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154 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo VI AAss TTrriibbooss PPeerrddiiddaass nnoo PPaaííss ddoo SSooll NNaasscceennttee
As Tribos Perdidas no País do
Sol Nascente
Terceiro arquipélago mais
numeroso do mundo depois da
Indonésia e das Filipinas, o Japão
possui 377.835 km² e é formado
por 6.852 ilhas, das quais apenas
426 são habitadas por cerca de
128 milhões de pessoas.1 País
altamente industrializado, famoso
pela indústria automotiva e
eletrônica o Japão é o quarto
maior exportador mundial depois
da China, Alemanha e Estados
Unidos com 765 bilhões de
dólares e a terceira economia
depois dos Estados Unidos e da
China com um Produto Interno
Bruto de 5,458 trilhões de dólares
e uma renda de 42 mil dólares. O
País é uma Democracia
Constitucional governada por um
Primeiro Ministro nomeado pela
Dieta (o parlamento), mas tem no
Tenno, o Imperador, que no passado
foi adorado, o símbolo máximo de
sua unidade nacional.
1 As quatro maiores ilhas japonesas, Honshu (230 mil km²), Hokkaido (83 mil km²) Kiushu (36 mil km²) e Shikoku (19 mil km²) detém 97% de seu território que é equivalentes a dos estados de Mato Grosso do Sul e Sergipe juntos e 98,34% de sua população que equivale aos sudeste e ao nordeste reunidos.
Há vestígios da
presença das tribos
perdidas no distante
Japão do Imperador
Akihito e da Imperatriz
Mishiko.
Imperador Akihito e Imperatriz Msishiko do
Japão. Autor: Nathanael T. Miller, 28 de junho de 2005. Wikimedia Commons 3.0; http://www.navy.mil/view_single.asp?id=25793
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Quanto à religião, o povo japonês abandonou a muito o
famigerado culto de adoração ao Imperador.2 Após a capitulação
japonesa o Imperador Hirohito (1901-1989) renunciou para sempre
à sua divindade depois de ter exercido um dos governos mais
brutais da história da humanidade3 e povo japonês renunciou
perpetuamente á guerra.4 Classificar a religiosidade japonesa não é
tarefa fácil, e as estatísticas sempre contém certa subjetividade já
que o xintoísmo, a religião de 93% do povo japonês não exige
nenhuma proclamação de fé ou mesmo expressão dessa fé,
bastando a participação em algum ritual para que a pessoa seja
considerada parte dela. No entanto o xintoísmo convive com outras
religiões e é o que ocorre na maioria dos casos exceto no caso dos
cristãos de orientação protestante, dos muçulmanos e dos judeus.
Dessa forma a World Operation 2010 estima que os budistas que
chegaram ao Japão por primeira vez no século VI representem
69,6% do povo japonês somando 89,5 milhões. Os japoneses que
simplesmente não tem opção religiosa são 23% somando 29,4
milhões de pessoas. Não religiosos e ateus são 5% da população,
comando 6,4 milhões. Os cristãos que chegaram ao país em 1542
através dos portugueses que aportaram em Kyushu trazendo o
catolicismo romano são 1,5% e somam 1,92 milhão. Os muçulmanos
tiveram sua primeira conversão no país apenas no século XX e
representam apenas 0,2% e somam 256 mil, sendo que destes apenas
19,5% são japoneses, os restantes são Bengalis e Punjabs com 71 mil cada
um, Persas com 51 mil, Malaios com 10 mil e Turcos com 3.000. Para
mais detalhes consulte nosso artigo: Estudo Sobre a História e a
Religiosidade Japonesa.
2 Durante a Segunda Guerra Mundial a figura monárquica foi literalmente adorada numa época em que o Kokka Shintō (Estado Shinto) impôs o conceito Arahitogami, (Deus que é humano) dando ao povo a ideia de que o Imperador era o mediador entre os homens e Elohim. Este conceito os fanatizou ao ponto de considerarem suas vidas insignificantes perto da glória do Imperador. 3 As forças militares japonesas ao ocuparem países asiáticos cometeram crimes de guerra tão hediondos como os dos nazistas, mas numa proporção maior. Estima-se que os nazistas tenham provocado a morte de 20 milhões de eslavos principalmente russos, 6 milhões de judeus e 500 mil ciganos. Os japoneses podem ter provocado a morte de 30 milhões de filipinos, malaios, vietnamitas, cambojanos, indonésios e birmaneses e 23 milhões de chineses étnicos. 4 O sofrimento resultante da guerra que matou 3,75% de sua população (2,68 milhões) e a humilhação suprema da rendição incondicional após as explosões das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, bem como a vergonha ao descobrir os crimes de guerra de seu exército claramente revelados durante o Julgamento de Tóquio levaram o povo japonês a renunciar perpetuamente à guerra como meio de resolver disputas.
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Comecei pelo Japão, por
que nesse caso em particular, o
que afeta ao Japão em certo
sentido afeta nosso país e pode
mudar os rumos na hora de
evangelizar um japonês.
Estamos falando sobre tratar
alguém como possível
descendente de Israel significa
abrir a ele a porta do retorno,
da teshuvá, e não apenas pregar
sobre a salvação alcançada por
graça seguida do cumprimento
das mitsvot básicas obrigatórias
aos gentios. O país unificado no
século IV pelo povo Yamato
enviou imigrantes para diversos
países, principalmente o Brasil,
que com 1,5 milhão de
japoneses tem a maior colônia
fora da Ásia. Destes, 49% vivem
em São Paulo.
Logo, como veremos a
seguir, o que afetaria a nossa
evangelização de um japonês se
habitássemos no rico
arquipélago asiático de quase
7.000 ilhas deveria afetar
igualmente a nossa pregação ao
encontrar um de seus
descendentes no Bairro da
Liberdade e no Estado de São
Paulo onde são 1,9% da
população ou no resto do país
onde são em média 0,8% dos
brasileiros.
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O povo que começou a chegar ao Brasil em grandes levas a
partir do ano 1908 na histórica viagem do navio Kasato Maru que
aportou em Santos, depois de 52 dias de viagem iniciada em Kobe
no Japão trazia 781 pessoas a bordo. Outras viagens se seguiriam
por décadas até que ao início dos anos 60 quando a imigração
cessou quase 190.000 japoneses tinham desembarcado em solo
brasileiro e ajudado a criar um novo país com maior diversidade
cultural, linguística, étnica e religiosa.
Aquele povo sofrido e trabalhador enriqueceu e ajudou a
enriquecer o Brasil e para surpresa de todos, inclusive dos próprios
isseis os imigrantes, seus filhos os nisseis já não conseguiram segurar
o anseio da juventude pela integração que começou a casar cada
vez mais com gaikokujin, ou seja com não nipônicos, trazendo às
suas famílias uma crescente comunidade mestiça.5
Se apenas 6%
dos filhos dos
imigrantes eram
mestiços, o número
de netos mestiços
saltou para 42% e
atualmente a terceira
geração no Brasil já
se compõe de 61%
de mestiços a maioria
dos quais não fala
japonês e não tem
sequer conhecimento da religião de seus antepassados aportados
ao Brasil. Erraram os críticos que diziam que aquilo não daria certo,
que o povo japonês era insolúvel como o enxofre e jamais ajudaria a
criar um povo homogêneo.
5 A miscigenação cresceu rapidamente. Contra os preconceitos naturais que a princípio separavam povos de raça, língua, religião e cultura diferente os filhos dos imigrantes interagiam com os filhos da terra. Estes casamentos com homens e mulheres de fora da comunidade geraram sanseis (netos) integrados à sociedade brasileira e estes geraram seus yonseis (bisnetos) ainda mais integrados. Hoje vivemos a quarta geração, os gosey as vezes apenas aparentados com japoneses e cujos traços visíveis só a muito custam revelam ser descendentes de nikeis ou japoneses saídos da Ásia a tão somente um século.
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Mesmo contra a resistência dos isseis (imigrantes), os nipo-
brasileiros foram rompendo barreiras e se integrando no meio de
um povo onde a miscigenação era parte da cultura e até mesmo da
política oficial de branqueamento da raça. 6 O que se viu a partir dali
respondia a uma pergunta: Se portugueses e seus descendentes
tinham sido capazes de se casar com índios e negros, por que não
os japoneses. A natureza que impele os homens a se amarem por
cima de toda e qualquer barreira, a mesma que fez com que Efraim
se misturasse a todos os povos fez com que os nipônicos e
brasileiros dessem origem a um novo grupo étnico, os autênticos
nipo-brasileiros, fruto da fusão entre asiáticos e caucasianos.
Não tardou para que meninos e meninas brasileiros e
japoneses, talvez até mesmo atraídos pelas diferenças tipológicas
descobrissem que somos um só ante o Criador e que uma raça não
precisa prevalecer sobre a outra a fim de a redimir como pensavam
algumas autoridades do Brasil condutoras da política de constantes
casamentos mistos entre brancos e negros a fim de promoverem o
“branqueamento da raça”.
Essa rápida integração entre japoneses e brasileiros é um
exemplo vivo do que pode ter acontecido com a Casa de Israel entre
as nações e explica por que nenhuma comunidade que se supõe
descender de Israel fale hoje o hebraico, tenha traços indeléveis da
cultura judaica ou mesmo apresente sinais físicos típicos de um
povo semita. Basta considerar que no caso dos japoneses se na
primeira geração de imigrantes a maioria mal conseguia falar o
português, na segunda geração 18% só falavam o português
enquanto na terceira geração este índice já era de 39%. Mantidas
estas tendências em mais duas gerações poucos nipo-brasileiros
saberão falar o japonês a exceção dos dekaseguis que são os
brasileiros que foram trabalhar no Japão.
6 A política oficial da época era o branqueamento da raça. Por incrível que pareça o racismo no Brasil tomou caminhos bem
distintos do racismo nos Estados Unidos, por exemplo. Aqui se estimulava o casamento do branco com o negro para que seus filhos mestiços voltassem a se casar com brancos e finalmente os traços negros desaparecessem da nossa sociedade. Por trás dessa política insana estava um conceito sócio-religioso denominado a redenção de Cão. Segundo esse conceito os negros precisariam ser libertos das marcas da maldição de Cham. Temiam os crentes em tal sandice que os japoneses jamais contribuíssem no processo de branqueamento, pois viveriam isolados em suas própria comunidades, que era aliás o que os próprios isseis pensavam que ocorreria.
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Santuário de Suwa-
Taisha em Nagomo,
onde se realizou por
séculos a cerimônia
que representa o
sacrifício de Ytzchak.
Shimosha Akimiya Suwa Taisha , Shimosuwa, Nagano Prefecture, Japan, autor:
Por outro lado se o abandono da língua materna se dá a um
ritmo alarmante o abandono da religião dos ancestrais é ainda
maior.7 Se em um século e apenas 3 gerações 6 em cada 10
japoneses foram assimilados no Brasil é evidente que em 27 séculos
e 81 gerações já quase reste nada da comunidade de Israel
especialmente quando o Eterno já menciona o fato de que Efraim se
mistura com os povos. Essa mistura é tal que quase já nada resta de
sua raiz em Avraham e em Israel.
No entanto estamos falando de
que quase já nada reste, e não de
que nada mais reste. E este é o caso
do próprio Japão, onde existem
vestígios de um passado israelita. O
escritor japonês Masumi Sugae
(1754-1829) que viveu durante a Era
Edo8 narra a realização do festival
denominado ontoshai que é
realizado a 15 de abril de cada ano
no santuário de Suwa-Taisha onde
um menino era atado para um
sacrifício até que um veado era
providenciado para ser sacrificado
em seu lugar. Este cerimonial era
segundo os antigos realizados em
honra a Misagushi ou Misakishi que
bem pode ser segundo alguns
intérpretes Mi-Isaku-chi", onde "Mi" significaria "grande", "Isaku"
provavelmente, Isac correspondendo a palavra hebraica "Yitzhak", e
"shi" é algo para o final da palavra.
7 Enquanto no Japão 96% da população é budista ou xintoísta e apenas 3% é cristã de maioria católica, no Brasil, em apenas 3 gerações 60% dos japoneses abraçaram o cristianismo, principalmente o católico e deixaram para trás a língua japonesa. O Estudo das transformações linguísticas e religiosas do povo japonês é, pois uma imagem vívida e atual do que deve ter acontecido com as populações israelitas que já saíram de sua terra contaminados pela assimilação e é claro a intensificaram ainda mais sob a pressão das perseguições e dos casamentos com os gentios por onde passaram. 8 Os japoneses marcam as eras de acordo com seus governantes. A Era Edo, chamada de Edo-Jidai é o período em que o Japão foi governado por xoguns do clã Tokugawa e se iniciou a 24 de março de 1603 finalizando a 3 de maio de 1868 dando lugar a Era Meiji iniciada durante o governo do Imperador Meiji (1852-1912).
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160 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo VI AAss TTrriibbooss PPeerrddiiddaass nnoo PPaaííss ddoo SSooll NNaasscceennttee
As evidências apontam
para o fato de que o povo de
Suwa tenha feito de Ytzchak
um Elohim devido à
influência dos povos
idólatras. No entanto a
hipótese de que Misakushi
signifique apenas “Grande
Ytzchak” também precisa ser
levada em conta. Ainda que o
costume tenha sido
modificado e um menino não
seja mais colocado no altar
para ser liberto no último
instante, e animais não sejam
mais sacrificados, sendo
substituídos por bichos
empalhados, o paralelo com
a Torah é inegável.
Arimasa Kubo9 (1955 -),
um pastor evangélico
japonês que estuda paralelos
entre a cultura japonesa e a
hebraica assinala uma série
de outras aproximações. Os
Yamabushi, sacerdotes
budistas levam o tokim,
caixinha preta amarrada à
cabeça por um fio preto e
que recorda os tefilim que os
judeus usam em suas
orações.
9 Consulte os artigos de Arimasa Kubo em Moshiach.com sob o título: The Ten Lost Tribes: Japan. http://www.moshiach.com/tribes/ns/5.html The Ten Lost Tribes: Japan (2) http://www.moshiach.com/tribes/ns/5b.html The Ten Lost Tribes: Japan (3) http://www.moshiach.com/tribes/ns/5c.html
The Ten Lost Tribes: Japan (4) http://www.moshiach.com/tribes/ns/5d.html
Semelhanças Entre Japoneses e
Israelitas
Aparência dos Yamabushi, Nakajima Shuangyang, 1928. Domínio
Pùblico
1100 anniversary festival of Yaho Tenmmangu, Binh Giang, Domínio
Público.
Traditional wedding ceremony at the Meiji-jingu, Galeria de
EverJean, Flicker
Ramo de Tamagushi oferecido pelo Kanushi, autor:
Urashimataro. Wikimedia, Domínio Público.
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161 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo VI AAss TTrriibbooss PPeerrddiiddaass nnoo PPaaííss ddoo SSooll NNaasscceennttee
As cerimônias são oficiadas tocando uma concha grande
semelhante ao shofar tocado pelos judeus. No Japão não se criavam
carneiros. O Mikoshi que os xintoístas transportam nos festivais
lembra a arca da aliança levada pelos levitas. A roupa sacerdotal dos
xintoístas é outro paralelo com a usada pelos antigos levitas.
O manto branco que o kannushi, o sacerdote xintoísta usa em
suas procissões e atuações nos santuários recorda o sacerdote de
Israel tanto pela cobertura que usa sobre a cabeça como pelo manto
com os cordões que pendem nas suas extremidades à semelhança
dos tzitziot que os israelitas eram obrigados a usar por
mandamento. Outro detalhe diz respeito ao próprio santuário do
xintoísmo que como o tabernáculo que possui um compartimento
onde somente o kannushi pode entrar. Além do mais para se
achegar ao santuário as pessoas tinham que se banhar em água,
seja num rio ou numa fonte d`água, ainda que agora só se faça a
ablução das mãos.
É importante ressaltar que apesar de politeístas os santuários
Xintó não possuem deuses esculpidos, diferentemente dos
santuários budistas. O conceito xintó é que os seus seres devem ser
pensados, mas não reproduzidos. Claro que o politeísmo é um
conceito abominável para o Criador e para o judaísmo, mas não se
deve esquecer que Israel caiu justamente por que era politeísta
antes de ir para o exílio. Israelitas adoravam diversas divindades
principalmente Baal e sua esposa Asherat (Astarot), os criadores da
vida. No xintoísmo o casal de deuses formado por Izanagi e sua
esposa Izanami são os seres que criaram o mundo. Ou seja, a
presença da teologia pagã entre os japoneses não depõe contra um
possível passado israelita, pelo contrário até mesmo o confirma.
Outro interessante detalhe é que o ano novo japonês que na
Era Meiji começava a 15 de janeiro, ainda que agora se inicie a 1° de
janeiro marca o começo de uma série de celebrações que incluem
entre outras o consumo de “mochi” (bolo de arroz) por sete dias.
Durante estes dias os japoneses bebem mingau de ervas amargas,
ainda que no passado comessem as próprias ervas amargas.
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Escritores que Atestam
Semelhanças Entre Japão e Israel
N. Mcleod & Josef Eidelberg
Epítome da História Antiga do Japão
Origem Bíblica e Hebraica do Povo Japonês
Avigdor Shachan & Eliyahu Avichail
Nos Passos das Dez Tribos Perdidas
As Tribos de Israel, os Perdidos e os Dispersos
Rabino Marvin Tokayer
História Antiga do Japão – os Judeus Ocultos
É difícil não se
estabelecer um paralelo com a
festa dos pães sem fermento
e as ervas amargas que
deveriam ser comidas no
pessach. Outra festividade
interessante é o Gion Matsuri
que ocorre em Kioto no
sétimo mês do calendário
japonês que é o de julho e
culmina com um desfile no
dia 17 em que as pessoas
exclamam “Heian-kyo” que
significa paz em japonês.
Possivelmente Gion seja
mesmo Tzion.
O escritor escocês N.
Mcleod autor de "Epitome of
Japanese Ancient History"
(Epitome da História Antiga
Japonesa) impresso em
Nagasaki em 1875 concluiu os
festivais japoneses se
assemelhavam muito aos
festivais judaicos que viu na
Europa.10
Outra importante obra
foi escrita pelo militar judeu
ucraniano Joseph Eidelberg
(1916-1985) depois de passar
anos no Japão observando a
cultura, os costumes e a
língua japonesa.
10 A obra N. Mcleod pode ser adquirida na livraria eletrônica Amazon. Epitome of the Ancient History of Japan,
Including a Guide Book. http://www.amazon.com/Epitome-Ancient-History-Japan-Including/dp/1402148984
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163 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo VI AAss TTrriibbooss PPeerrddiiddaass nnoo PPaaííss ddoo SSooll NNaasscceennttee
O título The Biblical Hebrew Origin of the Japanese People (A
Origem Bíblico Hebraica do Povo Japonês). 11 O Pastor nipônico
Arimasa Kubo observa ainda que Joseph Eidelberg aponta cerca de
300 semelhanças entre o hebraico e o japonês em seu livro. A
palavra japonesa anata que significa “você” também é dita anta, e
no dialeto de-Kyushu é dito atah o mesmo que em hebraico. Em
japonês meios para medir é Hakaru idêntico ao hebraico haqar,
investigar ou medir. No japonês horobu significa “perecer” e em
hebraico Horebe significa “tornar-se em ruínas ou perecer”.
Em Japonês teru significa “brilhar” e no hebraico teurah
significa “iluminação”. No japonês Kamau significa “mente ou
cuidado” e no hebraica kamal significa simpatizar. No japonês
damaru, significa “tornar-se silencioso” e em hebraico se diz damam.
A palavra para pressa em japonês é hashiru e no e hebraico é hush.
A vara com papéis brancos em zigue-zague colocados na sua parte
superior agitada pelo sacerdote xintoísta é chamada nusa em
japonês, e a palavra hebraica nes significa bandeira. Braço em
japonês é ude e mão em hebraico é yad. Em japonês ombro Kata e
em hebraico é qatheph. Fim ou acabamento em japonês é owari, e
em hebraico é aharith. Hoje em japonês é Kyou, e em hebraico
qayom. Em japonês doloroso é tsurai e em hebraico tzarah significa
problema, infortúnio, sofrimento ou lepra. Em japonês kooru,
significa congelar e Koori significa gelo semelhante ao hebraico qor.
Em japonês servir de guarda para um nobre é samurau e em
hebraico é shamar ou shomer. A partir de samurau surgiu a palavra
samurai, que significa antigo guerreiro japonês ou guarda. Com o
sufixo "ai" o guarda profissional em hebraico passaria de shamar,
para shamarai, que soa próximo ao guarda japonês samurai. Esse
seria o caso de banai que é uma palavra hebraica para construtor e é
uma combinação de banah (para construir) e ai (profissão
significado sufixo). O hebraico moderno não tem a palavra
"Shamurai", mas essa satisfaz plenamente a gramática do hebraico.12
11 A obra de Joseph Eidelberg pode ser comprada no site Israel Books. The Biblical Hebrew Origin of the Japanese People . http://israelbooks.com/bookDetails.asp?book=406#description 12 O artigo completo do pastor Arimasa Kubo editor do Remnant Publishing está disponível no site: http://www5.ocn.ne.jp/~magi9/isracam4.htm.
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164 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo VI AAss TTrriibbooss PPeerrddiiddaass nnoo PPaaííss ddoo SSooll NNaasscceennttee
Avigdor Shachan (1941) que investiga as tribos perdidas a
mais de 30 anos fez referência ao passado israelita do povo japonês
em seu livro In the Footsteps of the Lost Ten Tribes (Nos Passos das
Dez Tribos Perdidas).13 Em 1990 foi a vez do Rabino Eliyahu Avichail
escrever sua obra The Tribes of Israel: The Lost and The Dispersed
(As Tribos de Israel, os Perdidos e os Dispersos, onde mais uma vez
o tema foi tocado. 14 O Rabino está tão convencido da presença de
israelitas na Ásia que criou o The Elijah Project
(Projeto Eliahú) com o lema Facilitando o Retorno da Casa de Israel.
Talvez nenhuma obra seja tão importante como a produzida
recentemente pelo rabino Marvin Tokayer que por anos trabalhou
com a comunidade judaica do Japão onde serviu como Rabino. Seu
livro editado em Japonês lança luz sobre o tema de forma bem
vívida. Seu livro “Nihon-Yudaya, Huuin no Kodaishi” (História Antiga
do Japão – os Judeus Ocultos) ainda não foi traduzido para o inglês
Harimasa Kubo relembra ainda que durante a Era Meiji o
conceito de impureza da mulher durante certos períodos era
idêntico ao prescrito pela Torah. Como o artigo é interessante o
transcrevo aqui:
“O conceito da impureza durante a menstruação e parto
existia no Japão desde tempos remotos. Era costume no Japão
desde os tempos antigos que a mulher durante a menstruação não
deveria participar dos eventos santos no santuário. Ela não poderia
ter sexo com seu marido e tinha que se trancar numa cabana
(chamada Gekkei-goya em japonês), que era construída para uso
coletivo na vila, durante sua menstruação e vários dias ou cerca de
7 dias após a menstruação. Esse costume era amplamente visto no
Japão até Era Meiji (ha cerca de 100 anos). Após o período do seu
fechamento, ela tinha que se purificar em águas naturais como rios,
fontes ou mar. Se não houvesse água natural, poderia ser feita na
banheira. Isso se assemelha muito com o antigo costume Israelense.
13 A Obra de Avigdor Shachan pode ser adquirida no site da Amazon.Com. In the Footsteps of the Lost Ten Tribes. http://www.amazon.com/Footsteps-Lost-Ten-Tribes/dp/1932687971 14 A obra do Rabino Eliahu Avichail The Tribes of Israel: The Lost and The Dispersed pode ser adquirido na Amazon.com. Dispersed/dp/B000SNB3TQ/ref=sr_1_1?ie=UTF8&s=books&qid=1215471876&sr=1-1
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165 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo VI AAss TTrriibbooss PPeerrddiiddaass nnoo PPaaííss ddoo SSooll NNaasscceennttee
No antigo Israel, as mulheres durante a menstruação não
podiam participar de eventos santos no templo, tinham que se
separar de seus maridos, e era costume se fechar numa cabana
durante sua menstruação e sete dias após a menstruação (Levítico,
15:19; 28). Esse fechar-se era dito, "continuar no sangue da sua
purificação", e isso era para a purificação e separar a impureza da
casa ou da vila.”
Não apenas no que se concerne à menstruação, mas também
o conceito acerca do parto no Xintoísmo japonês se assemelha ao
do antigo Israel. Uma mãe que dá à luz uma criança é considerada
impura por um certo período. Esse conceito é fraco entre os
Japoneses hoje, mas era muito comum nos tempos antigos. O
antigo livro Xintoísta, Engishiki (século X), estabelece 7 dias como
um período em que ela não pode participar dos eventos santos
após dar à luz uma criança. Isso se assemelha ao antigo costume de
Israel, pois a Bíblia diz que quando ela concebe e dá à luz um
menino, então ela permanecerá "impura 7 dias". Ela então
continuará "no sangue da sua purificação por 33 dias". No caso de
ela dar à luz a uma menina, então ela permanecerá "impura duas
semanas", e continuará "no sangue de sua purificação por 66 dias".
(Levítico, 12:2-5).
No Japão era largamente observado que uma mulher durante
sua gravidez e após dar à luz uma criança, fechar-se numa cabana
(chamada Ubu-goya em japonês) e ali viver. O período era
geralmente durante a gravidez e cerca de 30 dias após dar à luz.
(Os casos mais longos eram de quase cem dias). Isso se assemelha
aos costumes do antigo Israel. No antigo Israel, após este período
de purificação a ela podia vir ao templo com seu filho pela primeira
vez. Também no costume do Xintoísmo japonês, após este período
de purificação a mãe podia vir ao santuário com seu bebê. No
Japão moderno o tempo é geralmente 32 dias (ou 31 dias) após ela
dar à luz a um menino e 33 dias no caso de uma menina.” (Arimasa
Kubo, A Origem dos Japoneses)15
15 O artigo do Dr. Arimasa Kubo sobre a origem dos japoneses pode ser lido em português:
http://merceariasukiyaki.com.br/origem%20dos%20japoneses%206.html
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166 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo VI AAss TTrriibbooss PPeerrddiiddaass nnoo PPaaííss ddoo SSooll NNaasscceennttee
Essa visão move hoje o Movimento Makuya e seus 50 mil
adeptos no Japão. Fundado em 1948 por Abraham Ikurō Teshima
(1910-1973) que integrou o Mukyōkai (Movimento Não Igreja)
fundado em 1901 por Uchimura kanzo (1861-1930), que insatisfeito
com a administração política da igreja organizou um grupo
independente, sem clero. O Movimento Makuya acrescentou a isso
um grande amor por Israel como manifestou Ikurō Teshima
“A maioria do povo de Israel estavam dispersos em todo o mundo
por uma série de infortúnios que tinham acontecido: O Cativeiro Assírio e
o Cativeiro da Babilônia, as invasões pelos gregos e os romanos, que
culminaram com a destruição do Templo em 70 dC por mais de
dezenove séculos tinham que viver no exílio, mas nunca se esqueceram
dos anseios em direção à terra. O Salmo 137 é um dos salmos mais
tocantes que expressam suas emoções mais profundas em direção a sua
terra natal... A Bíblia claramente profetizou que Israel acabaria por voltar
à sua terra e desempenham um papel vital no desenrolar da providência
de Elohim sobre a Terra. As pessoas do Antigo e do Novo Testamento
acreditavam que as palavras do Senhor não passariam sem ser
cumpridas, mesmo que o céu e a terra pudessem desaparecer. Yeshua há
Maschiach, que profetizou a destruição de Yerushalaim, disse que a
destruição da cidade não era eterna, mas temporal; ela só seria violada
por estrangeiros até que os tempos dos gentios se completem. (Lucas
21:24) Agora que a cidade está restaurada para Israel, acredito que os
tempos dos gentios falados por Yeshua já estão cumpridos. Eu vejo na
restauração da antiga Yerushalaim para Israel um passo importante no
progresso da história da redenção de Elohim. Yeshua disse: "Agora,
quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai
as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima." Abraham
Ikuro Teshima, Diáspora Judaica no Japão, Israel na História Divina).
Em 1967 Gamal Abdel Nasser (1918-1970) inflamava as massas
árabes em discursos nas praças que eram transmitidas para o
mundo árabe conclamando-os à Guerra Santa para aniquilar o
Estado de Israel afogando seus habitantes no Mar. Abraham Ikurō
Teshima se apercebeu que a ameaça era real e que uma guerra
crucial pela sobrevivência de Israel se aproximava. Então ele criou o
movimento de apoio a Israel no Japão e fez uma campanha pela
imediata doação de primeiros socorros a Israel. Os makuya se
empenharam para que seus irmãos judeus pudesse ser socorridos na hora
da aflição.
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Quando juntou o material, assim
que a guerra começou ele voou para
Israel a tempo de ser um dos
primeiros não judeus a orar no Kotel,
recém libertado agradecendo pela
libertação da cidade. Como isso
repercutiria mais tarde ele escreve:
“Quando a notícia da
libertação de toda Yerushalaim
chegou até nós, o nosso coração
saltou de alegria, nosso sangue
se agitou dentro de nós. A
alegria foi indescritível, foi a
"ressonância" do nosso
sangue. Quando nós duas vezes
convidamos General Uzi Narkiss,
Libertador de Yerushalaim, para
a nossas conferências anuais, o
nosso povo estendeu uma
entusiasmada muito boas-
vindas; batendo palmas de todo
o coração apoiando sua
afirmação: "Yersuhalaim nunca
deve ser conquistada de novo."
Em 1968, e novamente em 1971,
demonstramos em frente à sede
das Nações Unidas e apresentou
um recurso por causa de Israel,
para então Secretário-Geral das
Nações Unidas U Thant. Nós somos muitas vezes perguntados por
que sentimos tanto carinho para com o Estado de Israel." Por que
vocês japoneses adoram judeus?" era a pergunta constante que
ouvimos tanto de judeus como não judeus. Nosso gesto zeloso em
relação a Israel parece ir além de sua compreensão. Nosso
profundo apego à Terra de Israel deriva de nosso amor apaixonado
pela Bíblia. Verifica-se que os tipos de sangue dos japoneses são os
mais próximos aos dos habitantes da Palestina. Talvez por este
motivo de "relação de sangue" o povo Makuya sente um amor tão
especial e afinidade para com Israel.
Mas de 9.000 japoneses
ligados ao makuya já
viajaram a Israel para
apoiar Israel em
momentos de crise ou
simplesmente para
visitar a terra onde
Yeshua nasceu e
morreu e para onde
voltará.
Turismo em Israel – Autor: מור שעיה Israeli Pikiwiki project, Ein HaShofet, Wikimedia
Commos 2,5.
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Através da misericórdia de Deus temos tido amizade genuína
e cordial com o povo judeu. Não há palavras para expressar
adequadamente nossa gratidão pela bondade que temos recebido
de pessoas em todo o Israel.” (Abraham Ikuro Teshima, Diáspora
Judaica no Japão, Israel na História Divina).
Apaixonado pelo povo de Israel Ikuro Teshima concluiu que o
estabelecimento do Estado de Israel em 1948 era um fato
estabelecido pela profecia e que a conquista de Yerushalaim em
1967 um sinal de que os tempos dos gentios estavam se
completando e que o tempo dos judeus estava voltando. Para
demonstrar o amor por Israel ele inspirou seu povo a aprender
hebraico e a viajar como peregrinos a Israel. Em 1973 cerca de 400
haviam viajaram a Israel para comemorar os 25 anos da fundação do
Estado de Israel. Isso se repetiu diversas vezes e até o ano 2009 mais
de 930 estudantes e 7.700 makuya haviam ido a Israel para visitar ou
para trabalhar em Kibutz. Mas de 9.000 japoneses ligados ao
makuya já viajaram a Israel para apoiar Israel em momentos de crise
ou simplesmente para visitar a terra onde Yeshua nasceu e morreu e
para onde voltará.
Quando depois da Guerra do Yom Kippur, o Japão
embriagado pelo desejo do petróleo, o vinho que a grande
prostituta de Meca e suas sucursais islâmicas usam para inebriar as
nações abandonou Israel por medo de um embargo petrolífero, e
declarou seu apoio aos árabes, Teshima mobilizou os makoyo. Cerca
de 3.000 de seus adeptos marcharam de diversas partes do Japão a
fim de protestar em Tóquio. Apesar de muito doente, já em estado
terminal vitimado por uma cirrose que o mataria apenas três
semanas depois ele reuniu forças para declarar diante da Dieta, o
Parlamento Japonês, um discurso profético:
"Israel foi o berço da Bíblia, e a pátria de nosso Redentor. Sem
Israel não poderíamos ter salvação e nem redenção em cumprimento da
profecia da Bíblia, Yerushalaim foi restaurado depois de 2000 anos, mas
agora são novas forças... subindo para destruir esta profecia. O que está
em jogo é a visão da redenção de Elohim. Não devemos permitir que
Israel se torne um órfão de nações. Israel não pode, de fato não deve, ser
abandonado em seu momento de necessidade." Ikuro Teshima
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Em 25 de dezembro ele foi chamado a descansar. Suas ações
granjearam o respeito de judeus de destaque como o filósofo,
pedagogo e escritor Martin Buber (1878-1965) com quem se avistou
em Yerushalaim em 1965, do rabino e filósofo Abraham Joshua
Heschel (1907-1972) com quem esteve em 1971 em Nova York, do
filósofo Hugo Bergman (1883-1975) com que se avistou em
Netaniah, Israel em 1973. Além disso se avistou com líderes sionistas
proeminentes como o Ministro do Turismo Moshe Kol (1911-1989)
que o cumprimentou em 1971 e o Presidente Zalman Shazar (1889-
1974) com quem esteve em 1973. Talvez a mais importante
apreciação acerca dos makuya seja a declaração do Rabino Zvi
Yehuda Kook (1891-1982) em sua apreciação ao amor que ligava
IKuro Teshima e seu povo a Israel:
"Vocês são as pessoas que Maimonides se referiu como
pessoas do Oriente, embora lamente que não sejam judeus No
entanto, compreendo que você está livre de falsidades do
cristianismo ocidental e estais purificados de sua imundície.”16
Qual a imundícia do cristianismo ocidental? O conceito de que
os judeus são malditos por terem rejeitado a Yeshua e que a Igreja
foi organizada para substituir a Israel. Dessa impureza o povo
makuya está purificado e esperamos que em breve cada japonês
também o seja. Ainda que antes de mais nada precisamos orar para
que este povo sábio e trabalhador que tanto fez para esse país
desde que aqui chegou seja despertado pelo Elohim de Israel e seja
levado à Bíblia o livro transformador. Precisamos ter em conta que
se as estatísticas estiverem certas cerca de 40% dos nipo-brasileiros
ainda praticam algum tipo de culto japonês, seja o budismo, o
shintoísmo, a Seich-No-Ie, a Perfeita Liberdade ou a Igreja
Messiânica Mundial. Por isso acho oportuno que nos recordemos
agora dos milhões de japoneses do Japão ou dos centenas de
milhares do Brasil que ainda não conhecem Yeshua e não imaginam
a necessidade de retornar às raízes, e se porventura algum irmão
japonês estiver lendo estas páginas o convido a orar comigo.
16 Fonte: Israel & Prof.Teshima , página oficial do Movimento Makuya. http://www.makuya.or.jp/eng/m_a_ir-e.htm
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“Oh Elohim de Avraham, Elohim de Ytzchak e Elohim de
Yisrael, tu que vives e reinas para sempre, tu que fizestes de
Avraham o pai de todas as nações de crentes, ergue a tua mão,
assopra tua ruach sobre o povo Yamato, faz com que a grande
nação Nikei se erga da escuridão do paganismo para a luz da
bessorat, faz retornar os perdidos de Israel e faz com que por meio
deles a luz brilhe sobre o Japão. Que seu povo se levante para voltar
a Tzion. ” Amen v`amen, b´shem Yeshua há Maschiach.
O leitor verá que ao abordar a presença das tribos perdidas na
Ásia nenhum povo mereceu mais atenção do que o povo japonês. A
razão é que a história recente do Japão se confunde com a nossa.
Quase 700 mil japoneses vivem em São Paulo, e mesmo o pequeno
estado de Roraima tem cerca de 3.600 nipo-brasileiros. Como vimos
60% dos japoneses no Brasil já são cristãos, mas muitos infelizmente
estão aferrados ao sistema de culto romano que mistura a santidade
da adoração bíblica com a idolatria como quando eram budistas ou
mesmo shintoistas.
Felizmente uma parte considerável deles está ligada a
ministérios evangélicos voltados para o povo japonês com destaque
para a Igreja Evangélica Holines que iniciou suas atividades quando
o Pastor Takeo Monobe (1893-1930) chegou a nosso país em 1925
depois de ter sido nomeado bispo para a América do Sul. Seu
ministério foi curto, e morreu de câncer no fígado ainda jovem, em
1930 passando o ministério às mãos do Pastor Koji Tamura. A igreja
hoje pentecostal cresceu entre a comunidade nipônica e tem cerca
de 50 congregações, pelo menos 5 mil membros e opera também
no Japão com os dekaseguis. Nas assembleias de Deus o destaque é
a Assembleia de Deus Nipo-Brasileira com centenas de batismos
anuais. Outra igreja voltada para os japoneses é a Igreja Metodista
Livre trazida pelo pastor Massayoshi Nishizumi (1900-?) que chegou
ao Brasil em setembro de 1928. A Igreja Metodista Livre se expandiu
também entre não nipônicos, por isso criou o Concílio Nikei para
cuidar das necessidades especificas dos japoneses, que incluia
idioma, cultura etc, e outro para os demais brasileiros. Nesse
processo muito Ajudou também a empresa Nipon Rikkokay.
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171 Em Busca das Tribos Perdidas de Israel – Capitulo VI AAss TTrriibbooss PPeerrddiiddaass nnoo PPaaííss ddoo SSooll NNaasscceennttee
Crentes trazidos ao
Brasil pela Nipon Rikkokai 17começaram a buscar
instituições de ensino
brasileiras, e as
evangélicas tinham
preferência. Assim, alguns
foram estudar no Colégio
Adventista fundado em
1915 em Santo Amaro.
Logo havia japoneses no
Brasil guardando o sábado
tal como alguns o faziam
no Japão desde 1896
quando os adventistas
chegaram ao país como
narram Hosokawa e Haller.
Mais um passo estava
sendo dado.
“Entre os membros da Rikkokai que se converteram ao
Adventismo e se formaram no curso teológico temos Tossako Kanada
(1912-1978), graduado em 1935, Shichiro Takatohi (1912-2005),
formado em 1939, e Kiyoshi Hosokawa (1930- ) diplomado em 1960,
todos exalunos do Collegio Adventista.” A Conversão de Imigrantes
Japoneses no Brasil à Igreja Adventista do Sétimo Dia, Elder Hosokawa
e Haller E. S. Schuneman, Revista de Estudos da Religião setembro /
2008 / pp. 101-125.
A partir daí a Igreja Adventista desempenhou um trabalho entre os
japoneses com imigrantes previamente convertidos vindos do
arquipélago, ainda que sem muito êxito, registrando-se em São Paulo
apenas duas, congregações étnicas dirigidas por japoneses e para
japoneses.
17 Em 1897 um grupo de evangélicos liderados pelo Reverendo Anglicano Hyodaiu Shimanuki (1866-1913) criou a Nipon Rikkokai, uma empresa de imigração de orientação evangélica que iniciou suas atividades no Brasil em 1923 trazendo milhares de imigrantes japoneses à nossa terra enquanto procurava ganhar-lhes os corações para o Messias.
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Esse é um progresso e tanto, crentes que abandonaram os
imundos camarões e os detestáveis torresmos e abraçaram o shabat,
indo além do que se exige de um gentio, mas ficando aquém do
que se exige de um filho de Israel.
No entanto, não ignoramos que depois de conceder a Efraim
um tempo de trevas para por meio de sua queda enriquecer as
nações todos esses esforços precisam ser saudados. A luz é
progressiva e embora nalguns poucos casos as pessoas partem
diretamente do paganismo para uma visão de restauração da Torah
esse não foi o caminho que o Eterno vem usando em larga escala.
Estamos certos de que os grupos cristãos supra-citados, apesar de
suas limitações fizeram muito mais pelos nipo-brasileiros que a
Seicho-No-Ie, a Perfeita Liberdade ou a Igreja Messiânica Mundial
fizeram muito menos, pois mantiveram o povo longe da luz do
mundo, do cordeiro que lhe tira o pecado, propondo no máximo um
paganismo melhorado sob a égide de um suposto monoteísmo.
Assim, saudamos o que foi feito pelo ministério das igrejas que
alcançaram corações japoneses levando-os à crer numa redenção
pelo sangue do Maschiach. No entanto, tendo chegado a hora da
restauração oremos para que Adonay desperte entre eles o mesmo
espírito que já fez com que pregadores japoneses conduzissem os
fiéis de volta para a Bíblia num sentido mais amplo. Existe um
motivo particular para que nos preocupemos com suas origens. Se
os seguidores do Rebe de Lubavitch manifestam alguma
preocupação para com o povo nipônico, nós que seguimos o
Messias enviado às ovelhas perdidas da Casa de Israel, devemos nos
preocupar muito mais, e no mínimo devemos olhar com simpatia .
Que Elohim nos ajude a despertar a consciência e a identidade dos
nipo-brasileiros para a necessidade de um retorno à fé de seus
antepassados longínquos, os hebreus.18 Bem partamos agora para
outro terra onde seus costumes denunciam um passado israelita,
estamos falando de outro arquipélago, o das Filipinas, localizado ao
sul do Japão.
18 Leia o artigo da Beit Chabad: Japão... http://www.chabad.org.br/biblioteca/artigos/10tribos/japao.htm
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Nosso Próximo Número
AA TTrriibbooss PPeerrddiiddaass ddee IIssrraaeell nnaass FFiilliippiinnaass,,
aa TTeerrrraa ddaass 77..000000 iillhhaass PPoorr qquuee uumm ppooççoo ccrriissttiiaanniizzaaddoo ppeellaa iiggrreejjaa CCaattóólliiccaa ddaa EEssppaannhhaa pprreesseerrvvaa
aaiinnddaa hhoojjee,, aa TTuullii,, oo rriittuuaall ddaa cciirrccuunncciissããoo ddee sseeuuss mmeenniinnooss aaiinnddaa iimmppúúbbeerreess
ee iinncclluueemm eemm sseeuu iiddiioommaa pprriinncciippaall nnuummeerroossaass ppaallaavvrraass ddee oorriiggeemm hheebbrraaiiccaa??
MMaapp ooff tthhee PPhhiilliippppiinneess sshhoowwiinngg tthhee llooccaattiioonn ooff aallll tthhee rreeggiioonnss
aanndd pprroovviinncceess.. TThhiiss mmaapp wwaass aaccccuurraattee bbeeffoorree tthhee ccrreeaattiioonn ooff
tthhee pprroovviinnccee ooff DDiinnaaggaatt IIssllaannddss.. AAuuttoorr:: EEuuggeennee AAllvviinn VViillllaarr,,
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