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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ENFERMAGEM
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ENFERMAGEM
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
REITORA
MARIA LÚCIA CAVALLI NEDER
PRÓ-REITORA DE GRADUAÇÃO
LENY CASELLI ANZAI
DIRETORA DA FAEN
NEUCI CUNHA DOS SANTOS
COORDENADORA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
ÁUREA CHRISTINA DE PAULA CORRÊA
COMISSÃO DE REESTRUTURAÇÃO
ÁUREA CHRISTINA DE PAULA CORRÊA
EDIR NEI TEIXEIRA MANDÚ
MARIA APARECIDA MUNHOZ GAIVA
NEUCI CUNHA DOS SANTOS
ROSENEY BELLATO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ENFERMAGEM
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
PROJETO - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM
ENFERMAGEM
1. IDENTIFICAÇÃO DO CURSO
Curso: PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
Programa: Pós-Graduação Stricto Sensu recomendado pela CAPES em 2005 através
do ofício nº 392-08/2005 e iniciado em 03/2006
Modalidade: Mestrado Enfermagem
Titulação: Mestre em Enfermagem
Admissão do aluno: Processo seletivo vigente na UFMT, conforme normativa do
Programa
Número de Vagas: conforme disponibilidade do corpo docente
Tempo para titulação: máximo de 24 meses
Créditos Exigidos - 51 créditos (24 créditos em disciplinas; 24 créditos da dissertação;
3 créditos em atividades complementares)
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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
2. HISTÓRICO DA UFMT E DA ENFERMAGEM NA INSTITUIÇÃO E NO
ESTADO
Criada em 1970, a UFMT tem contribuído efetivamente, com o desenvolvimento
regional,
atuando nas áreas de ensino de graduação, pesquisa, ensino de pós-
graduação, e extensão, mantendo os campi de Cuiabá, Rondonópolis, Médio
Araguaia e Sinop, além de forte presença nas demais regiões de Mato
Grosso, com projetos de interiorização no âmbito do ensino de graduação:
licenciaturas parceladas, turmas especiais, ensino à distância, sempre em
parceria com os governos federal, estadual e municipal (UNIVERSIDADE
FEDERAL DE MATO GROSSO, 2009, s/p).
O desenvolvimento e consolidação da UFMT caminharam paralelamente ao
desenvolvimento do estado de Mato Grosso, de maneira a atender às necessidades
regionais, nos campos da educação pública; do meio-ambiente; da preservação da
memória regional; ciência e tecnologia; do desenvolvimento da saúde, dentre outros.
Parcerias e convênios com entidades públicas e privadas, visando à prestação de
serviços e cooperação técnico-científica demonstram o esforço da UFMT em propiciar
respostas às aspirações da sociedade, ampliando e consolidando a necessária integração
com a comunidade externa.
Desta forma, a UFMT coloca em prática o atendimento a demanda de diversos
setores com vistas a servir a população, quais sejam: Hospital Universitário Júlio
Müller, Biblioteca Central em Cuiabá e nos demais campi, Editora Universitária, TV
Universidade, Teatro Universitário, Coral, Orquestra Sinfônica Universitária, Cine
Clube Coxiponés, Museu de Arte e Cultura Popular, Museu Rondon, Zoológico, Ateliê
Livre de Artes Plásticas, Fazenda Experimental em Santo Antônio do Leverger, Casa do
Estudante, Restaurante Universitário e Escolas de Iniciação Desportiva, além de núcleos
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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
de pesquisa e extensão que desenvolvem projetos de interesse comunitário
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO, 2009).
No âmbito da cooperação internacional, a UFMT mantém parceria com
instituições de vários países, especialmente, para o desenvolvimento de pesquisas
científicas e programas de pós-graduação, dentre os quais: Canadá, Estados Unidos,
França, Bolívia, Chile, Espanha, Cuba, Alemanha, Inglaterra, além de participar de
organismos internacionais como: Associação de Universidades Amazônicas,
Organização Universitária Interamericana (OUI), Consórcio Rede de Ensino à
Distância, União de Universidades da América Latina e Caribe, Associação das
Universidades de Língua Portuguesa, Associação de Universidades para o
Desenvolvimento Sustentável e Associação Internacional de Reitores de Universidades.
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO, 2009).
Especificamente, na área da enfermagem, a UFMT mantém parcerias que,
potencialmente, podem firmar-se como convênios como pode ser constatado no Quadro
1.
Quadro 1: Demonstrativo de Países e Instituições parceiras da UFMT para estabelecimento de convênios na área de enfermagem, 2010.
PAÍS INSTITUIÇÃO CURSOS OFERECIDOS
Argentina
Universidad Nacional de Rosário
Licenciatura em Enfermagem/ Mestrado e Doutorado em enfermagem
Espanha Universidad Pública de Navarra
Escola de enfermagem/ Doutorado em ciências da saúde
Universitad Autònoma de Barcelona
Escola de enfermagem/ Doutorado em Ciências da Saúde
Universitad de Burgos Escola de enfermagem/ Doutorado em Enfermagem
Universitad de Granada Escola de Enfermagem
Universitad de Oviedo Escola de Enfermagem e Fisioterapia/ Mestrado e Doutorado em Saúde
Estados Unidos University of Florida College of Nursing – Mestrado e Doutorado em Enfermagem
Japão
Universidade Tokai Escola de Enfermagem/ Departamento de Saúde
Peru Universitad Catolica de Escola de Enfermagem/ Mestrado a distância em Saúde Pública, Saúde
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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
Santa Maria Mental da criança, adolescente e família
Universitad Nacional San Augustin
Escola de Enfermagem
Portugal
Instituto Politécnico Viana do Castelo
Mestrado em Enfermagem a partir de 2011
O Processo Histórico da Enfermagem na Instituição
A graduação em Enfermagem da UFMT foi criada em 1975, pela Resolução CD
nº. 80/75, de 08/10/75. Foi o primeiro curso de graduação em Enfermagem do estado, e
da área da saúde oferecidos pela UFMT. O cenário estadual era de grande carência de
profissionais enfermeiros nesse período.
À época de sua criação, a estrutura administrativa da enfermagem na UFMT
integrava o então denominado Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS),
configurando-se em um departamento.
Mandú et al (2004/2005, p. 7) afirmam que
na segunda metade da década de 1970, por ocasião de sua criação, os
investimentos da Enfermagem – UFMT concentravam-se na viabilização de
condições internas iniciais de infra-estrutura e articulação com o setor
saúde estadual e municipal para a concretização da implantação do Curso
de Graduação. As atividades do Departamento de Enfermagem centravam-
se no ensino, embora também fossem desenvolvidas atividades de extensão.
A primeira proposta curricular foi elaborada em consonância com as diretrizes
preconizadas pelo Conselho Federal de Educação, adotando o modelo de ensino
integrado. O quadro de professores era formado basicamente por graduados e
especialistas, em função da inexistência de profissionais com maior titulação na região,
bem como pela inexistência de uma política de capacitação docente da instituição
(MANDÚ, 2004/2005).
Na década de 1980 foram feitos importantes investimentos em capacitação
docente, através da liberação de professores para cursar mestrado e doutorado fora da
sede e da viabilização de cursos de especialização realizados localmente (MANDÚ,
2004/2005), nesse período se iniciaram, de forma secundária, a extensão e a pesquisa.
Com a criação, em 1984, do Hospital Universitário Júlio Muller, houve um
importante incremento no quadro de pessoal docente de enfermagem, embora os recém-
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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
contratados fossem responsáveis pela execução da assistência de enfermagem naquela
unidade hospitalar, 24 horas por dia. Essa opção política representou uma importante
alternativa de qualificação para o trabalho, do então jovem e pouco experiente corpo
docente da enfermagem (RIBEIRO, 1995).
Os anos 1990 foram marcados pela reforma administrativa da UFMT, refletindo-
se na enfermagem, com a criação da Faculdade de Enfermagem e Nutrição (FEN),
cabendo à enfermagem três departamentos: Departamento de Enfermagem Materno-
Infantil, Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica e Departamento de
Enfermagem Fundamental e Aplicada, além da criação da Coordenação de Ensino de
Enfermagem. Neste período ocorreu a intensificação da capacitação docente em nível de
mestrado e doutorado, bem como investimentos iniciais na oferta de cursos de pós-
graduação latu sensu para profissionais enfermeiros (MANDÚ et. al., 2004/2005).
Como estratégia de investimento na capacitação docente realizou-se o Mestrado
Interinstitucional (MINTER), em parceria com a Universidade Federal de Santa
Catarina, no período de 1996 a 1998, na sede da FEN, quando foram capacitados 9
docentes.
A primeira década dos anos 2000 teve como marca o retorno de professores
titulados como doutores, e pela organização, incremento e qualificação das atividades
de pós-graduação e pesquisa na enfermagem.
Nos anos de 2004/2005, nova reforma da estrutura da faculdade veio impulsionar
seu desenvolvimento, com a separação das faculdades de enfermagem e nutrição,
criando-se a Faculdade de Enfermagem (FAEN), estruturada em um único
departamento. Frente a essa nova estrutura organizacional, o Programa de Pós-
Graduação em Enfermagem da UFMT - nível mestrado – foi aprovado pela CAPES no
ano de 2005 e iniciou suas atividades acadêmicas em março de 2006.
A criação do Curso de Mestrado Acadêmico em Enfermagem constitui marco
fundamental na consolidação da pesquisa e da pós-graduação na FAEN. Para seu
incremento, realizou-se o programa de Doutorado Interinstitucional (DINTER) firmado
entre a FAEN e o Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo,
com início em setembro de 2006 e término em setembro de 2010, que contribuiu para a
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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
formação de seis doutores da FAEN, além de outros nove doutores da própria UFMT e
de outras instituições parceiras.
Neste contexto consolidaram-se na FAEN os grupos de pesquisa, constituídos em
atendimento às demandas de pesquisas pela graduação e pós-graduação, que passaram a
ganhar novos integrantes e a obter financiamentos para projetos por diferenciadas
instituições de fomento.
O fortalecimento dos grupos de pesquisa culminou com o ingresso de novos
membros pesquisadores do corpo docente da FAEN e externos, conforme Quadro2, o
que tem gerado, na atualidade, grande demanda de projetos financiados pela Fundação
de Apoio à Pesquisa de Mato Grosso, pelo CNPq e por outras agências de fomento.
Quadro 2 – Grupos de Pesquisa da FAEN, vinculados ao Programa de Pós-Graduação Strito Sensu em Enfermagem. FAEN / UFMT, Cuiabá, ano 2010.
Grupo de Pesquisa Projeto Argos - criado em 1996
Linhas de Pesquisa
Pesquisadores da Enfermagem - UFMT Temáticas de Estudo
- Trabalho, Cuidado e Subjetividades em Saúde e Enfermagem
Líderes do grupo: Profª. Drª. Áurea Christina de Paula Corrêa Profª. Drª. Maria Aparecida Munhoz Gaíva Pesquisadoras: Profª. Drª. Annelita Almeida Oliveira Reiners Profª. Drª Christine Baccarat de Gogoy Martins Profª. Drª. Edir Nei Teixeira Mandú Profª. Drª. Elizete A. Rubira do Espírito Santo Profª. Drª. Janete Tamami T. Nakagawa Profª. Drª. Neuma Zamariano Teixeira Profª. Drª. Rosemeiry Capriata S. Azevedo Profª. Dda. Maria Aparecida R. S. Barbosa Profª Ms. Eveline do Amor Divino Profª Ms. Maria Cristina Guimarães A. Silveira
� Atenção à saúde sexual e reprodutiva.
� Atenção à saúde da criança e do adolescente.
� Atenção à saúde do idoso.
Grupo de Pesquisa Enfermagem, Saúde e Cidadania – GPESC – criado em 2000
Linhas de Pesquisa
Pesquisadores da Enfermagem - UFMT Temáticas de Estudo
- Direitos, ética e cidadania no contexto dos serviços de
Líderes do Grupo: Profª. Dr.ª Roseney Bellato Profª. Dr.ª Aldenan Lima R. C. Costa Pesquisadoras:
� Direito à saúde, experiência do adoecimento e práticas em saúde.
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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
saúde
Profª. Dr.ª Laura F. Santos Araújo Profª. Dr.ª Maria Aparecida Vieira Profª. Dr.ª Rosa Lúcia Rocha Ribeiro Profª. Dr.ª Solange Pires S. Souza Profª. Dr.ª Sonia Ayako Tao Maruyama Profª. Ms. Nelice Lotufo
Grupo de Pesquisa Educação, Formação e Gestão em Saúde e Enfermagem – GEFOR - criado em 2008
Linhas de Pesquisa
Pesquisadores da Enfermagem - UFMT Temáticas de Estudo
- Educação e formação em enfermagem e saúde - Gestão de pessoas e processos no mundo do trabalho e da educação em enfermagem
Líderes do Grupo: Prof. Dr. Leocarlos Cartaxo Moreira Profª. Drª. Mara Regina Rosa Ribeiro Pesquisadores: Profº. Drº. Antônio César Ribeiro Profª. Drª. Neuci Cunha dos Santos Profº. Drº. Sebastião J. H. Duarte Profª. Drª Wilza Rocha Pereira Profª. Ms. Débora da Silva Campos Profª. Ms. Juliana Guisardi Pereira Profª. Ms. Magali Olivi Profº. Ms. Neudson Johnson Martinho
� Educação e formação em enfermagem e saúde.
3. CONTEXTO REGIONAL
A construção do Projeto dos Cursos de Mestrado e Doutorado em Enfermagem da
FAEN toma por referência, em sua proposta, seu espaço de atuação considerando as
características sociais, demográficas e epidemiológicas do Estado de Mato Grosso para
construí-lo.
Contexto Econômico-Social
Nas últimas décadas, o Estado do Mato Grosso vem assumindo papel de destaque
no cenário nacional, graças aos elevados índices de crescimento econômico,
estreitamente associado à produção agrícola e pecuária; porém, tal crescimento tem lhe
valido também a responsabilidade pelas crescentes taxas desmatamento, sobretudo no
cerrado e na floresta tropical úmida. Tal particularidade influi no perfil populacional do
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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
estado atual, conformando necessidades de saúde distintas e peculiares da população,
em que se entrelaçam características sócio-culturais da região e de outros estados
brasileiros.
Associada à sua grande extensão territorial, Mato Grosso exibe uma baixa
densidade populacional (3,2hab/Km2), a menor da Região Centro Oeste (PORTAL
BRASIL, 2010), concentrada em aglomerações urbanas, com predomínio de municípios
de pequeno a médio porte. As cidades maiores se localizam junto aos principais eixos
rodoviários do Estado, com destaque para a rodovia federal BR 163. Essa característica
se deve ao fato de serem essas cidades, de base econômica agrícola, com destaque da
monocultura, especialmente da soja e algodão, em sua maioria, que necessitam de meios
para escoar sua produção, voltada, sobretudo, para a exportação.
Aliada a essa característica outra se coloca como importante para pensarmos na
conformação populacional do estado, o fato da colonização dos municípios de maior
destaque no Estado ter resultado de fluxos migratórios recentes, provenientes das
regiões nordeste, sul e sudeste, o que os marca culturalmente, constituindo cidades
emancipadas há bem pouco tempo.
Também é importante destacar a presença da diversidade de etnias indígenas, bem
como o fato de Mato Grosso fazer fronteira com seis estados brasileiros e com a
Bolívia, também daí recebendo influência de diferentes culturas.
A composição do quadro populacional tem como característica o fato de ser
formado por pessoas já residentes - quilombolas, índios, ribeirinhos - e os migrantes
contribuem para conformar uma população com necessidades de saúde diferenciadas de
outros contextos do país, dada sua diversidade própria.
Assim, a predominância de uma economia agrícola e a crescente urbanização,
embora ainda existam extensas áreas de matas e florestas que contribuem para sua
diversidade demográfica e ambiental, o dinamismo econômico nos anos recentes,
trazendo grandes mudanças tecnológicas e organizacionais afetando diretamente a
produção, provocaram grandes transformações nos processos de vida e nas relações de
trabalho. Para cá vieram, especialmente colonos do sul do país que obtiveram grandes
incentivos fiscais e, para a implantação e consolidação da agricultura, novos recursos
tecnológicos e a intensificação do uso de defensivos agrícolas foram sendo cada vez
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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
mais utilizados. Nesse processo, novos municípios de pequeno porte foram criados,
(população de 20 a 50mil habitantes) e, dada a carência de infra-estrutura adequada,
principalmente no que se refere às condições das estradas e ao atendimento de saúde,
tornaram precárias as condições de vida e trabalho na região (PORTO, 2009).
A malha viária do Estado apresenta, em sua maioria, condições deficientes ou
ruins de trafego em todo o território, conforme avaliado pela Secretaria de Estado de
Infra-Estrutura de Mato Grosso (SINFRA, 2010)1. Assim, em contraste com a base da
economia agrícola, cujo escoamento se faz a custa de transporte rodoviário, a malha
viária se mostra pouco expandida, sendo em grande parte ainda não pavimentada e com
manutenção bastante precária, o que se agrava nos períodos de chuva.
A indústria madeireira e a agricultura, juntamente com a pecuária e os garimpos
são setores produtivos importantes com destaque na história do Estado e guardam
semelhança também no que se refere à importância na expansão econômica, hoje
alicerçada na produção de soja, algodão e arroz (PORTO, 2009). Tais atividades
produtivas repercutem na saúde da população trabalhadora gerando necessidades de
saúde específicas, mas similares, exigindo uma formação profissional em saúde e
enfermagem que as contemplem.
Perfil Demográfico e Epidemiológico
Mato Grosso é um dos estados componentes da região Centro-Oeste e por estar
situado em uma área de ocorrência dos cerrados brasileiros, da floresta tropical úmida e
da planície do pantanal, apresenta uma grande diversidade de situações ecológicas,
sociais, econômicas, culturais e de processos de produção específicos. Possui uma
extensão territorial de 906.069km2, sendo que esta extensão se insere entre duas
maiores bacias hidrográficas brasileiras: a Bacia do Paraguai (Bacia do Rio Paraná) e a
Bacia Amazônica (PORTAL BRASIL, 2010).
Os dados sobre o estado de Mato Grosso mostram um processo de transição
demográfica e epidemiológica. O censo demográfico de 2010 registrou uma taxa de
crescimento população brasileira, no período 2000 a 2010 de, aproximadamente, 9,37%.
1 Secretaria de Estado de Infra-Estrutura de Mato Grosso. CNT reprova 74,7% da malha viária do país. Acessado em
29/10/2010. Disponível em: http://www.sinfra.mt.gov.br/TNX/conteudo.php?sid=1&cid=83
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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
Em Mato Grosso, nesse mesmo período a taxa de crescimento da população foi bem
maior, em torno de 17,9%. A população passou de 2.504.353 para 2.954.625 (BRASIL,
2010).
A esperança de vida ao nascer era, em 2006, de 72,85 anos, para a média da
população, sendo de 60,28 para os homens e de 76,59 para as mulheres. A diferença
entre homens e mulheres vem crescendo nos últimos anos e o principal motivo são as
mortes violentas de que são vítimas, em sua maioria, jovens na faixa de 10 a 29 anos
(PNUD, 2006).
A renda per capita média do Estado cresceu 40,62%, passando de R$ 204,86 em
1991 para R$ 288,06 em 2000. A pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda
domiciliar per capita inferior a R$ 75,50, equivalente à metade do salário mínimo
vigente em agosto de 2000) diminuiu 26,81%, passando de 38,0% em 1991 para 27,8%
em 2000. No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
(IDH-M) de Mato Grosso cresceu 12,85%, passando de 0,685 em 1991 para 0,773 em
2000. A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Educação, com
45,4%, seguida pela Longevidade, com 32,8% e pela Renda, com 21,8%. Neste período,
o hiato de desenvolvimento humano (a distância entre o IDH do Estado e o limite
máximo do IDH, ou seja, 1 - IDH) foi reduzido em 27,9% (PNUD, 2000). Mato Grosso
foi o Estado que mais posições conquistou na classificação do IDH-M entre 1991 e
2000, em que registrou avanço de 12,8% e passou da 13a para a 9a colocação (PNUD,
2006).
Ao longo do ano, o Estado apresenta clima quente com períodos de seca e chuva
definidos e temperatura média anual elevada (acima de 250C), uma de suas
características principais. Elementos das diferentes condições climáticas que se sucedem
ao longo do ano, tais como seca, presença de queimadas, chuvas e seus efeitos,
relacionam-se à presença e permanência de agravos à saúde na região, atribuindo-lhe
um perfil epidemiológico associado ao climatológico, com presença de doenças
tropicais associadas ou não às características climáticas locais, com destaque para a
dengue, leishmaniose, tuberculose, hanseníase e malária, dentre outros agravos
característicos de Mato Grosso e de outros estados do país.
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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
Assim sendo, os principais problemas de saúde de nossa região, tomando por
referência a mortalidade geral da população, podem ser selecionados de acordo com o
impacto que têm na população, nesse sentido, serão apresentados alguns dos problemas
de saúde que merecem destaque.
No estado de Mato Grosso, em 2005, as cinco principais causas de morte foram as
doenças do aparelho circulatório (27,68%), as causas externas (21,34%), as neoplasias
(13,68%), as doenças do aparelho respiratório (9,93%) e as doenças infecciosas e
parasitárias (5,57%), ocorrendo a inversão de relevância das doenças do aparelho
respiratório que ocupavam, em 1990, a quarta posição, passando a terceiro lugar, e o
crescimento das neoplasias (BRASIL, 2005).
Os indicadores de saúde sobre o processo de reprodução e nascimento em Mato
Grosso vêm indicando a necessidade de ampliação das medidas com vistas à maior
eficácia na prestação de serviços e atenção a saúde de mulheres em idade fértil e recém-
nascidos.
A mortalidade materna vem apresentando uma tendência de aumento nos últimos
anos, variando entre os extremos 38,13 a 82,78 óbitos de mulheres em idade fértil em
100.000 NV (em 2001 e 2005, respectivamente). As afecções perinatais permanecem
como principal causa de morte de menores de um ano (56,74% dos óbitos, em 2005),
seguidas por doenças do aparelho respiratório (7,77%), doenças infecciosas e
parasitárias (6,26%), e causas externas (2,37% dos óbitos). A mortalidade neonatal
precoce esta calculada em 9 óbitos na idade de 0 a 6 dias por 1.000 nascidos vivos
(NV), para o estado de Mato Grosso (DATASUS, 2009).
As doenças do aparelho circulatório, as neoplasias e as causas externas
representaram cerca de 63,33% do total de óbitos por causa conhecidas. A taxa de
mortalidade por doenças do aparelho circulatório, em 2006, foi de 29,44% (BRASIL,
2010) As causas externas em Mato Grosso tiveram um crescimento de 22,53% no
coeficiente de mortalidade em 2005 em relação a 1990. O aumento do risco de morte
para a população geral e, especificamente, para o sexo masculino, atingiu 151,66 por
100.000 hab. (2005).
Com relação às doenças tropicais, a Hanseníase constitui-se em um sério
problema para a gestão sanitária do estado de Mato Grosso. Em 2005, das 655 unidades
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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
básicas de saúde, 382 desenvolviam atividades de diagnóstico e tratamento, o que
correspondia a uma cobertura de serviços de 58,3% (BRASIL, 2005; MATO GROSSO,
2007). Segundo o DATASUS (2010), a prevalência de hanseníase no estado, em 2007,
foi de 13,76.
Com relação à Tuberculose, a taxa de incidência, considerando todas as formas de
infecção, vem apresentando queda nos últimos anos reduzindo de 25,07/100.000 hab.,
em 2001, para 17,21/100.000 hab., em 2007. No entanto, permanece em patamares
elevados, estando presente em cinco municípios considerados prioritários para o
Programa Nacional de Controle de Tuberculose (PNCT): Cáceres, Cuiabá,
Rondonópolis, Sinop e Várzea Grande (MATO GROSSO, 2007).
Outra doença tropical de grande relevância, ainda considerada um problema de
saúde importante para o estado é a Malária, fato comprovado ao se considerar que
foram registrados 5.087 casos de malária de janeiro a outubro de 2004, o que
corresponde a 1,3% do total de casos da região Amazônica (BRASIL, 2005).
No Estado de Mato Grosso, nos anos de 2003 e 2004, foram notificados 13.710 e
4.366 casos de dengue, com incidência de 517,1 e 161,8 por 100.000 habitantes
respectivamente. A comparação do número de casos notificados no ano de 2004, em
relação ao ano de 2003, aponta uma redução de, aproximadamente, 69,0% das
notificações desse agravo. A distribuição de incidência de casos notificados por
municípios, no ano de 2004, indicam que, aproximadamente, 51,8% dos municípios
apresentaram taxa de notificação de dengue maior que 1 e menor que 200 por 100.000
habitantes (BRASIL, 2005; MATO GROSSO, 2006).
Para além, outros problemas de saúde apresentam números alarmantes como é o
caso da AIDS, que até dezembro de 2003, teve 3.533 casos registrados, sendo
registradas no estado as seguintes taxas de mortalidade - 4,7 e 4,9/100 mil hab. nos anos
de 1996 e 2002, respectivamente. Nesse mesmo período foram registrados 70
casos de transmissão vertical do HIV em Mato Grosso (BRASIL, 2005).
Rede de serviços de saúde
A rede de serviços de saúde no Estado organiza-se na lógica da demarcação
territorial, ou seja, distribui-se em grandes regionais de saúde a partir de cidades pólo.
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Para cumprir com preceitos constitucionais e do SUS o estado de Mato Grosso vem
organizando um processo de cooperação entre os municípios que foram divididos em 17
Escritórios Regionais de Saúde: Cuiabá, Rondonópolis, Barra do Garças, Cáceres,
Juína, Porto Alegre do Norte, Sinop, Tangará da Serra, Diamantino, Alta Floresta,
Juara, Peixoto de Azevedo, Água Boa, Pontes e Lacerda, São Félix do Araguaia,
Colíder e Alto Araguaia.
Essa cooperação se traduziu na formação dos consórcios intermunicipais de
saúde, acordados entre municípios com o objetivo de suprir, em parte, a deficiência da
assistência à saúde nos municípios, compartilhando recursos. No entanto, essa
estratégia, embora meritória em sua concepção, mostra-se pouco resolutiva, dada a
lógica também mercantilista da saúde.
Para responder às necessidades de saúde do Estado ocorreu a expansão da rede de
atenção à saúde pública e privada em 26,52%, sendo que o maior acréscimo foi na rede
privada com 41,84% e de 8,74 na rede pública. Em janeiro de 2009 havia cadastrados
no CNES 3.506 estabelecimentos de saúde. Destes, 1.394 eram estabelecimentos
públicos, sendo que 90,89% desses estabelecimentos foram constituídos para a
ampliação da rede ambulatorial, numa clara indicação do início de reversão do modelo
"hospitalocêntrico" antes predominante. Esta tendência se diferencia quanto ao que se
refere ao tipo de atendimento prestado, enquanto para o atendimento ambulatorial
93,23% dos estabelecimentos de saúde eram públicos, para as internações 55% dos
estabelecimentos hospitalares pertenciam ao setor privado, em janeiro de 2009.
(DATASUS, 2009).
Apesar de tal dado evidenciar a magnitude da iniciativa privada no setor terciário
da saúde, o Estado apresentava, em 2009, cobertura populacional de 61,7% pela equipe
de saúde da família e 40,8% de saúde bucal (DATASUS, 2009), o que demonstra a
relevância que vem sendo dada à Atenção Básica de Saúde em Mato Grosso.
Os leitos disponíveis no Estado para o SUS sofreram pequena alteração entre
2005 e 2008, ocorrendo à redução de 2%. Provavelmente, esta mudança esteja atrelada a
lógica do sistema de saúde que privilegia a atenção básica e as ações ambulatoriais. Em
dezembro de 2008 existiam disponíveis 7.467 leitos em MT, 70% dos quais eram
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privados, embora parte expressiva deles estivesse disponível para o sistema público
(72,62%) (DATASUS, 2009).
A baixa densidade demográfica do estado aliada à concentração dos serviços de
saúde de média e alta complexidade na região Centro-Sul de MT tem gerado certo
desequilíbrio em relação à disponibilização dos serviços de saúde às demais regiões,
refletindo nas trajetórias empreendidas pela população em busca de satisfação as suas
necessidades de saúde, condicionando deslocamentos de grandes distâncias,
principalmente no que diz respeito à população da Região Norte do Estado.
A necessidade de enfermeiros para Região
A implementação do SUS estimulou a melhor distribuição dos profissionais de
saúde pelo país. A proporção de enfermeiros por mil habitantes vem apresentando
significativo crescimento, no período 1997 a 2001, cresceu 15,5%. Esse crescimento
ocorreu em todas as regiões, tendo sido maior na Região Centro-Oeste (27%). Em Mato
Grosso a proporção de enfermeiro por mil habitantes, em janeiro de 2009 foi de
0,59%/habitantes (DATASUS, 2009).
O Estado de Mato Grosso conta com um número insuficiente de enfermeiros para
o atendimento à população. Segundo o Conselho Regional de Enfermagem - COREn –
MT (2009), o número de enfermeiros registrados em 2009 era de 2.894, para uma
população de 3.001.692 habitantes. Quando se considera o padrão numérico previsto
pela Organização Mundial de Saúde, que recomenda 1 enfermeiro/1000 habitantes, o
estado de Mato Grosso possui 0,96 enfermeiros/1000 hab., evidenciando um déficit
quantitativo.
Tomando por base a resolução nº 146 de 01 de junho de 1992 do Conselho
Federal de Enfermagem, que determina que todo o estabelecimento de saúde onde haja
atividades de enfermagem, deva ter, obrigatoriamente, enfermeiro para assumir a
responsabilidade técnica, e que segundo o registro de Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de Saúde (CNES- 2009), existem 3.845 estabelecimentos de saúde em
Mato Grosso, podemos afirmar, grosso modo que existe déficit numérico de
enfermeiros, considerando um enfermeiro para cada estabelecimento. Assim, é preciso
considerar que Mato Grosso conta com um crescente contingente de profissionais de
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saúde, mas este ainda é insuficiente, em número, para a atuação frente às necessidades
da população.
Frente ao exposto, pode-se considerar que uma região com perfil sócio-
epidemiológico tão complexo e com um aparato assistencial em saúde dependente de
projetos de aprimoramento requer profissionais de saúde e enfermagem melhor
preparados para enfrentar o desafio de manter o SUS através do oferecimento de
serviços que assegurem o cumprimento de seus princípios.
4. O PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM:
JUSTIFICATIVA PARA SUA EXISTÊNCIA
Em Mato Grosso, ao longo das últimas décadas, vem ocorrendo crescente
aumento de escolas de graduação enfermagem na capital e interior do Estado, fato que
tem determinado a carência de docentes com pós-graduação stricto sensu para
composição de seus quadros de docentes, uma vez que enfermeiros com essa formação
concentram-se na UFMT.
A necessidade de capacitação de enfermeiros estende-se aqueles que atuam na
assistência e em postos de gerência nas Secretarias Municipal de Saúde e Secretaria de
Estado da Saúde de Mato Grosso (SES-MT). De igual modo, inclui enfermeiros que
atuam em escolas de nível médio de enfermagem e em unidades estratégicas de
formação, como a Escola de Saúde Pública da SES/MT.
Profissionais enfermeiros do Estado deparam-se com a dificuldade de acesso aos
poucos cursos de mestrado/doutorado existentes na capital, devido à insuficiência de
vagas, o que se soma à dificuldade de deslocamento para outros centros formadores
distantes da capital.
Neste sentido, a Faculdade de Enfermagem da UFMT tem o compromisso de
contribuir com a formação de enfermeiros para o estado e região, cabendo ao Programa
de Pós-Graduação em Enfermagem garantir condições de excelência para a capacitação
de enfermeiros, docentes de cursos de graduação e com a produção do conhecimento em
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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
enfermagem com vistas ao desenvolvimento de pesquisas científicas voltadas para as
necessidades em saúde regionais.
Em curto prazo, considera-se que a oferta de cursos de pós-graduação stricto
sensu é fundamental ao fortalecimento das linhas de pesquisa existentes e a se
constituírem, e ao crescimento da produção científica na Instituição, considerados pelo
Ministério da Educação como primordiais à produção de qualidade em Instituições de
Ensino Superior. De igual modo, avalia-se que somente com o incremento local da pós-
graduação se responderá mais efetivamente às demandas de pesquisa advindas das
especificidades socioculturais da Região, o que é de fundamental importância tanto ao
desenvolvimento regional como nacional (UFMT, 2005d).
No contexto da FAEN, na atualidade, os Grupos de Pesquisa vêm desenvolvendo
estudos com enfoques temáticos e metodológicos diversos, a exemplo do Grupo de
Pesquisa Projeto Argos, que hoje se compõe de três subgrupos - grupo de estudos do
envelhecimento e da pessoa idosa – GEEPI; Grupo de estudos sobre a saúde da criança
e do adolescente - GESCA e o GERAR: conhecimentos e práticas em saúde
reprodutiva.
O GEEPI foi criado em 2009 e, atualmente, participam do grupo docentes da
FAEN e de outras Instituições de Ensino Superior, alunos do Curso de Mestrado em
Enfermagem, de Iniciação Científica, discentes de graduação em enfermagem da UFMT
e de escolas privadas, bem como, de profissionais de saúde vinculados à rede de serviço
e de ensino da capital.
O GEEPI tem por objetivos:
- Desenvolver estudos e pesquisas interdisciplinares e interinstitucionais na área do
envelhecimento, da pessoa idosa, seus familiares e cuidadores a partir das bases
da gerontologia;
- Desenvolver estudos e pesquisas interdisciplinares e interinstitucionais na área do
envelhecimento, da pessoa idosa, seus familiares e cuidadores a partir das bases
da gerontologia;
- Atuar em disciplinas de graduação e pós- graduação que tratem do
envelhecimento e da pessoa idosa, seus familiares e cuidadores, dando sustentação
á área de concentração e linha de pesquisa do Programa de Mestrado da FAEN;
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- Produzir e publicar artigos científicos, livros, comunicações sobre
envelhecimento, pessoa idosa, seus familiares e cuidadores;
- Participar de eventos científicos com apresentação de trabalhos sobre o tema
envelhecimento, pessoa idosa, seus familiares e cuidadores;
- Capacitar e treinar recursos humanos para atuar na área de gerontologia;
- Desenvolver projetos de extensão voltados para a atenção à saúde da pessoa idosa,
seus familiares e cuidadores;
- Estabelecer um fórum de discussão permanente sobre envelhecimento, pessoa
idosa, seus familiares e cuidadores, com profissionais e acadêmicos das diversas
áreas de conhecimento que possam contribuir para a melhoria da qualidade de
vida e saúde dessa população;
- Prestar assessoria e consultoria à comunidade através de parcerias com entidades
governamentais e não-governamentais.
O GESCA toma por referência que o Ministério da Saúde, entre 2000 e 2007,
registrou no estado de Mato Grosso 7.469 óbitos infantis (crianças com menos de um
ano de idade). No ranking estadual, o maior número de mortes ocorreu nos municípios
de Cuiabá (1.313), Várzea Grande (639), Rondonópolis (407), Cáceres (319) e Sinop
(257) (BRASIL, 2009).
Por sua vez, Cuiabá apresentou um coeficiente de Mortalidade Infantil de 16,5 por
mil nascidos vivos no ano de 2008. No que tange a dimensão da mortalidade
proporcional por idade, no ano de 2008, o coeficiente de Mortalidade Neonatal foi de
10,3 para cada mil nascidos vivos em Cuiabá e o pós-neonatal de 6,2 para mil nascidos
vivos. A principal causa da mortalidade infantil no município foram as afecções
perinatais, referentes a problemas de gestação, parto e fatores maternos, apresentando
um coeficiente de 9,1 para mil nascidos vivos (SECRETARIA MUNICIPAL DE
SAÚDE, 2009).
Essas informações são fundamentais para eleição das temáticas do grupo, uma vez
que, a prevenção da morte neonatal merece atenção especial na atenção básica em pré-
natal e ao neonato, que possivelmente demandam mudanças em sua organização,
estrutura e práticas assistenciais coerentes com a construção do novo modelo
assistencial para o SUS.
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Nesta perspectiva, o grupo tem investido em estudos seqüenciados que avançam
na compreensão do problema da mortalidade infantil/neonatal de suas
causas/determinantes e repercussões sociais, familiares e individuais e na
análise/avaliação de sua relação com a qualidade dos serviços e ações assistenciais
relacionados, tendo em vista localizar dificuldades e potenciais à superação do
problema.
A qualidade da atenção à saúde é resultante de diferentes fatores articulados: de
definição políticas, da organização e estrutura dos serviços de saúde, dos recursos
disponíveis e dos processos de trabalho gerenciais e assistenciais. Considerando esses
aspectos, um campo temático de produção do grupo tem se voltado a estudos de
qualidade das práticas assistenciais no âmbito da atenção à saúde da criança. Os estudos
propostos enfocam a qualidade da atenção à saúde do neonato, no âmbito da atenção
terciária, especialmente aqueles que avaliam a estrutura da atenção hospitalar, bem
como a qualidade da assistência na perspectiva da humanização. Nessa mesma direção,
tem-se investido em pesquisas que avaliam a atenção à criança na rede básica de saúde
de Cuiabá-MT, com ênfase em sua organização e assistência e nas práticas de
enfermagem, considerando a necessidade de reafirmar práticas bem sucedidas, melhorar
a assistência em saúde e enfermagem e reduzir os índices de morbimortalidade infantil/
neonatal presentes no município.
Outra temática de investigação cientifica do grupo contempla os acidentes e as
violências, que sob a denominação de causas externas (causas acidentais e intencionais),
configuram-se como uma das mais importantes causas de morbimortalidade no grupo de
crianças, adolescentes e jovens (faixa etária de 0 a 24 anos de idade), repercutindo em
custos humanos, sociais e econômicos (MARTINS; MELLO JORGE, 2010).
Na região Centro-Oeste, em 2006, mais de 30% dos óbitos por causas externas
ocorreram na população infanto-juvenil (0 a 24 anos) (BRASIL, 2006b). Em Mato
Grosso, no mesmo ano, as mortes devido a causas externas na população infanto-juvenil
chegaram a 40% (BRASIL, 2006c). Em Cuiabá, no ano de 2006, ocorreram 200 mortes
por causa externas nas faixas etárias de 0 a 24 anos, ficando entre as cinco capitais do
país que apresentaram maiores taxas de mortalidade por causas externas neste grupo
(BRASIL, 2006d).
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Na capital de Mato Grosso, as causas externas se encontram como causa de morte
em todas as faixas etárias, com maior predomínio na de 15 a 24 anos. Nesta mesma
faixa etária o tipo de causa externa que mais prevalece é a agressão, seguida dos
acidentes de transporte (BRASIL, 2007).
Neste sentido, torna-se essencial compreender essa dinâmica a fim de possibilitar
a realização de ações educacionais e de saúde que visem a inibir e prevenir as causas
externas, tanto a acidental como a intencional, o que tem direcionado a produção
científica deste grupo de pesquisa. O grupo visualiza a necessidade de produzir
informações locais que mostrem, efetivamente, qual a dimensão do problema, quais os
grupos mais vulneráveis, onde eles se localizam, quais os fatores envolvidos, entre
outras variáveis. Tais informações podem ajudar a produzir ações mais eficientes de
combate às causas externas.
Outra temática que tem direcionado os trabalhos do grupo de pesquisa diz respeito
à sexualidade na adolescência. Apesar da intensificação das campanhas para uso do
preservativo nos últimos anos e das diversas propostas de orientação sexual para
adolescentes, os índices de gravidez / DST / AIDS ainda chamam a atenção para a
necessidade de compreender como os adolescentes exercitam sua sexualidade, quais
suas expectativas, dificuldades, temores, idéias, valores, práticas e comportamentos
(DOWSETT, 2006).
De janeiro a outubro de 2008, as internações por gravidez, parto e puerpério entre
meninas de 15 a 19 anos representou 22,8% de todas as internações pela mesma causa.
No Mato Grosso, esta proporção aumenta para 26,1% e em Cuiabá chega a 24,0%
(DATASUS, 2008). Visando compreender melhor como o adolescente vivencia sua
sexualidade a fim de contribuir para políticas específicas, o grupo de pesquisa vem
desenvolvendo pesquisa e atividades de extensão sobre a temática.
Assim, o GESCA tem como objetivos: desenvolver estudos e pesquisas sobre o
cuidado à saúde da criança e do adolescente nos diferentes âmbitos assistenciais e
estabelecer uma rede de intercâmbios e cooperação entre pesquisadores e profissionais e
instituições envolvidas com a saúde da criança e adolescente e articular atividades de
pesquisa, ensino de graduação e pós-graduação e de extensão na UFMT/Faculdade de
enfermagem. Para alcançar tais objetivos o grupo elege como temáticas de estudos:
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- Vulnerabilidade na adolescência;
- Agravos externos em crianças e adolescentes;
- Atenção à saúde da criança na rede de atenção básica e hospitalar;
- Humanização do cuidado na atenção à saúde da criança;
- Qualidade da atenção à saúde da criança.
Com relação ao GERAR - conhecimentos e práticas em saúde reprodutiva –, foi
organizado em 2009/2 e congrega docentes da Faculdade de Enfermagem da UFMT da
área de Saúde Reprodutiva e Sexual, alunos do Programa de Mestrado em Enfermagem
e de Graduação em Enfermagem da instituição, além de profissionais de saúde de outros
órgãos que atuam na área.
Funda-se na experiência de pesquisadores do Grupo Argos no desenvolvimento
de pesquisas e orientações de alunos de mestrado e de iniciação cientifica na área, que
capitaliza um potencial que se soma à necessidade de investimento contínuo,
sistemático e articulado em torno do assunto.
O grupo constitui-se em um espaço de estudo, produção e socialização de
conhecimentos e tecnologias em saúde reprodutiva e sexual. A sua produção volta-se a
questões relativas aos sujeitos e ao cuidado à saúde reprodutiva e sexual de pessoas,
famílias e comunidades no cenário regional, a partir de diferentes abordagens –
epidemiológica, de gênero e crítico-social.
Toma como temáticas de estudo: saúde-doença e necessidades de cuidado à
saúde reprodutiva e sexual; sujeito trabalhador, usuário e família, saúde e cuidado à
saúde reprodutiva e sexual; organização e gestão da atenção básica e hospitalar à saúde
reprodutiva e sexual; práticas de cuidado e tecnologias em saúde reprodutiva e sexual;
práticas específicas de Enfermagem em saúde reprodutiva e sexual.
Os objetivos de trabalho do subgrupo são:
- Estimular e instrumentalizar a participação de alunos de graduação e pós-
graduação e de profissionais da rede na produção e socialização de conhecimentos
na área de saúde reprodutiva e sexual.
- Propor e desenvolver projetos integrados de pesquisa, de produção de tecnologias
e socialização de conhecimentos na área, considerando necessidades e
potencialidades da rede local/estadual de atenção à saúde.
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- Socializar conhecimentos, experiências e potenciais de trabalho do grupo.
O subgrupo prioriza problemáticas regionais como o elevado número de óbitos
de mulheres e crianças ao nascimento decorrentes de complicações da gestação, do
parto e puerpério. No estado, os índices de óbito materno encontrados sugerem uma
tendência de queda, mas essa deve ser interpretada com cautela face à subinformação,
ao subregistro e ao fato de que os índices ainda permanecem altos. Em 2000, a Razão de
Mortalidade Materna (RMM) em Mato Grosso foi de 69,38 por 100.000 nascidos vivos
e, em 2008, o índice caiu para 60,87 (MATO GROSSO, 2009). A mortalidade neonatal
no estado também é significativa, embora também apresente tendência de queda. Em
2004 ela correspondeu a 12,7 óbitos por 1.000 nascidos vivos; foi de 11,9 em 2005 e
10,8 em 2006 (BRASIL, 2009b). As suas principais causas estão ligadas às condições
de gestação e nascimento (VICTORA, 2001; BRASIL, 2004). Sem desconsiderar a
relação da morte materna e neonatal com aspectos econômico-sociais e culturais, sabe-
se que sua prevenção e controle dependem de cuidados à saúde reprodutiva acessíveis e
de boa qualidade, englobando o momento pré-gestacional, pré-natal, do parto e pós-
parto. Assim, o subgrupo busca avançar na compreensão do problema, das suas causas e
repercussões sociais, familiares e individuais e na análise/avaliação de sua relação com
a qualidade dos serviços e ações assistenciais relacionados, considerando a importância
da participação da Enfermagem, e tendo em vista localizar dificuldades e potenciais à
superação do problema.
No campo da saúde sexual, os elevados índices de gravidez na adolescência, as
doenças sexualmente transmitidas, e a importância epidemiológica do câncer de mama e
de colo de útero na mulher no cenário regional também são considerados problemáticas
importantes que demandam estudos não só voltados à identificação de sua expressão no
estado, mas também acerca de como são percebidos e vivenciados pelos acometidos e
famílias e como são incorporados no campo das ações políticas e das práticas de
cuidado à saúde e Enfermagem.
Outro grupo de pesquisa que dá sustentação à produção científica da FAEN é o
Grupo Enfermagem, Saúde e Cidadania (GPESC), que tem realizado estudos e
pesquisas nas quais são considerados o contexto de vida e saúde no Estado de Mato
Grosso, com desafios continentais a serem enfrentados, dadas as suas principais
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características geo-sócio-demográficas e um perfil populacional em que merece atenção
as diferentes culturas que aqui coexistem. O grupo assume que pessoas, família e
comunidades têm modos próprios de viver e morrer, adoecer e se cuidar, por meio de
diferentes sistemas de cuidado, cada qual com suas possibilidades cuidativas, o que
conforma necessidades de saúde também distintas.
Em relação à extensão territorial, certa distribuição de bens e serviços, com
concentrações importantes ao sul do Estado, e também carências de diversas ordens,
dentre eles de estruturas de saúde, tem se refletido nas trajetórias de cuidado da
população, com percursos dificultados, entre outros, pelas grandes distâncias e por uma
malha viária pouco expandida e precária. Este conjunto de condições influencia o modo
como a população busca resolver seus problemas de saúde nos diferentes subsistemas
de cuidado, e acessa os serviços de saúde no Sistema Único de Saúde (SUS) do Estado,
em seus distintos níveis de atenção.
Entender a realidade de vida e saúde, experiências de cuidado, adoecimento e
finitude de pessoas, famílias e comunidade, bem como os afetamentos e a efetividade
das práticas profissionais de saúde em suas vidas, direciona o grupo a assumir uma
postura ético-crítica, na qual se reconhece a centralidade das pessoas no contexto do
cuidado. Assim, compreende-se a saúde como um valor humano fundamental, pois
compartilhado indistintamente por todos os seres humanos, considerado a força do seu
sentido mediador; e a necessidade do Direito à Saúde ser consubstanciado em práticas
concretas que permitam o cuidado efetivo e resolutivo para as pessoas.
O Grupo tem investido esforços na busca por compreender experiências de
cuidado, adoecimento e sofrimento, particularmente aquelas que envolvem agravos de
maior permanência no tempo, tal como as condições crônicas (OMS, 2002) e processo
de finitude, exigindo sensibilidade e reconhecimento dessas experiências na constituição
de cuidado que possa abarcá-las.
Assim, dentre os desafios a serem enfrentados, está a própria compreensão de
como as pessoas vivem, adoecem e se cuidam, atribuindo-lhes significados próprios;
bem como os sentidos que nossas práticas têm para elas. Pois, no encontro profissional-
pessoa cuidada, o cuidado efetivo e resolutivo só pode ser alcançado pelo
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reconhecimento destes modos próprios de viver das pessoas, os quais precisam ser
incorporados nas práticas profissionais com perspectiva da Integralidade.
Para o GPESC, estes desafios podem ser representados na questão direcionadora:
“Como o Cuidado de Enfermagem pode se integrar à experiência de cuidado e
adoecimento de pessoas, famílias e comunidades, de modo a construir práticas e saberes
em Enfermagem que possam ser implicados nesta experiência”.
Compreender experiências de pessoas, família e comunidades tem exigido
abordagens teórico-conceituais e metodológicas que possibilitem apreender as relações
e atribuições de sentidos pelas próprias pessoas ao que seja saúde, adoecimento,
cuidado, finitude, dentre outros, em suas diversas dimensões, sejam pessoais, familiares,
comunitárias, sociais, culturais, institucionais e políticas. Desta forma, busca-se
compreender como o cuidado à saúde se realiza como experiência própria,
personalíssima, integrando o próprio viver cotidiano e, para tanto, privilegiamos
abordagens qualitativas em pesquisa que lhes permitam expressar suas vivências e, à
nós, compreender o cuidado integrado ao contexto sociocultural do qual as pessoas
fazem parte.
O GEFOR foi formalmente organizado em 2008, mas iniciou suas atividades em
2006 desenvolvendo pesquisas na área de formação e gestão de recursos humanos em
saúde e enfermagem, com a participação de professores, alunos e profissionais.
Tem por objetivo desenvolver teorias, práticas, tecnologias e metodologias que
norteiem o saber e o fazer em saúde e enfermagem em torno dos direitos humanos,
direitos à saúde, da ética e da bioética, de maneira a embasar a construção da autonomia
e da cidadania de usuários e trabalhadores de serviços de saúde.
Está organizado em torno de duas linhas:
a) Educação e Formação em Enfermagem e Saúde que tem como objetivo
desenvolver pesquisas e práticas que ampliem os fundamentos teóricos
filosóficos e metodológicos na educação em saúde e enfermagem e que possam
contribuir com a reflexão e proposição de novas políticas e práticas na formação
em saúde e enfermagem;
b) Gestão de Pessoas e Processos no Mundo do Trabalho e da Educação em
Enfermagem que tem como objetivo produzir estudos, tecnologias e práticas
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para a gestão de pessoas e processos no mundo do trabalho e da educação em
enfermagem.
Com seus estudos o grupo busca o desenvolvimento de estudos, pesquisas e
práticas que ampliem os fundamentos teóricos filosóficos da educação em saúde e
enfermagem, gestão de serviços de saúde e práticas de saúde, contribuindo com a
reflexão e proposição de políticas de formação e gestão em saúde e enfermagem no
âmbito nacional e locorregional.
Assim, frente a este contexto, no que diz respeito à produção científica emergente
da FAEN, após a criação do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Enfermagem
– nível mestrado, em 2005, os grupos de pesquisa têm envidado esforços na busca da
construção de um conhecimento científico que responda às demandas regionais de
saúde, e promovam o desenvolvimento da profissão da enfermagem.
Para além disso, destaca-se a necessidade de produzir conhecimentos científicos
próprios da enfermagem sobre o cuidar voltado para as características regionais e
mudanças processadas no setor, em sua organização, relações e práticas diversas e suas
repercussões na vida, saúde, doença e atenção de suas várias populações.
Deste modo, a Enfermagem-UFMT, assumindo seu compromisso, busca expandir
suas atividades de pesquisa e pós-graduação, encaminhando este Projeto à CAPES para
reestruturação do Programa de Mestrado em Enfermagem para o ano de 2011, no que
vem especialmente envolvendo seu quadro de doutores, considerando o necessário
cumprimento de critérios estabelecidos para abertura de novos cursos, reconhecendo a
necessidade de permanente investimento para consolidação do ensino de Pós-Graduação
e da pesquisa na FAEN.
Com essa reestruturação do Programa de Mestrado assume-se mais fortemente o
compromisso com a apropriação e produção científica crítica em torno da realidade de
saúde e do SUS regional, com o objetivo de reforçar o papel da FAEN em pesquisa no
contexto da formação em enfermagem e produção de conhecimento regional.
Assim, a FAEN assume o desafio de promover um forte movimento para
ampliação e qualificação de enfermeiros através da oferta da pós-graduação stricto
sens;, para tanto, é preciso considerar a carência de cursos stricto sensu na área de
enfermagem e saúde, não só no Estado, mas em toda a Região Norte e Centro-Oeste.
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Por se localizar em uma área espacial estratégica, o Mestrado em Enfermagem em
Cuiabá continuará respondendo a necessidades de Mato Grosso do Sul e de outros
estados da Região Norte.
Assim, esta proposta busca somar esforços e recursos para multiplicar os
resultados da ação universitária sobre a formação, a produção e a prática no campo da
enfermagem e educação em enfermagem em nossa Região.
5. ORGANIZAÇÃO ACADÊMICA DO PROGRAMA
Projeto Político-Pedagógico
Finalidade e Objetivos do Programa
A Pós-Graduação stricto sensu em Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da
UFMT (PGE – FAEN/UFMT) tem por finalidade formar mestres para a região, com
competência para promover a saúde, desenvolver a ciência e a prática de Enfermagem, e
fortalecer o sistema de cuidados à saúde, considerando características sociais e
epidemiológicas e desafios do setor saúde no estado. Pretende-se fomentar o
desenvolvimento de grupos de pesquisa e de cursos de pós-graduação em Enfermagem
na região e propiciar o surgimento de novas vocações em pesquisa na área.
A PGE – FAEN/UFMT observa orientações estabelecidas à atuação da
Enfermagem na instituição, articuladores da graduação e pós-graduação, que
compreendem: o compromisso com a formação de enfermeiros; o desenvolvimento da
ciência de Enfermagem e de suas práticas de cuidado à saúde, sendo consideradas a
característica interdisciplinar deste e as especificidades do fazer em Enfermagem; a
promoção da melhoria da realidade de saúde de Mato Grosso; e o compromisso com a
integralidade da atenção à saúde e com a efetivação do Sistema Único de Saúde (SUS)
constitucional. Ou seja, pretende-se que a Enfermagem na instituição, através de suas
práticas técnico-científicas, ético-políticas e pedagógicas, de formação, produção de
conhecimento e extensão em torno do cuidado à saúde e do específico cuidado de
Enfermagem, participe da produção da saúde da população do estado e alie-se à
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construção do SUS e da integralidade em saúde na região e no país. A PGE –
FAEN/UFMT, assim, articula a potencialidade da formação stricto sensu a esses eixos
institucionais, ocupando-se do cuidado à saúde e, como parte deste, do cuidado de
Enfermagem, contribuindo para a melhoria das ações de saúde na região.
A partir dessa direção, a PGE – FAEN/UFMT tem por objetivo geral contribuir
com a formação de enfermeiros da região para a pesquisa, a inovação tecnológica e o
exercício profissional especializado, tendo em vista a melhoria do cuidar em
Enfermagem em estreita correlação com o contexto regional e suas necessidades. São
objetivos específicos do Mestrado em Enfermagem na FAEN/UFMT:
- Desenvolver conhecimentos e habilidades cientiífico-tecnológicos em pesquisa
em Enfermagem e saúde.
- Ampliar conhecimentos e habilidades relativos à prática docente de formação e
desenvolvimento de pessoas em Enfermagem e saúde.
- Produzir conhecimentos científicos que propiciem inovações no cuidar, educar e
gerenciar em Enfermagem.
- Desenvolver autonomia intelectual e pessoal, compreensão profissional, ética e
social, e atitude propositiva em relação ao desenvolvimento regional.
- Propiciar a articulação com grupos e centros de pesquisa e pós-graduação de
outras Instituições de Ensino.
Perfil Profissional do Mestre
Com a PGE – FAEN/UFMT pretende-se formar mestres comprometidos com a
apropriação crítica de questões prioritárias da realidade de saúde e da prática de
Enfermagem e com a construção do SUS regional; competentes na produção e inovação
de conhecimentos científicos em Enfermagem e de ferramentas tecnológicas
assistenciais, educativas e gerenciais em saúde; e competentes na produção de
desenvolvimento do cuidado à saúde e do cuidado como núcleo específico da
Enfermagem.
Área de concentração do Curso de Mestrado
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O curso de mestrado da FAEN/UFMT, observando a orientação para a atuação da
Enfermagem na instituição, articula-se em torno de eixos centrais agregadores da
produção científica da Enfermagem, sendo consideradas a trajetória e a potencialidade
dos grupos de pesquisa expressas nos conhecimentos produzidos e socializados, na
formação dos pesquisadores, no ensino de graduação e de pós-graduação e em práticas
de extensão.
São eixos articuladores da PGE – FAEN/UFMT:
- Saúde e organização do cuidado no cenário regional: abrangendo estudos sobre
condições, potenciais, necessidades e perfis de saúde da população e sobre a
organização e potenciais da rede de cuidados à saúde no estado.
- Os sujeitos frente a questões de saúde, doença e do cuidado: incluindo estudos que
focam indivíduos, famílias, comunidades, cuidadores, trabalhadores da
saúde/enfermagem frente a experiências, momentos ou processos de vida e
adoecimento, frente a sofrimentos, necessidades e ao trabalho e cuidado à saúde.
- O cuidado assistencial, a gestão e educação em Enfermagem: abarcando estudos
sobre o cuidado à saúde, a formação e gestão em Enfermagem, e sobre práticas e
tecnologias de cuidado de Enfermagem.
Esses temas se entrecruzam enfocando o cuidado à saúde e o privativo cuidado de
Enfermagem, a intersubjetividade que lhe é peculiar, e a sua inserção em um contexto
social regional com necessidades, potencialidades e problemáticas típicas.
Desse modo, assume-se como área de concentração da PGE – FAEN/UFMT a
“Enfermagem e o cuidado à saúde regional”, sustentada em duas linhas de pesquisa:
Linha 1) Estudos do cuidado à saúde: que compreende a produção de
conhecimento científicos voltados a questões relativas ao cuidado à saúde de pessoas,
famílias e comunidades no cenário regional, em interface com a Enfermagem. Nesta
linha são abordados os temas:
- Saúde-doença e necessidades de cuidado à saúde
- Os sujeitos e a saúde
- Dimensão ética e do direito à saúde
- Redes e práticas de cuidado à saúde
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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
- Serviços e práticas assistenciais e gerenciais de cuidado à saúde.
Linha 2) Estudos do cuidado de Enfermagem: que compreende a produção de
conhecimentos científicos sobre questões relativas a práticas do núcleo específico da
Enfermagem, nos âmbitos assistencial, gerencial e educativo. Nesta linha são abordados
os temas:
- Cuidado assistencial de Enfermagem em serviços de saúde
- Os sujeitos e o cuidado de Enfermagem
- Práticas e tecnologias de cuidado de Enfermagem
- Educação em Enfermagem
- Gerenciamento do cuidado de Enfermagem
Fundamentos teórico-metodológicos do Curso
Mundialmente, a Enfermagem é reconhecida como uma profissão que tem
como finalidade social cuidar de pessoas sadias e doentes, para manter ou restaurar sua
saúde, tendo como núcleo específico de sua prática o cuidado de Enfermagem. Este é
distintivo primordial do conhecimento e do fazer de Enfermagem e define o seu corpo
científico e profissional.
Historicamente, essa finalidade social é cumprida mediante práticas de
Enfermagem de natureza assistencial, gerencial e de formação de pessoas. Seus
trabalhadores atuam assistencialmente através do cuidado individual e coletivo à saúde
e, em especial, o enfermeiro, integrante da equipe de Enfermagem, realiza a gestão de
serviços e a gerência do cuidado de Enfermagem, de modo a viabilizá-lo. No campo da
formação, o cuidar em Enfermagem é tomado como núcleo do processo de ensino e
aprendizagem profissional.
A tarefa de cuidar da saúde, contudo, não lhe é exclusiva, uma vez que esta é
prática compartilhada com outros trabalhadores do setor saúde e de outros setores
sociais, com cuidadores familiares, com outros grupos e sujeitos sociais, incluindo o
cuidado das pessoas a si mesmas.
Na atualidade, várias áreas profissionais da saúde vêm se identificando como
profissões de cuidado, entendendo-se que no campo da saúde este é a sua razão de ser,
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sendo ao mesmo tempo meio e fim das ações desenvolvidas pelos diferentes
trabalhadores que nele atuam (Silva Junior; Pontes; Henriques, 2006).
O caráter coletivo da prática institucionalizada em saúde articula várias
profissões no cuidar da saúde humana (Mendes-Gonçalves, 1992), o que lhes imprime
responsabilidades comuns e abrangentes, além das específicas que definem o núcleo
profissional (Campos, 1997).
Além disso, o cuidado à saúde também se efetiva através do cuidado de si,
do cuidado popular, do cuidado familiar, do cuidado de membros de uma rede social,
que o realizam como parte da própria constituição e garantia da vida individual e
coletiva. Ou seja, o cuidado à saúde não é prática exclusiva das profissões de saúde,
pois não se restringe ao que se encontra institucionalizado no setor saúde (Teixeira,
2003).
Estudiosos (Merhy, 2002a; Ayres, 2001) têm evidenciado que a prática
institucional de cuidar em saúde caracteriza-se pelo encontro entre pessoas – os que
portam necessidades e os que dispõem de competências para responder a estas. Assim, o
cuidado em saúde possui um caráter relacional, na medida em que este se processa em
ato, através da interação e comunicação, abrigando certa autonomia tanto por parte dos
trabalhadores quanto dos usuários. Assim, também o cuidado institucionalizado efetiva-
se com a participação de trabalhadores e dos usuários dos serviços e ações de saúde.
Mesmo que não tenha exclusividade sobre o cuidado, a Enfermagem o
realiza de modo peculiar, mediante uma relação contínua de reciprocidade e
interatividade com aqueles que são sujeitos de suas ações, com os quais compartilha
ações de cuidado, e que ultrapassam a aplicação de elementos técnicos abrangendo
contínua interação (Backes et al, 2006). Além disso, a especificidade do cuidar em
Enfermagem é dada pelo que esta social e historicamente recorta como necessidades a
serem supridas (necessidades de cuidado de Enfermagem), total ou parcialmente, e
pelos saberes e outros meios específicos da área usados na realização do cuidado.
Como profissão do cuidado em saúde, a Enfermagem integra o campo das
ciências da saúde e, no Brasil, legalmente, a ela são atribuídas ações exclusivas de
cuidado e de gestão do cuidado de Enfermagem e ações de cuidado e de gestão da saúde
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compartilhadas com outros integrantes da equipe de saúde, ambas fundamentais à
efetivação da atenção integral à saúde.
A Enfermagem expandiu-se, em todo o mundo, como prática e ciência em
construção, desde a modernidade, com Florence Nightingale, aos tempos atuais. Nesse
processo histórico, ela se utilizou/utiliza de conhecimentos técnico-científicos e práticos
de outras profissões e ciências, em especial as biológicas, humanas e sociais, ao tempo
que busca tecer-se enquanto ciência e definir/redefinir ou demarcar o seu espaço social
no cuidado coletivo à saúde humana.
A partir da década de 1960, nos Estados Unidos da América, à atualidade,
em vários países, como o Brasil, enfermeiros que constituem a profissão vem
procurando produzir um corpo técnico-científico consistente à área e que fundamente o
cuidar/cuidado de Enfermagem (Santo e Porto, 2006).
A valorização social da Enfermagem enquanto profissão útil à sociedade está
condicionada à comprovação de que as ações que lhe cabem com exclusividade são
indispensáveis em certas circunstâncias da vida das pessoas (Collière, 2003) e, também,
ao reconhecimento da importância de sua atuação nos espaços compartilhados de ação
profissional no campo da saúde.
Para que a Enfermagem ocupe espaço entre as várias profissões consideradas
científicas, ela é provocada a constituir um corpo científico próprio, em condições de
dialogar com as demais práticas científicas. Portanto, ela é desafiada permanentemente
ao uso e a elaboração/reelaboração de conhecimentos técnico-científicos, bem como à
formação de profissionais preparados para tal. Em projeção encontra-se a necessidade
de qualificar sua atuação, tanto através do cuidado de Enfermagem como também o
cuidado à saúde partilhado com os demais trabalhadores da saúde e outros sujeitos
sociais.
Ou seja, ao assumir esses desafios a Enfermagem deve considerá-los
olhando: 1) para as especificidades de seu cuidar/cuidado; 2) para as suas interfaces
com o cuidar/cuidado institucionalizado à saúde e, ainda, com o realizado por outros
sujeitos que compõem a rede de cuidados à saúde.
Desse modo, a PGE – FAEN/UFMT considera esses importantes desafios,
ocupando-se da formação e da produção de conhecimentos em torno desses dois núcleos
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articulados de atuação profissional: o cuidado à saúde (no setor saúde e fora dele) e o
cuidado peculiar de Enfermagem.
Os significados atribuídos ao termo cuidar/cuidado à saúde na área
profissional não são unívocos, pois há uma variação na sua interpretação e no seu uso.
O mesmo ocorre em relação ao termo cuidar/cuidado de Enfermagem.
O debate sobre o cuidado à saúde e o cuidado de Enfermagem enfoca
ângulos diversos, de diferentes perspectivas, ora focando o cuidado como núcleo das
práticas profissionais, ora como meio e finalidade das práticas assistenciais, gerenciais e
de formação, ora evidenciando a dimensão interacional e de humanização que o
compõe.
Além disso, a teorização sobre o cuidado à saúde humana e, especificamente,
sobre o cuidad0 de Enfermagem, encontrada na literatura científica, ocupa-se menos da
construção teórica do conceito voltando-se, sobretudo, à explicitação de elementos da
prática que o constituem (suas finalidades, ao que se volta e como), a sua abrangência, e
ao lugar que ele ocupa na reorganização da atenção à saúde pretendida.
Entretanto, na literatura nacional mais recente da Enfermagem, localiza-se
um crescente debate teórico sobre o cuidar/cuidado de Enfermagem, sobre a gestão do
cuidado de Enfermagem e a forma como o cuidar/cuidado é tomado nos cursos de
graduação em Enfermagem. No campo da saúde coletiva esse debate também se coloca
em curso e abrindo espaço, especialmente associado a sua conceitualização e
significado para a mudança de modelo assistencial no setor saúde.
A produção sobre o cuidado de Enfermagem fundamenta-se em diversos
autores nacionais e internacionais, da área e de fora dela, que se ocuparam/ocupam do
tema do cuidado humano e/ou do cuidado/gestão e/ou da formação para o cuidado de
Enfermagem.
Nesse debate destaca-se a referência a estudiosas da Enfermagem, como a
portuguesa Collière (Borges; Silva, 2010; Vale, 2008; Ferreira; Acioli, 2009; Souza,
2000; Vaghetti et al, 2007; Amorim; Oliveira, 2005) e a brasileira Waldow (Borges;
Silva, 2010; Vale, 2008; Lara, 2007; Ferreira e Acioli, 2009; Rodrigues; Lima; Roncalli,
2008; Tanaka; Leite, 2007; Lima et al, 2005; Sena et al, 2008; Santo; Porto, 2006;
Amorim; Oliveira, 2005; Kestenberg et al, 2006), dentre outras. Em especial, a
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Enfermagem brasileira faz o debate em questão com base em teóricas norte-americanas
da Enfermagem, dentre a quais se distinguem, de acordo com Crivaro; Almeida e Souza
(2007): Leininger (Vale, 2008; Ferreira e Acioli, 2009; Souza, 2000;); Watson (Borges;
Silva, 2010; Vale, 2008; Lara, 2007; Ferreira e Acioli, 2009; Kestenberg et al, 2006); e
Paterson e Zderad, dentre outros.
Nos últimos anos, a conceitualização do cuidar em Enfermagem também
vem se ancorando em outras vertentes teóricas e filosóficas como a sociopoética (Santos
et al, 2006; 2010) e a abordagem da complexidade de Morin (Erdmann et al, 2006;
Pires, 2005), dentre outras.
Localiza-se, ainda, um debate sobre o cuidado de Enfermagem embasado no
filósofo fenomenologista Heidegger (Vale, 2008; Souza, 2000; Pires, 2005) e na
discussão do cuidado humano do teólogo e filósofo Leonardo Boff (Borges; Silva,
2010; Vale, 2008; Lara, 2007; Souza, 2000; Vaghetti et al, 2007; Sena et al, 2008;
Rodrigues; Lima; Roncalli, 2008; Pires, 2005; Lima et al, 2005; Amorim; Oliveira,
2005), que também se apóia no primeiro.
Outro estudioso que vem sendo crescentemente usado pela Enfermagem é o
sanitarista Ricardo Ayres (Sena et al, 2008; Rodrigues; Lima; Roncalli, 2008; Pires,
2005), que também se fundamenta em Heidegger e outros autores, como Foucault,
Arendt, Gadamer e Habermas, para efetuar sua construção teórica e filosófica sobre o
cuidado.
Ayres (2004), ao se dedicar à discussão do cuidado em saúde, tendo em vista
responder às complexas necessidades humanas/de saúde, o evidencia como um caminho
para enfrentar os atuais limites das práticas em saúde, apoiadas apenas nos avanços das
tecnociências da saúde, confrontadas na atualidade pelas propostas de humanização,
integralidade, promoção da saúde e outras. A busca de melhoria da atenção à saúde,
associada à reconstrução das práticas, coloca como desafio a produção do cuidado
humanizado que, segundo esse estudioso, engloba aspectos estéticos, político-éticos e
técnicos com implicações e reflexos para e no campo das interações entre trabalhadores,
gestores e usuários.
Para Ayres (2004, p. 22-23), o cuidado é algo que não se descola da vida
real, avesso a definições a priori e à suposta exclusividade de sua relação com o
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desenvolvimento científico-tecnológico. O cuidado, para além dessa relação, envolve
sabedoria prática, inter-relacional, aplicada na produção de elevados níveis de
consciência e domínio de valores associados à felicidade. O cuidado é a “conformação
humanizada do ato assistencial”; é “uma atenção à saúde imediatamente interessada no
sentido existencial da experiência do adoecimento, físico ou mental, e, por conseguinte,
também das práticas de promoção, proteção, ou recuperação da saúde”, intermediado
pela procura de sentidos e significados presentes nas situações de vida e saúde. O
cuidado, dessa perspectiva, vincula-se às idéias de integralidade, humanização e
autonomia e a princípios fundamentais, como direito, autenticidade, defesa da vida,
acolhimento, alteridade, além dos demais princípios do SUS.
Outro autor da saúde coletiva que tem sustentado a discussão sobre o
cuidado na Enfermagem é Merhy, que evidencia que a natureza do cuidado sustenta-se
nas relações interpessoais, para o que é importante o uso de tecnologias leves – de
vínculo, acolhimento e responsabilização – e a centralização da prática em saúde no
usuário, em contraponto ao cuidado centrado em procedimentos, em rotinas
institucionais, interesses privados e corporativos. Com base nesse autor, a Enfermagem
evidencia que as tecnologias leves são definidoras do cuidado em Enfermagem, e
devem estar presentes em todas as interações entre trabalhadores e presidir o cuidado às
pessoas, famílias ou outros grupos populacionais. Dada a natureza cuidadora da
Enfermagem, considera-se que o uso das tecnologias leves é uma tradição na área que
deve ser qualificada (Sena et al, 2008).
A idéia de cuidado, trabalhada por Franco e Merhy (2003), abarca a
democratização da saúde, tanto no sentido do acesso às condições e aos meios que a
viabilizem quanto no sentido da geração e ocupação de espaços de participação do
usuário, grupos e população organizada nas decisões sobre a própria vida e saúde e no
campo institucional. Essa participação necessária, de caráter democrático, estende-se
também aos trabalhadores da saúde. Para esses estudiosos, as transformações na prática
em saúde só serão alcançadas via produção do cuidado, viabilizado através de
tecnologias relacionais e por mudanças nas interrelações micropolíticas entre os
profissionais e destes com os usuários, considerando que estes em última análise
definem cotidianamente os perfis da atenção à saúde. Para esses sanitaristas, o
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acolhimento, a responsabilização, o vínculo e a autonomia são as marcas do que
denominam de cuidado em saúde.
Em sentido amplo, com base em Heidegger, o cuidado humano é teorizado
como inerente à natureza de homens e mulheres, possibilitando a existência e a própria
condição de ser humano. Assim, produzir cuidado na prática em saúde é algo que tanto
se funda na própria condição humana como a possibilita. Cuidamos porque somos seres
de cuidado; cuidamos porque precisamos do cuidado para viver. Cuidar, assim, é ato
produtor da vida, considerando que este representa um conjunto diverso de atividades
que visam a gerar e manter a vida (Souza, 2000). Essa interpretação ou teorização sobre
o cuidado o evidencia como uma característica e uma necessidade humana. A partir
desse autor evidencia-se que o cuidado não é uma prática somente do setor saúde, é
universal, encontrando-se presente na ação humana cotidiana.
De outro modo, o cuidado é traduzido pela Enfermagem, com base em
Leonardo Boff (2004), como ação cotidiana aplicada a tudo que se pensa e faz, através
de uma abertura responsável e permanente ao outro e a si mesmo; como postura diante
das situações e injustiças da vida que degradam a saúde da população; e como atitude de
envolvimento e responsabilização com o outro (Lima et al, 2005; Sena et al, 2008;
Souza, 2000). O cuidado no setor saúde perpassa todas as ações e relações profissionais
cotidianas, envolvendo posicionamento ético e atitude diante do que imprime ou
compromete a saúde de pessoas, grupos, comunidades, sociedades. O cuidar, com base
em Boff, avança a interpretação de cuidar/cuidado como apenas assistir e tratar das
pessoas numa perspectiva técnica, incluindo o cuidar de seus sofrimentos, considerando
as suas necessidades desiguais e comprometendo-se com elas. Nesse sentido, o contato,
o afeto, a comunicação, o conhecimento do outro, colocar-se em seu lugar e respeitar as
diferenças (de conhecimento, práticas e modos de ver e viver a vida) são apresentados
como constitutivos do ato de cuidar. Ou seja, mais que procedimentos, o cuidado
envolve atitude de responsabilização para com o outro e efetiva interação.
Considerando essa dimensão do cuidado, este é apresentado na Enfermagem
como relação baseada na atenção, compreensão, envolvimento, presença, respeito,
igualdade, diálogo (Waldow, 2001; 2006).
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Dessas idéias depreende-se que o cuidado à saúde e, como parte deste, o
específico cuidado de Enfermagem extrapolam a ação técnica direcionada para o
tratamento da doença e suas manifestações orgânicas, envolvendo formas de
intersubjetividade entre os envolvidos no cuidar/cuidado, baseada no respeito humano,
na igualdade e troca, no comprometimento com o outro, e, portanto, em novas
tecnologias interacionais e posicionamentos éticos. Igualmente, as finalidades do
cuidado à saúde apresentam-se de forma mais abrangente e articulam-se ao uso de
tecnologias diversas – médicas e não médicas.
Em relação a estas, teoriza-se que o cuidado na Enfermagem visa ao
desenvolvimento de habilidades e capacidades para a vida e melhoria de condições
físicas, psíquicas e sociais, considerando as necessidades dos envolvidos no ato –
cuidador e sujeito cuidado (Waldow, 2001; 2006). Ou seja, o cuidado à saúde deve
ocupar-se do desenvolvimento dos potenciais dos sujeitos para a vida e, nesse sentido,
deve ser direcionado tanto ao sujeito cuidado como àquele que cuida (Waldow, 2004).
Contribuições de Collière (1989) à discussão do cuidado de Enfermagem o
situam como ato tanto individual, prestado a si mesmo, como recíproco, prestado a toda
a pessoa que tem necessidade de alguma ajuda. Nesse último sentido, situa-se o cuidado
profissional – o cuidado de Enfermagem no contexto do todo da vida (processo de vida
e morte), que lhe dá seu real significado, através de cuidados habituais e cotidianos
relacionados à manutenção e ao desenvolvimento da vida e de cuidados de reparação da
doença, sem que se excluam os atos de cuidado não profissionais.
Para Leininger (1981), uma das primeiras teoristas do cuidado de
Enfermagem, que adota uma perspectiva cultural, cuidar refere-se a atos assistenciais de
apoio a indivíduos ou grupos com necessidades de saúde, de forma antecipada ou
subsequente a problemas, tendo em vista a produção de melhoria de uma dada condição
humana ou modo de vida, e o cuidado diz respeito a atividades que viabilizam a
assistência, como empatia, apoio, compaixão, proteção, auxílio, na dependência das
necessidades, problemas e valores do assistido. Para a autora, então, o cuidar/cuidado de
Enfermagem engloba tanto uma dimensão interativa como ação terapêutica, e se volta a
necessidades em saúde cuja leitura não é exclusividade dos trabalhadores mas também
interpretação dos usuários/população.
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Essa idéia remete à compreensão de que o cuidado não deve ser realizado
isolando os indivíduos e grupos do seu meio e de si próprios, sendo direcionado a
necessidades concretas destes, considerados em sua totalidade (Rossi e Lima, 2005).
Assim, o cuidado à saúde e o específico cuidado de Enfermagem adquirem significação
diante da totalidade da vida humana, da inclusão dos sujeitos na tradução de
necessidades e, ainda, a partir do seu reconhecimento e consideração de acordo com a
diversidade dos contextos de vida e de produção de necessidades e cuidado. O
cuidar/cuidado em saúde articula-se ao contexto em que se insere, influindo e sendo
influenciado pelas esferas social, econômica, cultural e política.
Outro ângulo de discussão do cuidado o situa como um potente promotor de
mudanças no campo da gestão de serviços de saúde e de ações de saúde e Enfermagem.
Nesse sentido, defende-se que a produção do cuidado deve ser o foco do
gerenciamento feito por enfermeiros, orientando as atividades, os saberes utilizados e
suas finalidades (a quem ou ao que respondem). O gerenciamento do cuidado envolve:
ações diretas do profissional com o usuário; e a delegação e/ou a articulação com outros
profissionais da equipe de saúde para a concretização do cuidado. O enfermeiro
gerencia o cuidado quando o planeja, quando o delega ou o faz, quando prevê e provê
recursos, capacita sua equipe, educa o usuário, interage com outros profissionais, ocupa
espaços de articulação e negociação em nome da concretização e de melhorias do
cuidado (Rossi, 2003).
Considerando o gerenciamento como uma atividade meio da prática em
saúde, que a reafirma ou possibilita a sua transformação (Mishima et al, 1997), a
direção assumida por esse meio coloca-se como fundamental. Nesse sentido, defende-se
que ele seja posto em consonância com respostas amplas a necessidades de saúde,
mediado por relações de poder geradoras de maior participação dos trabalhadores e
usuários/população nos espaços cotidianos, e que permita a sua produção criativa.
Essa produção criativa implica, conforme Mishima et al (1997), na
reconstrução de conceitos/práticas de gerenciamento embasados apenas na
racionalidade científica predominante (em seus componentes de precisão, generalização
e neutralidade), em que se exclui a dimensão da intersubjetividade e a possibilidade de
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emancipação dos sujeitos, de forma que a produção de novas alternativas possíveis para
as mudanças pretendidas para o SUS ocorram intermediadas pela crítica.
Considerado esses aspectos, o cuidado e a sua gestão devem se aproximar,
constituindo-se tal aproximação em um novo paradigma para a prática, contrapondo-se
ao fato de que tradicionalmente na saúde e enfermagem ambos quase não se tocam
(Ferraz, 2000).
À produção do cuidado deve corresponder necessariamente novas formas de
geri-lo (Ferraz, 2000; Rossi e Lima, 2005), mediadas pela crítica, sobretudo das
finalidades sociais historicamente colocadas à prática em saúde e Enfermagem. Para
Merhy (2002b), se o que se quer é promover a saúde e a cura, os processos de trabalho
devem voltar-se à produção do cuidado, através do que esses objetivos ou finalidades
serão alcançados. Sob essa perspectiva, Rossi e Lima (2005) apontam que é impreterível
reconhecer o cuidado como foco do gerenciamento no âmbito organizacional,
extrapolando o tecnicismo ou a tecnoburocracia e a lógica do gerenciamento cientifico e
burocrático (baseado em tecnologias leve-duras), características presentes no modelo
assistencial predominante.
Mishima et al (1997) apontam que as diferentes formas de gerir o cuidado
articulam dimensões de natureza técnica, política e comunicativa, abrangendo, além de
processos técnicos, interações e comunicação dos trabalhadores entre si, com os
usuários e comunidades. De acordo com Peduzzi (2007), a abordagem gerencial
sintonizada com a produção de autonomia e responsabilidade dos sujeitos (equipes de
saúde e população) coloca-se eminentemente no contexto de uma prática comunicativa
intersubjetiva, oposta a relações unilaterais, monológicas, controladas externamente e
direcionadas por uma prática gerencial conservadora.
A prática em saúde assenta-se continuamente sobre processos comunicativos
e interacionais, a serem considerados tanto no cuidado assistencial como em seu
gerenciamento, no sentido da produção de projetos e práticas comprometidos com a
integralidade, a humanização, a participação e autonomia.
Desse modo, as questões da gestão e do específico gerenciamento do
cuidado de Enfermagem devem ser calcadas nesses valores e na ênfase na criação de
espaços de trabalho menos alienantes que valorizem o trabalhador e os
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usuários/população, associados à revisão das práticas assistenciais, gerenciais e
relacionais cotidianas. Redirecionar, então, as práticas de gestão/gerenciamento para a
produção do cuidado requer tomar a questão do poder como central na vida das
organizações/práticas, considerando as configurações que este nelas assume, em
situações peculiares e de forma regular (Cecílio, 1999). O cuidado se vincula ao
potencial de poder e criação dos sujeitos nele envolvidos – daqueles que cuidam e dos
que são cuidados.
No campo da formação, o debate e a teorização sobre o preparo de
trabalhadores da Enfermagem para a prática vem se ancorando na associação entre
educação e cuidado. A formação em Enfermagem além de ter e evidenciar o cuidado
como seu cerne e de ter a educação como instrumento para a efetivação do cuidado de
outros e do cuidado de si, o dimensiona como um valor/princípio orientador da prática
educativa. Desse modo, o cuidado na educação abarca o que é referido, mais
comumente, como uma abordagem humanística na formação. Nesse sentido, considera-
se que o ensino centrado no cuidado oportuniza o desenvolvimento de posturas éticas, à
medida que estabelece um ambiente de cooperação onde as pessoas (alunos,
professores) se ajudam, bem como favorece o desenvolvimento de potencialidades e de
crescimento mútuo (Waldow, 2001, 2009). Para Waldow (2009), a concretização dessa
proposta de educação está diretamente relacionada à renovação, revisão de valores,
mudança de posturas e capacitação docente.
Por fim, cabe reafirmar que, como ciência em construção e como prática
cientificamente fundamentada, a Enfermagem baseia-se em teorias, conceitos e
princípios científicos, em métodos de trabalho e em conhecimentos aplicados derivados
da prática científica, o que une inexoravelmente o cuidar/cuidado à saúde e em
Enfermagem e o saber científico.
Assim, a produção de conhecimento científico em torno do cuidado à saúde
e do específico cuidado de Enfermagem é tomada como um desafio pela PGE – UFMT,
considerando o seu compromisso com aquela construção.
A polissemia com que o cuidado vem sendo abordado, a sua correlação com
a dimensão técnica e relacional, e a sua centralidade na produção de mudança nas
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práticas em saúde e no desenvolvimento da Enfermagem o destacam como um campo
profícuo de estudos.
A construção da integralidade, da humanização e da autonomia nas práticas
de cuidar em saúde e Enfermagem, na perspectiva do sujeito cuidado e também do
cuidador, implica, dentre outros aspectos, em aproximação crítica de conhecimentos
relacionados que refletem e lhe imprimem dados sentidos e direcionalidade.
Da perspectiva de cuidado assumida, então, a PGE – UFMT valoriza não só
as relações entre o cuidado à saúde e o cuidado de Enfermagem, mas também
dimensões articuladas que os compõem: como a organização da rede de cuidados à
saúde e cuidados de Enfermagem no cenário regional, os sujeitos (usuários,
trabalhadores, outros grupos) frente a questões de saúde, doença e cuidados em saúde, e
as práticas assistenciais, de gestão e educação em Enfermagem ou que com ela fazem
interface e que efetivam, de diversas formas, o cuidar/cuidado em saúde.
6. METODOLOGIA DO ENSINO
As diretrizes que devem nortear as práticas pedagógicas do curso na formação de
pós-graduados em enfermagem da UFMT baseiam-se na busca de excelência acadêmica
com vistas à formação do ser humano, enfatizando conhecimento teórico, habilidades
científico-tecnológicas, autonomia intelectual e pessoal, compreensão profissional, ética
e social, capacidade de comunicação e com atitude propositiva em relação ao
desenvolvimento regional.
Assim colocadas, assumimos que educação não é uma instrumentalização
neutra, pelo contrário, sob uma variedade de formas, é inerentemente política. Nesse
sentido a opção metodológica para o programa de pós-graduação em enfermagem está
fundada especialmente nas concepções de cuidado ao ser humano como um valor e um
bem social indispensável à vida, que se constitui em produto do conhecimento, atitudes
e habilidades da ordem das interações humanas, da natureza da vida e dinâmica das
funções vitais sob o domínio da ciência e arte da enfermagem - o cuidado como objeto
epistemológico da enfermagem; e de que para se formar mestres e doutores com
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comprometidos com a apropriação crítica dos problemas da realidade de saúde e do
SUS regional, com competência e preparo científico para o exercício ético, crítico e
inovador do trabalho, da produção de conhecimentos e das práticas assistenciais e
educativas em saúde e enfermagem, demandam a utilização de estratégias pedagógicas
emancipatórias, ou seja, de práticas pedagógicas que valorizam o domínio da analise
critica da realidade e com visão crítico-reflexivo, construtiva e colaborativa a ser
desenvolvido no processo formação.
Neste processo o agir pedagógico tem a intenção de possibilitar que o discente
compreenda a finalidade das tarefas, planeje a sua realização, aplique e altere
conscientemente estratégias de estudo e de ação, e que saiba avaliar o seu próprio
processo de execução. O docente, sujeito que ensina, precisa, neste processo entender o
erro como uma oportunidade pedagógica e fazer uso destas, já que errar faz parte do
processo de tentar aprender. Domínio em que deverão ser evocadas as estratégias
metacognitivas na potencialização da aprendizagem, ou seja, onde o aluno desenvolverá
modos eficazes para lidar com a informação proveniente do meio, ao mesmo tempo,
com os próprios processos de pensamento. Assim o pós-graduando deve ser estimulado
a gerir os próprios processos cognitivos, a entender como aprende, e este processo é
trabalhado pelo professor de forma consciente e reflexiva, fazendo parte da avaliação
contínua que o aprender exige. O exercício da metacognição dá a ambos, aluno e
docente, a co-responsabilidade pelo desempenho escolar ao mesmo tempo em que
propicia a geração de confiança mútua e autoconfiança na sua própria capacidade de
aprender sobre o aprender e avaliar seu processo ao fazer isto. (RIBEIRO, 2003).
Tais intenções estão ancoradas na associação entre educação e cuidado. O ensino
de enfermagem além de ter o cuidado como conteúdo de aprendizagem e de ter a
educação como instrumento para a efetivação do cuidado de si, dimensiona o cuidado
como um valor/princípio orientador da prática educativa. O cuidado na educação abarca
o que é referido, mais comumente, como uma abordagem humanística. O ensino
centrado no cuidado oportuniza o desenvolvimento de posturas éticas, à medida que
estabelece um ambiente de cooperação onde as pessoas (alunos, professores) se ajudam,
e favorece o desenvolvimento de potencialidades e de crescimento mútuo (WALDOW,
2001, 2009).
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Para Waldow (2009), a concretização dessa proposta de educação está
diretamente relacionada à renovação, revisão de valores, mudança de posturas e
capacitação docente. Está embutido aqui o reconhecimento de que há a necessidade de
se desenvolver, nos que exercem ou irão exercer a prática de ensinar, competências que
incluam concepções em saúde, enfermagem e educação que vão além da adoção de
novas tendências e tecnologias de ensino. Pois é comum a incorporação de conteúdos
inovadores sem, contudo, haver uma reflexão e confrontação em relação aos princípios
e valores novos.
Pensar a educação em enfermagem centrado no cuidado nos remete ao
entendimento de que o cuidado é uma maneira de ser e de se relacionar, compreendendo
o aspecto moral e a ética da profissão de enfermagem. O cuidado humano se revela
como uma forma de expressão, de relacionamento com o outro e com o mundo, ou seja,
como uma forma de viver plenamente, e não se resume em um ato, mas numa atitude
(WALDOW, 2001, 2009). A concepção de cuidado, fundamentada em preceitos
filosóficos, humanísticos, e político, confere identidade própria ao ser humano e
constitui-se pela coexistência e na inter-relação. Concepção que envolve a solicitude,
dedicação e inquietação pelo outro, onde o ser humano se constitui um agente aberto,
tido muito mais do que a somatória de suas partes, mas sim aquele que se transforma
por meio de sua interação como o meio em que está inserido no mundo.
No âmbito da prática profissional, a enfermagem para oferecer seus serviços se
pauta na qualidade de vida sob o ponto de vista da pessoa, de maneira a direcionar as
sua metas, aos seus sonhos. Valoriza a autonomia dos sujeitos à medida que na
elaboração dos planos de cuidados não se baseia nos problemas de saúde, mas sim nos
planos elaborados pela própria pessoa. À enfermagem cabe direcionar o ser humano
para compreender e atuar nos seus padrões de saúde, e assim melhorar sua qualidade de
vida. É mediadora, pois se abre ao diálogo como o outro, reconhecendo-o como o único
conhecedor da sua situação, pois é o único que a vive (SILVA et al, 2009).
No âmbito da formação profissional, para potencializar o cuidar, a prática
educativa deve estar assentada no diálogo e na interação, e assim pode constituir-se em
efetivo cuidado. Uma educação na qual existe participação, envolvimento e respeito. Ela
oferece substrato para o cultivo do espírito humano em sua plena consciência e ação
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ética frente ao mundo. A educação para o cuidado ou como cuidado está fortemente
associada ao exercício da liberdade e cidadania (RAMOS et al, 2009).
Esses princípios se operacionalizam a partir da inserção do aluno no programa, à
medida que se deixa claro o entendimento das finalidades do curso para tornar o aluno
co-responsável por sua a formação e que tais finalidades sejam sistematicamente
trabalhadas como matéria de formação. Ressalta-se aqui a importância do aluno
estabelecer prioridades em sua vida para que pratique a elaboração de escolhas
conseqüentes sobre aquilo que almeja para si e para o seu entorno humano, social,
afetivo, cultural e profissional. Por isso é importante assinalar que a educação como
“cuidado” deve ser o lastro de todo projeto de realização pessoal, o qual pode e deve ser
compartilhado com as pessoas que circundam o protagonista (CORREIA, s/d). As
práticas educativas, quando desenvolvidas numa perspectiva conscientizadora,
permitem que o indivíduo exerça mais plenamente a sua cidadania (ROCHA CHAGAS
et al, 2009).
Outro elemento operacional da proposta está no acompanhamento individualizado
do pós-graduando. Este é também um momento individual de formação e de construção
de conhecimentos. Neste processo individualizado de aprendizagem em que se processa
uma diversidade de competências, deve-se observar o respeito ao processo que se dá
com cada um dos sujeitos, com seu modo singular de aprender, segundo seu tempo e
estilo de aprendizagem, ou seja, se considerar o princípio da pessoalidade.
Propõe-se também que o acompanhamento da formação se faça através de
avaliações contínuas. É na reflexão sobre as práticas desenvolvidas, avaliadas e
continuamente re-aferidas, que se re-constrói o conhecimento prévio, tornando
emergente da própria prática uma nova compreensão dos fenômenos em análise, numa
perspectiva integradora dos referenciais teóricos e da informação que apenas na prática
reside (Schön, 2000).
A operacionalização do trabalho acadêmico se faz essencialmente através dos
grupos de pesquisa, que por sua vez trabalham valorizando a dinamicidade e
organicidade dos processos coletivos/individual. A discussão sobre a interdependência
conceitual entre o indivíduo e o coletivo, o caráter natural e social da existência
humana, a complementaridade das abordagens quantitativas e qualitativas, a
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participação coletiva e individual dos sujeitos na produção do conhecimento nos remete
a necessidade de se pensar a organização do programa de pós-graduação concebendo a
dinamicidade, a integralidade das diversas dimensões que envolvem a formação do
docente/pesquisador em enfermagem.
Para esta formação propõe-se uma organização que poderia ser representada
graficamente pela figura de um espiral, como uma trajetória marcada por espaços
temporais, especialmente ao se considerar as entradas e saídas de participantes, mas
também balizada pelo envolvimento, pela interação e pela interdependência do trabalho
individual aos processos coletivos.
Nesta estrutura espera-se que nos grupos se tenha projetos de pesquisa matricial
com possibilidade de agregar aspectos, dimensões, perspectivas de um mesmo
problema/tema de estudo; que haja articulação/parceria e complementaridade entre os
projetos/subprojetos, com a participação de alunos de diferentes níveis de formação
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(mestrando, graduando/PIBIC/VIC); e que se potencialize a produção científica
compartilhada.
Chama-se a atenção, nesta estrutura, para o papel mediador dos grupos de
pesquisa conduzidos por seus líderes. Aqui é esperada dos professores a liderança
teórico-conceitual que deve ser exercida através do estímulo à busca de conhecimentos,
a partir de questões desafiadora, próprias de um trabalho criativo. O professor/formador
tem a responsabilidade de ajudar o formando a desenvolver, de maneira gradativa, a
capacidade de transformar a informação em conhecimento e que quando refletido à luz
dos valores universais, pode revestir a forma do agir sábio. Entretanto nem sempre estas
tarefas são reconhecidas e visibilizadas como trabalho docente.
Ao ser aceito oficialmente pelo processo seletivo no programa o aluno se insere
também em um programa de pesquisa, e mais especificamente em uma pesquisa
matricial que guarda em sua estrutura uma intensa articulação entre as atividades de
formação acadêmica através de disciplinas dos cursos de graduação e de pós-graduação,
da produção e divulgação de conhecimento e de comprometimento com a prática da
enfermagem. Aos pós-graduandos serão atribuídas responsabilidades que vão além do
cumprimento de créditos curriculares. A eles serão propostas atividades que
contemplarão o desenvolvimento/aprimoramento de competências e habilidades
esperadas de um docente/pesquisador em enfermagem.
Sem fugir aos limites que a organização administrativa da nossa instituição, esta
proposição está ancorada na prática já desenvolvida no interior da pós-graduação, que
vem atendendo as finalidades do programa e que se apresenta como uma alternativa
mais próxima das necessidades imediatas dos indivíduos. Tais experiências, por
conseguinte, são destacadas nos estudos demonstrando as contribuições da pós-
graduação para o aprimoramento do SUS. Para Minayo (2010) qualquer consideração
sobre uma área determinada tem que levar em conta, que um dos fenômenos mais
relevantes no âmbito do ensino superior contemporâneo no Brasil está a emergência e o
desenvolvimento de um vigoroso sistema nacional de pós-graduação, atuando em todas
as áreas do conhecimento. O sentido do trabalho coletivo é aqui valorizado e colocado
como um indicador de qualidade para os programas de pós-graduação. Assim, as
chances de contribuir para tornar mais eficientes as ações do Programa de Pós-
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Graduação em Enfermagem crescem à medida que o conhecimento científico,
produzido coletivamente, ganha sentido para os envolvidos.
7. ORGANIZAÇÃO DA ESTRUTURA CURRICULAR
Como já visto, a estrutura curricular da Pós-Graduação Stricto Sensu em
Enfermagem tem como área de concentração “ENFERMAGEM E O CUIDADO À
SAÚDE REGIONAL” e, operacionalmente, encontra-se organizada em duas linhas de
pesquisa:
1 ) Estudos do cuidado à saúde, com os sub-temas: Saúde-doença e necessidades de
cuidado à saúde; Os sujeitos e a saúde ; Dimensão ética e do direito à saúde; e Práticas
de cuidado à saúde.
2 ) Estudos do cuidado de Enfermagem, com os sub-temas: Cuidado assistencial de
Enfermagem em serviços de saúde; Os sujeitos e o cuidado de Enfermagem; Práticas e
tecnologias de cuidado de Enfermagem; Educação em Enfermagem e Gerenciamento do
cuidado de Enfermagem.
A organização curricular do Programa abrange um conjunto ordenado em
disciplinas obrigatórias que dão sustentação teórica-prática a formação do
docente/pesquisador, as disciplinas optativas, articuladas à área de concentração e as
linhas de pesquisa do Programa, e atividades programadas e de produção do Trabalho
de Conclusão da Pós-Graduação. A estrutura acadêmica do curso tem por referencia as
seguintes competências a serem desenvolvidas na formação do pós-graduando:
- domínio do estado da arte da sua temática/área de atuação, com capacidade de
diálogo nacional e internacional;
- habilidades/competências para a o desenvolvimento de pesquisa, coordenação de
equipes e empreendimento do conhecimento com habilidades conexas (elaboração
de projetos, gestão financeira, programação de atividades, dentre outros);
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- domínio de métodos científicos e tecnologias para o processo de construção de
conhecimentos avançados;
- domínio da especificidade da área da Enfermagem, em abrangência e
profundidade, em determinada temática ou interfaces de conhecimentos com a
mesma, de modo a contribuir para o seu avanço, incorporando novos saberes e
fazeres, rumo a uma prática interdisciplinar;
- exercício do processo educativo, colaborando na formação de novos
pensadores/profissionais para competências/aptidões em conhecimentos ou
saberes da área da Enfermagem e/ou áreas afins, com visão crítico-reflexiva,
construtiva e colaborativa;
- capacidade de argumentação na sustentação de suas idéias perante seus pares e em
outros campos de conhecimento;
- domínio dos instrumentos e processo de divulgação/socialização do conhecimento
em periódicos altamente qualificados;
A integralização do curso de mestrado se dará no mínimo de 12 e no máximo em
24 meses, sendo desenvolvido em duas etapas distintas:
a) etapa instrumental e de projeção – abrange a integralização dos créditos teórico-
práticos, a produção de um artigo científico com vista a dar sustentação teórica e/ou
prática do projeto de dissertação, e a defesa do projeto de pesquisa;
b) etapa de consolidação da formação – refere-se ao desenvolvimento e defesa do
Trabalho de Conclusão da Pós-Graduação.
As etapas seguem uma lógica de progressividade e buscam o desenvolvimento
das competências esperadas para o pós-graduando. Na primeira etapa do curso a
expectativa é dar ao pós-graduando uma visão abrangente da pesquisa em enfermagem e
saúde, sendo esta etapa constituída por disciplinas sobre metodologia da pesquisa e de
disciplinas que focalizem as temáticas específicas que são trabalhadas nos grupos de
pesquisa. Assim, se dará condições para que o aluno possa trabalhar na estruturação do
seu Trabalho de Conclusão de Pós-Graduação. Estão previstas também disciplinas
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instrumentais para formação pedagógica e atividades de estágio docente. A integração
com a graduação por meio de atividades de docência é fortemente estimulada assim
como o envolvimento com as atividades de ligadas ao programa de iniciação científica.
Ao final desta etapa, espera-se que o aluno tenha redigido a proposta de pesquisa,
que inclui a definição do escopo da mesma, pelo menos um capítulo de revisão
bibliográfica e a estruturação do método de pesquisa. Neste momento, os alunos são
submetidos ao exame de qualificação, no qual serão argüidos sobre o projeto de
pesquisa por uma banca de professores.
Após o exame de qualificação a etapa seguinte se dará consolidação da formação
do docente/pesquisador em enfermagem. Deverá ser fortemente dedicada ao trabalho de
campo, à redação da dissertação e defesa. Para viabilizar a formação e elaboração do
trabalho de conclusão da Pós-Graduação, o contato entre orientando e orientador deverá
ser contínuo.
8. GRADE CURRICULAR DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM ENFERMAGEM – FAEN/UFMT
� Disciplinas Obrigatórias
Disciplinas
Obrigatórias
Carga
Horária
Semestre Créditos
A enfermagem e o cuidado à saúde no contexto regional
30H 1º 2
Metodologia do ensino superior 45H 2º 3
Construção do conhecimento em enfermagem e saúde
30H 1º 2
Pesquisa em saúde e enfermagem I 45H 1º 3
Pesquisa em saúde e enfermagem II 45H 2º 3
Produção do conhecimento científico I 45H 1º 3
Produção do conhecimento científico II 45H 2º 3
Ementas
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1. A enfermagem e o cuidado à saúde no contexto regional
A disciplina fundamenta a área de concentração do Programa e oferece subsídios
teóricos aos estudos científicos vinculados a suas linhas de pesquisa. Aborda aspectos
conceituais e práticos sobre o cuidado à saúde e o específico cuidado de Enfermagem a
pessoas, famílias e comunidades, sobre a intersubjetividade que lhe é peculiar, e sua
inserção no contexto social regional.
2. Metodologia do ensino superior
Bases teóricas do processo pedagógico e no ensino superior; o lugar do sujeito na
educação; O programa e a estratégia; Tendências pedagógicas na escola brasileira; Os
caminhos de um projeto político-pedagógico; O processo de aprender humano;
Fundamentos biológicos do aprendizado; Formas de organizar e sistematizar o
conhecimento e transformá-lo em experiência pedagógica significativa; A construção
coletiva e aleatória como processo de auto aprendizado; Criação e problematização do
processo criador e formas de organizar o conhecimento; Bases legais da educação;
análise crítica dos planos de ensino; Processos avaliativos no ensino superior.
3. Construção do conhecimento em enfermagem e saúde –
A ciência e seus métodos de legitimação. Paradigmas da ciência e da Enfermagem.
Correntes Filosóficas do pensamento humano (Positivismo, Fenomenologia, Marxismo,
Pós-estruturalismo) aplicados à pesquisa em saúde e enfermagem.
4. Pesquisa em saúde e enfermagem I
Oficinas introdutórias de fundamentação teórico-metodológica do Trabalho de
Conclusão de Pós-Graduação.
5. Pesquisa em saúde e enfermagem II
Oficinas de aprofundamento da fundamentação teórico-metodológica do Trabalho de
Conclusão de Pós-Graduação.
6. Produção do conhecimento científico I
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Oficinas introdutórias de produção e socialização de conhecimentos científicos
articuladas às linhas de pesquisa do Programa.
7. Produção do conhecimento científico II
Oficinas de aprofundamento de produção e socialização de conhecimentos científicos
articuladas às linhas de pesquisa do Programa.
� Disciplinas Optativas
Disciplinas
Optativas
Carga
Horária
Semestre Créditos
Cidadania e ética em saúde e enfermagem
30H 1º 2
Educação, Conhecimento e Enfermagem
30H 1º 2
Aspectos teórico-conceituais para pesquisas com grupos específicos
30H 1º 2
Seminário de Pesquisa em Enfermagem
30H 2º 2
Estágio de Docência 45H 1º 2º 3º 3
Ementas
1. Cidadania e ética em saúde e enfermagem
O Direito à Saúde na construção de saberes e práticas universais, integrais e resolutivas
em saúde; consolidação do Direito à Saúde no SUS; dimensões éticas, políticas e
relacionais das práticas em saúde e suas implicações na vida de pessoas, famílias,
comunidades e trabalhadores.
2. Educação, Conhecimento e Enfermagem
Concepções de educação e conhecimento; aspectos teóricos e filósofos da educação e do
conhecimento; teorias e práticas pedagógicas presentes no ensino e na atenção em saúde
e na enfermagem.
3. Aspectos teórico-conceituais para pesquisas com grupos específicos
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Aborda fundamentos teóricos diversos para pesquisas que enfocam sujeitos, práticas e
contextos relacionados à saúde na infância, adolescência e vida adulta, incluindo
reprodução, sexualidade e envelhecimento.
4. Seminário de Pesquisa em Enfermagem
Oficinas de socialização dos projetos de pesquisa dos mestrandos, contextualizando-os
no interior do Programa, dos projetos matriciais e da articulação com a Graduação.
5. Estágio de Docência
Oportuniza ao aluno a experiência educativa na graduação em Enfermagem, abrangendo
participação em processos de planejamento e avaliação, ministração de aulas teóricas e
práticas, e elaboração e aplicação de tecnologias pedagógicas.
� Tópicos de Aprofundamento Temático em Cuidado à Saúde e Enfermagem
Tópicos Aprofundamento Temático em
Cuidado à Saúde e Enfermagem Carga
Horária
Semestre Crédito
Tópico de aprofundamento temático em Saúde da Criança e do Adolescente
30H 1º 2º 2
Tópico de aprofundamento temático em envelhecimento e pessoa idosa
30H 1º 2º 2
Tópico de aprofundamento temático em Saúde Sexual e Reprodutiva
30H 1º 2º 2
Tópico de aprofundamento temático em Políticas de Saúde e organização de
serviços
30H 1º 2º 2
Tópico de aprofundamento temático em Cuidado e Cidadania I
30H 1º 2º 2
Tópico de aprofundamento temático em Cuidado e Cidadania II
30H 1º 2º 2
Ementas
1. Saúde da Criança e do Adolescente
Eixos teórico-metodológicos no cuidado à saúde da criança e do adolescente; busca em
base de dados; elementos de elaboração de projeto de pesquisa; discussão dos projetos
de mestrandos e iniciação científica.
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2. Envelhecimento e pessoa idosa
Compreende a produção de conhecimento sobre o envelhecimento e a pessoa idosa e
seus cuidadores. Abordagens teórico-metodológicas utilizadas nos estudos sobre o
assunto.
3. Saúde Reprodutiva e Sexual
Aborda aspectos conceituais e práticos em saúde reprodutiva e sexual e discute
criticamente a literatura científica de interesse na área.
4. Políticas de saúde e organização de serviços
Aborda a historicidade da organização do sistema de saúde no Brasil, sua
operacionalização, repercussões na saúde da população e interfaces com a Enfermagem.
5. Cuidado e Cidadania I
Aspectos introdutórios da abordagem teórico-conceitual do cuidado à saúde em sua
relação com a cidadania, visando a fundamentar pesquisas em desenvolvimento.
6. Cuidado e Cidadania II
Aprofundamentos teórico-conceituais na abordagem do cuidado à saúde em sua relação
com a cidadania.
� Tópicos de Aprofundamento Metodológico em Pesquisa
Tópico de Aprofundamento Metodológico em Pesquisa
Carga Horária
Semestre Créditos
Introdução à epidemiologia 30H 1º 2 Bioestatística aplicada à pesquisa
epidemiológica 45H 2º 3
Pesquisa qualitativa em saúde e enfermagem I
30H 1º 2º 2
Pesquisa qualitativa em saúde e enfermagem II
30H 1º 2º 2
Leitura, elaboração e publicação de informação científica
30H 1º 2º 2
Introdução à Pesquisa em Base de 30H 1º 2
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Dados
Abordagem Compreensiva em Pesquisa I
30H 1º 2º 2
Abordagem Compreensiva em Pesquisa II
30H 1º 2º 2
Ementas
1. Introdução à epidemiologia
Estuda terminologias, conceitos, objetivos e usos da epidemiologia; estuda a
quantificação de problemas de saúde; analisa os elementos da epidemiologia descritiva;
discute o raciocínio epidemiológico e os diferentes desenhos de estudos
epidemiológicos; interpreta as principais medidas de freqüência de doenças e os
principais indicadores de saúde pública; analisa os tipos de dados e informações; utiliza
o DATASUS como ferramenta para a epidemiologia.
2. Bioestatística aplicada à pesquisa epidemiológica
Aborda os aspectos teóricos e práticos da estatística descritiva e inferencial destinada à
análise dos estudos epidemiológicos; Utiliza os fundamentos da bioestatística no
domínio da aplicação e da análise em problemas da área de saúde. Estuda Viés e Fator
de confusão; estatísticas de interesse do setor saúde; Definição e Finalidades da
Bioestatística em epidemiologia; Levantamento de dados e Tipos de dados; População e
amostra; Tipos de amostragem; Planejamento amostral; Tamanho da amostra;
Elementos e variáveis; Classificação das variáveis; Intervalo de classes; Apuração de
dados; Apresentação tabular de dados; Apresentação gráfica de dados; Medidas de
tendência central; Medidas de associação; Medidas de significância estatística; Teste de
hipóteses; Proporções e Coeficientes em Epidemiologia.
3. Pesquisa qualitativa em saúde e enfermagem I
Subsidia a introdução à construção de projetos de pesquisa de abordagem qualitativa em
saúde e enfermagem, com discussões/reflexões sobre os elementos metodológicos
constituintes de projetos com essa abordagem.
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4. Pesquisa qualitativa em saúde e enfermagem II
Subsidia o aprofundamento metodológico para o processo de
construção/desenvolvimento de projetos de pesquisa de abordagem qualitativa em saúde
e enfermagem, com discussões/reflexões sobre os elementos metodológicos
constituintes de projetos com essa abordagem.
5. Leitura, elaboração e publicação de informação científica
Subsidia a prática do pesquisador, enfocando aspectos úteis ao consumo,
desenvolvimento e publicação de trabalhos científicos. Aborda a leitura, a
sistematização e o consumo crítico e ético da informação científica, critérios de
qualidade do texto científico, e elaboração e publicação de texto científico.
6. Pesquisa Introdução à Pesquisa em Base de Dados
Instrumentos básicos que possam oferecer subsídios para busca em bases de dados
científicas.
7. Abordagem Compreensiva em Pesquisa I
Construída a partir do desenvolvimento de pesquisas na constituição de corpus de
análise por meio de diferentes estratégias metodológicas de coleta de dados.
8. Abordagem Compreensiva em Pesquisa II
Construída a partir do desenvolvimento de pesquisas para análise de dados na
abordagem compreensiva em pesquisa.
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