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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DAS
DISCIPLINAS
União da Vitória Novembro/2010
ENSINO FUNDAMENTAL e MÉDIO
Rua. Wilson Alves, 680 Distrito de São Cristóvão CGC (APM) 01137383/0001-07 Fone:(**42) 3524-4420 Fone/Fax: (0**42) 524 - 4373 CEP 84600-000 e-mail:neusadomit@yahoo.com.br
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SUMÁRIO
PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO DE ARTES/ARTE.................. 03
PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO DE BIOLOGIA....................... 23
PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS...................... 48
PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO DE Educação Física.............. 62
PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO RELIGIOSO.......................... 83
PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO DE FILOSOFIA..................... 92
PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO DE FÍSICA............................. 100
PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA................... 111
PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO DE HISTÓRIA....................... 124
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO VIVA A ESCOLA DE HISTÓRIA ................ 151
PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO DE LINGUA ESTRANGEIRA
MODERNA INGLÊS......................................................................................... 153
PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO DE LINGUA ESPANHOLA -
CELEM............................................................................................................. 163
PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA. 177
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO VIVA A ESCOLA DE LÍNGUA
PORTUGUESA ............................................................................................... 209
PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA................. 212
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO VIVA A ESCOLA DE MATEMÁTICA .......... 227
PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO DE QUIMICA......................... 229
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR PARA A DISCIPLINA DE
SOCIOLOGIA................................................................................................... 239
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PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO DE ARTES/ARTE APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
A primeira forma de manifestação de Arte na educação registrada ocorreu
nas vilas e reduções jesuítas durante o período colonial. A chamada companhia de
Jesus veio ao Brasil e desenvolveu uma educação de tradições religiosas, para
grupos de origem portuguesa, indígena e africana. Por todos os lugares que
passava, a companhia ensinava artes e ofícios, esse trabalho perdurou
aproximadamente 250 anos e teve suma importância, pois influenciou a cultura
brasileira. Essa influência pode ser encontrada na cultura paranaense, como por
exemplo, na música caipira em sua forma de tocar e cantar, no folclore, com as
cavalhadas, a folia de Reis, entre outras.
Com a chegada da família Real portuguesa no Brasil em 1808 iniciou-se
uma série de obras e ações para acomodar, tanto em aspectos materiais como
culturais a corte portuguesa. Pode-se destacar a chegada de um grupo de artistas
franceses responsáveis em fundar a Academia de Belas-Artes.
No Paraná foi fundado o liceu de Curitiba, hoje Colégio Estadual do Paraná;
a escola normal, atual Instituto de Educação para formação em magistério e a
Escola Profissional Feminina, que oferecia desenho e pintura, corte e costura entre
outros.
A semana da arte moderna foi um marco importante para a arte brasileira e
influenciou diversos artistas brasileiros que direcionaram seus trabalhos a partir de
raízes brasileiras.
Ensino da arte teve enfoque na expressividade, espontaneidade e
criatividade, primeiramente para crianças e em seguida para outras faixas etárias.
O artista e educador Augusto Rodrigues foi quem criou a 1ª escolinha de
Artes no Brasil em 1948, com a finalidade de desenvolver a criatividade, incentivo e
expressão individual.
O ensino da música foi obrigatório graças a Villa Lobos. A música foi muito
difundida nas escolas e conservatórios e os professores trabalhavam com o canto
orfeônico, ensino de hinos, coral, tendo apresentações para o público.
4
Em todos os períodos históricos a arte foi ensinada em diversos espaços
sociais.
No Paraná observou-se reflexos de vários processos pelos quais o ensino
de Arte passou até tornar-se disciplina obrigatória. Esses processos acentuando-se
no final do século XX com o movimento imigratório. Eles trouxeram novas idéias e
experiências culturais diferentes.
A artista Emma koch contribuiu muito para o ensino de Arte ao participar da
criação do departamento de Educação Artística da Secretaria de Educação e Cultura
do Estado do Paraná, propondo clubes infantis de cultura e a assistência técnica às
escolas primárias.
As produções e movimentos artísticos tiveram mais intensidade nas Artes
plásticas com as bienais, na música com a bossa nova e festivais, no teatro com o
teatro de rua, oficinas e o teatro de arena de Augusto Boal, e no cinema com o
cinema ideológico, propunham uma nova realidade social e gradativamente
deixaram de acontecer com o endurecimento do regime militar.
Em 1971 foi promulgada a Lei Federal nº 5692/71, que determinou a
obrigatoriedade do ensino de Arte nos Currículos do Ensino Fundamental e Médio.
A nova LDB 9394/96 mantém a obrigatoriedade do ensino de Arte nas
escolas de Educação Básica. Também houve mudanças em relação aos cursos de
Educação Artística que passaram de licenciatura plena em uma habilitação
específica.
A arte no Ensino Fundamental tem a função de construir uma maior
percepção e sensibilidade do aluno através do trabalho criador, da apropriação do
conhecimento artístico e do contato com as diversas formas de cultura.
A disciplina de arte propicia ao aluno uma interação com as diversas
linguagens artísticas, tais como:
Artes visuais, da musica, do teatro e da dança.
Em 2003 são realizadas diversas ações valorizando o ensino da arte: a
mudança na matriz curricular (duas aulas semanais, no fundamental e no médio),
aquisição de livros, músicas, teatro, artes visuais e danças, biblioteca do professor,
projetos como FERA.
A Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, alterada pela lei 10.639 de 09
de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional,
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inclui no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e
Cultura Afro-Brasileira" e a Lei 11.645 de 10 de março de 2008 sobre a temática
“História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”.
A história da cultura Afro-brasileira e Indígena tem ampla reflexão na
disciplina de artes. O ensino da arte ainda exige reflexões que contemplem a arte
como área do conhecimento como (meio para o) e não meramente como meio de
destaque dos dons inatos, o ensino da arte deixa de ser coadjuvante no sistema
educacional e passa a se preocupar com o desenvolvimento do sujeito a uma
sociedade construída historicamente e em constante transformação. O conteúdo
programático inclui o estudo da História da Arte da África e dos indígenas, a luta dos
negros no Brasil, a cultura negra brasileira e dos povos indígenas e o negro na
formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas
áreas social, econômica e política, pertinentes à História da Arte no Brasil.
A Lei 9.795 de 27 de Abril de 1999, que institui a Política Nacional de
Educação Ambiental em seu artigo segundo diz que:” A educação ambiental é um
componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente,
de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em
caráter formal e não-formal”.
A educação ambiental na educação escolar será desenvolvida seguindo os
princípios e objetivos da lei 9.795, estimulando o fortalecimento de uma consciência
crítica sobre a problemática ambiental e social, através da arte.
Os colégios com oferta de Ensino Médio, através de seu Conselho Escolar,
fizeram a opção de ofertar a partir de 2010 o Ensino Médio Organizado por Blocos
de Disciplinas Semestrais. Uma proposta de inovação, onde a série é formada por 2
Blocos de Disciplinas Semestrais, ofertados concomitantemente. Portanto, para o
aluno há menos disciplinas a cada Bloco para serem estudadas, e para o professor
há mais aulas com cada turma a cada Bloco, o que torna o estudo mais dinâmico e
concentrado, e ainda, se por qualquer motivo o aluno venha a parar de estudar, ele
perde só um semestre ( não perde o ano todo) e pode retomar a série no início ou
no meio do ano.
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CONTEÚDOS: 5ª SÉRIE
ARTES VISUAIS ELEMENTOS FORMAIS Ponto Linha Textura Forma Superfície Volume Cor Luz
COMPOSIÇÃO Bidimensional Figurativa Geométrica, simetria Técnicas: Pintura, desenho, escultura, história em quadrinhos, animações. Colagem com materiais recicláveis – Educação Ambiental
MOVIMENTOS E PERIODOS Arte Pré-Histórica Arte Africana Arte Brasileira
MÚSICA ELEMENTOS FORMAIS
Altura Duração Timbre Intensidade Densidade
COMPOSIÇÃO Ritmo Melodia Improvisação
MOVIMENTOS E PERIODOS Ocidental Africana
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TEATRO ELEMENTOS FORMAIS Personagem: expressões Corporais e gestuais Ação Espaço
COMPOSIÇÃO Roteiro Espaço Cênico, adereços. Técnicas: jogos teatrais, improvisação, máscara. Gênero: Circo.
MOVIMENTOS E PERIODOS Greco-Romana Renascimento
DANÇA ELEMENTOS FORMAIS Movimento Corporal Tempo Espaço
COMPOSIÇÃO Deslocamento Ponto de Apoio Formação Técnica: Improvisação Gênero: Circular
MOVIMENTOS E PERIODOS
Pré-história Medieval
6ª SÉRIE ARTES VISUAIS
ELEMENTOS
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FORMAIS Ponto Linha Forma Textura Superfície Volume Cor Luz
COMPOSIÇÃO
Proporção Tridimensional Figura e fundo Abstrata Perspectiva Técnicas: Pintura, desenho, escultura, gravura. Escultura com materiais recicláveis – Educação Ambiental Gêneros: Paisagem, natureza-morta.
MOVIMENTOS E PERIODOS Arte indígena Arte Popular Brasileira Paranaense Renascimento Arte Moderna
MÚSICA ELEMENTOS FORMAIS
Altura Duração Timbre Intensidade
COMPOSIÇÃO
Ritmo Melodia Gêneros: folclórico, popular. Técnicas: vocal, instrumental, Improvisação.
MOVIMENTOS E PERIODOS
Música popular
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TEATRO
ELEMENTOS FORMAIS Personagem: expressões corporais.
COMPOSIÇÃO Representação, Leitura dramática, Cenografia. Técnicas: jogos teatrais, Mímica, formas animadas. .
MOVIMENTOS E PERIODOS Teatro Popular Brasileiro e Paranaense Teatro Africano
DANÇA
ELEMENTOS FORMAIS Movimento Corporal Tempo Espaço
COMPOSIÇÃO Gênero: Folclórica Formação Rotação Coreografia Salto e queda Níveis (alto, médio e baixo).
MOVIMENTOS E PERIODOS Dança Popular Brasileira Paranaense Africana
7ª SÉRIE ARTES VISUAIS
ELEMENTOS FORMAIS Linha Forma Textura Superfície Volume Cor Luz
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COMPOSIÇÃO Semelhanças Contrastes Ritmo Visual Estilização Deformação Técnicas: desenho, gravura e pintura. Fotografia, audiovisual, mista.
MOVIMENTOS E PERIODOS Indústria Cultural Arte Moderna Arte Contemporânea
MÚSICA
ELEMENTOS FORMAIS Altura Duração Timbre
COMPOSIÇÃO Ritmo Melodia Harmonia Técnicas: vocal e instrumental
MOVIMENTOS E PERIODOS Indústria Cultural Eletrônica e Techno
TEATRO
ELEMENTOS FORMAIS Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais
COMPOSIÇÃO Representação no cinema e Mídias Texto dramático Sonoplastia Roteiro Técnicas: jogos teatrais, sombra, adaptação cênica.
MOVIMENTOS E PERIODOS
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Realismo Expressionismo
DANÇA
ELEMENTOS FORMAIS Movimento Corporal Tempo Espaço
COMPOSIÇÃO Direções Aceleração Improvisação Coreografia Sonoplastia Gênero: espetáculo
MOVIMENTOS E PERIODOS Hip Hop Indústria Cultural
8ª SÉRIE ARTES VISUAIS
ELEMENTOS FORMAIS Linha Forma Textura Superfície Volume Cor Luz
COMPOSIÇÃO Bidimensional Tridimensional Figura-fundo perspectiva Ritmo Visual Técnica: Pintura, desenho e gravura. Gêneros: Paisagem urbana, rural e cenas do Cotidiano.
MOVIMENTOS E PERIODOS Arte no Séc. XX Hip Hop Romantismo Impressionismo Impressionismo e a pintura do campo – Educação do Campo. Abstracionismo
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MÚSICA ELEMENTOS FORMAIS Altura Duração Timbre
COMPOSIÇÃO Ritmo Melodia Harmonia Técnicas: vocal, instrumental, mista Gêneros: popular e folclórico
MOVIMENTOS E PERIODOS Música Popular Brasileira. Música Contemporânea
TEATRO
ELEMENTOS FORMAIS Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais Ação Espaço
COMPOSIÇÃO Técnicas: Monólogo, jogos teatrais, Cenografia Sonoplastia Figurino
MOVIMENTOS E PERIODOS Teatro Pobre Teatro do Absurdo
DANÇA
ELEMENTOS FORMAIS Movimento Corporal Tempo Espaço
COMPOSIÇÃO Deslocamento Gênero: espetáculo, moderna e Coreografia.
MOVIMENTOS E PERIODOS Dança Contemporânea Romantismo
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ENSINO MÉDIO 1º ANO ENSINO MÉDIO- ARTES VISUAIS
Elementos Formais
Composição Movimentos e Períodos
Ponto Linha Forma Textura Superfície Volume Cor Luz
Bidimensional Tridimensional Figura e fundo Figurativo Abstrato Perspectiva Semelhanças Contrastes Ritmo Visual Simetria Deformação Estilização Técnica:
Pintura, desenho, modelagem, instalação performance, fotografia, gravura e esculturas, história em Quadrinhos.
Gêneros: paisagem, natureza-morta,
Cenas Histórica, Religiosa, da Mitologia
Arte Pré-Histórica Arte Pré-Colombiana Arte Pré-Cabralina Arte Latino Americana Arte Egípcia Arte Grega Arte Africana e Indígena Renascimento Muralismo Hip Hop
1º ANO ENSINO MÉDIO- MÚSICA Elementos
Formais Composição Movimentos e Períodos
Altura Duração Timbre Intensidade Densidade
Ritmo Melodia Harmonia Escalas: diatônica, pentatônica, cromática Gêneros: clássico, popular, folclórico, Pop.
Técnicas: vocal, instrumental, mista
Música Popular Brasileira Música Popular Música Ocidental Música Oriental
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1º ANO ENSINO MÉDIO- TEATRO
Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais Ação Espaço
Técnicas: jogos teatrais, mímica, pantomima, teatro direto e indireto Roteiro Encenação, leitura dramática. Gêneros: Tragédia, Comédia, Drama. Caracterização Cenografia, sonoplastia, figurino.
Teatro Greco-Romano Teatro Essencial Teatro Popular Commédia Dell’arte
1º ANO ENSINO MÉDIO-DANÇA
Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos Movimento Corporal Tempo Espaço
Kinesfera Movimentos articulares Ponto de apoio Rolamento Lento, médio e rápido Níveis Deslocamento Direções Planos Coreografia Gêneros: étnica e popular.
Greco-Romana Pré-história Medieval Dança popular Dança brasileira Dança africana Dança indígena
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2º ANO ENSINO MÉDIO – ÁREA ARTES VISUAIS
Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos Linha Forma Superfície Volume Luz cor
Bidimensional Tridimensional Figurativo Abstrato Perspectiva Técnica: pintura, grafitti, desenho, gravura, escultura, modelagem, colagem Gênero: paisagem, retrato, cenas do cotidiano, cenas históricas.
Arte popular Arte brasileira Arte paranaense Arte indígena Arte ocidental Arte oriental Arte africana Indústria cultural
2º ANO ENSINO MÉDIO – ÁREA MÚSICA
Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos Intensidade Altura Duração Timbre Densidade
Ritmo Melodia Harmonia Escrita musical Gêneros: clássico, popular, étnico Técnicas: vocal, instrumental, mista
Música ocidental e oriental Música popular e étnica Indústria cultural Música contemporânea Hip Hop
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2º ANO ENSINO MÉDIO – ÁREA TEATRO
Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais. Ação Espaço
Técnicas: jogos teatrais, teatro direto e indireto, ensaio Gêneros: drama e épico, popular Sonoplastia Cenografia e iluminação figurino
Teatro brasileiro Teatro paranaense Teatro renascentista Teatro latino-americano
2º ANO ENSINO MÉDIO – ÁREA DANÇA
Elementos Corporais Composição Movimentos e Períodos Movimento corporal Tempo espaço
Peso Salto e queda Lento médio e rápido Aceleração e desaceleração Deslocamento Improvisação Coreografia Gênero: espetáculo, folclórico e salão
Dança brasileira Dança paranaense Indústria cultural Hip Hop
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3º ANO ENSINO MÉDIO – ÁREA ARTES VISUAIS
Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos Linha Forma Superfície Volume Luz cor
Bidimensional Tridimensional Figurativo Abstrato Figura-fundo Técnica: pintura, fotografia, desenho, vídeo, performance, escultura, instalação, móbiles Gênero: paisagem, retrato, cenas do cotidiano, cenas históricas.
Arte ocidental Arte oriental Vanguardas
artísticas Arte no
Século XX Arte
contemporânea Indústria
cultural
3º ANO ENSINO MÉDIO – ÁREA MÚSICA
Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos Intensidade Altura Duração Timbre Densidade
Ritmo Melodia Harmonia Modos: tonal, modal, atonal Técnicas: vocal, instrumental, mista, improvisação
Música engajada Musica minimalista Rap, Funk, Tecno Música Experimental
3º ANO ENSINO MÉDIO – ÁREA TEATRO
Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos Personagem: expressões corporais, vocais, gestuais e faciais. Ação Espaço
Técnicas: jogos teatrais, teatro direto e indireto, ensaio, teatro fórum Gêneros: tragédia e comédia, drama e circo Roteiro Enredo Trilha sonora Sonoplastia
Teatro engajado Teatro dialético Teatro do oprimido Teatro pobre Teatro de vanguarda Indústria cultural
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3º ANO ENSINO MÉDIO – ÁREA DANÇA
Elementos Corporais Composição Movimentos e Períodos Movimento corporal Tempo espaço
Fluxo Eixo Giro Lento médio e rápido Aceleração e desaceleração Deslocamento Improvisação Coreografia Gênero: indústria cultural e salão
Dança clássica Dança moderna Dança contemporânea Indústria cultural vanguardas
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OBJETIVOS GERAIS
O objetivo do Ensino da Arte é propiciar ao aluno o acesso aos
conhecimentos presentes nos bens culturais, por meio de um conjunto de saberes
em Arte que lhe permitam utilizar-se desses conhecimentos na compreensão das
realidades e amplie o seu modo de vê-las.
Expressar e comunicar-se através das linguagens artísticas, desenvolvendo
sua percepção, imaginação, reflexão e coordenação motora.
Oportunizar ao aluno o entendimento das obras de arte e seus criadores,
fazendo assim com que tenha um maior senso crítico e um olhar mais amplo sobre
as artes.
Relacionar os períodos da História da Arte para que se tenha um maior
conhecimento sobre seus contextos históricos.
Estimular a expressão verbal e corporal através da música, da dança e do
teatro.
METODOLOGIA A partir dos conteúdos estruturantes, que são articulados entre si e
interdependentes para a compreensão da totalidade da arte, o encaminhamento
metodológico também é compreendido de forma orgânica. São três momentos pelos
quais os alunos devem passar:
1. teorizar, é a apreensão do conteúdo por meio da cognição e da
racionalidade;
2. sentir e perceber, é o acesso as obras de arte (música, teatro, dança
e artes visuais);
3. trabalho artístico, é o momento da prática, do trabalho criador.
O professor deverá abordar, além da produção pictórica de conhecimento
universal e artistas consagrados, também formas e imagens de diferentes aspectos
presentes nas sociedades contemporâneas.
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Para o ensino da dança é fundamental buscar no caminhamento das aulas a
relação dos conteúdos próprios da dança com os elementos culturais que a
compõem. Os elementos formais da dança trabalhados são: movimento corporal,
espaço e o tempo.
Ao trabalhar determinada música será contextualizada, apresentando suas
características específicas e que as influências de regiões e povos misturam-se em
diversas composições musicais.
Existem diversos encaminhamentos metodológicos possíveis para o ensino
e teatro, no entanto se faz necessário proporcionar momentos para teorizar, sentir e
perceber. Dentre as possibilidades metodológicas serão trabalhados a: criatividade,
socialização, memorização e coordenação. Serão destacados exercícios de
relaxamento, aquecimento e os elementos formais: personagem – expressão vocal,
gestual, corporal e facial. Composição: jogos teatrais e improvisações.
As aulas serão: teóricas e expositivas; técnica e demonstrações, práticas e
de análise coletiva. A partir da de uma introdução histórica contextualizada, os
conteúdos serão trabalhados demonstrado técnicas específica de cada linguagem,
como: Artes Visuais _ desenho – luz e sombra; teatro – personagem; música – ritmo.
A seguir será trabalhado o fazer artístico individual e coletivo, para posterior
avaliação.
RECURSOS DIDÁTICOS
TV Pen Drive
DVD
Fita cassete
Imagens de obras de arte
Músicas/CD
Papéis coloridos – A4/ Kraft/ canson
Tesoura
Cola
Lápis de cor
Lápis 2B - 4B - 6B
Pincéis
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CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
A avaliação será diagnóstica e processual. Diagnóstica por ser referência do
professor para planejar as aulas e avaliar os alunos; e processual por pertencer a
todos os momentos da prática pedagógica.
O aluno deverá descrever, analisar e interpretar o objeto artístico através
das linguagens artísticas – artes visuais, teatro, música e dança dentro de uma
atividade didática, que permita uma leitura estética do seu contexto sociocultural.
A fim de se obter uma avaliação efetiva individual e do grupo, são
necessários vários instrumentos de verificação tais como:
Trabalhos artísticos individuais e em grupo;
Pesquisas bibliográficas e de campo;
Debates em forma de seminários e simpósios;
Provas teóricas e práticas;
Registros em forma de relatórios, gráficos, portfólio,
áudio-visuais entre outros.
Formas de avaliação - Em História da Arte provas e trabalhos de
pesquisa, em Artes Visuais – trabalhos práticos apresentados individualmente e
coletivamente, através de procedimentos demonstrados em sala de aula, em teatro,
música e dança serão analisados o individual e coletivo. Toda a avaliação será feita
através da evolução dos educandos.
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BIBLIOGRAFIA
SECRETARIA DO ESTADO DO PARANÁ, diretrizes curriculares do
Ensino Fundamental e Ensino Médio da rede de Educação Básica do Estado do Paraná. Curitiba, 2008
CAMPOS, Vera Lucia. Reflexões sobre o ensino das artes. In: PILLOTO
S.S D. ; SCHRAMM M. L. K. editora Joinvile: Univille, 2001
LEONARDI B. C. e Â. C. Arte – Linguagem visual – coleção horizonte.
HABBAD D. A. e MORDIN D. G. A Arte de fazer Arte –. Editora Saraiva.
IAVELBERG, Rosa. Para gostar de aprender arte: sala de aula e formação de professores.Editora Artmed. Porto Alegre: 2003.
G. RICOSQUE. Didática do ensino da arte – A linguagem do mundo. GOMBRICH E.H. – A História da Arte.
KOHL M.F.;KIM S. Descobrindo grandes artistas. Porto Alegre, 2001.
SPOLIN, VIOLA. Jogos Teatrais: o fichário de Viola Spolin: São Paulo,
2001
KOHL M.F.;KIM S. Descobrindo grandes artistas.Porto Alegre, 2001.
PROENÇA, GRAÇA. História da Arte. Editora Atica. São paulo: 2003
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PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO DE BIOLOGIA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A disciplina de Biologia tem como objeto de estudo o fenômeno vida e a
história da ciência mostra que tentativas de defini-la, tem sua origem registrada
desde a antiguidade. Entre os pensadores desse período, o filósofo Aristóteles
(428/27 a. C a 384 a. C – 322 a. C) através de interpretações filosóficas buscava
explicações para compreensão da natureza.
Na idade média (séc. V a XV) a igreja católica tornou-se uma instituição
poderosa não apenas no aspecto religioso, mas também influindo na vida social,
política e econômica. Dentro das universidades foi ocorrendo a ruptura com a visão
teocêntrica e com a concepção filosófica-teológica e os conhecimentos sobre o
homem passa para o primeiro plano e a explicação para tudo o que ocorria na
natureza inicia nova trajetória.
O período entre a idade média e a idade moderna é marcado por mudanças
em diversos segmentos da sociedade, graças à ampliação do comércio incentivada
pela navegação aumentou a circulação de bens e dinheiro. Isso determinou
mudanças políticas e econômicas que propiciaram a queda do poder arbitrário na
igreja e abriram caminho para as revoluções industriais do século XVIII.
Na história da ciência na renascença (séc. XV e XVI) observa-se à
contradição do período em que Leonardo Da Vinci (1452-1519) introduz o
pensamento matemático para interpretar a ordem mecânica da natureza enquanto
estudos botânicos eram meramente descritos com a observação direta de fontes
originais sem estabelecer relações entre plantas e sua distribuição geográfica.
Na zoologia observa-se a preocupação com a análise comparativa e com
vistas à classificação. Registros indicam um aperfeiçoamento de observações feitas
por Aristóteles (RONAM, 1997).
Sob a influência do paradigma aristotélico Lineu funda o sistema moderno de
classificação dos seres vivos mantendo o princípio da criação divina.
No contexto filosófico discutia-se a proposição do método científico a ser
utilizado para compreender a natureza. Francis Bacon (1561-1626) propõe
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substituição mística da verdade pelo caminho pela qual ela é obtida propondo um
método indutivo com controle metódico e sistemático da observação. Seu
pensamento filosófico surge pra se contrapor a filosofia aristotélica a qual influenciou
por séculos o modo de entender e explicar o mundo.
Contribuições desse período rico em mudanças foram dadas pelo médico
William Harvey (1578-1657) com a proposição de um novo modelo referente á
circulação do sangue, que foi acolhido por Descartes (1596-1650) com uma das
bases mais consistentes do pensamento biológico mecanicista.
Os princípios de origem da vida são questionados pelos estudos sobre a
biogênese de Francesco Redi (1626-1698). A invenção e aperfeiçoamento do
microscópio contribuem grandemente para as ciências biológicas.
Na segunda metade do século XVIII, na Europa, mudanças no contexto
filosóficos e científicos e as revoluções burguesas trouxeram mudanças importantes
nas estruturas sociais, políticas e econômicas. A revolução industrial gera o
desenvolvimento da sociedade industrial urbana.
No fim do século XVIII e início do século XIX as idéias de mundo estático são
questionadas pela teoria heliocêntrica e da evolução.
Estudos sobre a mutação das espécies ao longo do tempo são apresentados
Erasmus Darwin (1731-1802) e por Jean Baptiste Monet, cavaleiro de Lamarck
(1744-1829) significaram a emergência da teoria da evolução.
No inicio do século XIX, o naturalista britânico Charles Darwin (1809-1882)
apresenta suas idéias sobre a evolução das espécies. A teoria da seleção natural
inclui o homem entre os produtos dessa seleção.
Darwin utilizando-se de evidencias evolutiva como fosseis, distribuição
geográfica das espécies, modificação de organismos domesticados, foi um dos
primeiros a utilizar o método hipotético-dedutivo.
As leis que regulam a hereditariedade, propostas por Mendel (1822-1884)
eram inteiramente desconhecidas por Darwin.
Em 1865, Mendel apresenta sua pesquisa sobre transmissão de
características entre os seres vivos. No século XIX, a proposição em 1938 da teoria
celular por Schleiden (1804-1881) e Schwan (1810-1882) : ” todas as coisas vivas
eram compostas por células”.
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No século XX os trabalhos de Mendel foram confirmado, promovendo uma
revolução conceitual da biologia ao relacionar os mecanismos evolutivos ao material
genético marcando influência do pensamento biológico evolutivo.
Os estudos de Thomas Hunt Morgan (1866-1945) conferem o status de
ciência a genética ressignificando o Darwinismo.
A aplicabilidade do conhecimento biológico evidencia a fragilidade de um
conhecimento considerado neutro, ao explicitar os critérios utilizados para definir os
investimentos em pesquisas espaciais ao invés de investir em saúde pública; a
necessidade de especialização do conhecimento traz consigo a fragmentação do
conhecimento e a impossibilidade de conhecer a todo e prever resultados de uma
ação sobre uma das partes (ecossistemas) sobre a totalidade (bioma),
demonstrando a fragilidade do método cartesiano. A dificuldade de prever os
efeitos das ações desencadeadas pelo homem no ambiente, a impossibilidade de
garantir transformações na realidade social e o reconhecimento da não neutralidade
da ciência moderna e necessidade de rever o método de construção do
conhecimento científico.
A ciência abandona o paradigma do determinismo lógico, ao propor diferentes
formas de abordar o real e, deixando evidente a necessidade de se rever o método
científico de concepção positivista.
A ciência vista dessa forma divulga seus resultados de sucesso, cujo
progresso é independente de um progresso vinculado à época, às exigências sociais
às ingerências do campo específico em que se trabalha.
Com o desenvolvimento da genética molecular, o potencial de inovação da
biotecnológica, se desenvolve e o pensamento biológico evolutivo sofre mudanças
que geram conflitos filosóficos, científicos e sociais e põem em discussão o
fenômeno vida.
Os momentos históricos aqui discutidos representam como se deu a
construção do pensamento biológico, cujos recortes mais importantes fundamentam
a escolha dos conteúdos estruturantes a seguir.
Conteúdos estruturantes são os saberes, conhecimentos de grande
amplitude, que identificam e organizam os campos de estudo de uma disciplina
escolar, considerados fundamentais para a compreensão de seu objeto de ensino e,
quando for o caso, de suas áreas de estudo.
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Na trajetória histórica dessa Ciência – a Biologia – percebe-se que o objeto de
estudo disciplinar sempre esteve pautado pelo fenômeno vida, influenciado pelo
pensamento historicamente construído, correspondente à concepção de ciência de
cada época e à maneira de conhecer a natureza (método).
Nas atuais Diretrizes Curriculares, são apresentados quatro modelos
interpretativos do Fenômeno VIDA, como base estrutural para o currículo de Biologia
no Ensino Médio. Cada um deles deu origem a um conteúdo estruturante que
permite conceituar vida em distintos momentos da história e, dessa forma, auxiliar
para que as grandes problemáticas da contemporaneidade sejam entendidas como
construção humana.
2. OBJETIVOS GERAIS
A disciplina de Biologia ao longo da história da humanidade vem construindo
modelos sobre o fenômeno vida, numa tentativa de explicá-lo e ao mesmo tempo,
compreendê-lo.
A incursão pela História e Filosofia da Ciência permite identificar a concepção
de ciência presente em cada momento histórico a as relações estabelecidas com o
próprio momento em que se destacam as interferências que sofrem e provocam
nesses momentos, e que influencia o processo de construção de conceitos sobre o
fenômeno da vida.
A biologia abrange todo o conhecimento relativo aos seres vivos, desde os
mecanismos que regulam as atividades vitais, até as relações que estabelecem
entre si e com o meio ambiente.
Os conhecimentos proporcionados pela biologia permitem-nos prever e evitar
impactos ambientais, produzir alimentos em larga escala, tratar moléstias, melhorar
nossas condições de vida, entre outras ações; fornecer subsídios para desenvolver
o espírito crítico com relação a temas como a utilização de recursos naturais,
degradação do meio ambiente, poluição, manipulação genética, ajuda com certeza a
desenvolver hábitos saudáveis e principalmente desenvolver a consciência da
cidadania. O estudo de biologia deve despertar atitudes de valorização da vida e o
exercício da solidariedade entre os povos e entre os seres vivos como um todo,
holístico e interdependente, onde percebe-se que nossa vida no planeta Terra
depende também da sobrevivência de todos os demais seres vivos.
27
3. OS CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Os conteúdos estruturantes de Biologia agrupam as diferentes áreas de
Biologia, e ao mesmo tempo proporcionam um novo pensar sobre a forma de
relacioná-los sem que se perca de vista o objetivo do ensino da disciplina no Ensino
Médio por blocos, procurando uma lógica que leve o professor a integrá-los e
relacioná-los de maneira que o aluno tenha uma visão mais abrangente da Biologia
e não apenas de forma fragmentada e com pouco relacionamento dos conteúdos
entre si.
A) Organização dos seres vivos
O estudo acerca da organização dos seres vivos iniciou-se com as
observações macroscópicas dos animas e plantas ocorridas já nos primórdios de
nossa civilização.
A descoberta do mundo microscópico colocou em xeque várias teorias
sobre o surgimento da vida e proporcionou estudos específicos sobre as estruturas
celulares, anatomia das células e também o aperfeiçoamento de teorias
Evolucionistas a partir do século XVII. E no século XIX, graças a estes
conhecimentos e teorias desenvolveram-se estudos sobre embriologia que
estabeleceram as bases para o estudo da Teoria Celular.
Justifica-se este conteúdo estruturante por ser a base do pensamento
biológico sobre a organização celular do ser vivo, relacionando-a com a distribuição
dos seres vivos na natureza, o que proporcionará ao aluno compreender a
organização e o funcionamento dos fenômenos vitais e estabelecer conexões com
os demais conteúdos estruturantes da disciplina.
B) Biodiversidade
28
A curiosidade humana sobre os fenômenos naturais e a necessidade de
caçar para se alimentar e vestir, tentar curar doenças, entre outras atividades vitais,
fizeram com que o ser humano passasse a estudar e observar a natureza.
Percebe-se que as primeiras áreas de Biologia foram à zoologia e a
botânica, não só pela curiosidade e necessidade, mas também pela facilidade de
observação. Justifica-se estudá-las pelos mesmos motivos dos povos antigos, que
seria conhecer a diversidade de plantas e animais que habitam a Terra, qual sua
utilidade para nossa sobrevivência e a sobrevivência de todos os seres vivos.
Há a necessidade de se estudar outras implicações decorrentes da história
da humanidade que permeiam hoje as atividades agrícolas, de manejo de florestas,
o mau uso dos recursos naturais, a destruição das espécies de animais e vegetais, a
construção de cidades em lugares impróprios para habitação, como também a
influência da tecnologia em nosso cotidiano. É importante salientar que ao estudar
biodiversidade estaremos diante de grandes desafios frente ao progresso científico.
C) Mecanismos biológicos
A partir do século XVII com o desenvolvimento do microscópio, a biologia
celular e molecular tiveram um significativo avanço em suas descobertas
observando uma grande quantidade de tecidos animais e vegetais, a estrutura
celular e os microorganismos.
Houve vários avanços tecnológicos decorrentes deste desenvolvimento
inclusive a formação de novas teorias sobre a origem da vida, diferentes idéias
transformistas foram se consolidando entre os cientistas, sendo o grande marco
para o mundo cientifico e biológico a publicação do Livro “origens das espécies“ de
Charles Darwin no século XIX, foi também nesta época que entendeu-se o papel
desempenhado pelos microorganismos no desenvolvimento de doenças infecciosas.
No século XX com a descoberta do DNA foram desenvolvidas técnicas de
manipulação do material genético que permitem produzir organismos geneticamente
modificados (OGM), gerar substâncias e a aplicação de terapias gênicas para
tratamento e eliminação de doenças.
A Biologia ajuda a compreender melhor essas e outras técnicas que com
certeza vão transformar nossa vida e aprofundar o conhecimento que temos de nós
mesmos e de outras espécies, daí a importância de seu estudo, dar o mínimo de
29
conhecimento a todas as pessoas.para que possam opinar e criticar a utilização
dessas técnicas, uma vez que o controle delas e a aplicação destas descobertas
científicas são função importante da própria sociedade.
D) Manipulação Genética
O acelerado desenvolvimento cientifico e tecnológico nos deixa perplexos,
sem saber exatamente até onde podemos chegar e do que realmente podemos nos
apropriar, mas por outro lado, proporcionam um enorme conhecimento sobre a
natureza. O estudo da biotecnologia, dos avanços científicos e das suas implicações
éticas e morais na sociedade significa oportunidade para que os estudantes possam
discutir questões como nutrição, saúde, emprego e preservação do ambiente, que
indiretamente influenciam suas vidas.
Quanto às questões éticas, a atual discussão sobre manipulação genética
do ser humano provoca inúmeras controvérsias sobre o uso da tecnologia e as
perspectivas de mudanças de valores morais, e devemos ser capazes de
questionar, de nos manifestar contra ou a favor de determinadas atitudes para
procurar esclarecer ou resolver problemas.
Porém questões sobre aborto, eutanásia, clonagem, transgenia e tantas
outras que geram dúvidas quanto á decisão a ser tomada e põem à prova, além de
nosso senso moral, nossa consciência moral, pois exigem que justifiquemos nossas
decisões e escolhas e requer que assumamos todas as conseqüências delas, pois
somos responsáveis por nossas decisões.
Caberá ao professor de Biologia indicar temas de discussão ética e
auxiliar o aluno na análise das questões. É necessário salientar que este conteúdo
estruturante, não faz parte de uma determinada etapa ou série de estudos, mas sim,
deverá estar integrado com os demais conteúdos, analisado a cada novo tópico
estudado, discutidas suas relações e conseqüências e a todo instante devem ser
acrescidos novos conhecimentos e discussões.
4. CONTEUDOS DE BIOLOGIA
O quadro que se apresenta logo em seguida, foi construído a partir dos
conteúdos básicos da disciplina de biologia, sugerida pela equipe disciplinar do
Departamento de Educação Básica (DEB). Nele estão presentes os conteúdos
30
programáticos, divididos em conteúdos estruturantes, conteúdos básicos, conteúdos
específicos por série e os desafios educacionais contemporâneos. Entende-se
como Desafios Educacionais Contemporâneos as demandas que possuem uma
historicidade, por vezes oriundas dos anseios dos movimentos sociais, outras vezes
fruto das contradições da sociedade capitalista e, por isso, prementes na sociedade
contemporânea. São de relevância para a comunidade escolar, pois estão presentes
nas experiências, práticas, representações e identidades de educandos e
educadores.
Conteúdos Estruturantes são os saberes, conhecimentos de grande
amplitude, que identificam e organizam os campos de estudo de uma disciplina
escolar, considerados fundamentais para a compreensão de seu objeto de estudo e
ensino e, quando for o caso, de suas áreas de estudo. Para o ensino da disciplina de
Biologia, constituída como conhecimento, os conteúdos estruturantes propostos
evidenciam de que modo a ciência biológica tem influenciado a construção e a
apropriação de uma concepção de mundo em suas implicações sociais, políticas,
econômicas, culturais e ambientais. Os conteúdos estruturantes de Biologia estão
relacionados à sua historicidade para que se perceba a não-neutralidade da
construção do pensamento científico e o caráter transitório do conhecimento
elaborado.
Os conteúdos básicos são os conhecimentos fundamentais e necessários
para cada série do Ensino médio por blocos. O acesso esses conhecimentos em
suas respectivas séries é direito do aluno na etapa de escolarização em que se
encontra e imprescindível para sua formação. O trabalho pedagógico com tais
conteúdos é dever do professor que poderá acrescentar, mas jamais reduzi-los ou
suprimi-los, pois eles são básicos e, por isso, não podem ser menos do que se
apresentam.
A seleção dos conteúdos específicos foi feita pelos professores de Biologia
em consonância com o livro didático de biologia adotado pelo Colégio Estadual
Neusa Domit para o Ensino Médio por blocos, Cadernos Temáticos, outros livros
didáticos pertencentes a outras coleções, livros pára didáticos, as DCE de biologia
2006 a 2010 e outras fontes de pesquisa.
Como proposta curricular é absolutamente particular para cada realidade
escolar, ela deve refletir a filosofia defendida no PPP do Colégio as metas que o
corpo docente pretende atingir com seus alunos. Os professores de biologia não
31
pensam diferente e tentaram colocar nessa proposta curricular as suas aspirações
em relação à disciplina. Sendo assim, apresentaremos na seqüência o quadro com
os conteúdos estruturantes, conteúdos básicos, conteúdos específicos e os desafios
educacionais contemporâneos referentes a cada série Ensino Médio por blocos, na
disciplina de biologia.
5. CONTEÚDOS BÁSICOS PARA A DISCIPLINA DE BIOLOGIA NO ENSINO MÉDIO POR BLOCOS
1ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO POR BLOCOS 04 AULAS SEMANAIS
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
Organização dos Seres Vivos
Mecanismos Biológicos
Biodiversidade
Manipulação Genética
CONTEÚDOS BÁSICOS
-Introdução ao estudo da Biologia;
- Origem da vida;
- Características gerais dos seres vivos;
- Citologia
- Histologia
- Características gerais dos seres vivos;
- Citologia
- Histologia
-Introdução ao estudo de ecologia: Fluxo de energia e ciclo da matéria;
- Relações ecológicas e ecologia de populações;
- Sucessões ecológicas e principais ecossistemas
- Núcleo celular e a síntese protéica;
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CONTEÚDOS ESPECIFICOS
- O que é Biologia;
- Principais divisões da Biologia;
- Origem do Universo;
- Teoria do Big-Bang;
- Origem da Terra;
- Origem da vida;
-Evolução pré- biológica;
- Abiogênese;
- Biogênese.
-Composição química dos seres vivos;
- Reprodução;
- Evolução;
- Metabolismo;
-Irritabilidade;
- Ciclo vital;
- Nível de organização dos seres vivos;
- Estudo da Célula
- Estrutura e composição celular;
- composição química da célula;
- O Citoplasma;
- Hialoplasma;
-Reticulo endoplasmático;
- Ribossomos;
- Complexo de Golgi;
- Lisossomos;
- Vacúolos;
- Plastos;
- Fotossíntese;
– Mitocôndrias;
- Respiração celular : Anaeróbia e Aeróbia;
- Núcleo celular;
- Cromatina;
- Cromossomos;
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- Divisão celular;
- Mitose;
- Meiose;
- Histologia;
- Conceito de tecido
Tecidos Animais;
- Tec. Epitelial;
- Tec. Conjuntivo;
- Tec. Muscular;
- Tec. Nervoso;
- Tecidos vegetais;
- Duplicação do DNA;
- Síntese de RNA: Transcrição genética;
O código genético;
- Síntese de proteínas: Tradução
- Respiração celular :Anaeróbia e Aeróbia;
- Núcleo celular;
- Cromatina;
- Cromossomos;
- Divisão celular;
- Mitose;
- Meiose;
- Histologia;
- Conceito de Tecido;
- Tecidos Animais;
- Tec. Epitelial;
- Tec. Conjuntivo;
- Tec. Muscular;
- Tec. Nervoso;
- Tecidos vegetais;
- Importância da ecologia
- Os componentes estruturais de um ecossistema;
- Cadeia e rede alimentar;
- Os níveis tróficos;
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- Habitat e nicho ecológico;
- Fluxo de energia e ciclo da matéria;
- Relações intra específicas;
- Relações interespecíficas;
- Ecologia de populações;
- A dinâmica das comunidades;
- Ecossistemas aquáticos;
- Biomas terrestres;
- Cromossomos, genes e DNA;
- Duplicação do DNA;
- Síntese de RNA: Transcrição genética;
O código genético;
- Síntese de proteínas: Tradução
DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS
- Origem do homem: afro descendente através do DNA mitocondrial.
- Células tronco: O que são e quais questões éticas estão envolvidas na
manipulação;
- Contribuições dos povos africanos e de seus descendentes para os avanços das
ciências e tecnologia;
-Educação Mecanismos Biológicossexual e gêneros, valores: respeito, tolerância,
solidariedade.
- Violência contra a mulher: violência sexual e aborto legal, situação no Paraná.
- Células tronco: O que são e quais questões éticas estão envolvidas na
manipulação;
- Contribuições dos povos africanos e de seus descendentes para os avanços das
ciências e tecnologia;
-Educação sexual e gêneros, valores: respeito, tolerância, solidariedade.
- Violência contra a mulher: violência sexual e aborto legal, situação no Paraná.
- Educação Ambiental:
- Adubação verde X adubação química;
- Desequilíbrio ecológico;
- Desenvolvimento sustentável;
- Extinção de espécies provocadas pelo homem;
35
-Introdução ao estudo de ecologia: Fluxo de energia e ciclo da matéria;
- Relações ecológicas e ecologia de populações;
- Sucessões ecológicas e principais ecossistemas
- Educação Ambiental:
- Mutações gênicas;
-Transgênicos;
Clonagem.
2ª SÉRIE – ENSINO MEDIO POR BLOCOS
04 AULAS SEMANAIS
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
Organização dos Seres Vivos
Mecanismos Biológicos
Biodiversidade
Manipulação Genética
CONTEÚDOS Básicos
- Mecanismos de desenvolvimento embriológico.
- Noções de Sistemática;
-Sistemática evolutiva e filogenética;
Introdução ao estudo dos seres vivos;
- Anomalias congênitas;
- Transgenia animal e vegetal
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
- Gametogênese
- Espermatogênese
- Ovulogênese;
- Reprodução Assexuada;
36
- Reprodução sexuada;
- Reprodução Humana;
- Aparelho reprodutor masculino;
- Aparelho reprodutor feminino;
- Embriologia;
- Critérios básicos
- Grupos taxonômicos
- Regras de nomenclatura
- Vírus;
- Reino monera;
- Reino protista;
- Reino fungi;
- Reino plantae;
- Talófitos;
- Briófitas
- Pteridófitos
-Espermatófitos
- Reino Animália;
- Caracterização e fisiologia dos grandes grupos animais;
- Astronomia indígena;
- Poríferos;
- Cnidários;
- Platelmintos;
-Nematelmintos;
- Anelídeos;
- Moluscos;
- Artrópodes;
- Insetos;
- Crustáceos;
- Aracnídeos;
- Diplópodes;
-Quilópodes;
- Equinodermos;
37
- Cordados;
-Protocordados;
- Vertebrados;
- Peixes;
- Anfíbios;
- Répteis;
- Aves;
- Mamíferos.
-Causas genéticas e ambientais das anomalias congênitas;
DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS
- Direitos Humanos:
- Doenças sexualmente transmissíveis
- Métodos contraceptivos reversíveis e irreversíveis;
- Gravidez na adolescência;
-Aborto natural e provocado;
-Nome de animais e vegetais de origem africana.
-Drogas e alucinógenos: ações, efeitos, abuso e prevenção.
- Violência gerada pelo o uso de entorpecentes.
-Análise em reflexão sobre os panoramas da saúde dos africanos, in-loco
epidemias/endemias. E o atendimento a saúde, entre as doenças e as condições de
higiene proporcionadas a população, bem como o índice de desenvolvimento
humano (IDH).
- Agricultura familiar.
- Rotação de culturas.
- Hidroponia.
- Reprodução assexuada: estaquia, enxertia, alporquia e mudação.
- Feiras-verdes: orgânicos.
- A influência da Lua sobre a agricultura e a pesca indígenas.
- Ervas medicinais e culinárias oriundas da África.
- Legislação Ambiental: Aplicada ao meio ambiente como aporte a Educaçao
Ambiental e Aplicada ao meio ambiente como aporte a Educaçao Ambiental e
Agenda 21.
38
- Anomalias congênitas provocadas: Pelo uso de medicamentos controlados;
Por radiação de elementos radioativos;
Por problemas de herança genética;
Alimentos transgênicos;
Clonagem.
3ª SÉRIE ENSINO MEDIO POR BLOCOS
04 AULAS SEMANAIS
CONTEÚDO ESTRUTURANTE
Organização dos Seres Vivos
Mecanismos Biológicos
Biodiversidade
Manipulação Genética
CONTEÚDOS BÁSICOS
Citogenética;
- Genética
- Evolução; Teorias e evidências;
- Anatomia e fisiologia comparada dos seres vivos;
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
- Núcleo celular;
- Mitose e Meiose;
- Ácidos nucléicos;
- Estrutura do DNA;
- Duplicação do DNA;
- Tipos de RNA;
39
- Síntese de Proteínas;
Códons e anticódons;
- Conceitos da Genética
- Histórico da Genética
- Terminologia Genética
- Alelos dominantes e recessivos
- A primeira lei de Mendel
- Codominância
- Cruzamentos testes em genética
-Dihibridismo- A segunda lei de Mendel
- Interação gênica
- Teoria cromossômica da Herança
- Genética do Sistema ABOS
- Interação gênica
- Teoria cromossômica da Herança
- Genética do Sistema ABO
- Genética do Sistema RH
- Herança ligada ao sexo
- Daltonismo
- Hemofilia.
- Herança restrita e influenciada pelo sexo
- Aberrações cromossômicas
-Histórico das idéias evolucionistas
- Teoria evolucionista de Lamarck
- Teoria evolucionista de Darwin e Wallace
- Moderna teoria da evolução;
- Evolução do Homem;
-Anatomia e fisiologia comparadas:
-digestão;
-respiração;
- circulação;
- excreção;
- locomoção;
- órgãos dos sentidos;
40
- sistema endócrino;
- sistema nervoso;
- sistema reprodutor.- Origens das espécies;
- Grandes linhas da evolução;
- Origem dos grandes grupos de seres vivos;
- Biomas;
- Ciclos biogeoquímicos.
- Genoma;
- Clonagem;
- Terapia gênica;
- Vacinas gênicas;
- Transgênicos;
- Recuperação de espécies em extinção.
DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS
- Étnico-raciais:
- Afro descendente DNA Mitocondrial (Eva Genética).
- Tipos de culturas (afro, indígena, etc.) relacionados com biomas brasileiros.
- Mudanças climáticas – aquecimento global e saúde.
- Educação ambiental e sustentabilidade.
- A ética na genética;
- a eritroblastose fetal;
- Projeto genoma;
- Biodíesel;
6. METOLOGIA
A busca do conhecimento é talvez, a principal das características que
diferenciam o ser humano dos demais seres vivos existentes na Terra, portanto é
esta característica que movimenta nossa espécie no sentido de não se conformar
41
com a situação do meio onde vive, e assim leva a interagir com o meio a fim de
modificá-lo para adequá-lo às suas necessidades.
Desta forma, é imprescindível que as ciências naturais sejam trabalhadas
de forma a incentivar o educando a perceber a necessidade de refletir sobre sua
situação, como espécie animal, perante o mundo dos seres vivos e suas inter-
relações com o ambiente físico e químico.
Então, se Biologia é o estudo dos seres vivos, sua função como disciplina é
estar em sintonia com a incessante busca do saber, empreitada pelo ser humano, e
isto pode ser conseguido utilizando-se de formas variadas no desenvolver dos
conteúdos; através de aulas expositivas pode-se ter a finalidade de realizar uma
explanação geral a cerca dos conteúdos e também utilizá-las para sanar dúvidas e
discutir variados temas.
Sendo a Biologia uma ciência em constante evolução, torna-se necessário à
utilização de textos, revistas, jornais, internet, periódicos e entre outros, que servirão
de material de apoio para debates e pesquisas a cerca de temas que estão em
evidencia e de caráter polêmico.
Quando se refere ao estudo da vida, sem dúvida alguma, nos remete a um
campo imenso, pois nós, seres-vivos, estamos imersos em um mundo vivo, assim
para ver e analisar conceitos biológicos nada mais lógico e concreto que se utilizar
trabalhos de campo, seja na coleta de espécimes ou apenas na contemplação e
discussão das mais variadas manifestações de vida. Grandes são os acervos, tanto
bibliográficos como disponíveis em diversos formatos sobre temas ligados às
ciências biológicas, que de forma alguma podem ser menosprezados, portanto a
utilização de equipamentos multimídia tornam-se instrumentos indispensáveis.
A Biologia não é uma disciplina isolada, mas um conjunto de ciências,
portanto é dever do docente desta área, esclarecer ao aluno que o aprendizado de
biologia é um exercício que dura toda a vida e que constantemente surgem
descobertas e hipóteses novas que incrementam esta ciência, portanto todo o
trabalho desenvolvido com o educando, deve ser visando a fomentar a principal
característica que nos diferencia dos demais seres vivos, ou seja, a incessante
busca do conhecimento.
Sendo uma matéria que estuda os seres vivos e juntamente sua relação com
o homem, fica impossível destacar o ser humano da sociedade a qual vivemos, bem
como dos seus problemas.Visando melhorar a qualidade de vida desse indivíduo,
42
bem como o resgate de sua alta estima, uma das questões destacadas no Ensino,
contemplará a Lei da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, Lei dos Povos
Indígenas Brasileiros, Diversidade e os Desafios Educacionais Contemporâneos.
A disciplina de Biologia no Ensino Médio por blocos necessita, acima de tudo,
oportunizar ao educando uma maior aplicação dos conhecimentos dessa área, no
seu cotidiano. Isso implica em buscar estratégias e metodologias para que este
ensino supere a fragmentação, a memorização de nomenclaturas técnicas e o
agregado de informações desconexas, desvinculados da realidade do aluno.
De acordo com a DCE de Biologia (2009, p.54), as aulas práticas devem
priorizar: ... a experimentação deve ter como finalidade o uso de um método que privilegie a construção do conhecimento, em caráter de superação à condição de memorização direta, comportamentalista. Parte-se do pressuposto que a adoção de uma prática pedagógica fundamentada nas teorias críticas deve assegurar ao professor e ao aluno a participação ativa no processo pedagógico.
Outro aspecto importante das aulas de campo e práticas, elas não devem
infringir as leis 9795/99 e 14037/03, da Política Nacional de Educação Ambiental e o
Código Estadual de Proteção aos Animais, ou seja, dissecar ou matar animais para
experimentos juntamente com alunos, é proibido.
A sala de aula, por sua vez, deve ser um espaço construtivo de conhecimento
e de interações constantes com o saber historicamente produzido, onde professor e
aluno sejam pesquisadores que formulem suas próprias questões, procurem
evidências não confirmadas, lancem hipóteses, consultem fontes bibliográficas,
realizem experimentos e elaborem conceitos, ações estas efetivamente próprias de
um ensino ativo.
O desenvolvimento do conhecimento biológico, em sala de aula, é o ensino da
organização da vida, em construção contínua e permanente, em que se dinamiza
com o trabalho pedagógico, a apreensão do conhecimento mediante novas
operações do pensamento e novas aplicações do conhecimento trabalhado, em que
as experiências e o saber de cada um sejam enriquecidos.
O aprofundamento destas questões é uma oportunidade para o
estabelecimento do diálogo interdisciplinar, em que as especifidades das diversas
disciplinas são compreendidas na ação docente, sendo esta um espaço de formação
continuada do professor e do seu avanço inteligível em relação à sua área de
43
atuação, às suas relações sociais e intervenções em seu meio.
Resumindo o conhecimento biológico trabalhado no Ensino Médio, tem
características próprias, requerendo, além do desenvolvimento pedagógico
anteriormente descrito, a capacidade de abstração conceitual como condição
necessária para o educando elaborar generalizações, proposições e esquemas
explicativos adequados à sua compreensão das coisas, podendo interferir no seu
entorno e aplicar, conscientemente, os conhecimentos apreendidos, nas suas
práticas, em benefício de si próprio e da sociedade.
Visando essa inter-relação adotamos os seguintes encaminhamentos
metodológicos:
Aulas expositivas e dialogadas;
Debates e discussões em grupo e troca de experiências;
Pesquisas bibliográficas e de campo;
Aulas práticas em laboratório;
Uso de mapas, modelos e peças atômicas;
Elaboração e aplicação de diferentes tipos de esquemas (em árvore, em
chaves, mapas conceituais, diagramas ADI, etc)
Uso de vídeos da TV escola, TV Paulo Freire e outros vídeos educativos;
Elaboração e aplicação de jogos educativos;
Produção e elaboração de apresentações em slides para uso na TV pen
drive;
Apresentação de seminários pelos alunos sobre conteúdos aplicados em sala
de aula;
Aulas dirigidas no laboratório de informática com acesso a Internet e recursos
de multimídias;
Uso dos recursos que a TV pendrive dispõe;
Aulas com retroprojetores;
Elaboração e uso de transparências para retroprojetor;
Visitas orientadas e passeios ecológicos;
Leitura, análise, interpretação e elaboração de diversos textos para dinamizar
desenvolver o vocabulário e ampliar o conhecimento lingüístico do aluno.
7. AVALIAÇÃO
44
A avaliação é uma atividade constante na vida de todas as pessoas, somos
avaliados a todo instante por nossos semelhantes, seja através de nossas ações,
comportamentos atitudes, etc. Na escola o processo de avaliação é também
imprescindível para que o aluno e o professor possam quantificar e analisar se esta
ou não ocorrendo o aprendizado. A avaliação muitas vezes está sendo usada
meramente como um instrumento para classificar os alunos, aferir resultados e
tentar quantificar os conhecimentos assimilados pelos alunos, o que muitas vezes
mostra-se ineficiente, uma vez que as avaliações usadas tendem a não
contemplarem todos os aspectos necessários de serem avaliados.
No que tange ao processo de avaliação é primordial que se busque analisar
as questões que são de extrema importância, ou seja, avaliar o que? Que resultados
esperam obter com a avaliação? É, portanto muito importante, definir se avaliamos
para diagnosticar como esta ocorrendo o processo ensino-aprendizagem ou se
avaliamos para quantificar e promover ou não os educandos.
Assim é necessário estabelecer parâmetros para uma avaliação mais
competente e que realmente demonstre o grau de sucesso que tanto professor
como aluno estão alcançando. Assim a avaliação deve ser um processo contínuo,
sistemático que forneça um diagnóstico da aprendizagem do aluno, em que este se
identifique, compreenda e formule conceitos através de textos e objetivos; a
avaliação deve ser orientadora, pois deve permitir ao aluno conhecer os erros e
corrigi-los, priorizando assim a retomada de conceitos pendentes de forma
diferenciada de modo a suprir dificuldades, tornando o aluno parte efetiva do
processo ensino e aprendizagem.
Segundo a DCE de Biologia (2009, P.31), a avaliação deve visar à
contribuição para: ...a compreensão das dificuldades de aprendizagem
dos alunos, com vistas às mudanças necessárias
para que essa aprendizagem se concretize e a
escola se faça mais próxima da comunidade, da
sociedade como um todo, no atual contexto
histórico e no espaço onde os alunos estão
inseridos.
45
Também, obedecendo às normas vigentes, é preciso que haja uma
quantificação através de atribuições de notas aos resultados demonstrados com as
avaliações, portanto esta quantificação da avaliação será executada através da
realização de provas escritas, recuperação concomitante, trabalhos de pesquisa,
jogos didáticos, tarefas realizadas em classe, trabalho grupais e também através da
análise da participação nas atividades propostas.
Com relação a recuperação, a DCE (2009, P. 32), ela pode ser definida como:
o esforço de retomar, de voltar ao conteúdo, de modificar os encaminhamentos
metodológicos, para assegurar a possibilidade de aprendizagem. Nesse sentido, a
recuperação da nota é simples decorrência da recuperação de conteúdo.
Enfim, a avaliação como instrumento analítico prevê um conjunto de ações
pedagógicas pensadas e realizadas ao longo do ano letivo, de modo que
professores e alunos se tornam observadores dos avanços e dificuldades, a fim de
superarem os obstáculos existentes, para tanto, faremos uso dos seguintes
instrumentos metodológicos de avaliação:
Provas orais e escritas;
Recuperação concomitante;
Participação em debates;
Pesquisas orientadas individuais;
Pesquisas orientadas em grupo;
Testes;
Atividades avaliativas;
Participação e apresentações em seminários e conferências;
Produção e apresentação de cartazes, maquetes ou outras produções
que demonstrem a apreensão do aluno sobre o conteúdo trabalhado e
em campanhas de saúde cujos temas estejam relacionados à saúde,
ao meio ambiente ou qualquer outro tema emergencial;
Produção de textos individuais e coletivos;
Participação de feiras de ciências e culturais;
Produção e apresentação de mini projetos;
Elaboração de relatórios a partir de aulas práticas em laboratórios de
informática e de ciências.
46
REFERÊNCIAS
LAURENCE, J. BIOLOGIA, volume único, São Paulo: Nova Geração, 2005.
PAULINO, Wilson Roberto. Biologia – série novo ensino médio vol. único São
Paulo, Atica, 2003.
CARVALHO, Wanderley. Biologia em Foco. vol. único São Paulo, FTD 2002.
DIAS, Paschoarelli Diarone, Biologia Viva, vol. único, São Paulo: Moderna, 1996.
LIVRO DIDÁTICO DO ESTADO DO PARANÁ – Biologia, 2008.
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Editora MS, Brasília, 2006.
NISKIER, A. LDB: A nova Lei da Educação, Consultor, Rio de Janeiro, 1996.
Diretrizes Curriculares de Biologia para o Ensino Médio – Curitiba, SEED 2009.
Disponível em:
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/diretrizes_2009/bi
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Cadernos Temáticos: EDUCAÇAO AMBIENTAL – Curitiba, SEED 2008 Disponível
em: http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec/arquivos/File/cadernos/ambiental.pdf Acesso:
16 nov. 2010.
Cadernos Temáticos: ENFRENTAMENTO A VIOLENCIA NA ESCOLA – Curitiba,
SEED 2008 Disponível em:
http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec/arquivos/File/cadernos/violencia.pdf Acesso em:
16 nov. 2010.
Cadernos Temáticos: PREVENÇÃO AO USO INDEVIDO DE DROGAS – Curitiba,
SEED 2008 Disponível em:
http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec/arquivos/File/cadernos/drogas.pdf Acesso em: 16
nov. 2010.
Cadernos Temáticos: EDUCANDO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
Disponível em:
http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec/arquivos/File/cadernos/educando.pdf Acesso em:
16 nov. 2010.
Cadernos Temáticos: EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA Disponível em:
http://www.diaadia.pr.gov.br/nre/uniaodavitoria/arquivos/File/Equipe/Diversidade/Indi
gena/Caderno_Tematico_Educacao_Escolar_Indigena.pdf Curitiba, SEED 2006
Acesso em: 16 nov. 2010.
47
LEI 11.645/08 História e Cultura Afro-Brasileira e dos Povos Indígenas
Brasileiros.
DCE: EDUCAÇÃO NO CAMPO Curitiba, SEED 2006 Disponível em;
http://www.diaadia.pr.gov.br/dedi/cec/arquivos/File/diretrizescurricularesestaduaisda
educacaodocampo.pdf Acesso em: 16 nov. 2010.
Lei 11733 - 28 de Maio de 1997, Lei 11734 - 28 de Maio de 1997 e Decreto
Estadual nº 2228, de 28 de fevereiro de 2008 GÊNERO E DIVERSIDADE SEXUAL. PPP - Projeto Político Pedagógico – Colégio Estadual Neusa Domit - Ensino
Fundamental e Médio.
A serem utilizados como material de apoio e debates em sala de aula:
SAÚDE É VITAL - Editora Abril, números variados.
Superinteressante - Editora Abril, números variados.
Revista Galileu – Editora Globo, números variados.
Ciência Hoje – SBPC, números variados.
Ciência Hoje para as Crianças – SBPC, números variados.
Revista Planeta – Editora Três, números variados.
Saúde é Vital - Editora Abril, números variados.
National Geographic, Editora Abril, números variados.
LOPES, S. Bio vol. Único São Paulo: Saraiva, 2006.
ODUM, E. Ecologia Rio de Janeiro: Guanabara, 1988.
KRASILCHICK, M. O ensino de biologia. Coletâneas do III Encontro Nacional de
Ensino de Biologia. São Paulo: Faculdade de Educação-USP, 1991.
48
PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
Desde que o homem começou a se interessar pelos fenômenos a sua volta
e aprender com eles a ciência já estava presente. Mesmo antes da descoberta do
fogo o homem já utilizava técnicas e instrumentos rudimentares disponíveis na
natureza para satisfazer suas necessidades cotidianas
A descoberta do fogo foi um marco na história da humanidade, a partir dela
o ser humano apresentou outras necessidades como cozinhar alimentos. Uma forma
primitiva de experiências químicas é criada para ajudar na transformação de uma
substância em outra e facilitar a vida do homem primitivo. Há aproximadamente dez
mil anos atrás o homem passou a cultivar a terra e criar animais, assumindo assim
outras condutas frente a seu meio.
A historicidade da ciências está ligada não somente ao conhecimento
científico, mas também às técnicas pelas quais esse conhecimento é produzido, as
tradições de pesquisa que o produzem e as instituições que as apóiam
(KNELLER,1980)
Alguns processos importantes da história marcaram acentuadamente a
ciência:
Do séc. XI ao XIII as Cruzadas foram importante na disseminação da cultura
entre o oriente e o ocidente.
Nos séc. XVII e XVIII a Revolução Industrial.
Grandes navegações séc. XIV e XV.
A Renascença séc. XV e XVI a partir da imprensa algumas ciências buscam
explicar o mundo através de novas teorias. Por meio da botânica e da zoologia
a ciência hoje chamada biologia se destacou através de ilustrações detalhadas,
a ciência atualmente conhecida como química colaborou com a mineração a
metalurgia e a pólvora. A ciência conhecida como física definiu os estudos
referentes ao magnetismo, à mecânica e a óptica.
Séc. XVIII o Iluminismo a partir desta época a ciência se torna mais
independente das religiões.
Séc. XVIII a Revolução Industrial.
49
O Séc. XIX vem para consolidar a ciência evidenciando as relações entre
homem-homem e homem-natureza.
Já no séc. XX as contribuições das ciências para a humanidade são incontáveis
e considerando os últimos 50 anos ela evoluiu mais que em 10 mil anos.
Entretanto, a ciência também teve momentos de efeitos negativos, ao
incrementar guerras e influenciar a miséria de muitos.
Alguns pensadores foram importantes e suas descobertas foram marcos na
história das ciências e da humanidade:
Leonardo Da Vinci, Nicolau Copérnico, Galileu Galilei, Francis Bacon, René
Descartes, Issac Newton, Denis Diderot, Jean-Baptiste d’Alembert, Antoine
Lavoisier, Dimitri Mendeleiev, Charles Darwin, Gregor Mendel.
Nesse contexto, fica cada vez mais claro que a ciência é uma construção
humana, tem suas aplicações, é falível, intencional e está diretamente relacionada
com o avanço da tecnologia e com as relações sociais (CHASSOT, 2004).
Nesta mesma perspectiva histórica é importante analizar o currículo de
ciências seguindo o trajeto histórico dos acontecimentos que marcaram o ensino-
aprendizagem no Brasil:
Década de 20: ensino das verdades clássicas.
Década de 50: A experiência pela experiência.
Década de 60: A solução de problemas pelo método científico.
Década de 70: As unidades de trabalho com base na tecnologia educacional
(DOMINGUES et al. 2000).
Década de 80: O mundo se encontrava numa competição tecnológica enquanto
no Brasil estávamos na transição da ditadura. Alguns temas freqüentemente
estiveram presentes nos programas desenvolvidos para aprimorar o ensino de
ciências, dentre eles a educação ambiental, a saúde, as relações entre indústria
e agricultura e, entre a ciência e a tecnologia.
Década de 90: O Currículo Básico para a escola pública do Estado do Paraná
veio responder às necessidades sociais e históricas que caracterizavam a
sociedade brasileira d época.
A partir da promulgação da lei n° 9.394/96 que estabeleceu as diretrizes e
bases para a Educação Nacional o currículo básico perdeu força como documento
orientador da disciplina, isso se deve, entre outros fatores, à mudança de paradigma
50
da educação na qual a escola perdeu o caráter de espaço social e transformador e
passou a ser entendida como empresa.
A partir de 1996, mediante políticas públicas federais, o ensino de ciências
teve seu objeto de estudo redirecionado e o esvaziamento de seus conteúdos
clássicos, tendo em vista a publicação e ampla distribuição dos Parâmetros
Curriculares Nacionais para o ensino fundamental – Ciências Naturais (PCNs) e
temas transversais, hoje denominados temas transversais contemporâneos.
A partir de 2003, iniciou-se um novo período na história da educação
paranaense devido à reformulação da política educacional do Estado. Destaca-se
como aspecto desta reformulação o resgate da escola prescípua bem como a
formação continuada dos professores, além de instituir o currículo escolar como eixo
fundante da escola. Cabe ressaltar que o acesso a formação continuada fornece
subsídios consistentes e úteis ao cotidiano da sala de aula.
Ao analisar a educação e o currículo de ciências, em cada momento
histórico, percebeu-se que o seu desenvolvimento seguiu uma trajetória de acordo
com os interesses políticos, econômicos e sociais de cada período, determinando
assim, a mudança de foco do processo de ensino-aprendizagem. Isso alterou a
concepção de aluno, professor, ensino, aprendizagem, escola e educação,
contribuindo para a formação em diferentes épocas de novos cientistas, de cidadãos
de pensamento lógico e crítico, de mão de obra qualificada para o trabalho e de
cidadãos participativos, críticos e transformadores.
Pautado nessa concepção, o processo de ensino e de aprendizagem de
Ciências valoriza a dúvida, a contradição, a diversidade e a divergência, o
questionamento das certezas e incertezas, superando o tratamento curricular dos
conteúdos por eles mesmos, priorizando-se a sua função social.
A partir de uma abordagem pedagógica crítica e histórica para a definição
do currículo de ciências no Ensino Fundamental a “corrente teórica” denominada
“Movimento Ciência, Tecnologia e Sociedade” CTS (TEIXEIRA,2003,p.177),
contribui, juntamente com os conhecimentos físicos, químicos e biológicos, como um
instrumental positivo que favorece a reflexão, a contextualização e a articulação dos
conteúdos específicos propiciando uma análise crítica relação entre a ciência, a
tecnologia e a sociedade.
A partir desta concepção, os conteúdos específicos poderão ser abordados
em suas inter-relações com os outros conteúdos e disciplinas, considerando seus
51
aspectos conceituais, científicos, históricos, econômicos, políticos e sociais, as quais
devem ficar evidentes no processo de ensino-aprendizagem da disciplina
(GASPARIM, 2003).
O currículo de ciências no Ensino Fundamental é constituído historicamente
por um conjunto de ciências que se somam numa mesma disciplina escolar para
compreender os fenômenos naturais nesta etapa da escolarização. A ciência é uma
atividade humana complexa, histórica e coletivamente construída, que influencia e
sofre influencias de questões sociais, tecnológicas, culturais, éticas e políticas
(KNELLER, 1980; ANDERY et al., 1998). Os conhecimentos físicos, químicos e
biológicos, dentre outros são contemplados nesta disciplina com vistas à
compreensão das diferenças e inter-relações entre essas ciências de referência que
compõem a área de ciências no processo ensino-aprendizagem. De forma geral os
fenômenos naturais são tratados na disciplina focando:
Os conhecimentos físicos: a partir dos conhecimentos científicos em relação aos
diversos fenômenos naturais e tecnológicos, abordando conteúdos como:
movimentos, sons, luz, eletricidade, magnetismo, calor e ondas dentre outros;
Os conhecimentos químicos contemplam as noções e conceitos científicos sobre
os materiais e as substâncias, sua constituição, suas propriedades e
transformações necessárias para a compreensão dos processos básicos da
química;
Os conhecimentos biológicos orientam progressivamente n interpretação e
compreensão dos processos biológicos, contribuindo no entendimento dos
ambientes e da manutenção da vida;
Os Conteúdos Estruturantes de Ciências são entendidos como saberes
fundamentais, capazes de organizar teoricamente os campos de estudo da
disciplina, essenciais para compreender seu objeto de estudo e suas áreas afins.
São conteúdos estruturantes da disciplina de Ciências para o Ensino
Fundamental:
Corpo humano e saúde;
Ambiente;
Matéria e energia; e
52
Tecnologia.
Os Conteúdos Básicos para o Ensino Fundamental, são:
Astronomia e Astronáutica
Inter-relação entre os seres vivos e o ambiente
Água, solo e ar no ecossistema
Poluição e contaminação da água, ar e do solo
Níveis de organização dos seres vivos – organização celular
Biodiversidade – classificação e adaptações morfológicas
Transformações de matéria e de energia
Doenças, infecções, intoxicações e defesas do organismo
Segurança no trânsito
Corpo humano integrado
A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) indica no seu artigo 32, seção III, que o
ensino fundamental terá por objetivo a formação básica do cidadão mediante:
A compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia,
das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
O desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição
de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;
O fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e
de tolerância recíproca em que se assenta a vida social;
Os Parâmetros Curriculares Nacionais indicam como objetivo do ensino
fundamental, que os alunos sejam capazes de:
Compreender a cidadania como participação social e política, assim como
exercício de direitos e deveres políticos, civis, atitudes e solidariedade,
cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o
mesmo respeito;
Posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes
situações sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar
decisões coletivas;
53
Conhecer características fundamentais do Brasil, nas dimensões sociais,
materiais e culturais, como meio para construir progressivamente a noção de
identidade nacional e pessoal e o sentimento de pertinência ao país;
Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem
como aspectos socioculturais de outros povos e nações, posicionando-se contra
discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de
sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais;
Perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente,
identificando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente
para a melhoria do meio ambiente;
Desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança
em suas capacidades afetivas, físicas, cognitiva, ética, estética, de inter-relação
pessoal e de inserção social, para agir com perseverança na busca de
conhecimento e no exercício da cidadania;
Conhecer o próprio corpo e dele cuidar, valorizando e adotando hábitos
saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com
responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva;
Utilizar as diferentes linguagens – verbal, musical, matemática, gráfica, plástica e
corporal – como meio para produzir, expressar e comunicar suas idéias,
interpretar e usufruir das produções culturais, em contextos públicos e privados,
atendendo a diferentes intenções e situações de comunicação;
Saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para
adquirir e construir conhecimentos;
Questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolve-los,
utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade
de análise crítica, selecionando procedimentos e verificando sua adequação.
Os desafios educacionais contemporâneos:
Sexualidade,
Prevenção ao uso indevido de Drogas,
Educação Fiscal,
Cidadania e Direitos Humanos
54
Direitos das crianças e dos adolescentes conforme prevê o ECA (lei nº
11.525/2007)
Enfrentamento à Violência na Escola,
Educação ambiental (lei nº 9795/99)
Bem como a lei n° 11.645/08 referente à “História e Cultura Afro-brasileira e
Africana” e a referente à Cultura dos povos Indígenas, serão abordados no decorrer
de todo o ensino fundamental, conforme a necessidade de aprofundamento do
assunto nos conteúdos.
Vale ressaltar que alguns temas são naturalmente abordados dentro da
disciplina como: sexualidade, prevenção ao uso indevido de drogas e educação
ambiental. A cultura afro-brasileira, africana e indígena (lei nº 10.639/2003) podem
ser abordadas no estudo da Botânica destacando sua contribuição na medicina
popular. Questões raciais podem ser esclarecidas através do estudo da genética
comprovando cientificamente a existência de uma única raça humana.
Alguns conteúdos que podem ser adaptados aos conteúdos
Estruturantes/Básicos referentes à história dos povos indígenas brasileiros são:
As populações indígenas no Paraná,
Indígenas no estado do Paraná: breve histórico;
Sistema de numeração indígena;
Astronomia indígena;
Os Guarani e a memória oral: a canoa do tempo;
Os Kaingang e os Xetá no Paraná: aspectos históricos e culturais;
Da cosmologia à sociologia: algumas notas sobre a criança guarani;
Comercio e artesanato dos guaranis
Assim pode-se identificar como as ciências de referência orientam a
definição dos conteúdos significativos na formação dos alunos na medida em que
oportunizam o estudo: Astronomia, Matéria, Sistema Biológicos, Energia,
Biodiversidade, dentre outros, fornecendo subsídios para compreensão crítica e
histórica do mundo natural (conteúdo da ciência), do mundo construído (tecnologia)
e da prática social (sociedade).
Neste sentido foram elencados os conteúdos estruturantes entendidos aqui
como saberes fundamentais, capazes de organizar teoricamente os campos de
55
estudo da disciplina, essenciais pra a compreensão de seu objeto de estudo: o
conhecimento científico que resulta da investigação da natureza. Do ponto de vista
científico, entende-se por Natureza o conjunto de elementos integradores que
constitui o Universo em toda sua complexidade. Ao ser humano cabe interpretar
racionalmente os fenômenos observados na Natureza, resultantes das relações
entre elementos fundamentais como tempo, espaço, matéria, movimento, força,
campo, energia e vida.
Para que o tratamento de conteúdos específicos, na escola, seja de fato
relevante, tendo em vista um currículo de ciências articulado, os conteúdos
estruturantes e seus desdobramentos precisam ser abordados numa perspectiva
crítica e histórica, que leve em conta a prática social do sujeito e as implicações e
limitações das relações entre ciência, a tecnologia e a sociedade.
Na aprendizagem de ciências naturais, a experimentação é parte
fundamental do aprendizado, se fazendo necessário para que o aluno possa
entender melhor o mundo que o cerca, as suas transformações e descobertas.
Em ciências é necessário não só entender as transformações, mas como
elas se processam, o que consumimos e como fazemos isso, são pequenas
descobertas muito importantes para nossa sobrevivência, como funciona nosso
corpo e como ele é. Precisamos envolver o aluno, para o que está sendo feito em
termos de preservação ambiental, salientando que esta deve ser uma preocupação
constante e crescente de toda a comunidade.
O ensino contextualizado no cotidiano dos alunos, parte principal no
processo de ensino-aprendizagem, torna mais fácil o entendimento.
56
METODOLOGIA
A busca do conhecimento é talvez, a principal característica que diferenciam
o ser humano dos demais seres vivos existentes na Terra, portanto é esta
característica que movimenta nossa espécie no sentido de não se conformar com a
situação do meio onde vive, e assim leva a interagir com o meio a fim de modificá-lo
para educá-lo às suas necessidades.
Desta forma, é imprescindível que as ciências naturais sejam trabalhadas de
forma a incentivar o educando a perceber a necessidade de refletir sobre sua
situação, como espécie animal, perante o mundo dos seres vivos e suas inter-
relações com o ambiente físico e químico. Faz-se imprescindível coletar fatos do
cotidiano do aluno para fazer da sua experiência do dia-a-dia uma alavanca para
todo o processo de ensino-aprendizagem. Em cada nova abordagem esse
levantamento inicial do seu cotidiano traz o embasamento de como podemos fazer a
ponte entre o conhecimento empírico e o científico que estamos abordando, certas
experiências do seu dia-a-dia que passando despercebidas e sem maiores reflexões
seriam comuns, mas que se abordadas e repensadas à luz da ciência trazem uma
maior compreensão dos fenômenos naturais e outros temas a que estamos nos
referindo naquele momento em sala de aula.,
Sendo a Ciências algo em constante evolução, torna-se necessário à
utilização de textos, revistas, jornais, internet, periódicos e entre outros, que servirão
de material de apoio para debates e pesquisas a cerca de temas que estão em
evidência e de caráter polêmico.
Nas Diretrizes Curriculares, propõe-se que os conteúdos específicos sejam
encaminhados por meio de uma metodologia crítica e histórica, de modo a
considerar a articulação entre os conhecimentos físicos, químicos e biológicos.
O estudo dos conteúdos estruturantes propostos implica uma articulação
com os conhecimentos de outras ciências para explicar os inúmeros fenômenos
naturais que ocorrem no mundo. A Química, a Física, a Biologia, a Geociências, a
Astronomia e outras áreas contribuem significativamente para esse fim.
Visando a inter-relação do educando com o ambiente em que ele vive,
adotamos os seguintes encaminhamentos metodológicos:
Aulas expositivas e dialogadas;
Debates e discussões em grupo para troca de conhecimento e experiências;
57
Pesquisas
Uso de vídeos da TV escola, TV Paulo Freire e outros vídeos educativos;
Apresentação de slides na TV pendrive
Aulas dirigidas no laboratório de informática com acesso a internet e
recursos multimídias;
Leitura, análise, interpretação e elaboração de diversos textos para
dinamizar, desenvolver o vocabulário e ampliar o conhecimento do aluno.
Serão utilizados todos os recursos disponíveis de meio de comunicação: TV
- pendrive, Vídeo, DVD, CD-ROM, laboratório de informática, sempre que for
possível interagir os temas com esses recursos.
AVALIAÇÃO
A avaliação é uma atividade constante na vida de todas as pessoas, somos
avaliados a todo instante por nossos semelhantes, seja através de nossas ações,
comportamentos atitudes, etc. Na escola o processo de avaliação é também
imprescindível para que o aluno e o professor possam quantificar e analisar se esta
ou não ocorrendo o aprendizado. A avaliação é atividade essencial do processo
ensino-aprendizagem dos conteúdos científicos escolares e, de acordo com a lei de
Diretrizes e Bases 9394/96, deve ser continua e cumulativa em relação ao
desempenho do estudante, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os
quantitativos.
Desse modo, a avaliação deverá valorizar os conhecimentos alternativos do
estudante, construídos no cotidiano, nas atividades experimentais, ou a partir de
diferentes estratégias que envolvam recursos pedagógicos e instrucionais diversos.
É fundamental que se valorize também, o que se chama de “erro”, de modo a
retomar a compreensão (equivocada) do aluno por meio de diversos instrumentos de
ensino e de avaliação.
A investigação da aprendizagem significativa pelo professor pode ser por
meio de problematização envolvendo relações conceituais, interdisciplinares ou
contextuais, ou mesmo a partir da utilização de jogos educativos, entre outras
possibilidades, como o uso de recursos instrucionais que representem como o
estudante tem solucionado os problemas propostos e as relações estabelecidas
diante dessas problematizações.
58
Dentre essas possibilidades, a prova pode ser um excelente instrumento de
investigação do aprendizado do estudante e de diagnóstico dos conceitos científicos
escolares ainda não compreendidos por ele, além de indicar o quanto o nível de
desenvolvimento potencial tornou-se um nível real (VYGOTSKY, 1991b, em diretriz
2008). Para isso, as questões da prova precisam ser diversificadas e considerar
outras relações além daquelas trabalhadas em sala de aula.
A avaliação em ciências supera o papel de mero instrumento de mediação da
apreensão de conteúdos e busca propiciar aprendizagens socialmente significativas
para o aluno, a recuperação dos conteúdos deve acontecer a partir de uma lógica
simples: os conteúdos selecionados para o ensino são importantes para a formação
do aluno, então, é preciso investir em todas as estratégias e recursos possíveis para
que ele aprenda.
Com relação à recuperação, a DCE (2009, P. 32), ela pode ser definida como:
o esforço de retomar, de voltar ao conteúdo, de modificar os encaminhamentos
metodológicos, para assegurar a possibilidade de aprendizagem. Nesse sentido, a
recuperação da nota é simples decorrência da recuperação de conteúdos.
Enfim, a avaliação como instrumento analítico prevê um conjunto de ações
pedagógicas pensadas e realizadas ao longo do ano letivo, de modo que
professores e alunos se tornam observadores dos avanços e dificuldades, a fim de
superarem os obstáculos existentes, para tanto, faremos uso dos seguintes
instrumentos metodológicos de avaliação:
Provas orais e escritas;
Recuperação concomitante;
Participação em debates;
Pesquisas orientadas individuais;
Pesquisas orientadas em grupo;
Testes;
Atividades avaliativas;
Produção e apresentação de cartazes, maquetes ou outras produções que
demonstrem a apreensão do aluno sobre o conteúdo trabalhado e em campanhas
de saúde cujos temas estejam relacionados à saúde, ao meio ambiente ou qualquer
outro tema emergencial;
Produção de textos individuais e coletivos;
59
Participação de feiras de ciências e culturais;
Elaboração de relatórios a partir de aulas práticas em laboratórios de
informática e de ciências.
A avaliação tem como objetivo final a aprendizagem e a assimilação dos
conteúdos pelo aluno para que ele faça desse conhecimento um caminho para seu
desenvolvimento como ser humano na sociedade.
60
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COLLOTO, C.A. Processo de avaliação. São Paulo: Abril, 1972.
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Editora MS, Brasília, 2006.
NISKIER, A. LDB: A nova Lei da Educação, Consultor, Rio de Janeiro, 1996.
Diretrizes Curriculares de Ciências – Curitiba, SEED 2009. Disponível em:
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/diretrizes_2009/ci
encias.pdf acesso: 16 nov. 2010.
Cadernos Temáticos: EDUCAÇAO AMBIENTAL – Curitiba, SEED 2008 Disponível
em: http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec/arquivos/File/cadernos/ambiental.pdf Acesso:
16 nov. 2010.
Cadernos Temáticos: ENFRENTAMENTO A VIOLENCIA NA ESCOLA – Curitiba,
SEED 2008 Disponível em:
http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec/arquivos/File/cadernos/violencia.pdf Acesso em:
16 nov. 2010.
Cadernos Temáticos: PREVENÇÃO AO USO INDEVIDO DE DROGAS – Curitiba,
SEED 2008 Disponível em:
http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec/arquivos/File/cadernos/drogas.pdf Acesso em: 16
nov. 2010.
Cadernos Temáticos: EDUCANDO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
Disponível em:
http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec/arquivos/File/cadernos/educando.pdf Acesso em:
16 nov. 2010.
Cadernos Temáticos: EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA Disponível em:
http://www.diaadia.pr.gov.br/nre/uniaodavitoria/arquivos/File/Equipe/Diversidade/Indi
61
gena/Caderno_Tematico_Educacao_Escolar_Indigena.pdf Curitiba, SEED 2006
Acesso em: 16 nov. 2010.
GEWANDSZNAJDER, Fernando. Ciências. 4 volumes. Ática, São Paulo, 2002.
LEI 11.645/08 História e Cultura Afro-Brasileira e dos Povos Indígenas Brasileiros.
DCE: EDUCAÇÃO NO CAMPO Curitiba, SEED 2006 Disponível em;
http://www.diaadia.pr.gov.br/dedi/cec/arquivos/File/diretrizescurricularesestaduaisda
educacaodocampo.pdf Acesso em: 16 nov. 2010.
Lei 11733 - 28 de Maio de 1997, Lei 11734 - 28 de Maio de 1997 e Decreto
Estadual nº 2228, de 28 de fevereiro de 2008 GÊNERO E DIVERSIDADE SEXUAL.
PPP - Projeto Político Pedagógico – Colégio Estadual Neusa Domit - Ensino
Fundamental e Médio.
SANTOS, Lucíola L. C. P., MOREIRA, Antônio Flávio. Questões de seleção e de
organização do conhecimento. Idéias, São Paulo, n. 26, 1995.
VASCONCELOS, C. dos S. Avaliação: concepção dialética-libertadora do processo de avaliação escolar. 11.ed. São Paulo: Libertad, 2000.
A serem utilizados como material de apoio e debates em sala de aula:
SAÚDE É VITAL - Editora Abril, números variados.
Superinteressante - Editora Abril, números variados.
Revista Galileu – Editora Globo, números variados.
Ciência Hoje – SBPC, números variados.
Ciência Hoje para as Crianças – SBPC, números variados.
Revista Planeta – Editora Três, números variados.
Saúde é Vital - Editora Abril, números variados.
National Geographic, Editora Abril, números variados.
62
PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO DE Educação Física
APRESENTAÇAO GERAL
No final do século XIX, Rui Barbosa, Deputado Geral do Império, emitiu um
parecer sobre o projeto denominado “Reforma do Ensino Primário e várias
instituições complementares da Instrução Pública” no ano de 1882, onde, entre
outras conclusões, afirmou a importância da ginástica para a formação do cidadão,
equiparando-a em categoria e autoridade com as demais disciplinas. A partir de
então, a Educação Física tornou-se componente obrigatório dos currículos
escolares.
As práticas pedagógicas escolares de Educação Física foram fortemente
influenciadas pela instituição militar e pela medicina, emergentes dos séculos XVIII e
XIX. A Educação Física se consolidou, especificamente no contexto escolar, a partir
da Constituição de 1937, sendo, então, utilizada com o objetivo de doutrinação,
dominação e contenção dos ímpetos da classe popular, enaltecendo o patriotismo, a
hierarquia e a ordem.
Com a promulgação da Lei Orgânica do Ensino Secundário, em 1942,
também conhecida como Reforma Capanema, institui-se, no ensino secundário, um
primeiro ciclo ginasial, com duração de quatro anos, e um segundo ciclo de três
anos, com duas opções, o clássico e o científico. Essa reforma ampliou a
obrigatoriedade da Educação Física até os 21 anos de idade, objetivando formar
mão-de-obra fisicamente adestrada e capacitada para o mercado de trabalho.
A Educação Física continuou tendo caráter obrigatório na escola, com a
promulgação da Lei 5692/71 através do artigo 7° e, pelo Decreto 69450/71, a
disciplina passou a ter legislação específica. Instituiu-se, assim, a integração da
disciplina como atividade escolar regular e obrigatória no currículo de todos os
cursos e níveis dos sistemas de ensino.
Em meados dos anos 80, já se pôde falar não só de uma comunidade
científica na Educação Física, mas também da delimitação de tendências ou
correntes, suscitando os primeiros debates voltados a criticidade.
Dentre as correntes ou tendências progressistas destacam-se as abordagens:
Desenvolvimentista: defende a idéia de que o movimento é o principal
meio e fim da Educação Física. Constitui-se no ensino de habilidades motoras de
63
acordo com uma sequencia de desenvolvimento. Sua base teórica é,
essencialmente, a psicologia do desenvolvimento e aprendizagem.
Construtivista: no âmbito da Educação Física, a psicomotricidade
influenciou a perspectiva construtivista-interacionista com vistas à formação integral,
incluindo as dimensões afetivas e cognitivas ao movimento humano. Essa
abordagem, embora preocupada com a cultura infantil, fundamenta-se também na
psicologia do desenvolvimento.
A duas propostas seguintes estão mais diretamente vinculadas às discussões
da pedagogia crítica brasileira, passando a incorporar discussões da pedagogia
crítica brasileira, passando a incorporar discussões nas ciências humanas,
principalmente a partir das contribuições da sociologia e filosofia da educação.
Crítico Superadora: Baseia-se nos pressupostos da pedagogia
histórica-crítica desenvolvida por Demerval Saviani. Nessa proposta, o objetivo da
área do conhecimento da Educação é a Cultura Corporal, concretizando-se nos seus
diferentes conteúdos, quais sejam: o esporte, a ginástica, os jogos, as lutas e a
dança. O conhecimento é sistematizado em ciclos e propõe que este seja tratado de
forma historicizada e espiralada, considerando o grau de complexidade.
Crítico Emancipatória: parte de uma concepção de movimento
denominada dialógica. O movimentar-se humano é entendido como uma forma de
comunicação com o mundo. A crítica se dá através de uma ressignificação do
movimento, sem considerar questões socioeconômicas.
O currículo da Educação Física está embasado na pedagogia histórico-crítica
da Educação (proposta Crítico Superadora). Considerando o contexto histórico
citado até o momento, onde a Educação física transitou em diversas perspectivas
teóricas, desde as mais reacionárias até as mais criticas, torna-se possível
sistematizar propostas pedagógicas que orientem estas diretrizes, com vistas a
avançar sobre a visão hegemônica que aplicou e continua aplicando à Educação
Física a função de treinar o corpo, sem qualquer reflexão sobre o fazer corporal.
Nos dias atuais a Educação Física tem uma concepção pautada na
corporalidade que procura contemplar a totalidade das manifestações corporais
humanas e sua potencialidade formativa.
O Manifesto Mundial da Educação Física – FIEP 2000, que faz considerações
a Carta Internacional da Educação física, reconhecida internacionalmente, afirmando
que a Educação Física deve ser compreendida como um direito de todas as
64
pessoas, através de processos educacionais formais e não formais baseadas nas
atividades físicas e nas suas diversas formas e expressão e meios, por constituírem
caminhos privilegiados de Educação.
A Educação Física, pelo seu conceito e abrangência deve ser considerada
como parte do processo educativo das pessoas, seja dentro ou fora do ambiente
escolar, como determinante de melhores opções de experiências corporais sem
excluir a totalidade das pessoas, criando estilos de vida que incorporem o uso de
variadas formas de atividade física.
O Conselho Internacional de Ciência do Esporte e da Educação Física
reforçando a importância da Educação Física, ao longo da vida e articularmente para
todas as crianças, reiterou que uma Educação Física de qualidade é o meio mais
efetivo de promoção para um estilo de vida ativo, seja em qualquer
capacidade/incapacidade, sexo, idade, cultura, raça, etnia religião e nível social,
contribuindo para uma integração segura e adequada ao desenvolvimento da mente,
corpo e espírito.
OBJETIVO GERAL
O objetivo do estudo da Educação Física baseia-se no ensino da Cultura
Corporal, por meio dos conteúdos estruturantes propostos – esporte; dança;
ginástica; lutas; jogos, brinquedos e brincadeiras. A Educação Física tem a função
social de contribuir para que os alunos se tornem sujeitos capazes de reconhecer o
próprio corpo, adquirir uma expressividade corporal consciente e refletir criticamente
sobre as práticas corporais.
Portanto o que a Educação Física analisa é o chamado patrimônio corporal.
Nessa função, ela deve investigar como os grupos sociais se expressam pelos
movimentos, criando esportes, jogos, lutas, ginásticas, brincadeiras e danças,
entender as condições que inspiraram essas criações e experimentá-las, refletindo
sobre quais alternativas e alterações são necessárias para vivenciá-la no espaço
escola.
A aula de Educação Física, na Educação Básica, deve ser fundamentada nas
reflexões sobre as necessidades atuais de ensino perante os alunos, na superação
de contradições e na valorização da educação. Por isso é de fundamental
importância considerar os contextos e experiências de diferentes regiões, escolas,
professores, alunos e da comunidade. Nesse sentido, procura-se possibilitar aos
65
alunos o acesso ao conhecimento produzido pela humanidade, relacionando-o às
práticas corporais, ao contexto histórico, político, econômico e social.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Os Conteúdos Estruturantes foram definidos como os conhecimentos de
grande amplitude, conceitos ou práticas que identificam e organizam os campos de
estudos de uma disciplina escolar, considerados fundamentais para compreender
seu objeto de estudo/ensino. Constituem-se historicamente e são legitimados nas
relações sociais.
Os Conteúdos Estruturantes da Educação Física para a Educação Básica
devem ser abordados em complexidade crescente, isto porque, em cada um dos
níveis de ensino os alunos trazem consigo múltiplas experiências relativas ao
conhecimento sistematizado, que devem ser consideradas no processo de
ensino/aprendizagem.
A Educação Física e seu objeto de ensino/estudo, a Cultura Corporal, deve,
ainda, ampliar a dimensão meramente motriz. Para isso, podem-se enriquecer os
conteúdos com experiências corporais das mais diferentes culturas, priorizando as
particularidades de cada comunidade.
As práticas corporais devem estar voltadas para a busca da autonomia, a
partir do reconhecimento dos limites e possibilidades de expressão que cada sujeito
vai construindo no decorrer da vivência individual e coletiva e o enfrentamento à
violência na escola.
Conteúdos Estruturantes propostos para a Educação Física na Educação
Básica são os seguintes:
• Esporte;
• Jogos e brincadeiras;
• Ginástica;
• Lutas;
• Dança.
ESPORTE:
66
Este conteúdo na deve se limitar ao fazer corporal, isto é, ao aprendizado
única e exclusivamente das habilidades físicas, destrezas motoras, táticas de jogo e
regras. O esporte é entendido como uma atividade teóricoprática e um fenômeno
social que, em suas várias manifestações e abordagens, pode ser uma ferramenta
de aprendizado para o lazer, para o aprimoramento da saúde e para integrar os
sujeitos em suas relações sociais.
Os valores que privilegiam o coletivo são imprescindíveis para a formação do
humano o que pressupõem compromisso com a solidariedade e o respeito, a
compreensão de que o jogo se faz a dois, e de que é diferente jogar com o
companheiro e jogar contra o adversário (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 71).
Portanto, o ensino do esporte nas aulas de Educação Física deve sim
contemplaro aprendizado das técnicas, táticas e regras básicas das modalidades
esportivas, mas não se limitar a isso.
JOGOS E BRINCADEIRAS
Os jogos e as brincadeiras são pensados de maneira complementar, mesmo
cada um apresentando as suas especificidades. Ambos compõem um conjunto de
possibilidades que ampliam a percepção e a interpretação da realidade.
No caso do jogo, ao respeitarem seus combinados, os alunos aprendem a se
mover entre a liberdade e os limites, os próprios e os estabelecidos pelo grupo. Além
de seu aspecto lúdico, o jogo pode servir de conteúdo para se discuta as
possibilidade de flexibilização das regras e da organização coletiva.
Os trabalhos com os jogos e as brincadeiras são de relevância para o
desenvolvimento do ser humano, pois atuam como maneiras de representação do
real através de situações imaginárias, cabendo, por um lado, aos pais e, por outro, à
escola fomentar e criar as condições apropriadas para as brincadeiras e jogos. Não
obstante, para que sejam relevantes, é preciso considerá-los como tal.
Tanto os jogos quanto as brincadeiras são conteúdos que podem ser
abordados, conforme a realidade regional e cultural do grupo, tendo como ponto de
partida a valorização das manifestações corporais próprias desse ambiente cultural.
Os jogos também comportam regras, mas deixam um espaço de autonomia
para que sejam adaptadas, conforme os interesses dos participantes de forma a
ampliar as possibilidades das ações humanas.
67
GINÁSTICA
Entende-se que a ginástica deve dar condições ao aluno de reconhecer as
possibilidades de seu corpo. O objeto de ensino desse conteúdo deve ser as
diferentes formas de representação das ginásticas.
Espera-se que os alunos tenham subsídios para questionar os padrões
estéticos, a busca exacerbada pelo culto ao corpo e aos exercícios físicos, bem
como os modismos que atualmente se fazem presentes nas diversas práticas
corporais, inclusive na ginástica.
Sob tal perspectiva, foram desenvolvidas técnicas visando à padronização
dos movimentos, a aquisição de força física, privilegiando os aspectos motores e a
vivência de coreografias e gestos normatizados.
Ampliando esse olhar, é importante entender que a ginástica compreende
uma gama de possibilidades, desde a ginástica imitativa de animais, as práticas
corporais circenses, a ginástica geral, até as esportivizadas: artística e rítmica.
Contudo, sem negar o aprendizado técnico, deve-se possibilitar a vivência e
o aprendizado de outras formas de movimento. Deve-se, ainda, oportunizar a
participação de todos, por meio da criação espontânea de movimentos e
coreografias, bem como a utilização de espaços para suas práticas, que podem
ocorrer em locais livres como pátios, campos, bosques entre outros.
Não há necessidade de material específico para realização das aulas, pois a
prática pedagógica pode acontecer por meio de materiais alternativos e/ou de
acordo com a realidade própria de cada escola.
LUTAS
As lutas devem fazer parte do contexto escolar, pois se constituem das mais
variadas formas de conhecimento da cultura humana, historicamente produzidas e
repletas de simbologias.
Ao abordar esse conteúdo, deve-se valorizar conhecimentos que permitam
identificar valores culturais, conforme o tempo e o lugar onde as lutas foram ou são
praticadas.
68
Tanto as lutas ocidentais como as orientais surgiram de necessidades sociais,
em um dado contexto histórico, influenciadas por fatores econômicos, políticos e
culturais.
Ao abordar o conteúdo lutas, torna-se importante esclarecer as suas funções,
inclusive apresentando as transformações pelas quais passaram ao longo dos anos.
De fato, as lutas se distanciaram, em grande parte, da sua finalidade inicial ligada às
técnicas de ataque e defesa, com o intuito de autoproteção e combates militares, no
entanto, ainda hoje se caracterizam como uma relevante manifestação da cultura
corporal.
O desenvolvimento de tal conteúdo pode propiciar além do trabalho corporal,
a aquisição de valores e princípios essenciais para a formação do ser humano,
como, por exemplo: cooperação, solidariedade, o autocontrole emocional, o
entendimento da filosofia que geralmente acompanha sua prática e, acima de tudo,
o respeito pelo outro, pois sem ele a atividade não se realizará.
As lutas, assim como os demais conteúdos, devem ser abordadas de maneira
reflexiva, direcionada a propósitos mais abrangentes do que somente desenvolver
capacidades e potencialidades físicas. Dessa forma, os alunos precisam perceber e
vivenciar essa manifestação corporal de maneira crítica e consciente, procurando,
sempre que possível, estabelecer relações com a sociedade em que vive. A partir
desse conhecimento proporcionado na escola, o aluno pode, numa atitude
autônoma, decidir pela sua prática ou não fora do ambiente escolar.
DANÇA
Ao trabalhar com a dança no espaço escolar, deve-se considerar que este
conteúdo pode ser responsável por apresentar as possibilidades de superação do
limites e das diferenças corporais.
A dança é a manifestação da cultura corporal responsável por tratar o corpo e
suas expressões artísticas, estéticas, sensuais, criativas e técnicas que se
concretizam em diferentes práticas, como nas danças típicas (nacionais e regionais),
danças folclóricas, danças de rua, danças clássicas entre outras.
A dança pode se constituir numa rica experiência corporal, a qual possibilita
compreender o contexto em que estamos inseridos. É a partir das experiências
vividas na escola que temos a oportunidade de questionar e intervir, podendo
69
superar os modelos pré-estabelecidos, ampliando a sensibilidade no modo de
perceber o mundo (SARAIVA, 2005).
Na prática, o professor poderá aliar aos aspectos culturais e regionais
específicos, vivências desses diferentes estilos de dança, possibilitando a liberdade
de recriação coreográfica e a expressão livre dos movimentos.
É importante que reconheçer que a dança se constitui como elemento
significativo da disciplina de Educação Física no espaço escolar, pois contribui para
desenvolver a criatividade, a sensibilidade, a expressão corporal, a cooperação,
entre outros aspectos. Além disso, ela é de fundamental importância para refletirmos
criticamente sobre a realidade que nos cerca, contrapondo-se ao senso comum.
CONTEÚDOS POR SÉRIE:
5ª séries
Conteúdos
Estruturantes
Conteúdos
Básicos
Abordagem
teórico-metodologica
Avaliação
Esporte Coletivos
Individuais
Pesquisar e discutir questões
históricas dos esportes, como:
sua origem, sua evolução, seu
contexto atual.
Propor a vivência de atividades
pré desportivas no intuito de
possibilitar o aprendizado dos
fundamentos básicos dos
esportes e possíveis adaptações
às regras.
Espera-se que o aluno
conheça dos esportes:
• o surgimento de cada
esporte com suas
primeiras regras;
• sua relação com jogos
populares.
• seus movimentos
básicos, ou seja, seus
fundamentos.
Jogos e
Brincadeiras
Jogos e
brincadeiras
populares
Brincadeiras
e cantigas de
roda
Jogos de
tabuleiro
Jogos
cooperativos
Abordar e discutir a origem e
histórico dos jogos, brinquedos e
brincadeiras.
Possibilitar a vivência e
confecção de brinquedos, jogos e
brincadeiras com e sem materiais
alternativos.
Ensinar a disposição e
movimentação básica dos jogos
de tabuleiro.
Conhecer o contexto
histórico em que foram
criados os diferentes
jogos, brinquedos e
brincadeiras, bem como
apropriar-se
efetivamente das
diferentes formas de
jogar;
Reconhecer as
70
possibilidades de
vivenciar o lúdico a partir
da construção de
brinquedos com
materiais alternativos.
Dança Danças
folclóricas
Danças de rua
Danças criativas
Pesquisar e discutir a origem e
histórico das danças.
Contextualizar a dança.
Vivenciar movimentos em que
envolvam a expressão corporal e
o ritmo.
Conhecimento sobre a
origem e alguns
significados (místicos,
religiosos, entre outros)
das diferentes danças;
Criação e adaptação
tanto das cantigas de
rodas quanto de
diferentes seqüencias de
movimentos.
Ginástica Ginástica
rítmica
Ginástica
circense
Ginástica geral
Estudar a origem e histórico da
ginástica e suas diferentes
manifestações.
Aprender e vivenciar os
Movimentos Básicos da ginástica
(ex: saltos, rolamento, parada de
mão, roda)
Construção e experimentação de
materiais utilizados nas diferentes
modalidades ginásticas.
Pesquisar a Cultura do Circo.
Estimular a ampliação da
Consciência Corporal.
Conhecer os aspectos
históricos da ginástica e
das práticas corporais
circenses;
Aprendizado dos
fundamentos básicos da
ginástica:
• Saltar;
• Equilibrar;
• Rolar/Girar;
• Trepar;
• Balançar/Embalar;
• Malabares.
Lutas Lutas de
aproximação
Pesquisar a origem e histórico
das
lutas.
Vivenciar atividades que utilizem
materiais alternativos
relacionados as lutas.
Experimentar a vivência de jogos
de oposição.
Conhecer os aspectos
históricos,
filosóficos, as
características das
diferentes manifestações
das lutas, assim como
alguns de seus
movimentos
71
Apresentação e experimentação
da música e sua relação com a
luta.
Vivenciar movimentos
característicos da luta como: a
ginga, esquiva e golpes.
Dia da consciência negra.
característicos.
Reconhecer as
possibilidades de
vivenciar o lúdico a partir
da utilização de
materiais alternativos e
dos jogos de oposição.
6ª séries
Conteúdos
Estruturantes
Conteúdos
Básicos
Abordagem
teórico-metodologica
Avaliação
Esporte Coletivos
Individuais
Estudar a origem dos diferentes
esportes e
mudanças ocorridas com os
mesmos, no decorrer da história.
Aprender as regras e os
elementos básicos do esporte.
Vivência dos fundamentos das
diversas modalidades esportivas.
Compreender, por meio de
discussões que provoquem a
reflexão, o sentido da
competição esportiva.
Espera-se que o aluno
possa conhecer a
difusão e diferença de
cada esporte,
relacionando-as com as
mudanças do contexto
histórico brasileiro.
Reconhecer e se
apropriar dos
fundamentos básicos
dos diferentes esportes.
Conhecimento das
noções básicas das
regras das diferentes
manifestações
esportivas.
Jogos e
Brincadeiras
Jogos e
brincadeiras
populares
Brincadeiras
e cantigas de
roda
Jogos de
tabuleiro
Recorte histórico delimitando
tempos e espaços nos jogos,
brinquedos e brincadeiras.
Reflexão e discussão acerca da
diferença entre brincadeira, jogo
e esporte.
Construção coletiva dos jogos,
brincadeiras e brinquedos.
Conhecer a origem e o
contexto em que se
desenvolveram o Break,
Frevo e Maracatu;
Criação e adaptação de
coreografia rítmica e
expressiva.
Reconhecer as
72
Jogos
cooperativos
Estudar os Jogos, as brincadeiras
e suas diferenças regionais.
Jogos dos povos indígenas
paranaenses.
possibilidades de
vivenciar o lúdico a partir
da construção de
instrumentos musicais
como, por exemplo, o
pandeiro e o chocalho.
Dança Danças
folclóricas
Danças de rua
Danças criativas
Recorte histórico delimitando
tempos e espaços, na dança.
Experimentação de movimentos
corporais
rítmico/expressivos.
Criação e adaptação de
coreografias.
Construção de instrumentos
musicais.
Gênero de diversidade sexual na
dança.
Conhecer a origem e o
contexto em que se
desenvolveram o Break,
Frevo e Maracatu;
Criação e adaptação de
coreografia rítmica e
expressiva.
Reconhecer as
possibilidades de
vivenciar o lúdico a partir
da construção de
instrumentos musicais
como, por exemplo, o
pandeiro e o chocalho.
Ginástica Ginástica
rítmica
Ginástica
circense
Ginástica geral
Estudar os aspectos históricos e
culturais da ginástica rítmica e
geral.
Aprender sobre as posturas e
elementos ginásticos.
Pesquisar e aprofundar os
conhecimentos acerca da Cultura
Circense.
Conhecer os aspectos
históricos da ginástica
rítmica (GR);
• Aprendizado dos
movimentos e elementos
da GR como:
• saltos;
• piruetas;
• equilíbrios.
Lutas Lutas de
aproximação
Pesquisar e analisar a origem das
lutas de aproximação e da
capoeira, assim como suas
mudanças no decorrer da
história.
Vivenciar jogos adaptados no
intuito de aprender alguns
Apropriação dos
aspectos históricos,
filosóficos e as
características das
diferentes manifestações
das lutas de
aproximação e da
73
movimentos característicos
da luta, como: ginga, esquiva,
golpes, rolamentos e quedas.
capoeira.
Conhecer a história do
judô, karatê, taekwondo
e alguns de seus
movimentos básicos
como: as quedas,
rolamentos e outros
movimentos.
Reconhecer as
possibilidades de
vivenciar o lúdico a partir
da utilização de
materiais alternativos e
dos jogos de oposição.
7ª séries
Conteúdos
Estruturantes
Conteúdos
Básicos
Abordagem
teórico-metodologica
Avaliação
Esporte Coletivos
Radicais
Recorte histórico delimitando
tempos e espaços, no esporte.
Estudar as diversas
possibilidades do esporte
enquanto uma atividade corporal,
como: lazer, esporte de
rendimento, condicionamento
físico, assim como os benefícios
e os malefícios do mesmo à
saúde.
Analisar o contexto do Esporte e
a interferência da mídia sobre o
mesmo.
Entender que as práticas
esportivas podem ser
vivenciadas no tempo/
espaço de lazer, como
esporte derendimento ou
como meio para
melhorar a aptidão física
e saúde.
Compreender a
influência da mídia no
desenvolvimento dos
diferentes esportes.
Reconhecer os aspectos
74
Vivência prática dos fundamentos
das diversas modalidades
esportivas.
Discutir e refletir sobre noções de
ética nas competições esportivas.
positivos e negativos das
práticas esportivas.
Jogos e
Brincadeiras
Jogos de
tabuleiro
Jogos
dramáticos
Jogos
cooperativos
Recorte histórico delimitando
tempos e espaços, nos jogos,
brincadeiras e brinquedos.
Organização de Festivais.
Elaboração de estratégias de
jogo.
Desenvolver atividades
coletivas a partir de
diferentes jogos,
conhecidos, adaptados
ou criados, sejam eles
cooperativos,
competitivos ou de
tabuleiro.
Conhecer o contexto
histórico em que foram
criados os diferentes
jogos, brincadeiras e
brinquedos.
Dança Danças criativas
Dança Circular
Recorte histórico delimitando
tempos e espaços, na dança.
Análise dos elementos e técnicas
de dança
Vivência e elaboração de
Esquetes (que são pequenas
seqüências cômicas).
Conhecer os diferentes
ritmos, passos, posturas,
conduções, formas de
deslocamento, entre
outros elementos que
identificam as diferentes
danças.
Montar pequenas
composições
coreográficas.
Ginástica Ginástica
rítmica
Ginástica
circense
Ginástica geral
Recorte histórico delimitando
tempos e espaços, na ginástica.
Vivência prática das postura e
elementos ginásticos.
Estudar a origem da Ginástica
com enfoque específico nas
diferentes modalidades,
pensando suas mudanças ao
Manusear os diferentes
elementos da GR como:
• corda;
• fita;
• bola;
• maças;
• arco.
Reconhecer as
75
longo dos anos.
Manuseio dos elementos da
Ginástica Rítmica.
Vivência de movimentos
acrobáticos.
possibilidades de
vivenciar o lúdico a partir
das atividades circenses
como acrobacias de solo
e equilíbrios em grupo.
Lutas Lutas com
instrumento
mediador
Organização de Roda de
capoeira Vivenciar jogos de
oposição no intuito de aprender
movimentos direcionados à
projeção e imobilização.
Conhecer os aspectos
históricos, filosóficos e
as características das
diferentes formas de
lutas.
Aprofundar alguns
elementos da capoeira
procurando compreender
a constituição, os ritos e
os significados da roda.
Conhecer as diferentes
projeções e
imobilizações das lutas.
8ª série
Conteúdos
Estruturantes
Conteúdos
Básicos
Abordagem
teórico-metodologica
Avaliação
Esporte Coletivos
Radicais
Recorte histórico delimitando
tempos e espaços.
Organização de festivais
esportivos.
Analise dos diferentes esportes
no contexto social e econômico.
Pesquisar e estudar as regras
oficiais e sistemas táticos.
Apropriação acerca das
regras de
arbitragem,
preenchimento de
súmulas e confecção de
diferentes tipos de
tabelas.
Reconhecer o contexto
76
Vivência prática dos fundamentos
das diversas modalidades
esportivas.
Elaboração de tabelas e súmulas
de competições esportivas.
social e
econômico em que os
diferentes esportes se
desenvolveram.
Jogos e
Brincadeiras
Jogos de
tabuleiro
Jogos
dramáticos
Jogos
cooperativos
Organização e criação de
gincanas e RPG (Role-Playing
Game, Jogo de Interpretação de
Personagem), compreendendo
que é um jogo de estratégia e
imaginação, em que os alunos
interpretam diferentes
personagens, vivendo aventuras
e superando desafios. Cidadania
e direitos humanos.
Diferenciação dos jogos
cooperativos e competitivos.
Reconhecer a
importância da
organização coletiva na
elaboração de gincanas
e R.P.G.
Diferenciar os jogos
cooperativos e os jogos
competitivos a partir dos
seguintes elementos:
• Visão do jogo;
• Objetivo;
• O outro;
• Relação;
• Resultado;
• Conseqüência;
• Motivação.
Dança Danças criativas
Danças
Circulares
Recorte histórico delimitando
tempos e espaços na dança.
Organização de festivais de
dança.
Elementos e técnicas
constituintes da dança.
Reconhecer a
importância das
diferentes manifestações
presentes nas danças e
seu contexto histórico.
Conhecer os diferentes
ritmos, passos, posturas,
conduções, formas de
deslocamento, entre
outros elementos
presentes no forró,
vanerão e nas danças de
origem africana.
Criar e vivenciar
atividades de dança, nas
77
quais sejam
apresentadas as
diferentes criações
coreográficas realizadas
pelos alunos.
Ginástica Ginástica
rítmica
Ginástica geral
Estudar a origem da Ginástica:
trajetória até o surgimento da
Educação Física.
Construção de coreografias.
Pesquisar sobre a Ginástica e a
cultura de rua (circo, malabares e
acrobacias).
Análise sobre o modismo
relacionado a ginástica.
Prevenção ao uso indevido de
drogas.
Vivência das técnicas específicas
das ginásticas desportivas.
Analisar a interferência de
recursos ergogênicos (doping).
Conhecer e vivenciar as
técnicas da ginásticas
ocidentais e orientais.
Compreender a relação
existente entre a
ginástica artística e os
elementos presentes no
circo, assim como, a
influência da ginástica na
busca pelo corpo
perfeito.
Lutas Lutas com
instrumento
mediador
Pesquisar a Origem e os
aspectos históricos das lutas.
Enfrentamento a violência nas
escolas.
Conhecer os aspectos
históricos, filosóficos e
as características das
diferentes formas de
lutas.
Ensino Médio
Conteúdos
Estruturantes
Conteúdos
Básicos
Abordagem
teórico-metodologica
Avaliação
Esporte Coletivos
Individuais
Radicais
Recorte histórico delimitando
tempos e espaços.
Analisar a possível relação
entre o Esporte de rendimento X
Organizar e vivenciar
atividades esportivas,
trabalhando com
construção de tabelas,
78
qualidade de vida.
Análise dos diferentes esportes
no contexto social e econômico.
Estudar as regras oficiais e
sistemas táticos.
Organização de campeonatos,
torneios, elaboração de
Súmulas e montagem de
tabelas, de acordo com os
sistemas diferenciados de
disputa (eliminatória simples,
dupla, entre outros).
Análise de jogos esportivos e
confecção de Scalt.
Provocar uma reflexão acerca
do conhecimento popular X
conhecimento científico sobre o
fenômeno Esporte.
Discutir e analisar o Esporte nos
seus diferenciados aspectos:
• enquanto meio de Lazer.
• sua função social.
• sua relação com a mídia.
• relação com a ciência.
• doping e recursos ergogênicos
e esporte alto rendimento.
• nutrição, saúde e prática
esportiva.
Analisar a apropriação do
Esporte pela Indústria Cultural.
arbitragens, súmulas e
as diferentes noções de
preenchimento.
Apropriação acerca das
diferenças entre esporte
da escola, o esporte de
rendimento e a relação
entre esporte e lazer.
Compreender a função
social do esporte.
Reconhecer a influência
da mídia, da ciência e da
indústria cultural no
esporte.
Compreender as
questões sobre o doping,
recursos ergogênicos
utilizados e questões
relacionadas a nutrição.
Jogos e
Brincadeiras
Jogos de
tabuleiro
Jogos dramáticos
Jogos
cooperativos
Analisar a apropriação dos
Jogos pela
Indústria Cultural.
Organização de eventos.
Analisar os jogos e brincadeiras
e suas possibilidades de fruição
Reconhecer a
apropriação dos jogos
pela indústria cultural,
buscando alternativas de
superação.
Organizar atividades e
79
nos espaços e tempos de lazer.
Recorte histórico delimitando
tempo e espaço.
dinâmicas de grupos que
possibilitem aproximação
e considerem
individualidades.
Dança Danças
folclóricas
Danças de salão
Danças de rua
Possibilitar o estudo sobre a
Dança relacionada a expressão
corporal e a diversidade de
culturas.
Analisar e vivenciar atividades
que representem a diversidade
da dança e seus diferenciados
ritmos.
Compreender a dança como
mais uma possibilidade de
dramatização e expressão
corporal.
Estimular a interpretação e
criação coreográfica.
Provocar a reflexão acerca da
apropriação da Dança pela
Indústria Cultural.
Organização de Festival de
Dança.
Conhecer os diferentes
passos, posturas,
conduções, formas de
deslocamento, entre
outros
Reconhecer e
aprofundar as diferentes
formas de ritmos e
expressões culturais, por
meio da dança.
Discutir e argumentar
sobre apropriação das
danças pela indústria
cultural.
Criação e apresentação
de coreografias
Ginástica Ginástica artística
/ olímpica
Ginástica de
academia
Ginástica geral
Analisar a função social da
ginástica.
Apresentar e vivenciar os
fundamentos da ginástica.
Pesquisar a interferência da
Ginástica no mundo do trabalho
(ex. laboral).
Estudar a relação entre a
Ginástica X sedentarismo e
qualidade de vida.
Estudar a relação entre a
Ginástica X meio ambiente e
lazer.
Organizar eventos de
ginástica, na qual sejam
apresentadas as
diferentes criações
coreográficas ou
seqüência de
movimentos ginásticos
elaborados pelos alunos.
Aprofundar e
compreender as as
questões biológicas,
ergonômicas e
fisiológicas que
80
Por meio de pesquisas, debates
e vivências práticas, estudar a
relação da ginástica com: tecido
muscular, resistência muscular,
diferença entre resistência e
força; tipos de força; fontes
energéticas, freqüência
cardíaca, fonte metabólica,
gasto energético, composição
corporal, desvios posturais,
LER, DORT, compreensão
cultural acerca do corpo,
apropriação da Ginástica pela
Indústria Cultural entre outros.
Analisar os diferentes métodos
de avaliação e estilos de testes
físicos, assim como a
sistematização e planejamento
de treinos.
Organização de festival de
ginástica.
envolvem a ginástica.
Compreender a função
social da ginástica.
Discutir sobre a
influência da mídia, da
ciência e da indústria
cultural na ginástica.
Compreender e
aprofundar a relação
entre a ginástica e
trabalho.
Lutas Lutas com
aproximação
Lutas que
mantêm
distancia
Lutas com
instrumento
mediador
Capoeira
Pesquisar, estudar e vivenciar o
histórico,
filosofia, características das
diferentes artes marciais,
técnicas, táticas/ estratégias,
apropriação da Luta pela
Indústria Cultural, entre outros.
Analisar e discutir a diferença
entre Lutas
x Artes Marciais.
Estudar o histórico da capoeira,
a diferença de classificação e
estilos da capoeira enquanto
Conhecer os aspectos
históricos, filosóficos e
as características das
diferentes manifestações
das lutas.
Compreender a
diferença entre lutas e
artes marciais, assim
como a apropriação das
lutas pela indústria
cultural.
Apropriar-se dos
conhecimentos acerca
81
jogo/luta/dança, musicalização e
ritmo, ginga, confecção de
instrumentos, movimentação,
roda etc.
da capoeira como:
diferenciação da mesma
enquanto
jogo/dança/luta, seus
instrumentos musicais e
movimentos básicos.
Conhecer os diferentes
ritmos, golpes, posturas,
conduções, formas de
deslocamento, entre
outros.
Organizar um festival de
demonstração, no qual
os alunos apresentem os
diferentes tipos de
golpes.
METODOLOGIA
A Educação Física como as demais disciplinas necessitam de métodos e
técnicas adequados e que possibilitem ao professor alcançar os objetivos propostos.
Esses métodos adequados constituem-se na maneira de como o educador irá
organizar o processo de ensino-aprendizagem que por conseqüência terá como
resultado, um aprendizado fácil e acessível à realidade do educando.
A disciplina será conduzida no decorrer do ano baseada em métodos que irão
se utilizar aulas teóricas, aulas praticas, vídeos utilizando a TV pen-drive, uso de
pesquisas, palestras e debates sobre temas variados. Serão utilizados materiais
oficiais tais como bolas, redes, raquetes, e materiais alternativos criados pelos
alunos. O professor irá seqüenciar a matéria de acordo com a evolução da turma,
estando ele sempre preocupado com a qualidade de aprendizagem e não com a
quantidade de conteúdos.
Essa seqüência devera estar baseada na realidade do educando e da escola,
a fim de que os conteúdos e as experiências absolvidas possam ser aplicadas no dia
a dia de sua vida.
82
O encaminhamento metodológico se dá através das relações de
interdependência dos conteúdos na pratica docente. A articulação entre os
conhecimentos presentes em cada conteúdo estruturante é realizada na medida em
que os conceitos podem ser tratados em diferentes momentos e, quando situações
de aprendizagem possibilitam, eles podem ser retomados e aprofundados.
AVALIAÇÃO
A avaliação é uma preocupação constante do educador dentro do processo
de ensino-aprendizagem. Esta avaliação esta voltada para auxiliar o educando,
servindo, servindo de apoio para que este possa realmente atingir seu objetivo e seu
amadurecimento como ser humano.
A avaliação dentro da disciplina de Educação Física preocupa-se em utilizar
diferentes instrumentos avaliativos com a finalidade de proporcionar um aprendizado
pratico e interessante. Os instrumentos de avaliação utilizados são: trabalhos em
grupo (teóricos e práticos), pesquisas teóricas, provas com consulta e relatório das
atividades no caderno.
A nossa avaliação diagnostica, contínua e por média conforme o Projeto
Político Pedagógico da nossa escola.
REFERENCIAS:
DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA EDUCAÇÃO FÍSICA.
Curitiba, PR: SEED, 2008.
83
PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO RELIGIOSO
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Historicamente a “descoberta” e a Constituição do Brasil estão diretamente
ligadas a expansão da cristandade católica, seja pelas conseqüências da Reforma
Religiosa do século XVI, seja pelos interesses e obrigações de fé que levaram
jesuítas a se lançarem ao mar chegando as terras brasileiras. O inicio da educação
no Brasil confunde-se com a própria cristianização, sendo indissociável essa
perspectiva inicial.
Entretanto, buscaremos analisar a história do ensino religioso no país a parir
de alguns marcos históricos: Primeiro a Proclamação da Republica em 1889,
segundo a construção do regime Varguista (1930 - 1945) e terceiro O período de
Ditadura Militar (1964 - 1985). Dessa forma acreditamos poder fundamentar
historicamente os principais momentos pelos quais o ensino religioso no Brasil
passou por modificações estruturais importantes.
Senão vejamos: com a separação da Igreja do Estado em 1889, fruto da
proclamação da República e sobre forte influência do positivismo cotidiano, termina
a unidade entre Poder Temporal e Poder Espiritual, O Padroado e O Beneplácito.
Poderes outorgados a família imperial brasileira personificada na figura do
Imperador deixavam de existir, naquele momento a igreja católica no Brasil se
tornara órfã. Sob esse ponto de vista é importante dizer que a educação de forma
geral no Brasil também deixou de ser monopólio da Igreja Católica. Permitiu o
governo republicano a criação de escolas leigas e de outras religiões, inclusive
passou o Estado Brasileiro a imiscuir-se fortemente nessa área a fim de limitar e
controlar a influência católica na sociedade, dado seu discurso monarquista e
"realista".
Portanto o período da Primeira Republica no Brasil torna-se importante a
perspectiva do ensino religioso por demonstrar as profundas mudanças pelas quais,
a educação e o ensino religioso da época passaram, ensejando inclusive uma
ortodoxia religiosa por parte da igreja católica que buscava a manutenção das
prerrogativas de religião oficial, garantidas a época na Constituição Monarquista
(Constituição da mandioca) de 1824 que determinava: A religião oficial do Império
Brasileiro seria a Católica Apostólica Romana.
84
Durante o período Varguista (Getúlio Vargas), precisamente no ano de 1931
pode-se observar uma aproximação maior entre Igreja e Estado no Brasil, sobretudo
quando D. Sebastião Leme, Bispo emérito do Rio de Janeiro entrega ao então
presidente do país uma carta de reivindicação para a elaboração da futura
constituição onde se destacava: O ensino religioso católico nas escolas e nas
corporações militares. Dessa forma o reconhecimento por parte da Igreja, do
respeito às instituições públicas e seu enquadramento puderam celebrar uma nova
articulação entre Estado e Igreja que pode ser observada nos seguintes anos do
Estado Novo (1937 - 1945).
Nas Constituições de 1937, 1946 e 1967 o ensino religioso foi mantido como
matéria do currículo e de caráter confessional, entretanto nos anos 60, o pluralismo
religioso e a critica a um monopólio confessional organizou novamente a sociedade
brasileira. O resultado desse movimento determinou o fim do caráter catequético do
ensino religioso nas escolas brasileiras, sobretudo as publicas, já que em escolas
particulares católicas, protestantes, evangélicas o caráter catequético e proselista
permaneceram inalterados. A ausência de um posicionamento mais efetivo e de
uma regulamentação do setor quanta a questão do ensino religioso no Brasil por
parte do Governo Federal, em verdade, contribuiu para hegemonização das
principais correntes religiosas bem como também fortaleceu o caráter proselitista
das mesmas.
A LDB 4024/61 "Disposições Gerais e Transitórias", artigo 97 determinava
que a matrícula do aluno seria facultativa, sem ônus para o poder publico e
adequada a profissão de fé do educando, em relação ao corpo docente da disciplina
de ensino religioso, corroborando um cadastro de docentes respeitando seu
ordenamento religioso. Dessa forma o ensino religioso ministrado por "Leigos" em
detrimento de educadores contribuiu em parte para a marginalização da disciplina.
Durante a Ditadura Militar uma nova reformulação legal da disciplina foi expressa na
lei n° 5692/71, Art. 7°, onde o ensino religioso constituiria disciplina facultativa nos
horários normais das escolas de 1° e 2° grau, o que gerou a implantação da
disciplina no Estado do Paraná em 1972 a partir da criação da ASSINTEC -
Associação Interconfecional de Curitiba que integrava religiosos e educadores das
varias religiosidades do Estado do Paraná, pensou-se na necessidade de
paralelamente a formação técnica - científica e as necessidades psicológicas e
alimentares, também orientar espiritualmente seus educandos.
85
Como resultado dessa primeira proposta, idealizou-se o Programa Nacional
de tele Educação (Prontel), em 1972 vindo a implantar o ensino religioso via radio.
Em 1973 convênio entre a SEED e a ASSINTEC ao qual passou a elaborar um
programa de orientação curricular que viesse a criar parâmetros em suas
atribuições.
A resolução 754/76 de 1976 autorizou a elaboração de cursos de atualização
religiosa em quatorze municípios do Estado, com o apoio da Associação das
Escolas Católicas (AEC) redirecionando e organizando o conhecimento a partir dos
referencias Bíblicos. Em 1981 surge o programa "DIGA SIM" direcionado aos
professores da disciplina de ensino religioso criando uma formação continuada no
Centro de Treinamento de Professores do Estado do Paraná (CETEPAR).
Com a promulgação da LDBEN 9394/96 Art. 33 onde o ensino religioso
correria as expensas do Estado é que o Ensino Religioso passou a ser parte
integrante da formação do cidadão, respeitando a diversidade religiosa no país,
observando-se o ecumenismo. Entre 1995 e 2002 ocorreu um esvaziamento do
ensino religioso no país, sobretudo a partir de 1988, quando pela introdução de
recursos tecnológicos modernos e pelo próprio anacronismo entre fé e ciência. Outra
questão importante deve-se a determinação pelo Conselho Estadual de Educação
de que a oferta da disciplina somente poderia ocorrer onde houvesse efetivamente
um Profissional habilitado.
Em 2005, a SEED Paraná, aprovou nova deliberação para o ensino religioso
no Estado do Paraná, compreendia a necessidade do estudo/ diálogo com as varias
correntes religiosas, refletindo a pluralidade entre as formas de visão do sagrado.
Portanto o ensino religioso visa propiciar aos educandos a oportunidade de
identificação e aprendizagem das diferentes manifestações religiosas, suas relações
éticas e do reconhecimento da singularidade comum.
Segundo Costela (2004), três fatores ajudam a entender a necessidade de um novo
enfoque para o ensino religioso. Primeiro, atribuído a pluralidade social, num Estado
não confessional, laico e que garante, por meio da constituição, a liberdade religiosa.
Segundo, discute a maneira com a qual se aprende o conhecimento, reflexo das
transformações ocorridas no campo epistemológico, da educação e da
comunicação. Terceiro, a complexidade do tema e suas transformações na cultura ocidental dede o século XIX. Sobretudo quando Nietzsche critica, sobretudo, a
repulsa aos valores absolutos e a falta de crença que atingia o homem, novos
86
deuses haviam ocupado as mentes humanas. Deus estava morto, a visão niilista,
relacionada a uma crise moral religiosa condenou o homem a viver sobre a sombra
de si mesmo, um lugar "vazio", um local reservado ao Transcendental e Imanente.
Essa perspectiva Nietzschiana reformulou o pensamento ocidental, a criação
do Super-homem trouxe a baila novos valores que se apresentavam àquela
sociedade e que não poderiam ser mais representados pela vertente única do
moralismo cristão, identificadas como decadentes e ultrapassadas. Apesar dessa
critica a transcendentalidade necessitamos da busca de explicações na construção
de idéias que possam alicerçar o conhecimento e a compreensão do individuo e seu
papel pessoal. Nesse contexto, há um ressurgimento das religiões, sobretudo a
partir dos anos 80 do século XX.
As limitações do racionalismo moderno e do saber científico tomam-se objeto
de estudo no terreno filosófico, principalmente a partir da obra de Edmund Hussel,
filósofo alemão, intitulada "A crise das ciências Européias" e "dos Escritos" de
Ludwig Joseph Johann Wittgenstein, filósofo austríaco, que criticaram a
redutibilidade dos saberes do mundo à linguagem cientifica, sobretudo por negarem
o conhecimento empírico encontrado na religião ao mesmo tempo em que
hierarquizam o mesmo conhecimento.
Diante dessa análise faz-se necessário a superação de modelos lineares e
fragmentados de compreensão da realidade e a busca de outros referenciais que
permitam uma análise mais complexa da sociedade. É essa realidade que se coloca
como desafio para a escola e, mais especificamente, para o ensino religioso. A partir
dessas considerações, as Diretrizes Curriculares para o Ensino Religioso tem como
objetivo orientar também a abordagem e a seleção dos conteúdos. Nessa
perspectiva todas as religiões podem ser tratadas como conteúdos nas aulas de
ensino religioso, uma vez que o Sagrado compõe o universo cultural humano,
fazendo parte do modelo de organização de diferentes sociedades.
Assim, o currículo dessa disciplina propõe-se a subsidiar os alunos, por meio
dos conteúdos, a compreensão, comparação e analise dessas diferentes
manifestações do Sagrado, com vistas a interpretação dos seus múltiplos
significados. A disciplina de Ensino Religioso subsidiará os educandos na
compreensão de conceitos básicos no campo religioso e na forma como a sociedade
sofre interferências das tradições religiosas ou mesmo da afirmação ou negação do
Sagrado. Por fim, destaca-se que os conhecimentos relativos ao Sagrado e as suas
87
manifestações são significativas para todos os alunos durante o processo de
escolarização, por propiciarem subsídios para a compreensão de uma das interfaces
da cultura e da constituição da vida em sociedade.
Objetivos gerais
A disciplina de Ensino Religioso, assim como as demais disciplinas,
fundamenta-se no princípio da defesa de um currículo baseado nas dimensões
cientifica, artísticas e filosóficas do conhecimento, que direciona para a “totalidade”
do conhecimento e sua relação com o cotidiano. Nesse sentido é necessário
superar “as tradicionais” aulas de religião e abordar “conteúdos escolares que
tratem das diversas manifestações culturais e religiosas, de seus ritos, paisagens e
de seus símbolos, e relações culturais, sociais, políticas e econômicas de que são
impregnadas formas diversas de religiosidade” .(DIRETRIZES)
Desse modo entende-se que o sagrado, em contraposição ao profano é
objeto de estudo do Ensino Religioso que tem como objetivo a compreensão, o
conhecimento e o respeito das expressões religiosas de culturas diferentes “sagrado
é, pois, o olhar que se tem sobre algo ou forma como se vê determinado fenômeno”.
(DIRETRIZES)
A disciplina de Ensino Religioso busca contribuir para superar desigualdades
étnicas religiosas, para garantir o direito constitucional de liberdade de crença e de
expressão e por conseqüência o direito a liberdade individual e política.
Conteúdos
Considerando o Sagrado objeto de estudo e parte do currículo escolar, faz-se
necessário buscar relações de conteúdos que leve o aluno compreender a maneira
pela qual se dá a manifestação religiosa.
Os Conteúdos Estruturantes:
Paisagem Religiosa – combinação de elementos culturais e naturais que remetem
a experiência do Sagrado. Podem ser elementos naturais: rios, montanhas, grutas,
etc., ou arquitetônicos: templos, monumentos, cidades sagradas, etc.
88
Universo Simbólico – conjunto de linguagem que expressa sentidos. Os símbolos
são a base da comunicação e constituem o veículo que aproxima o mundo vivido do
mundo dos deuses e deusas.
Texto Sagrado – expressam idéias e preservam as tradições e manifestações
religiosas. Para a disciplina, os textos permitem identificar como diversas tradições
religiosas, atribuem às práticas religiosas o caráter sagrado, como são realizados os
ritos, as festas, as explicações sobre a vida e sobre a morte.
Os Conteúdos Básicos:
Organizações Religiosas: compõem os sistemas religiosos de modo
institucionalizado. Estão baseados em princípios de fundamentos, normas e
funções.
Lugares Sagrados: Lugares onde o Sagrado se manifesta para diferentes religiões.
Textos orais ou escritos: ensinamentos sagrados transmitidos por diferentes
manifestações religiosas.
Símbolos religiosos: são linguagens que expressam sentido, comunicam e exercem
importante papel nas mais diferentes religiões.
Temporalidade Sagrada: momento em que o humano se liga ao divino; nos ritos, nas
festas, nas orações.
Festas Religiosas: eventos organizado por diferentes grupos religiosos a fim de
reatualizar um acontecimento.
Ritos: Celebrações das tradições e manifestações religiosas. São formadas por um
conjunto de rituais.
Vida e Morte: as religiões procuram explicar a vida além da morte.
CONTEUDOS POR SÉRIE
5ª Série
Conteúdos Estruturantes:
Paisagem Religiosa, Universo Simbólico Religioso, Texto Sagrado
Conteúdos Básicos:
Organizações Religiosas: estruturas hierárquicas, fundadores ou líderes religiosos –
Budismo, Espiritismo, Cristianismo, Taoísmo;
89
Lugares Sagrados: lugares da natureza, os rios, as montanhas, os campos e lugares
construídos, as Igrejas, as Sinagogas, as Mesquitas, o Terreiro, os cemitérios.
Textos Orais ou Escritos: cantos, narrativas, poemas, orações, imagens, história que
contam a origem dos povos.
Símbolos Religiosos: dos ritos, dos mitos, do cotidiano.
6ª Série
Conteúdos Estruturantes:
Paisagem religiosa, Universo Simbólico Religioso, Texto Sagrado
Conteúdos Básicos:
Temporalidade Sagrada: os calendários e seus tempos sagrados
Festas Religiosas: peregrinações, festas familiares, festas nos templos, datas
comemorativas: Ramadã, Kuarup, Festa de Iemanjá, Pessach, Páscoa, Natal
Ritos: ritos de passagem, mortuários, propiciatórios: o Candomblé, O Kiki, a Via
Sacra, festejo indígena da colheita.
Vida e Morte; a reencarnação, sentido da vida nas diferentes tradições, ressurreição.
Metodologia da Disciplina
O professor deverá ser o mediador do conhecimento, pois, a aula ocorrerá
com base no diálogo, partindo da experiência religiosa do aluno para então o
conteúdo ser trabalhado. Será necessário uma posição clara, objetiva e crítica do
professor quanto ao conhecimento sobre o Sagrado e seu papel sócio-cultural.
Os conteúdos básicos devem ser trabalhados sob ótica dos três conteúdos
estruturantes. Contemplar conteúdos decorrentes do movimento das relações de
produção e dominação, que determinam relações sociais, geram pesquisas
científicas e trazem para o debate questões políticas e filosóficas emergentes. Esses
conteúdos vinculam-se a diversidade étnica cultural, que leva ao trabalho
pedagógico com a história da cultura afro-brasileira e indígena. E problemas sociais
90
contemporâneos como questões ambientais, o enfrentamento à violência, os
relacionados à sexualidade e ao uso indevido de drogas.
O professor deverá propor também a problematização dos conteúdos para
que dessa forma haja a mobilização dos alunos para a produção do conhecimento.
A reflexão e o espaço para o diálogo é fundamental para o desenvolvimento
da aula de Ensino Religioso. Dessa forma, atividades que levam a troca de
experiências entre os alunos e professor, a pesquisa, leitura e interpretação de
textos, filmes e imagens, são fontes de informações que subsidiarão o processo de
construção do conhecimento.
AVALIAÇÃO
Dentro da disciplina de Ensino Religioso a avaliação se dará de forma
diferenciada já que a dinâmica da mesma não passa pela reprovação do educando.
Entretanto ela se fará dentro dos moldes orientados pela Secretaria de Estado da
Educação a fim de estabelecer parâmetros avaliativos que permitam ao docente e
ao próprio aluno acompanharem o processo de apropriação do conhecimento e seu
desenvolvimento. Dessa forma a dinâmica implementada pelo professor deverá se
construir alternativamente, pois a aferição do conhecimento obtido pelo aluno se
processará de forma acumulativa e a todo momento. A avaliação desse
conhecimento deverá ser observada, acompanhada da devida escrituração da aula
em diário apropriado e organizado de forma a melhor criar subsídios para o controle
e analise do desempenho da turma.
Dessa forma as avaliações permitem ao professor observar a eficácia de seu
método e a eventual necessidade de uma reorientação quanto a esse quesito, o que
permitirá ao aluno compreender melhor a diversidade e importância cultural.
Segundo as Diretrizes Curriculares Estaduais a avaliação é parte integrante
do processo ensino/ aprendizagem e fundamentalmente vem sustentar e orientar a
intervenção pedagógica. O caráter da avaliação na Educação Religiosa parte do
principio de inclusão e não de exclusão. O aluno se auto-avalia e é avaliado para
tomar consciência sobre o que já aprendeu, ou seja, dos avanços atingidos na
aprendizagem e saber onde deve investir mais esforços para melhorar e superar
dificuldades.
Ao professor a avaliação permite conhecer o progresso do aluno e, objetiva
rever, reorganizar e recriar a sua prática e os instrumentos utilizados no trabalho
91
pedagógico. Para a escola a avaliação na Educação Religiosa é processual e
permeia toda a prática no cotidiano da sala de aula. Numa etapa inicial a avaliação
tem o caráter de investigação, permitindo ao professor conhecer o que os alunos já
sabem sobre o conteúdo a ser trabalhado, levantando dados para que possam
conduzir a ação pedagógica de forma adequada, serve para encaminhar a
construção e reconstrução do conhecimento, permitindo ao aluno passar do senso
comum para um conhecimento mais elaborado, desenvolvendo-se progressivamente
para esse fim.
REFERÊNCIAS
ASSINTEC/SEES/PR, Currículo Básico para Escola Pública do Estado do Paraná,
1992.
BOWKER, Jonh. Para entender as Religiões. São Paulo. Ática. 1997.
CAPRA, Fritjof. A Teia da Vida. Uma Nova Compreensão Cientifica dos Sistemas.
São Paulo. Cultris, 1959.
CAPRA, Fritjof. 0 Ponto de Mutação. São Paulo. Cultris.
CATAO, Francisco. Em Busca do Sentido da Vida: A temática da Educação
Religiosa. São Paulo. Paulinas. 1993.
COSTELLA, Domenico. O fundamento Epsitemológico do Ensino Religioso. In:
JUQUEIRA, Sergio; Wagner, Raul (Orgs) o ensino religioso no Brasil. Curitiba:
Champagnat, 2004.
FORUM. Nacional Permanente do Ensino Religioso. Parâmetros Curriculares
Nacionais. Ensino Religioso. 33 Edição. São Paulo. Ave Maria. 1997.
SANTA CATARINA - Secretaria de Estado da Educacão e do Desporto. Proposta
Curricular (Educação Religiosa). Florianópolis. COGEM. 1998.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Superintendência da
educação. Diretrizes curriculares da Educação Básica.Ensino Religioso .versão
2008.
92
PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO DE FILOSOFIA
CONSIDERAÇÕES INICIAIS DA DISCIPLINA DE FILOSOFIA
Tendo como pressuposto de que o saber ocorre por questionamentos,
conceitos e categorias de pensamento no sentido de articular a totalidade espaço-
temporal e sócio-histórica em que se dá o pensamento e a experiência humana, a
Filosofia garante a segurança de um pensamento racional e crítico; um pensamento
que ocasiona muitas vezes ausência de conclusões definitivas.
A Filosofia se ocupa de questões sobre Universo. Como origem, noções de
bem e mal, os efeitos que a consciência humana projeta sobre o mundo, e
principalmente como o ser humano se vê neste mundo. Na antiguidade explorava-se
questões relativas à natureza, leis que regem o universo, fenômenos atmosféricos,
felicidade humana, idéias religiosas. É o período do surgimento do pensamento
filosófico como uma contraposição ao mito, sistematização do pensamento racional
e busca de respostas as questões existenciais e cosmológicas do ser humano.
Na Idade Média, a Filosofia foi marcada pelo Teocentrismo, inspiração
divina, monoteísmo, concepção de homem dentro de dois períodos principais
Patrística (séc. II ao séc. VIII) e Escolástica (séc IX ao séc XIV).
Na modernidade – o teocentrismo foi substituído pelo Antropocentrismo
(Racionalismo, Empirismo, Criticismo).
Na contemporaneidade – as preocupações voltam-se para a historicidade,
sociabilidade, secularização da consciência e antidogmatismo, pluralismo filosófico,
bem como Iluminismo, Liberalismo, a Revolução francesa; Ascensão da burguesia,
as guerras, os conflitos religiosos, a penúria dos trabalhadores, os conflitos políticos-
sociais e o progresso das ciências e das técnicas.
A Filosofia tem como características essenciais a capacidade de dialogar de
forma crítica e mesmo provocativa com o presente.
No Brasil a Filosofia enquanto disciplina figura nos currículos escolares
desde o ensino jesuítico, sendo entendida como instrumento de formação moral e
intelectual demonstrando com base na razão as verdades aceitas pela fé, com a
Proclamação da República, tornou-se disciplina obrigatória,porém com a lei 4.024/61
– deixa de ser obrigatória, o pensamento crítico deveria ser reprimido, bem como as
possíveis ações decorrentes.
93
Na década de 80, na UFPR, professores iniciaram um movimento da defesa
da disciplina de Filosofia, essa mobilização resultou na criação do SEAF/ Sociedade
de Estudos e Atividades Filosóficas.
Em 1994, iniciaram-se discussões e estudos voltados à elaboração de uma
proposta curricular para a disciplina de Filosofia no Ensino Médio.
Em 1995, essa proposta caiu no esquecimento.
A partir da LDB – o ensino de Filosofia começa a ser discutido, mas foi
vetado em 2001, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.
Filosofia tornou-se em 2002, uma disciplina da parte diversificada do
currículo podendo ou não ser escolhida, conforme matriz curricular de cada
estabelecimento de Ensino ou determinação de cada estado brasileiro.
Em 2004 o MEC, observando as argumentações utilizadas em 2001,
percebe, uma grande incoerência nestas alegações, contestando-as : - o número de
profissionais formados em Filosofia é significativo; - remanejando a carga horária já
existente não há necessidade de elevação dos custos dos Estados e Municípios; - A
filosofia busca demonstrar o pensamento crítico, a resistência e a criação/recriação
de conceitos, tornando vivo o espaço escolar, e não o contrário.
Nessa perspectiva junto ao coletivo dos professores sugeriu-se diversas
modificações para o desenvolvimento do ensino.
Em 2006, o parecer CNE/CEB nº 38/206 – tornou a Filosofia e a Sociologia
disciplinas obrigatórias no Ensino Médio, sendo homologado pelo MEC.
No Paraná foi aprovada a Lei nº 15.228, em julho de 2006,tornando a
Filosofia e a Sociologia obrigatórias na matriz curricular do Ensino Médio.
Considera-se que a Filosofia pode viabilizar interfaces com as outras
disciplinas para a compreensão do mundo, da linguagem, da literatura, da história,
das ciências e da arte.
A Filosofia constitui seu conteúdo, visto que reflete sobre ele, possibilita ao
estudante desenvolver estilo próprio de pensamento.
94
PRESSUPOSTOS
Provocar o despertar da consciência de ensinar a pensar filosoficamente,
apreender a parte na perspectiva do todo e vice-versa. Desenvolvendo o senso
crítico, capacidade de análise e reflexão, bem como articular problemas da vida
atual com as respostas e formulações que fazem parte da Filosofia.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
MITO E FILOSOFIA : A base mitológica como pensamento por
figuras e base racional, por conceitos, etc; Surgimento do
pensamento racional; Relações entre pensamento mítico e racional;
Contexto histórico e político da filosofia; Conflitos entre mito e razão;
TEORIA DO CONHECIMENTO: Origem e essência do conhecimento
humano; Limites do conhecimento, Fatores históricos e temporais;
ÉTICA: A ação humana; Relação entre sujeito e norma; Valores;
Valores impostos pela sociedade; Instrumentos de repressão;
FILOSOFIA POLITICA: Regimes democráticos;Representações
políticas; Relações Internacionais; Acontecimentos recentes;
Desrespeito aos direitos humanos; Poder, soberania, liberdade,
tolerância, cidadania, igualdade;
FILOSOFIA DA CIÊNCIA :Construção da Ciência, Ciência e
tecnologia;
ESTÉTICA: Sensibilidade; Criatividade; Intuição; Beleza e Arte, etc;
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CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Mito e Filosofia
Mito e racionalidade;
Mitologia;
Autonomia da racionalidade;
O deserto do real;
Ironia e Maiêutica
Teoria do conhecimento
O problema do conhecimento;
Filosofia e método;
Perspectivas do conhecimento;
Ética
A Virtude em Aristóteles e Sêneca;
Amizade;
Liberdade;
Liberdade em Sartre;
Filosofia Política
Em busca da essência do político;
A política em Maquiavel;
Política e violência;
A democracia em questão;
Filosofia da Ciência
O progresso da ciência;
Pensar a Ciência;
Bioética;
Estética
Pensar a beleza;
A universalidade do gosto;
Necessidade ou fim da Arte?
O cinema e uma nova percepção;
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CONTEÚDOS INCLUSOS NO PPC DE FILOSOFIA
1. Cultura Indígena
- As populações indígenas no Paraná;
- Indígenas no estado;
- Astronomia indígena;
2. Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei 8069 de 13 de julho e 1990
- O que é ser adolescente?
- Como aplicar o Estatuto nas relações familiares, sociais e escolares;
3. História e Cultura Afro-brasileira, conforme Lei 10639 de 09 de janeiro de 2003
- história do negro;
- o preconceito racial;
- “Dia da Consciência Negra”;
4. Educação do Campo
- Trabalho: divisão social e territorial;
- Cultura e Identidade;
- Interdependência campo cidade, questão agrária e desenvolvimento sustentável;
- Organização política, movimentos sociais e cidadania
5. Gênero e Diversidade Sexual
- Preconceito e Discriminação;
- Inclusão dos Diversos gêneros;
97
METODOLOGIA
A Filosofia, como buscamos praticá-la ocupa-se das questões fundamentais
que os seres humanos, colocam quando buscam apreender o sentido do todo. Se
estamos interessados em aprender o sentido mais amplo da realidade precisamos
aprender a questionar e investigar.
A aula de filosofia é um espaço para o exercício do pensamento filosófico,
experiência cujos passos incluem a sensibilização e a problematização, onde
professor e estudantes identificam problemas e refletem na busca de possíveis
soluções. Isto se dá por meio do diálogo investigativo, isto é, na interlocução com o
texto filosófico, no sentido de compreender o conteúdo e seu significado para o
nosso tempo, primeiro passo para possibilitar a experiência filosófica em sala de
aula. Desta forma, a aula de Filosofia configura-se como um espaço real de
experiência filosófica, ou seja, da provocação do pensamento, da busca, da
compreensão, da imaginação, da investigação e da criação de conceitos. Esse
diálogo é tomado em sua acepção dialética, como elemento metodológico
constitutivo e inerente ao processo de produção do conhecimento filosófico. Quer
dizer, o conhecimento filosófico, assim como os demais, não se constitui espontânea
ou mecanicamente: depende de um conjunto de mediações que permite reconstruir
os conceitos ressignificando-os.
98
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
A avaliação terá caráter diagnóstico, tendo como função subsidiar e
redirecionar o processo de ensino-aprendizagem .
Levando-se em conta a capacidade dos educandos em construir e tomar
posições, frente aos temas trabalhados, bem como suas argumentações em defesa
ou não desses temas, caracterizando assim a avaliação da disciplina em um
processo o qual destina-se a continuidade, a sistematização organizacional em
todas as dimensões das etapas de ensino-aprendizagem. Isto se dará através de
seminários, participação em debates, trabalhos orais e escritos, trabalhos em
grupos,etc.
99
REFERÊNCIAS
MONDIN, Batista. Curso de Filosofia. Vol. I. São Paulo: Paulus, 1998.
REALE, Giovanni. ANTISERI, Dario. História da Filosofia. Vol I. São Paulo:
Paulus:1990.
Diretrizes Curriculares para a disciplina de Filosofia – Ensino Médio
VV.AA. Livro de Filosofia do Estado do Paraná.
100
PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO DE FÍSICA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A Física tem como objeto de estudo o Universo, em toda a sua
complexidade. Por isso a disciplina de Física propõe aos estudantes o estudo da
natureza, entendida, segundo Menezes (2005), como realidade material sensível. A
Física apresentada aos estudantes do Ensino Médio não são coisas da natureza, ou
a própria natureza, mas modelos elaborados pelo Homem no intuito de explicar e
entender essa natureza.
O olhar sobre a natureza tem origem em tempos remotos, provavelmente no
período paleolítico, na tentativa de resolver seus problemas de ordem prática e
garantir sua subsistência. Assim, a astronomia é, talvez, a mais antiga das ciências,
tendo encontrado a sua racionalidade pelo interesse dos gregos em explicar as
variações cíclicas observadas nos céus. Esses registros deram origem à astronomia,
talvez a mais antiga das ciências e, com ela, o início do estudo dos movimentos.
As explicações a respeito do Universo mudam, em cada época, de acordo
com o que se conhece sobre ele. Aristóteles, no século IV a.C., apresentou
argumentos bastante convincentes para mostrar a forma arredondada da Terra e
desenvolveu uma Física para tentar compreender a nova visão de mundo terrestre.
Essa ideia trazia alguns questionamentos, dentre eles: como pessoas e objetos
moventes não caíam da Terra? Um percurso pode iniciar e terminar no mesmo
lugar? Como a Terra não cai, já que não há nada que a segure, como se supunha
haver, quando se imaginava que ela fosse plana? Assim, estudando o movimento dos corpos terrestres Aristóteles
deduziu qualitativamente que “existem coisas “pesadas”, como os
sólidos e os líquidos que caem em direção ao centro da Terra; e
outras coisas “leves”, como o ar e o fogo; que se afastam do centro
da Terra. (MARTINS, 1997, p. 76)
Galileu buscava descrever um fenômeno partindo de uma situação particular,
por exemplo, a queda de um corpo sob ação da gravidade. Com ele, estruturaram-
se as bases da ciência moderna que parte de uma situação particular para fazer
generalizações e construir leis universais.
101
CARUSO e ARAÚJO (1998) ressaltam outro aspecto fundamental do método
científico de Galileu: o valor epistemológico atribuído à experimentação que, ao
contrário da contemplação e da argumentação racional, seria o caminho para a
verdade. Segundo os autores, ao combinar o conhecimento empírico com a
Matemática, Galileu realizou uma síntese que deu origem ao que se convencionou
chamar de método científico moderno, rompendo com o método descritivo de
Aristóteles e com o pensamento medieval.
A nova visão de mundo de Galileu, [...] que ousou observar sob
a mesma perspectiva corpos celestes e terrestres, era coerente
com sua irreverência ao publicar seus trabalhos em italiano,
língua do povo, e não em latim, língua dos doutores. René
Descartes, filósofo seu contemporâneo, também propunha que
a mesma ciência desse conta dos mundos supra-lunares,
separados na tradição aristotélica. É justo tomar Galileu e
Descartes como marcos da modernidade e do que se conhece
hoje como ciência. (MENEZES, 2005, p. 18)
Enquanto Copérnico, Kepler e outros antecessores e contemporâneos, deram
grande importância à composição da matéria, essência dos corpos identificada nas
formas geométricas, Newton preocupou-se com as leis do movimento e com a forma
como se dá a interação entre os corpos, o que foi sintetizado na Teoria da
Gravitação.
Com sua mecânica e sua gravitação, Newton completou o que
Galileu e Descartes não chegaram a realizar que foi submeter
o céu e a Terra às mesmas leis; a primeira grande unificação
da física. Ele identificou as quantidades transferidas em
qualquer interação e percebeu que a soma destas quantidades
se mantém no sistema conjunto das partes que interagem, seja
este o sistema solar ou um simples carrossel. Descobriu,
assim, o primeiro e talvez o mais universal conjunto de
invariantes na física, as quantidades de movimento, grandezas
que se conservam sempre, mesmo em processos em que tudo
parece estar mudando. (MENEZES, 2005, p. 19)
102
A Teoria da Gravitação deu consistência teórica aos trabalhos de Brahe e
Kepler e pode ser considerada o início de uma nova concepção na qual o Universo
passaria a ser governado por leis físicas, sob equações matemáticas, e menos
submetido à ação divina.
Nesse contexto, a Física tal qual a conhecemos hoje foi inaugurada por
Galileu Galilei, no século XVI, com uma nova forma de se conceber o Universo,
através da descrição matemática dos fenômenos físicos.
Bacon, Galileu, Descartes e, provavelmente outros anônimos, ao instituírem o
método, retiraram das autoridades eclesiásticas o controle sobre o conhecimento e
iniciaram um novo período que chamamos de moderno, abrindo caminho para que
Isaac Newton (1642-1727) fizesse a primeira grande unificação da ciência elevando
a Física, no século XVII, aos status de Ciência.
A nova ciência, que vem a partir de Newton e seus sucessores, carregam a
ideia de que o universo se comporta com uma regularidade mecânica, conhecida
como mecanismo, e está alicerçada em dois pilares: a Matemática, como linguagem
para expressar leis, idéias e elaborar modelos para descrever os fenômenos físicos
e a experimentação, como forma de questionar a natureza, de comprovar ou
confirmar idéias, de testar nossos modelos.
Na Inglaterra, na segunda metade do século XVII, o capitalismo consolidava
a sua formação, com a incorporação das máquinas à indústria, mudando a maneira
de produzir bens e dando início a grandes transformações sociais e tecnológicas.
O contexto social e econômico favoreceu o avanço do conhecimento físico e
a Termodinâmica evoluiu. O trabalho do velho artesão aquele que dominava todas
as etapas do seu ofício, é substituída pelo trabalho especializado e fragmentado,
não sobrando ao trabalhador sequer o tempo para a educação, uma vez que é
transformado em força de trabalho.
Contraditoriamente, é a revolução industrial burguesa que vai levantar a
bandeira da educação gratuita para todos.
Em 1808, com a vinda da família real ao Brasil o ensino da Física é traduzido
para o nosso país para atender a corte e os desejos da intelectualidade local. O
ensino da Física tem, então, a preocupação com a formação de engenheiros e
médicos, de modo a formar as elites do país. Portanto, não era para todos, visto que
103
esse conhecimento não fazia parte da grade curricular das poucas escolas primária
ou profissionais, as quais as classes populares frequentavam.
O século XX estava com o cenário preparado para que mudanças
ocorressem em todos os campos. No científico ocorre uma outra unificação da
Física, cabendo ao escocês James C. Maxwell, por volta de 1861, a sua
sistematização. A intensificação do processo de industrialização no país, a partir dos
anos 1950, tornou a Física no Brasil parte dos currículos do ensino secundário, hoje
ensino médio.
Desta forma a diretriz busca construir um ensino de Física centrado em
conteúdos e metodologias capazes de levar, aos estudantes, uma reflexão sobre o
mundo das ciências sob a perspectiva de que esta não é somente fruto da pura
racionalidade científica, compartilhando, como disse MENEZES: (2004) “com mais
gente e com menos álgebra, a emoção dos debates, a força dos princípios e a
beleza dos conceitos científicos”. Entende-se, então, que a Física deve educar para
cidadania contribuindo para o desenvolvimento de um sujeito crítico, capaz de
admirar a beleza da produção científica ao longo da história e compreender a
necessidade desta dimensão do conhecimento para o estudo e o entendimento do
universo de fenômenos que o cerca.
Na Inglaterra, na segunda metade do século XVIII, o contexto social e
econômico favorecia o avanço do conhecimento físico, pois a incorporação das
máquinas a vapor à indústria trouxe mudanças no modo de produzir bens e
contribuiu para grandes transformações sociais e tecnológicas e também para o
desenvolvimento da termodinâmica.
Essa primeira revolução industrial se fez mais com conhecimento técnico, isto
é, realizado por técnicos, e não pelos homens da ciência. Mas a incorporação das
máquinas à indústria uniu técnicos e cientistas na busca pela compreensão da
ciência do calor, para melhoria técnica das máquinas, contribuindo para o avanço
industrial. Tal revolução na indústria transformou a vida social e econômica e
completou
[...] o que já se iniciara com o mercantilismo, quando os seres
humanos passaram a ser também força-de-trabalho e a
natureza passou também a ser matéria-prima. O poder, antes
centrado no domínio territorial, a partir de então passou a ser,
cada vez mais, definido pela capacidade de produzir
104
mercadorias e de controlar mercados. (MENEZES, 2005, p. 20-
21).
O calor passou a ser entendido como uma forma de energia relacionada ao
movimento, o que possibilitou o estabelecimento das leis da termodinâmica, outra
grande unificação na Física. Em 1842, Mayer concluiu que calor e trabalho são
manifestações de energia e elaborou uma síntese na qual afirmava que a energia
criada
[...] não pode ser destruída, aniquilada; pode tão-somente
mudar de forma. Ao abranger trocas de trabalho e calor, a
energia mostrou-se uma quantidade que se conserva em todos
os processos, constituindo outro grande invariante, ao lado das
quantidades de movimento, outra grande unificação da física.
(MENEZES, 2005, p. 29)
No Brasil, em 1934, foi criado o curso de Sciencias Physicas, na Faculdade
de Philosophia, Sciencias e Letras da Universidade de São Paulo, para formar
bacharéis e licenciados em Física. Isso permitiu que a Física, como campo de
pesquisa e criação de novos conhecimentos, começasse a se desenvolver
efetivamente no país.
Os novos fatos científicos do século XX obrigaram os físicos a refletirem
sobre o próprio conceito de ciência, sobre os critérios de verdade e validade dos
modelos científicos, entretanto, o mesmo não ocorreu com o ensino de Física no
Brasil, que não sofreu grandes alterações até meados da década de 1940.
A Física, com todos os seus conteúdos estruturantes e desdobramentos, visa
à evolução do educando como um todo. Esta evolução está alicerçada nos três
campos do conhecimento: Movimento, Termodinâmica e Eletromagnetismo.
Após reconhecer a realidade da escola e dos alunos, a partir do ponto de
vista social, econômico e cultural, cabe ao professor elaborar a partir dos conteúdos,
a proposta curricular que melhor se adapte a esses sujeitos, buscando garantir-lhes
significados.
A Física tem por objetivo, mostrar uma visão de mundo que procure
representar o real, sob a forma de conceitos e definições ao buscar descrever e
explicar seus objetos de estudo através de leis que sejam universais, ampliando em
105
teorias, num conjunto de hipóteses, acompanhadas de um formalismo matemático,
cujo conjunto de equações devem permitir que se façam previsões, podendo, às
vezes, receber o apoio de experimentos, onde se defronta aos dados coletados com
os previstos pela teoria.
2. CONTEÚDOS
Os conteúdos estruturantes englobam diversos itens que por sua vez são
trabalhados em todas as séries diferenciando apenas no que diz respeito a
profundidade do assunto, bem como a sua complexidade, evitando-se esgotar em
uma determinada série esse item, mais utilizar-se do mesmo com outra abordagem
em séries seguintes, fazendo a inter relação entre as séries. Segue abaixo uma
proposta de divisão de conteúdos por série sendo que já foi mencionado na
metodologia em que se deve respeitar o conhecimento prévio do aluno e a
complexidade do assunto inerente a série.
OBS: quando possível de encaixe, os conteúdos da história e cultura afro-
brasileira e africana, dos povos indígenas e política nacional de educação ambiental, serão trabalhados juntamente com os conteúdos da física.
MOVIMENTO
Conceitos básicos da cinemática
Velocidade
Aceleração
Movimento Uniforme
Movimento Uniformemente Variado
Cinemática Vetorial
Lançamentos
Movimentos Circulares
Dinâmica
Trabalho e Potência
Energia
Impulso e Quantidade de Movimentos
106
Estática
TERMODINÂMICA
Termometria
Dilatação
Calorimetria
Transmissão de calor
Termodinâmica
Luz
Reflexão da luz
Refração da luz
Lentes
Anomalias de visão
ELETROMAGNETISMO
Corrente elétrica
Estudo dos resistores
Associação de resistores
Medidores elétricos
Geradores e Receptores
Capacitores
Força elétrica
Campo elétrico
Trabalho e Potencial Elétrico
Capacidade de um condutor
Capacitores
Magnetismo
Eletromagnetismo
Física Moderna
107
3. METODOLOGIA
Na disciplina de Física, é importante que o processo pedagógico parta do
conhecimento prévio dos estudantes, no qual se incluem as concepções alternativas
ou concepções espontâneas. Que eles usem a partir dos fenômenos físicos no dia a
dia, na interação com os diversos objetos no seu espaço de convivência e as traz
para a escola quando inicia seu processo de aprendizagem. Porém, uma sala de
aula é composta de pessoas com diferentes costumes, tradições, pré-conceitos e
ideias que dependem de sua origem cultural e social e esse ponto de partida deve
ser considerado.
Segundo as DCEs (2008):
“O conhecimento deve-se processar contra um conhecimento
anterior. Na realidade, toda aquisição de conhecimento deve
superar um conhecimento pré-existente, que pode funcionar
como obstáculo à aquisição do novo saber. A cristalização de
verdades revela-se como impedimentos ao avanço do saber,
(pois) a crença em uma verdade definitiva não é uma vantagem
para o avanço da ciência, porque se torna um grave entrave,
por impedir o aparecimento de ideias e conceitos que neguem
o saber estabelecido. O tratamento dado, pelo professor, ao
conhecimento existente e prévio dos estudantes deve ser
bastante relativizado, para permitir a aquisição dos novos. O
professor deve, na realidade, trabalhar a formação de seus
alunos de tal modo que os leve a perceberem que não há um
conhecimento definitivo e que o saber que eles trazem não se
constitui numa verdade pronta e acabada, mas que pode
funcionar como uma barreira a formulações de novos saberes.
(CARVALHO FILHO, 2006, p. 12)
O professor deve mostrar ao estudante que o seu conhecimento não está
pronto e acabado, mas que deve ser superado. Muitas das ideias dos estudantes já
foram consideradas pelos cientistas, pois também o conhecimento científico não se
constitui, originalmente, em uma verdade absoluta e definitiva.
108
Tem-se por objetivo que professor e estudantes compartilhem significados na
busca da aprendizagem que ocorre quando novas informações interagem com o
conhecimento prévio do sujeito e, simultaneamente, adicionam, diferenciam,
integram, modificam e enriquecem o saber já existente, inclusive com a possibilidade
de substituí-lo.
As concepções espontâneas dos estudantes relacionadas ao conhecimento
científico devem encontrar-se paralelo na história da Ciência. Desta forma, a Física
deve contribuir para a formação dos sujeitos, porém através dos conteúdos dar
conta do entendimento do objeto de estudo da Física, ou seja, a compreensão do
Universo, a sua evolução, suas transformações e as interações que nele se
apresentam.
Esperamos que a Física seja vista e trabalhada de forma que englobe todas
as inovações de tecnologias que atualmente nos disponibilizamos, sem esquecer de
usá-las voltadas a sua origem e principal função, auxiliar o professor, mostrando a
evolução tecnológica sem desligá-la da importância da Física para tudo isso. 4. AVALIAÇÃO
A avaliação do processo ensino aprendizagem na disciplina de Física será
realizada conforme disposto no Projeto Político Pedagógico deste Estabelecimento
de Ensino.
Sendo a avaliação um processo de observação e verificação da maneira
como os alunos aprendem os conhecimentos físicos, a mesma é parte integrante do
próprio processo de ensino aprendizagem e tem como objetivo maior aprimorar a
qualidade dessa aprendizagem.
A avaliação é contínua, dinâmica, com frequência informal para que através
da observação possa ser emitido um parecer valorativo sobre a evolução do aluno
no aprendizado da física.
Para culminar neste parecer valorativo é fundamental deixar claro aos alunos
os objetivos e critérios da avaliação e correção:
Verificar e medir o conhecimento físico.
Comentar os resultados obtidos.
Auxiliar os alunos a superar as dificuldades apresentadas, fazendo o aluno
sentir-se responsável no processo de aprendizagem e após oportunizar a
recuperação concomitante desses estudos.
109
Ler e examinar textos referentes a matéria a ser estudada.
Os instrumentos utilizados para a avaliação estarão em consonância com os
objetivos, a metodologia e os critérios avaliativos, apresentando-se através de:
Avaliações escritas objetivas e dissertativas;
Realização de trabalhos escritos e orais;
Apresentação de trabalhos;
A recuperação de estudos será oferecida de forma concomitante neste
período, durante o ano letivo, sendo que a nota obtida após estudos de recuperação
em que o aluno demonstre ter superado as dificuldades, será substituída a anterior
referente aos mesmos objetivos.
Para efeito de registro de avaliação do educando, serão considerados os
valores numéricos de um (01) a dez (10), sendo estes registros organizados em
bimestres. A média é seis, sendo que o aluno deverá atingir vinte a quatro pontos na
soma dos bimestres, para aprovação por média.
5. REFERÊNCIAS
ABRANTES, P.C.C. Newton e a Física Francesa no século XIX. IN; CAD. DE
HISTÓRIA E FILOSOFIA DA CIÊNCIA, série 2,1 (1): 5-131. P.5-31, jan-jun, 1989.
ALVARENGA Beatriz, Máximo Antônio. Curso de Física. São Paulo: Editora Harbra
LTDA, 1993.
CHAVES, A. Física: Mecânica. Vol. 1. Rio de Janeiro: Reichanne e Affonso editores,
2000.
PARANÁ. Secretaria da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares de Física para o Ensino Médio. Curitiba: SEED, SUED, 2008.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SÃO PAULO/Grupo de Reelaboração do Ensino
de Física – GREF: Física 1/Gref: Mecânica. São Paulo: Edusp, 1991.
110
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SÃO PAULO/Grupo de Reelaboração do Ensino
de Física – GREF: Física 2/Gref: Física Térmica e Óptica. São Paulo: Edusp,
1991.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SÃO PAULO/Grupo de Reelaboração do Ensino
de Física – GREF: Física 3/Gref: Eletromagnetismo. São Paulo: Edusp, 1991.
111
PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Na antiguidade clássica ampliaram-se as relações sociedade-natureza, porém
através de estudos descritivos, devido aos Impérios nesta época houve a elaboração
de mapas e tamanho da Terra , entre outros.
Na Idade média, nesta época alguns conhecimentos geográficos forma deixados de
lado, e deu-se ênfase à distribuição das terras e das águas devido as grandes
navegações.
À partir do século XVI ,as expedições terrestres passaram a descrever e
representar detalhadamente o espaço e as relações homem-natureza em
sociedades desconhecidas até aquele momento.
Na década de 1930, a geografia é institucionalizada no Brasil, assim as
pesquisas desenvolvidas buscaram compreender e descrever o ambiente físico
nacional para servir aos interesses políticos do Estado na perspectiva do
nacionalismo econômico.
Em 1964,com o golpe militar, houveram grandes mudanças em todos os setores
sociais , entre eles a educação , nessa mudança houve um marco, o acordo
conhecido como MEC/USA/D. Esse acordo tinha por finalidade. Através das leis nele
descritos, adequar à educação à crescente necessidade de formação de mão-de-
obra, para suprir a demanda de pessoas para o surto industrial brasileiro, que
geraria empregos tanto no campo quanto na cidade.Instituiu-se os Estudos Sociais
no 1º Grau e Política do Brasil e Educação Moral e Cívica, essas disciplinas , porém,
não garantia a inter-relação entre os conteúdos de Geografia e História,tornando a
disciplina meramente ilustrativa e superficial.
Contudo , após a ditadura militar com a renovação do pensamento geográfico,
toma impulso as discussões teóricas da geografia , entre elas a Geografia crítica ,
que apresenta novas interpretações aos conceitos geográficos e aos objetos de
estudo da geografia.
Nos anos 80,houveram movimentos visando o desmembramento de Estudos
Sociais e retorna da Geografia e História.
Em 1983, iniciou-se no Paraná , o movimento de redemocratização, a Geografia e a
História voltam às escolas.
112
Com essa volta da Geografia à escola, emerge a Geografia crítica no final da
década de 80 em cursos de formação continuada e discussões sobre reformulação
curricular promovidos pela Secretaria de Estado da Educação, surge o currículo
básico para a escola pública do Paraná em 1990.
A partir de 2003 coma construção coletiva e democrática de um documento
orientador do currículo e da reformulação e análise das disciplinas , entre elas a
Geografia, esta teve uma reflexão , e consequentemente em muito têm contribuído
no processo de aprendizagem e na melhoria da educação paranaense.
Construir uma consciência crítica do espaço.
Desenvolver leituras, analises e interpretações relacionadas aos códigos
específicos da Geografia como Mapas, Gráficos , Tabelas etc. Considerando-
os como elementos de representação de fatos e fenômenos espaciais e ou
especializados;
Rompimento da dicotomia humano-físico;
Reconhecer e aplicar a utilização das escalas cartográficas e geográficas ,
como formas de organizar e conhecer a localização, distribuição e freqüência
dos fenômenos naturais e principalmente humano;
Reconhecer os fenômenos espaciais a partir da seleção, comparação e
interpretação, identificando as singulares ou generalidades de cada
lugar,paisagem ou território;
Selecionar e elaborar esquemas de investigações que desenvolvam a
observação dos processos de formação e transformação de territórios , tendo
em vista as relações de trabalho, a incorporação de técnicas e tecnologias e o
estabelecimento de redes sociais;
Analisar e comparar, interdisciplinarmente , as relações entre preservação e
degradação da vida no planeta ,tendo em vista o conhecimento da sua
dinâmica e a mundialização dos fenômenos culturais , econômicos ,
tecnológicos e políticos que incidem sobre a natureza nas diferentes escalas
– local, regional, nacional e global;
Reconhecer na aparência das formas visíveis e concretas do espaço
geográfico atual a sua essência , ou seja, os processos históricos,construídos
em diferentes agentes , que resultam em profundas mudanças na
organização e no conteúdo do espaço;
113
Identificar , analisar e avaliar o impacto das transformações naturais, sociais,
econômicas, culturais e políticas no seu lugar-mundo,comparando,
analisando e sintetizando a densidade das relações e transformações que
tornam concreta e vivida a realidade.
A geografia buscará um campo amplo de conhecimentos,deixando em foco o
espaço geográfico, que é o objeto de estudo dessa disciplina.
Esse objeto nos abre várias facetas da mesma, onde busca –se romper a
dicotomia entre a Geografia Física e Geografia Humana.
Os conteúdos estruturantes são importantes para responder as perguntas
próprias do campo de estudo da geografia, auxiliando na compreensão e
interpretação da realidade social, econômica, política, cultural e ambiental do
espaço geográfico de forma integrada. Isso significa considerar as dimensões
geográficas da realidade- econômica, geopolítica, socioambiental, cultural e
demográfica - e como elas participam da constituição do recorte espacial colocado
em estudo.
A abordagem teórico –metodológico desenvolve-se, em uma perspectiva crítica
pois esta nos dá um suporte para compreensão de mundo atual.Onde o método
utilizado é o dialético materialismo-histórico, segundo esse método nenhum
fenômeno pode ser entendido isoladamente e o conhecimento dessa disciplina como
saber escolar contribui para uma leitura de mundo,já que os alunos serão formados
conscientes e críticos das relações sócio-espaciais do seu tempo e incorporam
conflitos contradições sociais econômicas culturais políticas do seu tempo.
114
Proposta Pedagógica Curricular de Geografia -Disciplina Geografia 5 º série Ensino fundamental
Conteúdos estruturantes Dimensão econômica do espaço geográfico Dimensão política dos espaço geográfico Dimensão socioambiental do espaço geográfico Dimensão cultural demográfica do espaço geográfico.
Conteúdos básicos *Formação e transformação das paisagens naturais e culturais. *A distribuição espacial das Atividades produtivas,a transformação da paisagem,a(re)organização do espaço geográfico. *Educação fiscal *Prevenção ao uso de drogas *As relações entre campo e a cidade na sociedade capitalista.* * As diversas regionalizações Do espaço geográfico *Dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção. * A formação, localização, exploração dos recursos naturais. *Educação ambiental *A evolução demográfica ,a distribuição espacial da população e os indicadores estatísticos. * A mobilidade populacional e as manifestações Socioespaciais da diversidade
115
cultural *Sexualidade *Enfrentamento à violência na escola . * Cultura afro e Indígena
6º série Conteúdos estruturantes Dimensão política do espaço geográfico Dimensão cultural demográfica do espaço geográfico. Dimensão socioambiental do espaço geográfico
Conteúdos básicos *A formação , mobilidade das fronteiras e a reconfiguração do território brasileiro. *A formação , o crescimento das cidades , a dinâmica dos espaços urbanos e a urbanização *Educação Fiscal * Prevenção ao uso indevido de drogas *A mobilidade populacional e as manifestações socioespacial da diversidade cultural . * A evolução demográfica da população , sua distribuição espacial e indicadores estatísticos. *Movimentos migratórios e suas motivações. *Sexualidade *Enfrentamento a violência na escola. *Cultura afro e Indígena . *A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção. * As diversas regionalizações do espaço brasileiro.
116
Dimensão econômica do espaço geográfico
*Educação ambiental *O espaço rural e a modernização da agricultura . *A distribuição espacial das atividades produtivas, a (re)organização do espaço geográfico. *A circulação de mão-de-obra, das mercadorias e das informações. *Educação fiscal
7º SÉRIE CONTEUDOS ESTRUTURANTES Dimensão econômica do espaço geográfico. Dimensão política do espaço geográfico Dimensão socioambiental do espaço geográfico Dimensão cultural demográfica do espaço geográfico
CONTEÚDOS BASICOS *O comercio em suas implicações socioambientais *A circulação de mão-de-obra, do capital,das mercadorias e informações. *A distribuição espacial das atividades produtivas , a (re)organização do espaço geográfico. *Educação fiscal. * As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista. *O espaço rural e a modernização da agricultura. *As diversas regionalizações do espaço geográfico. *A formação , mobilidade das fronteiras e a configuração dos territórios do continente americano. *A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado. *Prevenção ao uso de drogas . *A formação , a localização, exploração dos recursos naturais. *A evolução demográfica da população, sua distribuição espacial e os indicadores estatísticos. *Os movimentos migratórios e suas motivações. * A mobilidade populacional e as manifestações populacional e as manifestações socioespaciais da diversidade cultural;
117
*Educação ambiental. *Sexualidade *Cultura afro e indígena . *Enfrentamento à violência na escola.
8º SÉRIE
Conteúdos estruturantes Dimensão econômica do espaço geográfico Dimensão política do espaço geográfico Dimensão socioambiental do espaço geográfico Dimensão cultural e geográfica do espaço geográfico
Conteúdos básicos *A revolução tenico-científico-informacional e os novos arranjos no espaço da produção. *O comercio mundial e as implicações socioespaciais. *O espaço em rede produção , transporte e comunicações na atual configuração territorial *A distribuição das atividades produtivas , a transformação da paisagem e a (re)organização do espaço geográfico. *Educação fiscal. *As diversas regionalizações do espaço geográfico. * A nova ordem mundial ,os territórios supranacionais e o papel do Estado. * A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração de territórios . Prevenção ao uso indevido de drogas. *A formação, localização dos recursos naturais; *A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção. *Educação ambiental. *A evolução demográfica da população , sua distribuição espacial e os indicadores estatísticos. A mobilidade populacional e as manifestações socioespaciais da diversidade cultural. *Os movimentos mundiais e suas motivações Cultura Afro e Indígena *Enfrentamento à violência na Escola .
118
ENSINO MÉDIO 1º SÉRIE
CONTEÚDOS ESTRUTURANTE Dimensão econômica do espaço geográfico. Dimensão política do espaço geográfico Dimensão socioambiental Dimensão cultural demográfica
CONTEÚDOS BÁSICOS *A revolução técnico-cientifica-informacional e os novos arranjos no esapço da produção; *O espaço rural e a modernização da agricultura. *Educação fiscal. *Formação mobilidade das reconfiguração dos territórios *As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista. *Educação fiscal; * Prevenção ao uso indevido de drogas, *A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção. *Educação ambiental .
A evolução demográfica , a distribuição espacial da população e os indicadores estatísticos
Sexualidade Cultura afro e indígena . Enfrentamento à violência na Escola.
2º SÉRIE ENSINO MÉDIO CONTEUDOS ESTRUTURANTES Dimensão econômica Dimensão política Dimensão socioambiental
CONTEUDOS BÁSICOS *O comercio e as implicações socioespaciais *A circulação de mão-de0obra,do capital, das mercadorias e das informações. *Educação fiscal. *As implicações socioespaciais do processo de mundialização. *Prevenção ao uso indevido de drogas.
119
Dimensão cultural e demográfica
*A formação, localização e exploração dos recursos naturais. *Educação ambiental *A mobilidade populacional e as manifestações socioambientais da diversidade cultural. *Sexualidade *Cultura afro e indígena .*Enfrentamento à violência na Escola.
3º SÉRIE CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
Dimensão econômica Dimensão política Dimensão cultural e demográfica Dimensão socioambiental
CONTEÚDOS BÁSICOS
*A distribuição espacial das atividades produtivas, a transformação da paisagem, a (re) organização do espaço geográfico. *O espaço em rede:produção, transporte e comunicação na atual configuração territorial. *Educação fiscal. *A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado. *As diversas regionalizações do espaço geográfico. *Enfrentamento à violência na escola. *A formação e o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a urbanização recente. *Os movimentos sociais, urbanos e rurais, e a apropriação do espaço. *Sexualidade *Cultura afro e indígena . *A formação e transformação das paisagens. * Educação ambiental.
120
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
A metodologia de ensino proposta para essa disciplina deve permitir que os
alunos se apropriem dos conceitos fundamentais da geografia e compreendam o
processo de produção e de transformação do espaço geográfico.Para isso os
conteúdos devem ser trabalhados de forma crítica e dinâmica, interligados com
realidade próxima e distante dos alunos.
Pois assim o ensino torna-se mais atraente e de interesse para os alunos.
A metodologia de ensino,portanto será adequada as características dos
educandos escolar,assim sendo podemos utilizar alguns procedimentos tais como:
A aula deverá partir de algo que conecte a realidade existencial da qual o aluno
procede;
Fazer uso da experimentação;
Dar maior importancia a assimilação prática do conhecimento e não tanto a
memorização (não é a decoreba que vale é entender)
Quanto a metodologia usada será destacada a seguinte:
Comentários explicativos dos assuntos através do quadro de giz
destacando os itens de maior relevância.
Deverá ser utilizado livros didáticos que os alunos adquiriram na biblioteca da
Escola;
Utilização de recortes de jornais de circulação municipal,estadual e nacional
extraindo textos,reportagens e figuras, a fim de entendimento do assunto
proposto;
Utilização de figuras ilustrativas que representem o espaço natural,através de
tiragens de revistas como:Revista Terra , Revista Geográfica
Universal,Revista Superinteressante ,Revista Veja etc.;
Desenvolvimento de visitas e trabalhos de campo, com a apresentação de
relatórios sobre determinados assuntos observados;
Utilização de componentes multimídia como aparelho de TV e vídeo, onde os
alunos assistirão e anotarão dados mais relevantes, após desenvolvera
comentários com os alunos dos dados anotados;
121
Utilização de fitas de vídeos que tratem diversos assuntos, após
desenvolvimento de comentários e debates sobre assuntos tratados e
conseqüente formulação de trabalhos.
Utilização de material didático disponível na Escola, a fim de facilitar os
trabalhos;
Desenvolvimento de assuntos em grupos com acompanhamento do professor
em terminais de internet instaladas na biblioteca e na conclusão apresentação
dos mesmos
Atendimento a alunos no desenvolvimento de suas teorias de trabalho na
conclusão dos assuntos em horários como a hora atividade do professor.
AVALIAÇÃO
Serão contemplados , durante o decorrer de todo o ensino fundamental e
médio os temas relacionados aos Desafios Educacionais contemporâneos , onde
os educandos , serão levados a entender, analisar e avaliar como essas questões
se transformam no decorrer do espaço e tempo, bem como influenciam no
movimento e desenvolvimento da população mundial, quais reflexos que estas
trazem à sociedade.
A avaliação será diagnóstica , acumulativa e processual, onde avaliaremos
em sala de aula , os conteúdos trabalhados, através de provas, trabalhos,
debates, exercícios, entre outros, a mesma será concomitante.
Para isso , destacam-se como os principais critérios de avaliação em
Geografia a formação dos conceitos geográficos básicos e o entendimento das
relações socioespaciais para compreensão e intervenção da realidade. O
professor deve observar se os alunos formaram os conceitos geográficos
assimilaram as relações Espaço – Temporais e Sociedade – Natureza para
compreender o espaço nas diversas escalas geográficas.
Será necessário, então, diversificar as técnicas e os instrumentos de
avaliação.
122
Ao invés de avaliar apenas por meio de provas, o professor pode usar
técnicas e instrumentos que possibilitem varias formas de expressão dos alunos ,
como:
Interpretação e produção de textos de Geografia;
Interpretação de fotos, imagens, gráficos, tabelas e mapas;
Pesquisas bibliográficas;
Relatórios de aulas de campo;
Apresentação e discussão de temas em seminários;
Construção, representação e análise do espaço através de maquetes,
entre outros.
Os critérios de avaliação poderão ser efetuados de varias formas, avaliando a
capacidade de identificação e reflexão do educando nos diferentes aspectos da
realidade onde ele vive.
A valorização da experiência adquirida pelo educando,daquilo que ele traz de
importante, conhecimentos empíricos, do seu dia-a-dia,consegue dessa
forma,expressar esta experiência através de diálogos com os colegas e com o
educador , através de comentários , debates e principalmente , nesse momento, a
intervenção do educador em expressar o lado cientifico do assunto, é
essencial.Dessa forma ocorrera a compreensão do assunto por todos os envolvidos.
A criação e o planejamento de assuntos em forma de textos escritos, exercícios e
trabalhos de observação ,apresentação de temas através de grupos, a fim de
despertar a consciência critica do aluno frente as duvidas, indagações e problemas
cotidianos que os envolvem, serão desenvolvidos em sala de aula.
É necessário a utilização de tecnologias como a televisão, o vídeo, retroprojetor e
até o computador através da internet e assuntos que permitem a eles interagir com
outras partes do mundo, mantendo uma análise avaliativa daquilo que ele vê e
descobre, evolvendo o seu lugar d convivência.
Através da leitura de obras literárias , das quais os educandos já leram,
representando com isso bagagem de conhecimentos que ele obteve sobre diversas
paisagens naturais ou construídas regionalmente ou globalmente , devendo por
parte do educador, explorar essa bagagem na produção e interpretação de textos e
123
relatórios.Devendo utilizar através de imagens potencialidades de observação e
compreensão dessa pluralidade de realidades que nos envolve.
As fontes de informações atualmente são amplas e bem divulgadas através deste
meio procurar utilizar revistas e jornais de circulação diária ou semanal, de âmbito
regional e nacional,a valorização por parte do educador da percepção do educando
dessas informações que ele buscou, podendo ser transformados em mapas, textos,
gráficos e outros.
É necessário mostrar como a avaliação será desenvolvida , ou seja, o que
será avaliado em sala de aula, como será avaliado, porque será avaliado, o que são
critérios de avaliação, a importancia deles e como elaborá-las .Da forma como está
organizado o texto, ele não apresenta esses subsídios. Melhorar a organização
textual.
REFERÊNCIAS
Diretrizes Curriculares de Geografia
VESENTINI,José William, Brasil :Sociedade e Espaço . Geografia do
Brasil.São Paulo: Ática, 1990
Cadernos Temáticos .Desafios Educacionais contemporâneos –
Enfrentamento à violência na Escola. – Educação para as relações étnico
raciais.
Revista Nova Escola. Fundação Victor Ciuta .Editora Abril .Ano
XXI , nº 196. Outubro 2006.
124
PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO DE HISTÓRIA
APRESENTAÇÃO GERAL
Na década de 1970, o ensino de História era predominantemente,
tradicional, a finalidade educacional inscrita nesse humanismo, respondia por uma
formação, moral e cultural de caráter elitista, que remontava tanto à cultura clássica
antiga quanto ao humanismo renascentista, que a “modernizou”. No Brasil, a
disciplina escolar, passou a ser obrigatória nos programas de ensino do colégio
D.Pedro II, em 1837, principal educandário das elites brasileiras durante o século
XIX e parte do século XX. No mesmo ano foi criado o IHGB ( Instituto de História e
Geografia Brasileiro), que instituiu a História como disciplina acadêmica.
Com o positivismo ocorreu um redirecionamento do papel histórico,
orientado pela história política e pela valorização dos heróis.
Baseando-se nas idéias européias, o ensino voltou-se para questões sociais
fortemente aristocráticas.
Em 1901 a História do Brasil, passou a compor a cadeira de História
Universal, devido a seu espaço restrito ao currículo sendo pouco tratado nas aulas
de História.
Os anos de autoritarismo institucionalizado pós – 64, tornaram as ciências
humanas, suspeitas e baniram do ensino de 1º grau a História e a Geografia,
dissolvidas nos estudos sociais, que excluíram a Educação moral e Cívica. No
Ensino Médio, História e Geografia sobreviveram ao lado de OSPB – espécie de
geopolítica aplicada a noções básicas de Sociologia, Política e Direito.
A partir da lei nº 5692/71, o Estado organizou o 1º grau de 8 anos e o 2º
grau profissionalizante, baseado na Escola Tecnicista, preparando o educando para
o mercado de trabalho.
O ensino de História visava levar o aluno ao cumprimento dos seus deveres
patrióticos ou seja, este ensino era linear, cronológico e harmônico.
Em 1980, com o início da redemocratização da sociedade possibilitou
contestações sobre o ensino de Estudos Sociais pela ANPUH ( Associação Nacional
dos Professores Universitários de História.
Em meados da década de 80 e início da década de 90, ocorreram mudanças
nas propostas do ensino de História tentando aproximar a produção acadêmica da
125
disciplina no 1º grau, fundamentada na pedagogia histórico-crítica, indicando
elementos da Nova História, ou seja, o estudo da formação do capitalismo no mundo
ocidental e a inserção no Brasil.
Entre os anos 1997 e 99 o MEC divulgou os PCNs para o Ensino
Fundamental e Médio, esses parâmetros organizaram o currículo por áreas do
conhecimento, mantendo suas especificidades. O Estado do Paraná ,tomou os
PCNs como referência para a organização curricular da Rede Pública Estadual,bem
como programas educacionais, tais como: SAEB, ENEM, PNLD, etc, tornando assim
os conteúdos como meios para a aquisição de competências e habilidades.
Apesar dos PCNs proporem uma valorização do ensino humanístico ainda
baseavam-se na Escola Tecnicista, mas mesmo assim trouxe grandes inovações no
Ensino de História, isto se deu até o final de 2002.
A partir de 2003, a SEED-PR, organizou a elaboração das Diretrizes
Curriculares, sob uma perspectiva de inclusão social, considerando a diversidade
cultural.
Com a LDB e as leis nº9.795/99, n° 13.381/01 , a lei nº 10.639/03 e a lei nº
11.645/08, torna-se obrigatório no currículo da disciplina de História – a História do
Paraná, a História e Cultura Afro-Brasileira e Africana e História e Cultura dos povos
indígenas do Brasil e a Política Nacional de Educação Ambiental.
Na transição para o séc. XXI, verificou-se um conflito entre as diferentes
correntes historiográficas, resultando em novas configurações.
Para a Nova História houve uma fragmentação dos objetos, métodos, e
abordagens do conhecimento histórico, ocasionando assim uma migração de alguns
historiadores para a Nova História Cultural e a Nova Esquerda Inglesa.
A Nova História Cultural considera as categorias de representação e
apropriação para produzir o conhecimento, tomando como base a compreensão de
uma cultura a partir de outra, ou seja, estudar também os sujeitos da micro-história
dentro da macro-história, valorizando a diversificação de documentos na construção
do conhecimento histórico.
Já a Nova Esquerda Inglesa busca superar a visão de uma história
mecânica,tradicional e elitista, procurando analisar outros participantes e outros
espaços de ação ou seja uma “história vista de baixo”, valorizando toda a relação da
produção material com a transformação social. É preciso atentar para os limites e
possibilidades dessas correntes historiográficas. A historiografia brasileira também
126
se relaciona às tradições de pensamento nacionais, tais como as de Sérgio Buarque
de Holanda, Gilberto Freyre, Caio Prado Júnior, Nelson Werneck Sodré e Celso
Furtado.
A proposta presente nas Diretrizes Curriculares estabelece articulações
entre as chamadas: Nova História, Nova História Cultural e Nova Esquerda Inglesa,
resguardando suas diferenças e oposições entre elas. Para que isto ocorra é
necessário a idéia de consciência histórica, ou seja, o pensamento humano em sua
diversidade. Segundo Jörn Rüsen (2001), “a consciência Histórica é o conjunto das
operações mentais com as quais os homens interpretam sua experiência da
mudança temporal de seu mundo e de si mesmos de forma tal que possam orientar,
intencionalmente sua vida prática no tempo”..[...] A narrativa histórica torna presente
o passado, sempre em uma consciência de tempo na qual o passado, presente e
futuro formam uma unidade integrada...
Jörn Rüsen, propõe uma matriz disciplinar da História com alguns elementos
que tem pontos diferentes mais que no final somam compartilhando suas idéias tais
como o acompanhamento e análise das necessidades dos sujeitos na sua vida
cotidiana, avaliação de documentos, ações e relações humanas praticadas no
tempo.
A finalidade da História é superar mecanismos de exclusão social e de
desrespeito aos direitos humanos através de ações conscientes dos sujeitos
históricos. As experiências históricas dos sujeitos se expressam em suas
consciências. Os aspectos culturais e sociais atuam profundamente no processo
educativo e sobre a base biopsicológica de cada indivíduo.
A narrativa histórica é a forma de apresentação desse conhecimento e se
refere à comunicação entre os sujeitos. Narrar a História é compreender o outro no
tempo.
Para Rüsen (2001,p.50-51), as orientações e os métodos da pesquisa
histórica são distintos das orientações e dos métodos de ensino de História. A
consciência histórica pode ser expressa de formas diferentes . De acordo com
Rüsen (1993a,p.69-81), existem quatro tipos de consciência histórica: tradicional,
exemplar, crítica e ontogenética, as quais são fundamentadas em quatro condições
de orientação intencional da vida prática dos sujeitos no tempo: afirmação,
regularidade, negação e transformação, coexistindo na contemporaneidade,
valorizando os diferentes sujeitos e suas relações e desenvolvendo múltiplas visões
127
de mundo em relação aos processos históricos. Não há como negar que vivemos
tempos difíceis em que a violência e a agressividade são crescentes e ameaçam a
todos nós. A escola é um ambiente no qual as relações interpessoais são
fundamentais para o crescimento dos jovens, devendo-se então utilizar ferramentas
como:estímulo ao diálogo, a escuta atenta e empática, a construção de vínculos
afetivos fortes, o desenvolvimento de uma reflexão crítica, o ince ntivo à participação
familiar e escolar, a orientação para a responsabilidade por si mesmo e pelos outros,
a criação e a implementação de regras, bem como o estabelecimento precoce de
limites muito bem definidos.
O tema violência escolar é um fenômeno social, diferenciado histórica e
culturalmente. Devendo ser abordado em três dimensões: “em torno da escola,
dentro da escola e a da escola. Estabelecendo relações e procurando raízes
sociais, e descontextualizando os mitos veiculados pela imprensa:
hiperdimensionamento, periculosidade e impunidade”. (Desafios Educacionais
Contemporâneos – p.24 a 25).
“O abuso de poder, a intimidação e a prepotência são atitudes dos
praticantes de bullying para impor sua autoridade e manter suas vítimas sob total
domínio”. (Silva, Ana Beatriz Barbosa – p.21).
Outro tema de fundamental importância é a prevenção ao uso indevido de
drogas, o qual é um processo complexo e desafiador. O risco de vida presente nas
condutas adolescentes, na toxicomania, nos esportes radicais, torna-se um jogo do
homem com seu inconsciente, tentando provar para si próprio o valor de sua
existência, ou uma fuga de cerceamentos múltiplos, pois o uso de drogas responde
às necessidades psicológicas de evasão, consolo, anestesiamento, são meios de
fugir à crueldade da dor da exploração, sofrimento, mas também atuam no cérebro
alterando seu funcionamento e comportamento, podendo levar a dependência.
Infelizmente pesquisas apontam a “escola” como o local mais associado ao
consumo de drogas. Os jovens sobre efeito das drogas tendem a criar um mundo
onde a realidade e a fantasia se misturam, tem sua capacidade cognitiva e
laborativa comprometida, perdem o interesse em se relacionar com outras pessoas
e de cuidar de si mesmos.
Devemos considerar que as drogas se fazem presentes no cotidiano social e
cultural da humanidade, bem como a disseminação de novas drogas sintéticas, a
precocidade de seu uso e sua associação com atos violentos. Partimos assim do
128
pressuposto da prevenção para que as pessoas envolvidas desenvolvam a
capacidade de escolha e a compreensão dos riscos associados ao uso de drogas,
sejam lícitas ou ilícitas, dessa forma a escola deve socializar os conhecimentos
historicamente construídos pela humanidade e intensificar os estudos e discussões
sobre a problemática das drogas, envolvendo a comunidade escolar.
A finalidade da História é superar mecanismos de exclusão social e de
desrespeito aos direitos humanos através de ações conscientes dos sujeitos
históricos, favorecendo diferentes leituras de mundo e possibilitando condições para
que sejam produzidas as bases de uma nova sociedade.
Considerando a amplitude da disciplina, divide-se os conteúdos em
estruturantes e específicos. Os conteúdos estruturantes são considerados os
conhecimentos mais amplos que identificam e organizam os temas de estudo, são
intercambiantes e ou/articuladores, estruturam os conteúdos específicos de caráter
temático, fazendo uso das categorias articuladoras tempo e espaço.
De acordo com as Diretrizes Curriculares consideram-se conteúdos
estruturantes da disciplina de História:
-Relações de Trabalho;
-Relações de Poder;
-Relações Culturais;
Baseando-se no preceito de que o objeto da História são todas as ações e
relações humanas na constituição do processo histórico, considera-se os conteúdos
estruturantes apontados acima como recortes deste processo, os quais possibilitam
ao educando perceber a complexidade das relações sociais presentes no cotidiano e
na organização social mais ampla, permite indagar qual o lugar que o indivíduo
ocupa na trama da História e como são constituídas as identidades pessoais e
sociais, em dimensão temporal.
Deve-se levar em conta os problemas contemporâneos tais como as
temáticas da História Local, da História e Cultura Afro-Brasileira, da História do
Paraná e da História da Cultura Indígena.
O estudo das Relações de Trabalho deve contemplar diversos tipos de
fontes, percebendo diferentes visões históricas, construir um novo olhar pela ótica
da chamada História vista de baixo; reconhecer as contradições de cada época os
impasses sociais da atualidade, entender como as relações de trabalho foram
129
construídas no processo histórico e como determinam a condição de vida do
conjunto da população.
O estudo das Relações de Poder remete as esferas das representações do
imaginário e das práticas sociais. Michel Foucault (2004), optou pela idéia de que
saberes são poderes exercidos em instituições como escolas, prisões, hospitais,
famílias, comunidades, Estados Nacionais, igrejas, organismos internacionais
políticos, econômicos e culturais, valorizou a pluralidade das redes de poder ou
micropoderes e propôs o estudo das relações entre as diferentes práticas
discursivas. Permitir aop aluno a percepção que tais relações estão em seu
cotidiano, possibilitará ao mesmo identificar onde estão os espaços decisórios,
porque determinada decisão foi tomada, de que forma foi executada ou
implementada, e como, quando e onde reagir a ela.
Entende-se a cultura como aquela que permite conhecer os conjuntos de
significados que os homens conferiram à sua realidade para explicar o mundo.
Segundo Raymond Williams (2003), a cultura tradicional é um patrimônio comum,
uma herança comum, que a educação tem a tarefa de difundir, tornar acessível a
todas as classes sociais, da mesma forma que a cultura popular. As classes
dominadas existem numa relação de poder com as classes dominantes, de modo
que ambas partilham um processo social comum, produto dessa história coletiva. No
entanto os benefícios produzidos por esta sociedade e seu controle se repartem
desigualmente. O estudo das Relações Culturais deve considerar a especificidade
de cada sociedade e as relações entre elas. O processo histórico constituído nesta
relação pode ser chamado de cultura comum. Ao produzir e vivenciar o processo de
constituição da humanidade, o uso de evidências ( processos judiciais,
interrogatórios, boletins de ocorrência, canções populares, relatos de tradições orais,
livros populares, etc), possibilitou aos historiadores, construirem narrativas históricas
que incorporavam olhares alternativos quanto às ações dos sujeitos.
Entende-se que os conteúdos estruturantes permitem construir uma
fundamentação histórica das abordagens relativas aos temas ou conteúdos básicos
e aos conteúdos específicos, porque materializam as orientações do agir humano
estruturado na formação do pensamento histórico.
De acordo com as DCE's para os anos finais do Ensino Fundamental,
propõe-se que os conteúdos temáticos priorizem as histórias locais e do Brasil,
estabelecendo-se relações e comparações com a história mundial. Para o Ensino
130
Médio, a proposta é um ensino por temas históricos, tendo por finalidade a
discussão e a busca para um tema/problema previamente proposto. Existe uma
relação entre a porta da escola e a porta da vida: o Ensino Médio é o período que
antecede a entrada na vida real, na vida adulta a partir da qual as trajetórias
tomadas definem o futuro. Não só a profissão e a qualidade material de estilo de
vida, de visão de mundo, de ideologia, opção sexual, afetiva, entre outros. O
trabalho com os conteúdos estruturantes, básicos e específicos tem como finalidade
a formação do pensamento histórico dos estudantes. Espera-se que ao concluir o
Ensino Fundamental , o aluno entenda que não existe uma verdade histórica única e
sim, que verdades são produzidas a partir de evidências que organizam diferentes
problematizações fundamentadas em fontes diversas, promovendo a consciência da
necessidade de uma contextualização social, política e cultural em cada momento
histórico.
CONTEÚDOS BÁSICOS – ENSINO FUNDAMENTAL
5°Série – Os diferentes sujeitos, suas culturas e suas histórias
Conteúdos Estruturantes:
- Relações de Trabalho;
- Relações de Poder;
- Relações Culturais;
Conteúdos Básicos:
A experiência Humana no tempo;
Os sujeitos e sua relação com o outro no tempo;
A cultura local e a cultura comum;
• Conteúdos Específicos:
A memória local e memória da humanidade;
O tempo ;
O processo histórico;
Patrimônio Cultural;
A formação do Pensamento Histórico;
Os vestígios humanos;
O surgimento dos lugares de memórias : lembranças, mitos, museus, arquivos,
monumentos, espaços públicos, privados, sagrados;
131
As diversas temporalidades nas sociedades indígenas, agrárias, industriais;
Formas de periodização;
As gerações e as etnias;
Povos indígenas e suas culturas na história do Paraná: Xetás, xoklengs e tupi-
guaranis;
Colonizadores portugueses e suas culturas na América e no território
paranaense;
Os povos africanos e suas culturas no Brasil e no Paraná;
Afrodescendentes e questão agrária no Paraná;
Os imigrantes europeus e asiáticos e suas culturas no Brasil e no Paraná;
A condição das crianças, dos jovens, dos idosos na história do Brasil e do
Mundo;
Enfraquecimento das instituições socializadas e aumento do desemprego;
O surgimento da humanidade na África e a diversidade cultural na sua expansão:
as teorias sobre seu aparecimento;
As sociedades comunitárias;
As comunidades negras rurais;
As sociedades matriarcais;
As sociedades patriarcais;
O significado das crianças, jovens e idosos nas sociedades históricas;
Os mitos, lendas, a cultura popular, festas e religiosidades;
O misticismo dos monges do Paraná;
O uso de substancias entorpecentes na antiguidade;
A constituição do pensamento científico;
As formas de representação humanas;
A oralidade e a escrita;
As formas de se narrar a história;
Os mitos, rituais, lendas dos povos indígenas paranaenses;
As manifestações populares no Paraná: a congada, o fandango, cantos, lendas,
rituais e as festividades religiosas;
Pinturas rupestres e sambaquis no Paraná;
A produção artística e científica paranaense;
Pensamento científico: a antiguidade grega e a Europa moderna;
132
A formação da arte moderna;
As relações entre a cultura oral e a cultura escrita: a narrativa histórica;
6°Série - A Constituição Histórica dos Mundos Rural e Urbano e a Formação da Propriedade em Diferentes Tempos e Espaços
•Conteúdos Estruturantes:
Relações de Trabalho;
Relações de Poder;
Relações Culturais;
• Conteúdos Básicos:
As relações de propriedade;
O mundo do campo e o mundo da cidade;
As relações entre o campo e a cidade;
Integração dos trabalhadores do campo\cidade;
Acesso educacional às populações campo\cidade;
Conflitos, resistências e produção cultural campo/cidade;
• Conteúdos Específicos:
A propriedade coletiva; a propriedade privada; a propriedade pública;
Incentivo e valorização do trabalho, do trabalhador e do produto produzido no
campo;
A propriedade coletiva entre os povos indígenas, quilombolas, ribeirinhas, de
ilhéus e faxinais no Paraná;
A família e os espaços público e privado;
A sociedade patriarcal brasileira;
A constituição do latifúndio na América portuguesa e no Brasil imperial e
republicano;
As reservas naturais e indígenas no Brasil;
A Reforma Agrária no Brasil;
A violência na família e na sociedade;
A disputa de terras entre Paraná e Santa Catarina;
A propriedade da terra nos assentamentos;
A constituição do espaço público na antiguidade, na pólis grega e na sociedade
romana;
133
A reforma agrária na antiguidade greco-romana;
A propriedade coletiva nas sociedades pré-colombianas;
As primeiras cidades brasileiras: formação das vilas e das câmaras municipais;
O Engenho Colonial, a conquista do sertão;
As Missões jesuíticas;
A Belle Époque tropical;
Modernização das cidades africanas e pré-colombianas;
As cidades na Antiguidade Oriental;
As cidades nas sociedades antigas clássicas;
A ruralização do Império Romano e a transição para o feudalismo europeu (
constituição dos feudos – Europa Ocidental, Japão, sociedades da África
Meridional), e glebas servis;
As transformações no feudalismo europeu;
O crescimento comercial;
Exploração do trabalho feminino e infantil;
Abuso sexual;
As cidades mineradoras;
As cidades e o Tropeirismo no Paraná;
Os engenhos da erva-mate no litoral e no primeiro planalto;
Relações campo/cidade no Oriente;
As feiras medievais;
O comércio com o Oriente;
Os cercamentos na Inglaterra Moderna;
O início da Industrialização na Europa;
A reforma agrária na América Latina no séc.XX;
A relação entre senhores e escravos;
O sincretismo religioso (formas de resistência afro-brasileira);
O uso de substancias entorpecentes em rituais religiosos;
As cidades e as doenças;
A aquisição da terra e da casa própria;
As articulações campo\cidade quanto ao processo de desenvolvimento, de
globalização e de lutas sócias;
134
O MST e outros movimentos pela terra;
A luta e resistência dos povos do campo pelo acesso e permanência na terra;
Os movimentos culturais, camponeses e urbanos no Brasil republicano nos
séculos XIX, XX, XXI;
A peste negra e as revoltas camponesas;
As culturas teocêntrica e antropocêntrica;
As manifestações culturais na América Latina, África e Ásia;
As resistências no campo e nas cidades na América Latina e continente africano;
Maus tratos, abandono e negligência quanto à mulheres, crianças e idosos;
A história das mulheres orientais, africanas e outras;
7˚ Série – O Mundo do Trabalho e a Luta pela Cidadania
• Conteúdos Estruturantes:
Relações de Trabalho;
Relações de Poder;
Relações culturais;
• Conteúdos Básicos:
História das relações da humanidade com o trabalho;
O trabalho e a vida em sociedade;
O mundo do trabalho;
As resistências e as conquistas de direito;
• Conteúdos Específicos:
O trabalho nas sociedades indígenas;
Sociedade patriarcal e escravocrata;
Mocambos/Quilombos as resistências na colônia;
Remanescentes de quilombos;
A história do trabalho nas primeiras sociedades humanas;
Sertanejos no Paraná;
O trabalho e a vida cotidiana nas colônias espanholas: a mita;
O trabalho assalariado;
Legislação do Trabalho;
A desvalorização do trabalho no Brasil Colônia e Império;
A busca pela cidadania no Brasil Império;
135
Banalização da violência nas sociedades antiga e atual;
Os saberes nas sociedades indígenas:
mitos e lendas que perpetuam as tradições;
Corpos dóceis: o papel da escola no convencimento para um bom trabalhador;
Os significados do trabalho na Antiguidade Oriental e Antiguidade Clássica;
As três ordens do imaginário feudal;
As corporações de ofício;
Artesãos, aprendizes e seus direitos;
O entretenimento na corte e nas feiras;
O nascimento das fábricas e a vida cultural ao redor;
A desvalorização do trabalho;
O trabalho feminino e infantil;
O latifúndio no Paraná e no Brasil;
O movimento do contestado;
A sociedade oligárquico-latifundiária;
A vida cotidiana das classes trabalhadoras no campo ;
As contradições da modernização;
A produção e a organização social capitalista;
A ética e moral capitalista;
O movimento sufragista feminino;
A discriminação racial e linguística ( o caipira no contexto do capital);
As congadas como resistência cultural;
A consciência negra e o combate ao racismo;
Movimentos sociais e emancipacionistas;
Os homens, as mulheres, os homossexuais no Brasil e no Paraná;
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão;
O Luddismo;
A constituição dos primeiros sindicatos de trabalhadores;
Os homens, as mulheres, os homossexuais no mundo contemporâneo;
Medidas de proteção á criança e ao adolescente;
136
8˚ Série – Relações de Dominação e Resistência: A Formação do
Estado e das Instituições Sociais
• Conteúdos Estruturantes:
Relações de trabalho;
Relações de Poder;
Relações Culturais;
• Conteúdos Básicos:
A formação das Instituições Sociais;
A formação do Estado;
Guerras e Revoluções;
• Conteúdos Específicos:
As instituições políticas;
As instituições econômicas;
As instituições religiosas;
Crenças, rituais e locais de memória dos monges no Paraná;
Drogadição;
As instituições Culturais e Sociais;
A formação do cacicado nas sociedades indígenas do Brasil;
A Igreja Católica e as reduções jesuíticas na América portuguesa;
As irmandades católicas e as religiões afro-brasileiras na América portuguesa;
O surgimento dos cartórios, hospitais, prisões, bancos, bibliotecas, museus,
arquivos, escolas e universidades no Brasil;
A formação dos sindicatos no Brasil;
As associações e clubes esportivos no Brasil;
A instituição da Igreja no Império Romano;
As ordens religiosas católicas;
As guildas e as corporações de ofício na Europa Medieval;
O surgimento dos bancos, escolas e universidades medievais;
A organização do poder entre os povos africanos;
A formação das associações de trabalhadores e dos sindicatos no Ocidente;
O surgimento das empresas transnacionais e instituições internacionais ( ONU,
FMI, OMC, OPEP, FIFA, Olimpíadas);
As relações entre o poder local e o governo geral na América portuguesa;
137
Os quilombos na América portuguesa e no Brasil Imperial;
A formação do estado-nação brasileiro;
As constituições do Brasil imperial e republicano;
A instituição da república no Brasil: as ditaduras e a democracia;
Os poderes do Estado brasileiro: executivo, legislativo e judiciário;
As empresas públicas brasileiras;
Narcotráfico;
A constituição do Mercosul;
O surgimento da monarquia nas sociedades da antiguidade no Crescente Fértil;
A monarquia e a nobreza na Europa medieval;
A formação dos reinos africanos;
O Estado Absolutista europeu;
A constituição da república no ocidente;
O imperialismo no século XIX;
A formação dos Estados Nacionais nos séculos XIX a XXI: as ditaduras e as
democracias;
A constituição dos estados socialistas e dos estados de bem estar social;
A formação dos blocos econômicos;
Os movimentos sociais: políticos, culturais e religiosos;
As revoltas e revoluções sociais;
Guerras locais e guerras mundiais;
As guerras e revoltas indígenas e quilombos na América portuguesa e no Brasil
imperial ;
As revoltas republicanas na América portuguesa;
As revoltas sociais no Brasil imperial e republicano;
As guerras cisplatinas e a guerra do Paraguai;
Os movimentos republicano e abolicionista no Brasil Imperial;
O movimento anarquista, comunista e tenentista no Brasil;
Brasil nas guerras mundiais;
Os movimentos pela redemocratização do Brasil ( carestia, feministas, etno-
raciais e estudantis);
Direitos e deveres dos cidadãos na antiguidade e nos dias atuais;
Direitos e deveres das crianças e adolescentes;
As revoltas democráticas nas pólis gregas;
138
As revoltas plebéias, escravas e camponesas na república romana;
As guerras feudais na Europa Ocidental e as Cruzadas;
As revoltas religiosas na Europa Moderna;
A conquista e colonização da América pelos povos europeus;
As revoluções modernas;
A influência da mídia quanto ao uso de drogas lícitas e ilícitas;
Os movimentos nacionalistas;
As guerras mundiais;
As revoluções socialistas no século XX;
As guerras de independência das nações africanas e asiáticas;
Os movimentos camponeses latino-americanos e asiáticos;
ENSINO MÉDIO
Conteúdos Estruturantes:
• Relações de Trabalho;
• Relações de poder;
• Relações culturais;
Conteúdos Básicos:
• Trabalho Escravo, Servil, Assalariado e o Trabalho Livre;
• Urbanização e Industrialização;
• O Estado e as relações de poder;
• Os sujeitos, as revoltas e as guerras;
• Movimentos sociais, políticos e culturais e as guerras e revoluções;
• Cultura e religiosidade;
1° Série:
Conteúdos Específicos:
Conceito de trabalho;
Trabalho explorado, escravo e servil;
O mundo do trabalho em diferentes sociedades:
- Egípcias;
- Sociedades Pré – Colombianas;
139
- Greco- Romana;
- Medievais;
- Teocráticas;
- Africanas;
A construção do trabalho assalariado:
- Fábricas;
- Assalariado;
O Estado nos mundos: Antigo e Medieval;
O Estado e as relações de poder;
Formação dos Estados Nacionais;
As cidades na história:
- Cidades neolíticas;
- Antiguidade;
- Greco-romana;
- Européias;
- Medievais;
- Pré-colombianas;
- Africanas;
- Asiáticas;
- Americanas;
As metrópoles européias;
Relações de dominação e resistência nas sociedades da antiguidade;
Guerras e revoltas na Antiguidade Clássica;
Relações de dominação e resistência na sociedade medieval;
Relações culturais nas sociedades grega e romana na antiguidade:
- mulheres;
- plebeus;
- escravos;
Relações culturais na sociedade medieval européia:
- camponeses;
- artesãos;
- hereges;
- doentes;
Relações culturais nas sociedades asiáticas e africanas;
140
A formação das religiosidades dos povos africanos , americanos, asiáticos,
europeus;
Religiosidade neolítica:
- xamanismo;
- totens;.
- animismo;
Os mitos;
Trajetórias, curas e predições no Paraná;
As drogas e a religiosidade;
A arte greco-romana e a formação das grandes religiões:
- hinduísmo;
- budismo;
- confucionismo;
- judaísmo;
- cristianismo;
- islamismo;
Teocentrismo versus antropocentrismo na Europa renascentista;
Reforma e Contra-Reforma, seus desdobramentos culturais;
As etnias indígenas e africanas e suas manifestações artísticas, culturais e
religiosas;
2° Série:
Conteúdos Específicos:
Transição do trabalho escravo para o trabalho livre:
- As primeiras sociedades humanas, nômades e semi-nômades;
- Etnias indígenas e africanas;
- A mão de obra no contexto de consolidação do capitalismo nas sociedades
brasileira e estadunidense;
Relações de poder sobre as colônias ;
Relações de resistência na sociedade ocidental moderna;
As revoltas indígenas, africanas na América portuguesa;
Os quilombos e comunidades quilombolas no território brasileiro;
As revoltas sociais na América portuguesa;
141
As revoluções democrática/liberais no Ocidente ( Inglaterra, França e EUA);
A expansão do capitalismo;
Movimentos sociais no mundo do trabalho nos séculos XVIII e XIX : o surgimento
do sindicalismo;
Messianismo;
O Estado e as doutrinas sociais ( anarquismo, socialismo, positivismo);
Relações de dominação e resistência no mundo do trabalho contemporâneo;
Relação de poder e violência no estado;
O Estado imperialista e sua crise;
Movimentos sociais, políticos, culturais e religiosos na sociedade moderna;
Urbanização e industrialização no século XIX;
Urbanização e industrialização no Brasil;
O modernismo brasileiro;
Agenda 21 e o despertar ecológico;
Bullying;
3° Série:
Conteúdos Específicos:
Urbanização e industrialização nas sociedades ocidentais, africanas e orientais;
Urbanização e industrialização no Paraná no contexto da expansão do
capitalismo;
Integração entre o crescimento econômico , a justiça social e a proteção ao meio
ambiente;
A arquitetura das cidades brasileiras em diferentes épocas e espaços;
As experiências do trabalho livre em sociedades revolucionárias:
- a Comuna de Paris;
- Os soviets russos;
- Associações húngaras;
- Círculos bolivarianos;
O trabalho na sociedade contemporânea;
O Paraná no contexto de sua emancipação;
Guerras e revoltas em nome da fé no Paraná e no mundo;
O nacionalismo nos estados ocidentais;
O populismo e as ditaduras na América Latina;
Os sistemas capitalista e socialista;
142
Estados da América Latina e o neoliberalismo;
A América portuguesa e as revoltas pela independência;
As revoltas federalistas no Brasil Imperial e republicano;
Movimentos sociais, políticos e culturais na sociedade contemporânea:
- É proibido proibir?
Urbanização e industrialização na sociedade contemporânea;
Sustentabilidade;
As guerras mundiais no século XX e a Guerra fria;
As revoluções socialistas na Ásia, África e América Latina;
Os movimentos de resistência no contexto das ditaduras da América Latina;
Os Estados africanos e as guerras étnicas ;
A luta pela terra e a organização de movimentos pela conquista do direito a terra
na América Latina;
A mulher e suas conquistas de direitos nas sociedades contemporâneas;
Cyberbullying;
Cultura e ideologia no governo Vargas;
Banalização da violência e uso de entorpecentes pelos meios de comunicação
de massa;
Representação dos movimentos sociais, políticos e culturais por meio da arte
brasileira;
Consumo e cidadania;
As manifestações populares:
- congadas;
- cavalhadas;
- fandango;
- folia de reis;
-boi de mamão;
- romaria de São Gonçalo;
- Carnaval;
-Murga;
-Candomblé;
143
OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA
Criar condições para que os alunos do Ensino Fundamental e Médio tenham
conhecimento do complexo histórico e da humanidade para interpretar a
realidade do meio em que vive a partir do saber do passado.
Perceber a História enquanto processo permanente e reconstrução.
Compreender os principais fatos que constituíram até o presente, a vida da
humanidade.
Questionar a concepção evolucionista, etapista e determinista da História que
pode conduzir a uma atitude passiva e fatalista da realidade social.
Proporcionar ao educando a compreensão das formas de produção do
conhecimento.
Oportunizar o estudo e a discussão das implicações dos fatos históricos na
construção da sociedade a nível mundial de País, de Estado, de Município.
Considerar o caráter crítico e reflexivo da História.
Viabilizar uma resposta mais ampla possível ao Ensino existencial do ser
humano de situar-se no contexto frente ao mundo.
Contribuir para uma formação que vise a transformação da realidade e a
compreensão das diferenças éticas e sociais.
Atuar como agente disseminador e conceitos para que cada individuo possa
transformar-se em um formador de opinião.
Conscientizar-se de que, como sujeito histórico, tem, além de direitos e
deveres, poder para melhorar o mundo em que vive.
A disciplina de História deve levar o aluno a uma reflexão para criar uma
consciência em relação a sua própria existência, para poder fazer analogia do
passado em relação ao presente, e projetar uma vida digna e justa no futuro.
Capacitar as novas gerações a ter participação mais atuante e eficiente na
construção da sociedade.
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
A mobilização dos conceitos no trabalho pedagógico escolar como
instrumentos de conhecimento supõe a articulação entre os conceitos estruturadores
144
da disciplina de história e as habilidades necessárias para trabalhá-la como um
processo de conhecimento.
Os métodos de investigação histórica articulados pelas narrativas históricas
dos sujeitos, permitem que se perceba, como está narrada a história e a diversidade
de fontes para a constituição dessas narrativas.
O trabalho pedagógico com os conteúdos históricos deve ser fundamentado
em vários autores e suas respectivas interpretações, seja ou por meio de textos
historiográficos referenciais. Espera-se que o aluno
Quanto à metodologia da disciplina de História, esta deve ter relação com a
formação de uma democracia por meio da construção do conhecimento histórico.
Valorizando os educandos como sujeitos históricos, construtores de seu
conhecimento dentro de sua prática vivencial, o qual é sistematizado a partir das
ações humanas.
A metodologia deve conceitualizar informações de maneira plausível,
problematizadora, através de inferências de diversas fontes para que ocorra o
processo de formação da consciência histórica, confrontando, comparando e
contextualizando o caráter provisório e multiperspectivista do conhecimento
histórico.
O trabalho pedagógico com os conteúdos históricos deve ser fundamentado
em vários autores e suas respectivas interpretações, seja por meio dos manuais
didáticos disponíveis ou por meio de textos historiográficos referenciais.
Espera-se que o aluno entenda que verdades são produzidas a partir de
evidências que organizam diferentes problematizações fundamentadas em fontes
diversas, promovendo a consciência da necessidade de uma contextualização
social, política e cultural em cada momento histórico.
Para propiciar a construção do conhecimento pelo educando, dentro de uma
valorização dos sujeitos históricos, faz-se necessário a utilização de:
• pesquisas bibliográficas e de campo;
• vestígios e fontes históricas diversas: * documentos escritos, iconográficos,
registros orais, testemunhos, documentos contemporâneos ( fotografia, cinema,
quadrinhos, literatura, informática)
• fundamentação na historiografia;
• problematização do conteúdo;
• levantamento de dados;
145
• sistematiação de dados ( cronologia, testemunhos, linguagem, semelhanças
e diferenças, continuidade e mudança, etc.);
• investigação histórica;
• especificidades,utilização, identificação e análise dos dados obtidos;
• relações de tempo, causalidade, localização, dimensão;
• construção de periodizações;
O professor deve considerar também, que as idéias históricas dos estudantes
são marcadas pelas suas experiências de vida e pelos meios de comunicação,
devendo portanto ser o ponto de partida para o trabalho com os conteúdos . Deve-se
partir das histórias locais e do Brasil para a geral, abordando a história regional,
possibilitando a reconstrução de identidades locais e regionais, desde que as
condições históricas permitam; através de evidências; construção de um quadro
sinótico, permitindo a organização de marcos referenciais diferentes: os conteúdos
estruturantes articulam os básicos e os específicos, permitindo o acesso ao
conhecimento de múltiplas ações humanas no tempo e no espaço; a organização
por meio de temas possibilita ampliar a percepção dos estudantes sobre um
determinado contexto histórico, sua ação e relações de distinção entre passado e
presente.
Compreender as estruturas das ações humanas que construíram os
processos históricos do presente, tais como a fome, desigualdade e exclusão social,
confrontos identitários ( individual, social, étnico, sexual, de gênero, de idade, de
propiedad, de direitos, regionais e nacionais), observando os recortes
espaço/temporal e conceituais específicos.
Segundo Ivo Mattozzi (2004), a metodologia deve: focalizar o acontecimento,
delimitar o tema histórico, definir um espaço, adotando formas para construir a
narrativa histórica, através da narração ( ordenação dos fatos); descrição (
representação do contexto); argumentação, explicação e problematização (
questiona, fundamenta e explica a argumentação histórica); bem como a utilização
de documentos, os quais devem ser indagados quanto a: existência, significado
enquanto objeto e como sujeito.
Na constituição do conhecimento histórico devem ser utilizados diversos
materiais didáticos ( imagens, livros, jornais, quadrinhos, fotografias, pinturas,
gravuras, filmes, músicas, etc), os quais serão aproveitados na elaboração de
biografias, dossiês, representação de danças folclóricas, exposição de objetos que
146
estejam ao alcance do aluno, com a descrição de cada objeto exposto e o contexto
em que foram produzidos, estabelecendo relações entre as fontes, também nas
relações interdisciplinares e as articulações dos conceitos entre as diversas áreas
do conhecimento.
AVALIAÇÃO
A avaliação do ensino de História, objetiva-se favorecer a busca da
coerência entre a concepção de História defendida e as práticas avaliativas que
integram o processo de ensino-aprendizagem, em um processo compartilhado e
contínuo, processual e diversificado, propiciando uma análise das práticas que
podem ser retomadas e reorganizadas, revendo o que precisa ser melhorado e o
que já foi aprendido.
A avaliação terá caráter diagnóstico, permitindo a identificação do
desenvolvimento da aprendizagem dos alunos, sua compreensão dos elementos
históricos ( cronologia, testemunhos, conteúdos estruturantes, linguagem e
conceitos históricos, semelhanças e diferenças, permanências e mudanças,
identificação). Propondo atividades associativas que possibilitem a apreensão das
idéias históricas, o desenvolvimento da capacidade de síntese, redação e leitura de
documentos, dentro de naturezas diferentes como textos e imagens. Devem
também estar articulados à investigação de como às idéias históricas dos
estudantes organizam essas estratégias de interpretação das fontes a partir da
construção de narrativas históricas.
O professor deverá investgar se os estudantes reconhecem a si e aos outros
como construtores de uma cultura comum; as relações que se apresentam em todos
os espaços sociais; especificidades de cada grupo social e as relações entre eles; a
constituição das experiências culturais dos sujeitos ao longo do tempo;
permanências e mudanças nas diversas tradições sociais.
Propõe-se criar na aula um espaço de conhecimento compartilhado, a
aprendizagem se realiza dentro de um coletivo que possui suas próprias
necessidades e vivências culturais peculiares, a função do professor será facilitar o
surgimento do contexto de compreensão para enriquecer esse espaço de
147
conhecimento compartilhado, mas nunca substituir o processo de construção
dialética desse espaço, impondo suas próprias representações ou cerceando as
possibilidades de negociação aberta de todos e cada um dos elementos que
compõe o contexto de compreensão comum.
Deve-se recorrer a diferentes atividades tais como:leitura e interpretação e
análise de narrativas historiográficas, mapas e documentos histórico; produção de
narrativas, pesquisas bibliográficas, sistematização de conceitos históricos,
apresentação de seminário, entre outras.
O professor deve propor encaminhamentos para a superação de possíveis
dificuldades constatadas no processo pedagógico.
Espera-se assim que os alunos além de apreender o conteúdo, identifiquem,
reconheçam, façam intervenções como sujeitos históricos e parte importante e
atuante do processo de construção da História no mundo em que vivem.
O método de avaliação é uma maneira pela qual o professor vai medir o
conhecimento construído pelo aluno.
Para cumprir sua função de auxiliar o aluno para o auto-conhecimento
através de uma reflexão conjunta com o professor, a avaliação deve ser flexível,
levando em conta a progressão de desempenho de cada aluno.
Tudo aquilo que o aluno produz em sala de aula e extra classe faz parte do
processo avaliativo, respeitando as características particulares e coletivas de cada
classe e as condições para que ocorra o processo de ensino aprendizagem.
Através de trabalhos orais e escritos como participação, seminários, provas,
elaboração de trabalhos em grupos, pesquisas e apresentações.
Ao final do trabalho o aluno deve:
-aprender permanentemente;
-refletir criticamente;
-agir com responsabilidade individual e social;
-participar do trabalho e da vida coletiva;
-comportar-se de forma solidária;
-acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais;
-enfrentar problemas construindo soluções originais com agilidade e
rapidez;
-ter utopia, iniciar a construção de seu projeto de vida e de sociedade.
148
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Educação Básica. Curitiba, 2006.
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2008.
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149
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KUENZER, Acácia (org) – Ensino Médio – Construindo uma proposta para os que
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_______________, Ofício de Professor – Aprender mais para ensinar melhor – O
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SILVA, Ana Beatriz Barbosa – Mentes perigosas nas escolas – Bullying – Rio de
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SECRETARIA DO ESTADO DE EDUCAÇÂO DO PARANÁ – Cadernos Temáticos-
Desafios Educacionais Contemporâneos – Prevenção ao uso indevido de drogas –
Curitiba – PR – 2008.
SECRETARIA DO ESTADO DE EDUCAÇÂO DO PARANÁ – Cadernos Temáticos-
Desafios Educacionais Contemporâneos –Enfrentamento à violência na escola –
Curitiba – PR – 2008.
SECRETARIA DO ESTADO DE EDUCAÇÂO DO PARANÁ – Cadernos Temáticos
da Diversidade- Educação Ambiental - Curitiba – PR – 2008.
SECRETARIA DO ESTADO DE EDUCAÇÂO DO PARANÁ – Cadernos Temáticos –
Educando para as relações étnico-raciais -Curitiba – PR – 2006.
SECRETARIA DO ESTADO DE EDUCAÇÂO DO PARANÁ – Cadernos Temáticos –
Educação do Campo -Curitiba – PR – 2005.
SECRETARIA DO ESTADO DE EDUCAÇÂO DO PARANÁ – Cadernos Temáticos –
Educação Escolar Indígena -Curitiba – PR – 2006.
TONON, Eloy- Os monges do Contestado – Permanências, predições e rituais no
imaginário – União da Vitória – PR – 2010.
150
GASPARI, Leni Trentin; GOHL, Jéferson William; MARTINS, Ilton César (org) –
Fragmentos de Memória, Trechos do Iguaçu: Olhares e Perspectivas de História
local- União da Vitória – PR – 2008.
151
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO VIVA A ESCOLA DE HISTÓRIA
HISTÓRIA E MEMÓRIA
Justificativa: A memória é uma evocação do passado, é a garantia de nossa própria
identidade, onde reunimos o que fomos e fizemos a tudo que somos e fazemos.
Partindo do pressuposto que o uso do documento histórico é fundamental para que
os alunos percorram o caminho da produção do conhecimento, demonstramos a
intencionalidade de trabalhar com a história local através de um resgate histórico
material e oral. Levando em consideração que este tipo de atividade, trabalhar com
as fontes que resgatam a história da comunidade escolar, aproxima o aluno da
história, é que planejamos o espaço da memória, a qual reunirá documentos,
fotografias, depoimentos orais, vídeos, arquivos da escola e da comunidade.
Transformando-se num processo dinâmico através da reconstituição de dados
históricos (origens e raízes da comunidade local).
Conteúdos: Memória individual e coletiva, expressa em: documentos oficiais,
fotografias, boletins, relatórios, diários de classe, livros de chamada, currículo, honra
ao mérito, títulos, jornais, entrevistas com ex-alunos e professores, projetos da
escola;
Construção do conhecimento histórico;
Resgate da história local;
Experiência humana no tempo;
O sujeito e suas relações com o outro.
Objetivos: Realizar resgate da história local e motivar os alunos despertando-lhes
o interesse em relação ao passado fomentando um trabalho de investigação
histórica.
Trabalhar junto com a comunidade na coleta das fontes histórica e ao mesmo
tempo propiciar a abertura para a participação desta na escola.
Superar um ensino de história tradicional.
Estabelecer um diálogo entre o passado e o presente, compreendendo a
diversidade cultural existente, bem como as permanecias e mudanças.
Criar um espaço para investigação histórica.
152
Possibilitar ao educando a aquisição de conceitos, tendo como base as
experiências vivenciadas, tornando-o critico e consciente de seu papel na
sociedade, bem como seus direitos e deveres.
Resgatar a história do Colégio.
Encaminhamentos Metodológicos: Conceituar: História, Memória, documentos,
acervo e patrimônio cultural.
Organizar histórico do Colégio, fundação, diretores, professores e alunos.
Reunir fotografias da comunidade escolar.
Pesquisa bibliográfica e de campo.
Entrevistas, relatos.
Análise de dados obtidos.
Organização dos dados coletados.
Apresentação dos resultados obtidos, através de painéis, exposições, acervo
e objetos.
Infraestrutura: Escola: Laboratório Informática, biblioteca, quadra, salas e recursos
materiais.
Resultados Esperados: Espera-se com o programa que o aluno seja despertado
para a importância do processo histórico vivenciado por seus familiares e que
provoque uma reflexão e uma maior conscientização da importância da sua ação na
sociedade em que vive para construir uma sociedade mais justa e digna para o
futuro. Para que esse resgate mantenha viva a história.
Critérios de Participação: Alunos de Ensino fundamental e Médio que estejam
matriculados na escola, no mínimo de 20 e máximo de 30 alunos, priorizando os que
se encontram em vulnerabilidade social e os que demonstram interesse pela área.
153
PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO DE LINGUA ESTRANGEIRA MODERNA INGLÊS
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
O processo de ensino/aprendizagem no Brasil sofre constantes mudanças
cotidianamente para atender as expectativas e necessidades da sociedade.
Já no início da colonização houve a preocupação do Estado português em
promover a educação para facilitar a dominação e expandir o catolicismo. Assim
coube aos jesuítas a função de ensinar o latim aos gentios. Com a chegada da
família real ao Brasil, passou a ser valorizado o ensino de línguas. Surgindo então
os primeiros professores de Inglês e Francês com o objetivo de melhorar a instrução
pública e atender às necessidades do comércio. Esse ensino era voltado para a
Abordagem Tradicional privilegiando a escrita e o estudo da gramática.
A partir do século XIX, Saussure estabelece a oposição entre “langue” e
“parole”, surgindo então elementos possíveis para a análise da língua.
Fundamentando assim o estruturalismo.
Devido a várias questões sociais, econômicas e políticas, muitos imigrantes
vieram para o Brasil em busca de melhores condições de vida. Essas colônias que
se formaram no Brasil tentavam preservar suas culturas, organizando-se muitas
vezes até para manter as escolas de seus filhos, uma vez que o Estado brasileiro
não ofertava atendimento escolar a todos. Devido a isso, o currículo era centrado no
ensino de língua e da cultura dos ascendentes das crianças.
No Paraná, as colônias que prevaleciam eram de italianos, alemães,
ucranianos, russos e japoneses, muitas vezes, o ensino da Língua Portuguesa era
tido como língua estrangeira.
Em 1917, com a concepção nacionalista, a educação passou a ser
solidificada valorizando o espírito nacional, assim as escolas estrangeiras ou de
imigrantes foram fechadas e então foram criadas primárias sob a responsabilidade
dos estados.
Neste contexto, em 1931, foi iniciada a reforma do sistema de ensino para
encaminhar o país ao crescimento econômico, surgindo assim o Método Direto,
vindo de encontro aos novos anseios sociais, impulsionando as habilidades orais.
154
Perdendo aqui a língua materna seu papel de mediadora, e todo o processo passou
a ser voltado para o acesso direto da língua, sem intervenção da tradução.
Desta forma, o MEC passou a privilegiar, nos currículos oficiais, conteúdos que
fortaleciam e valorizavam a identidade nacional. Resultando assim a aversão ao
estrangeirismo, onde muitas escolas foram fechadas ou perderam sua autonomia.
Com a Reforma Capanema de 1942, o currículo oficial solidifica ideais
nacionalistas. Com a divisão do curso secundário em ginasial e colegial, o prestígio
das línguas estrangeiras foi mantido apenas no ginásio. Sendo que o MEC era
responsável de indicar aos estabelecimentos de ensino o idioma a ser ensinado nas
escolas.
Pós a Segunda Guerra Mundial, intensificou-se a necessidade de se aprender
inglês, quando o ensino ganhou, cada vez mais, espaço no currículo, em detrimento
do francês.
Nos anos 50, com o desenvolvimento da lingüística, surgiram mudanças
significativas quanto aos métodos de ensino. Quando os linguistas Bloomfield, Fries,
Lado, dentre outros, baseados nos estudos da escola Behaviorista, trabalhavam a
língua a partir da forma para se chegar ao significado. Surgindo assim o método
audiovisual e o áudio-oral. Com o intuito de formar rapidamente falantes de uma
segunda língua. A partir da década de 60, com base na psicologia cognitiva, a
validade da teoria Behaviorista passou a ser questionada. Então, sob as idéias de
Chomsky (1965), surge a Gramática Gerativa Transformacional que reestruturou a
visão da língua e de sua aquisição.
Nos anos 70, Piaget desenvolveu a abordagem cognitiva construtivista, na qual
a aquisição da língua resulta na interação entre o organismo e o ambiente, através
do desenvolvimento da inteligência. Desde a década de 50, o sistema educacional
brasileiro era voltado ao mercado de trabalho (ensino técnico), com o intuito de
formar profissionais capazes de trazer mudanças ao país. Acarretando assim a
diminuição da carga horária das línguas estrangeiras.
A LDB – 4.024 de 1961 – determinou a retirada da obrigatoriedade do ensino
de LE. Mesmo assim, a língua inglesa não perdeu a sua valorização devido às
demandas do mercado de trabalho. Com a reforma da LDB – através da Lei 5692/71
– houve a desobrigação da inclusão de línguas estrangeiras no currículo de 1º e 2º
Graus. Tornando-se, desta forma, o ensino de LE um privilégio das classes
abastadas.
155
Em 1976, o ensino da LE volta a ser valorizado desde que em condições
favoráveis na escola. Isso fez com que muitas escolas suprimissem a língua
estrangeira ou reduzissem seu ensino para uma hora semanal. Ofertando apenas
um único idioma.
No Paraná, iniciou-se um movimento de professores de LE pelo retorno da
pluralidade da oferta de línguas estrangeiras nas escolas públicas. Surgindo assim,
a partir de 1986, os Centros de Línguas Estrangeiras Modernas (CELEM).
Com as constantes necessidades de mudanças metodológicas, surgiram
novas abordagens, baseadas no conceito de competência comunicativa, englobando
as quatro habilidades: leitura, escrita, fala e audição. A partir das idéias de Paulo
Freire de 1990, a abordagem comunicativa passou a ser criticada, dando vazão ao
campo da pedagogia crítica, com a análise do discurso, onde o foco até então,
centrado na gramática, passou para o texto.
Em 1996, a LDB – Lei de nº 9.394/96 – determinou a oferta obrigatória de pelo
menos uma língua estrangeira moderna, no ensino Fundamental a partir da 5ª série,
onde a escolha do idioma fica a cargo da comunidade escolar. Já no Ensino Médio,
a lei determina a inclusão de uma língua estrangeira moderna, como disciplina
obrigatória, também escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em caráter
optativo, dentro das disponibilidades da instituição.
Observando todo o processo histórico do ensino da língua estrangeira, em
nosso país, desde a implantação até os dias de hoje, deparamo-nos frente a novos
enfoques teóricos, que se interessam pela análise do discurso a partir da
perspectiva de interação social. Como afirma Paulo Freire: - “não há cultura nem
história imóveis”.
O objeto de estudo da LEM, ou seja, a língua concebida como discurso e não
como estrutura ou código a ser decifrado que constrói significados e não apenas os
transmite, voltar-se-á para o desenvolvimento dos conteúdos estruturantes ou seja,
atividades que envolvam a leitura, a escrita e a fala, como prática social,
favorecendo, desta forma, o uso da língua nessa perspectiva interativa.
Esses conhecimentos de maior amplitude do ponto de vista do processo
dialógico dialogam e relacionam-se continuamente uns com os outros, o que vai
possibilitar uma abordagem do discurso na sua totalidade, garantindo assim a
compreensão e expressão do aluno, através das seguintes práticas: leitura, escrita,
expressão verbal e compreensão auditiva.
156
Recaindo, desta forma, o foco do trabalho dirigido para a necessidade dos
sujeitos interagirem ativamente dentro de diferentes formas discursivas. Segundo
Figueiredo – “Faz-se necessário que sejam desenvolvidas atividades em sala de
aula em que os alunos possam interagir entre si e aprender uns com os outros”
(LEFFA, 2006, p. 124), pois estas estruturas de apoio colaborativo desenvolvem o
processo dialógico numa circunstância natural e evolutiva.
O ensino da LEM justifica-se em função da necessidade de comunicação e
interação entre os povos. A crescente globalização tem mudado o comportamento
da humanidade nos aspectos socioculturais, políticos e econômicos. Com isso, as
escolas públicas e privadas empenharam-se, nesses últimos anos, a integrarem-se
na investida de línguas estrangeiras a fim de atenderem a novas demandas
profissionais. Com isso, o apreendente terá a oportunidade de ampliar seus
horizontes, sendo capazes de analisar e comparar sua cultura com as outras
culturas.
No ensino da LEM, a língua, objeto de estudo dessa disciplina, contempla as
relações com a cultura, o sujeito e a identidade: ensinar e aprender línguas é
também ensinar e aprender percepções de mundo e maneiras de atribuir sentido; é
permitir que se reconheça no uso da língua os diferentes propósitos comunicativos,
independentemente do grau de proficiência atingido.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS
Define-se como conteúdo estruturante da LEM o discurso como prática social.
A língua será trabalhada de forma dinâmica, por meio da oralidade e da escrita, que
são as práticas que efetivam o discurso.
Os conteúdos básicos serão desdobrados a partir do conteúdo estruturante
com referências de diferentes gêneros discursivos, contemplando uma análise
dialógica dos elementos do texto, sendo observada e respeitada a diversidade
textual, bem como o princípio da continuidade.
Nesta seleção de textos não serão levados em conta apenas os objetivos
lingüísticos, mas sim, os fins educativos, contemplando as necessidades e os
interesses dos alunos. Possibilitando, desta forma, relações coletivas e individuais
na construção do conhecimento. O texto, desta forma, será uma unidade de
157
comunicação verbal que, por tanto ser escrito, oral ou visual, como ponto de partida
da aula de língua estrangeira.
Tendo em vista a concepção discursiva da língua, não segmentada em
habilidades, consideram-se que tais práticas não se separam em situações
concretas de comunicação e, logicamente, naquelas efetivadas em sala de aula.
A diversidade de gêneros discursivos deve estar contemplada em todas as
séries do Ensino Fundamental e do Médio.
Ressalta-se que a diferença significativa entre as séries está no grau de
complexidade dos textos e de sua abordagem (textos orais, escritos, imagéticos).
A partir do texto escolhido para desenvolver as práticas discursivas, define-se
os conteúdos específicos a serem estudados, norteados pelo gênero do texto.
Caberá ao professor selecionar um texto significativo pertencente a um
gênero. Importa menos a quantidade de gêneros trabalhados e mais a qualidade
do trabalho pedagógico com os textos selecionados pelo professor.
Os gêneros precisam ser retomados em diferentes séries, adequados ao nível
de complexidade de cada uma. Os conhecimentos fundamentais para a série não
podem ser suprimidos nem reduzidos, porém o professor poderá acrescentar outros
conteúdos básicos que se articulem com os conteúdos estruturantes, de modo a
enriquecer o trabalho de sua disciplina.
Desafios a dar continuidade a um processo que leve ao aperfeiçoamento das
atividades desenvolvida na escola com o intuito de fortalecer o debate das ideias em
torno de campos específicos da educação fortalecendo um movimento de reflexão
sobre o processo educacional são constantes em nossa vivência pedagógica. Com
a Lei 10.639, de 09 de Janeiro de 2003, que inclui no currículo a temática “História e
Cultura Afro-Brasileira” valorizando a história e a influência do povo negro nos
contextos social, cultural, político e econômico brasileiro sendo um instrumento
importante para o processo de democracia e transformação social, vencendo
preconceitos e ampliando conhecimentos sobre estes povos, conhecer a cultura do
outro, valorizá-la, respeitar a diversidade, constitui o processo educativo inclusivo
com a educação indígena, de acordo com a Lei 11.645/08 e seus desafios,
desenvolvendo sobre esta temática o respeito e fortalecendo os costumes,
tradições, línguas – como Guarani e Kaingang no Paraná, processos próprios de
aprendizagem e reconhecimento das organizações sociais dos povos indígenas.
158
A educação do campo é um incentivo às relações baseadas no respeito e na
valorização de brasileiros que tiram seu sustento da terra, sendo que a meta
educacional é corrigir a falta de acesso a escola, contemplando eixos temáticos
como a cultura e identidade, divisão social e territorial, questão agrária, organização
política, movimentos sociais e cidadania, evitando o deslocamento de estudantes do
campo para a cidade e melhorando cada vez mais a educação do campo.
Acerca de gênero e diversidade sexual, podem-se discutir os conhecimentos
sobre saúde, prevenção, e direitos sexuais e reprodutivos da juventude.
Atualmente, as questões ambientais (lei 9795/99) e a sua crise se impõem
perante a sociedade; é necessário estimular um processo de reflexão e tomada de
consciência dos aspectos sociais que envolvem as questões ambientais
incentivando a comunidade escolar a adotar uma posição mais ciente e participativa
na utilização dos recursos naturais. Trabalhar com textos relativos às mudanças
climáticas no mundo e o aquecimento global, produzindo pensamentos significativos
sobre a relação da sociedade com a natureza.
Um dos grandes desafios educacionais contemporâneos que deve ser
trabalhado pelos profissionais da educação na escola, pelos pais e pela comunidade
em geral, é a discussão sobre o emblemático assunto que interfere diretamente no
processo educacional: o uso de drogas, em que o foco do trabalho pedagógico na
escola é a prevenção, sendo um processo desafiador. E compreendendo que essa
prevenção se dá pelo conhecimento, a instituição escolar necessita do acesso a
textos e matérias resultantes de pesquisas sérias sobre o assunto que subsidiem
reflexões e informações a respeito dessa questão, conteúdos que podem ser
desenvolvidos em sala de aula com recursos didáticos que remetam à reflexão e
discussão sobre os mais diversos assuntos no campo da prevenção ao uso indevido
de álcool e outras drogas.
A ampla transformação que está acontecendo na sociedade como mudanças
demográficas e econômicas, influenciam o aumento à violência e atrela a escola à
função de instruir e formar as crianças e adolescentes, sendo indispensável
discorrer sobre artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente que traz à tona
várias questões sobre a violência, entre elas a que se manifesta sob a forma de
“bullying”. A escola tem espaço importante na defesa dos direitos de crianças e
adolescentes referentes à violência doméstica e ao abuso sexual intra-familiar;
diante das situações que vivenciamos dentro das escolas entre alunos, professores
159
e demais funcionários devemos criar um espaço mais amplo para que apliquem
ideias que contribuam para o bem-estar comum.
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
O Ensino de língua estrangeira, na escola, tem um papel importante à
medida que permite aos alunos entrarem em contato com outras culturas, assim
promovendo o interesse deles pelo idioma e construindo significados.
Assim, é fundamental que o professor desenvolva com os alunos um
trabalho que lhes possibilite confiar na própria capacidade de aprender, dentro de
uma atmosfera de interação, motivação e afetividade. Sempre trazendo uma
problematização que desperte o interesse dos alunos para a busca de uma resposta
ou solução por meio da metodologia utilizada pelo professor os temas abordados os
levarão a desenvolver o conteúdo estruturante. Portanto, o professor precisa
aconselhar, liderar, estimular, respeitar e compreender o aluno procurando
desenvolver a investigação e a compreensão, provendo aos alunos meios
necessários para que não apenas assimilem o saber como resultado, mas aprendam
o processo de sua produção, mostrando regras que não devem apenas ser seguidas
mas principalmente transformadas.
No trabalho com a leitura, os significados poderão ser mais ou menos
problematizados, possibilitando relacionar informações materializadas no texto.
Uma questão linear, quando busca respostas já as visualizando no próprio texto,
será não-linear quando o aspecto sobre o qual incide a questão não se localiza
apenas na materialidade do texto, mas permite o estabelecimento das relações do
texto com o conhecimento já adquirido.
O papel do estudo gramatical relaciona-se ao entendimento, quando
necessário, de procedimentos para construção de significados usados na LEM.
Portanto, o trabalho com a análise linguística torna-se importante na medida em que
permite o entendimento de significados possíveis das estruturas apresentadas
decorrentes das necessidades específicas dos alunos.
A abordagem cultural será para mostrar que nenhuma língua é neutra, e que
as línguas podem representar diversas culturas e maneiras de viver, possibilitando
aos alunos o conhecimento de valores culturais que favoreçam um olhar crítico
sobre diferentes comunidades.
160
As estratégias específicas da oralidade têm como objetivo expor os alunos a
textos orais, pertencentes aos diferentes discursos; na abordagem discursiva a
oralidade é muito mais do que o uso funcional da língua: é aprender a expressar
ideias na língua estrangeira mesmo que limitadamente, e que o aluno se familiarize
com os sons específicos da língua que está aprendendo.
O encaminhamento para a prática da escrita será vista como uma atividade
significativa; o professor deve direcionar as atividades de produção textual definindo
em seu encaminhamento qual é o objetivo da produção e para quem s escreve, em
situações reais de uso.
Prevê-se também um trabalho interdisciplinar articulado com as demais
disciplinas do currículo para relacionar os vários conhecimentos, fazendo o aluno
perceber que alguns conteúdos de disciplinas distintas podem estar relacionados
com a LEM.
Na seleção de textos, não serão apenas levados em conta os objetivos
linguístico, mas principalmente, os fins educativos, contemplando as necessidades e
os interesses dos alunos. Possibilitando, desta forma, relações coletivas e
individuais na construção do conhecimento. O texto, desta forma, será uma unidade
de comunicação verbal que, tanto pode ser escrita, oral ou visual, como ponto de
partida da aula de língua estrangeira.
Ao interagir com textos provenientes de vários gêneros, o aluno perceberá
que as formas linguísticas não são sempre idênticas, não assumem sempre o
mesmo significado, mas são flexíveis e variam, dependendo do contexto e da
situação em que a prática social do uso da linguagem ocorre. Esse processo de
aprendizagem e interação envolve deste modo, um tipo de negociação constante,
observando:
1. O conhecimento de mundo dos envolvidos.
2. Sua interação com os elementos do processo.
3. Fatores que envolvem o processo em si.
AVALIAÇÃO
A avaliação está profundamente relacionada com o processo de ensino e,
portanto, deve ser entendida como mais um momento em que o aluno aprende. A
relevância e adequação de um conteúdo estão atreladas a diversos fatores, entre
eles as características psicossociais dos alunos, seu grau de desenvolvimento
161
intelectual, a aplicabilidade dos objetos de conhecimentos ensinados, a capacidade
de o aluno estabelecer relações entre os conteúdos, as necessidades de seu dia-a-
dia e o contexto cultural dos alunos. Para que um processo de aprendizagem seja
efetivo, ele deve contemplar a avaliação diagnóstica, contínua, formativa e reflexiva.
O registro e observação do desempenho do aluno devem ser feitos de forma
contínua e reflexiva, tendo em vista as aprendizagens previstas, sendo que o
professor avaliará o desempenho do aluno através de atividades como teatros,
seminários, apresentações individuais ou em equipe, produções escritas, entre
outras, e verificará se a sua metodologia está sendo adequada. Enquanto isso, o
aluno, necessita saber como está progredindo – como está sua evolução cultural – e
sua aquisição de conhecimentos. Os pais também devem estar envolvidos no
processo, já que se trata da educação de seus filhos. E devem acompanhar os
degraus avançados e as dificuldades apresentadas por eles na escola. E,
finalmente, a sociedade, esta a quem a educação deve comprovar a sua eficiência
no papel de sujeito crítico e participativo no meio que o cerca.
Os critérios e instrumentos de avaliação devem superar a concepção de
mero instrumento de medição da apreensão dos conteúdos, caberá ao professor
observar a participação dos alunos em ambiente de aprendizagem, nos quais o uso
da língua é o próprio objeto de estudo. A partir desse percurso desenvolvido espera-
se que o aluno: compreenda a leitura ampliando o seu vocabulário, a fim de que
identifique a idéia principal do texto, reconhecendo a diversidade linguística e
cultural, e que forme um leitor ativo e capaz de produzir sentido na leitura dos textos,
avaliando a oralidade com apresentações, dramatizações, diálogos, expondo seus
argumentos e que os alunos expressem suas ideias com clareza, elaborando textos
utilizando recursos linguísticos como pontuação, uso e função do artigo, pronome,
substantivo, uso de recursos textuais, atendendo às situações de produção
propostas.
A recuperação concomitante dar-se-á com as práticas de leitura, escrita e
oralidade com conteúdos específicos considerando-se o aprofundamento a ser
observado de modo que o objetivo de ensino seja alcançado.
A língua, avaliada oralmente ou por escrito, permite-nos observar as
limitações e os avanços dos aprendizes, bem como o reflexo do ambiente sócio-
cultural, no qual estão envolvidos. As práticas – escrita, leitura e oralidade – realizam
162
a abordagem do discurso em sua totalidade, enquanto interagem entre si,
constituindo uma prática sócio-cultural.
REFERÊNCIAS
Diretrizes curriculares da Educação Básica de Língua Estrangeira Moderna,
2008.
FREIRE, P.; Pedagogia da Indignação. São Paulo: UNESP, 2000.
LEFFA, V. (org.); A interação na aprendizagem das línguas. Pelotas: EDUCAT,
2006.
CADERNOS TEMÁTICOS DA DIVERSIDADE:
Educação Ambiental, 2008
Educação do Campo, 2005
Educação Escolar Indígena, 2006
Educando Para as Relações Étnico-Raciais, 2006
Cadernos Temáticos Desafios Educacionais Contemporâneos
Prevenção ao Uso Indevido de Drogas, 2008
Enfrentando a Violência na Escola, 2008
163
PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO DE LINGUA ESPANHOLA - CELEM
APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
A disciplina de Língua Estrangeira Moderna (LEM), no Brasil, sofreu constantes
transformações para propiciar a difusão dos conhecimentos historicamente
produzidos, e atender as novas necessidades da sociedade em decorrência das
mudanças da organização social, da política e da economia. De acordo com As
Diretrizes Curriculares da Educação Básica (DCE) para LEM “as propostas
curriculares e os métodos de ensino são instigados a atender às expectativas e
demandas sociais e contemporâneas e a propiciar a aprendizagem dos
conhecimentos historicamente produzidos às novas gerações” (DCE, 2008, p.38).
Para suprir as constantes transformações sociais e para superar a singularidade
de um único idioma ensinado nas escolas públicas, professores de LEM lutaram
pelo retorno da pluralidade da oferta de línguas estrangeiras nas escolas públicas.
Em decorrência dessa luta, em 1986 surgiu oficialmente, no Paraná, os Centros de
Línguas Estrangeiras Modernas (CELEM).
A Resolução nº 3904/2008 de 27 de agosto de 2008, fala sobre a importância
que a aprendizagem de LEM tem no desenvolvimento do ser humano quanto à
compreensão de valores sociais e à aquisição de conhecimento sobre outras
culturas (SUED/SEED, 2008).
As DCE (2008) afirmam que, além da aprendizagem de LEM também ser um
meio para a progressão no trabalho e estudos posteriores, contribui muito para
formar alunos críticos e transformadores por meio do contato com textos que
permitam explorar as três praticas discursivas: leitura, escrita e oralidade,
incentivando a pesquisa e a reflexão.
Pois aprender uma nova língua é conhecer diferentes percepções de mundo e
permitir reconhecer os vários propósitos comunicativos utilizados nas diferentes
esferas sociais, independentemente do grau de proficiência atingido. A
aprendizagem passa a ser vista, então, como fonte de ampliação dos horizontes
culturais. Ao conhecer outras culturas, outras formas de encarar a realidade os
alunos passam a refletir muito mais sobre a sua própria cultura e a ampliar a sua
164
capacidade de analisar o seu próprio entorno social com maior profundidade. Tendo
melhores condições de estabelecer vínculos, semelhanças e contrastes entre a sua
forma de ser, agir, pensar e sentir e a de outros povos, enriquecendo a sua
formação.
Assim, as aulas de LEM se configuram como espaços de interações entre
professores e alunos, ambos analisando e desenvolvendo uma consciência crítica a
respeito do papel das línguas na sociedade. Superando a ideia de que o objetivo de
ensinar Língua Estrangeira na escola é apenas o linguístico, utilitarista ou
instrumental.
O ensino da língua espanhola como LEM constitui, hoje, uma realidade que não
pode mais ser negligenciada. Não somente por sua importância no mercado de
trabalho, mas principalmente por ser uma oportunidade para fomentar o respeito à
diversidade cultural e linguística.
Em virtude do real valor do ensino da Língua Espanhola no Brasil, foi aprovada a
Lei nº 11.161 de 05 de agosto de 2005, lei a qual trata da obrigatoriedade do ensino
de espanhol nas escolas da rede pública. Com relação à lei podemos destacar os
seguintes artigos:
Art. 1o O ensino da língua espanhola, de oferta obrigatória pela escola e de matrícula facultativa para o aluno, será implantado, gradativamente, nos currículos plenos do ensino médio. (...) Art. 3o Os sistemas públicos de ensino implantarão Centros de Ensino de Língua Estrangeira, cuja programação incluirá, necessariamente, a oferta de língua espanhola.
Ressaltar que a língua espanhola é a segunda língua mais falada no mundo.
Segundo dados recentes é o idioma oficial de 21 países, dos quais 19 se localizam
na América Latina, sendo sete destas nações fazem fronteira com o Brasil e dois
fazem fronteira com o Paraná.
O Brasil sendo o único país da América Latina que fala português quer melhorar
seu relacionamento econômico, cultural e turístico com seus vizinhos.
Entendemos, portanto, que se justifica a oferta do curso básico do CELEM em
Língua Espanhola neste estabelecimento de ensino, consolidando o objetivo do
165
ensino de LEM, o qual não é apenas capacitar o aluno a compreender e a produzir
enunciados corretos no novo idioma, mas é principalmente garantir sua formação
geral enquanto cidadão, resgatando a função social e educacional desta disciplina.
Ponderando também sua importância para os alunos e comunidade deste
estabelecimento de ensino. Visto que está localizado numa cidade que concentra
empresas que mantém contato comercial com os países vizinhos e possui grande
potencial turístico a ser explorado.
Podemos considerar também que o referido colégio apresenta excelentes
condições de infra-estrutura, contando com uma sala própria, ampla e arejada para
a realização das aulas do CELEM, além do apoio e suporte pedagógico que a
direção, a equipe pedagógica e os funcionários oferecem. Atualmente o colégio tem
em funcionamento as duas séries, divididas em 4 turmas – sendo duas do primeiro
ano e duas do segundo ano - do curso básico em Língua Espanhola.
O curso básico em Língua Espanhola dá a oportunidade para os alunos
adquirirem uma segunda língua por meio das práticas discursivas da leitura,
oralidade e escrita com enfoque na comunicação através dos diversos gêneros
textuais escritos e orais, verbais e não verbais das mais variadas esferas sociais de
circulação, por exemplo: cotidiana; literária/artística, científica; imprensa; publicitária;
política; jurídica; produção e consumo e midiática.
Durante todo o Curso Básico CELEM/Espanhol o aluno pratica seu conhecimento
da Língua Espanhola em diversificadas situações comunicativas das diversas
esferas sociais, utilizando satisfatoriamente os recursos expressivos da língua
estudada; reconhecendo e compreendendo a diversidade linguística e cultural por
meio de textos autênticos; tendo acesso à leitura e análise de diferentes gêneros
textuais.
Para isso o professor de língua espanhola dirigirá sua prática discursiva de forma
crítica e consciente, fazendo das aulas espaços produtivos onde se expandam os
conhecimentos linguísticos e discursivos, propiciando a interação dos alunos com as
várias vozes existentes em cada texto, explícita ou implicitamente, possibilitando
novas construções de sentido.
Para Bakhtin (1988), a linguagem é um fenômeno social, histórico e ideológico,
ou seja, um lugar de interação humana. Por isso em lugar de sujeito passivo, deve-
se possibilitar ao aluno assumir um papel mais ativo, de maneira a permitir que ele
se aproprie das informações presentes nos textos, estabelecendo uma rede de
166
correlações com base em sua própria cultura e relacionando-as com culturas
alheias. E a partir desses novos conhecimentos possa produzir seus próprios textos,
assimilando o saber não apenas como resultado pronto e acabado, mas aprendendo
o processo de sua produção, bem como as tendências de sua transformação,
mostrando regras que não devem apenas ser seguidas, mas principalmente
transformadas.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOS
Para o ensino e aprendizagem de Língua Espanhola o conteúdo estruturante,
bem como, os conteúdos básicos estão propostos nas Diretrizes Curriculares da
Educação Básica para LEM.
A disciplina de LEM tem como conteúdo estruturante o Discurso como prática social, carregado de sentidos culturais e ideológicos que se apresenta como espaço
de interação, de construções discursivas e de produção de sentidos, assim, “A
língua será tratada de forma dinâmica, por meio de leitura, de oralidade e de escrita
que são as práticas que efetivam o discurso.” (DCE, 2008, p.61).
Os conteúdos básicos serão desdobrados a partir do conteúdo estruturante e
abordados a partir dos diferentes gêneros discursivos concretizados nas práticas
discursivas das mais diversas esferas sociais.
No decorrer da história humana, desenvolveram-se diferentes tipos de atividades
sociais, nas quais foram produzidos tipos diferentes de textos a elas adequados.
Esses diferentes tipos de textos são o que Bakhtin (1992, p. 279) chama de gêneros
discursivos definindo-os como “tipos relativamente estáveis de enunciados”,
caracterizados por um conteúdo temático, um estilo (estruturação linguística) e uma
construção composicional (organização textual e relação entre locutor e interlocutor),
determinados pelas condições de uma dada esfera discursiva. São essas formas
estáveis que os gêneros do discurso trazem em seu interior que permitem identificá-
los como pertencentes de um determinado gênero.
Todas as nossas manifestações linguísticas se dão através de textos orais ou
escritos e todo e qualquer texto pode ser considerado como pertencente a um
determinado gênero. Concordando com o que diz Dionísio (2002, p. 162): “Quando
167
nós usamos linguagem, estamos realizando ações individuais que são
manifestações sócio-culturais, materializadas em gêneros textuais”.
Para a classificação dos textos em gêneros pode-se utilizar inúmeros critérios,
Marcuschi (2004) diz que podemos dividir os discursos em tipos que caracterizam
setores da vida social, como, por exemplo, o discurso religioso, político, publicitário,
didático dentre outros, no interior de cada tipo de discurso há os diferentes gêneros
discursivos os quais comportam suas próprias características, assim uma aula, um
livro de matemática ou uma apostila são diferentes gêneros de um mesmo tipo de
discurso, nesse caso o discurso didático.
Reitera-se a necessidade de explorar as práticas da oralidade, leitura e escrita a
partir da seleção dos diferentes gêneros textuais. Com relação às praticas da
escrita:
“(...) não se pode esquecer que ela deve ser vista como uma atividade sociointeracional, ou seja, significativa. É importante que o docente direcione as atividades de produção textual definindo em seu encaminhamento qual o objetivo da produção e para quem se escreve, em situações reais de uso” (DCE, 2008, p.66).
As condições, dessa produção escrita, serão embasadas não apenas pelas
estruturas linguísticas, mas principalmente pela oportunidade de construção de
significados por meio da análise discursiva com parâmetros da abordagem crítica de
leitura. Assim, a prática em sala de aula será alicerçada na interação ativa dos
alunos com a totalidade do texto, ou seja, desde suas condições de produção,
características do gênero escolhido, temáticas e finalidades discursivas,
especificidades linguístico-discursivos, dando ao aluno, condições de construir
sentidos para os textos.
Os conteúdos básicos para o curso Básico do CELEM/Espanhol, com duração de
2 (dois) anos, com carga horária anual de 160 (cento e sessenta) horas/aula,
perfazendo um total de 320 (trezentos e vinte) horas/aula, serão abordados a partir
dos seguintes gêneros textuais:
Esfera cotidiana de circulação: bilhete; carta pessoal; cartão felicitações; cartão
postal; convite; letra de música; receita culinária.
168
Esfera jornalística de circulação: anúncios classificados; cartum; charge;
entrevista; reportagem; sinopse de filme; horóscopo.
Esfera artística de circulação: autobiografia; biografia.
Esfera literária de circulação: conto; crônica; fábula; poema; história em
quadrinhos.
Esfera escola de circulação: cartaz; dialogo; exposição oral; mapa; resumo.
Esfera de produção e consumo: bula; embalagem; placa; regra de jogo; rótulo.
Esfera publicitária de circulação: anúncio; comercial para rádio; folder; paródia;
placa.
Esfera midiática de circulação: e-mail; mensagem de texto (SMS); telejornal;
telenovela; videoclipe.
Nestes gêneros discursivos serão abordados os seguintes fatores:
- textualidade centrada no leitor, tais como: tema, aceitabilidade; finalidade,
informatividade, intencionalidade e situacionalidade do texto; papel do locutor e
interlocutor; conhecimento de mundo; elementos extralinguísticos: entonação,
pausas, gestos; adequação do discurso ao gênero; turnos de fala e variações
linguísticas.
- textualidade centrada no texto: marcas linguísticas: coesão, coerência; gírias;
repetição; recursos semânticos; adequação da fala ao contexto (uso de distintivos
formais e informais como conectivos); diferenças e semelhanças entre o discurso
oral ou escrito.
Desataca-se a importância de se trabalhar em LEM os conteúdos decorrentes
do movimento das relações sociais, geradas através de debates de questões
políticas e filosóficas. Esses conteúdos tratam da diversidade étnicocultural e
problemas sociais contemporâneos, são eles: história e cultura afro-brasileira,
africana e indígena, como também a questão ambiental, enfrentamento à violência
na escola, prevenção ao uso indevido de drogas e direitos das crianças e
adolescentes. Conforme as leis 10.639/03; 11.645/08; 9795/99 e 11.525/07. Esses
temas serão abordados de forma contextualizada e articulados com os conteúdos
básicos, por meio de palestras, vídeos, panfletos e atividades culturais.
169
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Com as constantes transformações sociais, as abordagens estruturalista e
comunicativa já não atendiam a expectativas do ensino de uma língua estrangeira, a
partir de novos estudos percebeu-se que língua estrangeira vai muito além de mero
elemento de intermediação ou instrumento de comunicação entre o individuo e o
mundo.
Segundo a afirmação:
O trabalho com a Língua Estrangeira em sala de aula parte do entendimento do papel das línguas na sociedade como mais do que meros instrumentos de acesso à informação: as línguas estrangeiras são possibilidades de conhecer, expressar e transformar modos de entender o mundo e de construir significados (DCE, 2008, p. 63).
A partir dos mais recentes estudos das abordagens pedagógicas, as DCE para
LEM faz um encaminhamento metodológico à pedagogia crítica. Esta é uma
abordagem que entende a escola como espaço social democrático, onde o aluno
terá oportunidade de se apropriar dos conhecimentos historicamente produzidos, e
ter contato direto com a diversidade linguística e cultural por meio de uma
aprendizagem crítica, aprendendo a usar o conhecimento como instrumento para
compreender e transformar a realidade de suas relações sociais.
A presente proposta, de acordo com as DCE, propõe para o trabalho, em sala de
aula, com a Língua Estrangeira Espanhola, um encaminhamento metodológico que
tenha como ponto de partida o texto como unidade de linguagem em uso e
materializado através dos mais variados gêneros discursivos em circulação nas
diferentes esferas sociais.
A partir desse pressuposto a metodologia aplicada nas aulas de língua
espanhola será para desenvolver com os alunos um trabalho que lhes possibilite
confiar na própria capacidade de aprender, dentro de uma atmosfera de interação,
motivação e afetividade, por meio de atividades que aumentem a possibilidade de
construção de sentidos possíveis. Estas atividades têm como base o texto, já que
este não possui um sentido acabado, ou seja, está em constante mudança e recebe
novos significados de acordo com o sujeito que o lê, já que este, para estabelecer
relações, deverá “acrescentar-lhe” seu próprio conhecimento de mundo.
170
Assim, as práticas do ensino de língua espanhola estarão alicerçadas pela
apropriação dos:
(...) vários gêneros textuais, em atividades diversificadas, analisando a função do gênero estudado, sua composição, a distribuição de informações, o grau de informação presente ali, a intertextualidade, os recursos coesivos, a coerência e, somente depois de tudo isso, a gramática em si (DCE, 2008, p. 63).
Sendo assim, nas aulas de LEM CELEM/ Espanhol, o trabalho com o texto, terá
início a partir da análise da função do gênero estudado e suas especificidades, e os
conhecimentos linguísticos: ortografia, fonética e elementos gramaticais serão
trabalhados objetivando o uso efetivo da linguagem através de reflexões linguísticas
feitas a partir da necessidade e da própria produção do aluno e não a partir da
memorização de conceitos abstratos. Pois, a língua é concebida como um sistema
para a expressão de significados num contexto interativo, para Bakthin (1992), o
enunciado (a língua) está intrinsecamente ligado à vida, ao contexto no qual está
inserido, sendo que sempre terá caráter social.
Para um trabalho, em sala de aula, concreto, eficiente e que instigue a
apropriação das características típicas de cada gênero, as atividades serão
organizadas em “seqüências didáticas” a qual é definida como “um conjunto de
atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero
textual oral ou escrito” (DOLZ; NOVERRAZ; SCHNEUWLY, 2004, p. 97). Desta
forma, uma seqüência didática vem para ajudar o aluno a compreender as
especificidades de um determinado gênero de texto, para conseguir se comunicar de
maneira mais efetiva nas mais diversas situações comunicativas de sua
comunidade.
No trabalho a partir de uma sequência didática a produção dos gêneros textuais,
desenvolve-se numa dinâmica didática onde professor e aluno planejam a produção.
Primeiramente, coletando informações sobre o assunto, discutindo essas
informações para logo após redigir uma primeira versão do gênero. Na sequência
revisar e reproduzir o gênero textual em colaboração aluno/professor e somente
após essa revisão e ajuste das possíveis falhas o gênero estará na sua produção
final e pronto para a circulação na esfera social pertencente.
171
Essas atividades serão desenvolvidas em três etapas:
1ª etapa. Pré-atividade: propor questões para exploração do conhecimento
prévio dos alunos sobre: contexto de produção, conteúdo temático, forma
composicional e estilo do gênero. Essas atividades serão realizadas a partir do
gênero discursivo elegido de acordo com as necessidades comunicativas dos
alunos, articulando com outros gêneros da mesma esfera ou campo de circulação.
Para apresentação destes gêneros aos alunos serão utilizados variados recursos
didáticos/tecnológicos como, por exemplo: revistas; jornais; imagens; música; tv
multimídia e laboratório de informática.
2ª etapa. Atividade: realizar com os alunos atividades de reconhecimento das
especificidades do gênero discursivo trabalhado, seus aspectos linguísticos e
gramaticais relevantes para a compreensão do gênero de texto elegido. Nessas
atividades estarão envolvidas as práticas de leitura; oralidade e escrita por meio de
produções individuais e coletivas; dramatizações; pesquisas; cartazes, etc.
3ª etapa. Pós-atividade: sugerir um feedback, proporcionando ao aluno e ao
professor uma avaliação dos resultados por meio da reflexão do desempenho
alcançado nas atividades propostas e oportunizando condições para uma
recuperação concomitante.
A sequência didática proporciona ao estudante interagir com textos provenientes
de vários gêneros, percebendo que as formas linguísticas não são sempre idênticas,
não assumindo sempre o mesmo significado, mas são flexíveis e variam,
dependendo do contexto e da situação em que a prática social do uso da linguagem
ocorre.
Por meio dessa prática pedagógica observa-se o nível em que o aluno está
inserido, variando assim a complexidade e aprofundamento de conteúdo, buscando
constante atualização, para ser capaz de provocar mudanças necessárias no
processo e adequá-las à sua realidade.
172
AVALIAÇÃO
A avaliação deve superar a concepção de mero instrumento de medição da
apreensão dos conteúdos, visto que configura como processual de acordo com as
DCE de LEM e LDB nº9394/96.
A avaliação está profundamente relacionada com o processo de ensino e,
portanto, deve ser entendida como mais um momento em que o aluno aprende. Para
que um processo de aprendizagem seja efetivo, ele deve contemplar diversas
formas de avaliação, de forma constante e com um caráter de diagnóstico das
dificuldades de forma formativa e reflexiva.
Conforme o Projeto Político Pedagógico (PPP) do Colégio Neusa Domit (2010):
A verificação dos resultados se processará através do maior número possível de testes, provas, inquirições, observações, auto-avaliação, avaliação-cooperativa, feedback constante e tudo mais que ocorrer ao professor que possa permitir um domínio do conhecimento pretendido. O que o aluno sabe, deve ser valorizado, e considerado nas avaliações que são feitas. Todo progresso, por mínimo que seja, deve ter relevância, bem como o erro do aluno. Pois concede ao professor uma reflexão sobre seu próprio trabalho, onde precisa mudar, o que precisa reformular e o ponto de partida.
Ressalte-se a necessidade de um envolvimento por parte de toda a
comunidade escolar, sendo que o professor avaliará o desempenho do aluno – seu
progresso – e verificará se a sua metodologia está sendo adequada. Enquanto isso,
o aluno, necessita saber como está progredindo – como está sua evolução cultural –
e sua aquisição de conhecimentos. Os pais também devem estar envolvidos no
processo, já que se trata da educação de seus filhos. E devem acompanhar os
degraus avançados e as dificuldades apresentadas por eles na escola. E,
finalmente, a sociedade, esta a quem a educação deve comprovar a sua eficiência
no papel de sujeito crítico e participativo no meio que o cerca.
Os critérios de avaliação devem superar a concepção de mero instrumento de
medição da apreensão dos conteúdos, conforme as DCE (2008, p.32), “os critérios
de avaliação devem ser definidos pela intenção que orienta o ensino e explicitar os
173
propósitos e a dimensão do que se avalia (...) articulam todas as etapas da ação
pedagógica”.
A partir desse percurso desenvolvido espera-se que o aluno do curso de
aprimoramento do CELEM/Espanhol na sua prática discursiva da oralidade: utilize o
discurso de acordo com a situação de produção (formal e/ou informal); presente
suas ideias com clareza, coerência; utilize adequadamente entonação, pausas,
gestos; organize a sequência de sua fala; respeite os turnos de fala; explore a
oralidade, em adequação ao gênero proposto; exponha seus argumentos;
compreenda os argumentos no discurso do outro; participe ativamente dos diálogos,
relatos, discussões (quando necessário em língua materna); utilize expressões
faciais corporais e gestuais, pausas e entonação nas exposições orais, entre outros
elementos extralinguísticos que julgar necessário.
Na prática discursiva da leitura espera-se que o aluno: realize leitura
compreensiva do texto; identifique o conteúdo temático; identifique a ideia principal
do texto; deduza os sentidos das palavras e/ou expressões a partir do contexto;
perceba o ambiente (suporte) no qual circula o gênero textual; compreenda as
diferenças decorridas do uso de palavras e/ou expressões no sentido conotativo e
denotativo; analise as intenções do autor; identifique e reflita sobre as vozes sociais
presentes no texto; faça o reconhecimento de palavras e/ou expressões que
estabelecem a referência textual; amplie seu léxico, bem como as estruturas da
língua (aspectos gramaticais) e elementos culturais.
Na prática discursiva da escrita: expresse as ideias com clareza; elabore e re-
elabore textos de acordo com o encaminhamento do professor: atendendo: às
situações de produção propostas (gênero, interlocutor, finalidade); à continuidade
temática; diferencie o contexto de uso da linguagem formal e informal; use recursos
textuais como: coesão e coerência, informatividade, etc; utilize adequadamente
recursos linguísticos como: pontuação, uso e função do artigo, pronome, numeral,
substantivo, adjetivo, advérbio, etc.; empregue palavras e/ou expressões no sentido
conotativo e denotativo, em conformidade com o gênero proposto; use
apropriadamente elementos discursivos, textuais, estruturais e normativos atrelados
aos gêneros trabalhados; reconheça palavras e/ou expressões que estabelecem a
referência textual.
174
De acordo com as DCE (2008, p.32), “os instrumentos de avaliação devem
ser pensados e definidos de acordo com as possibilidades teórico-metodológicas
que oferecem para avaliar os critérios estabelecidos”.
Ao estabelecer critérios para a avaliação:
A seleção dos conteúdos, os encaminhamentos metodológicos e a clareza dos critérios de avaliação elucidam a intencionalidade o ensino, enquanto a diversidade de instrumentos e técnicas de avaliação possibilita aos estudantes variadas oportunidades e maneiras de expressar seu conhecimento (DCE, 2008, p.33).
Esses critérios avaliativos terão seus resultados processados por meio de
instrumentos de avaliação que oportunizem observar as limitações e avanços dos
aprendizes. As atividades avaliativas serão realizadas por meio dos seguintes
instrumentos: trabalhos escritos e/o orais desenvolvidos individualmente e/ou em
grupos; exercícios de caráter prático; dramatizações; produção de textos, cartazes,
pesquisas; atividades extraclasses e culturais resultantes dos conteúdos básicos da
disciplina de Língua Espanhola, objetivando a complementação dos estudos desta
língua estrangeira e de acordo com o Plano de Trabalho Docente.
Conforme a Instrução Normativa nº 019/2008 de 31 de outubro de 2008.
6.11 A avaliação de aprendizagem terá os registros de notas expressos em um escala de 0,0 (zero vírgula zero) a 10,0 (dez vírgula zero). (...) 6.16 Os alunos do CELEM que apresentarem frequência mínima de 75% do total de horas letivas e a média anual igual ou superior a 6,0 (seis vírgula zero) serão considerados aprovados ao final do ano letivo (SUED/SEED, 2008, p.5).
Ao final das avaliações de aprendizagem, será realizada uma recuperação
concomitante, prevista no Projeto Político Pedagógico do Colégio Neusa Domit
(2010):
A realização da recuperação concomitante de estudos ficará estabelecida como um processo no qual o professor retoma os conteúdos, trabalha de forma diferenciada, procura sanar as dificuldades de aprendizagem dos alunos e oferece a oportunidade aos mesmos de recuperarem sua defasagem, considerando sempre a maior nota alcançada (PPP, 2010, p.23).
175
Assim, tanto o professor quanto os alunos poderão acompanhar o percurso
desenvolvido e identificar dificuldades, bem como planejar e propor outros
encaminhamentos que busquem superá-las.
REFERÊNCIAS
BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1988.
________, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
BRASIL. Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e
bases da educação nacional. Poder Legislativo, Brasília, DF, 23 dez. 1996.
BRASIL. Lei n.º 11.161, de 05 de agosto de 2005. Dispõe sobre o ensino da língua
espanhola. Poder Legislativo, Brasília, DF, 08 ago. 2005.
DIONISIO, A. P.; MACHADO. A. R.; BEZERRA, M. A. (Org.). Gêneros textuais e
ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002.
DOLZ, J.; NOVERRAZ, M.; SCHNEUWLY, B. Sequencias didáticas para o oral e a
escrita: apresentação de um procedimento. In: DOLZ, J.; SCHNEUWLY, B. Gêneros
orais e escritos na escola. Campinas (SP): Mercado da Letras, 2004. p. 95-128.
(Tradução de Roxane Helena Rodrigues Rojo e Glaís Sales Cordeiro).
MARCUSCHI, L. A.; XAVIER, A. C. (Org). Hipertexto e gêneros digitais: novas
formas de construção de sentido. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.
Resolução nº 3904/2008. Centro de Línguas estrangeiras Modernas (CELEM).
Curitiba, 2008.
176
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação.
Instrução Normativa nº 019/2008. Centro de Línguas estrangeiras Modernas
(CELEM). Curitiba, 2008. Disponível em:
http://www.diaadia.pr.gov.br/sued/arquivos/File/Instrucao_2008/Instrucao_019_CELE
M.pdf Acesso em: 11 set. 2010.
PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO. Colégio Estadual Neusa Domit. União da
Vitória, 2010.
SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes curriculares da rede pública de educação básica do estado do Paraná: Língua Estrangeira Moderna.
Superintendência da Educação, 2008.
177
PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Apresentação da Disciplina
A Língua Portuguesa passou a integrar os currículos escolares brasileiros
somente nas ultimas décadas do século XIX. A princípio, devido ao contexto ainda
da vertente portuguesa para com o nosso índio, havia educação em moldes
institucionais com objetivo de alfabetização determinada pelo controle de classes e
cunho político. Foi em meados do século XVIII com Marquês de Pombal que se
tornou obrigatório o ensino da Língua Portuguesa no Brasil e em Portugal. O ensino elitista só começa a descaracterizar-se em 1967 quando se inicia a
democratização de ensino. Frente a esse cenário com o governo de Getúlio Vargas
inerente ao processo de industrialização, há a necessidade de propostas
pedagógicas tecnicistas conforme vigor da lei 5692/71.
Em meados da década de 70 o ensino tradicional passa a ser acrescido de
reflexões como uso de linguagem, contexto. Quanto á Literatura registra-se a
condução da análise literária e ao aluno mero ouvinte. Prevalecia a historiografia,
biografias sem estímulo à reflexão crítica. Todavia em 1990 com o Currículo Básico
do Paraná apontando os conteúdos por série enfatizados na gramática estrutural
estudando aspectos da Língua isolados.
Hoje vemos a Língua como forma viva de comunicação, precisamos saber
reconhecer nos discursos, sejam escritos, lidos ou falados, as marcas ideológicas e
precisamos preparar nosso aluno para posicionar-se criticamente diante dos
mesmos e assim encorajá-los para a vida.
Quanto às teorias e regulamentações, como observamos sintetizado aqui,
modificou, aperfeiçoou-se e logo precisará ser revista, pois o mundo, a tecnologia, a
vida, percorrem novos rumos rapidamente e a escola, o professor os alunos e
nossas bases pedagógicas norteadoras precisam ir ao encontro a novos rumos às
novas conquistas.
Segundo Paulo Freire “não há cultura nem história imóveis”, dessa forma
também a língua pode ser vista dentro do processo evolutivo, entendendo-se que
todo esse percurso nos remete ao que hoje encontramos como estruturas de apoio
desse processo dialógico, vendo o ensino da língua como uma circunstância natural
178
através da aprendizagem colaborativa, onde o discurso se constrói pelo processo de
interação envolvendo todos os elementos da aprendizagem em todos os contextos
situacionais.
A Língua Portuguesa tem como ponto culminante uma proposta que aborde
através do tripé – FALA-LEITURA-ESCRITA, oportunidades reais de uso e reflexão
da linguagem em situações reais e de diferentes usos dando conta dos fenômenos
lingüísticos estruturantes da língua, sendo esses significativos para os alunos.
A literatura e a Língua Portuguesa devem ser concebidas como prática social e
deve integrar-se num processo dinâmico e histórico dos agentes na interação verbal,
tanto na construção social da linguagem quanto dos sujeitos que nela interagem.
Diante disso assume-se uma posição entre sujeito histórico e socialmente situados a
partir das relações intra e interdiscursivas entre os alunos e com o outro.
Ressaltando tal concepção citamos Geraldi (1991-p. 6) “a linguagem não é o
trabalho de um artesão, mas trabalho social e histórico seu e dos outros é para os
outros e com os outros que ele se constitui”.
É necessário para tanto, uma postura de constante reflexão e avaliação, para
que dentro destes parâmetros, se alcance um trabalho fecundo e produtivo quanto
ao trabalho com a língua materna em situações de vivência e com todo
encantamento e primor da literatura.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Os conteúdos estruturantes contemplam a amplitude do processo ensino-
aprendizagem no ensino da língua materna. A partir dos mesmos trabalhamos o
discurso enquanto prática social realizada dentro da oralidade, leitura, escrita e
literatura. O foco do trabalho nessa perspectiva aborda essencialmente o texto e
suas relações intertextuais e contextuais. Todas essas relações apontam para uma
análise e reflexão lingüística.
Segundo Figueiredo faz-se “necessário que sejam desenvolvidas atividades em
sala de aula, atividades em que os alunos possam interagir entre si e aprender uns
com os outros”, pois estas estruturas de apoio colaborativo desenvolvem o processo
dialógico numa circunstância natural e evolutiva.
179
Entende-se por Conteúdo Estruturante, em todas saberes e conhecimentos de
grande dimensão, os quais identificam e organizam uma disciplina escolar. A partir
dele, advêm os conteúdos a serem trabalhados no dia-a-dia da sala de aula.
A seleção do Conteúdo Estruturante está relacionada com o momento
histórico-social. Na disciplina de Língua Portuguesa, assume-se a concepção de
Ausência de relação com as especificidades dos gêneros, uma vez que a análise é
mais de cunho estrutural e, quando normativa, desconsidera o funcionamento
desses gêneros nos contextos de interação verbal.
A fusão do trabalho com os gêneros, é usada na medida em que contempla
justamente a intersecção das condições de produção dos textos e as escolhas
linguísticas. Unidade privilegiada: a palavra, a frase e o período. Unidade
privilegiada: o texto. Preferência pelos exercícios estruturais, de identificação e
classificação de unidades/funções morfossitáticas e correção.
Há preferência por questões abertas e atividades de pesquisa, que exigem
comparação e reflexão sobre adequação e efeitos de sentido, linguagem como
prática que se efetiva nas diferentes instâncias sociais. Sendo assim, o Conteúdo
Estruturante da disciplina que atende a essa perspectiva é o discurso como prática
social.
O discurso é efeito de sentidos entre interlocutores, não é individual, ou seja,
não é um fim em si mesmo, mas tem sua gênese sempre numa atitude responsiva a
outros textos (BAKHTIN, 1999). Discurso, aqui, é entendido como resultado da
interação – oral ou escrita – entre sujeitos, é “a língua em sua integridade concreta e
viva” .
Brandão (2005) apresenta duas definições para discurso: a primeira delas diz
respeito ao uso comum da palavra. Nessa acepção, discurso é simplesmente fala.
A segunda definição, e a defendida por este Documento, o vê sob o enfoque
da ciência da linguagem. O discurso é toda a atividade comunicativa entre
interlocutores. Os agentes são: [...] seres situados num tempo histórico, num espaço
geográfico; pertencem a uma comunidade, a um grupo e por isso carregam crenças,
valores culturais, sociais, enfim a ideologia do grupo, da comunidade de que fazem
parte. Essas crenças, ideologias são veiculadas, isto é, aparecem nos discursos. É
por isso que dizemos que não há discurso neutro, todo discurso produz sentidos que
expressam as posições sociais, culturais, ideológicas dos sujeitos da linguagem. Às
vezes, esses sentidos são produzidos de forma explícita, mas na maioria das vezes
180
não. [...] Fica por conta do interlocutor o trabalho de construir, buscar os sentidos
implícitos, subentendidos.
É importante, no contexto destas Diretrizes, o entendimento de que o discurso
pode ser visto como um diferente modo de conceber e estudar a língua, uma vez
que ela é vista como um acontecimento social, envolvida pelos valores ideológicos,
está ligada aos seus falantes, aos seus atos, às esferas sociais .
Ao contrário de uma concepção de linguagem que centraliza o ensino na gramática
tradicional, o discurso tem como foco o trabalho com os enunciados (orais e
escritos). Rodrigues (2005) ressalta que o uso da língua efetua-se em formas de
enunciados, uma vez que o discurso também só existe na forma de enunciados. O
discurso é produzido por um “eu”, um sujeito que é responsável por aquilo que fala
e/ou escreve. A localização geográfica, temporal, social, etária também são
elementos essenciais na constituição dos discursos. Pensemos, então, como o
Conteúdo Estruturante desdobra-se no trabalho didático-pedagógico com a
disciplina de Língua Portuguesa. A Língua será trabalhada, na sala de aula, a partir
da linguagem em uso, que é a dimensão dada pelo Conteúdo Estruturante. Assim, o
trabalho com a disciplina vai considerar os gêneros discursivos que circulam
socialmente, com especial atenção àqueles de maior exigência na sua elaboração
formal. Na abordagem de cada gênero, é preciso considerar o tema (conteúdos
ideológicos), a forma composicional e o estilo (marcas linguísticas e enunciativas).
Ao trabalhar com o tema do gênero selecionado, o professor propiciará ao
aluno a análise crítica do conteúdo do texto e seu valor ideológico, selecionando
conteúdos específicos, seja para a prática de leitura ou de produção (oral e/ou
escrita), que explorem discursivamente o texto. A forma composicional dos gêneros
será analisada pelos alunos no intuito de compreenderem algumas especificidades e
similaridades das relações sociais numa
dada esfera comunicativa. Para essa análise, é preciso considerar o interlocutor do
texto, a situação de produção, a finalidade do texto, o gênero ao qual pertence, entre
outros aspectos.
As marcas linguísticas também devem ser abordadas no trabalho com os gêneros,
para que o aluno compreenda os usos da língua e os sentidos estabelecidos pela
escolha de um ou de outro elemento linguístico. Essas marcas linguísticas
apresentam “traços da posição enunciativa do locutor e da forma composicional do
gênero” (ROJO, 2005, p. 196). Para o aluno observar e refletir sobre esses usos da
181
língua, o professor selecionará conteúdos específicos que explorem os recursos
linguísticos e enunciativos do texto (como: modalizadores, operadores
argumentativos, aspectos de coesão e coerência, recursos de referenciação, modos
verbais, pontuação, etc.).
Nessas abordagens, as práticas de leitura, oralidade, escrita e a análise
linguística serão contempladas. Vale apontar o papel do professor diante dessas
práticas: “sua função não se reduz apenas a “transmitir”, a “repassar”, ano após ano,
conteúdos selecionados por outros; mas alguém que também produz conhecimento
[...]” (ANTUNES, 2007, p. 156). O professor é quem tem o contato direto com o aluno
e com as suas fragilidades linguístico-discursivas, seleciona os gêneros (orais e
escritos) a serem trabalhados de acordo com as necessidades,
objetivos pretendidos, faixa etária, bem como os conteúdos, sejam eles de oralidade,
leitura, escrita e/ou análise linguística.
OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA
O cerne do trabalho é oferecer condições e favorecer para que os alunos sejam
capazes de compreender e efetivar de forma competente e eficaz, diferentes
práticas sociais a partir de um trabalho voltado para:
Propor aos alunos um trabalho de diversidade textual, empregando a
oralidade em diferentes situações de contexto e interlocutores identificando as
intenções implícitas no discurso bem como subsidiar o posicionamento diante delas;
Oportunizar aos alunos situações discursivas por prática social
considerando interlocutores, objetivos, assunto, gênero e contexto previamente
determinado.
Dar condições para que o aluno possa refletir sobre textos produzidos,
lidos ou ouvidos observando e refletindo os mecanismos gramaticais disponíveis na
organização textual.
Levar o aluno a, através dos textos literários desenvolver a capacidade
de pensamentos críticos e sensibilizar estética dos alunos, garantindo que através
da Literatura haja expansão lúdica do trabalho com as práticas sociais da oralidade
e da escrita;
182
Com base nesses objetivos é preciso enfatizar que o processo de ensino-
aprendizagem consolide-se ao longo da vida dos alunos, e não se limitem às etapas
do processo escolar devido à importância desses processos interativos e sua
inserção ao meio em que vivemos.
CONTEÙDOS BÁSICOS
Os conteúdos básicos trabalhados em cada série tem como divisão os
gêneros textuais, os elementos composicionais, forma e estilo diferenciados por
série e cada professor deverá constar descritivamente os temas no planejamento
anual quando entregues para a equipe pedagógica. Serão priorizadas a leitura, a
oralidade, a produção, a análise linguística e a avaliação e/ou recuperação.
6º. Ano (5ª. Série)
LEITURA
- Identificação do tema
-Interpretação textual, observando: conteúdo temático, interlocutores, fonte,
intertextualidade, informatividade, intencionalidade, marcas linguísticas
- Identificação do argumento principal e dos argumentos secundários
- Inferências
ORALIDADE
- Adequação ao gênero: conteúdo temático, elementos composicionais, marcas
linguísticas
- Variedades lingüísticas
- Intencionalidade do texto
- Papel do locutor e do interlocutor: participação e cooperação
- Particularidades de pronúncia de algumas palavras
- Elementos extralínguísticos: entonação, pausas, gestos...
ESCRITA
-Adequação ao gênero: conteúdo temático, elementos composicionais, marcas
linguísticas
183
-Argumentação
-Paragrafação
-Clareza de idéias
-Refacção textual
ANÁLISE LINGÜÍSTICA perpassando as práticas de leitura, escrita e oralidade:
- Coesão e coerência do texto lido ou produzido pelo aluno
- Expressividade dos substantivos e sua função referencial no texto
- Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de outras categorias como
elementos do texto
- A pontuação e seus efeitos de sentido no texto
- Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito, hífen, itálico
- Acentuação gráfica
- Processo de formação de palavras
- Gírias
- Algumas figuras de pensamento
- Alguns procedimentos de concordância verbal e nominal
- Particularidades de grafia de algumas palavras
Gêneros textuais que serão trabalhados:
- literários/artísticos: contos de fadas, lendas, causos e fábulas, história em
quadrinhos, poema, cantigas, parlendas, trovas e trava-línguas;
- argumentativos: comentários, carta ao leitor, propaganda;
- prescritivos: regras dos jogos, verbetes de dicionário, receita culinária;
- correspondência: carta pessoal, e-mail, cartão postal, aviso, etc.;
- imprensa/midiática: notícia, classificados.
- outros: diário, piadas, adivinhas, narrativa de enigma, narrativa de aventura,
dramatização, exposição oral, convite, autobiografia, cartaz, verbete, quadrinhas,
cantigas de roda, fotos, mapas, aviso, horóscopo, anedotas, história e cultura afro-
brasileira e africana, sexualidade, prevenção ao uso indevido de drogas, educação
fiscal, enfrentamento à violência na escola, educação ambiental e a cultura indígena
entre outros.
184
7º. Ano (6ª. Série)
LEITURA
- interpretação textual, observando: conteúdo temático, interlocutores, fonte,
ideologia, papéis sociais representados, intertextualidade, intencionalidade,
informatividade, marcas linguísticas
- Identificação do argumento principal e dos argumentos secundários
- As particularidades (textuais, sintáticas e textuais) do texto em registro formal e
informal
- Texto verbal e não-verbal
ORALIDADE
- Adequação ao gênero: conteúdo temático, elementos composicionais, marcas
linguísticas
- Procedimentos e marcas lingüísticas típicas da conversação (entonação,
repetições, pausas...)
- Variedades lingüísticas
- Intencionalidade do texto
- Papel do locutor e do interlocutor: participação e cooperação
- Particularidades de pronúncia de algumas palavras
ESCRITA
- Adequação ao gênero: conteúdo temático, elementos composicionais, marcas
linguísticas
- Linguagem formal/informal
- Argumentação
- Coerência e coesão
- Organização das idéias/parágrafos
- Finalidade do texto
- Refacção textual
ANÁLISE LINGÜÍSTICA perpassando as práticas de leitura, escrita e oralidade:
185
- Discurso direto, indireto e indireto livre na manifestação das vozes que falam no
texto
- Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de outras categorias como
elementos do texto.
-A pontuação e seus efeitos de sentido no texto
- Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito, itálico, parênteses, hífen
- Acentuação gráfica
- Valor sintático e estilístico dos modos e tempos verbais
- A representação do sujeito no texto (expressivo/elíptico;
determinado/indeterminado; ativo/passivo)
- Neologismo
- Figuras de pensamento (hipérbole, ironia, eufemismo, antítese)
-Alguns procedimentos de concordância verbal e nominal
- Linguagem digital
- Semântica
- Particularidades de grafia de algumas palavras
Gêneros textuais que serão trabalhados:
- literários/artísticos: contos fantásticos, provérbios, poema, contra-fábulas,
não-verbais, memórias;
- argumentativos: resenha de filmes, enquête, assembléia;
- prescritivos: bula de remédio, manual de instrução, mapas;
- correspondência: carta comercial, panfletos, folder;
- imprensa/midiatista: reportagem, manchete, notícia;
- outros: entrevista oral escrita, crônica de ficção, música, estatutos, narrativa
mítica, tiras, exposição oral, paródia, chat, provérbios, torpedos, álbum de família,
literatura de cordel, carta de reclamação, diário, carta ao leitor, cartum, história em
quadrinhos, placas, pinturas, contemplar temas como a sexualidade, prevenção ao
uso indevido de drogas, educação fiscal, enfrentamento à violência na escola,
educação ambiental, história e cultura afro-brasileira e africana, culturas indígenas
entre outros.
8º. Ano (7ª. série)
186
LEITURA
-Interpretação textual, observando: conteúdo temático, interlocutores, fonte,
ideologia, intencionalidade, informatividade, marcas linguísticas
- Identificação da argumentação principal e dos argumentos secundários
- As diferentes vozes sociais representadas no texto
- Linguagem verbal e não-verbal, midiático, infográficos, etc.
- Relações dialógicas entre textos
ORALIDADE
- Adequação ao gênero: conteúdo temático, elementos com posicionais, marcas
linguísticas
- Coerência global do discurso oral
- Variedades lingüísticas
- Papel do locutor e do interlocutor: participação e cooperação, turnos de fala
- Particularidades dos textos orais
- Elementos extralingüísticos: entonação, pausas, gestos...
- Finalidade do texto oral
ESCRITA
- Adequação ao gênero: conteúdo temático, elementos compsicionais, marcas
lingüísticas
- Argumentação
- Coerência e coesão textual
- Paráfrase de textos
- Paragrafação
- Refacção textual
ANÀLISE LINGUÍSTICA perpassando as práticas de leitura, escrita e oralidade:
- Semelhanças e diferenças entre discurso escrito e oral
- Conotação e denotação
- A função das conjunções na conexão de sentido do texto
- Progressão referencial (locuções adjetivas, pronomes, substantivos...).
187
- Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de outras categorias como
elementos do texto
- A pontuação e seus efeitos de sentido no texto
- Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito, hífen, itálico
- Acentuação gráfica
- Figuras de linguagem
- Procedimentos de concordância verbal e nominal
- A elipse na seqüência do texto
- Estrangeirismos
- As irregularidades e regularidades da conjunção verbal
- A função do advérbio: modificador e circunstanciador
- Complementação do verbo e de outras palavras
Gêneros textuais que serão trabalhados:
- narrativos/literários: crônica, dramáticos, contos de aventuras, fábula
moderna, música;
- argumentativos: depoimento, carta ao leitor, carta de reclamação;
- prescritivos: estatutos, regulamentos;
- publicitários: comercial televisivo, propaganda, slogan;
- imprensa/midiática: reportagem televisiva, entrevista, vídeo clip, infográfico;
- outros: regimento, pesquisa, conto fantástico, narrativa de terror, paródia,
resumo, sinopse de filme, poema, biografia, narrativa de ficção científica, relato
pessoal, outdoor, blog, haicai,júri simulado, discurso de defesa e acusação, mesa
redonda, dissertação escolar, caricatura, escultura, história e cultura afro-brasileira e
africana, educação ambiental, educação fiscal, sexualidade, prevenção ao uso
indevido de drogas, enfrentamento à violência na escola, cultura indígena entre
outros.
9º. Ano (8ª. série)
LEITURA
- Interpretação textual observando: conteúdo temático, interlocutores, fonte,
intencionalidade, intertextualidade, ideologia, informatividade, marcas linguísticas
- Identificação do argumento principal e dos argumentos secundários
188
- Informações implícitas em textos
- As vozes sociais presentes no texto
- Estética do texto literário
ORALIDADE
- Adequação ao gênero: conteúdo temático, elementos composicionais, marcas
linguísticas
- Variedades lingüísticas
- Intencionalidade do texto oral
- Argumentação
- Papel do locutor e do interlocutor: turnos de fala
- Elementos extralingüísticos: entonação, pausas, gestos...
ESCRITA
-Adequação ao gênero: conteúdo temático, elementos composicionais, marcas
linguísticas
- Argumentação
- Resumo de tetos
- Paragrafação
- Paráfrase
- Intertextualidade
- Refacção textual
ANÁLISE LINGÜÍSTICA perpassando as práticas de leitura, escrita e oralidade:
- Conotação e denotação
- Coesão e coerência textual
- Vícios de linguagem
- Operadores argumentativos e os efeitos de sentido
- Expressões modalizadoras (que revelam a posição do falante em relação ao que
diz, como: felizmente, comovedoramente...)
- Semântica
- Expressividade dos substantivos e sua função referencial no texto
189
- Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de outras categorias como
elementos do texto
- A pontuação e seus efeitos de sentido no texto
- Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito, hífen, itálico
- Acentuação gráfica
- Estrangeirismos, neologismos, gírias
- Procedimentos de concordância verbal e nominal
- Valor sintático e estilístico dos modos e tempos verbais
- A função das conjunções e preposições na conexão das partes do texto
- Coordenação e subordinação nas orações do texto
Gêneros textuais que serão trabalhados:
- narrativos/literários: romance, fábulas contemporâneas, cordel, pinturas,
crônica;
- argumentativos: editorial, debate regrado, júri simulado, resenha de artigo de
opinião;
- prescritivos/jurídicos: leis, regimentos;
- científicos: relato histórico, artigos científicos, verbetes de enciclopédias,
pesquisa;
- imprensa/midiática: sinopse de filmes e livros, cartum, entrevista;
- outros: resumo, seminário, ata, artigo de opinião, debate, reportagem oral e
escrita, manifesto, relatório científico, narrativa fantástica, histórias de humor, contos,
música, charges, curriculum vitae, entrevista oral e escrita, assembléia, agenda
cultural, reality show, novela fantástica, conferência, palestra, fotoblog, depoimento,
imagens, instruções, sexualidade, cultura afro-brasileira e africana, educação
ambiental, educação fiscal, enfrentamento à violência na escola, cultura indígena
entre outros.
CONTEÚDOS BÁSICOS
1ª. 2ª. E 3ª. SÉRIE do ENSINO MÉDIO
Gêneros textuais que serão trabalhados por série
190
Primeira Série:
- literários: crônica, fábulas contemporâneas, biografia, letras de músicas,
contos;
- argumentativos: resenha crítica de filmes e documentários;
- científicos: relatório, relato de experiências, seminário, pesquisa;
- jurídicos: ofício, requerimentos, procuração;
- midiáticos: reportagem televisiva, blog, fotoblog;
- outros: textos dramáticos, romance, novela fantástica, poema, contos de
fada contemporâneos, diário, biografia, debate regrado, artigos de opinião, editorial,
classificados, resenha, dissertação escolar, chatas, e-mail, cartum, folder, anedotas,
histórias de humor, provérbios, educação ambiental, enfrentamento à violência na
escola, história e cultura afro-brasileira e africana, cultura indígena e rural, entre
outros.
Segunda Série:
- literários: contos contemporâneos, romance, música, pintura, poema;
- argumentativos: artigo de opinião, debate regrado, júri simulado;
- científicos: resenha de textos, filmes e livros, seminário, palestra, pesquisa;
- jurídicos: contrato, petição, procuração, leis;
- midiáticos: filmes, telenovelas, vídeo clip, documentários;
- outros: textos dramáticos, artigos de opinião, folder, cartum, blog, fotoblog,
biografia, editorial, classificados, dissertação, mesa redonda, croqui, esculturas,
debate, placas, outdoor, mapas, provérbios, tomada de notas, fotos, regras em
geral, estatutos, sexualidade, prevenção ao uso indevido de drogas, educação fiscal,
anedotas, educação ambiental, enfrentamento à violência na escola, história e
cultura afro-brasileira e africana, cultura indígena e rural, entre outros.
Terceira Série:
- literários: romance, dramáticos, música, poemas, crônica;
- argumentativos: artigo de opinião, editorial, carta ao leitor;
- científicos: resenha, seminário, pesquisa;
191
- jurídicos: leis, decretos, edital, artigos, emenda;
- midiáticos/imprensa: caricatura, charge, mesa redonda, infográficos;
- outros: novela fantástica, contos de fada contemporâneos, fábulas,
testemunhos, biografia, debate regrado, classificados, notícia, reportagem,
entrevista, anúncio, carta de leitor, carta ao leitor, carta de reclamação, tomada de
notas, resumo, dissertação escolar, conferência, palestra, pesquisa e defesa de
trabalho acadêmico, mesa redonda, instruções, regras em geral, leis, estatutos,
lendas, mitos, piadas, histórias de humor, tiras, cartum, caricaturas, paródia,
propagandas, placas, outdoor ,chats, e-mail, folder, blogs, fotoblog, orkut, fotos,
pinturas, esculturas, debate, depoimento, folhetos, mapas, croqui, explicação,
horóscopo, provérbios, sexualidade, prevenção ao uso indevido da droga, educação
fiscal, educação ambiental, enfrentamento à violência na escola, história e cultura
afro-brasileira e africana, cultura indígena e rural, entre outros.
LEITURA
- Interpretação textual, observando: contudo temático, interlocutores, fonte,
intencionalidade, ideologia, informatividade, situacionalidade, marcas lingüísticas,
- Identificação do argumento principal e dos argumentos secundários.
- Inferências
- As particularidades (lexicais, sintáticas e composicionais) do texto em registro
formal e informal
- As vozes sociais presentes no texto
- Relações dialógicas entre textos
- Textos verbais, não-verbais, midiáticos, etc.
- Estética do texto literário
- Contexto de produção da obra literária
- Diálogo da literatura com outras áreas
ORALIDADE
- Adequação ao gênero: conteúdo temático, elementos composicionais, marcas
linguísticas
- Variedades lingüísticas
- Intencionalidade do texto
192
- Papel do locutor e do interlocutor: participação e cooperação, turnos de fala
- Particularidades de pronúncia de algumas palavras
- Procedimentos e marcas lingüísticas típicas da conversação (entonação,
repetições, pausas...)
- Finalidade do texto oral
- Materialidade fônica dos textos poéticos
ESCRITA
- Adequação ao gênero: conteúdo temático, elementos composicionais, marcas
linguísticas
- Argumentação
- Coesão e coerência textual
- Finalidade do texto
- Paragrafação
- Paráfrase de textos
- Resumos
- Diálogos textuais
- Refacção textual
ANÁLISE LINGUÍSTICA perpassando as práticas de leitura, escrita e oralidade:
- Conotação e denotação
- Figuras de linguagem e pensamento
- Vícios de linguagem
- Operadores argumentativos e os efeitos de sentido
- Expressões modalizadoras (que revelam a posição do falante em relação ao que
diz, como: felizmente, comovedoramente...)
- Semântica
- Discurso direto, indireto e indireto livre na manifestação das vozes do texto
- Expressividade dos substantivos e sua função referencial no texto
- Progressão referencial do texto
- Função do adjetivo, advérbio, pronome, artigo e de ouras categorias como
elementos do texto
- Função das conjunções e preposições na conexão da partes do texto
193
- Coordenação e subordinação nas orações do texto
- A pontuação e seus efeitos de sentido no texto
- Recursos gráficos: aspas, travessão, negrito, hífen, itálico
- Acentuação gráfica
- Estrangeirismos, neologismos, gírias
- Procedimentos de concordância verbal e nominal
- Particularidades de grafia de algumas palavras
Conforme documento das novas diretrizes curriculares deverão ainda ser
trabalhadas a história e cultura afro-brasileira e africana conforme Lei 10639/03,
história e cultura dos povos indígenas conforme Lei 11645/08, política nacional de
educação ambiental conforme Lei 9795/99, a Resolução CNE/CEB número 1
Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo e
Resolução número 2 de 28 de abril de 2008 (Diretrizes Complementares da
Educação Básica do Campo). Diretrizes Curriculares Estaduais do Campo.
Sobre os Desafios Educacionais Contemporâneos como: cidadania e
educação fiscal, educação para os direitos humanos, educação ambiental,
enfrentamento à violência na escola, prevenção ao uso indevido de drogas, são
temas que atualmente trabalhamos em quase todos os textos e matérias que os
professores usam em sala de aula, mesmo porque são no momento os temas mais
presenciais na vida dos nossos educandos e fazem parte dos maiores problemas
ocorrentes em nossa sociedade, daí, achar soluções adequadas para tais
problemas, conscientizando e informando.
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
A ação pedagógica referente à língua, portanto, precisa pautar-se na
interlocução, em atividades planejadas que possibilitam ao aluno não só a leitura e a
expressão oral ou escrita, mas, também, refletir sobre o uso que faz da linguagem
nas diferentes situações e contextos.
Pensar no ensino da Língua Portuguesa implica garantir a eficácia do trabalho
com as três práticas discursivas e a variedade de gêneros existentes dessa forma
garantir, trabalhos de mais variadas fontes, pesquisas, produções, apresentações,
194
leitura, reproduções e demais meios já citados, tanto individual quanto
coletivamente. Utilização de elementos didáticos variados, além de aulas
expositivas, filmes, documentários, cds, CD-ROM, transparências, mapas, cartazes,
revistas, cartuns entre outros recursos que estimulem e promovam a criatividade e o
real contato com a língua e suas relações no meio que nos cerca. Ainda serão
usados nos recursos didáticos e tecnológicos o TV pen drive, laboratório de
informática, livros didáticos da 5ª. À 8ª.s séries” Português na Ponta da Língua”,
autores: Márcia Fernandes e Rita Espechit. No Ensino médio livro didático
“Português/Linguagens” autores: William Roberto Cereja e Thereza Cochar
Magalhães.
O trabalho com a literatura será feita conforme descrição do DCE nos
conteúdos básicos para literatura. O quê, e como trabalhar. Já detalhado nos
conteúdos ao longo do texto.
As questões história e cultura afro-brasileira e africana deverão estar presentes
conforme Lei 10639/03. A história e cultura dos povos indígenas conforme Lei
11645/08 serão contemplados de acordo com a proposta curricular, a política
nacional da educação ambiental conforme Lei 9795/99 e as Resoluções CNE/CEB
no.1 e 2 que falam e determinam sobre a educação do campo, também deverão
constar, tanto nos conteúdos dos professores, quanto na metodologia e
avaliação, conforme já descrito ao longo do texto.
A ORALIDADE
O trabalho com a modalidade oral da linguagem deve ter o mesmo privilégio
que o trabalho com a modalidade escrita. É necessário, porém, que esse trabalho
não seja confundido com o de corrigir a fala do aluno, quando esta não coincidir com
a variedade considerada de prestígio.
Cabe a escola promover situações em que se faça necessário usar a
linguagem oral e que esse uso aproxime-se o máximo possível de situações reais.
Falar, escutar e refletir sobre a linguagem precisa fazer parte de atividades que
tenham sido devidamente planejadas para esses propósitos.
No que se referem às atividades, estas devem ser organizadas de modo que
possam contemplar os vários níveis de formalidade. Atividades desenvolvidas fora
195
do espaço escolar podem favorecer essa tarefa. Um exemplo de atividade que
requer um nível mais formal seria a explanação, numa feira de ciências, sobre como
funciona determinado invento. Já em uma atividade na qual seja necessário
conscientizar pessoas de camadas sociais mais baixas a respeito, por exemplo, da
importância de reciclagem do lixo, a linguagem utilizada deve ser num nível informal,
a fim de que seja claramente entendida por parte dos ouvintes.
O trabalho com linguagem oral pode ser feito interdisciplinarmente, nas
ocasiões em que seja preciso explicar um conteúdo, organizar em grupo o trabalho
específico daquela disciplina, relatar experiências que tenham sido realizadas.
Nessas atividades, assim como falar, escutar também deve ter real utilidade.
Algumas atividades que poderiam envolver o trabalho com a linguagem oral
de forma significativa seriam os seminários; as dramatizações de textos teatrais; as
simulações de programas de rádio e televisão; as encenações de situações da vida
cotidiana, como as ocorridas em uma feira livre, numa agência bancária, num
ônibus; as dramatizações de telenovelas, parodiando-as, entre outras.
A Língua Portuguesa aponta a importância de, nas produções de textos orais,
o aluno ser orientado a planejar a fala valendo-se da linguagem escrita; a ajustar o
texto à variedade lingüística adequada, de acordo com seu público; a reconsiderar
seu planejamento prévio, ajustando-o conforme a reação de seus interlocutores; a
considerar a utilização de elementos não-lingüísticos como possíveis provedores de
sentido.
A fim de concluir, o trabalho com a linguagem oral é bem apropriado para
firmar entre os alunos valores e atitudes. É uma ótima oportunidade para que o
preconceito lingüístico e, junto dele, o social e o cultural sejam combatidos. O
trabalho é propício ainda para que a diversidade cultural, social e econômica seja
valorizada e certos mitos de “melhor” ou “pior” sejam desfeitos.
Contemplando esses objetivos, o trabalho com a modalidade oral da língua
muito tem a colaborar com a formação de cidadãos responsáveis e conscientes de
seu papel social.
196
A LEITURA - Durante muito tempo, a leitura era entendida simplesmente
como um ato de decodificação, em que se convertiam letra em sons. Em função
dessa visão, a escola formou uma quantidade muito grande de leitores inaptos a
realmente compreenderem os textos lidos, embora os decodificassem.
O verdadeiro ato de ler é um processo de atribuição de sentido ao texto, isto
é, a partir de conhecimentos que já possui, o leitor interage com o texto, construindo
um significado.
Esse processo envolve o uso de estratégias, ou seja, ações pelas quais o
leitor guia sua leitura. São elas: seleção; predição; inferência; autocontrole;
autocorreção.
Os objetivos que levam alguém a ler podem ser os mais variados. Algumas
pessoas lêem porque estão buscando uma informação, outras porque precisam
aprender algo, outras porque querem conhecer o pensamento alheio, outras ainda
leem a fim de “sonhar” ou de se divertir. Qualquer que seja o motivo, para alcançar
o objetivo desejado é importante que a leitura seja a mais eficiente possível.
A partir do contato com texto diversificados e de qualidades consideráveis é
que o aluno poderá alcançar a capacidade de ler criticamente.
Para que o processo de ensino/aprendizagem de leitura tenha sucesso, é
preciso que se dispendam esforços no sentido de criar o gosto pela leitura. Diante
disso, esse compromisso deve fazer parte dos objetivos da escola como um todo.
Podemos tomar os seguintes procedimentos:
- Investir numa biblioteca, devidamente organizada e atraente, é o primeiro
passo rumo a essa conquista. Do acervo deve constar um número considerável de
títulos, sendo eles de gêneros literários variados e ainda materiais diversos como
jornais, revistas, almanaques, quadrinhos, guias. Os livros e demais materiais devem
estar disponíveis para consulta e empréstimo.
- Além da biblioteca escolar, é conveniente formar uma biblioteca dentro da
própria sala de aula, em que os livros estejam à disposição para serem, a princípio,
manuseados. Com os livros expostos “aos olhos”, os alunos podem se sentir
seduzidos por eles.
- Propiciar momentos de leitura livre, em que o professor também participe
como leitor pode constituir-se em uma atividade interessante para discussão sobre o
que se leu para troca de sugestões e para aprendizagem com experiência do outro.
197
- É importante haver ocasiões em que os próprios alunos escolham suas
leituras, pois fora da escola os leitores determinam o que ler e o que não ler. Esse
tipo de atividade evita que, ao saírem da escola, os alunos percam o interesse pela
leitura e também propicia a aquisição de autonomia em suas escolhas.
- A discussão de um livro que tenha sido lido por todos, cuja escolha deve ser
consensual, é uma atividade interessante, pois ao aflorar as diversas interpretações
estabelecidas pelos alunos, provoca o conflito de opiniões. Essa é uma maneira de
tornar os leitores mais críticos.
- Promover a ida à biblioteca para criar o hábito de buscar leitura também é
necessário. Os alunos devem ser freqüentemente convidados a visitar a biblioteca
da escola ou a da cidade.
- Incentivar os alunos a trazerem livros, revistas e histórias em quadrinhos
que tenham em casa e dos quais gostem, para trocar com os colegas, promovendo
um intercâmbio de leituras.
- Durante a leitura silenciosa de um texto, o professor deve mostrar-se
fascinado pela história e interessado em saber seu final. Isso provavelmente
despertará a curiosidade dos alunos, instigando-os a querer descobrir o que há de
tão interessante naquilo que está sendo lido.
Ademais, o compromisso de formar leitores deve ser firmado por toda a
comunidade escolar. Se preciso for, a escola deve desenvolver um projeto que vise
a transformar os próprios professores e os bibliotecários em leitores.
A formação do professor é fundamental, pois é ele quem lida com os alunos
no seu dia-a dia, sendo, portanto, quem melhor os conhece. É essencial que o
mestre tenha a consciência de que ler é necessário e importante. Antes de tudo, o
professor precisa ser um bom leitor. Só assim conseguirá criar em seus alunos o tão
necessário gosto pela leitura.
A ESCRITA
Ler e escrever devem ser considerados dois atos inseparáveis. A prática da
leitura favorece a escrita, ou seja, quem tem o hábito de ler textos diversos tem mais
condições de refletir sobre as idéias e formular opiniões. Afinal, ao escrevermos um
texto, precisamos ter nossa opinião formada acerca do assunto a ser desenvolvido.
Antes de solicitar a produção de um texto ao aluno, faz-se necessário,
portanto, despertar e/ou ampliar seus conhecimentos acerca do assunto que será
198
tratado, por meio de leituras e discussões. Reflexões sobre a intencionalidade com
que o texto será escrito a estrutura e a linguagem apropriada a esse tipo de texto
também são fundamentais para que o processo de escrita seja bem-sucedido.
O trabalho com produção de textos tem por objetivos formar escritores
competentes que sejam capazes de produzir textos bem-elaborados eficazes quanto
aos seus objetivos
A esse respeito, tem-se a seguinte definição de texto: qualquer passagem
falada ou escrita que forma um todo significativo independente de sua extensão.
Trata-se, pois, de um contínuo comunicativo contextual caracterizado pelos fatores
de textualidade: contextualização, coesão, coerência, intencionalidade,
informatividade, aceitabilidade, situacionalidade e intertextualidade.
Nesse sentido, o professor deve estar atento ao trabalho com a coesão e a
coerência, tratadas pela lingüística textual, na avaliação dos textos de seus alunos,
podendo auxiliá-los de maneira mais eficiente no processo de estruturação da
escrita.
Também é preciso conscientizar os alunos, enquanto produtores de textos
acerca dos elementos coesivos (conjunções, pronomes, elipses, palavras do mesmo
campo semântico, marcadores sequenciais) que podem auxiliá-los na conexão entre
as partes do texto, bem como a respeito da adequação e sequência do mesmo.
Nesse sentido, convém lembrar que não é necessário exigir dos alunos que saibam
a nomenclatura referente aos elementos coesivos, mas sim mostrar-lhes a forma
adequada de usá-los.
Em relação à linguagem escrita, convém lembrar que esta difere da
linguagem oral. Isso quer dizer que, ao lermos um texto, na maioria das vezes, não
estamos na presença de quem o escreveu. Portanto, é preciso deixar claro aos
alunos que todo texto deve ser elaborado de forma que os leitores possam depender
exclusivamente dele na construção de significado.
No processo de produção textual na escola, faz-se necessário também
esclarecer aos alunos a respeito de questões como: o assunto, o tipo e o gênero do
texto a ser elaborado, a escolha do interlocutor (real ou imaginário), o grau de
formalidade que precisa ser utilizado e o objetivo pelo qual o texto está sendo
escrito. Tais cuidados são de extrema relevância para garantir o sucesso dos textos
produzidos.
199
É papel do professor auxiliar os alunos no processo de revisão das produções
textuais, solicitando-lhes a releitura e reelaboração delas, a fim de melhorá-las o
máximo possível. O rascunho deve ser, portanto, valorizado como parte do processo
de produção do texto.
Aos alunos é essencial explicar que, para se produzir um texto bem escrito,
dois fatores são fundamentais: paciência e um trabalho contínuo com as palavras. É
preciso mostrar-lhes que a primeira versão de um texto sempre pode ser melhorada.
Afinal, para escrevermos um texto, além de organizarmos os nossos conhecimentos,
principalmente aqueles adquiridos através da leitura, precisamos também de
planejamento e de tantas tentativas e correções quantas forem necessárias para
alcançarmos o resultado pretendido. O texto só estará finalizado quando o seu autor
considerar que conseguiu transmitir, da melhor forma possível, todas as idéias a que
se propôs e não houver nenhuma outra modificação a ser realizada para melhorá-lo.
Como parte desse processo de reescrita de textos, pode ocorrer uma
autocorreção. Essa autocorreção pode ser feita de maneira individual, relendo para
si mesmo o texto produzido, como também de maneira coletiva, lendo ou permitindo
que outros leitores leiam o que foi escrito. Neste último caso, as possíveis sugestões
feitas pelos leitores devem ser consideradas no momento de reformulação.
LITERATURA
Conforme documento das diretrizes curriculares, ainda é trabalhada a parte
da literatura como diz o próprio documento descrito a seguir:
Partindo dos pressupostos teóricos apresentados na Estética da Recepção e
na Teoria do Efeito, as professoras Maria da Glória Bordini e Vera Teixeira de Aguiar
elaboraram o Método Recepcional, o qual é sugerido, nestas Diretrizes, como
encaminhamento metodológico para o trabalho com a Literatura. Optou-se por esse
encaminhamento devido ao papel que se atribui ao leitor, uma vez que este é visto
como um sujeito ativo no processo de leitura, tendo voz em seu contexto. Além
disso, esse método proporciona momentos de debates, reflexões sobre a obra lida,
possibilitando ao aluno a ampliação dos seus horizontes.
de expectativas.
Essa proposta de trabalho, de acordo com Bordini e Aguiar (1993), tem como
objetivos: efetuar leituras compreensivas e críticas; ser receptivo a novos textos e a
leitura de outrem; questionar as leituras efetuadas em relação ao seu próprio
200
horizonte cultural; transformar os próprios horizontes de expectativas, bem como os
do professor, da escola, da comunidade familiar e social. Alcançar esses objetivos é
essencial para o sucesso das atividades. Esse trabalho divide-se em cinco etapas e
cabe ao professor delimitar o tempo de aplicação de cada uma delas, de acordo com
o seu plano de trabalho docente e com a sua turma. A primeira etapa é o momento
de determinação do horizonte de expectativa do aluno/leitor. O professor precisa
tomar conhecimento da realidade sócio-cultural dos educandos, observando o dia-a-
dia da sala de aula. Informalmente, pode-se analisar os interesses e o nível de
leitura, a partir de discussões de textos, visitas à biblioteca, exposições de livros, etc.
Na segunda, ocorre o atendimento ao horizonte de expectativas, o professor
apresenta textos que sejam próximos ao conhecimento de mundo e às experiências
de leitura dos alunos. Para isso, é fundamental que sejam selecionadas obras que
tenham um senso estético aguçado, percebendo que a diversidade de leituras pode
suscitar a busca de autores consagrados da literatura, de obras clássicas.
Em seguida, acontece a ruptura do horizonte de expectativas. É o momento
de mostrar ao leitor que nem sempre determinada leitura é o que ele espera, suas
certezas podem ser abaladas. Para que haja o rompimento, é importante o professor
trabalhar com obras que, partindo das experiências de leitura dos alunos,
aprofundem seus conhecimentos, fazendo com que eles se distanciem do senso
comum em que se encontravam e tenham seu horizonte de expectativa ampliado,
consequentemente, o entendimento do evento estético. Neste momento, o leitor
tenta encaixar o texto literário dentro de seu horizonte de valores, porém, a obra
pode “confirmar ou perturbar esse horizonte, em termos das expectativas do leitor,
que o percebe, o julga por tudo que já conhece e aceita”.
Após essa ruptura, o sujeito é direcionado a um questionamento do horizonte
de expectativas. O professor orienta o aluno/leitor a um questionamento e a uma
autoavaliação a partir dos textos oferecidos. O aluno deverá perceber que os textos
oferecidos na etapa anterior (ruptura) trouxeram-lhe mais dificuldades de leitura,
porém, garantiram-lhe mais conhecimento, o que o ajudou a ampliar seus
horizontes.
A quinta e última etapa do método recepcional é a ampliação do horizonte e
expectativas. As leituras oferecidas ao aluno e o trabalho efetuado a partir delas
possibilitam uma reflexão e uma tomada de consciência das mudanças e das
aquisições, levando-o a uma ampliação de seus conhecimentos. Para a aplicação
201
deste método, o professor precisa ponderar as diferenças entre o Ensino
Fundamental e o Ensino Médio. No Ensino Médio, além do gosto pela leitura, há a
preocupação, por parte do professor, em garantir o estudo das
Escolas Literárias. Contudo, ambos os níveis devem partir do mesmo ponto: o aluno
é o leitor, e como leitor é ele quem atribui significados ao que lê, é ele quem traz
vida ao que lê, de acordo com seus conhecimentos prévios, linguísticos, de mundo.
Assim, o docente deve partir da recepção dos alunos para, depois de ouvi-los,
aprofundar a leitura e ampliar os horizontes de expectativas dos alunos.
O primeiro olhar para o texto literário, tanto para alunos de Ensino
Fundamental como do Ensino Médio, deve ser de sensibilidade, de identificação. O
professor pode estimular o aluno a projetar-se na narrativa e identificar-se com
algum personagem. Numa apresentação em sala de aula o educando revela-se e,
“provocado” pelo docente, justifica sua associação defendendo seu personagem. O
professor, então, solicita aos alunos que digam o que entenderam da história lida.
Esta fase é importante para que o aluno se perceba como coautor e tenha contato,
também, com outras leituras, a dos colegas de sala, que não havia percebido.
É importante que o professor trabalhe com seus alunos as estruturas de apelo,
demonstrando a eles que não é qualquer interpretação que cabe à literatura, mas
aquelas que o texto permite. As marcas linguísticas devem ser consideradas na
leitura literária; elas também asseguram que as estruturas de apelo sejam
respeitadas. Agindo assim, o professor estará oportunizando ao aluno a ampliação
do horizonte de expectativa.
No caso da leitura de textos poéticos, o professor deve estimular, nos alunos,
a sensibilidade estética, fazendo uso, para isso, de um instrumento imprescindível e,
sem dúvida, eficaz: a leitura expressiva. O modo como o docente proceder à leitura
do texto poético poderá tanto despertar o gosto pelo poema como a falta de
interesse pelo mesmo. Assim, antes de apresentá-lo para os educandos, o professor
deve estudar, apreciar, interpretar, enfim, fruir o poema. Após este primeiro
momento, de forma adequada à série ou ao nível do aluno e conforme a
intencionalidade, o professor oportunizará ao aluno a experiência, na leitura, escrita
e oralidade, com novos gêneros e novas formas de expressão, como desenho,
dramatização, novos poemas, aprimorando a compreensão, interpretação e análise.
Há poemas em que desconsiderar a leitura do ritmo significa comprometer a
interpretação e a compreensão, assim como há poemas em que este recurso não é
202
tão relevante. Há poemas em que a escolha lexical é o que faz a diferença, outros,
ainda, em que a pontuação é carregada de significação. Há poemas em que
informações como as condições de produção, o contexto histórico-cultural fariam
falta para a sua compreensão, outros nem tanto, o poema responde por si só. Cabe
ao professor, portanto, observar quais os recursos de construção do poema devem
ser considerados para a leitura e, como mediador do processo, contribuir para que
os discentes sejam capazes de identificá-los e, sobretudo, permitir a eles que
efetivem, de fato a experiência de ler o texto poético em toda a sua gama de
possibilidades. O professor não ficará preso somente à linha do tempo da
historiografia, mas fará a análise contextualizada da obra, no momento de sua
produção e no momento de sua recepção (historicidade). Utilizará, também, no caso
do Ensino Médio, correntes da crítica literária mais apropriadas para o trato com a
literatura, tais como: os estudos filosóficos e sociológicos, a análise do discurso, os
estudos culturais, entre tantos outros que podem enriquecer o entendimento da obra
literária.
Pensadas desta maneira, embora tenham um curso planejado pelo professor,
as aulas de Literatura estarão sujeitas a ajustes atendendo às necessidades e
contribuições dos alunos, de modo a incorporar suas ideias e as relações
discursivas por eles estabelecidas num contínuo texto-puxa-texto. Nesse contínuo
de relações, percebe-se que o texto literário dialoga, também, com outras áreas,
numa relação exemplificativa, temos: Literatura e Arte; Literatura e Biologia;
Literatura e... (qualquer das disciplinas com tradição curricular no Ensino
Fundamental e Médio); Literatura e Antropologia; Literatura e Religião; entre tantas.
Portanto, a Literatura resulta o que precisa ser redefinido na escola: a Literatura no
ensino pode ser somente um corpo expansivo, não-orgânico, aberto aos
acontecimentos a que os processos de leitura não cessam de forçá-la. Se não for
assim, o que há é o fechamento do campo da leitura pela via do enquadramento do
texto lido a meros esquemas classificatórios, de natureza estrutural (gramática dos
gêneros) ou temporal (estilos de época). O trabalho com a Literatura potencializa
uma prática diferenciada com o Conteúdo Estruturante da Língua Portuguesa (o
Discurso como prática social) e constitui forte influxo capaz de fazer aprimorar o
pensamento trazendo sabor ao saber.
203
ANÁLISE LINGUISTICA
É a partir das atividades interativas e pela produção de textos que ocorre a
análise lingüística. O professor instiga a percepção das multiplicidades do ensino da
língua, as diferentes possibilidades de ligações e construções frasais, busca as
condições que interferem a construção do sentido no texto.
Considerar também conhecimentos prévios, desenvolvimento cognitivo e
domínio lingüístico como ponto de partida. Priorizar o domínio e o emprego sem
ênfase em listar de nomenclaturas, dar valor à relação e a uso e não ao mecanismo
de definições, o aluno precisa saber que a gramática pode ser consultada quando
houver dúvidas e organizar bem como adequar as idéias com unidade temática e
estrutural dentro do seu texto.
Assim é preciso fazer grupos ou individualmente, corrigir textos conforme as
reflexões e objetivos definidos dentro das práticas discursivas desenvolvidas,
trabalhar a reescrita de textos observando clareza, coerência e boa argumentação.
Identificar a denotação, a conotação e a metáfora bem como analisar os efeitos de
sentidos em polissemias. Reconhecer o valor persuasivo e efeitos estéticos das
figuras de linguagem. Estudar e reconhecer os elementos de formação de palavras e
suas funções dentro de cada enunciado.
Ressalta-se que os conhecimentos prévios e o grau de desenvolvimento
cognitivo e lingüístico do aluno é ponto de partida para seleção de conteúdos e
textos para os mesmos.
A análise lingüística inclui morfologia e sintaxe, variedades lingüísticas,
diferentes registros, diferenças entre oralidade e escrita e deve também direcionar-
se a assuntos de maior complexidade como: acentuação gráfica, pontuação,
regência verbal e nominal, figuras e estilos, crase, concordância verbal e nominal,
uso de classes de palavras, pronomes bem como mecanismos de coesão e
coerência.
Essa nomenclatura é base para o trabalho do professor, o aluno vai
desenvolver esses conceitos de forma internalizados, sem se ater ao formalismo
gramatical dentro de cada situação do texto proposta.
Com esse trabalho o aluno será motivado e provocado a escrever com gosto e
determinação. Essas práticas devem incentivar o aluno a evoluir e não limitá-lo a
produções que não venham ser ressignificadas.
204
AVALIAÇÃO
Avaliação deve ser formativa, pois é imprescindível que ela seja contínua e
priorize a qualidade e o processo de aprendizagem utilizando o professor para isso
da observação diária e de instrumentos variados, selecionados de acordo com cada
conteúdo e/ou objetivos oportunizado aos sujeitos do processo (professor e aluno) a
reflexão fazendo com que o professor procure caminhos para que os alunos
aprendam e participem mais das aulas, envolvendo-se realmente no processo de
ensino e de aprendizagem.
Avaliação é um componente do processo ensino que visa, através da
verificação e qualificação dos resultados obtidos, determinar a correspondência
destes com os objetivos propostos e, daí, orientar a tomada de decisões em relação
às atividades didáticas.
Considerando que o processo de aprendizagem é, por natureza, dinâmico e
que avaliação incide sobre aprendizagem, a avaliação também deve ser dinâmica.
Ela deve ocorrer durante todo o processo de ensino e aprendizagem e não da forma
como se dá habitualmente, ou seja, após fechamento de etapas do trabalho.
De acordo com essas teorias, a avaliação pode ser realizada através de
procedimentos como os seguintes:
Registrar o processo de aprendizagem geral e individual em, por
exemplo, diários de classe ou tabelas.
Analisar as produções que os alunos realizam em seu dia-a-dia
escolar, considerando a evolução ocorrida de uma atividade realizada para outra.
Por exemplo, numa produção de textos, analisar o progresso no uso de elementos
coesivos, a capacidade de estabelecer relações intertextuais etc.
Analisar a “performance” dos alunos em trabalhos cooperativos,
observando o espírito de liderança, a capacidade de organização, o empenho em
formular hipóteses e resolver problemas.
Verificar a maneira como os alunos portam-se em atividades que
envolvam a discussão, considerando o respeito à opinião alheia, a aptidão em expor
as idéias com clareza, a pertinência de suas colocações e exemplificações, a
capacidade de relacionar conteúdos à sua realidade.
Nas atividades específicas para avaliação, é recomendável agir da seguinte
forma:
205
Fornecer atividades similares às trabalhadas em sala de aula.
Informar aos alunos sobre o que se pretende avaliar a fim de que eles
não sigam por caminhos contrários ao objetivo que o professor tem em mente e,
assim, irem contra as expectativas docentes.
Tornar bem claro aos alunos que, nessa situação, é preciso ter
objetividade nas respostas, além de clareza ao se expressarem.
Estabelecer um tempo compatível com o volume e complexidade das
tarefas, evitando a incompletude da atividade.
Embora a avaliação seja atribuição própria do professor, os alunos também
podem ser incumbidos dessa tarefa através da auto-avaliação.
Avaliação da oralidade deverá levar em conta a participação do aluno nos
diálogos, relatos e discussões, a clareza que ele mostra ao expor suas idéias, a
fluência de sua fala, o seu desembaraço, a argumentação que ele apresenta ao
defender seus pontos de vista e, de modo especial, a sua capacidade de adequar o
discurso/texto aos diferentes interlocutores e situações. O aluno também deve
posicionar-se como avaliador ouvidor de noticiários, discursos políticos, e outras
falas tendo em vista o resultado esperado.
Quanto à leitura devem ser avaliadas as estratégias que os alunos empregam
no decorrer da leitura, a compreensão do texto lido e o seu posicionamento diante
do tema, bem como valorizar a reflexão do sentido construído e da sua resposta ao
texto. É importante considerar as diferenças de leituras de mundo e de vivência do
aluno. Cabe ainda propor ao aluno, questões abertas, discussões, debate e ainda
outras atividades que ocasionem as referidas reflexões.
Na avaliação escrita é essencial que os alunos sejam avaliados pelas condições de
produção determinadas pelas circunstâncias e o resultado dessa ação. O aluno
precisa ter bem claro o objetivo, a finalidade e precisa estar inserido em contextos
reais de interação comunicativa. O aluno deverá apresentar em seus textos
aspectos discursivos, textuais, ortográficos, gramaticais e contextualizar a
compreensão e a unidade temática, com coesão e coerência. Os elementos
lingüísticos utilizados nas produções dos alunos devem contar com práticas
reflexivas e contextualizadas.
É utilizando a língua oral e escrita em práticas sociais, que se efetuarão operações
com a linguagem refletida em diferentes possibilidades de uso da língua, assim é
206
que os alunos gradativamente chegarão à almejada proficiência em leitura e escrita,
ao letramento.
Se a escola, o professor e o aluno estiverem engajados e respeitando as diferenças,
limites e individualidades promoverão uma ação pedagógica de qualidade a todos
onde se privilegia o aluno como cerne das relações sociais que os afaste das
desigualdades e exclusões próprias de uma sociedade preconceituosa e muitas
vezes injusta.
Vamos dar espaço para que a escola seja um ambiente de saber sistematizado,
sobretudo acolhedor, justo e democrático.
QUANTO À LITERATURA concordamos com o documento das diretrizes
curriculares.
A literatura, como produção humana, está intrinsecamente ligada à vida
social. O entendimento do que seja o produto literário está sujeito a modificações
históricas, portanto, não pode ser apreensível somente em sua constituição, mas em
suas relações dialógicas com outros textos e sua articulação com outros campos: o
contexto de produção, a crítica literária, a linguagem, a cultura, a história, a
economia, entre outros. A literatura é vista como arte que transforma/humaniza o
homem e a sociedade. A literatura tem três funções: a psicológica, a formadora e a
social. A função psicológica permite ao homem a fuga da realidade mergulhando
num mundo de fantasias, o que lhe possibilita momentos de reflexão, identificação e
catarse. A literatura por si só faz parte da formação do sujeito, atuando como
instrumento de educação, ao retratar realidades não reveladas pela ideologia
dominante.
A função social, por sua vez, é a forma como a literatura retrata os diversos
segmentos da sociedade, é a representação social e humana. A partir desse
conceito, propõe-se, nestas Diretrizes, que o ensino da literatura seja pensado a
partir dos pressupostos teóricos da Estética da Recepção e da Teoria do Efeito, visto
que essas teorias buscam formar um leitor capaz de sentir e de expressar o que
sentiu, com condições de reconhecer, nas aulas de literatura, um envolvimento de
subjetividades que se expressam pela tríade obra/autor/leitor, por meio de uma
interação que está presente na prática de leitura. A escola, portanto, deve trabalhar
a literatura em sua dimensão estética.
O texto literário permite múltiplas interpretações, uma vez que é na recepção
que ele significa. No entanto, não está aberto a qualquer interpretação. O texto é
207
carregado de pistas/estruturas de apelo, as quais direcionam o leitor, orientando-o
para uma leitura coerente. Além disso, o texto traz lacunas, vazios, que serão
preenchidos conforme o conhecimento de mundo, as experiências de vida, as
ideologias, as crenças, os valores, etc., que o leitor carrega consigo.
Feitas essas considerações, é importante pensar em que sentido a Estética
da Recepção e a Teoria do Efeito podem servir como suporte teórico para construir
ma reflexão válida no que concerne à literatura, levando em conta o papel do leitor e
a sua formação.
Recuperação concomitante
A recuperação concomitante ao período letivo será realizada no momento
mesmo em
que for detectada a deficiência do aluno e deve ser entendida como uma
consequência do
processo de avaliação continuada.
A recuperação será proporcionada mediante a atribuição de tarefas e
trabalhos
específicos, planejados pelo respectivo professor.
Na recuperação sob a forma de reforço e recapitulação, serão tratadas as
principais
deficiências individuais dos alunos.
A recuperação objetiva a recuperação da aprendizagem e consequênte
atribuição de
notas havendo a alteração das mesmas, caso seja necessário, pois o aluno deverá
atingir o
mínimo de média 6,0 por bimestre, como é o caso da nossa escola.
208
REFERÊNCIAS
Projeto político-pedagógico Colégio Estadual Neusa Domit.
Diretrizes curriculares de Língua Portuguesa – Ensino Fundamental e Médio – SEED
– Curitiba Paraná/2008
Livro Didático Público – Língua Portuguesa e Literatura/vários autores – Curitiba –
SEED – 2008
MEURER, José Luiz et ROTH – MOTTA, Desireé. Generos textuais e práticas
discursiva. Edusc. SP. 2002
Livros didáticos e para-didáticos enviados pela SEED bem como recursos da
biblioteca e biblioteca do professor.
Livros didáticos da 5ª. À 8ª.s séries” Português na Ponta da Língua”, autores:
Márcia Fernandes e Rita Espechit.
No Ensino médio livro didático “Português/Linguagens” autores: William Roberto
Cereja e Thereza Cochar Magalhães.
209
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO VIVA A ESCOLA DE LÍNGUA PORTUGUESA
Os encantos da Literatura vivenciada
Justificativa: A literatura é a arte da palavra em favor da sensibilidade. Através da
literatura o aluno é capaz de estabelecer relações dialógicas com os outros textos e
a sua articulação com as demais áreas do conhecimento. Além disso as expressões
de arte, cultura, veiculam diretamente a possibilidade de resgatar o conhecimento
prévio do aluno, seu perfil do leitor e transformá-lo levando em conta o constante
processo de aceleração do meio no qual está inserido. Conforme sugerem as DCEs,
é necessário que o ensino de literatura seja pensado a partir dos pressupostos
teóricos da estética da recepção sendo assim, busca-se nesse programa, aprimorar
o aluno/leitor, uma vez que a teoria oferece condições para formar um leitor capaz
de sentir e expressar o que sentiu, de envolver-se com subjetividade pelos caminhos
da tríade obra/ autor/ leitor, numa interação efetiva da prática da leitura, sob
dimensão estética. A confrontação da realidade, a relação do leitor e da obra faz
com que se amplie o universo cultural do leitor e com isso algumas lacunas do texto
serão preenchidas como suporte na construção de uma reflexão que concerne à
literatura, priorizando o papel do leitor em formação.
Conteúdos: Emprego, leitura, reconhecimento e análise de diferentes
gêneros textuais entre eles romance, novela, contos, poemas......
Conteúdo Estruturante da Língua Portuguesa – Discurso como Prática
Social.
Contextualização de obras literárias e informações sobre autores.
Intertextualidade com músicas, charges, poemas, entre outros.
Objetivos: Despertar o interesse pela leitura de diferentes gêneros textuais.
Promover o contato com textos literários.
Produzir textos de diferentes gêneros.
Oportunizar possibilidades de assumir diferentes papéis e projeções quanto
ao “lugar do outro”.
Promover a sensibilidade a partir da criatividade;
210
confrontar posicionamento levando em conta as idéias oriundas de cada
texto-personagens-entre outros.
Encaminhamentos Metodológicos: Ressignificar o repertório individual do aluno
/ leitor, com práticas de pré- leitura, ativação e contextualização do repertório
individual.
Questionar o horizonte de expectativas do aluno/leitor . com estratégias
cognitivas visando a desautomatização da leitura permitindo ao aluno a extrapolação
e o posicionamento crítico diante do texto.
Ampliar o horizonte e atender às expectativas do aluno frente à experiência
de leitura e conhecimento de mundo individual, com uma variedade de gêneros sob
forma de declamação, contação de histórias entre outras, a partir da socialização de
textos e interesses de cada um e motivação de novos conhecimentos.
Constatação de histórias individuais e em grupo.
Musicalização de poemas e textos curtos;
Criação de poemas, paródias e clássicos da literatura brasileira.
Análise de textos e perfis de personagens
Criação de teatro de fantoches e de formas animadas através da literatura;
Confecção de murais com trabalhos desenvolvidos.
Recitais de poesia, declamação e música
Confeccionar livros com texto não verbal utilizando material diversificado
como E.V.A., papéis coloridos, entre outros.
A organização e o desenvolvimento do trabalho permitirão flexibilidade.
Sendo portanto o trabalho conduzido com os autores: Mário Quintana, Manoel
Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes, José Paulo Paes,
Cecília Meireles, Roseane Murray, Ziraldo, Ana Maria Machado, Rute Rocha, não
necessáriamente nesta ordem. Além disso poderão ser incluídos outros.
Infraestrutura: Escola: Tv Pendrive, Laboratório de Informática, Biblioteca, salas e
recursos materiais.
Resultados Esperados: Espera-se que com a execução do Programa os alunos
possam modificar e ampliar o horizonte de suas expectativas, promovendo a
211
formação do leitor consciente e crítico. Além disso, oportunizar momentos de prazer,
fruição, de estímulo à capacidade criadora de forma lúdica e harmoniosa.
Critérios de Participação: O programa destina-se a alunos do Ensino Fundamental
regularmente matriculados, atendendo preferencialmente aos que estejam em
vulnerabilidade social e aos que tenham interesse pela literatura e dimensão da
mesma.
212
PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
De acordo com a DCE, compreendemos a Matemática como construção
humana, desde os primórdios das civilizações tanto no campo científico quanto
tecnológico, independente da localização geográfica, a Matemática toma corpo
como disciplina curricular, objeto de estudos e discussão.
As primeiras civilizações desenvolveram a Matemática como conhecimentos
necessários a sua sobrevivência, resolução de problemas de ordem prática,
inicialmente sem a preocupação com registros. Os primeiros registros datam de
aproximadamente 2000 a.C. com os babilônicos, segundo as DCE, tais registros
classificados como álgebra elementar. ...como campo de conhecimento, a Matemática
emergiu somente mais tarde, em solo grego, nos
séculos VI e V a.C. Com a civilização grega,
regras, princípios lógicos e exatidão de
resultados foram registrados. Com os
pitagóricos ocorreram as primeiras discussões
sobre a importância e o papel da Matemática no
ensino e na formação das pessoas. .. (DCE,pg,
38).
Desta forma observamos que a partir da concepção da Matemática como
conhecimento científico, a primeira preocupação foi a necessidade de formação das
pessoas, o processo de ensino e de aprendizagem, necessitando assim a
sistematização e a formalização de conceitos matemáticos.
Na busca de respostas, de cunho filosófico, como a origem do mundo, os
gregos buscavam na Matemática em seus raciocínios abstratos, a possibilidade de
encontrar uma ordem universal e imutável para todos os acontecimentos, sejam eles
de ordem natural quanto social, por volta do século VI a. C.
Concebeu-se dessa forma a Matemática como disciplina de base puramente
racional esta concepção perdurou até o século XVII d.C. Nesse período, aconteceu
213
a sistematização das matemáticas estáticas, ou seja, desenvolveram-se a aritmética,
a geometria, a álgebra e a trigonometria (RIBNIKOV, 1987).
Os sofistas se compunham de grupos de mestres que viajavam de cidade em
cidade realizando aparições públicas para atrair estudantes, de quem cobravam
taxas para oferecer-lhes educação. O foco central de seus ensinamentos
concentrava-se no logos ou discurso, com foco em estratégias de argumentação,
considerados profissionais do ensino. O objetivo, desse grupo era formar o homem
político, que, pela retórica, deveria dominar a arte, da persuasão. Aos sofistas,
devemos a popularização do ensino da Matemática, o seu valor formativo e a sua
inclusão de forma regular nos círculos de estudos.
Os números estão presentes na vida do homem desde tempos “remotos
como os do começo da idade da pedra, o paleolítico” (aput DCE STRUIK, 1997, p.
29). A passagem do estágio de coleta para a produção de alimentos, por meio da
atividade agrícola, foi uma transformação fundamental, que gerou progressos acerca
do conhecimento de valores numéricos e de relações espaciais. O advento da
agricultura teve por consequência a criação de novos modos de vida.
O homem passou a fixar moradia nos lugares de terra fértil e, gradualmente,
desenvolveu ofícios como a cerâmica, a carpintaria e a tecelagem. A partir de então,
passou a desenvolver, também, um senso de contagem expresso em registros
numéricos por agrupamentos, entalhes em paus, nós em cordas, seixos ou conchas
em grupos. Esses métodos favoreceram o surgimento de símbolos especiais, tanto
para a contagem quanto para a escrita. Essas ideias de contagem evoluíram, de
modo que outros povos adotaram conceitos e criaram seus sistemas de numeração.
Entre eles, estavam os sumérios, os babilônios, egípcios, gregos, romanos, hebreus,
maias, chineses, indianos e árabes.
O atual sistema de numeração, formado pelos algarismos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7,
8, 9, iniciou com os números 1 e 2, quando o homem percebeu diferenças nítidas
entre a unidade, o par e a pluralidade. Na medida em que ampliou seu
conhecimento e se deparou com a complexidade de problemas, criou os demais
algarismos.
Ocorreram avanços na sua sistematização e hoje há diferentes formas de ler
os números, organizados nos seguintes conjuntos numéricos: naturais, inteiros,
racionais, irracionais, reais e complexos. O atual sistema de numeração,
214
denominado indo-arábico, configurou-se conforme a integração entre povos do
ocidente e do oriente, sobretudo em atividades comerciais do século XIII.
No entanto, a ciência Matemática não se resumiu à aplicação prática, também
se desenvolveu por tendências relacionadas ao pensamento abstrato. Assim, a
aritmética ganhou novas configurações, de modo que, gradualmente, a ciência
Matemática passou a ter um ramo denominado álgebra. A história da Matemática
registra, entre os babilônios, cerca de 2000 a.C., a existência de uma “aritmética”.
Citamos a seguir um breve referencial histórico, com uma ordem cronológica,
que demonstra a evolução do pensamento matemático e a profundidade da
discussão:
4000 a.C. - Na Mesopotâmia, os sumérios desenvolvem um dos primeiros
sistemas numéricos, composto de 60 símbolos.
520 a.C. - O matemático grego Eudoxo de Cnido define e explica os números
irracionais.
300 a.C. - Euclídes desenvolve teoremas e sintetiza diversos conhecimentos
sobre geometria. É o início da Geometria Euclidiana.
250 - Diofante estuda e desenvolve diversos conceitos sobre álgebra.
500 - Surge na Índia um símbolo para especificar o algarismo zero.
1202 - Na Itália, o matemático Leonardo Fibonacci começa a utilizar os
algarismos arábicos.
1551 - Aparece o estudo da trigonometria, facilitando em pleno Renascimento
Científico, o estudo dos astros.
1591 - O francês François Viète começa a representar as equações
matemáticas, utilizando letras do alfabeto.
1614 - O escocês John Napier publica a primeira tábua de algoritmos.
1637 - O filósofo, físico e matemático francês René Descartes desenvolve
uma nova disciplina matemática: a geometria analítica, com a mistura de
álgebra e geometria.
1654 - Os matemáticos franceses Pierre de Fermat e Blaise Pascal,
desenvolvem estudos sobre o cálculo de probabilidade.
1669 - O físico e matemático inglês Isaac Newton desenvolve o cálculo
diferencial e integral.
215
1685 - O inglês John Wallis cria os números imaginários.
1744 - O suíço Leonard Euler desenvolve estudos sobre os números
transcendentais.
1822 - A criação da geometria projetiva é desenvolvida pelo francês Jean
Victor Poncelet.
1824 - O norueguês Niels Henrik Abel conclui que é impossível resolver as
equações de quinto grau.
1826 - O matemático russo Nicolai Ivanovich Lobachevsky desenvolve a
geometria não euclidiana.
1931 - Kurt Gödel, matemático alemão, comprova que em sistemas
matemáticos existem teoremas que não podem ser provados nem
desmentidos.
1977 - O matemático norte-americano Robert Stetson Shaw faz estudos e
desenvolve conhecimentos sobre A Teoria do Caos.
1993 - O matemático inglês Andrew Wiles consegue provar através de
pesquisas e estudos o último teorema de Fermat.
Desta forma, fica caracterizada a evolução do conhecimento matemático em
consonância a evolução das civilizações e das necessidades práticas inerentes ao
cotidiano, bem como a possibilidade da imersão da análise e expansão do
conhecimento através da abstração.
OBJETOS DO CONHECIMENTO MATEMÁTICO
No início do século XX, os matemáticos procuravam trazer para a educação
um ensino da Matemática baseado nas explorações indutivas e intuitivas, o que
configurou o campo de estudo da Educação Matemática, embora o seu objeto de
estudo ainda esteja em construção, está centrada na prática pedagógica e engloba
as relações entre o ensino, a aprendizagem e o conhecimento matemático.
Nas Diretrizes (DCEs) assume-se a Educação Matemática como campo de
estudo que possibilita ao professor balizar sua ação docente, fundamentada numa
ação crítica que conceba a Matemática como atividade humana em construção.
216
A Matemática é uma das mais importantes ferramentas da sociedade
moderna. Ela está presente em praticamente tudo o que nos rodeia, com maior ou
menor complexidade.
A Matemática vista como uma maneira de pensar, como um processo em
permanente evolução, permite, dinamicamente, por parte do aluno, a construção e a
apropriação do conhecimento.
Apropriar-se dos conceitos e procedimentos matemáticos básicos contribui
para a formação do futuro cidadão, que se engajará no mundo do trabalho, das
relações sociais, culturais e políticas, desenvolvendo capacidades que lhes
permitam produzir e usufruir os bens culturais, sociais e econômicos. Para tanto é
preciso saber contar, comparar, medir, calcular, resolver problemas, construir
estratégias, comprovar e justificar resultados, argumentar logicamente, conhecer
formas geométricas, organizar, analisar e interpretar criticamente as informações,
conhecendo formas diferenciadas de abordar problemas.
Os conteúdos devem ter relevância social, propiciando conhecimentos
básicos essenciais, precisam estar articulados entre si e conectados com outras
áreas do conhecimento. Todo ser humano traz consigo saber informal, cultural e
estes precisam ser incorporados ao trabalho matemático escolar, diminuindo a
distância entre a Matemática da escola e a Matemática da vida. Aprende-se
Matemática não somente pela consistência de suas teorias, mas, para que, a partir
dela, o aluno amplie seus conhecimentos e, assim, contribua para o
desenvolvimento da sociedade.
O Universo pedagógico da matemática deve garantir não só o conhecimento
evolutivo como também instrumentalizar o aluno no convívio das situações do
mundo moderno.
O Ensino da Matemática devendo ser centrado na sistematização dos
conceitos a partir de uma determinada série não fica impedido de que se possa fazer
ocorrer antes, sobretudo quando se fizer necessário e existirem as condições
necessárias para isto. Também a utilização de determinado conceito não
deve se esgotar nas séries onde é sistematizado, mas que a partir daí possa a ser
regularmente utilizado na solução de problemas.
Os quatro campos do conhecimento matemático são: Campos Numéricos,
Campos Algébricos, Campos Geométricos e Campos de Estatísticas e
Probabilidades.
217
Campo Numérico - Tradicionalmente entendido como aritmética, trás como
significado privilegiado a utilização de símbolos e de linguagem específica para
representar números. Constitui um desenvolvimento com significado histórico e
prático. Neste nível de ensino, os alunos reconhecem que os números têm múltiplas
representações e, por isso mesmo, o desenvolvimento dos conceitos de frações,
decimais, porcentagens e a ideia das representações múltiplas destes números
necessitam de atenção e relevo especial. A capacidade de construir, ler, utilizar e
avaliar representações múltiplas da mesma quantidade constitui um passo crítico
para o início da compreensão e da construção em matemática.
Campo Algébrico - Exige atividades ricas em significados que permitam ao aluno
pensar genericamente, perceber regularidades e explicar estas regularidades
matematicamente, pensar analiticamente e estabelecer relações entre grandezas
variáveis.
Campo Geométrico - O estudo da geometria auxilia a representar e a descrever, de
uma forma ordenada, o mundo em que vivemos. Pra aprender geometria é
importante que o aluno passe pelas etapas de investigação, experimentação e
exploração, usando tantos objetos do cotidiano como outros materiais específicos.
As explorações devem envolver atividades simples e situações problemáticas
desafiantes que favoreçam o desenvolvimento do raciocínio matemático.
Algumas habilidades que podem contribuir para a formação do pensamento
geométrico são: estudo do espaço físico e das formas, estudo das propriedades das
figuras e das relações entre elas, construção de figuras ou modelos geométricos,
medição do espaço geométrico uni, bi e tridimensional, (conceito de cálculo de
perímetro, de área, de volume e capacidade), construção e justificação de relações e
proposições tendo como base o raciocínio hipotético dedutivo.
Campo de Estatística e Probabilidade - Os raciocínios combinatórios, estatísticos
e probabilísticos, por meio de explorações de situações de aprendizagem levam o
aluno a coletar, formular argumentos convincentes, tendo por base e análise de
dados organizados em representações matemáticas diversas.
METODOLOGIA
Este documento assume a postura metodológica que permite a apropriação
de um conhecimento em Matemática mediante a configuração curricular, que
218
promove a organização de um trabalho escolar, que se inspire e se expresse em
articulações entre os conteúdos específicos pertencentes ao mesmo conteúdo
estruturante e entre conteúdos específicos pertencentes a conteúdos estruturantes
diferentes, de forma que as significações sejam reforçadas e intercomunicadas,
partindo do enriquecimento e das construções de novas relações.
Nesse contexto, ao trabalhar os conteúdos Circunferências e Círculo, ambos
do conteúdo estruturante Geometria, o professor pode buscar na Álgebra, mais
precisamente nos conceitos de equações, elementos para abordá-los. Para o
conteúdo porcentagem, os conceitos da Álgebra também serão elementos básicos.
Nesse caso, entende-se não ser necessário estudar a Álgebra isoladamente dos
demais conteúdos.
O como ensinar Matemática está vinculado às reflexões realizadas por
educadores matemáticos. Encontram-se apontamentos para o exercício da prática
docente nas tendências temáticas e metodológicas da Educação Matemática.
Beatriz D’Ambrósio (1989) elege algumas propostas metodológicas que procuram
alterar as maneiras pelas quais se ensina Matemática. A autora destaca a Resolução
de Problemas, a Modelagem Matemática, o uso de Mídias Tecnológicas, e a História
da Matemática.
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
Os conteúdos estruturantes quando trabalhados de forma contextualizada
levam o aluno a resolução de problemas, isto não ocorre de forma imediata pois,
muitas vezes é preciso levantar hipóteses e testá-las. Desta forma, uma mesma
situação pode ser um exercício para alguns e um problema para outros, dependendo
dos seus conhecimentos prévios. Sugere-se problematizar questões raciais bem
como sociais, questões estas que fazem parte do cotidiano escolar.
MODELAGEM MATEMÁTICA
É uma abordagem interdisciplinar que proporciona aos alunos uma visão para
indagou investigar, por meio da Matemática, situações oriundas de outras áreas da
realidade. Essas se constituem como integrantes de outras disciplinas ou do dia a
dia.
219
MÍDIAS TECNOLÓGICAS
Paralelamente ao uso de lápis e caderno, quadro e giz, o professor (e a
escola) deve usar (dispor) as tecnologias para ampliar as possibilidades de
observação e investigação, potencializando formas de resolução de problemas
preparando o cidadão para uma inserção social de acordo com a realidade.
HISTÓRIA DA MATEMÁTICA
A história da matemática não se trata simplesmente da tendência histórica
de, apenas, retratar curiosidades ou um conjunto de biografias de matemáticos
famosos, mas sim, de vincular as descobertas matemáticas aos fatos sociais e
políticos, às circunstâncias históricas e às correntes filosóficas que determinavam
o pensamento e influenciavam no avanço científico de cada época, bem como a
valorização das contribuições da etnomatemática, entender nos diversos
contextos culturais a matemática, sendo esta acessível a todos, sem
discriminação
O ensino da matemática partirá de situações problemas desafiadoras, porém
não tão complexas que se tornem desmotivadoras, trabalhando a resolução destas
em nível intuitivo, empírico e da demonstração.
O desenvolvimento da capacidade de cálculo e a ênfase ao processo de
construção do conhecimento e menor importância à memorização de fórmulas e
técnicas de algoritmos, serão abordagens de mecanismos para o processo ensino-
aprendizagem nesta disciplina.
Os recursos materiais, tecnológicos e didáticos disponíveis serão utilizados
como métodos para a aquisição do conhecimento nos temas trabalhados. Aula
expositiva dialógica com o uso de projeção do texto e imagens via computador e/ou
data show, uso de recursos instrucionais (apostila, Tv, livros, manuais).
Através de aulas expositivas, atividades em equipe, uso do livro didático, os
conceitos serão abordados aproximando sempre de uma proposta transdisciplinar, à
medida que propõe que os mesmos interajam com outras áreas do conhecimento.
A dinâmica de sala de aula organizada em três momentos:
(1º)problematização, (2º) busca do conhecimento, (3º) sistematização do
conhecimento, constitui uma forma de reflexão de onde podemos partir, onde
220
queremos chegar e qual a direção que podemos dar ao trabalho pedagógico para
que haja realmente uma aprendizagem significativa.
Os Desafios Educacionais Contemporâneos serão trabalhados na medida em
que os conteúdos da disciplina de Matemática assim oportunizar, valorizando a
diversidade cultural, abordando e estudando temas relevantes em sala de aula como
a contribuição Afro-brasileira e Africana na sociedade bem como a flexibilização
curricular para os alunos com deficiência.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Os Conteúdos Estruturantes abrangem os conhecimentos de forma ampla, os
conceitos e práticas formam uma síntese no que diz respeito a disciplina escolar e
campo de estudos, torna-se essencial para sua compreensão como objeto de
ensino. Constitui historicamente e são validados nas relações sociais.
Os Conteúdos Estruturantes propostos nestas Diretrizes Curriculares, para a
Educação Básica da Rede Pública Estadual, são:
• Números e Álgebra
• Grandezas e Medidas
• Geometrias
• Funções
• Tratamento da Informação ( análise de dados obtidos através de fontes como
IBGE, sobre educação, trabalho, questões sociais que refletem a diversidade cultural
brasileira).
NÚMEROS E ÁLGEBRA
Para o Ensino Fundamental, o Conteúdo Estruturante Números e Álgebra se
desdobra nos seguintes conteúdos:
• conjuntos numéricos e operações
• equações e inequações
• polinômios
• proporcionalidade
Para o Ensino Médio, o Conteúdo Estruturante Números e Álgebra se
desdobra
nos seguintes conteúdos:
221
• números reais
• números complexos
• sistemas lineares
• matrizes e determinantes
• equações e inequações exponenciais, logarítmicas e modulares
• polinômios
GRANDEZAS E MEDIDAS
Para o Ensino Fundamental, o Conteúdo Estruturante Grandezas e Medidas
englobam os seguintes conteúdos:
• sistema monetário
• medidas de comprimento
• medidas de massa
• medidas de tempo
• medidas derivadas: áreas e volumes
• medidas de ângulos
• medidas de temperatura
• medidas de velocidade
• trigonometria: relações métricas no triângulo retângulo e relações
trigonométricas nos triângulos
Para o Ensino Médio, o Conteúdo Estruturante Grandezas e Medidas
aprofunda
e amplia os conteúdos do Ensino Fundamental:
• medidas de massa
• medidas derivadas: área e volume
• medidas de informática
• medidas de energia
• medidas de grandezas vetoriais
• trigonometria: relações métricas e trigonométricas no triângulo retângulo
e a trigonometria na circunferência.
GEOMETRIAS
Para o Ensino Fundamental e Médio, o Conteúdo Estruturante Geometrias se
222
desdobra nos seguintes conteúdos:
• geometria plana
• geometria espacial
• geometria analítica
• noções básicas de geometrias não-euclidianas
Para o Ensino Médio, o Conteúdo Estruturante Funções engloba os
conteúdos:
• função afim
• função quadrática
• função polinomial
• função exponencial
• função logarítmica
• função trigonométrica
• função modular
• progressão aritmética
• progressão geométrica
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
Para o Ensino Fundamental, o Conteúdo Estruturante Tratamento da Informação
engloba os seguintes conteúdos:
• noções de probabilidade
• estatística
• matemática financeira
• noções de análise combinatória
Para o Ensino Médio, o Conteúdo Estruturante Tratamento da Informação
engloba os conteúdos:
• análise combinatória
• binômio de Newton
• estatística
• probabilidade
• matemática financeira.
223
Análise de dados (fonte IBGE) sobre educação e trabalho que mostram
informações sobre a população negra: índices de escolaridade, renda e questões
sociais.
AVALIAÇÃO
Considera-se que a avaliação deve acontecer ao longo do processo de ensino
e aprendizagem, ancorada em encaminhamentos metodológicos que abram espaço
para a interpretação e discussão, que considerem a relação do aluno com o
conteúdo trabalhado, o significado desse conteúdo e a compreensão alcançada por
ele. (DCE, 2008, p.69)
A avaliação do processo ensino e aprendizagem na disciplina de matemática
será realizada conforme disposto no Projeto Político Pedagógico deste
Estabelecimento de Ensino. Sendo a avaliação um processo de observação e
verificação, da maneira como os alunos aprendem os conhecimentos matemáticos,
a mesma é parte integrante do próprio processo de ensino aprendizagem e tem
como objetivo maior aprimorar a qualidade dessa aprendizagem.
No processo avaliativo, é necessário que o professor faça uso da observação
sistemática para diagnosticar as dificuldades dos alunos e criar oportunidades
diversificadas para que possam expressar seu conhecimento. Tais oportunidades
devem incluir manifestação escritas, orais e de demonstração, inclusive por meio de
ferramentas e equipamentos, tais como materiais manipuláveis, computador e
calculadora. (DCE, 2008 pg.69)
A avaliação é contínua, dinâmica, com frequência informal para que através
da observação possa ser emitido um parecer valorativo sobre a evolução do aluno
no aprendizado da matemática. Para culminar neste parecer valorativo é
fundamental deixar claro aos alunos os objetivos e critérios da avaliação e correção.
Verificar e medir o conhecimento matemático. Comentar os resultados obtidos.
Auxiliar os alunos a superar as dificuldades apresentadas, fazendo o aluno sentir-se
responsável no processo de aprendizagem e após oportunizar a recuperação
concomitante desses estudos.
Segundo as DCE(pg.69) alguns critérios devem orientar as atividades
avaliativas propostas pelo professor. Essas práticas devem possibilitar ao professor
verificar se o aluno:
224
• comunica-se matematicamente, oral ou por escrito ;
• compreende, por meio da leitura, o problema matemático;
• elabora um plano que possibilite a solução do problema;
• encontra meios diversos para a resolução de um problema matemático;
• realiza o retrospecto da solução de um problema.
Dessa forma, no processo pedagógico, o aluno deve ser estimulado a:
• partir de situações-problema internas ou externas à matemática;
• pesquisar acerca de conhecimentos que possam auxiliar na solução dos
problemas;
• elaborar conjecturas, fazer afirmações sobre elas e testá-las;
• perseverar na busca de soluções, mesmo diante de dificuldades;
• sistematizar o conhecimento construído a partir da solução encontrada,
generalizando, abstraindo e desvinculando-o de todas as condições particulares;
• socializar os resultados obtidos, utilizando, para isso, uma linguagem adequada;
• argumentar a favor ou contra os resultados
A recuperação de estudos será oferecida de forma contínua e concomitante,
durante o ano letivo, sendo que a nota obtida após estudos de recuperação, será
substituída a anterior referente aos mesmos objetivos.
Para efeito de registro de avaliação do educando, serão considerados os
valores numéricos de um (01) a dez (10), com intervalos de meio ponto (0,5), sendo
estes registros organizados em bimestres. A média é seis, sendo que o aluno
deverá atingir vinte a quatro pontos na soma dos bimestres, para aprovação por
média para o ensino fundamental e (12) doze pontos em dois bimestres para o
ensino médio por blocos. Poderá ainda ser utilizado o método de pesos para as
atividades sendo que o somatório de tais pesos configurem em uma nota entre 0
(zero) a 10 (dez), perfazendo desta forma uma nota única. Quanto ao número de
avaliações poderão variar de acordo com os conteúdos ministrados dentro do
bimestre, mas nunca inferior a 3 (três), a média bimestral resulta da média
aritmética simples entre as notas obtidas.
Portanto, considerando os procedimentos acima citados a avaliação
apresenta três funções: diagnóstica que é a verificação do conhecimento prévio dos
alunos com a finalidade de constatar os pré-requisitos necessários de conhecimento
que os educandos possuem para o preparo de novas aprendizagens. Formativa:
visa verificar se os alunos estão atingindo os objetivos previstos de forma gradativa
225
e hierárquica cada etapa da aprendizagem e é através desta forma de avaliação que
o aluno toma conhecimento dos seus erros e acertos, assim esta forma de avaliação
é orientadora, porque oriunda o estudo do aluno e o trabalho do professor. A
avaliação somativa, realizada ao final de cada bimestre(ensino fundamental) e de
cada semestre(ensino médio) tem o objetivo de verificar os níveis de
aproveitamento, ou seja, os resultados obtidos pelos educandos.
REFERENCIAS
ANDRINI, Álvaro, VASCONCLEOS, Maria Jose – Praticando Matemática 1ª edição
Editora Brasil. São Paulo 2002.
BIGODE, Antonio José Lopes. Matemática hoje é feita assim – São Paulo: FTD,
2002. (Coleção)
BOYER, Carl B. História da Matemática. São Paulo – Edgar Blucher : Edusp, 1974.
BRASIL/MEC. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.In:BRASIL/MEC. Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996.
D´AMBRÓSIO, B. Como ensinar matemática hoje? Temas e debates. Rio Claro, n 2
ano ll, p. 15– 9, mar/1989.
DANTE, Luiz Roberto – Tudo é Matemática 1ª edição.Editora Ática. São Paulo 2004.
DANTE, Luiz Roberto, Matemática, volume único – São Paulo; Ática,2005
GIOVANNI, Jose Ruy, CASTRUCCI, Benedito, e GIOVANNI JUNIOR, Jose Ruy – A
Conquista da Matemática - FTD São Paulo 2002.
GIOVANI, José Ruy, Matemática completa: ensino médio, volume único – São
Paulo; FTD, 2002.
226
GUELLI, Oscar. Matemática uma aventura do pensamento. 8° ed. – São Paulo:
Ática, 1999 – (Coleção)
IEZZI, Gelson, DOLCE, Osvaldo, MACHADO, Antonio – Matemático e Realidade 5ª
edição Atual Editora. São Paulo 2005.
Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual Neusa Domit
Regimento Escolar do Colégio Estadual Neusa Domit. 2008
SEED. Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná.
Matemática,
2009.
___________, Ofício de Professor, aprender mais para ensinar melhor- Fundação
Victor Cívita, 2004.
Referências On Line
http://www.matematica.br/
http://matematica.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=11
http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/genre.php?genreid=45
.
227
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO VIVA A ESCOLA DE MATEMÁTICA
APLICAÇÕES EM GEOMETRIA
Justificativa: Este programa visa a necessidade de trabalhar a Matemática como um
bem cultural construido nas relações do homem com o mundo em que vive e não
como uma ciência à parte, desligada da realidade. Nesse sentido, de acordo com
Meszaros (2007), citado nas Diretrizes Curriculares de Matemática(2008), a escola
deve incentivar a uma prática pedagógica fundamentada em diferentes
metodologias, valorizando concepções de ensino, de aprendizagem e de avaliação
que permitam aos professors e estudantes conscientizarem-se da necessiade de
uma transformação emancipadora. O ensino da Geometria desenvolvido por meio
de situações concretas e de modo diferenciado pode possibilitar uma aprendizagem
mais significativa deste conteúdo levando o aluno à consrução do conhecimento
geométrico.
Conteúdos:
- Geometria Plana
- Geometria Espacial
- Geometria não-euclidiana
Objetivos:
Desenvolver uma abordagem diferenciada para o ensino de Geometria.
Propor atividades diferenciadas utilizando os ciclos de aprendizagem no
ensino de geometria.
A aplicação da geometria em situações cotidianas; atividades
contextualizadas e o aprofundamento necessário para que o aluno se aproprie do
conhecimento cientifico.
*Encaminhamentos Metodológicos:
A metodologia utilizada privilegia o conhecimento do aluno, com a utilização prática,
de ferramentas que proporcionem a aprendizagem integral e científica do aluno;
valorizando suas habilidades, com o objetivo de dar significado aos conteúdos
228
matemáticos. Com uma abordagem diferenciada onde o conhecimento vai sendo
adquirido através das interações práticas e teóricas.
Atividades a serem realizadas no projeto:
Aulas de prática de campo;
Atividades de laborátorio de informática;
Atividades em sala para a sistematização dos conhecimentos;
Atividades em grupo, com apresentação e relatos de experiências;
Atividades com utilização de materiais diversos, calculadora, papel
milimetrado,esquados,cartolina,madeira, pregos, materiais reciclaveis, barbante, etc.
Mostra dos resultados obtidos para a comunidade escolar.
Infraestrutura:
Sala de aula, pátio da escola, laboratório de informática, recursos materiais,
transporte para atividades de pesquisa de campo.
Resultados Esperados:
Espera-se que os alunos transcendam do conhecimento empírico para o
conhecimento científico, mostrando a grande importância da geometria nas áreas de
conhecimento tanto na Matemática como em outras Ciências.
Critérios de Participação:
Participação dos alunos de Ensino Fundamental, Médio regularmente matriculados,
em vulnerabilidade social e demais que demonstrem interesse pela área.
229
PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO DE QUIMICA
OBJETIVOS DA DISCIPLINA
A história da química deve permear todo o ensino de química, possibilitando a
compreensão do processo de elaboração desse conhecimento com seus avanços,
erros e conflitos.
Gerar a percepção de que a Química esta diretamente ligada ao seu
cotidiano, e que a vida se mantêm e se transforma através de consecutivas reações
químicas.
Desenvolver a interpretação macroscópica para que interagindo com o
conhecimento microscópico possa-se fazer a compreensão de equações químicas,
correlacionando com cálculos matemáticos para se chegar a resultados numéricos e
comprovações de fenômenos com uma maior exatidão já que se trata de uma
ciência exata do conhecimento humano.
Proporcionar condições para uma aprendizagem significativa, atualizada e
eficaz, que prepare alunos competentes, éticos e com argumentação sólida
desenvolvendo hábitos, atitudes e valores que identifique um cidadão comprometido
com a sociedade.
Trabalhar a partir do experimental, desde que se possibilite ao aluno ampliar
sua visão de mundo. Portanto, aulas experimentais devem funcionar como espaço
de ensino de produção de conhecimento.
230
3 – CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1a série
BIMESTR
E
Conteúdo
Primeiro
Unidade 1: A ciência, os materiais e o lixo. Química, Tecnologia e Sociedade.
Texto: Lixo, material que se joga fora? Da Alquimia a Química; Conhecimento científico; Ciência, tecnologia e sociedade; A Química na sociedade; Transformações químicas.
Identificação de materiais e substâncias.
Texto: Lixo de todo tipo. Propriedades das substâncias; Densidade; Temperaturas de fusão e de ebulição; Solubilidade; Identificação das substâncias; Materiais e substâncias.
Materiais e substâncias: separação, constituição e simbologia.
Texto: Tratamento do lixo. Separação de materiais; Métodos de separação; Constituição das substâncias.
Segundo
Unidade 2: Modelos de partículas e poluição atmosférica.
Texto: poluição e desenvolvimento. O Químico e suas atividades.
A química, o Químico e suas atividades; Medidas.
231
Modelos atômicos.
Texto: Camada de ozônio, quem a protejerá? Modelos e teorias; Teorias filosóficas sobre a natureza da matéria; Modelo atômico de Dalton; Modelo atômico de Thomson; Radioatividade e o átomo; Modelo atômico de Rutherford; O átomo e suas partículas; O universo eletrônico dos átomos.
Terceiro
Unidade 3: Elementos, interações e agricultura. Classificação dos elementos químicos.
Texto: A Química e a Agricultura. Elementos químicos; Breve histórico da classificação dos elementos; A classificação moderna dos elementos químicos; A Lei Periódica.
Substâncias iônicas. Texto: O chão que nos alimenta. A combinação dos átomos; Íons e a condução de eletricidade; Formação de íon, Regra do octeto.
Quarto
Substâncias iônicas. Texto: Agrotóxicos. Sais; Representação das substâncias iônicas; Propriedades dos sais; Óxidos iônicos.
Substâncias moleculares.
Texto: Agricultura e desenvolvimento sustentável. Ligação covalente; Tipos de ligação covalente; Molécula; Substâncias orgânicas; Forças intermoleculares.
232
2a série BIMESTR
E
Conteúdo
Primeiro
Unidade 4: Cálculos, soluções e estética. Unidades utilizadas pelo químico.
Texto: O terno ideal de beleza. Grandezas físicas; Numerosidade; Quantidade de matéria; Texto: A obesidade e a imagem no espelho. Constante de Avogadro; Massa atômica, molecular e molar; Texto: Anabolizantes, beleza e força enganadoras. Conversões no cálculo estequiométrico.
Cálculos químicos.
Texto: Limpeza na medida certa. As leis das reações químicas; Balanceamento das reações químicas; Estequiometria; Texto: Cosméticos enganadores. Rendimento das reações.
Materiais: classificação, concentração e composição.
Texto: A química da pele. Soluções, colóides e agregados; Concentração; Composição; Diluição de soluções.
Segundo
Unidade 5: Termoquímica, cinética e recursos energéticos. Petróleo e hidrocarbonetos.
Texto: O petróleo como combustível. Petróleo e química orgânica; Propriedades dos átomos do carbono;
233
Cadeias carbônicas; Texto: Petróleo o suas aplicações. Hidrocarbonetos; Nomenclatura dos hidrocarbonetos; Benzeno.
Reações de combustão e termoquímica.
Texto: Combustíveis e energia. Equilíbrio térmico; Variação de energia em reações químicas; Entalpia; Energia de ligação; Lei de Hess; Leis da termodinâmica; Entropia; Energia livre.
Terceiro
Cinética Química.
Texto: Combustão. Cinética química; Texto: Combustíveis e ambiente. Teoria das colisões; Mecanismos de reação.
Unidade 6: Equilíbrio químico e água. Propriedades da água e propriedades coligativas.
Texto: Planeta Terra ou Planeta Água Propriedades da água; Água e solubilidade dos materiais; Propriedades coligativas.
Quarto
Ácidos e bases.
Texto: Poluição das águas. Ácidos e bases; As teorias de ácidos e bases; Chuva ácida; Texto: Os rios sem vida. A neutralização de ácidos e bases; Nomenclatura de ácidos, bases e sais.
Equilíbrio químico.
Texto: Saneamento básico. Reações químicas e reversibilidade; Sistemas químicos reversíveis; Equilíbrio químico; Alterações do estado de equilíbrio;
234
Princípio de Le Chatelier; Texto: Água para todos. Aspectos quantitativos de equilíbrios químicos.
3a série BIMESTR
E Conteúdo
Primeiro
Unidade 7: A química em nossas vidas. Alimentos e funções orgânicas.
Texto: Os alimentos. A química e os alimentos; Classificação química de substâncias orgânicas; Carboidratos; Álcoois; Fenóis; Aldeídos e cetonas; Éteres; Isomeria; Lipídios; Ácidos carboxílicos; Ésteres; Proteínas; Aminas e amidas; Texto: A informação e a dieta nossa de cada dia. Processos de conservação dos alimentos; Aditivos químicos.
Saúde e nomenclatura química.
Texto: A química ainda busca o elixir da longa vida? Os fármacos; Nomenclatura de substâncias orgânicas: regras gerais; A ação dos fármacos em nosso organismo; Texto: Saúde, riscos e alternativas. Medicamento genérico: questão de economia; Nomenclatura de substâncias orgânicas; As drogas que matam; Venenos: o risco esta ao nosso lado!
Segundo
Polímeros e propriedades das substâncias orgânicas.
Texto: Os plásticos e o ambiente. Plásticos e polímeros;
235
Propriedades dos polímeros; Propriedades das substâncias orgânicas; Acidez e basicidade de substâncias orgânicas; Reações de polimerização; Texto: O uso dos plásticos. O mundo dos plásticos; A revolução das fibras; Borrachas.
Indústria química e síntese orgânica.
Texto: Industria Química e desenvolvimento social. Instalação de uma indústria química; Síntese orgânica: alterando as estruturas das moléculas; O químico e as indústrias químicas; Síntese orgânica: alterando os grupos funcionais das moléculas.
Terceiro
Unidade 8: Metais, pilhas e baterias. Ligação metálica e óxido-redução.
Texto: Metais, materiais de nosso cotidiano. Propriedades dos metais; Ligação metálica; Ligas metálicas; Óxido-redução; Número de oxidação; Texto: Metalurgia e Siderurgia. Balanceamento de equações de reações de oxido-redução.
Pilhas e eletrólise. Óxido-redução entre metais; A pilha de Daniell; Potencial-padrão de redução; Potencial elétrico de pilhas; Tipos de pilhas e baterias; Texto: Descarte de pilhas. Eletrólise; Aspectos quantitativos da eletrólise.
Quarto
Unidade 9: Átomo, radioatividade e Energia Nuclear. Estrutura eletrônica do átomo.
Texto: O desastre da desinformação. A visão clássica do mundo físico; Modelo quântico para o átomo; A configuração eletrônica e a tabela periódica; As ligações químicas e o modelo quântico.
Estabilidade nuclear, radioatividade e energia nuclear.
236
Texto: Radioatividade, mocinha ou vilã. A descoberta da radioatividade; Emissões nucleares; Radioatividade e estrutura do átomo; Transformações nucleares; Cinética das desintegrações radioativas; Efeito da radiação no corpo; Aplicações de materiais radioativos; Transmutações nucleares; Fissão nuclear; Fusão nuclear; Usinas nucleares; Bombas atômicas; Lixo nuclear.
METODOLOGIA DE ENSINO
A aprendizagem da Química deve propiciar ações que permitam interferir em
seu meio real compreendendo a Química como ciência da natureza.
O fazer pedagógico de Química deverá envolver educando e educador pela
emoção e prazer do “fazer química”, à discussão e transformação da sociedade.
A interdisciplinaridade é um recurso a ser trabalhado, pois o universo tal qual
se apresenta não se caracteriza com divisões entre fenômenos físicos, biológicos,
geográficos, químicos entre outros, mas se relacionam incessantemente, pois a
química é a ciência que estuda a matéria, logo tudo o que existe.
Fazer uso de recursos oferecidos e disponíveis na unidade escolar tanto no
que tange a observação macroscópica de caráter experimental com uso de
laboratório, quanto às aulas didático/teóricas buscando o entendimento de
fenômenos com caráter microscópico. O uso de recursos tecnológicos deverá
acompanhar o ensino melhorando a inter-relação do aluno ao conhecimento
científico da química.
Utilizar a experimentação química para que se faça a construção de um
conhecimento teórico-prático unindo o universo micro ao macroscópico, a fixação da
aprendizagem Química se dá ao presenciar a ocorrência da transformação por meio
da experimentação. Com isso faz-se necessário o uso do laboratório da unidade
237
escolar. Contudo, visando à segurança quando realizado qualquer experimento com
algum grau de periculosidade ou que se mostre inadequado ao educando realizá-lo,
este deverá ser efetuado pelo profissional e observado pelos educandos, para que
relacionem o teórico ao prático.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Avaliar faz parte do projeto de construção da sociedade que desejamos, da
formação de um cidadão capaz de refletir, resolver problemas, decidir e atuar na sua
comunidade.
O professor deve identificar as diferentes formas de apropriação dos conceitos
científicos elaborados pelos alunos e a qualidade da mediação desenvolvida por ele.
A avaliação é não neutra, mas carregada de intencionalidade e de significados
por que implica em julgamentos de valor. O símbolo numérico deverá representar o
resultado de todo o processo desenvolvido.
A avaliação do processo ensino/aprendizagem na disciplina de química será
realizada conforme disposto no projeto político pedagógico deste estabelecimento
de ensino. No entanto, devemos deixar claro que sistema de avaliação se
caracteriza por diferentes formas de avaliação. No começo de cada bimestre realiza-
se um trabalho coletivo, em duplas ou trios de maneira que os alunos interajam com
o assunto abordado, uns com os outros e com o professor que permanece mediando
as dúvidas, geralmente este se faz com consultas a todo e qualquer material que se
faça necessário. Na sequência, realiza-se um trabalho da mesma maneira que o
coletivo, porém individual. Por fim, realiza-se uma prova individual e sem consulta.
Todas as avaliações se constituem de questões descritivas, de múltipla escolha,
somatórias e cálculos. A recuperação das notas baixas é realizada
concomitantemente, de maneira que a cada avaliação realizada, esta seja corrigida
no quadro perante a turma de maneira a rever os pontos onde cada aluno obteve
maior dificuldade, esclarecendo assim as dúvidas que perduraram. Após ambas as
formas de avaliação haverem sido realizadas, ocorre uma nova avaliação sobre
todos os assuntos abordados de maneira que os alunos que ainda não obtiveram
238
médias possam ter mais uma chance de recuperar suas notas. Todas as notas são
somadas e divididas de maneira a obter uma média ponderada de valores obtidos.
6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
6.1 - BÁSICA 1 - DIRETRIZES CURRICULARES DE QUÏMICA PARA O ENSINO MÉDIO. PR, Julho de 2006. 2 – PERUZZO, Francisco M. & CANTO, Eduardo L. do. Química Na Abordagem do Cotidiano. Vol. 1. Ed. Moderna, São Paulo, 2003. 6.2 - COMPLEMENTAR 1 – FELTRE, Ricardo. Química Geral. Vol. 1. Ed. Moderna, São Paulo, 2004. 2 – FONSECA, Martha R. M. da. Interatividade Química. Ensino Médio, Volume Único. FTD, São Paulo, 2003. 3 - GONÇALVES, José C. S. Tabela atômica: Um Estudo Completo. Atômica, Curitiba, 2001. 4 - MORTIMER, Eduardo F. Coleção Explorando o Ensino. Química. Ensino Médio, Volume Quatro. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Brasília, 2006. 5 - MORTIMER, Eduardo F. Coleção Explorando o Ensino. Química. Ensino Médio, Volume Cinco. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Brasília, 2006. 6 – SANTOS, Wildson L. P. Dos & MÓL, Gerson De S. Química e Sociedade. Vol. Único, Ensino Médio. Nova Geração. São Paulo, 2007. 7 - SARDELA, Antônio. Química. Ensino Médio, Volume Único, Ática, São Paulo, 2005. 8 - USBERCO, João & SALVADOR, Edgar. Química. Ensino Médio, Volume Único, Saraiva, São Paulo, 2007.
239
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR PARA A DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A Sociologia é uma ciência relativamente nova, pois usa formação data do
século XVIII e XIX. O processo de institucionalização desta ciência dependeu e
depende das condições sociais, econômicas e culturais das sociedades modernas.
O contexto de nascimento da Sociologia como disciplina cientifica é
marcado pelas consequências de três grandes revoluções: uma politica, a
Revolução Francesa de 1789, uma social a Revolução Industrial e uma Revolução
na ciência que refirma com o Iluminismo – esses acontecimentos conjugados
garantem as condições para o desenvolvimento de um pensamento sobre a
sociedade e a sua evolução.
Do âmbito político surgem outras bases de poder, do âmbito social surgem
novas classes como a dos operários fabris, a explicação do mundo pela fé e tradição
é substituída pela razão.
As transformações nas esferas política, social e cultural, provocam e são
provocadas por movimentos nas ideias, nas artes, nos costumes sociais, fazendo
com que o Iluminismo, o Racionalismo e o Positivismo delineassem uma ciência da
sociedade como uma necessidade histórica.
Com a missão de prever, prover e interagir na realidade social, a Sociologia
faz emergir diferentes faces de um mesmo problema colocado para reflexão e busca
de solução pelos primeiros pensadores sociais – Comte, Durkhein, Weber, e Marx.
Na França, a Sociologia entra na academia por meio de cursos para a
formação de professores. Durkhein foi um sociólogo bastante preocupado com a
formação dos pedagogos e considerava a Sociologia uma ciência fundamental na
capacitação dos professores.
Sendo o primeiro a lecionar a disciplina na Universidade de Bordeaux em
1887, propôs um método e objeto próprio, além de provar que os fenômenos sociais
eram passíveis de serem investigados cientificamente.
240
No desenvolvimento sociológico pode distinguir a identidade cognitiva, a
identidade social, a identidade histórica, bem como a definição do seu campo de
estudo e o processo de sua institucionalização.
No Brasil pode-se dizer que a luta pela introdução da Sociologia no Ensino
Médio já é centenária. Coube a Floriano Peixoto em 1891 a primeira iniciativa, se
considerarmos esta data podemos dizer que há 119 anos lutamos pela inserção
desta disciplina.
Por proposta de Fernando Azevedo. A primeira escola a introduzir a
disciplina em seu curso de nível médio foi a tradicional Dom Pedro II, no Rio de
Janeiro em 1925.
Em 1928, a disciplina passa a fazer parte obrigatória do currículo das
Escolas Normais do Distrito Federal (Rio de Janeiro) e da cidade de Recife – PE.
Em 1931 no início da Era Vargas com o ministro da Educação Francisco
Campos ocorre uma ampliação da disciplina de Sociologia no país em nível
secundário.
Já em 1942 com o ministro Gustavo Capanema a obrigatoriedade da
disciplina de sociologia é retirada dos currículos das Escolas Secundárias,
permanecendo apenas nas Escolas Normais.
Nesse período diversas escolas de nível superior que formariam os
primeiros sociólogos no Brasil são fundadas em especial, a Escola de Sociologia e
Política de São Paulo
De 1964 a 1989-A ditadura militar e seus generais retiraram todos os
resquícios da disciplina de sociologia das escolas médias no país. Professores
secundários e universitários foram presos, cassados e aposentados
compulsoriamente em especial a partir de 1969, com o ato Institucional nº 5.
Com a Lei 5692 de 1971, ocorre a introdução nos currículos das Escolas
Médias que passam a se chamar Segundo Grau das disciplinas de Educação Moral
e Cívica, - EMC e Organização Social e Política do Brasil – OSPB – numa tentativa
se substituir respectivamente Filosofia e Sociologia.
Em 1979, ocorre que alguns estados, deputados apresentam propostas de
leis estaduais pela introdução da disciplina de sociologia, sendo que em alguns
deles. acabam sendo sancionadas como leis estaduais pelos governadores gerais.
241
No RS em 1989 é aprovado na Assembleia o projeto que introduz a
disciplina, mas acabou virando “letra morta”, pois não foi seguida pela Secretaria de
Educação do Estado.
Com a edição da Lei 7.044/82, sancionada pelo então Presidente- General
João Batista de Oliveira Figueiredo.
Em 1983, a disciplina é introduzida em quase metade das três mil escolas
de segundo grau da época.
Com a lei 9.394 de 20 de dezembro de 1996, feita pelo então Presidente
Fernando Henrique Cardoso, a LDB, as disciplinas de Sociologia e Filosofia se
tornaram optativas.
O CNE aprovou a inclusão da Filosofia e da Sociologia no Ensino Médio e a
partir de 2007 os Conselhos Estaduais de Educação deveriam regulamentar a oferta
dessas aulas.
No dia 2 de junho de 2008 é aprovada a alteração do artigo 36 da Lei
9.394/96, para incluir a Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatórias em
todas as séries do Ensino Médio.
Os fatos sociais são eleitos o objeto por excelência da ciência sociológica,
Durkhein (1990), define-os como toda maneira de agir, fixa ou não, suscetível de
exercer sobre o indivíduo, uma coerção exterior, que é geral na extensão de uma
sociedade toda, apresentando uma existência própria, independente das
manifestações individuais que possa ter.
O objetivo é situar o conhecimento, ir à sua raiz, definir os seus
compromissos sociais e históricos, localizar a perspectiva que o construiu, descobrir
a maneira de pensar e interpretar a vida social da classe que apresenta esse
conhecimento como universal. Podemos, entender a linguagem das diferentes
classes, essa linguagem que se oculta sob a forma de perspectiva crítica pode, por
isso, ultrapassar ao invés de simplesmente recusar, descobri toda a amplitude do
que se acanhe limitadoramente sob determinados conceitos, sistemas de
conhecimento ou métodos.
No conhecimento sociológico, a realidade não se faz presente, segundo as
suas “próprias” características, mas segundo as limitações da racionalidade do tipo
ideal. Ou seja, o procedimento compreensivo, ao mesmo tempo que torna a
realidade inteligível, desfigura-a mas essa desfiguração significa que a
inteligibilidade da vida social se faz segundo os critérios de reflexão que são
242
essenciais à própria constituição da sociedade, embora não sejam os únicos
critérios da reflexão presentes na vida social.
Para Marx “ a história é um processo ordenado, produto da atividade
humana, e que são as formas sociais que determinam a consciência do homem e
não o contrário.
“O homem não produz apenas objetos, ao mesmo tempo em que produz
objetos, ele produz relações sociais e produz ideias que justificam essas relações”.
Weber “o sujeito cognoscente é parte do processo de compreensão da
realidade, ou seja, compreender equivale captar o sentido de uma ação social”.
A sociologia que se desenvolve na vertente do materialismo histórico torna a
contradição social como princípio metodológico. Reconhecer as contradições sociais
é tarefa do cientista, para Marx que concebe o sujeito cognoscente também como
sujeito histórico, pois conhecer e transformar são como tomadas de consciência
histórica.
Já o pesquisador investido do método compreensivo de Weber persegue o
princípio da racionalização social, buscando de que a subjetividade é um momento
necessário do processo objetivo de conhecimento. Durkhein por sua vez, vale-se da
metodologia funcionalista para explicar o princípio de integração social. Cada um
dos clássicos sociológicos , de certo modo, inaugurou uma perspectiva analítica
definindo atuação metodológica própria e fazendo escola: o funcionalismo; o método
compreensivo histórico e a vertente do materialismo histórico com a lógica dialética.
A partir de origens, identificam-se campos de estudo da sociologia desde a
preocupação presente nos autores clássicos com a religião e a sociedade industrial
moderna e, nela, como trabalho, conceitos que foram ganhando conformações
epistemológicas e especificando as múltiplas faces do objeto de estudo sociológico.
As teorias sociológicas respondem aos problemas sociais e de preocupação
sociológica colocados pela ótica metodológica que os indaga.
Teoria e metodologia comprometem-se uma a outra, como partes
independentes que só se realizam quando conectadas. Questionam a razão a ser
ciência, a pretensão dos cientistas em produzí-la e a formação social em que foi
gerado.
A sociologia trouxe para si a tarefa de definição do seu objeto de estudo
expresso na forma genérica de sociedade, com o objetivo do conhecimento cientifico
243
dar aos homens o controle da sociedade, assim como o conhecimento das leis da
natureza possibilita o controle de suas forças.
Falcott Parsons propõe uma teoria baseada na interação entre indivíduos e
grupos, cujo teor prossegue normativo embora com uma concepção mais ampliada
de equilíbrio de poder.
Weber no entanto oferece uma metodologia centrada no indivíduo e nas
individualidades históricas, procedimento explicativo para as escolhas racionais dos
indivíduos.
Partindo da variedade de ideias intérpretes da realidade social, a sociologia
faz uso de múltiplas metodologias no ajuste à singularidade do seu objeto, encontra
a razão na indução e articulação de diversos temas: sociologia do trabalho, da
religião, do lazer, do conhecimento, urbano, rural, etc.
Pierre Bordieu da ênfase a ciência capaz de ir além dos modelos para
aprender a natureza da vida social, a reflexividade da prática científica à construção
de coletividades pensantes, as comunidades cientificas, reconhecidas pelo conceito
de campo.
A sociologia está ligada às questões próprias de cada época e contexto, por
isso, se encontra desafiada a interpretar a realidade complexa e múltipla que se
esconde sob a aparência das mudanças, segundo Morim (1994).
Seu maior desafio está em perceber o novo e compreender como o velho se
reproduz na realidade nova.
Muitas das questões sociais colocadas pelo acelerado processo de
mudanças em nível micro e macrossociais estão ligados à globalização econômica e
a exclusão social, ao crescimento do desemprego, à ruptura da trajetória de
constituição da sociedade, e também os avanços da ciência e das tecnologias de
informação. O estudo da sociologia deve propiciar aos alunos as bases para a
compreensão de como as sociedades se organizam, legitimam-se e se mantêm
habilitando-os para uma atuação crítica e transformando-a.
“Conhecer é desenvolver o espírito crítico e que a critica científica não
acontece sem uma crítica social. A sociologia perturba porque o conhecimento dos
mecanismos de poder permite determinar as condições e os meios de uma ação
destinada a dominá-los.
244
Ao tomar consciência das relações existentes entre a forma como a
sociedade se organiza e os acontecimentos individuais cotidianos, abrem-se
caminhos para a crítica e a possível superação da sociedade estabelecida como tal.
Ao sociólogo cabe, assumir responsabilidades como agente social ativo,
desenvolvendo a capacidade de criticar a sociedade em que vive, levando os
indivíduos a readquirirem a capacidade de pensar, experimentar uma trans-
avaliação de valores, compreender o sentido cultural das ciências sociais pela
reflexão e desenvolvimento de sua sensibilidade.
Para Florestan Fernandes (1972), “o pensamento crítico descortina as
diversidades, as desigualdades e os antagonismos, apanhando os fenômenos
sociais por diferentes perspectivas analíticas, capazes de compreender os grupos e
classes sociais em uma reflexão histórica”. “A sociedade é um nexo de relações que
se desdobram em processos e estruturas que engendram a especificidade social.”
Para reconhecer a especificidade do objeto do estudo da sociologia: a ação
humana, esse conjunto de ações que são as relações sociais, seguindo a
recomendação de Bourdieui (2000), “para evitar uma relativização simplista nas
análises históricas e sociais: assumir uma determinada concepção sociológica que
permita “conciliar” o que foi historicamente considerado inconciliável – as verdades
trans-históricas”.
A escola é um espaço de mediação entre o privado, representado sobretudo
pela família e o público, representado pela sociedade, essa deve também fornecer,
por meio do currículo, procedimentos e conhecimentos que façam essa transição.
Numa sociedade como a nossa em que se acumularam formas tão variadas
e intensas de desigualdades sociais, efetivadas por processos de exclusão social,
são constante as mudanças.
As diretrizes curriculares propõe fundamentar o ensino de sociologia em
conteúdos estruturantes como ação social, relação social, estrutura social, etc.
Esses conteúdos constituem apoios conceituais, históricos e contextualizados que
norteiam professores e alunos – sujeitos da educação escolar e da prática social, na
seleção, organização e problematização dos conteúdos específicos relacionados às
necessidades locais e coletivas. Estabelecem uma ponte entre o local e o global, o
individual e o coletivo, a teoria e a realidade empírica, mantendo a ideia de
totalidade e das inter-relações que constituem a sociedade.
245
Os conteúdos de sociologia contemplarão as seguintes leis 11.645/08,
10.639/03, 9.795/99, as quais referem-se respectivamente: Relações Etnicorraciais e
Afrodescendência; Educação Escolar Indígena, os Desafios Educacionais
Contemporâneos; bem como a Educação do Campo, através da valorização da
cultura e contribuição dessa modalidade. Outra abordagem importante leva em
conta o gênero e a diversidade sexual, considerando os sujeitos da diversidade na
escola pública por meio de politicas públicas educacionais.
OBJETIVOS
A Disciplina de Sociologia oferece a tomada de consciência do papel do
aluno como agente participativo na sociedade em que vive, bem como os direitos e
deveres que lhe cabem enquanto cidadão.
Compreender a vida dos povos e grupos sociais, bem como as
diversas situações de vida únicas (homogêneas) e heterogêneas que
diferenciam esses povos;
Promover o conhecimento da realidade social e históricamente
construída no qual está inserido e despertar o sentimento de cidadania;
Levar o educando a analisar objetivamente as situações das diversas
sociedades, comparando com a sociedade em que vive e de tomar
consciência do que isto representa em sua própria existência;
Proporcionar questionamentos quanto a existência de verdades
absolutas, sejam elas na compreesão do cotidiano, ou na constituição
da ciência.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Processo de socialização e as instituições sociais;
Cultura e indústria cultural;
Trabalho, produção e classes sociais;
Poder, política e ideologia;
Direitos, cidadania e movimentos sociais.
1ª SÉRIE
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*O Processo de Socialização e as Instituições Sociais.
* Conteúdos Básicos:
- O processo de Socialização;
- Instituições sociais: Familiares, Escolares, Religiosas.
*Cultura e Indústria Cultural
- Desenvolvimento antropológico do conceito de cultura e sua
contribuição na análise das diferentes sociedades;
Diversidade Cultural;
Prevenção ao uso indevido de drogas – meios de comunicação-
ideologia;
* Trabalho, Produção e Classes Sociais.
O conceito de trabalho e o trabalho nas diferentes sociedades;
Democracia, autoritarismo, totalitarismo;
Estado do Brasil;
As expressões de violência nas sociedade contemporâneas;
* Direitos, Cidadania e Movimentos Sociais
Direitos civis;
Direitos humanos;
Conceito de cidadania;
Questão ambiental e os movimentos ambientalistas;
Assédio moral;
Opressão;
Exploração;
2ª SÉRIE
* O Processo de Socialização e as Instituições Sociais.
Instituição de reinserção (prisões, manicômios, educandários, asilos,
etc.);
247
* Cultura e Indústria Cultural.
Identidade;
Indústria cultural- ideologia e globalização;
Meios de comunicação de massa;
Sociedade do consumo;
A questão das ONGs;
As populações indígenas no Brasil e no Paraná;
Da cosmologia a sociedade: algumas notas sobre a ação Guarani;
*Trabalho,Produção e Classes Sociais.
1. Divisão social do trabalho;
2. Organização do trabalho nas sociedades capitalista e suas
contradições;
3. Globalização e Neoliberalismo;
4. Relações de trabalho;
5. Trabalho no Brasil;
6. Interdependência campo cidade, questão agrária e desenvolvimento
sustentável;
*Poder, Politica e ideologia;
Conceitos de poder;
Conceitos de ideologia;
Conceitos de dominação e legitimidade;
Direitos civis, políticos, sociais e humanos;
Conceitos de dominação;
* Direitos, Cidadania e Movimentos Sociais.
Movimentos sociais;
Conceito de cidadania;
Movimentos sociais no Brasil;
A questão ambiental e os movimentos ambientalistas;
Preconceito, discriminação racial, social e sexual.
248
3ª SÉRIE
* O Processo de Socialização e as Instituições Sociais.
O Patriarcado;
A mulher como chefe de família;
Violência doméstica.
* Cultura e Indústria Cultural.
Meios de comunicação;
Sociedade de consumo;
Indústria cultural no Brasil;
Questões de gênero;
Culturas afro-brasileiras e africanas;
Culturas indígenas.
* Trabalho, Produção e Classes Sociais.
Globalização e neoliberalismo;
Relações de trabalho;
Trabalho no Brasil
Os excluídos e a instabilidade social;
Reinserção no mercado de trabalho de usuários de drogas, ex
presidiários ou deficientes físicos;
* Poder, Politica e Ideologia.
Conceitos de dominação e legitimidade;
As expressões de violência nas sociedades contemporâneas;
Direitos, cidadania e movimentos sociais;
O uso de violência nas sociedades modernas e contemporânea;
Conceitos sobre sexualidade, homossexualidade;
Discriminação, xenofobia, etnicismo e racismo.
METODOLOGIA
249
O objeto de estudo e ensino da disciplina de Sociologia são as relações
que se estabelecem no interior dos grupos, na sociedade, como se estruturam a
atingem as relações entre os indivíduos e a coletividade.
A Sociologia tem por base a sociedade capitalista, contudo, não existe
uma única forma de interpretar a realidade e esse diferencial deve fazer parte do
trabalho do professor.
Segundo Floorestan Fernades (1970), “uma sociologia árida e a –
história, cujos conceitos e teorias formais deslocam-se da realidade por pretender
descrever a ordem social manifesta e objetiva; ou se tem uma sociologia pragmática
eivada de uma ação militante político-partidária, ou de uma ação assistencial, ambas
capazes de confundir, conceitos desprovidos de aportes explicativos e raízes
histórico-epistemológicas.”
Os elementos básicos das teorias de Durkhein, Weber, Marx precisam ser
desenvolvidas levando-se em consideração o recorte temporal no qual se erige a
Sociologia. Isso requer a retomada do histórico da disciplina em cada teoria
trabalhada.
O tratamento dos conteúdos pertinentes à sociologia fundamenta-se em
teorias originárias, diferentes em seu potencial explicativo atrelado a
posicionamentos ideológico-políticos, no sentido de visões de mundo presentes nas
interpretações.
O ensino da disciplina deve tratar pedagogicamente contextualização
histórica e política das teorias, segundo a o rigor metodológico que a ciência requer.
A abordagem dada aos conteúdos bem como a avaliação do processo de
ensino e aprendizagem estarão relacionados à sociologia crítica, caracterizada por
posições teóricas e práticas que permitam compreender as problemáticas sociais
concretas e contextualizadas em suas contradições e conflitos, possibilitando uma
ação transformadora do real.
Florestan Fernandes (1970), “propõe o conhecimento sociológico crítico
como autoconsciência cientifica da sociedade, ou seja, da sociologia assumir o
caráter de uma consciência técnica e de explicação das condições de existência e
do curso dos eventos histórico-sociais.'
As aulas de sociologia podem ser atraentes e despertar nos alunos
processos de identificação de problemas sociais presentes nos meios de
250
comunicação. Como encaminhamentos metodológicos básicos para o ensino são
propostos;
Aulas expositivas dialogadas; aulas em visitas guiadas a instituições e
museus;
Exercícios escritos e orais, apresentados e discutidos;
Leituras de textos: clássicos-teóricos, contemporâneos, temáticos,
didáticos, literários, jornalísticos;
Debates e seminários de temas relevantes fundamentada, em leituras
e pesquisa/campo ou bibliográfica.
Análises críticas de filmes, documentários, músicas, propagandas de
TV, imagens (fotos, charges, tiras, publicidade, entre outros).
AVALIAÇÃO
A avaliação é aqui concebida como mecanismo de transformação social e
deve estar articulado aos objetivos da disciplina.
Pretende-se a efetivação de uma prática avaliativa que vise “
desnaturalizar” conceitos tomados historicamente como irrefutáveis e propicie o
melhoramento do senso crítico e a conquista de uma maior participação na
sociedade .
Constitui-se em um processo contínuo de crescimento da percepção da
realidade à volta do aluno e faz do professor, um pesquisador. Deve acontecer
identificando aprendizagens que foram satisfatoriamente efetuadas e também as
que apresentaram dificuldades, para que o trabalho docente possa ser reorientado,
possibilitando a constante intervenção para a melhoria do processo de ensino e
aprendizagem.
A avaliação deve ainda ser empreendedora e inovadora, movendo os
educandos à ação e os impulsionando a mobilizar suas energias na construção de
seus conhecimentos, de modo que sejam preparados para participar como sujeitos
competentes do enfrentamento dos desafios de uma sociedade complexa e
dinâmica que requer sempre mais competência e capacidade crítica, ajustando o
ci8dadão na sociedade em que ele vive para alcançar a essência de se tornar um
251
ser útil. Considerando os seguintes princípios: apreensão dos conceitos básicos;
capacidade de argumentação; clareza e coerência na exposição de ideias; mudança
na forma de olhar e compreender os problemas sociais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO, Lejeune Mato Grosso de. Sociologia e ensino em debate: experiências e discussão de sociologia no ensino médio. Ijuí – RS- Unijuí, 2004.
EDUCAÇÃO, Ministério da. Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Ciências Humanas e suas Tecnologias. Secretaria de Educação Básica, 2008.
FORACCHI, Marialice M. Sociologia e Sociedade: leituras de introdução à
sociologia. Rio de Janeiro: LTC, 2008.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Paraná, 2008
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