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Sermão de St.º António
aos Peixes
Capítulo VI
Antes de terminar o seu sermão, o
orador realça uma característica
dos peixes que pode constituir para
eles motivo de desconsolação.
Indica-a.
• A característica «digna de grande desconsolação e sentimento» para os peixes é que são os únicos animais que, segundo o Levítico (um dos livros da Bíblia), não são sacrificados a Deus, pois, a serem- -no, chegariam mortos ao altar
De que forma a referência a esta
exclusão dos peixes permite tecer
uma crítica aos seres humanos?
• A crítica é tecida por analogia, afirmando o
autor que assim como os peixes chegariam
mortos ao altar se fossem sacrificados a
Deus, também as almas de muitos homens
se apresentam na igreja espiritualmente
mortas, por se encontrarem em pecado
mortal.
1. Explica de que forma, neste
capítulo, é apresentada a
autocrítica.
• O orador autocritica-se comparando-se,
igualmente, aos peixes: declara-se indigno
de «tomar Deus nas mãos», ou seja, de
oficiar a missa, pois, ao contrário dos
habitantes dos mares, ele pode ofender a
Deus com a sua razão, o seu livre-arbítrio,
as suas palavras, a sua memória, a sua
inteligência e vontade.
2. Mostra como o orador procura
despertar a emoção do auditório,
ao mesmo tempo que apela ao
louvor a Deus.
• O último parágrafo do sermão constitui um cântico emocionado de louvor a Deus («Louvai, peixes, a Deus» - ll. 22-23) e, em concordância, o autor utiliza a construção anafórica («Louvai a Deus… / louvai a Deus…»). Este cântico constitui um apelo ao auditório na medida em que o orador utiliza o imperativo. (autor João Marques)
2. Mostra como o orador procura
despertar a emoção do auditório,
ao mesmo tempo que apela ao
louvor a Deus.
• Antes de entoar este louvor, o orador usara a interrogação retórica (ll. 6-9), as exclamações (ll. 13-14, 15-16) e as interjeições («Oh» - l. 13; «Ah» (l. 15) para sublinhar o seu estado emocional de pesar pelas imperfeições dos homens (designadamente as suas) e de «inveja» pelas qualidades dos peixes, convidando, no final, todas as criaturas marinhas (e indiretamente as terrestres) a reconhecer e exaltar a magnanimidade de Deus, de onde toda a perfeição emana.
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