Aula 3 análise funcional

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Análise Funcional do

ComportamentoProfª: Lígia Karim

Disciplina: Motivação e Aprendizagem

Unidade Funcional do Comportamento

Analista do comportamento – foca nas unidades

funcionais do comportamento como seu objeto de

estudo.

Estrutura determinista na medida em que vê o

comportamento humano como produto de uma

herança genética e de eventos ambientais que

ocorrem durante a vida de uma pessoa.

Unidade Funcional do Comportamento

Uso do método científico em relação ao

comportamento humano.

Não estuda apenas o condicionamento operante,

inclui em suas análises comportamentos privados

e encobertos.

Comportamentos não mudam apenas com a

exposição as contingências, mas também a partir

de suas descrições e instruções.

Unidade Funcional do Comportamento

Todas as mudanças comportamentais resultam de

um processo de seleção pelas consequências.

Portanto o organismo é dotado de uma

sensibilidade inata ao efeito destas

consequências.

Trabalha com observação, classificação e indução.

Evitando assim explicações mentalistas.

Unidade Funcional do Comportamento

Estuda o comportamento animal para explicar o

comportamento humano.

Substitui a noção de causa pela de função:

Dependência entre fenômenos;

Fenômenos sempre ocorrem em variadas relações de

interdependência, uns em relação aos outros;

descrição dessas interdependências.

Causa e Função do Comportamento

O comportamento é controlado quando ele está

funcionalmente relacionado a variáveis

ambientais.

Causa é sinônimo de função, que é sinônimo de

controle, que é sinônimo de descrição de relações

funcionais.

Modelo de causalidade para analista do

comportamento é um modelo de seleção pelas

consequências.

Causa e Função do Comportamento

Comportamentos evoluem porque tem uma

função de sobrevivência para indivíduo,

representam um mecanismo de lidar com

ambientes complexos.

Não se usa termo “patológico” para os

comportamentos, observa-se a função do mesmo. Se

comportamento está ocorrendo, de alguma maneira,

ele é funcional, tem um valor de sobrevivência.

Causa e Função do Comportamento

Fazer uma análise funcional é identificar o valor

de sobrevivência de determinado

comportamento.

Por exemplo: comportamento de auto-agressão:

Não é considerado como um processo psicótico;

É um conjunto de respostas que permitem o acesso a

determinadas consequências que são importantes para o

indivíduo (seja sensoriais, sociais, etc).

Causa e Função do Comportamento

Prática do analista do comportamento se difere de

outras práticas psicológicas: foque é na descrição

funcional do comportamento.

Outras práticas focam na descrição estrutural do

comportamento.

As análise funcionais e estruturais são

complementares. Mas o foco na análise funcional é

fundamental.

Causa e Função do Comportamento

A análise funcional do comportamento substitui uma

análise do comportamento em termos causais.

Conceito de causa veio mudando ao longo dos tempos:

Gregos e romanos: vontade dos deuses.

Séc. XVIII (Inglaterra): noção de causa não tinha mais um agente

ou força impulsionadora.

Newton: as forças eram agentes de mudanças, na magnitude,

direção, gravidade, etc.

Causa e Função do Comportamento

Hume: conceito de causa – relação constante. Há

sempre um agente na relação causal. (ex: João

atirou a pedra na vidraça).

Para o analista do comportamento não há um agente

iniciador, nem mesmo o ambiente é iniciador.

É estudo das relações funcionais que importa: o

organismo, não é um agente iniciador.

Causa e Função do Comportamento

Hume: conceito de causa – relação constante. Há

sempre um agente na relação causal. (ex: João

atirou a pedra na vidraça).

Para o analista do comportamento não há um agente

iniciador, nem mesmo o ambiente é iniciador.

É estudo das relações funcionais que importa: o

organismo, não é um agente iniciador, uma causa

única. Há muitas e diferentes variáveis atuando em

conjunto.

Causa e Função do Comportamento

No modelo da análise do comportamento uma causa é

substituída por uma mudança na variável (ou variáveis)

independentes, e um efeito é substituído por uma mudança

na variável (ou variáveis) dependente: o que constitui a

relação funcional.

As variáveis independentes (VI) são manipuladas pelo analista

do comportamento.

Esse tipo de variável provoca mudanças no comportamento.

Exemplos: brilho de uma luz, altura de um som, temperatura de

uma sala, número de pelotas de alimento, quantidade de água

dada a um rato.

Causa e Função do Comportamento

Variáveis dependentes (VD) são aspectos/dimensões do

fenômeno de interesse que é o comportamento. São as

variáveis que o analista do comportamento mede/observa

em busca dos efeitos das VIs.

O comportamento do individuo é observado e registrado pelos

experimentadores e depende da variável independente.

Exemplos: número de vezes que um rato pressiona a barra,

velocidade que as pessoas reagem ao aumento do som.

Identifique as variáveis

Uma montadora de automóveis quer saber qual

deve ser a intensidade do brilho do brake light,

a fim de minimizar o tempo exigido do motorista

do carro que vem atrás para perceber que o

carro à frente está parando. É feito um

experimento para obter a resposta.

Variável independente: intensidade do brilho do

brake light.

Variável dependente: tempo decorrido desde oaparecimento do brake light até o motorista docarro que vem atrás pisar no pedal de freio.

Causa e Função do Comportamento

Análise causal: forças internas e externas que causam uma

ação do organismo.

Análise funcional: a ação é propriedade do organismo vivo.

Por exemplo: “uma criança, quando necessita de atenção ou

ajuda, aprende a captar o olhar de adultos.

Análise funcional: “o contato visual com adultos pode se tornar um

evento reforçador para uma criança, e também um evento

discriminativo estabelecendo a ocasião na qual essa criança poderá

vir a ser reforçada por esses adultos.”

Analisando o exemplo da criança

A identificação e a descrição do efeito comportamental:

“captar olhar de adultos” e “necessitar de atenção” ou

“ajuda” vs definir “estabelecer contato visual com adultos”.

A busca de uma relação ordenada entre variáveis ambientais:

presença ou não de adultos, ocorrência de situações problema,

intervenções do adulto.

Variáveis comportamentais relacionadas a esse efeito – descrição

das condições em que ocorrem os comportamentos

mencionados.

Analisando o exemplo da criança

Formulação de predições confiáveis baseadas nas

descrições dessas relações – inferências ou

suposições que serão testadas, presença de adultos

como Sd´s; intervenções de adultos como estímulos

reforçadores.

A produção controlada desses efeitos predizíveis.

Cinco passos básicos para realizada de uma análise

funcional

1. Definir precisamente o comportamento de interesse.

2. Identificar e descrever o efeito comportamental.

3. Identificar relações ordenadas entre variáveis ambientais

e o comportamento de interesse. Identificar relações entre

comportamento de interesse e outros comportamentos

existentes.

4. Formular predições sobre os efeitos de manipulações

dessas variáveis e desses outros comportamentos sobre o

comportamento de interesse.

5. Testar predições.

Uma análise funcional leva em conta os aspectos do

ambiente e a função que o comportamento tem naquele

ambiente.

Análise Funcional

O termo reforçamento descreve uma relação entre

uma classe de eventos (comportamentos) que

mudam em função de outra classe de eventos

(consequências).

O termo não se refere à uma teoria, e sim à uma

descrição de uma relação funcional.

Uma relação funcional não é diretamente observável, o

que observamos são as mudanças no fenômeno

comportamento e mudanças no fenômeno ambiente.

Análise Funcional

Esse tipo de análise nada mais é do que uma

explicação de um evento pela descrição de suas

relações com outros eventos.

No exemplo da criança explicamos a mudança que

ocorre em seu comportamento descrevendo como essas

mudanças ocorrem ou não, em quais condições do

ambiente, com a presença ou não de adultos,

intervenção ou não deles. – condições denominadas de

eventos antecedentes e eventos consequentes.

Análise Funcional

Uma análise funcional completa produz uma

definição funcional.

Uma das vantagens da análise funcional é permitir

intervenções futuras, possibilitando o planejamento de

condições para generalização e manutenção dos

comportamentos.

Outra vantagem é que essas análises podem ser

realizadas a longo prazo, isto é, entre eventos que

estão separados por um intervalo de tempo entre si.

Análise Funcional

Uma determinada variável ambiental pode não estar

presente no momento que ocorreu uma mudança

comportamental e mesmo assim estar relacionada

com esta mudança.

Uma análise funcional nada mais é do que uma análise

das contingências responsáveis por um comportamento

ou por mudanças nesse comportamento (sejam eles

comportamentos problemáticos – como quebrar

vidraças -, ou aceitáveis como estudar para vestibular.

Delineamentos experimentais

Linha de base simples: dados coletados sobre o

comportamento de interesse antes de qualquer

intervenção (linha de base) para uma comparação

com os resultados da intervenção (fase de introdução

de variável independente).

Delineamento de reversão: as situações de linha de

base e intervenção são revertidas (ou alternadas), por

esta razão este delineamento é denominado de

“delineamento A-B-A”.

Delineamentos experimentais

Delineamento de linha de base múltipla: uma linha

de base é estabelecida para cada um de diferentes

comportamentos, e uma intervenção é planejada

para cada um destes comportamentos.

Delineamento com mudanças de critério: após a linha

de base, uma intervenção é introduzida com um

determinado critério de desempenho; após

obtenção/estabilização desse desempenho, o critério é

alterado, e assim sucessivamente.

Delineamentos experimentais

Delineamento de tratamentos alternativos: após a

linha de base para um determinado comportamento,

diferentes intervenções se alternam, segundo uma

sequencia determinada, sempre intercaladas com

reversões à linha de base (A-B-A-C-A-B-A-D etc).

Resumindo...

Uma análise funcional, sendo uma análise das

contingências responsáveis por um

comportamento, basicamente busca responder à

seguinte questão: “qual a função deste

comportamento para aquela pessoa?”, ou, posto de

outro modo, “qual a relação funcional entre esse

comportamento e seus efeitos?”

O uso da análise funcional na terapia

Na terapia comportamental lida quase que

exclusivamente com especificações verbais do

comportamento de interesse.

Verbalizações em terapia especificam corretamente o

ambiente apenas até o ponto em que tatos corretos

foram instalados, e apenas até o ponto em que estes

tatos permaneçam precisos e corretos.

O uso da análise funcional na terapia

Identifique o comportamento de interesse - verifique

se você o enunciou em termos empíricos (a criança

grita e bate o pé, esperneia e grita, berra e se joga

no chão) e conceituais (a criança faz birra).

Especifique o produto de cada uma dessas ações e o

produto da classe de ações ( é reforçadora, é

aversiva, são consequências naturais ou sociais?,

quem são os agentes?...)

Identifique as condições antecedentes necessárias

e/ou presentes quando o comportamento ocorre.

O uso da análise funcional na terapia

Organize suas observações em três colunas:

condições antecedentes, comportamento e condições

consequentes.

Analise o que precisa ser feito para facilitar a

ocorrência do comportamento?

Como você alteraria as condições antecedentes?

Como você alteraria as condições consequentes?

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