Rio Das Ostras - Viagem de Estudo

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Apresentacao feita aos alunos de Viagem de Estudo - UFF, por Marcio Martins, sobre a cidade de Rio das Ostras.

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RIO DAS OSTRAS

Material a ser apresentado na Disciplina: Viagem de EstudoProf.: Ulisses Magoulas Filho

Mestrado em Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal Fluminense,

Uma análise urbana

na pequena escala.

Rio das Ostras

Pesquisa:Marcio Martins

Introdução

• O modelo brasileiro de produção espacial tem estado centrado na viabilização sobretudo de grandes áreas metropolitanas e mitigação de seus problemas. Para fora destas fronteiras, existe um intervalo que também merece atenção dos pesqui-sadores, um espaço intersticial de cidades de menor porte que conformam o país e que trabalhado pode oferecer um importante suporte a conformação de uma rede integrada e eficiente em conjunto com as visadas centralidades metropolitanas.

• Dentro da realidade de formação destes municípios, a produção do espaço urbana também está vinculada aos mesmo conceitos das grandes cidades. Por vezes, entretanto, pela má aplicação ou pouco conhecimento dos conceitos na composição destes espaços, foram geradas situações de degradação ou sub-utilização que necessitam agora de uma revisão conceitual.

Rio das Ostras

IntroduçãoLocalização da cidade

IntroduçãoMapa da cidade

• O município de Rio das Ostras, área urbana e área de ampliação.

•A área urbana do município é toda costeira e éseccionada pela rodovia Amaral Peixoto.

IntroduçãoMapa da cidade

• O espaço urbano da cidade émarcado por disparidades na conformação e na morfologia dos espaços.

• A composição da cidade, a responsabilidade de cada um por sua construção, precisa ser incentivada.

Rio das OstrasHistórico.

- O território agora ocupado pela cidade é de ocupação milenar, comprovada pela existência de sambaquis na região. À época da chegada dos invasores europeus, no século XVI, habitavam a região tribos indígenas, Tamoios ou Goitacazes.

Inicialmente o território se conformaria “na fronteira nunca estabelecida definitivamente das Capitanias Hereditárias e de diversas sesmarias” (LIMA, 1998), em seguida parte distante de outras cidades, Macaé e posteriormente Casimiro de Abreu.

Projeto de Ponte sobre o Rio das Ostras. Séc. XIX

Rio das OstrasHistórico.

- A partir do século XVII, a cidade era um pequeno povoado, às margens do rio onde, antes da passagem, tropas de gado paravam para organizar a travessia, criando então uma pequena estrutura de comércio.

- No final do século XIX, com um pequeno ancoradouro e de águas tranqüilas e longe do controle, servirá de ponto de desembarque para o tráfico de escravos.

- A pequena localidade servirá então de suporte as fazendas da região, até sua decadência já em meados no século XX.

Passado recente, 1960 a 80.

• Com a entrada da auto-estrada, na década de 50, e da possibilidade de ligação com os centros urbanos, deu-se e o início da implantação de inúmeros loteamentos nas décadas de 60 e 70, em geral com conformação de balneários, sem áreas centrais e sem estabelecimento ou referência a uma centralidade específica

• A estrada RJ-106, Amaral Peixoto, ao contrário do modelo de vias expressas utilizado pelos americanos, seccionará as cidades ao invés de liga-las por uma saída em sua margem.

Rio das Ostras

Passado recente, 1960 a 80.

• Não houve nenhuma determinação de projeto urbano geral, as intervenções ficaram no campo do desenho urbano(urban design) entretanto estes desenhos nunca atingiriam a escala da cidade, mas de pequenos loteamentos.

• A conformação espontânea lembra a “Ciudad Lineal”, imaginada por Arturo Soria, onde uma avenida central de deslocamento serve de único eixo estrutural para a espacialidade da cidade, no contexto dos reducionismos locais, não serão pensadas linhas metroviárias de ligação, mas uma simples ligação rodoviária.

• Diversas interpretações dos modelos de planejamento urbano foram reproduzidos individualmente em projetos de loteamento.

Rio das Ostras

Área delimitada da centralidade existente. Considerada apenas como área adensada.

Passado recente, 1960 a 80.Rio das Ostras

A quadrícula, lançada sobre o espaço a parcelar.

Passado recente, 1960 a 80.Rio das Ostras

Loteamento Remanso.

Outra variação da quadrícula, detalhe das variações de quadra e uma grande avenida central.

Passado recente, 1960 a 80.Rio das Ostras

Loteamento Mar do Norte.

Grandes lote ligados a uma rodovia de ligação, remetendo a BroadAcre de F.L. Wright.

Passado recente, 1960 a 80.Rio das Ostras

Loteamento Praia Âncora

Implantação dos lotes de forma orgânica, influenciada pela geografia local.

Passado recente, 1960 a 80.Rio das Ostras

Jardim Bela Vista.

Intensa implantação da quadrícula, com elemento central de embelezamento. Extrema proximidade com os condicionantes naturais (lagoa e mar).

Passado recente, 1960 a 80.Rio das Ostras

Loteamento Ouro Verde.

A quadrícula influenciada pelos bairros jardins, com circulação hierarquizada conforme o modelo Radburn. Obviamente, as grandes áreas livres do modelo americano foram subtraídas na versão local. Observa-se a pouca integração entre os loteamentos.

Passado recente, 1960 a 80.Rio das Ostras

Loteamento Ouro Verde.

Comparação com o modelo Radburn, acima, e o detalhe do loteamento ao lado.

O Empresariamento. 1990 em diante.

Em 1974 a Petrobrás, empresa brasileira responsável pela extração de petróleo, descobre jazidas na região. São criadas, em 1985, leis definindo o direcionamento de royalties para os municípios.

Em 1992, Rio das Ostras viverá seu processo de emancipação do município de Casimiro de Abreu. Em 1997 a lei federal 9478 determina uma maior participação dos municípios nos recursos gerados pelo petróleo.

Rio das Ostras

Zoneamento UrbanoRio das Ostras

A lei 194/96 viria a determinar um zoneamento para a cidade, determinando taxas de ocupação e gabaritos para as áreas loteadas, os princípios do CIAM, do modernismo, seriam ainda nessa época determinantes na lógica construtiva dos espaços, através da determinação de áreas específicas para cada atividade.

• A bacia de campos se torna a principal jazida do país. Os Royalties provocam um salto na população da região de Macaé e impactarão intensamente os municípios vizinhos.

• Os loteamentos outrora relegados, em grande parte, a total abandono e custos baixos, sendo muitos tendo sido esquecidos por empreendedores ou fazendo parte de propriedade de empresas que vieram a falir, começam a ser intensamente ocupados por posseiros.

• Com royalties na economia local e na administração pública, somente podendo ser usados para obras e infra-estrutura, a cidade apresenta um sem número de intervenções e o calçamento de grande parte de malha viária. Tais intervenções entretanto não contariam com um planejamento macro de cidade.

O Empresariamento. 1990 em diante.Rio das Ostras

•Não existindo outras atividades rentáveis na região, o município busca através do turismo construir uma independência futura na falta dos royalties do petróleo.

•Apesar de não contar com um planejamento específico, a cidade investiu pesadamente na competição entre cidades, na afirmação de uma posição de destaque na região.

•Tais investimentos geraram grandes projetos urbanos, para a escala da cidade, que tem por finalidade trazer público turístico para a cidade, na tentativa de alavancar a economia local.

O Empresariamento. 1990 em diante.Rio das Ostras

• Grandes projetos, como o complexo da Orla da Praia de Costa Azul, tratamento paisagístico urbanístico a um trecho de praia, com criação de áreas de recreação infantis, extensos decks e quiosques, reurbanização da Rodovia Amaral Peixoto, tratamento de calçadas e na criação de marcos urbanos dos quais, do projeto original, só viria a se consolidar a grande ponte estaiada que cruza o rio que dá nome a cidade.

• No plano dos projetos seriam desenvolvidos Centros de Convenções (projetado por Rui Otake), Aquário Marinhos, Museus do Mar, Um grande teatro, Centro de treinamento de Natação, que mais tarde seriam descartados na re-configuração da agenda política .

• Tais projetos, entretanto, conviverão com graves desigualdades sociais, as quais negarão seu caráter de afirmação, extensamente promovido através de ações de marketing promovidas pela cidade.

O Empresariamento. 1990 em diante.Rio das Ostras

Grandes Projetos: Costa Azul.Rio das Ostras

O projeto de Costa Azul compreende o trecho de praia de 4 quadras e o bairro. O partido produz uma paisagem diferenciada e controlada, aos moldes de resorts e condomínios fechados de luxo.

Grandes Projetos: Costa Azul.Rio das Ostras

O projeto foi iniciado pelo trecho da praça onde hoje encontra-se a grande estrutura em bronze de uma Baleia. Os empreendimento particulares, no entanto, após 3 anos de implantação, ainda não se apropriaram plenamente das intenções do espaço urbano.

Grandes Projetos: Costa Azul.Rio das Ostras

Do mirante os quiosque do projeto da Praia de Costa Azul. A concentração não tem sido acompanhada de plena utilização do quiosques.

Grandes Projetos: Lagoa do Iriri.Rio das Ostras

O projeto para o entorno da Lagoa do Iriry cria uma área de utilização e mediação entre a área protegida pela APA e o loteamento existente.

Grandes Projetos: Lagoa do Iriri.Rio das Ostras

Em contraste com a urbanização de Costa Azul, o projeto para a lagoa e sua área de proteção apresenta maior simplicidade na soluções.

Grandes Projetos: Lagoa do Iriri.Rio das Ostras

O projeto da área da lagoa encerra-se nas áreas públicas e não possui rebatimentos formais no bairro próximo.

O Empresariamento. 1990 em diante.Rio das Ostras

Conformação de ruas, calçadas e praças. Rodovia Amaral Peixoto.

Grandes Projetos: Rodovia Amaral Peixoto.Rio das Ostras

Propostas de marcos referenciais.

Grandes Projetos: Rodovia Amaral Peixoto.Rio das Ostras

Embora o projeto de revitalização da rodovia Amaral Peixoto tenha contemplado a área reconhecida como centro da cidade com alguma referência, a estrutura urbana do local não pressupõe uma diferenciação qualitativa com relação ao todo da cidade.

Esta falta de um contexto urbano torna a leitura da própria cidade disconexa, irreferenciada, sem incentivar a apropriação da população pelo espaço urbano e consequentemente, pela “Civitas”.

Grandes Projetos: Rodovia Amaral Peixoto.Rio das Ostras

Rio das Ostras

Ponte estaiada, grande obra. E comunidade logo acima, abaixo áreas pobres da cidade.

Grandes Projetos: Rodovia Amaral Peixoto.

Grandes Projetos: Aquário Municipal.Rio das Ostras

Grandes Projetos: Aquário Municipal.Rio das Ostras

Grandes Projetos: Aquário Municipal.Rio das Ostras

• A partir de 1999, cria-se uma comissão para o desenvolvimento de um plano diretor para a cidade, em processo de aprovação pela câmara em 2007

• O plano inclui em seu corpo diversos mecanismos contemporâneos de gestão da cidade e é moldado sob os princípios do estatuto das cidades.

Rio das OstrasPainel atual e futuro.

Painel atual e futuro.

• Atualmente a prefeitura investe em obras de infra-estrutura, de implantação de rede de água e calçamento.

• O plano diretor estabelece uma ampliação da área urbana para além dos limites da Rodovia do Contorno, possibilitando a formação de um novo território de área praticamente equivalente a da cidade implantada.

• Continuam os projetos e obras para a construção de mais marcos referencias, como a Cidade da Natação, urbanização da Praça São Pedro, com concha acústica, além do término das obras da Orla da Tartaruga. Criação de uma parceria público privada para o fornecimento de infra-estrutura de saneamento para a cidade.

Rio das Ostras

Análise Urbana: Morfologia e Contextos.Rio das Ostras

A cidade apresenta descontinuidades no contexto urbano e falta de referenciais.

Análise Urbana: Morfologia e Contextos.Rio das Ostras

O contexto urbano da ponte.

Análise Urbana: Morfologia e Contextos.Rio das Ostras

Ainda sobre as diferenças morfológicas podemos avaliar os bairros de Costa Azul(dir.) e Nova Esperança(esq. do rio).

Análise Urbana: Morfologia e Contextos.Rio das Ostras

Bairros extensão do bosque e bosque da praia em contraponto com o bairro da Liberdade.

Análise Urbana: Morfologia e Contextos.Rio das Ostras

O loteamento popular Gelson Apicelo e a estrada de ligação com a rodovia do contorno.Como integrar com o tecido da cidade?

Rio das Ostras

O bairro Âncora possuia um loteamento original diferenciado, mais ligado a geografia original, mas o loteamento ficou órfão de proprietário e foi ocupado por invasões. Atualmente funciona como fronteira de habitação popular dentro do município.

Análise Urbana: Morfologia e Contextos.

Rio das Ostras

Às margens do Rio das Ostras o projeto procura amortecer o impacto da ocupação irregular.

Análise Urbana: Morfologia e Contextos.

A área central da cidade e seus loteamentos. Os equipamentos públicos como o estádio não possuem leitura no contexto urbano.

Análise Urbana: Morfologia e Contextos.Rio das Ostras

A baixa diferença de cota com o nível do mar oferece obstáculo a ocupação controlada da área do “valão” do Medeiros

Análise Urbana: Morfologia e Contextos.Rio das Ostras

A baixa cota pode ser um dos principais entraves para a apropriação do bairro Serramar.

Análise Urbana: Morfologia e Contextos.Rio das Ostras

Rio das Ostras

O trecho mais afastado do bairro Terra Firme possui esparsa ocupação e lembra o resto da região costeira da cidade antes do boom imobiliário, mas já sofreu grande valorização especulativa.

Análise Urbana: Morfologia e Contextos.

Análise Urbana: Morfologia e Contextos.Rio das Ostras

Rodovia do contorno, cidade atual e área de expansão urbana do plano diretor.

Rio das OstrasMapa da cidade – Lugares a Conhecer.

1 – Orla e bairro de Costa Azul.

2 – O caminho de Costa Azul até a área da Arie da Lagoa do Iriry.

3 – O Bairro Mariléa e o Parque dos Pássaros

4 – Caminho da Ponte Estaiada,

5 - passando pela Beira Rio e Bairro Nova Esperança.

6 – Centro e Intervenções da Rodovia Amaral Peixoto

7 - Praias Virgens e da Joana.

8 – Obras da Praia da Tartaruga.

Bibliografia

HALL, Peter. “Cidades do Amanhã”. São Paulo: Perspectiva, 2005.HARVEY, David. “Do gerenciamento ao empresariamento: a transformação da administração no capitalismo tardio”. 1996.PINTO, Moctezuma. RODOVIA AMARAL PEIXOTO - TRECHO MUNICIPAL http://www.jornalorebate.com/colunistas/moc5.htm, 2006-Bernardes, Lísia Maria C. Planície Litorânea e Zona Canavieira do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Conselho Nacional de Geografia, 1957.-www.googleearth.com,