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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA PARA O
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NA SOCIEDADE
Por: Vicente Medeiros Fernandes
Orientador
Prof. Fabiane Muniz
Rio de Janeiro
Julho de 2012
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA PARA O
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NA SOCIEDADE
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Terapia de
Família.
Por: Vicente Medeiros Fernandes.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, autor da família,
fonte da minha inspiração, a minha
esposa, Marinês pelo apoio e incentivo,
aos meus dois filhos: Joane e João
Marcos, pérolas que Deus nos confiou.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha esposa
Marinês, pelo seu apoio e estímulo e aos
nossos filhos: Joane e João Marcos, com
quem aprendemos a cada dia a crescer
como família.
RESUMO
Por ser a célula-mater da sociedade, o valor da família é inquestionável
no contexto social, onde cada indivíduo é um ser gregário por natureza,
necessitando dela para sobreviver e se desenvolver como um ser bio, psico,
social e espiritual, plenamente capaz de desempenhar o seu papel social
contribuindo assim para a construção e desenvolvimento de uma sociedade
mais saudável.
O modelo de estrutura familiar original, composto pela união matrimonial,
heterossexual e monogâmica (um homem e uma mulher), apresentando papéis
sociais bem definidos, ou seja, marido e esposa e posteriormente com a
chegada dos filhos passam a desempenhar os papeis paterno e materno.
Posteriormente, com o surgimento das novas configurações familiares,
os papeis sociais definidos tradicionalmente, como as figuras paterna e
materna, deram lugar a outros, para desempenhar essas funções, reflexos de
uma sociedade em constante mudança. A família, independente de sua
estrutura, ainda continua sendo fundamental para o pleno cumprimento de
suas funções na promoção do desenvolvimento biopsicossocial do indivíduo e
na perpetuação da espécie. Uma vez que à família cabe permitir o crescimento
individual da criança e facilitar os processos de individualização e diferenciação
em seu seio, constituindo-se como fatores essenciais para o seu pleno
desenvolvimento na sociedade.
METODOLOGIA
Para atingir os objetivos mencionados, adotamos a abordagem
qualitativa. A pesquisa será do tipo bibliográfica com a leitura de livros, jornais,
revistas e apostilas. Será também do tipo descritiva sobre o tema família e
sociedade.
Os principais autores e teóricos utilizados para a realização deste
trabalho foram Claire Garbar e Francis Theodore, Elizabeth Roudinesco e
Philippe Ariès.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I – FAMÍLIA 09
1.1- CONCEITUANDO FAMÍLIA 10
1.2- OUTRAS DEFINIÇÕES DE FAMÍLIA 11
1.3- BREVE HISTÓRICO DE FAMÍLIA 13
CAPÍTULO II – CONFIGURAÇÕES FAMILIARES 16
2.1- FAMÍLIA TRADICIONAL 17
2.2- FAMÍLIAS NUCLEAR 18
2.3- FAMÍLIAS PÓS-MODERNA 19
2.4- FAMÍLIA MONOPARENTAL 20
2.5- FAMÍLIA HOMOPARENTAL 21
2.6- FAMÍLIA MOSAICO 23
CAPÍTULO III – A RELEVÂNCIA DA FAMÍLIA PARA O
DESENVOLVIMENTO BIO, PSICO E SOCIAL DA CRIANÇA. 24
3.1- O RECONHECIMENTO E A VALORIZAÇÃO DA
CRIANÇA DENTRO DA FAMÍLIA 26
3.2- A IMPORTÂNCIA DOS PAIS NA FORMAÇÃO DO
CARÁTER DOS FILHOS 29
3.3 – A PRESERVAÇÃO DA FAMÍLIA ATRAVÉS DOS
PAPEIS SOCIAIS 33
CONCLUSÃO 40
BIBLIOGRAFIA 41
8
INTRODUÇÃO
“A família não morreu. Ela continua sendo sonhada e amada por
todos os homens, mulheres e crianças de todas as idades, cultura e
condição social. A família não morreu, mas está sendo reinventada
no cotidiano social.”
Elizabeth Roudinesco
O objetivo do presente trabalho foi ressaltar a importância da família
para a formação e o pleno desenvolvimento da criança na sociedade e refletir a
influência da estrutura familiar para os resultados satisfatórios.
Vivemos numa sociedade com inúmeros desafios para a família.
Violência, drogas, separações, desemprego, a necessidade dos pais que os
obrigam a sair de casa em busca de recursos financeiros para suprir as
necessidades básicas para sua sobrevivência, o que acaba atingindo
diretamente as crianças como ser ainda em formação, nas suas mínimas
necessidades.
A sociedade contemporânea movimenta-se constantemente obrigando
a família a se adequar as mudanças e aos novos desafios que a sociedade
moderna lhes impõe.
Qual será então o papel da família na formação e desenvolvimento da
criança na sociedade?
Para responder a esses questionamentos, foram analisados o conceito
e o desenvolvimento histórico de família, as novas configurações familiares, as
influências desses novos modelos de família e a importância da família para o
pleno desenvolvimento da criança na sociedade.
Este trabalho foi organizado em três capítulos, seguidos das
considerações finais e bibliografia.
O primeiro capítulo do trabalho abordou o Conceito Histórico de
Família.
9
O segundo capítulo visou demonstrar e avaliar as configurações
familiares e a influência dos novos modelos de família na formação e
desenvolvimento da criança.
No terceiro capítulo demonstramos a importância da família para o
pleno desenvolvimento da criança em seus aspectos bio, psico e social.
10
CAPÍTULO I
FAMÍLIA:
CONCEITO, DEFINIÇÕES E BREVE HISTÓRICO
As diferentes estruturas e modalidades assumidas pela família através
dos tempos tornam difícil defini-la ou encontrar algum elemento comum a todas
as formas com que se apresenta esse grupamento humano. Entretanto não
podemos prescindir de uma definição, ainda que precária e ilimitada, que nos
facilite a compreensão e nos ajude a discrimina-la ou fundamenta-la. Para
tanto, vários autores contribuíram para encontrar um conceito de família
suficientemente abrangente que pudesse servir de parâmetro para esta
compreensão.
1.1- Conceituando família
“Família não é um conceito unívoco”. Pode-se até afirmar,
radicalizando, que a família não é uma expressão
passível de conceituação, mas tão-somente de
descrições, ou seja, é possível descrever as várias
estruturas ou modalidades assumidas pela família através
dos tempos, mas não defini-la ou encontrar algum
elemento comum a todas as formas com que se
apresenta este agrupamento humano”. (Osorio, 1996.
p.14)
Em todo o mundo a Família é a principal instituição da sociedade,
formada por indivíduos com ancestrais em comum ou ligada por laços afetivos.
Foi a primeira organização constituída. Existiu antes da Escola, antes do
11
próprio Estado, e pode subsistir independente de qualquer outra Instituição
Social.
Do ponto de vista sociológico é considerada como uma unidade básica
e universal. Básica porque dela depende a sociedade; universal porque se
encontra em todas as sociedades humanas.
Segundo o Dicionário Aurélio “a palavra família significa pessoas
aparentadas, que vivem, em geral, na mesma casa, particularmente o pai, mãe
e os filhos. Ou ainda, pessoas de mesmo sangue, ascendência, linhagem,
estirpe ou admitidos por adoção”.
Claude Lévi-Strauss constatou que a família “se baseia na união com
maior ou menor duração e socialmente aprovada de um homem e uma mulher
com seus filhos”. Entretanto, segundo Garbar e Theodore, existe no mundo
uma variedade extraordinária de sistemas matrimoniais e de filiação, como nas
sociedades polígamas onde o homem pode ter simultaneamente várias
esposas, e nas sociedades poliandras onde a mulher pode ter vários maridos.
“Logo, não existe um modelo universal de família. Mas, se
as formas variam, existe, entretanto um ponto comum: em
cada organização há estruturas e regras muito precisas
que devem ser respeitadas”. (Garbar e Theodore, 2000,
p.35)
1.2 – Outras definições de família:
Existem diferentes critérios para conceituar família, como por exemplo,
coabitação, consanguinidade, nome de família, afinidade afetiva ou
solidariedade que variam segundo momentos históricos distintos ou se
agregam, conforme a ótica predominante. Nas definições clássicas de família,
o critério de consanguinidade aparece com nitidez, assim como, na
modernidade, o de afetividade e solidariedade se sobressai. As diversas
perspectivas teóricas, ao partir do seu campo próprio de análise, pensam e
estudam a família com pesos e ênfases diferentes. Nesse sentido, a
12
antropologia, a psicologia, a história e a sociologia enfocam a família sob
ângulos diversos.
- Família é um sinônimo de família patriarcal e extensa, típica do
período colonial, instituição vertical, baseada no parentesco, em lealdades
pessoais e na territorialidade. (Freire, 1933)
- Família são pessoas aparentadas que vivem em geral na mesma
casa, particularmente o pai, a mãe e os filhos: pessoas do mesmo sangue,
ascendência, linguagem e estirpe. (Holanda, 1986)
- Família não é apenas uma instituição social capaz de ser
individualmente, mas constitui também, e particularmente, um valor. Há uma
escolha, por parte da sociedade brasileira, que valoriza a família como uma
instituição fundamental à própria vida social; é um grupo social e uma rede de
relações; funda-se na genealogia e nos elos jurídicos, mas também se faz na
consciência social intensa e longa. (Da Matta, 1987)
- Família é aquela que propicia os aportes afetivos e o bem-estar dos
seus componentes; ela desempenha um papel decisivo na educação formal e
informal; é em seu espaço que são absorvidos os valores éticos e humanitários
e onde se aprofundam laços de solidariedade; é também em seu interior que se
constroem as marcas entre as gerações e são observados os valores culturais.
(Ferrari, 1994)
- Família é a gente com quem se conta. (ONU, 1994)
As estruturas familiares têm sido marcadas pelas mudanças ocorridas
nas sociedades humanas, no que diz respeito à tecnologia, à divisão social do
trabalho, ao reordenamento dos papeis sociais e pela luta das chamadas
minorias (etnia/gênero).
De maneira geral, a literatura que aborda a temática da família nos traz
algumas de suas características neste início de século:
- uma unidade extremamente complexa;
- grande mobilidade geográfica, através de imigrações, separações,
dissoluções de vínculos;
- relações não necessariamente estáveis;
13
- experiências de recomposição, recasamentos e rearranjos internos
formando extensas redes sociais;
- grupos de amigos e vizinhos, surgindo outros dispositivos que
substituem a idéia tradicional de marido-mulher-filhos.
Portanto, quando se fala em família é preciso ter o cuidado de não
generalizar. Deve-se contextualizá-la, ou seja, inserir a família dentro de seu
contexto socioeconômico, de sua época e de seus aspectos étnicos e
religiosos.
1.3- Breve Histórico de Família
“O termo latino família é derivado do latim famulus, que designa o
servidor, o doméstico”. (Garbar e Theodore, 2000) Este termo foi criado
na Roma Antiga para designar um novo grupo social que surgiu entre as tribos
latinas, ao serem introduzidas à agricultura e também a escravidão legalizada.
Séculos depois, Claude Levy Strauss definiu a família como “um grupo social
com origem no casamento, constituído pelo marido, esposa e filhos”.
Já Simone de Beauvoir vislumbrava o matrimônio e, portanto a
“construção” da família, baseada na liberdade, com a emancipação da mulher,
sem que essa tivesse o casamento como “única carreira e a justificação
exclusiva de sua existência”.
No direito romano clássico a "família natural" cresce de importância -
esta família é baseada no casamento e no vínculo de sangue. A família natural
é o agrupamento constituído apenas dos cônjuges e de seus filhos. A família
natural tem por base o casamento e as relações jurídicas dele resultantes,
entre os cônjuges, pais e filhos. Se nesta época predominava uma estrutura
familiar patriarcal em que um vasto leque de pessoas se encontrava sob a
autoridade do mesmo chefe, nos tempos medievais (Idade Média), as pessoas
começaram a estar ligadas por vínculos matrimoniais, formando novas famílias.
Dessas novas famílias fazia também parte a descendência gerada que, assim,
tinha duas famílias, a paterna e a materna.
14
Com a Revolução Francesa surgiram os casamentos laicos no
Ocidente e, com a Revolução Industrial, tornaram-se frequentes os movimentos
migratórios para cidades maiores, construídas em redor dos
complexos industriais. Estas mudanças demográficas originaram o
estreitamento dos laços familiares e as pequenas famílias, num cenário similar
ao que existe hoje em dia. As mulheres saem de casa, integrando a população
ativa, e a educação dos filhos é partilhada com as escolas.
“Sobretudo depois que a grande indústria arrancou a
mulher de casa para lança-la no mercado de trabalho e
nas fabricas, transformando-a frequentemente no
sustentáculo da família”... (Engels, 1981, p.84)
.
Com o passar dos anos, viu-se uma modificação notável na estrutura
familiar. Originalmente, esta era marcada por ser numerosa e com o passar
dos anos, foi reduzindo o número de componentes. Hoje em dia, notam-se
famílias com as mais diferentes formações.
Em termos históricos, podemos agrupar as transformações sofridas
pela família ao longo de décadas da seguinte forma:
Anos 50 – imagem da família centrada na figura de marido, mulher e
filhos com residência comum e um vínculo indissolúvel, sendo este o único
modelo legitimado socialmente.
Anos 60-70 – A unidade familiar se torna mais complexa, o vínculo se
torna vulnerável, surgem divórcios, separações, recasamentos, filhos de
diferentes ligações: os pais biológicos já não são os únicos modelos.
Anos 90 – Surgem novas estruturas familiares; modelos clássicos já
não suficientes para a compreensão dos fenômenos: os vínculos se tornam
transitórios. O modelo de família monoparental torna-se uma realidade
inevitável, principalmente nas classes menos favorecidas.
No contexto atual, nenhum conceito de família deve ser visto como
algo estático, definitivo e fechado, e sim como uma construção sociocultural em
transformação, agregando elementos novos, e liberando outros e que se altera
15
no tempo e no espaço quanto aos seus modelos e atitudes, contribuindo para o
que se chama de definições de família. Isto quer dizer que as ideias de família
são construídas dentro de contextos históricos específicos, que lhes dão
características culturais especiais, de acordo com os valores, a cultura, a
crença e os hábitos predominantes.
“A família está em crise, sim, para dar origem a novas
formas de configurações familiares como as que se
esboçam neste limiar do século XXI, adequando-se às
demandas desse novo giro na espiral ascendente da
evolução humana”. (Osorio, 1996, p.47)
16
CAPÍTULO II
CONFIGURAÇÕES FAMILIARES
“Por configurações familiares entendemos o modo como
se dispõem e se inter-relacionam os elementos de uma
mesma família”. (Osorio, 1996, p. 53)
As mudanças sociais atingiram principalmente a família, por ser ela a
"célula-mater" da sociedade, que sofre com toda intensidade os desajustes
causados pelos seus abalos. Na busca da sobrevivência, encontra novos
modelos que se adequem a nova realidade social, e desta forma, distanciam-se
dos conceitos tradicionais que estabeleceram o padrão dos papeis sociais na
constituição do modelo original de família. Embora esses novos modelos
devam ser considerados em suas peculiaridades como forma de sobrevivência
no contexto social atual. A família assume uma estrutura característica. Por
estrutura entende-se, uma forma de organização ou disposição de um número
de componentes que se inter-relacionam de maneira específica e recorrente.
“Entretanto, o edifício deve conservar uma grande
capacidade de transformação, pois os seres humanos
vivem, mexem-se e mudam. A família deve poder suportar
essa mobilidade sem perder seu equilíbrio”. (Garbar e
Theodoro, 2000, p.38)
Dos vários modelos de estrutura familiar existentes, cada um possui
sua estrutura familiar característica como, por exemplo: família tradicional,
família nuclear, família pós-moderna, família monoparental, família
homoparental e família mosaico, famílias formadas através de inseminações
artificiais "banco de sêmen", famílias formadas por óvulos de doadoras,
famílias formadas através de útero de mães substitutas "barrigas de aluguel",
17
famílias inter-raciais, famílias formadas de adoções, famílias formadas de
irmãos, famílias unindividuais, é relevante destacar dois grupos: O primeiro
inclui aqueles que surgiram de realidades sociais alheias à vontade do
indivíduo. Exemplos: viuvez, esterilidade, divórcio, etc. O segundo é resultante
do exercício da livre escolha do indivíduo, por opção própria. São estes:
formados por união homossexual e por inseminação artificial, "banco de
sêmen", que apesar de estarem ganhando espaço social, ambos continuam
gerando controvérsias, por se tratar de modelos inovadores, onde o processo
de transformação e aceitação social do “novo“ é sempre conflitante, polêmico e
lento. Podemos concluir que, embora exista um modelo original de
configuração familiar nuclear (tradicional), determinado pela consanguinidade e
papeis sociais definidos (homem e mulher), caracterizado pela monogamia e
heterossexualidade. Neste processo de reorganização social, devem-se levar
em conta o respeito às novas alternativas individuais com sua pluralidade de
escolhas e novas formulações de papeis sociais para os membros dessas
famílias, sem o olhar discriminatório. O que se vê hoje são famílias com as
mais diferentes formações.
“São tantas as variáveis ambientais, sociais, econômicas,
culturais, políticas ou religiosas que determinam as
distintas composições das famílias até hoje que o simples
cogitar abarca-las num enunciado integrador já nos
paralisa o ânimo e tolhe o proposito”. (Osorio, 1996. P.14)
2.1 - Família tradicional
Esse tipo de família era caracterizado por ser numerosa. É concentrada
na autoridade patriarcal, ou seja, a autoridade máxima era o pai. Todos
deveriam obedecê-lo.
18
Eram considerados familiares não só pais e filhos e sim outros
parentes. Esse tipo de família era muito comum até a primeira metade do
século XX.
Sua estrutura conservava os papeis sociais bem definidos, porém o
pátrio-poder, símbolo da cultura dominante, levou a sua decadência, devido ao
modelo autoritário e ditatorial, que negligenciava os direitos da mulher e a
afetividade tão necessária na formação da identidade dos filhos. Os
casamentos eram por interesse e não por amor.
“As trocas afetivas eram realizadas fora da família, num
“meio” muito denso e quente, composto de vizinhos,
amigos, amos e criados, crianças e velhos, mulheres e
homens, em que a inclinação se podia manifestar mais
livremente”. (Ariès, 1978, p.11)
Para Ariès, essa família antiga tinha por missão – sentida por todos - a
conservação dos bens, a prática comum de um ofício, a ajuda mútua cotidiana,
num mundo em que um homem, e mais ainda uma mulher isolados, não
podiam sobreviver, e ainda, nos casos de crise, a proteção da honra e das
vidas.
Para Freire, 1988, a família funcionava como um epicentro do direito do
pai que monopolizava o interesse da prole e da mulher.
Para Costa, 1983, o chefe da casa comportava-se de maneira bastante
diferente de um pai moderno, pois ele “isentava-se, por sua vez, de maiores
compromissos ou manifestações afetivas para com os filhos”.
2.2 - Família Nuclear
“A configuração familiar mais simples ou elementar é a da
família nuclear, constituída por pai-mãe-filho (a)”. (Osório,
1996, p.53)
19
Fundamentada basicamente em pai, mãe e poucos filhos. Não há mais
a relação autoritária do pai, como na família tradicional. Esse tipo de família
engloba um núcleo mais caseiro.
A conservação dos papeis sociais paterno e materno, torna o modelo
ainda inspirador, devido a importância dessas funções na construção da
identidade e a transmissão de valores para os filhos, entretanto vem tornando-
se cada vez menor a possibilidade de constitui-la na sociedade pós-moderna,
devido aos novos paradigmas e as novas realidades sociais.
Tornou-se comum a partir da segunda metade do século XX.
“A filiação é o laço de parentesco que une a criança ao
pai e a mãe. Nas famílias tradicionais, chamadas
nucleares, a filiação é essencialmente biológica. Com o
concubinato, o divórcio e a recomposição, a família
adquire um sentido mais amplo. A filiação vem se
acrescentar, então, as filiações afetiva, educativa e
jurídica”. (Garbar e Theodore, 2000, p.36)
2.3 - Família Pós-Moderna
“Vejo a sociedade evoluindo para um período em que
brotam, florescem e são aceitas muitas diferentes
estruturas de família. Seja a cabana eletrônica, com
papai, mamãe e o filho trabalhando juntos, ou um lar de
um casal, cada qual com sua carreira, ou único
progenitor, ou uma dupla de lesbicas criando uma criança,
ou uma comuna ou qualquer número de outras formas,
haverá pessoas vivendo nelas, o que sugere uma
variedade ampla de relacionamento homem-mulher do
que existe hoje”. (Osorio, 1996. P. 58)
20
Não existem regras básicas de parentesco. Nesse tipo de família é
comum ver filhos morando com só um dos pais, casais sem filhos e etc. Não há
um estilo pré-determinado. É caracterizada pela separação entre o processo de
reprodução e as funções de paternagem e maternagem. Tais como: a
reprodução “in vitro”, as “barrigas de aluguel”, as denominadas “produções
independentes”, das mães solteiras, e ainda outras conquistas da medicina no
setor reprodutivo, como a condição da mãe que “empresta” seu ventre para a
filha histerectomizada para que nele se geste o produto da união das células
reprodutivas dela e de seu genro: ela será, pois, a avó de seu filho, que, por
sua vez, além de ser filho de sua avó, será irmão de sua mãe e cunhado de
seu pai. Incrível, não é mesmo? Já pensaram nos reflexos de tal situação sobre
o processo da aquisição da identidade dessa criança? (Osorio, 1996)
“Quando a ficção científica torna-se realidade somos
confrontados com a inevitabilidade de uma mudança de
paradigma, no caso presente, nas relações familiares”.
(Osorio, 1996, p.58)
2.4 - Família Monoparental
“Depois da separação ou do divorcio, quando há filhos,
eles passam a viver com apenas um dos pais e formam
então o que se chama uma família monoparental”.
(Garbar e Theodore, 2000. P.28)
É um tipo muito comum atualmente. Caracterizado pela existência de
um dos pais e os filhos. Esse tipo de família ocorre devido fenômenos sociais
como divórcio, óbito, adoção de crianças de apenas uma parte e entre outros.
Certamente, este modelo, constitui-se num dos mais sacrificiais
modelos de estrutura familiar de nossa época. Onde a responsabilidade de
21
criar, cuidar e educar os filhos recai sobre um dos cônjuges, por motivos
diversos, como já assinalados acima, sendo esta a causa de muitos conflitos e
distúrbios familiares, dentre os frequentes destacam-se: o preconceito social,
a solidão, as frustrações, as decepções, sentimentos de culpa, medo,
rejeição, ira, abandono, etc. Todos estes aspectos vão refletir no
desenvolvimento biopsicossocial dos filhos.
“Antes, viver sozinha (ou sozinho) com um filho (ou
filhos) era socialmente vergonhoso, exceto em caso de
viuvez. E as crianças estavam destinadas a ter um futuro
com muitos problemas: atraso escolar, distúrbios de
comportamento e de personalidade, delinquência,
confusão sexual... era obrigatoriamente sua sorte”.
(Garbar e Theodore, 2000, p.135)
2.5 - Família Homoparental
Na família Homoparental é comum não haver laços sanguíneos ou
mesmo legais. Neste caso, não há papeis de gênero definidos.
Para os pais desse tipo de família a escolha da forma e do momento
para se ter um filho é muito pensada.
"O termo "homoparentalidade" (homoparentalité) foi criado
na França em 1996 pela Associação dos Pais e Futuros
Pais Gays e Lésbicos (APGL). Nunca foi utilizado no
mundo anglófono_ e sobretudo nos Estados Unidos _,
onde se prefere falar de lesbian and gay families ou
lesbian and gay parenthood. Isso se deve ao fato de que
os homosexuais americanos recusam qualquer
denominação de origem psiquiátrica, preferindo um
vocabulário mais gaiato, centrado no gênero. Daí a
22
invenção do termo gay (para os homens), e a retomada
da palavra lesbian (para as mulheres) em referência a
Safo, a poetisa grega da ilha de Lesbos". (Roudinesco,
2003, p.182)
Apesar de ultimamente esse tipo de união estar ganhando legitimidade
social, e até mesmo, para alguns estudiosos, ser considerada como a "família
do futuro". Diferentemente dos demais modelos existentes, que são
resultantes das novas realidades sociais, este modelo é resultante do livre
arbítrio do indivíduo, que conscientemente contrário à natureza biológica, pode
comprometer a perpetuação da espécie humana, através da função básica de
procriação, pela união entre macho e fêmea.
Portanto, impossibilitado de gerar filhos naturais, partem para a
adoção, barriga de aluguel, etc., formando assim a família homoparental.
“Sendo incapaz de dissimular para seus filhos as
condições biológicas de sua geração, os pais
homossexuais incitavam a abertura do debate sobre a
questão das origens. Entretanto, e mesmo que a família
estivesse se modificando, transgrediam uma ordem
procriadora que havia repousado por dois mil anos no
princípio do logos separador e da diferença sexual, pois a
instituição familiar não podia, nessa época escapar a seu
princípio fundador: o acasalamento carnal entre um
homem e uma mulher”. (Roudinesco, 2002, p. 181,182)
2.6 - Família Mosaico
“O mosaico implica primeiro que se recolham pequenos
elementos, pedregulhos, por exemplo, para junta-los, num
segundo momento, e montar um conjunto (in simul), uma
23
obra que unifica os diversos elementos” (Garbar e
Theodore, 2000, p.6)
No que diz respeito à família, esses elementos ao se combinarem
(como num mosaico), nas novas famílias, serão os pais, padrastos, filhos e
enteados.
É o tipo de família que agrega filhos de diferentes relacionamentos em
uma mesma residência.
Pode ser originária de divórcio, separação e novos tipos de
relacionamento.
Com a saída da mulher para o mercado de trabalho, esse tipo de união
tornou-se bastante comum.
“Famílias resultantes de uma primeira união cujo casal
não é necessariamente casado, integrando em seu modo
de vida filhos de uniões anteriores”. Um filho dessa união
também pode vir completar esse núcleo. Mas não há um
temo realmente específico para designa-las. Empregam-
se, então, indiferentemente, expressões como “nova
família”, “família artificial”, ”família composta”, “família
recomposta” etc. (Garbar e Theodore, 2000. P. 163, 164).
24
CAPÍTULO III
O RELEVANTE PAPEL DA FAMÍLIA PARA O
DESENVOLVIMENTO BIOPSICOSSOCIAL DA CRIANÇA
Uma criança se desenvolve em seus aspectos bio, psico e social. Este
desenvolvimento não pode ser dissociado, pois estão intimamente interligados.
Cabe à família proporcionar as condições favoráveis para que isto ocorra de
forma saudável, desempenhando eficazmente os seus papeis.
Segundo (Osorio, 1996) as funções da família são dividas em:
biológicas, psicológicas e sócias. A função biológica não é considerada a mais
importante, uma vez que pode ocorrer fora do contexto familiar, bastando
apenas o intercurso sexual entre um homem e uma mulher, ou ainda, pela
clonagem de seres humanos através da engenharia genética. Assim, o
importante, é assegurar a sobrevivência da espécie e garantir aos novos seres
condições básicas de nutrição e ambientes adequados ao seu
desenvolvimento.
Quanto à função psicológica, sabe-se que o alimento afetivo é tão
indispensável para a sobrevivência do ser humano quanto o são o oxigênio que
respira ou a água e os nutrientes orgânicos que ingere.
“Os pais dos pequenos humanos tem uma função material
muito importante a cumprir junto a seus filhos. Devem
alimenta-los, vesti-los, cuidar deles, protegê-los, etc. Mas
sua principal função é psíquica e social: os laços entre
pais e filhos e a qualidade de seus intercambio vão ser
fundamentais. De fato, é todo o registro da comunicação,
verbal e não verbal, que vai permitir a criança criar seus
laços e utilizar os pais como primeiros e principais apoios
identificadores”. (Garbar e Theodore, 2000, p.43).
25
Vários autores são unanimes em afirmar que o afeto deve ser sentido
pela criança desde os seus primeiros dias de vida. Tão necessário quanto o
alimento que recebe da mãe através da amamentação, é sentir-se
aconchegado no colo dela. Desde cedo ele aprende a receber e a retribuir este
afeto.
“A criança, mesmo quando bem pequena, tem uma vida
psíquica, e o aporte fundamental dos pais é fornecer-lhe a
segurança afetiva interna que lhe permitirá se encarregar
de sua própria vida, a fim de se inserir facilmente na
sociedade. Ela espera dos pais uma atmosfera segura,
isto é, zelosa e firme protetora e proibidora”. (Garbar e
Theodore, 2000, p. 43-44)
A estrutura familiar e o ambiente em que a criança se desenvolve,
quando cercado de bom relacionamento dos pais, certamente facilitará o
comportamento dos filhos. A segurança sentida através do que os pais
transmitem, fortalecerá os laços afetivos e facilitará o desenvolvimento
saudável da criança.
“Winnicott fala de um “ambiente simples e confiável”. A
criança tem necessidade de um quadro que defina seu
espaço afetivo, que lhe de seus limites e garanta a
estabilidade e a continuidade em suas relações. É muito
importante que sinta que pode contar com os pais, pois
ela não pode se desenvolver harmoniosamente sem a
segurança dessa confiabilidade”. (Garbar e Theodore,
2000. P.44)
A família é o lugar de crescimento e amadurecimento de cada um de
seus membros, principalmente das crianças. Os pais crescem como pessoas,
como esposos e como pais. Os filhos crescem como pessoas, como filhos e
26
como irmãos. Por isso, acontecem as crises. Só passa por crises quem está
crescendo e quem está crescendo está realmente vivendo. O importante nisto
tudo é aproveitar estes momentos de crise para resolver as diferenças e
ajustar-se.
A família é, portanto, o ponto de partida de todos os relacionamentos;
ela é a economia sócio comportamental ideal. Não existe outra que se compare
a ela. É a oficina modeladora do caráter. O que se aprende na vivência do lar
permanece para toda a vida. É o espaço para o crescimento pessoal e coletivo.
“A família cabe permitir o crescimento individual e facilitar
os processos de individualização e diferenciação em seu
seio, ensejando com isso a adequação de seus membros
às exigências da realidade vivencial e o preenchimento
das condições mínimas requeridas para um satisfatório
convívio social. Este seria o objetivo precípuo do núcleo
familiar como célula mater da sociedade”. (Osorio, 1996.
P.22)
3.1- O Reconhecimento e a Valorização da Criança dentro da
Família
“Para a criança, a família é o centro do mundo, sua única
fonte de proteção. É por meio da união dos pais que ela
se sente completa. Durante seu desenvolvimento, ela vai
fortalecendo esse sentimento de unidade e, assim,
construindo seu ser mais intimo”. (Garbar e Theodore,
2000, p.109)
Nas sociedades antigas, a criança não tinha o mesmo valor a atual,
pois, os filhos eram vistos a partir do que poderiam produzir em função dos
bens da honra. Porém, a partir do século XIX e XX, a família tornou-se o lugar
27
de uma afeição necessária entre os cônjuges e entre pais e filhos quando
então começou a se organizar em torno da criança, interessando-se por educá-
la, sendo necessário limitar o número de filhos para então melhorar sua
atenção e cuidado.
“A família começou então a se organizar em torno da
criança e a lhe dar uma tal importância, que a criança saiu
de seu antigo anonimato, que se tornou impossível perde-
la ou substitui-la sem uma enorme dor, que ela não pôde
mais ser reproduzida muitas vezes, e que se tornou
necessário limitar seu número para melhor cuidar dela”.
(Ariès, 1975, p.12)
Esse reconhecimento em torno da criança vem evoluindo ao longo do
tempo, e atualmente se dá em âmbito mundial, através de leis voltadas para a
proteção e direitos sociais e familiares, como em 20 de novembro de 1989, na
assembleia geral da ONU.
“O Objetivo dessa Convenção é proteger todas as
crianças contra a violência, o abandono, os maus tratos e
a exploração. Entre esses direitos está: na medida do
possível, o direito de conhecer seus pais e de ser
educado por eles”. (Garbar e Theodoro, 2000, p.37)
E mais recentemente, no Brasil também novas políticas sociais foram
implementadas através do E.C.A (Estatuto da Criança e do Adolescente),
visando proteger esses direitos da criança e regulando as relações de
responsabilidades entre pais e filhos e estabelecendo os seus limites de
competência.
É neste contexto de família que se verifica a grande responsabilidade
dos pais em proporcionar a criança um ambiente de harmonia, onde ela possa
ter um desenvolvimento saudável e equilibrado. Esse lugar harmônico chama-
28
se lar, de onde se deriva a palavra lareira (lugar de aconchego e proteção).
Quando isso não acontece, o que se vê são lares divididos, desajustados e
abalados por distúrbios e disfunções diversas que vão refletir no
desenvolvimento e construção de seu caráter e personalidade, podendo
comprometer a sua saúde física, emocional e espiritual.
“Sem o afeto ministrado pelos pais ou seus sub-rogados o
ser humano não desabrocha, permanece fechado em
uma espécie de concha psíquica, caracterizando um
estado de enquistamento emocional que denominamos
autismo”. (Osorio, 1996, p. 20).
A família é o ponto de partida de todos os relacionamentos; ela é a
economia sócio comportamental ideal. Não existe outra que se compare a ela.
É a oficina modeladora do caráter. O que se aprende na vivência do lar
permanece para toda a vida. É o espaço para o crescimento pessoal e coletivo.
“O objetivo primeiro do grupo familiar deve ser manter a
estabilidade de equilíbrio, já que a instabilidade engendra
ansiedade e até mesmo angustia”. (Garbar e Theodore,
2000, p.38)
3.2- A Importância dos Pais na Formação do Caráter dos Filhos
É responsabilidade dos pais ajudar os filhos a ser tornarem pessoas
maduras e independentes. Este deve ser o desejo de todos os pais. No
entanto, diante deste grande desafio, muitos, na maioria das vezes, sentem-se
amedrontados e impotentes.
29
“E, no entanto, os pais detêm um papel para o qual são
muito pouco ou nenhum pouco preparados. Muitas vezes,
eles se sentem sufocados e incompetentes,
particularmente nesta época, quando a sociedade, em
plena evolução, não fornece mais modelos sólidos como
antigamente”. (Garbar e Theodore, 2000. p.43)
Nesta sociedade materialista, onde as necessidades físicas e materiais
são priorizadas pelos pais, que tentam através da sua dedicação exclusiva ao
trabalho oferecer-lhes o “melhor”. Entretanto, esquece-se que para uma criança
crescer segura física e emocionalmente, dependerá muito mais de um
relacionamento cultivado através da dedicação e afeto, onde a presença e não
os presentes são mais valiosos.
“Os filhos sentem-se amados pelo interesse que os pais
demonstram mesmo não estando com eles o dia inteiro. E
seguros quando os pais tomam atitudes repreensivas ou
aprovativas, porque nelas encontram referências”. (Tiba,
1996).
Nesta relação entre pais e filhos é importante valorizar um ao outro,
reconhecendo as diferenças existentes, onde cada filho tem sua própria
identidade, mas onde principalmente o caráter dos filhos está sendo moldado
através dos exemplos recebidos pelos pais, que são mais importantes do que
qualquer palavra. Entre o discurso dos pais e aquilo que eles praticam deve
haver uma correspondência, para que estes não percam a credibilidade por
parte dos filhos.
“Desde cedo, ou seja, desde o nascimento, essa criança
precisa ter boas referências (em todos os sentidos) de
seus pais. Desde os cuidados com higiene e alimentação
30
até responsabilidades em geral, devem ser passadas à
criança para que tenha referências e bons exemplos”.
(Oliver, 2008, p.26)
O filósofo inglês John Locke, escritor do final do século XVII,
considerava a experiência e educação infantil como os determinantes
essenciais do seu desenvolvimento, embora assentisse com a existência de
“propensões inata”. A mente infantil, segundo o que escreveu, é uma tábua
rasa – uma tela em branco – podendo receber, portanto, todo tipo de
aprendizagem. (Mussen, Conger, Kagan, 1977)
“No interior da família, integrado ao tecido da linhagem,
a criança herda um nome, um sobrenome, uma história e
mitos familiares que condicionam e determinam os
processos identificatórios sobre os quais ela vai se
construir. Logo, é muito importante que uma criança
conheça as suas origens para se situar na corrente das
gerações”. (Garbar e Theodoro, 2000, p.37)
Todos os pais que realmente se dedicam a sua família desejam ver o
resultado de seus esforços. Ou seja, ver seus filhos se formarem, ter uma
carreira brilhante, se casarem e ter filhos, etc. Os pais até se empenham por
isto, dando a educação secular, alguns com educação religiosa e outros se
desdobram fazendo até o que não podem para que estes objetivos sejam
alcançados. São pais que merecem ser honrados pelos filhos e pela
sociedade. Mas, é pena que nem sempre isto aconteça. Quantos filhos
retribuem com ingratidão aos esforços dos pais. Por isso, em se tratando de
família, nem tudo sai como se imagina ou deseja. Pois a individualidade de
cada um dá o direito às escolhas, sejam elas boas ou ruins.
Portanto, educar filhos não é fácil, porém, um desafio que vale a pena.
31
“A família é a maior escola do mundo, escola aberta,
escola livre, escola informal, mas escola. A verdadeira
educação é aquela em que o professor é aluno e o aluno
é professor. O verdadeiro professor não é professor, está
professor. O verdadeiro aluno não é aluno, está aluno”.
(Azevedo, 2003. p.73)
Muitos resultados da criação de filhos geram frustração nos pais, que
se sentem culpados por terem falhado em alguma área, ou até mesmo nada
fizeram que justificasse a rebeldia do filho. Entretanto, devido ao exercício do
livre arbítrio, nem sempre a culpa está nos pais, mas na escolha feita pelo
próprio filho.
A realização dos pais se dá na medida em que os filhos alcançam a
sua independência, para então, desempenharem também o seu papel social,
melhor capacitado para construírem outras famílias.
Portanto, o ciclo vital da família e algo dinâmico. Os pais preparam os
filhos e estes prosseguem a trajetória familiar cumprindo assim seus estágios
de vida que vai do nascimento ate a morte.
“Pode-se, então, dizer-se que a família é um grupo
fadado a dissolver-se tão logo cumpra suas funções na
promoção do desenvolvimento biopsicossocial do
indivíduo e a perpetuação da espécie”. (Osorio, 1996.
P.22)
3.3 – A Preservação da Família através dos Papeis Sociais
Para a constituição da sociedade e prossecução da raça humana,
dentre as muitas atribuições da família destacadas por Lira (2004), seguem-se:
- Vida intima conjugal: só o casamento justifica e legitima a união
sexual marido-mulher;
32
- Propagação do gênero humano: a geração de filhos, para o
povoamento da terra e prossecução do gênero humano;
- Subsistência: basicamente, a motivação que está subtendida no
desempenho diuturno e penoso do trabalho e igualmente do exercício das
profissões é o sustento, o conforto, o bem-estar; enfim, o atendimento
suficiente e sensato das necessidades dos membros da família;
- Educação: numa paternidade responsável os filhos devem ser
planejados e não meros acidentes biológicos na vida do casal. Cada filho que
nasce ou que é admitido na família importa em cinco principais
responsabilidades para os pais: um corpinho para cuidar (vestuário, saúde,
etc); um estomago para alimentar; uma personalidade para formar; uma mente
para educar e uma pessoa completa para ser formada (Bio-Psico-social )
- Proteção: é responsabilidade dos pais prover no lar paz, harmonia,
sossego, união, proteção e amparo;
- Afeto: as relações afetuosas, fraternas e cordiais iniciam-se na
família.
É nesse ambiente, propicio e acolhedor; que a criança recebe afeto,
cuidado amoroso dos pais e irmãos mais velhos e aprende a praticá-lo.
Não há de se ignorar que o modelo de família nuclear com seus papeis
sociais bem definidos: “macho e fêmea”, a figura do marido e da mulher, logo
pai e mãe, continuam sendo referenciais para os filhos desempenharem
também o seu papel.
“A família é como a sensível máquina de um relógio de
pulso: é necessário que cada peça esteja no seu lugar e
necessariamente regulada para que possam trabalhar
harmoniosamente. Assim também é a família, é
necessário que sob a tutela divina, marido e mulher, mãe
e filhos vivam de comum acordo, assumindo primeiro os
seus deveres para depois gozarem dos privilégios que
como resultado disto advirão”. (Oliveira, s.d., p.91).
33
Neste contexto identificam-se as distinções e atribuições dos papeis
sociais de marido/pai, esposa/mãe e filhos:
a) O marido/pai: O modelo masculino para os filhos.
Hoje se verifica um elevado e crescente percentual de crianças e
adolescentes do sexo masculino com atitudes e gesticulações femininas e vice-
versa. Isso pode ser atribuído, entre outros fatores de deformação do caráter, a
indispensável presença do modelo masculino e feminino no lar, isto é, faltam-
lhes os referenciais. Os pais são também modelos de afeto para os filhos,
manifestado através do seu amor espontâneo de um para o outro e no
companheirismo conjugal amoroso, pleno, mútuo e franco que é um principio
essencial da estabilidade do casamento e de toda a família. Só assim, é que o
lar se torna um laboratório para a formação de jovens qualificados para viver
em sociedade, construir lares estáveis.
Os males da omissão dos papeis:
O mundo ocidental vem observando uma acentuada omissão do pai na
formação dos filhos. Os estudiosos têm se preocupado com este fenômeno, e
comprovam que a ausência da figura do pai é a principal causa da crise de
autoridade no lar. É urgente, por conseguinte, que o homem exerça seu papel
na família, pois é incalculável o número de crianças que não possuem o
referencial paterno como fator de educação. Isto certamente provocará, num
futuro próximo, a dissolução de milhões de famílias. Portanto compete ao
chefe da casa, sempre apoiado pela esposa, o estabelecimento de limites
justos, como disciplina necessária para a formação do caráter e fortalecimento
da personalidade dos filhos.
“Tenho me preocupado com o desaparecimento da
masculinidade, outrora abundante. Isto é, de homens
bons e honestos, com discernimento, decididos,
determinados, que sabem para onde estão indo e que
confiam em si mesmos (e em Deus) para chegar lá.
Aqueles que não ficam com medo de assumir a liderança,
34
mesmo quando ela é difícil, permanecendo firmes em
seus princípios. (Swindoll, 2002, p.31)”.
b) A esposa/mãe: Da mesma forma que o marido, a mulher deve
investir no companheirismo. Ela é comprometida com o lar, compartilhando,
dedicando-se ao marido e aos filhos e buscando a felicidade da família. Isto
não significa dizer que ela não possa buscar o incremento dos recursos
financeiros para a família, pois as demandas sociais e econômicas dos últimos
tempos têm levado multidões de mulheres a saírem em busca dos recursos
financeiros. Porém, isso não a isenta da responsabilidade de cumprir suas
atribuições como esposa e mãe, principalmente na educação dos filhos, além
da própria manutenção e bem-estar da família. Como a mãe é a pessoa que
mais tempo passa com os filhos, a tendência natural é que ela venha a exercer
mais influência sobre eles do que o pai poderia exercer. Assim sendo a
responsabilidade da mãe é imensurável.
“Não existe papel com maior influência ou mesmo poder
sobre a terra do que aquele exercido por uma mãe. Não
importa o quanto podem ser significativos os símbolos
políticos, militares, educacionais ou religiosos, nada pode
se comparar ao impacto causado pelas mães. Suas
palavras nunca são totalmente esquecidas, seu toque
deixa uma marca indelével e a lembrança de sua
presença permanece por toda a vida. Pergunto a você,
quem neste mundo consegue ter tanta influência? Se
você foi abençoado com uma boa mãe, colherá os
benefícios pelo resto de sua vida. Se sua mãe foi
negligente em relação as suas necessidades e não deu
apoio ao seu pai, infelizmente muito do que você sofreu
não pode ser apagado. Sendo boa ou não a marca
deixada pela mãe é permanente”. (Swindoll, 2002, p.51).
35
c) Os filhos: Quanto à posição dos filhos na família, além do privilégio
de serem amados, compreendidos e auxiliados pelos pais, os filhos precisam
se conscientizar de seus deveres que se não forem cumpridos comprometerão
a sua realização pessoal, como família e consequentemente na sociedade. Agir
com lealdade; estar ao lado dos pais, reconhecendo-os como seus melhores
amigos e conselheiros; ajudá-los no cumprimento de pequenas tarefas ou na
solução de grandes problemas; se empenhar nos estudos desde cedo, dando
aos seus pais motivo de orgulho, visando à preparação para o seu ingresso no
mercado de trabalho alcançado assim a sua independência financeira e
realização profissional, reunindo condições para a constituição de uma nova
família, sem com isso romper com os laços afetivos e familiares.
“Assim como os indivíduos que a compõem, a família
insere-se num contexto evolutivo e possui o seu ciclo vital.
Em outras palavras, a família também nasce, cresce,
amadurece, habitualmente se reproduz em novas famílias,
encerrando o seu ciclo vital com a morte dos membros que
a originaram e a dispersão dos descendentes para
constituir novos núcleos familiares”. (Osorio, 1996. P.22)
“Nenhum sucesso na vida compensa o fracasso no lar”. Os filhos
passam a observar seus pais desde cedo e o relacionamento entre o casal
dará aos filhos o respaldo para seus relacionamentos futuros.
Através dos papeis definidos dentro do lar, diferente do que vemos ser
mostrado na mídia que exalta em suas novelas o adultério, a prostituição, a
rebeldia, a violência, etc.
“Viver em família não é para esposos que se separam
diante dos obstáculos de relacionamento. Não é para pais
que não sabem amar seus filhos. Não é para filhos que
não têm prazer em respeitar seus pais. O padrão bíblico
para a vida em família é realmente muito elevado, mas
36
quem o seguir será feliz. A família que o buscar só será
separada pela morte”. (Azevedo, 2003, p. 18).
Declarações do tipo “faça o que eu mando e não faça o que eu faço”,
não cabem mais no processo de educação entre pais e filhos, pois demonstram
autoritarismo ao invés de autoridade. O primeiro, cria repulsa, revolta, pois está
relacionada ao exercício da autoridade paternal pela força, repressão,
enquanto a autoridade é exercida com respeito, amor, confiança, credibilidade,
laços de amizade e companheirismo.
“Apesar das manchetes pessimistas anunciando que
família forte na América é uma espécie em extinção,
recuso suspirar e desistir da esperança. Quem disse que
em extinção significam destruídas? Se somos inteligentes
o bastante para preservar o bisão e levantar com
guindaste uma baleia corcunda, estou convencido que
podemos preservar a família”. (Swindoll, 2002, p.13).
A preservação da família ainda continua sendo uma questão de
sobrevivência e um determinante para as futuras gerações, uma vez que a
semente que é plantada hoje refletirá na colheita do amanhã.
O modelo de estrutura familiar e o desempenho dos papeis sociais
poderá influenciar positiva ou negativamente as próximas gerações e
determinará o processo de sobrevivência da espécie humana.
Segundo Osório, 1996 quanto aos papeis familiares, destaca as
atribuições da família como uma entidade, onde os papeis familiares nem
sempre correspondem aos indivíduos que convencionalmente designamos
como seus depositários.
“Assim, o papel nutrício de uma mãe, eventualmente
poderá ser desempenhado por uma avó, ou mesmo pelo
37
pai; o papel fraterno poderá estar acoplado ao papel do
avô que circunstancialmente desempenha funções de
confidente ou companheiro de um neto que é filho único.
O papel filial poderá estar depositado num dos cônjuges
cuja maturidade emocional o torne carente da proteção e
cuidados habitualmente requeridas por uma criança, e
assim por diante”.(Osorio, 1996. P.17)
Os elementos que definem os papéis familiares são:
- O Papel Conjugal: pressupõe a interdependência dos participantes do
casal e sua essência radica-se no postulado de que a sobrevivência dos
indivíduos que os constituí é facilitada pelo mencionado compartilhar de tarefas
no mutuo preenchimento dos desejos e necessidades de cada um.
Cooperação, competição, simbiose, complementaridade, reciprocidade são
alguns termos que delimitam o papel conjugal. O papel conjugal não abarca,
portanto, as atribuições decorrentes da função reprodutora, que pertencem à
esfera do papel parental.
- O Papel Parental: O papel parental costuma ser abordado
discriminando-se o papel paterno do papel materno. No entanto, conforme o
que observamos ao discutir os papeis conjugais, cada vez mais na
contemporaneidade as atribuições de um e outro papel confundem-se na
práxis.
- O Papel Materno: em consonância com a representação simbólica do
feminino, caberiam, além das tarefas nutrícias, de agasalho e proteção da
prole, uma função continente ou de receptáculo das angustias existenciais de
quem esteja correspondentemente no papel filial.
- O Papel Paterno: pelos mesmos condicionantes simbólicos da
anatomofisiologia sexual, tocaria interpor-se entre mãe e filho para facilitar o
processo de dessimbiotização e encaminhar a aquisição da identidade deste
ao longo de seu desenvolvimento psicológico.
- O Papel Fraterno: reproduz-se fora do contexto familiar na relação
entre sócios, colegas e amigos, assim como os papeis parental e filial terão sua
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representação social em relações tais como as dos chefes e seus
subordinados, professores e alunos, médicos e pacientes e outras tantas mais.
- O Papel Filial: está centrado na dependência, cujas raízes remontam
à prematuridade peculiar à situação do recém-nascido humano, que depende
dos cuidados parentais para sobreviver.
É relevante ressaltar ainda que na dinâmica dos papeis no contexto
familiar, um mesmo membro da família pode assumir simultaneamente ou em
tempos alternados, papéis diferentes. Portanto, esses papéis não são de
exclusiva competência dos indivíduos que tradicionalmente deveriam exercê-la.
De acordo com Osorio, 1996, a condição neotênica da espécie
humana, ou seja, a impossibilidade de sua descendência sobreviver sem
cuidados ao longo dos primeiros anos de vida, foi, sem dúvida, responsável
pelo surgimento do núcleo familiar como agente de perpetuação da vida
humana. Isto também ocorre com outras espécies animais, cuja prole também
necessita da provisão de alimentos e proteção por parte de indivíduos adultos
enquanto não pode fazê-la por seus próprios meios.
“Em realidade, não podemos dissociar a função biológica
da função psicossocial da família; se é de fato que a
finalidade biológica de conservar a espécie está na
origem da formação da família, é igualmente pertinente
dizer-se que a família é um grupo especializado na
produção de pessoas com vínculos peculiares e que se
constituem na célula primordial de toda e qualquer
cultura”. (Osorio, 1996. p. 16)
Aprendemos que é um mito achar que existem famílias perfeitas. E por
melhor que seja uma família, busca-se melhora-la ainda mais.
Diferente das propagandas de televisão e jornais, que mostram famílias
sorridentes, desfrutando momentos de lazer, viajando juntas em belos carros, o
que se verifica no dia a dia das famílias é uma realidade bem diferente,
marcada por desarmonia, brigas e discórdias, violências e sofrimentos. São
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comuns as separações como solução para os conflitos, como se esta fosse a
melhor opção, sem que a verdadeira causa seja encarada e devidamente
tratada e, com isto, ignoram-se as consequências desastrosas e os efeitos
negativos que acompanham os filhos, causando muitas das vezes sérios
distúrbios e dificuldades que os acompanharão por toda a vida.
“Em qualquer idade, diante das discórdias dos pais, a
criança experimenta um sentimento de culpa que pode
provocar diversas preocupações e sintomas, como
instabilidade, perturbações do sono, dificuldades
escolares etc. (Garbar e Theodore, 2000, p. 110)
Viver em família não é fácil porque nem sempre as coisas acontecem
como deveriam. Não é fácil porque as diferenças de cada um tornam a
convivência difícil, o que mostra que cada indivíduo é único. Às vezes, o
egoísmo triunfa, o desinteresse reina e o mau humor acompanha o cotidiano.
Apesar de tudo isto, vale a pena ter uma família para compartilhar dos bons e
maus momentos, concordarmos ou discordarmos, comemorarmos vitórias ou
chorarmos as perdas. O importante é a preservação da unidade familiar,
apesar das adversidades.
“Em uma família as pessoas são diferentes. Um pai cria
seus filhos de modo aparentemente igual, mas eles são
diferentes uns dos outros. Um irmão que tem outros
irmãos tem de se relacionar de modo diferente com eles.
Cada pessoa tem suas preferências. Uns gostam de
matemática e outros de música. Cada um tem seu
temperamento. Uns são calados e outros são
extrovertidos. Essas diferenças devem ser respeitadas e
até mesmo valorizadas. São elas que tornam a família o
lugar ideal para as pessoas se desenvolverem”.
(Azevedo, 2003, P.17).
40
CONCLUSÃO
Ao chegar ao final desse trabalho concluimos que o valor da família é
inquestionável no contexto social, onde cada indivíduo, sobretudo a criança,
dela necessita para sobreviver e se desenvolver plenamente.
O estudo realizado mostrou que as constantes movimentações da
sociedade contemporânea obrigaram a família a se adequar a essas
mudanças. Como forma de superar esses desafios, surgiram novos modelos
de estrutura familiar. A pesquisa mostrou ainda o reflexo desses novos
modelos no desenvolvimento da criança e a importância do papel social dos
pais na formação do caráter dos filhos, uma vez que ainda exercem forte
influência sobre estes.
A família deve promover a transmissão à descendência da experiência
acumulada pelas vivências individuais e coletivas. Tem ainda sua função
psicológica através dos mecanismos de identificação que contribuirão para a
configuração de sua identidade pessoal e a preparação para o exercício da sua
cidadania. Aos pais (ou seus substitutos) cabe preencher os requisitos
necessários ao bom desempenho físico e emocional de seus filhos.
A família, independente de sua configuração, continua sendo
fundamental para o pleno cumprimento de suas funções na promoção do
desenvolvimento biopsicossocial do indivíduo e na perpetuação da espécie.
Isso porque cabe à família proporcionar o crescimento individual da criança e
facilitar os processos de formação da identidade e da personalidade,
capacitando-a para desempenhar bem o seu papel na construção de uma
sociedade mais saudável.
41
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