View
213
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR:
DESAFIOS NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM NO SÉCULO XXI.
Marcia Martins de Souza
ORIENTADOR:
Profª: Mônica Melo
JANEIRO/2012
2
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR:
DESAFIOS NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM NO SÉCULO XXI.
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do Mestre
– Universidade Cândido Mendes – como requisito parcial
para obtenção do grau de Especialista em Docência
do Ensino Superior.
Por: Marcia Martins de Souza
3
AGRADECIMENTO
A Deus.
À minha mãe, Marly, pelo amor e apoio de sempre.
Ao meu namorado Marcos pela ajuda.
À professora, Mônica Melo, pela paciência na orientação e incentivo que
tornaram possível a conclusão desta monografia.
À todos os professores da AVM Faculdades Integradas que foram tão
importantes na minha vida acadêmica e no desenvolvimento desta monografia.
4
DEDICATÓRIA
“Dedico esta monografia a minha mãe que sempre que eu
pensava em desistir, ela me dava forças para continuar,
sendo uma pessoa especial na minha vida e que me
ensinou muitas coisas e que uma delas foi que por mais
que o caminho esteja difícil e doloroso, devo prosseguir,
pois lá na frente quando esse caminho já estiver no final,
olharei para trás e me sentirei vitoriosa. Obrigada por
sempre estar ao meu lado me dando forças. Eu te amo!”
5
RESUMO
A reflexão sobre a docência do ensino superior tem mostrado a necessidade de estabelecer o trabalho do professor na sala de aula, problematizando a docência no ensino superior em relação às suas diferentes condições nas universidades públicas e particulares, nos centros universitários e nas faculdades isoladas. Analisa o ensino superior no contexto atual e discute a identidade do professor no ensino superior como um processo em construção. Aborda a relação aluno-professor com o saber e as concepções de ciência. Dispõe os saberes produzidos no campo pedagógico e didático, necessários à participação dos docentes no projeto dos cursos de graduação e aponta para novas formas de organização curricular no contexto das inovações tecnológicas. Desenvolve as abordagens, os processos e as técnicas de ensinar, considerando o conceito de ensinagem, ou seja, um processo de ensino que resulte em aprendizagem. Amplia e desenvolve o trabalho do professor universitário para outras instituições, como apresentação de pesquisas em congresso e ao público em geral. Destina-se à formação inicial de professores na pós-graduação lato e stricto sensu e à sua preparação pedagógica no exercício nas universidades, centros universitários e faculdades isoladas.
PALAVRAS-CHAVE: docência no ensino superior; competência didática; relação professor-aluno.
6
METODOLOGIA
Esta monografia aborda a problemática profissional do professor no
ensino superior, frente ao novo modelo de sociedade e seus paradigmas
emergentes.
Considerando as interfaces subjacentes a essa discussão, retoma-se a
importância da universidade em investir na formação continuada calcada no
ensino, pesquisa e extensão, conforme as metas e objetivos do projeto
pedagógico.
Levanta a discussão em torno da importância das relações interpessoais
entre professores e alunos no processo ensino-aprendizagem. Também
provoca novos pensamentos sobre o aprendizado do século XXI numa era
tecnológica da informação fazendo com que a educação passe por diversas
transformações.
De acordo com alguns autores que remetem pontos de vistas em
relação ao tema foram citados na monografia: Lessa, Masetto e Vasconcelos.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I – ENSINO SUPERIOR 11
CAPÍTULO II – O PERFIL DO PROFESSOR NO SÉCULO XXI 15
CAPÍTULO III – A UNIVERSIDADE DO SÉCULO XXI 22
CAPÍTULO IV – O PERFIL DO ALUNO DO SÉCULO XXI 30
CONCLUSÃO 36
BIBLIOGRAFIA 38
ÍNDICE 40
8
INTRODUÇÃO
Conscientes da necessidade de mudanças na educação o que falta é
conseguir colocar em prática as idéias sobre competências e habilidades.
As aulas não podem mais ser centradas em conteúdos, os alunos
devem adquirir habilidades que por sua vez levam a algumas competências.
Não basta saber, mas também saber fazer. Falta muito ligar os saberes com a
prática do dia a dia.
O professor do século XXI precisa ter competência para flexibilizar o
currículo de acordo com o interesse e necessidade dos alunos, saber utilizar as
tecnologias para produção de conhecimento tanto seu quanto dos alunos,
tronar-se também um aprendiz, propor trabalhos colaborativos.
O aluno do século XXI precisa adquirir competências para resolução de
problemas, para aprender a aprender, trabalhar de forma cooperativa, exercitar
a autoria e tornar-se empreendedor.
O professor deve funcionar como um facilitador no acesso a
informações. Em contrapartida, o aluno deve respeitar e valorizar o professor,
sabendo aproveitar a magia do momento, o encantamento do aprender-
ensinar-aprender.
Portanto, o professor hoje é aquele que ensina o aluno a aprender e a
ensinar a outrem o que aprendeu. Porém, não se trata aqui daquele ensinar
passivo, mas do ensinar ativo no qual o aluno é sujeito da ação, e não sujeito-
paciente. Em última instância, é preciso ficar evidente que o professor agora é
o formador e como tal precisa ser autodidata, integrador, comunicador,
questionador, criativo, colaborador, eficiente, flexível, gerador de
conhecimento, difusor de informação e comprometido com as mudanças desta
era.
É educativa a postura do professor como alguém que não tem métodos
ou processos definitivos, mas alguém que está sempre procurando uma forma
melhor de exercer o seu trabalho, contando mesmo com a parceria dos
estudantes, pois, passa para o aluno o conhecimento, visando um
9
aperfeiçoamento contínuo, e a atitude de pesquisa, de procura de novas
soluções, tão importantes no mundo atual.
A profissão de professor nunca foi fácil e no presente contexto de
desvalorização da docência não é diferente. Sempre é exigido do professor o
desafio de mudar o comportamento de todo tipo de aluno e que desempenhe
as competências técnicas com todo esmero.
Dentro do exercício da docência é exigido do professor algumas
qualificações e, especificamente no ensino superior, observamos a valorização
das qualificações acadêmicas, pesquisas e titulações, em detrimento das
qualificações pedagógicas e interpessoais.
Diante dos desafios contemporâneos da profissão de professor, convém
uma prática reflexiva tanto da dimensão pessoal quanto da dimensão social,
pois nas profissões que lidam diretamente com pessoas é preciso aceitar que
haverá fracassos, mas que o professor, como ator social insubstituível da
relação pedagógica, conta acima de tudo consigo mesmo e, assim sendo,
precisa constantemente se auto-avaliar.
A educação é de fato um processo natural, que se dá com a pessoa
natural. Já nascemos aprendendo e sabendo uma infinidade de coisas
importantes. A aprendizagem é um fenômeno natural. A educação deve
preparar a pessoa para promover a harmonia, a compreensão, a tolerância e a
paz na sociedade. A educação é a transmissão de culturas e conhecimentos
que recebemos e retransmitimos todos os dias.
A educação não é mérito de um único professor ou de uma única
universidade, mas é o objetivo de todo docente e de toda comunidade
acadêmica. Ninguém escapa da educação.
Diante disso a Constituição Brasileira de 1988 estabelece que
"educação" é "um direito para todos, um dever do Estado e da família". Todo
brasileiro deve estar voltado para a Educação. Este é o princípio do Papel da
Educação. Mas isto é muito relativo.
Se o verdadeiro papel da universidade é o de ser meio de ascensão
social, então o papel não pode ser considerado totalmente cumprido, mas é
10
razoável. Se o verdadeiro papel é o de formar cidadãos críticos então a
educação está em recuperação.
Para falar sobre a Educação no Brasil atual, deve estar presente
também a Educação histórica neste país, pois foi a história, pela construção do
saber nacional, pela experiência do homem vivido, que hoje temos e
vivenciamos esta Educação. A educação sempre esteve voltada aos interesses
do homem.
11
CAPÍTULO I
O ENSINO SUPERIOR
1.1. O Ensino Superior no Brasil
Com a vinda da família real para o Brasil por volta de 1808, as primeiras
escolas de ensino superior no Brasil surgem. O ensino superior desenvolvia-se
muito lentamente em 1889 até a Proclamação da República. Nessa época
havia muita preocupação com a formação dos profissionais liberais em
faculdades isoladas e visava assegurar um diploma para que obtivessem
privilégios no mercado de trabalho e prestígios sociais, sendo assim sempre
voltado para a classe elitizada.
De 1808 a 1882 não houve grandes mudanças vantajosas em relação
ao ensino superior. Até o final do século XIX existiam apenas 24
estabelecimentos de ensino superior no Brasil com apenas 10.000 estudantes.
Com a Constituição da República de 1891 a iniciativa privada consegue criar
seus próprios estabelecimentos de ensino superior.
Na década de 1920 o debate sobre a criação de universidades não se
restringia mais a questões estritamente políticas. Foi com base nesse debate
que o governo provisório de Getúlio Vargas promoveu em 1931 ampla reforma
educacional, autorizando e regulamentando o funcionamento das
universidades.
A partir de 1933 a educação superior começou a cresce e em 1960 esse
índice subiu muito para o setor privado. Por volta de 1969 a quantidade de
alunos no ensino superior privado sobrou perante os estudantes de ensino
superior público, crescendo ainda mais entre 1980 onde houve uma redução a
demanda para o ensino superior devido a saídas e delongas de alunos do
ensino médio.
Já em 1990 a disputa para uma vaga no nível superior ficou muito
concorrida. Entre o século XX e XXI é importante ressaltar a desmistificação de
que as universidades e faculdades privadas são para os menos favorecidos, ou
12
menos capazes até porque hoje temos programas que oferecem oportunidades
para todos, porém, mostram-se algumas instituições de ensino superior da rede
privada e pública com uma grande defasagem quanto às exigências realmente
atribuídas pelo MEC, como: irregularidades no currículo das instituições,
desrespeito com o tratamento dos professores que trabalham nas instituições,
exigências da LDB para que se tenha no corpo docente um terço de doutores e
mestres lecionando, atrasos de salários, entre outros.
O ensino no Brasil atravessa uma crise muito grande de qualidade. A
ação do Ministério da Educação (MEC) tem que se tornar cada vez mais
presente para impedir que as instituições não cumpram o que realmente é
imposto pela lei, de se tornarem como proprietários e exploradores do setor de
educação, baixando a qualidade dos graduandos e graduados nestes setores e
pondo em dificuldade o desenvolvimento do país.
1.2. Educação Superior e suas propostas
Com objetivo de prover soluções para os desafios nas quais a
Educação Superior enfrentava e de colocar em movimento um processo de
profunda reforma na educação mundial, a UNESCO convocou a Conferência
Mundial sobre a Educação Superior no século XXI, com o tema Visão e Ação,
realizada em Paris no ano de 1995, abordando os seguintes temas: direito à
educação superior, pilares fundamentais da educação de terceiro grau, valores
e ideais na educação na qual toda pessoa tem direito à educação e que o
ensino superior deve ser igualmente acessível a todos no respectivo mérito,
tornando a educação superior igualmente acessível a todos.
A educação é um dos pilares fundamentais dos direitos humanos da
democracia e portanto, deve ser acessível a todos no decorrer da vida,
assegurar a coordenação e cooperação entre os diversos setores e dentro de
cada um deles e, em particular, entre a educação em geral, técnica,
profissional, assim como faculdades e universidades, escolas e instituições
técnicas.
A preocupação para a solução dos problemas em relação à educação
deve ser a de facilitar o acesso a uma educação geral ampla, no sentido do
componente crucial de defender e desenvolver suas funções fundamentais,
13
dominando todas as suas respectivas atividades cumprindo as exigências da
ética e do rigor científico e intelectual, participando inteiramente no
desenvolvimento de suas sociedades. “A educação superior deve fazer
prevalecer os valores e ideais de uma cultura de paz.” (UNESCO, 1998, p. 20)
A luta pela transformação e melhoria na educação superior é de
responsabilidade de toda humanidade, sendo assim todos deverão se esforçar
por essa modificação para que o ensino superior cumpra com suas reais
responsabilidades para com a sociedade.
Os sistemas de educação superior devem aumentar sua capacidade
para viver em meio à incerteza, para mudar e provocar mudanças, para
atender às necessidades sociais e promover a solidariedade e a igualdade;
devem preservar e exercer o rigor científico e a originalidade, em um espírito
de imparcialidade como condição prévia básica para atingir e manter um nível
indispensável de qualidade. O ensino superior tem como elemento principal o
de oferecer a exatidão do conhecimento cientifico.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), publicada em dezembro
de1996, reflete a política e o planejamento educacional do nosso país,
pautando-se nos princípios de igualdade, liberdade e nos ideais da
solidariedade humana, visando promover o desenvolvimento do educando, o
exercício da cidadania e a qualificação para trabalho.
Um dos relevantes objetivos da LDB é que todos contribuam para fazê-
la vigorar em todos os seus propósitos, tratando-se disso o Ensino Superior
tem por finalidade estimular a criação cultural, incentivar o trabalho de pesquisa
e investigação científica, promover a divulgação dos conhecimentos culturais,
científicos e técnicos.
1.3. O Ensino Superior e o mercado de trabalho
O ensino superior tem a pretensão de preparar o educando para o
mercado de trabalho especializado. Será que as pessoas que saem de uma
faculdade/universidade estão preparadas para o mundo do trabalho, para todas
as exigências atribuídas? Seria fato dizer que o mercado hoje está mais
competitivo, e exigente, porém, enquadram-se aqueles que tiverem mais
14
responsabilidade em assumir e também aquele que tiver um currículo digno.
Como exemplifica o autor Edgar Morin (2001):
“Um ensino educativo, enfatiza que a missão do ensino é
transmitir não o mero saber, mas uma cultura que permita
compreender nossa condição e nos ajude a viver, e que
favoreça, ao mesmo tempo, um modo de pensar aberto e
livre.” (p. 11)
Seria possível dizer que o papel do ensino superior é dar a base e o
preparo para uma boa qualificação profissional, e preparar os alunos através
de experiências que cada curso suporta como os estágios, e ainda assim
depois que o aluno tiver uma graduação fazer uma pós-graduação sempre
ascendendo profissionalmente, para assim enfrentar as dificuldades
estipuladas no mercado do trabalho.
Segundo dados estatísticos:
“A proporção de estudantes no ensino superior brasileiro
é notoriamente muito baixa, mesmo quando comparada a
países sul-americanos. Em 2010 apenas 12,7% da
população de 20 a 24 anos era universitária. Na
Argentina, estão no ensino superior 39% da população na
faixa entre 18 e 24 anos.” (Folha de São Paulo, 9.07.2000, p.
A3)
Sendo assim, não basta expandir o ensino superior no país. É preciso
que haja uma sincronia entre cursos oferecidos e mercado de trabalho, ainda
mais agora que a economia parece tomar o rumo do crescimento com
ampliação de atividades produtivas.
Muitos profissionais com graduação disputam empregos de nível médio
e até fundamental como se vê em concursos públicos. A Pnad (Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílio), do IBGE relativa a 2010, revela que um
em cada dez trabalhadores com diploma universitário estava ocupado em
áreas com baixo perfil de escolaridade.
15
CAPÍTULO II
O PERFIL DO PROFESSOR NO SÉCULO XXI
Começamos com uma citação, que requer atenção especial e análise
profunda, de autoria do filósofo e educador Morin em entrevista para a TVE em
02/12/02: "O papel da educação é de nos ensinar a enfrentar a incerteza da
vida; é de nos ensinar o que é o conhecimento, porque nos passam o
conhecimento, mas jamais dizem o que é o conhecimento”. Em outras
palavras, o papel da educação é de instruir o espírito a viver e a enfrentar as
dificuldades do mundo.
Tem-se a impressão de que o educador de hoje tem um compromisso
com a construção das competências sociais, pessoais e tecnológicas dos seus
alunos. Precisa criar as condições de conhecimento, consciência e capacidade
de pensar que os coloquem frente aos desafios da vida, prontos para decidir de
modo complexo, ou seja, pensando em seus interesses imediatos, futuros e
também nos interesses coletivos e comunitários.
É necessário que o professor nesta nova perspectiva seja parceiro de
seus alunos, estimulando a motivação dos mesmos a serem autônomos, com
consciências criticas e participativos, pois é essencial esta troca e a busca de
novos conhecimentos.
As tecnologias atuais são vitais para o desenvolvimento humano e
auxiliam muito na correria do dia-a-dia, mas é importante que o educador
esteja preparado e disposto a proporcionar as duas vertentes desse processo
de mudanças, para que os jovens possam ser agentes de sua história e do seu
país.
O educador do novo século terá que colocar em prática suas habilidades
e competências, quesitos que terão que dominar como ferramentas
pedagógicas do “novo ensinar”. Para ter êxito nessa difícil operação, o
“professor-aulista”, terá que ceder lugar ao “professor-educador”. O professor
do novo tempo terá então que ser capaz de dar respostas rápidas às atuais
modalidades que surgem e pelas quais os sistemas educacionais estão se
reorganizando.
16
O mundo atualmente está evoluindo rapidamente e os professores
devem começar a admitir que só a sua formação acadêmica não é suficiente
para sua vida profissional. Eles precisam aperfeiçoar os seus conhecimentos e
estarem atualizados com as novas técnicas que vão surgindo.
O papel do professor vai muito além de apenas contemplar seus alunos
com o conhecimento que o mesmo adquiriu durante e após sua vida
acadêmica, pois o mesmo é, muitas vezes, um exemplo de vida para seus
alunos.
A educação tornou-se, ao longo do tempo, uma força cultural que se
encontra em perante estado de invenção e reinvenção social. De tempos em
tempos, observando ciclos históricos como a atual transição de séculos e
milênios, a sociedade procura mudar, redefinir os objetivos, os conteúdos e as
metodologias da educação, e atuando ativamente nessas mudanças, traça-se
o perfil do educador ideal, vinculando o propósito e o objetivo de toda a
educação, saber qual o tipo de cidadão querem formar com esse educador.
As sociedades humanas, em uma visão mais ampla, em todos os
tempos e lugares, devem ser entendidas como sociedades educacionais, onde
todos os indivíduos e grupos sociais funcionam como agentes educadores,
agentes que assistem e modelam o indivíduo humano na direção de uma
personalidade e de uma cultura.
Conforme as sociedades foram se tornando mais complexas, as virtudes
e funções dos educadores foram passando à esfera de agências
especializadas, as instituições de ensino. A educação passou, então, a ser
tarefa quase que exclusiva das instituições de ensino e de seus professores.
Com a educação escolar, portanto, esvazia-se quase completamente o papel
educacional formal da família e de tantas outras agências da sociedade, e
nasce à educação de base pedagógica, planejada e organizada, com estrutura
e funcionamento definidos, inclusive por força de lei, como acontece entre nós,
no Brasil.
O professor para desempenhar adequadamente seu importante papel,
como os demais profissionais do século XXI, não pode ser acomodado, ser um
alguém que já considera ter chegado ao máximo em sua sabedoria. Existe
17
muito que aprender. Enfim, deve sempre procurar aperfeiçoar seu trabalho,
lendo jornais, revistas especializadas, novos livros, novas publicações
científicas para fazer da sala de aula suas conquistas e pesquisas.
Em pleno século XXI, o mundo apresenta mudanças que afetam os mais
diversos setores da sociedade inclusive o educacional. Tais mudanças estão
relacionadas ao desenvolvimento das tecnologias que possibilitam ao educador
uma amplitude de conteúdos, concepções e novos ares para desenvolver e /
ou melhorar as práticas educacionais. Contudo, é fundamental que os
educadores adquiram fluência tecnológica para manusearem as mais diversas
ferramentas digitais disponíveis, auxiliando-os em sua missão de educar,
tornando-os profissionais mais aptos e atualizados ao mundo globalizado.
A tecnologia por si só não é educacional, mas a forma de como o
educador a usa na educação pode vir a ser. Logo, abrange à informática, mas
não se restringe a ela; pode-se incluir o uso da televisão, do vídeo, do rádio, do
filme, desde que promovam a aprendizagem. Torna-se clara a necessidade do
educador em conhecer a infinidade de recursos que a tecnologia proporciona,
despertando o seu interesse pra usá-la e encontrar no computador uma forma
interativa de aprendizagem, não apenas o uso da Internet, e que a educação
não precisa ser feita predominantemente pela fala e pela escrita.
O perfil para o professor do século XXI é o de um educador que almeja
seu crescimento, tanto pessoal quanto profissional, e que acredite que a
dedicação e o aprimoramento constante de seus conhecimentos, em termos
abrangentes, é o melhor caminho para o alcance da excelência e da sua
realização profissional.
A inovação constante de materiais, das práticas/ metodologias de ensino
utilizadas para as aulas que ministra, atreladas ao apoio que as tecnologias
pertinentes oferecem, é um diferencial de fundamental importância, visto que,
esses são os profissionais responsáveis pela construção do saber. A melhoria
do ensino refletirá em um estímulo ao professor, como forma de recompensá-la
pela sua capacitação.
18
A Educação é a arte de aprender a aprender, ou seja, a arte de
assumirmos o nosso papel diante da história e que a modernidade é uma
necessidade de mudança social e econômica.
2.1. O desafio de ser professor universitário no século XXI
O professor é o catalisador no processo de ensino-aprendizagem,
processo este que vem sofrendo aperfeiçoamento constante. O método de
aprendizagem evolui e com isso se faz necessária a evolução deste
profissional que deve ajustar-se às novas práticas didáticas e ao novo perfil dos
alunos.
As novas correntes educacionais formulam a idéia da democratização do
ensino e isto é alcançado com a conscientização do professor da necessidade
de uma didática crítica.
O professor universitário não tem apenas que mediar o conhecimento,
mas também instigar seus alunos a pesquisarem o que com certeza resultará
em uma sociedade desenvolvida. Contudo além de contemplar as
competências expostas acima o profissional da educação universitária também
precisa se atualizar constantemente, pois com a velocidade que a informação
trafega hoje pelo mundo obriga que o docente esteja em sincronia com essa
nova realidade.
Atualmente qualquer pessoa pode obter uma informação que esteja no
outro lado do mundo apenas com poucos cliques devido à internet. Um
professor ignorar os benefícios que a tecnologia trás para o processo de
ensino-aprendizagem pode levar o aluno a questionar seu método didático,
pois o professor tem que preparar o indivíduo para a sociedade.
2.2. Formação didático-pedagógica do professor universitário
A abordagem de formação de professores dificilmente estende-se para a
formação de professores universitários, como se a formação específica para o
magistério nesse nível fosse algo supérfluo, ou mesmo, desnecessário.
19
Uma das críticas mais comuns dirigidas aos cursos superiores diz
respeito à didática dos professores universitários, ou seria melhor dizer, à falta
dela. Tal fato pode ser constatado tanto através da literatura específica da
área, como através de conversas com alunos em diferentes tipos de instituição
e em diferentes cursos.
Relatos de que o professor domina a matéria, mas não sabe como
transmiti-la ao aluno, de que não sabe como conduzir a aula, não se importa
com o aluno, é distante, por vezes arrogante, ou que não se preocupa com a
docência, priorizando seus trabalhos de pesquisa, são tão freqüentes que
parecem fazer parte da “natureza”, ou da “cultura”, de qualquer instituição de
ensino superior.
Ao mesmo tempo, amplia-se cada vez mais a exigência de que os
professores universitários obtenham os títulos de mestre ou doutor. No entanto,
é questionável se esta titulação, do modo como vem sendo realizada, possa
contribuir efetivamente para a melhoria da qualidade didática no ensino
superior.
Os programas de pós-graduação, de maneira geral, tendem a priorizar
em suas atividades a condução de pesquisas, tornando-se responsáveis,
mesmo que não intencionalmente, por reproduzir e perpetuar a crença de que
para ser professor basta conhecer a fundo determinado conteúdo ou, no caso
específico do ensino superior, ser um bom pesquisador.
Numa breve retrospectiva da história das universidades brasileiras é
possível observar que a formação exigida do professor universitário tem sido
restrita ao conhecimento aprofundado da disciplina a ser ensinada, sendo este
conhecimento prático (decorrente do exercício profissional) ou teórico
(decorrente do exercício acadêmico).
Pouco, ou nada, tem sido exigido em termos pedagógicos. Acredita-se
que possam existir pelo menos três fatores contribuindo para que, na cultura
universitária, a tarefa de ensinar e conseqüentemente a formação pedagógica
dos professores sejam relegadas ao segundo plano.
Em primeiro lugar, a formação para a docência universitária constituiu-se
historicamente como uma atividade menor. Inicialmente, havia a preocupação
20
com o bom desempenho profissional, e o treinamento profissional, acreditava-
se que quem soubesse fazer, saberia automaticamente ensinar, não havendo
preocupação profunda com a necessidade do preparo pedagógico do
professor, ou seja, poderia ser dado por qualquer um que soubesse realizar
bem determinado ofício.
Em segundo lugar, também decorrência dessa ênfase na condução de
pesquisas, os critérios de avaliação de produtividade e qualidade docente
concentram-se, hoje, na produção acadêmica destes professores. Ou seja,
ensino e pesquisa passam a ser atividades concorrentes, e como os critérios
de avaliação premiam apenas a segunda, uma cultura de desprestígio à
docência acaba sendo alimentada no meio acadêmico.
Em terceiro lugar, observamos a inexistência de amparo legal que
estimule a formação pedagógica dos professores universitários.
A título de exemplo, é válido mencionar que a legislação brasileira sobre
educação, mais especificamente a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional) é omissa em relação à formação pedagógica do professor
universitário como segue:
art.. 74 – “A preparação para o exercício do magistério
superior se faz, em nível de pós-graduação, em
programas de mestrado e doutorado, acompanhados da
respectiva formação didático-pedagógica, inclusive de
modo a capacitar o uso das modernas tecnologias do
ensino”. (p. 154)
No entanto, num processo de “enxugamento” do texto da LDB – além
das pressões feitas por diversos setores da sociedade, cujos interesses podem
ser contrariados com a exigência de maior capacitação docente, omitiu-se do
texto final a necessidade de formação pedagógica do professor universitário,
configurando-se o texto final como segue
art. 66 – “A preparação para o exercício do magistério
superior far-se-á em nível de pós-graduação,
prioritariamente em programas de mestrado e doutorado”.
(p. 61)
21
Assim, não encontrando amparo na legislação maior, a formação
pedagógica dos professores universitários fica a cargo dos regimentos de cada
instituição responsável pelo oferecimento de cursos de pós-graduação,
refletindo, e ao mesmo tempo regulamentando, a crença na não necessidade
de que esta formação seja oferecida.
A formação do docente universitário tem se concentrado na sua
crescente especialização dentro de uma área do saber. Segundo Vasconcelos
(1998):
“Há pouca preocupação com o tema da formação
pedagógica de mestres e doutores oriundos dos diversos
cursos de pós-graduação do país. A graduação tem sido
‘alimentada’ por docentes titulados, porém, sem a menor
competência pedagógica”. (p. 86)
Tal constatação nos leva a um questionamento acerca da correlação
entre a crescente especialização oferecida pelos cursos de pós-graduação e a
melhoria da qualidade docente dos professores universitários.
22
CAPÍTULO III
A UNIVERSIDADE DO SÉCULO XXI
A partir da ideologia neoliberal, o ensino superior desobriga o estado de
incrementá-lo e com a reforma universitária, o governo federal facilitou a
criação de cursos superiores particulares, como uma forma de suprir a
demanda de vagas que as escolas públicas não davam conta e essas
instituições passaram a disputar verbas públicas com as instituições do Estado,
mesmo apresentando má qualidade.
Numa visão empresarial da universidade, a reforma do estado brasileiro
pretende modernizar e racionalizar as atividades estatais, redefinidas e
distribuídas em setores, um dos quais é designado setor dos serviços não
exclusivos do estado, isto é, aqueles que podem ser realizados por instituições
não estatais, na qualidade de prestadoras de serviços.
A passagem da universidade da condição de instituição de organização
insere-se, nessa mudança geral da sociedade, sob os efeitos da nova forma do
capital, e ocorreu em duas fases sucessivas, também acompanhando as
sucessivas mudanças do capital. Numa primeira fase, tornou-se universidade
funcional; na segunda, universidade operacional.
A universidade funcional estava voltada para a formação rápida de
profissionais requisitados como mão-de-obra altamente qualificada para o
mercado de trabalho. Adaptando-se às exigências do mercado, a universidade
alterou seus currículos, programas e atividades para garantir a inserção
profissional dos estudantes no mercado de trabalho, separando cada vez mais
docência e pesquisa.
Enquanto à universidade clássica estava voltada para o conhecimento e
a universidade funcional estava voltada diretamente para o mercado de
trabalho, a nova universidade ou universidade operacional, por ser uma
organização, estava voltada para si mesma enquanto estrutura de gestão e de
arbitragem de contratos.
23
O governo brasileiro renuncia à produção do saber como afirmação
nacional, com a crise da universidade pública no Brasil. É uma conseqüência
da doutrina liberal dominante e privatização do ensino superior concebido como
atividade mercantil. A universidade desempenha um papel social indispensável
na reprodução da vida social, não podendo, de forma alguma, ser reduzida à
mera produtora de recursos humanos.
A criação do conhecimento relevante não pode se circunscrever apenas
a problemática. A produção do saber pela universidade potencializa as forças
produtivas e criativas da sociedade e reforça sua presença no contexto mundial
imediata.
A crise da universidade pública brasileira, se tem em face as radicais
transformações que a sociedade brasileira vem passando nas últimas décadas,
tem seu núcleo de problemas na ausência de um projeto verdadeiramente
nacional, decorrente de uma década de governos orientados pela aceitação
das doutrinas neoliberais. Nesses últimos dez anos, a estabilidade dos preços
foi acompanhada de uma escala de restrições fiscais. A atrofia do Estado
convergiu para estagnação do sonho da universidade de pesquisa. A
estagnação resultante caminha junto à progressiva inundação ideológica e
submissão geopolítica aos ditames do centro do mundo, que controla o
processo de refinanciamento ampliado no país. Nesse sentido, a
desnacionalização foi um processo acentuado nesta última década. “A
produção do saber científico é o melhor cartão de visita de uma nação.”
(LESSA, 2002, p.15).
A sociedade deposita sobre a universidade a esperança de que seja
vanguarda de desenvolvimento, na condição de elite intelectual. Essa invectiva
da sociedade passa pela importância atribuída à ciência e a tecnologia, os
fatores mais decisivos em termos de mudança social.
A modernidade passa a ser tema que representa a necessidade de
mudança, numa época em que a rapidez das frases se intensifica. Diante de
tamanhos desafios, a sociedade procura na universidade rumos, tendências e
oportunidades. A instituição que mais próxima está da produção científica e
tecnológica assume cada vez mais a condição de lugar privilegiado para
discutir e fazer o futuro.
24
Diante do desafio do desenvolvimento, não cabe mais instituição de
mero ensino, porque aí nada se (re) constrói, no máximo, reproduz-se o status-
quo, quando não se regride. Torna-se impossível, aceitar categorizações
hierarquizadas do fenômeno universitário, no contexto de um universo partido
em pedaços. De um lado, universidades voltadas para pesquisas e produção
original do conhecimento, de outro, um tipo de instituição destinada a
reproduzir recursos humanos, via mero ensino.
Cabe modernizar a universidade. Dois são os desafios principais: no
campo das humanidades, cabe lançá-las como ponta do pensamento crítico e
criativo, sobre bases metodológicas atualizadas que representem, ao mesmo
tempo, capacidade científica inquestionável e capacidade persistente de crítica
científica, dentro desse contexto, será inevitável também curvar-se ao
reconhecimento de que é necessário abandonar cursos obsoletos e
improdutivos, em nome da qualidade exigida pela sociedade; no campo das
tecnologias, trata-se de aparelhar-se para corresponder de maneira
competente aos desafios instrumentais do desenvolvimento moderno.
A universidade precisa recobrar a expectativa de ser o palco privilegiado,
porque nela é possível preservar ambiente de confronto aberto, democrático e
científico ao mesmo tempo, permitindo consciência e montagem de soluções.
Não pode se perder em “filosofadas”, que apenas encobrem a incompetência e
a desatualização, nem em orgias técnicas como se os instrumentos
substituíssem os fins. Para fazer esta mescla inteligente, sensível, desafiadora,
é preciso um lugar adequado, que só pode ser a universidade. Visando atender
a todas essas necessidades atuais, é de extrema importância também, a
qualidade da formação do profissional da educação.
3.1. Breve histórico do Ensino Superior no Brasil
O Sistema Nacional de Educação Superior no Brasil é discussão
complexa e de vasta dimensão, e faz emergir questões de diversidades e
desigualdades regionais, gerando a demanda de um novo formato de
universidade.
A reforma universitária de 1968 teve como propósito embutir um projeto
de nação contra o socialismo e o comunismo. E apesar de não ter repercutido
25
nos propósitos almejados, ocorreu de maneira extensa e profunda. Apesar de
seu caráter autoritário, antidemocrático e centralizado, a reforma trouxe
algumas inovações importantes, como: a reformulação da natureza dos
vestibulares, a extinção da cátedra, a imposição de uma carreira universitária
aberta e baseada no mérito acadêmico, a instituição do departamento como
unidade mínima de ensino e pesquisa e a criação dos colegiados de curso.
A primeira Lei de Diretrizes e Bases - LDB (Lei 4.024/61) inovou no
sentido de trazer a discussão acerca da inserção da iniciativa privada nas
atividades voltadas à educação, possibilitando, o acesso ao ensino superior, e
que este, indissociável de pesquisa, deveria ser ministrado em universidades.
Deste modo, a reforma de 1968 deu privilégios a um modelo exclusivo
de instituição de ensino superior, onde a pesquisa fizesse parte do currículo
acadêmico. Já os cursos de extensão, com função ainda pouco definida,
restringiam-se às transferências e resultados a sociedade, e oferecia aos
estudantes oportunidades de participação em programas de melhoria das
condições de vida da comunidade. Com estes investimentos, a universidade
consolidou-se a partir da reforma de 1968 e durante a década de 1970, como
principal fonte de desenvolvimento de pesquisas, ensaiando os primeiros
passos para o processo de constituição da extensão como atividade de
competência do ensino superior.
No entanto, os grandes avanços ainda eram inadequados à realidade
brasileira. No decorrer da década de 1970, um imenso leque de normas,
regulamentos e decisões do Conselho Federal de Educação viabilizaram a
expansão do sistema nacional de educação, destacando o fracasso do modelo
de projeto único de organização.
A segunda LDB (Lei 5.692/71) também teve um processo de elaboração
e edição de relativa morosidade. A sociedade civil fez-se presente nos debates,
fato que resultou na lentidão da discussão, haja vista que o governo na ocasião
da implantação desta lei era autoritário e ditador. Este período foi marcado por
constantes confrontos entre as universidades e o poder estatal, trazendo à
pauta a discussão sobre o ensino superior ser a tratativa inicial na reforma da
educação.
26
A reforma do ensino superior (Lei 5.540/68) trouxe três anos após, a Lei
5.692/71 (LDB de 1971), denominada oficialmente como Lei de Reforma do
Ensino de 1º e 2º graus.
Sobre esta Lei, Carneiro (1998) considera:
“Sob o ponto de vista técnico-educativo-formal, não se
pode considerar a Lei 5692 propriamente uma Lei de
Diretrizes e Bases da Educação. Primeiro, porque lhe
faltava um sentido de inteireza. Tratava do ensino de
forma esquartejada, uma vez que focava somente os
ordenamentos organizacionais da pré-escola e do 1º e 2º
graus, deixando de lado o ensino superior. Depois a
substância educativa, energia vivificadora de uma LDB,
era substituída pela mera ‘razão técnica’, com inegáveis
prejuízos para os aspectos de essencialidade do
‘processo educativo’. Estes aspectos nunca podem ser
sufocados pelos elementos da organização do ensino,
sob pena de se oferecer uma subeducação.” (p. 26).
Devido ao alto custo do ensino superior, foram criadas muitas
instituições não universitárias para atender à crescente demanda. Entre 1980 e
1995, a expansão foi mais branda, tanto em termos de número de instituições
quanto em matrículas. Já a partir de meados da década de 1990, o
crescimento do sistema avança mais aceleradamente.
A conjuntura econômica neoliberal demandou do governo federal uma
adequação a esta realidade. A hegemonia do mercado e a estratégia neoliberal
de redução de custos provocaram a busca de uma reforma do Estado brasileiro
ao sistema educacional, resultando em ações que não onerasse o orçamento
do governo, subordinando a educação às necessidades prioritárias da
economia.
A aprovação da Constituição Federal de 1988 resultou em grande
contestação, haja vista a reunião da sociedade brasileira em fórum nacional,
construindo e apoiando outro projeto, descartado pelo governo através de uma
manobra no regimento do Congresso Nacional. Flexibilizando a organização e
27
funcionamento do ensino, promoveu deste modo, a abertura de possibilidades
de aceleração de estudos e regularização do fluxo escolar, objetivando a
superação progressiva das elevadas taxas de distorção idade/série, permitindo
com isso a contratação de professores não especialistas.
3.2. A Reforma do Ensino Superior
A expansão do ensino superior no Brasil ocorre na vigência da CF/88,
que consagrou os princípios da autonomia e da indissociabilidade do ensino-
pesquisa-extensão, conforme reza o artigo 207, bem como fixou, de acordo
com o artigo 209, as normas básicas de participação do setor privado na oferta
de ensino, e ainda criou a Lei nº 9.394/96, estabelecendo as diretrizes e bases
da educação nacional. Esta lei, antecedida pela versão de 1971, amplia a
diversificação do sistema de ensino superior, através da previsão de novos
tipos de instituição, criando novos cursos e programas e estabelecendo as
bases de construção para o sistema de avaliação do ensino superior.
A LDB/96 (Lei 9.394/96) inovou no sentido de elevar a educação ao
processo de aprendizagem e socialização presentes nas instâncias da família,
do trabalho, da escola e das demais formas de socialização.
Com a capacidade de investimento esgotada, o Estado reduz sua
participação no sistema. Se em meados da década de 1990 o Estado
respondia por 42% das matrículas, no início dos anos 2000 respondia por
menos de 30%. No sentido de discutir o processo de reforma do Ensino
Superior faz-se presente a necessidade de perceber a participação dos mais
diversos atores sociais, tais como governo, instituições de ensino superior tanto
no âmbito público quanto no privado, corpo docente, corpo discente,
funcionário, família e comunidade, bem como suas estratégias para
enfrentamento. No final de 2004 o MEC incorporou esta responsabilidade e
apresentou um anteprojeto de reforma da educação superior, causando
polêmica em virtude das inúmeras críticas e propostas de modificação por ele
apresentadas.
Em 2004 a burguesia industrial encontra um cenário político adequado
para atuar na “modernização da universidade”, em um plano mais estrutural,
28
haja vista que a criação do grupo interministerial de reforma universitária ocorre
já na gestão presidencial de Lula.
Neste mesmo ano, o então Ministro da Educação, Tarso Genro, convida
o Conselho Nacional da Indústria – CNI a participar do debate sobre a reforma
da Educação Superior, e este prontamente responde apresentando sua
proposta a partir do documento Contribuição da indústria para a Reforma do
Ensino Superior.
A proposta deste documento é, então, contribuir para a elaboração do
anteprojeto de lei da Reforma da Educação Superior a ser encaminhado pelo
Presidente da República ao Congresso Nacional.
Destacam-se dessas contribuições, e devem merecer reflexões
estratégicas, seis desafios:
Acerca da apresentação deste documento merecem reflexões
estratégicas seis grandes desafios como: instituir novo marco regulatório para
avaliar o desempenho das instituições de educação superior (IES);
implementar um processo de autonomia substantiva no conjunto das
universidades; desenvolver pesquisa básica e aplicada, cuja utilidade social e
econômica esteja vinculada ao projeto de nação; aperfeiçoar os critérios de
credenciamento e de avaliação praticados pelo sistema de educação superior;
implementar padrões educacionais compatíveis com a sociedade da
informação e do conhecimento; ampliar a oferta de educação superior na área
tecnológica.
Fica claro que o documento defende o discurso da teoria do capital
humano, bem como a relação educação-desenvolvimento no plano do ensino
superior. O governo Lula, apesar de criticar a condução do ensino superior do
governo anterior, tornou a repetir as características neoliberais e fortaleceu a
implementação de projetos sociais. A máquina estatal aumentou o investimento
no setor privado do ensino superior. O ProUni é uma ilustração real deste
paradoxo, pois viabiliza o acesso à educação superior beneficiando o setor
privado e que foi transformado em lei – Lei nº 11.096/05, incentivando às
instituições que a aderissem com isenção de Imposto de Renda de Pessoa
Jurídica, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, Contribuição Social para o
29
Financiamento da Seguridade Social e Contribuição para o Programa de
Integração Social.
Em 2004 também foi instituído o Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Superior – SINAES, pela Lei nº 10.861 de 14 de abril de 2004, que
preocupa-se com a condução do processo de avaliação da educação superior
e assenta-se no tripé “avaliação das instituições de ensino superior, dos cursos
de graduação e do desempenho dos estudantes”.
Em 20 de julho de 2004, com o Decreto nº 5.154, fica instituída a oferta
de educação profissional tecnológica de graduação e a articulação entre os
ensinos médios e técnicos. E já no final de 2004 foi decretada a Lei nº 10.973
de 02 de dezembro, que “dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa
científica e tecnológica no ambiente produtivo e dá outras providências”. Essa
lei beneficia as universidades, pois a elas será repassado o montante principal
das verbas de pesquisa.
O ano de 2005 foi marcado pela regulamentação do Decreto nº 5.622 de
19 de dezembro, que trata sobre a Educação à Distância. E no campo do
ensino superior, os Master Business Administration (MBA) tornam-se grande
objeto de procura pelos graduados em Ciências Sociais Aplicadas.
Com tudo isso, a educação superior caracteriza-se a partir de uma
identidade neoprofissional, pragmática, competitiva e submissa ao plano do
mercado.
30
CAPÍTULO IV
O PERFIL DO ALUNO NO SÉCULO XXI
A universidade não pode estar amarrada no passado. A nova cidadania
exige um outro tipo de conhecimento e uma participação mais ativa dos alunos
no processo de aprendizagem. É preciso pensar na universidade do Presente,
com olhos para o Futuro, em vista da magnitude das mudanças a que se
propõe.
A sociedade atual e futura não concebe mais indivíduos passivos, que
absorvam quantidades enormes de informações sem que haja a preocupação
com o desenvolvimento do raciocínio e com a cultura geral do aluno,
desenvolvendo-o em suas potencialidades. Defende-se o ensino compartilhado
com o aluno, que dê prazer tanto no ensinar como no aprender, indo ao
encontro da realidade e necessidade do mesmo, mediado pelos conteúdos
significativos para a vida.
Uma sala de aula com carteiras enfileiradas diante de um quadro negro
é e alunos calados, prestando atenção no professor é coisa do passado. Com o
surgimento de novas tecnologias digitais na sala de aula cria-se um paradigma
na educação: como tais ferramentas, que os alunos já dominam podem ser
aproveitadas por professores que, frequentemente, mal as conhecem? As
universidades tem, pela frente, um desafio e uma oportunidade. O desafio será
o de formular um projeto pedagógico que contemple as inovações tecnológicas
e promova a interatividade dos alunos. A oportunidade será a deixar para trás
um modelo de ensino que se tornou obsoleto no século XXI.
O novo aluno é o responsável por esta mudança. Por ter nascido em um
mundo transformado pelas novas tecnologias, ele exige um professor e uma
escola que dialoguem com ele, e não apenas depositem informações em sua
cabeça. O aluno quer ser surpreendido. Tarefa difícil para o professor, pois o
jovem estudante de hoje encontrou, na internet, uma fonte de informações
nunca antes existente. Livros, almanaques e enciclopédias eram as principais
ferramentas de pesquisa até o início da década de 90, quando os
31
computadores começaram a chegar às residências do país. Agora, com um
clique, ele pode acessar todas as enciclopédias do mundo. O que muda com
isso é, em primeiro lugar, o papel do professor. Segundo Andrea Ramal (2009)
que é doutora em Educação pela PUC-Rio e diretora exclusiva da Instructional
Design Projetos Educacionais:
"É um momento difícil para o educador, pois o
modelo de ensino que ele aprendeu era baseado no
poder que ele representava na sala de aula, típico
de uma sociedade mais passiva que a de hoje. Ele
quer participar, quer fazer suas próprias escolhas.
Os professores têm que se reinventar".
Os tempos mudaram. Antigamente, o melhor aluno era aquele quietinho
e comportado, que só tirava nota dez. Hoje, essa avaliação vem sendo
reformulada. O aluno treinado em informática, navegador da Internet e que tem
sempre novas informações sobre o conteúdo que o professor expõe, pode dar
uma grande colaboração em sala de aula. O estudante "de bem com a vida",
alegre e bem humorado, contagia os colegas e é sempre útil nos grupos de
trabalho.
As grandes empresas também já perceberam que nem sempre o
candidato que apresenta o melhor currículo escolar é capaz de se sair bem nas
situações práticas do dia a dia. O aluno adequado, "certinho", treinado para se
comportar dentro dos padrões, muitas vezes não é capaz de ter iniciativas
próprias e tomar decisões com a agilidade necessária. Costuma se sair melhor
o estudante questionador, aquele que "atrapalha" a aula, que não aceita
passivamente a explicação do professor, o que o impulsiona a buscar novas
informações.
Por outro lado, o aluno "esperto", capaz de driblar os professores e
inventar saídas para a lição que deixou de fazer, geralmente não se torna um
adulto confiável. E aquele que tem sempre respostas prontas, na ponta da
língua, provavelmente vai ter dificuldade de trabalhar em equipe.
Ao enxergar diversos aspectos - físico, mental, social, emocional e espiritual -
do desenvolvimento humano, é possível dimensionar melhor o papel da escola
e do professor como agentes facilitadores desse processo.
32
O professor, consciente da sua nova função na sala de aula, pode
tornar-se guia e valorizar sempre a ação, reflexão e
tomada de consciência do aluno. E a idéia de "melhor aluno da classe" ou, ao
contrário, de "pior aluno", muda de significado segundo José Ciccone Neto
(2011):
"O melhor aluno pode variar de um ambiente para outro,
dentro do padrão de respostas esperado. Temos um tripé
que precisa ser sempre observado: aluno, educador e
família. O aluno tem que se adequar ao ambiente da
escola, com toda a história familiar adquirida. Leva seus
parâmetros para uma nova rede social formada pelos
colegas de classe, no mesmo nível de relacionamento. Aí,
a adequação social é importante". (Revista Educação)
O aluno sociável, bem aceito, com vínculos bem estabelecidos, vai ter
menos interferências negativas na sala de aula - e, conseqüentemente, estará
mais aberto ao conhecimento formal oferecido. O aluno adaptado socialmente
tem maior possibilidade de assimilação e elaboração do conhecimento. Vai
poder ser espontâneo e criativo, articulando teoria e prática com maior
segurança no processo de aprendizado.
Ainda para o psicoterapeuta:
"O melhor aluno pode não estar no topo da lista de
melhores notas: ele é o que retém a informação essencial,
constrói vínculos e faz da sociabilização um exercício
tranqüilo, sem grandes ansiedades". (Revista Educação)
4.1. O perfil universitário brasileiro
O perfil do aluno que chega ao ensino superior no Brasil ainda reflete a
demanda reprimida que o país não foi capaz de atender durante alguns anos.
O estudante universitário brasileiro é mais velho que a faixa etária ideal de 18 a
24 anos, trabalha e tem renda familiar mensal de até dez salários mínimos.
33
Se retardam a entrada no sistema porque foram para o mercado de
trabalho, quando voltam a estudar, os novos alunos não largam o emprego. O
questionário socioeconômico realizado pelo INEP durante a aplicação do
Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) revela que 53,7%
tanto dos que entram como dos que concluem o ensino superior trabalham ou
já trabalharam em tempo integral. Em 2004, esse índice era de 25%.
O aumento da participação da rede privada no setor também influencia o
perfil dos alunos que chegam à graduação. Em 1997, das 1.945.615
matrículas, 60,98% estavam na rede particular. Quinze anos depois, esse
índice subiu para 74,14%. Alunos das instituições públicas e particulares tem
perfis distintos.
Segundo o Censo 2006, 63% dos alunos das públicas estudam durante
o dia e freqüentam a instituição em alguma capital do país. Nas particulares,
69,2% estudam à noite e a maior parte das matrículas está em cidades do
interior, assim como no caso das instituições municipais. O único tipo de
instituição que mantém predominância de matrículas na capital são as federais,
com 67% dos alunos em grandes cidades. Do total de alunos, 53,6% estudam
em universidades, seguidos por 30,8% em faculdades integradas e 15,6% em
centros universitários. A predominância das mulheres se dá em todo o sistema.
Elas respondiam por 55,7% das matrículas em 2006, sendo que nas
instituições particulares a participação é mais acentuada de 56%.
O estudo Os Determinantes da Frequência à Rede Particular de Ensino
e dos Gastos com Educação no Brasil, realizado pelo professor e pesquisador
do Ibmec-São Paulo, Naércio Menezes (2008) diz que:
"Os alunos mais educados e mais ricos estão nas
federais. Mas eles também estão nas particulares. Só que
eles estão espalhados, não vão para as mesmas
instituições.” (Revista Educação)
O movimento de "deselitização" do ensino superior pode ser percebido
pela média de respostas entre ingressantes e concluintes do Enade. Segundo
o questionário, o número de alunos com renda familiar mensal de até dez
34
salários mínimos representava 69,5% do total em 2004. Em 2006, esse índice
era de 73,1%.
4.2. O cidadão do século XXI
Aprendizado, instrução e habilidades são a moeda necessária para se
ser um cidadão contribuinte atualmente. A habilidade de se comunicar, ter
acesso à informação, e completar transações diárias com ferramentas
comumente utilizadas e com habilidades aumentam as habilidades de se ser
um participante ativo na vida atual.
Por falta de habilidades do século XXI, indivíduos estão atrasados
tentando ter acesso a ofertas de emprego on-line ou candidatar-se a uma vaga
on-line, reduzindo suas opções de emprego. Eles podem perder as economias
oferecidas pelas compras via Internet e o banco on-line, colocando mais de
seus ganhos em serviços que em seu sustento ou poupança. Podem
desconhecer a conveniência de preencher seu imposto de renda de forma
digital e de verificar sua taxa de crédito on-line, reduzindo o acesso a um
reembolso na hora certa ou à habilidade de preservar seu perfil de compras.
Também podem perder a oportunidade de ter acesso on-line ao aprendizado
após longo tempo para conquistar mais educação, limitando sua habilidade de
avançar em sua profissão por causa de seu horário de trabalho. Sem a
educação apropriada, cidadãos carecem de conhecimento e habilidades para
usar as ferramentas de nosso tempo e, como conseqüência, sofrem com a
exclusão.
A educação deveria ter o objetivo final de preparar para a vida, incluindo
o preparo para o trabalho. Trabalho é uma parte necessária da vida e
educação é uma parte necessária do trabalho.
Os cidadãos deveriam ter acesso igualitário à educação significativa
para transformar suas vidas e beneficiar-se das oportunidades iguais que a
educação possibilita.
Enquanto o aprendizado mudou para os estudantes neste novo século,
estamos encorajados pela oportunidade ilimitada apresentada em toda nossa
vida. Importantes alianças estão sendo formadas entre educadores, indústria, e
35
os que fazem as regras, com o objetivo de aprimorar a educação de uma
maneira somatória. Somos todos participantes no desenvolvimento do
aprendizado que nasce dos objetivos individuais de vida para melhor preparar
e educar cada cidadão do século XXI.
36
CONCLUSÃO
O ensino superior é, em qualquer sociedade, um dos motores do
desenvolvimento, social, político e, ao mesmo tempo, um dos pólos da
educação ao longo da vida. Por outro lado, é o instrumento principal de
transmissão da experiência cultural e científica acumulada pela humanidade.
O presente trabalho abordou temas relevantes durante o decorrer do
Ensino Superior e seu desenvolvimento social, desde o seu surgimento até os
dias atuais, mostrando como se encontra diante da visão dos alunos e o mundo
do trabalho, abordando traços significativos para todos aqueles que acham
necessário conhecer as expectativas e peculiaridades apontadas no Ensino de
terceiro grau.
Nota-se que é importante abranger o assunto tanto para a linguagem
dos formandos, como também para os educadores que lecionam nessa área,
para que assim cada um saiba como anda o seu posto diante da sociedade,
apontando falhas, acertos, objetivos políticos e determinações legais (lei),
diante de uma realidade que visa camuflar diversas situações sociais,
necessárias estas para o conhecimentos de todos que adotam compreender
esta área tão rica e grandiosa do conhecimento.
Um dos objetivos principais aqui é salientar de modo geral, como o
Ensino Superior está sendo visado na sociedade e se, seu papel como o de ser
uma instituição que tem como finalidade transparecer o cognitivo de seus
assistentes, que preparam-se para um aprendizado com essencial
enriquecimento, estar realmente apto para tal tarefa.
A prática docente no Ensino Superior está numa fase de transição,
demonstrando que não é mais possível continuar culpando outras pessoas
pelos fracassos decorrentes de uma prática não construtivista. É difícil aceitar
argumentos que centram os insucessos da tarefa de ensinar na universidade
no acadêmico, quando, no mínimo é fruto de um trabalho unilateral – alguém
ensinou para alguém aprender.
Apresentou-se neste trabalho as condições para uma prática docente,
caracterizada pela ênfase na autonomia, na liberdade e na criatividade, como
37
pressupostos para a construção do conhecimento universitário. E a função do
professor é o de mediador, quando há uma situação de aprendizagem,
contribuindo para que ocorra um ensino centrado na descoberta, na pesquisa,
na análise, no interesse dos acadêmicos, tendo presente seu cotidiano.
Finalmente, reflexões sobre a docência no Ensino Superior, nos
aspectos metodológicos e didáticos são recentes e muitos professores não se
deram conta do momento de transitoriedade pela qual a universidade está
passando. A ruptura de um modelo tradicional de ensinar desestrutura o
professor, além do novo ser desafiador e gerar insegurança.
Concluímos que o retrato da educação no Brasil é marcado por
diferenças sociais gritantes e pela negligência do governo. Não é uma área que
recebe o reconhecimento devido, apesar de ser um dos pilares da formação da
sociedade. Com efeito, o Brasil tem pela educação uma dívida que deve ser
reparada o mais rápido possível, pois não é viável a um país ser
economicamente forte se não tiver uma educação qualificada.
Priorizar a educação é treinar o professor, é remunerá-lo de forma digna,
de maneira que ele não se sinta ridicularizado pelas péssimas condições de
trabalho. É preciso que olhemos para a educação como um processo contínuo
e eficaz.
Por fim, a educação Brasileira tem solução, desde que seja realizado um
trabalho de comprometimento de todos os envolvidos na educação. Contudo, a
Educação hoje, comparada ao passado, está em um crescente estável. Apesar
dela haver vários expoentes 'famosos', os verdadeiros construtores da utópica
Educação estão dentro da sala de aula, vivendo no seu anonimato.
Apenas quando a Educação for pauta prioritária no Brasil, os brasileiros
terão condições plenas de realizar seu desenvolvimento econômico, social e
político. Que a prioridade não seja apenas construir grandes viadutos ou algo
semelhante, mas sim, construir a grande sabedoria na mente dos alunos.
38
BIBLIOGRAFIA
ARANHA, Maria Lúcia de A. História da Educação. 2 ed. ver. e atual.. São
Paulo:Moderna, 1996.
BECKER, Fernando. Educação e construção do conhecimento. Porto
Alegre: Artmed, Editora, 2001.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5
de outubro de 1988. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 1996.
_______. Lei nº 5.540 de 28 de novembro de 1968
_______. Congresso. Projeto de Lei nº 2546/2003
_______. Congresso. Projeto de Lei nº 3476/2004.
_______. Decreto nº 5.205 de setembro de 2004
_______. Lei nº 10.861, de 14 de Abril de 2004.
_______. Medida Provisória nº 213, de 13 de setembro de 2004.
CUNHA, M. Isabel da. O professor universitário na transição de
paradigmas. Araraquara-SP: JM Editora, 1998.
CUNHA, Luiz Antônio. Ensino Superior e Universidade no Brasil. In: Lopes,
E.M.T. et al. 500 anos de educação no Brasil. Belo Horizonte: Autêntica,
2000.
HILSDORF, Maria Lúcia S. História da Educação brasileira: leituras. São
Paulo: Thomson, 2002.
MASETTO, Marcos (Org.) T. Docência na universidade. 3. ed. Campinas –
SP: Papirus, 2001.
PIMENTA, Selma Garrido. Docência no Ensino Superior. São Paulo: Cortez,
2002.
PIMENTEL, M. da Glória. O professor em construção. Campinas – SP:
Papirus, 1993.
ROSAS, Paulo. Para compreender a educação superior brasileira. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1992.
39
SAVIANI, D. Da nova LDB ao novo Plano Nacional de Educação: por uma
nova política educacional. São Paulo: Autores Associados, 1998.
40
INDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I 11
O Ensino Superior
1.1 O Ensino Superior no Brasil 11
1.2 Educação Superior e suas propostas 12
1.3 O Ensino Superior e o mercado de trabalho 13
CAPÍTULO II 15
O perfil do professor no século XXI
2.1 O desafio de ser professor universitário no século XXI 18
2.2 Formação didático-pedagógica do professor universitário 18
CAPÍTULO III 22
A universidade do século XXI
3.1 Breve histórico do Ensino Superior no Brasil 24
3.2 A Reforma do Ensino Superior 27
CAPÍTULO IV 30
O perfil do aluno no século XXI
4.1 O perfil universitário brasileiro 32
4.2 O cidadão do século XXI 34
CONCLUSÃO 36
BIBLIOGRAFIA 38
ÍNDICE 40
Recommended