View
5
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
Curso de Graduação em Farmácia-Bioquímica
PSICOBIÓTICOS: PROBIÓTICOS COMO POSSÍVEL TRATAMENTO
ADJUVANTE PARA TRANSTORNOS DE ANSIEDADE
Bruna Miyuki Yoshiga
Trabalho de Conclusão do Curso de
Farmácia-Bioquímica da Faculdade de
Ciências Farmacêuticas da Universidade
de São Paulo.
Orientador(a):
Prof.(a). Dr(a) Cristina Stewart Bittencourt
Bogsan
São Paulo
2020
1
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS ······································································ 2
RESUMO ································································································ 3
1. INTRODUÇÃO ····················································································· 4
2. OBJETIVOS ························································································ 5
3. MATERIAIS E MÉTODOS ······································································ 5
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ······························································· 6
4.1 Ansiedade ························································································· 6
4.2 Microbiota intestinal··········································································· 6
4.3 Eixo cérebro-intestino ········································································ 7
4.3.1 Mecanismos neurais ········································································ 9
4.3.2 Mecanismos humorais ··································································· 10
4.3.3 Mecanismos metabólicos ······························································· 11
4.4 Efeitos dos psicobióticos em testes humanos e modelos animais ········ 12
4.4.1 Efeitos psicobióticos das bifidobactérias ········································ 13
4.4.1.1 Bifidobacterium longum (B. longum) ············································ 13
4.4.1.2 Bifidobacterium infantis (B. infantis) ············································· 13
4.4.2 Efeitos psicobióticos dos lactobacilos ············································ 14
4.4.2.1 Lactobacillus rhamnosus (L. rhamnosus) ······································ 14
4.4.2.2 Lactobacillus plantarum (L. plantarum) ········································· 14
4.4.2.3 Lactobacillus casei (L. casei) ······················································· 15
4.4.2.4 Outros lactobacilos ····································································· 15
4.4.3 Efeitos psicobióticos dos lactobacilos e bifidobactérias mistos ········· 15
5. CONCLUSÃO ···················································································· 21
6. BIBLIOGRAFIA ·················································································· 21
2
LISTA DE ABREVIATURAS
BDNF
GABA
OMS
WHO TOC SNC
Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro
Ácido gama-aminobutírico
Organização Mundial da Saúde
World Health Organization
Transtorno Obsessivo-Compulsivo
Sistema Nervoso Central
3
RESUMO
YOSHIGA, B. M. Psicobióticos: probióticos como possível tratamento adjuvante para Transtornos de Ansiedade. 2020. 29 f. Trabalho de Conclusão de Curso de Farmácia-Bioquímica – Faculdade de Ciências Farmacêuticas – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2020. Palavras-chave: probiótico; psicobiótico; transtorno de ansiedade. INTRODUÇÃO: Os casos de Transtornos de Ansiedade aumentaram desde o início dos anos 2000 e os probióticos poderiam ser considerados para auxiliar no seu tratamento, pois estudos indicam que um estado mental equilibrado dos indivíduos pode ter relação com sua microbiota intestinal. Estes probióticos com efeitos sobre a saúde mental recebem o nome de psicobióticos. OBJETIVO: Avaliar os psicobióticos existentes já estudados até hoje e seus possíveis mecanismos de ação com foco nos possíveis efeitos dos probióticos em condições de Transtornos de Ansiedade, bem como os mecanismos envolvendo o eixo cérebro-intestino para averiguar o potencial dos probióticos serem indicados como um adjuvante no tratamento dos Transtornos de Ansiedade. MATERIAIS E MÉTODOS: Pesquisas foram realizadas em bases de dados online, como Pubmed®, ISI Web of Science®, Scielo®, Scopus®, Google Acadêmico®, de artigos publicados entre 2009 e 2019 relacionados aos possíveis efeitos dos probióticos em condições de Transtornos de Ansiedade, bem como os mecanismos envolvendo o eixo cérebro-intestino, seja por meio de testes em modelos animais ou em humanos. RESULTADOS: As cepas mais testadas para seu potencial probiótico e efeito psicobiótico são dos gêneros Lactobacillus sp. e Bifidobacterium sp. Entre os Lactobacilli ganham destaque: Lactobacillus paracasei e casei e Lactobacillus rhamnosus. Já entre as Bifidobacteria a principal é a Bifidobacterium infantis e Bifidobacterium longum. Ambos os gêneros demonstram um grau de redução na ansiedade dos indivíduos (humanos ou animais de experimentação). CONCLUSÃO: Os artigos utilizados como referência deste trabalho indicam que os psicobióticos, apesar de eficácia em estudos animais, necessitam de estudos mais aprofundados para que possam ser considerados um adjuvante ao tratamento tradicional e medicamentoso dos Transtornos de Ansiedade.
4
1. INTRODUÇÃO
Em 2015, o grupo de estudos de prevalência de doenças globais (GBD)
identificou que houve um aumento de 14,9% na prevalência mundial de
Transtornos de Ansiedade em relação ao ano de 2005 além do aumento de outras
doenças psíquicas (GBD 2015 DISEASE AND INJURY INCIDENCE AND
PREVALENCE COLLABORATORS, 2016).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (2007), "transtornos de
ansiedade são um grupo de transtornos mentais caracterizados por sentimentos
de ansiedade e medo, que incluem transtorno de ansiedade generalizada,
transtorno do pânico, fobias, transtorno da ansiedade social, transtorno obsessivo-
compulsivo (TOC) e transtorno de estresse pós-traumático" (WHO, 2017).
O tratamento tradicional envolve psicoterapias com psicólogos e terapia
medicamentosa com ansiolíticos e antidepressivos. Os efeitos colaterais como
efeitos sedativos dos medicamentos utilizados são muitas vezes incômodos aos
pacientes (RIBEIRO et al., 2010), desta forma, a utilização de métodos auxiliares
ao tratamento poderiam ser considerados para que a qualidade de vida do
paciente seja melhorada.
Estudos publicados recentemente (FOSTER et al., 2013; TILLISCH et al.,
2013; BORELLI et al., 2016; KAVVADIA et al., 2017; TRAN et al, 2019) indicam
que um estado mental equilibrado dos indivíduos pode ter relação com sua
microbiota intestinal, descrevendo seus possíveis mecanismos de ação através do
eixo cérebro-intestino, seja por meio do aumento da concentração plasmática de
triptofano, precursor da serotonina, ou aumento da concentração plasmática de
glutamato que é precursor do GABA (SAVIGNAC et al, 2015; SARKAR et al.,
2016; NADEEM et al., 2019) ou sinalização para ativação de neurotransmissores
via nervo vago (serotonina, norepinefrina e GABA) com o aumento da expressão
do gene da proteína BDNF que promove processos de neuroplasticidade
(FOSTER et al., 2013; BORELLI et al., 2016) entre outros possíveis mecanismos.
Devido ao eixo cérebro-intestino e os efeitos descritos nos artigos
científicos causados pela microbiota intestinal, os probióticos poderiam atuar como
um tratamento adjuvante aos Transtornos de Ansiedade. De acordo com a
5
Organização Mundial da Saúde (OMS), probióticos são definidos como
“microrganismos vivos que quando ingeridos em quantidades adequadas, são
capazes de promover efeitos benéficos à saúde do hospedeiro” (FAO/WHO, 2002;
HILL et al., 2014; SAYAR et al., 2016). Quando os probióticos são administrados a
fim de promover efeito benéfico à saúde dos pacientes que sofrem com
transtornos psiquiátricos são chamados de psicobióticos (DINAN et al., 2013;
SAYAR et al., 2016).
2. OBJETIVOS
Este trabalho tem como objetivo avaliar os psicobióticos existentes já
estudados até hoje e seus possíveis mecanismos de ação com foco nos possíveis
efeitos dos probióticos em condições de Transtornos de Ansiedade para averiguar
o potencial destes serem indicados como um adjuvante no tratamento dos
Transtornos de Ansiedade.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Pesquisas foram realizadas em bases de dados online, como Pubmed®, ISI
Web of Science®, Scielo®, Scopus®, Google Acadêmico®, de artigos científicos
relacionados aos possíveis efeitos dos probióticos em condições de Transtornos
de Ansiedade, bem como os mecanismos envolvendo o eixo cérebro-intestino,
seja por meio de testes em animais de experimentação ou em humanos.
As palavras-chave “psicobiótico” (psychobiotic) “ansiedade” (anxiety),
“probiótico” (probiotic) foram pesquisadas combinadas ou separadamente. Foram
considerados artigos publicados entre 2009 e 2019, em sua maioria na língua
inglesa e excluídos aqueles que não se enquadraram aos critérios estabelecidos
ou diretamente ao tema desenvolvido.
6
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Ansiedade
A ansiedade é caracterizada pela sensação de ameaça onde o indivíduo
fica em estado de alerta por um motivo desconhecido. Frequentemente é
confundida com o medo, mas o que difere medo de ansiedade é que, em quadros
de medo há a identificação do motivo pela qual se tem essa sensação. Apresentar
algum tipo de ansiedade em algum momento da vida é extremamente comum,
principalmente quando se é exposto a algum tipo de situação estressante, neste
caso, o indivíduo geralmente apresenta sintomas como taquicardia, sudorese,
inquietação, aumento da motilidade intestinal, vertigem, entre diversos sintomas.
No entanto, o desenvolvimento de um quadro de ansiedade pode ser
diagnosticado quando esses sintomas ou sensações impedem o indivíduo de
realizar suas atividades cotidianas (SADOCK, 2017).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) apresentou em 2017 um relatório
onde pode-se verificar que distúrbios de ansiedade afetam 9,3% dos brasileiros,
cerca de 18.657.943 de pessoas, sendo que muitos destes casos evoluem para
depressão, uma das doenças que mais contribuiu para o aumento na taxa de
suicídio nos últimos anos, onde a prevalência é maior em mulheres jovens.
4.2 Microbiota Intestinal
A microbiota intestinal é colonizada por milhares de microrganismos
benéficos e patogênicos que vivem em simbiose com hospedeiro, o equilíbrio
entre eles é essencial para a saúde e bem-estar do hospedeiro, no entanto, seu
desequilíbrio pode desencadear o desenvolvimento de diversas patologias,
inclusive quadros de ansiedade (PAIXÃO, 2016). O desequilíbrio da microbiota
intestinal conhecido como disbiose, ocorre quando o número de microrganismos
patogênicos presentes na microbiota é maior que os benéficos e geralmente está
associado ao uso indiscriminado de antibióticos e regulação do sistema
imunológico. (FRANCINO, 2014).
7
A microbiota intestinal é composta por vários microrganismos dos Domínios
Bacteria, Archaea e Eukarya que tem funções como proteção a patógenos e
regulação imune, produção de metabólitos como vitaminas, neurotransmissores e
seus precursores e ácidos graxos de cadeias curtas, entre outras funções
fisiológicas. (DONALDSON et al., 2016; THURSBY e JUGE, 2017).
Há um debate entre pesquisadores de quando se inicia a colonização do
trato gastrointestinal pelos microrganismos: antes ou depois do nascimento, pois
já foram encontrados na placenta e no cordão umbilical, possibilitando uma
colonização pré-parto, mas também é sabido que a microbiota intestinal de bebês
pós-parto são similares às microbiotas vaginal, da pele, do leite e intestinal
maternas (THURSBY e JUGE, 2017; MOHAMMADKHAH et al., 2018).
Ao longo do crescimento do ser humano, a colonização e modificação da
população microbiana ocorre através da alimentação, do local onde reside, do
convívio com a família, amigos e pessoas diferentes e animais de estimação, do
consumo de medicamentos antibióticos, do desenvolvimento de doenças e
fenótipo (THURSBY e JUGE, 2017). A distribuição dos microrganismos em cada
segmento intestinal é heterogênea devido ao ambiente químico e a disponibilidade
de nutrientes. O intestino delgado é a porção que entra em contato com os
alimentos e medicamentos em maiores concentrações, é um ambiente mais ácido
e apresenta maior nível de oxigênio que o cólon. Com isso, a população
microbiana é dominada por anaeróbios facultativos (Proteobacteria e Clostridium)
que são resistentes os efeitos de ácidos biliares e antimicrobianos e digerem
carboidratos simples. No cólon, ocorre a metabolização de polissacarídeos que
não são metabolizados no intestino delgado. A falta de fontes de carbono simples
facilitam o crescimento da população de anaeróbios fermentativos
(Bacteroidaceae e Clostridiaceae) (DONALDSON et al., 2016).
4.3 Eixo cérebro-intestino
A comunicação no eixo cérebro-intestino pode ocorrer por vias neurais,
humorais e metabólicas de acordo com estudos realizados in vitro e em animais
(BUTLER et al., 2019; CHENG et al., 2019).
8
Estudos mostraram que os processos de neurotransmissão e
neuroinflamação do eixo-cérebro-intestino relacionados ao aprendizado e humor
parecem ser regulados pela microbiota intestinal, através da mediação via nervo
vago, metabólitos bacterianos e sistema imunológico. Sendo assim, a disbiose
pode contribuir para o desenvolvimento de patologias neurológicas e modificações
de humor como ocorre em quadros de ansiedade. (SHERWIN, 2016)
Segundo Morshedi e colaboradores (2018), o comportamento pode ser
regulado pela amígdala intestinal a partir do eixo-cérebro-intestino e a introdução
de probiótico atua positivamente em marcadores sanguíneos oxidativos através do
aumento das concentrações de serotonina e fator neurotrófico derivado do cérebro
(BDNF).
As novas descobertas sobre células gliais, principalmente astrócitos,
indicam que a função dessas células não é apenas de suporte e nutrição aos
neurônios e homeostase do SNC, mas que também podem dar origem à novas
células neuronais, modular função sináptica, participar da expressão de receptores
de neurotransmissores como GABA e sintetizar citocinas inflamatórias, sugerindo
que a disfunção sináptica dessas células podem estar associadas ao
desenvolvimento de doenças neurológicas (GOMES, 2013).
FOSTER et al. (2013) e NADEEM et al. (2019) evidenciaram que bactérias
que podem estar presentes na nossa microbiota intestinal como Lachnospiraceae
(NADEEM et al., 2019) Campylobacter jejuni (FOSTER et al., 2013) desencadeiam
ansiedade e depressão (Figura 1).
9
Figura 1 - Eixo cérebro-intestino (adaptado de SANDHU et al., 2017)
TILLISCH et al. (2013) percebeu que a alteração da microbiota intestinal de
roedores causam alteração nos mecanismos de sinalização, nos comportamentos
relacionados com a emoção e nos reflexos nociceptivos (modulação da dor).
4.3.1 Mecanismos neurais
A via neural atuante no eixo cérebro-intestino é a do nervo vago (FOSTER
e al., 2013; BORELLI et al., 2016).
10
O nervo vago é o X nervo craniano do sistema nervoso parassimpático.
Inicia-se do tronco cerebral, passa pelo pescoço, tórax e vai até o abdômen e por
isso está relacionado ao controle de humor, digestão e frequência cardíaca. As
fibras aferentes também estabelecem conexão entre o cérebro e o trato
gastrointestinal, ligando ao eixo hipotálamo-pituitária-adrenal que recebem
estímulos dos neurotransmissores e citocinas produzidas pela microbiota intestinal
e podem desencadear efeitos positivos ou negativos dependendo da substância
produzida (BREIT et al., 2018).
Experimentos em camundongos cujos nervos vagos foram retirados
identificaram esse nervo como o maior modulador da via neural (BRAVO et al.,
2012), pois o efeito ansiolítico após a administração de cepas probióticas que foi
observado em camundongos normais não foi observado para os camundongos
sem o nervo vago apontando a sua importância na comunicação entre o eixo
(BERCIK et al, 2011).
4.3.2 Mecanismos humorais
Quando ocorre um desequilíbrio na microbiota intestinal (disbiose) devido à
má alimentação, infecção, estresse, uso de antibióticos ocorre uma produção
aumentada de citocinas pró-inflamatórias (SCHIRMER et al., 2016).
Citocinas pró-inflamatórias podem ativar inflamação neural e alteram a
concentração de neurotransmissores como a serotonina, dopamina e glutamato no
cérebro, pois chegam ao eixo hipotálamo-pituitária-adrenal e desencadeiam a
liberação de cortisol. A queda do neurotransmissor serotonina já foi associada
com o desenvolvimento de ansiedade e depressão (MILLER et al, 2013).
Com o uso de probióticos, ocorre o fortalecimento da barreira mucosa
intestinal, a produção de anti-inflamatórios pelas cepas e a inibição do NF-κβ, que
não permite a transcrição de citocinas pró-inflamatórias (JONES et al., 2009).
Na figura 2, é possível observar também que o estado de inflamação leva a
ativação da enzima Indoleamina 2,3-dioxigenase, a qual converte triptofano em
ácido quinolínico e ácido quinurênico a fim de evitar que tenha disponibilidade de
11
triptofano para o crescimento dos patógenos. Porém, com isso ocorre redução de
triptofano para produção de serotonina (KELLY et al., 2015).
Figura 2 - Efeito da disbiose e uso de probióticos (adaptado de KELLY et
al., 2015)
4.3.3 Mecanismos metabólicos
Algumas cepas probióticas e da microbiota intestinal sintetizam
neurotransmissores como o GABA e serotonina e seus precursores como o
triptofano.
12
O GABA é um neurotransmissor inibitório que causa relaxamento do
Sistema Nervoso Central. A falta de GABA está relacionada ao desenvolvimento
de depressão e ansiedade (Figura 3).
Figura 3 - Mecanismos metabólicos (Adaptado de JOHNSON e FOSTER, 2018)
Algumas espécies de Lactobacillus e Bifidobacterium podem produzir GABA
(BARRETT et al, 2012; DINAN et al, 2013). Um estudo em ratos tratados com L.
infantis mostrou que estes animais tiveram alta na concentração plasmática de
triptofano que é o precursor de serotonina. Também houve aumento de GABA
com a administração de L. rhamnosus (NADEEM et al., 2019).
4.4 Efeito dos psicobióticos em testes humanos e em animais de
experimentação
Os efeitos psicobióticos são mais estudados em animais de experimentação
do que em humanos. Possivelmente, porque há uma variabilidade inter-humanos
13
na composição da microbiota e também porque animais de experimentação
podem ser programados para serem germ-free, o que facilita no controle do
estudo.
4.4.1 Efeitos psicobióticos das bifidobactérias
4.4.1.1 Bifidobacterium longum (B. longum)
ALLEN et al. (2016) administraram Bifidobacterium longum para 22
voluntários saudáveis humanos por 4 semanas e perceberam redução no nível de
cortisol e nos níveis de ansiedade medidos através de questionários aplicados a
cada indivíduo.
Outros estudos demonstraram que o comportamento ansioso, depressivo e
os níveis de estresse foram reduzidos em camundongos saudáveis com a
administração da cepa B. longum 1714 associado a B. brevis por 11 semanas
(SAVIGNAC et al., 2014) e também em camundongos com ansiedade induzida por
colite, via nervo vago (BERCIK et al., 2010, 2011).
Pinto-Sanchez et al. (2017) avaliaram os efeitos da suplementação de B.
longum em 44 pacientes. Os níveis de ansiedade não caíram significativamente,
mas observaram que cepa reduz sentimentos negativos.
4.4.1.2 Bifidobacterium infantis (B. infantis)
DESBONNET et al. (2010) administrou Bifidobacterium infantis 35624 para
avaliar comportamento de camundongos separados de suas mães e verificou que
o comportamento depressivo após a separação foi reduzido.
A ingestão oral de B. infantis aumentou os níveis de triptofano em ratos
(DINAN et al., 2013).
14
4.4.2 Efeitos psicobióticos dos lactobacilos
4.4.2.1 Lactobacillus rhamnosus (L. rhamnosus)
Lactobacillus rhamnosus tem efeito psicobiótico em humanos e ratos. Para
verificar esse potencial em zebrafish, foi administrado L. rhamnosus que possui
um BDNF (é fundamental para os neurônios em seu crescimento e diferenciação.
Está também envolvido na regulação do comportamento e de aspectos cognitivos
sendo importante o aumento de sua expressão) com 91% de identidade ao do
humano e tem rotas de síntese, metabolismo e sinalização da serotonina (5-HT)
similares ao de roedores e humanos. Houve aumento da expressão de BDNF e
deixaram de ficar parados, explorando mais seu espaço no cativeiro (BORELLI et
al., 2016)
BRAVO et al. (2011) concluíram que L. rhamnosus administrados em ratos
podem reduzir a sua ansiedade e depressão, pois a sua ingestão leva a alterações
na expressão do receptor GABA e ocorre a redução de cortisol plasmático, além
de ocorrer aumento do próprio neurotransmissor GABA (NADEEM et al., 2019).
Em ratos germ-free, houve aumento nos níveis de triptofano e serotonina em
decorrência da queda de microrganismos metabolizadores de triptofano no
intestino (CLARKE et al., 2013).
HUANG et al. (2018) administraram L. rhamnosus em camundongos por 4
semanas. Houve redução dos níveis de ansiedade em relação ao estado inicial,
medidos por testes que avaliam o comportamento do animal.
4.4.2.2 Lactobacillus plantarum (L. plantarum)
Lactobacillus plantarum PS128 reduziu comportamentos ansiosos e
depressivos em camundongos. Houve redução significativa nos níveis de
inflamações (DUARY et al., 2012) e cortisol e aumento significativo nos níveis de
serotonina (LIU et al., 2015; LIU et al, 2016).
15
4.4.2.3 Lactobacillus casei (L. casei)
Em um estudo com 35 pacientes que receberam diariamente Lactobacillus
casei por 2 meses mostrou que eles tinham menores níveis de ansiedade do que
o grupo placebo (RAO et al., 2009).
Os efeitos da sua administração também foi avaliada em 47 estudantes
(homens e mulheres). O consumo de probiótico ou placebo foi realizado por 8
semanas anteriores às provas escolares. O grupo probiótico teve menores níveis
de cortisol plasmático comparado ao grupo placebo no dia anterior às provas.
Além disso, após duas semanas passadas da realização das provas, o grupo
probiótico mostrou aumento significativo nos níveis de serotonina presentes nas
fezes, indicando uma possível alteração na microbiota intestinal desses indivíduos
(KATO-KATAOKA et al., 2016).
4.4.2.4 Outros lactobacilos
A administração de Lactobacillus helveticus NS8 reduziu os níveis de
ansiedade (LUO et al., 2014) e depressão e aumentou os níveis de serotonina e
BDNF (LIANG et al., 2015)
Em 2019, WEI e seus colaboradores verificaram em seu estudo com
camundongos que o Lactobacillus paracasei PS23 reverte comportamentos
depressivos e redução da serotonina induzidos por cortisol e aumenta níveis de
BDNF.
4.4.3 Efeitos psicobióticos dos lactobacilos e bifidobactérias mistos
TILLISCH et al. (2013) perceberam que a mulheres saudáveis que
consumiram duas vezes ao dia por quatro semanas leite fermentado probiótico
contendo Bifidobacterium animalis subsp Lactis, Streptococcus thermophilus,
Lactobacillus bulgaricus e Lactococcus lactis subsp lactis tiveram alteração na
atividade cerebral em locais relacionados com o processamento de emoções e
sensações quando estão consumindo leite fermentado.
16
Em um estudo randomizado, duplo-cego e com grupo controle com placebo
foi investigado o efeito de um iogurte probiótico contendo Lactobacillus acidophilus
LA5 e Bifidobacterium lactis BB12 e cápsulas contendo Lactobacillus casei, L.
acidophilus, L. rhamnosus, Lactobacillus bulgaricus, Bifidobacterium brevis,
Bifidobacterium longum e Streptococcus thermophilus) e verificaram que o nível de
cortisol foi reduzido significativamente, reduzindo o estresse e consequentemente,
o organismo ficou em maior equilíbrio (MOHAMMADI et al., 2016).
MESSAOUDI et al. (2011) fizeram um estudo duplo-cego, grupo controle
com placebo e paralelo com pessoas saudáveis dando a eles uma mistura de
Lactobacillus helveticus R0052 e B. longum R0175 ou placebo por 30 dias.
Utilizaram questionários para que eles avaliassem seus níveis de ansiedade,
depressão, estresse e o grupo tratado com probiótico estavam com seus níveis
menores do que o grupo controle.
Em 2019, CHAHWAN e seus colaboradores estudaram o efeito dos
probióticos B. bifidum, B. lactis, L. acidophilus, L. brevis, L. casei, L. salivarius e
Lactococcus lactis em 71 pacientes depressivos administrados por 8 semanas.
Eles estavam melhores cognitivamente, mas não houve diferença significativa nos
níveis de depressão e ansiedade medidos através de questionários.
Os efeitos psicobióticos acima citados estão compilados na Tabela 1.
17
Tabela 1 – Quadro-resumo dos efeitos psicobióticos das cepas citadas
Cepas Efeitos observados Referência
Bifidobacterium longum
Em humanos: redução no nível de cortisol e nos níveis de
ansiedade medidos através de questionários ALLEN et al., 2016
Em humanos: os níveis de ansiedade não caíram
significativamente, mas observaram que cepa reduz
sentimentos negativos.
PINTO-SANCHEZ et al.,
2017
Em camundongos com a ansiedade induzida: Em
camundongos: o comportamento ansioso, depressivo e os
níveis de estresse foram reduzidos.
BERCIK et al., 2010, 2011
Bifidobacterium longum
associado a
Bifidobacterium brevis
Em camundongos: o comportamento ansioso, depressivo e
os níveis de estresse foram reduzidos. SAVIGNAC et al., 2014
18
Bifidobacterium infantis
Em camundongos: o comportamento depressivo após a
separação de suas mães foi reduzido. DESBONNET et al., 2010
Em ratos: aumento dos níveis de triptofano. DINAN et al., 2013
Lactobacillus rhamnosus
Em zebrafish: aumento de expressão de BDNF; exploram
mais seu espaço no cativeiro. BORELLI et al., 2016
Em ratos: reduzem a ansiedade e depressão, com
aumento de GABA e redução do cortisol plasmático.
BRAVO et al., 2011
NADEEM et al., 2019
Em ratos germ-free: aumento dos níveis de triptofano e
serotonina. CLARKE et al., 2013
Em camundongos: redução dos níveis de ansiedade HUANG et al., 2018
Lactobacillus plantarum
Em camundongos: redução significativa nos níveis de
inflamações, comportamentos ansiosos e depressivos. DUARY et al., 2012
Em camundongos: redução do cortisol e aumento
significativo nos níveis de serotonina
LIU et al., 2015; LIU et al,
2016
Lactobacillus casei
Em humanos: apresentação de menores níveis de
ansiedade em relação ao grupo placebo RAO et al., 2009
Em humanos: apresentação de menores níveis de
cortisol plasmático comparado ao grupo placebo e
aumento significativo nos níveis de serotonina.
KATO-KATAOKA et al., 2016
19
Lactobacillus helveticus Em ratos: redução dos níveis de ansiedade. LUO et al., 2014
Em ratos: aumento dos níveis de serotonina e BDNF. LIANG et al., 2015
Lactobacillus paracasei Em camundongos: reversão de comportamentos
depressivos, aumento de níveis de serotonina e BDNF. WEI et al., 2019
Associação de
Bifidobacterium animalis
subsp Lactis,
Streptococcus
thermophiles,
Lactobacillus bulgaricus
e Lactococcus lactis
subsp Lactis
Em mulheres: houve alteração na atividade cerebral em
locais relacionados com o processamento de emoções e
sensações.
TILLISCH et al., 2013
Associação de
Lactobacillus acidophilus
e Bifidobacterium lactis
Em humanos: o nível de cortisol foi reduzido
significativamente, reduzindo o estresse. MOHAMMADI et al., 2016
20
Associação de
Lactobacillus casei, L.
acidophilus, L.
rhamnosus, Lactobacillus
bulgaricus,
Bifidobacterium brevis,
Bifidobacterium longum e
Streptococcus
thermophiles
Em humanos: o nível de cortisol foi reduzido
significativamente, reduzindo o estresse. MOHAMMADI et al., 2016
Associação de
Lactobacillus helveticus e
B. longum
Em humanos: níveis de ansiedade, depressão, estresse
menores do que o grupo controle. MESSAOUDI et al., 2011
Associação de B. bifidum,
B. lactis, L. acidophilus,
L. brevis, L. casei, L.
salivarius e Lactococcus
lactis
Em humanos: melhoria nas funções cognitivas. CHAHWAN et al., 2019
21
5. CONCLUSÃO
Os casos de Transtornos de Ansiedade vêm aumentando no Brasil e no
mundo e deveriam receber maior cuidado e atenção pelas autoridades de Saúde,
de forma a prevenir e/ou encontrar alternativas ou adjuvantes para o tratamento
tradicional medicamentoso, a fim de melhorar a qualidade de vida dos pacientes
acometidos por tal doença.
O tratamento tradicional medicamentoso apresenta diversas complicações
como a ausência de resposta para alguns medicamentos dependendo do paciente
e vários efeitos colaterais indesejáveis. Estudos científicos poderão aprimorar o
conhecimento em relação aos psicobióticos e assim, oferecer outras alternativas
ou adjuvantes de tratamento como os psicobióticos, sendo de fácil acesso através
de compras nas farmácias ou através de alimentos probióticos como o iogurte e
bebidas lácteas fermentadas. O uso destes, com estudos mais avançados e
completos, no futuro, poderá ser disponibilizado com esta finalidade.
A revisão bibliográfica mostrou escassez de trabalhos científicos sobre o
tema abordado com humanos. Em sua maior parte, é em animais, portanto,
necessita de maiores estudos em humanos.
6. BIBLIOGRAFIA
ALLEN, A. P.; HUTCH, W.; BORRE, Y. E.; KENNEDY, P.J.; TEMKO, A.; BOYLAN,
G.; MURPHY, E.; CRYAN, J. F.; DINAN, T.G.; CLARKE, G. Bifidobacterium
longum 1714 as a translational psychobiotic: modulation of stress,
electrophysiology and neurocognition in healthy volunteers. Translational
Psychiatry. v. 6, p. 1-7, 2016.
BARRETT, E.; ROSS, R. P.; O’TOOLE, P. W.; FITZGERALD, G. F.; STANTON, C.
γ-Aminobutyric acid production by culturable bacteria from the human intestine. J
Appl Microbiol. v. 113, n. 2, p. 411-417, 2012.
22
BERCIK P.; PARK, A. J.; SINCLAIR, D.; KHOSHDEL, A.; LU, J.; HUANG, X. The
anxiolytic effect of Bifidobacterium longum NCC3001 involves vagal pathways for
gut-brain communication. Neurogastroenterol Motil. v. 23, n. 12, p.1132-39,
2011.
BERCIK, P.; VERDU, E. F.; FOSTER, J. A.; MACRI, J.; POTTER, M.; HUANG, X.;
MALINOWSKI, P.; JACKSON, W.; BIENNERHASSETT, P.; NEUFELD, K. A.; LU,
J.; KHAN, W. I.; CORTHESY-THEULAZ, I.; CHERBUT, C.; BERGONZELLI, G. E.;
COLLINS, S. M. Chronic gastrointestinal inflammation induces anxiety-like
behavior and alters central nervous system biochemistry in mice.
Gastroenterology. v. 169, n. 6, p. 2102-112, 2010.
BORELLI, L.; ACETO, S.; AGNISOLA, C.; DE PAOLO, S.; DIPINETO, L.;
STILLING, R.M.; DINAN, T.G.; CRYAN, J.F.; MENNA, L.F.; FIORETTI, A. Probiotic
modulation of the microbiota-gut-brain axis and behaviour in zebrafish. Scientific
Reports, v. 6, n. 30046, p. 1-9, 2016.
BRAVO, J. A.; FORSYTHE, P.; CHEW, M. V.; ESCARAVAGE, E.; SAVIGNAC, H.
M.; DINAN, T. G.; BIENENSTOCK, J.; CRYAN, J. F. Ingestion of Lactobacillus
strain regulates emotional behavior and central GABA receptor expression in a
mouse via the vagus nerve. Proc Natl Acad Sci USA. v. 108, n. 38, p. 16050-5,
2011.
BRAVO, J. A.; JULIO-PIEPER, M.; FORSYTHE, P.; KUNZE, W.; DINAN, T. G.;
BIENENSTOCK, J. Communication between gastrointestinal bacteria and the
nervous system. Curr Opin Pharmacology, v. 12, n. 6, p. 667-672, 2012.
BREIT, S.; KUPFERBERG, A.; ROGLER, G.; HASLER, G. Vagus Nerve as
Modulator of the Brain-Gut Axis in Psychiatric and Inflammatory Disorders. Front
Psychiatry. v. 9, n. 44, p. 1-15, 2018.
23
BUTLER, M. I.; MORKL, S.; SANDHU, K. V.; CYRAN, J. F.; DINAN, T. G. The Gut
Microbiome and Mental Health: What Should We Tell Our Patients?. The
Canadian Journal of Psychiatry. p. 1-14, 2019.
CHAHWAN, B.; KWAN, S.; ISIK, A.; VAN HEMERT, S.; BURKE, C.; ROBERTS, L.
Gut feelings: a randomised, triple-blind, placebo- controlled trial of probiotics for
depressive symptoms. J Affect Disord. v. 253, p. 317–26, 2019.
CLARKE, G.; GRENHAM, S.; SCULLY, P.; FITZGERALD, P.; MOLONEY, R. D.;
\SHANAHAN, F.; DINAN, T. G.; CRYAN, J. F. The microbiome-gut-brain axis
during early life regulates the hippocampal serotonergic system in a sex-dependent
manner. Molecular Psychiatry. v. 18, p. 666–73, 2013.
DESBONNET, L.; GARRETT, L.; CLARKE, G.; KIELY, B.; CRYAN, J. F.;
DINAN, T. G; Effects of the probiotic Bifidobacterium infantis in the maternal
separation model of depression. Neuroscience. v. 170, p. 1179-88, 2010.
DINAN, T.G.; STANTON, C.; CRYAN, J.F. Psychobiotics: A Novel Class of
Psychotropic. Biological Psychiatry. v. 74, n. 10, p. 720-726, 2013.
DONALDSON, G.P.; LEE, S. M.; MAZMANIAN, S. K. Gut biogeography of the
bacterial microbiota. Nat Rev Microbiol. v. 14, n. 1, p. 20-32, 2016.
DUARY, R. K.; BHAUSAHEB, M. A.; BATISH, V. K.; GROVER, S. Anti-
inflammatory and immunomodulatory efficacy of indigenous probiotic Lactobacillus
plantarum Lp91 in colitis mouse model. Mol. Biol. Rep. v. 39, n. 4, p. 4765–75,
2012.
FAO/WHO (2002) Health and Nutritional Properties of Probiotics in Food including
Powder Milk with Live Lactic Acid Bacteria. Disponível em:
http://www.who.int/foodsafety/publications/fs_management/en/probiotics.pdf.
Acesso em 23 jun 2019.
24
FOSTER, J. A.; MC VEY NEUFELD, K. A. Gut–brain axis: how the microbiome
influences anxiety and depression. Trends in Neurosciences, v. 36, n. 5, p. 305-
312, 2013.
FRANCINO M. P. Early development of the gut microbiota and immune health,
antibiotics and the human gut microbiome: Dysbioses and accumulation of
resistances. Pathogens Journal. V. 3, n. 3, p. 769-790, 2014.
GBD 2015 DISEASE AND INJURY INCIDENCE AND PREVALENCE
COLLABORATORS. Global, regional, and national incidence, prevalence, and
years lived with disability for 310 diseases and injuries, 1990–2015: a systematic
analysis for the Global Burden of Disease Study 2015. The Lancet, v. 388, n.
10053, p. 1545-1602, 2016.
GOMES F. C. A.; TORTELLI V. P.; DINIZ L. Glia: dos velhos conceitos às novas
funções de hoje e as que ainda virão. Revista Estudos Avançados, v. 27, n. 77,
p. 61-84, 2013.
HILL, C.; GUARNER, F.; REID, G.; GIBSON, G. R.; MERENSTEIN, D. J.; POT, B.;
MORELLI, L.; CANANI, R. B.; FLINT, H. J.; SALMINEN, S.; CALDER, P. C.;
SANDERS, M. E. The International Scientific Association for Probiotics and
Prebiotics consensus statement on the scope and appropriate use of the term
probiotic. Nature Reviews Gastroenterology & Hepatology. v. 11, p. 506–514,
2014.
HUANG, E.; KANG, S.; PARK, H.; PARK, S.; JI, Y.; HOLZAPFEL, W. H.
Differences in Anxiety Levels of Various Murine Models in Relation to the Gut
Microbiota Composition. Biomedicines. v. 6, n. 113, p.1-12, 2018.
JOHNSON, K.V., FOSTER, K.R. Why does the microbiome affect behaviour?. Nat
Rev Microbiol. v. 16, p. 647–655, 2018.
25
KATO-KATAOKA, A.; NISHIDA, K.; TAKADA, M.; KAWAI, M.; KIKUCHI-
HAYAKAWA, H.; SUDA, K.; ISHIKAWA, H.; GONDO, Y.; SHIMZU, K.; MATSUKI,
T.; KUSHIRO, A.; HOSHI, R.; WATANABE, O.; IGARASHI, T.; MIYAZAKI, K.;
KUWANO, Y.; ROKUTAN, K. Fermented milk containing Lacto-bacillus casei strain
Shirota preserves the diversity of the gut microbiota and relieves abdominal
dysfunction in healthy medical students exposed to academic stress. Appl.
Environ. Microbiol. v. 82, n. 12, p. 3649–58, 2016.
KAVVADIA, M.; DE SANTIS, G. L.; ALWARDAT, N.A.A.A.; BIGIONI, G.;
ZEPPIERI, C.; CASCAPERA, S.; DE LORENZO, A. Psychobiotics As Integrative
Therapy for Neuropsychiatric Disorders with Special Emphasis on the Microbiota-
Gut-Brain Axis. Biomedicine & Prevention, v. 2, n. 111, p. 81-88, 2017.
KELLY, J.; KENNEDY, P.; CRYAN, J.; DINAN, T.; CLARKE, G.; HYLAND, N.
Breaking Down the Barriers: The Gut Microbiome, Intestinal Permeability and
Stress-related Psychiatric Disorders. Frontiers in cellular neuroscience. v. 9, n.
392, p. 1-20, 2015.
LIANG, S.; WANG, T.; HU, X.; LUO, J.; LI, W.; WU, X.; DUAN, Y.; JUN, F.
Administration of Lactobacillus helveticus NS8 improves behavioral, cognitive, and
biochemical aberrations caused by chronic restraint stress. Neuroscience, v. 310,
p. 561-77, 2015.
LIU, W. H.; YANG, C. H.; LIN, C. T.; LI, S. W.; CHENG, W. S.; JIANG, Y. P.; WU,
C. C.; CHANG, C. H.; TSAI, Y. C. Genome architecture of Lactobacillus plantarum
PS128, a probiotic strain with potential immunomodulatory activity. Gut Pathog. v.
7, n. 22, 2015.
LIU, Y. W.; LIU, W. H.; WU, C. C.; JUAN, Y. C.; WU, Y. C.; TSAI, H. P; WANG, S.;
TSAI, Y. C. Psychotropic effects of Lactobacillus plantarum PS128 in early life-
stressed and naive adult mice. Brain Res. v. 1631, p. 1-12, 2016.
26
LUO, J.; WANG. T.; LIANG, S.; HU, X.; LI, W.; JIN, F. Ingestion of Lactobacillus
Strain Reduces Anxiety and Improves Cognitive Function in the Hyperammonemia
Rat. Science China Life Sciences. v. 57, n. 3, p. 327-35, 2014.
MESSAOUDI, M.; LALONDE, R.; VIOLLE, N.; JAVELOT, H.; DESOR, D.;
NEJDI, A.; BISSON, J-F.; ROUGEOT, C.; PICHELIN, M.; CAZAUBIEL, M.;
CAZAUBIEL, J-M. Assessment of psychotropic-like properties of a probiotic
formulation (Lactobacillus helveticus R0052 and Bifidobacterium longum R0175) in
rats and human subjects. Br J Nutr. v. 105, n. 5, p. 755-64, 2011.
MILLER, A.; HAROON, E.; RAISON, C.; FELGER, J. Cytokine targets in the brain:
Impact on neurotransmitters and neurocircuits. Depress Anxiety, v. 30, n. 4, p.
297-306, 2013.
MOHAMMADI, A. A.; JAZAYERI, S.; KHOSRAVI-DARANI, K.; SOLATI, Z.;
MOHAMMADPOUR, N.; ASEMI, Z.; ADAB, Z.; DJALALI, M.; TEHRANI-DOOST,
M.; HOSSEINI, M.; EGHTESADI, S. The effects of probiotics on mental health and
hypothalamic-pituitary-adrenal axis: a randomized, double-blind, placebo-controlled
trial in petrochemical workers. Nutr Neurosci. v. 19, n. 9, p. 387-95, 2016.
MOHAMMADKHAH, A. I.; SIMPSON, E. B.; PATTERSON, S.G.; FERGUSON, J.F.
Development of the Gut Microbiome in Children, and Lifetime Implications for
Obesity and Cardiometabolic Disease. Children (Basel). v. 5, n. 160, 20p., 2018.
MORSHEDI M.; VALENLIA K. B.; HOSSEINIFARD E. S.; SHAHABI P. ; ABBASI
M. M.; GHORBANI M.; BARZEGARI A.; ETEGHAD S. S.; ASL M. S. Beneficial
psychological effects of novel psychobiotics in diabetic rats: the interaction among
the gut, blood, and amygdala. The Journal of Nutritional Biochemistry, v. 57,
p.145-152, 2018.
NADEEM, I.; RAHMAN, M.Z.; AD-DAB’BAGH, Y.; AKHTAR, M. Effect of probiotic
interventions on depressive symptoms: A narrative review evaluating systematic
reviews. Psychiatry and Clinical Neurosciences, v. 73, n.4, p.154-162, 2019.
27
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS). 23 de fevereiro de 2017. Cresce o
número de pessoas com depressão no mundo. Disponível em:
https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5354:a
umenta-o-numero-de-pessoas-com-depressao-no-mundo&Itemid=839. Acesso
em: 25 junho 2020.
PAIXÃO L. A.; CASTRO F. F. S. 03 de abril de 2016. A colonização da microbiota
intestinal e sua influência na saúde do hospedeiro. Universitas: Ciências da
Saúde, v. 14, n. 1, p. 85-96, 2016.
PINTO-SANCHEZ, M. I.; HALL, G. B.; GHAJAR, K.; NARDELLI, A.; BOLINO,
C.; LAU, J. T.; MARTIN, F-P.; COMINETTI, O.; WELSH, C.; RIEDER, A.;
TRAYNOR, J.; GREGORY, C.; DE PALMA, G.; PIGRAU, M.; FORD, A. C.;
MACRI, J.; BERGER, B.; BERGONZELLI, G.; SURETTE, M. G.; COLLINS, S. M.;
MOAYYEDI, P.; BERCIK, P. Probiotic bifidobacterium longum NCC3001 reduces
depression scores and alters brain activity: a pilot study in patients with irritable
bowel syndrome. Gastroenterology. v. 153, n. 2, p. 448-59, 2017.
RAO, A. V.; BESTED, A. C.; BEAULNE, T. M.; KATZMAN, M. A.; IORIO, C.;
BERARDI, J. M.; LOGAN, A. C. A randomized, double-blind, placebo–controlled
pilot study of a probiotic in emotional symptoms of chronic fatigue syndrome. Gut
Pathog. v. 1, n. 1, 6p., 2009.
RIBEIRO, L. M.; MEDEIROS, S. M.; SAMI, J. A.; FERNANDES, S. M. B. A. Saúde
mental e enfermagem na estratégia saúde da família: como estão atuando os
enfermeiros? Rev Esc Enferm USP, v. 44, n. 2, p.376-382, 2010.
SADOCK B. J.; SADOCK V. A.; RUIZ P. Compêndio de Psiquiatria: Ciência do
Comportamento e Psiquiatria Clínica, 11.ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. cap.9,
p. 387-392.
28
SANDHU, K. V.; SHERWIN, K.; SCHELLEKENS, H.; STANTON, C.; DINAN, T. G.;
CRYAN, J. F. Feeding the microbiota-gut-brain axis: diet, microbiome, and
neuropsychiatry. Translational Research. v. 179, p. 223-244, 2017.
SARKAR, A.; LEHTO, S. M.; HARTY, S.; DINAN, T. G.; CRYAN, J.F.; BURNET, P.
W. J. Psychobiotics and the Manipulation of Bacteria-Gut-Brain Signals. Trends in
Neurosciences, v. 39, n. 11, p. 765-781, 2016.
SAVIGNAC, H. M.; KIELY, B.; DINAN, T. G.; CRYAN, J. F. Bifidobacteria exert
strain-specific effects on stress-related behavior and physiology in BALB/c mice.
Neuro Gastroenterol Motil. v. 26, n. 1615, 2014.
SAVIGNAC, H. M.; TRAMULLAS, M,; KIELY, B.; DINAN, T. G.; CRYAN, J. F.
Bifidobacteria modulate cognitive processes in an anxious mouse strain.
Behavioural Brain Research. v. 287, p. 59-72, 2015.
SAYAR, G.H.; CETIN, M. Psychobiotics: The Potential Therapeutic Promise of
Microbes in Psychiatry. Klinik Psikofarmakoloji Bülteni-Bulletin of Clinical
Psychopharmacology, v. 26, n. 2, p. 93-102, 2016.
SCHIRMER, M.; SMEEKENS, S. P.; VLAMAKIS, H.; JAEGER, M.; OOSTING, M.;
FRANZOSA, E. A.; HORST, R. T.; JANSEN, T.; JACOBS, L.; BONDER, M. J.;
KURILSHIKOV, A.; FU, J.; JOOSTEN, L. A. B.; ZHERNAKOVA, A.;
HUTTENHOWER, C.; WIJMENGA, C.; NETEA, M. G.; XAVIER, R. J. Linking the
human gut microbiome to inflammatory cytokine production capacity. Cell. v. 167,
n. 4, p. 1125-36, 2016.
SHERWIN E.; SHANDU K. V.; DINAN T. G.; CRYAN J. F. May the force be with
you: The light and dark sides of the microbiota–gut–brain axis in neuropsychiatry.
CNS Drugs, v. 30, n. 11, p. 1019-1041, 2016.
29
THURSBY, E.; JUGE, N. Introduction to the human gut microbiota. Biochemical
Journal. v. 474, n. 11, p. 1823-36, 2017.
TILLISCH, K.; LABUS, J.; KILPATRICK, L.; JIANG, Z.; STAINS, J.; EBRAT, B.;
GUYONNET, D.; LEGRAIN-RASPAUD, S.; TROTIN, B.; NALIBOFF, B.; MAYER,
E.A. Consumption of Fermented Milk Product With Probiotic Modulates Brain
Activity. Gastroenterology. v. 144, n. 7, p. 1394-1401, 2013.
TRAN, N.; ZHEBRAK, M.; YACOUB, C.; PELLETIER, J.; HAWLEY, D. The gut-
brain relationship: Investigating the effect of multispecies probiotics on anxiety in a
randomized placebo-controlled trial of healthy young adults. Journal of Affective
Disorders. v. 252, p. 271-277, 2019.
WEI, C. L.; WANG, S.; YEN, J. T.; CHENG, Y. F.;LIAO, C. L.; HSU, C. C.; WU, C.
C.; TSAI, Y. C. Antidepressant-like activities of live and heat-killed Lactobacillus
paracasei PS23 in chronic corticosterone-treated mice and possible mechanisms.
Brain Research, v. 1711, p. 202-213, 2019.
WHO. Depression and Other Common Mental Disorders: Global Health Estimates.
Geneva: World Health Organization; 2017. Disponível em:
https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/254610/WHO-MSD-MER-2017.2-
eng.pdf. Acesso em 22 fevereiro 2020.
____________________________ ____________________________
Data e assinatura do aluno(a) Data e assinatura do orientador(a)
Recommended