Proposta Orçamento Estado

Preview:

DESCRIPTION

2014

Citation preview

  • Pg.

    1

    3

    4

    6

    7

    8

    10

    10

    11

    11

    11

    11

    12

    12

    13

    13

    13

    14

    14

    ndice

    IRS

    Contribuio extraordinria de solidariedade

    Segurana Social

    Benefcios Fiscais

    Cdigo Fiscal ao Investimento

    IVA

    Imposto do Selo

    IEC

    ISV

    IUC

    IMI

    Contribuio sobre o Sector Energtico

    LGT

    RGIT

    Contribuio sobre o Sector Bancrio

    Fundos e sociedades de investimento imobilirio para arrendamento habitacional

    Operaes de reporte

    Regime da dvida

    Autorizaes legislativas

    Proposta de Lei do Oramento do Estado para 2014

    Prev-se a qualificao como mais-valias dos ganhos obtidos com a extino ou entrega de partes sociais das sociedades fundidas, cindidas ou adquiridas no mbito de operaes de fuso, ciso ou permuta de partes sociais. Incidncia pessoal Nos casos de divrcio, separao judicial de pessoas e bens, declarao de nulidade ou anulao do casamento, em que as responsabilidades parentais sejam exercidas em comum por ambos os progenitores, os dependentes (filhos, adoptados e enteados menores no emancipados e menores sob tutela) passam a integrar:

    i. o agregado do progenitor a que corresponder a residncia determinada no mbito da regulao do poder paternal, ou

    Proposta de Lei do OE para 2014

    (verso final apresentada na AR)

    A Proposta de Lei do OE para 2014 apresentada pelo Governo AR integra as seguintes medidas fiscais.

    Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) Rendimento do trabalho dependente As importncias suportadas pelas entidades patronais com seguros de sade ou doena em benefcio dos seus trabalhadores ou respectivos familiares deixam de constituir um rendimento tributvel em sede de IRS, desde que a sua atribuio tenha carcter geral. Incrementos patrimoniais O valor atribudo aos associados em resultado da partilha passa a ser qualificado, exclusivamente, como um incremento patrimonial (mais ou menos-valia, consoante a diferena entre o resultado da partilha abatido do custo de aquisio das correspondentes partes sociais seja positiva ou negativa, respectivamente). 2013 KPMG & Associados - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A., a firma portuguesa membro da rede KPMG, composta por firmas independentes afiliadas da KPMG International Cooperative (KPMG International), uma entidade sua. Todos os direitos reservados. Impresso em Portugal. . O nome KPMG, o logtipo e cutting through complexity so marcas registadas da KPMG International Cooperative (KPMG International).

  • ii. o agregado do progenitor com o qual o dependente tenha identidade de domiclio fiscal no ltimo dia do ano a que o imposto respeite, quando, no mbito da regulao do exerccio das responsabilidades parentais, no tiver sido determinada a sua residncia, ou no seja possvel apurar a sua residncia habitual.

    Regime opcional para no residentes clarificado o mbito do regime opcional para os residentes noutro Estado-Membro da Unio Europeia (UE) ou do Espao Econmico Europeu (EEE) com o qual exista intercmbio de informaes em matria fiscal, prevendo-se a opo pela tributao como residente em Portugal relativamente aos rendimentos de quaisquer categorias (e no apenas de rendimentos das categorias A, B e H, conforme decorre do texto actual). Esclarece-se, ainda, que nos casos do exerccio desta opo se devem aplicar as taxas gerais de imposto previstas na tabela do n. 1 do artigo 68. do Cdigo do IRS (actualmente, a lei faz referncia taxa mdia). Rendimentos empresariais e profissionais Regime simplificado limite aumentado de 150.000 para 200.000 o limite aplicvel para efeitos de enquadramento no regime simplificado. Determinao do rendimento no regime simplificado Para efeitos de determinao do rendimento tributvel, no mbito do regime simplificado, passam a aplicar-se os seguintes coeficientes: i. 0,04 ao valor das vendas de mercadorias e

    produtos, bem como das prestaes de servios efectuadas no mbito de actividades hoteleiras e similares, restaurao e bebidas;

    ii. 0,75 ao valor dos rendimentos das actividades profissionais constantes da tabela a que se refere o artigo 151.;

    iii. 0,95 ao valor dos rendimentos provenientes de contratos que tenham por objecto a cesso ou utilizao temporria da propriedade intelectual ou industrial ou a prestao de informaes respeitantes a uma experincia adquirida no sector industrial, comercial ou cientfico, dos rendimentos de capitais imputveis a actividades geradoras de rendimentos empresariais e profissionais, do resultado positivo de rendimentos prediais, do saldo positivo das mais e menos-valias e dos restantes incrementos patrimoniais;

    iv. 0,10 ao valor dos subsdios destinados explorao e restantes rendimentos da categoria B, excepto os subsdios no destinados explorao.

    Actualmente, o rendimento tributvel resulta da aplicao dos coeficientes de 0,20 ao valor das vendas de mercadorias e de produtos e 0,75 aos restantes rendimentos desta categoria. Dedues colecta As dedues colecta relativas a dependentes nos casos de divrcio, separao judicial de pessoas e bens, declarao de nulidade ou anulao do casamento, em que as responsabilidades parentais sejam exercidas em comum por ambos os progenitores, passam a ser aplicveis apenas a filhos, adoptados e enteados menores no emancipados e menores sob tutela.

    Tributao autnoma Os encargos com viaturas ligeiras de passageiros ou mistas (independentemente dos nveis homologados de emisso de CO2) passam a ser tributados autonomamente s seguintes taxas: i. 10% quando o custo de aquisio seja inferior a

    20.000, e

    ii. 20% quando o custo de aquisio seja igual ou superior a 20.000.

    Sobretaxa de IRS Mantm-se a sobretaxa de IRS de 3,5% nos moldes previstos para 2013, aplicando-se a mesma sobre a parte do rendimento colectvel de IRS, auferido por sujeitos passivos residentes em territrio portugus, que exceda, por sujeito passivo, o valor anual da retribuio mnima mensal garantida.

    2 Proposta de Lei do Oramento do Estado para 2014

  • Tal como em 2013, so sujeitos sobretaxa os rendimentos englobados para efeitos de IRS, bem como os seguintes rendimentos sujeitos a taxas especiais: i. gratificaes auferidas pela prestao ou em razo

    da prestao de trabalho, quando no atribudas pela entidade patronal nem por entidade que com esta mantenha relaes de grupo, domnio ou simples participao;

    ii. rendimentos das categorias A e B auferidos por residentes no habituais em actividades de elevado valor acrescentado;

    iii. acrscimos patrimoniais no justificados; iv. rendimentos de capitais devidos por entidades

    domiciliadas em pas, territrio ou regio sujeitas a um regime fiscal mais favorvel, que no tenham sido sujeitos a reteno na fonte em Portugal.

    Continuam a aplicar-se as regras estabelecidas em 2013 relativamente deduo colecta da sobretaxa (correspondente a 2,5% do valor da retribuio mnima mensal garantida, por cada dependente ou afilhado civil que no seja sujeito passivo de IRS) e reteno na fonte mensal a efectuar pelas entidades devedoras do rendimento do trabalho dependente e de penses (3,5% sobre a parte do valor do rendimento mensal lquido que exceda o valor da retribuio mnima mensal garantida). Disposies transitrias Os rendimentos brutos das categorias A, B e H auferidos por sujeitos passivos com deficincia so considerados em apenas 90% do seu valor, no ano de 2014, no podendo a parte excluda de tributao exceder 2.500 por categoria de rendimentos. Reteno na fonte actualizado o Decreto-Lei n. 42/91, de 22 de Janeiro (e suas sucessivas alteraes) em harmonizao com o Cdigo do IRS, designadamente, no que se refere actualizao da taxa de reteno na fonte aplicvel aos rendimentos prediais (de 16,5% para 25%) e opo de reteno a taxa superior prevista na respectiva tabela, com o limite de 45% (actualmente 40%).

    Dispensa / reembolso de reteno na fonte A dispensa / reembolso de reteno na fonte (total ou parcial) decorrente de ADT passa a poder efectuar-se mediante a apresentao pelo respectivo beneficirio de formulrio de modelo a aprovar por despacho do Membro do Governo responsvel pela rea das finanas, acompanhado de documento emitido pelas autoridades competentes do respectivo Estado de residncia, que ateste a sua residncia para efeitos fiscais no perodo em causa e a sujeio a imposto sobre o rendimento nesse Estado. Contribuio extraordinria de solidariedade Mantm-se a contribuio extraordinria de solidariedade (CES), a qual continua a ser devida em moldes semelhantes aos definidos em 2013:

    i. taxa de 3,5% sobre a totalidade das penses de valor mensal entre 1.350 e 1.800;

    ii. a uma taxa global entre 3,5% e 10% sobre penses que, mensalmente, variem entre 1.800 e 3.750;

    iii. taxa de 10% sobre a totalidade das penses de valor mensal superior a 3.750, qual acrescem as seguintes taxas:

    15% sobre o montante entre 12 e 18 vezes o Indexante de Apoios Sociais (IAS);

    40% sobre o montante que exceda 18 vezes o IAS.

    Para alm das penses, continuam sujeitas a esta contribuio todas as prestaes pecunirias vitalcias devidas a qualquer ttulo a aposentados, reformados, pr-aposentados ou equiparados que no estejam expressamente excludas por disposio legal, incluindo as atribudas no mbito de regimes complementares, independentemente:

    i. da sua designao;

    ii. da natureza pblica, privada ou cooperativa da entidade processadora;

    iii. da natureza pblica, privada ou outra, da entidade patronal ao servio da qual foram efectuados os respectivos descontos ou contribuies (obrigatrios ou facultativos);

    iv. do tipo de regime, legal, convencional ou contratual subjacente sua atribuio, e da proteco conferida, de base ou complementar.

    3 Proposta de Lei do Oramento do Estado para 2014

  • Em qualquer caso, esta contribuio no pode determinar uma prestao mensal total ilquida (de outras retenes) inferior a 1.350. Passa a estar expressamente excludo do mbito de incidncia da CES, o reembolso de capital e respectivo rendimento, quer adoptem a forma de penso ou prestao pecuniria vitalcia ou a de resgate, de produto de poupana individual facultativa subscrito e financiado em exclusivo por pessoa singular. Prev-se que a CES apenas seja acumulvel com a reduo das penses da CGA resultante da convergncia deste regime com as regras de clculo do regime geral da segurana social na parte em que o valor da CES exceda o valor desta reduo. Tal como em 2013, compete s entidades processadoras das penses e prestaes sujeitas CES: i. proceder deduo da contribuio e entreg-la

    CGA, I.P., at ao dia 15 do ms seguinte quele em que sejam devidas as prestaes em causa;

    ii. comunicar CGA, I.P., at ao dia 20 de cada ms, os montantes abonados por beneficirio nesse ms, independentemente de os mesmos atingirem ou no, isoladamente, o valor mnimo de incidncia da CES.

    Segurana Social Admisso de trabalhadores Passa a ser obrigatria a comunicao online da admisso de trabalhadores, pelas respectivas entidades empregadoras, com ressalva da admisso dos trabalhadores do servio domstico, a qual pode continuar a ser efectuada atravs de qualquer meio escrito. Base de incidncia Passa a estar expressamente prevista no Cdigo Contributivo a necessidade de observncia dos limites legais estabelecidos e pressupostos de atribuio aos servidores do Estado para efeitos de excluso da base de incidncia das ajudas de custo, abonos de viagem, despesas de transporte e outras equivalentes (actualmente previsto por remisso para o Cdigo do IRS).

    Conceito de regularidade alterado o conceito de regularidade para efeitos de determinao da base de incidncia, passando o mesmo a incluir as prestaes que: i. constituam direito do trabalhador, por se

    encontrarem pr-estabelecidas segundo critrios objectivos e gerais, ainda que condicionais, por forma a que este possa contar com o seu recebimento, e

    ii. cuja concesso tenha lugar com uma frequncia igual ou inferior a cinco anos.

    Na redaco actual o carcter de regularidade conferido independentemente da frequncia da concesso das respectivas prestaes. Membros de rgos estatutrios eliminado o limite mximo mensal da base incidncia aplicvel aos membros de rgos estatutrios (actualmente igual a 12 vezes o valor do IAS 5.030,64), passando as contribuies a incidir sobre o valor das remuneraes efectivamente auferidas em cada uma das entidades em que exeram actividade. O limite mnimo mensal da base de incidncia correspondente ao valor do IAS (419,22) mantm-se, mas deixa, no entanto, de ser aplicvel nos casos de acumulao de actividade com a situao de pensionista, desde que o valor da penso seja igual ou superior ao valor do IAS.

    4 Proposta de Lei do Oramento do Estado para 2014

  • Trabalhadores independentes mbito pessoal Passam a estar abrangidos pelo regime dos trabalhadores independentes, as pessoas que vivem em unio de facto com trabalhadores independentes e que com eles exeram uma actividade profissional com carcter de regularidade e permanncia. Prev-se a excluso do mbito pessoal do regime dos trabalhadores independentes, dos titulares de rendimentos da categoria B resultantes exclusivamente da produo de electricidade por intermdio de unidades de micro produo, quando estes rendimentos sejam excludos de tributao em IRS. Entidades contratantes Passa a prever-se que a qualidade de entidade contratante apenas apurada relativamente aos trabalhadores independentes que se encontrem sujeitos ao cumprimento da obrigao de contribuir e que obtenham um rendimento anual com prestao de servios igual ou superior a 6 vezes o valor do IAS (2.515,32). Declarao anual de actividade A entrega da declarao anual dos valores correspondentes actividade exercida passa a ser obrigatria para todos os trabalhadores independentes com obrigao contributiva, sendo efectuada mediante o preenchimento do anexo da Segurana Social declarao modelo 3 de IRS (actualmente no aplicvel a trabalhadores independentes que sejam exclusivamente produtores ou comerciantes). Iseno contributiva Passa a prever-se uma iseno da obrigao de contribuir relativamente aos trabalhadores independentes que tenham estado obrigados ao pagamento de contribuies pelo perodo de um ano resultante de rendimento relevante igual ou inferior a 6 vezes o valor do IAS (2.515,32). revogada a opo dada aos trabalhadores independentes enquadrados aps a entrada em vigor do Cdigo Contributivo, de requerem a iseno da obrigao contributiva nas situaes em que o rendimento relevante no tenha atingido 12 vezes o valor do IAS (5.030,64).

    5 Proposta de Lei do Oramento do Estado para 2014

    Determinao do rendimento relevante Os rendimentos que resultem da produo de electricidade por intermdio de unidades de micro produo e que sejam excludos de IRS deixam de relevar para efeitos de determinao do rendimento relevante dos trabalhadores independentes. Base de incidncia contributiva Passa a prever-se a possibilidade de opo pela fixao da base de incidncia correspondente aos dois escales imediatamente superiores ao do escalo base aplicvel, sendo a opo pelo escalo inferior actualmente existente alargada para os dois escales imediatamente inferiores. Nos casos em que o rendimento relevante seja igual ou inferior a 12 vezes o valor do IAS, passa a ser fixado oficiosamente como base de incidncia contributiva o valor correspondente a 50% do IAS. O trabalhador independente pode, contudo, renunciar a essa fixao ficando automaticamente posicionado no primeiro escalo. Base de incidncia contributiva em situaes especiais

    So introduzidas alteraes nas regras de determinao da base de incidncia contributiva em caso de reincio de actividade, consoante o momento do reincio e a existncia, ou no, de rendimentos que permitam o seu apuramento. Caixa postal electrnica Passa a ser obrigatria a existncia de caixa postal electrnica para as entidades empregadoras (com excepo das pessoas singulares sem actividade empresarial), as entidades contratantes e os trabalhadores independentes que se encontrem sujeitos ao cumprimento da obrigao contributiva e cuja base de incidncia fixada seja igual ou superior ao 3. escalo. Actividades sindicais Passam a estar abrangidos pelo regime geral de segurana social os trabalhadores que exeram actividades sindicais, constituindo base de incidncia contributiva as compensaes que lhes sejam atribudas pelos sindicatos e passando estes a ser considerados como entidades empregadoras e os trabalhadores como trabalhadores dependentes.

  • Actualizao do IAS O regime de actualizao anual do IAS mantm-se suspenso durante o ano de 2014, continuando este fixado em 419,22. Contribuies sobre prestaes de doena e desemprego Prev-se a sujeio a contribuies para a segurana social das prestaes de doena taxa de 5%, excepto nas situaes referentes a perodos de incapacidade temporria de durao inferior a 30 dias, e das prestaes de desemprego, taxa de 6%. Em qualquer caso, a sujeio a contribuies no pode prejudicar a garantia do valor mnimo das prestaes nos termos dos respectivos regimes jurdicos. Benefcios Fiscais Fundos de investimento imobilirio, fundos de penses e fundos de poupana-reforma A aquisio e deteno de imveis por fundos de investimento imobilirio abertos ou fechados de subscrio pblica, por fundos de penses e fundos de poupana-reforma, que se constituam e operem de acordo com a legislao nacional, passam a ser tributadas em IMT e IMI, sendo as respectivas taxas reduzidas para metade. Reorganizao de empresas em resultado de actos de concentrao ou de acordos de cooperao So alteradas as operaes definidas como actos de concentrao para efeitos de atribuio dos benefcios fiscais reestruturao empresarial de forma a abranger: (i) a incorporao por uma sociedade do conjunto ou de um ou mais ramos de actividade de outra sociedade sem obrigatoriedade de atribuio de partes de capital como contrapartida e sem restries quanto natureza da actividade exercida pelas sociedades; e, (ii) a ciso de uma sociedade (mediante destaque de partes do seu patrimnio ou por dissoluo e diviso do patrimnio), sem que a mesma tenha de dar lugar a uma fuso (ciso-fuso).

    6 Proposta de Lei do Oramento do Estado para 2014

    revogada a norma que, para efeitos da atribuio dos benefcios fiscais, obriga a que as sociedades envolvidas na operao exeram, efectiva e directamente, a mesma actividade econmica ou actividades econmicas integradas na mesma cadeia de produo e distribuio do produto, compartilhem canais de comercializao ou processos produtivo ou, ainda, quando exista uma manifesta similitude ou complementaridade entre os processos produtivos ou os canais de distribuio utilizados. harmonizado o conceito de ramo de actividade para efeitos do presente regime com a definio prevista no regime da neutralidade fiscal estabelecido no Cdigo do IRC. estabelecido um prazo de trs meses a contar da data da notificao do despacho do membro do Governo responsvel pela rea das finanas, para solicitar o reembolso dos impostos, emolumentos e outros encargos legais suportados nos casos em que os actos de concentrao ou cooperao precedam o referido despacho. Revogao de benefcios previstos no Estatuto dos Benefcios Fiscais Na sequncia de alteraes propostas no mbito da reforma do IRC, designadamente a criao de um regime de participation exemption, so revogados os seguintes benefcios fiscais: (i) o regime especial de tributao das mais-valias e menos-valias aplicvel s SGPS e s SCR e (ii) o mecanismo de eliminao da dupla tributao econmica dos lucros distribudos por sociedades residentes nos pases africanos de lngua oficial portuguesa e na Repblica Democrtica de Timor-Leste. Prev-se, ainda, a revogao dos benefcios fiscais internacionalizao. Benefcio ao reinvestimento de lucros e reservas introduzido um benefcio ao reinvestimento de lucros e reservas, designado por deduo por lucros retidos e reinvestidos (DLRR), com vista a incentivar o reforo de capitais prprios e o investimento a realizar por pequenas e mdias empresas.

  • Este regime aplicvel a pequenas e mdias empresas residentes e no residentes com estabelecimento estvel em Portugal que exeram, a ttulo principal, uma actividade de natureza comercial, industrial ou agrcola e que cumulativamente (i) disponham de contabilidade organizada nos termos legais em vigor, (ii) o seu lucro tributvel no seja determinado por mtodos indirectos e (iii) tenham a sua situao fiscal e contributiva regularizada. A DLRR permite uma deduo colecta de IRC, at ao limite de 25% da mesma, correspondente a 10% dos lucros retidos (os quais apenas podero beneficiar deste regime at ao limite de 5.000.000) que sejam reinvestidos em activos elegveis nos dois anos seguintes, com excepo dos lucros retidos relativos ao primeiro perodo de tributao que se inicie em ou aps 1 de Janeiro de 2014 que tambm podem ser reinvestidos nesse ano. Os activos elegveis devero ser detidos e contabilizados por um perodo mnimo de 5 anos. A DLRR no cumulvel, relativamente s mesmas despesas de investimento elegveis, com quaisquer outros benefcios fiscais da mesma natureza. Aplicando-se o regime especial de tributao dos grupos de sociedades, a deduo pode ser efectuada at 25% da colecta do grupo, no podendo, no entanto, ultrapassar o limite de 25% da colecta individual apurada pela sociedade que realizou as despesas elegveis. No mbito deste regime, dever ser constituda, no balano, uma reserva especial correspondente ao montante dos lucros retidos e reinvestidos, a qual no pode ser utilizada para distribuio aos scios, at ao fim do quinto exerccio posterior ao da sua constituio. O presente benefcio encontra-se excludo do mbito de aplicao do resultado da liquidao previsto no artigo 92. do Cdigo do IRC. Cdigo Fiscal ao Investimento SIFIDE II So propostas as seguintes alteraes ao regime do SIFIDE II actualmente em vigor:

    i. alargamento do perodo de vigncia do SIFIDE II at

    ao perodo de tributao de 2020 (actualmente estabelecido at 2015);

    ii. no elegibilidade de despesas incorridas com projectos de investigao e desenvolvimento (I&D) realizados por conta de terceiros;

    iii. revogao da limitao elegibilidade das despesas com pessoal qualificado e directamente envolvido em tarefas de I&D, estabelecida para empresas no PME;

    iv. majorao em 20 pontos percentuais das despesas incorridas com pessoal afecto a actividades de I&D, desde que apresentem habilitaes literrias mnimas do nvel 8 do Quadro Nacional de Qualificaes (Doutoramento);

    v. revogao da majorao da taxa de incentivo incremental e respectivo limite mximo sobre as despesas incorridas com a contratao de doutorados para actividades de I&D;

    vi. alargamento, para 8 anos, do perodo de reporte do crdito fiscal que, por insuficincia de colecta, no possa ser deduzido no perodo em que as respectivas despesas sejam realizadas.

    Estabelece-se ainda, que as entidades interessadas em recorrer ao SIFIDE II so obrigatoriamente submetidas a uma auditoria tecnolgica no final da vigncia dos projectos. Benefcios fiscais com vista internacionalizao Na sequncia da revogao efectuada ao nvel do Estatuto dos Benefcios Fiscais, prev-se igualmente a revogao do acesso aos benefcios fiscais com vista internacionalizao previsto no Cdigo Fiscal ao Investimento.

    7 Proposta de Lei do Oramento do Estado para 2014

  • Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) Alargamento de isenes de IVA ampliado o mbito da iseno de IVA para as prestaes de servios que consistam em proporcionar a visita, guiada ou no, a bibliotecas e arquivos pertencentes ao Estado, outras pessoas colectivas de direito pblico ou organismos sem finalidade lucrativa. Dispensa da obrigao de facturao Ficam dispensados de emitir factura os sujeitos passivos que pratiquem operaes financeiras e de seguros abrangidas pelas normas de iseno previstas no Cdigo do IVA, quando o respectivo destinatrio seja um sujeito passivo de IVA estabelecido ou domiciliado em outro Estado-Membro da UE. Alteraes oficiosas aos elementos relativos actividade dos sujeitos passivos Consagra-se a eficcia imediata das alteraes oficiosas efectuadas pela Autoridade Tributria e Aduaneira (AT) relativamente aos elementos da actividade dos sujeitos passivos nos casos de no exerccio da actividade ou de exerccio desacompanhado de uma estrutura empresarial adequada, falsidade dos elementos declarados ou fundados indcios de fraude, devendo tais alteraes ser notificadas ao sujeito passivo no prazo de 10 dias. Regime de regularizao de IVA nos crditos de cobrana duvidosa e incobrveis So introduzidas alteraes no regime de regularizao do IVA em crditos de cobrana duvidosa ou incobrveis cuja data de vencimento tenha ocorrido posteriormente a 31 de Dezembro de 2012: i. no caso de deduo do IVA ao abrigo da disciplina

    de regularizao relativa a crditos incobrveis, afasta-se a possibilidade de deduo do mesmo imposto no mbito do regime-regra de regularizao dos crditos de cobrana duvidosa;

    ii. estabelece-se o prazo de dois anos, contados a partir do primeiro dia do ano civil seguinte, para a deduo de IVA contido em crditos de cobrana duvidosa que estejam em mora h mais de seis meses desde a data do respectivo vencimento, cujo valor no seja superior a 750 (IVA includo), sobre particulares ou sujeitos passivos que realizem apenas operaes isentas sem direito deduo, e ainda relativamente a crditos considerados incobrveis nos termos do Cdigo do IVA;

    iii. nos casos de regularizao de IVA relativamente a crditos considerados incobrveis, prev-se a obrigatoriedade de comunicao ao adquirente do bem ou servio, que seja sujeito passivo, da anulao total ou parcial do imposto, para efeitos de rectificao da deduo inicialmente efectuada por este ltimo.

    Alterao da Lista I anexa ao Cdigo do IVA A taxa reduzida de IVA passa a aplicar-se a prestaes de servios efectuadas no mbito de actividades de produo agrcola. Actualmente, apenas beneficiam da aplicao da taxa reduzida as prestaes de servios silvcolas, de limpeza e de interveno cultural nos povoamentos, realizadas em exploraes agrcolas e silvcolas, e ainda as prestaes de servios que contribuem para a realizao da produo agrcola. eliminada a excluso de aplicao da taxa reduzida de IVA actualmente prevista para as actividades agrcolas no conexas com a explorao da terra ou em que esta tenha carcter meramente acessrio, designadamente as culturas hidropnicas e a produo em vasos, tabuleiros e outros meios autnomos de suporte. Regime de IVA de caixa Concretiza-se, no mbito do regime de IVA de caixa, que o direito deduo do imposto suportado pelos sujeitos passivos no abrangidos por este regime, relativamente a aquisies de bens e servios a sujeitos passivos abrangidos pelo mesmo, nasce na data de emisso da factura, devendo a deduo ser efectuada na declarao do perodo ou do perodo seguinte quele em que se tiver verificado a recepo da factura. Esta alterao tem natureza interpretativa.

    8 Proposta de Lei do Oramento do Estado para 2014

  • Alterao do regime dos bens em circulao alargado o mbito da excluso de aplicao do regime de bens em circulao para o transporte dos seguintes bens: i. bens provenientes de aquicultura e bens que se

    destinem manifestamente produo agrcola, apcola, silvcola, aquicultura ou de pecuria;

    ii. bens legalmente equiparados a resduos slidos urbanos;

    iii. resduos hospitalares sujeitos a guia de acompanhamento;

    iv. bens a entregar aos respectivos utentes por IPSS ou outras entidades no mbito de protocolos celebrados com o sistema de segurana social;

    v. bens recolhidos no mbito de campanhas de solidariedade social efectuadas por organizaes sem fins lucrativos.

    Consagra-se a possibilidade de emisso de documentos de transporte globais no caso de os bens a entregar em cada local de destino no serem conhecidos no momento do incio do seu transporte, e j no apenas nas situaes em que os destinatrios dos bens no sejam conhecidos antes do incio do transporte, podendo o referido documento assumir a forma de factura simplificada. Prev-se que a sada de bens a incorporar em servios prestados pelo remetente, seja registada em documento prprio, processado (i) por via electrnica, (ii) atravs de programa informtico certificado pela AT, (iii) atravs de software produzido internamente pela empresa ou por empresa integrada no mesmo grupo econmico, que seja detentora dos respectivos direitos de autor, (iv) directamente no Portal das Finanas ou (v) em papel. Estabelece-se a obrigatoriedade de emisso de documento de transporte adicional em caso de alteraes ao destinatrio ou adquirente dos bens (actualmente, apenas a alterao do local de destino releva para este efeito). Deixa de ser obrigatria a referncia, no documento de transporte, ao estatuto de no sujeito passivo do destinatrio ou adquirente dos bens, no caso de esse documento ser emitido sob a forma de factura nos termos do Cdigo do IVA.

    Estabelece-se a possibilidade de os documentos de transporte serem processados, para alm do remetente dos bens, por terceiros em seu nome e por sua conta, mediante acordo prvio, podendo ainda ser processados por outros sujeitos passivos quando os bens em circulao sejam objecto de prestao de servios por eles efectuada. As punies decorrentes das omisses ou inexactides praticadas nos documentos de transporte passam a ser aplicveis somente ao remetente dos bens ou terceiros que os emitam em seu nome e por sua conta, deixando de ser aplicveis ao transportador dos bens, a quem apenas ser imputvel a infraco resultante da alterao do destino final dos bens ocorrida durante o transporte. revogada a norma que prev a apreenso dos bens em circulao e do veculo transportador no caso de identificao de infraces contra-ordenacionais no decurso da circulao dos bens, passando a mesma a ocorrer, a ttulo provisrio, apenas nas situaes em que as entidades fiscalizadoras detectem indcios da prtica de infraco criminal. Da deciso de apreenso caber recurso para o tribunal judicial de 1 instncia, com competncia criminal, da rea em que foi efectuada a apreenso. Requisitos das facturas e dos documentos rectificativos A obrigao de processamento de facturas atravs de sistemas informticos ou pr-impressos em tipografias autorizadas alargada ao processamento de documentos rectificativos de facturas. Prev-se que estes documentos passem a ser identificados atravs das respectivas designaes e emitidos em uma ou mais sries, convenientemente referenciadas, de acordo com as necessidades comerciais, devendo ser datados e numerados de forma progressiva e contnua, dentro de cada srie, por um perodo no inferior a um ano fiscal. Regime de iseno de IVA nas vendas a exportadores O mbito de aplicao da iseno de IVA nas vendas de mercadorias de valor superior a 1.000, passa a incluir as vendas efectuadas a qualquer exportador (actualmente, esto apenas abrangidos nesta norma os exportadores nacionais) e expedidas ou transportadas no mesmo estado, para fora da Comunidade, por este ltimo ou por terceiro por conta deste.

    9 Proposta de Lei do Oramento do Estado para 2014

  • Regime de renncia iseno de IVA nas operaes imobilirias O requisito de acesso ao regime de renncia iseno do IVA relativo variao do valor patrimonial tributvel, quando esteja em causa a primeira transmisso ou locao do imvel aps ter sido objecto de grandes obras de transformao, reduzido de 50% para 30%. Estabelece-se que a obrigao de regularizao de uma s vez a favor do Estado do imposto deduzido na sequncia do exerccio da renncia iseno de IVA nas operaes imobilirias, somente se verifica quando o imvel no seja efectivamente utilizado na realizao de operaes tributadas por um perodo superior a cinco anos consecutivos (ao invs do actual perodo de trs anos e da obrigao de o imvel ser utilizado para fins da empresa). Imposto do Selo (IS) Isenes Passam a beneficiar de iseno de Imposto do Selo as operaes financeiras destinadas cobertura de carncia de tesouraria, sempre que exista, entre as sociedades intervenientes, uma relao de capital com direito de voto de, pelo menos, 10% ou quando a mesma tenha um valor de aquisio no inferior a 5.000.000. Deixam de beneficiar da iseno de Imposto do Selo, semelhana dos suprimentos concedidos por scios domiciliados num territrio sujeito a um regime fiscal privilegiado, as operaes financeiras com estas entidades destinadas cobertura de carncias de tesouraria de participadas residentes em territrio portugus.

    Deixam tambm de beneficiar de iseno de Imposto do Selo as operaes financeiras destinadas cobertura de carncias de tesouraria e os suprimentos concedidos por sociedades residentes em territrio portugus a sociedades domiciliadas num territrio sujeito a um regime fiscal privilegiado. Terrenos para construo com afectao habitacional Prev-se que a deteno de terrenos para construo cuja edificao autorizada ou prevista seja para habitao, e cujo valor patrimonial exceda 1.000.000, passe a ser tributada em Imposto do Selo taxa de 1%. Impostos Especiais sobre o Consumo (IEC) Impostos sobre os produtos petrolferos e energticos No so introduzidas alteraes significativas ao nvel dos Impostos sobre os produtos petrolferos e energticos. Imposto sobre o lcool e as bebidas alcolicas Prev-se um aumento da taxa de imposto sobre a cerveja de cerca de 1% e um aumento da taxa de imposto sobre produtos intermdios e bebidas espirituosas de cerca de 5%. Imposto sobre o tabaco Prev-se um aumento das taxas aplicveis (ad valorem) aos charutos e cigarrilhas em cerca de 25% e a aplicao de uma taxa de 50% ao tabaco para cachimbo de gua. aumentada de 0,065/g para 0,075/g a taxa do elemento especfico do imposto sobre o tabaco de corte fino destinado a cigarros de enrolar e sobre os restantes tabacos de fumar. aumentado de 0,09/g para 0,12/g o limite mnimo de imposto relativo ao tabaco de corte fino destinado a cigarros de enrolar e aos restantes tabacos de fumar. Prev-se a alterao dos elementos do imposto incidente sobre os cigarros passando o elemento especfico para 87,33 (actualmente de 79,39) e o elemento ad valorem para 17% (actualmente de 20%).

    10 Proposta de Lei do Oramento do Estado para 2014

  • Adicional s taxas do imposto sobre os produtos petrolferos e energticos Mantm-se em vigor o adicional s taxas do imposto sobre os produtos petrolferos e energticos, no montante de 0,005 por litro para a gasolina e no montante de 0,0025 por litro para o gasleo rodovirio e o gasleo colorido e marcado, que constitui receita prpria do fundo financeiro de carcter permanente destinado a apoiar a gesto florestal sustentvel, nas suas diferentes valncias, at ao limite mximo de 30.000.000 anuais. Contribuio de servio rodovirio Prev-se um aumento para 67/1000 litros do valor da contribuio para o servio rodovirio (actualmente 66,32/1000 litros) relativamente gasolina e para 91/1000 litros (actualmente 89,12/1000 litros) relativamente ao gasleo rodovirio, introduzindo-se uma nova contribuio de 53/1000 litros relativamente ao GPL Auto. Imposto Sobre Veculos (ISV) Estatuto do operador registado e operador reconhecido Prope-se um aumento de dois para trs anos do prazo mximo para, uma vez apresentada a Declarao Aduaneira de Veculos pelos operadores registados e operadores reconhecidos, os veculos tributveis permanecerem em suspenso de imposto. Instituies Particulares de Solidariedade Social A iseno de imposto aplicvel aos veculos para transporte colectivo dos utentes com lotao de nove lugares, incluindo o do condutor, adquiridos por instituies particulares de solidariedade social que se destinem ao transporte em actividades de interesse pblico e que se mostrem adequados sua natureza e finalidades, passa a ser aplicvel aos veculos adquiridos a ttulo gratuito ou oneroso, no se mantendo a exigncia de serem adquiridos em estado novo. Imposto nico de Circulao (IUC) Taxas Verifica-se um aumento em cerca de 1% nas taxas aplicveis a todas as categorias de veculos.

    Adicional em sede de IUC introduzido um adicional de IUC sobre os veculos a gasleo enquadrveis nas categorias A e B do Imposto nico de Circulao, varivel entre 1,39 e 68,35, em funo da cilindrada e do ano de matrcula do veculo. Estabelece-se, neste mbito, que as isenes, totais ou parciais, aplicveis em sede de IUC so igualmente aplicveis ao adicional introduzido. Imposto Municipal sobre Imveis (IMI) Reavaliao de prdios urbanos Prope-se que o valor patrimonial tributrio possa ser objecto de alterao, com fundamento no valor patrimonial tributrio desactualizado, decorridos trs anos sobre a data do pedido ou da promoo oficiosa da inscrio ou actualizao do prdio na matriz, deixando o prazo de ser contado a partir do momento do encerramento da matriz. Contribuio sobre o Sector Energtico criada uma contribuio sobre o sector energtico devida pelas pessoas singulares ou colectivas, com domiclio fiscal ou sede, direco efectiva ou estabelecimento estvel em territrio nacional, que, em 1 de Janeiro de 2014, se encontrem, entre outras, numa das seguintes situaes:

    i. sejam titulares de licenas de explorao de centros

    electroprodutores, com excepo dos localizados nas Regies Autnomas dos Aores e da Madeira;

    ii. sejam concessionrias das actividades de transporte e de distribuio de electricidade ou gs natural;

    iii. sejam operadores de refinao e armazenamento ou distribuio de petrleo bruto e de produtos de petrleo;

    iv. comercializadores grossistas de gs natural ou de petrleo bruto e de produtos de petrleo.

    O regime contempla um conjunto de isenes aplicveis a vrios dos intervenientes no sector energtico. A contribuio incide sobre o activo fixo tangvel e intangvel (com excepo dos que digam respeito a direitos de propriedade intelectual), considerando-se como tal o conjunto dos elementos reconhecidos na abertura de contas a 1 de Janeiro de 2014 ou no primeiro dia de exerccio, caso ocorra em data diferente.

    11 Proposta de Lei do Oramento do Estado para 2014

  • A taxa da contribuio sobre o sector energtico de 0,85%; nos casos das centrais termoelctricas de ciclo combinado com uma utilizao anual de potncia instalada, em 2013, igual ou superior a 2.000 horas e inferior a 3.500 horas, a taxa aplicvel de 0,425%. A contribuio no repercutvel, directa ou indirectamente, nas tarifas de uso das redes de transporte, de distribuio ou de outros activos regulados de energia elctrica e de gs natural, previstas nos Regulamentos Tarifrios dos respectivos sectores, no devendo a mesma ser considerada para efeitos de determinao do respectivo custo de capital. Estabelece-se que a contribuio seja liquidada pelo prprio sujeito passivo, atravs de declarao de modelo oficial (aprovada por portaria do Ministro das Finanas) que dever ser enviada por transmisso electrnica de dados at 31 de Outubro de 2014, sendo este o prazo limite para pagamento da mesma. Esta contribuio no ser dedutvel para efeitos do apuramento do lucro tributvel em sede de IRC. Lei Geral Tributria (LGT) Confidencialidade Estabelece-se o alargamento da dispensa do dever de sigilo da AT aos casos de necessidade de confirmao do nmero de identificao fiscal e domiclio fiscal do contribuinte s entidades legalmente competentes para a realizao do registo comercial, predial ou automvel. Informaes vinculativas Prev-se a possibilidade de apresentao de recurso contencioso autnomo relativamente s decises da AT referentes (i) inexistncia dos pressupostos para a prestao de informao vinculativa ou recusa de prestao de informao vinculativa urgente; (ii) existncia de uma especial complexidade tcnica que impossibilite a prestao da informao vinculativa e, bem assim, (iii) ao enquadramento jurdico-tributrio dos factos constantes da resposta ao pedido de informao vinculativa.

    Orientaes genricas da AT Estabelece-se a obrigao de a AT rever as suas orientaes genricas constantes de circulares, regulamentos ou instrumentos de idntica natureza, tendo em considerao, nomeadamente, a jurisprudncia dos tribunais superiores. Declaraes e outros elementos dos contribuintes Ressalva-se que, independentemente da presuno de veracidade e de boa f das declaraes dos contribuintes dos dados da sua contabilidade ou escrita, devem estar verificados os demais requisitos de que depende a dedutibilidade dos gastos. Pases, territrios ou regies com um regime fiscal claramente mais favorvel Estabelecem-se os critrios que devem verificar-se para que um Estado seja considerado pas, territrio ou regio com um regime fiscal claramente mais favorvel. Simulao dos negcios jurdicos revogada a norma que estabelece que, em caso de simulao, a tributao do negcio jurdico real, constante de documento autntico, depende de deciso judicial que declare a sua nulidade. Regime Geral das Infraces Tributrias (RGIT) Crimes tributrios - dispensa e atenuao especial de pena A possibilidade de dispensa e atenuao especial de pena passa a ser aplicvel apenas relativamente a crimes punveis com pena de priso igual ou inferior a dois anos (actualmente aplicvel aos crimes punveis com pena de priso igual ou inferior a trs anos). Introduo fraudulenta no consumo Estabelece-se a criminalizao da conduta de quem, com a inteno de se subtrair ao pagamento dos IEC, comercializar produtos tributveis com violao das normas nacionais ou europeias aplicveis em matria de marcao, colorao, desnaturao ou selagem.

    12 Proposta de Lei do Oramento do Estado para 2014

  • Fraude contra a segurana social incrementado o valor de referncia relativamente ao crime de fraude contra a segurana social, passando a ser punveis as condutas das entidades empregadoras, dos trabalhadores independentes e dos beneficirios que visem a no liquidao, entrega ou pagamento, total ou parcial, ou o recebimento indevido, total ou parcial, de prestaes de segurana social com inteno de obter para si, ou para outrem, vantagem ilegtima de valor superior a 7.500 (ao invs dos 3.500 que servem de referncia ao regime actual). Contra-ordenaes aduaneiras Descaminho Estabelece-se a punio contra-ordenacional da violao da disciplina legal de destinos aduaneiros. Introduo irregular no consumo Passam a qualificar-se como contra-ordenaes aduaneiras a expedio e exportao de veculos tributveis sem o cumprimento das obrigaes prescritas por lei. Regime especial de tributao dos grupos de sociedades comunicao de alteraes no mbito do regime agravado o limite mximo da coima aplicvel falta de apresentao, ou apresentao fora do prazo, da declarao referente a alteraes na composio do grupo, bem como de cessao da aplicao do regime, de 10.000 para 22.500. Contribuio sobre o Sector Bancrio prorrogado para 2014 o regime que criou a contribuio sobre o sector bancrio. So alteradas as taxas mximas aplicveis, as quais passam a corresponder a 0,07% para o passivo apurado e aprovado pelos sujeitos passivos (actualmente de 0,05%) e a 0,0003% para o valor nocional dos instrumentos financeiros derivados (actualmente de 0,0002%).

    Fundos e sociedades de investimento imobilirio para arrendamento habitacional prorrogado at 31 de Dezembro de 2015 o regime fiscal dos fundos e sociedades de investimento imobilirio para arrendamento habitacional. Recorde-se que o regime jurdico e fiscal deste tipo de fundos e sociedades foi introduzido pela Lei do OE 2008 (Lei n. 64-A/2008), tendo na altura sido estabelecido que o regime fiscal era aplicvel a fundos e sociedades daquele tipo constitudos durante os cinco anos subsequentes entrada em vigor daquela lei e aos imveis adquiridos no mesmo perodo (ou seja, at 31 de Dezembro de 2013). Operaes de reporte Mantm-se a iseno de IRC para os ganhos obtidos por instituies financeiras no residentes na realizao de operaes de reporte de valores mobilirios efectuadas com instituies de crdito residentes, desde que os ganhos no sejam imputveis a estabelecimento estvel daquelas instituies situado em territrio portugus. Ao contrrio do que sucedeu com a Lei do Oramento do Estado para 2013, deixa de estar prevista a iseno de Imposto do Selo aplicvel s operaes de reporte e alienao fiduciria em garantia realizadas por instituies financeiras, designadamente por instituies de crdito e sociedades financeiras, com interposio de contrapartes centrais.

    13 Proposta de Lei do Oramento do Estado para 2014

  • Regime especial de tributao de valores mobilirios representativos de dvida emitida por entidades no residentes Continuam a beneficiar de iseno de IRS e de IRC os rendimentos dos valores mobilirios representativos de dvida pblica e no pblica emitida por entidades no residentes, que sejam considerados obtidos em territrio portugus nos termos dos Cdigos do IRS e do IRC, quando venham a ser pagos pelo Estado Portugus enquanto garante de obrigaes assumidas por sociedades das quais accionista em conjunto com outros Estados-Membros da UE. A iseno aplica-se aos beneficirios efectivos que cumpram os requisitos previstos no artigo 5. do Decreto-Lei n. 193/2005, de 7 de Novembro, alterado pelo Decreto-Lei n. 25/2006, de 8 de Fevereiro. Autorizaes legislativas Sorteio para as facturas emitidas e comunicadas Autoridade Tributria e Aduaneira conferida, no mbito da preveno da fraude e evaso fiscal, uma autorizao legislativa ao Governo com vista implementao de um sorteio especfico para a atribuio de um prmio s pessoas singulares com nmero de identificao fiscal associado a uma factura comunicada AT. Notificaes e citaes electrnicas efectuadas pela Segurana Social conferida uma autorizao legislativa ao Governo no sentido de consagrar a possibilidade de serem efectuadas notificaes e citaes por transmisso electrnica de dados atravs dos sistemas informticos declarativos geridos pela Segurana Social. Esta autorizao concedida por um perodo de 180 dias.

    Prestaes de servios de telecomunicaes, radiodifuso ou televiso e servios por via electrnica concedida uma autorizao legislativa ao Governo para proceder transposio para a ordem jurdica interna da Directiva Comunitria respeitante ao lugar das prestaes de servios de telecomunicaes, radiodifuso ou televiso e servios por via electrnica, prevendo-se como regra geral de localizao, no caso de servios a no sujeitos passivos (B2C), a tributao no destino, a qual se prev que apenas entre em vigor em 1 de Janeiro de 2015. Quadro sancionatrio no mbito do regime comunitrio de controlo das exportaes, transferncias, corretagem e trnsito de produtos de dupla utilizao concedida uma autorizao legislativa ao Governo para instituir o regime sancionatrio no mbito do regime comunitrio de controlo das exportaes, transferncias, corretagem e trnsito de produtos de dupla utilizao. Tributao das transaces financeiras conferida uma autorizao legislativa ao Governo no mbito do Imposto do Selo para legislar sobre a tributao das transaces financeiras de valores mobilirios, em termos idnticos aos que j tinham sido estabelecidos na anterior Lei do Oramento do Estado para 2013. O sentido e a extenso das alteraes a introduzir no Cdigo do Imposto do Selo, nos termos da autorizao legislativa, respeitaro ao estabelecimento de regras e procedimentos relativos tributao da aquisio de valores mobilirios a uma taxa que poder ascender a um mximo de 0,3%. Autorizao legislativa relativa ao regime especial de tributao dos rendimentos de valores mobilirios representativos de dvida conferida uma autorizao legislativa ao Governo para rever e sistematizar o regime especial de tributao dos rendimentos de valores mobilirios representativos de dvida previsto em anexo ao Decreto-Lei n. 193/2005. Entre outros aspectos, a autorizao legislativa vai no sentido de alargar o regime aos rendimentos dos valores mobilirios de natureza monetria designados por papel comercial e aos rendimentos de valores mobilirios integrados e registados exclusivamente junto de entidades gestoras de sistemas de compensao e liquidao internacional.

    14 Proposta de Lei do Oramento do Estado para 2014

  • Autorizao legislativa para reviso do regime fiscal dos organismos de investimento colectivo concedida uma autorizao legislativa ao Governo para alterar o regime fiscal aplicvel aos organismos de investimento colectivo. O sentido e a extenso das alteraes incluem, entre outros aspectos: i. a tributao dos rendimentos sada do fundo,

    passando a tributao a ocorrer na esfera dos investidores a uma taxa nica;

    ii. a imposio de uma distribuio anual mnima, entre 70% a 90% dos resultados;

    iii. a criao de uma verba no mbito da Tabela Geral do Imposto do Selo, correspondente a uma percentagem fixa, entre os 0,01% e os 0,2%, sobre o valor lquido dos activos;

    iv. o estabelecimento de um regime transitrio que possibilite a transio de fundos de investimento para sociedades de investimento;

    v. a adaptao do regime de outros organismos de investimento colectivo que apliquem subsidiariamente o regime fiscal previsto no artigo 22. do EBF.

    Lus Magalhes Head of Tax Tel +(351) 210 110 000 Fax +(351) 210 110 127

    lmagalhaes@kpmg.com

    A informao contida neste documento de natureza geral e no se aplica a nenhuma entidade ou situao particular. Apesar de fazermos todos os possveis para fornecer informao precisa e actual, no podemos garantir que tal informao seja precisa na data em que for recebida/conhecida ou que continuar a ser precisa no futuro. Ningum deve actuar de acordo com essa informao sem aconselhamento profissional apropriado para cada situao especfica. 2013 KPMG & Associados - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A., a firma portuguesa membro da rede KPMG, composta por firmas independentes afiliadas da KPMG International Cooperative (KPMG International), uma entidade sua. Todos os direitos reservados. Impresso em Portugal. . O nome KPMG, o logtipo e cutting through complexity so marcas registadas da KPMG International Cooperative (KPMG International).

    Contactos

    Alexandra Martins Indirect Tax Tel +(351) 210 110 000 Fax +(351) 210 110 127

    alexandramartins@kpmg.com

    Amrico Coelho Corporate Tax Tel +(351) 210 110 000 Fax +(351) 210 110 127

    antoniocoelho@kpmg.com

    Michael Santos Corporate Tax Tel +(351) 210 110 000 Fax +(351) 210 110 127

    masantos@kpmg.com

    Pedro Marques Tax FS Tel +(351) 210 110 000 Fax +(351) 210 110 127

    pedromarques@kpmg.com

    Hugo Carvalho Corporate Tax Tel +(351) 220 102 300 Fax +(351) 220 102 312

    hcarvalho@kpmg.com

    Jorge Tanha Corporate Tax Tel +(351) 210 110 000 Fax +(351) 210 110 127

    jtainha@kpmg.com

    Autorizao legislativa no mbito da tributao de financiamentos externos conferida uma autorizao legislativa ao Governo para legislar sobre o regime tributrio em sede de IRC dos juros devidos ou pagos por sociedades com sede ou direco efectiva em Portugal decorrentes de emprstimos concedidos por instituies de crdito de outro Estado Membro da UE ou do EEE. Prorrogao de efeitos dependentes da vigncia do Programa de Assistncia Econmica e Financeira e do Programa de Estabilidade e Crescimento Mantm-se at 31 de Dezembro de 2014 todas as medidas e os efeitos, de natureza temporria, previstos em lei ou regulamentao que se encontrem directamente dependentes da vigncia do Programa de Assistncia Econmica e Financeira. Mantm-se ainda at 31 de Dezembro de 2014 todas as medidas e os efeitos, de natureza temporria, previstos em lei ou regulamentao que se encontrem directamente relacionados com a implementao e vigncia do Programa de Estabilidade e Crescimento para 2010-2013, nas suas diversas fases.

    15 Proposta de Lei do Oramento do Estado para 2014

    Slide Number 1Slide Number 2Slide Number 3Slide Number 4Slide Number 5Slide Number 6Slide Number 7Slide Number 8Slide Number 9Slide Number 10Slide Number 11Slide Number 12Slide Number 13Slide Number 14Slide Number 15

Recommended