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SUDOESTE DO PARANÁ – 1964:
“GRUPO DOS ONZE” NO CONTEXTO DA INSTAURAÇÃO DO REGIME
MILITAR NO BRASIL.
Ismael Antônio Vannini1
Ronaldo Zatta2
INTRODUÇÃO
‘Uma região de fronteira, distante dos grandes centros, de ocupação recente e com
limitado acesso aos veículos de informação’, em definição geral, assim se caracterizava o
sudoeste do Paraná no início da década de 1960. Apesar disso, os ideais do movimento da
legalidade encontraram importante eco político na sociedade sudoestina. Propagado pela
cadeia radiofônica, centrada na emissora Mayrink Veiga do Rio de Janeiro e comandada por
Leonel Brizola, o movimento estimulou a organização dos “Grupos de Onze” por todo
território nacional. Campanha que acabou por ser encampada também no longínquo espaço
fronteiriço do país.
Deflagraram-se as forças em nível nacional, no intuito de levar João Goulart assumir a
presidência após a renúncia de Jânio Quadros. No entanto, a instauração do regime militar de
1964 fez dos “Grupos de Onze” uma forte organização de resistência popular. Seguindo
orientações do comando central, formaram-se células de organização no sudoeste paranaense,
atuando de forma estreita com a liderança de Brizola. Fazendo alusão a um time de futebol as
formações eram comandadas por dez integrantes com uma liderança, e assim disseminavam-
se conforme adesão de novos integrantes.
Como se sabe, o governo militar recrudesceu com enérgica ação de repressão aos
grupos oposicionistas ao regime. A presença do destacamento militar em Francisco Beltrão
atuou de forma efetiva ao combate aos grupos na região. Vistos como subversivos, os
integrantes foram enquadrados pela jurisprudência militar, originando longo e detalhado
inquérito militar em novembro de 1964, com sentença expedida em junho de 1969. Com base
neste documento elementar, partimos para análise da presença e atividade dos “Grupos de
1 Doutor em História. Professor e Coordenador do Curso de História da UNICENTRO- Universidade Estadual do Centro
Oeste do Paraná- Campus de Coronel Vivida. Vinculado ao Grupo de Pesquisa CNPQ intitulado - Cultura, Etnias,
Identificações. E-mail: vaniniunicentro@gmail.com 2 Doutorando em História pela UFPR. Bolsista CAPES. Vinculado ao Grupo de Pesquisa CNPQ intitulado - Cultura, Etnias,
Identificações. E-mail: ronaldozatta@yahoo.com.br
Onze” na região sudoeste, sua composição, estratégias e articulações. Analisando comumente,
os métodos militares nas ações de combate e julgamento aos insurgentes – residentes nos
municípios de Francisco Beltrão, Capanema, Santo Antônio do Sudoeste e Barracão; além de
Dionísio Cerqueira no oeste catarinense – é possível analisar organização dos grupos na
região, vinculada diretamente a pessoa figura de Leonel de Moura Brizola.
A CONJUNTURA POLÍTICA NACIONAL NA DÉCADA DE 1960 E A
CRIAÇÃO DOS “GRUPOS DE ONZE” POR LEONEL BRIZOLA
Após a renúncia de Jânio Quadros da presidência do país, abria-se a arena dos
contrastas de poder. Diante do esvaziamento do grupo político, com apenas sete meses
ocupando o cargo, Jânio abdica em agosto de 1961. Curto período onde praticou política
econômica e externa que desagradou o grupo de sustentação, bem como das forças armadas e
outras frações sociais. João Goulart do PTB, seu vice-presidente, eleito pelas regras eleitorais
que estabeleciam chapas independentes para a candidatura, representava outra adversidade
nas articulações. Na última eleição direta antes do regime militar, sufrágio que iria se repetir
29 anos depois, Jânio chegou à presidência com apoio da UDN, que no seu ideário,
encontrava consideráveis diferenças com o partido de Goulart.
Pelas leis constitucionais o então vice-presidente deveria assumir o cargo, cabendo a
presidência a João Goulart. Vetado diante das ações dos grupos políticos mais conservadores
e dos ministros militares, o cargo foi assumido por Ranieri Mazzini, então Presidente da
Câmara dos Deputados. Entendendo e caracterizando a situação como um golpe militar,
Leonel Brizola, governador do Estado do Rio Grande do Sul, promove o movimento da
legalidade. O Palácio do Piratini em Porto Alegre se torna o epicentro das tensões políticas do
país. Diante da grande aglomeração, Brizola em seu discurso inflamado se pronuncia
denunciando o que entendia ser um golpe. Fazendo uso do rádio, tenta insuflar e mobilizar a
população para um embate. O Ministério da Guerra ordena a interrupção das transmissões de
todas as emissoras de rádio e ameaça bombardear o Palácio do Governo gaúcho.
O Movimento da Legalidade encontrou apoio do III Exército, sediado no Rio Grande
do Sul, bem como de importantes frações da sociedade. Intelectuais alinharam-se nas fileiras,
contando com recrutamento de estudantes e adesão de partidos políticos e grupos sindicais.
Exigindo o cumprimento da legislação, as forças se mobilizavam no caráter de direto cívico,
na defesa da ordem jurídica e de apoio ao regime democrático. A campanha que durou apenas
dez dias aglutinou importantes segmentos organizados do país, bem como, de considerável
apoio popular. Goulart encontrava-se em visita a China comunista, ausente na renúncia Jânio,
mas sabedor da situação, foi recepcionado por uma multidão ao chegar em Porto Alegre no
dia 1º de Setembro. No entanto, sua posse é adiada e o Congresso Nacional vota as pressas
uma emenda constitucional, instituindo o sistema parlamentarista de governo, reduzindo os
poderes do presidente.
Goulart assume a presidência com Tancredo Neves como primeiro ministro, e o
governo parlamentarista se estendeu no período de 1º de setembro de 1961 a janeiro de 1963,
quando o referendo popular determinou o retorno ao presidencialismo. Como forma de
controlar os plenos poderes presidenciais, o plebiscito da readoção ao presidencialismo,
ocorreu a nove meses do fim do mandato de Goulart. Os atores políticos na verdade não
operavam politicamente com o sistema provisório de governo, a referência dos partidos se
delineava no arcabouço presidencialista. Inúmeros foram os momentos que o parlamento
ignorou as propostas sugeridas pelos conselhos de ministros. O hibridismo do sistema abria
espaço tanto para práticas predominantemente parlamentaristas, quanto para procedimentos
fortemente presidencialistas. As prerrogativas do Presidente da República seriam mais uma
questão subordinada às práticas e à experiência, do que aos aspectos teóricos do novo sistema.
(REIS, 2005).
Na instabilidade da conjuntura nacional do início da década de 1960, as bases das
legendas ideológicas e tensões políticas prenunciavam embates entre os grupos de poder. Fora
neste contexto que a liderança de Leonel Brizola se avulta. Posicionando-se como o principal
líder e tutor da idealização social das reformas de base, propõe uma organização de células
agrupadas em número de onze indivíduos. Os Grupos de Onze, ou, Grupo dos Onze. Também
identificados como Comandos Nacionalistas. Na época deputado federal pelo estado da
Guanabara, Brizola propaga a ideia reformista que tomava corpo durante o Governo de João
Goulart. Em outubro de 1963 dá inicio a organização dos grupos, que toma força, sobretudo,
entre os estratos mais simples da sociedade.
O mote dos grupos se direcionava na luta para a manutenção das conquistas
democráticas e pela concretização das reformas. Pressionando o Presidente perante tais
medidas, o movimento se posicionava como representante popular diante de um congresso
contrário as reformas e denunciava os interesses dos latifundiários e da elite do país. Outro
elemento importante a ser destacado, se deve as denúncias que Brizola antecipava com o
eminente golpe militar que estaria sendo arquitetado no Brasil. Neste sentido, os “Grupos de
Onze” estariam sendo organizados para combater o regime ditatorial, prenuncio do então líder
do movimento.
Para compreendermos as ações dos indivíduos que compuseram o chamado G11
precisamos considerar que as três décadas que antecedem o golpe de 1964 são caracterizadas
pelo pensamento trabalhista que conquista grande parte dos trabalhadores urbanos, bem como
a aquisição de diversos direitos vinculados ao trabalho. De maneira ampla, o trabalhismo
pode ser considerado uma categoria para “conceituar a trajetória dos trabalhadores em busca
de seus direitos econômicos, políticos e sociais.” (GOMES, 1989, p. 81).
Em nosso país o trabalhismo3 foi construído através de uma relação que vinculava o
governo e os trabalhadores, construído desde 1930, paralelo à figura de Getúlio Vargas, os
movimentos sindicais brasileiros e a criação do Ministério do Trabalho. (PACHECO, 2011, p.
229).
Com o fim do Estado Novo e a iniciativa de criação de um partido próprio, PTB –
Partido Trabalhista Brasileiro, o discurso trabalhista é oficializado, e consequentemente com
o surgimento de novas lideranças na década de 1960 se torna mais radical reivindicando
mudanças nas bases sociais brasileiras. Neste meio surge Leonel Brizola que ocupando o
cargo de Governado do Estado do Rio Grande do Sul expropriou terras e estatizou empresas
norte-americanas, chamando atenção dos trabalhistas brasileiros. No ano de 1963, Leonel
Brizola difunde o G11, tido como um movimento que serviria como tática de aglutinação
entre trabalhadores que confirmavam as ditas reformas de base. (PACHECO, 2011, p. 231-
232).
3Deixamos à parte nesta comunicação a noção de populismo, mesmo estando cientes que exista um intenso debate entre
pesquisadores que se utilizam do trabalhismo e do populismo como categorias de análise. Para determinados historiadores
que analisam as relações entre governo e trabalhadores da década de 1950 a 1960, a definição de trabalhismo evita a
radicalização de que as massas sejam inconscientes perante um líder carismático, sendo participantes do processo político.
(FERREIRA, 2001). Para outros estudiosos não se deve reconhecer o trabalhismo a tal ponto de descartar o conceito de
populismo (DUARTE; FONTES, 2004, p. 116). Estamos cientes da impossibilidade de compreender o pensamento que
norteou as ações das classes trabalhadoras apenas com a utilização do trabalhismo como categoria de análise, pois este
mesmo se confunde com o getulismo e o brisolismo.
Neste contexto é que percebemos que a formação do G11 está ligada diretamente às
experiências vividas pelas classes sociais trabalhadoras que se constituíram a partir da década
de 1930, e que a simetria de ações e das ideias destes homens foram erigidas em concordância
ao desenvolvimento do trabalhismo.
Em caráter nacional, a formação dos grupos se estruturou a partir da programação
emitida pela Rádio Mayrink Veiga todas as sextas-feiras, às 21 horas, onde eram divulgados
discursos de Leonel Brizola. O programa do PTB se tornou um sucesso ocorrendo à filiação
de diversas emissoras à rádio formando a “Cadeia do Esclarecimento”. (LEITE FILHO, 2008,
p. 251).
Foi através da “Cadeia do Esclarecimento” que Brizola chamou a população para se
organizar. O G11 consistia na aglutinação de onze indivíduos, tal como um time de futebol,
onde deveria ter um “capitão”, responsável por comandar e repassar as ordens oriundas da
liderança de Brizola.
A associação ao time de futebol, esporte mais popular no país, tinha o intuito de
assimilação rápida pelas classes populares. Este efetivo deveria ser facilmente mobilizado e
em condições, de que se fosse necessário pegar às armas em defesa das reformas de base e da
manutenção democrática.
Brizola também utilizou outro meio de comunicação direta com as massas a partir de
1964: o semanário “O Panfleto – o jornal do homem de rua”. Trata-se do meio de
comunicação impressa dos grupos, que em sete edições atingiu uma tiragem de 200 mil
exemplares. Com o semanário os grupos passaram a ter regimento próprio documentado, com
o interesse de defender um golpe ao governo constituído, e ao mesmo tempo pressionar o
mesmo governo a agilizar a aprovação das reformas de base. (KUCINSKI, 2003, p. 9).
Além dos objetivos claros, “O Panfleto” emitiu a Ata quais deveriam ser preenchidos e
enviados à Rádio Mayrink Veiga. Percebe-se neste documento que evidenciava uma ligação
entre a carta testamento de Vargas e as ações brisolistas diretamente atreladas, tendendo
orientar a causa.
O mesmo jornal anunciou a formação de 100 mil grupos espalhados pelo Brasil, o que
provocou uma reação imediata das classes conservadoras, sendo os G11 a motivação de
discursos de que a ameaça comunista estaria tomando o país rendendo referências de
“comunista” e “agitador” ao seu líder Brizola divulgados nos mais diversos meios de
comunicação.
Alguns historiadores afirmam que a radicalização das esquerdas incitadas pelo G11
levou a radicalização da direita, matéria base para o golpe de 1964. (FERREIRA, 2004;
GASPARI, 2002). Estas análises não são unanimidades, sendo desconsideradas por outros
autores. (FICO, 2004).
Os ânimos estavam exaltados para um golpe, a pressão para profundas reformas
políticas e sociais ao mesmo tempo aumentava o crescimento do sentimento anticomunista.Os
militares depuseram o governo se prepararam para combater o exército nacionalista liderado
por Brizola, pois através dos discursos e pronunciamentos emitidos via rádio e publicados no
semanário achavam que ele não estaria sozinho. (BALDISSERA, 2005). Entretanto, o
enfrentamento jamais ocorreu!
Estudos recentes apontam a principal falha na formação dos grupos nacionalistas.
Grande parte da população da época era composta por analfabetos ou semianalfabetos, sendo
que os integrantes dos G11 inocentes e crentes que assinavam as listas de adesão sem
nenhuma intenção de compor grupos guerrilheiros. Assim,
As pessoas formavam os grupos de modo espontâneo. Depois de ouvirem as
conclamações de Brizola pelo rádio, agricultores deslocavam-se de casa em casa por
quilômetros, a pé ou a cavalo, buscando as assinaturas para a “lista dos onze”.
Outros, para atender rapidamente aos apelos, botavam nomes de pessoas de sua
família, incluindo idosos e crianças de poucos meses de idade. Muitos assinavam
movidos por amizade ou atendendo ao pedido de alguém da família. Eram homens
religiosos, que acreditavam estar contribuindo para a realização das Reformas de
Base e defendendo a bandeira brasileira – corria também o boato de que ganhariam
terras, tratores e insumos agrícolas em troca da adesão. Além do mais, seus nomes
eram lidos na rádio pelo Brizola em pessoa, o que já lhes dava grande satisfação.
Crentes que estavam aderindo a uma ação democrática que resultaria somente no
bem do Brasil... (BALDISSERA, 2009).
Os setores conservadores e os militares possuíam a informação de que os grupos
ostentados por Brizola constituíam braços armados da guerra revolucionária que estaria preste
a eclodir no país. Sobre a repercussão dos G11, o professor Jorge Ferreira nos relata que
A maior consequência dos “comandos” foi gerar o medo-pânico entre os
conservadores e a direita civil-militar. Mesmo que a iniciativa de Brizola não tivesse
tido tempo de prosperar, a imprensa supervalorizou o movimento, publicando
notícias assustadoras sobre supostas ações – na maioria das vezes imaginadas pelos
donos dos jornais – dos “comandos nacionalistas”. Comunismo e guerra
revolucionária eram as imagens mais disseminadas. (FERREIRA, 2007, p. 559-560).
Os militares após o golpe civil militar de 1964 atuaram de forma rápida contra os
integrantes dos G11 foram enquadrados na Lei de Segurança Nacional, sendo as listas
confiscadas sem nenhum registro de confronto armado.
A PRESENÇA MILITAR NO SUDOESTE DO PARANÁ E O COMBATE AO
“GRUPO DE ONZE”
De ocupação recente, a região Sudoeste do Paraná apresentou características distintas
daquelas tendencialmente perpetradas no sul do País. Inúmeros fatores de ordem política,
judicial, militar e social, deram uma conotação, sobretudo conflituosa, no processo de
colonização. Litígios entre o Estado do Paraná e a União desencadearam contendas pelas
glebas de terras, que, posteriormente as rezingas foram protagonizadas também por interesses
particulares, empresas colonizadoras e pelos colonos posseiros. (GOMES, 2005).
Enquanto a questão tramitava sub judice, o governo varguista, na ação da marcha para
o oeste, intervém na região e cria uma colônia para incentivar a colonização a CANGO
(Colônia Agrícola Nacional Osório) por um decreto de 1943. Tal projeto estimulou rápida e
desenfreada migração de colonos, assentados ilegalmente nos lotes das glebas de terras do
sudoeste. Devido ao embargo litigioso em que a região se encontrava os colonos não
obtiveram os registros dos lotes, esta condição transformou os ocupantes em posseiros.
(LAZIER, 1998).
Uma companhia de capital norte americano adquiriu, também ilegalmente, a posse das
mesmas glebas, já questionadas pelos governos e pelas famílias dos colonos posseiros. Tal
contenda confrontou o interesse dos posseiros, que lutavam pelos lotes de terras, e os
jagunços, que em nome das companhias pretendiam expulsar os ocupantes. Como pano de
fundo, se deflagrava uma luta política entre os diferentes grupos de poder, que atingia
diretamente a instância estadual e federal. Por conta disso, as autoridades instituídas na região
representavam os interesses políticos conflitantes, e, no caso, posicionavam-se no sentido
contrário aos posseiros. (COLNAGHI, 1994).
Quando o embate armado atingiu proporções alarmantes, a imprensa nacional e
internacional noticiavam o episódio do embate das guerrilhas agrárias, foi instalado um
destacamento efetivo do Exercito Brasileiro em Francisco Beltrão. A cidade também era a
sede da companhia colonizadora e abrigava os escritórios das empresas imobiliárias. A
princípio, tal destacamento se mantinha acantonado, como efetivo de forças a intervir no
momento que fosse convocado.
Quando o clima de instabilidade tomou conta da região, as autoridades políticas e
militares observaram a necessidade de medidas e forças de controle. Tornara-se imperativo o
deslocamento de efetivos militares, como forma de inibir o recrudescimento do conflito, no
sentido de atuarem como mediadores entre os grupos envolvidos. No ano de 1954, um efetivo
das tropas do Batalhão de Caçadores, provenientes de Joinvile –SC e outro efetivo de
Infantaria de Ponta Grossa- PR, se instalaram nas dependências da CANGO, em Francisco
Beltrão. 4 Nos anos posteriores o efetivo militar foi ampliado, em 1957 fora destinado a
Francisco Beltrão outro pelotão de Infantaria, constituído por quatro sargentos, cinco cabos e
vinte e quatro soldados, comandados pelo tenente João da Cruz Filho.5
Em outubro de 1957, o embate entre os grupos chegou ao ápice, convulsionando
articulações políticas da região, do Estado e da União. Os registros e as evidências do levante
armado, quando seis mil colonos tomaram de assalto o controle do Sudoeste do Paraná,
revelam que as forças militares foram decisivas para o controle do conflito. Vindo,
posteriormente em 1962, por determinação da Casa Militar, que por sua vez estava
subordinada diretamente à Presidência da República, operar, através do Grupo Executivo de
Terras para o Sudoeste do Paraná – GETSOP, a medição e titulação dos lotes urbanos e rurais,
trabalho que se prolongou até década de 1980, garantindo assim os direitos a propriedade da
terra na região de fronteira. (WACHOWICZ, 1987).
Importante entendermos o processo de colonização do Sudoeste do Paraná com a
presença efetiva e decisiva das forças armadas. Forças apaziguadoras e mediadores de um
sangrento conflito agrário, que, deve-se ressaltar, finalizado com uma inédita vitória dos
pequenos colonos posseiros. No final, as terras foram desapropriadas e as famílias tiveram
suas terras tituladas, permanecendo em suas propriedades. Nesta conjuntura, o Exercito se
4Boletim interno Nº 122 de 30 de Jun 2000, da 3ª Companhia do 33º Batalhão de Infantaria Motorizada. 5Boletim interno Nº 5 de 7 de Janeiro de 1957 do 13º Regimento de Infantaria da cidade de Ponta Grossa- PR.
define como instituição atuante e de prestigio na região. Gozando de status de referência para
a ordem e paz entre a população. Destarte, a participação da Instituição lhes rendeu no
imaginário social local o título de “guardião” das terras em litígio.
Foi nesta conjuntura que em 1964 a presença militar empreende nova ação, desta vez
no combate às ações, consideradas, “comunistas subversivas” na região Sudoeste. Neste
momento, para enquadrar e inquirir a organização do “Grupo de Onze” que se organizara
como movimento político contestador do regime militar recém instalado. Foi então
instaurado um Inquérito Policial Militar – IPM, no destacamento de Francisco Beltrão em 13
de novembro de 1964, para apurar atividade política de formação do G11 no Sudoeste do
Paraná, cuja sentença foi expedida Processo nº 226 emitida pela Justiça Militar de Curitiba em
Junho de 1969 punindo os indiciados pelo IPM.
As extensas páginas do relatório revelam atenção meticulosa em identificar quem
realmente são os componentes do grupo, principalmente no sentido de analisar o grau de
periculosidade ante as ações que a cartilha do movimento instruía. Visto, que este, o intento
real seria a organização de comandos armados, que em fim último, formar-se-iam as
guerrilhas de efetivo combate. Nas preliminares investigações, as autoridades militares
identificam que:
Não houve a principio grande penetração comunista visível e os moveis da
participação dos implicados estavam relacionados aos interesses de melhoria de sua
situação na compra e venda de mercadorias. Verifica-se, porém que houve uma
formação de ‘grupos” um tanto extensa. Os representantes não são bem informados
sobre esses “grupos”. A participação realmente perigosa seria a do senhor S. P. mas
torna-se impossível colher mais dados, pois encontra-se foragido, ao que consta, no
Paraguai. (Relatório do IPM nº 226. 16º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado de
Francisco Beltrão Paraná. 13 de novembro 1964. P. 276).
A recente Revolta dos Posseiros ocorrida em 1957, oito anos apenas da formação do
Grupo de Onze”, fez o efetivo militar redobrar a atenção. A organização guerrilheira no
conflito armado, seria eminente estimulo para uma nova investida de caráter revolucionário
com os grupos estimulados por Brizola: “Houve a ideia de ressuscitar a organização que os
colonos tiveram em 1957 em defesa de suas terras”. (Relatório do IPM nº 226. Justiça Militar
de Curitiba. Junho de 1969. P. 276)
As ações de investigação buscavam enquadrar de imediato as lideranças, como forma
de coibir o movimento prendendo seus articuladores. E os registros do relatório, revelam a
eminente preocupação dos militares com a propaganda comunista, disseminada na formação
dos grupos contrários ao regime militar:
Sem dúvida, pesa sobre a pessoa de R. A. e isso é coisa comum a todos os
depoimentos, a responsabilidade da formação dos ditos grupos. Fato que se
reconhece nele um obstinado formador de tais grupos, por sua maior capacidade
intelectual. Os demais participantes foram colonos bem explorados pela propaganda
comunista. (Relatório do IPM nº 226. 16º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado de
Francisco Beltrão Paraná. 13 de novembro 1964. P. 276).
Um fator de ordem geográfica precisa ser considerado. O limite de fronteira com a
Argentina e proximidade com o Paraguai, fez do sudoeste uma região favorável para os
integrantes do grupo buscarem refúgio. Ambos os países fronteiriços foram citados pelo IPM
como destino de fuga de vários dos arrolados nos processos. No momento da prisão dos
primeiros integrantes dos “grupos”, os demais envolvidos logo tratavam de bater em fuga:
“Quanto a atuação de T. C. de F. A. e O. H. não foi possível colher os depoimentos, estando
os mesmos foragidos no país vizinho da Argentina”. (Relatório do IPM nº 226. 16º Esquadrão
de Cavalaria Mecanizado de Francisco Beltrão Paraná. 13 de novembro 1964. P. 276)
Logo na segunda página de relatoria de sentença, que coube aos Capitães Juízes
Ercildo Bessa de Carvalho, Major Presidente, Celio de Jesus Lobão, Juiz Auditor, Alceu
Almeida Ferreira, Capitão Juiz, e Ary Freitas Pires, Capitão Juiz, explicita-se o temor da
organização dos “grupos” e seu caráter político, ideológico e revolucionário. Além disso, a
figura de Leonel Brizola logo é citada como da eminente força que exercia na liderança contra
o regime militar:
O então deputado federal LEONEL DE MOURA BRIZOLA apretexto de criar
grupos de pressão para apoio das apregoadas reformas de base, na realidade
objetivou criar organismos paramilitares com finalidades políticas, grupos esses
denominados de “Comandos Nacionalistas” ou “Grupos de Onze” que deveriam ter
um chefe, líder ou comandante, ao qual os demais membros deveriam subordinação
hierárquica, com finalidade combativa. Tais grupos foram constituídos atreves do
país, assim como na região sudoeste do Paraná, onde foi realizado o IPM que deu
origem ao presente processo.(Sentença do IPM nº 226. Justiça Militar de Curitiba.
Junho de 1969. P. 02).
Chama atenção a comprovação da estreita ligação que Leonel Brizola manteve com os
“grupos” formados. O então deputado federal se manteve próximo e principal articulador, a
ponto de as lideranças se deslocaram até a cidade do Rio de Janeiro e Porto Alegre para
receberem suas instruções. Mais um elemento que o inquérito nos traz. “No sudoeste do
Paraná, uma das lideranças da organização coube a R. A. que formou vários grupos de
revolucionários, viajou ao Rio de Janeiro e teve contato com Brizola também em Porto
Alegre” (Sentença do IPM nº 226. Justiça Militar de Curitiba. Junho de 1969. P. 02).
As lideranças dos grupos do sudoeste se mantinham diretamente ligadas com o
comando brizolista. Em depoimento, uma testemunha de acusação revela:
Em juízo, a testemunha de L.N. confirma que A. P. recebeu correspondência de
Brizola. Em juízo, a mesma testemunha confirma em depoimento que C. F. recebeu
carta de Brizola, tendo angariado assinaturas e convidado elementos para fazerem
parte desses grupos. Em seguida, passou telegrama a Brizola e procurou manter
contato com o mesmo indo para a Guanabara, Uruguaiana, e Santo Ângelo.
(Sentença do IPM nº 226. Justiça Militar de Curitiba. Junho de 1969. P. 05)
Os registros do inquérito comprovam a metódica organização dos “Grupos de Onze”
na região. Mantinham contato efetivo, se não era diretamente com Brizola, o faziam com o
comando geral do movimento. Seguindo na normativa, as atas elaboradas pelos grupos eram
encaminhadas para a organização central, como também recebiam modelos destas atas. A
rádio Mayrink Veiga, que centralizava a rede de rádios nacionais na “cadeia da legalidade”,
organizada pelo próprio Brizola, era o destino das referidas atas:
Em Francisco Beltrão, P. F. escreveu a Mayrink Veiga, pedindo o livro ‘Coluna por
um’, recebendo-o e também telegrama de Brizola, acusando a remessa de instruções
para formação de grupos de onze, instruções essas que chegaram posteriormente.
Em seguida providenciou cópias de atas entregando-as a A. A.(Sentença do IPM nº
226. Justiça Militar de Curitiba. Junho de 1969. P. 04) Em reunião passaram a conversar sobre a finalidade dos grupos de onze e
resolveram organizar dois grupos, sendo escolhido R. W, para chefe de um, e N. P.
A. J. para chefe de outro. Tendo A. J. completado seu grupo, logo enviando a lista
para Brizola, por intermédio da Rádio Mayrink Veiga. (Sentença do IPM nº 226.
Justiça Militar de Curitiba. Junho de 1969. P. 05)
Acusados, delatores e testemunhas, relatam detalhes do contexto político que o país
vivia. As tendências ideológicas que se dividiam, refletiam-se, salvas as proporções, na região
sudoeste paranaense. Adeptos da continuidade do regime militar travavam embate político
com idealizadores de uma ruptura com o sistema vigente. A rádio parece ter sido realmente o
maior veículo informativo das disputas políticas. A cadeia conduzida pela Mayrink Veiga
atingia os lugares mais longínquos e disseminava a ideia de que a derrubada dos militares do
poder, levaria a inúmeras vantagens, uma socialização com distribuição dos bens.
No depoimento de R. F. como testemunha refere-se a C. B. F. que não foi
localizado, por estar foragido. A testemunha afirma que F. ouvia frequentemente a
rádio de Cuba. Convidando frequentemente indivíduos para fazerem parte desses
‘grupos’ assim como criticava as instituições democráticas do país, dizendo que a
ordem político-social seria mudada, com distribuição de terras e gêneros
alimentícios. (Sentença do IPM nº 226. Justiça Militar de Curitiba. Junho de 1969.
P. 05)
Os inflamados discursos de Brizola deixavam a entender que estava incutida a
propaganda comunista. Pelo simples fato, como vimos, em depoimento acima, verificar-se a
crença de que a queda do regime traria uma nova ação política, com a distribuição de terras e
alimentos. O “perigo comunista” era eminente na interpretação da maioria da população.
Muitos dos delatores do grupo dos onze o fizeram na alegação que estavam diante de
indivíduos que pregavam tal ideologia. Bem como as autoridades militares que ao relatarem o
inquérito, faziam menção a esta condição dos arrolados e a definiam como critério. Ou seja,
combate aos elementos que disseminavam as ideias “comunistas”.
Com raras exceções, a maioria dos integrantes eram agricultores com baixo grau de
instrução, no entanto, tinha o conhecimento que o movimento por eles organizados teria uma
finalidade de atuação como guerrilha armada. Entendiam que deveria eclodir antes nos
centros maiores para, depois, disseminar-se pelo país. Um das testemunhas de acusação revela
como os integrantes definiam a ação: “T. A. por sua vez, afirma que D. G. falou sobre os
armamentos que seriam distribuídos nas grandes cidades. No inquérito, B. B. declara que D.
G. disse-lhe que havia entrado armas no Brasil”. (Sentença do IPM nº 226. Justiça Militar de
Curitiba. Junho de 1969. P. 06 e 07).
Ao arrolar o inquérito, o procurador Militar, antes mesmo do julgamento, propõe uma
pena para os acusados na formação dos “Grupos de Onze”, explicitando eminente
preocupação das autoridades diante da formação e ação da organização. Atribuindo a Brizola
o grande perigo como organizador e mentor do movimento.
Em alegações finais, o Dr. Procurador Militar, refere-se a denúncia, indicando os
nomes dos acusados que tiveram atuação marcante na formação dos grupos de onze,
em Francisco Beltrão, Santo Antônio, Capanema e Dionísio Cerqueira. Reporta-se a
declarações de testemunhas, dizendo que os acusados não conseguiram elidir as
imputações feitas na inicial e que, sem sombra de dúvida exerceram atividade no
sentido de organizar tais grupos, obedecendo à pregação feita pelo deputado Leonel
Brizola. Termina pedindo a condenação de todos a pena de um ano de detenção,
como incursos nas sanções do art. 36, Dec-Lei 314/67. (Sentença do IPM nº 226.
Justiça Militar de Curitiba. Junho de 1969. P. 03)
O conselho de Justiça da Auditoria da 5ª Região Militar, apurando o conjunto
ordenado das peças do processo judicial, julgou e entendeu que parte dos envolvidos haviam
assinado as atas sem entenderem a fundo o propósito dos grupos. No entanto, com base nos
autos, os aliciadores e organizadores seriam indivíduos perigosos, capazes de por em risco a
ordem vigente. Eram inimigos do sistema e opositores do regime de governo, intimamente
ligados com o alto comando dos grupos revolucionários e por isso foram condenados.
Portanto, os integrantes foram investigados no caráter de nível de “periculosidade”,
entendendo que parte deles, considerados “ignorantes” e de “nível cultural baixo” deveriam
ser policiados com rigor, mas ficariam em liberdade, ao passo que os agitadores, insufladores
e organizadores deveriam ser punidos.
Diante do exposto, verifica-se que R. A - M. R. P - N. P. A. J. – T. A. e P. S. G,
exerceram atividade efetiva, no sentido de organizar os denominados “grupos de
onze”, conhecendo a finalidade combativa desse grupos e influindo pessoas de nível
cultural mais baixo, no sentido de preencherem as relações a fim de criarem esses
organismos prontos para oferecerem cobertura a seu idealizador, o ex-deputado
Leonel Brizola, pelo poder. (Sentença do IPM nº 226. Justiça Militar de Curitiba.
Junho de 1969. P. 07)
Fica evidenciada a ação combativa contra a organização dos comandos, bem como o
temor que Brizola causava no conjunto da ação opositora ao governo militar. Os lideres que
mantiveram contato com o idealizador, seriam realmente uma ameaça na disseminação das
células revolucionárias. Neste sentido que a Justiça militar estabelece a sentença para os
acusados.
Por essa razão, a cobertura desses acusados tipifica-se o delito definido no Art. 24 da
Lei 1802/53, atualmente Art. 36, do Dec-Lei 510/69 e, assim sendo, RESOLVE o
Conselho Permanente de Justiça, por maioria de votos, CONDENAR, como
condenado tem, os acusados - R. A - M. R. P - N. P. A. J. – T. A. e P. S, já
qualificados anteriormente, à pena de seis meses de reclusão, como incursos nas
sanções do Art.24, lei 1802/53, em definitivo. A pena dos acusados foi fixada nos
termos do Art. 229. § 2º, do C. J. M. (Sentença do IPM nº 226. Justiça Militar de
Curitiba. Junho de 1969. P. 08)
O inquérito foi instaurado em 13 de Novembro de 1964 e os acusados sentenciados em
Junho de 1969. Tramitou na conjuntura de consolidação do governo militar e na instauração
do A-I 5, Ato Institucional nº 5, que definiu o momento mais duro do regime, dando poder de
exceção ao governo para punir arbitrariamente os que fossem considerados inimigos do
sistema vigente. O governo entendia que precisava ser mais enérgico no combate as “ideias
subversivas”, diagnosticando que haveria um processo adiantado de “guerra revolucionária”
liderada pelos comunistas. Foi nesta conjuntura política que as lideranças dos “grupos de
onze” do sudoeste do Paraná foram enquadrados e condenados.
CONCLUSÃO
A formação dos “grupos de onze” no sudoeste do Paraná, se configura nos moldes das
células que se propagaram pelo restante do país. Caracterizado na representação de um time
de futebol, seguiram a idealização de caráter político contestador de um sistema de poder
vigente. Movimento iniciado com intuito de levar João Goulart ao poder no movimento da
legalidade, se propagou com o ideal de destituir o governo militar instaurado em 1964.
Os autos do inquérito analisado evidenciam a estreita ligação com a figura
centralizadora e idealizadora de Leonel Brizola. A cadeia da legalidade, disseminada pelas
comunicações radiofônicas, chegou ao sudoeste paranaense. Obteve o efeito esperado, ou
seja, instigou a formação combativa de caráter oposicionista, empunhando ideias políticos e
interpretando o real sentido que o movimento ensejava. Os envolvidos aderiram ao
chamamento, organizando comandos e mantendo estreito contato com Brizola. Apesar de
nossos estudos ainda incipientes, somos levados a considerar o verdadeiro efeito que a cadeia
da legalidade atingiu, atestado pelo engajamento, sobretudo de suas lideranças, que
acreditavam no ideal político que se delineava.
Outro elemento que se destaca, é a presença efetiva e atuante do destacamento do
Exército na região. Enquadrou os envolvidos em uma ação policialesca, seguindo os moldes
de orientação nacional, inquirindo os revoltosos no rigor da cartilha de contenção das
organizações guerrilheiras. Atento a todos os movimentos, o destacamento militar de
Francisco Beltrão, atuante desde o conflito agrário de ocupação, preocupou-se em inquirir a
organização dos Grupos de Onze, atentando para o perigo das ideias subversivas. O caráter
temerário se evidenciou pelo fato dos insurgentes manterem tratativas diretas com Leonel
Brizola, citado, como vimos, inúmeras vezes no inquérito e na sentença da justiça militar.
Vale lembrar que a região de fronteira com os estados platinos, preocupou as autoridades
militares e favoreceu o refúgio de vários dos enquadrados pelas autoridades.
Importante destacar a conjuntura política regional, que parece ter seguido as
tendências do caráter nacional. Pelos depoimentos, observamos que parte da comunidade
interpretava a presença dos grupos com o temor comunista subversivo, efeito da propaganda
do governo militar da época. Assim, muitos cumpriram o papel de delatores das organizações
que se propagavam, entendendo que o melhor seria extirpar a presença de ideias que poderiam
revolucionar a sociedade. Ouvir a programação da rádio Mayriki Veiga, era um parâmetro
para identificar prováveis insurgentes. Era a vertente que disseminava, além das ideias, todo o
processo de organização, estruturação e ação das unidades subversivas.
Por fim, mas não no sentido de esgotarmos as interpretações, observamos o rigor da
jurisprudência militar, tramitando inquérito por cinco anos e concluindo-o com sentença
condenatória para as lideranças dos grupos. Vale retomar aqui a ideia da conjuntura política
que o país atravessava neste exato período. Deflagravam-se movimentos contestatórios ao
regime militar, ao passo que o governo recrudescia a ação combativa aos revoltosos. Neste
contexto político-social de efervescência que as ações dos grupos de onze no sudoeste do
Paraná, tramitam em julgamento pelo tribunal militar. Pela ação propriamente observada e
desencadeada no interior da organização e pelo embate de forças no caráter nacional, temos a
condenação de parte dos réus no desenrolar dos acontecimentos.
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