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Revista Sindipi Nº 16 - Referente aos meses Julho e Agosto de 2006.
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SINDIPI 16_CAPA 0k.indd 3SINDIPI 16_CAPA 0k.indd 3 28/5/2007 12:14:4628/5/2007 12:14:46
REVISTA SINDIPIA REVISTA SINDIPI é uma publicação do SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DA PESCA DE ITAJAÍ E REGIÃO
Diretoria do SINDIPI: Antônio Carlos Momm (presidente), Dario Vitali (vice-presidente), João Manoel da Silva (tesoureiro) – Departamento Jurídico:Marcus Vinícius Mendes Mugnaini (OAB/SC 15.939) – Sede: Rua Pedro Ferreira, 102, Centro, Itajaí, Santa Catarina – 88301-030;sindipi@sindipi.com.br – Fone: (47) 3348-1083 – Envie suas cartas para: cartas@sindipi.com.br – Coordenação editorial: Antônio Carlos Momm
GRUPO ALPHA SUL COMUNICAÇÃO: Rua Argentina, 30, s/202, Balneário Camboriú, Santa Catarina – 88338-055 – Fone: (47) 3263-0590REV ISTA S INDIPI – Jorna l is ta responsáve l : Dan ie la Maia (SC.01259-JP) ; Pro je to grá f ico e Des ign : Gerson Reis ;Reportagens: Rogério Pinheiro; Fotos: João Souza e Marcello Sokal; Secretaria de Redação: Briane Dal Cero; Revisão: Peu Japiassu;Departamento Comercial: Arlete Piccolo - publicidade@grupoalphasul.com.br – Envie suas cartas para: grupo@grupoalphasul.com.br;Impressão: Gráfica Pallotti – Porto Alegre, RS – www.pallotti.com.br – Tiragem desta edição: 5.000 exemplares – Circulação: setor pesqueiro nacional
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Índice
CAPA: Farol da Barra, Navegantes, SC
FOTO: MARCELLO SOKAL / DESIGN: GERSON REIS
EDITORIAL 44444ENTREVISTA: Armador Akira Onish 66666ARTIGO: Pesca - uma certeza e muitas dúvidas
POR Francisco Gervásio 1010101010EMPRESA QUE FAZ: GDC 1212121212ECONOMIA: Programa estimula exportação 1616161616IMPORTAÇÃO: Cota adicional para importação 1818181818MEMÓRIAS DA PESCA: Registros fotográficos da
história da pesca em Itajaí 2020202020TURISMO: Belezas e tradições de Navegantes 2222222222PESQUISA: Laboratório da UFSC conquista prêmio nacional 2626262626CONSUMO: Itajaí terá o “Caminhão do Peixe” 2828282828ATUALIZE-SE: Cadastramento de embarcações 2929292929QUALIDADE DE VIDA: “Cozinha Brasil” nas empresas de pesca 3030303030SUPERANDO LIMITES: Empenho de deficiente visual na Pepsico 3232323232RESPONSABILIDADE SOCIAL: Conheça o trabalho da ADVIR 3434343434IMPOSTO: Governo renova a isenção do ICMS 3636363636ARTIGO: Crédito Pesqueiro
POR Claudionor Gonçalves 3838383838EVENTO: Conferência Nacional da Pesca 3939393939CULINÁRIA: Receita com garoupa “Malu Kari” 4040404040AGENDE-SE: Feiras e Eventos 4141414141MENSAGEM: “O tempo é sempre certo para fazer o que é certo”,
de Martin Luther King Jr. 4242424242
FOTOS MARCELLO SOKAL
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4 REVISTA SINDIPI FEVEREIRO/MARÇO 2006
Editorial
Todos os dias fazemosescolhas. É que sempre temosa chance de mudar as coisas.Temos apenas uma vaga idéiado nosso futuro e éexatamente isso que dá saborà vida, que aquece a alma eenche o pensamento deesperança. Com esta
inspiração de Martin Luther King Jr, desejo que em2006 tenhamos muitas conquistas no setor pesqueiro.No nosso primeiro encontro do ano, compartilhamoscom você muitas matérias de reflexão e sabedoria.
O nosso entrevistado da 16º edição é o armadorAkira Onish, uma homenagem aos seus 72 anos deidade. Propondo novas idéias, a nossa equipe vaidedicar, em cada edição, uma matéria especial deRESPONSABILIDADE SOCIAL e uma coluna sobre CRÉDITO
PESQUEIRO, assinada por Claudionor Gonçalves, quesempre vai abordar um tema sobre financiamento.
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Daniela Maia, editora
Nesta edição você vai acompanhar matériassobre programa de incentivo a exportação – PROGEX;as inovações da empresa GDC; destaque da pesquisacientífica da UFSC, que contribui para que filhos depescadores continuem na atividade da maricultura emuitas outras. Na editoria MEMÓRIAS DA PESCA, umaviagem no tempo da história da pesca em Itajaí.
Uma contribuição do “mestre das palavras”,Francisco Gervásio que assina um artigo sobre as“pesquisas” da pesca no Sul divulgadas porinstituições. Na editoria de TURISMO, a cidade escolhidafoi Navegantes, em homenagem à sua padroeira,protetora dos pescadores. A matéria com AlexandreCordeiro, deficiente visual da empresa Pepsico, é umaverdadeira lição de vida, e principalmente de força devontade.
Por isso desejo a você, amigo leitor, uma ótimaleitura e até a próxima.
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6 REVISTA SINDIPI FEVEREIRO/MARÇO 2006
Na época da 2ª Guerra
Mundial, Akira Onish, com oito anos
de idade já vendia peixe. Seu pai, o
armador Shizuyoshi tinha embarcação
em Santos. Completando 72 anos no
dia 24 de fevereiro de 2006, Akira
tem muita história para contar, a sua
vivência com a pesca como
vendedor de peixe, pregoeiro, líder
de uma cooperativa e armador
demonstra que sua sabedoria foi
adquirida ao longo do tempo.
Antes de fazer o primeiro contato
para a entrevista, já descobrimos o
quanto o “seu Akira”, como é
chamado pelos funcionários, é uma
pessoa respeitada e admirada. Ao
marcar a entrevista, a secretária
Socorro disse por telefone: “Você vai
adorar conversar com seu Akira, ele
tem muito conhecimento e é uma
pessoa com um coração enorme”.
Realmente, o armador, hoje
proprietário da embarcação
O entrevistado da primeira edição de 2006 é oarmador Akira Onish, que soma mais de cinqüentaanos de experiência no universo pesqueiro.Akira conta sobre seu trabalho como pregoeiro,armador, as dificuldades na pesca e ações quepodem otimizar a competitividade do setor.
A sabedoria retratada no tempo...
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Entrevista: Akira Onish
Daniela Maia
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FEVEREIRO/MARÇO 2006 REVISTA SINDIPI 7
SINDIPI – Quando foi o seu primeiro
contato com o comércio do peixe?
Onish – A minha vida de comércio,de conhecimento de peixe começouem 1942, como produtor autônomo.Meu pai pescava e tinha embarcaçãoem Santos e eu, com oito anos deidade, já vendia peixe, no início da2ª Guerra Mundial. Na época eramuita fartura e pouco comprador, aspessoas ignoravam os peixes. A em-barcação partia pela manhã e quan-do eram quatro horas da tarde, járetornava com muito peixe. Hoje nãotem mais nada.
SINDIPI – O senhor sempre se
dedicou à pesca?
Onish – Não. Com 16 anos fui paraSão Paulo estudar, pretendia ser en-genheiro, mas as circunstâncias nãopermitiram. Acabei sendo funcioná-rio público, era escriturário do DER,na época, Governo Jânio Quadros.
Primavera XIII, tem uma filosofia devida: sempre preocupado com osfuncionários, em primeiro lugar.
Casado com Masako Onish, tevetrês filhos e duas netas. Natural deSantos, Akira reside em Itajaí desde1982. Acompanhe a entrevista com oseptuagenário da pesca, Akira Onish.
primeiros a atrapalhar. É questão deeducação do ser humano. Num gran-de conglomerado, onde gira bastan-te dinheiro, sempre aparecem facili-dades, o encarregado precisa ser éti-co. Muitas vezes aquele encarrega-do vai crescendo e os outros não, ena Cooperativa todos precisam tra-balhar e ganhar juntos. O homemtem que ter consciência do que eleé, não pode ser vendido, ou seja,hoje ele fala uma coisa e amanhãoutra. Por exemplo, eu tenho colo-cação do peixe, um preço estipula-do, mas o outro não tem, tem cotapara 10 toneladas e traz 30, 40 ton.O comércio precisa ser sempre ofer-ta e procura, é o melhor tipo de co-mércio, mas quem oferece precisasaber dosar a sua mercadoria.
SINDIPI – Conte qual era seu
método de trabalho.
Onish – Um pregoeiro, conhecidocomo “Canarinho”, era meu freguêse comprava meu peixe na RuaCantareira. E hoje ele conta queaprendeu comigo o melhor modo dese trabalhar. Para mim não tinha ogrande comprador, ou o pequenocomprador; todos eram tratados damesma forma. Por exemplo, o gran-de comprava 100 caixas de pescadoe o pequeno duas a três caixas. Naépoca em que não havia fartura de
De auxiliar passei para técnico deestrada em apenas um mês, e meusalário dobrou. Anos mais tarde meupai me chamou, ele estava com difi-culdade financeira na família e pre-cisava de alguém. Larguei o meu tra-balho e fui trabalhar como encarre-gado de venda de uma cooperativade pesca.
SINDIPI – Como foi a experiência em
administrar uma Cooperativa?
Onish – Eu prometi a mim mesmoque nunca mais ia entrar numa bri-ga de pescador, liderar um movimen-to. Liderar uma classe é muito boni-to, na época eu era jovem. A pres-são era bastante para a Cooperativacolocar preço baixo no pescado paraexportar. Infelizmente o pessoal daretaguarda não brigava unido e euficava sozinho na luta pelo preço jus-to. Na época já brigávamos por pre-ço, era muita captura, queríamos umtabelamento, mas o AI 5 proibiu.
SINDIPI – E hoje, o senhor acredita
que é possível ter uma Cooperativa
aqui na região?
Onish – Infelizmente, na região édifícil ter mudanças, tem muitas pes-soas egocêntricas, não pensam emcoletividade. O importante é ter pa-lavra, com relação às cotas e preços,mas geralmente quem grita são os
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8 REVISTA SINDIPI FEVEREIRO/MARÇO 2006
“Infelizmente, naregião é difícil ter
mudanças, tem muitaspessoas egocêntricas,
não pensam emcoletividade.
O importante é terpalavra, com relação
às cotas e preços, masgeralmente quem grita
são os primeiros aatrapalhar”
pescado, o pouco que tinha eu não
entregava tudo para o grande com-
prador. Meu sistema é assim: se qui-
serem continuar comprando de mim,
tudo bem, e se não quiserem, tam-
bém. Na época vendia o peixe da
Cooperativa.
SINDIPI – Qual a sua maior lição de
vida nesse período na pesca?
Onish – Foram as amizades, desde
Cabo Frio até Rio Grande. Recente-
mente, o Serafim da GDC, me con-
vidou para tomar um chá e disse que
ia me apresentar uma pessoa. Na
mesa, vi um senhor e ele disse: “Você
não muda, né Akira”? Na hora não
me lembrei, mas quando ele disse:
“Quanta sardinha eu comprei do se-
nhor lá em Cabo Frio!”. Eu falei: “Ah,
meu Deus, é o Faustino”. O meu gran-
de patrimônio são os amigos.
SINDIPI – O senhor é a favor dos
defesos?
Onish – Tomara que o pescador se
conscientize, na hora que der fartu-
ra. Eles têm que dosar a captura.
Sempre digo: “O maior frigorífico
que tem no mundo é o mar”.
Evito falar que sou a favor do defeso,
mas desde que o pessoal do CEPSUL
e IBAMA me mostrem o controle, não
só tomar nota do mestre para saber
temperatura, profundidade.
Tem que ter seriedade. O problema
é disciplinar.
SINDIPI – Se o senhor fosse o
secretário Especial da Pesca, cite
uma ação que faria?
Onish – Limitar barcos. Exemplo, o
camarão, tem 100 barcos: limita es-
sas embarcações. Uma ação de fis-
calização em conjunto com a Capi-
tania e o pessoal da cidade. E, se al-
guém fez um barco, denunciar. Te-
nho uma experiência pessoal. Trai-
neira não podia ser construída – por
coincidência este barco que tenho, o
Primavera XIII –, então precisei com-
prar a licença dele porque a SUDEPE,
na época, não concedia mais licenças.
Essa situação foi há 20 anos, depois
disso já vieram mais de 200 trainei-
ras. Eu pergunto: “A licença tinha
acabado, como concederam mais?”
SINDIPI – Perspectivas de captura
para 2006?
Onish – Esse ano de 2006, se der
um pouquinho de peixe... Digo que
o número de barcos que tem, supe-
ra as indústrias em 100 vezes. Ia pre-
cisar de mais 100 empresas médias
para absorver o peixe capturado. Se
der peixe dois dias seguidos, nem
vão querer mais. O governo devia
pensar na armazenagem.
SINDIPI – Em sua opinião que ação
poderia estimular o aumento de
consumo de peixe?
Onish – Teriam que eliminar uma
série de impostos que incidem sobre
o peixe e a produção pesqueira. Te-
nho uma embarcação, que a despe-
sa do ano retrasado foi cerca de 11
mil reais por escuro. Já no ano pas-
sado a despesa triplicou, passou para
trinta mil. Neste ano, nem sei para
quanto vai. Outro ponto importante
é o produto. Primo pela qualidade
da minha mercadoria, uma vez o
peixe deteriorado, não há como en-
Entrevista: Akira Onish
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FEVEREIRO/MARÇO 2006 REVISTA SINDIPI 9
viar para indústria, porque o consu-midor conhece o peixe.
SINDIPI – De que forma o armador
pode primar por essa qualidade?
Onish – O armador precisa imporrespeito ao mestre. Tratamento dopescado a bordo.
SINDIPI – Quais ações podem garantir
maior competitividade do pescado?
Onish – Lembro que no ano de1972 ou 1973, na praia da Armação,conversando com o então senadorda República, Antônio Carlos Kon-der Reis, famosíssimo em Santa Ca-tarina, comendo uma tainha, eu per-guntei: “Quando vai dar a isençãodo óleo combustível para nós pesca-dores, armadores?” Ele prometeuque ia levar essa matéria ao Congres-so e em sete meses ele iria dar umaresposta. Passaram mais de 40 anose não vi o óleo cair de preço. O im-posto é ali, vence hoje e o GovernoFederal quer cobrar ontem, e na horade pagar a subvenção do óleo die-sel, demora meses.Eu só queria que igualassem os im-postos de outros países, como o Uru-guai e a Argentina, aí poderíamoscompetir sem tanta desigualdade.O pessoal não fala, mas sabem queos barcos estrangeiros estão pescan-do aqui.
Nomes que admira na pesca
industrial:
Atilinho, da Leardini, Nino, daFemepe e Evaldo Kowalsky.
Um nome no cenário
nacional:
Antônio Ermírio de Moraes.Quando fui operado naBeneficência Portuguesa,Ermírio estava todos os diasno hospital. Ele dizia:“Quem quiser fazer algumareclamação pode vir a mimdireto. Para mim não temempregado; somos todosiguais”.
O Armador:
É o que convive e sofre o dia-a-dia junto com o pescador.
O que lamenta na pesca:
Nada, pelo contrário, fizgrandes amizades. Asinimizades deixo de lado.
Qual o conselho que o senhor
daria para alguém que quer
entrar hoje na pesca:
Não se meta nisso... (risos)
Presidente Lula:
O Presidente medecepcionou. Como podeum presidente ignorar o quepassa na sua própria casaparlamentar?
Funcionário:
Eu sempre gostei que aspessoas que tivessemtrabalhando comigoestivessem sempre bem.Quando eles têm algumproblema, eu me preocupo.
Planos para o futuro:
Estou com um barquinho eestou contente, pretendiacomprar mais um, mas apatroa vetou, para não corrermais atrás de médico.
Itajaí:
É o porto pesqueiro númeroum do Brasil.
A pesca:
É uma loteria: de manhãvocê pode estar todoaborrecido, e quando chegade tarde, todo sorridente.
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10 REVISTA SINDIPI FEVEREIRO/MARÇO 2006
Artigo
Uma coisa é certa: ao
continuarmos exercendo a pesca
extrativista e exploratória da
maneira que hoje fazemos – e
certamente continuaremos a fazer –,
com certeza estaremos nos
dirigindo e levando ao fim a
atividade que ora somos parte.
Tenho certeza também que esta
verdade não tem a pretensão de ser
só minha e nem, muito menos, de
mais meia dúzia de abnegados
defensores do meio ambiente e dos
seres indefesos na natureza.
Francisco Carlos Gervásio (*)
Tenho me inteirado dos
relatórios mais diversos sobre o
tema – emitidos por órgãos
governamentais, por profissionais
que se escondem por detrás de
instituições, por profissionais sérios
e competentes que se apresentam e
expõem suas idéias, críticas e
sugestões –, e cada vez mais tenho
uma certeza: minhas dúvidas sobre
cada uma das certezas expostas,
aumentam a cada dia.
Observo isto, principalmente,
em razão das fontes de pesquisas
apresentadas e então, lendo e
relendo os pareceres dos técnicos
responsáveis, cumpre-me aqui
alguma outra questão sobre o futuro
da pesca no Brasil, em Santa
Catarina e especialmente Itajaí.
Senão vejamos: os relatórios tidos
como pesquisas, emitidos pelas
instituições, se originam das
informações contidas nos mapas de
bordo, que por sua vez se
constituem como a base da
informação primária para a sua
realização, ou seja, a contagem pura
e simples dos que foram
capturados, cabendo, portanto,
perguntar:
– Se simplesmente pararmos
nossas embarcações, ou deixarmos
de relatar nos mapas de bordo as
quantidades de uma determinada
espécie de peixes capturados,
poderemos concluir que tal espécie
foi extinta?
– Ou, qual a fonte de
informação, que não seja a captura,
irá determinar ao órgão de controle
das espécies, o IBAMA – Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis,
estabelecer que somente 9 (nove)
embarcações poderão pescar
“peixe-sapo”, além dos 300 metros
de profundidade, ou que o “cherne”
está sobrexplotado do Espírito
Santo ao Rio Grande do Sul?
– Ou ainda, por que se pesca a
tainha quando está ovada, portanto,
em plena época de desova?
– Onde está a regularidade do
defeso e qual é a política adotada
pelo órgão responsável pela
preservação das espécies?
E assim por diante, conclui-se que
as fontes de pesquisas são sempre
as mesmas, ou seja, a contagem dos
peixes capturados. Acredita-se,
portanto, tão somente na contagem
dos abatidos, mas nunca na
possibilidade de nos informar quais
os sistemas e capacidades de
reprodução de determinadas
espécies, qual a sua biomassa, quais
as suas rotas migratórias ou quais as
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PESCAUma certeza emuitas dúvidas
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* Francisco Carlos Gervásio
Administrador e empresário do
setor pesqueiro
Artigos para a REVISTA SINDIPI no:
cartas@sindipi.com.br
épocas de reprodução das espécies.Desta maneira sinto-me na
obrigação de recorrer ao “Aurélio” elá, como não poderia deixar de ser,encontrei no verbete “contar” comosendo termo proveniente do latimcomputare e tendo como sinonímia:verificar o número, a quantidade;computar; ato de fazer contas;calcular, etc, etc... Mas nãoencontrei como resposta, em quaseuma coluna de toda a páginadaquele dicionário sobre aqueleverbete, o termo pesquisar.
Também fui procurar noverbete “pesquisar” e lá estavacomo sinônimo: a busca comdiligência; investigar; informar-se arespeito de; devassar; ato de fazerpesquisa; etc, etc... Mas tambémnão encontrei correspondênciasobre o verbete anterior, nada sobreo termo contar.
Só para lembrar, noticiou-se noano que passou, com grandealarde, a descoberta de uma novaespécie de peixe brasileiro nãocatalogada até a presente data.Agora a pergunta: será que nãoexistem outras espécies quedesconhecemos, ou só conhecemosa Hydrolagus matallanasi porqueela foi contada em um trapichedesconhecido, ou num convés de
barco, ocasionalmente?Segundo a BBC-Brasil, fonte
altamente credenciada, “cientistasde mais de 70 países unidos em umprojeto para estudo dos animaisoceânicos, anunciaram que cerca de13 mil novas espécies deorganismos marinhos foramdescobertas no último ano.
Os cientistas se uniram nochamado Censo da Vida Marinhaque, além das espécies, tambémdescobriu rotas até agora
desconhecidas de migração dealguns animais marinhos, como oatum e o tubarão. O projeto de dezanos iniciado em 2000, com custode US$ 1 bilhão, tem como objetivocriar um grande banco de dadossobre as espécies para, assim,facilitar a criação de políticas deconservação e para o setorpesqueiro”.
Portanto, dentro da minha únicacerteza – a de que pertencemos a
uma atividade extrativista, quepouco realizamos para melhorarnossas possibilidades dacontinuidade dos nossos negóciosnos últimos 50 anos –, ficam aquigrandes dúvidas: quem irá nos dizerpara onde vamos; que locaispodemos pescar; quais osequipamentos necessários para ofuturo que facilitem nossasatividades; quais espécies serão abola da vez e até quando teremos,como verdade, a contagem das colasde peixes estiradas nos trapiches?
Claro que, certamente, acontagem é uma “pesquisa” bemmais fácil de ser realizada, massinceramente, sem a devidaconotação científica da prospecçãoe do futuro, aquela que irá fornecerinformações, possibilidades edirecionamentos para o setorpesqueiro de Itajaí, de SantaCatarina e do Brasil, pois há muitotempo sabemos e conhecemos,quando uma espécie não é maiseconomicamente explotável.
Contar é o ato deverificar o número,
pesquisar é investigar,buscar com diligência
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Empresa que faz
Empresacinqüentenária
conquista
com inovaçõescom inovações
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FEVEREIRO/MARÇO 2006 REVISTA SINDIPI 13
Desde 1954,
quando implantou a primeira
fábrica, no Rio de Janeiro, a
Gomes da Costa produz
pescados em conserva para o
mercado nacional. A marca
cresceu com a instalação de
nova fábrica em Itajaí (SC),
em 1998, próxima ao maior
porto pesqueiro do Brasil e ao
maior complexo de captura,
recepção e processamento de
pescado da América Latina. De
acordo com o vice-presidente da
empresa Gomes da Costa,
Orácio Rocha, Itajaí é
considerada a região número 1
para manter esse crescimento da
Empresa. “Temos ótimas relações
com o governo do Estado, com os
pescadores, armadores da região,
além de considerar todos os aspectos
comerciais da
região”, destaca.
Em 2004, aempresa produziumais de 1 milhãode latas depescados por dia,
distribuídas para todo o Brasil,alcançando faturamento demais de U$S 100 milhões.
Foi nesse ano, também, que a
Gomes da Costa associou-se ao
Grupo Calvo, da Espanha, uma das
cinco maiores empresas de pescados
em conserva do mundo, fortalecendo
ainda mais a liderança da Gomes da
Costa no Brasil e permitindo posição
de destaque para as empresas no
cenário internacional.
A Gomes da Costa é uma
companhia voltada ao mercado
interno, mas pretende, com a
associação, crescer sua presença no
mercado mundial de pescados. Hoje,
as exportações representam 8%,
atendendo os mercados da América
Latina, Continente Africano e Leste
Europeu. Para 2006, a perspectiva é
aumentar esse percentual para 10%.
O parque industrial da GDC tem
cerca de 1.200 mil postos de
trabalho. Para 2006, a meta é
contratar de 200 a 300 trabalhadores.
ESTRATÉGIAS
De acordo com o vice-presidente
da GDC, nos últimos 12 meses a
empresa investiu 22 milhões de
euros em tecnologia, novos
processos e equipamentos. A
empresa é considera líder nacional
no mercado de atum e ocupa a
segunda posição no mercado da
Argentina. “Uma das nossas
principais ferramentas é a inovação.
A partir da associação com oA partir da associação com oA partir da associação com oA partir da associação com oA partir da associação com o
Grupo Calvo, da Espanha, a empresaGrupo Calvo, da Espanha, a empresaGrupo Calvo, da Espanha, a empresaGrupo Calvo, da Espanha, a empresaGrupo Calvo, da Espanha, a empresa
GDC ampliou sua capacidade deGDC ampliou sua capacidade deGDC ampliou sua capacidade deGDC ampliou sua capacidade deGDC ampliou sua capacidade de
produção, aumentou as linhas deprodução, aumentou as linhas deprodução, aumentou as linhas deprodução, aumentou as linhas deprodução, aumentou as linhas de
produtos e postos de trabalhoprodutos e postos de trabalhoprodutos e postos de trabalhoprodutos e postos de trabalhoprodutos e postos de trabalho
A GDC produz cerca de
17 milhões de latas de
sardinha ao mês e
10 milhões de latas de atum
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14 REVISTA SINDIPI FEVEREIRO/MARÇO 2006
Buscamos tendências com linha deprodução eficiente, um bommarketing, venda treinada,procurando oportunidades de levaros produtos atraentes mais perto doconsumidor”, destaca Rocha. Alémde lançar novos produtos, a empresaelabora estratégias voltadas aocrescimento do setor da pesca noBrasil. “Valorizamos o nosso
potencial pesqueiro e estamos
buscando peixe o ano inteiro,
privilegiando o pescado do
Brasil”, argumenta.
CONQUISTAS
Em 2005 a empresa passou poruma transformação que levou àrenovação da sua logomarca,modernização das embalagens elançamento de novas linhas. Combase em pesquisas realizadas comconsumidores, a Gomes da Costadesenvolveu e colocou no mercado
novos produtos: os molhos paramacarrão Pronto Pasta e asembalagens de Atum Sólido 80g,direcionadas para o público single
(consumidores que moram sozinhos),o Atum Claro e o Atum em Pedaços.Foram diversas ações que ampliarama presença da marca no mercado enas prateleiras dos pontos de venda.
2005 nas versões em óleo e aonatural (light), é considerado umproduto versátil para preparaçõesculinárias. De acordo com apesquisa, para cada tipo de atum háuma aplicação mais conveniente,que pode otimizar o uso do produto.Com os dados da pesquisa, a Gomesda Costa elaborou uma tabela paraorientar o consumidor quanto aotipo de atum que deve ser utilizado,em diferentes situações. Veja natabela abaixo, ao lado.
LANÇAMENTOS
UM PRODUTO PARA O PÚBLICOGOURMET
A Gomes da Costa dácontinuidade ao crescimento de sualinha de produtos com o lançamentodo Atum Claro na versão Natural
(light). O atum claro, diferente dotipo de atum encontrado no mercado(o skipjack), é a versão enlatada doyellowfin. Esta variedade de atumhabita as águas quentes dos oceanosAtlântico, Índico e Pacífico e possuicaracterísticas que o tornam umpeixe nobre: é o único atum quetem as barbatanas amarelas, porisso o nome yellowfin (do inglês,barbatana amarela).
Pode chegar a dois metros de
SÓLIDO PEDAÇO RALADOPRINCIPAIS APLICAÇÕES QUALIDADE VERSATILIDADE CONVENIÊNCIA
Salada X X
Macarrão X X
Sanduíche X X
Torta/Pizza X X
Patê/maionese X X
Omelete X X
Empresa que faz
A partir de uma pesquisa com1,2 mil consumidores das principaiscapitais brasileiras, a empresalevantou dados importantes sobre autilização das diversas variedades deatum enlatado existentes nomercado: Atum Sólido, Ralado e emPedaços – lançado em setembro de
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novosmercadoscom inovações
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Atendimento ao Consumidor:
0800 704 1954
sac@gomesdacosta.com.br
comprimento e pesar maisde 200 kg. O atum claro tem sabordelicado e marcante, excelente parapreparações leves e requintadas. Atextura de sua carne é firme e suacoloração é rosada, o que lheconfere mais beleza.
As embalagens desenvolvidaspara o nobre atum claro são mais umatrativo para o consumidor. Osrótulos são feitos em papel metalizado– dourado para óleo e prata para onatural light – com cinco coresimpressas. É considerado um produtoideal para o público gourmet.
MOLHOS PARA MACARRÃO
UMA PREFERÊNCIA DOS BRASILEIROS
Atum ao Molho Alho e Óleo,Atum ao Molho de Tomate comErvas e Atum ao Molho de Tomate
Picante são os três molhos que aGomes da Costa criou paraincrementar o macarrão e tornarmais fácil e prático o preparo depratos com atum, no dia-a-dia.
Em embalagem com tampa abre-fácil, os molhos vêm prontos paraserem adicionados à pasta. Antes decolocar o produto Pronto Pasta nomercado, a empresa fez umapesquisa com os consumidoresbrasileiros e constatou que 44% doscompradores utilizam o produto paracomer com macarrão. Cada latinhade Pronto Pasta tem peso líquido de170g com 65% de atum.
CONSUMIDOR SINGLE
A nova embalagem de 80g doAtum Sólido foi criada pela Empresapara atender às necessidades doconsumidor single, que encontra amedida certa para o preparo de
porções individuais – saladas,quiches, sanduíches.
A empresa, além deapostar na variedade equalidade dos produtos,também investiu no visual damarca e em novasembalagens. Em 2005 a
logomarca da empresa ganhoumais destaque, sendo mais
facilmente identificada nas prateleirasdo varejo nacional. O novo visualdas embalagens traz a logomarca emprimeiro plano, e a figura do chef foirenovada, com o Gomes emdestaque nas latinhas. Cores alegrese jovens completam as novidadesnas embalagens e promovem avisibilidade e a comunicação com oconsumidor.
Como resultado da evolução doproduto e do mercado, e focados napraticidade, a Empresa tambémapostou no sistema da tampa abre-fácil que oferece maior facilidadepara o consumo e preparo do atum efilés de sardinha. Basta levantar olacre e a tampa se abre. A linha deatuns Sólido e Claro e a de filés desardinha Gomes da Costa ganharamo novo sistema de tampa.
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16 REVISTA SINDIPI FEVEREIRO/MARÇO 2006
Economia
O PROGEXdemonstra que é
possível as empresaspequenas conquistarem
o mercado externo
Programa estimula
daspequenasempresas
Em 2005, a balança comercial brasileira registrou umsuperávit de US$ 44,764 bilhões, recorde histórico. Asexportações no ano passado chegaram a US$ 118,309bilhões. Na avaliação de economistas, o desempenho do paíspoderia ter sido melhor, se as micro e pequenas empresastambém investissem nas exportações. As grandes queixas são as
dificuldades de colocar os produtos nomercado internacional, que esbarram nafalta de qualidade do processo produtivo,alto custo, descumprimento com as normastécnicas vigentes e as barreiras comerciais.
FOTO MARCELLO SOKAL
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Técnico composto pelas instituiçõesque atendem as empresas. Os pré-requisitos básicos para poderparticipar do PROGEX são simples:a empresa tem que ter um produto aser exportado, e a definição paraonde – país, região – deseja exportar,além de estar legalmente constituída.
Os custos para uma empresaparticipar do PROGEX resumem-se aR$ 900,00 na primeira fase, onde éfeito o diagnóstico da situação, e aR$ 2,5 mil na segunda fase,chamada de Adequação, que é ondeos serviços indicados na primeirafase são executados. Os participantesdo programa ainda têm a possibilidadede negociar a forma de pagamento.
Nessas duas fases o GovernoFederal, através da FINEP –Financiadora de Estudos e Projetos,disponibiliza até 15 mil reais, a fundoperdido, para a contratação dosserviços indicados como necessáriosà melhoria do produto.
Segundo o engenheiro detelecomunicações do Instituto deTecnologia do Paraná (TECPAR)Robert Hipólito, o PROGEX tem opapel de subsidiar as atividadestecnológicas realizadas para aadequação do produto para aexportação. “Fazemos a análise e
estudo dos processos produtivos para
solucionar problemas como aumento
da produtividade, melhoria da
qualidade e redução de custos.
Identificamos as normas técnicas
vigentes e providenciamos a
realização de ensaios e análises. A
adequação técnica e econômica das
embalagens, seguindo o modelo de
design do mercado importador, é um
dos exemplos. Outro ponto
importante para as empresas ligadas
ao setor de alimentos é o apoio do
PROGEX na implantação das Boas
Práticas de Fabricação, e do sistema
HACCP – Análise de Perigos e
Pontos Críticos de Controle,
considerados indispensáveis para
quem atua no comércio exterior”
explica. Hipólito esclareceu que oprimeiro passo é conhecer a empresae o produto. “Nas visitas à empresa
realizamos um diagnóstico do
produto e do processo produtivo,
identificando os principais problemas
tecnológicos a serem resolvidos,
estimando os custos e os
investimentos necessários para a
implementação das soluções
sugeridas”, relata o engenheiro doTECPAR.
Para estimular as exportações daspequenas empresas, o GovernoFederal institucionalizou, emdezembro de 2005, o Programa deApoio Tecnológico à Exportação –PROGEX –, que já vinha operandoem alguns estados desde 2002.
Além de prestar assistênciatecnológica às micro e pequenasempresas que queiram se tornarexportadoras, o PROGEX atendetambém àquelas que já exportam edesejam melhorar seu desempenhono mercadoexterno.Para obter obenefício, aempresaprecisaapenasentrar emcontato como PROGEXe solicitar avisita de um técnico representante.
Atualmente, a coordenação doprograma é feita por um ComitêGestor, dirigido por representantesdo Ministério da Ciência eTecnologia (MCT) e do Ministério doDesenvolvimento, Indústria eComércio Exterior (MDIC), e a parteoperacional é realizada pelo Grupo
Robert Hipólito, engenheiro doPROGEX – TECPAR(41) 3316 3052 / 3053 / 3054(41) 9123 0017
robert@tecpar.br / ripolito@gmail.com
Rogério Pinheiro
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Importação
Acordo inédito entre
Setor luta por cotas e diminuição da alíquotade importação da sardinha
No final de 2005, na sala
do SINDIPI, Sindicato das Indústrias
de Pesca de Itajaí e Região, uma
reunião para ficar registrada no setor
pesqueiro. Representantes das
maiores indústrias de pesca e os
armadores da região participaram de
um fórum de debates na entidade
que resultou em um acordo de
cooperação. O tema em foco: a
importação da sardinha.
As indústrias de conserva
pediram o apoio do setor produtivo
para a eliminação total (alíquota
zero) do imposto de importação que
incide sobre a sardinha congelada
durante todos os meses do ano. A
exclusão do imposto é para a sardinha
proveniente de países que não
negociaram com o governo brasileiro
nenhuma preferência tarifária.
Em contrapartida, as indústrias
conserveiras se comprometeram
formalmente a absorver, dentro dos
últimos 5 anos não ultrapassou a 30
mil ton., e que 40% desse volume é
ainda destinado a outros mercados,
além das indústrias de conserva.
Outro ponto mencionado é o
período de defeso da sardinha,
atualmente de seis meses, levando as
indústrias a recorrerem à importação,
uma forma de adquirir a matéria
prima durante o ano todo. Outro item
levado em consideração foi o
reconhecimento do setor produtivo
do papel importante da indústria
conserveira, como o principal agente
no processo de manter o hábito de
consumo de sardinha junto à
população brasileira.
No acordo de cooperação é
recomendado ao governo brasileiro
que a eliminação total da alíquota de
importação passe a vigorar somente
na condição de que a sardinha
congelada seja destinada ao
processamento e transformação
armadores e industriaislimites de suas capacidades
industriais, todo o pescado nacional
– de acordo com os padrões
sanitários e regulamentares –, que
venha a ser ofertado pela frota
nacional. As indústrias de conserva
se colocaram à disposição para
desenvolverem seus melhores
esforços, em conjunto com os
armadores brasileiros, para buscar o
pleno restabelecimento da captura
nacional de sardinha.
A solicitação das empresas se
baseou em três pontos básicos: o
grande consumo das empresas
enlatadoras, a captura nacional, o
papel social das indústrias: consumo,
renda e empregabilidade. De acordo
com dados divulgados pelas indústrias,
o consumo das duas principais
enlatadoras nacionais e signatárias
deste acordo de cooperação é superior
a 70 mil ton. anuais e que a captura
nacional média anual no Brasil, nos
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industrial, ou que seja exclusivamente
o peixe sem cabeça e eviscerado ou
ambas as formas.
O acordo de cooperação foi
assinado pelos representantes dos
Sindicatos: SINDIPI, Sindicato das
Indústrias de Pesca de Itajaí,
SINDIFLORIPA, Sindicato das Indústrias
de Pesca de Florianópolis, SAPERJ,
Sindicato das Indústrias de Pesca do
Rio de Janeiro, SAPESP, Sindicato das
Indústrias de Pesca de São Paulo e as
indústrias GDC Alimentos e Pepsico
do Brasil Ltda.
O documento encaminhado ao
Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio teve um
resultado positivo. De acordo com a
portaria nº 1, de 12 de janeiro de
2006, foi liberada a cota adicional de
cerca de 13 mil ton. para a
importação da sardinha, com a
alíquota de 2% em vigência até
março de 2006. A distribuição de
12.654 ton., que representam 95%
da cota adicional, para emissão de
licenças de importação no SISCOMEX,
será feita entre as empresas que
importaram, no período de janeiro a
dezembro de 2004, quantidade igual
ou superior a 10 mil ton.
De acordo com a norma, a cota
remanescente de 666 ton., que
corresponde a 5% da cota adicional,
constituirá reserva de contingência
para atender a situações não previstas,
podendo ser destinada, ainda, para
amparar importações de empresas
que importaram quantidades inferiores
em 2004. Na análise e deferimento
destes casos também será obedecida
a ordem de registro dos
licenciamentos no SISCOMEX, e a cota
inicial a ser concedida a cada empresa
será limitada. As novas concessões
para a mesma empresa beneficiada
com distribuição da cota remanescente
de 666 ton. estarão condicionadas à
comprovação do efetivo despacho
para consumo da mercadoria.
A partir de 1º de fevereiro de
2006, os saldos não utilizados para
emissão de LI e eventuais
recuperações de cota, por devolução
ou cancelamento, poderão ser
distribuídos a qualquer empresa
solicitante, por ordem de registro do
licenciamento no sistema. A medida,
segundo a assessoria de imprensa do
Ministério da Indústria e Comércio,
foi para atender às indústrias que
foram prejudicadas com fim da
importação de sardinha proveniente
da Venezuela, assim, a cota adicional
com alíquota de apenas 2% seria
para viabilizar a produção do setor.
Os armadores e industriais
decidiram realizar reuniões
periodicamente para discutir temas
relacionados à pesca nas regiões Sul
e Sudeste, com o objetivo de garantir
o desenvolvimento do setor.
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20 REVISTA SINDIPI FEVEREIRO/MARÇO 2006
RRRRRegistros fotográficos marcam a hisegistros fotográficos marcam a hisegistros fotográficos marcam a hisegistros fotográficos marcam a hisegistros fotográficos marcam a hisMEMÓRIAS DA PESCA
O projeto “Memórias da Pesca” idealizado pela
SEPESCA, Secretaria Municipal de Aqüicultura e Pesca
de Itajaí, em novembro de 2005 recebeu de
armadores, pescadores e industriais do setor, cerca de
cinco mil fotos. São memórias da indústria pesqueira,
equipamentos de trabalho, atracadouros, embarcações
e personagens da pesca. Do total de fotos entregues,
foram selecionadas 70 imagens que hoje fazem parte de
uma exposição itinerante que esteve até o dia 15 de
fevereiro na sede da SEPESCA e depois no Mercado
Público Municipal de Itajaí.
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Uma viagem no tempo...
a história da pesca em Itajaía história da pesca em Itajaí a história da pesca em Itajaía história da pesca em Itajaí a história da pesca em ItajaíAlém da exposição, será entregue um prêmio para as melhores
fotos de cada categoria. A data da premiação está marcada para o
próximo dia 10 de março, às 18 horas, na Secretaria. Outro
objetivo, segundo o secretário da SEPESCA, Manoel Xavier de Maria,
é publicar um livro sobre a história da pesca em Itajaí.
A ação cultural tem o apoio
do SINDIPI, Sindicato das
Indústrias de Pesca de Itajaí e
Região.
Confira algumas fotos que
retratam a “Memória da Pesca”em Itajaí.
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1. Na embarcação “Cabral VI”, o armador WilsonCabral e a esposa Leonete exibindo o cherne de126 quilos, capturado com pesca de anzol – 1999
2. Pedro Celso e Dona Apolônia foram homenageadoscom seus nomes registrados nas embarcações doestaleiro Abílio Souza
3. Estaleiro Abílio Souza, localizado na Rua Blumenau– 1976
4. Trabalhadores responsáveis pela construção daembarcação Casa Blanca
5. Presença do 1º Superintendente da SUDEPE nainauguração da embarcação “Apolo I” – 1969
6. Encontros na pesca: o armador Fernando Luiz Leal,o armador in memorian José Vasquez Martinez(Pepe), o industrial da pesca Orlando Ferreira (Ninoda Femepe) conversando com Wilson Russi,vendedor de motores para barco do Grupo Batistela
7. Trabalhadores que construiram a embarcação“Pedro Celso”
8. Tripulantes da traineira “Cabral”, em descarga,peixe miragaia
9. Embarcação “Dona Apolônia” em construção
10. Serviço de atuação, localidade de Gabchos –Governador Celso Ramos
11. “Vô David” – a primeira embarcação de pescaoceânica brasileira
12. Navio alemão “Santa Thereza”, ancorado no Portode Itajaí – 1925
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prática de esportesaquáticos e pesca.
A cidade ainda
guarda outras atrações
que vão além das
águas do mar. O Morro
TURISMO
da Pedra, localizado no bairro
Escalvados, zona rural do município,
é indicado principalmente para quem
gosta do turismo ecológico e de
aventura. O Morro da Pedra oferece
uma visão privilegiada de toda a
região e está estruturado com rampas
para vôos de asa-delta e parapente.
Ele é considerado por especialistas
como um dos melhores pontos na
região sul para a prática desses
esportes ao ar livre.
O município ainda possui
cachoeiras com águas transparentes,
muito visitadas pelos turistas, que
de Santa Catarina. Colonizado por
imigrantes açorianos, o município
está localizado no litoral norte do
Estado. As praias são o cartão postal
da cidade: Pontal, Meia Praia,
Gravatá e Centro, entre outras.
Ao todo são 12 quilômetros de
orla com águas limpas, próprias
para banho e ideal para a
primeira vez, noano de 1658 embusca de ouro.
Após garimpar asterras do município,em companhia deManoel Lourenço deAndrade, fundador de São
Francisco do Sul, não encontrounenhum sinal da riqueza sonhada eabandonou a região. O portuguêsdeixou para trás um tesouro bemmais valioso. Mais de 300 anosdepois, outros aventureiros foram aNavegantes, uma cidade com umanatureza invejável, formada pormontanhas, terras férteis, rios,cachoeiras e praias.
Com uma população de 50 mil
habitantes, ultrapassando os 150 mil
na alta temporada, Navegantes é
uma das principais cidades turísticas
O português João Dias Arzãopisou em Navegantes pela
Farol da Barra, inaugurado
em 1938, orienta os navios
e barcos pesqueiros
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preferem lugares mais tranqüilos.
Outro ponto muito freqüentado é
a Pedra da Miraguaia, localizada na
Praia do Gravatá. O lugar é um
viveiro natural de frutos do mar,
como o marisco. Para quem gosta da
pesca de arremesso, o Farol da Barra
é o lugar ideal. O Farol atrai vários
visitantes pela proximidade com os
navios que diariamente entram e sai
do Porto de Itajaí, cidade vizinha de
Navegantes.
O turismo religioso é outro
destaque no município. Entre os
lugares mais visitados estão o
Santuário de Nossa Senhora dos
Navegantes e a gruta de Nossa
Senhora de Guadalupe. O Santuário
foi construído em forma de barco de
pesca para homenagear a padroeira
do município, protetora dos
pescadores.
Seja por terra, água ou ar, todos
os caminhos levam a Navegantes. A
cidade é cortada por duas rodovias
federais, a BR-101 já duplicada e a
BR-470, em fase de duplicação. Por
mar, a opção é o píer turístico de
Itajaí. Até 2007, o município vai ter
um porto, que deve ser uns dos mais
modernos da América Latina.
Navegantes possui o segundo maior
aeroporto de Santa Catarina. O
Aeroporto Internacional de
Navegantes “Ministro Victor
Konder”, importante no
desenvolvimento econômico e
turístico catarinense, tem um
movimento de cerca de 50 mil
passageiros/mês.
“Diversão, lazer e tranqüilidade”.
Com essas três palavras, o secretário
municipal de Turismo de
Navegantes, Rafael Sedrez Silva,
resumiu o que o turista pode esperar
de Navegantes. Sedrez garantiu que
o município tem toda estrutura para
acomodar o visitante. “Temos muitos
hotéis, pousadas e inúmeros
restaurantes e bares pela orla. Temos
dois postos de orientação turística,
um no aeroporto e outro no bairro
Gravatá”, explica. O secretário disse
também que Navegantes tem atração
para todos os gostos. “Além das
praias, o município ainda oferece aos
seus visitantes outras atrações, como
as cachoeiras, morros e trilhas
ecológicas”, comenta o secretário.
Festa religiosa é atraçãoFesta religiosa é atraçãoFesta religiosa é atraçãoFesta religiosa é atraçãoFesta religiosa é atraçãono municípiono municípiono municípiono municípiono município
Dezembro de 1940. O barco de
pesca “Almirante”, cuja tripulação
era de Navegantes, saiu da cidade
do Rio de Janeiro, em direção a
naturaisinvestimentosnaturais einvestimentos
Instalação do Porto em Navegantes,um marco na economia do município
Aeroporto Internacional“Ministro Victor Konder” movimentacerca de 50 mil passageiros/mês
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Santos, no litoral paulista. O retornoa Navegantes estava marcado paraacontecer em janeiro do anoseguinte. No entanto, o barco nãoapareceu. Uma tempestade mudouos planos da tripulação. Após 34 diasem alto-mar, às 14 horas do dia 2 defevereiro (dia da Festa de NossaSenhora dos Navegantes), quandotodos pensavam que a embarcaçãoteria naufragado, chegou ao porto deNavegantes, o barco “Almirante”com sua tripulação sã e salva.Durante a tempestade os marinheirosfizeram promessa à Santa, casoconseguissem se salvar. Este é apenasum, dos inúmeros milagres atribuídosà Nossa Senhora dos Navegantes.
Realizada desde 1896, a festareligiosa é uma das mais tradicionaisde Santa Catarina. Todos os anos,sempre no mês de fevereiro, milharesde pessoas, entre devotos e turistas,participam dos festejos emhomenagem à santa. O ponto máximodas festividades é a procissão fluvialque acontece no rio Itajaí-Açu. Commastros embandeirados, fitascoloridas e flores, barcos de pesca,de passeio e pequenas embarcaçõesacompanham o cortejo pelo rio, quesegue até o Santuário de NossaSenhora dos Navegantes. Com muitareligiosidade a comunidade eromeiros das cidades vizinhas,participam da festa em homenagemà padroeira do Município.
Miniestaleiro públicoMiniestaleiro públicoMiniestaleiro públicoMiniestaleiro públicoMiniestaleiro público
Navegantes é um dos poucosmunicípios no Brasil que disponibilizaaos pescadores artesanais, umminiestaleiro público. “Carrera”como é conhecido o miniestaleiro,fica localizado nos fundos daSecretaria Municipal de Agricultura,às margens do rio Itajaí-Açu. Eleserve para os pescadores artesanaisdo município puxarem suas
embarcações erealizarem reparos. Olocal possui quatroberços paraembarcações depequeno porte, comaté 11 metros decomprimento e comcapacidade de até 10toneladas de carga. EmNavegantes, ominiestaleiro público
beneficia aproximadamente 400famílias, que dependemexclusivamente da pesca artesanal.
Segundo o secretário deAgricultura e apoio à pesca artesanal,Élson “Jacaré” dos Santos, o“Carrera” foi criado com o objetivode dar suporte ao pescador ediminuir as suas despesas. “Para fazera puxada, levantar a embarcação, umestaleiro comum cobra entre R$ 500 eR$ 600.”, explica. Jacaré disse que oúnico gasto que o pescador tem écom o material. “O pescador traz aembarcação no “Carrera”, umcarpinteiro naval pago pela Prefeiturafaz o orçamento e depois os reparos,sem cobrar mais nada por isso. Issojá alivia bastante na despesa dessespescadores. Para ter o beneficio, opescador tem que estar em dia com aColônia dos Pescadores deNavegantes”, conclui o secretário.
O mar rege a economiaO mar rege a economiaO mar rege a economiaO mar rege a economiaO mar rege a economiado Municípiodo Municípiodo Municípiodo Municípiodo Município
Além do turismo, o mar tambémtem papel fundamental na economiado município. A construção naval eas indústrias de pescas, sãoresponsáveis por grande parte dageração de empregos. Navegantes éhoje, o terceiro maior centro decaptura e beneficiamento depescados da América Latina, com
TURISMO
AO LADO: A festa religiosa emhomenagem à Nossa Senhora
dos Navegantes é uma dasmais tradicionais em SC
ABAIXO: “Navegando para umfuturo de qualidade”, frase do
prefeito de Navegantes,Adherbal Ramos Cabral
A praia do Gravatá, conhecidacomo o refúgio da agitação, éa tranqüilidade do mar
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empresas que exportam seus produtospara o mundo inteiro. Ao longo dorio Itajaí-Açú estão instalados dezenasde estaleiros de pequeno, médio egrande porte, de onde saem botes,barcos pesqueiros, iates e veleiros.
Novos investimentosNovos investimentosNovos investimentosNovos investimentosNovos investimentosdevem trazer maisdevem trazer maisdevem trazer maisdevem trazer maisdevem trazer maisdesenvolvimentodesenvolvimentodesenvolvimentodesenvolvimentodesenvolvimento
Nos últimos três anos, junto comos turistas, Navegantes chamou aatenção também de empresários. Elessão atraídos pelos incentivos fiscais,localização privilegiada, aproximaçãocom rodovias importantes, como aBR-101 e a BR-470, pólo deexportação e mão de obraqualificada. O estaleiro norte-americano Navship, o inglês CatarinaYachts, o depósito central das lojasMagazine Luiza e o Porto deNavegantes são alguns bonsexemplos. Ao todo estão sendoinvestidos, em Navegantes, R$ 600milhões, num prazo de dois anos. Oimpacto na economia do municípiodeve ultrapassar um bilhão de reais.
Diversas ruas foram asfaltadas eos acessos aos bairros forammelhorados. Em conseqüência disso,novas empresas se instalaram poracreditarem que o município possuium grande potencial, com umaumento de quase 100% na geraçãode empregos em relação ao anoanterior. “Os investimentos na saúde,educação, turismo, obras e demaisáreas, mostram que a cidade está setransformando a cada dia, numverdadeiro canteiro de obras,melhorando a qualidade de vida dapopulação. Navegando para umfuturo de qualidade”, destaca oprefeito de Navegantes, AdherbalRamos Cabral (Deba).
ExExExExEx-----oficial da guardaoficial da guardaoficial da guardaoficial da guardaoficial da guardade Getúlio Vde Getúlio Vde Getúlio Vde Getúlio Vde Getúlio Vargas éargas éargas éargas éargas éatração turísticaatração turísticaatração turísticaatração turísticaatração turística
ACIMA: Com uma população de50 mil habitantes, Navegantesé ideal para esportesaquáticos
ABAIXO: “Seu Mikimba” eDa. Ivone, figuras tradicionaisde Navegantes
MAIS ABAIXO: Portal. Cerca de150 mil pessoas visitam acidade na alta temporada
A casa do senhor JoãoInácio Moreira, 102 anos,morador do bairro NossaSenhora das Graças, emNavegantes, é bemmovimentada. Por lá passampessoas procurandobenzeduras, receitas deremédios caseiros, entre outrosfavores. No período escolar, o “seuMikimba”, como é conhecido, recebea visita de muitos alunos queprocuram auxílio nas suas pesquisasde História, já que seu Mikimba temuma ótima memória e participouativamente de grandes fatos queocorreram no Brasil, no século 20.
Nascido em Passo Fundo, no RioGrande do Sul, no dia 16 de abril de1903, seu Mikimba está emNavegantes desde a década de 1970.Em terras gaúchas, foi corneteiro daguarda do presidente Getúlio Vargas,em 1934. “Participei da revolução de30 e cheguei a tomar chá com oGetúlio. Homem como ele não vaiexistir mais. Tudo que o trabalhadortem hoje é graças a ele”, contaemocionado. Na década de 1950,seu Mikimba foi funcionáriodos Diários Associados,empresa do empresário AssisChateaubriand.
Na vida pessoal ele jáesteve casado com 14 mulherese até perdeu a conta do númerode filhos, netos, bisnetos etataranetos. Há 30 anos vivecom Ivone Maria Inácio, de 65anos. Muito lúcido e bemfalante, seu Mikimba disse osegredo para viver tanto: “nãobeber e nem fumar”.
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Pesquisa
Desde que foi criado, em
agosto de 1988, o Laboratório de
Mexilhões Marinhos (LMM), da
Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC), é o grande
colaborador de pequenos produtores
de moluscos marinhos do Estado. Os
resultados desse trabalho, em
parceria com a EPAGRI, Secretaria da
Agricultura de Santa Catarina e as
associações de pescadores artesanais,
podem ser comprovados no litoral
catarinense, com a melhoria da
qualidade de vida de mais de mil
famílias envolvidas na atividade.
O reconhecimento científico e
social desse trabalho é a conquista
do Prêmio Finep (Financiadora de
Estudos e Projetos, órgão do
Ministério da Ciência e Tecnologia)
de Inovação Tecnológica 2005, na
categoria Inovação Social. Com o
título “Cultivo de Moluscos: Uma
Revolução Social no litoral
catarinense”, o projeto da
Universidade recebeu a premiação
em dezembro de 2005. O prêmio foi
disputado com 29 empresas e
instituições de pesquisa, no Brasil. A
Fundação CERTI (SC), ligada à UFSC,
recebeu menção honrosa na
categoria Instituição de C&T. O LMM
é o único laboratório nacional que
produz regularmente sementes de
moluscos (ostras e mexilhões).
O projeto apresentado pela
equipe do Laboratório de Moluscos
Marinhos para concorrer ao prêmio
mostra que as atividades
desenvolvidas pela universidade e o
repasse desse conhecimento para
pescadores artesanais estão na base docrescimento da maricultura catarinense.
Em Santa Catarina, várias regiões
foram beneficiadas pelo crescimento
do cultivo de moluscos, mas
Florianópolis ganhou um destaque
maior. A capital catarinense se tornou
o maior produtor de ostras do Brasil e,
impulsionado pelos restaurantes que
têm os moluscos como um dos
principais pratos da gastronomia,
consolidou-se como importante pólo
turístico da cidade. Além disso, o
crescimento da maricultura beneficiou
a implantação e o crescimento de
novos setores da economia, como
fabricantes de insumos e de
equipamentos para cultivo.
Por ano, o laboratório da
Universidade (LMM) atende
aproximadamente 180 pessoas,
gratuitamente, que recebem
orientações e informações sobre
moluscos. O atendimento à
comunidade é realizado no laboratório
e, muitas vezes, se completa com
uma visita orientada ao cultivo
experimental de moluscos marinhos,
na praia da Ponta do Sambaqui.
No Laboratório de Moluscos
Marinhos da UFSC são desenvolvidas
diversas etapas essenciais para o
cultivo de ostras em Santa Catarina.
Entre elas, o estoque de reprodutores,
a fecundação, a indução para desova
e a produção de larvas que depois se
transformam nas sementes de ostras
que são repassadas aos pescadores.
“Esse trabalho, desenvolvido pelo
LMM é fundamental porque o
principal tipo de ostra comercializada
e consumida no estado e já
difundida para vários outros locais
do Brasil é a japonesa, espécie que
se adaptou bem às condições do mar
catarinense”, destaca o coordenador
do Laboratório de Moluscos
Marinhos, professor Jaime Ferreira.
Além da ostra japonesa, o LMM
As ações são do Laboratório de Mexilhões Marinhos da Universidade. Com avalorização da produção de moluscos, melhorou a qualidade de vida dos produtores.Hoje, os filhos dos pescadores aprendem a atividade através de uma formaçãotécnica, não abandonando as comunidades pesqueiras.
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trabalha com três espécies nativas: aostra de mangue, a vieira e omexilhão. Atualmente, o laboratóriorepassa ao setor produtivo cerca de40 milhões de sementes no ano. Oprodutor paga pelo milheiro da ostramédia R$ 10 e R$ 20 pela grande.
Segundo a bióloga da UFSC,Marisa Bercht Canozzi, o LMM, temuma importância social muitogrande para Santa Catarina. “Nofim da década de 1980, muitasfamílias viviam sem expectativa,muitos pescadores deixavam de
trabalhar no mar por causa da baixalucratividade, para se dedicar a outrasatividades. Depois da valorização daprodução de moluscos, a situação foirevertida. Hoje, os filhos dospescadores aprendem a atividadeatravés de uma formação técnica enão abandonam as comunidadespesqueiras”, explica. A biólogadestaca que a conscientização dosprodutores também aumentou, elespassaram a se comprometer com alimpeza do ambiente. “O cultivo das
ostras precisa de um ambiente
limpo e os próprios produtores
já pressionam as autoridades a
tomar providências com a
contaminação dos mares”,salienta. Para 2006, Marisa explicaque a prioridade é selecionar
geneticamente a espécie de ostranativa que melhor se adapte aolitoral catarinense. “Duas espéciesestão sendo estudadas, mas apenasuma será escolhida. Essa espécie deostra nativa não perde em qualidadepara a ostra japonesa”, conclui.
Maricultura em Florianópolis
A maricultura teve início emFlorianópolis na década de 1970,quando foram realizados osprimeiros estudos sobre a produçãode ostra (ostreicultura), sem muitosucesso. Naquela época,mergulhadores e pescadores extraíamdos costões ostras e mexilhões paraincrementar sua renda. Florianópolisreúne condições favoráveis para amaricultura. Entre o continente e ailha há formação de baías com águascalmas, com influência de correntesfrias, ricas em produção primária,como os fitoplânctons.
Para solucionar o problema, emmeados da década de 1980, foramtrazidas sementes de outras regiões ea UFSC passou a produzir sementesem laboratório, construído em1986 na praia de Sambaqui. Doisanos mais tarde, a EPAGRI, vinculadaà Secretaria de Agricultura doEstado, começou a incrementar astécnicas de cultivo.
ACIMA: Para 2006, a prioridade
é selecionar geneticamente a
espécie de ostra nativa que
melhor se adapte ao litoral
catarinense.
ABAIXO: Laboratório de
Mexilhões Marinhos da UFSC,
criado em agosto de 1988
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Consumo
PROJETO
O investimento – um
veículo adaptado para
a venda de peixe –
será de 300 mil reais
e ampliará o
atendimento na
comunidade.
Os bons resultadosobtidos com o projeto “Peixe nosBairros”, da Secretaria Municipal deAqüicultura e Pesca de Itajaí(SEPESCA), ajudaram na aprovação derecursos federais para mais umplano: O “Caminhão do Peixe”. Aproposta é inovadora, um veículoespecífico para transportar e vendero pescado diretamente à populaçãodos bairros da cidade.
O objetivo é facilitar o acesso
ao peixe, com menor custo,
aumentando o consumo do
pescado em Itajaí, SC.
Na primeira semana de janeirodeste ano, a Secretaria Especial deAqüicultura e Pesca da Presidênciada República (SEAP/PR), liberouR$ 280 mil para a compra de umcaminhão trucado para acomercialização do pescado.
informou também que deseja colocaro caminhão nas ruas antes daPáscoa, até o dia 10 de abril.“Os peixes, de diversas
espécies, vão ser comprados
direto da embarcação
pesqueira, sem passar por
atravessadores”, esclarece.A SEPESCA estima que a
economia com o caminhão será emtorno de 50%, se comparado aoprojeto “Peixe nos Bairros” quevendia o pescado em 11 postos fixosespalhados pelo município, compreços acessíveis à população. “Oinvestimento no caminhão devereduzir custos, equipamentosutilizados na comercialização dopeixe nos bairros, além de atenderum número maior de pessoas.
Para ampliar o “Peixe nosBairros”, através dos postos fixos, aSEPESCA gastaria cerca de R$ 600 mil,sem contabilizar os gastos com água,energia elétrica e vigilânciapatrimonial, o dobro do custo com ocaminhão. Além do “Caminhão doPeixe”, a SEPESCA tem outras açõesque incentivam o consumo depescado. A Secretária estáprogramando a 2ª Festa do peixe,que deve reunir 50 grupos quepreparam o pescado para ser vendidono evento, programado para os dias17 e 18 de junho de 2006.
Ao total serão investidos emtorno de R$ 305 mil, com recursosfederais e da Prefeitura Municipal deItajaí. Um projeto municipal quedeverá ser ampliado a outros estadosbrasileiros.
Segundo o secretário da SEPESCA,Manoel Xavier de Maria, opróximo passo é encaminhar toda adocumentação necessária aoDepartamento de Compras daPrefeitura, para que seja aberto oprocesso de licitação pública. “O‘Caminhão do Peixe’ especificado noprojeto é um modelo 1418,capacidade para 10 toneladas,trucado, com carroceria frigoríficaplástica monobloco, equipado comcâmara frigorífica de estocagem deprodutos congelados. É com essascaracterísticas que vamos comprar ocaminhão”, explica. Xavier de Maria
FOTO JOÃO SOUZA
Caminhão do Peixe“ ”
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Atualize-se
Capitania dos Portos alerta sobre
O novo documento com código de barrasfacilita a identificação da embarcação e evita falsificações.
O primeiro-tenente encarregado da Divisão deSegurança do Tráfego Aquaviário da Delegacia de Itajaí,Evangelista da Silva, informa que a Delegacia daCapitania dos Portos em Itajaí está realizando orecadastramento de embarcações de acordo comdeterminação da Diretoria de Portos e Costas.O objetivo é que as embarcações recebam osnovos números de acordo com os novos sistemasda Marinha. De acordo com o primeiro-tenente, oprocesso de recadastramento de embarcações foiimplementado desde 2001.
Para fazer o recadastramento os armadores, ou seusrepresentantes legais, precisam encaminhar para aDelegacia da Capitania dos Portos, em Itajaí,documentos em conformidade com o tamanho dasembarcações. A transferência é gratuita e o armador recebeum novo documento com código de barras. “Um novo
sistema que facilita a identificação e evita a falsificação”,alerta. O novo documento é fornecido gratuitamente.
O prazo para a solicitação é até o dia 31 demarço. A capitania orienta que para embarcações miúdas(menor, ou igual a 5 metros), o armador deve encaminhar oboletim para cadastramento de embarcações miúdas(BCEM), o original do documento de propriedade, otermo de responsabilidade, seguro obrigatório DPEM emvigor, o comprovante de residência, a cópia do CPF ouCNPJ. E para as embarcações maiores de cinco metros,o boletim para cadastramento de embarcações (BADE),no caso de embarcações de esporte e/ou recreio epassageiros, apresentar uma foto 15x21 com aembarcação flutuando; o original do documento depropriedade, o seguro obrigatório DPEM em vigor, ocomprovante de residência e a cópia do CPF ou CNPJ,conforme o caso.
Para mais informações sobre o recadastramento:
(47) 3348-0129.
recadastramento de embarcaçõesrecadastramento de embarcações
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30 REVISTA SINDIPI FEVEREIRO/MARÇO 2006
Qualidade de vida
O SESI, em parceriacom o SINDIPI, leva acozinha itinerante àsempresas de pesca efamiliares.
Sucos variados com cascas de frutas, uma
salada com casca de abóbora, um prato colorido
de verduras só com aproveitamento dos talos e
ramos, brigadeiro preparado com mandioca, um
pão de trigo econômico.
Estes são alguns exemplos de uma alimentaçãosaudável, econômica e fácil de preparar. Para divulgaressas receitas, o SESI de Santa Catarina, em parceria como SINDIPI, Sindicato das Indústrias de Pesca de Itajaí eRegião, promoveu pela primeira vez em Itajaí, de dois a13 de janeiro, o programa “Cozinha Brasil”. A ação foirealizada com a participação das empresas VitalmarPescados e Kowalsky. Nesse período, uma unidade móvelda instituição – um caminhão projetado com uma cozinhapedagógica experimental – ofereceu cursos gratuitos aos
Ação emparceria ensina
trabalhadores da indústria e seus familiares.Nos cursos são trabalhados temas como
educação nutricional, alimentação saudável,
alimentação funcional, boas práticas de
manipulação, aproveitamento integral dos
alimentos e economia no orçamento. Para acoordenadora do programa “Cozinha Brasil”, MarluceLima, a cozinha móvel é uma forma de inclusão social.“Permite que a pessoa tenha dignidade ao comer, deforma saudável e adequada. É o consumo consciente,o aluno aprende a aproveitar todo o alimento”, explica.O gerente industrial da Vitalmar Pescados, Luiz CarlosRamos destaca que o mais importante é estimular amudança de hábitos alimentares. “Aqui nósaprendemos como preparar os alimentos, valorizando
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os nutrientes e ainda somos
multiplicadores, divulgando as
informações para a comunidade, ou
seja, uma ótima orientação
nutricional”, ressalta. Na avaliação
do presidente do SINDIPI, Antônio
Carlos Momm, essa ação com o SESI
é uma forma de valorizar o
trabalhador, uma pequena
contribuição com o social. “Se cada
empresa de pesca na região
promovesse um curso de
cozinha experimental, seriam
mais de 30 mil pessoas
beneficiadas. A boa
alimentação é sinônimo de
qualidade de vida. Uma refeição
saudável, com proteínas,
vitaminas e outros nutrientes é
essencial para o crescimento e
desenvolvimento do ser
humano, uma garantia de
cidadania aos nossos
trabalhadores e familiares”.
Para o funcionário da Vitalmar
Pescados, Alberto Sartirio Borges, o
curso contribuiu para a economia do
lar. “Além de poder ajudar a minha
esposa, aprendi a comer sem
Valor calórico por porção: 252, 64 kcalRendimento: 20 porçõesTempo de preparo: 3h
Ingredientes
1 xicara de chá de trigo para kibe3 tabletes de fermento biológico1 xícara de chá de leite½ xícara de chá de óleo3 colheres de sopa de açúcar8 xícaras de chá de farinha de trigosal a gosto
Modo de preparo
Coloque o trigo de molhopor 2 horas. Escorra a água eesprema o trigo. Dissolva ofermento no leite morno,acrescente o trigo espremido eos demais ingredientes.Amasse muito bem. Divida amassa em duas partes,coloque em fôrmasenfarinhadas (própria parapão de forma) e deixedescansar até dobrar devolume. Asse em forno quentepor mais ou menos 50 minutos.
Dica: o trigo contém ferro.
Dica para acompanhar o pão
Suco Vitaminado
Valor calórico da porção: 294 kcalRendimento: 5 porçõesTempo de preparo: 20 minutos
Ingredientes
8 xícaras de chá de casca deabacaxi
1 litro de água4 xícaras de chá de tomate maduro2 xícaras de chá de açúcar
Modo de preparo
Lave o abacaxi com umaescovinha, descasque-o e reservaas cascas. À parte, cozinhe ostomates e coloque-os noliquidificador com as cascas deabacaxi, o açúcar e a água. Batabem, coe e sirva bem gelado.
Dica: a casca do abacaximelhora o funcionamento dosintestinos.
Receita depão de trigo
desperdícios, fazer uma compra
consciente no supermercado e
preparar alimentos nutritivos para os
meus quatro filhos”, ressalta.
De acordo com o SESI, a cozinha
itinerante vem percorrendo o estado
de Santa Catarina desde julho de
2005 e já formou cerca de 3,5 mil
alunos. As receitas são feitas no local
e oferecidas aos participantes para
degustação. Além disso, são
abordados temas como
armazenamento, congelamento e
descongelamento de alimentos. As
aulas são gratuitas e ministradas por
nutricionistas.
Cada participante ganha um kit
contendo avental, touca, caderno,
lápis, livro com 250 receitas e
certificado emitido pelo SESI, uma
entidade do SISTEMA FIESC. Além dos
funcionários e familiares, as duas
empresas de pesca que participaram
desta ação, a Vitalmar Pescados e a
Kowalsky estenderam o curso para a
comunidade.
Luiz Carlos Ramos destaca que omais importante é estimular amudança de hábitos alimentares
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32 REVISTA SINDIPI FEVEREIRO/MARÇO 2006
Superando limites
Ensacar atum raladoé mais do que um
serviço. Foi a primeiraoportunidade deemprego oferecidapara AlexandreCordeiro pelaempresa Pepsico
Sem enxergar desde os dois
anos de idade, Alexandre Cordeiro
demonstra que para realizar projetos,
conquistar sonhos e ser reconhecido
profissionalmente, são etapas que
não dependem dos olhos, e sim da
vontade em vencer e dedicação.
Desde que perdeu
totalmente a visão, Alexandre
aprimorou outros sentidos, e
concluiu, com maestria, o
segundo grau na escola, com
cursos em operador de câmara
escura, massoterapia, de
dirigente, almoxarifado e curso
básico de computação. Hoje,
com 28 anos de idade, casado com
Marly da Silva, deficiente de baixa
visão, com duas filhas (de 4 e 6 anos),
Alexandre é um exemplo de superação
de limites. Quando perguntado qual foi
sua grande conquista nestes anos, a
resposta foi imediata: “O meu primeiro
emprego. Hoje eu me sinto útil, recebo
um salário do meu trabalho e ajudo
em casa”, revela. Alexandre trabalha
há um ano e meio na empresa Pepsico
do Brasil, destaque no segmento de
pescados com a marca Coqueiro.
Na empresa, o funcionário
trabalha na linha de produção,
ensacando atum ralado. A
habilidade com as mãos e a
concentração no serviço traduz
em grande produtividade: são
cerca de 20 toneladas de peixe
cozido, ensacadas por dia. De acordo
com o supervisor Lacort Laurentino,
não foi preciso fazer modificações no
posto de trabalho. “Ele é um ótimo
funcionário, com desempenho
excelente, um exemplo de
crescimento e lição de vida”, destaca.
Trabalhando das 7 horas da manhã
até 16h48, Alexandre reside distante
do serviço, no município de
Camboriú, por isso precisa pegar
dois ônibus para ir e retornar do
trabalho. Acorda todos os dias por
volta das 4 horas da manhã. Uma
rotina que realiza sozinho e faz questão
de sempre chegar no horário.
O primeiro emprego sempre fica
marcado, mas para Alexandre este
trabalho é mais que uma experiência: é
uma oportunidade de crescimento.
No início ele conta que recebeu muito
apoio dos colegas de trabalho, quehoje são considerados grandes amigos.
Planos para o futuro? Sim.
“Pretendo conquistar cada vez mais
a minha independência, crescer na
vida profissional e conquistar em
2006, o que não consegui em 2005”,
responde. Esse entusiasmo mostra o
porquê da atitude em abrir mão da
aposentadoria especial, para
trabalhar na Pepsico. “Acho bem
melhor conviver no meio da
sociedade, trabalhar com as pessoas.
em empresa de pescaem empresa de pesca
Deficiente visualDeficiente visualtrabalhacomempenho
trabalhacomempenho
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Esse é o maior ganho”, conta.
Dificuldades existem, mas nada que
não se resolva com atitudes simples.
“É só ter força de vontade,gostar do que faz, agarrar aprimeira oportunidade”, sugere.
Nas horas de lazer, atletismo, dominó
e futsal são seus esportes favoritos.
Alexandre conta que participou com
colegas de trabalho de uma partida
de futebol, e quem enxergava teve os
olhos vendados. “Vencemos o jogo,
mas o que importa é a brincadeira
com os amigos”, disse.
A contratação do Alexandre faz
parte do Programa de Capacitação
de Pessoas Portadoras de
Deficiência, implementado no ano
passado pela empresa Pepsico do
Brasil. Independente desse
programa, a inclusão desses
profissionais nas diversas operações
da Pepsico existe há muitos anos,
desde 1994. A intermediação foi
realizada pela ADVIR, Associação de
Deficientes Visuais de Itajaí e Região
(veja matéria seguinte).
De acordo com o Diretor de RH
da Pepsico do Brasil, Nilton Pierroni,
o Programa prevê a contratação de
40 portadores de deficiência por
semestre, um investimento de 500
mil reais ao ano. Através de um
convênio com o SENAC, os portadores
de deficiência recebem treinamentos,
orientações de trabalho em equipe
durante um período de três meses.
Após essa fase, é levado a campo
para aprender, na prática, a função.
O grande diferencial desse
Programa é que durante o período de
capacitação, que dura seis meses, os
integrantes desse programa já fazem
parte do quadro de funcionários da
Pepsico e são remunerados, recebendo
todos os benefícios enquanto se
desenvolvem. A empresa também
contrata profissionais para fazer um
trabalho de conscientização com as
pessoas que trabalharão direta ou
indiretamente com os novos
contratados.
A empresa tem hoje em seu
quadro, 193 pessoas portadoras de
deficiência. Segundo Pierroni, os
funcionários da empresa também
participaram de uma campanha para
o recrutamento dos portadores de
deficiência, indicando pessoas. Na
avaliação do diretor de RH da
Pepsico, os trabalhadores que
convivem com as pessoas portadoras
de deficiência no ambiente de
trabalho têm reações positivas. “Os
próprios funcionários se sentem mais
sensibilizados e acabam valorizando
o potencial da pessoa e reforçando,
para outras áreas da empresa, a
contratação”, cita. Pierroni afirma
que o tratamento aos portadores de
deficiência é o mesmo que para os
outros funcionários. “Não existeproteção e as oportunidades decrescimento na empresa são asmesmas”, reforça.
Muitos outros são os programas
que visam o desenvolvimento dos
funcionários e de seus filhos. Todos,
em geral, têm como base, a busca
pela excelência individual e do
grupo, assim como a ampliação da
capacidade de inovação e de
identificação de novas
oportunidades, pessoais ou ligadas
ao próprio negócio.
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Alexandre Cordeirotrabalhando na linha de
produção da Pepsico
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Para o presidente
da Associação,
ainda há preconceitos
no mercado de trabalho, mas, aos
poucos, as empresas estão se
conscientizando do bom trabalho
desempenhado pelos cegos
A ADVIR, Associação de Deficientes Visuais de
Itajaí e Região completa em julho, 12 anos de fundação,
com 170 associados. Uma trajetória de muitas histórias e
conquistas. O deficiente visual Alexandre Cordeiro,
destaque na matéria “SUPERANDO LIMITES” conta, com
carinho, da ação da ADVIR, que foi essencial para a sua
carreira. A Associação realiza um trabalho junto às
empresas, integrando os deficientes no mercado de trabalho.
Os diretores da ADVIR avaliam quem está mais
preparado para cada atividade e fazem a indicação.
Segundo o presidente da Associação, Gildo Alexandrino,
o deficiente faz um estágio supervisionado, um
período de adaptação nas empresas. “Ainda há
preconceitos, mas aos poucos essa barreira está sendo
quebrada. Afinal, o cego é uma pessoa normal, apenas
não vê, somos capazes e desenvolvemos um bom
trabalho. Hoje já são seis deficientes com colocação nas
empresas”, revela o presidente.
em Itajaí
ADVIR
Responsabilidade social
deficientesdeficientesvisuaisvisuais
atende 170
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Além de intermediar a colocaçãono mercado de trabalho, aAssociação investe em outrasatividades que contribuem nainteração do deficiente com a famíliae a sociedade. Entre as ações, estãoa A.V.D, Atividades da Vida Diária.“Nós ensinamos aos associados
a partir dos 14 anos de idade,
noções básicas do dia-a-dia,
desde amarrar os sapatos, fazer
um lanche, oferecemos apoio
psicológico, aulas de orientação
e mobilidade, artes plásticas e
esportes”, explica o vice-presidenteda Associação, Lucimar RogérioRodrigues, que perdeu a visão aos44 anos. O vice-presidente revelaque a adaptação foi difícil, masexemplifica que o apoio daAssociação foi primordial. “Aqui
na seleção brasileira de
atletismo. O futsal foi
classificado na série B do
Brasileirão”, disse. Bocha, xadrez,dominó, também são praticadospelos associados. O técnico de todasas modalidades, Álvaro da Silva, daFundação Municipal de Esportes,treina os atletas todos os sábados.
A Associação recebe ajuda dacomunidade e apoio financeiro daPrefeitura Municipal de Itajaí. Mesmoassim, há gastos com combustível eviagens de alunos para campeonatosque não fazem parte do custeio.Segundo o presidente da ADVIR,ainda há muitas ações a seremconquistadas. “Placas de ônibus embraille, semáforos sonoros, maismonitores para atender cegos nossupermercados e ações que facilitemo acesso aos lugares, como rampas elajotas especiais”, cita.
ADVIR – Associação de DeficientesVisuais de Itajaí e RegiãoR. Camboriú, 1082, Fazenda – Itajaí – SC(47) 3349-2297
aprendi que há outras pessoas
na mesma condição que eu e
são muito felizes. Aos poucos
fui me adaptando e recebendo
orientação e hoje sou voluntário
da ADVIR”, ressalta.Na Associação também são
ministradas aulas de arte, computaçãoe método braille. Na sala deinformática, o sistema usado facilita ouso da Internet. É um programaoperacional sintetizado, o Dos Vox,onde cada letra teclada emite um some o sistema Jaws do Windows.
A ADVIR também é reconhecidapelas medalhas conquistadas na áreaesportiva. Segundo o diretor deesportes, Magno Roberto Figueiredo,há atletas-revelação no cenáriointernacional. “A atleta Indaiana,
de apenas 16 anos, é destaque
NA PÁGINA AO LADO: o vice-presidente da ADVIR,Lucimar Rodrigues, o técnico de esportes,Álvaro da Silva e o presidente Gildo Alexandrino.
AO LADO: o diretor de esportes,Magno Figueiredo digitando em braille.
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36 REVISTA SINDIPI FEVEREIRO/MARÇO 2006
isAençãodo ICMS
Imposto
O governador de SantaCatarina, Luiz Henrique da Silveiraassinou na Federação das Indústrias(FIESC), no dia 12 de janeiro de 2006,o decreto prorrogando até 31 dedezembro de 2006, a isenção doICMS sobre o óleo diesel marítimo,destinado ao consumo deembarcações pesqueiras, em SantaCatarina. A medida vale para osbarcos registrados no Estado junto àCapitania dos Portos e ao InstitutoBrasileiro do Meio Ambiente e dosRecursos Naturais Renováveis (IBAMA).
Estiveram presentes, na ocasião,o presidente do SINDIPI, AntônioCarlos Momm, a presidente doSINDIFLORIPA, Ida Costa, os secretários
A ação deve geraruma economia de
cerca de 11 milhões dereais aos armadoresda região de Itajaí,
principal pólopesqueiro do Brasil.A iniciativa partiu dopresidente da FIESC,
Alcantaro Corrêa, apósreuniões com o setor
Governador de SC renova a
Max Bornholdt, da Fazenda, MarcusVieira, da Administração e FelipeLuz, do Planejamento, o deputadofederal Edison Andrino, o presidenteda FIESC, Alcantaro Corrêa, o prefeitode Itajaí, Volnei Morastoni, osecretário da SEPESCA, Manoel Xavier,entre outras autoridades.
De acordo com o secretário daFazenda, Max Bornholdt, os
objetivos do Decreto são
equiparar o óleo diesel marítimo
de Santa Catarina aos preços
internacionais, e incentivar a
atividade pesqueira no Estado.
A contribuição estadual equivalea 12% do custo total do produto.Como o óleo diesel representa 70%
dos gastos operacionais, a reduçãodos valores possibilita o crescimentodo setor, em investimentos.
O presidente do SINDIPI, AntônioCarlos Momm, explica que para fazero cálculo desse benefício, o governodo Estado utiliza a média do valor doóleo diesel marítimo nas bombas. Apartir dessa base de cálculo sãodescontados os 12% de impostos.
Momm relata que em 2004, odecreto representou uma economiade R$ 6,4 milhões para asembarcações da região de Itajaí, eem 2005, R$ 8 milhões e 239 milreais. “Para 2006, a isenção devegerar uma economia de R$ 11milhões de reais e a possibilidade de
para as
FOTO ELMAR MEURER
Autoridades presentes na assinatura
do decreto na sede da FIESC
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isenção
do ICMS
investir esse valor na atividade, umdinheiro que fica na nossa região,viabilizando o crescimento do setorpesqueiro”, destaca.
“O governo anterior navegavade costas para o mar”, disse Momm.“Este governo navega de frente!”.
Um outro fator relevante da
medida é manter a
competitividade do segmento,
que no Estado tem 359 empresas
e gera mais de 10 mil empregos
formais diretos, e em torno de
50 mil empregos indiretos. Deacordo com dados tabulados daRelação Anual de InformaçõesSociais (RAIS) do Ministério doTrabalho e Emprego, Santa Catarinaemprega, no setor pesqueiro, duasvezes mais do que o Rio Grande doSul, segundo principal estado emnúmero de trabalhadores.
“A renovação desse incentivo éessencial para a indústria pesqueira
catarinense. Sem isso, poderíamoster redução de empregos no setor eum aumento do produto para osconsumidores”, relata o presidenteda FIESC, Alcantaro Corrêa. “O peixetem concorrentes fortes em nossopróprio mercado. É um segmentoque tem de brigar eternamente parasobreviver”, afirmou.
Para o governador Luiz Henrique
da Silveira, a iniciativa damanutenção atende a umpedido da FIESC e está emacordo com a filosofia doExecutivo de adotar umapolítica fiscal e tributária queincentive a geração deemprego e renda. “Essa novafilosofia tem beneficiadosetores da nossa indústria que,
em contrapartida, tem trazidograndes ganhos para a nossaeconomia, através da criação denovos postos de trabalho.”
Só em Itajaí a medida beneficia225 armadores, equivalente a 419embarcações pesqueiras. Em média,cada armador economiza 32 mil esetecentos reais em um ano, com aisenção do imposto.
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Embarcação pesqueira
sendo abastecida no
Posto Polináutica
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38 REVISTA SINDIPI FEVEREIRO/MARÇO 2006
Crédito Pesqueiro
Tanto o Banco do Brasil,quanto a Caixa Econômica Federale outros agentes financeiroscredenciados pelo BNDES,financiam projetos de investimentospara as micro e pequenasempresas, em qualquer ramo deatividade, com faturamento brutoaté R$ 5 milhões com objetivo deproporcionar a geração ou amanutenção de empregos e rendana área urbana.
Se o financiamento fordestinado à embarcação,caracteriza-se como crédito rural(pescado) e, portanto, só pode serfinanciado pelos agentesfinanceiros que operam o CréditoRural. Por outro lado, se ofinanciamento for para
* Claudionor GonçalvesEngenheiro Agrônomo Msc,Diretor da Secretária Municipal deAqüicultura e Pescadiretor_sepesca@itajai.com.br
Artigo
Claudionor Gonçalves (*)
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investimento fixo (câmara fria,unidade de beneficiamento,instalações ou equipamentos paraindústria, ou construção naval,etc.) pode ser atendido por todosos agentes financeiroscredenciados pelo BNDES.
Esta linha de créditodenomina-se Proger UrbanoEmpresarial, mantido comrecursos do Fundo de Amparo aoTrabalhador – FAT.
O financiamento tem prazo deaté 5 anos com taxa fixa de 5,4%ao ano + TJLP (mais ou menos9,75 %) e seu reembolso é feitoem parcelas mensais e sucessivas.O valor financiável está limitado aR$ 400 mil, porém condicionadoao limite de crédito destacado naagência operadora, para cadaproponente, e não pode ultrapassara 80 - 90% do orçamento.
Para maiores detalhes, simulevocê mesmo o seu financiamento,acessando a página do banco –www.bb.com.br –, entre em SUAEMPRESA/PROGER URBANOEMPRESARIAL. A título deexemplo, um financiamentosimulado no valor de R$ 400 mil,com 5 anos de prazo, apresentouum valor médio para as 60parcelas de R$ 9.460,00.
PRINCIPAIS ITENS
FINANCIÁVEIS
� Máquinas e equipamentosnovos ou usados (equipamentosde navegação para embarcação)
� Móveis e utensílios (petrechosde pesca)
� Veículos automotores:caminhonete pick-up leve, até 2000CC, e furgão leve, até 2000 CC
� Construção civil ou reformascom ampliação (comerciais novas)
� Reformas sem ampliação eminstalações comerciais (elétricas,hidráulicas, depuradoras deresíduo, vitrines, pintura, pisos,etc); adequação das Salgas(unidades de beneficiamento) paraobtenção dos registros de inspeçãomunicipal, estadual e federal (SIM,SIE OU SIF)
� Equipamentos de informática
� Despesas com elaboração deprojetos e assessoramento
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FEVEREIRO/MARÇO 2006 REVISTA SINDIPI 39
Evento
ConferênciaNacional irá estabelecer
O evento será realizado em março deste ano
e deve contar com a participação de 1,5 mil
delegados de todo o Brasil, representando o
setor da pesca artesanal e industrial
A 2ª Conferência Nacional de Aqüicultura e
Pesca com o tema: Consolidação da Política Nacional de
Desenvolvimento Sustentável da Aqüicultura e Pesca está
agendada para os dias 14 a 16 de março deste ano. O
evento, promovido pela SEAP/PR, Secretaria Especial de
Aqüicultura e Pesca da Presidência da República será
realizado em Brasília.
Antes do evento nacional está sendo realizada nos 27
estados brasileiros a Conferência Estadual com a participação
de associações, sindicatos, entidades empresariais, Ong’s,
órgãos públicos que têm relação com a pesca. Nas
conferências serão debatidos temas como o desenvolvimento,
a infra-estrutura e comercialização, o ordenamento,
pesquisa e estatística, a política internacional e a participação
de todos os segmentos e profissionais no desenvolvimento
da Aqüicultura e da Pesca no Brasil. A Conferência Estadual
em SC será realizada nos dias 2 e 3 de março em Itajaí.
De acordo com o coordenador da Conferência
Nacional, Altemir Gregolin, nas reuniões estaduais é
apresentado um documento aprovado pela comissão
organizadora. “O documento é a pasta de discussões dos
estados, que define todas as medidas necessárias para a
realização das Conferências. As propostas de cada estado
serão incorporadas neste documento-base que será
encaminhado para a Conferência Nacional”, explica. A
partir das Conferências estaduais serão eleitos delegados
para participar do encontro nacional, além dos
conselheiros do Conepe que são membros natos. “Com
certeza o SINDIPI tem representação, é um setor da pesca
industrial que tem vaga garantida”, disse.
A partir da 1ª Conferência foram definidas políticas
para o setor pesqueiro e oito eixos de ação para o
desenvolvimento sustentável da Pesca. “Agora é hora de
fazer um balanço dos três anos de trabalho da SEAP,
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Culinária
Ingredientes1 posta de garoupa
1 colher de chá de gengibre
sal a gosto
½ colher de chá de pimenta dedo-
de-moça
1 colher de cebola
1 colher de óleo
½ colher de chá de canela em pó
½ colher de chá de cardamomo
½ colher de chá de pasta de
curry verde
1 colher de coentro
½ colher de chá de erva-doce fresca
½ xícara de leite de coco
suco de 1 lima da pérsia
3 colheres de cebola fatiada
2 colheres de açúcar mascavo
Malu Kari
Receita de Gabriela Mendes, chef do
Restaurante Yurt, Balneário Camboriú.
Foto de Peu Japiassu
Montagem do pratoFaça o espelho no fundo do pratocom o molho. Coloque a posta depeixe e por cima a cebolacaramelada. Ao lado ponha oarroz, que pode ser o tailandês oude cereais (confere um sabor rústicoao prato). Decore com shoyo e apimenta dedo-de-moça.
Modo deprepararTempere o peixe comsal, doure no óleo dosdois lados. Retire e leve à umawok (panela apropriada), coloquemais óleo e doure o alho, ogengibre, a cebola em pasta e apimenta dedo-de-moça.Volte o peixe para a wok eacrescente o restante dosingredientes: a canela, ocardamomo, a pasta de curry, aerva-doce, o suco de lima, o leitede coco e, por último, o coentro.À parte doure a cebola com oaçúcar mascavo e tempere compouco sal.
Este prato, originário do Sri-Lanka, éapreciado pela combinação de especiarias
e cebolas, que lhe atribui um saborlevemente adocicado
Dicas de culinária
COMO
CONGELAR
PEIXES
Para manter os
filés úmidos no
freezer, congele-os
até que endureçam
e mergulhe-os em água gelada.
Uma leve camada de gelo se
formará ao seu redor.
Peixes inteiros podem ser
mergulhados duas vezes para
formar uma camada mais espessa.
Depois empacote
e congele-o.
Rotule sempre os
pacotes,
colocando a data
do congelamento.
Peixes brancos
podem ficar até
12 meses no freezer, os oleosos,
6 meses. Pratos com peixe cozido
só podem ficar 3 meses.
Recongelado verifique se o peixe
não foi congelado antes.
Não é aconselhável recongelá-lo.
* Para fazer um caldo de peixe
com sabor mais suave, prefira
carcaça de peixes brancos, como
o linguado.
* O vinho branco seco é opcional,
e deve ser de boa qualidade.
* O caldo de peixe pode ser
guardado por 2 a 3 dias na
geladeira. Neste caso, sua
consistência fica gelatinosa.
CALDO DE PEIXE
FOTO DIVULGAÇÃO
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Fique informado sobre as principais
Agende-se
Sábado – das 14h às 22h
Domingo – das 14h às 21h
Local: Centro de Exposições de
Curitiba – Curitiba – PR
Informações:
www.diretriz.com.br
FI South América
Feira Internacional de Soluções
e Tecnologia para a Indústria
Alimentícia
De 12 a 14 de Setembro de
2006 – das 13h às 20h
Transamérica Expo Center – São
Paulo – SP
Informações: www.fisa.com.br
Seafood Expo Latin America
Feira Internacional de Pescados,
Frutos do Mar e Tecnologia para
Indústrias da Aqüicultura e Pesca
De 24 a 26 de maio de 2006 –
das 13h às 21h
Local: Expo Center Norte –
Pavilhão Amarelo – São Paulo – SP
Informações:
www.seafood.com.br
Gourmet & Cia.
VI Feira Sul Brasileira de
Gastronomia
De 26 a 30 de julho de 2006
De 4ª à 6ª – das 17h às 22h
Fenacam
Feira Nacional do Camarão
De 21 a 24 de março de 2006
Local: Centro de Convenções –
Natal/RN
Informações:
www.fenacam.com.br
Seafood Show
The International Boston
Seafood Show
De 12 a 14 de março de 2006
Local: Boston/ Massachussetts
Informações:
www.amcham.com.br
Feiras de NegóciosFeiras de Negócios
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42 REVISTA SINDIPI FEVEREIRO/MARÇO 2006
Mensagem
Na maioria das vezes, achamos
que é tarde demais, o que tinha queser feito e não foi, é passado. Emparte estamos certos, mas isso nãosignifica que não podemos modificaro que pode acontecer do momentopresente para a frente.
Todos os dias fazemos escolhas,optamos por viver de uma forma oude outra, conviver com pessoas ounão, lembrar ou esquecer algunsfatos, ir ou não a algum lugar,sorrir ou chorar, enfim, escolhas nãofaltam. Vão, desde coisasabsolutamente normais, como a corda roupa, até escolhas que vãomodificar nosso destino.
Muitas e muitas vezes fazemosescolhas baseados no impulso dahora, acreditando que agir daquelaforma será "melhor para nós". Nãoé assim que dizemos? Nãoprecisamos ficar analisando tudo oque fazemos, decisões que tomamos,criando estratégias e manipulandofatos. No entanto, temos dois pólosque precisamos usar para quetenhamos o equilíbrio necessáriopara tomar decisões importantes:razão e coração.
A razão é que analisa todos ospontos, soma, divide, multiplica e
O tempo é sempre certo para fazer o que é certo
chega ao resultado final de maneirarápida e racional. O coração, que tomadecisões baseadas em sentimentos, nãopensa, não analisa, apenas age epronto, depois vem a conseqüência, earcamos com ela. Vivermos em um ouem outro pólo exclusivamente não nosfará felizes; um precisa do outro.
Mas, o mais importante de tudo,é que sempre temos a chance demudar as coisas! Está certo que oque já passou, não voltará, masnovos fatos e momentos surgemtodos os dias para completar os"vazios" que vamos deixando paratrás, por escolhas erradas.
Durante os acontecimentos,quando estamos agindo, sempreachamos que é a melhor escolha e éexatamente isso que nos faz crescer:lições aprendidas às custas denossas ações. Precisamos escolhersempre, seja certo ou errado, e emambos os casos sairemos ganhando.
Hoje temos a escolha de fazeralgo diferente por nós mesmos. Nãoimporta as opções que vocêassinalou antes, pense nas queainda estão em branco. Assinale suavida com atitudes seguras. Se darãocerto ou não, ninguém pode saber.Não temos o controle dos resultados,
temos apenas uma vaga idéia donosso futuro e é exatamente isso quedá sabor à vida, que aquece a alma eenche o pensamento de esperança.
Vivermos apenas olhando a vidapassar é chato demais. Não fazerescolhas diferentes para modificarnosso destino é fraqueza.
O que não está certo, o que nãonos dá prazer ou não nos trarámomentos felizes, não devemosassinalar e manter em nossa vida.Precisamos ter coragem de ser o quedevemos e queremos ser. Coragempara construir a vida da maneiracomo queremos e deixar para trásalgo que não nos eleva, só diminui.
Pense, faça uma lista de coisasque quer manter em sua vida,desejos que almeja, e também tudo oque não quer mais. Não precisamostrar sua lista a ninguém. Bastaque você saiba, e então comece atrabalhar para sua grandeconquista: a VIDA VERDADEIRAque deseja construir. Você sabe quetoda construção precisa de base fortee segura e leva tempo para se erguer,portanto não fique aí esperando,coloque logo a mão na massa."
Martin Luther King Jr.
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