Um mergulho profundo nas nossas raízes linguísticas · compreendendo o sânscrito, outras...

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LINGUÍSTICA INDO-EUROPEIA: UMA INTRODUÇÃO

Um mergulho profundo nas nossas raízes linguísticas

Márcio Renato Guimarães (UFPR-SCH-DELLIN)

Línguas Indo-europeias

• Línguas Indo-europeias constituem uma família linguística cuja distribuição original se estendia da Europa até o Subcontinente Indiano.

• Atualmente, as línguas indo-europeias são faladas nos cinco continentes, por mais de dois bilhões de pessoas, constituindo a família linguística com o maior número de falantes e a família linguística cujo território cobre a maior área.

Línguas Indo-europeias

• Segundo site ethnologue.com, existem 444 línguas indo-europeias. Esse número varia, comme d’habitude, conforme uma forma seja considerada uma língua ou um dialeto, já que não existem critérios rigorosos para diferenciar línguas de dialetos.

• É a nossa família, ou seja, o português é uma das línguas indo-europeias.

Línguas Indo-europeias

Fonte:http://mentalfloss.com/sites/default/files/196.jpg

Línguas Indo-europeias

Fonte:http://www.linguatics.com/images/indoeuro02c.jpg

Línguas Indo-europeias

Línguas Indo-iranianas

• São subfamílias das línguas indo-europeias:

• Línguas indo-iranianas, que compreendem

• Línguas iranianas, como o persa, antigo e moderno, além de outras línguas faladas no sul e centro da ásia, como o curdo, o tadjique e o afegão.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/65/Moderniranianlanguagesmap.jpg

• Línguas indo-arianas, faladas no subcontinente indiano, compreendendo o sânscrito, outras línguas não mais faladas como o páli (língua das escrituras do budismo Theravada), e línguas atuais como o hindi, o urdu, o bengáli, o marathi e o bihári. O români e o caló são línguas de base indo-ariana (ainda que possam ter a maior parte do seu léxico derivada de línguas europeias).

• https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/0f/Indoarische_Sprachen_Gruppen.png

Línguas Indo-iranianas

Línguas Arianas

Línguas Iranianas

Línguas Itálicas/Românicas

• Na Europa:

• Línguas itálicas (não confundir com as línguas românicas), que compreendem várias línguas da Itália no Primeiro Milênio antes da Era comum, como o latim, o osco, o úmbrio, o piceno e o messápio.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/39/Iron_Age_Italy-de.svg

• Línguas românicas, que compreendem os descendentes do latim, como o português, o espanhol, o francês, o italiano, o romeno, mas também o catalão, o galego, o leonês, o aragonês, o languedociano, o provençal, o rético e o sardo.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/31/Romance_20c_en.png

Línguas Itálicas

Línguas Românicas

Línguas Românicas no Mundo

Línguas Germânicas Línguas Eslavas

• Línguas germânicas, que compreendem o inglês, o alemão, o holandês e as línguas escandinavas (sueco, norueguês, dinamarquês e islandês).

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/2a/Germanic_Languages_Map_Europe.png

• Línguas eslavas, que compreendem o polonês, o ucraniano, o tcheco, o eslovaco, o búlgaro, as línguas eslavas do sul (sérvio, croata, esloveno, macedônio, “bósnio”)e o russo.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d5/Slawische_sprachen.png

Línguas Germânicas

Línguas Germânicas no Mundo

Línguas Eslavas

Línguas Bálticas – Grego – Albanês - Armênio

• Línguas bálticas, um grupo profundamente aparentado com as línguas eslavas, compreendendo o lituano e o letão.

• Línguas célticas.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/1b/Keltisch_Sprachen.svg

• Algumas línguas “isoladas” em suas subfamílias:

• O grego

• O albanês

• O armênio

• Algumas línguas “mortas”, como o hitita, o frígio, o tocariano.

Línguas Bálticas

Albanês

Armênio

Grego

Línguas “Mortas”

• Hitita, Luvita, Cáro, Lídio e outras línguas faladas na Anatólia antes da Era Comum;

• Tocariano, falado no que hoje é o Turquestão Chinês (Xinjiang), até o século XII

• Diversas línguas pouco documentadas da Europa e Ásia:

• Ilírio

• Macedônio

• Trácio

• Frígio

• Tartéssio

• Lusitânico

• e mais algumas outras

Famílias de línguas

• A noção de famílias linguísticas é mais ou menos intuitiva: • Padre nuestro, que estás en los cielos, santificado sea tu Nombre; venga a nosotros tu Reino;

hágase tu Voluntad así en la tierra como en el cielo. Nuestro pan cotidiano dánosle hoy; y perdónanos nuestras deudas, así como nosotros hemos perdonado a nuestros deudores; no nos dejes caer en tentación, mas líbranos del mal. Amen.

• Padre nostro, che sei nei cieli, sia santificato il tuo nome, venga il tuo regno, sia fatta la tua volontà, come in cielo così in terra. Dacci oggi il nostro pane quotidiano, e rimetti a noi i nostri debiti come noi li rimettiamo ai nostri debitori,e non ci indurre in tentazione, ma liberaci dal male. Amen.

Famílias de línguas

comparado com: • Vor Fader, du som er i himlene! Helliget blive dit navn, komme dit rige, ske din vilje

som i himlen således også på jorden; giv os i dag vort daglige brød, og forlad os vor skyld, som også vi forlader vore skyldnere, og led os ikke ind i fristelse, men fri os fra det onde. For dit er Riget og magten og æren i evighed! Amen.

ou

• Mi Atyánk, aki a mennyekben vagy, Szenteltessék meg a Te neved, Jöjjön el a Te országod, Legyen meg a Te akaratod, Amint a mennyben, úgy a földön is. Mindennapi kenyerünket add meg nekünk ma, És bocsásd meg vétkeinket, Miképpen mi is megbocsátunk az ellenünk vétkezőknek, És ne vígy minket kísértésbe, De szabadíts meg a gonosztól.

Famílias de línguas

No caso da nossa “família”, reconhecemos as “línguas-irmãs” da nossa e sabemos que são “irmãs” porque conhecemos a “língua-mãe”:

• Pater Noster qui es in cælis: sanctificetur nomen tuum; adveniat regnum

tuum; fiat voluntas tua, sicut in cælo, et in terra. Panem nostrum cotidianum da nobis hodie; et dimitte nobis debita nostra, sicut et nos dimittimus debitoribus nostris; et ne nos inducas in tentationem; sed libera nos a malo. Amen.

Famílias de línguas

No caso da grande família indo-europeia, presume-se que a semelhança entre as línguas se deva a uma língua ancestral, que teria sido falada em um tempo bastante remoto no passado, e que não deixou nenhum registro escrito.

A partir do final do século XVIII, uma série de pesquisadores se aventurou a tentar entender como poderia ter sido essa língua. Pelos seus esforços ao longo de cem anos foram reconstruídos os traços linguísticos dessa hipotética língua ancestral, a que se denominou proto-indo-europeu.

Línguas: organismos

• Família de línguas, assim como línguas-mãe e línguas-filhas, ou ainda troncos linguísticos, como sinônimo de famílias de línguas, ou no sentido de grupamento de famílias de línguas, são metáforas que se baseiam na ideia de línguas como organismos.

• Essa ideia surge, na história das ciências da linguagem, nos escritos do filósofo alemão Wilhelm von Humboldt (1767-1835). Porém, ela está mais ligada ao linguísta alemão August Schleicher.

Línguas: organismos

• Die Sprachen sind Naturorganismen, die, ohne vom Willen des Menschen bestimmbar zu sein, entstanden, nach bestimmten Gesetzen wuchsen und sich entwickelten und wiederum altern und absterben; auch ihnen ist jene Reihe von Erscheinungen eigen, die man unter dem Namen “Leben” zu verstehen pflegt. Die Glottik, die Wissenschaft der Sprache, ist demnach eine Naturwissenschaft; ihre Methode ist im ganzen und allgemeinen dieselbe wie die der übrigen Naturwissenschaften.

(Schleicher, 1873, Die Darwinsche Theorie und die Sprachwissenschaft, p. 6f).

Línguas: organismos

• As línguas são organismos naturais, que surgem, sem serem definidas pela vontade das pessoas, crescem de acordo com regras determinadas e se desenvolvem, envelhecem e morrem; a cada uma delas é peculiar também uma série de características, que se pode entender sob o nome de “vida”. A glótica, a ciência da língua(gem), é dessa forma uma ciência natural; seu método é no todo e no geral o mesmo das demais ciências naturais.

(A. Schleicher, 1873, Die Darwinsche Theorie und die Sprachwissenschaft, p. 6f).

A Pátria Ancestral

• Várias regiões da Eurásia (e além) foram propostas como zona de origem do povo que falava o proto-indo-europeu:

• A estepe eurasiática entre o Mar Negro e o Mar Cáspio

• A Escandinávia e o norte da atual Alemanha

• A Índia

• A Anatólia

• A Europa (teoria da continuidade paleolítica)

• Tule

• Atlântida

• Espaço Sideral

• Atualmente, as teorias mais amplamente difundidas são as que propõem a origem na Anatólia, na estepe pôntico-cáspia e a da continuidade paelolítica.

A Pátria Ancestral

• Neste curso, analisaremos com mais profundidade a Hipótese Pôntico-Cáspia, atualmente a que tem melhor comprovação com base nos dados linguísticos, históricos, arqueológicos e genéticos.

4.500-3.500 a.C - Eneolítico

3.500-2.500 a.C. – Idade do Bronze Antiga

2.500-1.800 a.C. - Idade do Bronze Média

1.800-1.200 a.C. Idade do Bronze Tardia

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