41
SINDIPI 16_CAPA 0k.indd 3 SINDIPI 16_CAPA 0k.indd 3 28/5/2007 12:14:46 28/5/2007 12:14:46

Revista Sindipi Nº 16

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Revista Sindipi Nº 16 - Referente aos meses Julho e Agosto de 2006.

Citation preview

Page 1: Revista Sindipi Nº 16

SINDIPI 16_CAPA 0k.indd 3SINDIPI 16_CAPA 0k.indd 3 28/5/2007 12:14:4628/5/2007 12:14:46

Page 2: Revista Sindipi Nº 16

REVISTA SINDIPIA REVISTA SINDIPI é uma publicação do SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DA PESCA DE ITAJAÍ E REGIÃO

Diretoria do SINDIPI: Antônio Carlos Momm (presidente), Dario Vitali (vice-presidente), João Manoel da Silva (tesoureiro) – Departamento Jurídico:Marcus Vinícius Mendes Mugnaini (OAB/SC 15.939) – Sede: Rua Pedro Ferreira, 102, Centro, Itajaí, Santa Catarina – 88301-030;[email protected] – Fone: (47) 3348-1083 – Envie suas cartas para: [email protected] – Coordenação editorial: Antônio Carlos Momm

GRUPO ALPHA SUL COMUNICAÇÃO: Rua Argentina, 30, s/202, Balneário Camboriú, Santa Catarina – 88338-055 – Fone: (47) 3263-0590REV ISTA S INDIPI – Jorna l is ta responsáve l : Dan ie la Maia (SC.01259-JP) ; Pro je to grá f ico e Des ign : Gerson Reis ;Reportagens: Rogério Pinheiro; Fotos: João Souza e Marcello Sokal; Secretaria de Redação: Briane Dal Cero; Revisão: Peu Japiassu;Departamento Comercial: Arlete Piccolo - [email protected] – Envie suas cartas para: [email protected];Impressão: Gráfica Pallotti – Porto Alegre, RS – www.pallotti.com.br – Tiragem desta edição: 5.000 exemplares – Circulação: setor pesqueiro nacional

FO

TO

DIV

ULG

ÃO

Índice

CAPA: Farol da Barra, Navegantes, SC

FOTO: MARCELLO SOKAL / DESIGN: GERSON REIS

EDITORIAL 44444ENTREVISTA: Armador Akira Onish 66666ARTIGO: Pesca - uma certeza e muitas dúvidas

POR Francisco Gervásio 1010101010EMPRESA QUE FAZ: GDC 1212121212ECONOMIA: Programa estimula exportação 1616161616IMPORTAÇÃO: Cota adicional para importação 1818181818MEMÓRIAS DA PESCA: Registros fotográficos da

história da pesca em Itajaí 2020202020TURISMO: Belezas e tradições de Navegantes 2222222222PESQUISA: Laboratório da UFSC conquista prêmio nacional 2626262626CONSUMO: Itajaí terá o “Caminhão do Peixe” 2828282828ATUALIZE-SE: Cadastramento de embarcações 2929292929QUALIDADE DE VIDA: “Cozinha Brasil” nas empresas de pesca 3030303030SUPERANDO LIMITES: Empenho de deficiente visual na Pepsico 3232323232RESPONSABILIDADE SOCIAL: Conheça o trabalho da ADVIR 3434343434IMPOSTO: Governo renova a isenção do ICMS 3636363636ARTIGO: Crédito Pesqueiro

POR Claudionor Gonçalves 3838383838EVENTO: Conferência Nacional da Pesca 3939393939CULINÁRIA: Receita com garoupa “Malu Kari” 4040404040AGENDE-SE: Feiras e Eventos 4141414141MENSAGEM: “O tempo é sempre certo para fazer o que é certo”,

de Martin Luther King Jr. 4242424242

FOTOS MARCELLO SOKAL

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:463

Page 3: Revista Sindipi Nº 16

1/2 página

4 REVISTA SINDIPI FEVEREIRO/MARÇO 2006

Editorial

Todos os dias fazemosescolhas. É que sempre temosa chance de mudar as coisas.Temos apenas uma vaga idéiado nosso futuro e éexatamente isso que dá saborà vida, que aquece a alma eenche o pensamento deesperança. Com esta

inspiração de Martin Luther King Jr, desejo que em2006 tenhamos muitas conquistas no setor pesqueiro.No nosso primeiro encontro do ano, compartilhamoscom você muitas matérias de reflexão e sabedoria.

O nosso entrevistado da 16º edição é o armadorAkira Onish, uma homenagem aos seus 72 anos deidade. Propondo novas idéias, a nossa equipe vaidedicar, em cada edição, uma matéria especial deRESPONSABILIDADE SOCIAL e uma coluna sobre CRÉDITO

PESQUEIRO, assinada por Claudionor Gonçalves, quesempre vai abordar um tema sobre financiamento.

FO

TO

M

AR

CE

LL

O S

OK

AL

Daniela Maia, editora

Nesta edição você vai acompanhar matériassobre programa de incentivo a exportação – PROGEX;as inovações da empresa GDC; destaque da pesquisacientífica da UFSC, que contribui para que filhos depescadores continuem na atividade da maricultura emuitas outras. Na editoria MEMÓRIAS DA PESCA, umaviagem no tempo da história da pesca em Itajaí.

Uma contribuição do “mestre das palavras”,Francisco Gervásio que assina um artigo sobre as“pesquisas” da pesca no Sul divulgadas porinstituições. Na editoria de TURISMO, a cidade escolhidafoi Navegantes, em homenagem à sua padroeira,protetora dos pescadores. A matéria com AlexandreCordeiro, deficiente visual da empresa Pepsico, é umaverdadeira lição de vida, e principalmente de força devontade.

Por isso desejo a você, amigo leitor, uma ótimaleitura e até a próxima.

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:464

Page 4: Revista Sindipi Nº 16

FEVEREIRO/MARÇO 2006 REVISTA SINDIPI 5

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:465

Page 5: Revista Sindipi Nº 16

1/2 rodapé 1/2 rodapé

6 REVISTA SINDIPI FEVEREIRO/MARÇO 2006

Na época da 2ª Guerra

Mundial, Akira Onish, com oito anos

de idade já vendia peixe. Seu pai, o

armador Shizuyoshi tinha embarcação

em Santos. Completando 72 anos no

dia 24 de fevereiro de 2006, Akira

tem muita história para contar, a sua

vivência com a pesca como

vendedor de peixe, pregoeiro, líder

de uma cooperativa e armador

demonstra que sua sabedoria foi

adquirida ao longo do tempo.

Antes de fazer o primeiro contato

para a entrevista, já descobrimos o

quanto o “seu Akira”, como é

chamado pelos funcionários, é uma

pessoa respeitada e admirada. Ao

marcar a entrevista, a secretária

Socorro disse por telefone: “Você vai

adorar conversar com seu Akira, ele

tem muito conhecimento e é uma

pessoa com um coração enorme”.

Realmente, o armador, hoje

proprietário da embarcação

O entrevistado da primeira edição de 2006 é oarmador Akira Onish, que soma mais de cinqüentaanos de experiência no universo pesqueiro.Akira conta sobre seu trabalho como pregoeiro,armador, as dificuldades na pesca e ações quepodem otimizar a competitividade do setor.

A sabedoria retratada no tempo...

FO

TO

M

AR

CE

LL

O S

OK

AL

Entrevista: Akira Onish

Daniela Maia

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:466

Page 6: Revista Sindipi Nº 16

1/2 rodapé 1/2 rodapé

FEVEREIRO/MARÇO 2006 REVISTA SINDIPI 7

SINDIPI – Quando foi o seu primeiro

contato com o comércio do peixe?

Onish – A minha vida de comércio,de conhecimento de peixe começouem 1942, como produtor autônomo.Meu pai pescava e tinha embarcaçãoem Santos e eu, com oito anos deidade, já vendia peixe, no início da2ª Guerra Mundial. Na época eramuita fartura e pouco comprador, aspessoas ignoravam os peixes. A em-barcação partia pela manhã e quan-do eram quatro horas da tarde, járetornava com muito peixe. Hoje nãotem mais nada.

SINDIPI – O senhor sempre se

dedicou à pesca?

Onish – Não. Com 16 anos fui paraSão Paulo estudar, pretendia ser en-genheiro, mas as circunstâncias nãopermitiram. Acabei sendo funcioná-rio público, era escriturário do DER,na época, Governo Jânio Quadros.

Primavera XIII, tem uma filosofia devida: sempre preocupado com osfuncionários, em primeiro lugar.

Casado com Masako Onish, tevetrês filhos e duas netas. Natural deSantos, Akira reside em Itajaí desde1982. Acompanhe a entrevista com oseptuagenário da pesca, Akira Onish.

primeiros a atrapalhar. É questão deeducação do ser humano. Num gran-de conglomerado, onde gira bastan-te dinheiro, sempre aparecem facili-dades, o encarregado precisa ser éti-co. Muitas vezes aquele encarrega-do vai crescendo e os outros não, ena Cooperativa todos precisam tra-balhar e ganhar juntos. O homemtem que ter consciência do que eleé, não pode ser vendido, ou seja,hoje ele fala uma coisa e amanhãoutra. Por exemplo, eu tenho colo-cação do peixe, um preço estipula-do, mas o outro não tem, tem cotapara 10 toneladas e traz 30, 40 ton.O comércio precisa ser sempre ofer-ta e procura, é o melhor tipo de co-mércio, mas quem oferece precisasaber dosar a sua mercadoria.

SINDIPI – Conte qual era seu

método de trabalho.

Onish – Um pregoeiro, conhecidocomo “Canarinho”, era meu freguêse comprava meu peixe na RuaCantareira. E hoje ele conta queaprendeu comigo o melhor modo dese trabalhar. Para mim não tinha ogrande comprador, ou o pequenocomprador; todos eram tratados damesma forma. Por exemplo, o gran-de comprava 100 caixas de pescadoe o pequeno duas a três caixas. Naépoca em que não havia fartura de

De auxiliar passei para técnico deestrada em apenas um mês, e meusalário dobrou. Anos mais tarde meupai me chamou, ele estava com difi-culdade financeira na família e pre-cisava de alguém. Larguei o meu tra-balho e fui trabalhar como encarre-gado de venda de uma cooperativade pesca.

SINDIPI – Como foi a experiência em

administrar uma Cooperativa?

Onish – Eu prometi a mim mesmoque nunca mais ia entrar numa bri-ga de pescador, liderar um movimen-to. Liderar uma classe é muito boni-to, na época eu era jovem. A pres-são era bastante para a Cooperativacolocar preço baixo no pescado paraexportar. Infelizmente o pessoal daretaguarda não brigava unido e euficava sozinho na luta pelo preço jus-to. Na época já brigávamos por pre-ço, era muita captura, queríamos umtabelamento, mas o AI 5 proibiu.

SINDIPI – E hoje, o senhor acredita

que é possível ter uma Cooperativa

aqui na região?

Onish – Infelizmente, na região édifícil ter mudanças, tem muitas pes-soas egocêntricas, não pensam emcoletividade. O importante é ter pa-lavra, com relação às cotas e preços,mas geralmente quem grita são os

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:467

Page 7: Revista Sindipi Nº 16

1/2 rodapé 1/2 rodapé

8 REVISTA SINDIPI FEVEREIRO/MARÇO 2006

“Infelizmente, naregião é difícil ter

mudanças, tem muitaspessoas egocêntricas,

não pensam emcoletividade.

O importante é terpalavra, com relação

às cotas e preços, masgeralmente quem grita

são os primeiros aatrapalhar”

pescado, o pouco que tinha eu não

entregava tudo para o grande com-

prador. Meu sistema é assim: se qui-

serem continuar comprando de mim,

tudo bem, e se não quiserem, tam-

bém. Na época vendia o peixe da

Cooperativa.

SINDIPI – Qual a sua maior lição de

vida nesse período na pesca?

Onish – Foram as amizades, desde

Cabo Frio até Rio Grande. Recente-

mente, o Serafim da GDC, me con-

vidou para tomar um chá e disse que

ia me apresentar uma pessoa. Na

mesa, vi um senhor e ele disse: “Você

não muda, né Akira”? Na hora não

me lembrei, mas quando ele disse:

“Quanta sardinha eu comprei do se-

nhor lá em Cabo Frio!”. Eu falei: “Ah,

meu Deus, é o Faustino”. O meu gran-

de patrimônio são os amigos.

SINDIPI – O senhor é a favor dos

defesos?

Onish – Tomara que o pescador se

conscientize, na hora que der fartu-

ra. Eles têm que dosar a captura.

Sempre digo: “O maior frigorífico

que tem no mundo é o mar”.

Evito falar que sou a favor do defeso,

mas desde que o pessoal do CEPSUL

e IBAMA me mostrem o controle, não

só tomar nota do mestre para saber

temperatura, profundidade.

Tem que ter seriedade. O problema

é disciplinar.

SINDIPI – Se o senhor fosse o

secretário Especial da Pesca, cite

uma ação que faria?

Onish – Limitar barcos. Exemplo, o

camarão, tem 100 barcos: limita es-

sas embarcações. Uma ação de fis-

calização em conjunto com a Capi-

tania e o pessoal da cidade. E, se al-

guém fez um barco, denunciar. Te-

nho uma experiência pessoal. Trai-

neira não podia ser construída – por

coincidência este barco que tenho, o

Primavera XIII –, então precisei com-

prar a licença dele porque a SUDEPE,

na época, não concedia mais licenças.

Essa situação foi há 20 anos, depois

disso já vieram mais de 200 trainei-

ras. Eu pergunto: “A licença tinha

acabado, como concederam mais?”

SINDIPI – Perspectivas de captura

para 2006?

Onish – Esse ano de 2006, se der

um pouquinho de peixe... Digo que

o número de barcos que tem, supe-

ra as indústrias em 100 vezes. Ia pre-

cisar de mais 100 empresas médias

para absorver o peixe capturado. Se

der peixe dois dias seguidos, nem

vão querer mais. O governo devia

pensar na armazenagem.

SINDIPI – Em sua opinião que ação

poderia estimular o aumento de

consumo de peixe?

Onish – Teriam que eliminar uma

série de impostos que incidem sobre

o peixe e a produção pesqueira. Te-

nho uma embarcação, que a despe-

sa do ano retrasado foi cerca de 11

mil reais por escuro. Já no ano pas-

sado a despesa triplicou, passou para

trinta mil. Neste ano, nem sei para

quanto vai. Outro ponto importante

é o produto. Primo pela qualidade

da minha mercadoria, uma vez o

peixe deteriorado, não há como en-

Entrevista: Akira Onish

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:468

Page 8: Revista Sindipi Nº 16

1 rodapé

FEVEREIRO/MARÇO 2006 REVISTA SINDIPI 9

viar para indústria, porque o consu-midor conhece o peixe.

SINDIPI – De que forma o armador

pode primar por essa qualidade?

Onish – O armador precisa imporrespeito ao mestre. Tratamento dopescado a bordo.

SINDIPI – Quais ações podem garantir

maior competitividade do pescado?

Onish – Lembro que no ano de1972 ou 1973, na praia da Armação,conversando com o então senadorda República, Antônio Carlos Kon-der Reis, famosíssimo em Santa Ca-tarina, comendo uma tainha, eu per-guntei: “Quando vai dar a isençãodo óleo combustível para nós pesca-dores, armadores?” Ele prometeuque ia levar essa matéria ao Congres-so e em sete meses ele iria dar umaresposta. Passaram mais de 40 anose não vi o óleo cair de preço. O im-posto é ali, vence hoje e o GovernoFederal quer cobrar ontem, e na horade pagar a subvenção do óleo die-sel, demora meses.Eu só queria que igualassem os im-postos de outros países, como o Uru-guai e a Argentina, aí poderíamoscompetir sem tanta desigualdade.O pessoal não fala, mas sabem queos barcos estrangeiros estão pescan-do aqui.

Nomes que admira na pesca

industrial:

Atilinho, da Leardini, Nino, daFemepe e Evaldo Kowalsky.

Um nome no cenário

nacional:

Antônio Ermírio de Moraes.Quando fui operado naBeneficência Portuguesa,Ermírio estava todos os diasno hospital. Ele dizia:“Quem quiser fazer algumareclamação pode vir a mimdireto. Para mim não temempregado; somos todosiguais”.

O Armador:

É o que convive e sofre o dia-a-dia junto com o pescador.

O que lamenta na pesca:

Nada, pelo contrário, fizgrandes amizades. Asinimizades deixo de lado.

Qual o conselho que o senhor

daria para alguém que quer

entrar hoje na pesca:

Não se meta nisso... (risos)

Presidente Lula:

O Presidente medecepcionou. Como podeum presidente ignorar o quepassa na sua própria casaparlamentar?

Funcionário:

Eu sempre gostei que aspessoas que tivessemtrabalhando comigoestivessem sempre bem.Quando eles têm algumproblema, eu me preocupo.

Planos para o futuro:

Estou com um barquinho eestou contente, pretendiacomprar mais um, mas apatroa vetou, para não corrermais atrás de médico.

Itajaí:

É o porto pesqueiro númeroum do Brasil.

A pesca:

É uma loteria: de manhãvocê pode estar todoaborrecido, e quando chegade tarde, todo sorridente.

JOGO RÁPIDOJOGO RÁPIDO

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:469

Page 9: Revista Sindipi Nº 16

1/2 rodapé 1/2 rodapé

10 REVISTA SINDIPI FEVEREIRO/MARÇO 2006

Artigo

Uma coisa é certa: ao

continuarmos exercendo a pesca

extrativista e exploratória da

maneira que hoje fazemos – e

certamente continuaremos a fazer –,

com certeza estaremos nos

dirigindo e levando ao fim a

atividade que ora somos parte.

Tenho certeza também que esta

verdade não tem a pretensão de ser

só minha e nem, muito menos, de

mais meia dúzia de abnegados

defensores do meio ambiente e dos

seres indefesos na natureza.

Francisco Carlos Gervásio (*)

Tenho me inteirado dos

relatórios mais diversos sobre o

tema – emitidos por órgãos

governamentais, por profissionais

que se escondem por detrás de

instituições, por profissionais sérios

e competentes que se apresentam e

expõem suas idéias, críticas e

sugestões –, e cada vez mais tenho

uma certeza: minhas dúvidas sobre

cada uma das certezas expostas,

aumentam a cada dia.

Observo isto, principalmente,

em razão das fontes de pesquisas

apresentadas e então, lendo e

relendo os pareceres dos técnicos

responsáveis, cumpre-me aqui

alguma outra questão sobre o futuro

da pesca no Brasil, em Santa

Catarina e especialmente Itajaí.

Senão vejamos: os relatórios tidos

como pesquisas, emitidos pelas

instituições, se originam das

informações contidas nos mapas de

bordo, que por sua vez se

constituem como a base da

informação primária para a sua

realização, ou seja, a contagem pura

e simples dos que foram

capturados, cabendo, portanto,

perguntar:

– Se simplesmente pararmos

nossas embarcações, ou deixarmos

de relatar nos mapas de bordo as

quantidades de uma determinada

espécie de peixes capturados,

poderemos concluir que tal espécie

foi extinta?

– Ou, qual a fonte de

informação, que não seja a captura,

irá determinar ao órgão de controle

das espécies, o IBAMA – Instituto

Brasileiro do Meio Ambiente e dos

Recursos Naturais Renováveis,

estabelecer que somente 9 (nove)

embarcações poderão pescar

“peixe-sapo”, além dos 300 metros

de profundidade, ou que o “cherne”

está sobrexplotado do Espírito

Santo ao Rio Grande do Sul?

– Ou ainda, por que se pesca a

tainha quando está ovada, portanto,

em plena época de desova?

– Onde está a regularidade do

defeso e qual é a política adotada

pelo órgão responsável pela

preservação das espécies?

E assim por diante, conclui-se que

as fontes de pesquisas são sempre

as mesmas, ou seja, a contagem dos

peixes capturados. Acredita-se,

portanto, tão somente na contagem

dos abatidos, mas nunca na

possibilidade de nos informar quais

os sistemas e capacidades de

reprodução de determinadas

espécies, qual a sua biomassa, quais

as suas rotas migratórias ou quais as

FO

TO

JO

ÃO

SO

UZ

A

PESCAUma certeza emuitas dúvidas

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:4610

Page 10: Revista Sindipi Nº 16

1 rodapé

FEVEREIRO/MARÇO 2006 REVISTA SINDIPI 11

* Francisco Carlos Gervásio

Administrador e empresário do

setor pesqueiro

Artigos para a REVISTA SINDIPI no:

[email protected]

épocas de reprodução das espécies.Desta maneira sinto-me na

obrigação de recorrer ao “Aurélio” elá, como não poderia deixar de ser,encontrei no verbete “contar” comosendo termo proveniente do latimcomputare e tendo como sinonímia:verificar o número, a quantidade;computar; ato de fazer contas;calcular, etc, etc... Mas nãoencontrei como resposta, em quaseuma coluna de toda a páginadaquele dicionário sobre aqueleverbete, o termo pesquisar.

Também fui procurar noverbete “pesquisar” e lá estavacomo sinônimo: a busca comdiligência; investigar; informar-se arespeito de; devassar; ato de fazerpesquisa; etc, etc... Mas tambémnão encontrei correspondênciasobre o verbete anterior, nada sobreo termo contar.

Só para lembrar, noticiou-se noano que passou, com grandealarde, a descoberta de uma novaespécie de peixe brasileiro nãocatalogada até a presente data.Agora a pergunta: será que nãoexistem outras espécies quedesconhecemos, ou só conhecemosa Hydrolagus matallanasi porqueela foi contada em um trapichedesconhecido, ou num convés de

barco, ocasionalmente?Segundo a BBC-Brasil, fonte

altamente credenciada, “cientistasde mais de 70 países unidos em umprojeto para estudo dos animaisoceânicos, anunciaram que cerca de13 mil novas espécies deorganismos marinhos foramdescobertas no último ano.

Os cientistas se uniram nochamado Censo da Vida Marinhaque, além das espécies, tambémdescobriu rotas até agora

desconhecidas de migração dealguns animais marinhos, como oatum e o tubarão. O projeto de dezanos iniciado em 2000, com custode US$ 1 bilhão, tem como objetivocriar um grande banco de dadossobre as espécies para, assim,facilitar a criação de políticas deconservação e para o setorpesqueiro”.

Portanto, dentro da minha únicacerteza – a de que pertencemos a

uma atividade extrativista, quepouco realizamos para melhorarnossas possibilidades dacontinuidade dos nossos negóciosnos últimos 50 anos –, ficam aquigrandes dúvidas: quem irá nos dizerpara onde vamos; que locaispodemos pescar; quais osequipamentos necessários para ofuturo que facilitem nossasatividades; quais espécies serão abola da vez e até quando teremos,como verdade, a contagem das colasde peixes estiradas nos trapiches?

Claro que, certamente, acontagem é uma “pesquisa” bemmais fácil de ser realizada, massinceramente, sem a devidaconotação científica da prospecçãoe do futuro, aquela que irá fornecerinformações, possibilidades edirecionamentos para o setorpesqueiro de Itajaí, de SantaCatarina e do Brasil, pois há muitotempo sabemos e conhecemos,quando uma espécie não é maiseconomicamente explotável.

Contar é o ato deverificar o número,

pesquisar é investigar,buscar com diligência

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:4611

Page 11: Revista Sindipi Nº 16

1/2 rodapé 1/2 rodapé

12 REVISTA SINDIPI FEVEREIRO/MARÇO 2006

Empresa que faz

Empresacinqüentenária

conquista

com inovaçõescom inovações

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:4712

Page 12: Revista Sindipi Nº 16

1 rodapé

FEVEREIRO/MARÇO 2006 REVISTA SINDIPI 13

Desde 1954,

quando implantou a primeira

fábrica, no Rio de Janeiro, a

Gomes da Costa produz

pescados em conserva para o

mercado nacional. A marca

cresceu com a instalação de

nova fábrica em Itajaí (SC),

em 1998, próxima ao maior

porto pesqueiro do Brasil e ao

maior complexo de captura,

recepção e processamento de

pescado da América Latina. De

acordo com o vice-presidente da

empresa Gomes da Costa,

Orácio Rocha, Itajaí é

considerada a região número 1

para manter esse crescimento da

Empresa. “Temos ótimas relações

com o governo do Estado, com os

pescadores, armadores da região,

além de considerar todos os aspectos

comerciais da

região”, destaca.

Em 2004, aempresa produziumais de 1 milhãode latas depescados por dia,

distribuídas para todo o Brasil,alcançando faturamento demais de U$S 100 milhões.

Foi nesse ano, também, que a

Gomes da Costa associou-se ao

Grupo Calvo, da Espanha, uma das

cinco maiores empresas de pescados

em conserva do mundo, fortalecendo

ainda mais a liderança da Gomes da

Costa no Brasil e permitindo posição

de destaque para as empresas no

cenário internacional.

A Gomes da Costa é uma

companhia voltada ao mercado

interno, mas pretende, com a

associação, crescer sua presença no

mercado mundial de pescados. Hoje,

as exportações representam 8%,

atendendo os mercados da América

Latina, Continente Africano e Leste

Europeu. Para 2006, a perspectiva é

aumentar esse percentual para 10%.

O parque industrial da GDC tem

cerca de 1.200 mil postos de

trabalho. Para 2006, a meta é

contratar de 200 a 300 trabalhadores.

ESTRATÉGIAS

De acordo com o vice-presidente

da GDC, nos últimos 12 meses a

empresa investiu 22 milhões de

euros em tecnologia, novos

processos e equipamentos. A

empresa é considera líder nacional

no mercado de atum e ocupa a

segunda posição no mercado da

Argentina. “Uma das nossas

principais ferramentas é a inovação.

A partir da associação com oA partir da associação com oA partir da associação com oA partir da associação com oA partir da associação com o

Grupo Calvo, da Espanha, a empresaGrupo Calvo, da Espanha, a empresaGrupo Calvo, da Espanha, a empresaGrupo Calvo, da Espanha, a empresaGrupo Calvo, da Espanha, a empresa

GDC ampliou sua capacidade deGDC ampliou sua capacidade deGDC ampliou sua capacidade deGDC ampliou sua capacidade deGDC ampliou sua capacidade de

produção, aumentou as linhas deprodução, aumentou as linhas deprodução, aumentou as linhas deprodução, aumentou as linhas deprodução, aumentou as linhas de

produtos e postos de trabalhoprodutos e postos de trabalhoprodutos e postos de trabalhoprodutos e postos de trabalhoprodutos e postos de trabalho

A GDC produz cerca de

17 milhões de latas de

sardinha ao mês e

10 milhões de latas de atum

FO

TO

S D

IVU

LGA

ÇÃ

O

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:4713

Page 13: Revista Sindipi Nº 16

1/2 rodapé 1/2 rodapé

14 REVISTA SINDIPI FEVEREIRO/MARÇO 2006

Buscamos tendências com linha deprodução eficiente, um bommarketing, venda treinada,procurando oportunidades de levaros produtos atraentes mais perto doconsumidor”, destaca Rocha. Alémde lançar novos produtos, a empresaelabora estratégias voltadas aocrescimento do setor da pesca noBrasil. “Valorizamos o nosso

potencial pesqueiro e estamos

buscando peixe o ano inteiro,

privilegiando o pescado do

Brasil”, argumenta.

CONQUISTAS

Em 2005 a empresa passou poruma transformação que levou àrenovação da sua logomarca,modernização das embalagens elançamento de novas linhas. Combase em pesquisas realizadas comconsumidores, a Gomes da Costadesenvolveu e colocou no mercado

novos produtos: os molhos paramacarrão Pronto Pasta e asembalagens de Atum Sólido 80g,direcionadas para o público single

(consumidores que moram sozinhos),o Atum Claro e o Atum em Pedaços.Foram diversas ações que ampliarama presença da marca no mercado enas prateleiras dos pontos de venda.

2005 nas versões em óleo e aonatural (light), é considerado umproduto versátil para preparaçõesculinárias. De acordo com apesquisa, para cada tipo de atum háuma aplicação mais conveniente,que pode otimizar o uso do produto.Com os dados da pesquisa, a Gomesda Costa elaborou uma tabela paraorientar o consumidor quanto aotipo de atum que deve ser utilizado,em diferentes situações. Veja natabela abaixo, ao lado.

LANÇAMENTOS

UM PRODUTO PARA O PÚBLICOGOURMET

A Gomes da Costa dácontinuidade ao crescimento de sualinha de produtos com o lançamentodo Atum Claro na versão Natural

(light). O atum claro, diferente dotipo de atum encontrado no mercado(o skipjack), é a versão enlatada doyellowfin. Esta variedade de atumhabita as águas quentes dos oceanosAtlântico, Índico e Pacífico e possuicaracterísticas que o tornam umpeixe nobre: é o único atum quetem as barbatanas amarelas, porisso o nome yellowfin (do inglês,barbatana amarela).

Pode chegar a dois metros de

SÓLIDO PEDAÇO RALADOPRINCIPAIS APLICAÇÕES QUALIDADE VERSATILIDADE CONVENIÊNCIA

Salada X X

Macarrão X X

Sanduíche X X

Torta/Pizza X X

Patê/maionese X X

Omelete X X

Empresa que faz

A partir de uma pesquisa com1,2 mil consumidores das principaiscapitais brasileiras, a empresalevantou dados importantes sobre autilização das diversas variedades deatum enlatado existentes nomercado: Atum Sólido, Ralado e emPedaços – lançado em setembro de

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:4714

Page 14: Revista Sindipi Nº 16

1/2 rodapé 1/2 rodapé

FEVEREIRO/MARÇO 2006 REVISTA SINDIPI 15

novosmercadoscom inovações

FO

TO

S D

IVU

LGA

ÇÃ

O

Atendimento ao Consumidor:

0800 704 1954

[email protected]

comprimento e pesar maisde 200 kg. O atum claro tem sabordelicado e marcante, excelente parapreparações leves e requintadas. Atextura de sua carne é firme e suacoloração é rosada, o que lheconfere mais beleza.

As embalagens desenvolvidaspara o nobre atum claro são mais umatrativo para o consumidor. Osrótulos são feitos em papel metalizado– dourado para óleo e prata para onatural light – com cinco coresimpressas. É considerado um produtoideal para o público gourmet.

MOLHOS PARA MACARRÃO

UMA PREFERÊNCIA DOS BRASILEIROS

Atum ao Molho Alho e Óleo,Atum ao Molho de Tomate comErvas e Atum ao Molho de Tomate

Picante são os três molhos que aGomes da Costa criou paraincrementar o macarrão e tornarmais fácil e prático o preparo depratos com atum, no dia-a-dia.

Em embalagem com tampa abre-fácil, os molhos vêm prontos paraserem adicionados à pasta. Antes decolocar o produto Pronto Pasta nomercado, a empresa fez umapesquisa com os consumidoresbrasileiros e constatou que 44% doscompradores utilizam o produto paracomer com macarrão. Cada latinhade Pronto Pasta tem peso líquido de170g com 65% de atum.

CONSUMIDOR SINGLE

A nova embalagem de 80g doAtum Sólido foi criada pela Empresapara atender às necessidades doconsumidor single, que encontra amedida certa para o preparo de

porções individuais – saladas,quiches, sanduíches.

A empresa, além deapostar na variedade equalidade dos produtos,também investiu no visual damarca e em novasembalagens. Em 2005 a

logomarca da empresa ganhoumais destaque, sendo mais

facilmente identificada nas prateleirasdo varejo nacional. O novo visualdas embalagens traz a logomarca emprimeiro plano, e a figura do chef foirenovada, com o Gomes emdestaque nas latinhas. Cores alegrese jovens completam as novidadesnas embalagens e promovem avisibilidade e a comunicação com oconsumidor.

Como resultado da evolução doproduto e do mercado, e focados napraticidade, a Empresa tambémapostou no sistema da tampa abre-fácil que oferece maior facilidadepara o consumo e preparo do atum efilés de sardinha. Basta levantar olacre e a tampa se abre. A linha deatuns Sólido e Claro e a de filés desardinha Gomes da Costa ganharamo novo sistema de tampa.

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:4715

Page 15: Revista Sindipi Nº 16

1/2 rodapé 1/2 rodapé

16 REVISTA SINDIPI FEVEREIRO/MARÇO 2006

Economia

O PROGEXdemonstra que é

possível as empresaspequenas conquistarem

o mercado externo

Programa estimula

daspequenasempresas

Em 2005, a balança comercial brasileira registrou umsuperávit de US$ 44,764 bilhões, recorde histórico. Asexportações no ano passado chegaram a US$ 118,309bilhões. Na avaliação de economistas, o desempenho do paíspoderia ter sido melhor, se as micro e pequenas empresastambém investissem nas exportações. As grandes queixas são as

dificuldades de colocar os produtos nomercado internacional, que esbarram nafalta de qualidade do processo produtivo,alto custo, descumprimento com as normastécnicas vigentes e as barreiras comerciais.

FOTO MARCELLO SOKAL

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:4716

Page 16: Revista Sindipi Nº 16

1 rodapé

FEVEREIRO/MARÇO 2006 REVISTA SINDIPI 17

Técnico composto pelas instituiçõesque atendem as empresas. Os pré-requisitos básicos para poderparticipar do PROGEX são simples:a empresa tem que ter um produto aser exportado, e a definição paraonde – país, região – deseja exportar,além de estar legalmente constituída.

Os custos para uma empresaparticipar do PROGEX resumem-se aR$ 900,00 na primeira fase, onde éfeito o diagnóstico da situação, e aR$ 2,5 mil na segunda fase,chamada de Adequação, que é ondeos serviços indicados na primeirafase são executados. Os participantesdo programa ainda têm a possibilidadede negociar a forma de pagamento.

Nessas duas fases o GovernoFederal, através da FINEP –Financiadora de Estudos e Projetos,disponibiliza até 15 mil reais, a fundoperdido, para a contratação dosserviços indicados como necessáriosà melhoria do produto.

Segundo o engenheiro detelecomunicações do Instituto deTecnologia do Paraná (TECPAR)Robert Hipólito, o PROGEX tem opapel de subsidiar as atividadestecnológicas realizadas para aadequação do produto para aexportação. “Fazemos a análise e

estudo dos processos produtivos para

solucionar problemas como aumento

da produtividade, melhoria da

qualidade e redução de custos.

Identificamos as normas técnicas

vigentes e providenciamos a

realização de ensaios e análises. A

adequação técnica e econômica das

embalagens, seguindo o modelo de

design do mercado importador, é um

dos exemplos. Outro ponto

importante para as empresas ligadas

ao setor de alimentos é o apoio do

PROGEX na implantação das Boas

Práticas de Fabricação, e do sistema

HACCP – Análise de Perigos e

Pontos Críticos de Controle,

considerados indispensáveis para

quem atua no comércio exterior”

explica. Hipólito esclareceu que oprimeiro passo é conhecer a empresae o produto. “Nas visitas à empresa

realizamos um diagnóstico do

produto e do processo produtivo,

identificando os principais problemas

tecnológicos a serem resolvidos,

estimando os custos e os

investimentos necessários para a

implementação das soluções

sugeridas”, relata o engenheiro doTECPAR.

Para estimular as exportações daspequenas empresas, o GovernoFederal institucionalizou, emdezembro de 2005, o Programa deApoio Tecnológico à Exportação –PROGEX –, que já vinha operandoem alguns estados desde 2002.

Além de prestar assistênciatecnológica às micro e pequenasempresas que queiram se tornarexportadoras, o PROGEX atendetambém àquelas que já exportam edesejam melhorar seu desempenhono mercadoexterno.Para obter obenefício, aempresaprecisaapenasentrar emcontato como PROGEXe solicitar avisita de um técnico representante.

Atualmente, a coordenação doprograma é feita por um ComitêGestor, dirigido por representantesdo Ministério da Ciência eTecnologia (MCT) e do Ministério doDesenvolvimento, Indústria eComércio Exterior (MDIC), e a parteoperacional é realizada pelo Grupo

Robert Hipólito, engenheiro doPROGEX – TECPAR(41) 3316 3052 / 3053 / 3054(41) 9123 0017

[email protected] / [email protected]

Rogério Pinheiro

FO

TO

AR

QU

IVO

PE

SS

OA

L

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:4717

Page 17: Revista Sindipi Nº 16

1/2 rodapé 1/2 rodapé

18 REVISTA SINDIPI FEVEREIRO/MARÇO 2006

Importação

Acordo inédito entre

Setor luta por cotas e diminuição da alíquotade importação da sardinha

No final de 2005, na sala

do SINDIPI, Sindicato das Indústrias

de Pesca de Itajaí e Região, uma

reunião para ficar registrada no setor

pesqueiro. Representantes das

maiores indústrias de pesca e os

armadores da região participaram de

um fórum de debates na entidade

que resultou em um acordo de

cooperação. O tema em foco: a

importação da sardinha.

As indústrias de conserva

pediram o apoio do setor produtivo

para a eliminação total (alíquota

zero) do imposto de importação que

incide sobre a sardinha congelada

durante todos os meses do ano. A

exclusão do imposto é para a sardinha

proveniente de países que não

negociaram com o governo brasileiro

nenhuma preferência tarifária.

Em contrapartida, as indústrias

conserveiras se comprometeram

formalmente a absorver, dentro dos

últimos 5 anos não ultrapassou a 30

mil ton., e que 40% desse volume é

ainda destinado a outros mercados,

além das indústrias de conserva.

Outro ponto mencionado é o

período de defeso da sardinha,

atualmente de seis meses, levando as

indústrias a recorrerem à importação,

uma forma de adquirir a matéria

prima durante o ano todo. Outro item

levado em consideração foi o

reconhecimento do setor produtivo

do papel importante da indústria

conserveira, como o principal agente

no processo de manter o hábito de

consumo de sardinha junto à

população brasileira.

No acordo de cooperação é

recomendado ao governo brasileiro

que a eliminação total da alíquota de

importação passe a vigorar somente

na condição de que a sardinha

congelada seja destinada ao

processamento e transformação

armadores e industriaislimites de suas capacidades

industriais, todo o pescado nacional

– de acordo com os padrões

sanitários e regulamentares –, que

venha a ser ofertado pela frota

nacional. As indústrias de conserva

se colocaram à disposição para

desenvolverem seus melhores

esforços, em conjunto com os

armadores brasileiros, para buscar o

pleno restabelecimento da captura

nacional de sardinha.

A solicitação das empresas se

baseou em três pontos básicos: o

grande consumo das empresas

enlatadoras, a captura nacional, o

papel social das indústrias: consumo,

renda e empregabilidade. De acordo

com dados divulgados pelas indústrias,

o consumo das duas principais

enlatadoras nacionais e signatárias

deste acordo de cooperação é superior

a 70 mil ton. anuais e que a captura

nacional média anual no Brasil, nos

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:4718

Page 18: Revista Sindipi Nº 16

1/2 página

FEVEREIRO/MARÇO 2006 REVISTA SINDIPI 19

industrial, ou que seja exclusivamente

o peixe sem cabeça e eviscerado ou

ambas as formas.

O acordo de cooperação foi

assinado pelos representantes dos

Sindicatos: SINDIPI, Sindicato das

Indústrias de Pesca de Itajaí,

SINDIFLORIPA, Sindicato das Indústrias

de Pesca de Florianópolis, SAPERJ,

Sindicato das Indústrias de Pesca do

Rio de Janeiro, SAPESP, Sindicato das

Indústrias de Pesca de São Paulo e as

indústrias GDC Alimentos e Pepsico

do Brasil Ltda.

O documento encaminhado ao

Ministério do Desenvolvimento,

Indústria e Comércio teve um

resultado positivo. De acordo com a

portaria nº 1, de 12 de janeiro de

2006, foi liberada a cota adicional de

cerca de 13 mil ton. para a

importação da sardinha, com a

alíquota de 2% em vigência até

março de 2006. A distribuição de

12.654 ton., que representam 95%

da cota adicional, para emissão de

licenças de importação no SISCOMEX,

será feita entre as empresas que

importaram, no período de janeiro a

dezembro de 2004, quantidade igual

ou superior a 10 mil ton.

De acordo com a norma, a cota

remanescente de 666 ton., que

corresponde a 5% da cota adicional,

constituirá reserva de contingência

para atender a situações não previstas,

podendo ser destinada, ainda, para

amparar importações de empresas

que importaram quantidades inferiores

em 2004. Na análise e deferimento

destes casos também será obedecida

a ordem de registro dos

licenciamentos no SISCOMEX, e a cota

inicial a ser concedida a cada empresa

será limitada. As novas concessões

para a mesma empresa beneficiada

com distribuição da cota remanescente

de 666 ton. estarão condicionadas à

comprovação do efetivo despacho

para consumo da mercadoria.

A partir de 1º de fevereiro de

2006, os saldos não utilizados para

emissão de LI e eventuais

recuperações de cota, por devolução

ou cancelamento, poderão ser

distribuídos a qualquer empresa

solicitante, por ordem de registro do

licenciamento no sistema. A medida,

segundo a assessoria de imprensa do

Ministério da Indústria e Comércio,

foi para atender às indústrias que

foram prejudicadas com fim da

importação de sardinha proveniente

da Venezuela, assim, a cota adicional

com alíquota de apenas 2% seria

para viabilizar a produção do setor.

Os armadores e industriais

decidiram realizar reuniões

periodicamente para discutir temas

relacionados à pesca nas regiões Sul

e Sudeste, com o objetivo de garantir

o desenvolvimento do setor.

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:4719

Page 19: Revista Sindipi Nº 16

20 REVISTA SINDIPI FEVEREIRO/MARÇO 2006

RRRRRegistros fotográficos marcam a hisegistros fotográficos marcam a hisegistros fotográficos marcam a hisegistros fotográficos marcam a hisegistros fotográficos marcam a hisMEMÓRIAS DA PESCA

O projeto “Memórias da Pesca” idealizado pela

SEPESCA, Secretaria Municipal de Aqüicultura e Pesca

de Itajaí, em novembro de 2005 recebeu de

armadores, pescadores e industriais do setor, cerca de

cinco mil fotos. São memórias da indústria pesqueira,

equipamentos de trabalho, atracadouros, embarcações

e personagens da pesca. Do total de fotos entregues,

foram selecionadas 70 imagens que hoje fazem parte de

uma exposição itinerante que esteve até o dia 15 de

fevereiro na sede da SEPESCA e depois no Mercado

Público Municipal de Itajaí.

Uma

viag

em n

o te

mpo

...

7

3

5

FOTOS DIVULGAÇÃO

1

2

4

6

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:4720

Page 20: Revista Sindipi Nº 16

FEVEREIRO/MARÇO 2006 REVISTA SINDIPI 21

Uma viagem no tempo...

a história da pesca em Itajaía história da pesca em Itajaí a história da pesca em Itajaía história da pesca em Itajaí a história da pesca em ItajaíAlém da exposição, será entregue um prêmio para as melhores

fotos de cada categoria. A data da premiação está marcada para o

próximo dia 10 de março, às 18 horas, na Secretaria. Outro

objetivo, segundo o secretário da SEPESCA, Manoel Xavier de Maria,

é publicar um livro sobre a história da pesca em Itajaí.

A ação cultural tem o apoio

do SINDIPI, Sindicato das

Indústrias de Pesca de Itajaí e

Região.

Confira algumas fotos que

retratam a “Memória da Pesca”em Itajaí.

12

10

8

9

11

1. Na embarcação “Cabral VI”, o armador WilsonCabral e a esposa Leonete exibindo o cherne de126 quilos, capturado com pesca de anzol – 1999

2. Pedro Celso e Dona Apolônia foram homenageadoscom seus nomes registrados nas embarcações doestaleiro Abílio Souza

3. Estaleiro Abílio Souza, localizado na Rua Blumenau– 1976

4. Trabalhadores responsáveis pela construção daembarcação Casa Blanca

5. Presença do 1º Superintendente da SUDEPE nainauguração da embarcação “Apolo I” – 1969

6. Encontros na pesca: o armador Fernando Luiz Leal,o armador in memorian José Vasquez Martinez(Pepe), o industrial da pesca Orlando Ferreira (Ninoda Femepe) conversando com Wilson Russi,vendedor de motores para barco do Grupo Batistela

7. Trabalhadores que construiram a embarcação“Pedro Celso”

8. Tripulantes da traineira “Cabral”, em descarga,peixe miragaia

9. Embarcação “Dona Apolônia” em construção

10. Serviço de atuação, localidade de Gabchos –Governador Celso Ramos

11. “Vô David” – a primeira embarcação de pescaoceânica brasileira

12. Navio alemão “Santa Thereza”, ancorado no Portode Itajaí – 1925

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:4721

Page 21: Revista Sindipi Nº 16

22 REVISTA SINDIPI FEVEREIRO/MARÇO 2006

prática de esportesaquáticos e pesca.

A cidade ainda

guarda outras atrações

que vão além das

águas do mar. O Morro

TURISMO

da Pedra, localizado no bairro

Escalvados, zona rural do município,

é indicado principalmente para quem

gosta do turismo ecológico e de

aventura. O Morro da Pedra oferece

uma visão privilegiada de toda a

região e está estruturado com rampas

para vôos de asa-delta e parapente.

Ele é considerado por especialistas

como um dos melhores pontos na

região sul para a prática desses

esportes ao ar livre.

O município ainda possui

cachoeiras com águas transparentes,

muito visitadas pelos turistas, que

de Santa Catarina. Colonizado por

imigrantes açorianos, o município

está localizado no litoral norte do

Estado. As praias são o cartão postal

da cidade: Pontal, Meia Praia,

Gravatá e Centro, entre outras.

Ao todo são 12 quilômetros de

orla com águas limpas, próprias

para banho e ideal para a

primeira vez, noano de 1658 embusca de ouro.

Após garimpar asterras do município,em companhia deManoel Lourenço deAndrade, fundador de São

Francisco do Sul, não encontrounenhum sinal da riqueza sonhada eabandonou a região. O portuguêsdeixou para trás um tesouro bemmais valioso. Mais de 300 anosdepois, outros aventureiros foram aNavegantes, uma cidade com umanatureza invejável, formada pormontanhas, terras férteis, rios,cachoeiras e praias.

Com uma população de 50 mil

habitantes, ultrapassando os 150 mil

na alta temporada, Navegantes é

uma das principais cidades turísticas

O português João Dias Arzãopisou em Navegantes pela

Farol da Barra, inaugurado

em 1938, orienta os navios

e barcos pesqueiros

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:4722

Page 22: Revista Sindipi Nº 16

FEVEREIRO/MARÇO 2006 REVISTA SINDIPI 23

preferem lugares mais tranqüilos.

Outro ponto muito freqüentado é

a Pedra da Miraguaia, localizada na

Praia do Gravatá. O lugar é um

viveiro natural de frutos do mar,

como o marisco. Para quem gosta da

pesca de arremesso, o Farol da Barra

é o lugar ideal. O Farol atrai vários

visitantes pela proximidade com os

navios que diariamente entram e sai

do Porto de Itajaí, cidade vizinha de

Navegantes.

O turismo religioso é outro

destaque no município. Entre os

lugares mais visitados estão o

Santuário de Nossa Senhora dos

Navegantes e a gruta de Nossa

Senhora de Guadalupe. O Santuário

foi construído em forma de barco de

pesca para homenagear a padroeira

do município, protetora dos

pescadores.

Seja por terra, água ou ar, todos

os caminhos levam a Navegantes. A

cidade é cortada por duas rodovias

federais, a BR-101 já duplicada e a

BR-470, em fase de duplicação. Por

mar, a opção é o píer turístico de

Itajaí. Até 2007, o município vai ter

um porto, que deve ser uns dos mais

modernos da América Latina.

Navegantes possui o segundo maior

aeroporto de Santa Catarina. O

Aeroporto Internacional de

Navegantes “Ministro Victor

Konder”, importante no

desenvolvimento econômico e

turístico catarinense, tem um

movimento de cerca de 50 mil

passageiros/mês.

“Diversão, lazer e tranqüilidade”.

Com essas três palavras, o secretário

municipal de Turismo de

Navegantes, Rafael Sedrez Silva,

resumiu o que o turista pode esperar

de Navegantes. Sedrez garantiu que

o município tem toda estrutura para

acomodar o visitante. “Temos muitos

hotéis, pousadas e inúmeros

restaurantes e bares pela orla. Temos

dois postos de orientação turística,

um no aeroporto e outro no bairro

Gravatá”, explica. O secretário disse

também que Navegantes tem atração

para todos os gostos. “Além das

praias, o município ainda oferece aos

seus visitantes outras atrações, como

as cachoeiras, morros e trilhas

ecológicas”, comenta o secretário.

Festa religiosa é atraçãoFesta religiosa é atraçãoFesta religiosa é atraçãoFesta religiosa é atraçãoFesta religiosa é atraçãono municípiono municípiono municípiono municípiono município

Dezembro de 1940. O barco de

pesca “Almirante”, cuja tripulação

era de Navegantes, saiu da cidade

do Rio de Janeiro, em direção a

naturaisinvestimentosnaturais einvestimentos

Instalação do Porto em Navegantes,um marco na economia do município

Aeroporto Internacional“Ministro Victor Konder” movimentacerca de 50 mil passageiros/mês

FO

TO

MA

RC

ELL

O S

OK

AL

FO

TO

S D

IVU

LGA

ÇÃ

O

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:4723

Page 23: Revista Sindipi Nº 16

24 REVISTA SINDIPI FEVEREIRO/MARÇO 2006

Santos, no litoral paulista. O retornoa Navegantes estava marcado paraacontecer em janeiro do anoseguinte. No entanto, o barco nãoapareceu. Uma tempestade mudouos planos da tripulação. Após 34 diasem alto-mar, às 14 horas do dia 2 defevereiro (dia da Festa de NossaSenhora dos Navegantes), quandotodos pensavam que a embarcaçãoteria naufragado, chegou ao porto deNavegantes, o barco “Almirante”com sua tripulação sã e salva.Durante a tempestade os marinheirosfizeram promessa à Santa, casoconseguissem se salvar. Este é apenasum, dos inúmeros milagres atribuídosà Nossa Senhora dos Navegantes.

Realizada desde 1896, a festareligiosa é uma das mais tradicionaisde Santa Catarina. Todos os anos,sempre no mês de fevereiro, milharesde pessoas, entre devotos e turistas,participam dos festejos emhomenagem à santa. O ponto máximodas festividades é a procissão fluvialque acontece no rio Itajaí-Açu. Commastros embandeirados, fitascoloridas e flores, barcos de pesca,de passeio e pequenas embarcaçõesacompanham o cortejo pelo rio, quesegue até o Santuário de NossaSenhora dos Navegantes. Com muitareligiosidade a comunidade eromeiros das cidades vizinhas,participam da festa em homenagemà padroeira do Município.

Miniestaleiro públicoMiniestaleiro públicoMiniestaleiro públicoMiniestaleiro públicoMiniestaleiro público

Navegantes é um dos poucosmunicípios no Brasil que disponibilizaaos pescadores artesanais, umminiestaleiro público. “Carrera”como é conhecido o miniestaleiro,fica localizado nos fundos daSecretaria Municipal de Agricultura,às margens do rio Itajaí-Açu. Eleserve para os pescadores artesanaisdo município puxarem suas

embarcações erealizarem reparos. Olocal possui quatroberços paraembarcações depequeno porte, comaté 11 metros decomprimento e comcapacidade de até 10toneladas de carga. EmNavegantes, ominiestaleiro público

beneficia aproximadamente 400famílias, que dependemexclusivamente da pesca artesanal.

Segundo o secretário deAgricultura e apoio à pesca artesanal,Élson “Jacaré” dos Santos, o“Carrera” foi criado com o objetivode dar suporte ao pescador ediminuir as suas despesas. “Para fazera puxada, levantar a embarcação, umestaleiro comum cobra entre R$ 500 eR$ 600.”, explica. Jacaré disse que oúnico gasto que o pescador tem écom o material. “O pescador traz aembarcação no “Carrera”, umcarpinteiro naval pago pela Prefeiturafaz o orçamento e depois os reparos,sem cobrar mais nada por isso. Issojá alivia bastante na despesa dessespescadores. Para ter o beneficio, opescador tem que estar em dia com aColônia dos Pescadores deNavegantes”, conclui o secretário.

O mar rege a economiaO mar rege a economiaO mar rege a economiaO mar rege a economiaO mar rege a economiado Municípiodo Municípiodo Municípiodo Municípiodo Município

Além do turismo, o mar tambémtem papel fundamental na economiado município. A construção naval eas indústrias de pescas, sãoresponsáveis por grande parte dageração de empregos. Navegantes éhoje, o terceiro maior centro decaptura e beneficiamento depescados da América Latina, com

TURISMO

AO LADO: A festa religiosa emhomenagem à Nossa Senhora

dos Navegantes é uma dasmais tradicionais em SC

ABAIXO: “Navegando para umfuturo de qualidade”, frase do

prefeito de Navegantes,Adherbal Ramos Cabral

A praia do Gravatá, conhecidacomo o refúgio da agitação, éa tranqüilidade do mar

FO

TO

M

AR

CE

LL

O S

OK

AL

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:4724

Page 24: Revista Sindipi Nº 16

FEVEREIRO/MARÇO 2006 REVISTA SINDIPI 25

empresas que exportam seus produtospara o mundo inteiro. Ao longo dorio Itajaí-Açú estão instalados dezenasde estaleiros de pequeno, médio egrande porte, de onde saem botes,barcos pesqueiros, iates e veleiros.

Novos investimentosNovos investimentosNovos investimentosNovos investimentosNovos investimentosdevem trazer maisdevem trazer maisdevem trazer maisdevem trazer maisdevem trazer maisdesenvolvimentodesenvolvimentodesenvolvimentodesenvolvimentodesenvolvimento

Nos últimos três anos, junto comos turistas, Navegantes chamou aatenção também de empresários. Elessão atraídos pelos incentivos fiscais,localização privilegiada, aproximaçãocom rodovias importantes, como aBR-101 e a BR-470, pólo deexportação e mão de obraqualificada. O estaleiro norte-americano Navship, o inglês CatarinaYachts, o depósito central das lojasMagazine Luiza e o Porto deNavegantes são alguns bonsexemplos. Ao todo estão sendoinvestidos, em Navegantes, R$ 600milhões, num prazo de dois anos. Oimpacto na economia do municípiodeve ultrapassar um bilhão de reais.

Diversas ruas foram asfaltadas eos acessos aos bairros forammelhorados. Em conseqüência disso,novas empresas se instalaram poracreditarem que o município possuium grande potencial, com umaumento de quase 100% na geraçãode empregos em relação ao anoanterior. “Os investimentos na saúde,educação, turismo, obras e demaisáreas, mostram que a cidade está setransformando a cada dia, numverdadeiro canteiro de obras,melhorando a qualidade de vida dapopulação. Navegando para umfuturo de qualidade”, destaca oprefeito de Navegantes, AdherbalRamos Cabral (Deba).

ExExExExEx-----oficial da guardaoficial da guardaoficial da guardaoficial da guardaoficial da guardade Getúlio Vde Getúlio Vde Getúlio Vde Getúlio Vde Getúlio Vargas éargas éargas éargas éargas éatração turísticaatração turísticaatração turísticaatração turísticaatração turística

ACIMA: Com uma população de50 mil habitantes, Navegantesé ideal para esportesaquáticos

ABAIXO: “Seu Mikimba” eDa. Ivone, figuras tradicionaisde Navegantes

MAIS ABAIXO: Portal. Cerca de150 mil pessoas visitam acidade na alta temporada

A casa do senhor JoãoInácio Moreira, 102 anos,morador do bairro NossaSenhora das Graças, emNavegantes, é bemmovimentada. Por lá passampessoas procurandobenzeduras, receitas deremédios caseiros, entre outrosfavores. No período escolar, o “seuMikimba”, como é conhecido, recebea visita de muitos alunos queprocuram auxílio nas suas pesquisasde História, já que seu Mikimba temuma ótima memória e participouativamente de grandes fatos queocorreram no Brasil, no século 20.

Nascido em Passo Fundo, no RioGrande do Sul, no dia 16 de abril de1903, seu Mikimba está emNavegantes desde a década de 1970.Em terras gaúchas, foi corneteiro daguarda do presidente Getúlio Vargas,em 1934. “Participei da revolução de30 e cheguei a tomar chá com oGetúlio. Homem como ele não vaiexistir mais. Tudo que o trabalhadortem hoje é graças a ele”, contaemocionado. Na década de 1950,seu Mikimba foi funcionáriodos Diários Associados,empresa do empresário AssisChateaubriand.

Na vida pessoal ele jáesteve casado com 14 mulherese até perdeu a conta do númerode filhos, netos, bisnetos etataranetos. Há 30 anos vivecom Ivone Maria Inácio, de 65anos. Muito lúcido e bemfalante, seu Mikimba disse osegredo para viver tanto: “nãobeber e nem fumar”.

FO

TO

S D

IVU

LGA

ÇÃ

O

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:4725

Page 25: Revista Sindipi Nº 16

26 REVISTA SINDIPI FEVEREIRO/MARÇO 2006

Pesquisa

Desde que foi criado, em

agosto de 1988, o Laboratório de

Mexilhões Marinhos (LMM), da

Universidade Federal de Santa

Catarina (UFSC), é o grande

colaborador de pequenos produtores

de moluscos marinhos do Estado. Os

resultados desse trabalho, em

parceria com a EPAGRI, Secretaria da

Agricultura de Santa Catarina e as

associações de pescadores artesanais,

podem ser comprovados no litoral

catarinense, com a melhoria da

qualidade de vida de mais de mil

famílias envolvidas na atividade.

O reconhecimento científico e

social desse trabalho é a conquista

do Prêmio Finep (Financiadora de

Estudos e Projetos, órgão do

Ministério da Ciência e Tecnologia)

de Inovação Tecnológica 2005, na

categoria Inovação Social. Com o

título “Cultivo de Moluscos: Uma

Revolução Social no litoral

catarinense”, o projeto da

Universidade recebeu a premiação

em dezembro de 2005. O prêmio foi

disputado com 29 empresas e

instituições de pesquisa, no Brasil. A

Fundação CERTI (SC), ligada à UFSC,

recebeu menção honrosa na

categoria Instituição de C&T. O LMM

é o único laboratório nacional que

produz regularmente sementes de

moluscos (ostras e mexilhões).

O projeto apresentado pela

equipe do Laboratório de Moluscos

Marinhos para concorrer ao prêmio

mostra que as atividades

desenvolvidas pela universidade e o

repasse desse conhecimento para

pescadores artesanais estão na base docrescimento da maricultura catarinense.

Em Santa Catarina, várias regiões

foram beneficiadas pelo crescimento

do cultivo de moluscos, mas

Florianópolis ganhou um destaque

maior. A capital catarinense se tornou

o maior produtor de ostras do Brasil e,

impulsionado pelos restaurantes que

têm os moluscos como um dos

principais pratos da gastronomia,

consolidou-se como importante pólo

turístico da cidade. Além disso, o

crescimento da maricultura beneficiou

a implantação e o crescimento de

novos setores da economia, como

fabricantes de insumos e de

equipamentos para cultivo.

Por ano, o laboratório da

Universidade (LMM) atende

aproximadamente 180 pessoas,

gratuitamente, que recebem

orientações e informações sobre

moluscos. O atendimento à

comunidade é realizado no laboratório

e, muitas vezes, se completa com

uma visita orientada ao cultivo

experimental de moluscos marinhos,

na praia da Ponta do Sambaqui.

No Laboratório de Moluscos

Marinhos da UFSC são desenvolvidas

diversas etapas essenciais para o

cultivo de ostras em Santa Catarina.

Entre elas, o estoque de reprodutores,

a fecundação, a indução para desova

e a produção de larvas que depois se

transformam nas sementes de ostras

que são repassadas aos pescadores.

“Esse trabalho, desenvolvido pelo

LMM é fundamental porque o

principal tipo de ostra comercializada

e consumida no estado e já

difundida para vários outros locais

do Brasil é a japonesa, espécie que

se adaptou bem às condições do mar

catarinense”, destaca o coordenador

do Laboratório de Moluscos

Marinhos, professor Jaime Ferreira.

Além da ostra japonesa, o LMM

As ações são do Laboratório de Mexilhões Marinhos da Universidade. Com avalorização da produção de moluscos, melhorou a qualidade de vida dos produtores.Hoje, os filhos dos pescadores aprendem a atividade através de uma formaçãotécnica, não abandonando as comunidades pesqueiras.

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:4726

Page 26: Revista Sindipi Nº 16

1/2 rodapé 1/2 rodapé

FEVEREIRO/MARÇO 2006 REVISTA SINDIPI 27

trabalha com três espécies nativas: aostra de mangue, a vieira e omexilhão. Atualmente, o laboratóriorepassa ao setor produtivo cerca de40 milhões de sementes no ano. Oprodutor paga pelo milheiro da ostramédia R$ 10 e R$ 20 pela grande.

Segundo a bióloga da UFSC,Marisa Bercht Canozzi, o LMM, temuma importância social muitogrande para Santa Catarina. “Nofim da década de 1980, muitasfamílias viviam sem expectativa,muitos pescadores deixavam de

trabalhar no mar por causa da baixalucratividade, para se dedicar a outrasatividades. Depois da valorização daprodução de moluscos, a situação foirevertida. Hoje, os filhos dospescadores aprendem a atividadeatravés de uma formação técnica enão abandonam as comunidadespesqueiras”, explica. A biólogadestaca que a conscientização dosprodutores também aumentou, elespassaram a se comprometer com alimpeza do ambiente. “O cultivo das

ostras precisa de um ambiente

limpo e os próprios produtores

já pressionam as autoridades a

tomar providências com a

contaminação dos mares”,salienta. Para 2006, Marisa explicaque a prioridade é selecionar

geneticamente a espécie de ostranativa que melhor se adapte aolitoral catarinense. “Duas espéciesestão sendo estudadas, mas apenasuma será escolhida. Essa espécie deostra nativa não perde em qualidadepara a ostra japonesa”, conclui.

Maricultura em Florianópolis

A maricultura teve início emFlorianópolis na década de 1970,quando foram realizados osprimeiros estudos sobre a produçãode ostra (ostreicultura), sem muitosucesso. Naquela época,mergulhadores e pescadores extraíamdos costões ostras e mexilhões paraincrementar sua renda. Florianópolisreúne condições favoráveis para amaricultura. Entre o continente e ailha há formação de baías com águascalmas, com influência de correntesfrias, ricas em produção primária,como os fitoplânctons.

Para solucionar o problema, emmeados da década de 1980, foramtrazidas sementes de outras regiões ea UFSC passou a produzir sementesem laboratório, construído em1986 na praia de Sambaqui. Doisanos mais tarde, a EPAGRI, vinculadaà Secretaria de Agricultura doEstado, começou a incrementar astécnicas de cultivo.

ACIMA: Para 2006, a prioridade

é selecionar geneticamente a

espécie de ostra nativa que

melhor se adapte ao litoral

catarinense.

ABAIXO: Laboratório de

Mexilhões Marinhos da UFSC,

criado em agosto de 1988

FO

TO

S A

RL

EY

RE

IS

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:4727

Page 27: Revista Sindipi Nº 16

28 REVISTA SINDIPI FEVEREIRO/MARÇO 2006

Consumo

PROJETO

O investimento – um

veículo adaptado para

a venda de peixe –

será de 300 mil reais

e ampliará o

atendimento na

comunidade.

Os bons resultadosobtidos com o projeto “Peixe nosBairros”, da Secretaria Municipal deAqüicultura e Pesca de Itajaí(SEPESCA), ajudaram na aprovação derecursos federais para mais umplano: O “Caminhão do Peixe”. Aproposta é inovadora, um veículoespecífico para transportar e vendero pescado diretamente à populaçãodos bairros da cidade.

O objetivo é facilitar o acesso

ao peixe, com menor custo,

aumentando o consumo do

pescado em Itajaí, SC.

Na primeira semana de janeirodeste ano, a Secretaria Especial deAqüicultura e Pesca da Presidênciada República (SEAP/PR), liberouR$ 280 mil para a compra de umcaminhão trucado para acomercialização do pescado.

informou também que deseja colocaro caminhão nas ruas antes daPáscoa, até o dia 10 de abril.“Os peixes, de diversas

espécies, vão ser comprados

direto da embarcação

pesqueira, sem passar por

atravessadores”, esclarece.A SEPESCA estima que a

economia com o caminhão será emtorno de 50%, se comparado aoprojeto “Peixe nos Bairros” quevendia o pescado em 11 postos fixosespalhados pelo município, compreços acessíveis à população. “Oinvestimento no caminhão devereduzir custos, equipamentosutilizados na comercialização dopeixe nos bairros, além de atenderum número maior de pessoas.

Para ampliar o “Peixe nosBairros”, através dos postos fixos, aSEPESCA gastaria cerca de R$ 600 mil,sem contabilizar os gastos com água,energia elétrica e vigilânciapatrimonial, o dobro do custo com ocaminhão. Além do “Caminhão doPeixe”, a SEPESCA tem outras açõesque incentivam o consumo depescado. A Secretária estáprogramando a 2ª Festa do peixe,que deve reunir 50 grupos quepreparam o pescado para ser vendidono evento, programado para os dias17 e 18 de junho de 2006.

Ao total serão investidos emtorno de R$ 305 mil, com recursosfederais e da Prefeitura Municipal deItajaí. Um projeto municipal quedeverá ser ampliado a outros estadosbrasileiros.

Segundo o secretário da SEPESCA,Manoel Xavier de Maria, opróximo passo é encaminhar toda adocumentação necessária aoDepartamento de Compras daPrefeitura, para que seja aberto oprocesso de licitação pública. “O‘Caminhão do Peixe’ especificado noprojeto é um modelo 1418,capacidade para 10 toneladas,trucado, com carroceria frigoríficaplástica monobloco, equipado comcâmara frigorífica de estocagem deprodutos congelados. É com essascaracterísticas que vamos comprar ocaminhão”, explica. Xavier de Maria

FOTO JOÃO SOUZA

Caminhão do Peixe“ ”

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:4728

Page 28: Revista Sindipi Nº 16

1/2 página

FEVEREIRO/MARÇO 2006 REVISTA SINDIPI 29

Atualize-se

Capitania dos Portos alerta sobre

O novo documento com código de barrasfacilita a identificação da embarcação e evita falsificações.

O primeiro-tenente encarregado da Divisão deSegurança do Tráfego Aquaviário da Delegacia de Itajaí,Evangelista da Silva, informa que a Delegacia daCapitania dos Portos em Itajaí está realizando orecadastramento de embarcações de acordo comdeterminação da Diretoria de Portos e Costas.O objetivo é que as embarcações recebam osnovos números de acordo com os novos sistemasda Marinha. De acordo com o primeiro-tenente, oprocesso de recadastramento de embarcações foiimplementado desde 2001.

Para fazer o recadastramento os armadores, ou seusrepresentantes legais, precisam encaminhar para aDelegacia da Capitania dos Portos, em Itajaí,documentos em conformidade com o tamanho dasembarcações. A transferência é gratuita e o armador recebeum novo documento com código de barras. “Um novo

sistema que facilita a identificação e evita a falsificação”,alerta. O novo documento é fornecido gratuitamente.

O prazo para a solicitação é até o dia 31 demarço. A capitania orienta que para embarcações miúdas(menor, ou igual a 5 metros), o armador deve encaminhar oboletim para cadastramento de embarcações miúdas(BCEM), o original do documento de propriedade, otermo de responsabilidade, seguro obrigatório DPEM emvigor, o comprovante de residência, a cópia do CPF ouCNPJ. E para as embarcações maiores de cinco metros,o boletim para cadastramento de embarcações (BADE),no caso de embarcações de esporte e/ou recreio epassageiros, apresentar uma foto 15x21 com aembarcação flutuando; o original do documento depropriedade, o seguro obrigatório DPEM em vigor, ocomprovante de residência e a cópia do CPF ou CNPJ,conforme o caso.

Para mais informações sobre o recadastramento:

(47) 3348-0129.

recadastramento de embarcaçõesrecadastramento de embarcações

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:4729

Page 29: Revista Sindipi Nº 16

30 REVISTA SINDIPI FEVEREIRO/MARÇO 2006

Qualidade de vida

O SESI, em parceriacom o SINDIPI, leva acozinha itinerante àsempresas de pesca efamiliares.

Sucos variados com cascas de frutas, uma

salada com casca de abóbora, um prato colorido

de verduras só com aproveitamento dos talos e

ramos, brigadeiro preparado com mandioca, um

pão de trigo econômico.

Estes são alguns exemplos de uma alimentaçãosaudável, econômica e fácil de preparar. Para divulgaressas receitas, o SESI de Santa Catarina, em parceria como SINDIPI, Sindicato das Indústrias de Pesca de Itajaí eRegião, promoveu pela primeira vez em Itajaí, de dois a13 de janeiro, o programa “Cozinha Brasil”. A ação foirealizada com a participação das empresas VitalmarPescados e Kowalsky. Nesse período, uma unidade móvelda instituição – um caminhão projetado com uma cozinhapedagógica experimental – ofereceu cursos gratuitos aos

Ação emparceria ensina

trabalhadores da indústria e seus familiares.Nos cursos são trabalhados temas como

educação nutricional, alimentação saudável,

alimentação funcional, boas práticas de

manipulação, aproveitamento integral dos

alimentos e economia no orçamento. Para acoordenadora do programa “Cozinha Brasil”, MarluceLima, a cozinha móvel é uma forma de inclusão social.“Permite que a pessoa tenha dignidade ao comer, deforma saudável e adequada. É o consumo consciente,o aluno aprende a aproveitar todo o alimento”, explica.O gerente industrial da Vitalmar Pescados, Luiz CarlosRamos destaca que o mais importante é estimular amudança de hábitos alimentares. “Aqui nósaprendemos como preparar os alimentos, valorizando

FO

TO

S M

AR

CE

LL

O S

OK

AL

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:4730

Page 30: Revista Sindipi Nº 16

FEVEREIRO/MARÇO 2006 REVISTA SINDIPI 31

os nutrientes e ainda somos

multiplicadores, divulgando as

informações para a comunidade, ou

seja, uma ótima orientação

nutricional”, ressalta. Na avaliação

do presidente do SINDIPI, Antônio

Carlos Momm, essa ação com o SESI

é uma forma de valorizar o

trabalhador, uma pequena

contribuição com o social. “Se cada

empresa de pesca na região

promovesse um curso de

cozinha experimental, seriam

mais de 30 mil pessoas

beneficiadas. A boa

alimentação é sinônimo de

qualidade de vida. Uma refeição

saudável, com proteínas,

vitaminas e outros nutrientes é

essencial para o crescimento e

desenvolvimento do ser

humano, uma garantia de

cidadania aos nossos

trabalhadores e familiares”.

Para o funcionário da Vitalmar

Pescados, Alberto Sartirio Borges, o

curso contribuiu para a economia do

lar. “Além de poder ajudar a minha

esposa, aprendi a comer sem

Valor calórico por porção: 252, 64 kcalRendimento: 20 porçõesTempo de preparo: 3h

Ingredientes

1 xicara de chá de trigo para kibe3 tabletes de fermento biológico1 xícara de chá de leite½ xícara de chá de óleo3 colheres de sopa de açúcar8 xícaras de chá de farinha de trigosal a gosto

Modo de preparo

Coloque o trigo de molhopor 2 horas. Escorra a água eesprema o trigo. Dissolva ofermento no leite morno,acrescente o trigo espremido eos demais ingredientes.Amasse muito bem. Divida amassa em duas partes,coloque em fôrmasenfarinhadas (própria parapão de forma) e deixedescansar até dobrar devolume. Asse em forno quentepor mais ou menos 50 minutos.

Dica: o trigo contém ferro.

Dica para acompanhar o pão

Suco Vitaminado

Valor calórico da porção: 294 kcalRendimento: 5 porçõesTempo de preparo: 20 minutos

Ingredientes

8 xícaras de chá de casca deabacaxi

1 litro de água4 xícaras de chá de tomate maduro2 xícaras de chá de açúcar

Modo de preparo

Lave o abacaxi com umaescovinha, descasque-o e reservaas cascas. À parte, cozinhe ostomates e coloque-os noliquidificador com as cascas deabacaxi, o açúcar e a água. Batabem, coe e sirva bem gelado.

Dica: a casca do abacaximelhora o funcionamento dosintestinos.

Receita depão de trigo

desperdícios, fazer uma compra

consciente no supermercado e

preparar alimentos nutritivos para os

meus quatro filhos”, ressalta.

De acordo com o SESI, a cozinha

itinerante vem percorrendo o estado

de Santa Catarina desde julho de

2005 e já formou cerca de 3,5 mil

alunos. As receitas são feitas no local

e oferecidas aos participantes para

degustação. Além disso, são

abordados temas como

armazenamento, congelamento e

descongelamento de alimentos. As

aulas são gratuitas e ministradas por

nutricionistas.

Cada participante ganha um kit

contendo avental, touca, caderno,

lápis, livro com 250 receitas e

certificado emitido pelo SESI, uma

entidade do SISTEMA FIESC. Além dos

funcionários e familiares, as duas

empresas de pesca que participaram

desta ação, a Vitalmar Pescados e a

Kowalsky estenderam o curso para a

comunidade.

Luiz Carlos Ramos destaca que omais importante é estimular amudança de hábitos alimentares

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:4831

Page 31: Revista Sindipi Nº 16

32 REVISTA SINDIPI FEVEREIRO/MARÇO 2006

Superando limites

Ensacar atum raladoé mais do que um

serviço. Foi a primeiraoportunidade deemprego oferecidapara AlexandreCordeiro pelaempresa Pepsico

Sem enxergar desde os dois

anos de idade, Alexandre Cordeiro

demonstra que para realizar projetos,

conquistar sonhos e ser reconhecido

profissionalmente, são etapas que

não dependem dos olhos, e sim da

vontade em vencer e dedicação.

Desde que perdeu

totalmente a visão, Alexandre

aprimorou outros sentidos, e

concluiu, com maestria, o

segundo grau na escola, com

cursos em operador de câmara

escura, massoterapia, de

dirigente, almoxarifado e curso

básico de computação. Hoje,

com 28 anos de idade, casado com

Marly da Silva, deficiente de baixa

visão, com duas filhas (de 4 e 6 anos),

Alexandre é um exemplo de superação

de limites. Quando perguntado qual foi

sua grande conquista nestes anos, a

resposta foi imediata: “O meu primeiro

emprego. Hoje eu me sinto útil, recebo

um salário do meu trabalho e ajudo

em casa”, revela. Alexandre trabalha

há um ano e meio na empresa Pepsico

do Brasil, destaque no segmento de

pescados com a marca Coqueiro.

Na empresa, o funcionário

trabalha na linha de produção,

ensacando atum ralado. A

habilidade com as mãos e a

concentração no serviço traduz

em grande produtividade: são

cerca de 20 toneladas de peixe

cozido, ensacadas por dia. De acordo

com o supervisor Lacort Laurentino,

não foi preciso fazer modificações no

posto de trabalho. “Ele é um ótimo

funcionário, com desempenho

excelente, um exemplo de

crescimento e lição de vida”, destaca.

Trabalhando das 7 horas da manhã

até 16h48, Alexandre reside distante

do serviço, no município de

Camboriú, por isso precisa pegar

dois ônibus para ir e retornar do

trabalho. Acorda todos os dias por

volta das 4 horas da manhã. Uma

rotina que realiza sozinho e faz questão

de sempre chegar no horário.

O primeiro emprego sempre fica

marcado, mas para Alexandre este

trabalho é mais que uma experiência: é

uma oportunidade de crescimento.

No início ele conta que recebeu muito

apoio dos colegas de trabalho, quehoje são considerados grandes amigos.

Planos para o futuro? Sim.

“Pretendo conquistar cada vez mais

a minha independência, crescer na

vida profissional e conquistar em

2006, o que não consegui em 2005”,

responde. Esse entusiasmo mostra o

porquê da atitude em abrir mão da

aposentadoria especial, para

trabalhar na Pepsico. “Acho bem

melhor conviver no meio da

sociedade, trabalhar com as pessoas.

em empresa de pescaem empresa de pesca

Deficiente visualDeficiente visualtrabalhacomempenho

trabalhacomempenho

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:4832

Page 32: Revista Sindipi Nº 16

1 rodapé

FEVEREIRO/MARÇO 2006 REVISTA SINDIPI 33

Esse é o maior ganho”, conta.

Dificuldades existem, mas nada que

não se resolva com atitudes simples.

“É só ter força de vontade,gostar do que faz, agarrar aprimeira oportunidade”, sugere.

Nas horas de lazer, atletismo, dominó

e futsal são seus esportes favoritos.

Alexandre conta que participou com

colegas de trabalho de uma partida

de futebol, e quem enxergava teve os

olhos vendados. “Vencemos o jogo,

mas o que importa é a brincadeira

com os amigos”, disse.

A contratação do Alexandre faz

parte do Programa de Capacitação

de Pessoas Portadoras de

Deficiência, implementado no ano

passado pela empresa Pepsico do

Brasil. Independente desse

programa, a inclusão desses

profissionais nas diversas operações

da Pepsico existe há muitos anos,

desde 1994. A intermediação foi

realizada pela ADVIR, Associação de

Deficientes Visuais de Itajaí e Região

(veja matéria seguinte).

De acordo com o Diretor de RH

da Pepsico do Brasil, Nilton Pierroni,

o Programa prevê a contratação de

40 portadores de deficiência por

semestre, um investimento de 500

mil reais ao ano. Através de um

convênio com o SENAC, os portadores

de deficiência recebem treinamentos,

orientações de trabalho em equipe

durante um período de três meses.

Após essa fase, é levado a campo

para aprender, na prática, a função.

O grande diferencial desse

Programa é que durante o período de

capacitação, que dura seis meses, os

integrantes desse programa já fazem

parte do quadro de funcionários da

Pepsico e são remunerados, recebendo

todos os benefícios enquanto se

desenvolvem. A empresa também

contrata profissionais para fazer um

trabalho de conscientização com as

pessoas que trabalharão direta ou

indiretamente com os novos

contratados.

A empresa tem hoje em seu

quadro, 193 pessoas portadoras de

deficiência. Segundo Pierroni, os

funcionários da empresa também

participaram de uma campanha para

o recrutamento dos portadores de

deficiência, indicando pessoas. Na

avaliação do diretor de RH da

Pepsico, os trabalhadores que

convivem com as pessoas portadoras

de deficiência no ambiente de

trabalho têm reações positivas. “Os

próprios funcionários se sentem mais

sensibilizados e acabam valorizando

o potencial da pessoa e reforçando,

para outras áreas da empresa, a

contratação”, cita. Pierroni afirma

que o tratamento aos portadores de

deficiência é o mesmo que para os

outros funcionários. “Não existeproteção e as oportunidades decrescimento na empresa são asmesmas”, reforça.

Muitos outros são os programas

que visam o desenvolvimento dos

funcionários e de seus filhos. Todos,

em geral, têm como base, a busca

pela excelência individual e do

grupo, assim como a ampliação da

capacidade de inovação e de

identificação de novas

oportunidades, pessoais ou ligadas

ao próprio negócio.

FO

TO

M

AR

CE

LL

O S

OK

AL

Alexandre Cordeirotrabalhando na linha de

produção da Pepsico

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:4833

Page 33: Revista Sindipi Nº 16

1/2 rodapé 1/2 rodapé

34 REVISTA SINDIPI FEVEREIRO/MARÇO 2006

Para o presidente

da Associação,

ainda há preconceitos

no mercado de trabalho, mas, aos

poucos, as empresas estão se

conscientizando do bom trabalho

desempenhado pelos cegos

A ADVIR, Associação de Deficientes Visuais de

Itajaí e Região completa em julho, 12 anos de fundação,

com 170 associados. Uma trajetória de muitas histórias e

conquistas. O deficiente visual Alexandre Cordeiro,

destaque na matéria “SUPERANDO LIMITES” conta, com

carinho, da ação da ADVIR, que foi essencial para a sua

carreira. A Associação realiza um trabalho junto às

empresas, integrando os deficientes no mercado de trabalho.

Os diretores da ADVIR avaliam quem está mais

preparado para cada atividade e fazem a indicação.

Segundo o presidente da Associação, Gildo Alexandrino,

o deficiente faz um estágio supervisionado, um

período de adaptação nas empresas. “Ainda há

preconceitos, mas aos poucos essa barreira está sendo

quebrada. Afinal, o cego é uma pessoa normal, apenas

não vê, somos capazes e desenvolvemos um bom

trabalho. Hoje já são seis deficientes com colocação nas

empresas”, revela o presidente.

em Itajaí

ADVIR

Responsabilidade social

deficientesdeficientesvisuaisvisuais

atende 170

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:4834

Page 34: Revista Sindipi Nº 16

1/2 rodapé 1/2 rodapé

FEVEREIRO/MARÇO 2006 REVISTA SINDIPI 35

Além de intermediar a colocaçãono mercado de trabalho, aAssociação investe em outrasatividades que contribuem nainteração do deficiente com a famíliae a sociedade. Entre as ações, estãoa A.V.D, Atividades da Vida Diária.“Nós ensinamos aos associados

a partir dos 14 anos de idade,

noções básicas do dia-a-dia,

desde amarrar os sapatos, fazer

um lanche, oferecemos apoio

psicológico, aulas de orientação

e mobilidade, artes plásticas e

esportes”, explica o vice-presidenteda Associação, Lucimar RogérioRodrigues, que perdeu a visão aos44 anos. O vice-presidente revelaque a adaptação foi difícil, masexemplifica que o apoio daAssociação foi primordial. “Aqui

na seleção brasileira de

atletismo. O futsal foi

classificado na série B do

Brasileirão”, disse. Bocha, xadrez,dominó, também são praticadospelos associados. O técnico de todasas modalidades, Álvaro da Silva, daFundação Municipal de Esportes,treina os atletas todos os sábados.

A Associação recebe ajuda dacomunidade e apoio financeiro daPrefeitura Municipal de Itajaí. Mesmoassim, há gastos com combustível eviagens de alunos para campeonatosque não fazem parte do custeio.Segundo o presidente da ADVIR,ainda há muitas ações a seremconquistadas. “Placas de ônibus embraille, semáforos sonoros, maismonitores para atender cegos nossupermercados e ações que facilitemo acesso aos lugares, como rampas elajotas especiais”, cita.

ADVIR – Associação de DeficientesVisuais de Itajaí e RegiãoR. Camboriú, 1082, Fazenda – Itajaí – SC(47) 3349-2297

aprendi que há outras pessoas

na mesma condição que eu e

são muito felizes. Aos poucos

fui me adaptando e recebendo

orientação e hoje sou voluntário

da ADVIR”, ressalta.Na Associação também são

ministradas aulas de arte, computaçãoe método braille. Na sala deinformática, o sistema usado facilita ouso da Internet. É um programaoperacional sintetizado, o Dos Vox,onde cada letra teclada emite um some o sistema Jaws do Windows.

A ADVIR também é reconhecidapelas medalhas conquistadas na áreaesportiva. Segundo o diretor deesportes, Magno Roberto Figueiredo,há atletas-revelação no cenáriointernacional. “A atleta Indaiana,

de apenas 16 anos, é destaque

NA PÁGINA AO LADO: o vice-presidente da ADVIR,Lucimar Rodrigues, o técnico de esportes,Álvaro da Silva e o presidente Gildo Alexandrino.

AO LADO: o diretor de esportes,Magno Figueiredo digitando em braille.

FO

TO

S M

AR

CE

LL

O S

OK

AL

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:4835

Page 35: Revista Sindipi Nº 16

36 REVISTA SINDIPI FEVEREIRO/MARÇO 2006

isAençãodo ICMS

Imposto

O governador de SantaCatarina, Luiz Henrique da Silveiraassinou na Federação das Indústrias(FIESC), no dia 12 de janeiro de 2006,o decreto prorrogando até 31 dedezembro de 2006, a isenção doICMS sobre o óleo diesel marítimo,destinado ao consumo deembarcações pesqueiras, em SantaCatarina. A medida vale para osbarcos registrados no Estado junto àCapitania dos Portos e ao InstitutoBrasileiro do Meio Ambiente e dosRecursos Naturais Renováveis (IBAMA).

Estiveram presentes, na ocasião,o presidente do SINDIPI, AntônioCarlos Momm, a presidente doSINDIFLORIPA, Ida Costa, os secretários

A ação deve geraruma economia de

cerca de 11 milhões dereais aos armadoresda região de Itajaí,

principal pólopesqueiro do Brasil.A iniciativa partiu dopresidente da FIESC,

Alcantaro Corrêa, apósreuniões com o setor

Governador de SC renova a

Max Bornholdt, da Fazenda, MarcusVieira, da Administração e FelipeLuz, do Planejamento, o deputadofederal Edison Andrino, o presidenteda FIESC, Alcantaro Corrêa, o prefeitode Itajaí, Volnei Morastoni, osecretário da SEPESCA, Manoel Xavier,entre outras autoridades.

De acordo com o secretário daFazenda, Max Bornholdt, os

objetivos do Decreto são

equiparar o óleo diesel marítimo

de Santa Catarina aos preços

internacionais, e incentivar a

atividade pesqueira no Estado.

A contribuição estadual equivalea 12% do custo total do produto.Como o óleo diesel representa 70%

dos gastos operacionais, a reduçãodos valores possibilita o crescimentodo setor, em investimentos.

O presidente do SINDIPI, AntônioCarlos Momm, explica que para fazero cálculo desse benefício, o governodo Estado utiliza a média do valor doóleo diesel marítimo nas bombas. Apartir dessa base de cálculo sãodescontados os 12% de impostos.

Momm relata que em 2004, odecreto representou uma economiade R$ 6,4 milhões para asembarcações da região de Itajaí, eem 2005, R$ 8 milhões e 239 milreais. “Para 2006, a isenção devegerar uma economia de R$ 11milhões de reais e a possibilidade de

para as

FOTO ELMAR MEURER

Autoridades presentes na assinatura

do decreto na sede da FIESC

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:4836

Page 36: Revista Sindipi Nº 16

1/2 página

FEVEREIRO/MARÇO 2006 REVISTA SINDIPI 37

isenção

do ICMS

investir esse valor na atividade, umdinheiro que fica na nossa região,viabilizando o crescimento do setorpesqueiro”, destaca.

“O governo anterior navegavade costas para o mar”, disse Momm.“Este governo navega de frente!”.

Um outro fator relevante da

medida é manter a

competitividade do segmento,

que no Estado tem 359 empresas

e gera mais de 10 mil empregos

formais diretos, e em torno de

50 mil empregos indiretos. Deacordo com dados tabulados daRelação Anual de InformaçõesSociais (RAIS) do Ministério doTrabalho e Emprego, Santa Catarinaemprega, no setor pesqueiro, duasvezes mais do que o Rio Grande doSul, segundo principal estado emnúmero de trabalhadores.

“A renovação desse incentivo éessencial para a indústria pesqueira

catarinense. Sem isso, poderíamoster redução de empregos no setor eum aumento do produto para osconsumidores”, relata o presidenteda FIESC, Alcantaro Corrêa. “O peixetem concorrentes fortes em nossopróprio mercado. É um segmentoque tem de brigar eternamente parasobreviver”, afirmou.

Para o governador Luiz Henrique

da Silveira, a iniciativa damanutenção atende a umpedido da FIESC e está emacordo com a filosofia doExecutivo de adotar umapolítica fiscal e tributária queincentive a geração deemprego e renda. “Essa novafilosofia tem beneficiadosetores da nossa indústria que,

em contrapartida, tem trazidograndes ganhos para a nossaeconomia, através da criação denovos postos de trabalho.”

Só em Itajaí a medida beneficia225 armadores, equivalente a 419embarcações pesqueiras. Em média,cada armador economiza 32 mil esetecentos reais em um ano, com aisenção do imposto.

FO

TO

M

AR

CE

LL

O S

OK

AL

Embarcação pesqueira

sendo abastecida no

Posto Polináutica

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:4837

Page 37: Revista Sindipi Nº 16

1/2 rodapé 1/2 rodapé

38 REVISTA SINDIPI FEVEREIRO/MARÇO 2006

Crédito Pesqueiro

Tanto o Banco do Brasil,quanto a Caixa Econômica Federale outros agentes financeiroscredenciados pelo BNDES,financiam projetos de investimentospara as micro e pequenasempresas, em qualquer ramo deatividade, com faturamento brutoaté R$ 5 milhões com objetivo deproporcionar a geração ou amanutenção de empregos e rendana área urbana.

Se o financiamento fordestinado à embarcação,caracteriza-se como crédito rural(pescado) e, portanto, só pode serfinanciado pelos agentesfinanceiros que operam o CréditoRural. Por outro lado, se ofinanciamento for para

* Claudionor GonçalvesEngenheiro Agrônomo Msc,Diretor da Secretária Municipal deAqüicultura e [email protected]

Artigo

Claudionor Gonçalves (*)

FO

TO

JO

ÃO

SO

UZ

A

investimento fixo (câmara fria,unidade de beneficiamento,instalações ou equipamentos paraindústria, ou construção naval,etc.) pode ser atendido por todosos agentes financeiroscredenciados pelo BNDES.

Esta linha de créditodenomina-se Proger UrbanoEmpresarial, mantido comrecursos do Fundo de Amparo aoTrabalhador – FAT.

O financiamento tem prazo deaté 5 anos com taxa fixa de 5,4%ao ano + TJLP (mais ou menos9,75 %) e seu reembolso é feitoem parcelas mensais e sucessivas.O valor financiável está limitado aR$ 400 mil, porém condicionadoao limite de crédito destacado naagência operadora, para cadaproponente, e não pode ultrapassara 80 - 90% do orçamento.

Para maiores detalhes, simulevocê mesmo o seu financiamento,acessando a página do banco –www.bb.com.br –, entre em SUAEMPRESA/PROGER URBANOEMPRESARIAL. A título deexemplo, um financiamentosimulado no valor de R$ 400 mil,com 5 anos de prazo, apresentouum valor médio para as 60parcelas de R$ 9.460,00.

PRINCIPAIS ITENS

FINANCIÁVEIS

� Máquinas e equipamentosnovos ou usados (equipamentosde navegação para embarcação)

� Móveis e utensílios (petrechosde pesca)

� Veículos automotores:caminhonete pick-up leve, até 2000CC, e furgão leve, até 2000 CC

� Construção civil ou reformascom ampliação (comerciais novas)

� Reformas sem ampliação eminstalações comerciais (elétricas,hidráulicas, depuradoras deresíduo, vitrines, pintura, pisos,etc); adequação das Salgas(unidades de beneficiamento) paraobtenção dos registros de inspeçãomunicipal, estadual e federal (SIM,SIE OU SIF)

� Equipamentos de informática

� Despesas com elaboração deprojetos e assessoramento

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:4838

Page 38: Revista Sindipi Nº 16

1/2 rodapé 1/2 rodapé

FEVEREIRO/MARÇO 2006 REVISTA SINDIPI 39

Evento

ConferênciaNacional irá estabelecer

O evento será realizado em março deste ano

e deve contar com a participação de 1,5 mil

delegados de todo o Brasil, representando o

setor da pesca artesanal e industrial

A 2ª Conferência Nacional de Aqüicultura e

Pesca com o tema: Consolidação da Política Nacional de

Desenvolvimento Sustentável da Aqüicultura e Pesca está

agendada para os dias 14 a 16 de março deste ano. O

evento, promovido pela SEAP/PR, Secretaria Especial de

Aqüicultura e Pesca da Presidência da República será

realizado em Brasília.

Antes do evento nacional está sendo realizada nos 27

estados brasileiros a Conferência Estadual com a participação

de associações, sindicatos, entidades empresariais, Ong’s,

órgãos públicos que têm relação com a pesca. Nas

conferências serão debatidos temas como o desenvolvimento,

a infra-estrutura e comercialização, o ordenamento,

pesquisa e estatística, a política internacional e a participação

de todos os segmentos e profissionais no desenvolvimento

da Aqüicultura e da Pesca no Brasil. A Conferência Estadual

em SC será realizada nos dias 2 e 3 de março em Itajaí.

De acordo com o coordenador da Conferência

Nacional, Altemir Gregolin, nas reuniões estaduais é

apresentado um documento aprovado pela comissão

organizadora. “O documento é a pasta de discussões dos

estados, que define todas as medidas necessárias para a

realização das Conferências. As propostas de cada estado

serão incorporadas neste documento-base que será

encaminhado para a Conferência Nacional”, explica. A

partir das Conferências estaduais serão eleitos delegados

para participar do encontro nacional, além dos

conselheiros do Conepe que são membros natos. “Com

certeza o SINDIPI tem representação, é um setor da pesca

industrial que tem vaga garantida”, disse.

A partir da 1ª Conferência foram definidas políticas

para o setor pesqueiro e oito eixos de ação para o

desenvolvimento sustentável da Pesca. “Agora é hora de

fazer um balanço dos três anos de trabalho da SEAP,

FO

TO

DIV

ULG

ÃO

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:4839

Page 39: Revista Sindipi Nº 16

40 REVISTA SINDIPI FEVEREIRO/MARÇO 2006

Culinária

Ingredientes1 posta de garoupa

1 colher de chá de gengibre

sal a gosto

½ colher de chá de pimenta dedo-

de-moça

1 colher de cebola

1 colher de óleo

½ colher de chá de canela em pó

½ colher de chá de cardamomo

½ colher de chá de pasta de

curry verde

1 colher de coentro

½ colher de chá de erva-doce fresca

½ xícara de leite de coco

suco de 1 lima da pérsia

3 colheres de cebola fatiada

2 colheres de açúcar mascavo

Malu Kari

Receita de Gabriela Mendes, chef do

Restaurante Yurt, Balneário Camboriú.

Foto de Peu Japiassu

Montagem do pratoFaça o espelho no fundo do pratocom o molho. Coloque a posta depeixe e por cima a cebolacaramelada. Ao lado ponha oarroz, que pode ser o tailandês oude cereais (confere um sabor rústicoao prato). Decore com shoyo e apimenta dedo-de-moça.

Modo deprepararTempere o peixe comsal, doure no óleo dosdois lados. Retire e leve à umawok (panela apropriada), coloquemais óleo e doure o alho, ogengibre, a cebola em pasta e apimenta dedo-de-moça.Volte o peixe para a wok eacrescente o restante dosingredientes: a canela, ocardamomo, a pasta de curry, aerva-doce, o suco de lima, o leitede coco e, por último, o coentro.À parte doure a cebola com oaçúcar mascavo e tempere compouco sal.

Este prato, originário do Sri-Lanka, éapreciado pela combinação de especiarias

e cebolas, que lhe atribui um saborlevemente adocicado

Dicas de culinária

COMO

CONGELAR

PEIXES

Para manter os

filés úmidos no

freezer, congele-os

até que endureçam

e mergulhe-os em água gelada.

Uma leve camada de gelo se

formará ao seu redor.

Peixes inteiros podem ser

mergulhados duas vezes para

formar uma camada mais espessa.

Depois empacote

e congele-o.

Rotule sempre os

pacotes,

colocando a data

do congelamento.

Peixes brancos

podem ficar até

12 meses no freezer, os oleosos,

6 meses. Pratos com peixe cozido

só podem ficar 3 meses.

Recongelado verifique se o peixe

não foi congelado antes.

Não é aconselhável recongelá-lo.

* Para fazer um caldo de peixe

com sabor mais suave, prefira

carcaça de peixes brancos, como

o linguado.

* O vinho branco seco é opcional,

e deve ser de boa qualidade.

* O caldo de peixe pode ser

guardado por 2 a 3 dias na

geladeira. Neste caso, sua

consistência fica gelatinosa.

CALDO DE PEIXE

FOTO DIVULGAÇÃO

Revista Menu

40 REVISTA SINDIPI FEVEREIRO/MARÇO 2006

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:4840

Page 40: Revista Sindipi Nº 16

1/2 página

FEVEREIRO/MARÇO 2006 REVISTA SINDIPI 41

Fique informado sobre as principais

Agende-se

Sábado – das 14h às 22h

Domingo – das 14h às 21h

Local: Centro de Exposições de

Curitiba – Curitiba – PR

Informações:

www.diretriz.com.br

FI South América

Feira Internacional de Soluções

e Tecnologia para a Indústria

Alimentícia

De 12 a 14 de Setembro de

2006 – das 13h às 20h

Transamérica Expo Center – São

Paulo – SP

Informações: www.fisa.com.br

Seafood Expo Latin America

Feira Internacional de Pescados,

Frutos do Mar e Tecnologia para

Indústrias da Aqüicultura e Pesca

De 24 a 26 de maio de 2006 –

das 13h às 21h

Local: Expo Center Norte –

Pavilhão Amarelo – São Paulo – SP

Informações:

www.seafood.com.br

Gourmet & Cia.

VI Feira Sul Brasileira de

Gastronomia

De 26 a 30 de julho de 2006

De 4ª à 6ª – das 17h às 22h

Fenacam

Feira Nacional do Camarão

De 21 a 24 de março de 2006

Local: Centro de Convenções –

Natal/RN

Informações:

www.fenacam.com.br

Seafood Show

The International Boston

Seafood Show

De 12 a 14 de março de 2006

Local: Boston/ Massachussetts

Informações:

www.amcham.com.br

Feiras de NegóciosFeiras de Negócios

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:4841

Page 41: Revista Sindipi Nº 16

1/2 rodapé 1/2 rodapé

42 REVISTA SINDIPI FEVEREIRO/MARÇO 2006

Mensagem

Na maioria das vezes, achamos

que é tarde demais, o que tinha queser feito e não foi, é passado. Emparte estamos certos, mas isso nãosignifica que não podemos modificaro que pode acontecer do momentopresente para a frente.

Todos os dias fazemos escolhas,optamos por viver de uma forma oude outra, conviver com pessoas ounão, lembrar ou esquecer algunsfatos, ir ou não a algum lugar,sorrir ou chorar, enfim, escolhas nãofaltam. Vão, desde coisasabsolutamente normais, como a corda roupa, até escolhas que vãomodificar nosso destino.

Muitas e muitas vezes fazemosescolhas baseados no impulso dahora, acreditando que agir daquelaforma será "melhor para nós". Nãoé assim que dizemos? Nãoprecisamos ficar analisando tudo oque fazemos, decisões que tomamos,criando estratégias e manipulandofatos. No entanto, temos dois pólosque precisamos usar para quetenhamos o equilíbrio necessáriopara tomar decisões importantes:razão e coração.

A razão é que analisa todos ospontos, soma, divide, multiplica e

O tempo é sempre certo para fazer o que é certo

chega ao resultado final de maneirarápida e racional. O coração, que tomadecisões baseadas em sentimentos, nãopensa, não analisa, apenas age epronto, depois vem a conseqüência, earcamos com ela. Vivermos em um ouem outro pólo exclusivamente não nosfará felizes; um precisa do outro.

Mas, o mais importante de tudo,é que sempre temos a chance demudar as coisas! Está certo que oque já passou, não voltará, masnovos fatos e momentos surgemtodos os dias para completar os"vazios" que vamos deixando paratrás, por escolhas erradas.

Durante os acontecimentos,quando estamos agindo, sempreachamos que é a melhor escolha e éexatamente isso que nos faz crescer:lições aprendidas às custas denossas ações. Precisamos escolhersempre, seja certo ou errado, e emambos os casos sairemos ganhando.

Hoje temos a escolha de fazeralgo diferente por nós mesmos. Nãoimporta as opções que vocêassinalou antes, pense nas queainda estão em branco. Assinale suavida com atitudes seguras. Se darãocerto ou não, ninguém pode saber.Não temos o controle dos resultados,

temos apenas uma vaga idéia donosso futuro e é exatamente isso quedá sabor à vida, que aquece a alma eenche o pensamento de esperança.

Vivermos apenas olhando a vidapassar é chato demais. Não fazerescolhas diferentes para modificarnosso destino é fraqueza.

O que não está certo, o que nãonos dá prazer ou não nos trarámomentos felizes, não devemosassinalar e manter em nossa vida.Precisamos ter coragem de ser o quedevemos e queremos ser. Coragempara construir a vida da maneiracomo queremos e deixar para trásalgo que não nos eleva, só diminui.

Pense, faça uma lista de coisasque quer manter em sua vida,desejos que almeja, e também tudo oque não quer mais. Não precisamostrar sua lista a ninguém. Bastaque você saiba, e então comece atrabalhar para sua grandeconquista: a VIDA VERDADEIRAque deseja construir. Você sabe quetoda construção precisa de base fortee segura e leva tempo para se erguer,portanto não fique aí esperando,coloque logo a mão na massa."

Martin Luther King Jr.

FO

TO

M

AR

CE

LL

O S

OK

AL

Revista SINDIPI Edição 16 FINAL.p65 12/2/2006, 15:4842