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Redes sociais e colaborativas em bibliotecas de ensino escolar e superior

Cristina Palhares

HISTÓRICO/CONCEITO REDES SOCIAIS

Conceito fundamentado a partir da Sociologia

e da Antropologia, no final do séc. XX.

Está relacionado às relações representadas por

agrupamentos de pessoas, de diferentes grupos

sociais, étnicos, religiosos, culturais etc., no âmbito

nacional e internacional.

Aplicado e desenvolvido nos campos da

Antropologia, Biologia, Ciências da

Comunicação, Economia, Geografia,

Ciência da informação, Psicologia social,

Serviço social, entre outros.

CARACTERÍSTICAS E ESTRUTURA

Agrupamento por semelhanças e interesses, estabelecendo

relações de amizade, acadêmicas e profissionais.

Desenvolvem-se e modificam-se através da inserção de

novos integrantes; de acordo com eventos do cotidiano

social, político, econômico etc. e do compartilhamento de

conteúdos.

Estrutura não linear, descentralizada, dinâmica e auto-

organizável.

Disponibiliza ferramentas capazes de promover a interação

e o compartilhamento de conteúdos entre os participantes,

em tempo real ou não.

PERFIL DO USUÁRIO CONTEMPORÂNEO

Conhece, aprecia e faz uso das TICs na vida pessoal, profissional e acadêmica;

Dinâmicos, ansiosos e interativos;

São das gerações que migraram para as novas TICs e/ou que nasceram a partir da metade da década de 1990, sob a forte influência da Web.

.

USO DA REDES SOCIAIS E COLABORATIVAS

EM B.U. e ESCOLARES

- Perfis personalizados;

- Utilização de ferramentas que promovam o compartilhamento de conteúdos dinâmicos e sucintos;

- Promoção do diálogo e a troca de informações e diálogos entre os participantes das redes sociais;

- Uso das ferramentas para divulgação de informações,

serviços e produtos das unidades informacionais;

- Aproveitamento dos perfis dos usuários para traçar as políticas de DSI da unidade de informação;

FOCO: maior aproximação com as novas gerações

Fonte: http://goo.gl/1mb7I2

DSI na WEB (RS/C) A prática profissional, especialmente na DSI

em RSC, não deve ser conservadora, sim democrática. Não deve compactuar com a censura, não cerceia o direito de acesso à informação, que deve ser de forma justa e exata, levando ao internauta, por meio do compartilhamento de conteúdos produzidos na Web, o conteúdo informativo selecionado e analisado criticamente, no sentido de informar e não de introjetar múltiplas opiniões no leitor.

DIREITOS AUTORIAS NA WEB A tecnologia é veloz comparada à evolução das sociedades,

porque primeiro são projetadas e implantadas, “depois vem a

cultura e a ética de uso da mesma de modo a manter

protegidos os direitos e garantias fundamentais”. Segundo

Guimarães & Molina (Org. ), 2008, p.95), o “Direito vem atrás

de tudo, pois só quando são definidos os valores éticos a serem

protegidos é que pode ser feita uma norma, que irá traduzir e

impor isto dentro de uma linguagem legislativa para

determinar o padrão de comportamento social e juridicamente

adequado.”

No BRASIL Direito autoral, direitos autorais ou direitos de autor são as denominações dadas pela área do

Direito para indicar a autoria de obras artísticas, literárias e científicas.

Não havia nenhuma lei específica sobre o assunto até a Idade Média,

As necessidades sobre esta questão são pensadas a partir da invenção da prensa de Gutenberg;

Na Convenção de Berna, Tratado Internacional que começa a vigorar a partir de 1886, onde 117

países, incluindo o Brasil, assinam este documento;

Cada país tem a sua própria lei Dos Direitos Autorais, levando em consideração a ampla

divulgação cultural e científica das obras;

Obras literárias, em caráter específico com o objetivo voltado ao Ensino, podem ser

reproduzidas;

Roma, em 1928, assinado um novo decreto que proteção aos direitos do autor, incluindo os

DIREITOS MORAIS do autor;

No Brasil, o 1º Código Penal da República, Capítulo V: “Dos crimes contra a propriedade

literária, artística, industrial e comercial”.

Creative Commons Organização não governamental, localizada em São

Francisco, EUA, voltada para a expansão de obras criativas

através de licenças que permitam a cópia e o

compartilhamento de conteúdos com menos restrições que os

conteúdos protegidos por copyright.

A ONG criou diversas licenças, conhecidas como licenças

Creative Commons para a disponibilização dos conteúdos na

Web.

Licenças Creative Commons

ÉTICA PROFISSIONAL

Ética profissional = Deontologia (teoria do Dever) = razão prática e liberdade (KANT); princípios e regras de conduta

=

Código de Ética Profissional = conjunto de normas que regem moralmente os profissionais de determinada área.

Código de Ética Profissional do

Bibliotecário

Aprovado pela Resolução CFB 327/86

S e ç ã o I

Dos Objetivos

Art. 1o – O Código de Ética Profissional tem por objetivo fixar normas de conduta para os profissionais em Biblioteconomia, quando no desempenho da função.

Seção II

Dos Deveres e Obrigações

Art. 2o – Os deveres do profissional de Biblioteconomia compreendem, além do exercício de suas atividades:

a) dignificar através de seus atos a profissão tendo em vista a elevação moral, ética e profissional da classe;

b) observar os ditames da ciência e da técnica, servindo ao poder público, à iniciativa privada e à sociedade em geral;

c) respeitar leis e normas estabelecidas para o exercício da profissão;

d) respeitar as atividades de seus colegas e de outros profissionais;

e) colaborar eficientemente com a Pátria, o Poder Público e a Cultura.

Art. 4o – A conduta do Bibliotecário em relação aos colegas deve ser pautada nos princípios de consideração, apreço e solidariedade, em consonância com os postulados da Classe.

O que é um comportamento profissional e socialmente

aceito?

E T I Q U E T A “A etiqueta não se reduz a mero repertório do

que devemos ou não fazer. É preciso que os gestos e palavras considerados belos adquiram um sentido cerimonial, tomem a forma de um ritual quase religioso. É preciso que as boas maneiras, esta redução da ética a uma estética, do bom ao belo, se enraízem numa política: que a conduta valorizada seja um sacrifício prestado a um senhor, a um príncipe que governa não só o Estado como os atos dos seus membros de maior destaque.” (RIBEIRO, 1983, p. 23).

O QUE É ETIQUETA

A etiqueta não é apenas um conjunto de regras para o convívio social, mas

também tem em sua essência a preocupação com o outro, com as

necessidades do outro . Ou seja, o respeito pelo outro;

Antes, o comportamento era padronizado e imposto pelas classes

dominantes;

Formalismo e as regras eram impostas às classes menos favorecidas

financeiramente;

A contracultura influenciou diretamente no comportamento social;

DÉCADA DE 90: MUDANÇAS COMPORTAMENTAIS DEVIDO À GLOBALIZAÇÃO E À EXPANSÃO DAS REDES

TECNOLÓGICAS

Inclusão e complexidade nas relações sociais;

Individualidade, infantilização e isolamento;

Falta de parâmetros e limites;

Valores e educação: regras de civilidade.

O R I G E M

Conjunto de normas de conduta social, segundo Houaiss (2001);

Surge na Itália e França, nos séculos XIV e XV;

Significa a adoção de regras para a convivência social, nivelando os direitos e deveres de todos;

Leonardo da Vinci: séc. XV, convivência à mesa;

Em 1530, é lançado o best seller ‘Manual de etiqueta”, de Erasmo de Roterdã, para crianças.

I T Á L I A

Surgem as primeiras regras de etiqueta no Renascimento;

Forte ligação com o Humanismo;

Valorização do nível cultural,

Ideais gregos, onde os indivíduos eram

reconhecidos como nobres pelo nível de educação, refinamento, desempenho, variados conhecimentos, como arte, música, medicina, filosofia entre outros.

F R A N Ç A Desenvolve o seu modelo de etiqueta, incorporando

um lado artificial e fútil,

Importante é dar visibilidade às hierarquias de poder,

aos nobres apenas;

Etiqueta da teatralidade, da representação;

Códigos rígidos, o que reflete símbolos de poder;

Etiqueta da aparência e apenas usada pelos nobres.

CONTEMPORÂNEO

A partir dos anos 60 surgem mudanças, os códigos burgueses são desprezados;

A ética do cotidiano nasce dos comportamentos sociais;

Como se comportar socialmente na atualidade mediatizada e tecnológica;

Surgem novas classes sociais, principalmente proveniente do poder econômico e que dá aos indivíduos o pertencimento em todos os setores, buscam-se novas maneiras das pessoas apresentarem-se, relacionarem-se e conviverem em grupos distintos;

É necessário prestar atenção no outro e preocupar-se com ele, porque ele não conhece as regras de determinado grupo social que antes ele não fazia parte;

É preciso enxergar o Mundo, o Meio ambiente e compreender todas as mudanças decorrentes das novas economias.

Regras para o compartilhamento de conteúdos em Redes Sociais Análise criteriosa do conteúdo que será compartilhado nas redes sociais;

Direcione os conteúdos às pessoas, grupos ou empresas de acordo com as temáticas de interesse dos mesmos;

Certifique-se de respeitar os direitos autorais e praticar e promover o uso adequado de conteúdo;

Proteja as informações confidenciais e proprietárias;

Os perfis empresariais não são para compartilhar pontos de vista pessoais, a menos que reforcem os valores da marca e feitos de acordo com as diretrizes e o código de conduta;

Represente o que deve representar, evite qualquer julgamento de valor moral.

ETIQUETA NA WEB

Segundo Helena Duncan, dona do blog

etiquetanaweb.com, as pessoas costumam

pensar que a Web é um anonimato, portanto

não necessários os “códigos de educação,

bom senso e ética, os mesmos que nos

regem, ou deveriam nos reger on e offline. “

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O conhecimento sobre culturas, religiões, direitos

humanos, profissões, entre outros, estabelece o

vínculo de consciência e as ações praticadas por um

indivíduo, seja no âmbito social, familiar ou

profissional. Desta forma, o indivíduo age de acordo

com as regras e os preceitos estabelecidos pelo

diferentes grupos e, portanto, nas redes sociais terá

condições de fazer ponderações antes de disseminar

qualquer tipo de conteúdo.

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