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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
AVM FACULDADE INTEGRADA
ANÁLISE DAS REAÇÕES DE RESIDENTES DO RIACHO FUNDO
I AO RUÍDO PROVENIENTE DA OPERAÇÃO DE AERONAVES
NO AEROPORTO INTERNACIONAL DE BRASÍLIA
Por Tiago Felipe Taffner Bezerra
Orientadora: Profª Maria Esther de Araújo
Co-orientadora: Profª Giselle Böger Brand
Brasília – DF
2015
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
ANÁLISE DAS REAÇÕES DE RESIDENTES DO RIACHO FUNDO
I AO RUÍDO PROVENIENTE DA OPERAÇÃO DE AERONAVES
NO AEROPORTO INTERNACIONAL DE BRASÍLIA
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do
Mestre – Universidade Candido Mendes como
requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Gestão Ambiental.
Por Tiago Felipe Taffner Bezerra
AGRADECIMENTOS
À Deus, por estar ao meu lado,
principalmente, nos momentos de
dificuldade, por me iluminar e me guiar;
à minha família e a Carol, pelo amor e
paciência nos momentos de tensão.
DEDICATÓRIA
À Charlote, minha fiel escudeira, que se foi
recentemente, que agora corre e brinca no
céu, olhando por mim.
RESUMO
Esta pesquisa teve como objetivo principal analisar o incômodo provocado pelo
ruído aeronáutico na cidade do Riacho Fundo I, que, devido a sua posição
geográfica, encontra-se na rota de pouso dos aviões do Aeroporto Internacional
de Brasília Juscelino Kubitschek. No estudo aplicou-se um questionário a um
total de 84 pessoas escolhidas aleatoriamente. A partir dos dados obtidos
verificou-se que, quando estão em casa, 58% dos pesquisados percebem o ruído
aeronáutico, 55% consideram os aviões ruidosos e 40% alegam que o ruído das
aeronaves os aborrecem e os perturbam. Os indagados do sexo feminino
mostraram-se mais incomodados e perceberam de forma mais vigorosa o ruído
proveniente das aeronaves. Além disso, notam mais intensamente o ruído
quando estão em casa. Em geral os respondentes consideram que o ruído
aeronáutico é significativamente impactante em suas vidas, além de gerar
incômodos na realização de atividades básicas, como: dormir, ler, escrever,
assistir TV e conversar.
METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada através de procedimento de campo, com
abordagem quantitativa e qualitativa, baseada em uma avaliação subjetiva com
a aplicação de um questionário adaptado para o contexto brasileiro do
Eurocontrol (European Organization for the Safety of Air Navigation –
EUROCONTROL, 2009). Esse centro de pesquisa europeu elaborou um
instrumento que possibilita a verificação do incômodo proveniente da operação
de aeronaves em aeródromos, e é parte de uma pesquisa mais ampla, baseada
no 5A (Atitudes para aborrecimento causado por Aeronaves Ao redor de
Aeroportos), que visa alcançar uma maior compreensão de todas as formas de
incômodos originadas por ruído ao redor de aeroportos.
O modelo aplicado contém perguntas específicas a respeito da percepção
do ruído gerado pelo trafego rodoviário e aeronáutico, além de outras fontes de
ruído como, vizinhos, crianças brincando, cachorros latindo, carro de som,
sirenes, construção civil, e de uma forma geral, o quanto o questionado
considera o local onde reside ruidoso.
A metodologia de pesquisa é do tipo aplicada, objetivando investigar,
comprovar ou rejeitar hipóteses sugeridas pelos modelos teóricos propostos,
tendo como base referências bibliográficas do campo de estudo de ruídos,
acústica, impactos ambientais e normas técnicas brasileiras, sendo que os
principais autores e teóricos que foram utilizados para a realização deste
trabalho foram DREW (2002), BISTAFA (2006) e CARVALHO Jr. e GARAVELLI
(2010).
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 8
CAPÍTULO 1 POLUIÇÃO SONORA URBANA .................................................. 9
1.1 Som e ruído ............................................................................................ 11
1.2 Ruído Ambiental ..................................................................................... 12
1.3 Ruído de Tráfego nos centros urbanos .................................................. 14
1.4 Ruído Aeronáutico .................................................................................. 14
1.5 Aeroporto Internacional de Brasília ........................................................ 15
1.6 Região Administrativa do Riacho Fundo I, RAXVII................................. 16
CAPÍTULO 2 MATERIAIS E METÓDOS ......................................................... 18
2.1 Objetivo Geral ........................................................................................ 18
2.2 Objetivo específico ................................................................................. 18
2.3 Questionário para avaliação de incomodo ............................................. 18
2.4 Participantes e Local .............................................................................. 19
CAPÍTULO 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................... 20
CONCLUSÃO .................................................................................................. 28
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 29
WEBGRAFIA .................................................................................................... 31
ANEXO 1 – Questionário Aplicado ................................................................... 32
8
INTRODUÇÃO
A premissa desta pesquisa consiste num questionamento: há prejuízos à
saúde das pessoas que residem nas proximidades de um aeroporto de grande
movimentação? Identificar e verificar como e em que nível o impacto sonoro das
aeronaves afeta uma pessoa justifica a busca dos motivos que possam ratificar
às autoridades locais e demonstrar àqueles que desconhecem os possíveis
malefícios ocasionados pelo possível excesso de poluição sonora proporcionado
pela rota aérea na região. Tais prejuízos à saúde humana podem a longo prazo
se agravar, resultando em estresse e outros problemas consequentes. Os
malefícios estendem-se a fauna próxima, afetando as APA’s da região e os
animais do zoológico, distante 7 km da pista do aeroporto. Contudo, a intenção
da pesquisa atém-se aos aspectos da população residente de um bairro.
Nesse contexto, surge a seguinte questão: o ruído proveniente do tráfego
aéreo na cidade do Riacho Fundo I possui potencial de incômodo, principalmente
na realização de atividades cotidianas, tais como dormir, se comunicar e
estudar? Dessa forma, o objetivo do estudo será o de verificar a percepção de
residentes da Região Administrativa do Riacho Fundo I em relação aos ruídos
provenientes do trafego aéreo.
O Capítulo I terá como foco a abordagem quanto às definições teóricas
que tangem o objeto da pesquisa, além de dados estatísticos e fundamentações
matemáticas no campo da física aplicada.
O Capítulo II trata dos materiais e métodos utilizados para a estruturação
do trabalho, sintetizando os objetivos gerais e específicos e apresentando a
ferramenta e local de realização da pesquisa.
Por último, o Capítulo III, que apresenta os resultados e discussões da
pesquisa realizada, embasados em dados estatísticos que estruturam as
conclusões e recomendações para o caso estudado.
9
CAPÍTULO 1
POLUIÇÃO SONORA URBANA
A poluição sonora urbana, proveniente, principalmente, do tráfego
(rodoviário, aéreo e ferroviário) e da construção civil, é considerada um dos
maiores agentes impactantes da vida moderna, merecendo destaque pela
magnitude da população exposta, seja em atividades ocupacionais, escolares ou
de lazer (DREW, 2002 apud CARVALHO Jr, 2008). O ruído proveniente de
aeronaves é facilmente identificável e frequentemente afeta o meio ambiente e
residências próximas a aeroportos com energia sonora excessiva.
Todos os aspectos do ambiente são alterados pela urbanização e a
industrialização, inclusive o uso da terra, a vegetação, a fauna, a hidrologia e o
clima. Pode-se acrescentar o ruído urbano, que já é considerado um dos maiores
agentes impactantes da vida moderna (DREW, 2002). Neste contexto, a poluição
sonora merece destaque não só pela magnitude da população exposta, seja em
atividades ocupacionais, escolares ou de lazer, mas também pela nocividade
deste agente à saúde humana (CARVALHO Jr, 2008).
Um estudo, realizado pela faculdade de medicina do Instituto Karolinska,
de Estocolmo, comparou 1.517 pessoas que sofreram ataques cardíacos com
um grupo que não sofreu do problema. Todos responderam um questionário que
indicava o endereço de suas residências. Com essa informação, os
pesquisadores analisaram o nível do barulho em cada área. Em lugares mais
barulhentos, mais pessoas sofriam ataques cardíacos, o número de ocorrências
chega a ser maior que 40%. De acordo com o coordenador da pesquisa, o
professor Goran Pershagen, mais estudos são necessários para provar,
definitivamente, a relação entre ataques cardíacos e o ruído proveniente de
tráfegos. Mas já há pesquisas que comprovam que o barulho em excesso (não
necessariamente o do trânsito) pode, sim, causar problemas cardiovasculares
(HYPESCIENCE, 2011).
10
Uma pesquisa elaborada por Haralabidis et al. (2008) revelou que os
ruídos noturnos procedentes de aviões e automóveis aumentam a pressão
sanguínea das pessoas, mesmo daquelas que estão dormindo. O estudo,
realizado entre pessoas que vivem próximas de terminais aéreos europeus, se
centrou em medir a pressão sanguínea de 140 voluntários depois de expostos a
níveis de pressão sonora superiores a 35 decibéis. A pressão foi medida a cada
15 minutos, inclusive enquanto os voluntários dormiam, e para tanto, também
utilizaram instrumentos para estabelecer o impacto dos ruídos na saúde. Entre
os ruídos medidos, figuram os precedentes do tráfego nas ruas e dos aviões que
aterrissavam e decolavam. Concluíram que a pressão sanguínea aumentou em
média de 6,2 milímetros de mercúrio para a pressão sanguínea sistólica (alta), e
de 7,4 milímetros para a diastólica (baixa), ou seja, a pressão aumentava
independente dos voluntários estarem dormindo ou acordados.
Trabalhos como o HYENA (Hipertension and Exposure to Noise near
Airports A european Study on Health Effects of Aircarft Noise), sugerem um
grande risco de desequilíbrio cardiovascular em sujeitos expostos a altos níveis
de ruído. Investigou-se a associação entre ruído aeroportuário, tráfego urbano e
pressão sanguínea incluindo hipertensão, e os resultados indicam que pessoas
expostas a um nível de pressão sonora maior ou igual a 70 dB(A) por longos
períodos estão sujeitos a efeitos crônicos de estresse causado pelo ruído
(JARUP et al. 2005 apud CARVALHO Jr & GAVAELLI 2010).
No que concerne aos efeitos da poluição sonora que afetam residências
próximas a aeroportos, observa-se que estes efeitos estão sendo estudados em
muitos países do mundo, sendo que o crescimento do tráfego aéreo próximo a
estas áreas tem criado conflitos quanto ao limite de expansão e operação dos
aeroportos. Em Brasília, o adensamento urbano próximo a regiões
circunvizinhas ao AIB (Aeroporto Internacional de Brasília) é um problema para
as autoridades, de difícil solução, devido à incompatibilidade da atividade
aeroportuária com o uso do solo para fins residenciais, educacionais e para
atividades hospitalares. Por sua localização estratégica, o AIB é considerado
ponto de conexão para destinos em todo o Brasil e no mundo, tornando-se o
11
segundo do país em movimentação de passageiros e aeronaves
(INFRAMÉRICA, 2014).
1.1 Som e ruído
O som é causado pela variação da pressão ou da velocidade de moléculas
em um meio fluído e é uma forma de energia que é transmitida pela colisão
destas moléculas (GERGES, 1992). Todo som que se torna desagradável ou
indesejável ao receptor é denominado ruído. Logo, a diferença entre som e ruído
depende de cada indivíduo, sua formação sociocultural e seu estado emocional.
A unidade utilizada para medir o som é o decibel, simbolizado por dB. Como o
ouvido humano não é igualmente sensível a todas as faixas de frequência,
representa-se a audibilidade humana utilizando-se o dB(A)1, que é o decibel
ponderado para a curva “A”. A Tabela 1 a seguir mostra os níveis de pressão
sonora em dB em diferentes ambientes.
Nível de Pressão Sonora dB Ambiente típico Sensação subjetiva
130 Liminar da dor Insuportável
120 Decolagem de avião militar (a 9m)
110 Prensas automáticas (posição do operário)
100 Motocicleta (a 7,5m) Muito ruidoso
90 Caminhão pesado (a 6m)
80 Rua com muito tráfego
70 Aparelho de rádio com volume elevado Ruidoso
60 Restaurante
50 Conversa normal (a 1m)
40 Área residencial durante a noite Pouco ruidoso
30 Ambiente calmo, dormitório.
20 Nível de fundo de estúdios de TV Silencioso
10
0 Início da audição humana
Tabela 1 - Níveis de pressão sonora em diferentes ambientes
Adaptado de SANCHO (1982) e MARCO (1982)
1 Medidores de nível de pressão sonora registram, de forma direta, o nível da pressão sonora de um
fenômeno acústico. Estes aparelhos possuem filtros de compensação para frequências e circuitos de
resposta. Existem tipos de filtros de compensação: A, B, C, D e Linear, que simulam o comportamento do
ouvido humano. O filtro A é o mais usado para medição de ruídos contínuos, pois apresenta respostas
mais próximas do ouvido humano. Tem como expressão simbólica dB(A) (CARVALHO Jr, 2008).
12
A medida mais usada para medições de ruído de tráfego é o nível de
pressão sonora equivalente, Leq. Esse parâmetro é definido de acordo com NBR
10.151 (ABNT, 2000) pela Equação (1):
詣結圏 噺 など 抜 log 峙怠脹 完 など 挑椎岫痛岻怠待 穴建脹待 峩 岫穴稽岻 2 (1)
Da equação tem-se que T é o tempo de registro e Lp(t) é o nível sonoro
no instante t.
Ruído pode ser classificado como algo indesejável, porém Bistafa (2006)
considera que esse julgamento depende do contexto. Qual o significado do termo
“indesejável”? O que dizer do som de uma serra elétrica? Certamente seria
classificado como ruído se alguém estivesse tentando dormir. Porém esse
mesmo som teria uma outra classificação no caso de um supervisor de obras da
construção civil observando seus subordinados à distância. Para Gerges (2000),
som e ruído não são sinônimos. Um ruído é um tipo de som, porém um som não
é necessariamente um ruído.
1.2 Ruído Ambiental
O ruído é um dos principais fatores que afetam o ambiente urbano,
contribuindo de um modo particular para a degradação da qualidade de vida dos
cidadãos. Resulta da alteração da pressão sonora, possível de se medir por meio
de aparelhos específicos que calculam o nível médio para um determinado
intervalo de tempo. A escala de valores de nível de pressão sonora, Figura 1,
2 O Leq corresponde ao nível constante que possui a mesma quantidade de energia que o conjunto de
níveis de cinco variáveis da fonte sonora que desejamos medir, ou seja, representa o nível contínuo
(estacionário) equivalente em dB(A), que tem o mesmo potencial de lesão auditiva que o nível variável
considerado (CARVALHO Jr, 2008).
13
varia entre 0dB(A) (liminar da audição) e 130 dB(A) (liminar da dor) (IAMBIENTE,
2001).
Figura 1 - Níveis de pressão sonora em dB. Fonte: IAMBIENTE (2011)
É possível efetuar medições de ruído em diversos locais a fim de se obter
valores que permitam avaliar o nível de incomodidade e adotar medidas para
minimizar riscos potenciais. De uma forma geral, o ruído ambiental encontra-se
presente em diversas formas, sendo as principais: O tráfego (rodoviário e
aeroviário), indústrias, atividades ruidosas (feiras, festas, discotecas), ruído
provocado por pessoas e animais (cachorros, som doméstico, conversa alta,
entre outros) e causas naturais (trovoadas e ventos). A NBR 10.151 (ABNT,
2000) define o nível de ruído ambiente como sendo o nível de pressão sonora
14
equivalente ponderado em “A”, no local e horário considerados, na ausência do
ruído gerado pela fonte sonora em questão.
1.3 Ruído de Tráfego nos centros urbanos
Em sua maioria, os centros urbanos brasileiros se caracterizam por
apresentar uma concentração excessiva de atividades socioeconômicas nas
áreas centrais. Como consequência, verifica-se que a capacidade viária
disponível tem fortes restrições para atender satisfatoriamente à demanda,
acentuando congestionamentos, conflitos e acidentes de trânsito, desperdício do
consumo energético e impactos ambientais. Neste mesmo contexto, tem-se o
tráfego veicular buscando caminhos nem sempre apropriados do ponto de vista
do planejamento de transportes, degradando ainda mais a qualidade de vida da
população (NUNES, 1998).
Sobre uma via de circulação, cada veículo emite um ruído variável, em
função da velocidade, das condições de pilotagem e da qualidade do veículo e
do pavimento. A presença de cruzamentos e de semáforos pode modificar e
complicar a situação fazendo com que aumente o número de variáveis que
contribuam para o ruído global, como a variação da rotação do motor, a
impaciência do motorista, o som das buzinas, etc. A capacidade ambiental do
trânsito, muitas vezes estudada apenas sob a ótica da poluição atmosférica,
sofre uma grande contribuição da poluição sonora, onde o ruído oriundo do
tráfego de veículos é comprovadamente um dos maiores poluidores ambientais.
(NUNES, 1998).
1.4 Ruído Aeronáutico
Para muitas pessoas que residem nas vizinhanças de um aeroporto o
ruído é, com certeza, o mais evidente impacto ambiental gerado pela aviação. O
ruído das aeronaves é todo ruído produzido por aeronaves em operação de
pouso, decolagem, taxiamento, circulação e teste de motores. Considera-se,
15
ainda, o ruído produzido pelos equipamentos auxiliares às aeronaves
(CARVALHO Jr, 2008).
O ruído aeronáutico é considerado o principal problema ambiental na
aviação civil, porque afeta diretamente a qualidade de vida de inúmeras pessoas
que residem nas vizinhanças dos grandes aeroportos, que normalmente não são
diretamente beneficiadas pelas atividades aeroportuárias (COPI, 2005).
Um estudo mais recente de Jarup et al. (2008) indicou que os ruídos
noturnos procedentes de aviões e automóveis aumentam a pressão sanguínea
das pessoas, mesmos daquela que estão dormindo. Quanto maior é o barulho,
maior é a pressão sanguínea, motivo pelo qual viver próximo aos aeroportos
pode representar um problema para a saúde.
Sendo assim, o ruído aeroportuário pode ser considerado um agente
altamente impactante do meio ambiente. Percebe-se então que a implantação
de um complexo aeroportuário ou mesmo de uma obra em um aeroporto, passou
a requerer muito mais estudos do que os associados ao campo aeronáutico. A
componente ambiental passou a ser quase prioritária na tomada de decisões
para sua autorização de implantação. Os estudos devem se concentrar nos
impactos e formas de se atuar para minimizá-los, tanto na fase de sua
construção como na fase de sua operação (CARVALHO Jr, 2008).
1.5 Aeroporto Internacional de Brasília
Brasília era apenas um esboço quando o presidente Juscelino
Kubitschek pousou pela primeira vez no Planalto Central, no ano de 1956. O
aeroporto já existia e se chamava Vera Cruz. O Aeroporto localizava-se onde
está situada, hoje, a Estação Rodoferroviária de Brasília. Era uma pista de terra
batida com 2,7 mil metros de comprimento e uma estação de passageiros
improvisada em um barracão de pau-a-pique coberto com folhas de buriti. As
instalações eram provisórias, sendo que a mudança para um aeroporto definitivo
era prioridade, juntamente com as obras de construção do Núcleo Residencial
Pioneiro da Fazenda do Gama, onde foram erguidos o Catetinho, as instalações
16
para o Batalhão de Guarda, e o segundo aeroporto provisório, que atendeu ao
presidente e aos pioneiros na construção da nova capital. A inauguração oficial
do aeroporto comercial foi em 03 de maio de 1957, ano em que foram
inauguradas as instalações do destacamento Base Aérea (INFRAERO, 2013).
O Aeroporto Internacional de Brasília é um dos principais aeroportos do
Brasil e da América Latina. Por sua localização geográfica, recebe e distribui
aproximadamente 400 voos por dia, movimentando mais de 16 milhões de
passageiros por ano para 44 destinos em todas as regiões do país. Opera
atualmente seis voos internacionais diretos: um para a Europa (Lisboa), três para
os Estados Unidos (um para Atlanta e dois para Miami) e dois para a América
Latina (para Lima - Peru). Além desses, um para Argentina (Rosário), com
escala. O Terminal de Passageiros atual é projetado para operar com 21 milhões
de passageiros por ano, e, como mostra a Tabela 2, a quantidade de passageiros
suportada vem crescendo desde 2005 (INFRAERO, 2013).
Aeronaves Carga Aérea Passageiros
Ano Quantidade Ano Quantidade (ton) Ano Quantidade
2013 179.656 2013 43.607 2013 16.489.987
2012 188.528 2012 42.969 2012 15.891.530
2011 189.570 2011 40.407 2011 15.398.737
2010 176.326 2010 32.651 2010 14.347.061
2009 162.349 2009 41.000 2009 12.213.825
2008 141.477 2008 46.027 2008 10.443.393
2007 126.853 2007 50.192 2007 11.119.872
2006 126.427 2006 42.672 2006 9.699.911
2005 130.885 2005 83.811 2005 9.426.569
Tabela 2 - Movimento operacional do aeroporto internacional de Brasília INFRAERO (2013); INFRAMÉRICA (2014)
1.6 Região Administrativa do Riacho Fundo I, RAXVII
No dia 13 de março de 1990, o Governo do Distrito Federal, dentro do
programa de erradicação das invasões existentes na periferia da capital, criou
um programa de assentamento. Famílias cadastradas na antiga SHIS, no Centro
de Desenvolvimento Social (CDS) e moradores da quarta avenida do Núcleo
17
Bandeirante foram os primeiros a desbravar o cerrado onde hoje encontra-se o
Riacho Fundo I. Logo após, fizeram parte desta iniciativa outros moradores do
Cruzeiro, Guará, Taguatinga e o Acampamento da Telebrasília. O local possui
uma grande contribuição ecológica, pois nele estão situadas nascentes de
diversos córregos, incluindo o próprio córrego Riacho Fundo, que inspirou o
nome da cidade (RIACHOFUNDO, 2014).
O Riacho Fundo, que abrange o antigo Bairro da Telebrasília, atual QN
01, é formado pelas quadras Sul (QS), quadras Norte (QN), Área Central (AC) e
pelo Setor de Oficinas e Pequenas Indústrias (QOF). A área rural abrange
grande parte da Granja do Ipê, que concentra a Universidade da Paz, o Parque
Vivencial e a Fazenda Sucupira. Aproximadamente 95% da população
concentra-se na área urbana e 5% na área rural. A área urbana é abastecida por
sistema de água potável fornecida pela Caesb, possui uma subestação de
bombeamento do Rio Descoberto com 48 quilômetros de extensão e esgoto
condominial em todas as quadras. Segundo Pesquisa Distrital por Amostra de
Domicílios (PDAD) 2010/2011, a população atual do Riacho Fundo I, incluindo a
Colônia Agrícola Sucupira foi estimada em 52.404 habitantes (RIACHO FUNDO,
2014).
18
CAPÍTULO 2
MATERIAIS E METÓDOS
2.1 Objetivo Geral
Verificar a percepção de residentes da Região Administrativa do Riacho
Fundo I em relação aos ruídos provenientes do tráfego de aeronaves.
2.2 Objetivo específico
Adaptar e aplicar questionário para avaliar a percepção da
população em relação aos ruídos.
Identificar se o ruído aeroviário é percebido como agente de
incômodo.
Verificar a relação entre ruído do tráfego aéreo e o desconforto na
realização de atividades cotidianas.
2.3 Questionário para avaliação de incomodo
Neste trabalho, utilizou-se uma avaliação subjetiva com a aplicação de
um questionário adaptado para o contexto brasileiro do Eurocontrol (European
Organization for the Safety of Air Navigation – EUROCONTROL, 2009). Esse
centro de pesquisa europeu elaborou um instrumento que possibilita a
verificação do incômodo proveniente da operação de aeronaves em aeródromos,
e é parte de uma pesquisa mais ampla, baseada no 5A (Atitudes para
aborrecimento causado por Aeronaves Ao redor de Aeroportos), que visa
alcançar uma maior compreensão de todas as formas de incômodos originadas
por ruído ao redor de aeroportos.
O modelo aplicado contém perguntas específicas a respeito da
percepção do ruído gerado pelo trafego rodoviário e aeronáutico, além de outras
fontes de ruído como, vizinhos, crianças brincando, cachorros latindo, carro de
19
som, sirenes, construção civil, e de uma forma geral, o quanto o questionado
considera o local onde reside ruidoso.
2.4 Participantes e Local
Foi aplicado o questionário a um total de 84 pessoas todas residentes da
cidade do Riacho fundo I. A amostragem foi não probabilística, ou seja,
intencional, de conveniência, onde os sujeitos forma escolhidos aleatoriamente
pelo pesquisador.
Definiu-se a cidade do Riacho fundo I como área de estudo para
verificação do incomodo aeroviário percebido pelos questionados, pelo fato da
cidade se localizar geograficamente na rota de pouso da segunda pista do
Aeroporto Internacional de Brasília, numa distância aproximada de sete
quilômetros da mesma, como se pode observar na Figura 2.
Figura 2 - Distância aproximada entre a RA XVII e a segunda pista do Aeroporto Internacional de Brasília. Fonte: Google Earth (2015)
20
CAPÍTULO 3
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Aplicou-se um total de 84 questionários a residentes na cidade do Riacho
Fundo I. Em sua totalidade, 65% dos respondentes eram do sexo feminino (51%
passam a maior parte do dia em casa e 49% no trabalho) e 35% do sexo
masculino (35% passam a maior parte do dia em casa e 65% no trabalho). No
total 56% possuíam emprego fixo (28% consideram o ambiente de trabalho
moderadamente ruidoso), 44% não trabalhavam nas datas em que os
questionários foram aplicados e 93% não possui nenhum tipo de isolamento
sonoro especial em suas residências. Houve um registro de 6% de reclamações
por ruído aeronáutico, feitas a Infraero, Câmara Legislativa, Central de
aeroportos e Associação de Moradores.
Dos indagados, 33% responderam ter o nível médio completo ou
incompleto (10% homens e 23% mulheres) e 44% declararam ter o ensino
superior completo ou incompleto (25% mulheres e 19% homens).
A Tabela 3 apresenta a porcentagem (resultado do grau indicativo
“satisfeito” e da soma do “descontente” e “muito descontente”) dos respondentes
quando indagados se estão satisfeitos ou não com o ruído rodoviário e
aeronáutico. Os respondentes consideram o ruído aeronáutico
significativamente impactante (40% consideraram estar descontentes ou muito
descontentes), mais do que o ruído rodoviário (30% consideraram estar
descontentes ou muito descontentes), e isso talvez ocorra devido ao tráfego
rodoviário gerar um ruído contínuo, uma vez que o tráfego aéreo produz ruído
intermitente que pode perturbar mais do que um som contínuo. Pode-se
constatar ainda que as mulheres se mostraram mais insatisfeitas perante as
fontes de ruído rodoviário (17%) e aeronáutico (25%) que os homens (13% para
rodoviário e 15% para aeronáutico).
21
Satisfeitos Descontentes e muito descontentes
Ruído do tráfego rodoviário
Todos os respondentes 16% 30%
Respondentes feminino 2% 17%
Respondentes masculino 14% 13%
Ruído aeronáutico
Todos os respondentes 14% 40%
Respondentes feminino 3% 25%
Respondentes masculino 11% 15%
Tabela 3 - Satisfação dos pesquisados relacionado ao trafego aéreo e rodoviário.
Em se tratando de ambiente doméstico, quando os entrevistados estão
em casa, os ruídos provenientes de cachorros latindo (54%), ruído de
motocicletas (68%), carro de som (76%) e aeronaves (58%), são os fatores que
se destacaram em “frequentemente” e “todo o tempo”, sendo que essas fontes
de ruídos são notadas e identificadas claramente pelos respondentes, conforme
Tabela 4.
Nunca Raramente Algumas vezes
Frequentemente e todo o tempo
Vizinhos 2% 35% 30% 34%
Cachorros latindo 2% 17% 27% 54%
Crianças brincando 8% 21% 39% 33%
Ruído de motocicletas 4% 11% 17% 68%
Ruído de carro de som 0% 10% 14% 76%
Pessoas fazendo barulho tarde da noite 1% 25% 28% 46%
Ruído do tráfego rodoviário 7% 16% 30% 47%
Ruído de aeronaves 1% 13% 28% 58%
Sirene de veículos de emergência 2% 38% 40% 20%
Tabela 4 - Ruído que se nota quando os entrevistados estão em casa.
22
Os respondentes do questionário, ao serem indagados sobre a quão
ruidosa são as fontes listadas na Tabela 5, quando estão em casa, mostraram-
se aborrecidos com o barulho proveniente principalmente de carros de som,
motocicletas e de aeronaves. A porcentagem dos que afirmaram ser “muito” e
“extremamente” revela que 35% incomodam-se com o ruído de motocicleta, 45%
com o barulho de carro de som e 25% com o ruído de aeronaves. Tais fontes de
ruído talvez se destaquem por se tratarem de um ruído intermitente (ruído gerado
com o passar do tempo), que difere do ruído contínuo (ruído típico de trafego
rodoviário), menos perturbador.
Não tem ruído Ligeiramente Moderadamente Muito Extremamente
Vizinhos 13% 39% 33% 11% 4%
Cachorros latindo 6% 23% 42% 19% 10%
Crianças brincando 14% 51% 31% 3% 1%
Ruído de motocicletas 4% 28% 34% 27% 8%
Ruído de carro de som 0% 13% 43% 24% 21%
Pessoas fazendo barulho tarde da
noite 6% 25% 38% 19% 12%
Ruído do tráfego rodoviário 9% 33% 41% 14% 4%
Ruído de aeronaves 18% 28% 30% 16% 9%
Sirene de veículos de emergência
23% 46% 25% 5% 1%
Construções / Fábricas 58% 24% 15% 4% 0%
Tabela 5 - O quão ruidoso são as fontes quando os entrevistados estão em casa.
De acordo com resultados de outras pesquisas, nota-se que a
porcentagem de insatisfação para fontes ruidosas aumentou. Para CARVALHO
JR & GARAVELLI (2010), o ruído de motocicletas teve 29% de insatisfação,
23
sendo que nessa pesquisa o resultado foi de 35%. Um aumento percentual
também foi registrado para cachorros latindo, carro de som e pessoas fazendo
barulho tarde da noite.
No que se diz respeito ao ruído do local onde residem, 46% dos indagados
(sendo 28% mulheres e 18% homens), ao longo de doze meses, disseram ter
percebido um aumento do ruído local. Quando questionados sobre o incomodo,
aborrecimento e quão ruidoso é o lugar onde residem, 28% (sendo 17%
mulheres e 11% homens) consideram o lugar muito ou extremamente ruidoso
como se pode observar na Tabela 6.
Ao longo de doze meses Diminuído Aproximadamente
o mesmo Aumentado
Todos os respondentes 6% 48% 46%
Respondentes feminino 2% 37% 28%
Respondentes masculino 4% 11% 18%
O ruído incomoda ou aborrece Não tem ruído Ligeiramente Muito e
extremamente
Todos os respondentes 4% 12% 28%
Respondentes feminino 1% 3% 17%
Respondentes masculino 3% 9% 11%
Tabela 6 - Percepção do ruído pelos questionados.
Dessa tabela é possível verificar que os respondentes do sexo feminino
percebem mais que os homens o ruído como uma fonte de incomodo e
aborrecimento, e se mostram mais insatisfeitas.
Em seguida, buscou-se verificar qual o impacto causado pelo ruído
aeronáutico em alguns hábitos cotidianos. A Figura 3 exibe as porcentagens para
as atividades rotineiras apresentadas no questionário. Nota-se que os
26
De acordo com as afirmações dadas pelos respondentes, nota-se uma
grande insatisfação relacionada à criminalidade da região com porcentagem de
75% para “aumento significativo a muito significativo”, com as escolas (78%
afirmam que atendem mediamente a muito pouco a população), e com a
qualidade do ar, que 59% declararam ser “não tão boa” a “ruim”. Notou-se
também uma insatisfação no que se diz respeito a limpeza das ruas, sendo que
41% dos indagados declararam ser “sujas a muito sujas”.
No trabalho de Carvalho Jr & Gavarelli (2010), foram realizadas medições
acústicas no Riacho Fundo I. Foram avaliados os parâmetros sonoros Leq,
Lmim3, Lmax4. A Tabela 7 resume os dados obtidos no local estudado
informando o Leq, Lmax, Lmin.
Região pesquisada Leq Lmax Lmin
Riacho Fundo I 55,0 < Leq < 74,5 67,5 < Lmax < 82,5 36,5 < Lmin < 48,5
Tabela 7 - Resultado das medidas realizadas na área do Riacho Fundo I. Fonte: CARVALHO JR & GARAVELLI (2010)
Para a região do Riacho Fundo I, determinou-se: Leq entre 55 e 75dB(A),
Lmin no intervalo de 37 a 48 dB(A) e, no momento da passagem das aeronaves,
Lmax com picos variando de 68 a 82dB(A). Dos dados obtidos, infere-se que
essa área começa a desencadear um quadro de poluição sonora advindo do
tráfego aéreo, o que vai de encontro com as afirmações feitas pelos
respondentes do questionário aplicado nesse estudo, que, em sua maioria
encontram-se insatisfeitos ou aborrecidos com o ruído oriundo de aeronaves
(CARVALHO Jr & GARAVELLI 2010).
3 O valor máximo durante o tempo medido. 4 O valor mínimo durante o tempo medido.
27
A Tabela 8 foi formada a partir de informações contidas no trabalho de
Carvalho Jr & Garavelli (2010), comparando a média dos resultados do Leq,
Lmax e Lmin com os limites impostos pela NBR 10.151 (ANBT, 2000),
indicando níveis muito acima do estabelecido pela norma para o Leq e Lmax.
Local da medição Leq Lmax Lmin NBR 10.151
Riacho Fundo I 65dB(A) 76dB(A) 43dB(A) 60dB(A)
Tabela 8 - Média obtida do Leq Lmin e Lmax e a estabelecida pela NBR 10.151. Adaptado de Carvalho Jr e Garavelli (2010).
No trabalho de Carvalho Jr & Garavelli (2010), também foram realizadas
medidas do Índice Ponderado de Ruído5 (IPR) na região do Riacho Fundo I, e
se obteve como resultado: IPR medido de 59; o que segundo a NBR 12.859
(ABNT, 1993), para um IPR > 60 é esperado grande volume de reclamações por
parte dos residentes, e considera-se ambiente mediamente ruidoso. Pode-se
esperar então reclamações por parte da população, já que o nível medido
encontra-se no limite ao estabelecido pela norma.
5 O Índice Ponderado de Ruído é definido como sendo o nível médio de ruído, ponderado na escala “A”, para um período de 24h, aplicando-se um acréscimo de 10 dB(A) nos níveis de ruído que ocorrem no período noturno.
28
CONCLUSÃO
Com os dados obtidos através do questionário, considera-se que os
respondentes identificam o ruído aeronáutico como um agente aborrecedor e
capaz de interferir significativamente em atividades cotidianas. Pode-se
visualizar um quadro de insatisfação dos indagados quanto às interferências
provocadas pelo ruído aeronáutico na realização de atividades como: ler,
escrever, assistir TV, conversar e dormir.
As pessoas do sexo feminino mostraram-se mais insatisfeitas e
perceberam de forma mais vigorosa o barulho do tráfego aéreo, além de se
sentirem mais aborrecidas quando estão em casa ou realizando atividades
cotidianas.
Os resultados dos parâmetros acústicos obtidos no trabalho de Carvalho
Jr & Garavelli (2010) mostram-se compatíveis com as reações negativas dos
questionados quanto ao ruído aeroviário. Constatou-se então uma relação direta
com o aborrecimento, percepção de incomodo e desconforto com os níveis de
ruídos obtidos. Segundo a NBR 12.859 e a NBR 10.151, a partir dos resultados
obtidos para o Leq e o IPR, considera-se um ambiente mediamente ruidoso e,
sendo que os níveis medidos encontram-se acima do que estabelece a norma,
pode-se então esperar da população insatisfação, reclamações e
aborrecimentos, o que se confirma com as respostas do questionário.
Então, possível concluir que os respondentes identificaram o ruído
aeronáutico como agente aborrecedor e capaz de interferir significativamente em
atividades cotidianas e na saúde.
Recomenda-se que estudos mais aprofundados sejam elaborados na
região que circunvizinha o Aeroporto Internacional de Brasília, já que o mesmo
é rodeado por diversas cidades e tem alto potencial de poluição sonora, uma
vez que, segundo a INFRAMÉRICA (2014) já é o segundo aeroporto em
operação (pousos, decolagens e movimento de passageiros) do país, só
perdendo para Guarulhos, em São Paulo.
29
BIBLIOGRAFIA
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30
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Acesso em: 15 nov. 2014.
32
ANEXO 1 – Questionário Aplicado
SEÇÃO 1
QUESTÃO 1
Por favor, preencha as informações abaixo:
Região (Bairro): Código:
Hora: Data:
QUESTÃO 2
Há quanto tempo você reside ____________________ nesta região?
QUESTÃO 3
Agora, por favor, indique o quanto você está satisfeito com cada um destes fatores da sua região:
Muito satisfeito Satisfeito Nem satisfeito
nem descontente Descontente Muito descontente
Ruído (barulho) do tráfego rodoviário
Qualidade do ar na região
Ruído (barulho) aeronáutico
QUESTÃO 4
Quando você está em casa, com que frequência você nota o ruído (barulho) proveniente de qualquer uma destas fontes:
Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Todo o tempo
Vizinhos
Cachorros latindo
Crianças brincando
Ruído (barulho) de motocicletas Ruído (barulho) de carro de som Pessoas fazendo barulho tarde da noite Ruído (barulho) do tráfego rodoviário Aeronaves Sirene de veículos de emergência (polícia, etc.)
33
QUESTÃO 5
Por favor, diga a quão ruidosa (barulhenta) é cada uma das fontes listadas abaixo:
Não tem ruído
(barulho) Ligeiramente Moderadamente Muito Extremamente
Vizinhos
Cachorros latindo
Crianças brincando
Ruído (barulho) de motocicletas Ruído (barulho) de carro de som Pessoas fazendo barulho tarde da noite Ruído (barulho) do tráfego rodoviário Aeronaves Sirene de veículos de emergência (polícia, etc.) Construções / Fábricas
QUESTÃO 6
De forma geral, o quão ruidoso (barulhento) você considera o lugar onde mora?
Não tem ruído (barulho)
Ligeiramente
Moderadamente
Muito
Extremamente
QUESTÃO 7
De forma geral, quanto o ruído (barulho) no lugar onde você mora o incomoda e o aborrece?
Não tem ruído (barulho)
Ligeiramente
Moderadamente
Muito
Extremamente
QUESTÃO 8
De forma geral, nos últimos 12 meses você considera que o ruído (barulho) tem...
Diminuído
Ficando aproximadamente o mesmo
Aumentado
34
QUESTÃO 9
O ruído proveniente das fontes listadas ao lado: a) Tráfego rodoviário b) Ruído (barulho)
aeronáutico
SIM NÃO SIM NÃO
Causam vibrações na casa
Causam interferência na tela da TV
Faz com que você feche as janelas do cômodo onde você está
O acordam
O assustam
Faz com que você evite certos cômodos da casa
Faz com que você evite a parte externa da casa
QUESTÃO 10
Quando você está realizando as atividades listadas abaixo o quanto o ruído proveniente de aeronaves o aborrece / perturba:
Perturba / Aborrece
Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Todo o
tempo
Lendo/escrevendo/meditando
Assistindo TV
Ouvindo rádio
Conversando
Descansando no jardim/área verde
Dormindo
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SEÇÃO 2
Nós gostaríamos agora que você considerasse várias afirmativas sobre a qualidade de vida da
região onde mora. Marque com um (X) a opção que mais representa cada situação.
Sua percepção sobre a criminalidade na região
Aumento muito Significativo
Aumento Significativo
Moderadamente Significativo
Ligeiramente Significativo Não importante
As escolas locais atendem as necessidades da comunidade
Atendem Significativamente
Atendem bem
Atendem Mediamente
Atendem muito pouco Não atendem
A região possui tráfego rodoviário Muito intenso Intenso Moderadamente Intenso Pouco Intenso Não existe
A limpeza das ruas Muito sujas Sujas Nem limpas e nem sujas Limpas Muito Limpas
Ruído (barulho) oriundo do tráfego rodoviário que chega na residência
Extremamente Ruidoso
Muito Ruidoso
Moderadamente Ruidoso
Ligeiramente Ruidoso
Não existe ruído
Qualidade do ar na região Muito ruim Ruim Nem bom e nem ruim Bom Muito bom
Condições gerais das estradas locais e pavimentos Muito ruim Ruim Nem bom e nem
ruim Bom Muito bom
Ruído (barulho) oriundo do tráfego aéreo Extremamente Ruidoso
Muito Ruidoso
Moderadamente Ruidoso
Ligeiramente Ruidoso
Não existe ruído
O sistema de coleta de lixo Muito ruim Ruim Nem bom e nem Bom Muito bom
SEÇÃO 3
QUESTÃO 1
Quantos anos você tem? _____________________
QUESTÃO 2
Qual o seu sexo?
MASCULINO FEMININO
QUESTÃO 3
Você trabalha atualmente?
SIM NÃO
36
QUESTÃO 4
Responda apenas se você marcou SIM na questão 3. Como você descreve seu trabalho?
Extremamente ruidoso (barulhento)
Muito ruidoso (barulhento)
Moderadamente ruidoso (barulhento)
Ligeiramente ruidoso (barulhento)
Não ruidoso (barulhento)
QUESTÃO 5
Você já reclamou do ruído provocado pelas aeronaves?
SIM NÃO
Se você respondeu SIM, passe para a questão 5A.Caso contrário, passe para a questão 6.
QUESTÃO 5A
Para quem você reclamou? Você pode marcar mais de uma opção.
INFRAERO
Câmara Legislativa
Autoridades Militares
Deputados
Central do Aeroporto
Associação de Moradores
Secretaria de Meio Ambiente
Outros (especificar)
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QUESTÃO 6
Sua residência possui algum tipo de isolamento sonoro especial?
SIM NÃO
QUESTÃO 7
Onde você passa a maior parte do dia?
Escola Casa Trabalho Outros
QUESTÃO 8
Qual sua escolaridade?
Fundamental Incompleto Fundamental Completo Médio Incompleto
Médio Completo Superior Incompleto Superior Completo
OBSERVAÇÕES
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