da Educação. 3. Prever, nos planos de carreira dos (as) profissionais da educação licenças remuneradas para qualificação profissional, inclusive em nível de pós-graduação stricto sensu.
1. Realizar um levantamento dos profissionais interessados em frequentar curso de pós-graduação latu e Scrictu sensu, (Mestrado e Doutorado) 2. Estabelecer políticas de incentivo à frequência através de licenças remuneradas para qualificação em nível de pós-graduação stricto sensu.
Meta 3 Estabelecer, até o segundo ano de vigência deste plano, política de formação continuada a todos os profissionais da educação em sua área de atuação, considerando as
1. Assegurar que existam formas concretas de operacionalizar a Gestão Democrática, estabelecendo políticas capazes de promover e incentivar a participação de todos os profissionais da educação. 2. Assegurar a presença de diretores e coordenadores nas instituições escolares, favorecendo
1. Estabelecer políticas de incentivo para operacionalizar a participação dos profissionais da educação dos professores e especialistas da educação na elaboração e revisão do projeto político e pedagógico escolar, nos conselhos e APM escolares garantindo a efetivação de uma gestão democrática.
186
necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de ensino e participação no desenvolvimento da gestão democrática escolar.
a formação continuada em serviço. 3. Estabelecer programa de formação continuada aos especialistas da educação subjacentes ás áreas de gestão escolar e coordenação de professores. 4. Reconhecer a especificidade do trabalho docente, que conduz à articulação entre teoria e prática (ação/reflexão/ação) e à exigência de que se leve em conta a realidade da sala de aula e da profissão e a condição dos profissionais. 5. Fomento ao desenvolvimento de competências e habilidades para o uso das tecnologias de informação e comunicação na formação inicial e continuada dos profissionais da educação, na perspectiva de transformação da prática pedagógica e da ampliação do capital cultural dos profissionais. 6. Promoção, na formação inicial e continuada, de espaços para a reflexão crítica sobre as diferentes linguagens midiáticas, incorporando-as ao processo pedagógico, com a intenção de possibilitar o desenvolvimento de criticidade e criatividade.
2. Estabelecer programa de formação continuada aos especialistas da educação subjacentes às áreas de gestão escolar e coordenação de professores, em especial programas sustentados pela articulação entre teoria e prática (ação/reflexão/ação), evitando modelos de formação que tendem às linhas de mercado. 3. Assegurar a oferta permanente de cursos de formação continuada para os profissionais da educação, nas diferentes áreas de atuação, buscando sua integração 4. Garantir o tempo de estudo remunerado dentro da carga horária dos profissionais, viabilizando tempo específico para estudos, reflexões e planejamentos, e no caso dos professores, observar a lei nº 11.738 / 2008 (Lei do Piso). 5. Promover o acesso ao uso das tecnologias de informação e comunicação dentro do espaço escolar, assegurando materiais e equipamentos necessários. 6. Estabelecer políticas de incentivo para operacionalizar a participação dos funcionários de apoio e técnico-administrativos da educação na elaboração e revisão do projeto político e pedagógico escolar, nos conselhos e APM escolares garantindo a efetivação de uma gestão democrática. 7. Extensão do HTPC – Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo – para os profissionais da educação - funcionários de apoio e técnico-administrativos.
Meta 4 Assegurar, no prazo de dois anos, a existência e/ou adequação de planos de carreira para os todos profissionais da educação de todos
1. Constituir uma comissão para elaboração de um plano de carreira para todos os profissionais da educação com participação dos representantes da área (professores, gestores, coordenadores, supervisores e funcionários do grupo de apoio técnico administrativo) e representantes das bases sindicais
1. Constituir uma comissão para discutir as questões problematizadas e equacionadas no PNE em relação à valorização dos educadores para que, encontrem caminhos de solução através de estratégias viáveis do ponto de vista pedagógico, administrativo, político e financeiro.
187
os sistemas de ensino, implantando, no prazo de dois anos (2 anos), planos gerais de carreira para os profissionais que atuam nas áreas técnica e administrativa das escolas da rede municipal de educação.
destes profissionais. 2. Realizar estudos e análise do plano de carreira do magistério já existente e realizar as adequações necessárias para atender as novas exigências legais. 3. Planejar, com os dados da realidade municipal, uma proposta simples e eficaz de valorização da educação principalmente, para os não docentes, a partir do estudo participativo sobre demandas e recursos locais.
10 O FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO MUNICIPAL
Viabilizar condições de exercício pleno de cidadania e criar possibilidades
para que todos tenham acesso aos bens, historicamente produzidos, são tarefas que
precisam ser realizadas e estimuladas, inadiavelmente, pelo Poder Público e
Privado.
No setor público, a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases
de 1996 atribuíram à União, aos Estados, ao Distrito Federal (DF) e aos Municípios
a responsabilidade pela administração do Sistema Educacional Brasileiro,
consagrando a existência de três sistemas públicos de ensino, tendo como
fundamento o regime de colaboração entre essas instâncias federadas. Cada
instância do Poder Público é responsável, assim, pela manutenção e expansão de
um Sistema de Ensino, o que acarreta investimentos, bem como mecanismos e
fontes de recursos para o financiamento da área.
De acordo com a legislação pertinente, os Estados são responsáveis pelo
Ensino Fundamental e Médio, inclusive Educação de Jovens e Adultos, enquanto os
Municípios têm a responsabilidade sobre a Educação Infantil, Ensino Fundamental e
Educação de Jovens e Adultos dos anos iniciais do Ensino Fundamental e a União
sobre o Ensino Superior.
No que se refere ao orçamento na área da educação, a Constituição Federal
determina que a União deva aplicar, pelo menos, 18% de sua receita líquida de
impostos (excluídas as transferências) e os Estados, Distrito Federal e os Municípios
devem aplicar, pelo menos, 25% de sua receita líquida de impostos, na manutenção
188
e desenvolvimento do ensino. Prevê ainda o salário-educação, como fonte adicional
de financiamento na educação básica.
Em dezembro de 1996, foram editadas as Leis nº 9.394 – Lei de Diretrizes e
Bases da Educação (LDB) e a nº 9.424, que regulamentou o Fundo de Manutenção
e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério
(FUNDEF), que trouxeram modificações no cálculo dos recursos destinados à
manutenção e desenvolvimento do ensino.
Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional a mudança constitui-se
na proibição da inclusão nos 25% de gastos com merenda escolar, assistências
médicas, odontológicas e sociais, além de medicamentos, o que não significa que
não possa realizar despesas desta natureza. Contudo, se realizadas não serão
computadas dentro do percentual de 25% destinados à manutenção e ao
desenvolvimento do ensino. Com o FUNDEF, o município passou a aplicar 60% do
cálculo de 25% dos gastos, com o Ensino Fundamental, isto é, 15% da receita
resultante de impostos e transferências, apurados, no balanço anual e com
acompanhamento trimestral, restando uma fatia de 40% para a Educação Infantil. A
vigência do FUNDEF foi de 10 anos.
Após muita discussão e debate, foi sancionada a Lei nº 11.494/07, que cria o
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização
dos Profissionais da Educação - FUNDEB, de que trata o art. 60 do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias; altera a Lei n.º10.195, de 14 de fevereiro
de 2001; revoga dispositivos das Leis nos 9.424, de 24 de dezembro de 1996,
10.880, de 9 de junho de 2004, e 10.845, de 5 de março de 2004, e dá outras
providências. Torna-se um Fundo Único, que contempla as etapas e modalidades da
Educação Básica, tendo a vigência de 14 anos (até 2020) e sendo um fundo de
natureza contábil, no âmbito de cada Estado da Federação.
A distribuição dos recursos, dentro de cada esfera do governo estadual, é
efetuada com base no valor per capita de alunos, abrangendo, tanto seus alunos
quanto os das Redes Municipais.
Um dos grandes avanços conquistados, no processo constituinte, refere-se à
Educação Básica, mais especificamente, à Educação Infantil, que abrange as
crianças de 0 a 5 anos de idade.
Todos os Municípios brasileiros têm uma base comum de financiamento das
escolas de sua rede. A maior parte dos recursos provém dos impostos vinculados à
189
manutenção e desenvolvimento do ensino público, incluídas as transferências
constitucionais (Art. 212 da CF e 69 da LDB)
Assim, um percentual mínimo de 25%- que pode ser aumentado na Lei
Orgânica do Município – dos seguintes tributos compõem o potencial básico de
custeio da educação municipal:
a) - Fundo de participação dos Municípios – FPM;
b) - Cota-parte do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI- Exportação;
c) - Transferência do Imposto territorial Rural – ITR;
d) - Cota do Ressarcimento da Desoneração de ICMS sobre produtos exportados
(Lei Complementar 87/96);
e) - Cota-parte do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores – IPVA;
f) - Imposto sobre a Renda Retido na Fonte dos Servidores Municipais – IRRF;
g) - Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU;
h) - Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis “inter vivos” – ITBI;
i) - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS
Pela emenda 14 à CF, no artigo 60 do ADCT(Atos das Disposições
Constitucionais Transitórias)15% dos tributos (a, b,c,d,e) não chegam mais
diretamente ao Município: eles constituem o FUNDEB estadual e revertem para o
Município na razão direta de suas matrículas na rede municipal de ensino
fundamental, considerado o Censo Escolar do ano anterior.
Cada município tem um perfil de receita própria. Além dos impostos e
transferências vinculados à Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE), os
Municípios contam com repasses de verbas estaduais e federais, a maioria oriunda
de “contribuições sociais”, que são outra espécie de tributos. Do respectivo Estado
os Municípios recebem um certo percentual da cota-estadual do Salário Educação,
de acordo com a legislação, que não beneficia a todos de forma equitativa. Do
Governo Federal recebem “verbas”, tais como:
Dinheiro Direto na Escola;
Programa de Merenda Escolar;
Programa Recomeço que beneficia somente Municípios muito carentes;
Verbas do FNDE para capacitação, construção e reformas – após aprovação
dos PTA - Plano de Trabalho Anual.
190
Além dos recursos financeiros, existem outros programas estaduais e federais
(TV Escola, Livro Didático, Proinfo, etc) que fornecem aos Municípios materiais,
equipamentos, cursos, e outros aportes.
Com a promulgação da Constituição de 1988, que elevou os municípios a
ente federado de igual dignidade com relação aos Estados e a União e fortalecidos
pela nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de nº. 9.394/96, os
municípios passaram a ter substantivo grau de autonomia, com recursos e
responsabilidades próprias e, portanto, com a liberdade e condições legais de
formular políticas públicas adequadas às peculiaridades locais, integrando-as e
articulando-as às políticas e planos da União e dos Estados. Entre elas, com
destaque, situam-se as políticas de educação.
Dentro desta perspectiva o Município de Mococa promulgou sua nova e
vigente Lei Orgânica (Lei Complementar n.º 249) em 27 de dezembro de 2006 e
destinou o Título XI, Capítulo III, para a Educação, composto de 04 artigos, (Art. 34
ao Art. 37).
O Município de Mococa também possui um Sistema Municipal de Educação -
SME legalizado através da Lei n.º 3.948, de 16 de novembro de 2009, legitimado
pelas ações organizadas e implantadas, as quais possibilitam ao município
determinar, em consonância com as leis vigentes, as políticas para a educação.
Definindo assim, as prioridades e necessidades dos seus munícipes. Esta lei
destinou o seu Capítulo VI, aos Recursos Financeiros, composto pelos seguintes
artigos:
Art. 60 – A relação dos profissionais da educação a serem alocados nas
unidades escolares conforme número de alunos de salas, ou da idade dos alunos
encontra-se no anexo I desta Lei.
Art. 61 – O Município aplicará, anualmente, no mínimo, 25 por cento da
receita resultante de impostos, compreendidas as transferências constitucionais, em
manutenção e desenvolvimento do ensino público municipal.
Art. 62 – O DE participará da elaboração do Plano Plurianual, das leis
diretrizes orçamentárias e das leis orçamentárias anuais, cabendo-lhe definir a
destinação dos recursos vinculados e outros que forem reservados para a
manutenção e desenvolvimento do ensino.
191
Parágrafo único – O CME (Conselho Municipal de Educação) participará das
discussões da proposta orçamentária e acompanhará a sua execução, zelando pelo
cumprimento dos dispositivos legais.
Art. 63 – O diretor do DE (Departamento de Educação) é o gestor dos
recursos financeiros destinados à respectiva área, sendo responsável, juntamente
com as autoridades competentes do Município, pela sua correta aplicação.
Art. 64 – Cabe ao diretor do DE autorizar, de acordo com a lei específica, os
repasses a serem feitos diretamente às escolas municipais, acompanhando e
orientando sua correta aplicação.
No entanto, para respaldar estas definições o município conta com os
Conselhos (Conselho Municipal de Educação- CME, Conselho de Alimentação
Escolar- CAE e Conselho Municipal do Fundo de Desenvolvimento do Ensino Básico
- FUNDEB) ligados a área da educação, como forma de garantir também, um dos
princípios constitucionais para a educação, a participação.
Sabendo-se que os municípios devem aplicar, pelo menos, 25% de sua
receita líquida de impostos, na manutenção e desenvolvimento do ensino, o
Município de Mococa, por meio do Departamento Financeiro, vem investindo em
educação percentual acima dos 25% obrigatórios por Lei, como pode ser observado
na tabela n.º 01.
Tabela 29 – Investimento em Educação
Ano Receita de Impostos
Investimento em Educação
Educação Infantil
Ensino Fundamental
% Aplicado
Ensino Médio
2009 R$ 61.341.140,00 R$ 17.352.886,00 R$ 6.114.101,00 R$ 2.859.214,00 28,29% R$ 1.006.166,00
2010 R$ 71.014.464,00 R$ 17.958.312,00 R$ 6.251.449,00 R$ 3.153.951,00 25,29% R$ 1.007.502,00
2011 R$ 82.368.045,00 R$ 23.539.953,00 R$ 6.920.734,00 R$ 5.667.357,00 28,58% R$ 809.172,00
Fonte: Departamento Financeiro, IzaquielPafume, agosto 2012
Tabela 30 – Recursos Humanos e Rede Física
Ano Grupo de apoio Professores Escolas Data dos dados
2009
2010 183 373 24 26/05/2010
2011 151 374 24 17/05/ 2011
2012 183 377 25 09/05/2012
Fonte: Departamento de Educação
192
O investimento feito na área da educação de Mococa, deriva da análise dos
indicadores de qualidade alcançados pelo Município. A evolução das matrículas, a
falta de condições de infraestrutura de trabalho motivou a direcionar percentual das
receitas do Orçamento além dos 25% pré-estabelecido por lei, com finalidade de
resgatar tal condição e a manutenção e da rede física nos últimos anos, conforme
tabelas apresentadas.
Observa-se um aumento no investimento na Educação Infantil, que abrange
as crianças de 0 a 5 anos. Segundo Baldijão, em sua análise sobre o orçamento na
educação, “ao contrário da visão puramente assistencialista, relativamente a essa
atividade, tem-se a compreensão da importância da educação nessa faixa etária que
permita um maior desenvolvimento da criança, em todos os aspectos,
particularmente na formação do futuro cidadão, motivo pelo qual, seguramente os
investimentos nesse nível de ensino são de extrema importância”. Assim, o
município de Mococa investiu em 2011, 29,4% do seu orçamento destinada a
Educação, no segmento de 0 a 5 anos.
Com relação á Educação Especial, tanto a Execução orçamentária quanto a
contabilidade, não tem tratamento diferenciado, não sendo possível, portanto,
dimensionar e quantificar tal investimento. Com relação á EJA, foi implantado um
controle no ano de 2010, já que em 2009 cumpriu-se o orçamento elaborado em
2008. Os valores em 2010 e 2011 são respectivamente, R$ 42.652,98 e R$
67.444,11.
(Fonte: IzaquielPafume, diretor financeiro da Prefeitura Municipal de Mococa, 2012)
Tabela 31 – Demonstrativo do FUNDEB
Ano Valor retido Valor Recebido Aplicação no Ano
2009 R$ 8.366.727,00 R$ 11.422.397,00 99,31%
2010 R$ 10.554.467,00 R$ 13.192.253,00 94,35%
2011 R$ 12.179.037,00 R$ 14.596.842,00 100,00%
Por meio do FUNDEB os recursos são redistribuídos entre o Estado e os
Municípios, de forma proporcional ao número de alunos matriculados no Ensino
Fundamental, de acordo com o custo padrão anual por aluno ano, definido pelo
193
MEC. Nesta redistribuição, o Município de Mococa sempre teve um complemento de
verbas, como pode ser observado na tabela acima e considerando o último exercício
encerrado em 2011, foi investido 92% dos recursos do FUNDEB para remuneração
de professores.
Continuar investindo na melhoria da infraestrutura existente na Rede de
Ensino de Mococa, com reformas, ampliações e novas construções, bem como na
capacitação de pessoal, representa uma medida importante para garantir uma
melhor qualidade e mais efetividade nas ações desenvolvidas.
Diretrizes
1. Compartilhar responsabilidades, a partir das funções constitucionais entre cada
sistema, visando a alcançar as metas estabelecidas neste Plano.
2. Garantia dos recursos previstos pela Constituição de 1988 que possibilitem
maiores investimentos na educação pública e a equidade em relação à aplicação do
valor mínimo gasto por segmento de ensino.
3. Promoção e fortalecimento da gestão democrática, garantindo o caráter
descentralizado, participativo e a autonomia da gestão.
4. Transparência da distribuição e gestão dos recursos financeiros e das
informações sobre a educação municipal aprimorando o sistema de informação.
5. Apoio e incentivo às Unidades Executoras de todas as Unidades Educativas, da
Rede Municipal de Ensino, através de repasses de recursos financeiros diretamente
às Unidades Executoras, por meio de Programas e Projetos voltados à Educação.
6. Implementação de políticas de investimento que garantam a Valorização e
Formação Continuada para os Profissionais em Educação favorecendo a melhoria
da qualidade do ensino e aprendizagem
7. Manutenção e expansão da rede física, para elevar a qualidade da infraestrutura
dos prédios escolares do município.
Metas Estratégias
Ações
Meta 1 Assegurar a aplicação dos percentuais, destinados à
1. Garantir fontes de financiamento permanentes sustentáveis para os níveis, etapas e modalidades de responsabilidade do município. 2.. Garantir, entre as metas dos
1. Mobilizar a sociedade civil no acompanhamento e fiscalização da utilização dos recursos da educação, garantidos por lei. 2. Estabelecer políticas e critérios
194
manutenção e desenvolvimento do ensino, em todos os níveis e modalidades, de acordo com o que estabelece a legislação.
Planos Plurianuais, vigentes nos próximos dez anos, a previsão do suporte financeiro às metas constantes deste Plano Municipal de Educação (PME). 3. Integrar ações e recursos técnicos, administrativos e financeiros do Departamento de Educação e de outros Departamentos que compõem a estrutura da administração Municipal,que atuam em áreas comuns, para otimizar os recursos e investimentos na área educacional. 4.Garantir o investimento em cada segmento de ensino considerando como prioridade o que é de competência do município e assegurando o investimento estabelecido por lei.
de investimentos, de forma a reduzir as desigualdades entre as Unidades Escolares existentes no Município. 3. Ampliar e implementar mecanismos de fiscalização e controle do financiamento da educação que assegurem o rigoroso cumprimento do Art.212 da Constituição Federal, da Lei Orgânica do Município Mococa, Lei do Sistema de Ensino em termos de aplicação dos percentuais mínimos vinculados à manutenção e desenvolvimento do ensino. 4. Utilizar as metas estabelecidas no Plano Municipal de Educação (PME) como referência para o planejamento orçamentário e de prioridades de investimentos.
Meta 2 Criar e consolidar normas de gestão democrática, com a participação da comunidade.
1. Fortalecer os mecanismos e os instrumentos que assegurem a transparência e o controle social na utilização dos recursos públicos aplicados em educação. 2. Desenvolver e apoiar programas de gestão, que possibilitem a destinação de recursos, para atividades que incentivem a descentralização e a autonomia da escola.
1. Apoiar técnica e financeiramente as Unidades Educativas, no processo de elaboração e implementação do Projeto Político Pedagógico. 2. Assegurar a autonomia administrativa e pedagógica das Unidades Educativas e ampliar a autonomia financeira, por meio do repasse de recursos, diretamente às escolas, para pequenas despesas de manutenção e cumprimento de seus projetos Políticos Pedagógicos.
195
11 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE
EDUCAÇÃO DE MOCOCA
A participação da sociedade civil é um conceito que deriva da concepção da
gestão democrática da educação (Art. 206 da CF, inciso VI) proporcionando a
garantia de princípios como a transparência e impessoalidade, autonomia e
participação, liderança e trabalho coletivo, representatividade e competência.
A participação da sociedade na construção desse PME conferiu direitos aos
envolvidos de assumirem a posição de cidadãos ativos num contexto de criação e
desenvolvimento de políticas públicas educacionais voltadas ao município. Ao
participar da elaboração de um documento que tem como principal função nortear a
educação no âmbito municipal - unindo as esferas públicas e particulares na busca
da qualificação - a sociedade civil de Mococa tem, portanto, agora em suas mãos a
inovadora tarefa fazer cumprir as metas e ações elaboradas, agindo, no exercício de
sua cidadania, como supervisores do poder público frente ao tratamento que o
mesmo conferirá ao PME. Pela afirmação e reafirmação do compromisso assumido
de garantir uma educação pública de qualidade social para todos,a sociedade civil
tem a função de acompanhar e avaliar as ações práticas desencadeadas pelo Plano.
Nessa direção, o Plano Municipal de Educação deve estar em consonância
com o espírito e as normas definidas na Constituição Federal estabelecendo
mecanismos que fomentem a participação tanto na elaboração como no
acompanhamento.
Segundo o Documento Norteador para a elaboração do Plano Municipal
de Educação, (MEC, 2007, pg. 31) o Plano deve prever e determinar os momentos
estratégicos para realizar uma avaliação das ações e das atividades que estão
sendo desenvolvidas e analisar os resultados que estão sendo alcançados com o
objetivo de poder redirecionar as estratégias de execução. Dessa forma, é
importante elaborar alguns instrumentos que sirvam não apenas para realizar o
acompanhamento das ações, como também para avaliar os resultados alcançados e
realimentar a dinâmica do processo executivo do Plano (...). O Município considerará
ainda alguns princípios que contribuirão para a garantia e resultados positivos no
decorrer da execução de suas ações, tais como:
Visão ampla do processo educativo;
Universalização do acesso à escola para todos;
196
Busca de padrão de qualidade;
Compromissos de longo prazo;
Busca constante de integração por meio do princípio de colaboração entre os
entes federativos;
Participação democrática no processo de elaboração do Plano, no
acompanhamento e no controle de sua execução;
Fortalecimento dos canais de participação popular e democratização da
gestão;
Envolvimento do Poder Legislativo;
Abrangência de todas as etapas e modalidades de ensino;
Busca de parcerias;
Valorização dos Profissionais de Educação;
Humanização das relações.
Dessa maneira, caberá ao município elaborar plano de acompanhamento e
avaliação através de metas e ações especificas que garantam a participação da
sociedade civil desde a supervisão dos trâmites de aprovação legal do plano junto
ao poder legislativo como durante a execução contínua das ações planejadas
conforme cronograma temporal do Plano.
Metas Ações
Meta 1 Instituir a comissão organizadora do Plano Municipal de Educação nomeada em portaria como comissão provisória de acompanhamento até a finalização do processo de aprovação do mesmo junto ao poder legislativo.
1. Organizar cronograma de ações para o pré-lançamento do documento junto á comunidade civil. 2. Encaminhar o documento ao Conselho Municipal de Educação para análise e aprovação. 3. Solicitar ao poder executivo a elaboração do Projeto de lei para a apresentação do documento junto ao Legislativo. 4. Organizar evento para o pré-lançamento. 5. Enviar comunicado aos vereadores da gestão 2013/ 2016 para convite à leitura do documento. 6. Acompanhar o processo de tramitação do plano até que o mesmo seja aprovado e sancionado.
Meta 2 Instituir comissão de avaliação e acompanhamento para o Plano Municipal de
1. Instituir o Conselho Municipal de Educação como comissão responsável pela avaliação e acompanhamento do plano municipal. 2. Solicitar através do CME, a organização de fóruns com intervalo máximo de dois anos - para acompanhamento e
197
Educação no prazo de 30 dias após a aprovação do mesmo junto ao poder legislativo.
avaliação do documento e da realização das ações.
A avaliação do PME deverá contribuir para consolidar o compromisso
filosófico, social e político por ele assumido em suas diretrizes objetivos e metas, ao
mesmo tempo em que deverá assegurar os preceitos legais que lhe dão assento,
sobretudo aqueles que apontam para a direção de uma educação transformadora.
A sistemática de avaliação deverá incluir procedimentos que garantam a
ampla mobilização e participação social, podendo-se fazer uso da realização de
fóruns, de conferências municipais e de audiências públicas na Câmara dos
Vereadores.
Como subsídios a serem considerados no processo de acompanhamento e
controle propõe-se os seguintes documentos: os relatórios do governo municipal, os
orçamentos anuais, os Planos Plurianuais do Departamento de Educação, a Lei de
Diretrizes Orçamentárias, os projetos para captação de recursos, os projetos
político-pedagógicos das escolas e a proposta pedagógica do Departamento de
Educação.
198
REFERÊNCIAS Decreto Estadual nº 39.902/95. Decreto Municipal nº 3574. Decreto Municipal n.º 3.969. Decreto Federal n.º 956/ 2001. Decreto Federal n.º 7611 de 17/11/2011. Decreto Federal n.º5154 de 23 de julho de 2004. Decreto Federal n.º 6.755 de 29 de Janeiro de 2009 Deliberação CEE – 1, de 22/03/1999 Lei Federal n.º 7.689, de 15 de dezembro de 1988 Lei Municipal n.º 3948/2009 Lei Federal n.º 11.947, de 16 de junho de 2009 Lei Municipal nº. 3143 de 21 de dezembro de 2000 Lei Federal n.º 11.274 de 06 de fevereiro de 2006 Lei Federal n.º 9.394/96 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) Lei Municipal n.º 3946, de 03 de novembro de 2009 (Verificar) Lei Municipal n.º 3.948, de 16 de novembro de 2009 Lei Municipal nº 2252/92 - Estatuto do Magistério Lei Orgânica (Lei Complementar n.º 249) de 27 de dezembro de 2006 Lei Municipal n.º 3.948 de 16 de novembro de 2009 Lei Federal nº 11.632, de 2007 Lei Federal n.º 8.405/1992 Lei Federal nº 9.424/1996 Lei Federal nº 11.494/2007 Lei Federal 10.098/2000
199
Lei nº 11.738, de julho de 2008 Projeto de Lei nº 8038/ 2010. Resolução/CD/FNDE Nº 38, de16 de julho de 2009 Resolução do Conselho Federal de Nutricionistas nº 465/2010 Resolução SE nº 3/95 e nº 76/95 Resolução CNE/CBE n.º1, de 03/04/2002 - Conselho Nacional de Educação, das Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo Resolução n.º 4/2009 – Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica. Resolução CNE/CEB n.º2/2012 de 30/01/12 - Diretrizes Nacionais Curriculares para o Ensino Médio. Portaria n.º10 de 26/04/2007 - Provinha Brasil Portaria interministerial n.º 1010 de 08/05/2006. PALADINI, Carlos Alberto. Assim nasceu Mococa, 2008, SP. Editora Alfa-Omega.2.ªedição. MEC. Ensino Fundamental de Nove Anos – Orientações Gerais. Brasília, julho de 2004. MEC. Educação do campo: diferenças mudando paradigmas, Cadernos Secad 2. Brasília, Fevereiro de 2007. Prefeitura Municipal de Mococa. Escolas Rurais, 1995. MEC.Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil.2010. Constituição Federal. 1988. Subsídios para Credenciamento e Funcionamento de Instituições de Educação Infantil. Brasil. 1988. - MEC.Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasil. 1999. - SEESP/MEC.Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva.. 2007. - CNE/CBE. Diretrizes da Educação Especial na Educação Básica. 2001. - MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino Médio. Brasil. 2000. - BOLIVAR Bolívar. Profissão: Professor. Revista Pátio Ensino Médio, Dez 2009/Fev 2010. Artmed.
200
- SOUZA Almeida Clodoaldo José de. Documento Norteador para a elaboração de Plano Municipal de Educação. PME. 2 ed. Atual /Elaboração. Brasília: Secretaria da Educação Básica. 2007. - MONLEVADE João A. Plano Municipal de Educação: Fazer para acontecer. Idea Editora. Brasília-DF, 2002. - SEVERINO Antônio Joaquim. O ensino superior brasileiro: novas configurações e velhos desafios - Educar, Curitiba, n. 31, p. 73–89, 2008. Editora UFPR. - NUNES Edson. Desafio estratégico da política pública: o ensino superior brasileiro. RAP Rio de Janeiro. Edição Especial Comemorativa 103-47, 1967-2007. - CHAVES Vera Lúcia Jacob. Expansão da privatização/mercantilização do Ensino Superior Brasileiro: A Formação dos Oligopólios. Educ. Soc. Campinas. v. 31, n. 111, p. 481-500, abr - jun. 2010. - SEGENREICH Stella Cecilia Duarte, CASTANHEIRA Antonio Mauricio. Expansão, privatização e diferenciação da Educação Superior no Brasil pós - LDBEN/96 : vidências e tendências. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 17, n. 62, p. 55-86, jan./mar. 2009. - PAULA Maria de Fátima de. A Formação Universitária no Brasil: Concepções e influências. Avaliação, Campinas. Sorocaba. SP. v. 14, n. 1, p. 71-84, mar. 2009.
201
Sites consultados http://www.ibge.com.br/cidades http://www.camaramococa.sp.gov.br http://www.mococa.sp.gov.br/transportes http://www.novamococa.com.br http://www.mococa.sp.gov.br/lazer
http://www.mococa.sp.gov.br/lazer http://www.seade.gov.br http://portal.inep.gov.br/basica-censo-escolar-matricula
http://portal.inep.gov.br/indicadores-educacionais
http://idesp.edunet.sp.gov.br/boletim_escola2011.asp?ano=2011 http://www.portalideb.com.br/ https://gdaenet.sp.gov.br http://portal.mec.gov.br
http://www.educamococa.com.br
http://ide.mec.gov.br/2011
202
ANEXOS
203
ANEXO 01 – INSTITUIÇÕES ESCOLARES
Instituições Municipais
Unidade Escolar Segmento de
Ensino Período de
funcionamento Endereço
EMEB “Ana Lúcia Pisani” Ensino
Fundamental I Manhã Tarde
Avenida Getulio Vargas, 101 Bairro: Jardim Primavera Fone: (19) 3665-0212 (19) 3665-5004
EMEB “Prof. José Barreto Coelho”
Ensino Fundamental
Ensino Técnico/ Médio
Manhã Tarde Noite
Praça Madre Caprini, 69 Vila Mariana Fone: (19) 3656-4179 (19) 3656-6936
EMEB “Carlindo Paroli” Ensino
Fundamental I Manhã Tarde
Avenida Francisco José Dias Lima, S/N Bairro:Cohab II Fone: (19) 3665-0299 (19) 3665-4868
EMEB “Vera Sandoval Meirelles”
Ensino Fundamental I
Manhã Tarde
Rua Vicente Soares, 70 Bairro: Nenê Pereira Lima Fone: (19) 3656-8256
EMEB “Prof.ª Maria Helena Scardazzi Converso”
Ensino Infantil II e Ensino
Fundamental I Escola do
Campo
Manhã Tarde
Estrada Municipal Cristóvam Lima Guedes – Km 22 Fazenda Aspase
EMEB “Dona Bebé Camargo”
Ensino Infantil II e Ensino
Fundamental I Escola do
Campo
Manhã Tarde
Fazenda Santa Eustáquia Fone: (19) 3665-0359 (19) 3667-7105
EMEB “Lúcia seixas Pinto” Ensino Infantil I
- creche Manhã Tarde
Rua Milton Gonçalves Dias, Bairro: Nelson Niero Fone: (19) 3665-0392 (19) 3665-7778
EMEB “Madre Carmem de Jesus Salles”
Ensino Infantil I – creche
Manhã Tarde
Rua Zequinha de Abreu, 121 Bairro: Santa Clara Fone: (19) 3665-0232 (19) 3665-7863
EMEB “Lydia Pereira Lima Taliberti”
Ensino Infantil I – creche
Manhã Tarde
Rua Antonio Amadio, 296 Bairro: Cohab II Fone: (19) 3665-0227
EMEB “Prof.ª Yvette Olyntho Rehder”
Ensino Infantil I – creche
Manhã Tarde
Rua Humberto Cunali, 90 Bairro: Vila Lambari Fone: (19) 3665-0250
EMEB “ Prof.ª Marta Paione de Figueiredo Bueno”
Ensino Infantil I - creche
Manhã Tarde
Rua Major Albertin Nogueira, 111 Bairro: São Domingos Fone: (19) 3665-0223 (19) 3665-7812
EMEB “ Alcebíades Quilice” Manhã Tarde
Rua da Fé, 350 Bairro: Nenê Pereira Lima Fone: (19) 3666-1502
204
EMEB “ Archibald Rehder” Ensino Infantil I
e II Creche/Emein
Manhã Tarde
Avenida Francisco José Dias Lima, S/N Bairro: Cohab II Fone: (19) 3656-8234 (19) 3665-2590
EMEB “ Maria Belomo Zanetti”
Ensino Infantil I e II
Creche/Emein
Manhã Tarde
Avenida da Saudade, 145 Bairro: Centro – Igaraí Fone: (19) 3695-0205
EMEB “Prof.º José Manoel Luckesi”
Ensino Infantil I e II
Creche/Emein
Manhã Tarde
Praça Coronel Custodio Pinheiro, 576 Bairro: Centro – São Benedito Das Areias Fone: (19) 3695-0505 (19) 3695-1127
EMEB “Profª Silvia Helena Dias Soares”
Ensino Infantil I e II
Creche/Emein
Manhã Tarde
Rua Afonsina Balbino de Siqueira, 272 Bairro: Nenê Pereira Lima Fone: (19) 3665-0205 (19) 3665-6066
EMEB “ Prof.ª Alice Rezende Bernardes”
Ensino Infantil II Emein
Manhã Tarde
Rua Capitão Antonio Fernandes Pinheiro, 120 Bairro: Cohab I Fone: (19) 3665-0225 (19) 3665-6466
EMEB “ Hermelinda Vieira” Ensino Infantil II
Emein
Manhã Tarde
Rua Antonio Amadio, 228 Bairro: Cohab Ii Fone: (19) 3665-0226 (19) 3665-6660
EMEB “ Prof.ª Marietta Lacerda de Figueiredo”
Ensino Infantil II Emein
Manhã Tarde
Praça Major José Quintino, 147 Bairro: Centro Fone: (19) 3665-0249 (19) 3665-4984
EMEB “ Prof.ª Guiomar Vasconcelos de Lima”
Ensino Infantil II Emein
Manhã Tarde
Rua Roraima, 250 Bairro: Santa Rosa Fone: (19) 3665-0220 (19) 3665-4983
EMEB “ Prof.ª Dalva Yasbech Bosco”
Ensino Infantil II Emein
Manhã Tarde
Rua Erasmo de Souza Ribeiro, 280 Bairro: Santa Clara Fone: (19) 3665-0219
EMEB “ Prof.º Washington Guedes Carneiro”
Ensino Infantil II Emein
Manhã Tarde
Avenida São Paulo, 423 Bairro: Vila Lambari Fone: (19) 3665-0236 (19) 3665-2770
EMEB “ Prof.ª Ivone Gonçalves Canesqui”
Ensino Infantil II Emein
Manhã Tarde
Rua Padre Manoel Joaquim das Dores, 328 Bairro: Mocoquinha Fone: (19) 3665-0228 (19) 3665-4557
EMEB “ Prof.ª Genny Raymundo”
Ensino Infantil II Emein
Manhã Tarde
Rua Humberto Cunali, 50 Bairro:Vila Lambari Fone: (19) 3665-0224
205
Instituições Estaduais
Unidade Escolar Segmento de
Ensino/ Cursos Período de
funcionamento
EE “Barão de Monte Santo”
Ensino Fundamental II Ensino Médio
Manhã Tarde
Endereço : Praça Ademar de Barros, 181 Telefone : (19) 3656-4181
EE “Oscar Villares” Ensino
Fundamental II e Ensino Médio
Manhã Tarde Noite
Endereço : Praça José Quintino Pereira , 147 Vila Quintino Telefone : 3656-0124 ...
EE “Maestro Justino Gomes
Ensino Fundamental e Ensino Médio
Manhã Tarde
Endereço : Rua Goiás, 142, Vila Lambari Telefone: (19) 3656-4205 (19) 3656-3606
EE “Benedito Ferraz Bueno”
Ensino Fundamental e Ensino Médio
Manhã Tarde Noite
Rua Rosa Martins, S/N Mococa - Distrito de São Benedito das Areias Telefone: (19) 3695-1162
EE “Dr. Carlos Lima Dias” Ensino
Fundamental II e Ensino Médio
Manhã Tarde
Rua Professor José Barreto Coelho, 50 - Gatolândia Telefone: (19) 3656-4155
EE “Hilda Silva” Ensino fundamental
I Manhã Tarde
Rua:Assis Chateaubriand, 391 - Vila Carvalho Telefone: (19) 3665 0211
EE “João Cid Godoy” Ensino
Fundamental II e Ensino Médio
Manhã Tarde
Endereço : Rua Barão de Monte Santo, 400 - Centro Telefone: (19) 3656-4180 (19) 3656-1267
EE “João de Moura Guimarães”
Ensino Fundamental e Ensino Médio
Manhã Tarde Noite
Rua Osvaldo Cruz, 235 – Igaraí - Fone: 36954108 - Fone Fax: (19) 3695-4118
EE “Nancy de Rezende Zamarian”
Ensino Fundamental I
Manhã Tarde
Rua Doutor Gastão de Paula Leitão, 320 – S. Domingos Telefone: (19) 3665-5445
EE “Zenaide Pereto Ribeiro Rocha
Ensino Fundamental II e
Ensino Médio
Manhã Tarde Noite
Rua Marcos Fogarin, 332 - CJ Hab G Rossetti Telefone: (19) 3656-3567
ETE João Baptista L. Figueredo
Ensino Técnico /Médio
Manhã Tarde Noite
Av. Dr. Américo Pereira Lima, S/Nº - Jardim Lavínia Telefone: (19) 3656-2052 - 36562077
ETE Francisco Garcia Técnico/Médio Manhã Tarde Noite
Av. Dr. Américo Pereira Lima, 1507 – Jd. Lavínia Telefone: (19) 3656 0052
FATEC
Ensino Superior Cursos:
- Agronegócio - Análise e
desenvolvimento de sistemas
- Banco de dados ou Rede de
computadores - Gestão
empresarial (Processos Gerenciais)
Manhã Tarde Noite
Avenida Américo Pereira Lima, S/N - Jardim Lavínia Mococa, 13736-260 Telefone : (19) 3656-5559
206
Instituições Particulares
Unidade Escolar Segmento de
Ensino Período de
funcionamento Endereço
SESI 157 Centro Educacional
Ensino Fundamental
Manhã Tarde
Rua: Hermenegildo Pícoli Neto, 50 Jardim Lavínia Telefone: (19) 36562102
APAE Educação Especial
Manhã Tarde
Rua Alexandre Cunali, 2776 Cecap I Telefone: (19) 3656-2807
Escola Nova Infantil
Fundamental
Manhã Tarde
Rua Coronel Diogo, nº 267 – Aparecida Telefone: (19) 3656-0294
Colégio Maria Imaculada
Ensino Infantil Ensino
Fundamental Ensino Médio
Manhã Tarde
Rua Francisco Gomes, 661 - Centro Telefone: (19) 3656-0107
Centro Educacional Castelo Ensino Infantil
Ensino Fundamental
Manhã Tarde
Centro Educacional Castelo Rua Antônio Ulian, nº 121 - Jardim Prícoli Telefone: (19) 3656-6612
Fundação Universitária Vida Cristã
Ensino infantil Ensino
Fundamental Ensino Médio
Ensino Superior
Manhã Tarde Noite
Av. Monsenhor Demóstenes P. B. Pontes, 2.131 – Jd. São José Telefone: (19) 3656-5516
Colégio Bruno Giorgi Ensino Médio Manhã Tarde
Endereço: Avenida Américo Pereira Lima - 493 Jardim Lavínia Telefone: (19) 3665-6405
Escola Grifo Ensino Superior Noite Endereço: Rua Estébio Ribeiro, 136 – Centro Telefone: (19) 3656-0882
207
ANEXO 2 - POPULAÇÃO DE MOCOCA EM IDADE ESCOLAR PARA O ENSINO
SUPERIOR
2008 2009 2010 2011
3530508
Mococa
População e Estatísticas Vitais
População Feminina de 20 a 24 Anos 2.692 2.666 2.640 2.643
População e Estatísticas Vitais
População em Idade Escolar de 18 a 19 Anos 2.313 2.268 2.220 2.222
Fonte: http://www.seade.gov.br/produtos/imp/index.php?page=tabela
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ANEXO 3 – CURSOS ENSINO SUPERIOR / MOCOCA
CURSOS OFERECIDOS FATEC
CURSOS OFERECIDOS FAFEM / FUNVIC
Tecnologia em Agronegócio Letras - Português e Inglês - Licenciatura
Tecnologia em Banco de Dados e Redes de Computadores
Pedagogia - Licenciatura
Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas
Ciência da Computação - Bacharelado
Tecnologia em Gestão Empresarial Administração - Bacharelado
Tecnologia em Informática para Gestão de Negócios
Ciências Contábeis - Bacharelado
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