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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO
UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS - UAECIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS
QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE Moringa oleifera
Lam. POR MEIO DA ANÁLISE DE IMAGENS
BRUNO GOMES DE NORONHA
MACAÍBA-RN, DEZEMBRO DE 2014.
II
BRUNO GOMES DE NORONHA
QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE Moringa oleifera
Lam. POR MEIO DA ANÁLISE DE IMAGENS
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Ciências Florestais da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, como pré-requisito para obtenção do título de
Mestre em Ciências Florestais.
Orientador:
Prof. D. Sc. Márcio Dias Pereira
MACAÍBA-RN, DEZEMBRO DE 2014.
III
Divisão de Serviços Técnicos Catalogação da Publicação na Fonte.
Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias Campus Macaíba
Biblioteca Setorial Professor Rodolfo Helinski
Noronha, Bruno Gomes de.
Qualidade fisiológica de sementes de Moringa oleifera Lam. por meio da análise de imagens / Bruno Gomes de Noronha. - Macaíba, RN, 2014. 54 f.
Orientador (a): Prof. Dr. Sc. Márcio Dias Pereira.
Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais). Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias Campus Macaíba. Programa de Pós- Graduação em Ciências Florestais. 1. Germinação - Dissertação. 2. Viabilidade - Dissertação. 3. Sementes Florestais Dissertação. 4.Vigor - Dissertação. 5. Raio-x - Dissertação . I. Pereira, Márcio Dias. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias Campus Macaíba. IV. Título. RN/UFRN/BSPRH CDU: 581.142
IV
QUALIDADE FISIOLOGICA DE SEMENTES DE Moringa oleifera Lam. POR
MEIO DA ANÁLISE DE IMAGENS
Bruno Gomes de Noronha
Dissertação julgada para obtenção do título de Mestre em Ciências Florestais, Área de
Concentração em Manejo e Utilização dos Recursos Florestais, e aprovada em sua forma final pelo
Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais da Unidade Acadêmica Especializada em
Ciências Agrárias, Universidade Federal do Rio Grande do Norte em ______/_____/_____.
Coordenação do PPGCFL
________________________________________________
Prof. D. Sc. Alexandre Santos Pimenta (UAECIA/UFRN)
Prof. Dr. Sc. Fábio de Almeida Vieira (UAECIA/UFRN)
Banca examinadora
________________________________________________
Prof. D. Sc. Márcio Dias Pereira (UAECIA/UFRN)
Presidente
________________________________________________
Prof. D. Sc. Cibele dos Santos Ferrari
(UAECIA/UFRN)
Examinador interno
________________________________________________
Prof. D. Sc. Cassia Regina de Almeida Moraes.
Prof.ª. Drª. (UAECIA/UFRN)
Examinador externo ao programa
________________________________________________
Profª. D. Sc. Amilton Gurgel Guerra (EMPARN).
Examinador externo à instituição
MACAÍBA, RN, DEZEMBRO DE 2014.
V
OFEREÇO
.
DEDICO
A minha avó (in memorian), Maria Lino de
Noronha, por todo o amor, e me ensinar a lutar
pela vida.
Aos meus amigos, que seria difícil citar todos, que
me deram inspiração na busca do saber e da
ciência, me ajudando nas horas mais sombrias para
que eu alcançasse mais este patamar.
Ao meu companheiro de todas as
horas e amor incondicional José
Odorico da Silva Neto.
Ao grande exemplo de homem e
educador Márcio Dias Pereira.
VI
AGRADECIMENTOS
Ao professor, Márcio Dias Pereira, pela orientação, amizade, compreensão e apoio
irrestritos sem os quais eu não teria realizado este trabalho.
Ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte - UFRN, pela oportunidade concedida de aprimoramento dos meus
ínfimos conhecimentos nesta área.
Aos professores do PPGCFL: Alice Versieux, Cibele Ferrari, Eduardo Voigt, Fábio Vieira,
José Augusto, Mauro Pacheco, Sidney Praxedes,; por todo o conhecimento compartilhado.
Aos amigos – irmãos que ganhei no PPGCFL Virginia Souza, José Denilson, Bruno
Macedo e Mariana Duarte, minha gratidão e amizade sempre.
Ao amigo, acadêmico de Engenharia Florestal Lucas Pinheiro Oliveira, meu muito
obrigado (SDS15NCDI!).
Ao Amigo, acadêmico de Engenharia Agronômica André Dantas Medeiros, meu muito
obrigado por tudo (irmão gêmeo!).
Aos Amigos do LABVEG Cibelley Dantas, Lisiane Bezerra, Monique Cristina, Hudson
Rafael, Ana Paula Avelino, Adna Leocádio e Haniere Alves, muito obrigado por todo
ensinamento, ajuda e amizade, amo vocês!.
Aos Amigos do GETSem: Kamilla Azevedo, Paloma Rayne, Rogério Severiano e Rose
Clara pela imensa ajuda e pelos infinitos risos.
Ao amigo, psicólogo, irmão e tutor nas horas vagas Ezequiel Nascimento, obrigado por
tudo! serei eternamente grato.
Aos Amigos Giesta Krishna de Saint George e Valciclênio Valério Pereira da Costa
Macedo, por todo amor, companheirismo, amizade e incentivo a seguir em frente, por
estarem sempre ao meu lado - Melinyë tirië hendulyar silina írë lálalyë.
A minha nova família Maria Dulce da Silva e Marcos José Odorico da Silva que têm sido
os melhores sogros e por me acolherem como um verdadeiro filho, meu muito obrigado.
A todos que de forma direta ou indiretamente contribuíram para o alcanço de mais esse
degrau. Muito Obrigado!
VII
SUMÁRIO
Lista de figuras ...............................................................................................................vii
Listas de tabelas ........................................................................................................... viii
Lista de abreviaturas ...................................................................................................... ix
Resumo ........................................................................................................................... 10
Abstract .......................................................................................................................... 11
Introdução Geral............................................................................................................ 12
Capitulo I (Artigo) ........................................................................................................ 14
Resumo ........................................................................................................................ 15
Abstract ........................................................................................................................ 16
Introdução .................................................................................................................... 17
Metodologia ................................................................................................................. 18
Resultados e discussão .................................................................................................. 24
Conclusão ..................................................................................................................... 30
Referências ................................................................................................................... 30
Capitulo II (Artigo) ....................................................................................................... 35
Resumo ........................................................................................................................ 36
Abstract ........................................................................................................................ 37
Introdução .................................................................................................................... 38
Metodologia ................................................................................................................. 39
Resultados e discussão .................................................................................................. 41
Conclusão ..................................................................................................................... 49
Referências ................................................................................................................... 49
Conclusão Geral ............................................................................................................. 55
VIII
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Exemplo de análise de imagens de sementes de Moringa oleifera Lam. no
programa ImageJ, mostrando as etapas de: abertura de imagem (A), conversão em 8 bits
(B), corte da área de interesse (C), definição de escala (D e E) seleção áreas com a
ferramenta polígono (F). ...................................................................................................... 21
Figura 2 - Exemplo de análise de imagens de sementes de Moringa oleifera Lam. no
programa ImageJ, mostrando as etapas de escolha dos parâmetros a serem mensurados (G
e H); mensuração dos parâmetros escolhidos (I) dos três segmentos (J, K e L), com a
obtenção dos resultados. ....................................................................................................... 23
Figura 3 - Imagens de raio-X de Moringa oleifera Lam. no programa ImageJ e a
classificação das sementes baseada nas diferenças entre as áreas da cavidade interna
preenchida: cheia e bem formada (A), manchada (B), com danos físicos (C) e vazia (D). .... 25
Figura 4 – Distribuição da área livre (%) no interior das sementes (A) e distruibuição do
comprimento (cm) de plântulas (B) em quatro lotes de Moringa oleifera.............................. 29
Figura 5 - Sementes de Moringa oleifera sem danos (A) com as setas indicando o
tegumento (T), embrião (emb) e hilo (H), com danos (B) indicados pela seta (D) e suas
respectivas plântulas normal e anormal e semente morta (C’). .............................................. 30
Figura 6 - Curva de embebição de sementes de quatro lotes de Moringa oleifera com
tegumento, mantidas a 15°C (A) e 20°C (B) e sem tegumento a 15°C (C) e 20ºC (D),
baseada no ganho de massa úmida (g) ao longo do tempo (h). .............................................. 42
Figura 7 Distribuição da área (mm²) das sementes com tegumento após 8 horas de
embebição à 15°C (A) e distruibuição do comprimento (cm) de plântulas (B), apresentando
suas respectivas correlações (C) em quatro lotes de Moringa oleifera................................... 47
IX
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Plântulas normais (PN), primeira contagem (PC), Índice de Velocidade de
Germinação (IVG), plântulas anormais (PA), sementes mortas (M), média do comprimento
parte aérea (A) e radicular (R), média da massa seca (MS), Percentual área vazia (A.V) em
quatro lotes de sementes de Moringa oleifera. ...................................................................... 26
Tabela 2 - Plântulas normais (PN), primeira contagem (PC), índice de velocidade de
germinação (IVG), plântulas anormais (PA), sementes mortas (M), média do comprimento
parte aérea (A) e radicular (R), média da massa seca (MS) em quatro lotes de Moringa
oleifera. ............................................................................................................................... 43
Tabela 3- Incremento de área (%) em três períodos de embebição (8, 16 e 24 horas) em
temperaturas de 15 e 20 ºC em sementes com tegumento (C) e sem tegumento (S) de
quatro lotes de Moringa oleifera. ......................................................................................... 46
X
LISTA DE ABREVIATURAS
A – COMPRIMENTO AÉREO;
A.V – ÁREA VAZIA;
cm – CENTÍMETROS;
g – GRAMAS;
I.A – INCREMENTO DE ÁREA;
IVG – ÍNDICE DE VELOCIDADE DE GERMINAÇÃO;
kV – QUILOVOLTAGEM;
M – MORTAS “Sementes mortas”;
mAs – MILIAMPERAGEM POR SEGUNDO;
mL – MILILITRO;
MS – MASSA SECA;
PA – PLÂNTULAS ANORMAIS;
PC – PRIMEIRA CONTAGEM;
PN – PLÂNTULAS NORMAIS;
R – COMPRIMENTO RADICULAR;
TIFF – acrónimo para TAGGED IMAGE FILE FORMAT.
Qualidade fisiológica de sementes de Moringa oleifera lam. por meio da análise de
imagens
RESUMO
Os principais testes que avaliam a qualidade de sementes são destrutivos e exigem
tempo, o que é considerado longo e caro na cadeia que envolve a produção e comercialização
das sementes. Deste modo, técnicas que viabilizem a redução do tempo que se gasta para se
avaliar a qualidade de lotes de sementes é muito favorável, do ponto de vista técnico,
econômico e científico. A análise de imagens de sementes tanto por meio de raio-X como por
imagens digitais representam alternativas para estes setores, além de serem reproduzíveis e
rápidos, dando maior agilidade e autonomia às atividades dos sistemas de produção. O
objetivo do trabalho foi analisar a morfologia interna de sementes desta espécie por meio de
imagens radiografadas e a eficiência da determinação do incremento de área de sementes
durante a embebição, por meio da análise de imagens e compará-los com os resultados dos
testes de germinação e vigor na avaliação da qualidade fisiológica das sementes. Para os testes
de raio-X, as sementes foram expostas por 0,14 segundos à radiação de 40kV e 2,0 mAs. As
imagens obtidas foram analisadas utilizando o programa ImageJ e postas a germinar
posteriormente em câmara do tipo B.O.D à 27ºC, no qual realizou-se a comparação dos
resultados obtidos nos testes de germinação. Para a determinação do teste de incremento de
área (I.A%), foram utilizadas sementes com e sem tegumento, mantidas em câmara do tipo
B.O.D a 15° e 20°C, as sementes foram fotografadas antes e após o período de embebição, os
resultados foram comparados com os índices de germinação. Para o teste de raio-X, observou-
se que sementes com área vazia superior a 20%, apresentaram maior percentual de plântulas
anormais. E a análise de incremento de área, evidenciou que é possível ranquear os lotes após
8 horas de embebição a 15°C de acordo com os testes de germinação e vigor.
Palavras-chave: Germinação. Viabilidade. Sementes florestais. Vigor. Raio-X.
12
Physiological quality seeds Moringa oleifera Lam. by image Analysis of means
ABSTRACT
Several tests that evaluate the quality of seeds are destructive and require time, which is
considered long and expensive in the processes that involves the production and marketing of
seed. Thus, techniques that allow reducing the time related to assess the quality of seed lots is
very favorable, considering the technical, economic and scientific point of view. The
techniques images of seed analyzed both by X-ray such as digital images, represent
alternative for this sector, and are considered reproducible and fast, giving greater flexibility
and autonomy to the activities of production systems. Summarily, the objective was to
analyze the internal morphology of seeds of this species through x-rayed images and the
efficiency of weed seed area increased during soaking through image analysis and compare
them with the results of germination tests and force the evaluation of physiological seed
quality. For X-ray tests, the seeds were exposed for 0.14 seconds at radiation 40kV and 2.0
mAs. Were analyzed images using the ImageJ program and subsequently put to germinate in
B.O.D chamber at 27 ° C, in which there was the comparison of results for germination. To
determine the test area increase (% IA), seeds were used with and without seed coat,
maintained the B.O.D chamber at 15 ° to 20 ° C, the seeds were photographed before and
after the soaking period, the results were compared to the germination rates. For the X-ray
test, it was observed that seeds with empty area greater than 20%, showed a higher percentage
of abnormal seedlings. And the area increment analysis showed that it is possible to rank the
batch after 8 hours of imbibition at 15 ° C according to the germination and vigor tests.
Keywords: Germination. Viability. Forest seeds. Vigour. X-ray.
13
INTRODUÇÃO GERAL
A moringa (Moringa oleifera Lam.) é a espécie mais conhecida da pequena família
Moringaceae que apresenta um total de 14 espécies, sendo originária do norte Indiano, e
bastante distribuída em países tropicais (RAMOS et al., 2010). É uma planta rústica, de rápido
crescimento, resistente às secas e com folhas, flores e frutos comestíveis. Essas qualidades
fazem com que esta planta seja adequada para o cultivo nas regiões áridas do Brasil (SOUZA
& LORENZI, 2008).
Similarmente à mamona e o pinhão manso, a moringa também exige mão-de-obra em
sua colheita, o que possibilita um aumento da inclusão social no semi-árido brasileiro.
Pequenos produtores rurais podem aumentar a sua renda ao cultivar a moringa (UBRIG,
2006). Entretanto, há necessidade de selecionar sementes viáveis para o plantio (BEZERRA
et al., 2011). Essa seleção, oficialmente, se dá através do uso de lotes de sementes testadas
quanto a sua qualidade, principalmente, física e fisiológica.
A qualidade fisiológica das sementes pode ser avaliada pelo teste de germinação e de
vigor, os quais refletem atributos diferentes (Genéticos, físicos, fisiológicos e sanitários)
(NAKAGAWA, 1999; CARVALHO & NAKAGAWA, 2000). Esses testes são cruciais na
identificação de lotes, evitando que se use um lote menos vigoroso e que isso possa causar
prejuízos ao setor tecnológico de produção de sementes. Porém esses testes demandam tempo,
considerado longo na cadeia de produção, o que afeta a tomada de decisões.
Atualmente, a análise de imagens de sementes, tem se mostrado eficiente e rápida para
avaliação dos componentes morfológicos que influenciam na fisiologia, crescimento e
desenvolvimento da plântula. Uma dessas técnicas é o raio-X, a qual permite avaliar os
aspectos físicos como: tegumento, endosperma, cotilédones e embrião, podendo identificar
malformação embrionária, rompimento do tegumento, deterioração dos cotilédones, etc. e
desta forma auxiliar no processo de identificação de lotes mais vigorosos (SILVA et al., 2013;
ARAUJO, 2011; MARCOS FILHO et al. 2010; TONETTI et al., 2006).
A análise digital de raios-X tem sido utilizada com sucesso para avaliar a morfologia
interna de sementes da goiabeira serrana (Acca sellowiana) (SILVA et al., 2013) e da
mamona (Ricinus communis) (MARCOS-FILHO, 2004), danos mecânicos internos em
semente de feijão (FORTI et al., 2008) e de soja (OBANDO FLOR et al., 2004), além de ter
sido também utilizada por pesquisadores para relacionar anatomia da semente com a
germinação ou a morfologia das plântulas, em tomate (VAN DER BURG et al. 1994), milho
14
(CÍCERO et al. 1998; CARVALHO et al., 1999), canafístula (OLIVEIRA, 2003), cipreste
italiano (BATTISTI et al., 2000) e aroeira-branca (Machado, 2002). Foi verificado ser
possível, também, a avaliação de danos causados por percevejos em semente de soja,
utilizando esta técnica (OBANDO FLOR et al., 2004). Os principais desafios para o uso
deste teste está na dificuldade de padronização, sendo necessários testes para cada espécie.
Outra técnica que vem sendo estudada é a análise computadorizada de imagens de
sementes que tem se destacado como uma técnica potencial para a avaliação da qualidade de
sementes, principalmente devido à associação da morfologia das sementes ao seu desempenho
mediante o uso de programas que permitem determinar segmentos das sementes e estabelecer
relações com o potencial fisiológico (VARMA et al., 2013; TANABATA et al., 2012;
ARAÚJO, 2011; DELL’ÁQUILA et al., 2009; ZABOT et al., 2008).
Há alguns estudos envolvendo a análise de imagens em tecnologia de sementes, visando
estabelecer sua relação com o vigor de sementes, que demonstraram bons resultados, como
por exemplo em: couve-flor (MCCORMAC et al,. 1990), mais recentemente, Sako et al.
(2001) desenvolveram um programa destinado à determinação do vigor de sementes de alface,
mediante a análise computadorizada de imagens, que foi adaptado com sucesso para outras
espécies, como soja (HOFFMASTER et al., 2003), milho (OTONI e MCDONALD, 2005),
melão (MARCOS FILHO et al., 2006), entretanto como se trata de um processo de adaptação
técnica, a maior dificuldade é determinar padrões de análises.
A análise de imagens de sementes tanto por meio de raio-X como por imagens digitais,
representam alternativas complementares, reproduzíveis e rápidas (LEÃO et al., 2013; SILVA
et al., 2013; GUIMARÃES, 2012; DELL’ÁQUILA et al., 2009; MARCOS-FILHO et al.,
2009; MCDONALD, 2003), característica importante que permite agilidade na tomada de
decisões (GOMES, 2013). Diante do exposto, o presente trabalho tem como objetivo
comparar os resultados obtidos por meio de análises de imagens de raio-X e imagens
digitalizadas de sementes de moringa com os índices de germinação e vigor.
15
ARTIGO I Submetido à revista Caatinga
AVALIAÇÃO DE SEMENTES DE Moringa oleifera Lam. POR MEIO DE IMAGENS
DE RAIOS-X
Bruno Gomes de Noronha¹; Márcio Dias Pereira²; André Dantas Medeiros³.
¹Biológo, Mestrando em Ciências Florestais – asphael@gmail.com
² Eng. Agrônomo, Doutor em Fitotecnia. Professor adjunto da Unidade Acadêmica
Especializada em Ciências Agrárias da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
³Estudante de Engenharia Agronômica.
16
AVALIAÇÃO DE SEMENTES DE Moringa oleifera Lam. POR MEIO DE IMAGENS
DE RAIOS-X
RESUMO
A Moringa oleifera Lam. é uma espécie exótica muito adaptada às condições
brasileiras, em especial ao semiárido nordestino, onde é utilizada na alimentação humana e
animal. Além disso, suas sementes são oleaginosas, o que confere a ela grande potencial para
a extração de óleo destinado a produção de biodiesel. O objetivo deste trabalho foi analisar a
morfologia interna de sementes de moringa por meio de imagens radiografadas e compará-la
aos testes de germinação e vigor. Foram utilizados quatro lotes de sementes, coletadas em
árvores matrizes na região de Macaíba-RN. As sementes foram submetidas à radiografia e
posteriormente as imagens foram analisadas através do software ImageJ, no qual calculou-se a
área livre interna e área preenchida pelo embrião em cada semente. As sementes também
foram submetidas aos testes de: germinação, primeira contagem de germinação, Índice de
velocidade de germinação, plântulas anormais, sementes mortas, comprimento de parte aérea
e radícula de plântulas e massa seca de plântulas. Os resultados obtidos neste experimento
para os testes de germinação e vigor foram comparados com percentual de área livre no
interior da semente e comprimento de plântulas. Em geral, os lotes 1, 2 e 4 apresentaram
melhor resultado para os testes de germinação e vigor e o lote 3 mostrou-se de qualidade
inferior. Pela análise dos resultados obtidos, observa-se que quanto maior a área livre no
interior das sementes, menor a qualidade dos lotes de moringa testados. O percentual da área
livre no interior das sementes foi correspondente com dados obtidos dos testes de germinação.
Danos internos severos e malformação influenciam na germinação e no comprimento de
plântulas.
Palavras-chave: Germinação. Viabilidade. Sementes florestais.
17
EVALUATION OF SEEDS Moringa oleifera Lam. BY X-RAY IMAGES
ABSTRACT
Moringa oleifera Lam. is a exotic species adapted to Brazilian conditions, especially the
semi-arid Northeast, where it is used in food and feed. Moreover, its seeds oil, which gives it
great potential for oil extraction for the production of biodiesel. The objective of this study
was to analyze the internal morphology of seeds moringa through images radiographed and
compares it with standard germination and vigor. Four lots of seeds collected in seed trees in
the region of Macaíba-RN were used. Seeds and subsequently underwent radiography images
were analyzed using ImageJ software, which calculated the internal free area and filled by the
embryo in each seed field. Seeds were also subjected to tests: germination, first count of
germination, speed of germination index, abnormal seedlings, dead seeds, length of shoot and
radicle of seedlings and seedling dry matter. The results obtained in this experiment for
testing the germination and vigor was compared with the percentage of open area within the
seed and seedling length. In general, lots 1, 2 and 4 showed better result for standard
germination and vigor and lot 3 was found to be of inferior quality. By analyzing the results,
that observed that the higher the open area inside the seed, the lower the quality of the batches
tested moringa. The percentage of open area within the seeds was consistent with data
obtained from the germination tests. Severe internal damage and malformation influence on
germination and seedling length.
Keywords: Germination. Viability. Forest seeds.
18
INTRODUÇÃO
A Moringa oleifera Lam. é uma espécie da família Moringaceae, originária do norte da
Índia e amplamente distribuída nos países da Ásia, Oriente médio, África, América Central e
América do Sul (RABBANI, 2013). Essa espécie apresenta adaptações à região Nordeste do
Brasil, caracterizada principalmente pelos baixos índices de pluviosidade (BEZERRA et al.,
2004).
A moringa tem sido utilizada na purificação de águas (PATERNIANI et al., 2009)
complementação da alimentação humana (THURBER, 2009) e animal (REIS & GUEDES,
2010). Suas sementes são oleaginosas (LORENZI & MATOS, 2002), o que confere grande
potencial para a extração de óleo para a produção de biodiesel (SILVA et al., 2010; RASHID
et al., 2008), entre outras finalidades. Em função das suas múltiplas utilidades e grande
potencial, a procura por mudas e sementes desta espécie tem crescido nos últimos anos. No
entanto, a maior parte das sementes comercializadas ainda é de baixa qualidade. A
determinação da qualidade fisiológica das sementes é feita através dos testes de germinação e
de vigor, que ajudam na identificação de lotes com melhor desempenho (LEEUWEN et al.,
2005).
Os principais testes que avaliam a qualidade de sementes e o desempenho de plântulas
são descritos pelas Regras para Análises de Sementes (BRASIL, 2009) e pelo manual de
vigor da ABRATES (KRZYZANOWSKI et al., 1999). Porém essas análises são destrutivas e
demandam tempo, que é considerado longo e caro na cadeia que envolve a produção e
comercialização das sementes e, posteriormente, a produção de mudas (MASETTO et al.,
2008). Deste modo, a redução do tempo que se gasta para se avaliar a qualidade de lotes de
sementes é muito favorável, do ponto de vista técnico, econômico e científico, dando maior
agilidade e autonomia às atividades dos sistemas de produção (ROSA, 2009).
Estudos envolvendo imagens radiografadas de sementes apresentaram grande potencial
na determinação da qualidade de sementes com resultados mais precoces, pois demostraram
grande eficiência e rapidez na avaliação dos caracteres morfológicos que influenciam a
fisiologia, crescimento e desenvolvimento de plântulas de Moringa oleifera (AMARAL et al.,
2011) e de outras espécies, como a Acca sellowina (SILVA et al., 2013); Ginkgo biloba
(SALINAS et al., 2012); Xylopia aromatica (SOCOLOWSKI et al., 2011) e Cucurbita
moschata (CARVALHO et al., 2009). Considerado um método rápido e não destrutivo, é
indicado pela ISTA - "International Seed Testing Association" (ISTA, 2009) como um teste
oficial para a análise de sementes de algumas espécies. Esta técnica permite identificar e
19
determinar aspectos do tegumento, endosperma, cotilédones e do embrião, tais como
malformação embrionária, rompimento do tegumento, grau de desenvolvimento interno e
possíveis alterações da morfologia das sementes (CARVALHO et al., 2009; PINTO et al.,
2009).
A viabilidade das sementes submetidas ao comprimento de onda dos raios-X não é
comprometida devido às baixas intensidades utilizadas, possibilitando a realização de testes
adicionais com a mesma semente (OLIVEIRA et al., 2003). Desta maneira, a interpretação da
análise de raio-X e sua comparação com os resultados de testes paralelos de germinação
permitem associar a integridade de partes vitais da semente ao seu potencial fisiológico, que
contribuem para a seleção de lotes em programas de controle de qualidade e
consequentemente, aumentar a eficiência dos sistemas de produção (ASCHERI et al., 2005).
Diante da escassez de informação sobre a caracterização da morfologia interna de
sementes de moringa e a relação com sua qualidade, objetivou-se com este trabalho analisar a
morfologia interna de sementes desta espécie por meio de imagens radiografadas e compará-
las com os resultados dos testes de germinação.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram utilizados quatro lotes de 200 sementes de Moringa oleifera Lam. coletadas em
árvores matrizes localizadas na região de Macaíba-RN.
As sementes foram previamente desinfestadas com hipoclorito de sódio à 2% por dois
minutos e lavadas três vezes seguidas com água destilada, retirando-se o excesso de umidade
com papel toalha. Em seguida, foram acondicionadas em uma placa de isopor contendo
espaços dedicados a cada semente com sua respectiva numeração, na qual foram submetidas
ao raio-X.
Para o teste de raio-X, foi utilizado equipamento Philips, modelo: CE 0051, série 1AE.
As sementes foram dispostas no equipamento e numeradas de acordo com a posição ocupada,
para que pudessem ser identificadas posteriormente. Utilizou-se radiação por 0,14 segundos a
40 kV e 2,0 mAs a uma distância focal de 70 cm.
Em seguida, realizou-se a leitura digital do filme, utilizando equipamento Kodak Direct
View Elite, modelo 975. Gerou-se imagens do tipo DICON, que depois de ajustadas
automaticamente pelo equipamento foram salvas em CD-ROM com capacidade de 700
megabytes. Cada imagem gerou um arquivo de 27 megabytes. As imagens foram convertidas
em arquivos no formato tiff, utilizando-se o programa Surgimap, sendo posteriormente
analisadas através do software ImageJ. Para à análise de imagens radiografadas das sementes
20
de moringa, adaptou-se a metodologia utilizada por Silva et al. (2013). As etapas da análise
das imagens no ImageJ foram executadas seguindo os seguintes passos: Abertura da imagem
já no formato tiff (Figura 1A), conversão para o tipo escala de cinza 8 bits (256 tons) (Figura
1B); seguido da seleção da área de interesse para a análise, e, neste caso, realizou-se a análise
de cada semente de forma individualizada com a ferramenta de corte (Figura 1C). A
calibração da escala imagem (Figura 1D e 1E) foi realizada em seguida, sendo que, neste
trabalho, foi considerado o valor de pixels em cada imagem como referência, que foi de 2400
x 3020 pixels (aproximadamente 10.703 pixels/mm); em seguida utilizou-se a ferramenta de
polígono para delimitação dos tecidos (Figura 1F).
21
A B C
D E F
Figura 1 - Exemplo de análise de imagens de sementes de Moringa oleifera Lam. no programa ImageJ, mostrando as etapas de: abertura de
imagem (A), conversão em 8 bits (B), corte da área de interesse (C), definição de escala (D e E) seleção áreas com a ferramenta polígono (F).
22
Após este procedimento, foram selecionados os parâmetros como área e perímetro
(Figura 2G e H), mensuração destes (Figura I). Para que fossem determinados os valores de
cada segmento a semente foi dividida em regiões: tegumento e embrião, correspondente a
área preenchida (Figura 2J). O espaço entre a área preenchida e o limite interno do tegumento
foi considerado área vazia (Figura 2K) e área total definida pelo limite externo do tegumento
(Figura 2L), respectivamente. A determinação da área vazia (AV) foi obtida através da
subtração da área interna preenchida (AP) da área externa limitada pelo tegumento (AT), ou
seja, AV = AT - AP. Todos os procedimentos da Figura 1 a 2 foram executados manualmente
para cada semente e através da imagem gerada pelos raios-X calculou-se o percentual de área
livre no interior da semente (SILVA et al., 2013).
23
G H I
J K L
Figura 2 - Exemplo de análise de imagens de sementes de Moringa oleifera Lam. no programa ImageJ, mostrando as etapas de escolha dos
parâmetros a serem mensurados (G e H); mensuração dos parâmetros escolhidos (I) dos três segmentos (J, K e L), com a obtenção dos
resultados.
24
Após a análise de imagens pelo do teste de raio-X, realizou-se o teste de germinação:
utilizando-se o método do rolo de papel, no qual as sementes foram colocadas sobre papel
toalha do tipo germitest, umedecido com água destilada em quantidade equivalente a 2,5
vezes o peso total do papel. Os rolos foram colocados dentro de sacos plásticos, para que a
água não evaporasse e, em seguida mantidas em câmara do tipo B.O.D a 27º C, sendo a
primeira contagem de plântulas normais, efetuada aos cinco dias e a contagem final aos dez
dias, para fins de avaliação da germinação (%), de acordo com a metodologia definida por
Bezerra et al. (2004) e Brasil (2009). Embora não conste nas RAS normas específicas para
sementes de moringa, considerou-se as regras estabelecidas para Pisum sativum como
modelo, pois apresenta o mesmo padrão de germinação e morfologia semelhante às sementes
em estudo. Além disso, no teste de germinação, também foram consideradas e computadas as
plântulas anormais, que apresentaram alterações em sua morfologia, e as sementes mortas,
que foram aquelas que não germinaram ou estavam em processo de deterioração visível.
Para os testes de germinação, considerou-se plântula normal como sendo aquela que
apresenta o comprimento total (epicótilo + radícula) de pelo menos quatro vezes o tamanho da
semente e sem anomalias, como descrito por Brasil (2009) para espécies arbóreas de
germinação hipógea-criptocotiledonar, neste caso foram consideradas as plântulas que tinham
comprimento igual ou maior que 6 cm.
O vigor das sementes foi analisado utilizando os seguintes testes: Primeira contagem:
como descrito anteriormente, foi conduzido conjuntamente com o teste de germinação e
seguindo as recomendações de Bezerra et al. (2004); Índice de velocidade de germinação:
também foi realizado junto com o teste de germinação, avaliando-se o número de sementes
germinadas diariamente e calculado de acordo com a fórmula descrita por Maguire (1962);
Comprimento de plântulas: as plântulas foram medidas individualmente com o auxílio de
uma régua graduada, de acordo com a metodologia definida por Krzyzanowski et al. (1999) e
Massa seca de plântulas: determinada em estufa, como recomendado por Nakagawa (1999).
Foram utilizados quatro repetições de 50 sementes para cada lote testado. Os dados
foram submetidos à análise de variância, sendo a comparação de médias dos lotes para cada
variável avaliada efetuada pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, utilizando o programa
ASSISTAT. Realizou-se também, o teste de coeficiente de correlação simples de Pearson (r)
entre área livre (%) e plântulas.
25
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As sementes apresentaram boa visualização à radiação, de forma que, o tempo de 0,14
segundos e a intensidade de 40 kV em equipamento convencional de raio-X foram adequados.
Pesquisas realizadas com outras espécies, como a Terminalia argentea (GOMES,
2013), Cucurbita moschata (CARVALHO et al., 2009) e Jatropha curcas (PINTO et al.,
2009), que envolveram análise de imagens radiografadas, também demonstram que o raio-X
não alterou o potencial fisiológico das sementes, uma vez que a radiação foi muito baixa em
comparação com sementes que não foram submetidas ao raio-X.
A análise das imagens radiografadas permitiu a determinação de estruturas internas das
sementes de moringa e também de um tecido denso ao redor do embrião, que é o tegumento,
de acordo com a morfologia de sementes de moringa descrita por Ramos et al. (2010). As
áreas preenchidas e vazias foram visualizadas nos quatro lotes avaliados, sendo que as áreas
escuras representam ausência de tecido ou de tecido de baixa densidade, e as áreas claras,
representam os tecidos com maior densidade. Diante disso, é possível classificar as sementes,
quanto a sua formação em: Cheia e bem formada (Figura 3A), manchada (Figura 3B), com
danos físicos (Figura 3C) e vazia. (Figura 3D).
Em estudos realizados com moringa e utilizando a técnica de raio-X, Vasconcelos et al.
(2013), consideraram que as sementes manchadas que deram origem a plântulas anormais
estavam relacionadas a pequenas alterações na formação dos cotilédones ou ainda, a presença
de fungos. Da mesma forma em testes de raio-X com sementes de mamona, Kobori et al.
(2012), observaram que aquelas sementes parcialmente cheias, com danos ou defeitos,
Figura 3 - Imagens de raio-X de Moringa oleifera Lam. no programa ImageJ e a
classificação das sementes baseada nas diferenças entre as áreas da cavidade interna
preenchida: cheia e bem formada (A), manchada (B), com danos físicos (C) e vazia (D).
0,5 cm 0,5 cm 0,5 cm 0,5 cm
A B C D
26
apresentaram menor porcentagem de germinação, quando comparadas com as cheias e opacas
ou com pequenas manchas.
Os resultados obtidos no teste de germinação (Tabela 1) apresentam valores para o
percentual de plântulas normais nos lotes 1, 2 e 4 de 86, 89 e 88%, respectivamente, não
sendo identificadas diferenças significativas entre eles, no entanto, no lote 3 observou-se
apenas 48% de plântulas normais. Em estudos realizados com sementes de moringa, Pereira
(2010) estimou que para comercialização de um lote de sementes, este deve apresentar no
mínimo 80% de germinação. Esses valores também foram encontrados em pesquisas
realizadas por Vasconcelos (2013); Souza et al. (2006) e Neves et al. (2007), nos quais o
percentual de germinação de lotes de moringa de melhor qualidade apresentaram valores
acima de 80%. Nesta pesquisa, apenas o lote 1 apresentou o valor indicado pela literatura, os
lotes 2 e 4 apresentaram valores de 75 e 76%, enquanto o lote 3 apresentou o menor valor
(30%).
Tabela 1 Plântulas normais (PN), primeira contagem (PC), Índice de Velocidade de
Germinação (IVG), plântulas anormais (PA), sementes mortas (M), média do comprimento
parte aérea (CA) e radicular (CR), média da massa seca (MS), Percentual área vazia (A.V) em
quatro lotes de sementes de Moringa oleifera.
LOTE PN
(%)
PC
(%)
IVG
PA
(%)
M
(%)
CA
(cm)
CR
(cm)
MS
(g)
A.V
(%)
Cor*
1 86a 80a 41,7b 4,0b 10,5c 5,89b 8,89a 0,284b 18,2b -0,916703
2 89a 75b 43,6ab 1,0c 10,0c 5,86b 8,14a 0,289b 19,1b -0,931873
3 48b 30c 21,6c 7,0a 45,5a 3,48c 3,08c 0,176c 24,7a -0,746369
4 88a 76b 46,3a 1,0c 11,5bc 6,41a 6,95b 0,313a 17,9b -0,942428
*Correlação entre plântulas normais e área vazia no interior da semente.
As médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de
Tukey ao nível de 5% de significância.
Para primeira contagem de germinação (Tabela 1), observou-se ranqueamento dos lotes
diferente daquele encontrado no teste de germinação, sendo o lote 1 o que apresentou maior
germinação (80%), os lotes 2 e 4 apresentaram qualidade intermediária (75 e 76%,
respectivamente) e o lote 3 apresentou o pior desempenho, comparado aos demais, no qual foi
observado que apenas 30% das sementes germinaram aos 5 dias. O resultado obtido para a
variável índice de velocidade de germinação (Tabela 1) também indicou que os lotes 1, 2 e 4,
apresentaram valores muito próximos,(41,7; 43,6 e 46,3% respectivamente), contudo é
possível observar diferenças significativas entre o lote 1 e 4 , enquanto que, para o lote 3,
observou-se resultado muito inferior, sendo o IVG de 21,6.
27
Observa-se que os resultados para o número de plântulas anormais (Tabela 1) sendo os
lotes 2 e 4 os que apresentaram menor quantidade de plântulas anormais (1%) e o lote 1, que
foi classificado como lote de qualidade intermediária, 4% de plântulas anormais. Mais uma
vez, o lote 3 apresentou o pior desempenho, 7% de plântulas com algum tipo de malformação
que as considerassem anormais. Na análise de sementes mortas, os lotes 1, 2 e 4 apresentaram
médias 11, 10 e 12%, respectivamente, e o lote 3, detectado nos testes anteriormente citados
como o de pior qualidade, também apresentou o maior percentual de sementes mortas, 46%.
Na avaliação do comprimento de partes das plântulas de moringa foi possível identificar
que as sementes do lote 3 produziram radículas e partes aéreas menores, quando se compara
com os demais lotes, sendo 3,48 e 3,08 cm respectivamente. No entanto, para o comprimento
de parte aérea, o lote 4 apresentou maior comprimento (6,41 cm) e os lotes 1 e 2, valores
intermediários que não diferiram entre si (5,89 e 5,86 cm). Para o comprimento da radícula,
os lotes 1 e 2 foram os que apresentaram maior crescimento (8,89 e 8,14 cm) e o lote 4,
crescimento intermediário (6,95 cm) (Tabela 1).
Ao estudarem a influência da embebição no processo germinativo de moringa, Rabbani
et al. (2013) concluíram que as sementes que foram embebidas por 24 horas apresentaram
melhores resultados de comprimento, tanto da parte aérea como radicular, sendo que a maior
média encontrada foi de 11 cm, os valores encontrados nesta pesquisa então em concordância,
apesar das sementes não terem passado por um processo de pré-embebição. Em relação à
massa seca, também observou-se que o lote 3 foi o que apresentou-se menos vigoroso, com
menor valor de massa seca de plântulas (0,176 g), que influencia diretamente no
estabelecimento das plantas em campo. De acordo com Bewley et al. (2012) as substâncias de
reserva são acumuladas para fornecimento de energia e substâncias básicas para o
desenvolvimento do processo de germinação, deste modo, menor acúmulo de massa seca
resultaria em menor vigor das sementes, e menor desenvolvimento de plântulas, quando
comparadas com aquelas de lotes em que se observa maior acúmulo de reservas.
Durante a germinação, as substâncias de reserva são mobilizadas para a produção de
energia e de novas moléculas para o crescimento e desenvolvimento das plântulas e isso está
ligado à quantidade de assimilados presente na semente e a mobilização desses para o eixo
durante o crescimento (FURTADO, 2014). Em seus trabalhos com sementes de Ricinus
communis, Silva et al. (2003) observaram que a redução do valor de massa seca diminui a
qualidade das sementes e aumenta a quantidade de plântulas anormais geradas, sendo que,
quanto menor a massa seca acumulada pelas sementes, pior a qualidade do lote. Os
resultados encontrados no presente trabalho corroboram com essas afirmações, observando-se
28
que o lote 3, que apresentou menor massa seca, foi aquele em que se observou maior
quantidade de plântulas anormais e menor crescimento de plântulas (Tabela 1).
Com base nos resultados obtidos para área livre no interior das sementes, observou-se
que os lotes 1, 2 e 4 apresentaram área livre interna de 18,2; 19,1 e 17,9%, respectivamente,
em relação a área total da semente, ao passo que para as sementes do lote 3 esse valor foi
maior sendo de 24%, corroborando com a classificação dos testes de germinação, onde os
lotes 1, 2 e 4 de qualidade superior a das sementes do lote 3. Observou-se que os lotes que
apresentaram menor percentual de área livre interna (1, 2 e 4) geraram maior percentual de
plântulas normais. Comparando-se os resultados de germinação e percentual de área livre,
pode-se observar que a técnica de raio-X permite a classificação de lotes mais viáveis uma
vez que a correlação entre plântulas normais e percentual de área livre no interior das
sementes foi forte e negativa, sendo assim, quanto maior a área livre no interior das sementes,
menor é o percentual de plântulas normais. Essa correlação também foi apontada no trabalho
de Silva et al. (2013) em que se utilizou sementes de Acca sellowiana, no qual os maiores
valores de área livre apresentaram correlação com o percentual de plântulas anormais, nesse
caso, a correlação foi forte e positiva. Esses resultados também foram observados para
Tabebuia heptaphylla (AMARAL et al., 2011), espécies florestais de Lauraceae
(CARVALHO et al., 2009), Jatropha curcas (PINTO et al., 2009), Capsicum annuum
(DELL’ÁQUILA, 2007), nos quais as sementes que apresentavam valores de área livre maior
que o da área preenchida geraram maior percentual de plântulas anormais. Estudando
sementes de moringa, Bezerra et al. (2004), observaram que as sementes que apresentavam
maior peso, foram aquelas que obtiveram maiores porcentagens de germinação, relacionando
diretamente o preenchimento da semente e a altura da plântula.
Em suas pesquisas com sementes de Ricinus communis, Marcos Filho et al. (2010)
observaram que existe relação entre o preenchimento da área interna das sementes, a área
vazia no interior das sementes e o desenvolvimento de plântulas, na qual, sementes com
percentual de preenchimento inferior a 75% geraram plântulas com 4,5 cm e aquelas com
percentual igual ou superior a 80% geraram plântulas com 5,6 cm de comprimento.
Comparou-se o percentual de área livre no interior da semente com o comprimento de
plântulas (Figura 4A), considerando-se as plântulas normais como aquelas que possuem pelo
menos 6 cm de comprimento e aspecto saudável. A distribuição das sementes quanto à área
livre dentro de cada lote pode ser visualizada na Figura 4A, na qual observa-se que nos lotes
1, 2 e 4 a maior parte das sementes apresentaram valores abaixo dos 20% de área livre,
enquanto que no lote 3, na maior parte das sementes detectou-se valores acima dos 20%.
29
Observa-se a distribuição do comprimento de plântulas para os quatro lotes de sementes
testados, onde nos lotes 1, 2 e 4 observa-se uma maior quantidade de plântulas consideradas
normais, enquanto que no lote 3 esse valor é inferior, comparando com os demais lotes, pois
este lote apresenta grande quantidade de sementes mortas e ainda plântulas que possuem mais
de 6 cm de comprimento mas apresentam alguma anomalia (Figura 4B).
Figura 4 – Distribuição da área livre (%) no interior das sementes (A) e distruibuição do
comprimento (cm) de plântulas (B) em quatro lotes de Moringa oleifera.
As diferenças de preenchimento no interior das sementes podem ocorrer durante o seu
processo de formação e maturação, uma vez que o potencial fisiológico de uma semente
-0,916703
-0,931873
-0,746369
-0,942428
30
Figura 5 - Sementes de Moringa oleifera sem danos (A) com as setas indicando o tegumento
(T), embrião (emb) e hilo (H), com danos (B) indicados pela seta (D) e suas respectivas
plântulas normal e anormal e semente morta (C’).
depende do suprimento de assimilados durante o desenvolvimento das sementes (RABBANI
et al., 2013; OLIVEIRA et al., 2013; MARCOS FILHO, 2005). Os resultados apresentados na
Figura 4 corroboram com o que afirmaram estes autores, e demonstram que, sementes com
maior área livre, portanto, sementes que tiveram menor desenvolvimento do embrião,
apresentaram menor crescimento de plântulas e menor percentual de plântulas normais.
Observa-se a comparação entre uma semente sem danos e com bom preenchimento e a
plântula normal que ela produziu (Figura 5), com todas as suas estruturas (5A). Sementes com
danos aparentes nas imagens de raio-X resultaram em plântulas anormais (5B), portanto,
pode-se observar o efeito negativo da área livre e dos danos físicos no interior das sementes,
na qualidade fisiológica das mesmas. A radiografia também permitiu detectar sementes com
danos e deformações no embrião e que resultaram em sementes mortas no teste de
germinação (5C). Esses resultados confirmam que a morfologia interna pode ser um
indicativo do potencial de viabilidade das sementes, confirmando os resultados obtidos por
outros autores para sementes de diferentes espécies, como Terminalia argentea (GOMES,
2013), Platypodium elegans (SOUSA et al., 2008), Bowdichia virgilioides
(ALBUQUERQUE & GUIMARÃES, 2008) e Ricinus communis (CARVALHO &
OLIVEIRA, 2006).
31
CONCLUSÃO
A análise de imagens radiografadas de sementes de Moringa oleifera, com o software
ImageJ, permite a mensuração das áreas preenchidas e áreas livres no interior da semente
assim como a associação entre estas e a germinação.
Danos internos severos, malformação e grau de preenchimento detectados no raio-X
podem ser associados a baixa germinação e redução do comprimento de plântulas.
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VILELA F. L.; ROSA S. D. V. F.; MCDONALD M. B.; BENNETT. M. A. Uso de imagens
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sementes de algumas espécies florestais presentes na região sul do Brasil. Revista Brasileira
de Sementes, Pelotas, v. 28 , n. 3, 2006.
36
ARTIGO II
QUALIDADE DE SEMENTES DE Moringa oleifera Lam. POR MEIO DE IMAGENS
DIGITAIS
Bruno Gomes de Noronha¹; Márcio Dias Pereira²; André Dantas Medeiros³.
¹Biológo, Mestrando em Ciências Florestais – asphael@gmail.com
² Eng. Agrônomo, Doutor em Fitotecnia. Professor adjunto da Unidade Acadêmica
Especializada em Ciências Ágrarias da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
³Estudante de Engenharia Agronômica.
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QUALIDADE DE SEMENTES DE Moringa oleifera Lam. POR MEIO DE IMAGENS
DIGITAIS
RESUMO
A análise computadorizada de imagens de sementes tem se destacado como uma técnica
potencial para a avaliação da qualidade de sementes na detecção de lotes que apresentam
melhor desempenho no campo. Como a embebição, em geral, reflete no aumento do tamanho
e da área da semente, a avaliação de imagens da área das sementes durante a embebição pode
permitir o ranqueamento de lotes em níveis de vigor, sendo um processo de análise
relativamente rápido e preciso. O objetivo deste trabalho, portanto, foi avaliar a eficiência da
determinação do incremento de área em sementes de moringa durante a embebição, por meio
da análise de imagens digitalizadas, na avaliação da qualidade fisiológica das sementes.
Foram utilizadas sementes de quatro lotes de moringa com e sem tegumento, embebidas a 15°
e 20°C, sendo fotografadas e acompanhadas durante a fase inicial de absorção de água. Foi
calculado o incremento de área (%), através da análise das imagens. Os lotes 1, 2 e 4 foram
considerados lotes de maior qualidade enquanto o lote 3 o de pior qualidade, quando se
comparou os lotes testados. As sementes de moringa obedecem a um padrão trifásico, com a
protrusão da radícula ocorrendo em 72 horas. É possível avaliar o percentual de incremento de
área por meio do programa ImageJ, sendo o que período de 8 horas de embebição à 15°C
demonstrou maior eficiência para classificação dos lotes quanto a sua qualidade.
Palavras-chave: Embebição. Incremento. Área. Vigor.
38
QUALITY SEED Moringa oleifera Lam. THROUGH DIGITAL IMAGES
ABSTRACT
Computer analysis of seed images has emerged as a potential technique for the
evaluation of seed quality in the detection of lots that have better performance in the field. As
the soaking, in general, reflected in the increased size and seed, the screening of seeds
imagers during hydration can allow the ranking of lots into force levels, and an analysis
procedure for fast and accurate. This study, therefore, was to evaluate the efficiency of
determining the area of increase in moringa seeds during soaking through the scanned image
analysis, evaluation of physiological seed quality. Seed samples of four batches of moringa
with and without seed coat, soaked at 15 ° and 20 ° C, and monitored photographed during the
initial stage of water absorption. We calculated the area of increase (%), by analysis of the
images. Lots 1, 2 and 4 were considered lots of higher quality while the third batch of poorer
quality, when comparing the test batches. The moringa seeds follow a three-phase pattern
with the root protrusion occurring within 72 hours. It is possible to evaluate the percentage of
area increment through ImageJ software, and those 8 hours of imbibition at 15 ° C showed
increased efficiency for classifying batches as its quality.
Keywords: Imbibition. Increase. Area. Vigour.
39
INTRODUÇÃO
A análise computadorizada de imagens de sementes tem se destacado como uma técnica
potencial para a avaliação da qualidade de sementes na detecção de lotes que apresentam
melhor desempenho no campo (XU et al., 2007).
Os resultados obtidos através do uso da análise de imagens destacam-se principalmente
pelas informações obtidas, associando a morfologia das sementes ao seu desempenho (SAKO,
2001; VIEIRA et al., 2003), mediante o uso de programas como o Tomato Analyzer®
(WENDT, 2014; MARCOS-FILHO et al., 2009;), Image-Pro Plus® (SILVA et al., 2012),
SVIS® (ALVARENGA et al., 2012) e ImageJ® (SILVA et al., 2013), que permitem
determinar segmentos das sementes e estabelecer relações com o potencial fisiológico.
Esses testes com análise de imagens digitais consistem na captura da imagem para
geração de dados dimensionais, como comprimento e área (VARMA et al., 2013; ARAÚJO,
2011, DELL’ÁQUILA et al., 2009; ZABOT et al., 2008 ) e a sua mensuração através de
métodos de contagem ou frequência (TANABATA et al., 2012). A avaliação da viabilidade
de sementes por meio da análise de imagens constitui-se num método objetivo, econômico e
prático. Estas análises levam em consideração, para fins de comparação, a germinação e o
vigor das sementes.
Para que a germinação ocorra, há um teor mínimo de água que a semente deve absorver
e este varia com a espécie (BEWLEY & BLACK, 2012). Naturalmente a semente aumenta de
volume durante o avanço das fases do processo de embebição pelo qual passa a semente
durante a germinação (FERREIRA & BORGHEETTI, 2004), o que é natural, uma vez que os
tecidos se hidratam. Existem casos em que ocorrem diferenças acentuadas no aumento do
tamanho das sementes e essas diferenças podem estar ligadas a viabilidade. A relação entre
qualidade das sementes e o seu aumento de peso ou de tamanho durante a hidratação foi
observada em sementes de soja (BECKERT et al., 2000) e Panicum maximum (MOTA,
2002), constatando-se que as sementes que apresentaram menor volume durante as fase de
embebição, demonstraram qualidade inferior. Como a embebição, em geral, reflete no
aumento do tamanho e da área da semente, a avaliação de imagens que figurem este aumento
durante as fases, principalmente iniciais, de absorção de água pode permitir o ranqueamento
de lotes em níveis de vigor, sendo um processo de análise relativamente rápido e preciso
(LIMA, 2009; HOFFMASTER et al. 2003; SAKO et al. 2001). Entretanto não há muitos
relatos de pesquisas envolvendo a análise de imagens de sementes turgidas durante a
embebição e sua relação com a qualidade fisiológica das mesmas.
40
A análise de imagens de sementes representa uma alternativa complementar,
reproduzível e rápida (LEÃO et al., 2013; SILVA et al., 2013; GUIMARÃES, 2012;
DELL’ÁQUILA et al., 2009; MARCOS-FILHO et al., 2009; MCDONALD, 2003),
características importantes que permitem agilidade na tomada de decisões (GOMES, 2013),
não só na análise de sementes de espécies cultivadas, mas também das florestais, como a
Moringa oleifera que apresenta sementes oleaginosas (LORENZI & MATOS, 2002), o que
lhe confere grande potencial para a extração de óleo destinado a produção de biodiesel
(SILVA et al., 2010; RASHID et al., 2008), além de apresentar adaptações às regiões
semiáridas, caracterizadas principalmente pelos baixos índices de pluviosidade (BEZERRA et
al., 2004).
O objetivo deste trabalho foi Avaliar a qualidade fisiológica de sementes de moringa
por meio do incremento de área determinado por análise de imagens
METODOLOGIA
Foram utilizados quatro lotes de sementes de Moringa oleifera Lam. coletadas em
árvores matrizes localizadas na região de Macaíba-RN.
Pra fins de caracterização do processo de embebição das sementes de moringa,
procedeu-se a determinação da curva de embebição, para tanto, utilizou-se 4 repetições de 10
g de sementes, distribuídas em papel Germitest® embebido com água destilada, na proporção
de 2,5 vezes o peso do papel. As sementes foram mantidas em incubadora tipo B.O.D à 15º e
20º C, na ausência de luz. As avaliações para obtenção da curva de embebição foram
realizadas a cada duas horas nas primeiras 24 horas, e após este tempo, as avaliações
ocorreram a cada 12 horas até a protrusão radicular de pelo menos 50% das sementes. Para
avaliar o ganho de água pelas sementes, foram realizadas pesagens, em balança analítica.
A fim de se determinar a qualidade das sementes, realizou-se a caracterização
fisiológica das mesmas, utilizando-se os seguintes testes: Plântulas normais: considerou-se
plântulas normais como sendo aquelas que apresentam comprimento total (epicótilo +
radícula) de pelo menos quatro vezes o tamanho da semente e sem anomalias, como descrito
por Brasil, (2009) para espécies arbóreas de germinação hipógea-criptocotiledonar, neste caso
foram consideradas as plântulas que tinham comprimento igual ou maior que 6 cm.
Primeira contagem de germinação: como descrito anteriormente, foi conduzido
conjuntamente com os testes de germinação e seguindo as recomendações de Bezerra et al.,
(2004); Índice de velocidade de germinação: Também foi realizado junto com o teste de
germinação, avaliando-se o número de sementes germinadas diariamente e calculado de
41
acordo com a fórmula descrita por Maguire (1962); comprimento de plântulas: as plântulas
foram medidas individualmente com o auxílio de uma régua graduada, de acordo com a
metodologia definida por Krzyzanowski et al., (1999) e massa seca de plântulas:
determinada em estufa, como recomendado por Nakagawa (1999).
Foram utilizados quatro repetições de 50 sementes para cada lote testado. Os dados
foram submetidos à análise de variância, sendo a comparação de médias dos lotes para cada
variável avaliada efetuada pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade, utilizando o programa
ASSISTAT.
Incremento de área e análise de imagem: Foram utilizadas sementes dos quatro lotes
de moringa, previamente desinfestadas com hipoclorito de sódio a 2% por dois minutos e
lavadas três vezes seguidas com água destilada, retirando-se o excesso de umidade com papel
toalha. Foram utilizadas sementes com e sem tegumento, sendo a destegumentação realizada
manualmente com o auxilio de um estilete. Em seguida, as sementes foram dispostas em
papel Germitest®
com o hilo voltado para baixo, numeradas e suas posições foram marcadas,
em fileiras de 10 sementes, perfazendo um total de cinco fileiras por rolo, sendo fotografadas
logo em seguida, utilizando equipamento fotográfico Samsung N700, a uma distância de 30
cm das sementes. Utilizou-se um tripé para que a todas as imagens fossem colhidas com a
mesma distância, utilizando uma régua graduada como escala, e mantida a mesma condição
para todas as sementes. A seguir, procedeu-se o umedecimento do papel e a confecção de
rolos, que foram mantidos em incubadora tipo B.O.D à 15 e 20º C, com captura de imagens
por meio de fotografia, nas mesmas condições descritas para as sementes secas, às 8, 16 e 24
horas do início da embebição das sementes.
Esse processo foi repetido para as imagens das sementes antes do processo de
embebição e com as imagens obtidas depois do processo de embebição (8, 16 e 24 horas).
Para o cálculo de área foi utilizada a seguinte fórmula: ( )
, onde: I.A
representa o percentual de incremento de área adquirido pela semente durante o tempo de
hidratação; Ai: Área inicial da semente antes do início da hidratação; e Af: área final após a
embebição.
As médias das repetições foram submetidas à análise de variância, sendo a comparação
de médias dos lotes para cada variável avaliada efetuada pelo teste de Tukey, a 5% de
probabilidade, utilizando o programa ASSISTAT. Realizou-se também, o teste de coeficiente
de correlação simples de Pearson (r) entre a área de sementes embebidas e comprimento de
plântulas.
42
RESULTADOS
Observou-se que os resultados da curva de absorção de água para as sementes de
moringa, seguiram o padrão trifásico como proposto por Bewley e Black (2012) (Figura 2),
caracterizada pelas curvas do peso de massa úmida (g) e da quantidade de água (g) que a
semente absorve até a germinação. Ao total foram necessárias 72 horas de embebição para a
protrusão radicular.
A absorção de água na primeira fase foi relativamente rápida em todos os tratamentos
(Figura 2) (Fase I), seguida por uma fase estável (Fase II), observando-se depois uma
retomada na absorção de água (Fase III), sendo que esta só ocorre quando a germinação é
completa, onde o eixo embrionário se alonga e rompe as estruturas de cobertura da semente
(RABANNI et al., 2013). Para as sementes de moringa, o início da Fase I foi observado nas
primeiras horas, com alta velocidade de absorção de água e ganho de massa. Em termos
absolutos, houve a absorção de 0,6 gramas de água. Essa fase possui duração de uma a duas
horas como descrevem Carvalho e Nakagawa (2000) para sementes em geral, corroborando
com os dados apresentados na Figura 2. Em suas pesquisas Coll et al. (2001) explicam que a
A
B
C
D
Lote 1 Lote 2 Lote 3 Lote 4
Figura 6 - Curva de embebição de sementes de quatro lotes de Moringa oleifera com
tegumento, mantidas a 15°C (A) e 20°C (B) e sem tegumento a 15°C (C) e 20ºC (D),
baseada no ganho de massa úmida (g) ao longo do tempo (h).
43
velocidade de absorção e a quantidade de água embebida variam com a natureza e
composição do tegumento. Neste caso, a moringa apresenta um tegumento poroso e liso, que
facilita a absorção de água (RAMOS et al., 2010; BEZERRA et al., 2004), além disso a alta
concentração de proteínas favorece o condicionamento osmótico (GALLÃO et al., 2006).
Observou-se que os lotes testados apresentaram variações quanto à absorção de água
em função das temperaturas e a presença/ausência do tegumento, sendo que a taxa de
absorção de água na fase I à 15°C com sementes destegumentadas (Figura 2C), apresentou
aumento do tempo, cerca de 4 horas, para atingir o início a fase II, enquanto nos demais essa
mesma fase ocorreu em 2 horas. Em geral é observado que quanto maior área de contato
(sementes sem o tegumento) a velocidade de embebição aumenta, mas as baixas temperaturas
diminuem a taxa de absorção, porque a temperatura influencia na conformação das
membranas, alterando o processo de absorção (NASCIMENTO, 2000).
Estes resultados diferiram dos encontrados por Alves et al. (2005) ao estudarem o efeito
dos fatores de embebição e presença do tegumento em procedências de moringa e,
verificaram, que as sementes sem o tegumento não sofriam mudanças no padrão de
embebição. Neste presente trabalho, as sementes que estavam com tegumento e sem
tegumento apresentaram diferenças entre si, sendo que as sementes sem o tegumento (Figura
2 C e D) absorveram mais água do que aquelas com o tegumento (Figura 2 A e B) durante a
fase I.
Os resultados obtidos no teste de germinação (Tabela 1) dos lotes 1, 2 e 4, foram de 86,
89 e 88% de plântulas normais, respectivamente, não sendo identificadas diferenças
significativas entre eles, no entanto no lote 3 observou-se apenas 48% de plântulas normais.
Em estudos realizados com sementes de moringa.
Tabela 2 - Plântulas normais (PN), primeira contagem (PC), índice de velocidade de
germinação (IVG), plântulas anormais (PA), sementes mortas (M), média do comprimento
parte aérea (A) e radicular (R), média da massa seca (MS) de plântulas de quatro lotes de
Moringa oleifera.
*Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo post hoc Tukey a 5% de probabilidade.
LOTE PN (%) PC
(%)
IVG
PA
(%)
M
(%)
A
(cm)
R
(cm)
MS
(g)
1 86a 80a 41,7b 4,0b 10,5b 5,89b 8,89a 0,284b
2 89a 75b 43,6ab 1,0a 10,0b 5,86b 8,14a 0,289b
3 48b 30c 21,6c 7,0c 45,5a 3,48c 3,08c 0,176c
4 88a 76b 46,3a 1,0a 11,5b 6,41a 6,95b 0,313a
44
Para primeira contagem de germinação (Tabela 1), observou-se classificação dos lotes
diferente daquela encontrada no teste de germinação, sendo o lote 1 o que apresentou maior
germinação (80%), os lotes 2 e 4 apresentaram qualidade intermediária (75 e 76%,
respectivamente) e o lote 3 apresentou desempenho inferior, comparado aos demais, no qual
foi observado que apenas 30% das sementes germinaram aos 5 dias de semeadura. O
resultado obtido para a variável índice de velocidade de germinação (Tabela 1) também
indicou que os lotes 1, 2 e 4, apresentaram valores muito próximos (41,7; 43,6 e 46,3;
respectivamente), enquanto que, para o lote 3, observou-se resultado inferior, sendo o IVG de
21,6. O teste de primeira contagem foi mais eficiente para separar os lotes e mostrou-se mais
sensível às diferenças de qualidade entre os lotes, corroborando com resultados encontrados
para sementes de pimenta (VIDIGAL et al., 2008), alface (NASCIMENTO & PEREIRA,
2007), soja (MARCOS-FILHO et al.,2009).
Na Tabela 1 observa-se que os resultados para o número de plântulas anormais em cada
lote não seguiu a mesma tendência observada nos testes de germinação, primeira contagem e
IVG, sendo os lotes 2 e 4 os que apresentaram menor quantidade de plântulas com
deformações (1%) e o lote 1 o que foi classificado como lote de qualidade intermediária, 4%
de plântulas anormais. Mais uma vez, o lote três apresentou o pior desempenho, 7% de
plântulas com algum tipo de malformação que as considerassem anormais. Na análise de
sementes mortas, os lotes 1, 2 e 4 apresentaram médias 11, 10 e 12%, respectivamente, e o
lote 3, detectado nos testes anteriormente citados como o de qualidade inferior, também
apresentou o maior percentual de sementes mortas, 46%.
Na avaliação do comprimento de partes das plântulas de moringa foi possível detectar
que as sementes do lote 3 produziram radículas e partes aéreas menores, quando se compara
com os demais lotes, sendo 3,48 e 3,08 cm respectivamente. No entanto, para o comprimento
de parte aérea, o lote 4 apresentou maior comprimento (6,41 cm) e os lotes 1 e 2, valores
intermediários que não diferiram entre si (5,89 e 5,86 cm). Para o comprimento da radícula os
lotes 1 e 2 foram os que apresentaram maior crescimento (8,89 e 8,14 cm) e o lote 4,
crescimento intermediário (6,95 cm) (Tabela 1).
Em relação à massa seca, também observou-se que o lote 3 foi o que apresentou-se
menos vigoroso (0,176 g), o que influencia diretamente no estabelecimento das plântulas em
campo. De acordo com Bewley et al. (2012) as substâncias de reserva são acumuladas para
fornecimento de energia e substâncias básicas para o desenvolvimento do processo de
germinação, deste modo, menor acúmulo de massa seca resultaria em menor vigor das
45
sementes e menor desenvolvimento de plântulas, quando comparadas com aquelas de lotes
em que se observa maior acumulo de reservas.
Durante a germinação, as substâncias de reserva são mobilizadas para a produção de
energia e de novas moléculas para o crescimento e desenvolvimento das plântulas e isso está
ligado à quantidade de assimilados presente na semente e a mobilização desses para o eixo
durante o crescimento (FURTADO, 2014). Em seus trabalhos com sementes de Ricinus
communis, Silva et al. (2003) observaram que a redução do valor de massa seca diminui a
qualidade das sementes e aumenta a quantidade de plântulas anormais geradas, sendo que,
quanto menor a massa seca acumulada pelas sementes, pior a qualidade do lote. Sob baixo
conteúdos de água a atividade metabólica diminui (CASTRO & HILHORST, 2004) e a
mobilização destas reservas pode ser prejudicada, influenciando no processo de
estabelecimento de plântulas, assim sementes que conseguem absorver mais água tem mais
chances de utilizar os metabólitos com eficiência.
Na análise dos resultados obtidos do teste de incremento de área (Tabela 2), para
semente com o tegumento, foi possível observar que em 8 horas de embebição à 15°C, o lote
4 foi o que apresentou maior percentual de incremento (14,7%), sendo que para os lotes 1 e 2
não houve diferença significativa (12,6 e 13,0% respectivamente), enquanto o lote 3
apresentou o menor percentual(11,3%). Esse ranqueamento não se repetiu após 16 horas de
embebição (Tabela 2), uma vez que os lotes 1, 2 e 4 apresentaram maiores porcentagens
(22,2, 22,1 e 22,5%), não diferindo entre si, enquanto que o lote 3 apresentou o menor
percentual (18,5%), apesar de ser possível separar os lotes, de menor e pior qualidade nesse
período, este é menos sensível equiparando os lotes 1,2 e 4, sendo que estes lotes apresentam
diferenças de qualidade como descritos anteriormente.
Após 24 horas de embebição (Tabela 2) o ranqueamento dos lotes foi igual a 8 horas de
embebição, sendo que novamente os lote 4 apresentou maior percentual (33,4%), os lotes 1 e
2 em seguida (24,9 e 24,7%) não diferindo entre si e o lote 3 com o menor percentual
(20,6%) entre os quatro lotes testados.
Os principais componentes das sementes, responsáveis pela embebição e aumento de
tamanho, são as proteínas e açúcares, e, em menor intensidade, a celulose e substâncias
pécticas; o amido e os lipídios apresentam interferência reduzida no processo (BEWLEY &
BLACK, 2012), sendo assim as sementes possuindo níveis diferentes dessas substâncias
diferem na absorção. As sementes de moringa apresentam grande quantidade dessas
46
substâncias e dependendo do tamanho da semente a embebição pode ocorrer de forma
diferenciada (GALLÃO et al., 2006).
O período de 8 horas para a temperatura de 15°C apresentou melhor ranqueamento dos
lotes com tegumento, considerando o menor tempo de embebição para classificação de acordo
com os índices da caracterização fisiológica.
Tabela 3- Incremento de área (%) em três períodos de embebição (8, 16 e 24 horas) em
temperaturas de 15 e 20 ºC em sementes com tegumento (C) e sem tegumento (S) de quatro
lotes de Moringa oleifera.
C
15°C
20°C
8 16 24
8 16 24
Lote 1 12,6b* 22,2a 24,9b
23,6a 28,4b 39,7b
Lote 2 13,0b 22,1a 24,7b
22,1b 39,7a 44,9a
Lote 3 11,3c 18,5b 20,6c
16,7c 26,0c 34,9c
Lote 4 14,7a 22,5a 33,4a
16,2c 29,6b 40,8b
S
15°C
20°C
8 16 24
8 16 24
Lote 1 14,5b 23,8b 34,6b
20,2b 29,7b 39,7b
Lote 2 14,4b 23,9b 34,8b
24,7a 31,5a 35,0c
Lote 3 11,0c 20,1c 30,7c
19,8bc 24,0c 27,8d
Lote 4 17,1a 27,0a 38,9a
18,1c 31,0a 45,3a *Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo post hoc Tukey a 5% de probabilidade.
O ranqueamento dos lotes com tegumento, sengundo o incremento de área na
temperatura de 20 °C (Tabela 3) diferiu daquele descrito anteriormente a temperatura de
15°C, uma vez que em 8 horas de embebição o lote 1 foi o que apresentou maior percentagem
de incremento de área (23,6%), sendo o lote 2 esse valor foi menor ( 22,1%), ao passo que nos
lotes 3 e 4 não houve diferença significativa (16,7 e 16,2%, respectivamente), enquanto que
após 16 horas de embebição esse ranqueamento foi diferente, os lotes 1 e 4 não apresentaram
diferenças significativas (28,4 e 29,6% respectivamente), enquanto o lote 2 foi o que
apresentou maior percentual (39,7%), e o lote 3 com o menor percentual sendo de 26,0%.
O período de 24 horas de embebição apresentou ranqueamento igual ao período de 16
horas (Tabela 3) para sementes com tegumento, sendo novamente o lote 2 o que apresentou
maior percentual (44,9%), os lotes 1 e 4 (39,7 e 40,85% respectivamente) não apresentando
diferenças significativas e o lote 3 sendo aquele que apresentou menor porcentagem (34,9%).
.As sementes que mesmo diante de condições estressantes, conseguem atingir a
germinação, nesse caso a baixa temperatura, são aquelas também consideradas mais vigorosas
47
(BEWLEY & BLACK, 2012; MARCOS-FILHO, 2005). Neste caso, a temperatura de 20°C
se mostrou ineficiente para categorização dos lotes.
Para as sementes sem o tegumento à 15°C, o período de 8 horas de embebição (Tabela
3), o lote 4 foi o que apresentou maior porcentagem de incremento de área (17,1%), seguido
dos lotes 1 e 2 sem diferenças significativas (14,5 e 14,4%), sendo que o lote 3 apresentou
menor percentual (16,0%), apresentando resultados semelhantes quando comparados com
sementes que apresentavam tegumento.
Observou-se que o período de 16 horas de embebição (Tabela 3) para sementes sem o
tegumento, permitiu um ranqueamento igual aquele anteriormente descrito, sendo que o lote 4
evidenciou maior porcentagem (27,0%), os lotes 1 e 2 em seguida (23,8 e 23,9 %
respectivamente) não apresentaram diferenças entre si, e o lote 3 apresentou a menor
porcentagem (20,1%).
Para os períodos de embebição a 20°C para sementes sem o tegumento, o período de 8
horas de embebição (Tabela 3), evidencia que o lote 2 é o que apresentou maior porcentagem
de incremento (24,7%), seguido dos lote 1 que apresentou valor intermediário (20,2), e em
seguida o lotes 3 (19,8%) que não apresentou diferenças significativas entre os lotes 1 e 4, e o
4 com o menor valor (18,1%).
No período de 16 horas de embebição o ranqueamento foi diferente daquele descrito
anteriormente (Tabela 3), onde os lotes 2 e 4 apresentam os maiores valores (31,5 e 31,0%),
seguido do lote 1 (29,7%) e o lote 3 com a menor porcentagem (24,0%). Entretanto esse
ranqueamento não se aplica aos lotes com 24 horas de embebição, uma vez que o lote 4
apresentou o maior valor (45,3%), o lote 1 em seguida (39,7%), o lote 2 (35,0%) e o menor
valor obtido para o lote 3 (27,8%), todos com diferenças significativas entre si.
Em pesquisas com sementes de soja Marcos Filho et al. (1999) e Dias & Marcos Filho
(1996) observaram distinção entre lotes de sementes, quando a diferença de vigor era grande,
com o uso de 4 ou 8 horas de embebição; entretanto, quando a diferença entre os lotes era
pequena, o período de embebição por 16 ou 20 horas mostrou-se mais sensível para detectar
às variações do vigor das sementes de soja. Em girassol, Brandão-Junior et al. (1997)
conseguiram detectar as diferenças de qualidade existentes entre os lotes com 18 horas de
embebição. Ainda, Vanzolini & Nakagawa (1999), trabalhando com amendoim, observaram
que o tempo de embebição de 3 horas foi suficiente para distinguir a qualidade de diferentes
lotes de sementes, neste trabalho as sementes submetidas a 15°C e 8 horas de embebição foi
possível distinguir os lotes quanto a sua qualidade.
48
Quanto à temperatura de embebição, sua influência é verificada na velocidade de
embebição e de lixiviação de eletrólitos do interior das células para o meio externo, Vidgal et
al. (2005) constataram que a diminuição na temperatura causa aumento na viscosidade da
solução, seguida por um decréscimo na mobilidade de íons e consequente redução da perda de
íons; em contrapartida, as altas temperaturas aumentam a dissociação de íons e reduz a
viscosidade da solução, o que resulta em alto extravasamento de eletrólitos.
Comparou-se a área das sementes com tegumento após 8 horas de hidratação com o
comprimento de plântulas (Figura 7A), considerando-se as plântulas normais como aquelas
que possuem pelo menos 6 cm de comprimento e aspecto saudável.
49
Observa-se que os lotes 1, 2 e 4 (Figura 7A) apresentam a maior parte das sementes
com área superior a 25 mm², (limite definido pela média da área dos quatro os lotes) sendo
incremento de área (%IA) maior para esses três lotes, enquanto que para o lote 3 (Figura 7A)
observa-se maior parte das sementes abaixo desse valor, consequentemente apresentaram
menor valor de incremento de área.
Figura 7 - Distribuição da área (mm²) das sementes com tegumento após 8 horas de
embebição à 15°C (A) e distruibuição do comprimento (cm) de plântulas (B), apresentando
suas respectivas correlações (C) em quatro lotes de Moringa oleifera.
A
0,76245
0,82015
0,78965
0,86319
B C
50
Observa-se na distribuição do comprimento de plântulas para os quatro lotes de
sementes testados (Figura 7B), que os lotes 1, 2 e 4 apresentaram maior quantidade de
plântulas consideradas normais, enquanto que no lote 3 esse valor é inferior, comparando-se
com os demais lotes, pois este apresenta grande quantidade de sementes mortas e ainda
plântulas que possuem mais de 6 cm de comprimento mas apresentam alguma anomalia.
Na literatura ainda são escassos e praticamente inexistentes os trabalhos que relacionam
o incremento de área da semente durante a embebição e os índices de germinação e vigor.
Porém, é possível verificar que esta premissa (aumento volumétrico x qualidade fisiológica)
estão associadas, uma vez que normalmente a semente aumenta drasticamente de tamanho na
fase I e pouco na segunda fase (Bewley & Black, 2012), sendo assim o fenômeno de absorção
da água afeta, portanto, as características morfodimensionais da semente e consequentemente
o processo de germinação.
CONCLUSÃO
As sementes de moringa obedecem a um padrão trifásico, com a protrusão da radícula
ocorrendo em 72 horas.
É possível avaliar o percentual de incremento de área por meio do programa ImageJ.
O período de 8 horas de embebição à 15°C demonstrou eficiência para categorização
dos lotes quanto a sua qualidade.
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56
CONCLUSÃO GERAL
Na busca de matérias-primas alternativas, é constatado que a moringa, uma cultura que
se adapta em várias condições edafo-climáticas e é tolerante à seca, pode ser uma candidata
potencial para a obtenção de óleo, destinado à produção de biocombustível. Sendo necessário
a busca por sementes de melhor qualidade, não só para o setor produtivo, mas também para o
setor tecnológico e científico, para tanto são necessários testes de qualidade, os quais
necessitam de tempo, que acabam atrasando a tomada de decisões. O uso de raios-X e análise
de imagens digitais tem se mostrado como técnica alternativa, viável, rápida, reproduzível e
de baixo custo. Embora as maiores dificuldades estejam relacionados a padronização dos
teste, a busca pelo melhor método torna-se imprescindível. Tendo em vista os aspectos
observados conclui-se que a análise de imagens radiografadas de sementes de Moringa
oleifera, com o software ImageJ, permite a mensuração das áreas preenchidas e áreas livres
no interior da semente assim como a associação entre estas e a germinação. Observando-se
que danos internos severos, malformação e grau de preenchimento detectados no raio-X
podem ser associados a baixa germinação e redução do comprimento de plântulas. As
sementes de moringa obedecem a um padrão trifásico, com a protrusão da radícula ocorrendo
em 72 horas. É possível avaliar o percentual de incremento de área por meio do programa
ImageJ. O período de 8 horas de embebição à 15°C demonstrou eficiência para categorização
dos lotes quanto a sua qualidade.
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