Resenha Ladroes de Bicicleta

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Resenha do filme italiano Ladrões de Bicicleta, que se passa no período pós-guerra

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UFSJ, Universidade Federal de São João del Rei

Curso de Letras

Módulo: PC: Cinema em Sala de Aula

Professor: Guilherme

Aluna: Francine N. A. de Oliveira

- Filme: “Ladrões de Bicicleta” (Ladri di Biciclette, 1948)

O filme italiano “Ladrões de Bicicleta” faz parte do movimento chamado Neo-

Realismo, que se empenhava em demonstrar as consequências da Segunda

Guerra Mundial naquela península européia vítima do fascismo.

No longa metragem o que se vê é uma Itália decadente social e

economicamente, destruída não só pela repressão moral, mas também por

sucessivos ataques que levaram um país, antes rico e desenvolvido, a

conhecer a miséria.

Para conseguir um emprego como colador de cartazes, um homem pega de

volta sua bicicleta que estava empenhada e, assim que começa a trabalhar,

tem seu meio de locomoção roubado. Mesmo recorrendo à ajuda do filho e dos

amigos, o homem se vê desolado tanto por não encontrar a bicicleta como por

perceber (e sentir na pele), durante esta busca, a injustiça do meio em que está

vivendo.

O filme levanta críticas sociais e até mesmo ideológicas, ao demonstrar como a

Igreja e o entretenimento (no caso, o futebol) são responsáveis pela distração

do povo; uma espécie de anestésico para que este se esqueça do próprio

sofrimento e experimente a alegria momentânea da vitória alheia. A instituição

policial é também denunciada pela falta de atitude e, a certo ponto, pela

conveniente hipocrisia.

Ao final da história, desesperado por não encontrar seu instrumento de

trabalho, o homem toma uma decisão e manda seu filho ir para casa, para que

ele não veja o ato do pai, que se aproveita da falta de atenção de um homem

para roubar sua bicicleta. O ato de roubar, aqui, representa o fechamento de

um ciclo que poderia ter se reiniciado caso o homem não fosse pego pelo

próprio dono da bicicleta que tentou roubar; um ciclo relativamente comum à

sociedade decadente que não oferece escolha ao ser humano como indivíduo,

mas como peça integrante de algo maior, ou, simplesmente, como funcionário.