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ISSN 2238-0590
SAEMS 2017 Sistema de Avaliação da Educação da Rede Pública de Mato Grosso do Sul
Relatório Pedagógico | Língua Portuguesa | Leitura e Produção de Texto
A P R E S E N T A Ç Ã O L I N H A D O T E M P O R E S U LT A D O S D A S U A E S C O L A
R O T E I R O D E L E I T U R A E A N Á L I S E C O M O U T I L I Z A R O S R E S U LT A D O S
P E R F I S D E A L F A B E T I Z A Ç Ã O E L E T R A M E N T O
A N E X O
P E R C U R S O D A AVA L I A Ç Ã O
C O L O C A N D O E M P R Á T I C A
SAEMS
Relatório Pedagógico
Língua PortuguesaLeitura e Produção de Texto
2017
Sistema de Avaliação da Educação da Rede Pública de Mato Grosso do Sul
ISSN 2238-0590
FICHA CATALOGRÁFICA
MATO GROSSO DO SUL. Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul.
SAEMS – 2017 / Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd.
v. 1 ( jan./dez. 2017), Juiz de Fora, 2017 – Anual.
Conteúdo: Relatório Pedagógico - Língua Portuguesa.
ISSN 2238-0590
CDU 373.3+373.5:371.26(05)
Governador
Reinaldo Azambuja
Vice-Governadora
Rosiane Modesto de Oliveira
Secretária de Estado de Educação
Maria Cecilia Amendola da Motta
Secretário-Adjunto da Secretaria de Estado de Educação
Josimário Teotônio Derbli da Silva
Diretor-Geral de Infraestrutura, Administração e Apoio Escolar
Paulo Henrique Malacrida
Superintendente de Políticas Educacionais
Hélio Queiroz Daher
Superintendente de Gestão de Pessoas
Wellington Fernando Modesto da Silva
Superintendente de Administração, Orçamento e Finanças
Cícero Rosa Vilela
Superintendente de Administração das Regionais
Juari Lopes Pinto
Superintendente de Planejamento e Apoio Institucional
Soraya Regina de Hungria Cruz
Coordenadora de Planejamento e Avaliação
Edna Ferreira Bogado da Rosa
EQUIPE DA COORDENADORIA DE PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO
Alciley Lopes da Silva
Alvara Susi Peixoto Simei
Ana Paula Almeida de Araújo Sorrilha
Ana Virgínia de Oliveira Lemos
César Eduardo da Silva
Hélio de Lima
Luciana Guilherme da Silva
Maristela Alves da Silva Teixeira
Pedro Luís da Silva Giaretta
Rute Martins Valentin
Silvana Maria Batista
Teresa Cristina Siqueira Borges Martins
Sumário
6 APRESENTAÇÃO
8 LINHA DO TEMPO
10 RESULTADOS DA SUA ESCOLA EM LÍNGUA PORTUGUESA
11 ROTEIRO DE LEITURA E ANÁLISE
23 COMO UTILIZAR OS RESULTADOS
26 PERFIS DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
30 PERCURSO DA AVALIAÇÃO
32 COLOCANDO EM PRÁTICA
41 ANEXO I
64 ANEXO II
Apresentação
Monitorar para avançarAVALIAÇÃO EXPRESSA COMPROMISSO COM O DIREITO DE APRENDER E PERMITE
A CONSTRUÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS COM BASE EM EVIDÊNCIAS
Pesquisar a qualidade da educação da rede pública de ensino, a fim de
que políticas públicas sejam elaboradas com base em evidências, expres-
sa o compromisso com o direito de aprender de toda criança e todo jovem
brasileiros em idade escolar. Esse direito está sustentado em dispositivos
legais, como a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases
da Educação – Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996 (LDB/96), e repre-
senta não apenas esforços voltados ao acesso e à permanência de es-
tudantes na escola, mas a garantia de padrões que combinem qualidade
com equidade na oferta educacional.
O direito de aprender tem natureza social e é dever do Estado e da fa-
mília, sendo promovido e incentivado com a colaboração da sociedade,
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa para o exercício da cidada-
nia e a sua qualificação ao trabalho. Mas como saber se esse direito vem
sendo atendido na prática?
A avaliação educacional externa em larga escala produz informação que
viabiliza o monitoramento do direito à educação nas escolas de Mato
Grosso do Sul, permitindo um acompanhamento periódico de indicadores
referentes às instituições e aos estudantes individualmente. O Sistema de
Avaliação da Educação da Rede Pública de Mato Grosso do Sul – SAEMS
busca, então, observar o desempenho de estudantes por meio de testes
padronizados, cujo objetivo é aferir o que eles sabem e são capazes de
6 SAEMS 2017
01---------
“O SAEMS pretende observar o desempenho de estudantes por meiode testes padronizados,com o objetivo de verificar o que eles sabem e são capazes de fazer
”fazer, a partir da identificação do desenvolvimento de habilidades e com-
petências consideradas essenciais para que consigam avançar no pro-
cesso de escolarização.
Para conhecer melhor o SAEMS, acompanhe a linha do tempo que abre
este volume. Em seguida, você pode conferir um roteiro para apoiar a lei-
tura e a análise dos resultados da sua escola em língua portuguesa, com
algumas orientações em relação aos usos possíveis e adequados desses
resultados.
Além dos resultados gerais, um novo indicador está sendo apresentado
neste Relatório (página 26) e no de Matemática (página 24), na seção Per-
fis de Alfabetização e Letramento para o 3º, 5º e 9º anos do ensino funda-
mental. Esse indicador auxilia na compreensão do desenvolvimento dos
estudantes no que se refere ao domínio da leitura e da escrita e de seus
usos sociais, fundamental para a formação escolar e o prosseguimento
dos estudos no ensino médio.
O percurso da avaliação e uma sugestão para atividade pedagógica tam-
bém integram esta publicação, que apresenta, em seu Anexo, as descri-
ções dos níveis de desempenho referentes à disciplina em foco, acompa-
nhadas por exemplos de itens.
Boa leitura!
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 7
2011 20132012
70,5%Participação
Previstos: 148.529 estudantesEfetivos: 104.691 estudantes
Etapas: 2º, 3º, 4º, 5º e 8º anos do EF, 1º e 3º anos do EM e 1ª fase do EM da EJA
Disciplinas: Língua Portuguesa / Matemática / Produção de Texto
71,0%Participação
Previstos: 83.453 estudantesEfetivos: 59.263 estudantes
Etapas: 1º, 2º e 3º anos do EM
Disciplinas: Língua Portuguesa / Matemática / Produção de Texto
71,0%Participação
Previstos: 88.189 estudantesEfetivos: 62.601 estudantes
Etapas: 1º, 2º e 3º anos do EM
Disciplinas: Língua Portuguesa / Matemática / Produção de Texto
Linha do tempo
SAEMS oferece dados para diagnóstico da educaçãoINFORMAÇÕES DÃO SUPORTE À ELABORAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
COERENTES COM A REALIDADE PERCEBIDA POR MEIO DA AVALIAÇÃO
O Sistema de Avaliação da Educação da Rede Pública de Mato Grosso
do Sul (SAEMS) foi criado pela Secretaria de Estado de Educação de Mato
Grosso do Sul, com o intuito de compreender a realidade educacional do
Estado. Trabalhar com os resultados das avaliações em larga escala é um
exercício fundamental para que haja, no interior de cada escola, possibi-
lidade de melhoria e uma série de refl exões acerca das ações pedagógi-
cas e de gestão em curso.
Linha do tempo
8 SAEMS 2017
-02--------
2014* 2016
67,6%Participação
Previstos: 12.907 estudantesEfetivos: 8.731 estudantes
Etapas: 3º ano do EM
Disciplinas: Língua Portuguesa / Matemática
71,4%Participação
Previstos: 66.019 estudantesEfetivos: 47.114 estudantes
Etapas: 4º e 8º anos do EF e 1º ano do EM
Disciplinas: Língua Portuguesa / Matemática / Produção de Texto
2017
68,5%Participação
Previstos: 24.966 estudantesEfetivos: 17.101 estudantes
Etapas: 2º ano do EM
Disciplinas: Língua Portuguesa / Matemática / Produção de Texto
O SAEMS coleta dados relativos às escolas públicas estaduais, buscando
informações sobre o desenvolvimento da aprendizagem em língua por-
tuguesa (leitura), produção de texto e matemática. O sistema envolve o
ensino fundamental e o ensino médio, e apresenta cronograma diferen-
ciado das avaliações, com foco em demandas educacionais específi cas:
enquanto as avaliações do 4º e 8º anos do ensino fundamental acontece-
ram, em 2011 e 2016, para determinadas etapas do ensino médio (2º e 3º
anos), a avaliação foi aplicada nos anos 2012 e 2013. E, em 2014, para o
3º ano do ensino médio. O 1º ano do ensino médio participou das edições
de 2011, 2012, 2013 e 2016.
Em 2017, o SAEMS focalizou a avaliação dos estudantes do 2º ano do
ensino médio.
*Para a edição de 2014 foi avaliado um grupo específi co de escolas participantes do Proemi/JF.
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 9
Os resultados alcançados pela sua escola em lín-
gua portuguesa, nos testes de desempenho apli-
cados aos estudantes de cada etapa avaliada no
SAEMS 2017, estão disponíveis no endereço:
www.saems.caedufjf.net
Esses resultados informam a qualidade e a equi-
dade da oferta educacional, de acordo com o
aferido pela Teoria de Resposta ao Item (TRI), em
que se avalia o desenvolvimento de habilidades
e competências por meio de testes padronizados
de proficiência, e pela Teoria Clássica dos Tes-
tes (TCT), que aponta o percentual de acertos de
itens no teste.
Com o intuito de orientá-lo na apropriação de
todas as informações apresentadas, estão pre-
sentes neste volume um roteiro de leitura e
análise dos resultados e instruções para seus
melhores usos.
Resultados da sua escola em língua portuguesa
Desempenho revela qualidade da oferta INDICADORES DE DESEMPENHO E PARTICIPAÇÃO NA AVALIAÇÃO
SÃO DIVULGADOS POR ETAPA DE ESCOLARIDADE
A interpretação pedagógica dos resultados
As proficiências obtidas pelos estudantes nos testes aplicados precisam
ser interpretadas à luz da escala de proficiência. Para analisá-la, acesse
www.saems.caedufjf.net. A escala é um instrumento que contém a des-
crição pedagógica das habilidades avaliadas. Ela orienta o trabalho do
professor, apresentando os resultados em uma espécie de régua na qual
os valores obtidos são categorizados em intervalos que indicam o grau
de desenvolvimento das habilidades pelos estudantes que alcançaram
determinado padrão de desempenho. No site, você também encontrará
as matrizes de referência da avaliação, que apresentam as habilidades e
competências esperadas para cada etapa avaliada e orientam a produção
dos itens que compõem os testes.
10 SAEMS 2017
---
04------
Roteiro de leitura e análise
Orientações auxiliam na interpretação de resultados INFORMAÇÕES CONTEXTUAIS, PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO E RESULTADOS
DA AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM DEVEM SER CONSIDERADOS
A avaliação externa é ferramenta valiosa para a melhoria do ensino e da aprendiza-
gem na escola, podendo servir de apoio ao planejamento pedagógico dos professo-
res em sala de aula.
Para a efetivação do trabalho comprometido com a garantia do direito a uma educa-
ção de qualidade, é necessário saber ler e analisar os resultados dessa avaliação, a
fim de construir um diagnóstico substantivo da aprendizagem na escola. Lembre-se:
os resultados devem ser analisados em conjunto com as informações contextuais da
escola e, principalmente, com o Projeto Político-Pedagógico e os resultados da avalia-
ção, de aprendizagem, conduzida por você e seus pares durante o ano letivo.
As orientações quanto à leitura e à análise dos resultados da avaliação externa, no
âmbito da sua escola, apresentadas a seguir, vão ajudá-lo a compreender melhor
como utilizá-los, de maneira que você possa organizar seu trabalho, considerando as
informações ora produzidas.
O exercício proposto neste roteiro deve ser realizado por etapa de escolaridade ava-
liada nesta disciplina. Ao final, sugere-se a sistematização da sua análise com o olhar
para todas as etapas desta disciplina oferecidas por sua escola.
Indicador de participação
Indicadores de desempenho estudantil
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 11
Observe os resultados da sua escola na etapa em foco e organize sua
leitura e análise.
Nesta edição, a participação registrada é de: ______%.
Esse indicador de participação retrata a média de frequência de
estudantes no decorrer do ano letivo?
Sim Não
O percentual de participação, ao longo do tempo:
aumentou. diminuiu.
manteve-se estável. oscilou.
A avaliação em Mato Grosso do Sul é censitária, logo, deve incluir todos os
estudantes matriculados na Rede Estadual de Ensino. Cada escola deve
certificar-se de que os estudantes previstos estejam presentes no momento
da aplicação e respondam aos testes de proficiência e questionários,
quando houver. Importa destacar que os indicadores de desempenho da
escola só podem ser generalizados quando o percentual de participação
for igual ou maior do que 80%1.
1 O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC) divulgou
recentemente a adoção desse percentual para divulgação dos resultados da Avaliação Nacional
da Alfabetização (ANA). O percentual foi adotado para a representatividade dos resultados.
Indicador de participação
Identifique, neste quadro, os resultados escolhidos para o exercício a seguir.
Repita esse exercício para cada etapa de escolaridade avaliada nesta disciplina.
Disciplina: Língua Portuguesa
Etapa:
12 SAEMS 2017
---
04------
Liste algumas hipóteses para explicar a participação da sua escola na
avaliação externa.
Considerando as hipóteses levantadas, quais estratégias podem ser
adotadas, para aumentar ou manter (se acima de 80%) o indicador de
participação de estudantes na avaliação externa?
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 13
Observe os resultados da sua escola nesta disciplina e organize sua
leitura e análise.
Importa, nesse momento, que você faça reflexões de ordem qualitativa
sobre os resultados da avaliação.
Proficiência média
Considere agora a proficiência média nesta disciplina.
Identifique a média de proficiência dos estudantes e localize em que
padrão de desempenho ela está alocada:
Esse padrão é o mesmo em que se encontra o maior percentual de
estudantes?
Sim Não
Em geral, a proficiência média retrata o desempenho da maioria dos es-
tudantes, mas nem sempre essas informações coincidem. A divergência
sinaliza os riscos de se adotar única e exclusivamente a proficiência mé-
dia da escola para informar a qualidade da oferta educacional. Essa profi-
ciência média pode mascarar uma situação de desigualdade educacional
entre os estudantes, pois aqueles com maior desempenho, embora em
menor quantitativo, elevam a média da escola. O contrário também é pos-
sível: estudantes com proficiência muito baixa podem diminuir essa média.
Indicadores de desempenho estudantil
Proficiência refere-se
ao conhecimento ou à
aptidão demonstrados por
estudantes avaliados em
determinada disciplina e
etapa de escolaridade.
14 SAEMS 2017
---
04------
É importante observar, na série histórica da avaliação, se a média vem
aumentando a ponto de avançar nos padrões de desempenho, ou se está
ocorrendo estagnação, queda ou oscilação desses padrões.
O grande desafio é garantir que todos os estudantes alcancem padrões
de desempenho adequados à etapa de escolaridade em que se encon-
tram. Isso demonstra que a escola está conseguindo melhorar a qualida-
de da educação que oferece com garantia de equidade: todos os estu-
dantes aprendendo.
Observe se isso ocorre e reflita sobre as principais razões para o
cenário identificado.
Utilize os espaços das
margens para suas
reflexões e anotações.
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 15
Padrões de desempenho estudantil
Você agora será convidado a olhar a distribuição dos estudantes por
padrão de desempenho, uma vez que a análise isolada da proficiência
média pode direcionar o seu olhar a comparações inadequadas em rela-
ção aos resultados de edições anteriores.
Identifique o padrão de desempenho estudantil em que se encontra o
maior percentual de estudantes dessa etapa de escolaridade:
Muito crítico.
Crítico.
Intermediário.
Adequado.
Qual é a sua percepção sobre a distribuição dos estudantes por
padrão de desempenho?
Observe se há concentração de estudantes em um ou mais padrões e se
esses padrões são aqueles que denotam maiores dificuldades de apren-
dizagem.
Idealmente, espera-se que todos os estudantes alcancem os padrões
mais avançados de aprendizagem, ou seja, os padrões de desempenho
Intermediário e Adequado, aqueles considerados adequados para sua
etapa de escolaridade.
Padrões de desempenho
estudantil são definidos
a partir de intervalos da
escala de proficiência em
que há estudantes com
desempenho semelhante,
compondo agrupamentos
com desenvolvimento
similar de habilidades e
competências.
16 SAEMS 2017
---
04------
Reflita e liste as possíveis causas desses resultados, que demonstram
um quadro de estabilidade ou de crescimento/queda/oscilação.
Considere o trabalho docente, o Projeto Político-Pedagógico, os progra-
mas e os projetos institucionais presentes no cotidiano escolar.
Informe o quantitativo de estudantes, em números absolutos, em
cada padrão de desempenho, nas últimas edições da avaliação:
EDIÇÃO Muito crítico Crítico Intermediário Adequado
2012
2013
2017
É possível afirmar que a distribuição dos estudantes por padrão de
desempenho no ciclo 2017, com relação às edições anteriores, é:
semelhante. diferente.
Se a distribuição é semelhante, o quadro é de estabilidade.
Se a distribuição é diferente, o quadro pode ser de crescimento, queda ou oscilação.
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 17
Quais estratégias podem ser adotadas para melhorar o desempenho
dos estudantes alocados nos padrões que caracterizam maiores
dificuldades de aprendizagem?
Reflita sobre o desenvolvimento da Matriz Curricular, sua implementação
na escola, o Projeto Político-Pedagógico, os programas e os projetos insti-
tucionais presentes no cotidiano escolar.
Para estudantes com maiores dificuldades, a intervenção pedagógica
deve ser orientada no sentido de auxiliá-los no desenvolvimento das ha-
bilidades e competências esperadas e ainda não desenvolvidas até a
etapa de escolaridade avaliada. Já para os estudantes com melhor de-
sempenho, os esforços podem ser dirigidos ao aprofundamento dessas
habilidades e competências.
Consulte a seção
Como utilizar os
resultados (pág. 23)
para complementar a
análise dos indicadores
apresentados até aqui.
18 SAEMS 2017
---
04------
Percentuais de acerto por descritor
Observe agora os percentuais de acerto por descritor, nos resultados por
estudante disponíveis no site do programa.
Atenção: esses resultados são provenientes da Teoria Clássica dos Testes
(TCT) e, por isso, não são dados comparáveis ano a ano.
Analise a proficiência média e o padrão de desempenho dos estudantes
de determinada turma da disciplina e etapa escolhida. Há grandes dife-
renças de desempenho entre os estudantes dessa turma? E entre esses
estudantes e os de outras turmas da mesma disciplina e etapa, há diferen-
ças significativas?
Registre suas conclusões e dialogue com seus pares, levantando
possíveis hipóteses para esses resultados.
Depois de conhecer e refletir sobre a proficiência e o padrão de desempe-
nho dos estudantes, por turma, é hora de analisar as habilidades avaliadas
e verificar quais apresentaram maiores dificuldades para os estudantes.
C Identifique, em cada turma, as habilidades que tiveram menos de
50% de acerto na disciplina e etapa em análise.
C Registre a habilidade nos quadros a seguir e escreva, à frente de
cada turma, o percentual de acerto referente a ela2.
C No site do programa, observe quantos itens cada estudante
acertou em relação a cada descritor/habilidade. Observe em quais
habilidades o estudante não obteve nenhum acerto.
2 Caso seja necessário, reproduza os quadros e faça a atividade contemplando todas as
habilidades que tiveram menos de 50% de acerto.
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 19
Discuta com as equipes gestora e pedagógica quais são as melhores
estratégias para auxiliar os estudantes no desenvolvimento das
habilidades relacionadas.
DESCRIÇÃO DA HABILIDADE TURMAPERCENTUAL
DE ACERTO
DESCRIÇÃO DA HABILIDADE TURMAPERCENTUAL
DE ACERTO
DESCRIÇÃO DA HABILIDADE TURMAPERCENTUAL
DE ACERTO
DESCRIÇÃO DA HABILIDADE TURMAPERCENTUAL
DE ACERTO
DESCRIÇÃO DA HABILIDADE TURMAPERCENTUAL
DE ACERTO
DESCRIÇÃO DA HABILIDADE TURMAPERCENTUAL
DE ACERTO
DESCRIÇÃO DA HABILIDADE TURMAPERCENTUAL
DE ACERTO
20 SAEMS 2017
---
04------
Conclusão
Com os seus pares, discuta a percepção geral a respeito dos resultados
da sua escola em língua portuguesa.
Sistematize suas análises, indicando os destaques positivos e/ou
negativos em relação a esses resultados, nesta disciplina.
Com base em suas análises, quais são os principais desafios a serem
superados durante este ano letivo (2018)?
A participação da escola.
O percentual de estudantes no perfil de alfabetização e letramen-
to adequado.
O número de estudantes nos padrões de desempenho considera-
dos adequados para a etapa.
A média de proficiência da escola.
O desenvolvimento das habilidades mínimas esperadas para a
etapa de escolaridade avaliada.
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 21
As demandas priorizadas devem ser compartilhadas coletivamente, para
que possam compor o plano de ação da escola, que deve ser de respon-
sabilidade de todos.
Para aprofundar as análises iniciadas por este roteiro, consulte, no Anexo,
a descrição pedagógica dos padrões/níveis de desempenho e os exem-
plos de itens referentes a cada um.
Neste volume, são apresentadas, ainda, sugestões para a prática peda-
gógica pautadas nos resultados da avaliação.
Para refletir:
Leia mais sobre “A avaliação de desempenho e a proposta de competências
na organização da aprendizagem dos estudantes”, no site do SAEMS.
22 SAEMS 2017
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05-----
Como utilizar os resultados
Atenção aos usos possíveis e adequados dos dadosTCT IDENTIFICA PERCENTUAIS DE ACERTO NO TESTE E TRI POSSIBILITA
COMPARABILIDADE DE RESULTADOS AO LONGO DO TEMPO.
Na avaliação educacional externa em larga escala de Mato Grosso do
Sul, os dados são produzidos por metodologia específi ca – utilizando-se
a Teoria Clássica dos Testes (TCT) e a Teoria de Resposta ao Item (TRI).
Os resultados baseados na Teoria Clássica dos Testes (TCT) apresentam
o percentual de acertos em relação ao total de itens do teste, bem como
a relação de acerto para cada descritor avaliado.
A Teoria de Resposta ao Item (TRI), por sua vez, atribui ao desempenho
dos estudantes uma profi ciência (e não uma nota). Essa metodologia leva
em consideração uma modelagem estatística capaz de determinar um va-
lor/peso diferenciado para cada item que o estudante respondeu no teste
de profi ciência; desse modo, é possível estimar o que o estudante é capaz
de fazer, de acordo com os itens respondidos corretamente.
A profi ciência é determinada considerando o padrão de respostas dos
estudantes, de acordo com o grau de difi culdade e demais parâmetros
dos itens. Cada item possui um grau de difi culdade próprio e parâmetros
diferenciados, atribuídos por meio do processo de calibração dos itens, o
que permite a comparabilidade ao longo do tempo.
Os itens que compõem os testes da avaliação educacional em larga es-
cala são elaborados a partir das matrizes de referência. Cabe destacar
que as matrizes não englobam todo o currículo. A partir de um recorte da
Matriz Curricular, são defi nidas as habilidades passíveis de serem ava-
liadas em testes padronizados de desempenho, constituindo as referidas
matrizes de referência para a avaliação.
Tendo em vista essas características da avalição, é necessário ter atenção
aos usos possíveis e adequados de seus resultados.
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 23
O que não fazer
• Ler os resultados como dados longitudinais, quando a avaliação não tiver essa fi nalidade.
• Comparar os resultados da escola em diferen-tes disciplinas.
• Considerar a profi ciência média isoladamente, sem analisá-la com a ajuda da escala.
O que não fazer
• Supor que, uma vez elevado o percentual de par-ticipação, não se faz necessário promover ações que possam aumentar esse percentual.
• Generalizar os resultados da avaliação se o percentual de participação não for representativo, ou seja, maior ou igual a 80%.
Profi ciência média
Participação
O que fazer
• Comparar os resultados da escola ano a ano, para a mesma etapa.
• Comparar os resultados de diferentes etapas, com a mesma escala de profi ciência, para a mesma disciplina.
• Analisar os resultados a partir da leitura e inter-pretação pedagógica da escala de profi ciência, observando o desenvolvimento de habilidades e competências.
O que fazer
• Acompanhar o percentual de participação, ano a ano, com o objetivo de atingir a participação total, visto que a avaliação é censitária.
• Entender que uma participação maior ou igual a 80% contribui para mensurar a qualidade dos processos de ensino e aprendizagem.
24 SAEMS 2017
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05-----
O que não fazer
• Ler os resultados como dados longitudinais, quando a avaliação não tiver essa fi nalidade.
• Comparar os resultados da escola em diferen-tes disciplinas.
• Considerar a profi ciência média isoladamente, sem analisá-la com a ajuda da escala.
O que não fazer
• Supor que, uma vez elevado o percentual de par-ticipação, não se faz necessário promover ações que possam aumentar esse percentual.
• Generalizar os resultados da avaliação se o percentual de participação não for representativo, ou seja, maior ou igual a 80%.
Profi ciência média
Participação
O que fazer
• Comparar os resultados da escola ano a ano, para a mesma etapa.
• Comparar os resultados de diferentes etapas, com a mesma escala de profi ciência, para a mesma disciplina.
• Analisar os resultados a partir da leitura e inter-pretação pedagógica da escala de profi ciência, observando o desenvolvimento de habilidades e competências.
O que fazer
• Acompanhar o percentual de participação, ano a ano, com o objetivo de atingir a participação total, visto que a avaliação é censitária.
• Entender que uma participação maior ou igual a 80% contribui para mensurar a qualidade dos processos de ensino e aprendizagem.
O que não fazer
• Entender que a melhora de profi ciência média corresponde imediatamente à melhora de pa-drão de desempenho.
• Entender que os estudantes alocados em um padrão de desempenho em uma disciplina estão no mesmo padrão em outra disciplina.
• Entender que os intervalos dos padrões são os mesmos para cada etapa e disciplina avaliadas.
• Supor que estudantes alocados em padrões de desempenho cujos intervalos estão no início da escala de profi ciência não são capazes de aprender e, por isso, têm baixo desempenho.
• Ignorar as demandas de estudantes alocados nos intervalos mais altos da escala, pressupon-do que eles não requerem atenção docente.
O que não fazer
• Atribuir a difi culdade na melhoria dos resultados apenas às ações de gestores e professores.
• Comparar os próprios resultados com os de outras escolas, ignorando os contextos.
Padrões de desempenho estudantil
Metas de aprendizagem
O que fazer
• Identifi car, em cada etapa e disciplina, os estudantes com mais difi culdades de aprendi-zagem.
• Reconhecer que cada padrão de desempenho corresponde a diferentes níveis de aprendi-zagem, o que requer planejamento específi co para cada um deles.
• Acompanhar, a cada ano, se a escola apresen-ta resultados semelhantes para cada etapa e disciplina (se a sua profi ciência média está alocada no mesmo padrão de desempenho).
O que fazer
• Entender que o estabelecimento de metas au-xilia no monitoramento da oferta educacional e, consequentemente, dos resultados alcançados a cada ano.
• Orientar-se a partir das metas pactuadas para defi nir ações pedagógicas e de gestão capazes de provocar mudanças positivas e substantivas.
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 25
Perfi s de alfabetização e letramento
Novo indicador evidencia desafi o CORREÇÃO DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NOS ANOS INICIAIS
É NECESSÁRIA PARA ENFRENTAR ABANDONO DA SALA DE AULA
Os resultados do SAEMS são divulgados com o uso de indicadores
específi cos, sendo eles a profi ciência média, a taxa de participação
na avaliação, a distribuição de estudantes por padrão de desempe-
nho e o percentual médio de acerto por descritor.
Em 2017, um novo indicador está sendo apresentado: o perfi l de
alfabetização e letramento, para o 3º, 5º e 9º anos do ensino funda-
mental, em língua portuguesa. A intenção é divulgar um dado que
sintetize o tamanho do desafi o a ser enfrentado no ensino funda-
mental brasileiro, assim como fez o Inep/MEC na última edição da
Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA 2016).
ATÉ 2016 A PARTIR DE 2017
D1 D2 D3100% 33% 90%
Profi ciênciamédia
Participação Distribuição de estudantes por padrão de desempenho
Percentual médio de acerto por descritor
Perfi s de alfabetizaçãoe letramento
26 SAEMS 2017
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06----
Perfi s de alfabetização e letramento
Novo indicador evidencia desafi o CORREÇÃO DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NOS ANOS INICIAIS
É NECESSÁRIA PARA ENFRENTAR ABANDONO DA SALA DE AULA
Os resultados do SAEMS são divulgados com o uso de indicadores
específi cos, sendo eles a profi ciência média, a taxa de participação
na avaliação, a distribuição de estudantes por padrão de desempe-
nho e o percentual médio de acerto por descritor.
Em 2017, um novo indicador está sendo apresentado: o perfi l de
alfabetização e letramento, para o 3º, 5º e 9º anos do ensino funda-
mental, em língua portuguesa. A intenção é divulgar um dado que
sintetize o tamanho do desafi o a ser enfrentado no ensino funda-
mental brasileiro, assim como fez o Inep/MEC na última edição da
Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA 2016).
ATÉ 2016 A PARTIR DE 2017
D1 D2 D3100% 33% 90%
Profi ciênciamédia
Participação Distribuição de estudantes por padrão de desempenho
Percentual médio de acerto por descritor
Perfi s de alfabetizaçãoe letramento
O perfi l de alfabetização e letramento é um instrumento que ajuda
a compreender o desenvolvimento dos estudantes com relação ao
domínio da leitura e da escrita e de seus usos sociais, habilidades
importantes em toda a formação escolar – do ensino fundamental
ao ensino médio. Nos últimos anos, os resultados das avaliações
da educação básica têm apontado, de modo geral, para a baixa
qualidade do ensino oferecido nas escolas brasileiras. Observa-se,
além do baixo desempenho demonstrado pelos estudantes nas
competências básicas necessárias para a continuidade dos estu-
dos, a existência de grandes contingentes de crianças e adoles-
centes que, em decorrência das difi culdades de aprendizagem e do
pouco incentivo para os estudos, terminam por desistir da escola,
abandonando a sala de aula por motivos variados. Para enfrentar
esse problema, é preciso corrigir a tempo as difi culdades de apren-
dizagem, especialmente nos anos iniciais.
Os perfi s de alfabetização e letramento identifi cam os estudantes
com desempenho inadequado nos três anos escolares considera-
dos conclusivos de etapas importantes da educação básica: 3º, 5º
e 9º anos do ensino fundamental.
Esses perfi s identifi cam estudantes ainda:
não alfabetizados
no 3º ano do ensino fundamental;
com alfabetização incompleta
no 5º ano do ensino fundamental;
com letramento insufi ciente
no 9º ano do ensino fundamental.
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 27
No perfi l não alfabetizado, encontram-se
estudantes que conseguem identifi car que as
letras representam sons da fala, reconhecendo
letras ou mesmo lendo palavras em diferentes
padrões silábicos, sem, todavia, conseguirem
ler textos, mesmo os de pequena extensão
e com vocabulário pouco complexo. Nesse
mesmo perfi l, também, estão estudantes
que começam a localizar informações em
textos curtos e comuns no ambiente escolar,
além de reconhecer a fi nalidade de textos
como receitas, convites e bilhetes. Apesar
disso, esses estudantes ainda não podem ser
considerados alfabetizados, pois mesmo em
se tratando de habilidades tão básicas, elas
exigem desses estudantes um grande esforço
para a decodifi cação.
Não alfabetizados
Para entender
Entendendo que a avaliação externa tem o pro-
pósito de investigar o que os estudantes apren-
deram, com base na aplicação de conhecimen-
tos a situações reais e resolução de problemas
cotidianos, o desempenho adequado pode ser
traduzido, por exemplo, na capacidade de usar
as habilidades de leitura desenvolvidas para
compreensão de informações encontradas em
diferentes gêneros e, posteriormente, para ex-
pressão e posicionamentos perante o mundo.
Estudantes com o perfi l de desempenho consi-
derado inadequado evidenciam, portanto, o des-
cumprimento do que está pactuado para a quali-
dade da oferta educacional.
Com a sistematização do quantitativo de estu-
dantes não alfabetizados no 3º ano, com alfabe-
tização incompleta no 5º ano e com letramento
insufi ciente no 9º ano do ensino fundamental,
busca-se tratar das difi culdades de aprendiza-
gem dos estudantes das escolas públicas, re-
gistradas a cada etapa escolar avaliada, a fi m
de desvendar os caminhos necessários para a
melhoria das habilidades requeridas por esses
perfi s. Os perfi s de desempenho para a alfabe-
tização e o letramento, descritos a seguir, foram
construídos com essa intenção.
Em linhas gerais, são considerados estudantes
com alfabetização e letramento inadequados
aqueles que não atingiram determinada profi -
ciência, representativa do desenvolvimento de
habilidades e competências esperadas para a
etapa, sintetizadas no domínio da leitura e da es-
crita e de seus usos sociais.
28 SAEMS 2017
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No perfi l não alfabetizado, encontram-se
estudantes que conseguem identifi car que as
letras representam sons da fala, reconhecendo
letras ou mesmo lendo palavras em diferentes
padrões silábicos, sem, todavia, conseguirem
ler textos, mesmo os de pequena extensão
e com vocabulário pouco complexo. Nesse
mesmo perfi l, também, estão estudantes
que começam a localizar informações em
textos curtos e comuns no ambiente escolar,
além de reconhecer a fi nalidade de textos
como receitas, convites e bilhetes. Apesar
disso, esses estudantes ainda não podem ser
considerados alfabetizados, pois mesmo em
se tratando de habilidades tão básicas, elas
exigem desses estudantes um grande esforço
para a decodifi cação.
Não alfabetizados
Para entender
Entendendo que a avaliação externa tem o pro-
pósito de investigar o que os estudantes apren-
deram, com base na aplicação de conhecimen-
tos a situações reais e resolução de problemas
cotidianos, o desempenho adequado pode ser
traduzido, por exemplo, na capacidade de usar
as habilidades de leitura desenvolvidas para
compreensão de informações encontradas em
diferentes gêneros e, posteriormente, para ex-
pressão e posicionamentos perante o mundo.
Estudantes com o perfi l de desempenho consi-
derado inadequado evidenciam, portanto, o des-
cumprimento do que está pactuado para a quali-
dade da oferta educacional.
Com a sistematização do quantitativo de estu-
dantes não alfabetizados no 3º ano, com alfabe-
tização incompleta no 5º ano e com letramento
insufi ciente no 9º ano do ensino fundamental,
busca-se tratar das difi culdades de aprendiza-
gem dos estudantes das escolas públicas, re-
gistradas a cada etapa escolar avaliada, a fi m
de desvendar os caminhos necessários para a
melhoria das habilidades requeridas por esses
perfi s. Os perfi s de desempenho para a alfabe-
tização e o letramento, descritos a seguir, foram
construídos com essa intenção.
Em linhas gerais, são considerados estudantes
com alfabetização e letramento inadequados
aqueles que não atingiram determinada profi -
ciência, representativa do desenvolvimento de
habilidades e competências esperadas para a
etapa, sintetizadas no domínio da leitura e da es-
crita e de seus usos sociais.
Estudantes com alfabetização incompleta
demonstram domínio em relação às
habilidades descritas no perfi l anterior; porém,
ainda apresentam difi culdade para ler, com
autonomia, textos comuns às situações
cotidianas externas ao ambiente escolar, como
notícias, cartas ou mesmo textos literários.
Alguns desses estudantes são capazes de ler
frases e localizar informações em textos curtos,
ao passo que outros já conseguem realizar
inferências, mas em tirinhas ou histórias em
quadrinhos. Isto é, as operações de leitura
que são capazes de realizar são pautadas
em processos cognitivos principalmente
relacionadas ao lembrar, orientadas por
textos frequentes no contexto escolar. Os
estudantes devem, ainda, consolidar os
processos associados ao reconhecimento de
palavras, pois a leitura hesitante decorre dessa
difi culdade e o esforço para a decodifi cação
compromete a compreensão de textos mais
longos e, consequentemente, de inferências
mais complexas. Esse perfi l de desempenho
é delineado ao se analisar o desempenho de
estudantes do 5º ano do ensino fundamental
nos testes de profi ciência.
Para caracterizar o letramento insufi ciente,
considera-se o desempenho de estudantes
do 9º ano do ensino fundamental. É
esperada, minimamente, desses estudantes, a
alfabetização plena, visto que as aprendizagens
em curso não prescindem da leitura e da escrita,
e busca-se identifi car se estão inseridos na
sociedade, gozando com legitimidade direitos
e exercendo com responsabilidades deveres, a
partir dos usos sociais inerentes à capacidade
de ler e escrever. Porém, a insufi ciência
é notada porque não há domínio de
habilidades que permitem o desenvolvimento
de estratégias reguladoras da leitura. Há,
nesse perfi l, estudantes os quais conseguem
realizar leitura, localização de informações
e inferências, bem como retomadas por meio
de pronomes e relações lógico-discursivas
em texto predominantemente narrativos, em
sua maioria, com temas familiares e estruturas
linguísticas mais simples e familiares.
Alfabetização incompleta Letramento insufi ciente
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 29
Percurso da avaliação
Confira as principais etapas da avaliação externaRESULTADOS POSSIBILITAM DIAGNÓSTICO DA QUALIDADE DA EDUCAÇÃO E
CONTRIBUEM PARA REDEFINIÇÃO DE RUMOS NA GESTÃO PEDAGÓGICA
Nesta etapa, é realizado o planejamen-
to da avaliação, quando são definidos
passos importantes para que ela cumpra
seu objetivo. De acordo com a finalidade,
são definidos: público-alvo a ser avaliado
(estudantes e etapas); o que será avaliado
(disciplinas); data e logística da aplicação;
resultados a serem produzidos; forma de
divulgação e estratégias de apropriação
dos resultados (materiais impressos e/ou
on-line, capacitação de gestores, profes-
sores etc.). Cada um desses passos res-
peita técnicas de segurança e qualidade,
requeridas pela avaliação externa, com
o objetivo de garantir a isonomia e a res-
ponsabilidade necessárias para que as
informações produzidas sejam relevantes
e representem a realidade.
A segunda etapa consiste na definição
da matriz de referência e na montagem
de testes de proficiência e questionários
contextuais. As matrizes organizam as
habilidades e competências a serem ava-
liadas por meio dos testes, compostos por
itens elaborados a partir dos descritores
da matriz. Também são produzidos ques-
tionários para capturar informações do
contexto dos estudantes, a fim de comple-
mentar as informações produzidas pelos
testes cognitivos. Os testes são montados
de acordo com metodologia específica –
a Teoria da Resposta ao Item (TRI). Após
sua montagem, os instrumentos impressos
são distribuídos para aplicação nas esco-
las. Os testes podem ser disponibilizados,
ainda, em formato digital.
Planejamento da avaliação
Construção de instrumentos
30 SAEMS 2017
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A avaliação educacional em larga escala é uma importante ferramenta para gestores, de rede e das escolas, e para os
profissionais da educação em geral, pois, a partir das informações por ela produzidas, é possível obter um diagnóstico
sobre a qualidade da educação ofertada e, com isso, realizar intervenções no processo de ensino, implementar políticas
educacionais e redefinir rumos na gestão pedagógica, de acordo com as necessidades dos estudantes de uma escola,
de uma rede ou de todo um país. Entretanto, para que os resultados da avaliação cheguem a todas as escolas de todo o
país e ela cumpra o seu papel, há um longo caminho percorrido, desde a definição do que será avaliado até o momento
em que os resultados se traduzem em informações úteis para gestores, professores, famílias e estudantes. A seguir, são
apresentadas, de forma sucinta, as principais etapas desse processo.
Após a aplicação dos instrumentos
da avaliação externa e o seu recolhi-
mento em cada escola, é iniciada a
etapa que culmina com a produção
dos resultados. Diferentes ações
estão envolvidas nessa etapa, cada
uma delas executadas com critérios
técnicos e metodologia adequados.
Essa etapa inclui a triagem e o pro-
cessamento dos testes: separação
e processamento dos instrumentos;
constituição de base de respostas
dos estudantes e demais responden-
tes dos questionários; análise das
respostas e produção de medidas;
análise e produção dos resultados,
propriamente – proficiência dos es-
tudantes, das turmas, das escolas e
das redes.
Os resultados da avaliação externa e
as informações necessárias para sua
leitura e interpretação são divulgados
no portal do SAEMS e em relatórios
destinados aos professores e gestores.
Nessas publicações, é possível conferir
dados sobre o programa e indicadores
de participação e desempenho da es-
cola, por disciplina e etapa. No portal,
também estão disponíveis materiais de
apoio – matrizes de referência, padrões
e níveis de desempenho, oficinas de re-
sultados etc. Nos relatórios, são dispo-
nibilizados, ainda, conteúdos de supor-
te para a interpretação dos resultados
e para a prática pedagógica. A equipe
gestora da Rede Estadual de Ensino
conta com apresentações específicas
dos resultados.
O percurso da avaliação externa não
se encerra na apropriação dos resul-
tados, mas em seus usos na prática
cotidiana da escola e/ou da rede. A
melhoria da qualidade da oferta edu-
cacional depende da ação de profes-
sores e gestores e, para auxiliá-los,
são disponibilizadas ferramentas de
desenvolvimento profissional: cursos
on-line e oficinas de apropriação de
resultados, que apresentam os con-
ceitos básicos da avaliação externa
e discutem os resultados dos testes e
dos questionários contextuais; e pro-
tocolos de gestão, que consistem em
uma orientação de trabalho direciona-
do aos gestores.
Produção de resultados
Materiais de divulgação de resultados
Desenvolvimento profissional
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 31
Colocando em prática
Atividades pedagógicas baseadas nos resultadosHABILIDADES E COMPETÊNCIAS DA MATRIZ DE REFERÊNCIA
DEVEM DIALOGAR COM PLANEJAMENTO ESCOLAR
Para que os dados da avaliação externa sejam utilizados no dia a dia da
sua escola, é imprescindível que você conheça melhor as características
desse tipo de avaliação. Ao chegar a este ponto, você pôde perceber as
particularidades de cada indicador e se preparar para a apropriação cor-
reta das informações.
Após sistematizar o diagnóstico sobre a aprendizagem dos estudantes da
sua escola, por meio do Roteiro de leitura e análise, é preciso relacioná-
-lo aos materiais de orientação para o trabalho em sala de aula, como as
Matrizes Curriculares e os recursos didáticos, e verificar as possíveis asso-
ciações entre esses materiais e as competências e habilidades elencadas
nas matrizes de referência da avaliação externa.
Realizado esse processo, é hora de rever o plano de curso e os planos de
aula, verificando se o planejamento escolar estabelece um diálogo efeti-
vo com as questões levantadas pela análise dos resultados da avaliação.
A seguir, você encontra sugestões para a prática pedagógica pautadas
nesses resultados.
32 SAEMS 2017
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Depois de estudar os materiais de orientação disponíveis, retome as análises sobre as ha-
bilidades que os estudantes ainda não desenvolveram, considerando os resultados das
avaliações externa e de aprendizagem, identificando se há semelhanças ou divergências
entre eles. O objetivo é verificar se as habilidades e competências detalhadas na matriz de
referência fazem parte daquelas abordadas na prática pedagógica em sala de aula, ou seja,
se os estudantes estão aptos a responder com êxito ao teste de proficiência de cada etapa
de escolaridade.
EM AÇÃO
Estudo dos materiais de orientação para a sala de aula
Reflita sobre os tópicos abaixo, de modo que o estudo seja dirigido ao aprimora-
mento do instrumento avaliativo da aprendizagem e às percepções apontadas
pelo instrumento externo.
C Há currículo próprio ou em elaboração na Rede Estadual de Ensino?
C O currículo é amplamente conhecido e divulgado? Está acessível?
C Como e quando são previstas as atividades em sala para o ano letivo? Ou seja,
como e quando é elaborado o plano de curso?
C Há clareza nos objetivos gerais e específicos do plano de curso?
C Os conteúdos e procedimentos detalhados no plano de curso dialogam com os
planos de aula definidos para esta disciplina?
C Qual é a orientação compartilhada para a avaliação na sua escola,
especialmente, nesta disciplina?
Matriz de referência
da avaliação
Orientações
curriculares
Recursos
didáticos
Plano de curso
e plano de aula
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 33
Não existe apenas uma resposta para essa pergunta. Além da aná-
lise dos resultados da avaliação à luz das orientações curriculares
e materiais didáticos, sugere-se uma atividade para desenvolvi-
mento em sala de aula, a fim de que você possa lidar com os dados
da avaliação como parte do Projeto Político-Pedagógico da escola
e para que, com o tempo, esse exercício possa fazer parte do coti-
diano escolar.
E agora, como posso fazer uso dos resultados em sala de aula para que os estudantes alcancem o desempenho esperado?
EM AÇÃO
Atividade para desenvolvimento em sala de aula
Para a realização de atividades de língua portuguesa, tenha em mente o TExTO como
principal recurso para o desenvolvimento das múltiplas habilidades esperadas de um
estudante. É importante ressaltar que esse corpus pode ser uma manifestação lin-
guística escrita ou oral, a partir da qual se buscará explorar um grupo específico de
habilidades, lembrando que limitar o texto ao trabalho com uma única habilidade por
vezes anula sua multiplicidade de sentidos.
Defina os objetivos aos quais se propõem as atividades. Nesse caso, serão prepa-
radas atividades de compreensão/interpretação para investigar habilidades contidas
em um mesmo tópico da matriz de referência1, como no tópico IV – Coerência e coe-
são no processamento do texto.
1 Para as atividades, utilizou-se a matriz de referência do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb)
para o 3º ano/3ª série do ensino médio
34 SAEMS 2017
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Tópico IV. Coerência e coesão no processamento do texto
Descritores
D2 – Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando
repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de
um texto.
D7 – Identificar a tese de um texto.
D8 – Estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos
para sustentá-la.
D9 – Diferenciar as partes principais das secundárias em um texto.
D10 – Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que
constroem a narrativa.
D11 – Estabelecer relação causa/consequência entre partes e ele-
mentos do texto.
D15 – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto,
marcadas por conjunções, advérbios etc.
Para a atividade de leitura proposta, será utilizado como base um texto pertencente à
tipologia argumentativa, especificamente um artigo de opinião.
Na abordagem de qualquer gênero textual, atenha-se à questão do hibridismo textual,
pois, apesar do predomínio de uma tipologia textual, os textos são constituídos por
sequências ligadas a outras tipologias. No caso do artigo de opinião, ocorrem sequên-
cias expositivas, descritivas e, em alguns casos, narrativas, quando o autor faz uso de
um relato para exemplificar ou fundamentar seu ponto de vista.
Ao tomar como base um texto argumentativo, os estudantes devem ser levados a re-
fletir sobre as finalidades e as esferas sociais em que os diversos textos desse gênero
circulam. Sua abordagem deve partir de um tema passível de debate e o contexto de
produção precisa favorecer a defesa do ponto de vista do estudante. Para isso, parta
de um tema de ordem social que permita diferentes visões e até mesmo abordagens
(abordagem por meio de outros gêneros, estabelecendo relações dialógicas intertex-
tuais), selecionando um texto.
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 35
O texto a seguir busca debater sobre a influência da internet no comportamento dos
jovens.
A influência da internet na vida dos jovens
Nos dias de hoje, os jovens expõem suas vidas em redes sociais, compartilhando fatos,
emoções e inclusive sua localização. Essas exposições muitas vezes acontecem na
“balada”, em reuniões familiares, onde o mundo virtual desconecta o jovem da ocasião.
Quantos não deixam os celulares “logados” no Facebook para não perder o que está
acontecendo? E aqueles que passam horas na frente do computador?
De acordo com o Ibope Media, o Brasil é o quinto colocado em relação ao número de
conexões, chegando a 87% da população brasileira, este percentual refere-se ao uso
semanal da internet. Outro dado interessante é o tempo médio gasto na navegação em
2011: 71h30m.
Na verdade, já não mais se pode ignorar que ela está aí e é bastante utilizada, cabe a nós
perguntar o quanto, como e por quais jovens é realizado esse uso. A internet oferece uma
gama de possibilidades que vão do lazer e pesquisa às redes ligadas a criminalidade,
cabendo aos pais assumirem um papel ativo quando o assunto são os sites visitados por
seus filhos, mantendo o diálogo e confiança juntos neste papel da prevenção de riscos
à segurança.
Para concluir, é preciso dizer que há uma influência muito negativa na vida desses jovens,
que é uma exposição demasiadamente grande. Esse tipo de comportamento abre
brechas na segurança e expõe suas vidas de uma forma desnecessária.
O que resta agora é debruçarmos sobre este novo fenômeno e sermos ágeis o suficiente
em acompanhar as mudanças da “Geração Digital”.
Disponível em: <goo.gl/1cqAmu>. Acesso em: 28 fev. 2018.
Peça para os estudantes realizarem a leitura individual do texto, identificando o tema
e/ou assunto e o objetivo comunicativo pretendido por esse suporte textual. Feito
isso, promova uma leitura coletiva, realizando uma troca de opiniões (debate oral)
sobre a temática.
36 SAEMS 2017
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Questione os estudantes:
» Qual é a opinião defendida pelo autor desse texto sobre a relação dos jovens
com a internet? Vocês concordam ou discordam dele?
» Vocês observam essa influência da internet no cotidiano e no comportamento
das pessoas? E no de vocês?
» Quanto tempo vocês geralmente gastam acessando a internet?
» Qual tipo de uso vocês fazem com maior frequência da internet: redes sociais,
pesquisas, aplicativos, jogos ou outros?
» Alguém monitora os acessos de vocês?
Explique que o ponto de vista, ou seja, a ideia defendida pelo autor do texto concei-
tua-se como tese e as colocações apresentadas por ele para defender seu posiciona-
mento (fatos, exemplos, citações etc.) são os argumentos selecionados para justificar
sua linha de raciocínio. Nesse ponto, peça que os estudantes identifiquem no texto,
pelo menos, um desses argumentos, destacando-o.
Ao destacarem o(s) argumento(s), solicite que compartilhem em plenária qual(is) argu-
mento(s) eles identificaram (sugere-se que o registro resumido desses argumentos no
quadro).
Peça para os estudantes observarem a estrutura do texto e, juntos, registrá-las, defi-
nindo o gênero artigo de opinião:
C Estrutura (organização textual) – introdução (exposição), na qual ocorre a apre-
sentação do tema que será discorrido durante o artigo; desenvolvimento (inter-
pretação), em que a opinião e a argumentação são os principais recursos utiliza-
dos; conclusão (opinião), finalização do artigo com apresentação de ideias para
solucionar os problemas sobre o tema proposto.
C Principais características – uso da argumentação e persuasão; textos em primei-
ra e/ou terceira pessoa (por vezes assinados pelo autor); textos veiculados nos
meios de comunicação (nesse exemplo, em um site); linguagem simples, objetiva
e, em algumas passagens, subjetiva; temas da atualidade; títulos polêmicos e
provocativos; verbos no presente e/ou no imperativo.
É importante salientar que nem todas as características se manifestam nos textos,
como no exemplo em análise.
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 37
Feito isso, conduza os estudantes à interpretação desses argumentos, ou seja, o porquê
de eles terem sido utilizados pelo autor: confirmar ou opor-se à tese, exemplificar a linha
de pensamento assumida, apresentar causas e consequências, comparar informações
ou opiniões, dirigir-se ao interlocutor do texto de modo direto (recursos retóricos) etc.
Até esse ponto, já será possível observar o desempenho dos estudantes quanto às
habilidades de Identificar a tese de um texto e de Estabelecer relação entre tese e
os argumentos oferecidos para sustentá-la, que têm como foco o campo da coerên-
cia textual. Contudo, amplie as atividades com o texto, expandido as análises para os
aspectos coesivos e os sentidos pretendidos pelo emprego deles, levando os estu-
dantes a perceberem como eles auxiliam na construção dessa relação entre a tese e
os argumentos que a sustentam.
utilize o segundo o parágrafo como exemplo:
“De acordo com o Ibope Media, o Brasil é o quinto colocado em relação ao número de conexões,
chegando a 87% da população brasileira, este percentual refere-se ao uso semanal da internet.
Outro dado interessante é o tempo médio gasto na navegação em 2011: 71h30m.”
Nesse fragmento do texto, destacam-se:
C a expressão “De acordo com” ( junção de palavras que busca dizer “em confor-
midade”, isto é, revelar uma comprovação) introduz um argumento de autoridade
empregado pelo autor para destacar o elevado percentual de acessos à internet
realizado pelos brasileiros, um dado importante para fundamentar a discussão
proposta por ele;
C o pronome demonstrativo “este” foi empregado para evitar a repetição de uma
informação presente na oração que o antecede (“... 87% da população brasilei-
ra,...”), na qual se destaca o percentual de acessos à internet, parâmetro adotado
pelo autor para revelar o uso elevado dessa ferramenta digital;
C recurso semelhante ao emprego do pronome “este” foi a relação de sinonímia es-
tabelecida pelo autor, ao empregar os termos “conexões” e “internet”, evitando
o emprego repetitivo ao longo do texto.
Esses três casos podem servir como parâmetro para aferir a compreensão dos me-
canismos linguísticos empregados para o estabelecimento da coerência e coesão
textuais, revelando informações sobre o grau de desenvolvimento dos estudantes
para outras duas habilidades: Estabelecer relações entre partes de um texto, iden-
tificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de um
texto e Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por
conjunções, advérbios etc.
38 SAEMS 2017
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Além desses casos em destaque, o texto apresenta diversos exemplos que devem ser
explorados nessa atividade de leitura. No caso da relação entre as partes do texto,
pode-se pedir aos estudantes que destaquem (circulando, sublinhando, colorindo) as
palavras e/ou expressões que se relacionam, interligando-as com setas ou linhas, por
exemplo:
“De acordo com o Ibope Media, o Brasil é o quinto colocado em relação ao número de conexões,
chegando a 87% da população brasileira, este percentual refere-se ao uso semanal da internet.
Outro dado interessante é o tempo médio gasto na navegação em 2011: 71h30m.”
Contudo, explique aos estudantes que algumas passagens/ideias/ações apresenta-
das no texto se relacionam sem a presença de marcadores linguísticos, estabelecen-
do, por exemplo, uma relação de causalidade (os motivos, os porquês) e consequên-
cia (os efeitos, a decorrência).
Nesse momento, pode ser retomada a questão dos argumentos que apresentam cau-
sas e consequências, mostrando para os estudantes como algo ocorre em decorrên-
cia de outro fato, em uma interação que mantém a coerência das ideias do texto e o
encadeamento das frases, sem precisar estar indicada por conjunção, advérbio etc.
Exemplo: no trecho “Para concluir, é preciso dizer que há uma influência muito nega-
tiva na vida desses jovens, que é uma exposição demasiadamente grande”, o autor
apresenta como influência negativa da internet na vida dos jovens (consequência) a
exposição em excesso que eles fazem de suas vidas na rede (causa). Isto é, a grande
exposição é o motivo da influência negativa.
Dessa forma, será possível abordar em um único texto todo um grupo de habilidades
listadas em um tópico da matriz de referência, verificando o desenvolvimento delas
por parte dos estudantes. Além disso, o mesmo suporte textual dá margem para ativi-
dades relacionadas a outras habilidades (o que deve ser feito para não limitar o texto
a uma função de pretexto). No artigo de opinião em foco, em decorrência do próprio
gênero, pode-se abordar, por exemplo, habilidades como: Distinguir um fato da opi-
nião relativa a esse fato (D14); Diferenciar as partes principais das secundárias em
um texto (D09); Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o inter-
locutor de um texto (D13).
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 39
Dentre a multiplicidade de habilidades passíveis de serem trabalhadas a partir da
leitura desse texto, cabe destaque, ainda, para a habilidade de Reconhecer o efeito
de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações (D17), pois se
observa o emprego de estruturas interrogativas no primeiro parágrafo, como recurso
de retórica, e o emprego de itálico em palavras de origem estrangeira (Facebook) e
neologismos (“logado” e “Geração Digital”).
Da mesma forma, pode-se expandir o debate sobre o tema, pedindo aos estudantes a
pesquisa de textos de outro gênero que também abordem essa temática, com o mesmo
ponto de vista do autor do artigo (ou seja, Reconhecer diferentes formas de tratar uma
informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema, em função das
condições em que ele foi produzido e daquelas em que será recebido – D20) ou em
textos cuja abordagem do tema se dá de forma distinta (isto é, Reconhecer posições dis-
tintas entre duas ou mais opiniões relativas ao mesmo fato ou ao mesmo tema – D21),
como na charge abaixo, na qual se pode abordar também a habilidade de Identificar
efeitos de ironia ou humor em textos variados (D16), característica do gênero:
Disponível em: <goo.gl/zHFxcj>. Acesso em: 28 fev. 2018.
Como você pode observar, um mesmo texto possibilita a realização de inúmeras
atividades que demandam a mobilização de diversas habilidades de leitura por
parte dos estudantes. É importante que você esteja atento(a) ao desempenho de
cada um para que possam, inclusive, trabalhar atividades como a exemplificada
nesta seção, levando em conta a heterogeneidade da turma.
Neste momento, importa perceber se os resultados estão de acordo com as ex-
pectativas de aprendizagem para a etapa avaliada. Também é relevante entender
que os instrumentos de avaliação devem sempre servir ao propósito da formação
escolar, e não ao contrário. Tão importante quanto alinhar os instrumentos da ava-
liação da aprendizagem e da avaliação externa entre si é alinhá-los aos proces-
sos de ensino e de aprendizagem.
Garantir a qualidade da educação exige compromissos de ação. Bom trabalho!
40 SAEMS 2017
Anexo I
Leitura e seus níveis de desempenhoINTERPRETAÇÃO PEDAGÓGICA DOS ITENS É NECESSÁRIA PARA ENTENDER
O QUE SIGNIFICA ESTAR ALOCADO EM DETERMINADO PADRÃO DE DESEMPENHO
As devolutivas pedagógicas correspondentes aos resultados decor-
rem da análise do teste de proficiência. Os itens que compõem os
cadernos buscam medir o que os estudantes são capazes de fazer;
logo, para entender o que significa estar alocado em dado padrão
de desempenho estudantil, é preciso interpretar pedagogicamente
os itens da avaliação. Essa interpretação está contida nas senten-
ças descritoras dos itens que, por sua vez, estão reunidas nos inter-
valos de níveis de desempenho, ou seja, agrupamentos menores do
que os de padrões, que podem ser encontrados nesta seção.
A análise pedagógica dos resultados da avaliação cabe a você
e a seus pares, a partir da leitura dos níveis de desempenho e da
autoavaliação do processo de ensino e de aprendizagem.
Sentença descritora do item: operação mental associada ao objeto do conhecimento con-
textualizado. Exemplo: “Localizar informações explícitas em um texto”, habilidade presente na
matriz de referência, corresponde à operação mental “localizar” associada ao texto (objeto do
conhecimento). Já “Localizar informação explícita em contos e reportagens”, sentença descri-
tora do item, também corresponde à operação mental mencionada, mas associada ao gênero
conto e reportagem (objeto do conhecimento contextualizado).
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 41
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09-
Muito crítico2º ano do ensino médio
ATÉ 220 PONTOS
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
NÍVEL 1 . ATÉ 200 PONTOS
C Localizar informação explícita a respeito da ação de personagem em crônica e em fragmento de
romance.
C Localizar informação explícita em propagandas com ou sem apoio de recursos gráficos, em
instrução de jogo e em notícias.
C Inferir efeito do uso da exclamação em texto de orientação.
C Realizar inferência em textos que conjugam linguagem verbal e não verbal.
C Reconhecer a finalidade de cartaz.
42 SAEMS 2017
Esse item avalia a habilidade dos estudantes inferirem informações
a respeito de um personagem em uma tirinha. Os estudantes que
optaram pela alternativa D, o gabarito, demonstraram que já desen-
volveram a habilidade em avaliação.
Leia o texto abaixo.
Disponível em: <www.menininomaluquinho.com.br>. Acesso em: 17 maio 2013. (P110026CE_SUP)
(P110026CE) Nesse texto, o menino A) deixou a mãe triste.B) fez raiva no médico.C) fi nge estar doente.D) tem medo de injeção.E) vai morrer de sarampo.
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 43
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09-
NÍVEL 2 . DE 200 A 225 PONTOS
C Reconhecer a causa de ação de personagem em fragmento de um romance.
C Inferir características de personagem em fábulas e ação de personagem em crônicas.
C Inferir informação a respeito do eu lírico em letras de música.
C Inferir o sentido de palavra, o sentido de expressão em letras de música.
C Identificar o assunto principal em reportagens.
C Reconhecer expressões características da linguagem (científica, jornalística etc.) e a relação entre
expressão e seu referente em reportagens e artigos de opinião.
C Estabelecer relação lógico-discursiva marcada por locução adverbial de lugar em textos didáticos
e em contos e por advérbio de modo em poemas.
C Inferir o efeito de sentido de expressão e opinião em crônicas e reportagens.
C Inferir o efeito do uso de notação na fala de personagem em tirinhas.
C Inferir o trecho que provoca efeito de humor em piada e o fato que gera humor em uma história em
quadrinhos.
C Identificar o público-alvo de um cartaz.
C Inferir a crítica apresentada em cartum.
2º ano do ensino médio
Muito crítico
44 SAEMS 2017
Leia o texto abaixo.
Disponível em: <http://www.meninocaranguejo.com/tirinhas>. Acesso em: 8 dez. 2014. (P120217F5_SUP)
(P120217F5) Esse texto é engraçado porqueA) o caranguejo está se automedicando com uma pomada.B) o caranguejo foi enganado por quem o informou onde passar a pomada.C) o caranguejo machucou sua pata ao bater em uma pedra.D) o caranguejo não entende que a pomada deve ser passada no corpo. E) o caranguejo não percebe qual é o local da batida.
Esse item avalia a habilidade dos estudantes identificarem o fato
que gera o humor em uma tirinha. A opção pela alternativa D reve-
la que os estudantes desenvolveram a habilidade avaliada.
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 45
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09-
Crítico2º ano do ensino médio
DE 220 A 295 PONTOS
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
NÍVEL 3 . DE 225 A 250 PONTOS
C Localizar informações explícitas em fragmentos de romances, crônicas, texto didático e artigo.
C Identificar tema e assunto em poemas e charges, relacionando elementos verbais e não verbais.
C Identificar elementos da narrativa em história em quadrinhos.
C Reconhecer a finalidade de recurso gráfico em artigos.
C Reconhecer o sentido estabelecido pelo uso de expressões, de pontuação, de conjunções em
poemas, charges, fragmentos de romances, em anedotas e contos.
C Inferir o sentido de palavra em letras de música, reportagens e artigo.
C Reconhecer relações de causa e consequência em lendas e fábulas.
C Reconhecer relação entre pronome e seu referente em manual de instrução.
C Inferir características de personagens em lendas e fábulas e inferir sentimento expresso pelo
narrador em conto.
C Reconhecer recurso argumentativo em artigos de opinião.
C Inferir efeito de sentido da repetição de expressões em crônicas.
C Inferir causa da ação de um personagem em tirinhas.
C Reconhecer o objetivo comunicativo de reportagens.
C Reconhecer aspecto comum na comparação de letras de música e poemas e entre textos
jornalísticos e charges.
C Identificar a tese defendida pelo autor em artigos.
46 SAEMS 2017
(P121368H6) Esse texto demonstra que Eduardo e MônicaA) formavam um casal incomum.B) pretendiam conhecer pessoas novas.C) queriam contrariar um ao outro.D) tentavam esquecer um amor fracassado.E) tinham preocupação com a beleza.
Leia o texto abaixo.
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Eduardo E Mônica
Quem um dia irá dizer que existe razãoNas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizerQue não existe razão?
Eduardo abriu os olhos mas não quis se levantarFicou deitado e viu que horas eram[...]
Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem quererE conversaram muito mesmo pra tentar se conhecerFoi um carinha do cursinho do Eduardo que disse– Tem uma festa legal e a gente quer se divertirFesta estranha, com gente esquisita[...]E a Mônica riu e quis saber um pouco maisSobre o boyzinho que tentava impressionar [...]
Eduardo e Mônica trocaram telefoneDepois telefonaram e decidiram se encontrarO Eduardo sugeriu uma lanchoneteMas a Mônica queria ver o filme do GodardSe encontraram então no parque da cidadeA Mônica de moto e o Eduardo de cameloO Eduardo achou estranho e melhor não comentarMas a menina tinha tinta no cabelo
Eduardo e Mônica eram nada parecidosEla era de Leão e ele tinha dezesseisEla fazia Medicina e falava alemãoE ele ainda nas aulinhas de inglês [...]
Disponível em : <http://migre.me/s5rWy>. Acesso em: 11 nov. 2015. (P120836H6_SUP)
Esse item avalia a habilidade dos estudantes inferirem informações
a respeito dos personagens retratados em uma letra de música. A
escolha da letra A, o gabarito, indica que os respondentes já desen-
volveram a habilidade em questão.
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 47
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09-
2º ano do ensino médio
Crítico
NÍVEL 4 . DE 250 A 275 PONTOS
C Localizar informações explícitas em crônicas, fábulas e em reportagem.
C Identificar os elementos da narrativa em letras de música, fábulas e contos e o narrador em
primeira pessoa em fragmentos de romances.
C Reconhecer a finalidade de abaixo-assinados e verbetes.
C Reconhecer relação entre pronomes e seus referentes e relações de causa e consequência em
fragmentos de romances, contos, diários, crônicas, reportagens, máximas (provérbios) e artigos.
C Inferir tema e ideia principal em notícias, crônicas e poemas.
C Inferir o sentido de palavra ou expressão em histórias em quadrinhos, poemas e fragmentos de
romances.
C Comparar textos de gêneros diferentes para reconhecer a ideia comum entre eles.
C Interpretar o sentido de conjunções, de advérbios e as relações entre elementos verbais e não
verbais em tirinhas, fragmentos de romances, reportagens e crônicas.
C Reconhecer relações de sentido estabelecidas por conjunções ou locuções conjuntivas em letras
de músicas e crônicas.
C Reconhecer o uso de expressões características da linguagem (científica, profissional etc.), marcas
linguísticas que evidenciam o locutor em reportagem e a relação entre pronome e seu referente
em artigos e reportagens.
C Inferir o efeito de sentido da linguagem verbal e não verbal em notícias e charges.
C Reconhecer o trecho que caracteriza uma opinião em entrevista e em reportagem.
C Inferir efeito de humor e de ironia em tirinhas.
C Inferir efeito do uso de letras maiúsculas em artigos.
48 SAEMS 2017
(P120671ES) De acordo com esse texto, a característica da moça que desagradou o irmão foiA) a estatura mediana.B) a estrutura delgada.C) a expressão do olhar.D) as atitudes modestas.E) as linhas do rosto.
Leia o texto abaixo
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Capítulo III – Helena
Era uma moça de dezesseis anos, delgada sem magreza, estatura um pouco acima de mediana, talhe elegante e atitudes modestas. A face, de um moreno-pêssego, tinha a mesma imperceptível penugem da fruta de que tirava a cor; naquela ocasião tingiam-na uns longes cor-de-rosa, a princípio mais rubros, natural efeito do abalo. As linhas puras e severas do rosto pareciam que as traçara a arte religiosa. Se os cabelos, castanhos como os olhos, em vez de dispostos em duas grossas tranças lhe caíssem espalhadamente sobre os ombros, e se os próprios olhos alçassem as pupilas ao céu, disséreis um daqueles anjos adolescentes que traziam a Israel as mensagens do Senhor. Não exigiria a arte maior correção e harmonia de feições, e a sociedade bem podia contentar-se com a polidez de maneiras e a gravidade do aspecto. Uma só causa pareceu menos aprazível ao irmão: eram os olhos, ou antes o olhar, cuja expressão de curiosidade sonsa e suspeitosa reserva foi o único senão que lhe achou, e não era pequeno.
ASSIS, Machado. Helena. São Paulo: Ática, 1997. Fragmento. (P120671ES_SUP)
Esse item avalia a habilidade dos estudantes localizarem uma infor-
mação explicitamente apresentada no fragmento de um romance.
Os estudantes que marcaram a alternativa C demonstraram o de-
senvolvimento da habilidade.
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 49
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09-
NÍVEL 5 . DE 275 A 300 PONTOS
C Localizar informações explícitas em artigos de opinião e crônicas.
C Identificar finalidade e elementos da narrativa em fábulas e contos.
C Identificar a finalidade de relatórios científicos e reportagem.
C Determinar informação comum entre um artigo de opinião e uma tirinha.
C Reconhecer opiniões distintas sobre o mesmo assunto em reportagens, contos e enquetes.
C Reconhecer opiniões divergentes sobre o mesmo tema em diferentes textos.
C Distinguir o trecho que apresenta opinião do narrador em crônicas.
C Reconhecer relações de sentido marcadas por conjunções, a relação de causa e consequência e
a relação entre pronomes e seus referentes em fragmentos de romances, fábulas, crônicas, contos,
artigos de opinião, reportagens e entrevistas.
C Reconhecer o sentido de expressão e de variantes linguísticas em letras de música, tirinhas,
poemas e fragmentos de romances.
C Inferir tema, tese e ideia principal em contos, letras de música, editoriais, reportagens, crônicas,
artigos, em resenhas e em entrevistas.
C Reconhecer o tema de uma crônica e assunto em reportagens.
C Inferir o efeito de sentido de linguagem verbal e não verbal em charges e histórias em quadrinhos.
C Inferir informações em fragmentos de romances e em poemas e ação de personagem em histórias
em quadrinhos e em tirinhas.
C Inferir o efeito de sentido da pontuação e da polissemia como recurso para estabelecer humor ou
ironia em tirinhas, anedotas e contos.
C Reconhecer o efeito de sentido produzido pelo uso de recursos morfossintáticos em contos,
artigos, crônicas e em romances.
C Inferir informação e o efeito de sentido produzido por expressão em reportagens e tirinhas.
C Reconhecer variantes linguísticas em artigos.
2º ano do ensino médio
Crítico
50 SAEMS 2017
Leia o texto abaixo.
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A viagem de avião de Paula
Numa manhã chuvosa, quando já havia completado uma semana no escritório do comandante, Paula foi levada para fora do jeito em que estava e colocada num grande caminhão que conduzia soldados feridos para o hospital. Durante cinco horas o caminhão chocalhou e foi aos solavancos pela estrada coberta de cascalho. Do lado de fora uma cortina de chuva impedia a visão. Apenas algumas casas esparsas quebravam a solidão da estrada, mas todas essas casas pareciam mortas. No início da viagem podia-se ainda ouvir na distância o rugido de canhões [...].
De repente a estrada ficou mais movimentada, passaram por alguns carros e então o caminhão parou diante de uma casa branca, pintada de cima a baixo com enormes cruzes vermelhas. Os feridos foram carregados para dentro da casa onde ficariam aos cuidados de enfermeiras gentis.
Quando terminou o transporte dos feridos, o motorista, sem dizer uma palavra, deu novamente a partida. Mais uma hora se passou até o caminhão parar outra vez e Paula viu uma confortável casa de fazenda entre as árvores. O motorista apontou na direção da casa e Paula compreendeu que era a sua vez de descer. Ficou parada na estrada esperando pelo motorista, mas antes que soubesse o que estava acontecendo, o caminhão desapareceu e ela se viu sozinha na estrada deserta.
Pensou consigo mesma: “Como são engraçados esses russos! Aqui neste país desconhecido eles simplesmente me deixam entregue a minha própria sorte. Aposto que os alemães não fariam isso!” (Não se pode esquecer que Paula era uma garota alemã). Mas lembrou-se então de que o motorista tinha apontado para a casa. Assim, atravessou a estrada, abriu o portão e viu-se numa espécie de campina cercada. Avistou diante da casa uma mulher trabalhando e uma garotinha que pendurava roupas lavadas no varal.
Paula dirigiu-se à mulher e estendeu a mão. Disse apenas:─ Paula Müller.A mulher também estendeu a mão, depois de esfregá-la no avental encharcado, e
respondeu:─ Yustichiyarreya kolovnya.Paula pensou que fosse o nome dela, mas queria dizer apenas: “Seja bem-vinda”. [...]
FRANK, Anne. Contos do esconderijo. Rio de Janeiro: BestBolso, 2010. Fragmento. (P120078H6_SUP)
(P120082H6) No trecho “Paula pensou que fosse o nome dela,...” (ℓ. 29), o termo destacado se refere a A) casa.B) estrada.C) garotinha.D) mulher.E) Paula.
Esse item avalia a habilidade dos estudantes estabelecerem rela-
ções entre partes de um texto, identificando o referente da con-
tração “dela” em um fragmento de um conto. Os estudantes que
escolheram a alternativa D, o gabarito, demonstraram o desenvol-
vimento da habilidade avaliada.
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 51
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09-
NÍVEL 6 . DE 300 A 325 PONTOS
C Localizar informações explícitas em infográficos, reportagens, crônicas e artigos.
C Localizar a informação principal em reportagens.
C Identificar ideia principal e finalidade em notícias, reportagens e resenhas.
C Identificar a finalidade e a informação principal em notícias.
C Reconhecer características da linguagem (científica, jornalística, coloquial) em reportagens, marcas
da oralidade em entrevistas e da linguagem coloquial em contos.
C Reconhecer variantes linguísticas em contos, notícias, reportagens e crônicas.
C Reconhecer elementos da narrativa em crônicas e em resenhas.
C Reconhecer argumentos e opiniões em notícias, artigos de opinião e fragmentos de romances.
C Identificar o argumento em contos.
C Diferenciar abordagem do mesmo tema em textos de gêneros distintos.
C Inferir informação em contos, crônicas, notícias e charges.
C Inferir sentido de palavras, da repetição de palavras, de expressões, de linguagem verbal e não
verbal e de pontuação em charges, tirinhas, contos, crônicas, fragmentos de romances e em
Intermediário2º ano do ensino médio
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
DE 295 A 345 PONTOS
52 SAEMS 2017
artigos de opinião.
C Inferir informação, sentido de expressão e o efeito de sentido decorrente da escolha de expressão
e do uso de recursos morfossintáticos em crônicas.
C Inferir o sentido decorrente do uso de recursos gráficos em poemas.
C Inferir o efeito de sentido da linguagem verbal e não verbal e o efeito de humor em tirinhas.
C Inferir informação a respeito de personagem em tirinhas e em manuais de instrução com apoio de
recursos visuais.
C Reconhecer a relação entre os pronomes e seus referentes em contos e o referente de pronome
relativo em artigo de opinião.
C Reconhecer elementos da narrativa em contos.
C Reconhecer o efeito de sentido produzido pelo uso de recursos morfossintáticos e pelo uso de
recurso estilístico da antítese em poemas.
C Reconhecer ideia comum e opiniões divergentes sobre o mesmo tema na comparação entre
diferentes textos.
C Reconhecer ironia e efeito de humor em crônicas, entrevistas e tirinhas.
C Reconhecer a relação de causa e consequência em piadas e fragmentos de romances.
C Comparar poemas que abordem o mesmo tema.
C Diferenciar fato de opinião em contos, artigos, reportagens e em crônicas.
C Diferenciar tese de argumentos em artigos, entrevistas e crônicas e reconhecer um argumento
utilizado para defender uma ideia em entrevistas.
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 53
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09-
Leia o texto abaixo.
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O menino que escrevia versos
Tudo corria sem mais, [...]. Mas eis que começaram a aparecer, [...], papéis rabiscados com versos. O filho confessou, sem pestanejo, a autoria do feito.
– São meus versos, sim.O pai logo sentenciara: [...]. Aquilo era coisa de estudos a mais, [...], más companhias. [...]Dona Serafina defendeu o filho [...]. O pai, [...], exigiu: então, ele que fosse examinado.
[...]Olhos baixos, o médico escutou tudo, sem deixar de escrevinhar num papel. Aviava já a
receita para poupança de tempo. Com enfado, o clínico se dirigiu ao menino:– Dói-te alguma coisa?– Dói-me a vida, doutor.[...] A resposta, sem dúvida, o surpreendera. [...] O médico voltou [...] a enfrentar o miúdo:– E o que fazes quando te assaltam essas dores?– O que melhor sei fazer, excelência.– E o que é?– É sonhar. [...]O médico estranhou o miúdo. [...] Mas o moço, voz tímida, foi-se anunciando. Que ele,
[...] inventara sonhos desses que já nem há, [...]. O doutor o interrompeu:– Não tenho tempo, moço, isto aqui não é nenhuma clínica psiquiátrica.A mãe, [...], pediu clemência. O doutor que desse ao menos uma vista de olhos pelo
caderninho dos versos. A ver se ali catava o motivo de tão grave distúrbio. Contrafeito, o médico aceitou e guardou o manuscrito na gaveta. [...]
Na semana seguinte, foram os últimos a ser atendidos. O médico, sisudo, taciturneou: o miúdo não teria, por acaso, mais versos? O menino não entendeu.
– Não continuas a escrever?– Isto que faço não é escrever, doutor. Estou, sim, a viver. Tenho este pedaço de vida –
disse, apontando um novo caderninho – quase a meio.O médico chamou a mãe, à parte. [...] O menino carecia de internamento urgente.– Não temos dinheiro – fungou a mãe entre soluços.– Não importa – respondeu o doutor.Que ele mesmo assumiria as despesas. E que seria ali mesmo, na sua clínica, que o
menino seria sujeito a devido tratamento. E assim se procedeu.Hoje quem visita o consultório raramente encontra o médico. Manhãs e tardes ele se
senta num recanto do quarto onde está internado o menino. Quem passa pode escutar a voz pausada do filho do mecânico que vai lendo, verso a verso, o seu próprio coração. E o médico, abreviando silêncios:
– Não pare, meu filho. Continue lendo...COUTO, Mia. Disponível em: <http://www.releituras.com/miacouto_menino.asp>. Acesso em: 20 fev. 2014. Fragmento. (P120107F5_SUP)
(P120156F5) Nesse texto, no trecho “E o que fazes quando te assaltam essas dores?” (ℓ. 12), o termo em destaque tem o mesmo significado que A) assustar.B) enfraquecer.C) invadir.D) paralisar.E) roubar.
Esse item avalia a habilidade dos estudantes realizarem inferência do sentido de uma palavra em um
conto. A escolha da alternativa C indica que eles desenvolveram a habilidade avaliada.
54 SAEMS 2017
NÍVEL 7 . DE 325 A 350 PONTOS
C Localizar informação explícita em resenhas.
C Identificar ideia principal e elementos da narrativa em reportagens e crônicas.
C Identificar a informação principal em reportagens.
C Identificar argumento em reportagens e crônicas e o trecho que comprova a tese defendida em
artigos de opinião.
C Reconhecer o efeito de sentido da repetição de expressões e palavras, do uso de pontuação, de
variantes linguísticas e de figuras de linguagem em poemas, contos, fragmentos de romances e artigos.
C Reconhecer variantes linguísticas e o efeito de sentido de recursos gráficos em crônicas, artigos e
letras de música.
C Inferir o efeito do uso das aspas em crônicas.
C Reconhecer a relação de causa e consequência em contos.
C Reconhecer a relação de causa e consequência e relações de sentido marcadas por conjunções
em reportagens, artigos, ensaios, crônicas, contos, cordéis e em poemas.
C Reconhecer diferentes opiniões entre cartas de leitor que abordam o mesmo tema.
C Reconhecer o tema comum entre textos de gêneros distintos.
C Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso de figuras de linguagem e de recursos gráficos
em poemas e fragmentos de romances.
2º ano do ensino médio
Intermediário
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 55
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09-
C Diferenciar fato de opinião em artigos, reportagens e resenhas.
C Inferir o efeito de sentido de linguagem verbal e não verbal e o efeito da escolha de palavra em tirinhas.
C Identificar elementos da narrativa e a relação entre argumento e ideia central em crônicas e em
fragmentos de romances.
C Reconhecer o gênero reportagem e a finalidade de propagandas e de entrevistas.
C Reconhecer o tema em poemas e em reportagens.
C Inferir o sentido de palavras e expressões em piadas e letras de música.
C Inferir informação em artigos.
C Inferir o sentido de expressão em fragmentos de romances.
C Recuperar o referente do pronome demonstrativo “lá” em reportagens e o trecho retomado por
pronome demonstrativo em crônicas.
56 SAEMS 2017
Leia o texto abaixo.
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O menino que escrevia versos
Tudo corria sem mais, [...]. Mas eis que começaram a aparecer, [...], papéis rabiscados com versos. O filho confessou, sem pestanejo, a autoria do feito.
– São meus versos, sim.O pai logo sentenciara: [...]. Aquilo era coisa de estudos a mais, [...], más companhias. [...]Dona Serafina defendeu o filho [...]. O pai, [...], exigiu: então, ele que fosse examinado.
[...]Olhos baixos, o médico escutou tudo, sem deixar de escrevinhar num papel. Aviava já a
receita para poupança de tempo. Com enfado, o clínico se dirigiu ao menino:– Dói-te alguma coisa?– Dói-me a vida, doutor.[...] A resposta, sem dúvida, o surpreendera. [...] O médico voltou [...] a enfrentar o miúdo:– E o que fazes quando te assaltam essas dores?– O que melhor sei fazer, excelência.– E o que é?– É sonhar. [...]O médico estranhou o miúdo. [...] Mas o moço, voz tímida, foi-se anunciando. Que ele,
[...] inventara sonhos desses que já nem há, [...]. O doutor o interrompeu:– Não tenho tempo, moço, isto aqui não é nenhuma clínica psiquiátrica.A mãe, [...], pediu clemência. O doutor que desse ao menos uma vista de olhos pelo
caderninho dos versos. A ver se ali catava o motivo de tão grave distúrbio. Contrafeito, o médico aceitou e guardou o manuscrito na gaveta. [...]
Na semana seguinte, foram os últimos a ser atendidos. O médico, sisudo, taciturneou: o miúdo não teria, por acaso, mais versos? O menino não entendeu.
– Não continuas a escrever?– Isto que faço não é escrever, doutor. Estou, sim, a viver. Tenho este pedaço de vida –
disse, apontando um novo caderninho – quase a meio.O médico chamou a mãe, à parte. [...] O menino carecia de internamento urgente.– Não temos dinheiro – fungou a mãe entre soluços.– Não importa – respondeu o doutor.Que ele mesmo assumiria as despesas. E que seria ali mesmo, na sua clínica, que o
menino seria sujeito a devido tratamento. E assim se procedeu.Hoje quem visita o consultório raramente encontra o médico. Manhãs e tardes ele se
senta num recanto do quarto onde está internado o menino. Quem passa pode escutar a voz pausada do filho do mecânico que vai lendo, verso a verso, o seu próprio coração. E o médico, abreviando silêncios:
– Não pare, meu filho. Continue lendo...COUTO, Mia. Disponível em: <http://www.releituras.com/miacouto_menino.asp>. Acesso em: 20 fev. 2014. Fragmento. (P120107F5_SUP)
(P120157F5) Nesse texto, o trecho “O pai logo sentenciara: ...” (ℓ. 4) expressa o uso de linguagem A) coloquial.B) formal.C) jornalística.D) regional.E) técnica.
Esse item avalia a habilidade dos estudantes identificarem as marcas da linguagem formal em um trecho
de um conto. Os estudantes que escolheram a alternativa B demonstraram que desenvolveram a habi-
lidade avaliada.
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 57
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09-
NÍVEL 8 . DE 350 A 375 PONTOS
C Localizar informações explícitas, ideia principal e trecho que causa humor em contos, crônicas e
artigos de opinião.
C Identificar variantes linguísticas em letras de música e em reportagens.
C Reconhecer efeitos estilísticos em poemas.
C Reconhecer ironia e efeitos de sentido decorrentes da repetição de palavras em sinopses e em poemas.
C Reconhecer opiniões distintas sobre o mesmo tema, na comparação entre diferentes textos.
C Reconhecer o gênero carta de leitor a partir da comparação entre dois textos.
C Reconhecer a finalidade e a relação de sentido estabelecida por conjunções em lendas e crônicas.
C Reconhecer finalidade e traços de humor em reportagens.
C Reconhecer o efeito de sentido do humor em tirinhas.
C Reconhecer o tema em contos e fragmentos de romances.
C Reconhecer relação de sentido marcada por conjunção em crônicas e circunstância de lugar
marcada por adjunto adverbial de lugar em resenhas.
C Inferir informação e tema em reportagens, poemas, histórias em quadrinhos e tirinhas.
C Inferir o sentido e o efeito de sentido de palavras ou de expressão em poemas, crônicas e
fragmentos de romances.
C Reconhecer a ideia defendida pelo autor em artigos de opinião.
C Inferir característica do eu lírico em letras de música.
C Inferir o efeito do uso das aspas em resenhas.
Adequado2º ano do ensino médio
ACIMA DE 345 PONTOS
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
58 SAEMS 2017
(P121066H6) A informação principal desse texto está no trecho:A) “... tínhamos o costume de ir às bibliotecas municipais ou das escolas e recorrer à enciclopédia...”. (ℓ. 1-2)B) “... pois vários de nós cultivamos este hábito somente há algumas décadas.”. (ℓ. 3-4)C) “Acontece que a enciclopédia como plataforma de pesquisa já é considerada obsoleta...”. (ℓ. 4-5)D) “A primeira enciclopédia surgiu em 1772 a partir da publicação de 33 volumes...”.(ℓ. 8)E) “... a agilidade e o rápido acesso se tornaram aliados fundamentais dos pesquisadores...”. (ℓ. 15)
Leia o texto abaixo.
5
10
15
20
Enciclopédia: de antigamente
Antigamente, tínhamos o costume de ir às bibliotecas municipais ou das escolas e recorrer à enciclopédia para tirar dúvidas e fazer pesquisas de trabalhos escolares. Pode soar estranho ao leitor o advérbio “antigamente”, pois vários de nós cultivamos este hábito somente há algumas décadas. Acontece que a enciclopédia como plataforma de pesquisa já é considerada obsoleta na prática escolar e cotidiana da grande maioria dos jovens, que, além de nem conhecer aquelas enormes coleções de “livrões”, já adquiriu como suporte de pesquisa algo mais tecnológico: o smartphone.
A primeira enciclopédia surgiu em 1772 a partir da publicação de 33 volumes escritos por vários colaboradores e organizados pelos pensadores Diderot e D’Alembert. [...] Desta maneira, a enciclopédia tinha a pretensão de reunir todo o “conhecimento universal”, científico e empírico, baseado na razão, na técnica e na experimentação. E é justamente por manter este rótulo de “universal”, que, ao longo dos séculos, as enciclopédias tinham a necessidade de ser atualizadas e sofriam críticas por esses e outros motivos.
Com o advento da internet, a busca pelas enciclopédias diminuiu ao longo dos anos, visto que a agilidade e o rápido acesso se tornaram aliados fundamentais dos pesquisadores e dos jovens alunos [...]. Desse modo, é interessante notarmos a evolução das plataformas de pesquisas gerais disponíveis a pesquisadores [...] ao longo do tempo, as quais mudam o suporte de leitura (de papel a telas touch), o tamanho e a desenvoltura dos textos, mas a busca pelo conhecimento se mantém, seja no revolucionário século XVIII ou no ousado século XXI.
MEDEIROS, Karla O. Armani. Disponível em: <http://www.odiarioonline.com.br/noticia/42722/enciclopedia-de-antigamente>. Acesso em: 1 out. 2015. Fragmento. (P121066H6_SUP)
Esse item avalia a habilidade dos estudantes identificarem o trecho
que apresenta a informação principal de uma reportagem. A esco-
lha da alternativa C aponta para o desenvolvimento da habilidade
pelos estudantes.
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 59
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09-
2º ano do ensino médio
Adequado
NÍVEL 9 . DE 375 A 400 PONTOS
C Diferenciar fatos de opiniões e opiniões diferentes em artigos e notícias.
C Inferir o sentido de palavras em poemas.
C Localizar ideia principal em manuais, reportagens, artigos e teses.
C Identificar a ideia central e o argumento em apresentações de livros, reportagens, editoriais,
crônicas e artigos de opinião.
C Inferir o assunto tratado em artigos de opinião.
C Identificar elementos da narrativa em crônicas, contos e fragmentos de romances.
C Identificar ironia e tema em poemas e artigos.
C Inferir efeito de humor e ironia em tirinhas e charges.
C Reconhecer relações de sentido marcadas por conjunção em artigos, reportagens e fragmentos de
romances.
C Reconhecer a relação de causa e consequência em reportagens e fragmentos de romances.
C Reconhecer o efeito de sentido de recursos gráficos em artigos e do uso de expressão metafórica
caracterizadora de personagem em fragmentos de romances.
C Inferir recurso estilístico utilizado em crônicas.
C Reconhecer variantes linguísticas em letras de música e piadas.
C Reconhecer o gênero resenha e a finalidade de reportagens, resenhas e artigos.
60 SAEMS 2017
Leia o texto abaixo.
5
10
15
20
Um olhar para além dos sentidos
Em dias ensolarados é muito gostoso caminhar pelo campus da universidade onde trabalho [...] para sentir o calor do Sol, observar árvores verdinhas, sentir o perfume das flores e ouvir os pássaros que cantam nas ruas do campus.
Essas agradáveis sensações, percebidas pelos nossos sentidos, modificam nossos sentimentos e provocam diversas reações.
A percepção que temos do mundo à nossa volta é decorrente do contato sensorial. Tudo que é percebido pelos nossos sentidos faz com que construamos uma percepção da realidade. Mas os nossos sentidos, embora muito desenvolvidos, percebem apenas uma parte do mundo à nossa volta. [...]
As sensações que temos são interpretadas pelo cérebro e criam diversas reações, como de paz e tranquilidade, na situação descrita acima; ou de medo e apreensão, se estivermos em lugares sujos e escuros. Entretanto, cada pessoa reage aos mesmos estímulos de maneira completamente diferente.
Nossos sentidos funcionam em determinadas regiões do nosso corpo a partir de estímulos que recebemos do meio ambiente. Eles são baseados em “sensores” muito sofisticados que foram desenvolvidos ao longo de milhões de anos, fruto da evolução.
Cada um deles foi se transformando devido aos estímulos do meio ambiente, favorecendo as configurações mais adaptadas aos desafios impostos pelo meio. Estamos aqui hoje graças ao sucesso do nosso projeto. Ele foi vencedor na concorrência imposta pela natureza.
O nosso olhar para o mundo é influenciado, portanto, pelas nossas experiências, e as nossas experiências são afetadas pelas sensações que nossos sentidos captam. Esse retorno contínuo é de fundamental importância para o nosso desenvolvimento. Tanto os sensores (sentidos) como as sensações (interpretações) são responsáveis por isso. O resultado disso é sempre um individuo único com as suas visões particulares do mundo.
Disponível em: <http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/fisica-sem-misterio/um-olhar-para-alem-dos-sentidos#>. Acesso em: 27 fev. 2011.
Fragmento. (P120733ES_SUP)
(P120504ES) Qual é o trecho desse texto em que há uma relação de causa e consequência?A) “Em dias ensolarados é muito gostoso caminhar pelo campus da universidade...”. (ℓ. 1)B) “... para sentir o calor do Sol, observar árvores verdinhas, sentir o perfume das flores...”. (ℓ. 2-3)C) “A percepção que temos do mundo à nossa volta é decorrente do contato sensorial.”. (ℓ. 6)D) “As sensações [...] criam diversas reações, como de paz e tranquilidade,...”. (ℓ. 10-11)E) “... favorecendo as configurações mais adaptadas aos desafios impostos pelo meio.”. (ℓ. 17-18)
Esse item avalia a habilidade dos estudantes reconhecerem o tre-
cho de uma reportagem que apresenta uma relação de causa e
consequência. Os respondentes que marcaram a alternativa C, o
gabarito, conseguiram desenvolver a habilidade avaliada.
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 61
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09-
2º ano do ensino médio
Adequado
NÍVEL 10 . ACIMA DE 400 PONTOS
C Reconhecer o efeito de sentido resultante do uso de recursos morfossintáticos e ortográficos em
artigos e letras de música.
C Inferir efeito de ironia na fala do narrador em fragmentos de romances.
C Inferir informação sobre o entrevistado em entrevistas.
C Inferir o sentido de uma expressão popular em resenha e o sentido de expressão em crônicas.
C Reconhecer o conflito gerador do enredo em fábulas.
C Reconhecer a finalidade de cartas de leitor.
C Reconhecer o gênero crônica.
C Reconhecer a relação de sentido estabelecida por conjunção adversativa em artigos.
62 SAEMS 2017
Leia o texto abaixo.
Disponível em: <http://www.analisedetextos.com.br/2010/09/ambiguidade-nas-tirinhas-de-hagar-o.html>.
Acesso em: 9 dez. 2011. (P120050F5_SUP)
(P120052F5) No trecho “Mas guarda as coisas erradas”, a palavra destacada estabelece relação de A) adição.B) conclusão.C) condição.D) explicação.E) oposição.
Esse item avalia a habilidade dos estudantes reconhecerem re-
lação lógico-discursiva marcada por uma conjunção adversativa
na fala de um personagem em uma tirinha. A escolha da alter-
nativa E, o gabarito, revela que os estudantes já desenvolveram
essa habilidade.
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 63
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09-
Anexo II
Produção de texto e seus níveis de desempenhoPROPOSTA DE PRODUÇÃO TEXTUAL AVALIA HABILIDADES COMUNICATIVAS
POR MEIO DE TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO
O teste de produção textual do SAEMS solicitou a elaboração de
texto dissertativo-argumentativo com base em um tema fundamen-
tado em três suportes textuais que atuavam como motivadores, ou
seja, textos de gêneros distintos que serviam como provocadores
para a elaboração da argumentação dos estudantes, mas que não
podiam ser reproduzidos de forma literal, uma vez que se busca
aferir as habilidades comunicativas dos estudantes, como repro-
duzido a seguir.
64 SAEMS 2017
Como se pôde observar, a proposta solicitava que o estudante emitisse sua opinião acerca de uma temá-
tica controversa (como demandam os textos da ordem do argumentar), que poderia suscitar diferentes
posicionamentos, conforme o ponto de vista adotado por ele.
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 65
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10
INADEQUADO2º ano do ensino médio
ATÉ 0 PONTOS
C No nível inadequado, a escrita do estudante revela total desconhecimento da norma-padrão, de
escolha de registro e de convenções da escrita, que tornam seu texto ininteligível. Além disso, ele
desenvolve texto que não contempla a proposta de produção textual, elaborando outra estrutura
textual ou texto que não considera o tema solicitado pelo enunciado.
C Também se enquadra neste nível o texto que apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos
incoerentes, sem apresentar um ponto de vista, tendo, na maioria das vezes, seu entendimento pre-
judicado ou quase anulado.
C Em suma, as informações estão desconexas e não configuram uma sequência textual coesa e coe-
rente ou que atenda à tarefa proposta.1
1 Os estudantes com pontuação alocada neste nível apresentam nível primário de desempenho linguístico, revelando conhecimento
aquém do esperado para essa etapa de escolaridade ou incompreensão das tarefas avaliativas propostas, geralmente por ainda
não dominarem as habilidades de leitura, o que impossibilita a construção de textos escritos. No caso do teste de 2017, não foram
identificados exemplos significativos que ilustrassem este nível de desempenho dentre as produções textuais.
INADEQUADO
0,0
66 SAEMS 2017
ABAIXO DO BÁSICO2º ano do ensino médio
DE 1,0 A 2,0 PONTOS
C O estudante que se encontra no nível de escrita abaixo do básico revela domínio insuficiente da
norma-padrão, apresentando graves e frequentes desvios gramaticais e de convenções da escrita,
além de presença excessiva de gírias e marcas de oralidade, ou seja, escreve como fala. Assim, há
certos desvios graves que ocorrem de forma sistemática no texto e são acompanhados de desestru-
turação sintática em excesso, revelando que muitos aspectos importantes da norma- padrão ainda
não foram incorporados aos seus hábitos linguísticos.
C No que diz respeito ao tema e à tipologia textual, o estudante desenvolve de maneira tangencial o
tema, o que revela má interpretação da proposta. Ele elabora, ainda, proposta de intervenção tan-
gencial ao tema ou a deixa subentendida no desenvolvimento da argumentação. Por sua vez, seu
texto apresenta inadequação quanto ao tipo textual dissertativo-argumentativo, com repetição de
ideias e ausência de argumentação, podendo elaborar um texto de base narrativa, geralmente um
relato, com apenas uma intenção argumentativa subentendida.
C Em geral, as informações, fatos, opiniões e argumentos apresentados pelo estudante são pouco
relacionados ao tema e também pouco arrolados entre si. Isso ocorre porque o estudante não ar-
ticula as partes do texto ou as articula de forma precária e/ou inadequada, apresentando graves e
frequentes desvios de coesão textual, ocasionando sérios problemas na articulação das ideias por
causa da dificuldade que possui na utilização dos recursos coesivos.
ABAIXO DO BÁSICO
0,1 a 2,0
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 67
---------
10
Nesse texto, o estudante demonstra domínio insuficiente da modalidade escrita formal da língua portu-
guesa, com desvios gramaticais, de escolha de registro e de convenções da escrita. Os tópicos frasais
são colocados de maneira justaposta sem a devida articulação, desconectados em sua maioria, afetan-
do a coerência textual. Destacam-se desvios como:
» acentuação – “húmor” (“humor” - l. 01) e “tém” (“tem” - l. 10);
» ortografia – “engrassado” (“engraçado” - l. 03) / “mais” (“mas” - l. 05) / “amimo” (“ânimo” - l. 05);
» pontuação – vírgula e ponto e vírgula (l. 02) e parênteses (l. 03).
Quanto à compreensão do tema e da tipologia textual, nota-se que não há defesa de ponto de vista,
isto é, o texto não apresenta opinião a respeito da temática proposta. Além disso, o conteúdo do texto
contribui, de forma rudimentar, com informações, fatos, opiniões e argumentos, relacionados aleatoria-
mente ao tema, havendo predomínio de estruturas expositivas. Observa-se, ainda, que o estudante não
apresenta proposta de intervenção.
68 SAEMS 2017
C No nível básico, a escrita do estudante revela domínio mediano da norma-padrão, apresentando
grande quantidade de desvios gramaticais e de convenções da escrita graves ou gravíssimos, além
de presença recorrente de marcas de oralidade. Assim, há certos desvios graves que ocorrem em
várias partes do texto, revelando que muitos aspectos importantes da norma-padrão ainda não
foram incorporados aos seus hábitos linguísticos. No entanto, ele já não apresenta desestruturação
sintática em excesso.
C O desenvolvimento do tema se dá de forma superficial, com tendência ao tangenciamento, uma
vez que sua argumentação é previsível e baseia-se em argumentos do senso comum, de cópias
recorrentes (citações diretas) dos textos motivadores ou com domínio precário do tipo textual dis-
sertativo-argumentativo, apresentando argumentação falha ou texto apenas expositivo. Além disso,
o estudante elabora proposta de intervenção relacionada ao tema de forma precária, ou seja, não
articulada com a discussão realizada no texto, com falhas na aplicação dos meios para realizá-la.
C Diante disso, a coerência textual é, ainda, afetada de maneira significativa, pois as informações,
fatos e opiniões são pouco articulados ou contraditórios, embora pertinentes ao tema proposto. O
autor, geralmente, limita-se a reproduzir os argumentos constantes na proposta de produção textual
em defesa de seu ponto de vista.
C Quanto à coesão, articula as partes do texto com muitas inadequações na utilização dos recursos
coesivos, revelando, assim, pouco domínio dos recursos coesivos.
BÁSICO2º ano do ensino médio
DE 2,1 A 4,0 PONTOS
BÁSICO
2,1 a 4,0
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 69
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10
Ao observar esse texto, infere-se de seu título que
o autor se propõe a discorrer acerca de uma mani-
festação contemporânea de humor: os memes. No
entanto, a exposição de ideias realizada pelo estu-
dante não mantém esse foco, vindo ele a discorrer
sobre questões gerais do humor, como a piada e
os humoristas, sem também desenvolvê-las, reto-
mando a questão dos memes de modo aleatório
e desarticulado no penúltimo segmento textual (l.
11-12). Dessa forma, o texto apresenta informações
e fatos de modo pouco coerentes, por vezes tan-
gentes ao tema.
Outro ponto a se destacar nesse texto é a ausên-
cia de proposta de intervenção, ocorrência regular
em textos predominantemente expositivos como
esse, no qual o autor não apresenta uma tese, ou
seja, um posicionamento crítico acerca do tema.
Do ponto de vista linguístico, o texto apresenta
poucos desvios, dentre os quais se destacam a
ausência de vírgula após adjunto adverbial ante-
posto ao verbo (l. 03 e l. 05-06) e concordância
verbal (“é” no lugar de “são” – l. 06) e presença
de coloquialismo (“Num” - l. 12). Contudo, os três
parágrafos construídos pelo estudante não se arti-
culam entre si, seja pela falta de progressão entre
as ideias ou ausência de recursos coesivos. Além
disso, quando emprega mecanismos de coesão
textual, não se observa a presença de recursos di-
versificados.
70 SAEMS 2017
C O estudante cuja escrita encontra-se alocada no nível intermediário revela domínio próximo ao
adequado da norma-padrão, apresentando alguns desvios gramaticais graves e de convenções da
escrita (ou muitos desvios leves). Desvios mais graves, como a ausência de concordância verbal ou
nominal, não impedem que a produção textual receba essa pontuação, desde que não configurem
falta de domínio absoluto do padrão da linguagem escrita formal.
C O tema é tratado com plausibilidade, mas ainda de modo superficial, sendo discutidas outras ques-
tões relacionadas, ou seja, sua argumentação é previsível, mas mostra que ele possui conhecimento
acerca do tipo textual dissertativo-argumentativo, mesmo não apresentando, explicitamente, uma
tese, detendo-se mais no caráter expositivo do que no argumentativo, porque ainda reproduz ideias
do senso comum no desenvolvimento da temática. Isso, por sua vez, reflete-se na proposta de inter-
venção que, mesmo estando relacionada ao tema, ainda é pouco articulada à discussão desenvol-
vida no texto, ou seja, com pouca fundamentação ou baseada em ideias genéricas.
C Desse modo, notam-se, nos textos dos estudantes que se encontram neste nível de desempenho,
informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema proposto, porém organizados e rela-
cionados de forma pouco consistente em defesa do ponto de vista assumido pelo estudante, sendo
por vezes postos de forma aleatória e desconectada entre si, embora relacionados ao tema. Esse
tipo de texto revela pouca articulação entre os argumentos, que não são convincentes para defen-
der a opinião do autor, afetando a coerência textual.
C Em relação à coesão, o estudante articula as partes do texto com algumas inadequações na utiliza-
ção dos recursos coesivos, mas revelando possuir conhecimento sobre o emprego desses recursos.
INTERMEDIÁRIO2º ano do ensino médio
DE 4,1 A 6,0 PONTOS
INTERMEDIÁRIO
4,1 a 6,0
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 71
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10
Ao analisar esse texto, observa-se que, ao contrá-
rio dos exemplos comentados nos níveis anteriores,
essa produção textual apresenta proposta de inter-
venção, a partir da qual se baseia sua argumenta-
ção, ao destacar a importância dos humoristas esta-
rem atentos ao perfil e às reações do público quando
se propõem a fazer uma apresentação cômica.
Esse argumento sustenta o ponto de vista de que a
sociedade requer a regulação do humor, ideia essa
da qual se pode inferir que o estudante compactua,
porque ele não a contrapõe no decorrer de sua dis-
sertação, fato esse que limita a abordagem do tema,
já que não se observa um posicionamento explícito
do autor, como se espera. Além disso, o emprego
descontextualizado do tópico clichê “Por causa, ra-
zão, motivo ou circunstância...” (l. 05-06) rompe com
a progressão textual, tornando a introdução do texto
incoerente com o que se apresenta na sequência.
Quanto aos aspectos linguísticos (registro formal
e coesão), observam-se períodos muito extensos,
como o segundo e o terceiro parágrafos, revelando
um repertório limitado de recursos coesivos (predo-
mínio da conjunção “pois” – l. 06, 11, 15 e 20). Consta-
tam-se, ainda, desvios como:
» ausência de vírgula (l. 03, 04, 10, 11, 18) ou em-
prego equivocado (l. 13);
» uso inadequado do travessão (l. 05);
» acentuação gráfica ausente (“alguem” - l. 08 /
“tambem” - l. 13 / “lençois” - l. 21);
» concordância equivocada de número (“mau
lençois” ao invés de “maus lençóis - l. 21);
» colocação pronominal e concorrência entre
“c”/“s” e “e”/“i” – “agradaci” no lugar de “agra-
da-se” (l. 21).
72 SAEMS 2017
C O estudante cuja escrita encontra-se alocada no intervalo de pontuação compreendido pelo nível
adequado revela bom domínio da norma-padrão, apresentando poucos desvios gramaticais leves e
de convenções da escrita. Isto é, o mesmo desvio não ocorre em várias partes do texto, o que revela
que as exigências da norma-padrão foram incorporadas aos seus hábitos linguísticos e os desvios fo-
ram eventuais. Desvios mais graves, como a ausência de concordância verbal ou nominal, não impe-
dem que sua produção textual se aloque nesse intervalo, desde que não se repitam regularmente no
texto. Assim, o estudante que realizou pouquíssimos desvios graves também recebe essa pontuação.
C Além disso, ele desenvolve bem o tema, apesar de não explorar alguns de seus aspectos principais,
apresentando argumentos sem o devido desenvolvimento. No entanto, seu texto expõe uma argu-
mentação considerada adequada e bom domínio do tipo textual dissertativo-argumentativo, pois
seus argumentos não ficam restritos à reprodução das ideias contidas nos textos motivadores nem
a questões do senso comum, porque seleciona, organiza e relaciona informações, fatos, opiniões e
argumentos pertinentes ao tema proposto de forma plausível em defesa de seu ponto de vista. Isto
é, explicita a tese, seleciona argumentos que possam comprová-la e elabora conclusão coerente
com a opinião defendida na produção textual. Por ora, alguns de seus argumentos são, em parte,
previsíveis, mas não há cópia de argumentos defendidos pelos textos motivadores.
C No que tange à proposta de intervenção, ela é colocada de forma clara, relacionada à tese e bem
articulada com a discussão desenvolvida no texto, explicitando os meios para sua realização.
C Já no campo da coesão, o estudante articula as partes do texto com poucas inadequações na utili-
zação de recursos coesivos, não apresentando situações como: frases fragmentadas que compro-
metam a estrutura lógico-gramatical; sequência justaposta de ideias sem encaixamentos sintáticos;
ausência de paragrafação; frase com apenas oração subordinada, sem oração principal. Contudo,
os textos dos estudantes nesse nível podem conter alguns desvios de menor gravidade, tais como:
emprego equivocado do conector; emprego do pronome relativo sem a preposição, quando obriga-
tória; repetição desnecessária de palavras ou substituição inadequada, sem se valer dos recursos
de substituição oferecidos pela língua.
ADEQUADO2º ano do ensino médio
DE 6,1 A 8,0 PONTOS
ADEQUADO
6,1 a 8,0
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 73
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10
74 SAEMS 2017
Nesse texto, observa-se o desenvolvimento do tema por meio de argu-
mentação consistente e exemplos que justificam os argumentos elen-
cados pelo estudante, com informações, fatos e opiniões organizados.
Apesar dos indícios de autoria (como os exemplos que destacam dois
humoristas conhecidos do grande público), o autor ainda se prende às
ideias contidas nos textos motivadores, tomando-as como sustentáculo
para seu ponto de vista.
Entretanto, o texto contém uma proposta de intervenção coerente com
a argumentação desenvolvida, contendo o agente (nesse caso, três es-
feras: governo, família e instituições de ensino), ação (debates sobre o
tema) e o efeito pretendido (dar suporte à questão socialmente contro-
versa em foco). Porém, os meios para auxiliar na promoção dos debates
não foram explicitados, impedindo a avaliação máxima do texto em re-
lação à proposta.
Observando-se a coesão textual, nota-se que a diversidade de co-
nectivos não é grande, sendo a vírgula o principal recurso emprega-
do, algo que por vezes compromete o encadeamento de algumas
ideias, mas não configura desconhecimento. Quanto ao registro for-
mal, destacam-se alguns desvios relacionados à seleção vocabular
e à concordância, além da ausência de vírgulas após adjuntos ad-
verbiais antepostos ao verbo (“Em primeiro lugar” – l. 11 / “Em segun-
do lugar” – l. 18). Apesar disso, o domínio linguístico do estudante
encontra-se transitando entre o nível adequado e o avançado, sem
poder ser alocado neste pela presença de desvios de concordân-
cia, considerados graves.
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 75
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10
C um estudante cuja escrita encontra-se no nível avançado é aquele que revela excelente domínio
da norma-padrão, não apresentando ou apresentando pouquíssimos desvios gramaticais leves e de
convenções da escrita que não interferem na compreensão textual. Isso significa que esse desvio
não ocorre em várias partes do texto, revelando que as exigências da norma-padrão foram incor-
poradas aos seus hábitos linguísticos, e os desvios foram eventuais. Todavia, desvios mais graves,
como a ausência de concordância verbal, excluem a produção textual deste nível.
C Em relação ao tema, o estudante desenvolve-o de maneira adequada e plausível, explorando seus
principais aspectos, com uma argumentação consistente, o que revela excelente domínio do tipo
textual dissertativo-argumentativo. Isso indica que o texto está estruturado, por exemplo, com: uma
introdução, em que a tese a ser defendida é explicitada; argumentos que comprovam a tese, distri-
buídos em um ou mais parágrafos; um parágrafo final com uma conclusão que mantenha coerência
com a opinião defendida na produção textual. Além disso, os argumentos defendidos não ficam
restritos à reprodução das ideias contidas nos textos motivadores nem a questões do senso comum,
porque o estudante seleciona, organiza e relaciona informações, fatos, opiniões e argumentos per-
tinentes ao tema que configuram autoria em defesa de seu ponto de vista. O texto ainda é comple-
mentado por uma proposta de intervenção clara e, por muitas vezes, inovadora, mantendo relação
com a tese e devidamente articulada com a discussão desenvolvida no texto, explicitando os meios
para realizá-la.
C Quanto à coesão, o estudante articula as partes do texto sem inadequações na utilização dos re-
cursos coesivos ou com eventuais desvios de menor gravidade, desde que o mesmo desvio não se
repita, uma vez que essa pontuação é atribuída ao estudante que revela pleno domínio dos recursos
coesivos em uso por estudantes dessa etapa de escolaridade.
AVANÇADO2º ano do ensino médio
DE 8,1 A 10,0 PONTOS
AVANÇADO
8,1 a 10,0
76 SAEMS 2017
RELATÓRIO PEDAGÓGICO - LíNGuA PORTuGuESA LEITuRA E PRODuçãO DE TExTO 77
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10
O nível de desempenho avançado engloba o inter-
valo de pontuação entre 8,1 e 10,0 pontos, alocando
produções textuais que revelam excelente domínio
linguístico-textual dos estudantes que as produziram,
mesmo tendo apresentando desvios pontuais de me-
nor gravidade, como se observa no texto elencado
para ilustrar este nível.
Essa produção textual destaca o desenvolvimento
vocabular pelo qual os estudantes vêm passando ao
longo dos últimos anos, motivado em grande parte
pelos exames de credenciamento ao ensino superior
que avaliam o domínio das habilidades de produção
de texto dos jovens. No entanto, esse vocabulário in-
corporado pelos estudantes gera a reprodução de
algumas opiniões ou informações ligadas ao senso
comum, conceitos generalistas ou colocações voca-
bulares imprecisas, desnecessárias ou fora do con-
texto estilístico adotado pelo estudante. Exemplos
disso podem ser observados nesse texto, especial-
mente em seu parágrafo introdutório, no qual o es-
tudante emprega termos como “Hodiernamente” e
“Revoluções Tecnológicas”.
No caso do “Hodiernamente”, advérbio que remete
ao hoje, ao atual, ao contemporâneo, pós-moderno,
temos uma expressão pouco empregada até recen-
temente, quando passou a ser constantemente em-
pregada pelos estudantes em suas redações escola-
res, revelando que eles têm tido novas experiências
linguísticas. Entretanto, o parágrafo introduzido por
esse termo apresenta algumas informações cuja re-
ferenciação não ocorre de modo objetivo, gerando
lacunas. Ao contrário desse, o uso do substantivo
“revérbero” (l. 16) se dá de modo adequado, preciso.
Por sua vez, o segundo parágrafo, ao invés do pri-
meiro, foi constituído de maneira clara, assim como
a quase totalidade das passagens subsequentes
do texto, que conseguem sustentar o ponto de vista
adotado pelo estudante. No quarto parágrafo, o au-
tor apresenta a conclusão, em que se identifica uma
proposta de intervenção que destaca esferas sociais
diversas, com destaque para o governo e a escola,
apesar de não apresentar ações inovadoras, porém
exequíveis.
Do ponto de vista linguístico (registro formal e coe-
são), observam-se desvios pontuais de baixa gravi-
dade, que não afetaram as construções de sentido
do texto, destacando-se:
» o acréscimo de letra no encerramento da se-
gunda sílaba da palavra “entrertenimento”
(l. 03) – o emprego equivocado do “r” nessa
posição ou encerrando a terceira sílaba são
recorrentes por conta da interferência da fala
na escrita;
» a ausência de vírgula após “ultrapassando” (l.
06), “Observa-se” (l. 13) e “que” (l. 14 – retiran-
do o mesmo sinal que a antecede).
Assim, temos um texto que atende ao tema dentro
dos limites da tipologia dissertativo-argumentativa,
abordando argumentos de modo progressivo, coe-
rente e coesos, além de domínio satisfatório para um
estudante que se encontra na penúltima etapa da
educação básica.
78 SAEMS 2017
ISSN 2238-0590
SAEMS 2017 Sistema de Avaliação da Educação da Rede Pública de Mato Grosso do Sul
Relatório Pedagógico | Língua Portuguesa | Leitura e Produção de Texto
A P R E S E N T A Ç Ã O L I N H A D O T E M P O R E S U LT A D O S D A S U A E S C O L A
R O T E I R O D E L E I T U R A E A N Á L I S E C O M O U T I L I Z A R O S R E S U LT A D O S
P E R F I S D E A L F A B E T I Z A Ç Ã O E L E T R A M E N T O
A N E X O
P E R C U R S O D A AVA L I A Ç Ã O
C O L O C A N D O E M P R Á T I C A
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