Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 92-93

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Nestas dissertações (grupo III), não esquecer de retomar (embora brevemente) a citação no enunciado.

Tema (não lhe fugir demasiado).

dia a diaantissocialprojetoobjetivo

Cotação dos itens 1.1-1.7 = 2 valores (14 valores)

Cotação da pergunta 2:5 correspondências certas = 6 valores4 = 43 = 32 = 21 = 1

(20 valores)

No item 1.2 dei metade da cotação a «antítese» (1 valor) e a cotação toda a «paradoxo» (2 valores).

1.1 O uso das aspas em «desaprender» (l. 6) assinala

a) o uso denotativo do verbo.b) a ironia do autor.c) a frequência da ação.d) a invulgaridade da ação.

Tratava-se ainda de uma nova aprendizagem que consistia em «desaprender» tudo quanto fora convencionalmente aprendido.

1.2 O recurso estilístico concretizado na expressão «complexa ‘simplicidade’» (l. 7) é

a) a antítese.b) a hipérbole.c) o paradoxo. (oxímoro) cfr. p. 351d) a metáfora.

1.3 No segmento «o intérprete sensível das grandes depressões nervosas» (ll. 12-13) possui/possuem valor restritivo

a) apenas o adjetivo «grandes».b) a expressão «grandes depressões».c) os adjetivos «sensível» e «nervosas».d) apenas o adjetivo «sensível».

1.4 O constituinte sublinhado em «Alberto Caeiro, desejando-se um simples homem da natureza» (ll. 26-27) desempenha a função sintática de

a) predicativo do complemento direto.b) predicativo do sujeito.c) complemento do nome.d) complemento direto.

Alberto Caeiro, desejando-se um simples homem da natureza, inteiramente desligado dos valores da cultura, pretendeu …

Suj V CD Predicativo do complemento diretoEu desejo-me um simples homem da natureza

Eu quero-o um simples homem da natureza

[Caeiro] deseja-se um simples homem da natureza

Ele considera-o um simples homem da natureza

1.5 O elemento linguístico «que» sublinhado na passagem «Ricardo Reis, por seu turno, não mais desejou que viver segundo o ensinamento de todas as culturas, sinteticamente recolhidas numa sabedoria que vem de longe» (ll. 32-34) é

a) uma conjunção subordinativa completiva.b) uma conjunção subordinativa causal.c) uma conjunção subordinativa consecutiva.d) um pronome relativo.

Ricardo Reis, por seu turno, não mais desejou que viver segundo o ensinamento [conjunção comparativa]

de todas as culturas, sinteticamente recolhidas numa sabedoria que vem de [pronome relativo]

longe.

pronome relativo

numa sabedoria que vem de longe. antecedente

oração sub. adjetiva relativa restritiva

Pronomes relativos

VariáveisSingular Plural

Masculino Feminino Masculino Feminino

o qual a qual os quais as quais

Invariáveis que

quem

Outras palavras relativas

Advérbio relativo onde

Determinantes relativoscujo, cuja, cujos, cujas

Quantificadores relativosquanto, quanta, quantos, quantas

Orações subordinadas relativas

Adjetivas relativasA amiga a quem dei uma prenda está ali.A aldeia onde moraste afundou-se.Gosto de casas cujas paredes sejam azuis.

Substantivas relativas (sem antecedente)

Quem mora ali é sortudo.Onde vives não há pirâmides.Dou-te quantas estaladas queiras.

1.6 O conector «Em suma» (l. 34), introduz, no contexto, um nexo

a) comparativo.b) conclusivo.c) consecutivo.d) causal.

 

1.7 O termo «ininterrupto» (l. 40) é usado com o sentido de

a) breve.b) contínuo.c) interrupto. (= ‘interrompido’)

d) profícuo. (= ‘proveitoso, útil’)

2. Faz corresponder a cada segmento textual da coluna A um único segmento textual da coluna B, de modo a obteres uma afirmação adequada ao sentido do texto. Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez.

a.= 1; b. = 8; c. = 4; d. 3; e. 2.

a. = 2; b. = 1; c. = 5; d. 4; e. 3.

a. Com o uso do pronome «Isto» (l. 3),

1. o enunciador recupera sinteticamente o processo anteriormente descrito.

Isto = recusar toda a metafísica e cantar a natureza de modo mais objetivo, sem ver nas coisas senão o que aparentam

b. Com o recurso ao conector «por sua vez» (ll. 15-16),

8. o enunciador introduz uma sequencialização.

Enquanto, Álvaro de Campos…Ricardo Reis, por sua vez, …

c. Com a utilização da expressão «o Horácio do nosso tempo» (ll. 18-19),

4. o enunciador predica algo sobre o sujeito.

[Ricardo Reis] é o Horácio do nosso tempo

d. Com o recurso ao pronome «as» (l. 37),

3. o enunciador serve-se de um correferente para evitar a repetição do nome.

«a arte de» é sempre assumida como uma espécie de «máscara»; e, quanto aos figurantes que as ostentam,

e. Com o uso do advérbio conectivo «todavia» (l. 40),

2. o enunciador insere uma ligação adversativa.

Conjunção vs.

Advérbio conectivo

Fui lá, / apanhei chuva, / mas gostei da peça.* Fui lá, / apanhei chuva, / gostei mas da peça.

Fui lá, / apanhei chuva, / todavia gostei da peça.Fui lá, / apanhei chuva, / gostei, todavia, da peça.Fui lá, / apanhei chuva, / porém gostei da peça.Fui lá, / apanhei chuva, / gostei, porém, da peça.

Conectores adversativos

Conjunção — mas

Advérbios conectivos (e locução adverbial conectiva) — porém, todavia,

contudo, no entanto

Conectores conclusivos

Conjunção — logo

Advérbios conectivos (e locuções adverbiais conectivas) — portanto, assim,

por isso, por consequência, por conseguinte, em suma

2-3«Em tom que facilmente dava a entender não ser essa a matéria importante que ali se iria tratar»

Num estilo pelo qual se percebia não ser aquele o assunto principal

Scarlatti tinha outro objetivo (inconfessado).

5-6«Com que a mim não me distinguiu nunca, mas não o digo por qualquer sentimento de inveja, antes me louvo de ver honrada num seu filho a nação italiana»

Nunca tive eu a sua sorte, mas até fico contente de o rei dar esse privilégio a um italiano.

Bartolomeu talvez tenha ficado ciumento, mas recompõe-se e disfarça muito bem.

7-8«Dizem-me que el-rei é grande edificador, será por causa disso este seu gosto de levantar com as suas próprias mãos a cabeça arquitetural da Santa Igreja, ainda que em escala reduzida»

O rei gosta muito de fazer construir (monumentos); talvez por isso também goste de construções em miniatura.

Scarlatti talvez esteja a ser crítico do despesismo e da discricionariedade do rei.

10-11

«Como se mostram variadas as obras das mãos do homem, são de som as minhas»

Cada um tem a sua arte, a minha é a música.

Scarlatti identifica-se como músico.

14-16«Parece apenas um gracioso jogo de palavras, um brincar com os sentidos que elas têm, como nesta época se usa, sem que extremamente importe o entendimento ou propositadamente o escurecendo»

O diálogo anterior parece um jogo de linguagem (com quiasmos, metáforas, ...), mais elegante que claro, como é de uso nesta época.

O narrador lembra que estamos na época barroca. 

18-19«Disseram a verdade do que então viram, depois ficaram cegos para a verdade que a primeira escondeu»

O que ouviu quanto à primeira experiência é verdadeiro mas, desde aí, tenho sido menosprezado.

Bartolomeu mostra-se ressentido por não acreditarem em si.  

20-21«Há doze anos que isso foi, desde então a verdade mudou muito»

Nestes doze anos, a situação alterou-se.

Bartolomeu insinua já ser capaz de voar.

21-22«A essa pergunta responderei que, quanto imagino, só a música é aérea»

Para mim, só a música se levanta no ar.

Scarlatti diz não acreditar que o padre consiga voar (para o acicatar a revelar-lhe mais). 

24-26«Domenico Scarlatti aproximou-se da máquina, que se equilibrava sobre uns espeques laterais, pousou as mãos numa das asas como se ela fosse um teclado, e, singularmente, toda a ave vibrou apesar do seu grande peso»

Scarlatti tocou na passarola como se estivesse a tocar cravo, e esta, estranhamente, vibrou.

A música e a arte têm faculdades poderosas.  

33«Baltasar e Bartolomeu olharam-se perplexos»

Baltasar e Bartolomeu ficaram sem saber como responder.

Ambos eram bastante ingénuos / voluntaristas.

34-35«Há um tempo para construir e um tempo para destruir, umas mãos assentaram as telhas deste telhado, outras o deitarão abaixo, e todas as paredes, se for preciso»

Quando for necessário, destroem-se telhas e paredes para a passarola poder sair.

Blimunda é decidida / a mais sabedora.  

38-39«É Vénus e Vulcano, pensou o músico, perdoemos-lhe a óbvia comparação clássica»

A Scarlatti, que tem cultura clássica, Blimunda e Baltasar sugerem Vénus e Vulcano.

Baltasar, por trabalhar na forja, é como o deus do Fogo (que era casado com a deusa do Amor e, que, como Baltasar tinha uma deficiência: era coxo).

61-63«e Domenico Scarlatti ouviu ressoar dentro de si a corda mais grave duma harpa»

Scarlatti ficou emocionado ao ver os olhos de Blimunda.

Os poderes mágicos de Blimunda tiveram algum reflexo em quem ela olhava ou Scarlatti foi atraído pela sua beleza.

63-65«Ostensivamente Baltasar levantou o cesto quase vazio com o seu gancho, e disse, Acabou a merenda, vamos trabalhar»

Baltasar, com alguma irritação, interrompeu a conversa.

Baltasar ficou ciumento (ou desconfiado). 

70-72«Senhor Scarlatti, quando o enfadar o paço, lembre-se deste lugar»

Apareça sempre que quiser.

Bartolomeu confia em Scarlatti.  

75-78«Senhor Escarlate, disse Baltasar, tomando bruscamente a palavra, venha quando quiser, se o senhor padre Bartolomeu Lourenço autoriza, mas, Mas, No lugar da minha mão esquerda tenho este gancho, ou um espigão em vez dele, sobre o coração uma cruz de sangue»

Acato as decisões do Padre Bartolomeu, mas poderei não ser simpático consigo, Senhor Scarlatti.

Baltasar, talvez ciumento (ou com medo de que o músico os traia), pretende atemorizar Scarlatti. 

78-79«Sou o irmão de todos, disse Scarlatti, se me aceitarem»

Se permitirem, farei parte deste vosso grupo, como membro amigo (convidado).

Scarlatti procura afiançar a sua boa intenção. 

80«Senhor Escarlate, querendo que eu ajude a trazer o cravo, não tem mais que dizer»

Senhor Scarlatti, se quiser, ajudá-lo-ei a transportar o cravo.

Baltasar já confia no músico.

a) Os nomes «italiano» (l. 1) e «Domenico Scarlatti» (l. 3) concretizam o processo de correferência não anafórica. [cfr. p. 345]

Dias passados, estando Bartolomeu de Gusmão na capela real, veio o italiano falar-lhe. Em tom que facilmente dava a entender não ser essa a matéria importante que ali se iria tratar, disse Domenico Scarlatti ao padre, que olhou atentamente o músico, curioso com o

Referente (antecedente) Anáfora

Scarlatti chegou. Este estava cada vez mais na mesma.

b) O complexo verbal «está a ser» (l. 9) apresenta um valor aspetual perfetivo.

imperfetivo

c) O advérbio «Ostensivamente» (l. 63) desempenha a função sintática de modificador frásico. / modificador do grupo verbal

Ostensivamente Baltasar levantou o cesto quase vazio com o seu gancho

Foi ostensivamente que Baltasar levantou o cesto

Que fez Baltasar ostensivamente? Levantou o cesto...

Não ostensivamente, Baltasar levantou o cesto...

Modificador de fraseLamentavelmente, Baltasar levantou o cesto quase vazio com o seu gancho

Evidentemente, Baltasar levantou o cesto quase vazio com o seu gancho

*Foi evidentemente que…*Não lamentavelmente, …*Que fez Baltasar lamentavelmente? …

d) A forma verbal «aceitarem» (l.79) está conjugada no futuro do conjuntivo.

(se eu / quando eu) aceitar(se tu / quando tu) aceitares….……(se eles / quando eles) aceitarem

 

O padre Bartolomeu mostra-se animado e exultante, rindo e gritando. Baltasar e Blimunda, por seu turno, estavam inicialmente «assustados» e nervosos mas, com o decorrer da viagem, ficaram também entusiasmados e emocionados.

Resolve o ponto 2 da p. 314

2.Ao ver a passarola, em que não pôde

seguir, o músico «acena com o chapéu, uma vez só» (l. 16), disfarça e finge não conhecer os que nela viajam para não denunciar a sua ligação ao projeto. Caso algo corra mal, não levantaria suspeitas sobre si próprio.

TPC — Escreve o texto que corresponde ao grupo III de exame na p. 324 do manual.

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