View
219
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
EPIDEMIOLOGIA ,DIAGNÓSTICO E MONITORAMENTO DA
HEPATITE B
Prof. Marcelo Simão Ferreira
Faculdade de Medicina – UFU
PRESIDENTE DA SOC. BRAS. DE INFECTOLOGIA
Componentes SorologiaAntígeno “s” HBsAg / anti-HBs
Antígeno “c” anti-HBc (total; M)
Antígeno “e” HBeAg / anti-Hbe
VirologiaDNA do HBV HBV-DNA qualitativo
HBV-DNA quantitativo
HBV: marcadores
Impacto Global da Hepatite B
WHO Fact Sheets, disponíveis no site www.who.int. Acessado em: 24 de setembro de 2004.Conjeevaram, et al. J Hepatology. 2003;38:S90-S103.Lee. N Engl J Med. 1997;337:1733-1745. Lok. N Engl J Med. 2002;346:1682-1683.
População mundial7 bilhões
350–400 milhões comHepatite B crônica
2 bilhões com infecção por VHB passada/presente
25-40% desenvolvem insuficiência hepática
cirrose, ou CHC
~1 milhão/ano morrem de doença hepática relacionada com HBV10a causa de morte no mundo
A Prevalência Geográfica de Hepatite B Crônica
Números de imigração somados por continente de 1996-2002
~2 milhões de asiáticos
Prevalência de HBsAg8%2-7%<2%
~400.000sul-
americanos
~350.000 africanos
~930.000 europeus
World Health Organization [Organização Mundial da Saúde]. Prevalência Geográfica de HBsAg. Dados de 1996 (não publicados). http://www.who.int/vaccines-surveillance/graphics/htmls/hepbprev.htm. Acessado em: 13 de setembro de 2004.2002 Yearbook of Immigration Statistics. http://uscis.gov/graphics/shared/aboutus/statistics/IMM02yrbk/IMM2002list.htm. Accessado em: 22 de setembro de 2004. Mahoney FJ. Clin Microbiol Rev. 1999;12:351-366.
Rep. DominicanaHBsAg = 4.1Anti-HBs = 55.3
ChileHBsAg = 0.4
Anti-HBs = 3.8
VenezuelaHBsAg = 2.8
Anti-HBs = 11.6Colômbia
HBsAg = 1.0Anti-HBs = 25.1
PeruHBsAg = 2.2
Anti-HBs = 20.2
ArgentinaHBsAg = 0.8
Anti-HBs = 14.7
BrasilHBsAg = 2.1
Anti-HBs = 26.7
EquadorHBsAg = 2.0
Anti-HBs = 29.4
MéxicoHBsAg = 1.6
Anti-HBs = 11.6Costa Rica
HBsAg = 0.6Anti-HBs = 17.3
SurinameHBsAg = 2.3
Anti-HBs = 28.1
Puerto RicoHBsAg = 0.2Anti-HBs = 9.2
BarbadosHBsAg = 1.4Anti-HBs = 9.0
HBV: Prevalência do VHB na América Latina
Paraná R & Almeida D: J Cllin Virol 34(suppl.): S130. 2005
Muito baixaBaixaModeradaAltaDesconhecida ?
Prevalência do HBsAg no Brasil
?
?
?
Francisco Souto, 2002
HBsAg > 6m<1%1-2%2-7%>7%
0,7%
1,1%
0,4%
1,0%
0,8%
Prevalência de HBsAg em doadores de sangue
25942594 25942594
BRASIL
Hepatites B e C
Processo de amostragem e tamanho da amostra
10 a 19
20
Hepatites B e C
Processo de amostragem e tamanho da amostra
10 a 19
20
2973297329732973 1405
140514051405
Total da amostra27326
21542154
30943094
RESULTADO HEPATITE B –ANTI-HBc POR REGIÃO
RESULTADO HEPATITE B –ANTI-HBc POR REGIÃO
0,942,1
1,3 1,20,61
1,58
14,7
11,612,7
8,3 7,9
11,3
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Norte Nordeste Centro-Oeste DistritoFederal
Sudeste Sul
Regiões
Prev
alên
cia
10 a 1920 a 69
RESULTADO HEPATITE B –HBsAg NOS ANTIHBc + POR
REGIÃO
RESULTADO HEPATITE B –HBsAg NOS ANTIHBc + POR
REGIÃO
0
0,1
0,2 0,2
0
0,2
0,8
0,5
0,7
0,4 0,4
0,5
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
Norte Nordeste Centro-Oeste DistritoFederal
Sudeste Sul
Regiões
Prev
alên
cia
10 a 1920 a 69
Grupo de doenças investigadasDoenças que cursam com síndrome febril íctero-hemorrágica aguda
Dengue MaláriaMeningococcemia SepseHantavírus Febre tifóideRiquetsiose LeptospiroseHepatites virais Outras arbovirosesFebre amarelaFebre Purpúrica brasileiraDoença de vias biliares
HBV: Genótipos
- Mais de 8% de divergência no genoma e mais de 4% no gene S (subgenotipos…).
- 8 genótipos identificados:A, B, C, D, E, F, G , H
(distribuição geográfica heterogênea)
Questões:
- Evolução clínica diferente (?)- Resposta variável aos tratamentos (?) - Diferenças na prevalência de mutações (?)
A/F
A,B,C, D
D
C
B BA D
CDD
AD
B C
CA
B D/EG
A, B, C, D,F
FF
G ?
H
VHB: Distribuição dos Genótipos
Norder et al. 1994; Arauz-Ruiz et al. 1997; Sitnik et al. 1999; Swenson PD. et al. 2001; Moriya T. et al. 2002 Viana et al, 2003
Genótipos do VHB no Brasil
Região SudesteCampinas**
gen A= 55%gen D=38%gen C=3%gen F= 4%
* Sitnik et al, 2004** Tonetto et al, 2005
*** Conde et al, 2001
Região NorteAmazonia Oriental***
gen A= 50 %gen D= 24 %gen C= 13 %gen F= 10 %gen B= 3 %
Brasil *
gen A= 89 %
Transmissão do VHB
90% das crianças infectadas setornam cronicamente infectados6% dos infectados após 5 anos de idade
se tornam cronicamente infectados
Transmissão Horizontal
Doador Receptor
- Via parenteral (reconhecida e não reconhecida). Exs.:
Agulhas ContaminadasAcidente profissional (área da saúde)
Transfusão- Via sexual
Transmissão Vertical
Mãe
RN
Perinatal
Não há nenhum fator de risco claro em 20-30% dos pacientes
CDC Fact Sheet. http://www.cdc.gov/ncidod/diseases/hepatitis/b/. Acesado: 2 de outubro de 2004.Lee. N Engl J Med. 1997;337(24):1733-1745.Lavanchy. J Viral Hepat. 2004;11(2):97-107.
HISTÓRIA NATURAL DAHEPATITE B CRÔNICA
Envelopes do HBsAg
DNA parcialmente
duplicado
VHB
(-) DNA
VHB
RNA mccc-DNA
DNA-pol
RT/Polimerase
RNA m pré-genômico encapsulado
Replicação do VHB na célula hepática
Adaptado de Lai et al., J Med Virol 2000
DNA
HEPATÓCITO
núcleo
citoplasma
Perfil sorológico da hepatite B aguda
Perfil sorológico da hepatite B crônica
<> >HBeAg + (selvagem) HBeAg - / anti-HBe + (mutante pre-core)
ALT
HBV DNA
Dano Hepático: ausente/leve
cirrose
Portador Crônico Inativo
HBeAg (+) e/ou (-)Hepatite Crônica
HBeAg (+) Hepatite Crônica
ImunoTolerância
ImunoEliminação Inativa Reativação
cirrose
109-1010 cp/mL107-108 cp/mL
< 105 cp/mL> 105 cp/mL
Cirrose Inativa
Fases Evolutivas da Hepatite B CrônicaH
BV
DN
AA
LTH
isto
logi
a Dano Hepático: moderado/grave
Dano Hepático: ausente/leve
Dano Hepático: moderado/grave
Fattovich G et al. J Hepatol, 2008; 335-52
4
HBeAg-positivo HBeAg-negativo/anti-HBe-positivo
História Natural da Hepatite B Crônica
Fases daInfecção
Pelo VHB
Fase replicativa(imunotolerância)
Fase deBaixa
Replicação(portadorInativo)
Fase dereativação
VHBnatural(HBeAg )+
VHB mutantepré-core (HBeAg -)
Brunetto. J Hepato/1991
FaseReplicativa
(imuno-Eliminação)
ALT N ALT ALT N ALT
História natural e progressão da hepatite crônica B, na fase de imunotolerância
(Hui et al, 2007)57 pacientes com hepatite B crônica na fase de imunotolerância (AgHbe; ALT normal; biópsia normal ou mínima ANI, DNA-VHB)Biópsia inicial → F0, F1 apenas, seguimento de 5 anos com biópsia hepática ao final do “follow-up”Evolução: 9/57 (15,8%) → ALTProgressão da doença → > nos com ALT 5/9 vs 3/48; p = 0,001Pacientes com imunotolerância → doença leve; se ALT na evolução → progressão da doença
Mutante pré - core versus portador inativo
Mutantepré-core
Portador inativo
Ambos têm HBeAg negativoAmbos podem ter ALT normal*
Ambos podem ter DNA baixo/indetectável por PCR*
Biópsia: com atividadenecro-inflamatória
Biópsia: sem atividade necro-inflamatória
* Transitoriamente * Prolongadamente
Prevalência da hepatite crônica AgHbeΘ nos EUA e Europa
Ano País N° exa-minados
AgHbeΘ(%)
Referência
1993 Suíça 42 69 Kidd-Ljunggren K et al. J Med Virol; 39:297-302
1994 França 276 22 Zarski JP et al. J Hepatol; 20:636-640
1996 Espanha 99 63 Jardi R et al. J Hepatol; 24: 680-685
1997 US/UK 45 9 Gray A et al. J Viral Hepa; 4:371-378
1997 Itália 837 90 Gaeta G et al. J Hepatol; 39(6):1036-1041
1998 Grécia 36 86 Laras A et al. J Viral Hepat; 5:241-248
1999 Alemanha 93 84 Knoll A et al. J Med Virol; 59:14-18
Características da hepatite crônica B AgHbeΘ (Hadziyannis et al, 2003)
Prevalência em ascençãoDoença hepática tipicamente avançadaPredomínio do sexo masculinoIdade entre 36 e 45 anosRemissão espontânea sustentada é raraReplicação do VHB persistente ou intermitenteFlutuações da ALT e dos níveis de viremiaAcentuada atividade necro-inflamatória à biópsiaFibrose progressiva (40% em alguns estudos
Brunetto MR et al, J Hepatol 2002
Evolução da Hepatite crônica B anti-HBe positiva
164 pacientes não tratados acompanhados por 23 meses
Flare up assintomático90% dos casosA
LT
73 pts(44.5%)
59 pts(36.0%)
32 pts(19.5%)
Quadro clínico laboratorial (QCL) das exacerbações agudas (“Flares”) na cirrose pelo
VHB (Chu, Liaw, 2006)Tópicos Índice (%) Incidência anual
AgHbeAgHbeΘTotal
QCL AssintomáticoIcterícia (> 3 mg%)Ascite -fetoproteína > 100 ng/mlNecrose em ponte
Curso clínicoAuto-limitadoDescompensação hepáticaLetalidade
16.4 - 25.97.6 - 11.911.5 - 20.7
22.813.23.5
5041
81.313.94.4
DESFECHOS A LONGO PRAZO DA
HEPATITE B CRÔNICA
Definições e critérios diagnósticos utilizados na infecção pelo VHB
Definições Critérios diagnósticos1. Hepatite crônica B(*1U = 5,6
cópias/ml)
•AgHbs > 6 meses•DNA-VHB > 2000UI/ml*• ALT/AST (persistente/intermitente)•Biópsia hepática hepatite crônica
2. Classificação da hepatite crônica B
•AgHbe•HbeΘ/anti Hbe
3. Portador inativo do VHB
•AgHbs > 6 meses•HbeΘ/anti Hbe•DNA-VHB < 2000 UI/ml•ALT/AST normais•Biópsia hepática normal
4. Hepatite B resolvida
•AgHbsΘ; Anti Hbc; Anti Hbs; DNA-VHBΘ; ALT normal
Evolução da infecção pelo VHB
Recuperação Infec. aguda no adulto
Infecção crônica Infecção crônica
Leve moderada grave
Hepatite crônicaPortador inativo
Cirrose (F4)
HCC
Morte / transplante
Recuperação
Descompensação
8 a 15%ao ano
*Incidência por100 pessoas/ano
Infec. aguda na criança
10-70% 99%
30-90% < 1% 1 *
0.02-0.2 *
2-3 *
3 *
4 *
8-10 * (HBeAg-) 0.5-5 * (HBeAg+)
Fatores de risco para progressão para Cirrose na hepatite crônica B
Fatores virais
Fatores do hospedeiro
Fatores externos
Persistência do DNA-VHB elevado Mutante pre-core Genótipo do VHB
(C > B)
•Idade avançada•Estadiamento histológico•Elevação persistente da ALT
•“Flares” recorrentes agudos
•Co-infecções com VHD e VHC
•Co-infecção com HIV
• Álcool• Drogas
Fattovich, 2004
Incidência Cumulativa de Cirrose após 11 anos de seguimento de acordo com HBV DNA basal
R.E.V.E.A.L. study - Iloeje UH, et al. Gastroenterology 2006
36,2%
23,5%
9,8%5,9%4,5%
0
5
10
15
20
25
30
35
40
<300 300-10.000 10.000-100.000
100.000-1.000.000
>1.000.000
HBV-DNA basal (cópias/mL)
N=3.582
% In
cidê
ncia
Cum
ulat
iva
de C
irros
e
Incidência cumulativa de CHC após 11 anos de seguimento de acordo com HBV-DNA basal
R.E.V.E.A.L. study - Chen CJ, et al. JAMA 2006
HBV-DNA basal (cópias/mL)
N=3.65314,9%
12,2%
3,4%1,4%1,3%
0
5
10
15
20
<300 300-10.000 10.000-100.000
100.000-1.000.000
>1.000.000
% I
ncid
ênci
a C
umul
ativ
a C
HC
Infecção oculta pelo VHB – Prevalência em várias casuísticas
Infecção oculta pelo VHB ausência de marcadores virais (anti Hbc pode estar presente); presença do DNA-VHB no soro (baixos títulos) e no tecido hepático.
Prevalênciaa) Em cirróticos HCV - 47/138 (34%) (Adachi et al,
2005)b) Hepatite crônica C – 23/161 (14%) (Fabris et al, 2005)c) HCV / HIV coinfectados – 3/26 (11%) (Fabris et al,
2005)d) Anti HIV positivos – 190 pacientes
anti-Hbc 7% DNA-VHB
Prevençãoda cirrose,
HCC e morte
Histologia hepática HBV-DNA: carga viral
ALTSoroconversão
Hepatite B: marcadores (“surrogates”)
da evolução clínica
Avaliação dos pacientes com infecção crônica pelo VHB (Keefe et al, 2006)
História, exame físico, função hepática, perfil enzimático, hemogramaAfastar doenças hepáticas associadas (álcool, NASH) e outras hepatites virais (C, delta) e infecção pelo HIVSorologias – AgHbs, anti-Hbc, AgHbe, anti-Hbe(replicação viral)Biópsia hepáticaTestes moleculares (PCR quantitativo)Genotipagem (?)“screening” para hepatocarcinoma: 1 fetoproteína e ultrassonografia abdominal
Papel da biópsia hepática na avaliação do paciente portador do VHB (Zimmerman, 2007)
Biópsia hepática tem um papel central na avaliação do paciente com hepatite B crônicaFundamental para estabelecer a atividade necroinflamatória (“grading”) e a fibrose (staging) (scores Ishak e Metavir)Importante para excluir outras causas de doença hepática associadas (esteatose, NASH, álcool, etc)Obtenção de fragmento adequado (> 1 cm com pelo menos 10 espaços porta) é vital para o diagnóstico adequadoPaciente jovem, AgHbe, carga viral elevada e ALT elevada → necessita biópsia para indicar tratamento??
Seleção dos testes adequados de acordo com a questão médica (Scheefer, Gerlich, 2007)
•Imunidade– Sem vacinação– Com vacinação
Testes Anti-Hbc, anti-HbsAnti-Hbs
•Hepatite aguda B AgHbs, anti-Hbc IgM
•Exposição prévia Anti-Hbc
•Potencial de reativação AgHbs, anti-Hbc, anti-Hbs•Hepatite crônica (AgHbs > 6 meses)
– Atividade– Infectividade
DNA-VHB, AgHbe, carga viralDNA-VHB, AgHbe
•Doadores de sangue AgHbs, anti-Hbc
•Doadores de órgãos AgHbs; anti-Hbc
Carga viral em hepatite BHBV-DNA
• Diversas técnicas
• Diversas aplicações
HBVHBV--DNA ensaios: linearidadeDNA ensaios: linearidade
Abbott Realtime PCR
Digene Corp.
Roche MolecularSystems
Bayer Corp.
102 104103 105 106 107 108 1010109101HBV DNA IU/mL
HBV Digene Hybrid-Capture I
HBV Digene Hybrid-Capture IIUltra-Sensitive Digene Hybrid-Capture II
Amplicor HBV MonitorCobas Amplicor HBV Monitor
Versant HBV DNA 1.0Versant HBV DNA 3.0
Cobas Taqman 48 HBV
Real Art HBV PCR AssayArtus-Biotech
Abbott Molecular
Diagnostics
Locarnini S
Hepatite B: alguns usos da carga viral
• Prever a evolução da doença
• Identificar quem deve ser tratado
• Verificar resposta ao tratamento
• Indicar risco de resistência viral
Méd
ia d
e m
elho
ra n
oes
core
de
Kno
dell
Sor
ocon
vers
ão d
o H
BeA
gpo
r 100
pac
./mês
r = 0.96(P<0.000003)
r = 0.72(P<0.0002)
Mommeja-Marin et al. Hepatology 2003;37: 1309-1319
Impacto da queda do HBV DNA na melhora histológica e na soroconversão do HBeAg
1 log10 c/mL = 2 HAI
Média de queda do DNA Média de queda do DNA
Efeito antiviral inicial com queda do HBV-DNA e interrupção da “atividade”. Evolução: a) emergência de mutante R => “breakthrough flare”; b) suspensão do medicamento =>
“reactivation flare”; c) resposta mantida: casos HBeAg(+) => se ocorrer soroconversão; casos HBeAg(-): ?
Marcellin et al. J Viral Hepatitis 12:333, 2005
Quantificação do AgHbs: sua utilidade no manuseio da hepatite crônica B
(Chan et al, 2011) (1)
Quantificação do AgHbs tem sido sugerido no manuseio da infecção pelo VHBEnsaios quantitativos comerciais estão disponíveis (Architect QT – Abbott; Elecsys AgHbs II Quant-Roche) boa correlação entre os 2 testes na mensuração do AgHbsNíveis do AgHbs tendem a ser elevados nos AgHbe do que nos AgHbeΘ (níveis de 105 UI/ml nos imunotolerantes; 104
UI/ml na fase de imunoclearence)Nos portadores inativos → níveis baixos dependendo do genótipo (< 100 a < 1000 UI/ml)
Quantificação do AgHbs – novo conceito no tratamento da hepatite B crônica (Moncari,
Marcellin, 2011)Quantificação do AgHbs → ensaios quantitativos recentes, automatizados, baixo custo
Estudos com IFN・ (ou PEG-IFN) → queda nos títulos do AgHbs durante o tratamento → preditivos de boa resposta ao tratamento (DNA-VHBΘ 24 sem pós tto) (Rycborst et al, 2010)
Lau et al, 2008 → pacientes AgHbe - AgHbs em nível < 1500 UI/ml após 12 sem de tto com IFN ・ tem valor preditivo positivo para soroconversão AgHbe-anti-Hbe (50% vs 16%)
Brunetto et al, 2010 → combinação de AgHbs (nível < 1000 UI/ml) e DNA-VHB (< 2000 UI/ml mostra ser a mais fidedigna identificação deportadores inativos (92% de sens.; 95% espec.)
Quantificação do AgHbs no soro pode ser um teste útil para identificação de portadores e seguimento da resposta ao tto antiviral (IFN α )
Quantificação do AgHbs: sua utilidade no manuseio da hepatite crônica B
(Chan et al, 2011) (2)
Excelente marcador para acompanhamento do tto; necessidade de “cutoff” para produzir respostaIdeal → declínio dos títulos do AgHbs nas semanas 12 e 24 durante o tto (< 300 UI/ml na semana 24) → resposta sustentada em 62% dos respondedores x 11% dos não respondedores (em AgHbe tratados com IFNα)Queda do AgHbs muito lenta durante o tratamento com AN
Proporção de AgHbe com RVS predita pelos níveis de AgHbs nas semans 12 e 24 de tto
com PEG‐IFNαSemana 12 Semana 24
Autor AgHbs % pac % RVS % pac % RVS
Sonneveld Sem declínio 31 03 25 08
Lan > 20.000 UI/ml 22 16 13 15
Gane > 20.000 UI/ml 18 0 14 0
Lan < 1.500 UI/ml 23 57 34 54
Gane < 1.500 UI/ml 27 58 40 57
Chan < 300 UI/ml Θ Θ 23 62
Hepatite B em situações especiais Formas agudas fulminantes / subfulminantes Imunodeprimidos não-HIV Insuficiência renal crônica Hemofílicos / anemias hemolíticas Cirrose hepática B Crianças e adolescentes Mulheres grávidas HIV Pré e pós transplante hepático / renal Esquistossomose mansonica
Prevalência da co-infecção HIV-VHB em vários estudos (2)
Cidade Número AgHbs (%)
Anti Hbc (%)
UDIV (%)
Autor
Belém 406 7,9 51 10,6 Monteiro, 2004
Cuiabá 1000 3,7 40 2,4 Pereira, 2006
Campinas 226 5,3 44 29 Pavan, 2003
Rib. Preto 401 8,5 40 22,2 Souza, 2004
São Paulo 1693 5,7 38 - Correa, 2000
Florianópolis 93 24,3 71 36,5 Treitinger, 1999
Uberlândia 183 6,0 20,7 - Borges, 2006
Santos > 2000 7,4 39,3 - Caseiro, 2007
Efeitos da infecção pelo HIV na história natural da hepatite B em coinfectados (Rivera, 2009)
Aumenta o risco de desenvolvimento de doença crônica (↓ CD4 > risco de cronicidade)
↓ o risco de clearence do AgHbe (5x)↑ a replicação do VHB (↑↑ níveis do DNA‐VHB)↑ a chance de desaparecimento do an Hbs (> nos ↓ CD4)
↓ da resposta inflamatória ao VHB (↓↓ ALT; ↓ CD4)
Aumenta o ritmo de progressão para cirrose e hepatocarcinoma
Reativacao da Hep B em imunodeprimidos(Roche, Samuel,2011)
Imunodepressão ↑ na replicação viral ↑ resposta imunológica ao HBV;
Reativação durante a quimioterapia: mais comum nos pctes HBsAg+, porém também pode ocorrer nos pctes anti-HBc+ e HBsAg-sororeversão do HBsAg;
HBsAg, anti-HBc e HBV-DNA devem ser solicitados em pctes que vão receber terapia imunodepressora.
57
58
59
Reativação do HBV: reaparecimento súbito ou aumento na replicação do HBV em pcte com evidência de infecção pelo HBV resolvida ou inativa;
Apresentação clínica:o Subclínica/assintomática;o Hepatite aguda grave;o Falência hepática fulminante;o Hepatite colestática fibrosante;o Morte. 60
Hepatite B em imunodeprimidos não HIV ou em quimioterapia antineoplásica
Reativação da replicação do VHB com DNA-VHB e ALT 20 a 50% dos AgHbs/anti-Hbc/anti-Hbsem uso de drogas imunodepressoras
Maioria ALT assintomática, pode haver icterícia descompensação hepática e morte
Terapia profilática necessária Pré-emptiva – ideal Início após ALT
Iniciar profilaxia com lamivudina/tenofovir/entecavir por 3 meses (mínimo); se tto > 6 meses tenofovir/ entecavir
Retirada abrupta da lamivudina hepatite fulminante fatal
62
Hepatite B em situações especiais
Hepatite crônica VHB evolução para cirrose 2 – 6% ao ano
Risco aumentado de progressão para cirrose: idade avançada, replicação viral, atividade necroinflamatória persistentes, carga viral elevada (> 104 cópias/ml), “flares”recorrentes, co-infecçção VHB / VHD
Cirrose hepática VHB sobrevida 5 anosa) Compensados 84%b) Descompensados 14 – 35%
Cirrose compensada Anti Hbe 97% sobrevida de 5 anos (não mutante) Ag Hbe 72% sobrevida de 5 anos
Alto riso de hepatocarcinoma principalmente nos AgHbe(monitoramento: USG / 1 fetoproteína 6/6 m)
Terapia antiviral na cirrose hepática pelos vírus da hepatite B
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 1 2 3 4 5
Compensado HbeAg-negativoCompensado HbeAg-positivoDescompensadoHbeAg-negativoDescompensadoHbeAg-positivo
Sobr
evid
a (%
)
Anos
Sobrevida dos pacientes com cirrose por VHB(De Jongh et al, 2005)
Pereira et al, 1994, J Med VirolPereira et al, 1994, J Med Virol
e Esquistossomose Mansonie Esquistossomose Mansoni
Hepatite B crônicaHepatite B crônica
EHI44EHI44
234PACIENTES234
PACIENTES
HCV-RNA +HCV-RNA +114114
EHEC143
EHEC143
EHED47
EHED47
GRUPO A-IFN49
GRUPO A-IFN49
Residentes em zona endêmica
Ovos de S. mansoninas fezes
Residentes em zona endêmica
Ovos de S. mansoninas fezes
HepatoesplenomegaliaHipertensão portal
HepatoesplenomegaliaHipertensão portal
GRUPO B-IFN + RIBAVIRINA
43
GRUPO B-IFN + RIBAVIRINA
43
Albumina < 3,0 g/lT. protrombina
4s > controle normalAscite
Bilirrubina > 3 mg/dl
Albumina < 3,0 g/lT. protrombina
4s > controle normalAscite
Bilirrubina > 3 mg/dl
N = 234N = 234
8%HBSAg
8%HBSAg
N = 19N = 19
37% HBV-DNA+
37% HBV-DNA+
EHEC (N=143)EHEC (N=143)
EHEC (N=8)EHEC (N=8)
5,6%HBsAg5,6%
HBsAg
25%HBV-DNA+
25%HBV-DNA+
EHED (N=47)EHED (N=47)
EHED (N=10)EHED (N=10)
21,6%HBsAg21,6%HBsAg
50%HBV-DNA+
50%HBV-DNA+
OBRIGADO!
Recommended