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Instituto Superior de Ciências da Educação
Departamento de Ciências Sociais
Repartição de Sociologia
ISCED-LUANDA
SOCIOLOGIA AFRICANA
A SOCIOLOGIA
NA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO Adriana Fernandes da Costa
Catarina Franco Bangula
Guillherme Mateus Moma
José Capangala Ventura
Mateus Mauricio
Serafim Saumbe N. Guaio
Isabel Domingos António Kaalo
Graça da Conceição Q. Bandeira
Fernando Miguel João
Victoria Domingo da Graça
Curso: Sociologia
3º Ano-Diurno
Luanda/ 2013
Índice
1
Introdução..........................................................................................................................2
1. A República Democrática do Congo.............................................................................3
1.1. Um olhar histórico......................................................................................................3
2. Factores que contribuiram para o surgimento da Sociologia na R.D.C........................5
2.1. A 7ª semana filosófica de Kinshasa e seu impacto na sociologia congolesa...........5
3. A Sociologia no Congo Democrático............................................................................6
3.1. Tendências actuais da sociologia do Congo Kinshasa...............................................9
Considerações finais........................................................................................................13
Referencias Bibliográficas...............................................................................................14
Introdução
2
O presente trabalho é uma tentativa de abordar exaustivamente a sociologia
africana, concretamente na República Democrática do Congo, também conhecida por
Congo Kinshasa.
Uma sociologia de difícil abordagem no ponto de vista lusófono, visto ser ainda
difícil o acesso as fonte bibliográficas, visto ter sido difícil encontrar algum material que
abordava questões relacionada a sociologia do Congo Kinshasa, sobretudo ao nível da
língua portuguesa. Segundo Elísio Macamo1, "a integração africana no sistema mundial
e a longa marcha que os africanos tiveram que fazer até chegarem onde hoje se
encontram proporcionam elementos fulcrais para a fundamentação duma ciência do
social em África." E Muanamosi Muatumona2 vai ainda longe ao afirmar que "a
sociologia africana tem diante de si um campo enorme de intervenção, pois o continente
enfrenta situações de vária ordem, que estão a espera de respostas que os sociólogos
africanos podem e devem dar" (Matumona, 2008: 28).
E os sociólogos congeleses têm dedicado seus estudos às respostas dos vários
problemas que não só preocupam aos congoleses, mas aos africanos.
O referido trabalho, que centra-se na disciplina da Sociologia Africana está
estruturada por pontos.
No primeiro ponto apresentamos uma abordagem histórica sobre a R.D.C, pois
seria um erro de nossa parte debruçar-se sobre a sociologia neste pais sem revisitarmos
alguns aspectos da história do Congo Kinshasa; no segundo ponto, apresentamos alguns
factores que contribuiram para o surgimento da Sociologia na R.D.C, bem como, um
olhar sobre algumas resoluções providas da7ª semana filosófica de Kinshasa e seu
impacto na sociologia congolesa; no terceiro ponto tentamos fazer uma abordagem
delinear sobre a Sociologia no Congo Democrático, bem como uma tentativa de
discrição de algumas tendências actuais da sociologia.
1. A República Democrática do Congo
1 MACAMO, Elísio (2002). "A constituição duma Sociologia das Sociedades Africanas" in Estudos Moçambicanos, nº 19, p. 17
2 MATUMONA, Muanamosi (2008). " A sociologia africana no mundo lusófono - Fundamentos para um novo paradigma epistemológico" in Revista angolana de sociologia, nº 2, p. 28
3
Debruçar-se sobre a sociologia do Congo Kinhasa é fundamentalmente
necessário fazer uma incursão sobre a génese histórica da vida política do Congo, pois o
a sociologia neste país foi fortemente influenciada pelos conflitos políticos que o
mesmo vem vivendo.
1.1. Um olhar histórico
A República Democrática do Congo (R.D.C) é um vasto país situado no centro
do continente africano, cobrindo uma área de 2.345.409 Km2. É o terceiro país africano
em extensão territorial depois do Sudão (2.505.813 Km2) e da Argélia (2.381.741
Km2). Faz fronteiras com nove países: Congo Brazzaville ou República do Congo, a
oeste; a República Centro-Africana e o Sudão, ao norte; Uganda, Ruanda, Burundi e
Tanzânia, a leste; Zâmbia ao sudeste e Angola ao sul.
Para o professor Kambengele Munanga (s/d, p. 1) "a palavra Congo refere-se a
dois países da África Central, a um grande rio que separa esses dois países, e ao antigo
reino africano".
Os países são a República do Congo, também chamado Congo-Brazzaville e a
República Democrática do Congo, também conhecida como Congo-Kinshasa ou Zaire
Congo. Ambos os países e o rio devem este nome ao antigo reino do Congo que cobria
duas regiões contíguas entre os dois países e o norte de Angola (Ibdem).
Ainda para o professor Kambengele Munanga:
"A atual República Democrática do Congo recebeu no decorrer de sua
história uma série de nomes através dos quais ficou conhecido. De 1885 a
1908 era chamada Estado Independente do Congo, e, entre 1908 e 1960,
Congo Belga. Ao receber a independência em 30 de junho de 1960, o
nome novamente foi mudado e passou a chamar-se República do Congo.
Era também chamada nessa época de Congo-Léopoldville para ser
distinguida de Congo-Brazzaville, ex-colônia francesa, também chamado
de República do Congo depois de sua independência. Em 1964, o Congo-
Leopoldville se torna República Democrática do Congo, embora o regime
em vigor não tivesse nada parecido com democracia" (idbem).
Ainda para o mesmo autor, Em 1971 o ditador Mobutu Sese Seko rebatiza o
país, dando-lhe o nome de República do Zaire, normalmente chamado Zaire, também
nome da moeda nacional e do rio Congo. Em 1997, Laurent Désiré Kabila, outro
4
ditador, sucessor de Mobutu, retorna ao antigo nome de República Democrática do
Congo que prevaleceu de 1964 a 1971. Evidentemente, cada um desses nomes carrega
um pedaço da história política desse país.
O ensino no Congo teve grande influencia do regime político instalado na RDC
por Mobutu Sese Seco, que 1965 torna público seu golpe militar e se auto-proclama
presidente da segunda República do Congo.
Parafraseando o Antropólogo e Sociólogo Kabenguele Munanga (s/d, p. 3):
"em 1970 ele Mobutu extingue todos os partidos políticos e cria um partido
único chamado Movimento Popular da revolução (MPR) do qual é presidente
e do qual todos os cidadãos congoleses são automaticamente membros. Para
ilustrar mais sua revolução, ele rebatiza o país, a moeda nacional e o rio
Congo, que passa a se chamar Zaire a partir de 1971; obriga todos os
cidadãos congoleses a abandonar os nomes ocidentais recebidos no batizado
ou em outra circunstância e a substituí-los por nomes autenticamente
africanos. Ele unifica também no mesmo ano as três universidades existentes
e os institutos superiores e cria uma única universidade, a Universidade
Nacional do Zaire – UNAZA – cujos reitor, Vice-reitores e membros do
conselho administrativo são nomeados por ele".
Nesta conjuntura política em que esteve mergulhada a RDC, vê-se que o ensino
da sociologia, se via nos países de regime de partido único como Angola era
considerada uma ciência non grata3,pois em nada agradava a classe política da época.
2. Factores que contribuiram para o surgimento da Sociologia na R.D.C
Falar dos factores que tiveram na base para uma sociologia na áfrica central
remete-nos realçar sobre a revolução congolesa que culminara com a independência do
congo Brazzaville em 1960. Tendo, porém, influenciado toda a região central da áfrica.
A sociologia na áfrica central evolui desde 1975, inicialmente no Instituto
Superior de Ciências da Educação, actual Escola Normal Superior, na Universidade
Marien Ngouabi no Congo.
3 Vede COSTA, Luiz Manuel da (1997): « Sociologia em Angola: posições e proposições» in Revista Ngola – Revista de Estudos sociais, pp 71-126.
5
A República democrática do Congo é um dos países da áfrica central onde a
Sociologia deu passos significativos em função de alguns factores por um lado
objectivos e por outro lado, subjectivos.
Factor Objectivo: pretende-se justamente com as condições políticas a
revolução interna, pela conquista da independência.
Factor Subjectivo: destacam-se muitas vezes as questões culturais.
Segundo as Revistas cientificas “Presence Congolaise, Presence africaine, e
Etude africaine”, a sociologia no congo democrático é considerada uma disciplina que
teve o seu emergir a partir das Escolas em 1951, e como curso pela primeira vez na
Universidade de Kinshasa CERDAC em 1965.
O primeiro sociólogo do Congo Belga Ngoma Ngambo, afirma que um dos
grandes problemas que a sociologia da áfrica central enfrentou tem a ver com a ausência
de quadros capazes, o aliciamento de quadros em termos de condições materiais e a
falta de investimento por parte do Estado.
Alguns centros de pesquisa universitária:
Universidade de Kinshasa: centro de pesquisa CERDAC, CEPLANUT, CNPP e
o ONRD;
Universidade de Lumbumbashi: centro de pesquisa ISES e o CRIAC;
Universidade de Kisangani.
2.1. A 7ª semana filosófica de Kinshasa e seu impacto na sociologia congolesa
A partir da década de 1970 a cidade de Kinshasa( Republica democrática do
Congo) transformou-se num verdadeiro encontro entre teólogos, filósofos e cientistas
sociais africanos. E foram realizados dois importantes fóruns que deu lugares nesta
cidade acesos debates acadêmicos em torno da filosofia da teologia e das ciências
humanas e sociais.
Os temas mais marcantes são realizados a partir da segunda metade da década de
1970-1980 são:
a) La philosophie et Africaine ( A filosofia Africana-29 de Março a 2 de
Abril 1976);
6
b) Philosophie et Liberation ( Filosofia e Libertação de 18 a 22 de abril de
1977;
c) Ethique et Societ ( Etica e sociedade de 3 a 7 de Abril 1978;
d) Langage et Philosophie( Linguagem e Filosofia de 23 a 27 de 1979;
e) Philosophie et Droits de l’ homem ( Filosofia e directa do homem de 26 a
30 de Abril;
f) Afrique (África de 23 a 24 de Abril de 1983;)
g) Philosophie Africaine et Developemont ( Filosofia africana e
desenvolvimento de 2 a 3 de Dezembro de 1984;
h) Philosophie et ordre sociel ( Filosofia e ordem social de 1 a 7 de Dezembro
de 1985);
i) Philosophie Africaine: Africaine face aux liberantions relegeuses
( Filosofia Africana: Africano face as libertações religiosas de 27 de
Novembro a 3 de Dezembro de 1988);
j) Philoosophie Africaine: Paix, justice, travail (Filosofia africana: Paz,
Justiça, Trabalho de 30 de Novembro a 6 de Dezembro 1986;
k) Philosophie et Ideologie politique africaines ( Filosofia e ideologia politica
africana de 26 de Novembro a 2 de Dezembro de 1989).
A 7ª semana filosófica de Kinshasa abordou dois problemas: a questão dos
métodos na filosofia e nas ciências sociais. E também abordou o problema sobre o
desenvolvimento africano como: as literaturas orais africanas, artes plásticas africanas.
Outro assunto foi a da ética na produção cientifica em África.
Segundo Ntumba Tshiamalega, defende a existência de 4 grande linhas de
pesquisa na filosofia africana contemporânea, que são: a seleção, a restituição a
reconstrução e a criação.
O método filosófico discutido nesta semana filosófica, consistia em primeiro
lugar: a questão da relatividade metodológico por intermédio do dialogo; em segundo
lugar a questão da oralidade filosófica a criação de uma filosofia da tradição oral e uma
sociologia das sociedades orais; em terceiro lugar a questão da relação entre filosofia e
métodos da teologia ; em quarto lugar a questão do engajamento ontológico como um
meio filosófico metodológico e hermenêutica do estudo das línguas; e em quinto lugar a
questão da analise metodológico de Alexi Kagame. E em sexto lugar, o problema dos
métodos filosóficos e a identidade africana.7
Estes pontos serviram de base para abordagem dos problemas sobre os métodos
nas ciências sociais no continente africano.
Os problemas metodológicos nas ciências humanas e sociais no ponto de vista
da 7ª semana filosófica de Kinshasa tiveram os seguintes métodos:
a) Método das relações internacionais;
b) Métodos icônicos e etno-morfológico;
c) Método de investigação histórica dos movimentos políticos religiosos, a ideia de
ciência e os modelos das ciências humanas. Também é reter que esta semana
prestou maior atenção ao método estruturalista e ao estruturalismo genético4.
3. A Sociologia no Congo Democrático
Quando muitos estudiosos continuam a duvidar da existência da Sociologia
africana, um bom número de autores- africanos e não africanos- não hesitam em reagir a
favor desta ciência, considerando esta problemática como um assunto encerrado
(Matumona, 2009: 309-311).
E como prova desta afirmação temos observados um grande interesse em
abordar os problemas, fenômenos e factos sociais africanos pelos próprios africanos.
Nesta ordem de ideias temos a salientar a Sociologia na República do Congo
Democrático5 que na visão de Yoka (2010, 481-486) aborda os problemas sócio-
políticos como: as desigualdades infraestruturais entre as cidades e zonas rurais, bem
como os problemas culturais, linguísticos e diplomáticos, sendo que, há dois
precedentes históricos que parecem ter jogado contra a RDC: antes demais, não tendo o
pais sido colonizado pela França, esta não o favoreceu sempre nas mediações; depois, a
ditadura mobutiana, que oprimiu as instituições do ex-zaire.
Num país como a República Democrática do Congo que, embora mergulhada
numa crise socioeconômica e política profunda, consegue produzir um filão de
pensamento que merece um lugar de destaque no universo das ciências, especialmente a
4 Estruturalismo genético: vai estudar a importância dos sistemas de relações (entre indivíduos, grupos e classes) para compreender os fenômenos sociais (Lallement, 2004:181).
5 No quadro da História do Pensamento Sociológico do Congo Democrático, para além Albert Munanga, temos a destacar o pioneiro desta ciência na região da África Central, A. Bolis e sociólogos do Centro de Investigação Cientifica Congolesa como: Ferdinand Ngoma Ngambu (1940-1998); Clément Mwabila Malela, Gérard Buakasa (1937-2004); Sophie Zala I. Kanza (1921-1998); Ernest Munzadi Babole, Pascal Payanzo N´tsomo, Mulumbati Ngasha e Anicet Assinde Sanzong Mungala
8
nível do continente africano (Matumona, 2009: 309-311). Segundo Matumona (2009:
311) a sociologia permite a formação de um espírito critico capaz de possibilitar uma
leitura inteligente sobre a relação dos nossos valores tradicionais com os da civilização
industrial. E por outra é importante realçar que;
« (...) A Sociologia africana não é apenas uma preocupação de sistemas
de parentesco, casamento ou manifestações artísticas. Ela vai mais além
desta visão fixista, pois deve analisar os diferentes factos sociais
inerentes à antropologia social, à estrutura social, à conduta social
colectiva, assim como à consciência dos actores sociais em África (...).
A sociologia africana é uma sociologia especializada que tem o papel de
participar na mutação de África...» (Idem).
Questões como a língua francesa enquanto língua oficial da RDC tem sido
também um tema sociológico que levado a vários debates, na medida em que a
francofonia manteve-se para os Zaire-Congoleses um conceito abstracto, acessível
alguns intelectuais entendidos (Yoka, 2010: 481-486).
Na vertente social, temos a destacar alguns problemas debatidos pelos
sociólogos congolenses democráticos, que se foram agudizando ao longo do tempo, tal
como assevera Yoka (2010: 481-486) ao afirmar que as medidas sucessivas de embargo
decretadas em principio contra o Presidente Mobutu e o seu regime antidemocrático,
que vitimaram o pequeno povo, privado dos bens, do privilegio da escolaridade, do
acesso a água potável, aos intercâmbios artísticos, etc. Por esta razão, o professor Albert
Munanga (2008) na sua obra Sociologie générale et africaine sociales et lês mutations
de sociétés africaine, publicada pela Editora L´Harmattan- Kinhasa, sublinha algo
importante, que é a chave hermenêutica da sociologia africana: a questão das mutações
sociais (Matumona, 2009: 309-311).
Um outro ponto, tido inclusive como o mais triste facto social é o das hesitações
que envolveram a implementação, no ex-Zaire, de um projecto como o dos CLAC
(Centros de Leitura e Animação Cultural em meio rural), precisamente por ser um pais
considerado como sendo «dos outros» e o regime colocado na lista negra (Yoka, 2010:
481-486).
9
Num sinopse feita pelo sociólogo angolano na Revista Angolana de Sociologia,
Muanamosi Matumona (2009: 309-311) à obra supracitada do sociólogo congolês
democrático.
Portanto, importa salientar outros temas que tem servido de inspiração e ponto de
partida em muitas abordagens, tratam-se dos temas considerados como correntes
sociais, políticas e econômicos africanistas, tais como: o Pan-africanismo, o
Nacionalismo, a Negritude, o Socialismo africano, o Mobutismo, a sociologia do
Desenvolvimento do continente, que demonstram por si só uma grande riqueza cultural
das tendências africanas, mormente, no domínio das ciências sociais, e, que podem ser
lidas sob outros ângulos como teológico, filosófico e antropológico, etc.(Matumona,
2009: 309-311).
3.1. Tendências actuais da sociologia do Congo Kinshasa
Dentre os nomes sonantes na sociologia congolesa actual, destacam-se:
a) Kabenguele Munanga (1942)6: Embora seja antropólogo, seus estudos
têm dados contributos significantes na sociologia africana (congolesa) e brasileira.
Kabengele Munanga nasceu na República Democrática do Congo, antigo Zaire,
no dia 19 de Novembro de 1942. Foi o primeiro antropólogo do seu país, tendo saído
pela primeira vez para fazer mestrado na Bélgica. Possui Graduação em Antropologia
Cultural pela Université Officielle Du Congo à Lubumbashi (1969) e Doutorado em
Ciências Sociais (Antropologia Social) pela Universidade de São Paulo (1977).
Atualmente é Professor Titular da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área
de Antropologia, com ênfase em Antropologia das Populações Afro-Brasileiras, atuando
principalmente nos seguintes temas: racismo, identidade, identidade negra, africa e
brasil.
Chegou ao Brasil por convite de um colega, terminado o seu doutorado, retornou ao
Congo. Em 1980 veio para o Brasil, para assumir a cadeira de Antropologia na
Universidade do Rio Grande do Norte. Depois de um ano muda-se definitivamente para
São Paulo, tomando como sua casa a Universidade de São Paulo. Tem cinco filhos, dois
belgas, dois do congo e um brasileiro.
6 Texto informado pelo autor, ver em http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do10
Algumas obras de Kabenguele Munanga: Diversidade, Identidade, Etnicidade e
Cidadania (s/d), Negritude: Usos e sentidos (1986), Rediscutindo a Mestiçagem no
Brasil: Identidade Nacional versus a Identidade Negra (1999)...
Em para uma sociologia da República democrática do Congo, Kabenguele
Munanga aborda sobre um modelo racista universalista caracterizado pela busca de
assimilação dos membros dos grupos étnicos diferentes na raça e na cultura do
segmento étnico dominante na sociedade.
O que supõe a negação absoluta da diferença, isto é, a avaliação negativa de
qualquer diferença se realizar pela mestiçagem e pela assimilação cultural, Munanga
(1999:14).
Numa perspectiva dos movimentos negros estes buscam construir uma
identidade a partir das peculiaridades do seu grupo. O seu passado histórico como
herdeiros dos escravizados africanos, sua situação como membro do grupo radicalizado
e excluído, das posições de comando na sociedade cuja construção conta com um
trabalho seu gratuito, como membro de um grupo étnico racial que teve sua humanidade
negada e sua cultura inferiorizada (ibidem).
b) Albert Muluma Munanga; é sociologo da RDC da Universidade de
Kinshasa, é um nome apontado como um defensor convicto da corrente que defende não
a possibilidade, mas, sim, a existência e a validade dos estudos africanos, provando,
com argumentos sólidos, epistemologia dos tratados como sociologia africana, teologia
africana, antropologia africana, filosofia africana, etc. (Matumona, 2007, 2008: 15-33).
É Doutor em Ciências Sociais da Universidade Livre de Bruxelas, Professor
Titular na Universidade de Kinshasa, Professor Ordinário na Universidade de Kinshasa,
Universidade Protestante do Congo, Universidade Católica de Kinshasa e Universidade
William Booth. É ainda especializado em Sociologia do desenvolvimento, da segurança
social e legislação. É Pesquisador do Centro Interdisciplinar de Desenvolvimento e
Educação (CRIDE), Relator da ética e do combate à corrupção.
É autor dos livros: Orientar o pesquisador em ciências sociais e humanas (200
páginas); Sociologia Geral e Africano; As ciências sociais e as mudanças nas
sociedades Africano etc ...
11
Em Sociologia Geral e Africana (2012), Albert Munanga apresenta as questões
teóricas relacionadas com as definições específicas de sociologia e seu objeto, sua
subdivisão, sua relação com outras disciplinas das ciências sociais e humanas, as
principais teorias contemporâneas. Oferece controle sobre conceitos básicos registrar
tanto microssociologia que macrossociologia. O autor oferece a análise, interpretação e
compreensão da realidade social ferramentas para propor soluções.
c) Mulumbati Ngasha; Sociólogo congolês, suas obras centram-se na
Sociologia Política, Introdução à Ciência Política, Manual de Sociologia Geral, os
sistemas políticos africanos.
d) Pascal Kapagama Ikando; é doutor em sociologia pela Universidade de
Laval. Ele é professor do Departamento de Sociologia da Faculdade de Ciências
Sociais, administrativa e política na Universidade de Kinshasa. Suas principais obras:
"A sociologia do Congo, uma situação de crise", sob a direção de Monique
Hirschhorn e Moustapha Tamba (ed.), francês sociologia na África. Situação e
desafios, Paris, Karthala, 2010
"Pobreza e comportamento eleitoral na República Democrática do Congo", sob a
direção de Elikia M'Bokolo (ed.);
As eleições democráticas na RDC. Dinâmica e Perspectivas, Kinshasa,
Organização da Francofonia e do PNUD de 2010
2006
."Conflitos em África Sub-Saariana e capacidades institucionais dos estados para
lutar contra a pobreza," inovações sociais processo de construção e divulgação,
Anais da 7 ª Conferência das crises es de estudantes, da Universidade Laval, 31
de março e 01 de abril de 2005 emergentes
2001
Pobreza Hypo: Mito ou realidade da esperança na África, 1 de outubro-
dezembro?
"Pobreza, Democracia e Boa Governação na República Democrática do
Congo", a questão da governança na RDC: Desafios e Oportunidades, Mídia da
Paz, Kinshasa
12
Em colaboração com Akele adau e D'agradável Esengekeli, "A integração das
Forças Armadas e as capacidades de defesa da soberania e da integridade
territorial," Congo-África, n º 357, setembro de 2001
e) Gilbert Mubangi Bet’ukany, é actualmente chefe do Departamento de
Ciência da Informação e Comunicação e professor da Universidade de Kinshasa. Eu
tenho um mestrado em Jornalismo, mestre e doutora em Informação e Comunicação, da
Universidade de Leuven (com especialização em comunicação organizacional).
Na sua recente obra de có-autoria com o também sociólogo Congolês Mukendi
Lubanza intitulada, "O problema da sociologia no Congo não é o da sua identidade,
mas a sua identificação".
Gilbertt Mubangi e Mukendi Lubanza avançam que:
"...antes de sua adaptação ao contexto nacional, antes de considerar a sua
originalidade no que diz respeito à sociologia, além disso, é necessário que a
sociologia seja conhecido e reconhecida. Portanto, falar de sociologia do
Congo é perguntar como os sociólogos são treinados no Congo. Quais as
expectativas sociais e endereço da sociologia? Qual é o papel desta disciplina
no sistema de ensino congolês e como ele é posicionado em relação a outras
disciplinas das ciências sociais?" (Mubangi e Mukendi, 2012)7.
Considerações finais
7 MUBANGI, Gilbertt e Mukendi Lubanza (2012) "O problema da sociologia no Congo não é o da sua identidade, mas a sua identificação". In Resumo da obra, visto em http://books.google.fr/books? no dia 30 de Agosto de 2013.
13
Em jeito de conclusão, é mister salientar que a sociologia congolesa, tal como toda
sociologia que se faz na África Central teve sua génese em detrimento de factores como as
revoluções congolesas, que vieram a culminar com as independências dos actuais Congos
nos anos 1960, bem como também a partir da revolução sociológica a partir de 1973 -
concretamente no Instituto Superior de Ciências de Educação, Actualmente Escola Normal
Superior da Universidade Marien Nguabi - e, sobretudo, os conflitos internos pós-
independências do Congo.
Dentre os principais paradigmas destacam-se uma plêiade de cientistas sociais que
apesar de muitos não residirem no Congo, prestam seu contributo para a afirmação da
Sociologia naquele país, como Kabenguele Munanga, Albert Muluma Munanga,
Mulumbati Ngasha, Pascal Kapagama Ikando, Gilbert Mubangi Bet’ukany, que militam
também em Universidades locais, como a Universidade de Kinshasa que é hoje uma
referência ao nível do ensino e formação de sociólogos na R.D.C.
Referências Bibliográficas
14
MACAMO, Elisio (2002). "A constituição duma Sociologia das Sociedades Africanas"
in Estudos Moçambicanos, nº 19, p.p 5-26
MUNANGA, Kabenguele (s/d). " A República Democrática do Congo – RDC", São
Paulo.
MATUMONA, Muanamosi (2009). " A sociologia africana na ordem do dia" in Revista
angolana de sociologia, nº 4, p.p
KAJIBANGA, Victor (2005). " A 7ª Semana filosófica de Kinshasa e a problemática
dos métodos na ciências Humana e Sociais", Luanda: ISCED
YOKA, Lye M. (2010). ´´ Francofonia: O álibi e a dúvida´´ in A África responde a
Sarkozy contra o discurso de Dakar, Luanda: INIC
http://books.google.fr/books
15
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