RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE E PATERNIDADE SOCIOFETIVA Nomes:Flávia Vilela G. Borba Heloanna Paula...

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RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE E PATERNIDADE SOCIOFETIVA

Nomes:Flávia Vilela G. BorbaHeloanna Paula M. e CunhaMariana Terra TanusRafaela Silva CostaVívian Silvia de RezendeYnaiara Goiany C. Lobo

Investigação de Paternidade

Conceito

é ação de conhecimento para que haja conhecimento do pai da criança.

Ação registro contendo somente o nome da mãe

dever ser levado a conhecimento do juiz.

oficial remete a respectiva certidão / oitiva da mãe / suposto pai (nome)

conhecido o nome, notifica o pai para manifestações

Ministério Público propõe a ação / Citação do pai / instrução / DNA

Alteração mais recente

“presunção de paternidade no caso de recusa do suposto pai em submeter-se ao exame de código genético”

Conseqüências de pessoas que são rejeitadas pelos pais

A rejeição costuma deixar marcas na auto-estima. Ainda mais quando a pessoa é rejeitada na infância pelos pais.

Nesse caso, as marcas podem ser bastante profundas e influenciar o comportamento pelo resto da vida, caso a pessoa não perceba e nem trate o sentimento. 

A pessoa rejeitada, no fundo, acaba sentindo que tem algo de errado em si mesma. 

Esse sentimento da pessoa rejeitada de que parece que tem algo de errado com ela, na maioria das vezes não é bem percebido.

Essa é a causa maior da dor: achar que e a rejeição ocorreu por que há um "defeito" na pessoa e isso que a levou a ser descartada, desprezada, abandonada, rejeitada.

A pessoa busca a explicação, não encontra, e, inconscientemente, é levada sentir que tem algo de errado nela que levou a outra pessoa a rejeitá-la.

Imagine carregar esse sentimento desde a infância pela rejeição dos pais: "eu não tenho valor, tem algo de errado comigo, eu devo merecer isso mesmo..."

Isso vai gerar outros sentimentos como a culpa por exemplo. Se sentir culpado por não ser uma pessoa boa o suficiente, por não corresponder as expectativas dos pais...

Gera também uma necessidade constante de aprovação dos pais.

O filho se esforça, tenta agradar, continua sem o reconhecimento, tenta novamente agradar.

Vira um circulo vicioso: tentar agradar a todo custo, não ser reconhecido, se sentir rejeitado por isso, e novamente agradar...

Vira uma busca eterna pela aprovação.

Consequência de um pessoa que cresce sem a figura paterna

Nas palavras de Freud:

Na maioria dos seres humanos, tanto hoje como nos tempos primitivos, a necessidade de se apoiar numa autoridade de qualquer espécie é tão imperativa que seu mundo desmorona se essa autoridade é ameaçada. (Leonardo da Vinci e uma lembrança da sua infância).

A ausência paterna pode gerar impactos no desenvolvimento psicológico, intelectual e comportamental de um bebe, criança ou adolescente.

Em função das relações pai-filho foram elaboradas teorias para explicarem os quadros doentios que, às vezes, se manifestam na adolescência. Um desses estudos é denominado de duplo vínculo ou dupla mensagem.

Há problemas relacionados especificamente com a falta da presença masculina dentro do lar, os quais estão ligados com o motivo da ausência do pai: se por morte, abandono ou em decorrência de produções independentes.

Importante destacar que meninos e meninas

reagem de forma diferente diante dessas situações.

Ausência paterna na vida da criança pode gerar:

Distúrbios de aprendizagem: as crianças apresentam notas baixas na escola; dificuldade de leitura e concentração; baixo desempenho nas provas finais e consequentemente maior probabilidade de repetir o ano escolar;

Dificuldade de relacionamento pois desconhecem as regras de convivência social;

Comportamento violento e agressivo: geralmente associam-se a gangues;

Problemas emocionais: tristeza, melancolia, dentre os quais se destaca a depressão;

Consumo de drogas;

O reconhecimento da paternidade socioafetiva

O Código Civil de 1916 era calcado apenas na paternidade biológica, advinda do casamento.

Com o passar dos anos passou a reconhecer : a união estável e as entidades monoparentais: Constituição Federal-88, no art. 226 § 3º e § 4º:“ §3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento;§ 4º -Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes”.

O jurídico passou a entender como preponderante,não apenas o aspecto biológico:

Art. 1593 do Código Civil de 2002, passa a disciplinar acerca das novas situações que vinham surgindo- reconhecimento de paternidade socioafetiva:

“O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consagüinidade ou outra origem”.

“outra origem”, = origem socioafetiva do parentesco, ou seja, aquele guiado pelo carinho, respeito, afeição e dedicação, mesmo que a relação existente entre seus sujeitos não advenha do parentesco biológico, o qual era tido como o único que poderia gerar efeitos jurídicos e sociais.

Ressalta-se que, em sede de paternidade, consideram-se três tipos de vínculo: o jurídico, o biológico o socioafetivo

A paternidade socioafetiva é apontada pela doutrina como a manifestação de três pilares básicos:

Nome = usar o nome do pai, como se biológico fosse

Trato = diz respeito à forma de tratamento ao filho: carinho, afeto,educação, responsabilidade e transmitindo-lhe valores

Fama = trata-se da notoriedade do estado de pai

Exemplo: um casal que decida ter um filho mediante inseminação artificial, uma vez que o homem e estéril. Pois bem, eles se submetem a uma inseminação artificial heteróloga, aquela na qual há um doador de sêmen.(com anuência do marido) para. Então, nasce o filho e, anos depois, o casal decide se separar. A genitora, no desenrolar natural dos fatos se une a um novo companheiro que, devido à tenra idade da criança e ao afeto que sente por aquela mãe, assume, socioafetivamente a condição de pai. A partir daqui, vislumbram-se três distintas situações:

Pai biológico: doador do sêmen Pai jurídico : ex-marido (de acordo com a lei, devido à

presunção de filiação decorrente do casamento) Pai socioafetivo: atual companheiro da genitora

          Qual paternidade prevalece?

Ademais, se o afeto venceu a falta de consangüinidade, não cabe à justiça desconstituir a paternidade socioafetiva que surgiu entre esse pai e esse filho.

  Consoante o artigo 1634 do Código Civil:“compete aos pais, quanto à pessoa dos filhos menores:I – dirigir-lhes a criação e educação;II – tê-los em sua companhia e guarda (...)”

Função paterna

Deve-se avaliar o aspecto afetivo, a amizade, o amor, o companheirismo e o apoio, a fim de estabelecer quem, na verdade assume a função paterna dentro do lar.

Apura-se, com isso, que o pai é aquele que, mesmo  sabendo não ser seu aquele filho,  dispende em seu favor atitudes de real afeto e o acompanha ao longo de sua vida

Também ele deve ser aquele que se introduz na díade mãe-filho, age como facilitador de separações, impulsionando o filho a seguir adiante.

E a partir deste momento, ele se oferece como um elemento importante e fundamental para a identificação, que antes era um papel restrito à mãe.

O pai é o protetor e tem um papel similar ao útero; isto é, faz o limite entre o mundo interno e externo, protegendo a família e dando-lhe condições para sobrevivência.

Essa discussão sobre função paterna poderia ser resumida a duas notas, uma boa e outra má.

A boa seria que o pai hoje é mais solicitado em termos de uma presença real, de um maior envolvimento na criação dos filhos, além de ser solicitado a estar mais acessível e responsável na criação conjunta dos mesmos.

A má, entretanto, é que apesar da solicitação, esta presença, na prática, ainda não é a ideal.

Essa função paterna se localiza no espaço de subjetivação do exercício do poder, entendido como a representação da Lei, como representação simbólica do mundo.

Se a "lei do pai' é aceita e internalizada progressivamente pela criança, esta passa a se ver em um mundo com as outras pessoas, não só no mundo todo dela ou só para ela.

Ao se constituir Lei a Função Paterna favorece a formação do Superego, ao propiciar para a criança e para o adolescente a possibilidade da interiorização de uma série de regras morais que são fundamentais para o convívio social.

O pai é o 'sustentador da lei', ele está na posição de representá-la para o sujeito: ele não é a lei, não a faz, ele é o seu representante.

O pai suficientemente bom é aquele que quer um desenvolvimento saudável para seu filho, dentro das potencialidades de cada um, ensinando-o a viver no mundo real, e no aconchego do seio familiar.

Importância do psicólogo nas decisões judiciais

Conforme estudos da psicologia e a psicanálise, é especialmente na infância que o ser humano tem necessidade "do outro", que é o período de formação da personalidade. E, nesse conjunto, sobressai os pais e o seus papeis socioafetivos.

O rompimento das relações pessoais e da ligação de afetividade, assim como a ausência de familiaridade entre pais e filhos, podem provocar severas seqüelas psicológicas e comprometerem o desenvolvimento saudável do filho.

O rompimento das relações pessoais e da ligação de afetividade, assim como a ausência de familiaridade entre pais e filhos, podem provocar severas seqüelas psicológicas e comprometerem o desenvolvimento saudável do filho.

O laço afetivo está relacionado com a auto-estima, senso de moralidade, responsabilidade, atenção, entre outros. Características quais quando negligenciadas ensejam prejuízos para o desenvolvimento da pessoa humana e suas capacidades básicas.

As consequências do abandono são incalculáveis para o menor, uma vez que os sentimentos são de rejeição e de humilhação, os quais se transformam em causas de danos irrecuperáveis, como significativo complexo de inferioridade, demandando cuidados médicos e psicológicos por longo tempo.

No caso de adolescentes, a ausência de atenção afetiva por parte da mãe ou do pai, pode refletir no aumento da rebeldia ou em um comportamento mais introvertido, no entanto, lembra a psicóloga, que, apesar destas reações mais comuns, cada criança ou adolescente reage de uma maneira.

Essa é uma questão que suscita grande destaque nas varas de Família, diz respeito aos pais biológicos disputando a guarda do filho com os pais socioafetivos. Aqui, os juízes são chamados a decidir acerca da paternidade e da organização familiar, devendo-se pautar pela lei, mas não somente por ela, procurando aliá-la à psicanálise, que aparece como ponto relevante na solução de conflitos dessa natureza.

Por isso, o Direito não pode se divorciar da Psicanálise. Quando ocorre a busca da justiça, cabe a todos que se envolvem na solução de tais demandas tentar visualizar toda essa realidade que subjaz ao conflito trazido a acertamento. Assim, é necessária uma maior sensibilidade para lidar com as nevrálgicas questões que atingem a própria estrutura do ser humano, pois dizem diretamente com os seus sentimentos