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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE AGRONOMIA
AGR 99003 – ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO SUPERVISIONADO
Rafael De Marco Elgert
163811
Floricultura Florist Ltda.
Porto Alegre, 11 de maio de 2011.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE AGRONOMIA
AGR 99003 – ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO SUPERVISIONADO
Rafael De Marco Elgert
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OGRIGATÓRIO SUPERVISIONADO
Orientador do Estágio: Engenheiro Agrônomo Artur Ricardo Peruzzo
Tutor do Estágio: Engenheiro Agrônomo Gilmar Schäfer
COMISSÃO DE ESTÁGIOS:
Prof. Elemar Antonino Cassol - Depto. de Solos - Coordenador
Prof. Fábio de Lima Beck – Núcleo de Apoio Pedagógico
Prof. José Fernandes Barbosa Neto – Depto. Plantas de Lavoura
Prof. Josué Sant’Ana – Depto. de Fitossanidade
Prof. Lair Angelo Baum Ferreira – Depto. de Horticultura e Silvicultura
Profa. Mari Lourdes Bernardi - Depto. de Zootecnia
Prof. Renato Borges de Medeiros – Depto. de Plantas Forrageiras e
Agrometeorologia
Porto Alegre, 11 de maio de 2011
II
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus pais, sem os quais nada disso seria possível.
À minha família, por me apoiarem em todos os momentos.
À Paola Piuco, pela motivação e ajuda na elaboração deste relatório.
A Floricultura Florist Ltda. e seus funcionários, pela oportunidade de
realização do estágio, e por me receberem de braços abertos.
ii III
APRESENTAÇÃO
Este relatório irá relatar as atividades desenvolvidas durante o estágio
curricular obrigatório, o qual foi realizado na Floricultura Florist Ltda, produtora
de flores e folhagens de corte.
A escolha pelo local de estágio se deu por almejo profissional, e por ser,
a produção de flores e folhagens, uma atividade agrícola de pequena
propriedade, intensiva, de alta rentabilidade e promissora.
IV
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................. 1 2 DESCRIÇÃO DO MEIO FÍSICO E SÓCIO-ECONÔMICO DA
REGIÃO DE REALIZAÇÃO DE ESTÁGIO....................................... 2
2.1 Histórico da cidade de Dois Irmãos........................................... 2 2.2 Aspectos sócio-econômicos...................................................... 2 2.3 Clima............................................................................................. 3 2.4 Geomorfologia da região............................................................ 3 3 CARACTERIZAÇÃO DA IEMPRESA............................................... 3 3.1 Instalações................................................................................... 4 3.2 Funcionários................................................................................ 5 4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................. 5 4.1 Análise de mercado..................................................................... 5 4.2 Principais espécies de flores e folhagens da propriedade....... 6 4.2.1 Gérbera L..................................................................................... 6 4.2.2 Lisianthus (Eustoma grandiflorum).......................................... 6 4.2.3 Boca-de-leão (Antirrhinum majus)............................................ 7 4.2.4 Tango (Solidago hybrida).......................................................... 7 4.2.5 Mosquito (Gypsophila paniculata)............................................ 8 4.2.6 Aspidistra (Aspidistra elatior)................................................... 8 5 ATIVIDADES REALIZADAS............................................................. 9 5.1 Preparo do solo........................................................................... 9 5.2 Preparo dos canteiros................................................................. 10 5.3 Cultivo de Gérbera...................................................................... 11 5.3.1 Doenças..................................................................................... 13 5.3.2 Pragas........................................................................................ 13 5.3.2.1 Vaquinha (Diabrotica speciosa)......................................... 13 5.3.2.2 Ácaros (Tetranychus urticae)............................................ 13 5.3.2.3 Tripes (Frankliniella occidentalis)..................................... 13 5.4 Cultivo de lisianthus................................................................... 14 5.4.1 Semeadura de sementes peletizadas..................................... 15 5.5 Cultivo de boca-de-leão.............................................................. 16
V
5.6 Tingimento de lisianthus e boca-de-leão.................................. 16 5.7 Cultivo de gypsophila................................................................. 17 5.8 Cultivo de tango.......................................................................... 19 5.9 Cultivo de aspidistra................................................................... 20 5.10 Irrigação e Fertirrigação............................................................. 21 5.11 Transporte e comercialização.................................................... 21 6 CONCLUSÃO...................................................................................... 21 7 ANÁLISE CRÍTICA.............................................................................. 21 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................... 23
VI
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Vista aérea da propriedade da Floricultura Florist LTDA, no município de Dois Irmãos/RS. No detalhe a distribuição das instalações da propriedade. Fonte: Larissa Beduschi............
4
Figura 2. Aspidistras a meia sombra em projeto paisagístico na Faculdade de Agronomia da UFRGS........................................
9
Figura 3. A) Redes de tutoramento e mangueiras erguidas. B) Enxada rotativa. C) Capina de entrelinhas...............................
10
Figura 4. A) Caldeira. B) Canteiro coberto com plástico, vedados com sacos de areia e terra para a aplicação do vapor da caldeira........................................................................................
11
Figura 5. A) Casca de arroz no canteiro. B) Folhas mortas de gérbera.........................................................................................
12
Figura 6. A) Gérbera velha. B) Gérbera boa para colheita...................... 12 Figura 7. Mangueiras e redes de tutoramento instaladas....................... 14 Figura 8. “Pontas” de lisianthus............................................................... 15 Figura 9. A e B) Substratos utilizados para semeadura. C) Processo
de mistura dos substratos com o PG mix. D) enchimento de bandeja com os substratos misturados..................................
15
Figura 10. Hastes de boca-de-leão com inflorescências abertas quase que na sua totalidade, em ponto de colheita...........................
15
Figura 11. Lisianthus branco em balde de tinta amarela em processo de tingimento..............................................................................
17
Figura 12. A) Gypsophila antes da poda. B) Gypsophila após a poda.... 18 Figura 13 Material utilizado para solução de pós-colheita...................... 19 Figura 14 A) estacas herbáceas de tango com hormônio enraizador
AIB. B) Estacas herbáceas de tango fixadas em casca de arroz para o enraizamento.........................................................
19
Figura 15 Estrutura sendo construída para sombreamento de 70%...... 20 Figura 16 Aspidistra cultivada sob tela de sombreamento..................... 20
VII
1
1 INTRODUÇÃO
O estágio foi realizado na Floricultura Florist Ltda localizada no município
de Dois Irmãos – Rio Grande do Sul, no período de 03/01/2011 a 03/03/2011,
para cumprimento do estágio curricular obrigatório do curso de Agronomia da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, totalizando 357 horas.
A área de produção de flores foi escolhida por ser uma atividade em que
atuam poucos Engenheiros Agrônomos. Além disso, a floricultura no Rio
Grande do Sul é uma atividade agrícola que está em expansão, o que irá
aumentar a demanda por este profissional nesta área de atuação.
O objetivo deste relatório é descrever as atividades desenvolvidas na
Floricultura Florist acerca da produção de flores e folhagens de corte, bem
como enfatizar a importância da organização do setor administrativo para o
sucesso de uma empresa rural deste porte.
2
2 DESCRIÇÃO DO MEIO FÍSICO E SÓCIO-ECONÔMICO DA REGIÃO DA REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO
2.1 Histórico da cidade de Dois Irmãos
A cidade de Dois Irmãos tem sua origem nos morros gêmeos que podem
ser vistos quando se chega na cidade. Sua colonização é tipicamente alemã e
teve início a partir de 1824, com a chegada dos primeiros imigrantes no Estado.
Seu primeiro nome foi Baumchneis, ou seja, Picada dos Baum, em
homenagem a um dos integrantes que participaram ativamente do início do
povoado. As primeiras obras surgiram em 1832 quando foi construída uma
pequena capela católica, hoje Igreja São Miguel, tombada pelo Patrimônio
Histórico do Estado.
2.2 Aspectos sócio-econômicos
Dois Irmãos faz parte da Mesorregião Metropolitana de Porto Alegre e
esta situada na Microrregião Gramado-Canela. O município está localizado na
Encosta Inferior do Nordeste do Rio Grande do Sul, na latitude 29°34’48’’ ul e
a na longitude 51°05’06’’ oeste, a uma altitude de 166 metros acima do nível do
mar. A propriedade está situada no município de Dois Irmãos, próximo a
rodovia BR 116 no km 225, e dista 51 Km de Porto Alegre (FAMURS, 2011).
O município de Dois Irmãos tem uma área de 65 km² com uma
população de 27.572 habitantes. Sua colonização foi predominantemente
germânica e apresenta uma densidade populacional de 432,1 habitantes por
km²(IBGE, 2010).
Os principais produtos da região são: flores, acácia negra e
hortifrutigranjeiros no setor primário; sapatos, móveis, estofados e esquadrias
no setor secundário, e; prestadores de serviço, turismo e comércio no setor
terciário. A participação do PIB agropecuário no município é de 1,62%, da
indústria é 37,56% e de serviços é 60,83% (IBGE, 2008).
No Município predominam pequenas propriedades voltadas à policultura,
onde se destacam cultivos para consumo próprio, além da criação de aves,
suínos, gado leiteiro e áreas de acácia-negra para exploração da madeira.
3
Ainda, há pequenas e médias indústrias de calçados exportadores,
marcenarias e as indústrias de móveis e esquadrias.
2.3 Clima
O município de Dois Irmãos pertence à zona climática Cfa, subtropical
úmido quente, segundo a classificação de Köppen. A temperatura é moderada
com chuvas bem distribuídas e verão quente, com ocorrência de geadas nos
meses mais frios do inverno, sendo a média de temperatura neste período
inferior a 16°C. No mês mais quente as máximas são maiores que 30°C. A
pluviosidade média é de 2.000 mm/ano, sendo julho o mês mais chuvoso e
abril o mais seco, com 157,2 mm e 97,2 mm, respectivamente. (WIKIPEDIA,
2010).
2.4 Geomorfologia da região
O relevo varia de ondulado a forte ondulado com uma declividade de 8 a
15%. A região está situada na Encosta Inferior do Nordeste (STRECK et al.,
2008).
Ocorrem principalmente derrames basálticos, mas também sílticos e
folhelhos sílticos, e o solo predominante classifica-se como Argissolo Vermelho
distrófico Típico com um horizonte B textural. Este solo tem por característica
ser pouco ácido, ter baixa disponibilidade de fósforo e alta saturação por bases
no horizonte A. Os solos são bem drenados e bastante susceptíveis a erosão
(STRECK et al., 2008).
3 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA
A Floricultura Florist Ltda foi fundada em 1993. Sua essência foi sempre
a produção de flores e folhagens de corte. O fundador é Hikaru Ban, imigrante
japonês nascido na cidade de Obu, província de Aichi no Japão, que chegou ao
Brasil em 1970.
Em 2003, Yuuki Ban, seu filho, assumiu a administração geral da
empresa. Este é graduado e pós-graduado em administração, e buscou
4
experiências no exterior para aprimorar o funcionamento da Florist. A empresa
possui uma área coberta de aproximadamente cinco hectares de estufas
plásticas e um hectare de área descoberta. Cultiva vários tipos de produtos
diferentes entre flores e folhagens. Seus clientes são lojas de floriculturas,
decoradores, funerárias e atacadistas. Atua na região da Grande Porto Alegre,
e na cidade de Porto Alegre, através de parcerias com distribuidores e no Vale
do Sinos com floriculturas e decoradores. Alguns produtos como ruscus e
aspidistra são exportados para São Paulo.
A Florist busca constantemente a melhoria dos processos de produção,
investindo em tecnologia e em seus funcionários, contratando pessoas
capacitadas e oferecendo treinamentos internos. Preocupa-se em garantir a
saúde e bem-estar dos funcionários, tentando melhorar a ergonomia no
trabalho e cumprindo rigorosamente as normas de segurança e controle das
condições de saúde. Isso tem trazido maior satisfação e disposição no
trabalho, se refletindo em produtos de melhor qualidade.
3.1 Instalações
A Florist conta com dois galpões usados como setor de embalagens,
escritórios, armazenamento de insumos, ferramentas, etc. Ainda, possui duas
câmaras frias para conservação das flores na pós-colheita, além das estufas de
produção. A figura 1 mostra a distribuição das instalações na propriedade.
Figura 1. Vista aérea da propriedade da Floricultura Florist LTDA, no município de Dois Irmãos/RS. No detalhe a distribuição das instalações da propriedade.
Fonte: Google Maps, 2011.
3.2 Funcionários
5
Durante o período de estágio, a Florist contava com 27 funcionários com
carteira assinada, sendo que mais de 10 destes funcionários trabalham na
empresa a mais de 10 anos. Isso mostra que há certa satisfação entre os
empregados, refletindo em qualidade de produto final.
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1 Análise de mercado
A produção mundial de flores ocupa uma área estimada de 190 mil ha, e
movimenta cerca de U$ 16 bilhões anualmente na produção e U$ 44 bilhões no
varejo. Quase metade da produção mundial é de flor de corte. A Holanda e a
Colômbia são os maiores exportadores, sendo que a Holanda é o maior
produtor mundial de flores, responsável por cerca de 60% da produção mundial
e por 85% da produção da Europa, o maior importador e distribuidor (BUAINAN
& BATALHA, 2007).
Segundo o Ibraflor (2002), a floricultura no Brasil gera U$ 322,3
milhões/ano, gerando 120 mil empregos diretos, com média de 1,9 ha por
unidade de produção. Em 2004 este número subiu para 3,5 ha, havendo quatro
mil produtores em cinco mil hectares declarados.
O mercado brasileiro movimenta anualmente cerca de um bilhão de
reais, sendo o estado de São Paulo responsável por 70% desse valor
(ARRUDA et al., 1996).
A produção nacional está voltada para o mercado interno, e além de São
Paulo, destacam-se na floricultura os estados do Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná (PETRY, 2008).
De acordo com Petry (2008), o sul do Brasil apresenta grandes
possibilidades de crescimento da floricultura por ser uma região com maior
consumo per capita e por ter a tendência de criar produtos regionais e
diferenciar regiões produtoras. Essa diferenciação se deve a diversificação
climática e de uso do solo, além da economia ser baseada na agricultura
familiar na região colonial. Além disso, é um ponto estratégico de escoação da
produção para os países do Mercosul.
6
4.2 Principais espécies de flores e folhagens da propriedade
4.2.1 Gérbera (Gerbera hybrida)
Gerbera é um género de plantas herbáceas ornamentais pertencente à
família das asteráceaes (GERSTEBERGER & SIGMUND, 1980), cultivada em
grandes quantidades pela sua flor muito apreciada em arranjos ornamentais e
como planta decorativa de interiores. O gênero Gerbera inclui cerca de 30
espécies de plantas, dotadas de folhas basais, e flores reunidas
em capítulos solitários e multifloros com cerca de 10 cm de diâmetro,
intensamente coloridos. O fruto é um aquênio
O gênero Gerbera tem grande interesse comercial, sendo a quinta flor
de corte mais vendida (INFOAGRO, 2008), só sendo ultrapassada em volume
pela
acicular. É uma variedade
cultivada durante todo ano (PREESMAN, 2008).
rosa, o cravo, o crisântemo e a tulipa.
Os cultivares mais frequentes são os resultantes da hibridização entre
a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia, outra espécie sul-africana. O
híbrido é conhecido por Gerbera hybrida e dele existem cultivares com grande
variabilidade nas características florais, diferindo nos tamanhos e formas da
flor. As cores mais vendidas são branco, amarelo, laranja, vermelho, e rosa,
entre outros (INFOAGRO, 2008).
Esta planta deve ser cultivada a pleno sol, em solo composto de terra de
jardim e terra vegetal, bem adubado, com regas regulares. Apreciam o frio e
multiplicam-se por sementes ou por divisão de touceira (MASCARINI, 1998).
4.2.2 Lisianthus (Eustoma grandiflorum)
O lisianthus ou lisianto (Eustoma grandiflorum) é uma espécie que
começou a se destacar economicamente no Brasil na década de 90. É uma
planta da família das gentianaceas, originária da América do Norte (regiões
desérticas), sendo cultivada como flor-de-corte ou em vasos. É uma herbácea
bienal, cultivada como anual, de caule ereto, com folhagem e florescimento
ornamentais.
Sua produção e popularidade têm crescido e pode ser considerada uma
das dez mais vendidas no sistema de leilão holandês (KAMEOKA, 1998). Pode
7
apresentar três cores básicas: azul, rosa e branca (HALEVY; KOFRANEK,
1984). Há diferenças de preferência entre os mercados consumidores: o
europeu prefere o azul-escuro, enquanto o japonês e o brasileiro preferem o
branco com bordas azuis.
As cultivares são divididas em flores simples e dobradas, sendo que o
mercado europeu e o japonês preferem as primeiras, já o americano e o
brasileiro, as flores dobradas. A cultivar Echo é a mais comum no Brasil (CORR
e KATZ, 1997). Eustoma grandiflonum é uma importante flor de corte e de
vaso, produzindo flores de longa durabilidade.
4.2.3 Boca-de-leão (Antirrhinum majus)
As flores de Boca-de-Leão são originárias da Região Mediterrânea, e
pertencem a família Plantagianceae. São plantas bianuais, herbáceas, eretas e
floríferas. Suas inflorescências tem flores tubulares com dois lábios desiguais,
que originam seu nome. Se desenvolvem melhor com temperaturas amenas a
frio. Podem atingir de 60 a 70 cm de altura. Apresenta folhas lanceoladas,
membranáceas e pequenas (LORENZI, 2008).
As cores são diversas, dependendo da variedade, variando de rosa,
vermelho, amarelo até o branco. Tem certa resistência a pragas ou doenças,
mas são sensíveis a geadas. Devem ser cultivadas a sol pleno, em solos
orgânicos com regas regulares em solos bem drenados. A propagação é
através de sementes. Apesar de serem bianuais, os canteiros devem ser
renovados anualmente (LORENZI, 2008).
4.2.4 Tango (Solidago hybrida)
O tango é uma planta perene pertencente a família Asteraceae, e é
originário da América do Norte. Suas flores são amarelas, muito pequenas e
delicadas, formando numerosos capítulos dispostos em grandes
inflorescências ramificadas. As folhas são afiladas e longas, em forma de
lança. É uma planta ereta, e seu porte é de 0,80 a 1,20 metros de altura
(OLIVEIRA, 2009).
É utilizada predominantemente como flor de corte, mas pode ser
cultivada em canteiros, bordaduras e composições, acrescentado um estilo
8
campestre à paisagem. Deve ser cultivado a pleno sol em jardins ou, em
ambientes protegidos para flor de corte, em solos férteis, permeáveis e
enriquecidos com matéria orgânica. As regas devem ser regulares. Multiplica-
se por sementes, por divisão das touceiras e por estaquia herbácea
(OLIVEIRA, 2009).
Na fase de crescimento vegetativo, em produções comerciais, se faz a
complementação de fotoperíodo por meio de iluminação artificial. O tango,
floresce em noites longas de até 11 horas de escuridão, dessa forma é possível
retardar seu florescimento e garantir a produção durante todo ano. Apesar do
processo parecer simples, a luz tem que ser desligada no momento certo -
normalmente quando a flor atinge 50 centímetros de altura, para que ela cresça
mais 20 ou 30 cm (BORTOLIN, 2006).
4.2.5 Mosquito (Gypsophila paniculata)
A Gypsophila paniculata é uma herbácea perene ornamental conhecida
como “mosquitinho”, e produz inflorescências na primavera e verão em forma
de panícula, com numerosas flores pequenas e brancas (PETRY, 2008). É
originária da Ásia e Europa, e pertence a família Cariophyllaceae.
A G. paniculata floresce naturalmente no verão, sob dias longos,
apresenta 60-90 cm de estrutura e é altamente ramificada com folhas lineares
de cor verde acinzentado (PETRY, 2008).
Os ramos floridos são comercializados para uso em decoração e
arranjos florais (LORENZI, 2008). Devem ser cultivados em solo fértil e
enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente e em solo bem
drenado. No contexto do mercado mundial de flores, o mosquitinho garante
2,5-3,0% do total. No Brasil, é a 3ª flor mais comercializada (PETRY, 2008).
4.2.6 Aspidistra (Aspidistra elatior)
A aspidistra pertence à família Ruscaceae é de origem asiática. Planta
herbácea perene de rizomas ao nível da terra, de folhas de consistência
coriáceas, largas, verdes, por vezes com listras na cor creme. Possui
inflorescência arroxeada, meio escondida entre as folhas que pode passar
despercebida. Também, pode ser cultivada em qualquer parte do país,
9
inclusive nos estados mais frios. Adapta-se a locais à meia sombra, prestando-
se para cultivo sob árvores. Ao sol costuma apresentar queimadura castanha
nas folhas. O solo de cultivo deve ser rico em matéria orgânica, solto e
permeável. Para fazer mudas de aspidistra, deve-se separar os rizomas,
mantendo sempre gemas com 1 a 2 folhas e replantar. (STUMPF, 2009).
Faz parte de projetos de paisagismo, encontrando seu lugar à sombra de
árvores, junto a muros onde não incide o sol, em vasos para interiores e áreas
de lazer cobertas (figura 2).
Figura 2. Aspidistras a meia sombra em projeto paisagístico na Faculdade
de Agronomia da UFRGS.
5 ATIVIDADES REALIZADAS
Durante o período de estágio foi possível participar de quase todas as
etapas da cadeia de produção de flores e folhagens de corte, desde o
acompanhamento das culturas propriamente ditas, até a manutenção das
instalações do cultivo protegido. Foram acompanhadas as culturas de gérbera,
lisianthus, boca de leão, tango, gypsophila, e aspidistra.
5.1 Preparo do solo
O solo era preparado após as colheitas de boca-de-leão, lisianthus e
gypsophila. Nestas culturas a colheita era manejada com o final do ciclo da
planta, ou seja, as flores eram colhidas apenas uma vez, não permitindo o
rebrote. Segundo o produtor, este manejo é feito para se manter um padrão de
qualidade do produto final.
10
Após a colheita as redes de tutoramento e as mangueiras gotejadoras
eram erguidas, para possibilitar a passagem dos implementos (figura 3A). Em
seguida, com auxílio de uma enxada rotativa, eram incorporados os resíduos
das culturas ao solo, até que o mesmo ficasse bem “fofo” (figura 3B). As
entrelinhas que não eram atingidas pela enxada rotativa, entre os postes das
estufas, eram capinadas manualmente, para ajudar no controle das plantas
indesejáveis (figura 3C).
Na cultura do tango se fazia o mesmo procedimento, porém era
permitido o rebrote por três vezes, e só após a 3ª colheita é que se preparava o
solo.
O preparo do solo onde foram plantadas as mudas de aspidistra foi feita
com adubação em cobertura de cama de aviário. Logo após, foi passado o
escarificador, e em seguida se usou enxada rotativa para quebrar os torrões de
terra e incorporar o adubo.
O estagiário apenas participou da capina de entrelinhas e do erguimento
das redes de tutoramento.
Figura 3. A) Redes de tutoramento e mangueiras erguidas. B) Enxada rotativa. C) Capina de
entrelinhas.
5.2 Preparo dos canteiros
Com o solo preparado para o plantio de boca-de-leão, lisianthus,
gypsophila e tango, se passava o encanteirador, deixando os canteiros com
cerca de 20 centímetros de profundidade, 1 metro de largura, e no
comprimento da estufa (descontando os corredores das cabeceiras). O
estagiário apenas observou este procedimento.
A B C
11
Os canteiros preparados para o plantio de gérbera eram mais elevados,
variando de 50 a 80 centímetros de altura, para melhorar a ergonomia dos
funcionários. O estagiário não pode acompanhar este procedimento, pois os
canteiros já estavam instalados.
Os canteiros preparados, com ajuda do estagiário, para o plantio de
aspidistra foram feitos manualmente, pois na área escolhida para o cultivo não
havia a possibilidade de entrada do encanteirador. A altura dos canteiros era
de 30 centímetros.
Com os canteiros formados, estes eram cobertos com plástico, e
vedados com sacos de areia e terra para a aplicação do vapor da caldeira
(figura 4). Esta vaporização era feita por cerca de duas horas, e a temperatura
do plástico chegava a aproximadamente 80ºC, inviabilizando sementes de
plantas invasoras presentes no solo. Esta prática era bastante eficiente,
facilitando todo o processo de produção.
Figura 4. A) Caldeira. B) Canteiro coberto com plástico, vedados com
sacos de areia e terra para a aplicação do vapor da caldeira.
5.3 Cultivo de Gérbera
Após o plantio das mudas no canteiro, era espalhada casca de arroz
carbonizada (figura 5A) para o controle de plantas indesejáveis e, também, o
controle de lesma.
A desfolha é uma prática muito importante, e realizada mensalmente.
Consiste na retirada das folhas mortas, velhas e doentes (figura 5B),
melhorando a aeração e a entrada de luz para o melhor crescimento dos
botões florais. Além disso, com essa prática diminui a incidência de oídio
(Erysiphe cichoracearum).
B A
12
Figura 5. A) Casca de arroz no canteiro. B) Folhas mortas de gérbera.
A colheita é uma prática relativamente simples, pois consiste em fazer
um leve movimento em direção ao solo, com uma leve torção do pedúnculo,
tomando o cuidado de não quebrar a haste ao meio, mas na inserção com a
coroa floral. O ponto de colheita se define observando o capitulo da
inflorescência. As flores do “miolo” da inflorescência devem estar no máximo
50% abertas (figura 6B), pois se passar disso a haste é considerada velha
(figura 6A), e é descartada.
Figura 6. A) Gérbera velha. B) Gérbera adequada para colheita.
Após a colheita, as hastes eram levadas para o galpão. Lá, eram
hidratadas em baldes com água até serem efetivamente embaladas.
As gérberas eram comercializadas em caixas de 48 hastes, ou em
dúzias. A caixa com 48 hastes é formada por duas caixas pequenas que
comportam 24 hastes, e estas são hidratadas em um tanque com cloro, até o
momento de serem transportadas, ou até irem para câmara fria, a
aproximadamente 8ºC.
O estagiário participou das atividades de desfolha, colheita e pós-
colheita das gérberas.
B A
B A
13
5.3.1 Doenças
A principal doença observada na produção de gérbera foi o oídeo
(Erysiphe cichoracearum), que causa um bolor branco acinzentado sobre as
folhas, inicialmente na face inferior, e em casos mais avançados, clorose.
Porém esta não apresentou significativo nível de dano, pois era controlado com
a prática da desfolha.
5.3.2 Pragas
5.3.2.1 Vaquinha (Diabrótica speciosa)
Foi observada incidência de Diabrótica speciosa na cultura da gérbera
no período de estágio. Esta é um inseto polífago, ou seja, pode se alimentar de
folhas, frutos, brotos e pólen. Com isso, pode provocar danos por perfuração
de folhas, brotos e frutos. Porém, não foi observado danos de importância
econômica durante o período de estágio.
5.3.2.2 Ácaros (Tetranychus urticae)
A presença de ácaros também foi observada no período de estágio.
Estes são identificados como Tetranychus urticae, cujo nome popular é ácaro
rajado, e se caracterizam por apresentarem duas manchas escurecidas na face
dorsal do corpo. Localizam-se na face inferior dos folíolos e tecem considerável
quantidade de teia. Seus principais danos são a deformidades e má floração de
flores jovens, apresentando clorose nos capítulos e nas folhas. Foi observado
danos de importância econômica pelo estagiário.
5.3.2.3 Tripes (Frankliniella occidentalis)
O tripes, Frankliniella occidentalis, foi outra praga observada durante o
estágio. Apresentam maior atividade a temperaturas mais elevadas. Sua
localização se dava nas folhas e capítulos da planta. Seu principal dano é
causar deformidades e má formação dos capítulos, além de causar
14
descoloração nos capítulos. Foi observado danos de importância econômica
pelo estagiário.
5.4 Cultivo de lisianthus
Com os canteiros já formados, e com a vaporização pronta, as
mangueiras de gotejamento e as redes de tutoramento eram recolocadas
(figura 7), tomando o cuidado de remendar as mangueiras, caso estivessem
danificadas, e de remendar as redes que estivessem cortadas.
Figura 7. Mangueiras e redes de tutoramento instaladas.
Os canteiros eram umedecidos para facilitar a formação da cova onde as
mudas seriam colocadas. Em seguida, cada funcionário carregava uma
bandeja com 288 mudas, para o plantio. Estas mudas eram encomendadas de
Holambra-SP. Cada espaço da rede de tutoramento era ocupado por duas
mudas. É necessário o cuidado de não pressionar muito a muda na terra, para
não dificultar o desenvolvimento radicular da planta. Com as mudas plantadas,
os canteiros eram irrigados por aspersão, para melhor fixar as mudas na terra.
A medida que as plantas iam crescendo, a rede de tutoramento era
erguida, para que as hastes ficassem eretas. Este procedimento era realizado
semanalmente, até o momento da colheita. Ao mesmo tempo era feito o
controle de plantas indesejáveis, pois mesmo com a aplicação da vaporização,
algumas dessas plantas podem se desenvolver.
A colheita era feita com o uso de tesouras de colheita, e a haste era
cortada cerca de três centímetros do solo. O ponto de colheita era obtido pelo
tamanho da haste, com 70 centímetros de altura em média, e pelo número de
flores por haste, que era no mínimo três. Durante o crescimento da planta, há a
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formação de flores, mesmo com pouca altura. Por conta disso, era realizada a
poda destas flores, que eram comercializadas como “ponta” (figura 8), até a
altura desejada. Os buquês de “ponta” eram destinados, em sua maior parte,
aos decoradores, principalmente ara arranjos de mesa.
Figura 8. “Pontas” de lisianthus.
Após a colheita, as hastes eram transportadas para o galpão, onde era
feita a limpeza das folhas do terço final da haste e a retirada de flores
danificadas. Após a limpeza, as hastes eram agrupadas em maços, e
embaladas para comercialização.
O estagiário participou da colocação das redes de tutoramento e das
mangueiras gotejadora, do plantio, colheita e pós-colheita.
5.4.1 Semeadura de sementes peletizadas
Além de comprarem mudas de Holambra, o produtor comprava
sementes peletizadas para semear na propriedade. As sementes eram da
Sakata e da Ball.
A semeadura destas sementes era feita em bandejas onde vieram as
mudas já prontas. Essas bandejas eram preenchidas com uma mistura dos
substratos Biogrow e Carolina II (figura 9). Ainda, era adicionado a mistura o
adubo Yara PG mix 14-16-18.
16
Figura 9. A e B) Substratos utilizados para semeadura. C) Processo de
mistura dos substratos com o PG mix. D) enchimento de bandeja com os
substratos misturados.
Após o preenchimento das bandejas, o substrato era pressionado com
uma bandeja, para formar cavidades, para reter a semente. Em seguida, as
sementes eram espalhadas pela bandeja com um aplicador manual, deixando
uma semente por célula. Com a bandeja completa de sementes, esta era
colocada sobre a água, como um floating, por cerca de 10 minutos, deixando
úmido o substrato. É importante que a semente não seja coberta pelo
substrato, pois assim ela teria dificuldade para germinar.
As bandejas umedecidas eram levadas para as bancadas da câmara de
germinação, e lá eram cobertas por um saco plástico por 10 dias,
aproximadamente. Com o calor e umidade produzidos pelo meio formado com
o plástico, a semente era estimulada a germinar. Cerca de um mês após a
germinação as mudas estavam prontas para ser transplantadas aos canteiros.
O estagiário participou de todos os processos da semeadura de
sementes de lisianthus peletizadas.
5.5 Cultivo de boca-de-leão
O plantio, a manutenção dos canteiros, e a condução da boca-de-leão
são idênticos ao do lisianthus, diferindo apenas em relação a poda, que não é
feita na boca-de-leão.
A colheita desta planta era feita com o arranquio total da haste, não
permitindo o rebrote. O ponto de colheita era obtido pelo tamanho da planta e a
formação da inflorescência. Quanto mais flores na inflorescência, mais velha a
A B C D
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planta. O ideal é uma planta onde a inflorescência ainda não estivesse
totalmente formada, pois a longevidade é maior na pós-colheita (figura 10).
Figura 10. Hastes de boca-de-leão com inflorescências abertas quase
que na sua totalidade, em ponto de colheita.
O processo de pós-colheita da boca-de-leão também não difere do
descrito para o lisianthus. Difere apenas por serem comercializadas em dúzias,
e não em maços.
5.6 Tingimento de lisianthus e boca-de-leão
O tingimento era feito quando só havia flores brancas na propriedade, ou
seja, quando as flores coloridas estavam em falta. Ainda, era feito apenas sob
encomenda.
Para isso, as hastes colhidas não eram hidratadas por até 6 horas após
a colheita, até ficarem murchas. Eram formados os maços ou dúzias e em
seguida as bases das flores eram fervidas por 30 segundos e colocadas
diretamente nos baldes com tinta diluída em água da cor desejada.
Cerca de 30 minutos após este processo as flores estavam
completamente tingidas e hidratadas (figura 11).
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Figura 11. Lisianthus branco em balde de tinta amarela em processo de
tingimento.
5.7 Cultivo de gypsophila
Assim como nos itens anteriores, as mudas de gypsophila são plantadas
somente após a instalação do gotejo e das redes de tutoramento.
As mudas são compradas da empresa Flora Hiranaka, de São Paulo, e
quando chegavam, eram despontadas e transplantadas das bandejas para
vasos pequenos com o substrato mencionado anteriormente. As mudas ficam
nestes vasos até o transplante para o canteiro, cerca de 15 dias, para dar
tempo das raízes se desenvolverem, e para a planta se adaptar melhor ao
ambiente. A irrigação era feita manualmente quando necessário.
O transplante é feito com uma muda em cada espaço da rede, devendo
pular um espaço entre mudas. Do plantio até a colheita, as redes de
tutoramento eram erguidas, conforme o crescimento das plantas.
A colheita era mais dinâmica, sendo feita toda semana. Cada planta
rebrotava várias vezes, e com isso o crescimento dos rebrotes cresciam
desordenadamente, fora da rede de tutoramento (figura 12A), e para resolver
isso era feita a poda.
A poda era feita nos ramos principais, deixando apenas 2 centímetros de
comprimento (figura 12B). Após a poda as redes de tutoramento eram
colocadas rente ao canteiro, para conduzir o rebrote.
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Figura 12. A) Gypsophila antes da poda. B) Gypsophila após a poda.
Após a colheita, as flores eram levadas ao galpão para serem limpas, e
embaladas. Os maços prontos eram colocados em baldes com uma solução
contendo açúcar, e um prolongador para flores de corte, chamado SUPER 1
(15 L de água + 1060g de açúcar + 60mL de SUPER 1®) (figura 13). Com isso
abriam as flores que não estavam abertas, e se prolongava a vida pós-colheita
da gypsophila.
Figura 13. Material utilizado para solução de pós-colheita de gypsophila.
O estagiário participou das atividades de transplantio, poda, colheita e
pós-colheita da gypsophila.
5.8 Cultivo de tango
A propagação do tango é feita por estaquia herbácea. As brotações do
rebrote eram retiradas e levadas ao galpão. Lá era aplicado o hormônio AIB
(figura 14A), para acelerar o enraizamento. As estacas eram fixadas em casca
de arroz (figura 14B), até o enraizamento, e irrigadas com intervalos de 30
minutos. Após 15 dias as mudas estavam enraizadas e eram transplantadas
aos canteiros.
A B
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Figura 14. A) estacas herbáceas de tango com hormônio enraizador AIB.
B) Estacas herbáceas de tango fixadas em casca de arroz para o
enraizamento.
A colheita é feita manualmente, e quando a flor passa do ponto de
colheita, é realizada a poda com roçadeira e rente ao chão.
As hastes colhidas eram levadas ao galpão para, também, serem limpas
e embaladas. A limpeza das folhas era feita com um depenador.
O estagiário participou de todos os processos descritos para o cultivo do
tango.
5.9 Cultivo de aspidistra
Durante o período de estágio, uma nova área de aspidistra foi
implantada. Para isso foi construída um telado (sombreamento 70%) para
cobrir as plantas. Essa estrutura foi construída com postes de eucalipto e
taquaras (figura 15).
Figura 15. Estrutura sendo construída para sombreamento.
A B
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A aspidistra tem como característica ser uma planta de meia-sombra,
por isso seu cultivo comercial é sob tela de sombreamento (figura 16). Ainda,
pode-se dizer que é uma planta resistente aos extremos de temperatura.
Figura 16. Aspidistra cultivada sob tela de ssombreamento.
O plantio foi feito respeitando o espaçamento de 30 centímetros entre
plantas. Nas áreas já existentes antes do estágio, o manejo das aspidistras era
de arranquio manual de plantas indesejáveis, pois não havia a caldeira na
época, e irrigação por aspersão.
O estagiário participou da construção da estrutura para o telado, do
preparo dos canteiros e do plantio das aspidistras. Porém, não participou de
atividades como colheita e pós-colheita.
5.10 Irrigação e Fertirrigação
A adubação era feita por meio de fertirrigação, em todas as culturas, de
duas a três vezes por semana, e com 30 minutos de duração para cada estufa.
Amostras de solo eram coletadas e enviadas a um laboratório de São
Paulo, que fazia uma tabela de recomendação a partir de análise de macro e
micronutrientes.
Os insumos eram misturados em tanques diferentes, pois alguns destes
insumos são incompatíveis.
O estagiário apenas observou o processo de irrigação e fertirrigação.
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5.11 Transporte e comercialização
Após as flores serem embaladas, estas eram armazenadas nas câmaras
frias, onde ficavam até a hora de serem comercializadas.
Os caminhões de entrega eram refrigerados, preservando a qualidade
das flores até o destino final.
O estagiário acompanhou todo este processo.
6 CONCLUSÃO
O estágio curricular obrigatório possibilitou vivenciar a rotina da
produção de flores em ambiente protegido, desde o plantio até a colheita. Além
disso, propiciou um maior entendimento da logística da produção, e permitiu o
contato com outros profissionais da área de floricultura.
Com isso, foi possível agregar os conhecimentos adquiridos em sala de
aula com a prática, aproximando a teoria da realidade.
7 ANÁLISE CRÍTICA
A Floricultura Florist é exemplo de empresa rural, que se preocupa em
estar atualizada no mercado, investindo em tecnologia de produção, sempre
em busca da qualidade de suas flores.
A aceitação de estagiários é uma das suas qualidades, o que mostra a
visão de futuro da empresa que investe em mão-de-obra mais qualificada. Essa
visão também é justificada por meio de cursos periódicos de capacitação
realizados para seus funcionários.
Um dos pontos negativos é que o estágio foi realizado por
aproximadamente dois meses, e algumas atividades como o manuseio de
tratores e implementos, e a pulverização de defensivos agrícolas para o
controle de pragas e doenças, não puderam ser realizadas pelo estagiário. Tais
atividades são realizadas apenas por funcionários com mais de três meses de
trabalho.
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8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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