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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM NO PROCESSO DE AQUISIÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA
Por: Vladimir da Luz e Cunha
Orientador
Prof. Carly Machado
Rio de Janeiro
2010
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM NO PROCESSO DE AQUISIÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA
Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Psicopedagogia.
Por: Vladimir da Luz e Cunha
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AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a Deus que me deu força e saúde, à minha esposa que tanto me apoiou em todos os momentos, aos professores e amigos que me auxiliaram e caminharam comigo nesta jornada e por último a todos os meus alunos que despertaram em mim o desejo de conhecer mais sobre os processos de aprendizagem de cada pessoa individualmente.
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DEDICATÓRIA
Para Lidiane, Arthur e Pedro, meus grandes amores.
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RESUMO
Este trabalho aborda as teorias de Vygotsky, Piaget, Wallon, Freud e Paulo Freire a partir das obras de alguns de seus seguidores, correlacionando-as com o processo de ensino-aprendizagem. Destaca a importância da auto-estima, da autoconfiança e da afetividade entre professor e aluno para superar as dificuldades de aprendizagem, principalmente em relação ao processo de aquisição da leitura e da escrita, que é um dos fatores mais importantes para o desenvolvimento do aluno e para o seu sucesso escolar. Aborda a importância da família no desenvolvimento emocional da criança, visto que, na atualidade, a maioria das famílias está desestruturada. Salienta também a importância do psicopedagogo na instituição escolar para ajudar a perceber como ocorrem os processos de aprendizagem dos alunos, principalmente dos que apresentam dificuldade, para que o ensino seja mais eficaz. Demonstra ainda, a importância da formação continuada para os profissionais da educação como requisito básico para que a qualidade do ensino melhore no Brasil.
Palavras-chave: dificuldade, aprendizagem, desenvolvimento, afetividade, autoconfiança, auto-estima.
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METODOLOGIA
Este trabalho foi realizado com base na pesquisa de livros que abordam o tema em questão, em vídeos indicados pelos professores do curso de Psicopedagogia do Instituto a Vez do Mestre, em anotações de aula e também nas teorias de Wallon, Vygotsky, Piaget, Freud e Paulo Freire. Foi utilizado também, um manual cedido pela Universidade Candido Mendes: “Como produzir uma monografia”, que muito auxiliou na realização deste trabalho.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I – A dificuldade de aprendizagem na aquisição da leitura e da escrita 10
CAPÍTULO II – Afetividade, autoconfiança e auto-estima do aluno no contexto das dificuldades de aprendizagem 19
CAPÍTULO III – A Psicopedagogia e as dificuldades de aprendizagem 28
CONCLUSÃO 36
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 37
BIBLIOGRAFIA CITADA 38
FOLHA DE AVALIAÇÃO 41
8
INTRODUÇÃO
Durante séculos, em alguns países, alguns poucos escravos aprenderam a ler, em condições extremamente adversas, às vezes arriscando a própria vida para um aprendizado que, devido às dificuldades, acabava levando vários anos.
Hoje, o Brasil é um país em que cerca de 44 % das crianças do segundo ano de escolaridade são retidas no final do ano porque não conseguem aprender a ler. E que o tempo médio dos que conseguem finalizar o ensino fundamental é de 11,2 anos, quando deveria ser de apenas oito, sem contar com a educação infantil. Inúmeros especialistas em dificuldades de aprendizagem afirmam que pouquíssimos adolescentes e crianças possuem comprometimento cognitivo real, ou seja, não são capazes de aprender os conteúdos escolares como os outros. Então, se a maioria esmagadora das crianças pode aprender, é preciso considerar que há um sério comprometimento nas práticas de ensino; ou seja, a escola não está conseguindo cumprir seu mais antigo papel: ensinar a ler e escrever.
O tema deste estudo é a dificuldade de aprendizagem no processo de aquisição da leitura e da escrita.
A questão central deste trabalho é investigar por quais motivos, um grande número de crianças apresenta dificuldade na aquisição da leitura e da escrita.
O tema sugerido é de fundamental relevância, pois um grande número de crianças apresenta dificuldades no processo de aquisição da leitura e da escrita nas séries iniciais, principalmente em escolas públicas, onde os professores, na maioria das vezes, encontram-se só nesta importante tarefa que é alfabetizar e letrar.
Visto que, na grande maioria, o professor é o maior interessado em fazer com que o aluno aprenda a ler e escrever. Vem de nós um grande esforço de tornar para a criança a prática da leitura e da escrita algo prazeroso, pois assim fica melhor e mais fácil para a aprendizagem. É preciso socializar cada vez mais os conhecimentos disponíveis a respeito dos processos de aprendizagem: quanto melhor o professor compreender o processo de construção do conhecimento, mais eficiente será o seu trabalho. Afinal, ensinar de fato é fazer aprender.
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Em escolas públicas temos um grande número de crianças carentes com uma série de problemas sociais, de saúde, econômicos e familiares, alunos estes que recebemos em massa, muitas vezes desnutridos, sem assistência nenhuma, nem por parte dos pais, tão pouco por parte de políticas públicas.
Por isso, a pesquisa visa relatar os problemas e suas possíveis soluções para o fato de alunos chegarem ao quinto ano do ensino fundamental sem saber ler e escrever adequadamente, alguns apenas decodificando palavras com pouca compreensão e outros não apresentando nenhum interesse pela leitura e escrita como fonte de conhecimento ou prazer.
São, portanto, objetivos desta pesquisa identificar os motivos que levam um grande número de crianças ao fracasso no processo de aquisição da leitura e da escrita, mostrar a importância do auto conceito e da auto-estima como facilitador da aprendizagem, compreender o papel da afetividade entre professores e alunos no processo, buscar meios, métodos e estratégias que favoreçam a aquisição da leitura e da escrita.
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CAPÍTULO I
DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM NA AQUISIÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA:
Este capítulo tem por objetivo abordar, como eixo central, as dificuldades de aprendizagem que interferem na aquisição da leitura e escrita. No entanto, primeiro iremos explicitar o que é aprendizagem e como ela ocorre para depois tratarmos das dificuldades que atrapalham este processo.
1.1 – O que é aprendizagem?
Não podemos falar de aprendizagem sem antes elucidarmos o que vem
a ser desenvolvimento. Quando se fala em crescimento, todo mundo se lembra
facilmente de aumento de estatura, de peso e outras mudanças orgânicas e
estruturais que ocorrem na constituição física.
O termo desenvolvimento, no entanto, é muito mais amplo e complexo.
Ele define um processo ordenado e contínuo que se inicia com a própria vida e
abrange todas as modificações que ocorrem no organismo e na personalidade,
inclusive os comportamentos mais aprimorados, resultantes do crescimento e
amadurecimento físicos e da estimulação variada do ambiente.
De acordo com a Psicologia do Desenvolvimento, a hereditariedade e o
ambiente, a maturação e a aprendizagem são fatores do desenvolvimento. Isto
mostra que, para determinar o processo de desenvolvimento em todas as suas
etapas, as condições orgânicas e estruturais atuam ao mesmo tempo com os
estímulos ambientais.
A maturação, por sua vez, é o desenvolvimento das estruturas corporais,
neurológicas e orgânicas. Envolve padrões de comportamento proveniente de
alguns mecanismos internos. Ela conduz ao desenvolvimento do potencial do
organismo e independe de treino ou estimulação ambiental. A maturação
caracteriza-se por mudanças estruturais influenciadas pela hereditariedade,
que ocorre em dado momento, envolvendo a coordenação de numerosas
partes do sistema nervoso.
11
Segundo Gesell (1987), a aprendizagem nunca pode transcender a
maturação. É por isso que é inútil, por exemplo, ensinar uma criança a falar aos
três meses, ou a ler e escrever precocemente.
Toda atividade humana depende da maturação. Desde o mais simples
comportamento, como segurar um lápis, até as abstrações e raciocínios mais
complexos. Para que ocorra a aprendizagem, é necessário que o organismo
esteja suficientemente maduro para recebê-la.
Aprendizagem é o resultado da estimulação do ambiente sobre o
indivíduo já maduro, que se expressa, diante de uma situação-problema, sob a
forma de uma mudança de comportamento em função da experiência.
“O aprendizado é um processo complexo e dinâmico que resulta em
modificações estruturais e funcionais do Sistema Nervoso Central. As
modificações ocorrem a partir de um ato motor e perceptivo que,
elaborado no córtex cerebral, dá origem à cognição.” (RELVAS,
2009: p. 54)
Muitas vezes, as pessoas, limitam o conceito de aprendizagem apenas
aos fenômenos que ocorrem na escola, como resultado do ensino. Todavia, o
termo tem um sentido muito mais amplo: engloba os hábitos que formamos, os
aspectos de nossa vida afetiva e a assimilação de valores culturais. Enfim, a
aprendizagem está relacionada a aspectos funcionais e resulta de toda
estimulação ambiental recebida pelo indivíduo no decorrer da sua vida. O
processo de aprendizagem sofre interferência de vários fatores: intelectual,
psicomotor, físico, social, mas é do fator emocional que depende grande parte
da educação infantil.
Para que a aprendizagem provoque uma verdadeira mudança de
comportamento e desenvolva cada vez mais o potencial do educando, é
necessário que ele perceba a ligação do que está aprendendo com a sua vida.
O aluno tem que ser capaz de reconhecer as situações que aplicará o novo
conhecimento ou habilidade. É muito importante que aquilo que é aprendido
tenha significado para ele e, para ser significativa, a aprendizagem tem que
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envolver raciocínio, análise, imaginação e o relacionamento entre idéias, coisas
e acontecimentos. Uma aprendizagem mecânica, que não vai além da simples
retenção, não tem significado para o aluno.
È muito importante conhecer a realidade do educando para, a partir de
sua vivência, desenvolver um trabalho de alfabetização significativa.
“A velha casa, seus quartos, seu corredor, seu sótão, seu terraço – o
sítio das avencas de minha mãe -, o quintal amplo em que se achava,
tudo isso foi o meu primeiro mundo. Nele engatinhei, balbuciei, me pus
em pé, andei, falei. Na verdade, aquele mundo especial se dava a mim
como o mundo de minha atividade perceptiva, por isso mesmo como o
mundo de minhas primeiras leituras.” (FREIRE, 2009: p. 12)
1.2 – Papel da memória na aprendizagem.
O termo memória tem sua origem no latim e significa a capacidade de
adquirir, armazenar e recuperar informações disponíveis. É o registro de
experiências e fatos vividos e observados, podendo ser readquiridos quando
necessário. Desta forma, a memória torna-se a base para a aprendizagem,
pois, com as experiências que temos guardadas na memória, podemos mudar
o nosso comportamento, ou seja, a aprendizagem é a aquisição de novos
conhecimentos e a memória é a fixação desses conhecimentos adquiridos.
“A memória é a base de todo saber e, também, de toda a existência
humana, desde o nascimento. Todo o nosso cérebro funciona por meio
da memória; comemos, andamos, falamos porque lembramos como
fazê-lo. A memória determina nossa individualidade como pessoas e
como povos. O cérebro manda secretar um ou outro neurotransmissor
ou hormônio, quando estamos alegres ou tristes, quando sentimos
medo ou prazer. Acontecimentos com maior carga emocional são
relembrados com maior nitidez, e os neuroquímicos são estimulados,
garantindo sua memorização. A memória é uma das funções mais
importantes do cérebro, está ligada ao aprendizado e à capacidade de
repetir acertos e evitar erros. Memória é também a capacidade de
planejamento, abstração, julgamento critico e atenção.”
(RELVAS,2009: p. 56)
13
Se o aluno não aprende um novo conteúdo é porque não encontrou
nenhuma relação aos conhecimentos já adquiridos para guardar a nova
informação, sendo assim, não houve aprendizagem. Por isso que o professor
deve apresentar os conteúdos numa sequência lógica e partindo do mais
simples para o mais complexo.
1.3 – O que seria, então, dificuldade de aprendizagem?
Podemos considerar a dificuldade de aprendizagem como um sintoma,
pois o fato de não aprender, não caracteriza um quadro permanente, mas sim,
o indício de que o educando está passando por um problema de origem
orgânica, psicológica ou ambiental.
Não existe uma definição comum do que vem a ser uma dificuldade de
aprendizagem, como e por que ela se manifesta. As dificuldades de
aprendizagem formam um grupo heterogêneo e é difícil defini-las, mas uma
das manifestações mais evidentes de dificuldade de aprendizagem é o baixo
rendimento escolar, o que não indica, necessariamente, que a criança tenha
dificuldade de aprendizagem. Elas são classificadas como transitórias ou
permanentes e podem ocorrer em qualquer momento no processo de ensino-
aprendizagem e correspondem a déficits funcionais superiores, tais como,
cognição, linguagem, raciocínio lógico, percepção, atenção e afetividade.
“A dificuldade de aprendizagem pode ser classificada levando-se em
conta as funções afetadas que são as psicológicas superiores. Estas
são aprendidas desde o nascimento e são fundamentais para o
aprendizado formal.” (RELVAS, 2009: p. 54)
Muitas crianças necessitarão de uma ajuda especial para aprender a ler
e escrever, enquanto outras não encontrarão nenhuma dificuldade para obter
sucesso na mesma atividade. O fracasso escolar nas primeiras séries do
ensino fundamental tem sido estudado pelos mais diversos profissionais
preocupados pela escola, na busca de se esclarecer os fatores que interferem
no sucesso escolar e melhorar o ensino público no Brasil. As pesquisas se
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apóiam nos fatores sociais, culturais, econômicos, cognitivos, emocionais,
institucionais ou orgânicos para explicar o fracasso escolar.
Não existe uma idade ideal para o aprendizado da leitura. Há crianças
que aprendem a ler muito cedo, em geral porque a leitura passa a ter tanta
importância para elas que não conseguem ficar sem saber.
Veja um depoimento de um desses leitores precoces, o escritor Alberto
Manguel:
“Aos quatro anos de idade descobri pela primeira vez que podia ler (...)
só aprendi a escrever muito tempo depois, aos sete anos de idade.Talvez
pudesse viver sem escrever, mas não creio que pudesse viver sem ler.”
Muitos leitores precoces não têm características peculiares, como
inteligência acima da média ou privilégios sociais. Mas tem outro tipo de
privilégio: considerar a leitura um valor e se acharem capazes de ler.
No Brasil, há muito tempo se considera que a iniciação à leitura deve
ocorrer apenas aos sete anos.
Por isso, quando dependem da escola para aprender, nossas crianças
começam a ler muito tarde.
As crianças aprendem a ler participando de atividades de uso da escrita
junto com pessoas que dominam esse conhecimento. Aprendem a ler quando
acham que podem fazer isso. É difícil uma criança aprender a ler quando se
espera dela o fracasso. É difícil, também, ela aprender a ler se não achar
finalidade na leitura.
Todos que lêem, lêem para atender a uma necessidade pessoal: saber
quais são as notícias do dia, que novidade a revista traz, qual a receita do
prato, como montar um equipamento, quais as regras de um jogo, obter novos
conhecimentos, apreender os encantos de um poema ou as emoções de um
livro de aventura.
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A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de
construção do significado do texto a partir do que está buscando nele, do
conhecimento do que já possui a respeito do assunto, do autor e do que sabe
sobre a língua – características do gênero, do portador do sistema de escrita,
etc. ninguém pode extrair informações do texto escrito decodificando letra por
letra, palavra por palavra.
Se você analisar sua própria leitura vai constatar que a decodificação é
apenas um dos procedimentos que utiliza para ler: a leitura fluente envolve
uma série de outras estratégias, isto é, de recursos para construir significados;
sem elas, não é possível alcanças rapidez e proficiência.
A leitura e a escrita são as formas de linguagem mais avaliadas pelo
ensino fundamental. Elas são a base para a avaliação escolar. As mesmas
implicam um duplo sistema simbólico, pois permitem transcrever um
equivalente auditivo em um equivalente visual, ou vice versa.
A leitura é considerada um sistema simbólico, alicerçado na linguagem
falada, que por sua vez depende da linguagem interior. A relação entre a
palavra escrita e o sistema simbólico de significação é uma operação cognitiva
que envolve processos específicos como a codificação, decodificação,
percepção, memória, entre outros. Para a pessoa decodificar e atribuir
significado ao que está escrito é preciso ativar sua estrutura representativa,
atribuir significado ao código de modo a reconhecer a palavra impressa, atribuir
a esta palavra o significado correspondente e compreender a mensagem.
Também há que se considerar que uma decodificação pobre leva a uma
compreensão pobre; entretanto, uma boa decodificação não é a garantia de
uma compreensão satisfatória. As dificuldades de compreensão não estão,
normalmente, no âmbito das palavras, e sim, no âmbito das orações.
“A leitura da palavra é sempre precedida da leitura do mundo. E
aprender a ler, a escrever, alfabetizar-se é, antes de mais nada,
aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto, não numa
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manipulação mecânica de palavras mas numa relação dinâmica que
vincula linguagem e realidade.” (FREIRE,2009: p. 8)
1.4 Causas
As dificuldades de aprendizagem na aquisição da leitura e da escrita
podem ser atribuídas aos mais diversos motivos.
Sócio-culturais: falta de estimulação, ou seja, criança que não participa
da educação infantil (pré-escola) e também não é estimulada no lar;
desnutrição; privação cultural do meio; marginalização das crianças com
dificuldades de aprendizagem pelo sistema de ensino comum.
Pedagógicas: métodos inadequados de ensino; falta de estimulação pela
pré-escola dos pré-requisitos necessários à leitura e à escrita; falta de
percepção, por parte da escola, do nível de maturidade da criança, iniciando
uma alfabetização precoce; relacionamento professor-aluno deficiente;
atendimento precário das crianças devido à superlotação das classes.
Segundo Ferreiro e Teberosky (1991), todos passamos por fases,
construímos hipóteses sobre leitura e escrita e muitos professores nunca
ouviram falar sobre esse assunto. De acordo com o estudo das autoras,
passamos pelas hipóteses pré-silábica, silábica sem valor sonoro, silábica com
valor sonoro, silábico-alfabética até chegarmos à fase alfabética. Cada
hipótese necessita de atividades e intervenções diferenciadas para que a
criança construa os conceitos pertinentes a ela e avance para a hipótese
seguinte. Sendo assim, o professor deve identificar a hipótese na qual o aluno
se encontra para oferecer a atividade adequada; para que não seja impossível
de se realizar nem tão pouco se torne uma atividade sem graça.
Psicológicas: desajustes emocionais provocados pela dificuldade de
aprendizagem que a criança apresenta, o que gera ansiedade, insegurança e
auto-conceito negativo.
Orgânicas: cardiopatias, encefalopatias, deficiências sensoriais (visuais
e auditivas), deficiências motoras (paralisia infantil, paralisia cerebral etc.),
17
disfunção cerebral, deficiências intelectuais (retardamento mental ou
diminuição intelectual) e outras enfermidades de longa duração.
Dislexia: um tipo de distúrbio de leitura que colocamos como causa
porque provoca uma dificuldade específica na aprendizagem da identificação
dos símbolos gráficos, embora a criança apresente inteligência normal,
integridade sensorial e receba estimulação e ensino adequados. Devido à falta
de informação dos pais, professores da pré-escola e à dificuldade de identificar
os “sintomas” antes da entrada da criança na escola, a dislexia só vai ser
diagnosticada quando a criança estiver no segundo ou terceiros anos de
escolaridade, em muitos casos só recebem este diagnóstico muito depois.
Neste sentido, a dificuldade na leitura significa apenas o resultado final de uma
série de desorganizações que a criança já vinha apresentando no seu
comportamento pré-verbal, não-verbal, e em todas aquelas funções básicas
necessárias para o desenvolvimento da recepção, expressão e integração,
condicionadas à função simbólica.
1.5 Estratégias
É muito importante que o professor, antes de tudo, seja um especialista
no domínio dos conteúdos que busca ensinar. Para isto, o professor-
alfabetizador deverá ser um eterno aprendiz, buscando novos conhecimentos,
novos métodos, contudo, não se esquecendo das diversas especialidades que
encontrará em cada aluno na sala de aula, salientando que cada um aprende
de um jeito especial e que um método pode não ser igual para todas as
crianças.
Uma das principais estratégias para amenizar ou até mesmo resolver as
dificuldades de aprendizagem é compreender como ela ocorre no cérebro do
educando.
“É fato que diversas dificuldades de aprendizagem poderão ser
resolvidas ou amenizadas quando os educadores tiverem seus olhares
focalizados na promoção do desenvolvimento dos diversos estímulos
neurais que se expõem de forma que se compreendam os processos e
18
os princípios das estruturas do cérebro, conhecendo e identificando
cada área funcional, visando estabelecer rotas alternativas para
aquisição da aprendizagem, utilizando-se de recursos sensoriais, como
instrumento do pensar e do fazer.
É fundamental que educadores conheçam as estruturas cerebrais
como interfaces da aprendizagem, e que sejam sempre um campo a
ser explorado. Para isso, os estudos da biologia cerebral vêm para a
práxis em sala de aula, na compreensão das dimensões cognitivas,
motoras, afetivas e sociais no redimensionamento do sujeito
aprendente e suas formas de interferir nos ambientes que perpassam. ”
(RELVAS, 2009: p. 34)
A leitura como prática cotidiana é sempre um meio, nunca um fim. Ler é
resposta a um objetivo, a uma necessidade de cada pessoa.
Fora da escola, não se lê só para aprender a ler, não se lê de uma única
forma, não se decodifica palavra por palavra, não se respondem a pergunta de
verificação do entendimento preenchendo questionários enormes, não se
fazem desenhos para mostrar o que mais gostou e raramente se lê em voz
alta, ou seja: a prática constante da leitura não significa repetição infindável
dessas atividades escolares.
Uma prática constante de leitura na escola pressupõe o trabalho com a
diversidade de objetivos, modalidades e textos que caracterizam as práticas de
leitura de fato. Diferentes objetivos exigem diferentes textos e cada qual, por
sua vez exige um tipo específico, uma modalidade de leitura.
Em outras palavras, cabe ao professor mostrar a importância da leitura
para a vida cotidiana e despertar no educando interesse por essa atividade
fazendo que ele perceba que é capaz.
19
CAPÍTULO II
AFETIVIDADE, AUTOCONFIANÇA E AUTO- ESTIMA DO
ALUNO NO CONTEXTO DAS DIFICULDADES DE
APRENDIZAGEM.
Neste capítulo, estaremos ressaltando a importância da auto-estima e da
relação professor-aluno para que o processo de ensino-aprendizagem ocorra
de maneira satisfatória, pois o ser humano é um ser social, cognitivo e
emocional.
2.1 – Afetividade.
Sabendo-se que o ser humano é um ser orgânico, cognitivo, emocional,
social e pedagógico, podemos afirmar que deve haver um desenvolvimento em
todos estes aspectos para que ele esteja inserido na sociedade de maneira
satisfatória.
“A interligação desses aspectos ajudará a construir uma visão
gestaltica da pluricausalidade deste fenômeno, possibilitando uma
abordagem global do sujeito em suas múltiplas facetas”. (WEISS,
1992, p. 22)
O desenvolvimento humano não está relacionado apenas a aspectos
cognitivos, mas também e, de igual importância, a aspectos afetivos. Na teoria
de Piaget, o desenvolvimento intelectual é considerado como tendo dois
componentes: um cognitivo e outro afetivo que se desenvolvem paralelamente.
A sala de aula é um lugar onde podemos observar o relacionamento entre
professor e aluno, relacionamento este que, muitas vezes, fica desgastado ou
sem estímulo. Para Oliveira (1998), o aspecto afetivo tem uma profunda
influência sobre o desenvolvimento intelectual. Ele pode aumentar ou diminuir o
20
interesse por determinados conteúdos e acelerar ou retardar o ritmo de
desenvolvimento do aluno.
È muito importante que haja um bom relacionamento entre professor e
aluno, pois, como já mencionamos, o ser humano é um ser emocional.
Aprendemos melhor os conteúdos que mechem com nossos sentimentos que
despertam o nosso interesse.
“O centro da inteligência emocional está no funcionamento da
amígdala cortical e de sua interação com o neocórtex. Quanto mais
intenso for o estímulo da amígdala, mais forte será o registro; as
experiências que mais nos apavoram ou emocionam na vida estão
entre nossas lembranças indeléveis. Isto significa que o cérebro tem
dois sistemas de memória: um para fatos comuns e outro para fatos
imbuídos de emoção”. (RELVAS, 2009, p. 124)
Sabendo disso, cabe ao professor tornar suas aulas mais atrativas, mais
significativas, mais emocionantes.
O ser humano, desde seu nascimento, pode ser considerado um ser
social, pois necessita de cuidados, afeto, carinho, amor.
“A psiquiatria atual é uma psiquiatria social, no sentido de que não se
pode pensar em uma distinção entre indivíduo e sociedade. É uma
abstração, um reducionismo que não podemos aceitar porque temos
a sociedade dentro de nós. Nossos pensamentos, nossas idéias,
nosso contexto geral é, na realidade, uma representação particular e
individual de como captamos o mundo de acordo com uma fórmula
pessoal, de acordo com nossa historia pessoal e de acordo com o
modo pelo qual esse meio atua sobre nós e nós sobre ele”.
(PICHON-RIVIÈRE, 2007: p. 43)
Wallon, médico e filósofo francês, dedicou grande parte de sua vida
estudando as emoções e a afetividade. Ele identificou as primeiras
manifestações afetivas do ser humano e afirma que a afetividade desempenha
um papel significativo na formação e no funcionamento da inteligência,
definindo os interesses e necessidade de cada indivíduo.
21
Ele atribui à afetividade um papel fundamental na formação da vida
psíquica, funcionando como uma ponte entre o social e o orgânico. As relações
da criança com o mundo exterior são, desde o nascimento, relações de
afetividade, pois ao nascer, não tem
“meios de ação sobre as coisas circundantes, razão porque a
satisfação das suas necessidades e desejos tem de ser realizada por
intermédio das pessoas adultas que a rodeiam. Por isso, os primeiros
sistemas de reação que se organizam sob a influência do ambiente,
as emoções, tendem a realizar, por meio de manifestações
consoantes e contagiosas, uma fusão de sensibilidade entre o
indivíduo e o seu entourage”. (WALLON, 1971: p. 262)
Educar não significa apenas repassar informações ou indicar um
caminho a seguir, que o professor julga ser o certo. Educar é ajudar o
educando a tomar consciência de si mesmo, dos outros e da sociedade em que
vive bem como de seu papel dentro dela. É saber aceitar-se como pessoa e
principalmente aceitar ao outro com seus defeitos e qualidades.
“Aprendizagem emocional é uma parte integral da aparente
aprendizagem cognitiva. A aprendizagem emocional acontece em um
contexto dinâmico, relacional e emocional inconsciente. Processos
cognitivos e emocionais quase sempre dirigem o crescimento exitoso
das capacidades cognitivas. A emoção vai dando forma à
aprendizagem. As crises emocionais, naturais ao desenvolvimento ou
específica da pessoa, vão influenciar de forma crônica e evolução
desta mesma aprendizagem.” (RELVAS, 2009: p.95)
Por que é tão importante a interação ou a relação do professor com o
educando?
“Não aprendemos de qualquer um, aprendemos daquele a quem
outorgamos confiança e o direito de ensinar”. (FERNANDEZ,
1991: p. 52)
Briggs (2000) define a importância da afetividade na vida de uma criança
como: “Ajudar as crianças a desenvolver a auto-estima é a chave de uma
22
aprendizagem bem sucedida”. Logo, a intenção dos professores terá maiores
possibilidades de se concretizar se a convivência com os alunos lhe
proporcionarem satisfação por ser quem são. Não se pode desconhecer, ou
ignorar, a característica mais importante da criança, seu grau de auto-respeito.
2.2 - Autoconfiança
Os sentimentos de autoconfiança se desenvolvem a partir de
contingências de reforçamento não sociais. Também das sociais, porém, com
ênfase diferente como veremos a seguir. O que é de suma importância para
desenvolver a autoconfiança é o fato de a criança ter a possibilidade de
apresentar um comportamento e, então, produzir consequências em seu
ambiente que fortaleçam tais comportamentos. Assim, se uma pessoa uma
pessoa aperta o interruptor e a lâmpada acende, a claridade do ambiente
reforça positivamente o comportamento de apertar o interruptor (não tem
necessidade de outra pessoa para reforçar o comportamento). Ou, uma pessoa
com uma bola de boliche na mão, a lança e derruba o conjunto de balizas, o
comportamento de lançar a bola é reforçado pelas balizas caídas. Ao subir
pelos galhos de uma goiabeira, a criança alcança a goiaba madura, apanha-a e
come-a. A goiaba é o reforça positivo. O comportamento de autoconfiança está
relacionado aos comportamentos bem sucedidos.
Outra classe de contingências de reforçamento ocorre quando o
reforçamento remove uma condição aversiva (pode-se falar de um
reforçamento negativo, porque ao contrário do positivo, esse comportamento
se fortalece quando se retira alguma coisa conseqüente ao comportamento).
Se uma pessoa ao fechar a janela da sala, cessa a entrada de fumaça do lixo
que se queima no terreno ao lado; ao mexer no botão do volume a intensidade
do som ambiente se reduz para um nível suportável; ou, ao usar um extintor de
incêndio adequadamente (comportamento), a pessoa apaga o fogo (remove o
evento aversivo) e etc.
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A autoconfiança é um sentimento que surge das contingências de
reforçamento positivo ou negativo. Fala-se que uma pessoa com sentimento de
autoconfiança é segura, confiante, tem iniciativa e etc. Segura e confiante
significa que a pessoa sabe que comportamento deve emitir para conseguir
reforços positivos ou remover eventos aversivos. Ter iniciativa significa que a
pessoa diante de uma situação-problema produz, sem ajuda de outra pessoa, a
resposta adequada, ou seja, aquela que produz consequências gratificantes ou
remove eventos aversivos.
Se as conseqüências para o comportamento são de natureza não social,
então o que os pais e professores devem fazer para desenvolver autoconfiança
na criança?
Em primeiro lugar, devem criar condições para que as crianças emitam
os comportamentos que serão consequenciados e não fazer o comportamento
por elas. Assim, se uma mãe vai até a padaria e pede para o filho esperá-la no
carro enquanto ela desce, compra o pão, o leite e um pirulito, que entrega para
o filho, essa mãe não criou condições para que o filho emitisse
comportamentos. Se, pelo contrário, ela lhe dissesse: “Filho, desça e compre
pão, leite e um docinho para você, enquanto estaciono o carro“, ela criaria
oportunidades para que o filho agisse e fosse consequenciado positivamente.
Assim a criança pediria o pão e a balconista a reforçaria entregando-lhe o pão.
Iria até ao caixa pagar os produtos que a reforçaria dando-lhe o troco e etc. Ou
seja, a mãe criaria oportunidades e a criança emitiria vários comportamentos e
todos seriam reforçados. A criança, então se sente capaz, segura e
autoconfiante.
Da mesma forma o professor deve promover aos alunos que
apresentam dificuldade de aprendizagem, atividades ou situações diante das
quais eles possam emitir um comportamento que venha a produzir
consequências que fortaleçam esses comportamentos, em outras palavras,
que desenvolvam a autoconfiança e que demonstre para o aluno que ele é
capaz. Como por exemplo, se uma criança que está aprendendo a escrever
24
pergunta ao professor: “Como se escreve barata?” e o professor simplesmente
soletra a palavra para ela, não estaria criando nenhuma oportunidade para que
ela emitisse comportamentos que seriam consequenciados. Mas se o professor
perguntasse: “Com que letra você acha que começa?” “Com que letra a palavra
termina?”, ou “Quantas sílabas esta palavra tem?” estaria criando
oportunidades para que a criança emitisse os comportamentos necessários
para o aprendizado.
Em segundo lugar, não basta os pais criarem condições para a criança
emitir comportamentos, se estas condições não forem adequadas. Assim, se a
goiabeira for muito alta e os galhos distantes entre si, a criança não alcançará a
goiaba e se sentirá frustrada e fracassada. Seu comportamento entrará em
extinção. A criança poderá dizer: “Não gosto de goiaba”; “Tenho medo de subir
em árvores.”; ”Não quero brincar disto.” e etc. A solução seria os pais
prestarem atenção na dificuldade da tarefa que vão propor para a criança e
adequarem as dificuldades da tarefa às habilidades da criança, escolhendo
uma árvore mais baixa por exemplo. Ou dar ajuda física para a criança de tal
forma que ela realize a tarefa com segurança.
Sendo assim, não adianta também, um professor propor a um aluno com
dificuldade na leitura ou na escrita uma atividade que suas habilidades já
adquiridas não o tornem capaz de resolvê-las. Por exemplo: propor a uma
criança que ainda está na hipótese pré-silábica, ou seja, ainda não diferencia
letra de número, representa palavras com desenhos ou pseudoletras uma
atividade de leitura e interpretação de texto. Isto só deixaria a criança
desmotivada, insegura e sem autoconfiança. Mas se o professor oferecesse a
esta criança uma atividade na qual devesse recortar e colar o nome de
algumas frutas, observando o som da letra inicial e a quantidade de letras,
provavelmente esta criança toparia o desafio e apresentaria êxito na atividade.
Desta forma aumentaria a motivação, segurança e autoconfiança desta
criança.
25
“A causa mais comum do bloqueio ao aprendizado, particularmente
em crianças de famílias de classe média, vem da pressão indevida
que sofrem para atingir certas metas que estão além de sua
capacidade”. (BRIGGS, 2000, p. 169)
Devemos desenvolver a autoconfiança em nossas crianças
apresentando atividades desafiadoras, contudo, possíveis de serem realizadas
por elas e, sempre que necessário, oferecer auxílio.
2.3 – Auto-estima
A auto-estima é muito importante para o sucesso da pessoa em
qualquer área de sua vida, principalmente para a criança durante o processo
de aquisição da leitura e da escrita.
“Ajudar as crianças a desenvolver sua auto-estima é a
chave de uma aprendizagem bem-sucedida”. (BRIGGS,
2000, p. 7)
Muitas vezes a palavra auto-estima é usada como sinônimo de
autoconfiança e auto-aceitação, no entanto, se formos analisar mais
profundamente o significado dos termos em questão, poderemos constatar que
existe algumas diferenças, como notaremos a seguir: autoconfiança quase
sempre está relacionada à competência pessoal e é definida como a certeza
que uma pessoa tem, de ser capaz de realizar alguma coisa, enquanto auto-
aceitação, é um termo utilizado para o conceito de aceitação incondicional de si
mesmo. Já o termo auto-estima tem um significado mais amplo, incluindo, por
exemplo, conceitos sobre as próprias qualidades.
A autoconfiança, a auto-aceitação e a auto-estima costumam estar
profundamente relacionadas e se influenciam umas às outras.
A auto-estima é uma apreciação que uma pessoa possui de si mesma
em relação à sua autoconfiança. É através dela que podemos enfrentar os
desafios que a vida nos oferece e defender nossos interesses. É formada ainda
na infância, tendo como principal componente para sua formação, o tratamento
26
que a criança recebe. Se a criança sempre for menosprezada ou humilhada em
relação às suas atitudes, sua auto-estima será baixa. Se a criança for sempre
apoiada nas suas atitudes, terá a auto-estima elevada. É importante salientar
que a criança pode ser apoiada em momentos em que é advertida por causa
de alguma atitude, pois nos momentos que ocorrem as advertências dá-se a
essa criança o devido valor e ainda a ensina a ter domínio próprio e a distinguir
atitudes certas e erradas.
Podemos dizer que o ser humano necessita ser ouvido, acolhido e
valorizado, ajudando desta maneira a formação de uma boa imagem de si
mesmo. Assim, a afetividade está intimamente relacionada à formação da auto-
estima.
A auto-estima é considerada muito importante, pois é por meio dela que
nos identificamos com nós mesmos e com os outros que fazem parte do nosso
convívio social. Para que haja contribuição da formação da auto-estima é
importante que esta ajuda seja positiva. Nela, não critique, não culpe, não
humilhe, não rejeite, não exponha a perda e não frustre. Muito pelo contrário,
devemos contribuir com incentivos que levam a criança a se gostar, a perceber
suas qualidades, a se conhecer e a acreditar que é amada e respeitada.
Quantas pessoas vivem tristes e frustradas porque não conseguiram ir
um pouco além, nos estudos, nas realizações pessoais ou não foram
promovidos no trabalho e culpa a situação, os pais e até mesmo as
oportunidades que não lhe foram concedidas?
“O professor é o marinheiro dos novos tempos. No momento em que
se descobrem as verdades das inteligências múltiplas e se configura
o novo papel da educação, centrada em um aluno a ser descoberto
em sua extrema singularidade, emerge, como um dos mais
importantes profissionais do século, aquele que tem o privilégio de
colaborar diretamente na formação integral do indivíduo para os
novos tempos”. (ANTUNES, apud RELVAS, 2009, p. 115)
27
O professor como conhecedor dessa nova verdade poderá contribuir
para o desenvolvimento dos indivíduos de acordo com suas habilidades e
trabalhar cada inteligência buscando formar cidadãos felizes e realizados.
28
CAPÍTULO III:
A PSICOPEDAGOGIA E AS DIFICULDADES DE
LEITURA E ESCRITA.
O psicopedagogo deve sempre estar atento a novas situações, se
atualizando, buscando novos caminhos para resolver conflitos e situações
inusitadas.
Na escola, deve sempre estar atento na formação das crianças,
principalmente aquelas que por algum motivo, seja ele econômico, social,
cognitivo, emocional, etc. não consigam aprender. Contagiar, todos os
profissionais envolvidos com educação, à utilização de novos métodos capazes
de atender a diferentes demandas.
Apesar do psicopedagogo ainda não ser reconhecido, sua função na
escola é essencial, pois contribui para uma maior reflexão sobre o processo de
aprendizagem e o desvio do mesmo. Daí nasceu a Psicopedagogia, da
necessidade de uma melhor compreensão do processo de aprendizagem e se
tornou uma área de estudo específica que busca conhecimento em outras
ciências e cria seu próprio objeto de estudo. (Bossa, 2000)
No Brasil, a Psicopedagogia surge nos anos 70, a partir da necessidade
de atendimento a crianças com distúrbios na aprendizagem, consideradas
inaptas dentro do sistema educacional convencional, porém, os cursos na área
só começaram a se multiplicar nos anos 90.
A Psicopedagogia vem para auxiliar todos os envolvidos com a
aprendizagem, buscar as causas dos fracassos escolares e resgatar o prazer
de aprender, podendo assim orientar instituições escolares, professores, pais,
alunos, objetivando transformar as relações como aprendizado.
29
Segundo Fernández (1994) a libertação da “inteligência aprisionada”
somente poderá ocorrer através do encontro com o perdido prazer de
aprender.
Diante do baixo desenvolvimento acadêmico, as escolas estão cada vez
mais preocupadas com os alunos que têm dificuldades de aprendizagem, em
maior concentração os que não conseguem ler e escrever, as crianças não
aprendem no processo considerado normal e parece não ter mais solução para
esses alunos.
É exatamente neste momento que o papel de psicopedagogo
institucional se faz presente nas escolas para atuar junto aos professores e
outros profissionais de educação para melhoria de condições do processo de
aprendizagem, assim bem como a aquisição da leitura e da escrita que tem
sido gritante nos dias atuais.
Por meio de processos e métodos próprios o psicopedagogo vem intervir
junto com os métodos muitas vezes retrógrados utilizados na instituição de
ensino, facilitando assim o processo de ensino aprendizagem dos alunos.
A Psicopedagogia é uma área que estuda e lida com o processo de
aprendizagem e com os problemas decorrentes. Se existissem nas escolas
psicopedagogos trabalhando com essas dificuldades, o número de crianças
seria bem menor, das que apresentam tanta dificuldade na aprendizagem.
Fica como papel do psicopedagogo identificar e avaliar os problemas de
aprendizagem, e buscar conhecê-lo em seus potenciais construtivos e em
suas dificuldades, encaminhando-o, por meio de relatório, quando necessário,
para outros profissionais – psicólogo, fonoaudiólogo, neurologista, etc. que
realizam diagnóstico especializado e exames complementares com o intuito de
favorecer o desenvolvimento da potencialização humana no processo de
aquisição do saber.
30
Segundo Dembo (apud SISTO, 1996, p. 57) “Evidências sugerem que
um grande número de alunos possui características que requerem atenção
educacional diferenciada”.
Então o psicopedagogo neste sentido pode contribuir e muito, auxiliando
educadores e aprofundarem seus conhecimentos sobre as teorias do ensino-
aprendizagem e as recentes contribuições de diversas áreas do conhecimento,
redefinindo-as e sintetizando-as numa ação educativa. Esse trabalho permite
que o educador se olhe como aprendente e como ensinante.
O psicopedagogo está preparado para auxiliar os educadores realizando
atendimentos pedagógicos individualizados, contribuindo para a compreensão
de problemas na sala de aula, permitindo ao professor ver alternativas de ação
e ver como as demais técnicas podem intervir bem como participação do
diagnóstico dos distúrbios de aprendizagem e do atendimento a um pequeno
grupo de alunos. Para o psicopedagogo, a experiência de intervenção junto ao
professor, num processo de parceria, possibilita uma aprendizagem muito
importante e enriquecedora, principalmente se os professores forem
especialistas em suas disciplinas. Não só sua intervenção junto ao professor é
positiva. Também o é a sua participação em reuniões de pais, esclarecendo o
desenvolvimento dos filhos; em conselhos de classe, avaliando o processo
metodológico; na escola como um todo, acompanhando a relação professor e
aluno, aluno e aluno, aluno que vem de outra escola, sugerindo atividades,
buscando estratégias e apoio.
Segundo Bossa (1994)... cabe ao psicopedagogo perceber eventuais
perturbações no processo de aprendizagem, participar da dinâmica da
comunidade educativa, favorecendo a integração, promovendo orientações
metodológicas de acordo com as características e particularidades dos
indivíduos do grupo, realizando processos de orientação, já que no caráter
assistencial, o psicopedagogo participa de equipe responsáveis pela
elaboração de planos e projetos no contexto teórico/prático das políticas
educacionais, fazendo com que os professores, diretores e coordenadores
31
possam repensar o papel da escola frente a sua docência e às necessidades
individuais de aprendizagem da criança ou, da própria ensinagem.
O estudo psicopedagógico atinge seus objetivos quando, ampliando a
compreensão sobre as características e necessidades de aprendizagem de
determinado aluno, abre espaço para que a escola viabilize recursos para
atender às necessidades de aprendizagem. Para isso, deve-se analisar o
Projeto Político Pedagógico, sobretudo quais as suas propostas de ensino e o
que é valorizado como aprendizagem. Desta forma, o fazer psicopedagógico se
transforma podendo se tornar uma ferramenta poderosa no auxílio de
aprendizagem.
A intervenção do psicopedagogo junto à família
A aprendizagem não ocorre somente na escola, mas também é
construída pela criança em contato social, dentro da família e do mundo que a
cerca. Sendo o primeiro vínculo da criança a família é responsável por grande
parte da sua educação e também de sua aprendizagem.
Por meio dos ensinamentos oriundos de casa a criança é então inserida
no mundo cultural, simbólico e começa a construir seus conhecimentos, seus
saberes. Contudo, na realidade, hoje em dia o que temos visto famílias
perdidas, não sabendo controlar situações novas como: pais trabalhando o dia
inteiro, pais desempregados, brigas, drogas, pais analfabetos, pais separados
e mães solteiras. As famílias por sua vez transferem as responsabilidades
familiares para a escola, só que a escola não está preparada para lhe dar com
todas essas questões, pois essa não é a função da escola, que acaba tendo
que desviar suas funções para suprir essas necessidades.
Como observa Sarramona (apud IGEA, 2005, p. 19) a escola veio
ocupar uma das funções clássicas da família que é a socialização: A escola se
converteu na principal instituição socializadora, no único lugar em que eu os
meninos e as meninas têm possibilidade de interagir como iguais e onde se
devem submeter continuamente a uma norma de convivência coletiva.
32
Cabe então o psicopedagogo intervir junto à família das crianças que
apresentam dificuldades de aprendizagem, por meio, por exemplo, de uma
entrevista e de uma anamnese com essa família para tomar conhecimento de
informações sobre sua vida orgânica, cognitiva, emocional e social.
Conhecer a família bem como seus objetivos, seus anseios, suas
expectativas em relação ao desenvolvimento do filho é de suma importância
para o psicopedagogo fazer um diagnóstico.
Como diz Bossa (1994) sobre o diagnóstico: o diagnóstico
psicopedagógico inicia, segundo vimos afirmando, numa atitude investigadora,
até a intervenção. É preciso observar que esta atitude investigadora, de fato,
prossegue durante todo o trabalho, na própria intervenção, com o objetivo de
observação ou acompanhamento da evolução do sujeito.
Na maioria das vezes, quando o fracasso escolar não está associado às
desordens neurológicas, o ambiente familiar tem grande participação nesse
fracasso. Boa parte dos problemas encontrados é: lentidão de raciocínio, falta
de atenção e desinteresse. Esses aspectos precisam ser trabalhados para se
obter melhor rendimento intelectual. Lembramos que a escola e o meio social
também têm sua responsabilidade no que se refere ao fracasso escolar.
A família é a maior responsável pelo problema acima citado, pois muitas
vezes não querem enxergar a criança que tem dentro de casa muitas vezes
pedindo socorro, um abraço, um carinho, e que acabem por não produzirem na
escola para chamarem atenção para sua carência. O vínculo afetivo é
primordial par ao bom desenvolvimento da criança.
Souza (1995) diz que: ...fatores da vida psíquica da criança podem
atrapalhar o bom desenvolvimento dos processos cognitivos, e sua relação
com a aquisição de conhecimentos e com a família, na medida em que atitudes
parentais influenciam sobremaneira a relação da criança com o conhecimento.
33
Entendemos que a criança só aprende quando ela demonstra o desejo
por tal conhecimento. E para isso é importante que os pais contribuam para
que ela desenvolva esse desejo.
Por parte da família sempre existe uma perspectiva sobre a criança que
é de que ela se desenvolva bem, aprenda tudo que tem de aprender, seja
sempre bem sucedida, por vezes esse desejo não é alcançado então acriança
acaba por ser rejeitada pela família sendo então colocada em segundo plano,
começam então vários problemas de aprendizagem.
Boszormeny (apud POLITY, 2000) diz que: uma criança pode desistir da
escola porque aceita uma responsabilidade emocional, encarregando-se do
cuidado de algum membro da família. Isso se produz, em resposta à depressão
da mãe e da falta de disponibilidade emocional do pai que, de que maneira
inconsciente, ratifica a necessidade que tem a esposa, que seu filho a cuide.
O psicopedagogo neste momento tem um papel importante que é de
promover reuniões, possibilitando o acompanhamento do trabalho realizado
junto aos professores. Assegurada uma maior compreensão, os pais ocupam
um novo espaço no contexto do trabalho, abandonando o papel de meros
espectadores, assumindo a posição de parceiros, participando e opinando.
O psicopedagogo estimula o desenvolvimento de relações interpessoais,
o estabelecimento de vínculos, a utilização de métodos de ensino compatíveis
com as mais recentes concepções a respeito desse processo. Procura envolver
a equipe escolar, ajudando-a a ampliar o olhar em torno do aluno a superar os
obstáculos que se interpõem ao pleno domínio das ferramentas necessárias à
leitura do mundo.
A aprendizagem humana é determinada pela interação entre o indivíduo
e o meio, da qual participam os aspectos biológicos, psicológicos e sociais.
Dentro dos aspectos biológicos, a criança apresenta uma série de
características que lhe permitem, ou ao, o desenvolvimento de conhecimentos.
As características psicológicas são conseqüentes da história individual, de
34
interações com o ambiente e com a família, o que influenciará futuras
experiências, como, por exemplo, o conceito de si própria, insegurança,
interações sociais, etc.
É muito importante que a criança seja estimulada em sua criatividade e
que suas curiosidades sejam respondidas por meio de descobertas concretas,
desenvolvendo a sua auto-estima, criando em si uma maior segurança,
confiança, o que é tão necessário para a vida adulta.
É preciso que os pais se dediquem aos processos educativos dos filhos
no sentido de motivá-los afetivamente no processo de aprendizagem. O
aprendizado formal ou a educação escolar, não depende apenas de uma boa
escola ou de bons programas, para ser bem-sucedida, mas, de como a criança
é tratada em casa e dos estímulos que ela recebe para aprender, pois aprender
é um processo contínuo e não para quando está em casa.
Para entender o que acontece nas escolas e no sistema educacional,
devemos ter como referência as mudanças sociais, culturais e políticas. O
psicopedagogo deve estar inteirado com estas mudanças e saber interpretar
para poder agir e ajudar, fazendo com que as experiências de aprendizagem
sejam prazerosas para a criança e, principalmente, que promova o
desenvolvimento.
Logo, a Psicopedagogia, pode fazer um trabalho entre os muitos
profissionais, visando à descoberta e o desenvolvimento das capacidades da
criança, bem como pode contribuir para que os educandos sejam capazes de
observar o mundo em que vivem, de saber interpretá-lo e de ter condições para
interferir nele com segurança e competência. Desta forma, o psicopedagogo
não contribuirá apenas para o desenvolvimento da criança, mas também para a
evolução de uma escola com melhores condições para todos.
Diante do baixo desempenho por parte dos alunos a escola está cada
vez mais preocupada com a situação escolar das crianças que não aprendem
35
com o processo considerado normal, vem pensando em contribuir para a
superação dos problemas de aprendizagem.
Então o psicopedagogo vem trabalhar junto à área educacional
assistênciando aos professores e outros profissionais da instituição escolar
para melhoria das condições do processo ensino-aprendizagem, bem como
para prevenção dos problemas de aprendizagem.
Por meio de métodos próprios, o psicopedagogo possibilita uma intervenção
psicopedagógica visando à solução de problemas de aprendizagem em
espaços institucionais. Junto com a equipe da escola, mobiliza a construção de
espaços adequados às condições favoráveis de aprendizagem.
36
CONCLUSÃO
Diante da pesquisa percebemos que muitos professores desejam que
seus alunos se desenvolvam no processo de aquisição da leitura e da escrita
utilizando um método convencional e que todos progridam de maneira
uniforme, ou seja, que todos aprendam independente das suas diferenças e
pensam que as crianças são sacos vazios quando chegam à escola, porém
devem ter em mente que elas trazem consigo diferentes aprendizados, pois
estão inseridas em diferentes culturas.
A família por sua vez influi grandemente no desempenho acadêmico do
aluno, e sua omissão na escola tem sido consideravelmente gritante,
percebendo que por muitas vezes quando queremos ajudar um aluno
constatamos que ele tem baixa auto-estima, carência afetiva e psicológica.
O professor deve ser um eterno investigador para que possa ajudar seus
alunos, considerando que nem todos irão aprender da mesma forma, pois cada
um tem suas peculiaridades, sendo assim, deve utilizar diferentes metodologias
e tornar a sala de aula um ambiente agradável e acolhedor para seus alunos.
Consideramos também que a carência de profissionais como psicólogo
escolar, orientador pedagógico, orientador educacional, fonoaudiólogo e
psicopedagogo fazem muita falta para ajudar ao professor nas dificuldades que
os alunos apresentam, deixam-no impotente diante de várias situações.
Portanto, o importante é que no mínimo, haja uma formação continuada
para os professores e que os mesmos tenham o compromisso com a educação
e vontade de aprender sempre mais, questionar sempre a prática, querendo
melhorar continuamente para alcançar o principal objetivo da escola que é
formar cidadãos críticos, conhecedores de seus direitos e deveres na nossa
sociedade.
37
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ANTUNES, Celso. A construção do afeto. São Paulo: Augustus Editora, 4ª ed.,
2001.
_______________. Alfabetização Emocional. Petrópolis, RJ: Ed. Vozes, 7ª ed.,
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NUNES, Terezinha; BUARQUE, Lair; BRYANT, Peter. Dificuldades na
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Videorevista em DVD sobre Auto-estima na Educação, Coleção Grandes
Educadores por Celso Antunes, Ed. Atta Mídia e Educação, São Paulo, SP.
Videorevista em DVD sobre Henri Wallon, Coleção Grandes Educadores, por
Isabel Galvão, Ed. Atta Mídia e Educação, São Paulo, SP.
Videorevista em DVD sobre Lev Vygotsky, Coleção Grandes Educadores por
Marta Kohl de Oliveira, Ed. Atta Mídia e Educação, São Paulo, SP.
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1994.
4 – FERREIRO, Emília; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. 4ª
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5 – FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se
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6 – GESELL, A; AMATRUDA, C. Diagnóstico do desenvolvimento
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São Paulo: Livraria Atheneu, 1987.
7 – IGEA, Benito Del Rincón e colaboradores. Presente e futuro do trabalho
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8 – LAROSA, Marco Antonio; Ayres, Fernando Arduini. Como produzir uma
monografia passo a passo... Siga o mapa da mina. 6ª ed. Rio de Janeiro: Wak
Ed., 2005.
9 – OLIVEIRA, Marta Kohl. Vygotsky. Aprendizado e desenvolvimento: Um
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10 – PICHON-RIVIÈRE, Enrique. Teoria do vínculo; Tradução Eliane Toscano
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11 – POLITY, Elizabeth. Dificuldade de aprendizagem e família: construindo
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12 – RELVAS, Marta Pires. Fundamentos Biológicos da Educação:
despertando inteligências e afetividade no processo de aprendizagem. 4ª ed.
Rio de Janeiro: Wak Ed., 2009.
13 – ___________________. Neurociências e transtornos de aprendizagem:
as múltiplas eficiências para uma educação inclusiva. 3ª ed. Rio de Janeiro:
Wak Ed., 2009.
14 – SISTO, F. et al. A atuação psicopedagógica e aprendizagem escolar.
Petrópolis, RJ: Vozes, 1996.
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15 – SOUZA, Audrey Setton Lopes. Pensando a inibição intelectual;
perspectiva psicanalítica e proposta diagnóstica. São Paulo: Casa do
Psicólogo, 1995
16 – WALLON, Henri. As origens do caráter na criança. São Paulo: Difusão
Européia do livro, 1971.
17 – WEISS, Alba Maria Lemme; CRUZ, Maria Lúcia R. A Informática e os
Problemas de Aprendizagem. Rio de Janeiro: Ed. DP&A, 1999.
41
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
Título da Monografia: Dificuldade de aprendizagem no processo de aquisição
da leitura e da escrita.
Autor: Vladimir da Luz e Cunha.
Data da entrega: 22 de agosto de 2010.
Avaliado por: Conceito
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