Viste, hoje, o passarinho na janela? Tão frágil, tão pequeno, tão delicada fera

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Viste, hoje,

o passarinho na janela?

Tão frágil, tão pequeno,

tão delicada fera.

Parece procurar-te, de primavera em primavera.

Até... Pousar cansado, noutra janela.

Ouviste-lhe, acaso,

o canto de saudade?

Também eu te procuro minha bela,Encontro-te no meu peito:

- fiz-te um ninho

Aconcheguei-te no meu altar de Deus.

É que aquele passarinho na janelaLembrou-me o dia que há muito já

perdi...

Bem me quiseste e tanto bem te quis...

Quiseste mais, eu sei, compreendi.

Tu frágil, doce, bela... Lembro-me de ti.

Esquecer-te, meu amor, seria como me esquecer de mim.

É que aquele dia último de janeiroCerrou-te os olhos delicadamente,

E entre beijos eu te vi partir...Voaste!...

Voaste firme e decididamente.De volta aos braços do teu Amor

Primeiro.

E eu...Fiquei aqui...

Eu... E aquele Bem-te-vi.

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