Reinaldo passadori brasil econômico 23-04-2013

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Há poucas semanas, a advogadaRenata Gouveia decidiu arran-jar umespacinho na agenda atri-bulada para a prática de ativida-des físicas e optou pela corridaem grupo. Mas não entrou parauma equipe qualquer. Formadapor executivos do mercado fi-nanceiro e por empresários quequerem melhorar não apenas ocondicionamento físico mastambémcuidar da saúde dos ne-gócios, a ideia é que o esportealie lazer e networking. “Eu jáqueria fazer corrida e, em SãoPaulo, tem grupo de todos os ti-pos. No entanto, este permiteque eu tenha contato com pro-fissionais de outras áreas e deoutras empresas”, diz a sócia doescritório Gouveia Zakka. Rena-ta conta ainda que já foi contata-da por colegas da equipe de cor-rida que precisavam de consul-tas jurídicas. “Ainda não vira-ram clientes, mas é o primeiropasso”, diz.De acordo compesquisa reali-

zada pelaHibou, que fazmonito-ramento de mercado e consu-mo, 71% dos 389 entrevistadosconsultados acham positiva aprática de exercício físico aliadaao perfil profissional. Deste to-tal, 13% acreditam que destaforma podem fazer novos conta-

tos de trabalho e veem afinida-de nos assuntos, além de desta-carem a facilidade de entrosa-mento. Apenas 3% dos executi-vos ouvidos consideram inade-quada essa prática — uns dizemque preferem se desligar total-mente do ambiente profissionalquando fazem atividades físi-cas, enquanto outros afirmamque não se sentem confortáveisem misturar as duas coisas.No caso do escritório Gou-

veia Zakka, não é apenas a só-cia que integrou a equipe de cor-rida: os funcionários tambémentraram para o grupo. “Fize-mos o pacote corporativo e osbenefícios são vários. Além deser mais barato do que se cadaumpagasse individualmente pe-la atividade, o retorno é muitopositivo. As pessoas estão maisestimuladas e o esporte permi-tiu que ficassem mais unidas”,conta. “Além disso, tem umasensação de dever cumprido to-da vez que venço a preguiça evou correr. Não só pelos benefí-cios com a saúde mas tambémpor causa do lado profissional”,destaca.Já Luciano Montenegro de

Menezes teve uma oportunida-de na carreira por causa do es-porte. No ano seguinte aos aten-tados de 11 de setembro de2001, o então executivo da Câ-mara Americana de Comércio

Brasi l-Estados Unidos(Amcham) organizou uma corri-da em homenagem aos mortosna tragédia. O circuito passavapelo complexo do World TradeCenter (WTC), em São Paulo, efoi na ocasião que conheceu ovice-presidente do grupo.“Dez anos depois, fui convida-do a asumir a presidência doempreendimento”, conta. “Cor-rer permite um laço muitomaior do que uma simples tro-ca de cartões em coquetéis. Cor-ro com executivos de bancos eempresários”, acrescenta. Foidurante um dos treinos que oexecutivo percebeu que deveriadedicar mais atenção ao Face-book. “Pratico corrida com umdos diretores da rede social eele me deu umas dicas. Com is-so, conseguimos aumentar emdez vezes o número de fãs doshopping D&D.”Reinaldo Passadori, do Insti-

tuto que leva o seu sobrenome,alerta, no entanto, para a postu-ra do profissional nesses mo-mentos de lazer. “Muitas vezes,as pessoas extrapolam, esque-cem que representam uma em-presa”, alerta. “Em festas, evitebeber muito, porque isso podefazer com que fale além do quedeveria. Em caso de viagens cor-porativas, não se atrase para oscompromissos e não fale maldos colegas e da empresa” . ■

Passeio de balão ou aulade spinning ao ar livre

ESTILO DE VIDA

Executivos usamo esportepara dar um salto na carreira

Rafael Naddermeyer

Divulgação Divulgação

Natália Flach

nflach@brasileconomico.com.br

Benefícios como plano de saúde e vale

refeiçãodeixaram de ser vistos como

diferenciais entreas empresas. Para

conseguirem manter os profissionais

nas companhias, as estratégias

tiveram de ser diversificadas. Foi no

nicho de atividades que unem lazer,

esporte e oportunidades para a

carreira que a Benefits Club decidiu

apostar. A empresa estabelece uma

agenda de eventos para que seus

associadosdesfrutem de

entretenimento e crescimento de

círculos de negócios. A diretora Maria

Beatriz Borgesconta que as pessoas

estãocansadas de passar horas e

horas noar-condicionado e, ao mesmo

tempo, não queremmais fazer os

mesmos esportes. “Por isso, já

fizemos campeonatos defutebol,

aulas de spinning ao ar livre e até

passeios de balão”, afirma. “Os

diretores de marketing ajudam a

montar o cardápio, mas quem decide

o que fazer é o colaborador”,

acrescenta. A pesquisa da Hibou que

comprova o interessedos executivos

em aliar networking e lazer foi

aplicada nobairro Vila Olímpia, em São

Paulo, local que possui mais helipontos

do que pontos de ônibus. Nos dias de

semana, a população flutuante do

bairro aumenta 21 vezes. “As pessoas

queremsair da zona comum.”

PRATICAR

Pesquisa aponta interesse de empresários em usar o tempo fora do escritório para cuidar da saúde e dos negócios

70%dos paulistanos que trabalham no

“Vale do Silício” de São Paulo

gostariam de ter a oportunidade

de juntar as atividades de lazer e

de contato de trabalho, segundo

pesquisa

Corridafoi aatividade escolhidapelaadvogadaRenataGouveia

Menezes,doWTC:oportunidade Beatriz (àdireita),daBenefitsClub: cansadasdoarcondicionado

26 Brasil Econômico Terça-feira, 23 de abril, 2013