A educação no campo (2)

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Refletir sobre a educação do campo nos seus aspectos conceituais, e legais junto aos estudantes universitários, professores, gestores.

PARADIGMAS: RURAL E DO CAMPO

Construir uma escola do campo o significa pensar e fazer a escola desde o projeto educativo dos sujeitos do campo, trazendo para essa escola práticas educativas articuladas com as práticas sociais, a cultura, a organização coletiva e o desenvolvimento sustentável.Para entender uma educação a partir do campo e para o campo implica em desconstruir conceitos, paradigmas, preconceitos e injustiças, no sentido de superar as desigualdades educacionais, historicamente construídas entre campo e cidade.

No paradigma da educação rural estabelece se políticas públicas de educação baseadas em conceitos pedagógicos que colocam a educação do campo prioritariamente a serviço do desenvolvimento urbano-industrial, essas políticas são pensadas para suprir .as demandas das cidades e das classes dominantes que geralmente são instaladas nas áreas urbanas.

A visão urbanocêntrica refere se a uma de educação na qual o modelo didático-pedagógico utilizado nas escolas da cidade é transferido para as escolas localizadas nas zonas classificadas como rurais, sem que sejam consideradas as reais necessidades das populações identificadas com o campo.()

No paradigma da Educação do Campo, preconiza-se a superação do antagonismo entre a cidade e o campo, passando a ser vistos como complementares e de igual valor. Nesse enfoque, ainda são consideradas e respeitadas a existência do tempos e os modos diferentes de ser, viver e produzir. Contrapõe - se a superioridade do urbano sobre o rural, admitindo variados modelos de organização da educação e da escola.

Os conceitos relacionados à sustentabilidade e à diversidade complementam a educação do campo ao preconizarem novas relações entre as pessoas e a natureza e entre os seres humanos e os demais seres dos ecossistemas. Ainda são consideradas a sustentabilidade ambiental, agrícola, agrária, econômica, social, política e cultural, bem como a eqüidade de gênero, étnico-racial, inter-geracional e a diversidade sexual.

No quadro da educação brasileira atual, a educação indígena muda o paradigma intergracionista (Estatuto do Índio de 1973).Assim, a escola entre a comunidade indígena, avançou com um novo significado e um novo sentido,como forma de assegurar o acesso ao conhecimento gerais sem precisar negar suas especificidades culturais e suas identidades étnicas.

A educação do campo, tratada como educação rural na legislação brasileira, tem um significado que incorpora os espaços da floresta, da pecuária, das minas e da agricultura, mas os ultrapassa ao acolher em si os espaços pesqueiros, caiçaras, ribeirinhos e extrativista.

O campo nesse sentido mais do que um perímetro não-urbano, é um campo de possibilidade que dinamizam a ligação dos seres humanos com a própria produção das condições da existência social e com as realizações da sociedade humana.

• Falta de escolas para atender a todas as crianças e jovens e adultos.

• Falta de infra-estrutura nas escolas. • Falta de política de qualificação dos professores para

atuar na escola do campo, bem com política de valorização do magistério.

• Falta de apoio às iniciativas de renovação pedagógica.• A existencia de currículos desvinculados das

necessidades e das questões do campo e dos seus sujeitos.

• Os altos índices de analfabetismo no campo.

Neste contexto de mudanças de paradigma faz-se necessário que os governantes direcionem o seu olhar à educação do campo, estabelecendo políticas públicas que sejam coerentes com à realidade das pessoas do campo,e que essas políticas priorizem a sustentabilidade, a diversidade e a inclusão social.

Implementar políticas de educação para a qualificação profissional dos professores e dos profissionais da educação que atuam nos sistemas de ensino.

Profissionais da educação, estudantes, professores, pais, militantes de Movimentos Sociais do Campo, representantes de Universidades, de órgãos de governos municipais, estaduais e federal, de organizações não governamentais e outras entidades comprometidas com a luta

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) no Art. 28 “Na oferta da educação básica para a população rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região espacialmente.

I. conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural;

II. organização escolar própria, incluindo a adequação do calendário escolar as fases do ciclo agrícola e as condições climáticas;

III. adequação à natureza do trabalho na zona rural.

A Resolução da CNB/CEB 1/2002 “institui Diretrizes para a Educação Básica nas Escolas do Campos, reconhecendo “o modo de vida social e o de utilização do espaço como fundamentais, em suas diversidade, para a constituição da identidade da população rural e da sua inserção cidadã na definição dos rumos da sociedade brasileira.”Nessa Resolução tem dois artigos que fazem referencia a educação indígenas. O Parecer Nº 36/2001 da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação fixa as Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campos.

A Constituição Federal de 1988 assegura as sociedades indígenas uma educação escolar diferenciadas,específica, inter-cultural e bilinque.De acordo com essa Constituição os índios deixaram de ser categoria social e para serem respeitado como “grupo étnicos diferenciados,com direito a manter a sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições”(CF,art.231).A Constituição Federal, apresenta uma concepção de mundo rural enquanto espaço específico, diferenciado ao mesmo tempo integrado no conjunto da sociedade.(art.210)A LDB no art.78 e 79

Em 2001, foi promulgado o Plano Nacional de Educação (Lei nº 10.172/2001), o qual, embora estabeleça entre suas diretrizes o “tratamento diferenciado para a escola rural”, recomenda, numa clara alusão ao modelo urbano, a organização do ensino em séries, a extinção progressiva das escolas unidocentes e a universalização do transporte escolar.

Em 2001 foram aprovadas as Diretrizes Operacionais para a Educação Básica das Escolas do campo, pelo Conselho Nacional de Educação, as quais representam um importante marco para a educação do campo porque contemplam e refletem um conjunto de preocupações conceituais e estruturais presentes historicamente nas reivindicações dos movimentos sociais.

Dentre elas o reconhecimento e valorização da diversidade dos povos do campo, a formação diferenciada de professores, a possibilidade de diferentes formas de organização da escola, a adequação dos conteúdos às peculiaridades locais, o uso de práticas pedagógicas contextualizadas, a gestão democrática,a consideração dos tempos pedagógicos diferenciados, a promoção, através da escola, do desenvolvimento sustentável e do acesso aos bens econômicos, sociais e culturais.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) de 1961 (Lei nº 4.024/61) revelava uma preocupação especial em promover a educação nas áreas rurais para frear a onda migratória que levava um grande contingente populacional do campo para as cidades, gerando problemas habitacionais e estimulando o crescimento dos cinturões de pobreza hoje existentes nos grandes centros urbanos.

Já a Lei Reforma do Ensino de de1º e 2º Graus, nº 5.692/71), sancionada em pleno regime militar, fortaleceu a ascendência dos meios de produção sobre a educação escolar, colocando como função central da escola a formação para o mercado de trabalho, em detrimento da formação geral do indivíduo. A educação para as regiões rurais foi alvo dessa mesma compreensão utilitarista ao ser colocada a serviço da produção agrícola.

Diretrizes Operacionais para a educação Básica nas escolas do campo de modo venham garantir a Educação Infantil e a Educação Fundamental nas comunidades do campo. E tambem nos anos finais da Educação Fundamental e na Educação Média, podendo a oferta ser regional, mas no campo, garantindo o transporte.Para educação Básica nas escolas do campo. Parecer n° 36/2001 e Resolução 1/2002 do conselho Nacional de Educação.

Foi a Constituição de 1988, a única legislação brasileira relativa à educação, que contemplou as especificidades das populações identificadas com o campo. Antes disso, a educação para essas populações foi apresentada para propor uma educação instrumental, assistencialista ou de ordenamento social.

A LDB de 1996 reconhece, em seus art. 3º, 23, 27 e 61, a diversidade sociocultural e o direito à igualdade e à diferença, possibilitando a definição de diretrizes operacionais para a educação rural sem, no entanto, romper com um projeto global de educação para o país.

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