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PÓS GRADUAÇÃO EM DIREITO EMPRESARIAL E

CONTABILIDADE SOCIETÁRIA

Propriedade Industrial - II

Professora: Juliane Ivanoff

Advogada Especializado em Direito Empresarial e Direito do Trabalho, Professora de Curso de Pós Graduação, MBA e de Cursos Preparatórios Para Carreiras Jurídicas, Sócia da Martir Advogados Associados - Consultoria Jurídica Empresarial e para o Terceiro Setor.

www.martir.com.br / (011) 2455-5067

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BLOCO I

BLOCO I

PATENTES

• PATENTES

• Relembrando a aula anterior, temos que a PATENTE como certificado de propriedade emitido pelo INPI, de forma objetiva, visa proteger as:

• Invenções, e o

• Modelo de Utilidade Pública.

PATENTES

• Patente de Invenção - A criação de uma coisa até então inexistente, permitindo aplicação prática industrial preenchendo os requisitos da criatividade e novidade.

• Modelo De Utilidade - Toda forma ou disposiçãonova obtida ou acrescida a objetos conhecidos (invenções), desde que se preste a uma finalidade ou aplicação prática diferenciada.

PATENTES

• Como também estudamos para que seja possível o registro e concessão de uma Patente devem estar preenchidos os seguintes requisitos:

• Criatividade – Fruto da mente humana não pode ser uma descoberta pronta da natureza.

• Novidade – O objeto/coisa não pode ter sido registrado ainda, deve ser novo em sua essência.

• Industriabilidade – Deve ser apresentado ao INPI o protótipo da invenção, comprovando o efetivo funcionamento.

PATENTES

• PRAZO PARA EXPLORAÇÃO DA PATENTE

• Assim como o direito autoral, a proteção da patente e do modelo de utilidade possuem limite de tempo IMPRORROGÁVEL para sua exploração:

• 20 anos para a Invenção;

• 15 anos para o Modelo de Utilidade Pública.

SEGREDO

• SEGREDO

• Diante da caducidade da patente dentro dos prazos legais 20 e 15 anos, muito empresários optam por proteger suas invenções através do segredo.

• Não levam a invenção à registro perante o INPI e criam meios para que terceiros não descubram como funciona ou como se produz a coisa.

SEGREDO

• Exemplo clássico é a formula secreta do refrigerante COCA COLA.

• Se a formula da coca cola tivesse sido levada a registro no INPI por exemplo hoje ela já estaria em domínio público e estaríamos fazendo Coca cola em casa!!

• Quando uma invenção é submetida à registro é dado publicidade quanto a sua concepção técnica, o mapa da criação.

SEGREDO

• Em uma conceituação legal o segredo, principalmente o técnico-industrial, não tem uma proteção líquida e certa, mas é protegido por contrato e pelas leis que coíbem a concorrência desleal e a violação de segredo (sigilo e confidencialidade)

• Constitui-se em um monopólio relativo (enquanto perdurar a não-divulgação)

SEGREDO

• Alguns procedimentos para proteger o segredo:

• Restringir ao máximo o número de pessoas que tenham acesso ao segredo;

• Codificar ao máximo a informação. Compilação e uso de códigos, controle de cópias;

• Manter todos os conhecedores em estrito contrato de sigilo. Remuneração extra/benefícios e multa “salgada”.

PATENTE X SEGREDO

• PATENTE X SEGREDO

• PATENTE

• Vantagens e Importância:

• Monopólio legal – vantagem comparativa em relação aos concorrentes;

• Título de Propriedade – valor econômico, segurança jurídica;

PATENTE X SEGREDO

• Possibilidade de Exploração Comercial –licenciamentos;

• Maior facilidade na comprovação de contrafação;

• Usualmente, a única forma adequada de proteção.

PATENTE X SEGREDO

• Desvantagens:

• Divulgação do invento;

• Necessidade de presença de TODOS os requisitos;

• Processo de obtenção demorado e complexo;

• Risco de perder ou não obter privilégio;

PATENTE X SEGREDO

• Obrigatoriedade de uso;

• Prazo determinado para usufruto do privilégio, sem possibilidade de renovação – domínio público;

• Maior possibilidade de contrafação;

• Alto custo.

PATENTE X SEGREDO

• SEGREDO

• Vantagens:

• Simplicidade na obtenção e preservação do direito;

• Desnecessidade de registro e menos burocracia;

• Forma de proteção por prazo indeterminado;

PATENTE X SEGREDO

• Possibilidade de proteção de informações técnicas nem sempre patenteáveis;

• Maior agilidade na proteção do direito

• Menor custo

PATENTE X SEGREDO

• Desvantagens

• Divulgação por simples visualização;

• Fragilidade na proteção;

• Exclusivamente através de contratos;

• Dependência da manutenção do SEGREDO;

• Prova de titularidade e de violação mais difícil.

DESENHO INDUSTRIAL

• DESENHO INDUSTRIAL

• O desenho industrial, conforme conceitua o art. 95 da Lei de Propriedade Industrial, é:

• A forma ornamental de um objeto ou o conjunto de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto proporcionando resultado visual novo e original na sua configuração externa e que possa servir de tipo de fabricação industrial.”

DESENHO INDUSTRIAL

• MODELO DEVE SER INDUSTRIAL E NÃO ARTÍSTICO

• Merece destaque a exigência que se faz para que o desenho possa ser objeto de fabricação.

• Ou seja, não será protegido por essa modalidade os desenhos considerados puramente artísticos, que poderão, entretanto, se enquadrar na modalidade de direito autoral.

DESENHO INDUSTRIAL

• A ideia fundamental do desenho industrial é aliar aspectos funcionais com padrões artísticos, tornando, em última análise, os produtos mais atraentes para o público consumidor.

• Como ocorre com as marcas, a proteção de um desenho industrial registrado em um país poderá se estender de maneira mais simplificada a outros países por meio dos Acordo e Convenções internacionais.

DESENHO INDUSTRIAL

• São exemplos de Desenho Industrial:

• O formato das joias;

• Dos móveis internos de residência e escritórios

• Das canetas

• Dos Relógios

• Dos periféricos (hardwares) dos computadores etc.

DESENHO INDUSTRIAL

• PRAZO DE EXCLUSIVIDADE

• A proteção conferida a um desenho industrial poderá durar até 25 anos, nos termos do art. 108 da Lei da Propriedade Industrial.

• 10 anos diretos no primeiro registro, permitidas três renovações de 5 anos.

BLOCO II

BLOCO II

MARCAS

• MARCAS

• As marcas, se caracterizam por sinais que buscam individualizar produtos ou serviços, são sinais distintivos.

• Seu requisito básico é a novidade, no sentido de originalidade e não colidência ou semelhança com marcas anteriores. Este sinal (marca) pode se dar de forma:

MARCAS

• NOMINATIVAS - compostas apenas por letras em sua diversas combinações e respectiva fonética: CELEX - TRIPLAN - TATUFI

• FIGURATIVAS – composta apenas por desenhos, símbolos que identificam de pronto a marca sem nada escrito: Marcas automotivas!!

• MISTAS – composta por parte nominativa e parte figurativa, mesclando as duas.

MARCAS

• CLASSIFICAÇÃO DAS MARCAS

• Segundo a Lei 9.279/96 (art. 123, I a III) as marcas se classificam como:

• 1. Marcas de produto ou serviço: é aquela usada para distinguir produto ou serviço de outro idêntico, semelhante ou afim, de origem diversa. [OMO]; [Coca-Cola]; [SADIA].

MARCAS

• 2. Marca de certificação: é aquela usada para atestar a conformidade de um produto ou serviço, com determinadas normas ou especificações técnicas, notadamente quanto à qualidade, natureza, material utilizado e metodologia empregada. [ISO9000]; [T] dos transgênicos etc.

• 3. Marca Coletiva: é aquela usada para identificar produtos ou serviços provindos de membros de uma determinada entidade.[FIESP]; [ABPI]; [OAB] etc.

MARCAS

• REGISTRO DA MARCA

• Ao protocolar o pedido de registro perante o INPI, o interessado deverá indicar em qual classe pretende enquadrar a proteção, de acordo com uma listagem padronizada internacionalmente chamada de Classificação de Nice, que subdivide as classes em produtos ou serviços.

MARCAS

• Desta forma, uma marca que goza de proteção na Classe 43 de serviços, por exemplo, que compreende “serviços de fornecimento de comida e bebida”, não estará protegida em outras classes.

• Ou seja, um interessado poderá registrar uma marca semelhante na Classe 25 de produtos, que compreende “vestuário, calçados e chapelaria”, sem que isso represente um conflito ou violação.

MARCAS

• Se o criador de uma marca quiser protege-la em outras categorias e classes deverá ampliar o leque de registros.

• Esta é a regra geral. Mas como toda regra tem sua exceção temos as Marcas Notórias e as Marcas de Alto Renome.

MARCAS

• MARCA DE ALTO RENOME

• Existem marcas que são reconhecidas como de alto renome, tão conhecidas que gozam de uma proteção diferenciada.

• As marcas que são assim declaradas passam a gozar de proteção em todas as classes, independentemente do pedido de registro individual para cada uma delas.

MARCAS

• Art. 125 da LPI :

“A marca registrada no Brasil considerada de alto renome será assegurada proteção especial, em todos os ramos de atividade".

MARCAS

• Exemplo:

• Um exemplo emblemático de uma marca de alto renome que podemos apresentar é a Coca-Cola, que embora seja mais voltada à produção e fornecimento de bebidas, está protegida em todas as demais categorias. Inclusive, hoje em dia, graças à essa proteção estendida, explora outras classes de produtos, como o vestuário.

MARCAS

• MARCA NOTÓRIA

• Já a marca notoriamente conhecida, diferentemente da marca de alto renome, é protegida apenas na classe para a qual obteve o certificado de registro, porém estende essa proteção por todos os países que compõem o sistema de proteção marcária, dispensando o registro individual em cada um desses países, nos termos da Convenção da União de Paris.

MARCAS

• Art. 126, LPI:

• "A marca notoriamente conhecida em seu ramo de atividade nos termos do art. 6º bis (I) da Convenção da União de Paris para Proteção da Propriedade Industrial, goza de proteção especial, independente de estar previamente depositada ou registrada no Brasil."

MARCAS

• Normalmente são as marcas que se identificam tanto com o produto que se transformam no produto, se confundem com essência do produto:

• BOM BRIL – Palha de Aço

• LEITE MOÇA – Leite Condensado

• MAIZENA – Amido de Milho

• GILETE – Lâmina de Barbear

• XEROX – Cópia Reprográfica

MARCAS

• PROTEÇÃO INTERNACIONAL

• Contudo, é importante ressaltar que uma marca que não seja notoriamente conhecida também poderá estender sua proteção a outros países de forma relativamente simples.

• Isso se dá através do chamado Sistema de Madri – que o Brasil passou a reconhecer apenas em outubro de 2019.

MARCAS

• Por meio deste sistema o interessado protocola seu pedido na Organização Mundial da Propriedade Intelectual, indicando em quais países gostaria de obter a proteção.

• Esse pedido é encaminhado ao órgão de PI de cada um desses países que irá fazer a análise com base na lei nacional, deferindo ou indeferindo o pedido.

MARCAS

• PRAZO DE EXPLORAÇÃO E EXCLUSIVIDADE DA MARCA

• Ao contrário das patentes e dos direitos autorais, as marcas podem gozar de proteção por período indeterminado, desde que observados certos requisitos (art. 142 a 146 da Lei da Propriedade Industrial).

• O Registro é por 10 anos podendo se renovado no último ano com o pagamentos das taxas.

INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS

• INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS

• As indicações geográficas se dedicam a identificar produtos ou serviços de acordo com sua localização.

• Subdivide-se em denominação de origem ou em indicação de procedência, e a diferença substancial entre ambas está na influência que fatores naturais do meio geográfico exercem naquele produto ou serviço.

INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS

• DENOMINAÇÃO DE ORIGEM

• Exemplos clássicos de denominações de origem são o queijo Roquefort, que provém da região de Roquefort, e o vinho espumante Champagne, que provém da região de Champagne, ambos na França.

• Reconhece-se que esses produtos possuem suas características marcantes em razão da região em que são produzidos.

INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS

• Assim, uma vinícola que produza seus vinhos na região de Champagne poderá se beneficiar dessa denominação de origem em seus rótulos, o que, na prática, garante ao seu produto um padrão de qualidade reconhecido pelo mercado consumidor.

• Exclusividade de uma agência ou associação que certifica o uso da indicação geográfica.

INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS

• INDICAÇÃO DE PROCEDÊNCIA

• A indicação de procedência é concedida levando-se em consideração fatores históricos que tornem determinada região reconhecida por prestar serviços ou fabricar produtos de qualidade diferenciada.

• É o caso, por exemplo, do Vale dos Vinhedos, primeira indicação geográfica brasileira.

INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS

• Independentemente da comprovação de que fatores naturais da região influenciam na qualidade dos vinhos produzidos nessa localidade, o fato de haver registros históricos quanto ao prestígio que a região conquistou ao longo de mais de um século na produção de vinhos lhe garantiu o merecido reconhecimento.

• Nos mesmos moldes agência ou associação autorizam o uso da indicação de procedência.

INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS

• PROTEÇÃO INTERNACIONAL

• Também é possível estender a proteção das indicações geográficas por outros países, mas ainda não há uma integração internacional como observamos na proteção das marcas, das patentes e dos desenhos geográficos. O tratado mais conhecido em matéria de indicações geográficas é o Acordo de Lisboa, que trata somente das denominações de origem, no entanto, o Brasil não é um dos países signatários.

DIREITOS SUI GENERIS

• DIREITOS SUI GENERIS

• Os direitos sui generis são aqueles que não se enquadram como direito autoral ou como propriedade industrial.

• É o caso das novas variedades de plantas ou cultivares, regulamentada pela Lei 9.456/97, da topografia de circuitos integrados, tratada na Lei 11.484/07 e dos chamados conhecimentos tradicionais, abordados pela Lei 13.123/15.

DIREITOS SUI GENERIS

• No Brasil, a responsabilidade pela concessão do registro da topografia de circuitos integrados também é do INPI, porém, o certificado de proteção de cultivar é concedido pelo Serviço Nacional de Proteção de Cultivares (SNPC), enquanto os conhecimentos tradicionais são supervisionados pelo Conselho de Gestão do Patrimônio Genético.

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